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II UNIDADE
(ENEM – 2014) Só há uma saída para a escola se ela quiser ser mais bem-sucedida: aceitar a
mudança da língua como um fato. Isso deve significar que a escola deve aceitar de qualquer
forma da língua em suas atividades escritas? Não deve mais corrigir? Não!
Há outra dimensão a ser considerada: de fato, no mundo real da escrita, não existe apenas um
português correto, que valeria para todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o mesmo do
dos manuais de instrução; o dos juízes do Supremo não é o mesmo do dos cordelistas; o dos
editoriais dos jornais não é o mesmo do dos cadernos de cultura dos mesmos jornais. Ou do de
seus colunistas.
POSSENTI, S. Gramática na cabeça. Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio 2011 (adaptado).
Questão 1 Sírio Possenti defende a tese de que não existe um único “português correto”. Assim
sendo, o domínio da língua portuguesa implica, entre outras coisas, saber:
(Enem -2015) eu acho um fato interessante... né... foi como meu pai e minha mãe vieram se
conhecer... né... que... minha mãe morava no Piauí com toda família... né... meu... meu avô...
materno no caso... era maquinista... ele sofreu um acidente... infelizmente morreu... minha mãe
tinha cinco anos... né... e o irmão mais velho dela... meu padrinho... tinha dezessete e ele foi
obrigado a trabalhar... foi trabalhar no banco... e... ele foi... o banco... no caso... estava... com um
número de funcionários cheio e ele teve que ir para outro local e pediu transferência prum local
mais perto de Parnaíba que era a cidade onde eles moravam e por engano o... o... escrivão
entendeu Paraíba... né... e meu... e minha família veio parar em Mossoró que era exatamente o
local mais perto onde tinha vaga pra funcionário do Banco do Brasil e:: ela foi parar na rua do
meu pai... né... e começaram a se conhecer... namoraram onze anos... né... pararam algum
tempo... brigaram... é lógico... porque todo relacionamento tem uma briga... né... e eu achei esse
fato muito interessante porque foi uma coincidência incrível... né... como vieram a se conhecer...
namoraram e hoje... e até hoje estão juntos... dezessete anos de casados…
CUNHA, M. A. F. (Org.) . Corpus discurso & gramática: a língua falada e escrita na cidade do
Natal. Natal: EdUFRN, 1998.
Questão 3 O gênero História em Quadrinhos é bastante utilizado nas provas do Enem. Os quadrinhos
exemplificam que as Histórias em Quadrinhos constituem um gênero textual:
a) em que a imagem pouco contribui para facilitar a interpretação da mensagem contida no texto, como
pode ser constatado no primeiro quadrinho.
b) cuja linguagem se caracteriza por ser rápida e clara, que facilita a compreensão, como se percebe na
fala do segundo quadrinho.
c) em que o uso de letras com espessuras diversas está ligado a sentimentos expressos pelos
personagens, como pode ser percebido no último quadrinho.
d) que possui em seu texto escrito características próximas a uma conversação face a face, como pode
ser percebido no segundo quadrinho.
e) em que a localização casual dos balões nos quadrinhos expressa com clareza a sucessão cronológica
da história, como pode ser percebido no segundo quadrinho.
Questão 5 Este verso pode ser lido como uma alusão a um livro intitulado Ilusões perdidas, de Honoré de
Balzac. Tal procedimento constitui o que se chama de:
a) intertextualidade
b) pertinência
c) pressuposição
d) metáfora
e) anáfora.
Questão 6 Sobre a intertextualidade, assinale a alternativa incorreta:
a) A intertextualidade implícita não se encontra na superfície textual, visto que não fornece para o leitor
elementos que possam ser imediatamente relacionados com algum outro tipo de texto-fonte.
b) Todo texto, em maior ou menor grau, é um intertexto, pois é normal que durante o processo da
escrita aconteçam relações dialógicas entre o que estamos escrevendo e outros textos previamente
lidos por nós.
c) Na intertextualidade explícita, ficam claras as fontes nas quais o texto baseou-se e acontece,
obrigatoriamente, de maneira intencional. Pode ser encontrada em textos do tipo resumo, resenhas,
citações e traduções.
d) A intertextualidade sempre acontece de maneira proposital. É um recurso que deve ser evitado, pois
privilegia o plágio dos textos-fonte em detrimento de elementos que confiram originalidade à escrita.
e) A influência de um texto sobre outro que o toma como modelo ou ponto de partida, e que gera a
atualização do texto citado.
Questão 7 Assinale a alternativa que contém uma coordenativa conclusiva:
a) Sérgio foi bom filho; logo será um bom pai.
b) Os meninos ora brigavam, ora brincavam.
c) Jaime trabalha depressa, contudo produz pouco.
d) Os cães mordem, não por maldade, mas por precisarem viver.
e) Adão comeu a maçã, e nossos dentes até hoje doem.
Questão 8 Todas as orações destacadas nos itens abaixo são subordinadas reduzidas. Assinale o item cuja
oração destacada se classifica como subordinada reduzida de particípio adverbial condicional:
a) “Feita a partilha, o Leão tomou a palavra”.
b) “Armado com tais provas, até que eu o enfrentaria.”
c) “A tropa, acampada às margens do Iguaçu, foi surpreendida”.
d) “Ernestina estava certa de ser sua amiga.”
e) “Transposto o rio, seguimos viagem”.
Questão 9 A partir da leitura da tirinha de Calvin e Haroldo, criação do desenhista Will Watterson, é
possível inferir apenas:
a) A linguagem verbal é predominante. Sendo assim, a linguagem não verbal não auxilia na construção
de sentidos da tirinha.
b) O desenhista, por meio da personificação da personagem Haroldo, discute sobre a importância da
indústria da guerra para a promoção da paz mundial.
c) A ironia é a figura de linguagem predominante na linguagem verbal, presente nas falas de Calvin no
terceiro e quarto quadrinhos. Por meio de metáforas, Bill Watterson faz uma dura crítica à indústria
norte-americana de guerra.
d) A linguagem verbal não contribui para o melhor entendimento da tirinha, pois todo efeito de humor
está contido na linguagem não verbal por meio das expressões exibidas por Calvin e Haroldo no
último quadrinho.
e) As linguagens não possuem inferências com relação a tirinha.
(www.gilmaronline.zip.net)
I. A palavra pelada assume sentidos diferentes para o pai e para o filho, razão pela qual este se
mostra irritado no último quadrinho.
II. II. No contexto, a locução verbal estou indo curtir indica uma ação cuja realização está no futuro
imediato.
III. III. Observando a fala do pai e a do filho, constata-se que as expressões Querida e Paiêêê têm a
mesma função na estrutura de frase de ambos.
a) I, apenas
b) III, apenas
c) I e II, apenas
d) I e III, apenas
e) I, II e III, apenas
Questão 12 Assinale a única alternativa que possui uma oração subordinada adverbial condicional:
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e não ter outra vista que não as janelas ao redor. E
porque não tem outra vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha pra fora, logo se
acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais
cedo a luz. E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
COLASANTI, Marina. Eu sei, mas não devia. Rio de janeiro: Rocco, 1996.
A progressão é garantida nos textos por determinados recursos linguísticos, e pela conexão entre esses
recursos e as ideias que eles expressam. Na crônica, a continuidade textua é construíkda,
predominantemente, por meio
As folhas da árvore que lhe dá sombra desenham arabescos móveis nas páginas do livro.
O jardim é uma festa. Passa no ar uma borboleta amarela, como uma folha de papel de seda levada pelo
vento. Um besouro zumbe em torno dum canteiro. Uma rosa se despetala lentamente e as pétalas rolam para
o chão. Há, pelos canteiros, verdes de todos os matizes. As glicínias perfumam o ar. Por entre a relva se
arrastam insetos minúsculos de asas coloridas.
Amaro fecha o livro e olha o jardim. Por que será que lhe vem à memória a imagem de Clarissa?
Clarissa é parte integrante deste jardim florido e luminoso, Clarissa é como a relva veludosa, como as
glicínias, como as margaridas, como as rosas. Clarissa é qualquer coisa de agreste e puro. Clarissa é música
e é poesia, menina e moça – olhos abertos para o mistério da vida, alma que amanhece.
Amaro recorda com amargura que na sua adolescência sentiu passar pela sua frente raparigas em flor, sem
sequer levantar os olhos dos livros em cuja leitura mergulhara. Elas cantavam e riam ao sol. Ele – insensato
– pensava que a vida estava só nos livros...
Agora é tarde. Tarde para voltar. Tarde para corrigir. O milagre da mocidade não se repete.
VERÍSSIMO, Érico. Clarissa. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, p. 97.
Questão 15 Assinale a alternativa correta em relação à obra Clarissa, Érico Veríssimo, e ao Texto 5.
a) Em “como uma folha de papel de seda levada pelo vento” (linhas 4 e 5) a expressão destacada é,
sintaticamente, objeto indireto.
b) Clarissa vai para a capital, Porto Alegre, com o objetivo de estudar música e encontra em Amaro um
grande professor.
c) Da passagem “Tarde para corrigir” (linha 18) infere-se que Amaro deveria ter corrigido o
comportamento das suas companheiras de adolescência que riam despudoradamente ao sol.
d) O desfecho do romance ocorre quando Clarissa volta a Jacarecanga acompanhada de tio Couto e de
tia Eufrasina que a consideravam como filha.
e) Em “Ele – insensato- pensava que a vida estava só nos livros” (linhas 16 e 17) a oração destacada
classifica-se como subordinada substantiva objetiva direta.
Gabarito
1. D
2. B
3. D
4. D
5. A
6. D
7. A
8. B
9. C
10. A
11. E
12. C
13. C
14. B
15. E