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Palhoça
2018
GUILHERME HENRIQUE MAFRA
HEITOR DE ANDRADE
Palhoça
2018
GUILHERME HENRIQUE MAFRA
HEITOR DE ANDRADE
PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UMA CAIXA DE REVERBERAÇÃO ACÚSTICA
EM ESCALA REDUZIDA
A Profª. Dr. Heloisa Regina Turatti Silva, por aceitar a orientação e o desafio.
Obrigado pelo incentivo, dedicação e paciência.
A Profª. Dr. Paola Egert Ortiz, que mesmo não sendo nossa orientadora, nos
ajudou e orientou em conjunto com a Professora Heloísa. Obrigado.
Aos meus Pais, Dione Regina da Silva de Andrade, e Dilton João de Andrade, por
apoio incondicional, e por todo amor e carinho dedicados ao longo da minha vida.
A minha irmã Bárbara de Andrade, por me ajudar no trabalho, me cobrindo nos
momentos que precisava estar ausente por motivos acadêmicos. Obrigado Bá!
A minha noiva, Nathália Rühling Rocha por ser minha companheira desde a
minha primeira graduação. Obrigado por me incentivar nessa segunda caminhada, sempre me
mostrando que eu sou capaz de tudo que desejar, basta querer. Meu exemplo de dedicação e
força de vontade. Te amo!
Ao amigo Guilherme Henrique Mafra, por aceitar o desafio de desbravar um tema
pouco conhecido pelos engenheiros civis, pela amizade e vários outros trabalhos feitos ao
longo da graduação.
Aos amigos da primeira graduação, Veterinários de sucesso que tenho orgulho de
ter conhecido e manter amizade até hoje. Obrigado pelo incentivo e apoio, mesmo quando
decidi a mudar o rumo da minha carreira. Exemplos de caráter, coragem e competência.
Obrigado Pelegos!
A todos meus amigos de infância e ensino médio que mantenho amizade até hoje,
em especial, Rodolfo Amando Schmitz, Paulo Ricardo Cardoso, Cristiano Kim Araújo.
Obrigado pela parceria!
A todos que falaram que perdi meu tempo fazendo a primeira graduação.
Conhecimento e Estudos nunca são demais. Obrigado pelo incentivo a cada vez que
perguntavam o que eu ia fazer com o outro diploma.
A empresa Beco Esquadrias de Alumínio, empresa da minha família, onde
diariamente trabalhamos com dedicação total. Motivo principal da escolha do tema desse
trabalho. Obrigado pelos ensinamentos e apoio técnico.
“A verdadeira motivação vem de realização, desenvolvimento pessoal, satisfação
no trabalho e reconhecimento” (HERZBERG).
RESUMO
A Área
D Diferença
Ea Energia Absorvida
Er Energia Refletida
Et Energia Transmitida
f Frequência
P Pressão
PT Perda de Transmissão
r Raio de esfera
R Redução Sonora
S Área
T Período
τ Relação de Energia
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 16
1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................... 17
1.1.1 Objetivos Gerais .......................................................................................................... 17
1.1.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 18
1.2 JUSTIFICATIVAS E PROBLEMÁTICA ....................................................................... 18
2 REVISÃO BIBILIOGRÁFICA ....................................................................................... 20
2.1 SOM ................................................................................................................................. 20
2.1.1 Onda Sonora ................................................................................................................ 21
2.1.2 Frequência.................................................................................................................... 22
2.1.3 Pressão Sonora e Decibel (dB).................................................................................... 23
2.1.3.1 Nível de Pressão Sonora (NPS) .................................................................................. 24
2.1.4 Potência sonora ............................................................................................................ 25
2.1.5 Intensidade sonora ...................................................................................................... 26
2.1.6 Propagação do som...................................................................................................... 26
2.1.6.1 Fenômenos relativos à propagação do som ................................................................ 27
2.1.6.1.1 Reflexão e refração do som ..................................................................................... 27
2.1.6.1.2 Absorção do som...................................................................................................... 28
2.1.6.1.3 Difração do som ...................................................................................................... 28
2.1.6.1.4 Reverberação ........................................................................................................... 28
2.2 RUÍDO ............................................................................................................................. 29
2.2.1 Tipos de Ruído. ............................................................................................................ 31
2.2.1.1 Ruído branco e ruído rosa........................................................................................... 31
2.2.1.2 Ruído de fundo e efeito de mascaramento ................................................................. 31
2.2.2 Efeito do ruído no homem .......................................................................................... 32
2.2.2.1 A perda auditiva e efeitos do ruído em outros orgãos ................................................ 32
2.3 AUDIBILIDADE ............................................................................................................. 34
2.3.1 Sensação auditiva ........................................................................................................ 35
2.3.1.1 Sensação auditiva equivalente .................................................................................... 36
2.4 ISOLAMENTO DE RUÍDOS ......................................................................................... 39
2.4.1 Isolamento aéreo de ruídos ......................................................................................... 40
2.4.2 Isolamento sonoro de janelas ..................................................................................... 41
2.5 NORMATIZAÇÃO ......................................................................................................... 42
2.6 PUBLICAÇÕES SOBRE COMPONENTES CONSTRUTIVOS .................................. 45
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 47
4 DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 49
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 60
6 TRABALHOS FUTUROS ............................................................................................... 61
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 62
16
1 INTRODUÇÃO
Diferentes caixilhos e vidros já foram desenvolvidos a fim de criar produtos com alto índice
de vedação acústica. Vidros laminados, duplos e insulados são conhecidos como bons
atenuadores de ruído. E os caixilhos? Dois materiais são usados em larga escala, sendo eles o
alumínio e o Policloreto de Vinil (PVC) os preferidos do mercado.
De acordo com Recchia (2001 apud DE ALCANTARA, 2010, p. 21):
1.1 OBJETIVOS
2 REVISÃO BIBILIOGRÁFICA
2.1 SOM
De forma simples temos o som, como qualquer vibração audível pelo ser humano.
Já o ruído, um som que traz prejuízos à fisiologia humana.
21
De acordo com Gerges (2000), as ondas sonoras planas são as menos comuns de
ocorrer e são caracterizadas por terem a mesma amplitude em todos os pontos perpendiculares
a direção de propagação.
As ondas sonoras esféricas são mais recorrentes no cotidiano. Tem-se como
coordenada o raio da esfera (r), contada a partir do centro da esfera pulsante, ao contrário da
onda sonora plana que tem como coordenada independente x, dado um plano cartesiano. A
onda sonora esférica tem sua amplitude inversamente proporcional à distância da fonte
sonora, ou seja, a amplitude da onda diminui com o aumento da distância da fonte.
(BISTAFA, 2011). Esse efeito é chamado de atenuação do ruído com a distância. Murgel
(2007, p. 27), explana a atenuação de ruído com a distância:
Uma vez emitido um som, este se propaga esfericamente, em todas as direções, até
encontrar um obstáculo que impeça a sua trajetória. No entanto, conforme aumenta a
distância da fonte, a frente de onda ocupa uma área maior. Como o nível de energia
é constante na frente de onda, esse aumento de área implica uma diminuição da
intensidade sonora. Logo, a proporção que o ruído se distancia da fonte, sua
intensidade diminui [...].
2.1.2 Frequência
De acordo com Costa (2003, p. 3), frequência (f) de uma onda corresponde ao
número de vibrações completas executadas por essa onda em um segundo. A frequência é
23
dada pelo inverso do período (T), que se define como intervalo de tempo necessário para que
um ciclo de onda de complete. (BISTAFA, 2006).
Portanto, tem-se a frequência definida por:
1
𝑓= [𝐻𝑧]
𝑇
Como dito anteriormente, o som pode ser definido por uma variação da pressão
ambiente sendo audível pelo ouvido humano. Bistafa (2011, p. 18) diz:
Dessa forma, de acordo com Murgel (2007) se a medição de som fosse feita pela
pressão, teríamos uma escala difícil de trabalhar, levando em conta todas as variações sonoras
audíveis. Então, foi criada uma unidade chamada Bel (B), com o intuito de comprimir em
escala logarítmica a grande variação sonora. Desse modo, 1 bel seria log10, 2 bel seria
log100, e assim por diante. Porém, em um bel há uma grande variação de intensidade sonora,
portanto é usado o decibel, que é um décimo de bel, tornando mais fácil a medição. A escala
varia de 0 dB (log1), sendo esse o limiar de audição já citado, até 140 dB, o limiar da dor.
(MURGEL, 2007).
𝑃
𝑁𝑃𝑆 = 20𝑙𝑜𝑔
𝑃𝑟𝑒𝑓
potência sonora em diversos ambientes, porém poderá ter diversas pressões sonoras se houver
a mudança de ambiente dessa fonte. (GERGES, 2000).
Segundo Magalhães (2013), a potência sonora é o parâmetro acústico mais
adequado para medir a capacidade de uma fonte sonora, devido ao fato de que a mesma não
varia com a distância nem com o ambiente de propagação, ao contrário da pressão sonora, que
depende de todos os fatores citados.
Silva (2002) afirma que a potência sonora ou acústica é emitida por uma energia
acústica é geralmente muito pequena. Para efeitos de comparação, pode-se usar os exemplos
da potência aferida em Watts (W), de uma voz humana feminina é de 0,002 W, enquanto a de
um avião a jato é de 10000 W.
𝑊
𝐼= [𝑊/𝑐𝑚²]
𝑆
Se uma onda sonora encontra um obstáculo com dimensões menores do que o seu
comprimento de onda, o efeito não é perceptível, ocorrendo o oposto se a dimensão
do obstáculo for compatível ao comprimento de onda de som. Portanto, para impedir
a passagem de som, barreiras devem ser colocadas perto da fonte ou do receptor, e
suas dimensões devem ser três a cinco vezes o comprimento de onda do som
envolvido.
Quando uma onda sonora encontra um obstáculo a energia sonora se divide. Uma
se reflete, a outra parte da energia penetra no segundo meio, sendo considerada absorvida por
ele. Se o segundo meio é ilimitado, a energia é totalmente convertida em calor, porém, se for
uma parede com espessura definida, por exemplo, ou qualquer outra estrutura com limitação,
a energia é transmitida por refração. Pode-se dizer que a refração é dependente do coeficiente
de absorção do material do obstáculo encontrado pela onda. (COSTA, 2003).
Para que ocorra a reflexão é necessário que o obstáculo tenha superfície maior que
o comprimento da onda do som. Dessa forma, sons de baixa frequência sofrem menos
reflexões que os sons de alta frequência. A reflexão é muito utilizada em auditórios e teatros,
a fim de aumentar a intensidade sonora no ambiente. (SOUZA, 2011).
28
Quando a onda sonora se encontra com um obstáculo que não seja grande em
relação ao seu comprimento de onda, a mesma contorna o obstáculo não alterando de modo
sensível a sua qualidade. A porção que contorna a pequena abertura é considerada uma nova
fonte sonora. (COSTA, 2003).
Ainda de acordo com Costa (2003, p. 39), “[...] no caso de pequenas aberturas,
como pequenas janelas, vazios de ventilação, portas e janelas imperfeitamente fechadas, etc.,
o som se propaga uniformemente em todas as direções a partir do outro lado da abertura”.
Dessa forma Silva (2002) afirma que é preciso ter atenção e cuidado com a presença de
pequenas frestas e orifícios, pois esses sempre se transformaram em centros reirradiadores de
som.
2.1.6.1.4 Reverberação
𝑉
𝑇 = 0,161 [𝑠]
𝐴
Onde:
V é o volume da sala em m³;
A é a absorção total do recinto que é dada pela multiplicação do coeficiente de
absorção de uma material pela sua área de absorção correspondente.
2.2 RUÍDO
O ruído é um som caracterizado por não possuir harmonia, no qual pode despertar
a percepção imediata do receptor. Dessa forma diversas funções úteis são atribuídas ao ruído,
como a sirene de uma ambulância ou carro de polícia, que incide a informar aos condutores
sobre a passagem desses veículos, ou até um alarme de incêndio de uma edificação.
(BISTAFA, 2011).
Quando um som possui emissões sonoras de alta intensidade com duração menor
de 1s (segundo), e que se repetem em ciclos com intervalos maiores que 1s, são denominadas
como ruído com caráter impulsivo, alguns exemplos são; martelagens, bate-estacas,
explosões. Quando um som apresenta uma pressão constante, é denominado ruído com
componentes tonais, como por exemplo, apitos, zumbidos buzinas, etc. Ruídos intermitentes
são compostos por som cíclicos em intervalos menores que 1s, como por exemplo, as sirenes
(COSTA, 2003). Ainda de acordo com (2003 p. 72):
Segundo Noceti Filho (2002) o ruído branco é por definição aquele que tem a sua
potência distribuída uniformemente no espectro de frequência, ou seja, é uma constante. O
nome ruído branco advém da analogia com o espectro eletromagnético na faixa de luz branca
que contém todas as frequências do espectro visível. Na natureza, encontramos ruídos com
essa característica constante até cerca de 1.000 GHz. Para frequências mais altas, a amplitude
do ruído decresce. Já ruído rosa é aquele cuja densidade espectral de potência é proporcional
ao inverso da frequência. O nome ruído rosa vem também do espectro luminoso. A luz
vermelha possui a mais baixa frequência do espectro visível e o ruído rosa tem mais energia
nas baixas frequências.
Segundo Bistafa (2011), para ensaios acústicos são utilizados estes dois tipos de
ruídos. Onde um gerador de sinais emite através de um alto-falante um sinal característico de
ruído rosa ou branco, no qual excita o sistema. O ruído rosa é utilizado quanto a análise de
sistemas acústicos, se utilizam filtros com larguras de bandas de porcentagem constante, para
garantir a mesma quantidade de energia no sistema. Assim sendo possível analisar as repostas
para diferentes bandas.
As atividades humanas envolvem sempre, por menor que seja, a geração de sons, e,
por isso mesmo, os ambientes urbanos têm como uma de suas características a
presença do que se denomina ruído de fundo. O ruído de fundo tende a ser mais
intenso durante o dia e menos intensos nos horários da madrugada. Para que o som
possa ser ouvido, é necessário que seu nível de intensidade esteja acima do nível de
intensidade do ruído de fundo.
32
De forma mais técnica, Gerges (2000) traz que o ruído de fundo é um nível de
pressão sonora gerada pelo ambiente, para efeitos de estudo o ruído de fundo não deve
mascarar o sinal de ensaio. Isso remete que o nível do sinal a ser estudado deve estar 3 dB
acima do nível de fundo, porém, uma correção deve ser aplicada para que o resultado tenha
confiabilidade.
O ruído de fundo não pode mascarar o ruído objeto de estudo de ensaio, ou
mesmo na audição de um ser humano qualquer, um ruído de fundo pode atrapalhar a audição
normal de outros sons desejáveis. Para Silva (2002), isso se chama efeito de mascaramento.
Para Bistafa (2011, p. 79), “Ocorre mascaramento quando um som interfere na percepção do
outro. [...] Diz-se que o tom indesejável (chamado de mascarante), mascara o tom desejável
(chamado de mascarado)”.
+
Fonte: Gerges (2000).
34
2.3 AUDIBILIDADE
De Marco (1990) de forma didática define que o ouvido humano deve funcionar
como um transformador, que mudam as variações de pressão que chegam ao ouvido humano
em variações de tensão elétrica que serão transmitidos ao cérebro. De forma técnica e também
de fácil entendimento, Bistafa (2011), enumera os seguintes acontecimentos no ouvido
humano para que seja possível ouvir um som:
a) O som é gerado;
b) Som se propagada até a aurícula, e posteriormente para o interior do conduto
auditivo externo;
c) Ocorre a vibração do tímpano;
d) Na orelha média, ocorre a vibração dos ossículos;
e) Ondas de pressão são transmitidas para o liquido no interior da cóclea, que
codifica o som e envia ao cérebro via nervo auditivo.
Anatomicamente, tem-se uma divisão geral do ouvido humano em três partes, que
até hoje não tem todas as suas funções descritas de forma clara, devido a complexidade do
sistema auditivo. Segundo De Marco (1990) as principais partes do ouvido são:
a) Ouvido externo: Pavilhão externo até a membrana do tímpano;
b) Ouvido médio: Composto pelos ossículos, cuja função é transmitir e
amplificar a vibração do tímpano;
c) Ouvido interno: Canal enrolado em espiral, composto por células sensíveis
capazes de transmitir impulsos eletroquímicos para o nervo auditivo.
A figura 3 traz uma ilustração para melhor entendimento da anatomia do ouvido
humano.
35
Costa (2003, p. 19) define sensação auditiva como “[...] a maior ou menor
impressão causada em nosso ouvido pelo som”.
O ouvido humano tem limites de audibilidade inferior e superior, como já
comentado anteriormente. São chamados de limiar da dor, e limiar da audibilidade, sendo o
último, o limite inferior que começa, por convenção, em zero dB. Essa capacidade de ouvir
varia de acordo com a frequência, onde um som de determinada intensidade, pode ser captado
pelo ouvido humano em certa frequência, porém não em outra frequência. Isso levou os
profissionais do Bell Telephone Laboratories, estudarem as diferentes faixas para as quais a
capacidade auditiva é eficaz para certos sons. A figura 4 mostra o resultado desse estudo.
(SILVA, 2002).
36
Anos mais tarde, Robinson e Dadson repetiram o mesmo estudo, com um número
maior de pessoas, e conseguiram atualizar a curva, tornando-a teoricamente mais precisa. Em
1961, a curva isofônica foi normatizada, tendo atualizações até chegar a versão mais atual, a
ISO 226/2003, como mostra a Figura 5. (SCHARINE et. al, 2009).
Souza, Almeida e Bragança (2006, apud PISANI, 2008, p. 37) afirmam que as
janelas, portas, paredes, pisos, tetos e frestas existentes nos ambientes são elementos
responsáveis pela transmissão de ruídos aéreos para o interior de um ambiente.
Méndez et al. (1994, apud OLIVEIRA, 2007, p. 26), descreve a transmissão do
ruído aéreo. Uma onda sonora incidente sobre uma divisória imprime um movimento
vibratório sobre a divisória gerando compressões e expansões nas moléculas de ar na camada
oposta divisória. O elemento de divisória atua como se fosse uma nova fonte sonora.
Ainda segundo Méndez et al. (1994, p 106, apud SCHERER, 2005, p.30) “quando
uma onda sonora de energia Ei incide sobre uma superfície, divide-se em duas, uma energia
refletida Er e uma energia absorvida Ea. Esta última, por sua vez, se decompõe em energia
dissipada no interior do fechamento Ed e uma energia transmitida Et”.
Gerges (2000) cita a grandeza Perda de Transmissão (PT), que afere qual perda de
transmissão de emissão sonora. Valores altos de perda de transmissão, significam baixa
transmissão de energia acústica. Dessa forma, se tem o coeficiente de transmissão de energia
sonora que se dá pela relação da energia transmitida e a energia incidente:
41
𝐸𝑡
𝜏=
𝐸𝑖
1
𝑃𝑇 = 10𝑙𝑜𝑔
𝜏
𝐷 = 𝑁𝑃𝑆1 − 𝑁𝑃𝑆2
Onde:
a) 𝑁𝑃𝑆1 é o nível de pressão sonora no recinto onde a fonte sonora se encontra;
b) 𝑁𝑃𝑆2 é o nível de pressão sonora no recinto receptor
𝑆
𝑅 = 𝐷 + 10𝑙𝑜𝑔
𝐴
Onde:
a) S é a área (m²) de superfície do componente construtivo que está sendo
avaliado;
b) A é a área (m²) de superfície de teto, paredes e piso, e todo material receptor
no recinto de recepção da energia sonora.
desse estudo, as janelas são foco principal, e seu desempenho acústico vem sendo discutido
recentemente, com a alta demanda por conforto acústico e saúde do usuário final.
É nítido que no Brasil, apesar da NBR 15575/2013, ainda se dá pouca importância
quando o assunto é desempenho acústico de uma janela. Quando falamos em esquadrias de
alumínio então, é ainda pior. A maioria dos autores e estudos encontrados é sobre as
esquadrias de PVC.
Na região de Florianópolis, nos edifícios multi-familiares, a janela de alumínio é
amplamente utilizada, e as esquadrias de PVC acabam tendo como consumidores clientes de
residências de alto padrão. Porém, é preciso estudar a esquadria de alumínio, seus
desempenhos divulgados, para possível equivalência de mercado com outros produtos que já
atendem as exigências de mercado. Pisani (2008), lista alguns motivos do porque o uso de
janelas com bom desempenho acústico ainda é incipiente:
a) Ausência de uma política pública de incentivo ao desenvolvimento de janelas
de melhor qualidade;
b) Baixo poder aquisitivo de grande maioria dos consumidores e
desconhecimento no momento da aquisição de um imóvel;
c) Falta de legislação eficiente que exija imóveis com melhor desempenho
acústico;
d) Resistência cultural quanto a utilização de janelas pivotantes, ou maxim-ar,
que oferecem melhor vedação comparadas a um caixilho de correr.
Como já citado, alguns autores já comprovaram que diferente do que todos acham
o vidro não é o principal responsável pela vedação e isolamento acústico de esquadria. O que
se busca com esses estudos, é a influência das diferentes tipologias de esquadrias, com suas
diferentes bitolas de perfis, tipos de fechamento e materiais de vedação.
2.5 NORMATIZAÇÃO
acústica em um ambiente, sendo ele externo ou interno. Ela trata também dos
cuidados que se deve ter ao executar o ensaio, como distâncias da parede,
condições climáticas e precisão de equipamento, além dos valores exigíveis
para a avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades,
independentemente da existência de reclamações.
b) ABNT NBR 10152/1987 Versão corrigida 1992: Níveis de ruído para conforto
acústico – Procedimento: Esta norma complementa a anterior trazendo as
equações e as constantes necessárias para os cálculos dos valores que
constarão dos relatórios acústicos. Além disso, é possível se encontrar,
também, a análise de frequências de um ruído e suas correções necessárias.
Estas duas normas orientam sobre um ruído ambiente num determinado recinto de
uma edificação. Mas a busca por ensaios específicos de acústicas sobre componentes
construtivos leva a uma série de normas ISO. A série de normas ISO 10140/2016 - Acústica -
Medição laboratorial de isolamento acústico de elementos de construção. Esta série de normas
traz os requisitos de teste para elementos e produtos de construção, incluindo requisitos
detalhados para preparação, montagem, condições operacionais e de teste, bem como
quantidades aplicáveis e informações de teste adicionais para relatórios. A tabela 5 a seguir
traz de forma mais detalhada cada uma das partes dessa norma.
44
Tabela 5 - Comparativo das normas ABNT NBR, com as normas série ISO, e seus respectivos
detalhamentos.
NORMAS ABNT NBR
Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade –
ABNT NBR
Procedimento.
10151:2000
- procedimento para se executar o ensaio de acústica em um ambiente (externo ou interno);
Versão
- cuidados que se deve ter ao executar o ensaio, como distâncias da parede, condições
corrigida:
climáticas e precisão de equipamento;
2003
- valores exigíveis para a avaliação da aceitabilidade do ruído.
NBR 10152
ABNT NBR Níveis de ruído para conforto acústico – Procedimento.
10152:1987 - traz as equações e as constantes necessárias para os cálculos dos valores que constarão dos
Versão relatórios acústicos;
corrigida - análise de frequências de um ruído e suas correções necessárias.
1992
NORMA ISO
Parte da ISO
Finalidade principal, conteúdo e uso
10140
3 METODOLOGIA
Detalhamento do ensaio:
O ensaio para índice de redução de ruídos será descrito com base em trabalhos e
publicações pesquisadas, bem como recomenda a norma ISO10140 1-5/2016.
49
4 DISCUSSÃO
Com a escala 1:4, as dimensões da caixa em escala reduzida ficam com 1,2 metros
de altura, 1,8 metros de comprimento e 1,5 metros de largura. Com essas dimensões, além de
boa trabalhabilidade para ensaios, respeita-se a relação recomendada pela ISO 3741/1999,
onde temos a relação altura /comprimento 0,83 e largura/comprimento 0,66.
Segundo Guedes (2007, p.26) o material utilizado para construção de um modelo
como o proposto deve ser tão duro e reflexivo possível. Devido à facilidade e disponibilidade
do compensado, esse material foi escolhido por ter obtido êxito em outros trabalhos
estudados. A densidade do compensando para chapas de 18 milímetros é de 10.8 kg/m³,
50
alcançando com essa densidade uma perda de transmissão média de 25 dB, sendo essa perda
variável com a frequência.
Os materiais e equipamentos utilizados para a construção seguem listados abaixo.
Materiais:
- 13 chapas de compensado naval de 18 milímetros;
- 400 parafusos 4.5 x 40 milímetros para madeira;
- Cola Branca para madeira;
- Pinos galvanizados;
- Rodízios para 50 quilogramas cada;
- Perfis em alumínio 38 x 50;
- 120 parafusos de união;
- Pés amortecedores com regulagem de altura;
Equipamentos:
- Serra circular;
- Parafusadeira;
- Furadeira;
- Brocas para madeira;
- Aplicador de Pinos;
Segundo Gerges (2000), são utilizados dois métodos principais para medição da
perda de transmissão de ruídos. A principal delas é a medição com duas câmaras
reverberantes, método indicado pela norma ISO 10140-3/2016. Mede-se a pressão acústica
média no espaço e no tempo em cada câmara, colocando-se em uma delas a fonte sonora.
Assim se tem uma câmara receptora e a outra emissora de energia. O componente construtivo
deve ser instalado entre as duas câmaras. Essa mesma norma, traz que as câmaras não devem
ter o mesmo volume, porém devem ter no máximo 10% de diferença de volume de uma para
outra. A figura 8 ilustra o modelo de câmaras para realização do ensaio As paredes não se
apresentam exatamente paralelas, devido ao princípio da reverberação. Isto garante que o
comportamento da reflexão da onda sonora, dentro da sala, não seguirá um padrão, fazendo
com que a ondas reflitam numa direção diferente de sua emissão.
52
Com as chapas cortadas nos devidas dimensões necessárias, foi dado início ao
processo de montagem. Todas as uniões foram primeiramente feitas com cola branca para
madeira e pinos galvanizados, e posterior fixação com parafusos 4,5 x 40 mm para madeira.
As figuras 12 e 13 ilustram o processo.
b) Criar um módulo interno para que as paredes das duas salas não sejam
paralelas.
c) Criar um fundo para uma das salas, possibilitando que a mesma seja utilizada
em ensaios indicados pela norma ISO 354/2003.
É importante ressaltar que as normas utilizadas para estes ensaios foram
atualizadas recentemente (2016), logo é vital a aquisição das normas atualizadas para orientar
a execução do ensaio. Portanto, para realização de ensaios e validação da caixa reverberante
em escala reduzida, é indispensável a aquisição das seguintes normas:
a) ISO 10140 1-5/2016;
b) ISO 717-1/2013;
c) ISO 3741/1999;
d) ISO 354/2003.
DETALHAMENTO DO ENSAIO
𝑆
𝑅 = 𝐷 + 10𝑙𝑜𝑔
𝐴
Onde:
a) D é a diferença de nível médio de pressão sonora (L1) entre a câmara de
emissão e a câmara de recepção (L2);
b) S é a área (m²) de superfície do componente construtivo que está sendo
avaliado;
c) A é a área (m²) de superfície de teto, paredes e piso, e todo material receptor
no recinto de recepção da energia sonora.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6 TRABALHOS FUTUROS
REFERÊNCIAS
BASTOS, L.P.; Melo, G. S. V.; Soeiro, N. S.; Avaliação do desempenho acústico de painéis
fabricados a partir de fibras vegetais em câmara reverberante em escala reduzida;
CONEM/2010 - VI CONGRESSO NACIONAL DE ENGENHARIA MECÂNICA; Campina
Grande – Paraíba – Brasil; 18 a 21 de agosto de 2010
BISTAFA, Sylvio R.. Acústica aplicada ao controle de ruído. São Paulo: Blucher, 2011.
CARDOSO Giovanna R., SAFT, Juliana B. Análise das características arquitetônicas para a
acústica de salas de concerto. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E
TECNOLÓGICA, 7., 2016. São Paulo. Anais Eletrônicos... Disponível em:
<http://mto.ifsp.edu.br/images/CPI/Anais/IC/1675.pdf>. Acesso em: 26 de out. 2017.
GUEDES, R. C.; Projeto e construção de uma câmara reverberante em escala reduzida para a
caracterização acústica de materiais absorventes, Belém; Universidade Federal do Pará,
Dissertação de Mestrado. 2007
MAGALHÃES, Max de Castro. Fundamentos de Acústica Estrutural. São Paulo: All Print
Editora, 2013.
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