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TESTE – PORTUGUÊS, 5.

º ano
Escola: ______________________________________________________________

NOME: TURMA: N.O:

GRUPO I

PARTE A

Lê o texto de Sophia de Mello Breyner Andresen.

Joana tinha nove anos e já tinha visto nove vezes a árvore do Natal. Mas era
sempre como se fosse a primeira vez. Da árvore nascia um brilhar maravilhoso
que pousava sobre todas as coisas. Era como se o brilho de uma estrela se
tivesse aproximado da Terra. Era o Natal. E por isso uma árvore se cobria de
5 luzes e os seus ramos se carregavam de extraordinários frutos em memória da
alegria que, numa noite muito antiga, se tinha espalhado sobre a Terra.
E no presépio as figuras de barro, o Menino, a Virgem, São José, a vaca e o
burro, pareciam continuar uma doce conversa que jamais tinha sido
interrompida. Era uma conversa que se via e não se ouvia.
10 Joana olhava, olhava, olhava.
Às vezes lembrava-se do seu amigo Manuel.
Um dos primos puxou-a por um braço.
— Joana, ali estão os teus presentes.
Joana abriu um por um os embrulhos e as caixas: a boneca, a bola, os livros
15 cheios de desenhos a cores, a caixa de tintas.
À sua volta todos riam e conversavam.
Todos mostravam uns aos outros os presentes que tinham tido, falando ao
mesmo tempo.
E Joana pensava:
20 — Talvez o Manuel tenha tido um automóvel.
E a festa do Natal continuava.
As pessoas grandes sentaram-se nas cadeiras e nos sofás a conversar e as
crianças sentaram-se no chão a brincar.
Até que alguém disse:
25 — São onze horas e meia. São quase horas da missa. E são horas de as
crianças se irem deitar.
Então as pessoas começaram a sair.
O pai e a mãe de Joana também saíram.

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— Boa noite, minha querida. Bom Natal — disseram eles.
30 E a porta fechou-se.
Daí a um instante saíram as criadas.
A casa ficou muito silenciosa. Tinham ido todos para a Missa do Galo, menos
a velha Gertrudes, que estava na cozinha a arrumar as panelas.
E Joana foi à cozinha. Era a altura boa para falar com a Gertrudes.
35 — Bom Natal, Gertrudes — disse Joana.
— Bom Natal — respondeu a Gertrudes. Joana calou-se um momento. Depois
perguntou:
— Gertrudes, aquilo que disseste antes do jantar é verdade?
— O que é que eu disse?
40 — Disseste que o Manuel não ia ter presentes de Natal porque os pobres não
têm presentes.
— Está claro que é verdade. Eu não digo fantasias: não teve presentes, nem
árvore do Natal, nem peru recheado, nem rabanadas. Os pobres são os pobres.
Têm a pobreza.
45 — Mas então o Natal dele como foi?
— Foi como nos outros dias.
— E como é nos outros dias?
— Uma sopa e um bocado de pão.
— Gertrudes, isso é verdade?
50 — Está claro que é verdade. Mas agora era melhor que a menina se fosse
deitar porque estamos quase na meia-noite.
— Boa noite — disse Joana. E saiu da cozinha.
Subiu a escada e foi para o seu quarto. Os seus presentes de Natal estavam em
cima da cama. Joana olhou-os um por um. E pensava:
55 — Uma boneca, uma bola, uma caixa de tintas e livros. São tal e qual os
presentes que eu queria. Deram-me tudo o que queria. Mas ao Manuel ninguém
deu nada.
E sentada na beira da cama, ao lado dos presentes, Joana pôs-se a imaginar o
frio, a escuridão e a pobreza. Pôs-se a imaginar a Noite de Natal naquela casa que
60 não era bem uma casa, mas um curral de animais.
«Que frio lá deve estar!», pensava ela.
«Que escuro lá deve estar!», pensava ela.
«Que triste lá deve estar!», pensava.
E começou a imaginar o curral gelado e sem nenhuma luz onde Manuel
65 dormia em cima das palhas, aquecido só pelo bafo de uma vaca e de um burro.
— Amanhã vou-lhe dar os meus presentes — disse ela. Depois suspirou e
pensou:
«Amanhã não é a mesma coisa. Hoje é que é a Noite de Natal.»
Sophia de Mello Breyner Andresen, A Noite de Natal, Figueirinhas

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Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. Numera as afirmações seguintes, de acordo com a ordem dos acontecimentos


narrados.
Segue o exemplo.

a) Joana observava o presépio junto à árvore de Natal. 1


b) A menina verificou pela segunda vez os presentes que tinha recebido.
c) Joana decidiu que ia dar os presentes ao amigo naquela noite.
d) A determinada altura, alguém disse que era a hora da missa.
e) Sozinha no quarto, Joana pensou no amigo Manuel.
f) A menina perguntou à Gertrudes se o Manuel não tinha presentes.
g) Um dos primos puxou Joana pelo braço para ir ver as prendas de Natal.
h) Os pais de Joana saíram.

2. No início do texto, é descrita a árvore de Natal da família de Joana. Completa o


quadro, com base na informação do primeiro parágrafo.

Características da árvore
 ____________________________________________________________________
 ____________________________________________________________________
 ____________________________________________________________________

3. Identifica o motivo que levou Joana a pensar no amigo Manuel, quando recebeu os
presentes de Natal.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

4. Retira do texto seis palavras relacionadas com o Natal.

Família de palavras - Natal

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5. Entre o momento da abertura dos presentes e a hora em que a casa fica em silêncio,
são diversos os acontecimentos descritos pelo narrador (linhas 14-32).
Enumera três desses acontecimentos, mantendo a ordem de aparecimento no texto.
1.o __________________________________________________________________
2.o __________________________________________________________________
3.o __________________________________________________________________

6. Após a conversa com a Gertrudes, vários pensamentos preocupavam a Joana.


Descreve o estado de espírito da personagem, indicando os motivos que o originaram.
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

7. Transcreve uma expressão textual que indique que Joana tomou uma decisão.
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PARTE B

Lê e observa a seguinte banda desenhada.

Bill Watterson, O Indispensável de Calvin & Hobbes – Uma Antologia Calvin & Hobbes, Gradiva

8. Identifica o número de tiras e de vinhetas presente na prancha de BD.


_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________

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9. Seleciona, em cada item, a alternativa que permite obter a afirmação adequada ao sentido do texto
de BD.
9.1. Na primeira vinheta da segunda tira, o pai de Calvin
a) pede ao filho que lhe traga uma cerveja preta.
b) brinca com o filho por este ir levar uma sanduíche ao Pai Natal.
c) diz ao filho para levar um copo de leite ao Pai Natal.
9.2. Quando Hobbes afirma «Ainda bem que os tigres são naturalmente prendados»,
quer dizer
a) que os tigres recebem prendas todos os dias.
b) que os tigres oferecem muitas prendas.
c) que os tigres têm muitas qualidades.
9.3. Na primeira vinheta da última tira, Calvin está a gritar porque
a) quer que os pais se levantem para abrir os presentes.
b) o Pai Natal não trouxe presentes para o Hobbes.
c) o Pai Natal lhe trouxe os presentes que ele queria.

10. Caracteriza a relação de Calvin e Hobbes, através de dois adjetivos.


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GRUPO II

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. Lê o seguinte excerto do diálogo entre Calvin e Hobbes, transcrito da BD.

«Calvin – Psst! Acorda é Natal!


Hobbes – De certeza? Ainda está escuro.
Calvin – São quatro horas da manhã! Vamos ver se o Pai Natal já nos trouxe as
prendas!
Hobbes – Ena pá!
Calvin – Vamos deixar a mãe e o pai dormirem mais uma hora mas podemos ir
contando os embrulhos.
Vou ligar as luzes da árvore.
Ah Ah! Olha-me estes presentes todos! Vejamos quais são para mim!
Hobbes – Este é para ti. É estranho o Pai Natal ter-se dado ao trabalho de fazer um
embrulho sem nada lá dentro.
Calvin – Engraçadinho! Este é para a mãe… Este é para mim… Este é para o pai… Ei,
onde estão as tuas prendas? O Pai Natal enganou-se!
Hobbes – Ainda bem que os tigres são naturalmente prendados.»
Bill Watterson, O Indispensável de Calvin & Hobbes – Uma Antologia Calvin & Hobbes, Gradiva (adaptado)

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Transcreve para a coluna respetiva duas palavras presentes no diálogo, que pertençam
a cada uma das seguintes classes gramaticais.

Quantificador
Nome Pronome Determinante
numeral

2. Identifica as frases que contêm um sujeito composto.


a) Todos os primos de Joana receberam presentes.
b) A mãe e o pai foram à missa.
c) O Manuel era um menino com dificuldades económicas.
d) O Menino, a Virgem, São José, a vaca e o burro pareciam estar a conversar.

3. Lê a seguinte frase.

A cozinheira Gertrudes deu um conselho a Joana.

Completa os espaços com os elementos da frase que correspondem às funções


sintáticas indicadas.

Sujeito: ______________________________________________________________
Predicado: ____________________________________________________________
Complemento direto: ___________________________________________________
Complemento indireto: __________________________________________________

4. Reescreve as frases seguintes, substituindo as expressões destacadas por pronomes


pessoais.
a) A Joana e os primos abriram os presentes de Natal.
b) Talvez o Manuel ganhasse um presente.
c) Joana não tinha visto o Manuel naquela noite.

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5. Identifica a função sintática presente na expressão destacada.

«– Gertrudes, isso é verdade? »

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6. Estabelece a correspondência entre as duas colunas, associando um número a uma


letra, de modo a identificar a função da pontuação destacada em cada uma das frases.

a) — O que é que eu disse?


b) — Disseste que o Manuel não ia ter
presentes de Natal porque os pobres 1. Indica o início da fala da personagem.
não têm presentes. 2. Introduz uma frase de tipo
c) — Está claro que é verdade. Eu não interrogativo.
digo fantasias: não teve presentes, 3. Separa o vocativo.
nem árvore do Natal, nem peru 4. Introduz uma enumeração.
recheado, nem rabanadas. 5. Indica o pensamento das personagens.
d) «Que triste lá deve estar!», pensava.
e) — Gertrudes, isso é verdade?

a) b) c) d) e)

7. Preenche o quadro, identificando o tipo de cada frase.

Frase Tipo
a) «Que frio lá deve estar!»
b) «Gertrudes, isso é verdade?»
c) Mas agora era melhor que a menina se fosse deitar.
d) Eu não digo fantasias: não teve presentes.

8. Usa o imperativo do verbo ajudar, para completares a frase.

Gertudes, ________________ a preparar um presente para o Manuel.

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GRUPO III

Escolhe apenas uma das alternativas apresentadas, a) ou b), e realiza a atividade.


Escreve um texto com um mínimo de 120 e um máximo de 140 palavras.

a) Joana cumpriu a sua promessa e foi levar os presentes ao amigo.


Escreve um texto em que apresentes a descrição da casa do Manuel, a partir do
ponto de vista de Joana. Segue as instruções:

1.o passo
Faz um plano do teu texto: descreve o espaço; as suas características; os objetos; as
pessoas que nele habitam.

2.o passo
Escreve o texto seguindo o teu plano.

3.o passo
Revê cuidadosamente o teu texto, prestando atenção aos seguintes aspetos:
ortografia, acentuação, pontuação, construção das frases, apresentação das ideias.

b) Faz o resumo do excerto do texto que se inicia em «Um dos primos puxou-a pelo
braço» e termina em «E Joana foi à cozinha», linhas 12-34.
O texto resumido deve ter entre 70 a 85 palavras. Segue as instruções:

1.o passo
Enumera os vários acontecimentos.

2.o passo
Escreve o resumo, seguindo as informações que registaste.
Usa uma linguagem objetiva (usa a 3.a pessoa e frases declarativas; não dês nenhuma
opinião nem acrescentes nenhuma informação).

3.o passo
Revê o teu resumo.

Observações relativas ao Grupo III: 1. Considera-se uma palavra qualquer sequência


delimitada por espaços em branco (exemplo: Inscreve-te até às 18.30 – quatro palavras).
2. Se o teu texto tiver: – menos de 120 palavras ou mais de 200 palavras, terá uma
desvalorização até dois pontos; – menos de 47 palavras, será classificado com 0 (zero) pontos.

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FIM

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