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SUMÁRIO

Sinopse

Sobre os autores

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Capítulo 16

Capítulo 17

Capítulo 18

Capítulo 19

Capítulo 20
SINOPSE

Um dark romance com enimies to lovers

Em um mundo onde segredos sombrios e dívidas não pagas são a moeda de troca, as
famílias de Rose e Aiden estão unidas por um legado obscuro.

Aiden acredita que Rose é a personificação de uma dívida que precisa ser cobrada.

Cada olhar trocado entre eles é carregado de tensão, em um jogo perigoso de vingança e
redenção.

Mas Rose terá que pagar por tudo o que aconteceu, mesmo que o coração de Aiden se
debata entre o desejo e o ódio. Em 'Laços Sombrios', descubra como a paixão floresce nos
corações mais sombrios e corrompidos pela dor, em uma história que desafia os limites do
amor e da redenção.
SOBRE OS AUTORES

São alunos do terceiro ano do ensino médio do colégio de aplicação. Este é um projeto da
ELETIVA organizado pelo prof: Dileuza.

Alunos: Lilian Gabrielly Souza Azevedo, Carlos Henrique Ribeiro, Carlos Henrique Rocha de
Azevedo, Dandara Miranda, Luana Soares, Ana Cássia Alves.

Com participação da aluna Nathalia Souza Azevedo, estudante do oitavo ano do Colégio de
aplicação.
DEDICATÓRIA

Dedico este livro àqueles que buscam refúgio nas páginas, que encontram nos mundos
fictícios uma fuga da realidade. Que a intensidade e os laços sombrios desta história os
envolvam e os transportem para além das fronteiras da imaginação.
PRÓLOGO

Eu a observo de longe, preso em um passado que nos amarra. Leblanc é a personificação de


uma dívida não paga, um preço que precisa ser cobrado.

Nossas famílias estão unidas por um segredo sombrio, e ela carrega o fardo desse legado.
Cada vez que nossos olhares se cruzam, sinto a tensão palpável entre nós, um jogo perigoso de
vingança e redenção.

Leblanc vai pagar por tudo o que aconteceu, mesmo que meu coração se debata entre o
desejo e o ódio.

Esse não é um conto de felizes para sempre, na verdade, é uma história de como a paixão
pode florescer até nós corações mais sombrios e corrompidos pela dor.
CAPÍTULO 01

Rose Elizabeth Leblanc

O último ano do colegial havia chegado, trazendo consigo uma atmosfera sufocante e
opressiva.

Aiden e seu grupinho de poder – que eram intitulados os quatro cavaleiros – exerciam seu
reinado implacável sobre a escola e parte da cidade.

Eles eram os filhos das pessoas importantes, aqueles que ninguém ousava desafiar.

Eu e minha melhor amiga Charlotte faziamos um esforço pra passarmos despercebidas

O problema era que o Aiden me odiava e fazia questão de pegar no meu pé.

E acredite Aiden Torrence podia ser estremamente irritante, mesquinho e um completo idiota
que acha que o mundo gira ao seu redor.

Ele tem feito de tudo pra tornar minha vida um verdadeiro inferno.

Ele acha que pode me rebaixar e fazer o que quiser.

Mas se ele quer jogar esse jogo de ódio é isso que vamos fazer por que eu não vou me curvar
perante ele.

À medida que o ano letivo avançava, eu me via em uma batalha constante entre a coragem e o
medo.

Aiden e seu grupinho podiam mandar no colégio e na cidade, mas eu estava decidida a não me
render à sua tirania.

Por mais que não entendesse o motivo desse ódio irracional, eu sabia que precisava encontrar
uma maneira de enfrentá-lo.
CAPÍTULO 02

Aiden Torrance

Eu sou Aiden Torrance, filho de pessoas importantes.

Meu pai é William Torrance um renomado empresário do mundo do fornecimento do carvão.

Poderia dizer facilmente que faço parte da elite de Los Angeles.

Sai de casa pela manhã para ir ao colégio, chegando lá encontrei com o Noah, que também
faz parte da elite assim como eu.

Pra falar a verdade todos que estudam na Los Angeles High School fazem parte da elite de L.A.

Mas o meu grupo em especial faz parte diretamente da cadeia de comando.

Noah Clifford é filho do prefeito da cidade o que nós da influência para comandar parte da
cidade

James Parker é filho do juiz de mais alto renome e de uma excelente advogada criminalista

Grayson Gilbert é filho do reitor do colégio o que também nos ajuda a manter nosso domínio
sobre o colégio.

Me aproximei com calma do Noah, assim que ele me viu nos comprimentamos com um
toque de mão.

Mas logo James e Grayson chegaram e repetimos o toque de mãos que fazemos desde que
nós conhecemos há 10 anos atrás e a partir desse dia nos tornamos um quarteto, que também
é conhecido como os quatro cavaleiros

Logo o sinal tocou e cada um foi pra sua aula.

O sinal finalmente soou novamente dando início ao nosso horário de almoço que tinha
duração de uma hora e meia.

Estava sentado na mesa de sempre, que tinha uma boa vista de todo o refeitório cheio de
pessoas na maioria sem importância

Mas logo vi ela Rose Elizabeth Leblanc, a garota que eu odeio, junto da amiga – que eu não
tenho certeza do nome – não sei o que ela está fazendo no refeitório se misturando com essas
pessoas sem noção.

Sei que normalmente ela passa o seu tempo livre na biblioteca ou no terraço, mas é sempre
fácil perceber sua presença.

De onde eu estou consigo ver as pessoas abrindo caminho por onde elas passam, afinal todas
elas sabem que não devem mexer com a Leblanc.
Ela é minha inimiga mesmo que não saiba o por que disso.

Ela é minha pra destruir e fazer o que quiser.

Ela é minha mesmo que não queira isso.

As pessoas desse lugar sabem disso

Já deixei bem claro que não devem mexer com ela.

Por que se minha vontade não for obedecida, alguém vai pagar o preço.

Consigo ver que ela esta confusa do por que estarem se afastando dela e da amiga.

Mas ela disfarça essa confusão com uma más olhares cara de indiferença assim que nossos se
cruzaram.

Ela sabe do meu ódio consigo, por isso faz questão de me odiar igual.

Isso é como um jogo e até o momento ela tem se mostrado uma exímia jogadora.

Mas eu não jogo pra perder, juro que vou a destruir quantas vezes ela ousar se levantar.

E vou fazer com que ela deseje nunca ter me conhecido.


CAPÍTULO 3

Rose Elizabeth Leblanc

Hoje é mais um dia como todos os outros, mas um dia em que eu vou me esconder de Aiden
como uma covarde, sei que ele acha que tudo isso é um jogo de perseguição e ódio, mas como
eu vou conseguir vencer se não faço a mínima ideia do por quê estamos jogando ou o que está
realmente em jogo.

Saio desses pensamentos quando Charlotte me balança pra que eu volte para o mundo real

— Poxa Lizzie eu tô falando com você ao maior tempão e você não tá me escutando — ela
disse assim que a encarei.

— Foi mal Char é que eu estava pensando um pouco — respondo.

Mas sei que ela não engoliu essa, afinal Charlotte me conhece melhor que ninguém.

Ela se coloca a minha frente e consigo ver claramente seus lindos olhos verde mar me
encarando com preocupação.

— Você não está enganando nem a si mesma com isso, então corta esse papo pra cima mim —
ela disse depois de me analisar melhor.

— Ok, ok você me pegou eu estava pensando no Aiden e no que ele pode ser capaz de fazer
comigo se esse joguinho infantil continuar — fiz uma pausa para respirar e continuei — tenho
medo de ate onde ele está disposto a ir com todo ódio que ele tem demonstrado por mim.

Ela me encarou com uma preocupação evidente nos olhos e me abraçou.

— Vai ficar tudo bem Lizzie eu estou aqui com você — ela disse enquanto tentava me
reconfortar — mas agora vamos no refeitório por que eu tô quase morrendo de fome.

Sei que ela está tentando me distrair por isso aceito ir até o refeitório.

– Tá nós vamos, mas só se você for minha modelo na minha aula de artes — ela pareceu
pensar por um momento, mas logo balançou a cabeça confirmando.

Saímos da biblioteca e caminhamos rumo ao refeitório.

Quando chegamos no lugar onde ficava a maior concentração de pessoas, percebi que por
onde nós andávamos as pessoas iam se distanciando o que me deixou confusa por um
instante, mas quando a compreensão me atingiu procurei imediatamente por um par de olhos
escuros e intensos

Assim que nossos olhos se encontraram coloquei uma máscara de indiferença não quero que
ele perceba que me deixa nervosa me encarando com suas íris intensas que parecem mais
duas pedras ônix.
Ele me encarava como se tentasse decifrar cada segredo que eu escondo, com esse
pensamento fiquei nervosa e desviei o olhar.

Então me virei pra Charlotte e a puxei para fila do almoço.

Eu queria sair dali o mais rápido possível e a Char percebeu, por isso pegou o almoço bem
rápido e nós voltamos pro refúgio da biblioteca.

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Estava entrando em casa depois de um dia cansativo no colégio.

Depois de minutos em um tédio profundo enquanto pensava o que eu fiz de tão errado para
ser o odiada, meu telefone tocou.

Era a Charlotte, não faço ideia do que ela iria querer já que já eram 20:00 da noite.

— Oiê Char — falei assim que atendi o celular.

— Oiee Lizzie — ela fez uma breve pausa, ela parecia meio hesitante em continuar a conversa
— então é que eu fiquei sabendo de uma festa que tá acontecendo hoje, e eu queria muito ir,
mas não quero ficar sozinha em um local desconhecido, vamos comigo Lizzie?

Assim que ela disse isso fiquei um pouco surpresa, Char sabe que eu odeio esse tipo de
aglomeração.

— Não. Definitivamente não — soltei isso espontaneamente.

— A qual é Lizzie?! Só hoje, por mim, por favorzinho — tenho certeza que ela está fazendo cara
de cachorro que caiu da mudança do outro lado da linha.

— E o que eu ganho com isso? — falei já sabendo que ela me convenceria de qualquer jeito.

— Eu aceito ser sua modelo na aula de artes durante as próximas duas semanas o que acha? —
ela sabe que vai conseguir o que quer.

— Ok, que horas você passa aqui em casa? — aceitei, já que sabia que ela iria me convencer de
qualquer jeito

— Passo aí as 22:00 – ela diz depois de pensar um pouco — beijos te vejo mais tarde!

— Tchau, beijo — me despedi e desliguei a chamada.


CAPÍTULO 04

Aiden Torrance

Estava em mais uma festa organizada pelo Noah para promover a nossa popularidade um
pouco mais, boa parte da escola estava aqui, essa festa definitivamente estava mais cheia do
que o normal.

Isso é bom.

Sinto alguém tocar meu ombro, assim que me viro vejo o Noah.

— Achei que você não poderia vir hoje Aiden — ele disse após nos cumprimentarmos
brevemente.

— Estava sem nada pra fazer — disse um pouco alto para que minha voz sobressaísse a música.

— Bom aproveita hoje está mais cheia que o normal — ele comentou observando ao redor

— Percebi isso, o que é muito bom pra nós, cada o resto do pessoal? — perguntei procurando
por James e Grayson com o olhar.

— Ah você sabe cara, eles já devem estar bêbados por aí — mostrou desdém na fala.

— Hm. — resmunguei.

Do nada Noah fez uma cara meio esquisita, como se estivesse vendo uma assombração.

— Cara você tem que ver isso — ele disse enquanto encarava a entrada da festa — não surta.

Imediatamente segui seu olhar até a entrada da mansão em que a festa ocorria.

Porra.

Caralho, caralho.

Não consigo acreditar no que meus olhos vêem.

Eu devo estar alucinando.

Tenho certeza que devo estar com a boca aberta a encarando nesse exato momento.

Ela está completamente linda e irresistível.

Que a Leblanc é dona de uma beleza enorme eu já sabia, mas hoje ela está ainda mais bonita
do que normalmente.

Ela está vestida com um vestido preto colado ao corpo.

Um maldito vestido preto que realça todas as suas curvas impressionantes.

Ela ainda não notou meu olhar em si.


Ela ainda não notou o meu maldito olhar de um predador sobre si.

Depois de sair do meu pequeno transe desviei o olhar dela.

Quando olhei melhor ao redor percebi que não sou o único que estava a encarando.

Então notei a quantidade de pessoas que estavam a encarando como um maldito pedaço de
carne.

Senti meu sangue ferver junto de uma imensa vontade de socar a cara de todos os que estão
ousando a encarar.

Porra.

A Leblanc é minha.

Só minha.

E eu vou fazer questão de deixar isso bem claro.

Nem que eu precise arrancar os malditos olhos de todos que estão lhe encarando com malícia
explícita.

Juro que vou mata-los.

Como se Noah tivesse previsto que eu iria surtar a qualquer momento, ele colocou uma das
mãos no meu ombro me fazendo desviar a atenção dela.

— Aiden você está a com uma aura mortal ao redor de si — ele fez uma breve pausa e me
encarou com um sorriso zombeteiro antes de continuar — assim até parece que está com
ciúmes da Leblanc, justamente quem você diz odiar tanto, isso é sem dúvidas interessante.

Ele não teve tempo de continuar a falar, pois no momento seguinte sentiu minha mãos na gola
de sua camisa social.

— Você devia parar de fazer essas brincadeirinhas sem sentido ou qualquer dia desses pode
acabar ficando sem a língua — disse cada palavra pausadamente enquanto soltava a gola de
sua camisa depois de reunir todo o meu auto controle.

— Você deveria aprender a não levar as coisas tão a sério cara — ele disse tentando arrumar a
roupa — bom eu vou buscar algo pra beber já que você tá muito chato hoje.

Depois disso ele se distanciou e foi até o bar.

Segui meu olhar novamente para onde ela estava antes, mas não a encontrei.

Então comecei a olhar ao redor procurando por um cabelo loiro inconfundível.

Depois de minutos procurando finalmente a encontrei no meio da pista de dança improvisada.

Ela dançava sensualmente ao lado da amiga com um copo de bebida na mão.

Sem dúvidas ela chamava atenção enquanto seguia um ritmo lento e sedutor.

A Leblanc com certeza era atraente, mesmo que ela parecesse não se dar conta disso.

A observei dançar por um tempo.

Ela pareceu estar cansada, e sussurrou algo pra amiga que assentiu.
Logo em seguida vi ela sair da pista e fazer um caminho até o bar.

Decidi me aproximar calmamente dela.

Assim que cheguei ao bar me sentei ao seu lado.

Ela estava distraída brincando com o canudo do drinks que ela havia pedido.

O barman se aproximou e decidi pedir minha bebida de uma vez.

— Me vê uma dose de tequila — disse assim que ele me encarou.

— É pra já — ele saiu em seguida.

Percebi a garota ao meu lado ficar tensa de repente.

Sorri com isso, afinal ela reconheceu minha voz.

Me virei para vê-la melhor.

E pude apreciar quando ela mordeu o lábio inferior, que estava pintado de um batom vermelho
que deixava seus lábios extremamente atraentes e convidativos.

— Não sabia que gostava de festas princesa — sorri quando ela ajeitou a postura melhor assim
que escutou minha voz.

— E não gosto — ela retrucou enquanto levava o canudo a boca novamente.

— Ora então por que está em uma das minhas festas? — respondi apenas para vê-la apertar o
copo que tinha em mãos com ainda mais força.

— Acredite Aiden não estou aqui por que gosto das suas festas — ela fez uma pausa e decidiu
finalmente me encarar com seus lindos olhos azul céu que me deixavam fascinados, mas notei
que eles tinham um brilho diferente no olhar que se parecia muito com determinação — estou
aqui apenas por que Charlotte me convenceu a vir, mas se soubesse que ia te encontrar com
certeza não teria vindo.

— Princesa assim você vai me magoar — sorri sarcasticamente pra ela e a observei franzir o
cenho em um sinal claro de que estava começando a se irritar — mas me diga como você
planejava vir a uma das minhas festas e não me encontrar?

Ela deu um sorriso levemente perigoso e resolveu se pronunciar novamente.

— Acontece que eu estava torcendo pra que você tivesse pego uma doença mortal morrido —
ela fez uma pausa enquanto alargava ainda mais o sorriso — é uma pena que não tenha
acontecido e você continue respirando!

— Bom só você acha isso princesa.

—Mas vem cá Aiden você não deveria ter algo mais interessante pra fazer do que ficar me
enchendo, não?! — ela continuou a encarar, parecia incrivelmente determinada a não desviar
o olhar do meu.

— Princesa eu tenho uma pergunta pra você, mas pode ser meio inconveniente — esperei ela
dizer algo.
— Você vai fazer a pergunta de qualquer jeito então diz logo — ela parecia realmente
interessada.

— Você não notou a quantidade de olhares descarados em sua direção não? — fiz a pergunta
enquanto sorria levemente.

Ela sorriu antes de me responder.

— Na verdade eu notei sim, e entre esses olhares descarados tinha o seu também — ela me
encarou com expectativa enquanto esperava minha reação.

Porra.

Ela tinha reparado, mas nem se deu ao trabalho de me encarar de volta.

Ela está realmente ficando boa nesse jogo.

— Sim eu realmente estava te encarando, mas não pelo mesmo motivo que os outros — ela
me encarou confusa.

— Ah é? Então por que você estava me encarando como um predador pronto pra atacar sua
presa? — ela era realmente esperta.

— Por que como você mesma disse eu sou um predador princesa, mas especificamente o seu
predador – conclui minha fala e pude ver que ela se irritou um pouco.

— Deveria parar de agir como se o mundo gira-se ao seu redor e ir procurar outra pessoa pra
encher — ela disse ainda irritada.

— Mas acontece que o seu mundinho me pertence, controlo cada pessoa que entra na sua
vida de perto princesa, eu estou sempre de olho em cada movimento seu — fiz uma pausa
para ela assimilar minhas palavras — por que eu te odeio e você ainda me pertence então não
eu não irei procurar outra pessoa pra encher se eu já tenho você.

Ela me encarou com um ódio quase mortal.

— Aiden Torrance você é um babaca completo, e eu não sou um objeto pra você ter algum tipo
de posse sobre mim — ela disse enquanto se levantava e se virava pra sair.

Você pode negar o quanto quiser Leblanc, mas você é minha.

Observei ela saindo do meu campo de visão com passos meio apressados.

Acho que realmente a irritei.

Me virei pro balcão do bar tomando minha dose de tequila de uma vez e me levantando.
CAPÍTULO 05

Rose Elizabeth Leblanc

Eu odeio Aiden Torrance.

Eu o odeio.

O odeio com todo o meu ser.

Como alguém pode ser tão babaca?!

Eu achei que iria aproveitar essa festa como uma pessoa normal.

Mas acho que Aiden consegue estragar qualquer situação meramente agradável pra mim.

Juro que um dia ainda irei mata-lo asfixiado.

Ou então posso acertar algo pesado na sua cabeça.

Aí esses pensamentos me deixam estranhamente mais calma.

Deve ser por que Aiden perturba todo meu bom censo.

Olhei a hora no celular e já se passava da 00:00 acho que vou dançar mais um pouco.

Assim que chequei na pista de dança improvisada me enfiei no mar de corpos e deixei meu
corpo se levar pela batida da música em um ritmo leve e sensual.

Percebi alguns olhares em mim, mas apenas ignorei.

Até que um cara chegou por trás de mim e colocou as mãos na minha cintura.

Me virei pra ver o rosto de quem quer que fosse esse cara, mas eu nunca tinha o visto antes.

Ele era bonito e não parecia uma ameaça então deixei que continuasse com as mãos na minha
cintura.

Nós dançamos mais algumas músicas e ele estava beijando meu pescoço e sussurrando coisas,
mas não sei por que não consegui sentir nada em relação a ele.

Minha mente traidora sussurrou que era por que ele não era o Aiden, mas rapidamente ignorei
esse pensamento por que Aiden me odeia e esse ódio é recíproco.

Nós continuamos dançando no ritmo da música, até o garoto com quem eu estava dançando
me virar pra si.

Ele me encarou eu estava meio confusa do por que ele fez isso, mas essa dúvida logo foi
esclarecida quando ele me puxou ainda mais pra si e me beijou.

Foi tão rápido que eu não consegui reagir a tempo e ele simplesmente não estava dando uma
abertura pra eu sair desse beijo horrível.
O garoto até que era bem bonito mesmo, mas eu não queria beijar ele.

Depois de socar o abdômen dele, finalmente consegui me soltar do seu aperto na minha
cintura e do beijo que me causou calafrios.

Eu estava ofegante por conta do beijo, e o garoto ainda me encarava como se estivesse
pedindo explicações do por que de eu me afastar.

Mas do nada a música parou e as pessoas começaram a abrir espaço.

Assim que vi Aiden parado de frente pra mim que entendi o por que de todo o alvoroço.

E não era só o Aiden que estava ali os quatro cavaleiros estavam todos naquela roda.

Eles tinham um ar de imponência e pareciam encarar todos ao mesmo tempo, exceto Aiden os
olhos de dele estavam fixos em mim me olhando com uma fúria que parecia direcionada
completamente a mim.

De repente senti como se estivesse carregando o peso do mundo nas costas, eu podia odiar o
Aiden, mas que ele sabia como intimidar uma pessoa não dá pra negar.

Percebi que ele iria dizer algo por que puxou fôlego antes.

— Eu quero que todos vocês saibam que Rose Elizabeth Leblanc é minha e está sob a proteção
dos quatro cavaleiros então todos que se atreverem a tocar ou sequer lançar olhares
descarados e maliciosos em sua direção será punido — ele fez uma pausa pra respirar.

Logo vi Charlotte sair do meio de multidão e vir até mim, ela parecia nervosa, enquanto eu
estava tentando manter uma máscara de indiferença no rosto, mas acho que não estava dando
muito certo já que Aiden me encarava com um olhar superior.

Eu respirei fundo tentando encontrar um pouco de dignidade pra poder sair daqui de uma vez,
mas Aiden veio ate mim e me puxou pela cintura colando nossos corpos.

Senti a mão dele na minha bochecha enquanto ele ainda me encarava atentamente.

Quando ele colou nossas bocas pude sentir um gosto bom de menta misturado com álcool, não
sei quando, nem como, mas só sei que quando me dei conta eu já estava com as mãos
enterradas em sua nuca puxando alguns fios de cabelo.

O beijo dele era exigente e ele ditava um ritmo lento gostoso, um ritmo com o qual eu me
acostumaria facilmente a receber todos os dias, mas então a maldita falta de ar se fez
presente.

Aiden colou nossas testas e eu pude ver algo diferente em seu olhar, quase posso dizer com
certeza que é desejo e se for, nós compartilhamos desse desejo juntos.

Então ele me beijou de novo dessa vez em um ritmo mais rápido quase necessitado disso.

Quase como se ele estivesse necessitado do meu beijo.

Mas dessa vez parecia ter algo a mais, ódio era isso que tinha diferente por que Aiden ainda
me odiava e eu o odiava também.

Tenho certeza que se ódio tivesse um gosto, esse gosto seria o que eu estou sentindo agora.

Quando nos separamos dessa vez ele saiu me puxando até a porta da enorme mansão.
CAPÍTULO 06

Aiden Torrance

Assim que tirei a Leblanc da mansão, ela começou a falar sobre como eu sou um idiota escroto
e que só ligo pra mim mesmo, confesso que acho engraçado como ela está agindo como uma
criança birrenta.

Mas quando chegamos em frente ao meu carro – que é um Bugatti preto – abro a porta para
ela entrar e coloco o cinto nela, enquanto ela me encara como se tentasse ler meus
pensamentos e o que eu vou fazer com ela agora.

Quando termino de por o cinto nela fecho a porta e dou a volta no carro indo para o banco do
motorista e fazendo o mesmo processo de por cinto.

Estamos a caminho do meu apartamento, em uma velocidade relativamente baixa se


comparado como eu dirijo normalmente.

Sinto os olhos de Rose em mim, me encarando com intensidade, ela parece querer perguntar
algo, mas está hesitante.

— Princesa por que tá me olhando desse jeito? — perguntei apenas pra ver se ela começava a
falar.

— Estou te olhando desse jeito por que eu sinceramente não te entendo Aiden — ela disse
cada palavra com uma calma impressionante.

— Mas as minhas atitudes são sempre bem claras — digo mas ela me encarou como se eu
tivesse dito a coisa mais idiota do mundo.

— Você é sempre confuso, uma hora diz que me odeia por motivos que eu não faço a mínima
ideia do que quer que sejam — ela fez uma pausa e respirou fundo — e na outra está no meio
de uma festa me reivindicando como se eu fosse um objeto, e de repente me beija na frente de
todos. Eu não consigo entender como você pode mudar de atitude tão rápido.

— Ok olhando por esse lado eu realmente posso soar meio confuso as vezes, mas a única
verdade é que eu te odeio, o resto das minhas atitudes você não precisa entender princesa —
depois disso ela parou de me encarar.

— Você é um completo babaca Aiden Torrance.

— Sabe princesa você tem usado muito esse termo pra me descrever, se continuar me
chamando assim vou começar a acreditar que realmente sou um babaca — ela me encarou
novamente.

— Sabe se você quer que eu pare de te chamar de babaca, pare de agir como um babaca e eu
paro simples assim — ela me respondeu após um tempo — e para onde nós estamos indo?

— Nós estamos indo para o meu apartamento princesa — percebi ela ficar tensa.

— Prefiro ir pra minha casa — ela ficou um pouquinho nervosa.


— Pena que nós vamos pro meu apartamento de qualquer maneira — ela ficou realmente
nervosa com essa ideia e decidiu ficar em silêncio.

Assim que chegamos ao prédio luxuoso e passamos pelo hall de entrada seguimos em direção
ao elevador.

O elevador parou na cobertura, e percebi que a Leblanc estava analisando tudo a sua volta.

Destranquei a porta e deixei que a Rose passasse primeiro.

Após um tempo em silêncio analisando tudo ao seu redor ela me encarou como se quisesse
perguntar algo.

— Pergunta logo Leblanc — ela pareceu ficar surpresa por eu perceber que ela estava inquieta.

— Por que me trouxe pra cá? — ela estava tensa.

Dei um sorriso de canto e ela pareceu ficar alerta.

Então me aproximei ainda mais dela, que por instinto se afastou alguns passos para trás,
continuei me aproximando até que ela bateu as costas na parede.

Ela pareceu surpresa quando me aproximei mais dela fazendo com que nossos corpos se
colassem um no outro, ela prendeu a respiração.

Então passei uma das mãos por sua cintura nos juntando ainda mais.

Leblanc ficou ofegante de repente parecia que ela só estava esperando o meu próximo passo.

Então a beijei.

A beijei como se minha vida dependesse desse beijo.

Por que ela beijava bem pra caralho.

Senti ela passar os braços pela minha nuca pra aprofundar ainda mais o nosso beijo.

Era um beijo faminto.

Ela parecia querer que eu desvendasse todos os seus segredos.

E eu adorava a sensação que o beijo dela me trazia.

Senti ela sorrir durante o beijo.

Só paramos o beijo quando a maldita falta de ar se fez presente.

Então desci os beijos pelo pescoço dela a escutando arfar.

Quando nossa respiração estava mais calma a beijei novamente.

Dessa vez fazendo impulso pra que ela enrosca-se as pernas na minha cintura, então a levei ate
o balcão da cozinha e a apoiei ali encima, ela soltou um leve resmungo por conta do mármore
frio.

Senti ela aprofundar o beijo ainda mais.

Eu gostava do controle, mas deixei que ela ditasse um ritmo mais lento.

Quando nos separamos pela falta de ar percebi que tinha estragado tudo.
No momento em que olhei naqueles olhos azul céu que pareciam tão brilhantes de repente.

Percebi que naquele momento eu não me importava mais com ódio ou com qualquer outra
coisa a não ser com o pequeno corpo a minha frente, eu a queria pra mim.

Eu queria que ela fosse minha.

Eu queria ser dela e apenas dela.

E foi nesse momento que eu percebi que não deveria descontar todo o ódio que sentia nela.

Acariciei o rosto dela e a puxei pra um abraço apertado que foi retribuído quase que
imediatamente.

Ela havia acabado de se tornar o meu novo vício e um que eu não estava disposto a largar.

E de repente tudo pareceu tão certo.

Rose Elizabeth Leblanc você é minha e somente minha.

Minha.

Minha.

Minha.

Isso soava muito certo pra mim.


CAPÍTULO 07

Rose Elizabeth Leblanc

Uma semana.

7 dias.

168 horas.

Fazem exatamente esse tempo desde aquela festa.

Que acabou comigo no apartamento do Aiden depois dele fazer uma declaração muito
possessiva na frente de todos sobre eu ser dele.

Não que eu esteja reclamando ou coisa parecida.

Por que pra falar a verdade eu gosto pra caralho do jeito que ele diz isso.

Eu gosto do jeito que ele faz isso soar.

Mas o maior problema aqui é que desde que eu fui até o seu apartamento não o vi mais.

Ele simplesmente sumiu.

Depois de tudo que ele disse e de todas as atitudes estranhas que ele teve, Aiden
simplesmente sumiu.

Bom depois que ele me beijou e me abraçou como se a sua vida dependesse disso Aiden me
levou até um dos quartos no apartamento e disse que eu poderia dormir ali.

E eu tenho que admitir eu dormi muito bem, eu relaxei completamente como não fazia em
anos.

Mas aí no outro dia quando eu acordei e me levantei, eu o procurei por todo o apartamento e
adivinha ele não estava em lugar nenhum.

Aí eu resolvi ir até a cozinha e na porta da geladeira tinha um bilhete que dizia.

“ Fique a vontade princesa, tive que sair então aproveite eu deixei panquecas prontas e tem
suco na geladeira.”

Ass: Aiden Torrance

Depois disso eu obviamente comi as panquecas e tenho que admitir estavam muito boas.

Mas depois daquele dia o cretino não deu as caras no colégio.

E ele não é de fazer isso, não que eu fique reparando na presença dele nem nada do tipo é
como se ele estivesse me evitando.

E isso é irritante demais.

Eu não sei o que pensar sobre isso.

E isso tem tomado todos os meus pensamentos.


Eu deveria parar de tentar entender o Aiden afinal tudo o que ele faz é calculado pra me
oprimir e me humilhar.

Mas o pensamento de que ele fez aquilo só pra brincar com os meus sentimentos e me magoar
me deixa estranhamente desconcertada.

Definitivamente Aiden é uma incógnita que eu não consigo compreender… ainda.

Quando ouço o sinal tocar é que me dou conta que passei a aula de álgebra inteira pensando
naquele imbecil.

Assim que saio da sala vou até o refeitório já que combinei que iria encontrar a Charlotte lá.

Quando estou a poucos metros de lá escuto alguém chamando meu nome.

A princípio pensei ter escutado errado – já que normalmente as pessoas me deixam passar
sem ser notada – mas então reconheci aquela voz rouca que me causava arrepios.

Me virei rapidamente só pra ver Aiden com as mãos no bolso da calça, ele parecia me encarar
meio hesitante, o que é estranho demais pro comportamento normal dele.

Tudo que eu queria era dizer que ele era um idiota e então continuar meu caminho rumo ao
refeitório, mas o meu corpo estava petrificado como se a simples presença de Aiden tivesse
todo esse poder sobre mim, o que aparentemente ele tinha já que meu corpo parecia não
obedecer aos meus comandos.

Então vi Aiden se aproximar calmamente de mim, como se ele não tivesse sumido por uma
semana inteira sem dar nenhum aviso prévio que isso aconteceria, será que ele faz ideia de
como ele me deixou nervosa e angustiada?! Bom parece que ele não está ciente de toda a
confusão que está me fazendo sentir.
CAPÍTULO 08

Aiden Torrance

Eu sabia que devia explicações a ela.

Sabia que não devia ter sumido por uma semana sem dar nenhum tipo de explicação.

Mas eu fiquei nervoso, não sabia como reagir diante de tudo que eu havia sentido naquela
noite.

Não sabia como reagir a ela, por que eu me entreguei aquele sentimento momentâneo.

Aquele sentimento que nublou todos os meus pensamentos e me disse que ficar com ela era a
coisa certa

Naquele momento em que eu esqueci a razão e deixei meu coração dominar.

Eu sei que foi errado sumir, mas eu precisava de um tempo pra clarear a mente.

Mas nesses sete dias em que fiquei longe dela só consegui pensar no quanto a queria por
perto, no quanto eu queria tocar seus lábios de novo nem que fosse por apenas um minuto ou
um segundo.

E quanto mais eu pensava no que deveria fazer, mais confuso eu me sentia.

Definitivamente Rose era alguém inesquecível.

Eu deveria ter imaginado isso quando a beijei na festa, mas meus sentimentos falaram mais
alto que a razão.

Deixei que meu desejo de tê-la me controlasse e não pensei nas consequências.

Agora me encontro como um maldito viciado nela.

Viciado no beijo dela.

Viciado no jeito como ela me olhou com os olhos mais escuros que o normal.

Viciado no jeito como ela reagia a mim.

Então quando finalmente consegui chegar a uma conclusão do meu dilema interno, já haviam
se passado exatamente sete dias.

Eu sabia que ela com certeza estaria com raiva.

Só não imaginei que ela praticamente me ignoraria, apesar de não ter saído do lugar.

Ela não disse uma única palavra, e me encarava com uma fúria no olhar.

Ela tem total razão em estar com raiva.

Mas mesmo que esse não seja um momento muito apropriado pra fazer comentários
engraçadinhos acabo não resistindo.
— Pra alguém com apenas um metro e sessenta você me parece bem marrenta princesa —
nesse momento ela me mandou um olhar que deixava claro o quanto estava irritada — relaxa
princesa você fica linda quando está irritada.

Ela me encarou com uma das sobrancelhas erguidas e deu um passo a frente nos deixando
ainda mais próximos.

— E pra alguém que some por uma semana você esta bem engraçadinho não acha?! — ela
respondeu com uma raiva explícita na voz e após alguns segundos resolveu continuar —
sinceramente eu achei que você estava morto é realmente uma pena que não seja verdade.

Ela me ofereceu um sorriso zombeteiro enquanto cruzava os braços em uma clara postura
defensiva.

— Sabe princesa se você continuar dizendo isso talvez uma hora você realmente comece a
acreditar nisso — respondi — me sinto até um pouco ofendido pelo fato de eu ter sumido por
uma semana inteira e você simplesmente dizer que gostaria que eu estivesse morto.

O sorriso dela se tornou mais largo.

— O que eu posso fazer se sou sincera — ela falou enquanto encolhia os ombros.

Sorri, mas agora precisava ir pro assunto que eu estava tentando evitar a todo custo.

— Mas agora precisamos conversar sobre outro assunto princesa — ela ficou tensa — e antes
que você pergunte nós não vamos falar agora sobre como eu beijo bem e como você gostaria
de repetir a dose.

Ela sorriu um pouco menos tensa.

— Acho que você está com um ego inflado demais — ela respondeu enquanto me encarava
com um sorriso irônico — mas seja lá o que você tiver pra falar pode esperar mais uns… acho
que sete dias — ela devolveu a provocação com um toque de amargura na voz.

E ela se virou começando a andar em direção ao refeitório novamente.

Ela não parecia muito inclinada a concordar com um diálogo agora.

Então deixei que ela fosse.

Se prepare Leblanc por que quando você menos esperar será minha.

Minha doce Rose.

Minha doce e querida inimiga.

A garota que me faz sentir coisas inexplicáveis.


CAPÍTULO 09

Rose Elizabeth Leblanc

Definitivamente Aiden me faz sentir coisas inexplicáveis que eu nunca senti antes.

Ele tem um poder sobre mim, quase que inconscientemente.

Meu corpo reage a ele.

Reage ao toque dele.

Eu queria tanto ter beijado ele naquele corredor que não faço ideia de como consegui me
controlar.

Acho que preciso ir ao médico tenho certeza que estou doente, não tem como em hipótese
alguma que eu esteja minimamente interessada nele.

Por que Aiden é um babaca.

Lembre-se disso ele é um babaca.

Tenho certeza que ele só está tentando me usar, afinal é isso que a maioria dos garotos querem
certo?!

Tem que ser isso, por que se ele realmente estiver interessado em mim vai ser a minha ruína.

Por que mesmo não admitindo isso em voz alta eu gosto dele.

Gosto do jeito como ele me provoca.

Gosto do jeito como ele me apelidou.

Gosto da voz dele quando é direcionada diretamente a mim.

Gosto do jeito que ele me olha intensamente como se tentasse me desvendar.

Gosto do jeito como ele sorri.

Gosto da maneira como ele diz que eu sou dele.

E ok, eu certamente não deveria estar pensando no cara que me odeia desse jeito.

Mas qual é universo?!

O cara é literalmente um deus grego.

Facilmente seria confundido com a oitava maravilha do mundo.

Por que que ele tinha que me odiar tanto?!

Eu com certeza viveria melhor sabendo que o pecado em forma de gente não me odeia.
E talvez eu precise me tratar por pensar dele dessa forma já que literalmente eu estou apenas
sonhando alto – muito alto no caso – eu devo ter feito muita merda na vida passada pra essa
beldade de olhos ônix me odiar.

Isso só pode ser karma.

Ah mas não seria mais fácil admitir que se sente atraída por ele do que ficar com esse joguinho
de ódio e provocações?!

Errado por que aí eu não teria nem mesmo ele me provocando enquanto deixa explícito o
quanto me odeia e o quanto me deseja na mesma intensidade.

Sim, eu sei que isso é um jogo perigoso.

Mas eu gosto da adrenalina de não saber qual vai ser o seu próximo movimento, ainda mais
quando se trata de Aiden já que ele sempre arranja um jeito de me surpreender seja de uma
forma boa ou ruim.

Eu devo ser algum tipo de masoquista.

Mas eu não consigo evitar não gostar de todas as atitudes erradas que ele tem.

Felizmente ou nem tanto assim, eu finalmente consegui chegar ao refeitório.

Assim que passo pela porta consigo ver alguns olhares em mim.

Eu não faço a mínima questão de saber o por que de toda essa atenção desnecessária que
estão me dando nos últimos dias.

Claro que eu sei que foi por causa do pronunciamento possessivo do Aiden naquela festa, mas
de algum modo eu achei que essa atenção deveria durar uns dois dias, mas já se passou uma
semana desde o acontecido.

Me assusto quando sinto um braço por cima do meu ombro me puxando pra perto.

Assim que olho para o lado encontro olhos cor de mel me encarando com um sorriso de canto
que deve conquistar muitas garotas facilmente.

O sorriso dele só não é mais bonito do que o do meu querido inimigo.

— O que você quer Noah? — pergunto assim que ele começa a me guiar pra mesa onde os
quatro cavaleiros normalmente ficam.

— Ora querida Rose eu estou apenas sendo gentil — ele respondeu com um claro tom de
sarcasmo.

— Não preciso que você seja gentil comigo — digo soando nem um pouco gentil — só quero
saber por que você está me arrastando pra mesa dos grandes quatro cavaleiros?

Desse vez fui irônica.

— Ok vou te contar o por que — ele fez uma pausa quase dramática — eu quero irritar o Aiden
e o que mais eu poderia fazer além de te levar até a nossa mesa e flertar com você?

Das duas uma ou ele era muito idiota ou ele realmente achava que Aiden fosse se irritar só por
Noah flertar comigo?!
— Você deveria começar a prestar mais atenção ao seu redor idiota — fiz uma pausa pra
encontrar nem que sejam vestígios da minha paciência quase inexistente — será que você
poderia por favor retirar a mão de cima de mim?

Ele me encarou com um sorriso.

— Calma princesa nós já chegamos.

Espera aí… ele acabou de me chamar de princesa?!

Não consegui segurar a língua quando respondi ele.

— Não me chame de princesa.

Ele me encarou estranho e levantou as mãos para o alto.

— Calma prin- quero dizer Rose, não precisa ficar bravinha só porque eu te chamei do apelido
que Aiden te deu.

Será que eu seria presa se livrasse a humanidade da inconveniência de Noah Clifford?!

Para o bem dele resolvi ignorar esse comentário.

Assim que me sentei na mesa junto com ele percebi os outros dois – no caso James e Grayson
– me encarando estranho.

Até James se pronunciar.

— Noah você tem algum problema mental? — James perguntou meio surpreso por um motivo
que eu ainda não entendi — Aiden vai te matar.

Quando ele concluiu a fala Grayson concordou com um aceno de cabeça.

— Ele já está vindo, ainda dá tempo de você sair de fininho… ou não.

Quando Grayson terminou de falar senti uma mão no meu ombro fazendo uma leve pressão.

— Achei que você ia encontrar a Charlotte — ele disse enquanto encarava Noah mortalmente.

— E eu estava indo até ela, quando alguém saiu me arrastando até aqui.

Terminei de falar enquanto tentava inutilmente me levantar pra dar o fora dali o mais rápido
possível.

Aiden se sentou ao meu lado ficando entre mim e Noah.

— Por que não chama a Charlotte para se sentar conosco princesa?

Isso não me pareceu uma pergunta, estava mais pra uma ordem.

Quem ele pensa que é pra me dar ordens?!

— Tenho certeza que Charlotte prefere ficar onde está… então se me permitem eu já vou indo
rapazes.

E era isso que eu estava fazendo até Aiden segurar meu pulso me puxando novamente pra
cadeira, foi aí que eu entendi que não conseguiria sair dessa.
Frustrada me sentei e mandei uma mensagem pra Charlotte, que logo estava se sentando ao
meu lado.

— Olá rapazes.

Ela disse assim que se sentou.

Aiden estava me encarando intensamente enquanto todos retribuíam o cumprimento de Char.

E foi nesse momento que eu decidi finalmente encarar Aiden.

E também foi nesse momento que eu percebi que estava perdida.


CAPÍTULO 10

Aiden Torrance

Quando vi as mãos de Noah encima da Leblanc senti uma fúria tomar conta de mim.

Me encaminhei para a mesa o mais rápido que pude sem correr.

Acho que o Noah está querendo ter uma morte precoce.

Quem ele pensa que é pra por as mãos no que é meu?!

Ele sabe que a Leblanc é minha.

Sabe que não deveria tocar nela.

Ele também sabe o que acontece com quem meche no que é meu.

E é isso que a Leblanc é.

Ela é minha.

Noah deveria parar de provocar a minha raiva.

Assim que eu cheguei a mesa percebi a Leblanc ficar tensa.

E agora estamos em um silêncio incrivelmente desconfortável.

Era nesse momento que Noah deveria começar com suas piadinhas.

Mas ele só sabe fazer isso em momentos inconvenientes.

Acho que todos estavam sentindo o clima desconfortável.

Noah estava fazendo de tudo pra não me encarar nós olhos.

Charlotte está meio desconfortável por estar ali.

Grayson está quieto enquanto digita alguma coisa no celular, o que não é uma novidade já que
ele anda meio distante ultimamente.

James está encarando Noah com um sorriso convencido no rosto.

E a Leblanc… bom não tem muito o que dizer além de que ela está tensa ao meu lado.

Noah se levantou e sentou ao lado do James.

Ele encarou as garotas e deu um sorriso estranho – quando ele sorri desse jeito é por que vai
falar besteira – e depois me encarou como se estivesse medindo as consequências do que vai
fazer.
— Então Rose eu fiquei sabendo que você gosta de pintar, é verdade? — ela o encarou com
uma sobrancelha erguida, provavelmente pensando aonde ele quer chegar com tudo isso.

— É… gosto de pintar quando estou confusa com algo — ela esclareceu meio indecisa se
deveria dar essa informação ou não.

— E o que você pinta? — o encarou meio incerta.

— Em geral gosto de por meus sentimentos pra fora através da arte, normalmente é meio
difícil de se compreender — ela respondeu educada.

Noah sorriu novamente.

— Mas você gosta de pintar pessoas? — ele perguntou ainda mais interessado no assunto.

— Sim – ela disse simples.

Noah se mexeu colocando as mãos em cima da mesa ainda a encarando.

Ele já estava me irritando.

— Então está combinado — ele viu a confusão nos olhos de todo mundo e decidiu continuar a
falar — eu, Noah Clifford serei seu modelo na sua próxima aula de artes… é realmente uma
maravilha não?

Nesse momento senti meu olho tremer.

Um claro indício da minha irritação.

Eu encarei Noah.

E antes que a Rose tivesse a oportunidade de responder eu me pronunciei.

— Na verdade Noah, a Rose não precisa de modelos pra aula de artes — respondi tentando
conter a minha irritação.

Vi James segurar o riso.

E Noah parar de sorrir.

A Leblanc me encarou com uma fúria no olhar.

Sei que é por que eu falei no seu lugar.

Mas eu não consegui evitar.

Eu fiquei claramente com ciúmes.

Mas ela não pareceu ter percebido isso.

Mas porra é maior que eu.

Não consigo me controlar quando se trata dela.

Por que ela me tira do sério sem perceber.

Ela me deixa louco de ciúmes.

Ela me deixa louco em todos os sentidos.


Eu não consigo raciocinar quando ela está por perto.

Não consigo nem mesmo pensar com coerência.

E isso com certeza não é por que eu a odeio.

É por que Rose atraí as pessoas pra perto de si como um ímã.

Ela me atraí como mais ninguém já foi capaz de fazer um dia.

Ela me deixa como um maldito viciado.

Como se tudo que eu precisasse pra viver era um simples olhar dela.

Eu deveria odiá-la.

Porra.

Ela deveria me odiar.

Mas toda vez que aquele par de olhos azul céu me olham.

Eu me sinto como um puta sortudo.

Por que… porra ela é perfeita.

Completamente perfeita.

Quando ela está na luz do sol se parece com um anjo.

E como é que eu vou conseguir odiar um anjo?!

Eu deveria manter distância.

Mas é como se ela fosse o meu oxigênio.

Rose é a porra do meu oxigênio.

E eu só sinto vontade de me aproximar mais e mais.

Definitivamente esse jogo está começando a ficar realmente perigoso.

E eu não sei o quanto meu coração vai se ferir.

Por que mesmo que eu tente negar, a Leblanc roubou a porra do meu coração.

E ela tem que devolve-lo antes que nós dois saíamos feridos.
CAPÍTULO 11

Rose Elizabeth Leblanc

Lá estava eu novamente.

Eu sei que estou tendo um pesadelo.

Mas nunca consigo acordar desse pesadelo.

Pelo menos não até que o acidente aconteça.

Não até que eu veja como a minha mãe morreu.

Não até que eu perca os sentidos.

Eu sempre tenho esse pesadelo quase todas as noites.

E ela é tão vívido.

Eu odeio lembrar disso toda noite.

Mas sempre acaba quando eu vejo a minha mãe morta.

Eu e minha mãe estamos a caminho de casa.

Ela tinha acabado de me buscar na casa da Charlotte.

Eu estou pedindo pra que ela passe na sorveteria.

— Vai mamãe por favorzinho — ela continuava com os olhos na estrada enquanto negava com
a cabeça.

Eu sei que ela está irritada por que a mamãe sempre se irrita e briga comigo.

Por que ela diz que eu fui um erro.

Por que eu estraguei a vida dela.

Vi ela fechar as mãos em punhos, então decidi parar de insistir.

Por que se eu continuar falando ela vai me bater.

E o papai não está em casa hoje.

Papai está viajando.

E é quando o papai está viajando que os monstros vem.

Por que o papai não pode me proteger se estiver longe.

E se eu falar pra ele sobre os monstros, a mamãe vai ficar muito brava.
E aí os monstros vão vir com mais frequência.

E eu tenho medo.

Tenho muito medo.

Paro de pensar nisso quando o celular da mamãe toca.

Ela atendeu e colocou no viva voz.

Consegui ver o nome do papai na tela.

Ele sempre diz que eu sou uma criança inteligente e por isso eu já sei ler.

Mamãe pareceu ficar mais irritada.

— O que você quer Richard? — ela perguntou com uma voz irritante e alegre.

Eu sei que é tudo fingimento.

— Oi pra você também Lauren — ele disse com uma voz irritada — por que não me atendeu
quando eu te liguei mais cedo?

Mamãe fez uma careta.

— Eu estava ocupada com a sua filha.

Não sei por que mamãe diz isso.

Ela sempre se refere a mim como se eu não fosse filha dela.

— Olha eu não liguei pra discutir — papai respirou fundo — eu só quero que você saiba que eu
falei com o advogado e os trâmites do divórcio já estão prontos.

Vi a mamãe fazer uma cara feia.

— O que? Eu não vou assinar nada Richard — mamãe estava muito nervosa — e se você não
tirar essa ideia da cabeça eu vou fugir.

Ela ameaçou o papai.

— Você pode fugir, eu quero você longe de mim Lauren — vi a mamãe bater com força no
volante.

— Se isso acontecer eu vou levar a Rose comigo e você nunca mais vai vê-la — quando mamãe
falou isso senti meus olhos arderem, eu não quero ficar longe do papai.

— Não mamãe eu quero ficar com o papai — eu disse com a voz embargada pelo choro.

A mamãe me encarou e depois sorriu estranho como se estivesse louca.

— Ah Richard você ouviu isso? Ela não quer ficar longe de você — a mamãe continuava
sorrindo eu estava começando a ficar com muito medo.

— Lauren não encoste na Rose, ela não tem nada a ver com isso — o papai parecia nervoso.

Então eu falei.

— Papai quando o senhor volta? — eu disse ainda chorosa — eu não quero ficar longe do
senhor.
A mamãe me encarou com muita raiva.

— Viu Richard ela não quer ficar longe de você — ela começou a rir igual uma louca — mas se
você não vai tirar essa ideia ridícula de divórcio da cabeça dê adeus a sua princesinha.

Mamãe disse e o carro começou a ir mais rápido.

— Mamãe para por favor tá muito rápido.

Eu pedi tentando não chorar.

— Lauren para com isso eu não quero mais o divórcio… volta pra casa — o papai falou com
uma voz desesperada.

A mamãe ignorou e começou a ir mais rápido.

Eu já estava chorando muito.

— Dê adeus a sua princesinha Richard — ela disse.

— O que você vai fazer Lauren? — a voz do papai falhou, ele parecia estar correndo.

— Tarde demais querido e esse adeus é definitivo por que logo eu e Rose vamos estar mortas —
mamãe disse isso sorrindo.

— Papai eu não quero morrer — eu estava chorando muito.

O papai pareceu parar de correr.

— Eu te amo Rose, o papai te ama eu vou estar com você quando isso acabar — papai parecia
cansado — vai ficar tudo bem meu amor.

A mamãe desligou o telefone.

— Mamãe para por favor, eu tô com medo.

A mamãe não me escutou.

Ela continuou indo rápido.

Até que ela entrou em uma rua deserta.

Mas ela não diminuía a velocidade em momento algum.

Tinha uma luz muito forte vindo na nossa direção.

Era um carro.

A mamãe não queria parar o carro.

Eu consigo ver uma mulher no outro carro.

Ela era morena e parecia muito bonita.

Vi ela ficar assustada quando viu a gente.

A mamãe sorriu mais ainda.

A moça bonita do outro carro tentou sair do caminho.


Mas a mamãe bateu com tudo nela.

Eu lembro que o carro começou a girar.

Os vidros quebraram.

Deu pra ouvir o grito da moça bonita quando os carros bateram.

Eu estava com medo.

Quando o carro parou de girar, eu olhei pro lado e a mamãe parecia estar dormindo.

Eu estava sentindo muita dor.

Quando toquei na mamãe ela não acordou.

Então comecei a chamar por ela.

— Mamãe acorda — ela não respondia — mamãe eu quero ir pra casa.

Ela não respondeu de novo, então eu também dormi.

Quando acordei estava em um quarto totalmente branco.

Olhei para o lado e vi o papai.

— Papai — o chamei e ele me encarou com um sorriso grande no rosto.

— Rose que bom que acordou — ele fez uma pausa — eu estava tão preocupado!

Papai parecia realmente aliviado.

— Eu só dormi um pouquinho com a mamãe — o papai me encarou estranho — cadê a


mamãe? Ela me assustou e depois dormiu.

O papai me encarou como se não soubesse o que responder.

— Princesinha a sua mãe não está mais com a gente — papai disse e eu não entendi.

— Como? Ela dormiu junto comigo no carro depois que ele finalmente tinha parado de girar.

O papai continuava estranho.

— Querida a sua mãe não estava dormindo ela… morreu — papai só podia estar brincando.

Isso não podia ser real.

Acordei suada.

E percebi que estava chorando.

O pesadelo nunca tinha sido tão intenso assim.

E eu não lembrava que mamãe tinha feito tudo aquilo.

Aí meu deus.

Minha mãe matou aquela mulher?

Eu nunca tinha conseguido ver a mulher no outro carro.


Por que hoje foi diferente?

Eu só lembrava da luz me cegando e depois da sensação do carro estar girando.

Eu nunca tinha me lembrado de nada disso.

Eu só lembrava da luz me cegando.

O pesadelo sempre começava aí.

Mas a minha mãe tinha tentado me matar?

Deus.

Como eu não lembrava de nada disso?

Será que meu cérebro bloqueou as memórias ruins que eu tinha da minha mãe por causa do
trauma?

Eu só tinha lembranças felizes com a minha mãe.

Por que minha mente bloqueou a memória do acidente?

Será que ela apenas surtou ou ela já tinha me tratado daquele jeito antes?

Eu não me lembro.

Por que eu não me lembro?

Por que minha mãe surtou daquele jeito?

Ela parecia psicótica.

Como se fosse louca.

Deus será?

Eu preciso falar com o meu pai.

Mas ele só volta de viagem daqui duas semanas.

Acho que vou ter que esperar até lá.


CAPÍTULO 12

Aiden Torrance

Haviam se passado duas semanas desde a festa.

E minha mente ainda continuava viajando para o momento em que eu a beijei.

Já se passaram semanas e eu ainda não consegui esquecer nenhum dos seus toques.

Ainda continuo pensando em cada olhar que ela me deu naquela noite.

Porra.

É como se eu só conseguisse pensar nela.

E em tudo o que ela me faz sentir.

Mas hoje em especial ela me parece ansiosa.

Com o que eu ainda não sei.

Mas tentarei descobrir.

Ela ficou a semana inteira distante.

Como se estivesse tentando montar um quebra cabeça impossível.

Mas hoje ela parecia mais nervosa do que no resto da semana.

Eu também consegui notar sua cara de cansada como se não tivesse uma boa noite de sono a
dias.

Sei que deveria me manter distante.

Principalmente agora que eu notei que ela me atraí.

E me deixa parecendo um bobo apaixonado.

Mas é meio impossível manter distância quando ela parece tão preocupada com algo.

Sei que não é da minha conta.

Mas se esse assunto está deixando ela incomodada eu deveria saber do que se trata.

Afinal de contas ela é minha então se a envolve é da minha conta sim.

Com esses pensamentos me aproximo dela.

Tentando inutilmente me convencer de eu não estava preocupado com ela.

Lembre-se Aiden você a odeia.


Você odeia a Leblanc.

Assim me aproximei dela na mesa da biblioteca.

Ela estava tão distraída que nem notou quando eu me aproximei.

Ela estava sentada sozinha.

Já que eu havia encarregado Noah de levar a Charlotte daqui.

Não que ele vá fazer alguma coisa com ela.

Apenas foi acompanha-la até o refeitório e fazer companhia enquanto eu conversava com a
Leblanc.

Ela parecia concentrada na leitura que estava fazendo.

Me aproximei por trás tentando ver sobre o que ela estava lendo.

Ela estava com uma notícia aberta no notebook.

Era sobre um acidente.

Um acidente entre dois carros.

Um acidente que aconteceu 10 anos atrás.

Ela pareceu finalmente ter notado a minha presença.

E imediatamente fechou o notebook.

Acho que ela não queria que soubessem sobre o que estava pesquisando.

Chega a ser fofo o jeito como ela ficou nervosa.

Mas logo se recompôs.

Fingindo naturalidade.

A encarei estreitando os olhos na sua direção.

— Oi princesa… você parece um pouco nervosa, tá tudo bem? — disse enquanto me sentava
ao seu lado.

Ela me encarou meio desconfiada.

— Tudo sim, por que não estaria? — ela disse tentando disfarçar seu nervosismo sem sucesso
algum.

Ela nunca consegue disfarçar seus sentimentos pra mim.

Eu a conheço bem demais para saber que ela apenas tenta mascarar suas emoções como
forma de se proteger.

Ela estava me encarando meio nervosa.

Quase como se estivesse impaciente.

— Você que está toda nervosa como se estivesse escondendo alguma coisa — ela me encarou
meio hesitante e soltou um suspiro.
— Eu estou pesquisando sobre o acidente da minha mãe — ela respondeu e pareceu sincera.

Me endireitei na cadeira, ficando meio tenso.

— Por que está pesquisando sobre isso? — a pergunta saltou da minha boca antes que eu
pensasse no que deveria responder.

Ela me encarou e respirou fundo se preparando como se fosse me contar um segredo.

— Acontece que eu tenho sonhado com a noite do acidente — ela fez uma pausa e se inclinou
um pouco pra frente se aproximando mais de mim — eu sempre sonho com essa noite, o
pesadelo sempre começa quando a luz de um farol me cega e então os carros se chocam e aí
começa a capotar, o carro para após um tempo e eu consigo ver minha mãe de olhos fechados
como se estivesse dormindo, então eu me deixo levar pela escuridão desmaiando… e aí eu
sempre acordo.

Ela me encarou meio receosa se deveria ou não continuar sua explicação.

Eu confesso que estava meio nervoso.

Não fazia ideia de que ela estava no carro no dia do acidente.

— Pode continuar princesa — ela parecia estar tremendo um pouco então peguei sua mão –
prometo que vou ficar aqui.

Ela me deu leve sorriso.

— Só que na semana passada o pesadelo mudou — ela respirou fundo novamente e me olhou
nos olhos — ele começa antes da luz me cegar.

Ela parecia mais nervosa.


CAPÍTULO 13

Rose Elizabeth Leblanc

Eu não acredito que iria contar isso pra ele.

Tipo é o Aiden ele me odeia.

Eu devo ser muito trouxa.

Estou praticamente dando uma arma pra ele usar contra mim.

Mas meu coração acha isso tão certo.

Algo me diz que eu posso confiar nele.

E eu sei que pode ser uma escolha arriscada, mas eu não que pensar nisso agora.

Eu não contei sobre isso nem pra Charlotte.

Não por que eu não confio nela, mas por que eu não queria preocupar ela.

Então eu contei.

Contei tudo sobre o meu sonho.

Que era mais uma lembrança.

Contei que depois disso tenho me lembrado de momentos nem um pouco felizes que eu passei
com a minha mãe.

E que eu não conseguia dormir direito ultimamente.

Contei pra ele sobre a moça bonita.

Eu realmente gostaria de saber se ela está bem.

Ou se ela morreu.

Ele pareceu meio tenso quando falei sobre a moça bonita.

Mas não dei muita atenção a isso.

Deveria ser só impressão minha.

Fiquei meio surpresa quando me dei conta de que ele estava segurando a minha mão.

Aiden parecia realmente interessado no que eu tinha a dizer.

Ele parecia me apoiar mesmo que não dissesse nada.


— Sabe princesa você deveria tentar relaxar um pouco… tente não pensar muito nisso — ele
fez uma pausa me analisando — espere o seu pai chegar de viagem e pergunte sobre isso… até
lá vamos fazer coisas pra distrair a sua mente.

Ele disse enquanto se levantava e me puxava.

Sorri afinal não é todo dia que você desabafa com o cara que te odeia.

Ele parece realmente preocupado com você.

Ele saiu me arrastando pela mão depois que peguei minhas coisas.

Ele me levou até o refeitório e me obrigou a pegar comida.

Depois nós fomos até o terraço e passamos todas as aulas da tarde lá.

Definitivamente Aiden conseguia ser legal quando queria.

E eu acho que estou começando a gostar um pouquinho demais do Aiden.

E isso não é nem um pouco seguro.


CAPÍTULO 14

Aiden Torrance

Eu estou realmente surpreso.

Estou surpreso por que a Leblanc confiou em mim.

Ela me contou tudo o que se lembrava sobre o acidente da mãe.

E eu não fazia ideia de que ela estava no carro no dia do acidente.

O dia em que a mãe dela matou a minha.

Por que a minha mãe morreu naquele dia.

Por algo que não tinha nada haver com ela.

A Leblanc esclareceu todas as minhas dúvidas, que eu logicamente não contei a ela que tinha.

Ela me disse tudo.

E porra.

Eu estou com raiva.

Raiva da mãe da Leblanc.

Por ter tratado a Rose tão mal na infância.

Por ter matado a única pessoa que se importou cem por cento comigo.

A minha mãe não merecia isso.

E principalmente eu estou com raiva de mim.

Raiva de mim por ter tratado a Rose tão mal.

Raiva por que eu sei que magoei ela.

Quando na verdade ela era uma das maiores vítimas dessa história.

E simples assim a história estava se encaixando na minha mente.

Como um quebra-cabeça mais ainda faltam algumas peças pra estar completo.

E foi naquele momento que eu decidi que não lutaria contra o que eu sinto por ela.

Por que mesmo que eu tenha me forçado a negar isso todo esse tempo.

Eu estou apaixonado.
Estou apaixonado por Rose Elizabeth Leblanc.

Estou apaixonado pela garota que eu jurei que odiaria para sempre.

Tudo por que eu não sabia a história completa.

Bem a história completa eu ainda não sei.

Mas por enquanto é o suficiente.

É o suficiente pra eu me aproximar dela sem culpa.

E agora mais do que nunca ela será minha.

Por que eu desejo que seja assim.

E no fundo ela corresponde o meu desejo na mesma intensidade.

Pode ser meio difícil para ela aceitar tudo isso.

Até por que alguns dias atrás eu jurava que a odiava com todas as minhas forças.

Mas eu sempre consigo o que eu quero.

E acredite Rose já é minha a mais tempo do que ela possa sequer imaginar.

Isso é realmente um jogo muito perigoso.

Por que Rose tem o poder pra me ferir mais do que qualquer pessoa seria capaz de fazer.

Por que quando você se apaixona suas barreiras de defesa desmoronam e você fica exposto.

E fica torcendo pra ser recíproco.

Por que dizem que um coração partido dói mais do que qualquer outra coisa.

É por isso que devo ser cauteloso a partir de agora.

Mas a maldita Leblanc não sai da minha cabeça.

Ela ocupa todos os meus pensamentos.

E eu preciso da presença dela por perto para só assim meus pensamentos se acalmarem.

Preciso ter a certeza de que ela está bem.

Por que eu preciso dela mais que tudo nesse mundo.

Eu preciso dela mais do que preciso de oxigênio.

E eu preciso de qualquer migalha que eu possa ter dela para ficar bem.

Eu devo ser um maldito possessivo.

Mas não consigo evitar ser assim com ela.

Ok… eu preciso acalmar minha mente tenho que resolver uma coisa de cada vez.

Primeiro irei falar sobre o acidente com o meu pai.

Quero que ele me conte tudo que sabe.


E então eu irei finalmente me aproximar da Leblanc.

É me parece um bom plano.

CAPÍTULO 15

Aiden Torrance

Depois de um dia cheio chego em casa e vou direto para o meu quarto.

Meu pai ainda não chegou então vou relaxar até que ele chegue.

Depois de meia hora mais ou menos escuto um barulho no andar de baixo.

Deve ser umas 19:30 da noite.

Está um clima bem agradável lá fora.

Vou esperar até o jantar para falar com o meu pai e tirar todas as minhas dúvidas.

E aí poderei ter a Leblanc pra mim.

Eu preciso parar com esses pensamentos com urgência.

Assim até parece que eu não consigo me imaginar sem ela.

Bom fiquei mais um tempinho no quarto e resolvi descer pra sala de jantar.

Meu pai já estava sentado em sua cadeira na cabeceira da mesa como de costume.

Logo vieram servir o jantar.

Que era bife à milanesa.

Meu pai parecia bem concentrado em alguma coisa no celular.

Provavelmente deve ser alguma mulher que ele está saindo.

Resolvi tirar ele do seu mundinho soltando uma tosse falsa.

Ele me encarou e guardou o celular.

— O que você quer Aiden? — ele foi direto, o que é ótimo já que eu odeio enrolação.

— Quero saber tudo sobre o acidente da mamãe — respondi sem rodeios.

Meu pai ficou surpreso por alguns segundos, mas logo se recuperou.

— Antes eu posso saber o por que dessa curiosidade só agora? — ele respondeu fingindo
tranquilidade.

Não posso negar meu pai me conhecia bem.

E como eu nunca demonstrei muito interesse nesse assunto ele deduziu que devia ter um
motivo por trás.
De fato William era um homem perspicaz.

— Não nem um motivo específico pra minha curiosidade — disse simples — acontece que eu
sempre quis saber mais sobre isso.

E eu não estava mentindo, só ocultando alguns detalhes.

Ele me encarou com seriedade por alguns segundos e suspirou.

— Ok, já que é assim vou te contar tudo o que sei — ele disse desviando o olhar para o prato
de comida.

Fiquei em silêncio esperando que ele continuasse com a história.

— Sua mãe sempre foi uma mulher teimosa, ela não gostava que colocassem regras para si…
no dia do acidente sua mãe havia brigado com uma funcionária por não concordar com algo
que ela fez, — ele fez uma pausa, sei que estava sendo doloroso pra ele reviver isso — você
sabe que sua mãe sempre foi um pouco sentimental. Então quando você ligou pra ela um
pouco depois disso pedindo pra que ela buscasse você na casa do James por ter se machucado
ela saiu em disparada de casa dizendo que o bebê dela precisava de cuidados.

Ele parou de falar enquanto dava um sorriso se lembrando da cena.

— Naquele dia estava chuvoso e as estradas escorregadias, mas ela não quis esperar a chuva
passar pra ir buscar você — ela fez mais uma pausa como se estivesse buscando fôlego pra
contar o resto — não sei ao certo o que aconteceu depois que ela saiu, mas quando ela estava
próxima a casa do James ela resolveu pegar um atalho, e foi naquela rua em que um carro
bateu nela, Lauren Leblanc estava dirigindo o outro carro. Sua mãe tentou sair da estrada pra
evitar o impacto, mas Lauren a acertou com tudo, o carro da sua mãe saiu da estrada girando e
bateu em uma árvore. O lado do motorista levou todo o impacto, Victoria morreu na hora. E
Lauren também, a única pessoa que sobreviveu foi Rose a única filha dos Leblanc, depois disso
Richard e eu fizemos de tudo para abafar o caso ele por que não queria que a história de que a
esposa era louca vazasse na mídia, e eu por que não queria que nós fossemos expostos desse
jeito na mídia, já foi difícil o suficiente ter que te explicar que sua mãe não voltaria pra casa
conosco ou que ela não poderia ficar com você quando sentisse medo.

Meu pai terminou de contar a história e eu me encontrava em choque.

— Bom agora que eu esclareci suas dúvidas vou para o meu quarto enquanto você tenta digerir
tudo meu filho — ele terminou de dizer e se retirou.

Eu ainda estava paralisado demais pra responder algo.

Minha mãe só saiu de casa por que eu tinha me machucado.

Por que havia pedido para ir pra casa.

Por que eu não pensei na chuva que caia lá fora.

Minha mãe morreu por que Lauren Leblanc era louca.

Por que tudo tinha que ser desse jeito?

Eu deveria ter me preparado melhor antes de perguntar ao meu pai.

Eu deveria, mas não foi isso que eu fiz.


Por que eu subestimei o quanto tudo aquilo poderia me afetar.

E eu pressionei o meu pai pra falar de uma ferida que ainda cicatrizando.

Por que meu pai amava a minha mãe mais que tudo, e dava pra ver isso pelo modo como ele
olhava pra ela.

E o sentimento era recíproco.

E minha mãe me amava.

Ela me amava mais do que amava a própria vida.

Fiquei tão preso em meus pensamentos que não notei quando começou a chover lá fora.

Apenas me levantei e fui até o meu quarto.

Precisava dormir pra processar tudo o que havia acontecido nas últimas 24 horas.
CAPÍTULO 16

Rose Elizabeth Leblanc

Três.

Se passaram três dias desde o meu desabafo com o Aiden.

E desde então nós nos aproximamos bastante.

Agora Charlotte e eu sempre sentamos com eles no tempo livre.

E eu descobri que Noah não é só um idiota, as vezes ele pode ser bem legal até.

Já o James é tipo o amigo que ameniza as situações por assim dizer.

Grayson é na dele, ele passa mais tempo no celular do que interagindo.

E o Aiden é o tipo de garoto que você tem sorte de encontrar, claro que isso é quando ele não
está te odiando.

Mas quando não está é uma ótima pessoa e eu até arriscaria dizer que ele seria um ótimo
namorado.

Não que eu veja ele dessa forma.

Afinal ele não deve nem me imaginar dessa forma.

Mas ele te beijou. Uma voz irritante diz na minha mente, mas faço questão de ignorar esses
pensamentos.

Cara eu deveria parar de pensar nisso.

Hoje tem mais uma festa e a Charlotte e o Noah me convenceram a ir.

Nesse momento eu estou completamente indecisa.

Vestido vermelho ou preto?

Argh… é difícil escolher, mas na dúvida vou no vermelho.

Ele é um modelo de alcinha que vai até o meio da coxa, ele com certeza é lindo.

Comprei ele por puro consumismo, mas acho que no final valeu apena.

Depois de me maquiar e passar um batom vermelho.

Eu diria que fiquei linda.

É com certeza eu fiquei linda.


Depois de pronta mando mensagem para a Charlotte, mas ela disse que não vai poder vir me
buscar.

Antes de responder escuto uma buzina.

Acho que ela chamou um Uber.

Eu devo ter ficado com a maior cara de tacho ao ver Aiden Torrance parado do lado de fora do
carro me esperando.

Ok... ele fica lindo com aquela jaqueta de couro e o sorriso convencido.

Acho que ela percebeu que eu estava de boca aberta o encarando.

O sorriso dele aumentou enquanto caminhava na minha direção.

— Você está linda princesa — ele diz enquanto pega minha mão pra eu dar uma voltinha —
com certeza vai ser a garota mais bonita de festa Leblanc.

Sorri pra ele.

— Uma pena que eu não posso dizer o mesmo sobre você — provoquei só pra ver a reação
dele.

Ele se aproximou ainda mais de mim.

— Nem você acredita nisso princesa, afinal você estava me comendo com os olhos até agora
pouco — não acredito que ele percebeu eu achei que estava sendo discreta — sabe Leblanc o
seu rosto é muito expressivo então não tem como você dizer que é mentira minha.

Ele sabe que venceu esse partida, por isso está sorrindo feito um idiota.

Cruzo meus braços na frente do meu corpo e faço um bico extremamente infantil.

Ele me encara mais perto ainda e sorri quando percebi que eu fiquei corada.

— Você está parecendo uma criança birrenta agora — ele sorriu mais ainda.

Bati o meu no chão e o encarei de novo.

— Não estou não… é você que está sendo inconveniente — antes que eu possa reagir ele
aperta minha bochecha.

— Princesa você é muito fofa quando está emburrada — ele me provoca e eu faço um bico
novamente.

— Se você fizer esse bico de novo eu vou desmanchar ele com um beijo — quando ele faz isso
eu desmancho o bico automaticamente e dou um passo pra trás.

— Você tá muito assanhado Torrance… se continuar com essa gracinha vou achar que você
quer mesmo me beijar — sorrio, pois sei que ele não vai querer.

Mas ele simplesmente deu um passo frente com um sorriso que mostrava suas covinhas lindas.

— E se eu quiser beijar você princesa? — ele sorriu cínico.

— Então você deveria me beijar — ele ficou surpreso, mas logo se aproximou novamente.
— Tem certeza? Por que eu vou borrar o seu batom vermelho — ele estava tentando me deixar
constrangida.

Então apenas dei um passo a frente e passei minhas mãos pela nuca dele e selei os nossos
lábios.

Ele pareceu surpreso no início mais logo segurou minha cintura com uma das mãos e levou a
outra até a minha nuca.

Aiden sabia beijar como ninguém.

Ele tinha gosto de menta e whisky.

Era uma combinação estranhamente gostosa.

Ele me puxou pra mais perto, aprofundando ainda mais o beijo.

Mas logo a falta de ar se fez presente e tivemos que nos separar.

Eu deveria beijar ele mais vezes.

Deveria ser até pecado andar com um homem desses e não beija-lo.

Aiden ainda me encarava atentamente como se estivesse esperando uma repreensão.

Apenas o beijei de novo por que eu não sou de ferro.

Será que ele percebia o poder que tinha sobre mim?

Ou ele estava se fazendo de sonso ou gostava de me ver sem jeito.


CAPÍTULO 17

Aiden Torrance

Porra.

Não acredito que ela me beijou.

Lógico que eu queria isso, mas não achei que ela fosse realmente tomar a iniciativa.

Como ela beija bem.

Assim que nos separamos ela está sem fôlego.

Ela me encara com as bochechas um pouco coradas e sorri.

Retribuo o sorriso.

Seguro na mão dela e saiu a levando até o meu carro.

Ela parece meio entorpecida.

A coloco no banco do passageiro e coloco o cinto nela, e não resisto deixo um selinho nos seus
lábios.

Dei a volta e dirigi em direção a festa.

A Leblanc ainda continua em silêncio.

Cara se ela continuar desse jeito vou começar a pensar que eu tenho um beijo ruim.

— É sério que você vai continuar em silêncio depois de eu te dar o melhor beijo da sua vida
princesa? — ela se virou pra mim com os olhos azuis mais escuros que o de costume.

— Você é tão convencido Aiden — ela sorri enquanto responde minha provocação — deveria
parar com isso.

Ela ainda tinha um sorriso sarcástico no rosto.

— Isso o que princesa? — perguntei ainda concentrado na estrada.

— Essa sua pose de quem se acha o melhor de todos — ela responde simples.

— Tem algo que você tem que aprender sobre mim Leblanc — eu disse sorrindo.

— E o que seria? — ela parece realmente curiosa.


— Que eu não me acho melhor que os outros princesa, eu simplesmente sou melhor que
todos eles — disse só pra provocar ela.

Rose não gostou muito do que eu disse por isso apenas me ignorou.

— Chegamos princesa — Digo descendo do carro.

Ela desci logo depois e me encara.

— Por favor Aiden sem demonstrações de como eu sou “sua” hoje por favor — ela diz ainda
sem me encarar.

Passo meu braço por cima dos ombros dela.

— Relaxa princesa eu deixei bem claro na festa passada, eles não vão nem chegar perto de
você — digo andando até a porta da casa e a levando junto comigo.

— E se alguém chegar perto de mim? Você não pode fazer nada, já que eu e você não temos
nenhum tipo de relacionamento — cara ela gosta de me provocar.

Sorrio pra ela e passo pela porta da frente ainda a segurando pelos ombros.

— Aí eu vou fazer isso aqui — digo a puxando pra mim e a beijando.

Ela retribui o meu beijo, mas logo a maldita falta de ar vem e tenho que para o beijo.

— Você é tão idiota — fingi uma voz irritada mas sei que ela não está realmente irritada, já que
está até sorrindo pra mim.

— Mas você gosta Leblanc — a provoco e saiu com ela em direção ao bar.

Essa noite com certeza vai ser interessante.


CAPÍTULO 18

Rose Elizabeth Leblanc

Hoje meu pai finalmente vai chegar de viagem.

Confesso que estou um pouco ansiosa pra chegada dele.

Eu quero saber de tudo sobre o acidente.

Eu pesquisei muito e não encontrei nada sobre o acidente.

Certamente meu pai ocultou tudo da mídia.

Escuto uma buzina do lado de fora da casa.

Sei que é o Aiden já que ele ficou de me buscar.

Ele vai me levar pra casa dele pra fazermos um trabalho de história.

Desci as escadas apressada e sai de casa, tendo uma visão bem agradável.

Aiden estava apoiado no seu carro com sua típica pose marrenta, ele estava todo de preto.

Esse cara com certeza deve ser uma das 7 maravilhas do mundo por que não é possível alguém
ser tão lindo assim.

Assim que chego perto ele me puxa pra si e me dá um selinho.

Tenho que admitir que só estamos assim por causa da festa, ele passou literalmente a festa
inteira comigo.

Diria que foi como um empurrão para que ficássemos mais próximos.

Quem nos vê assim nem imagina que algumas semanas atrás ele me odiava.

As coisas realmente mudaram da água para o vinho.

Quando chegamos a enorme mansão que ele chama de casa, que com certeza é maior que a
minha.

Nós entramos e Aiden me leva até o seu quarto pra fazermos o trabalho.

Na verdade ele só chegou e se deitou na cama.

Um folgado mesmo.
Mas eu não vou fazer esse negócio sozinha não.

Me sentei na cadeira que tinha pra escrivaninha dele e me virei na direção do Aiden.

Que estava lindo com um dos braços cobrindo os olhos.

— Aiden se você acha que eu vou fazer esse negócio sozinha você está muito enganado, então
levanta logo daí — digo soando um pouco irritada.

Ele me encarou e sorriu, cara e que sorriso.

— Calma princesa abre o meu notebook aí — ele diz num tom sarcástico.

Me viro pra escrivaninha dele e abro o notebook.

O trabalho estava literalmente pronto.

Não acredito que ele fez o trabalho sozinho.

— Bom agora que você viu que não precisamos nos preocupar com trabalho deita aqui que eu
vou por um filme — ele disse tudo na maior naturalidade do mundo.

Não acredito que ele fez o trabalho inteiro só pra assistir filme comigo.

Ainda meio hesitante me deito ao seu lado na cama.

— O que nós vamos assistir? — perguntei só por curiosidade.

Ele pareceu pensar, e logo depois me puxou pra perto dele, e passou um dos braços pela minha
cintura.

Fiquei meio sem reação.

— Relaxa princesa, nós só vamos assistir um filme — ele disse tranquilo.

Eu resolvi seguir o seu conselho e relaxar.

Passamos boa parte da tarde lá, deitados e assistindo filmes.

Foi bem relaxante, mas já está na hora de eu voltar pra casa.

Aiden está tentando me persuadir a ficar, mas ele não vai conseguir dessa vez.

Tenho assuntos importantes pra tratar com o meu pai.

— Já disse que não vou ficar Aiden, tenho assuntos pra tratar com o meu pai — digo e ele me
encara com uma carinha pidona, mas eu não vou cair nessa.

Ele suspira depois de perceber que não vai conseguir nada.

— Tá bom, vem eu vou te levar em casa — ele diz enquanto se levanta.

Mas eu paro no lugar quando vejo a foto de uma mulher na parede do quarto do Aiden.

Não segurei a minha curiosidade, a mulher era tão linda.

— Quem é essa? — pergunto.

Ele me encara e fica tenso de repente, mas depois suspira e sorri.


— É a minha mãe — ele diz simples — ela morreu em um acidente de carro.

Fiquei em choque, mas aquela mulher me era familiar.

— Poxa, sinto muito Aiden — ele sorriu pra mim.

— Ela morreu quando eu tinha sete anos… tá tudo bem falar dela — ele disse, mas eu sei que
ainda é doloroso pra ele.

Sorri pra ele e peguei sua mão o puxando pra fora.

— Bom vamos logo — ele me encarou por um tempo e de pois sorriu, era um sorriso de
verdade.

Depois de mais ou menos dez minutos nos chegamos na minha casa.

— Tchau Aiden te vejo amanhã — me despeço dele.

Mas antes que eu saísse do carro ele me puxa e me dá um beijo de despedida.

— Agora sim. Tchau Leblanc — ele disse com um sorriso.


CAPÍTULO 19

Rose Elizabeth Leblanc

Assim que entrei em casa percebi que meu pai já havia chegado.

Resolvi ir direto para o meu quarto, pra tomar um banho relaxante.

Vou deixar para falar com o meu pai na hora do jantar.

Depois de tomar um banho bem relaxante, coloquei um vestido soltinho e desci para o jantar.

Meu pai já estava no seu lugar de costume.

Me aproximei e o cumprimentei com um abraço.

— Oi papai… como foi a sua viagem? — pergunto tentando parecer casual.

Vou deixar pra perguntar sobre o acidente mais tarde.

— Sim querida, deu tudo certo — ele fez uma pausa, parecia meio hesitante — como foi por
aqui?

O encarei pensando se deveria ou não perguntar agora.

Bom é como dizem quem não arrisca não petisca.

— Então pai é que eu tive um pesadelo que é mais uma lembrança — ele me encarou
atentamente — é que eu me lembrei da noite do acidente em que a mamãe morreu.

Ele me encarou meio preocupado.

Então resolvi continuar.

— Eu me lembrei de quando o senhor ligou pra mamãe até o momento em que eu desmaiei, e
eu quero saber mais sobre o acidente, quero saber que tipo de doença mental minha mãe
tinha, e eu também quero saber quem foi a mulher em que a mamãe bateu o carro e se ela
morreu ou sobreviveu — meu pai me encarava meio abismado com tudo o que eu disse.

Ele respirou fundo e voltou seu olhar para o prato de comida.

— Ok… eu vou te contar tudo o que quiser saber sobre isso — ele fez uma pausa — bom a sua
mãe não tinha transtorno de bipolaridade, bom o acidente foi abafado graças a influência dos
Leblanc e dos Torrance.. — o interrompi quando escutei o sobrenome dele.

— Espera como assim Torrance? — perguntei desesperada.


— Victoria Torrance foi a mulher que a sua mãe atingiu com o carro — ele disse e meu mundo
pareceu parar — e William não queria expor o filho daquele modo, por isso concordamos em
abafar o caso.

Eu me levantei da mesa com pressa.

— Certo, obrigada por contar isso me ajudou bastante com as minhas dúvidas — fiz uma pausa
— boa noite papai.

Me virei e corri até o meu quarto.

As informações estavam me deixando louca.

Então a mulher que a minha mãe matou era Victoria Torrance, mãe do Aiden.

É por isso que ele disse que me odiava.

Foi por isso que ele me odiou por todo esse tempo.

E a única coisa que me vem a mente agora é que ele só ficou comigo como forma de se vingar.

Não ele não pode ter sido tão insensível a esse nível.

Ele não é assim.

Mas ele disse que te odiava e de repente está te amando isso é suspeito aquela voz chata
sussurra na minha mente.

Será que ele seria capaz de ir tão baixo a ponto de ferir os sentimentos das pessoas?

Eu realmente não quero acreditar que ele seria capaz disso.

Uma parte de mim tenta se convencer de que Aiden não faria isso comigo.

Mas ele mesmo disse uma vez.

“Ok olhando por esse lado eu realmente posso soar meio confuso as vezes, mas a única
verdade é que eu te odeio, o resto das minhas atitudes você não precisa entender princesa”

Eu deveria ter prestado mais atenção no que ele dizia.

Eu estava me entregando como uma menina boba e apaixonada.

Sem notar nenhuma das manipulações dele.

Aiden Torrance com certeza é um babaca, idiota e… e todo o resto.

Eu deveria ter notado isso antes.

Porra.

Agora eu estou chorando igual uma garotinha assustada por que perdeu seu brinquedo
favorito.

Mas não vai ficar assim.

Ele não vai conseguir me enganar de novo.

Eu não sou uma garotinha indefesa e ele não pode e nem vai conseguir me ferir.
Eu sou uma Leblanc afinal.

Nós não nos rebaixamos.

Não deixamos que nossos inimigos vençam.

E principalmente nós não quebramos.

Aiden pode tentar me quebrar, e eu vou me mostrar mais forte a cada tentativa que ele fizer
pra me rebaixar.

Eu não vou quebrar.

Eu não vou quebrar.

Eu não vou quebrar.

Repito isso como se fosse um mantra.

Eu sou forte e consigo muito bem lidar com garotos que não tem o mínimo de noção.

Eu sou Rose Elizabeth Leblanc e não vou deixar que Aiden Torrance me quebre.

E eu não vou fraquejar diante dele.

Isso eu juro.
CAPÍTULO 20

Rose Elizabeth Leblanc

Passei a noite em claro.

Não consegui dormir direito sabendo que o que Aiden e eu vivemos foi uma mentira.

Eu ainda não quero acreditar nisso.

Mas foi exatamente isso que aconteceu.

Eu vou fazer ele se arrepender.

Só não sei como ainda, mas vou descobrir.

E Aiden Torrance vai pagar.

Me arrumei para ir a escola como sempre, mas hoje passei maquiagem pra esconder as
olheiras.

Depois de um tempo a Charlotte chegou.

Eu disse tudo a ela no caminho.

Ela ficou não surpresa quanto eu.

E disse que ele era um babaca idiota.

É por isso que a Char e eu combinamos tanto, nós pensamos parecido.

Antes de fazer ele pagar, irei confrontar ele.

Por que eu quero escutar tudo que ele tem pra me dizer.

Quero ver se ele ainda vai mentir.

Se ele vai ter coragem de mentir pra mim.

Vou deixar ele me explicar as coisas do jeito que ele as enxerga.

E aí sim vou me distanciar e me vingar.

Por que vai ter retaliação.

Assim que nós chegamos na escola nos separamos, já que nossos horários são diferentes.
Depois de algumas aulas entediantes e intervalo finalmente chegou.

Saí da sala de aula indo diretamente em direção ao terraço.

Eu precisava de ar fresco.

Quando cheguei lá me senti imediatamente mais leve e relaxada.

Fiquei lá por um tempo apenas observando a vista.

Até que eu fui tirada do meu momento de paz.

Senti alguém me abraçando por trás.

Eu sei quem é, afinal esse perfume é inconfundível.

Realmente único.

Por mais que ele tivesse um abraço reconfortante, eu precisava me afastar.

Ele me encarou meio estranho quando me separei do abraço.

— O que foi princesa? — ele pergunta meio confuso.

Me afasto um pouco dele.

— Não me chame assim — ele pareceu ainda mais perdido.

Ele estava se aproximando de novo, por isso coloquei minhas mãos na frente do meu corpo, e
ele parou imediatamente.

— Eu fiz algo que não te agradou? — ele parecia meio aflito.

Respirei fundo.

— Quando você pretendia me contar? — perguntei com medo da resposta que receberia.

Ele pareceu ainda mais perdido do que nunca.

— Do que você está falando? — ele perguntou.

Até quando ele vai se fazer de santo?

— Estou falando de quando você ia me contar que a minha mãe matou a sua — ele pareceu
raciocinar.

— Ah… então você descobriu sobre o acidente — ele murmurou meio perdido.

Bufei impaciente, até quando ele vai continuar brincando com a minha cara?

— Sim… eu descobri ontem, mas eu quero ouvir você me dizendo por que está fazendo todo
esse teatro — ele parou de murmurar e me encarou mais confuso ainda.

— Por Deus Leblanc… do que é que você está falando? — ele me encarou e depois fez uma
pausa — você está com raiva de mim por não ter te contado sobre o acidente é isso? — ele
disse como se tivesse encontrado uma solução para o problema.

— Não Aiden eu não estou com raiva por você não ter me contado sobre o acidente — fiz uma
pausa tentando me acalmar — estou com raiva por você estar brincando com os meus
sentimentos.
Ele me encarou como se eu tivesse dito a coisa mais idiota do mundo.

— Ah entendi. Você acha que eu estou te usando para me vingar por sua mãe ter causado a
morte da minha mãe — ele me encarou e por um instante eu pude ver mágoa nos olhos ônix
que eu tanto adoro — eu achei que você me conhecesse melhor do que isso — ele começou a
se afastar.

Andei até ficar um pouco mais perto dele.

— Acontece Aiden que eu não te conheço, por que em um dia você diz que me odeia e no
outro você está tentando me conquistar — eu disse o que estava entalado no meu peito faz
tempo — e eu realmente não sei o que pensar… você diz que me odeia, mas no mesmo
instante diz que eu sou sua — ele chegou mais perto ainda de mim.

— Acontece Leblanc que eu nunca faria isso com você… por que mesmo enquanto eu dizia que
te odiava você continuava invadindo os meus pensamentos e a cada vez que eu te via tinha que
me lembrar que eu te odiava, por que você penetra todas as minhas defesas sem fazer o
menor esforço, por que você veio de fininho e roubou a porra do meu coração, e ele só bate
desse jeito por você — ele me puxou pra perto e colocou a minha mão encima do seu coração,
estava acelerado.

Eu ainda estou tentando raciocinar tudo que ele disse.

— Por que eu sou obcecado por você, eu respiro por você, e principalmente por que eu estou
completamente apaixonado por você Rose Elizabeth Leblanc — ele fez uma pausa me
encarando — mas se você não quiser acreditar em mim tudo bem eu não vou te forçar a nada,
e é por isso que eu vou sair por aquela porta e se você não me impedir eu vou entender que
você não sente o mesmo e vou te deixar em paz… prometo que não te procuro mais e nem
chego perto de você — ele solta a minha mão e começa a andar em direção a porta.

Eu estou parada e completamente em choque.

Eu estou em choque por que o cara por quem eu me apaixonei sente o mesmo.

Por que se eu não para-lo ele vai entender que eu não sinto o mesmo.

Mas a única coisa que eu consigo fazer agora é chorar.

Chorar por ter desconfiado dele.

Por ter o acusado sem nem ao menos perguntar como ele se sentia.

Ele já está quase na porta.

— Aiden — digo, mas acho que ele não escutou — AIDEN — dessa vez eu grito.

Vejo ele se virar pra mim e corro até os braços dele.

Onde eu me sinto segura como se nada no mundo pudesse me atingir.

— Não vai por favor, eu não sei o que fazer sem você — respiro fundo tentando secar minhas
lágrimas que insistem em cair.

— Eu não vou princesa — ele diz tentando me tranquilizar.

Respiro fundo depois de me acalmar e o encarou novamente.


— Me desculpa se eu ti ofendi Aiden… é que quando eu soube sobre o acidente, eu pensei que
o único motivo pelo qual você está comigo era para se vingar — faço um pausa — eu sei que
foi um pensamento idiota, prometo que não vou mais tirar conclusões sem antes falar com
você — ele me abraçou de novo.

— Tá tudo bem princesa… se isso te faz sentir melhor até eu me sentiria desconfiado se isso
acontecesse, prometo que vou te contar as coisas a partir de agora — ele acaricia meu rosto e
me beija.

E foi aí que eu percebi que não importa o que aconteça eu tenho o Aiden e ele vai estar sempre
comigo.

Mesmo depois de toda a dor.

É como dizem depois da chuva vem o arco-íris.

E foi nesse momento que a ficha caiu, Aiden Torrance é meu e eu sou dele.

Por que nós nos completamos.

Somos diferentes é isso que nos torna bons juntos.

Foi por isso que eu decidi ama-lo com cada célula do meu corpo.

E foi assim que eu me apaixonei por Aiden Torrance ele não é bem um príncipe encantado, mas
eu não poderia pedir alguém melhor.

Por que ele é o meu laço sombrio.

E mesmo depois de toda a dor ele vai continuar sendo o meu amor.

Fim

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