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Como é cobrado gramática

no ENEM?
Abaixo em anexo você encontrará alguns exemplos.
GRAMÁTICA NO ENEM
A gramática é cobrada dentro da prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Para se ter uma ideia da importância desse
conteúdo, segundo alguns levantamentos, as questões de gramática estão presentes em mais de 20% dessa prova. Ou seja, 1 em
cada 5!

E quando falamos em gramática vale lembrar também das competências do Enem, inclusive na redação. A primeira delas trata
justamente da necessidade de demonstrar domínio da escrita formal da Língua Portuguesa.

Portanto, estudar gramática é essencial para que você não tenha pontos descontados em relação ao uso correto do nosso idioma,
incluindo acentuação, concordâncias nominal e verbal, regência, entre outros elementos.
1)(ENEM 2013)
Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o efeito de humor está
indicado pelo(a)

a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao final.

b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e efeito entre as ações.

c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele


atribuídos.

d) utilização da forma pronominal “la”, que reflete um tratamento formal do filho em


relação à “mãe”.

e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição existente entre as
orações.
2) (ENEM 2013) Labaredas nas trevas
Fragmentos do diário secreto de Teodor Konrad Nalecz Korzeniowski

20 DE JULHO [1912]
Peter Sumerville pede-me que escreva um artigo sobre Crane. Envio-lhe uma carta:
“Acredite-me, prezado senhor, nenhum jornal ou revista se interessaria por qualquer coisa
que eu, ou outra pessoa, escrevesse sobre Stephen Crane. Ririam da sugestão. […]
Dificilmente encontro alguém, agora, que saiba quem é Stephen Crane ou lembre-se de algo
dele. Para os jovens escritores que estão surgindo ele simplesmente não existe.”

20 DE DEZEMBRO [1919] Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal. Sou
reconhecido como o maior escritor vivo da língua inglesa. Já se passaram dezenove anos
desde que Crane morreu, mas eu não o esqueço. E parece que outros também não. The
London Mercury resolveu celebrar os vinte e cinco anos de publicação de um livro que,
segundo eles, foi “um fenômeno hoje esquecido” e me pediram um artigo. FONSECA, R.
Romance negro e outras histórias. São Paulo: Companhia das Letras, 1992 (fragmento).
Na construção de textos literários, os autores recorrem com frequência a expressões metafóricas. Ao empregar o
enunciado metafórico “Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de jornal”, pretendeu-se estabelecer, entre os dois
fragmentos do texto em questão, uma relação semântica de

a) causalidade, segundo a qual se relacionam as partes de um texto, em que uma contém a causa e a outra, a
consequência.

b) temporalidade, segundo a qual se articulam as partes de um texto, situando no tempo o que é relatado nas
partes em questão.

c) condicionalidade, segundo a qual se combinam duas partes de um texto, em que uma resulta ou depende de
circunstâncias apresentadas na outra.

d) adversidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta uma orientação
argumentativa distinta e oposta à outra.

e) finalidade, segundo a qual se articulam duas partes de um texto em que uma apresenta o meio, por exemplo,
para uma ação e a outra, o desfecho da mesma.
3) (ENEM 2017) Essas moças tinham o vezo de afirmar o contrário do
que desejavam. Notei a singularidade quando principiaram a elogiar o
meu paletó cor de macaco. Examinavam-no sérias, achavam o pano e
os aviamentos de qualidade superior , o feitio admirável. Envaideci-me:
nunca havia reparado em tais vantagens. Mas os gabas se
prolongaram, trouxeram-me desconfiança. Percebi afinal que elas
zombavam e não me susceptibilizei. Longe disso: achei curiosa aquela
maneira de falar pelo avesso, diferente das grosserias a que me
habituara. Em geral me diziam com franqueza que a roupa não me
assentava no corpo, sobrava nos sovacos. RAMOS, G. Infância. Rio
de Janeiro: Record, 1994.
Por meio de recursos linguísticos, os textos mobilizam estratégias para
introduzir e retomar ideias, promovendo a progressão do tema. No
fragmento transcrito, um novo aspecto do tema é introduzido pela
expressão

a) “a singularidade”.

b) “tais vantagens”.

c) “os gabos”.

d) “Longe disso”.

e) “Em geral”.
4) (ENEM 2017) Nuances

Euforia: alegria barulhenta.

Felicidade: alegria silenciosa.

Gravar: quando o ator é de televisão.

Filmar: quando ele quer deixar claro que não é de televisão.

Grávida: em qualquer ocasião.

Gestante: em filas e assentos preferenciais.

Guardar: na gaveta.

Salvar: no Computador.
Salvaguardar: no Exército.

Menta: no sorvete, na bala ou no xarope.

Hortelã: na horta ou no suco de abacaxi.

Peça: quando você vai assistir.

Espetáculo: quando você está em cartaz com ele. DUVIVIER, G. Folha de S. Paulo, 24 mar. 2014 (adaptado)

O texto trata da diferença de sentido entre vocábulos muito próximos. Essa diferença é apresentada
considerando-se a(s)

a) alternâncias na sonoridade. b) adequação às situações de uso.

c) marcação flexional das palavras. d) grafia na norma-padrão da língua.

e) categorias gramaticais das palavras.


5) (ENEM 2017) TEXTO I

Fundamentam-se as regras da Gramática Normativa nas obras dos grandes


escritores, em cuja linguagem as classes ilustradas põem o seu ideal de perfeição,
porque nela é que se espelha o que o uso idiomático estabilizou e consagrou. LIMA,
C. H. R. Gramática normativa da língua portuguesa, Rio de Janeiro José Olympio,
1989.

TEXTO II

Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As palavras são para mim corpos
tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas. Talvez porque a sensualidade
real não tem para mim interesse de nenhuma espécie – nem sequer mental ou de
sonho -, transmudou-se-me o desejo para aquilo que em mim Cria ritmos Verbais, ou
os escuta de Outros.
Estremeço se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de Chateaubriand, fazem
formigar toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de
um prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria perfeição
de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num delírio passivo de
coisa movida. PESSOA, F. O livro do desassossego São Paulo Brasiliense, 1986

A linguagem cumpre diferentes funções no processo de comunicação. A função que predomina nos textos
I e II

a) destaca o “como” se elabora a mensagem, Considerando-se a seleção, Combinação e sonoridade do


texto.

b) Coloca o foco no “Com o quê” se constrói a mensagem, sendo o código utilizado o seu próprio objeto.

c) focaliza o “quem” produz a mensagem, mostrando seu posicionamento e suas impressões pessoais.

d) O orienta-se no “para quem” se dirige a mensagem, estimulando a mudança de seu comportamento.

e) enfatiza sobre “o quê” versa a mensagem, apresentada com palavras precisas e objetivas.
6) (ENEM 2017) João/Zero (Wagner Moura) é um cientista genial, mas
infeliz porque há 20 anos atrás foi humilhado publicamente durante uma
festa e perdeu Helena (Alinne Moraes), uma antiga e eterna paixão. Certo
dia, uma experiência com um de seus inventos permite que ele faça uma
viagem no tempo, retornando para aquela época e podendo interferir no
seu destino. Mas quando ele retorna, descobre que sua vida mudou
totalmente e agora precisa encontrar um jeito de mudar essa história, nem
que para isso tenha que voltar novamente ao passado. Será que ele
conseguirá acertar as coisas? Disponível em: http://adorocinema.com.
Acesso em 4 Out 2011.
Qual aspecto da organização gramatical atualiza os eventos apresentados na resenha,
contribuindo para despertar o interesse do leitor pelo filme?

a) O emprego do verbo haver, em vez de ter, em “há 20 anos atrás foi humilhado”.

b) A descrição dos fatos com verbos no presente do indicativo, como “retorna” e


“descobre”.

c) A repetição do emprego da conjunção “mas” para contrapor ideias.

d) A finalização do texto com a frase de efeito “Será que ele conseguirá acertar as
coisas?”.

e) O uso do pronome de terceira pessoa “ele” ao longo do texto para fazer referência
ao protagonista “João/Zero”.
7) (ENEM 2018) Aconteceu mais de uma vez: ele me abandonou. Como todos
os outros. O quinto. A gente já estava junto há mais de um ano. Parecia que
dessa vez seria para sempre. Mas não: ele desapareceu de repente, sem
deixar rastro. Quando me dei conta, fiquei horas ligando sem parar – mas só
chamava, chamava, e ninguém atendia. E então fiz o que precisava ser feito:
bloqueei a linha. A verdade é que nenhum telefone celular me suporta. Já
tentei de todas as marcas e operadoras, apenas para descobrir que eles são
todos iguais: na primeira oportunidade, dão no pé. Esse último aproveitou que
eu estava distraído e não desceu do táxi junto comigo. Ou será que ele já tinha
pulado do meu bolso no momento em que eu embarcava no táxi? Tomara que
sim. Depois de fazer o que me fez, quero mais é que ele tenha ido parar na
sarjeta. […] Se ainda fossem embora do jeito que chegaram, tudo bem. […]
Mas já sei o que vou fazer. No caminho da loja de celulares, vou passar numa
papelaria. Pensando bem, nenhuma das minhas agendinhas de papel jamais
me abandonou. FREIRE, R. Começar de novo. O Estado de S. Paulo, 24 nov.
2006
Nesse fragmento, a fim de atrair a atenção do leitor e de estabelecer um fio
condutor de sentido, o autor utiliza-se de

a) primeira pessoa do singular para imprimir subjetividade ao relato de mais uma


desilusão amorosa.

b) ironia para tratar da relação com os celulares na era de produtos altamente


descartáveis.

c) frases feitas na apresentação de situações amorosas estereotipadas para


construir a ambientação do texto.

d) quebra de expectativa como estratégia argumentativa para ocultar informações.

e) verbos no tempo pretérito para enfatizar uma aproximação com os fatos


abordados ao longo do texto.
8) (ENEM 2018) Enquanto isso, nos bastidores do universo Você planeja passar
um longo tempo em outro país, trabalhando e estudando, mas o universo está
preparando a chegada de um amor daqueles de tirar o chão, um amor que fará
você jogar fora seu atlas e criar raízes no quintal como se fosse uma figueira. Você
treina para a maratona mais desafiadora de todas, mas não chegará com as duas
pernas intactas na hora da largada, e a primeira perplexidade será esta: a
experiência da frustração. O universo nunca entrega o que promete. Aliás, ele
nunca prometeu nada, você é que escuta vozes. No dia em que você pensa que
não tem nada a dizer para o analista, faz a revelação mais bombástica dos seus
dois anos de terapia. O resultado de um exame de rotina coloca sua rotina de
cabeça para baixo. Você não imaginava que iriam tantos amigos à sua festa, e
tampouco imaginou que justo sua grande paixão não iria. Quando achou que
estava bela, não arrasou corações. Quando saiu sem maquiagem e com uma
camiseta puída, chamou a atenção. E assim seguem os dias à prova de
planejamento e contrariando nossas vontades, pois, por mais que tenhamos
ensaiado nossa fala e estejamos preparados para a melhor cena, nos bastidores
do universo alguém troca nosso papel de última hora, tornando surpreendente a
nossa vida. MEDEIROS, M. O Globo, 21 jun. 2015.
Entre as estratégias argumentativas utilizadas para sustentar a tese apresentada nesse
fragmento, destaca-se a recorrência de

a) estruturas sintáticas semelhantes, para reforçar a velocidade das mudanças da vida.

b) marcas de interlocução, para aproximar o leitor das experiências vividas pela autora.

c) formas verbais no presente, para exprimir reais possibilidades de concretização das


ações.

d) construções de oposição, para enfatizar que as expectativas são afetadas pelo


inesperado.

e) sequências descritivas, para promover a identificação do leitor com as situações


apresentadas.

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