Você está na página 1de 2

Salmos 94

Introdução
Por bons motivos, damos destaque à bondade, ao amor e à graça de Deus. São temas
importantes frisados do começo ao fim das Escrituras, com ênfase máxima na
mensagem de Jesus no Novo Testamento: “Deus é amor” (1 João 4:8); “Porque Deus
amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” (João 3:16); “Como o Pai
me amou, também eu vos amei; permanecei no meu amor” (João 15:9) etc. A mesma
mensagem de amor permeia o Antigo Testamento também: “Mas tu, Senhor, és Deus
compassivo e cheio de graça, paciente e grande em misericórdia e em verdade” (Salmo
86:15); “O SENHOR é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno” (Salmo
103:8). A bênção sacerdotal do Antigo Testamento enfatizou essa misericórdia: “O
SENHOR te abençoe e te guarde; o SENHOR faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha
misericórdia de ti; o SENHOR sobre ti levante o rosto e te dê a paz” (Números 6:24-26).
Seria uma distorção gravíssima, porém, ignorar a ênfase bíblica na santidade e justiça
de Deus. Deus, sendo perfeitamente justo, não pode abençoar os fiéis sem fazer uma
separação das outras pessoas e trazer consequências sobre os injustos. É esse fato que
serve como a base do Salmo 94. O autor anônimo se coloca entre as vítimas da opressão
dos malfeitores e pede para Deus trazer a justiça, ou seja, a vingança contra esses
perversos. Implícito no amor e proteção que Deus oferece ao seu povo é a vingança e
castigo que ele traz sobre seus adversários.
Observamos a perspectiva do salmista sobre Deus, os malfeitores e os servos fiéis.
Como o salmista via Deus
Além do nome mais comum para Deus no Antigo Testamento, representado na maioria
das Bíblias pela palavra “SENHOR” (em maiúsculas), ele é descrito como “Deus das
vinganças” (verso 1) e “juiz da terra” (verso 2). O salmista invoca o nome do Senhor para
exercer a devida justiça contra os malfeitores, porque ele reconhece um vínculo especial
entre Deus e seu povo. Ele também refere ao Senhor como “Deus de Jacó” (verso 7),
uma referência à relação especial entre Deus e os israelitas. O vínculo da comunhão
entre Deus e seus servos se manifesta também no uso de pronomes possessivos: “meu
Deus” (verso 22) e “nosso Deus” (verso 23).
A perspectiva do autor é de um Deus ativo. Deus ouve, olha, repreende e castiga (versos
9 a 11) e, ao mesmo tempo, demonstra sua benignidade (versos 17 a 19). Ele oferece
abrigo aos fiéis e extermina os injustos (versos 22 e 23).
Como o salmista via os malfeitores
Esse hino oferece uma perspectiva reveladora das pessoas que se rebelam contra Deus.
Entre as características dos homens desobedientes estão estas: soberba e vanglória
(versos 2 e 3) – o homem que rejeita a orientação do seu Criador demonstra sua
arrogância; crueldade (versos 5 e 6) – maltratam e até matam os inocentes; impunidade
insensata e imprudente (versos 7 a 11, 20 e 21) – acham-se isentos do julgamento divino,
imaginando Deus surdo, cego e incapaz de punir.
E aí vem um alerta para nós, quando desobedecemos a palavra do Senhor, devemos
olhar no espelho desse Salmo e reconhecer as nossas atitudes rebeldes contra Deus.
Como o salmista via os servos fiéis
Da perspectiva humana, os fiéis estavam em uma grande desvantagem. Foram
oprimidos por pessoas que não respeitavam seus direitos (versos 5, 6 e 21). Mas o autor
sabe que Deus não abandona as pessoas que procuram servi-lo. Como a herança do
Senhor (versos 5 e 14), pessoas justas de coração reto (versos 15 e 21), encontram em
Deus a correção, o ensino, o descanso, a justiça, o auxílio, a benignidade e o abrigo
protetor (versos 12, 13,15,17,18 e 22).

Mensagem final

Nós conhecemos bem a história do povo de Israel e sabemos que nos momentos mais
difíceis de sua história, pessoas que confiavam em Deus não perderam sua esperança.
A justiça de Deus pode demorar, mas vem. Os rebeldes serão punidos, e os justos, salvos.
Essa é uma mensagem que pregamos aos outros só que ela para nós também por isso
ao escrever esses versos o salmista nos deixa uma pergunta muito amadurecida e muito
prática: se somos cristãos, qual deve ser nossa postura quando, apesar de todas as
nossas boas intenções, nos percebemos aflitos e preocupados? Desespero?
Impaciência? Autodepreciação? Comer uma caixa de bombons?
O verso 19 responde, “Quando a ansiedade já me dominava no íntimo, o teu consolo
trouxe alívio à minha alma”.
Mesmo que alguns momentos eu me sinta aflito, preocupado, impaciente e
desesperado tenho que lembrar que Cristo está ao nosso lado.
Em João 16:33 Ele diz, "Eu disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste
mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo".
Deus não nos obriga a depender Dele. Ele convida. E, pacientemente, espera que
usemos a ajuda que Ele nos oferece, cheio de amor.
Quando é que “Tu me consolas e me alegras”? quando, ao ouvir que Jesus continua
batendo à porta, entregamos os pontos e aí, abrimos nosso coração.
É lá dentro que Ele “me consola e me alegra”.

Você também pode gostar