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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

GUILHERME HENRIQUE MAFRA


HEITOR DE ANDRADE

PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UMA CAIXA DE REVERBERAÇÃO ACÚSTICA


EM ESCALA REDUZIDA

Palhoça
2018
GUILHERME HENRIQUE MAFRA
HEITOR DE ANDRADE

PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UMA CAIXA DE REVERBERAÇÃO ACÚSTICA


EM ESCALA REDUZIDA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina como requisito
parcial à obtenção do título de Engenheiro
Civil.

Orientador: Profª. Heloisa Regina Turatti Silva, Dr.

Palhoça
2018
GUILHERME HENRIQUE MAFRA
HEITOR DE ANDRADE
PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UMA CAIXA DE REVERBERAÇÃO ACÚSTICA
EM ESCALA REDUZIDA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi


julgado adequado à obtenção do título de
Engenheiro Civil e aprovado em sua forma final
pelo Curso de Engenharia Civil da Universidade
do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 13 de junho de 2018.

Professor e orientador ProP. Heloisa Regina Turatti Silva, Dr. Universidade


do Sul de Santa Catarina

ProP. Paol Egert Ortiz Dr.

Thiago de Alcântara Braglia, Engenheiro Produção


Autônomo
Dedicatória: Guilherme Henrique Mafra
Aos meus pais e irmãos, que não mediram
esforços para realização deste sonho.
Aos meus amigos queridos, que estiverem
presente nesta caminhada.
A toda minha família pelo reconhecimento.
AGRADECIMENTOS – GUILHERME HENRIQUE MAFRA

À professora Dra. Heloisa Regina Turatti Silva, pela orientação, dedicação, e


incentivo à realização deste trabalho;
À professora Dra. Paola Egert Ortiz, pela dedicação, e incentivo à realização deste
trabalho;
À minha mãe Salete dos Santos Mafra, pela dedicação, pelo amor e carinho, e
apoio presença em todos os momentos que precedem e sucedem esse texto;
À meu pai Venésio Pedro Mafra, pela dedicação, pelo amor e carinho, e apoio em
todos os momentos que precedem e sucedem esse texto;
À meu irmão Fabio Henrique Mafra, pelo apoio e carinho, até esta etapa que se
torna um momento de felicidade;
À meu irmão Carlos Henrique Mafra, pelo apoio e carinho que coincidem ao ao
longo dessa trajetória;
À minha vó, Corcina Agapito dos Santos, pelo apoio e carinho em toda esta
caminhada;
À meu amigo Heitor de Andrade, pela de dedicação por estes anos de graduação,
ao apoio e a presença em todos momentos que precedem este texto, e que sucedem o marco
da concretização de um etapa das nossas vidas;
Aos professores do Curso de Graduação em Engenharia Civil, pelo apoio e pelos
conhecimentos a min disponibilizados ao longo desses cinco anos de curso;
Aos colegas de Graduação, pela amizade, troca de informações e contribuições ao
longo deste período de convivência;
Aos meus amigos André, Alexandra, Camila, Marten e Mateus, meus sinceros
agradecimentos pelo tempo que comigo conviveram durante este período que compõe um dos
momentos mais importantes da minha vida;
Aos amigos e familiares, que prestaram apoio a este agradeço de coração pelo
incentivo a realização desse feito;
A empresa UP Planejar e seus colaboradores, que compuseram uma parcela desta
etapa com conhecimento e apoio para meu crescimento;
Um muito obrigado a todos que compuseram todas as etapas de minha vida até o
momento, pelas ações decisões e informações que concederam a min, pelo qual me tornaram
o Homem que sou hoje.
Dedicatória – Heitor de Andrade
Aos meus Pais, meus exemplos de vida e
responsáveis pelo homem que sou hoje.
A minha noiva Nathália Rühling Rocha,
mulher da minha vida, amiga e companheira,
responsável pelos melhores anos da minha
vida.
AGRADECIMENTOS – HEITOR DE ANDRADE

A Profª. Dr. Heloisa Regina Turatti Silva, por aceitar a orientação e o desafio.
Obrigado pelo incentivo, dedicação e paciência.
A Profª. Dr. Paola Egert Ortiz, que mesmo não sendo nossa orientadora, nos
ajudou e orientou em conjunto com a Professora Heloísa. Obrigado.
Aos meus Pais, Dione Regina da Silva de Andrade, e Dilton João de Andrade, por
apoio incondicional, e por todo amor e carinho dedicados ao longo da minha vida.
A minha irmã Bárbara de Andrade, por me ajudar no trabalho, me cobrindo nos
momentos que precisava estar ausente por motivos acadêmicos. Obrigado Bá!
A minha noiva, Nathália Rühling Rocha por ser minha companheira desde a
minha primeira graduação. Obrigado por me incentivar nessa segunda caminhada, sempre me
mostrando que eu sou capaz de tudo que desejar, basta querer. Meu exemplo de dedicação e
força de vontade. Te amo!
Ao amigo Guilherme Henrique Mafra, por aceitar o desafio de desbravar um tema
pouco conhecido pelos engenheiros civis, pela amizade e vários outros trabalhos feitos ao
longo da graduação.
Aos amigos da primeira graduação, Veterinários de sucesso que tenho orgulho de
ter conhecido e manter amizade até hoje. Obrigado pelo incentivo e apoio, mesmo quando
decidi a mudar o rumo da minha carreira. Exemplos de caráter, coragem e competência.
Obrigado Pelegos!
A todos meus amigos de infância e ensino médio que mantenho amizade até hoje,
em especial, Rodolfo Amando Schmitz, Paulo Ricardo Cardoso, Cristiano Kim Araújo.
Obrigado pela parceria!
A todos que falaram que perdi meu tempo fazendo a primeira graduação.
Conhecimento e Estudos nunca são demais. Obrigado pelo incentivo a cada vez que
perguntavam o que eu ia fazer com o outro diploma.
A empresa Beco Esquadrias de Alumínio, empresa da minha família, onde
diariamente trabalhamos com dedicação total. Motivo principal da escolha do tema desse
trabalho. Obrigado pelos ensinamentos e apoio técnico.
“A verdadeira motivação vem de realização, desenvolvimento pessoal, satisfação
no trabalho e reconhecimento” (HERZBERG).
RESUMO

O excesso de ruídos em ambientes construtivos é um dos tópicos tratados na norma NBR


15575/2013, pois a poluição sonora gerada pelos diferentes ruídos afeta a saúde física e
mental da população. Neste sentido, os componentes construtivos de uma edificação merecem
especial atenção em estudos técnicos. Porém, existem algumas dificuldades para realização
desses estudos, como por exemplo, o alto custo dos ensaios em centros especializados, e a
localização desses centros, que se encontram em outros estados. Neste contexto, o presente
trabalho pretende dar subsídios a um estudo sobre o efeito dos componentes construtivos
sobre o desempenho acústico das edificações, identificando as normas a serem aplicadas, bem
como publicações sobre ensaios acústicos nestes componentes construtivos. Além disso, será
desenvolvida uma caixa de reverberação acústica em escala reduzida 1:4 para ensaios de
esquadrias e outros componentes construtivos necessários para manutenção do conforto
acústico em uma edificação.

Palavras-chave: Caixa de reverberação acústica, Ensaios, Desempenho acústico.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Onda sonora, e suas principais características ........................................................ 22


Figura 2 – Efeitos do ruído no organismo humano. ................................................................. 33
Figura 3 – Ilustração da anatomia do ouvido humano.............................................................. 35
Figura 4 – Audibilidade média do ouvido humano .................................................................. 36
Figura 5 – Curvas Isofônicas .................................................................................................... 37
Figura 6 – Curvas de compensação de audibilidade................................................................. 39
Figura 7 – Ruído transmitido pelo ar e pela estrutura .............................................................. 40
Figura 8 – Croqui esquemático para realização de ensaio de medição de perda de transmissão
de ruídos.. ................................................................................................................................. 52
Figura 9 – Esquema da Câmara Reverberante 180x150x120 cm............................................. 53
Figura 10 – Porta Amostras da Câmara Reverberante. ............................................................ 53
Figura 11 – Preparação da serra circular e corte das chapas. ................................................... 54
Figura 12– Aplicação de cola e pinos para montagem. ........................................................... 55
Figura 13 – Fixação com parafusos para madeira.. .................................................................. 55
Figura 14 – Caixa previamente montada e detalhe dos parafusos de união.. ........................... 56
Figura 15 – Parede do módulo central com vão de 800 x 800 milímetros................................56
Figura 16 – Caixa de reverberação já montada no laboratório e detalhe da estrutura em
alumínio com rodízios e amortecedores. .................................................................................. 57
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Relação de frequências entre as notas musicais. .................................................... 23


Tabela 2 – Pressões sonoras e níveis de pressão sonora para sons do cotidiano, e
correspondentes sensações subjetivas de intensidade associadas............................................. 25
Tabela 3 – Níveis de som e ruídos internos. ............................................................................. 30
Tabela 4 – Valores de correção para atenuação auditiva.......................................................... 38
Tabela 5 – Comparativo das normas ABNT NBR, com as normas série ISO, e seus
respectivos detalhamentos. ....................................................................................................... 44
Tabela 6 - Relações de dimensões recomendadas pela norma ISO 3741/1999........................49
Tabela 7 – Preços dos materiais utilizados para construção.....................................................51
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ASTM American Society for Testing and Materials - Orgão Estadunidense de


Normatização

EVA Etileno Acetato de Vinila

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ISO International Organization for Standardization - Organização


Internacional de Normatização

NBR Norma Brasileira

PVC Policloreto de Vinil


LISTA DE SÍMBOLOS

ºC Celsius - unidade de medida de temperatura

A Área

B Bel - escala logarítmica de pressão sonora

D Diferença

cm² Centímetro Quadrado - unidade de medida de área

dB Pressão Sonora e Decibel

Ea Energia Absorvida

Ed Energia Dissipada no Interior

Ei Energia que incide

Er Energia Refletida

Et Energia Transmitida

f Frequência

GHz Giga Hertz

Hz Hertz - unidade de medida de frequência

I Intensidade Sonora ou Acústica

LAeq Escala de Medida de Pressão Sonora

m Metro - unidade de medida de distancia

m/s Metros por segundo - unidade de mediada de velocidade

m³ Metro Cúbico - unidade de medida de volume

NPS Nível de pressão Sonora

P Pressão

Pa Pascal - unidade de medida de pressão

Pref Pressão de Referencia (0,0000Pa).

PT Perda de Transmissão
r Raio de esfera

R Redução Sonora

S Área

s Segundo - unidade de medida de tempo

T Período

W Watts - unidade de medida de potência

µW Micro Watts - unidade de medida de potência

τ Relação de Energia
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 16
1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................... 17
1.1.1 Objetivos Gerais .......................................................................................................... 17
1.1.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 18
1.2 JUSTIFICATIVAS E PROBLEMÁTICA ....................................................................... 18
2 REVISÃO BIBILIOGRÁFICA ....................................................................................... 20
2.1 SOM ................................................................................................................................. 20
2.1.1 Onda Sonora ................................................................................................................ 21
2.1.2 Frequência.................................................................................................................... 22
2.1.3 Pressão Sonora e Decibel (dB).................................................................................... 23
2.1.3.1 Nível de Pressão Sonora (NPS) .................................................................................. 24
2.1.4 Potência sonora ............................................................................................................ 25
2.1.5 Intensidade sonora ...................................................................................................... 26
2.1.6 Propagação do som...................................................................................................... 26
2.1.6.1 Fenômenos relativos à propagação do som ................................................................ 27
2.1.6.1.1 Reflexão e refração do som ..................................................................................... 27
2.1.6.1.2 Absorção do som...................................................................................................... 28
2.1.6.1.3 Difração do som ...................................................................................................... 28
2.1.6.1.4 Reverberação ........................................................................................................... 28
2.2 RUÍDO ............................................................................................................................. 29
2.2.1 Tipos de Ruído. ............................................................................................................ 31
2.2.1.1 Ruído branco e ruído rosa........................................................................................... 31
2.2.1.2 Ruído de fundo e efeito de mascaramento ................................................................. 31
2.2.2 Efeito do ruído no homem .......................................................................................... 32
2.2.2.1 A perda auditiva e efeitos do ruído em outros orgãos ................................................ 32
2.3 AUDIBILIDADE ............................................................................................................. 34
2.3.1 Sensação auditiva ........................................................................................................ 35
2.3.1.1 Sensação auditiva equivalente .................................................................................... 36
2.4 ISOLAMENTO DE RUÍDOS ......................................................................................... 39
2.4.1 Isolamento aéreo de ruídos ......................................................................................... 40
2.4.2 Isolamento sonoro de janelas ..................................................................................... 41
2.5 NORMATIZAÇÃO ......................................................................................................... 42
2.6 PUBLICAÇÕES SOBRE COMPONENTES CONSTRUTIVOS .................................. 45
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 47
4 DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 49
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 60
6 TRABALHOS FUTUROS ............................................................................................... 61
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 62
16

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento das grandes cidades e centros urbanos trazem benefícios a


grande maioria da população que habita esses locais. Porém, juntamente com os benefícios e
vantagens, surgem alguns problemas que são velhos conhecidos, porém muitas vezes pouco
estudados. De forma indireta, acabam trazendo problemas para o cotidiano da população, e
consequentemente prejuízos socioeconômicos. Alguns desses malefícios são consequências
diretas do desenvolvimento desordenado e muito rápido das cidades emergentes.
Florianópolis, capital de Santa Catarina não é diferente. Nos últimos anos, é
notável o crescimento da cidade e principalmente da construção civil. Isso se deve ao fato da
grande procura pela cidade que vem sendo citada como uma das melhores para se viver no
país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de
Florianópolis em 25 anos aumentou em 67,5%. Com o aumento populacional é inevitável o
aumento do tráfego de veículos, execução de obras civis e o crescimento industrial, que geram
além de desenvolvimento e rentabilidade um problema comum para as grandes cidades: O
Som e Ruído.
De acordo com Murgel (2007), ruído é tratado pelas autoridades como um
problema de conforto acústico, enquanto deveria ser enfrentado como um problema de saúde
pública. A poluição sonora é todo o som emitido que ultrapassa o nível sonoro natural.
Levando essas definições em consideração, no âmbito da construção civil há uma
preocupação crescente nos últimos anos em relação ao conforto ambiental, com atenção ao
conforto acústico. Para tal, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
desenvolveu a Norma Brasileira (NBR) 15575/2013 - Edificações Habitacionais –
Desempenho. Essa NBR traz requisitos e exigências para desempenho ambiental, passando
por desempenho térmico, sustentabilidade, durabilidade e conforto acústico.
Em uma edificação, alguns itens atuam para garantir o conforto acústico interno.
Paredes, lajes e esquadrias garantem a vedação e estanqueidade de forma geral, porém isso
não garante o conforto ambiental necessário. Há alguns detalhes nesses itens que podem
influenciar positivamente ou de forma negativa o isolamento acústico. Espessura de paredes e
lajes, camadas aditivas de materiais com bom desempenho antirruídos podem ser adotados.
Nas esquadrias não é diferente. A tecnologia e a exigência de mercado vêm trazendo
inovações nessa área pouco explorada pela engenharia.
A grande maioria das construtoras no Brasil, não buscam as tecnologias já
existentes no mercado para melhorar o desempenho acústico, por meio das esquadrias.
17

Diferentes caixilhos e vidros já foram desenvolvidos a fim de criar produtos com alto índice
de vedação acústica. Vidros laminados, duplos e insulados são conhecidos como bons
atenuadores de ruído. E os caixilhos? Dois materiais são usados em larga escala, sendo eles o
alumínio e o Policloreto de Vinil (PVC) os preferidos do mercado.
De acordo com Recchia (2001 apud DE ALCANTARA, 2010, p. 21):

Os principais elementos responsáveis pelos baixos índices de isolamento das janelas


são as esquadrias e não os vidros, como a maioria das pessoas supõem. Portanto, a
ideia amplamente divulgada de que a substituição do vidro da janela por um vidro
duplo seria suficiente para solucionar o problema do ruído externo, é equivocada.

Para realização de ensaios e estudos em componentes construtivos, é necessária


uma câmara de reverberação acústica, com dimensões específicas e técnicas normatizadas.
Existem poucas câmaras de reverberação acústica no Brasil, e, além disso, o valor para se
fazer um ensaio de um componente é alto. Nesse contexto, esse trabalho traz o
desenvolvimento de uma caixa de reverberação acústica em escala reduzida, mas
precisamente 1:4 para comparação de diferentes componentes construtivos e esquadrias de
diferentes linhas e bitolas de perfis.
Com a possibilidade de estudos no campo universitário, cabe ao engenheiro civil,
responsável pela escolha do material de sua obra, a procura por estudos e ensaios para
conhecer o produto que será comprado, não confiando apenas no marketing das diferentes
empresas do mercado.
Dito isso, esse trabalho busca trazer informações sobre o tema supracitado,
informando e orientando os profissionais da área técnica, responsáveis por decisões que
trazem ou não retorno e rentabilidade econômica da obra.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivos Gerais

Desenvolver uma caixa de reverberação acústica para determinar o desempenho


acústico dos diferentes componentes construtivos empregados em larga escala na construção
civil.
18

1.1.2 Objetivos Específicos

1) Realizar revisão bibliográfica sobre o tema estudado;


2) Investigar a melhor forma de ensaiar componentes construtivos em uma
câmara de reverberação reduzida;
3) Buscar informações, detalhes e cuidados para realizar a construção de uma
câmara de reverberação reduzida;
4) Definir os materiais utilizados na construção da câmara de reverberação;
5) Construir a câmara de reverberação reduzida;
6) Gerar possibilidades de estudos e ensaios acústicos de forma mais acessível,
não só para a comunidade universitária, mas para a sociedade como um todo.

1.2 JUSTIFICATIVAS E PROBLEMÁTICA

Como dito anteriormente, o crescimento desenfreado das grandes cidades tem


gerado um notável aumento na poluição sonora desses locais. Isso tem levado projetistas,
fabricantes e construtores à busca de diferentes formas de atenuar essa poluição sonora, que é
uma das principais reclamações dos usuários de imóveis das grandes cidades.
Em se tratando de saúde pública, a poluição sonora causa problemas muito além
de problemas auditivos irreversíveis. De forma indireta e muitas vezes sem a pessoa afetada
saber, o ruído causa irritabilidade, estresse, problemas com atenção e baixa de produtividade.
Em geral, além de problemas e lesões físicas, os ruídos trazem danos psicológicos aos
usuários de imóveis com um mau desempenho acústico.
Dessa forma, a busca por inovações na vedação das edificações se faz necessária.
Porém, para o engenheiro civil, não basta apenas existir o produto, mas é preciso o
conhecimento do produto a ser comprado, que tem grande importância na obra, e em alguns
empreendimentos, compõe alto percentual no orçamento. GUEDES (2007) comenta que, nas
últimas décadas, é crescente a demanda por informações sobre as propriedades acústicas dos
materiais, como por exemplo, a capacidade de absorção da energia sonora nestes. No entanto,
estes estudos, muitas vezes, se utilizam de métodos de modelagem que permitam inferir o
comportamento acústico aos sistemas reais, os quais demandam uma infraestrutura de porte e
exigem um alto investimento. Porém é possível encontrar na literatura autores que
trabalharam com câmaras reduzidas para diagnosticar o comportamento acústico dos
materiais, e este serão citados no trabalho a seguir.
19

Portanto, a construção de uma caixa de reverberação acústica em escala reduzida é


justificada de forma geral por alguns fatores. Primeiramente, o alto custo para a realização de
ensaios tradicionais acaba tornando inviável o ensaio de componentes construtivos. A
localização dos centros especializados também é um fator que traz dificuldades e também
eleva o custo do ensaio. Por fim, porém de igual importância, tornar possível e viável para os
profissionais da região, estudos em componentes construtivos importantes para a manutenção
do conforto acústico. A construção da caixa de reverberação se justifica pela demanda por
desempenho acústico nas edificações, levando em conta a NBR15575/2013, que exige
atenção especial das construtoras no conforto acústico.
20

2 REVISÃO BIBILIOGRÁFICA

Para entendimento dos ensaios a serem feitos, é necessário o estudo de conceitos


básicos e avançados da acústica, passando por simples definições, entendimento das normas
vigentes e o complexo comportamento do som no ambiente e nos materiais. Para tal, se busca
artigos, dissertações, teses e livros para pesquisa e sustentação do tema proposto para esse
trabalho.

2.1 SOM

Segundo Bistafa (2011 p.6):

A acústica é a ciência do som, incluindo sua geração, transmissão e efeitos. Na


realidade o termo som tem conotação mais ampla, já que se refere não somente ao
fenômeno no ar responsável pela sensação de audição, mas também a tudo aquilo
que é governado por princípio físico análogo.

Essa definição dá uma ideia da importância do objeto de estudo e


consequentemente traz algumas definições do conceito de som, de diferentes autores. De
forma simples, Murgel (2007, p. 21) define que “[...]som é qualquer vibração do ar (variação
de pressão) que possa ser detectada pelo ouvido humano”.
Já de acordo com Costa (2003, p. 1) “O som é o resultado das vibrações dos
corpos elásticos, quando essas vibrações se verificam em determinados limites de frequência”.
Em resumo, tais vibrações são audíveis pelo ser humano somente se estiverem
dentro da faixa de frequência audível, além de uma variação na pressão sonora. (OLIVEIRA,
2007). Portanto, são necessárias condições ideais para que ondas sonoras se tornem audíveis
pelo ouvido humano.
No estudo da acústica, é importante a diferenciação de dois termos que, apesar de
fisicamente equivalentes, tem uma sútil, mas importante diferença. Todo ruído é um som,
porém o contrário não procede. Segundo Murgel (2007, p. 35):

Em termos físicos, ruído é a superposição de numerosas vibrações de frequências


diversas, não harmônicas entre si, ou, mais simplesmente, um conjunto de sons
produzidos por vibrações irregulares, sem o caráter de peridiocidade de harmonia.
Essa falta de harmonia é que torna um som desagradável.

De forma simples temos o som, como qualquer vibração audível pelo ser humano.
Já o ruído, um som que traz prejuízos à fisiologia humana.
21

Para melhor entendimento do estudo do ruído relacionado ao conforto acústico, é


preciso o conhecimento de outros termos importantes na acústica.

2.1.1 Onda Sonora

De forma simples e resumida, Souza (2011) afirma que as vibrações sonoras se


propagam devido às alterações provocadas na pressão atmosférica, definindo uma onda
sonora. Alguns outros autores classificam ainda, as ondas, como ondas sonoras planas ou
ondas sonoras esféricas ou tridimensionais. Costa (2003, p. 1) afirma que:

O som, portanto, se propaga por meio de impulsos ocasionados ao meio, em torno


do corpo sonoro, os quais provocam deformações transitórias que se movimentam
longitudinalmente, de acordo com a onda de pressão criada.

De acordo com Gerges (2000), as ondas sonoras planas são as menos comuns de
ocorrer e são caracterizadas por terem a mesma amplitude em todos os pontos perpendiculares
a direção de propagação.
As ondas sonoras esféricas são mais recorrentes no cotidiano. Tem-se como
coordenada o raio da esfera (r), contada a partir do centro da esfera pulsante, ao contrário da
onda sonora plana que tem como coordenada independente x, dado um plano cartesiano. A
onda sonora esférica tem sua amplitude inversamente proporcional à distância da fonte
sonora, ou seja, a amplitude da onda diminui com o aumento da distância da fonte.
(BISTAFA, 2011). Esse efeito é chamado de atenuação do ruído com a distância. Murgel
(2007, p. 27), explana a atenuação de ruído com a distância:

Uma vez emitido um som, este se propaga esfericamente, em todas as direções, até
encontrar um obstáculo que impeça a sua trajetória. No entanto, conforme aumenta a
distância da fonte, a frente de onda ocupa uma área maior. Como o nível de energia
é constante na frente de onda, esse aumento de área implica uma diminuição da
intensidade sonora. Logo, a proporção que o ruído se distancia da fonte, sua
intensidade diminui [...].

Para o entendimento geral da onda sonora, alguns conceitos devem ser


esclarecidos para melhor entendimento. Segundo Costa (2003):
a) Altura: Tem relação direta com a frequência do som, e nos diz se um som é
agudo ou grave.
22

b) Timbre: Se relaciona com a composição harmônica da onda, que permite


identificar a procedência do som. A análise harmônica permite diferenciar o
som de ruído.
c) Intensidade: Tem relação com a amplitude de onda, consequência da variação
de pressão do meio de propagação. É medida por meio de potência sonora
propagada por unidade de superfície. A intensidade e a potência sonora serão
discutidas em tópicos mais a diante nesse trabalho.
d) Amplitude: É o deslocamento das partículas do meio por consequência das
oscilações que formaram a onda sonora.
e) Comprimento de onda: Distância de uma crista de onda até a próxima crista de
onda do ciclo. Segundo Souza (2011), a correlação entre frequência e
comprimento de onda é evidente, sendo as duas inversamente proporcionais.
A figura 1 demonstra didaticamente a onda sonora, e suas características mais
importantes.

Figura 1 - Onda sonora, e suas principais características.

Fonte: La Guía, (2017).

2.1.2 Frequência

De acordo com Costa (2003, p. 3), frequência (f) de uma onda corresponde ao
número de vibrações completas executadas por essa onda em um segundo. A frequência é
23

dada pelo inverso do período (T), que se define como intervalo de tempo necessário para que
um ciclo de onda de complete. (BISTAFA, 2006).
Portanto, tem-se a frequência definida por:

1
𝑓= [𝐻𝑧]
𝑇

Na equação acima, está representada matematicamente a frequência em Hertz


(Hz), unidade empregada para medição da frequência. O Hertz indica uma oscilação de onda
por segundo (MURGEL, 2007). A frequência determina consequentemente a chamada faixa
de áudio. Segundo Bistafa (2011), sons com frequências entre 20 Hz e 20.000 Hz são audíveis
pelo ser humano. Murgel (2007) considera a faixa entre 1000 Hz a 4000 Hz a mais audível
pelo ser humano. De acordo com Scherer (2005, p. 24) “A acústica arquitetônica considera
um intervalo de frequências entre 100 Hz e 4000 Hz, distribuídas em bandas de oitava, onde
cada frequência é o dobro da precedente, ou em terços de oitava”.
Como já citado, há uma faixa de frequência considerada mais audível pelo ouvido
humano. Portanto, se conclui que “[...] a sensibilidade do ouvido humano é diferente
conforme o nível de frequência”. (RIGHI, 2013).
Sons de baixa frequência são chamados de grave, enquanto sons de alta frequência
são chamados de agudos. Para entendimento do conceito de oitava, Costa (2003, p. 4) define
“[...] o nome de oitava ao conjunto de notas que vai do dó de uma escala ao dó da escala
seguinte, a qual apresenta uma frequência que é o dobro da frequência do dó da escala
anterior”. A tabela 1 traz as relações de frequência entre as notas de uma oitava qualquer:

Tabela 1 – Relação de frequências entre as notas musicais.


Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó
1 9/8 5/4 4/3 3/2 5/3 15/8 2
Fonte: Costa (2003, p. 4).

2.1.3 Pressão Sonora e Decibel (dB)

Como dito anteriormente, o som pode ser definido por uma variação da pressão
ambiente sendo audível pelo ouvido humano. Bistafa (2011, p. 18) diz:

Ao nível do mar, a pressão ambiente é de 101.350 Pascal (Pa). A menor variação de


pressão ambiente detectável pelo sistema auditivo é da ordem de 2 x 10−5 Pa. Essa
24

pressão chama-se limiar da audição. E a variação de pressão ambiente capaz de


provocar dor é o limiar da dor. Diferentes valores de pressão são atribuídos ao limiar
da dor desde 20 a 200 Pa.

Dessa forma, de acordo com Murgel (2007) se a medição de som fosse feita pela
pressão, teríamos uma escala difícil de trabalhar, levando em conta todas as variações sonoras
audíveis. Então, foi criada uma unidade chamada Bel (B), com o intuito de comprimir em
escala logarítmica a grande variação sonora. Desse modo, 1 bel seria log10, 2 bel seria
log100, e assim por diante. Porém, em um bel há uma grande variação de intensidade sonora,
portanto é usado o decibel, que é um décimo de bel, tornando mais fácil a medição. A escala
varia de 0 dB (log1), sendo esse o limiar de audição já citado, até 140 dB, o limiar da dor.
(MURGEL, 2007).

2.1.3.1 Nível de Pressão Sonora (NPS)

Segundo Scherer (2005, p. 25), a medida mais comum de um nível sonoro é o


Nível de Pressão Sonora (NPS), expresso em decibéis. “O NPS, é a relação do valor eficaz de
pressão sonora medida em Pa, e a menor pressão recebida pelo ouvido humano na frequência
de 1000 Hz”.(OLIVEIRA, 2007, p. 22). O NPS é expresso pela fórmula:

𝑃
𝑁𝑃𝑆 = 20𝑙𝑜𝑔
𝑃𝑟𝑒𝑓

Onde, P é a pressão sonora a ser medida, e 𝑃𝑟𝑒𝑓 a pressão de referencia (0,00002


Pa). A tabela 2 traz uma relação de pressão sonora em Pa e o NPS em dB para sons
cotidianos, apresentando o limiar de audição e o limiar da dor:
25

Tabela 2 – Pressões sonoras e níveis de pressão sonora para sons do cotidiano, e


correspondentes sensações subjetivas de intensidade associadas.
Sensação subjetiva de Pressão sonora Nível de pressão
Descrição
intensidade (Pa) sonora (dB)
Perigo de ruptura de tímpano
- Avião a jato 200 140
- Fogo de artilharia
Estrondoso
Limiar da dor
- Tambor de graves a 1 metro (m) 63 130
- Avião a jato a 5 m
Limiar do desconforto auditivo
- Avião a pistão a 3 m 20 120
- Broca pneumática
Muito Barulhento -Metrô
6,3 110
-Próximo a uma britadeira
- Indústria barulhenta
2 100
- Dentro de um avião
- Banda ou orquestra sinfônica
- Rua barulhenta
Obs: Ambientes com níveis de pressão 0,63 90
sonora superiores a 85 dB são considerados
Barulhento insalubres
- Dentro de um automóvel em alta
velocidade
0,2 80
-Escritório barulhento
- Aspirador de pó
- Rua de barulho médio
0,063 70
- Pessoa falando a 1 m
Moderado
- Escritório de barulho médio
0,02 60
- Rádio com volume médio
- Restaurante tranquilo
- Escritório aberto (com tratamento 0,006 50
Tranquilo acústico)
- Sala de aula (ideal)
0,002 40
- Escritório privado (ideal)
- Teatro vazio
0,0006 30
- Quarto de dormir
Silencioso
- Movimento de folhagem
0,0002 20
- Estúdio de rádio ou TV
- Deserto ou região polar
0,00006 10
- Respiração normal
Muito silencioso
- Laboratório de acústica (câmara anecóica)
0,0002 0
- Limiar da audição
Fonte: Bistafa (2011, p. 32).

2.1.4 Potência sonora

A potência sonora é dependente apenas da fonte sonora, independente do meio de


propagação em que se encontra a fonte. Um som emitido por uma máquina terá a mesma
26

potência sonora em diversos ambientes, porém poderá ter diversas pressões sonoras se houver
a mudança de ambiente dessa fonte. (GERGES, 2000).
Segundo Magalhães (2013), a potência sonora é o parâmetro acústico mais
adequado para medir a capacidade de uma fonte sonora, devido ao fato de que a mesma não
varia com a distância nem com o ambiente de propagação, ao contrário da pressão sonora, que
depende de todos os fatores citados.
Silva (2002) afirma que a potência sonora ou acústica é emitida por uma energia
acústica é geralmente muito pequena. Para efeitos de comparação, pode-se usar os exemplos
da potência aferida em Watts (W), de uma voz humana feminina é de 0,002 W, enquanto a de
um avião a jato é de 10000 W.

2.1.5 Intensidade sonora

A Intensidade sonora é medida em Watts/cm², sendo a quantidade de energia que


atravessa um centímetro quadrado de área. (SILVA, 1990).
Bistafa (2011) define que a quantidade média de energia que atravessa uma área
unitária perpendicular a propagação da onda é a intensidade sonora ou acústica I, dada pela
equação:

𝑊
𝐼= [𝑊/𝑐𝑚²]
𝑆

Onde S, é a superfície onde incide a onda em cm², e W é a potência sonora em


Watts.

2.1.6 Propagação do som

A propagação da onda sonora se dá pela vibração elástica, sejam meios aéreos,


líquidos ou sólidos. Diferente de outros tipos de vibrações e energia, a onda sonora não se
propaga no vácuo. Segundo Gerges (1992 apud OLIVEIRA, 2007, p. 20):

Na comunicação humana e no dia-a-dia, o ar representa o meio elástico mais comum


para a propagação do som, em que as colisões sucessivas das moléculas umas contra
as outras originam regiões de compressão e rarefação no meio de propagação, em
todas as direções sem que haja deslocamento de matéria, apenas propagação de
energia sonora.
27

Apesar de ser o meio mais usual, o ar não é um meio perfeitamente elástico e


consequentemente há uma perda de energia no meio aéreo. Essa perda é difícil de quantificar,
pois é dependente de vários fatores como ventos, umidade e temperatura. Entretanto, é de
conhecimento da ciência que quanto mais alta a frequência do som, maior a perda, e
consequentemente maior a atenuação do som. O vento tem influência direta na propagação do
som. Isso porque quando a massa de ar se desloca, as ondas sonoras se movem de forma
proporcional. Então, se um vento se desloca da fonte ao receptor, o ultimo tem a sensação de
aumento do nível do som resultante. O inverso também é verdadeiro. (MURGEL, 2007).
A velocidade do som também é dependente do meio de propagação. Segundo
Gerges (2000) a velocidade do som no ar em uma temperatura de 20 Graus Celsius (°C), é de
343 metros por segundo (m/s). Ainda de acordo com Gerges (2000, p. 5):

Se uma onda sonora encontra um obstáculo com dimensões menores do que o seu
comprimento de onda, o efeito não é perceptível, ocorrendo o oposto se a dimensão
do obstáculo for compatível ao comprimento de onda de som. Portanto, para impedir
a passagem de som, barreiras devem ser colocadas perto da fonte ou do receptor, e
suas dimensões devem ser três a cinco vezes o comprimento de onda do som
envolvido.

2.1.6.1 Fenômenos relativos à propagação do som

Alguns fenômenos ocorrem em relação a propagação do som. O isolamento


sonoro em ambientes depende do entendimento geral desses fenômenos.

2.1.6.1.1 Reflexão e refração do som

Quando uma onda sonora encontra um obstáculo a energia sonora se divide. Uma
se reflete, a outra parte da energia penetra no segundo meio, sendo considerada absorvida por
ele. Se o segundo meio é ilimitado, a energia é totalmente convertida em calor, porém, se for
uma parede com espessura definida, por exemplo, ou qualquer outra estrutura com limitação,
a energia é transmitida por refração. Pode-se dizer que a refração é dependente do coeficiente
de absorção do material do obstáculo encontrado pela onda. (COSTA, 2003).
Para que ocorra a reflexão é necessário que o obstáculo tenha superfície maior que
o comprimento da onda do som. Dessa forma, sons de baixa frequência sofrem menos
reflexões que os sons de alta frequência. A reflexão é muito utilizada em auditórios e teatros,
a fim de aumentar a intensidade sonora no ambiente. (SOUZA, 2011).
28

2.1.6.1.2 Absorção do som

Como dito anteriormente, a parcela de energia que se transforma em calor é


caracterizada como coeficiente de absorção. Essa energia é absorvida devido ao atrito e a
viscosidade do ar. Pode-se dizer que a absorção depende diretamente da natureza do material
que a onda está incidindo. (COSTA, 2003). Segundo Souza (2011, p. 36), “[...] quanto mais
poroso o material, maior a absorção”. De acordo com Costa (2003), além da porosidade,
vários outros aspectos tem influência no coeficiente de absorção dos diferentes materiais,
como frequência, espessura, fracionamento e disposição adotada.

2.1.6.1.3 Difração do som

Quando a onda sonora se encontra com um obstáculo que não seja grande em
relação ao seu comprimento de onda, a mesma contorna o obstáculo não alterando de modo
sensível a sua qualidade. A porção que contorna a pequena abertura é considerada uma nova
fonte sonora. (COSTA, 2003).
Ainda de acordo com Costa (2003, p. 39), “[...] no caso de pequenas aberturas,
como pequenas janelas, vazios de ventilação, portas e janelas imperfeitamente fechadas, etc.,
o som se propaga uniformemente em todas as direções a partir do outro lado da abertura”.
Dessa forma Silva (2002) afirma que é preciso ter atenção e cuidado com a presença de
pequenas frestas e orifícios, pois esses sempre se transformaram em centros reirradiadores de
som.

2.1.6.1.4 Reverberação

Normalmente em um local aberto, um indivíduo isolado no espaço emite uma voz


com 60 dB, a 11 metros de distância essa voz é considerada inaudível. Porém, sabe-se que é
possível ouvir a distâncias superiores a citada. O ouvido humano tem a capacidade
integradora, que permite ouvir vários impulsos sonoros que se somam e atingem o mesmo por
reflexão ou por novas fontes, durante um intervalo de 1/15 segundos. Dessa forma, sons
refletidos somados a novas fontes sonoras geram um prolongamento da audição dessa onda
sonora. (COSTA, 2003).
Costa (2003, p. 44) afirma que “A persistência do som residual no ambiente,
depois que a fonte tenha cessado de emiti-lo, toma o nome de reverberação ou
29

circunsonância”. Dessa forma, há um intervalo de tempo, desde o momento da emissão da


onda, até o momento que ela é extinta do ambiente. Esse tempo é chamado de tempo de
reverberação, que na prática corresponde a uma queda de 60dB no nível sonoro. (SOUZA,
2011). O tempo de reverberação apesar de antigo é o mais confiável parâmetro para
caracterização da reverberação. Navarro (2004 apud, ALCANTARA, 2010, p. 16) afirma que:

Dependendo do espaço utilizado, a reverberação poderá ser boa, em doses


moderadas, e má, em excesso. Tipicamente, o tempo de reverberação em uma sala
varia pouco nas frequências médias e normalmente diminui com o aumento das
dimensões da sala. O tempo de reverberação deve ser calculado em cada banda de
oitava, pois ele está sujeito a variações de frequência, em virtude de que os
coeficientes de absorção sonora variam com a mesma. Ele geralmente é maior em
frequências baixas, pois estas, em razão dos grandes comprimentos de onda, são
mais difíceis de serem absorvidas do que as altas frequências.

De forma resumida, o cálculo do tempo de reverberação é descrito pela


formula de Sabine. A fórmula proposta relaciona o tempo de reverberação ao volume da sala
de reverberação, as áreas de absorção e ao coeficiente de absorção sonora dos materiais.
(GUEDES, 2007, p.18).

𝑉
𝑇 = 0,161 [𝑠]
𝐴

Onde:
V é o volume da sala em m³;
A é a absorção total do recinto que é dada pela multiplicação do coeficiente de
absorção de uma material pela sua área de absorção correspondente.

2.2 RUÍDO

A classificação de ruído não possui uma característica física ou teórica. O ruído


denomina-se todo e qualquer som que seja indesejável pelo receptor. No convívio
arquitetônico o ruído será classificado como importante a partir do momento que interferir o
ambiente de trabalho e convívio social dentro de edificações. O ruído pode ser de maneira
simples causadora de danos imediatos ao receptor, até danos permanentes por exposição
prolongada a determinadas fontes emissoras de ruído. (DE MARCO, 1990).
De acordo com Gerges (2000) som e ruído não são sinônimos, um ruído é apenas
um tipo de som, mas um som não é necessariamente um ruído.
30

O ruído é um som caracterizado por não possuir harmonia, no qual pode despertar
a percepção imediata do receptor. Dessa forma diversas funções úteis são atribuídas ao ruído,
como a sirene de uma ambulância ou carro de polícia, que incide a informar aos condutores
sobre a passagem desses veículos, ou até um alarme de incêndio de uma edificação.
(BISTAFA, 2011).
Quando um som possui emissões sonoras de alta intensidade com duração menor
de 1s (segundo), e que se repetem em ciclos com intervalos maiores que 1s, são denominadas
como ruído com caráter impulsivo, alguns exemplos são; martelagens, bate-estacas,
explosões. Quando um som apresenta uma pressão constante, é denominado ruído com
componentes tonais, como por exemplo, apitos, zumbidos buzinas, etc. Ruídos intermitentes
são compostos por som cíclicos em intervalos menores que 1s, como por exemplo, as sirenes
(COSTA, 2003). Ainda de acordo com (2003 p. 72):

O conhecimento da pressão sonora dos sons e ruídos é importante para estabelecer


um critério de controle dos mesmos, a fim de preservar o desconforto e mesmo risco
de danos à audição e eventualmente a diversos aspectos da saúde humana, causados
pelo seu valor excessivo.

Dessa forma, a tabela 3 a seguir traz os níveis de som, comparando potência,


intensidade e pressão sonora, relacionados com a distância da fonte emissora.

Tabela 3 - Níveis de som e ruídos internos.


Intensidade 𝐋𝑨𝒆𝒒
Fonte Distancia (m) Potencia (µW)
(µW/cm²) 𝐃𝐁𝑨
Conversação
1
Normal 5 − 20 10−5 − 10−4 50 − 60
1
Forte 100 − 1.000 10−3 − 10−4 70 − 80
Canto
Médio 1 200 − 2.000 10−3 − 10−2 70 − 80
Forte 1 104 − 5𝑥104 10−1 80 − 100
Piano
Médio 1 500 − 2.000 10−2 − 10−1 70 − 80
Forte 1−3 100 − 1.000 1 − 10 80 − 110
Órgão
Forte 1−5 107 100 120
Orquestra
Forte 5 − 10 107 − 108 100 − 110 110 − 130
Rádio
Médio 1−3 100 − 1.000 10−3 − 10−2 70 − 80
Forte 1−3 5𝑥103 − 3𝑥104 10−2 − 10−1 90 − 100
Fonte: Costa (2003, p. 73).
31

2.2.1 Tipos de Ruído.

2.2.1.1 Ruído branco e ruído rosa.

Segundo Noceti Filho (2002) o ruído branco é por definição aquele que tem a sua
potência distribuída uniformemente no espectro de frequência, ou seja, é uma constante. O
nome ruído branco advém da analogia com o espectro eletromagnético na faixa de luz branca
que contém todas as frequências do espectro visível. Na natureza, encontramos ruídos com
essa característica constante até cerca de 1.000 GHz. Para frequências mais altas, a amplitude
do ruído decresce. Já ruído rosa é aquele cuja densidade espectral de potência é proporcional
ao inverso da frequência. O nome ruído rosa vem também do espectro luminoso. A luz
vermelha possui a mais baixa frequência do espectro visível e o ruído rosa tem mais energia
nas baixas frequências.
Segundo Bistafa (2011), para ensaios acústicos são utilizados estes dois tipos de
ruídos. Onde um gerador de sinais emite através de um alto-falante um sinal característico de
ruído rosa ou branco, no qual excita o sistema. O ruído rosa é utilizado quanto a análise de
sistemas acústicos, se utilizam filtros com larguras de bandas de porcentagem constante, para
garantir a mesma quantidade de energia no sistema. Assim sendo possível analisar as repostas
para diferentes bandas.

Segundo PUJOLLE (1978, apud OLIVEIRA, 2007, p.23):

Os ensaios em laboratório são realizados em câmara reverberante com fonte sonora


normalizada a qual emite um ruído com a mesma quantidade de energia em todas as
frequências analisadas. A esse ruído que apresenta tais características, chama-se
ruído rosa.

2.2.1.2 Ruído de fundo e efeito de mascaramento

Alguns autores trazem a definição de ruído de fundo e efeito de mascaramento,


Souza (2011, p. 60) define de forma didática e pontual:

As atividades humanas envolvem sempre, por menor que seja, a geração de sons, e,
por isso mesmo, os ambientes urbanos têm como uma de suas características a
presença do que se denomina ruído de fundo. O ruído de fundo tende a ser mais
intenso durante o dia e menos intensos nos horários da madrugada. Para que o som
possa ser ouvido, é necessário que seu nível de intensidade esteja acima do nível de
intensidade do ruído de fundo.
32

De forma mais técnica, Gerges (2000) traz que o ruído de fundo é um nível de
pressão sonora gerada pelo ambiente, para efeitos de estudo o ruído de fundo não deve
mascarar o sinal de ensaio. Isso remete que o nível do sinal a ser estudado deve estar 3 dB
acima do nível de fundo, porém, uma correção deve ser aplicada para que o resultado tenha
confiabilidade.
O ruído de fundo não pode mascarar o ruído objeto de estudo de ensaio, ou
mesmo na audição de um ser humano qualquer, um ruído de fundo pode atrapalhar a audição
normal de outros sons desejáveis. Para Silva (2002), isso se chama efeito de mascaramento.
Para Bistafa (2011, p. 79), “Ocorre mascaramento quando um som interfere na percepção do
outro. [...] Diz-se que o tom indesejável (chamado de mascarante), mascara o tom desejável
(chamado de mascarado)”.

2.2.2 Efeito do ruído no homem

Como já citado, o som e o ruído se diferenciam de forma sútil. Todo ruído é um


som, porém nem todo som é um ruído. Murgel (2007), afirma que a avaliação de ruído, ou
ruído indesejável é bastante subjetiva. Enquanto uma música pode ser agradável a uma
pessoa, a outra pessoa pode ser indesejável e leva-la ao estresse. Um cão latindo
constantemente pode gerar estresse, enquanto o de uma cachoeira pode ser agradável, mesmo
os dois ruídos tenso níveis bastante elevados.
Murgel (2007, p. 37) os níveis de aceitação do ruído variam conforme cada
indivíduo e ao ruído de fundo existente.

Em geral, uma comunidade reage negativamente a uma fonte sonora, a partir de 65


dB(A), quando surgem raras reclamações. Estas se tornam generalizadas quando o
nível de ruído atinge 75 dB(A), e a poluição sonora torna-se inaceitável a partir dos
80 dB(A). [...] considera-se que um ruído provoca pequena perturbação quando está
3 dB(A) acima do ruído de fundo preexistente; com mais de 5 dB(A), o nível de
incômodo é médio; sendo alta a perturbação provocada por fones sonoras com mais
de 10 dB(A) acima de ruído de fundo.

2.2.2.1 A perda auditiva e efeitos do ruído em outros orgãos

Gerges (2000, p. 46) define que “qualquer redução na sensibilidade de audição é


considerada perda de audição”.
33

Existem basicamente dois tipos de perdas de audição. A perda condutiva ocorre


quando algo impede que o som chegue a orelha interna. Pessoas com esse tipo de perda
auditiva costumam ouvir bem a própria vez devido a condução óssea, porém ouvem outras
vozes e forma prejudicada, e tendem a falar no mesmo nível sonoro que ouve as vozes de
outras pessoas. A perda auditiva neurossensorial ocorre quando se tem lesões nas fibras
nervosas. Indivíduos com esse tipo de perda tendem a falar mais alto, tentando ouvir melhor a
sua própria voz. (BISTAFA, 2011).
Gerges (2000) afirma que um longo tempo de exposição a ruídos de altos níveis
sonoros causam sobrecarga cardíaca, levando a aumento da pressão sanguínea, estreitamento
de vasos sanguíneos e aceleração da pulsação. Isso leva o organismo humano a secretar
quantidades anormais de hormônios e causa tensos musculares também anormais. Sem saber a
causa, o indivíduo submetido ao estresse por altos níveis de ruídos tem baixa produtividade no
trabalho, frustração, irritabilidade e queixas de dificuldades mentais e emocionais. A figura 2
lista alguns dos problemas causados pela exposição continua ao ruído.

Figura 2 - Efeitos do ruído no organismo humano.

+
Fonte: Gerges (2000).
34

2.3 AUDIBILIDADE

De Marco (1990) de forma didática define que o ouvido humano deve funcionar
como um transformador, que mudam as variações de pressão que chegam ao ouvido humano
em variações de tensão elétrica que serão transmitidos ao cérebro. De forma técnica e também
de fácil entendimento, Bistafa (2011), enumera os seguintes acontecimentos no ouvido
humano para que seja possível ouvir um som:
a) O som é gerado;
b) Som se propagada até a aurícula, e posteriormente para o interior do conduto
auditivo externo;
c) Ocorre a vibração do tímpano;
d) Na orelha média, ocorre a vibração dos ossículos;
e) Ondas de pressão são transmitidas para o liquido no interior da cóclea, que
codifica o som e envia ao cérebro via nervo auditivo.
Anatomicamente, tem-se uma divisão geral do ouvido humano em três partes, que
até hoje não tem todas as suas funções descritas de forma clara, devido a complexidade do
sistema auditivo. Segundo De Marco (1990) as principais partes do ouvido são:
a) Ouvido externo: Pavilhão externo até a membrana do tímpano;
b) Ouvido médio: Composto pelos ossículos, cuja função é transmitir e
amplificar a vibração do tímpano;
c) Ouvido interno: Canal enrolado em espiral, composto por células sensíveis
capazes de transmitir impulsos eletroquímicos para o nervo auditivo.
A figura 3 traz uma ilustração para melhor entendimento da anatomia do ouvido
humano.
35

Figura 3 - Ilustração da anatomia do ouvido humano.

Fonte: Melhor Saúde (2017).

2.3.1 Sensação auditiva

Costa (2003, p. 19) define sensação auditiva como “[...] a maior ou menor
impressão causada em nosso ouvido pelo som”.
O ouvido humano tem limites de audibilidade inferior e superior, como já
comentado anteriormente. São chamados de limiar da dor, e limiar da audibilidade, sendo o
último, o limite inferior que começa, por convenção, em zero dB. Essa capacidade de ouvir
varia de acordo com a frequência, onde um som de determinada intensidade, pode ser captado
pelo ouvido humano em certa frequência, porém não em outra frequência. Isso levou os
profissionais do Bell Telephone Laboratories, estudarem as diferentes faixas para as quais a
capacidade auditiva é eficaz para certos sons. A figura 4 mostra o resultado desse estudo.
(SILVA, 2002).
36

Figura 4 - Audibilidade média do ouvido humano.

Fonte: Cardoso e Saft, (2016).

2.3.1.1 Sensação auditiva equivalente

A sensação auditiva equivalente surgiu da necessidade de se estabelecer uma nova


grandeza que forneça a sensação auditiva para qualquer frequência, já que a sensação auditiva
convencional se refere a frequências de 1000 Hz. A sensação auditiva equivalente é o nível
sonoro de um som puro de frequência igual a 1000 Hz, que produz no ouvido humano o
mesmo efeito de uma frequência qualquer em exame. (COSTA, 2003).
Em 1933, Fletcher e Munson começaram a estudar essas sensações com grupos de
pessoas, e verificaram que há um lugar geométrico de igual nível audiométrico, as chamadas
curvas isofônicas. O resumo desse estudo mostra as curvas onde o ser humano percebe
igualmente o som, mesmo de intensidade e frequências distintas, medindo o nível de
audibilidade em Fones, que é a função do nível sonoro e da frequência do som. (SILVA,
2002).
O estudo foi realizado com ouvintes treinados que eram solicitados a ajustar o
nível sonoro de um tom puro em determinada frequência que eles julgassem tão intensa
quanto um tom puro em 1000 Hz. Resumidamente, o experimento revelou que é necessária
mais energia sonora nas baixas frequências do que nas altas para se ter o mesmo nível de
audibilidade. (BISTAFA, 2011).
37

Anos mais tarde, Robinson e Dadson repetiram o mesmo estudo, com um número
maior de pessoas, e conseguiram atualizar a curva, tornando-a teoricamente mais precisa. Em
1961, a curva isofônica foi normatizada, tendo atualizações até chegar a versão mais atual, a
ISO 226/2003, como mostra a Figura 5. (SCHARINE et. al, 2009).

Figura 5 - Curvas Isofônicas.

Fonte: Scharine et al. (2009).

Apesar da sua simplicidade, não se pode deixar de mencionar o caráter


convencional da escala de sensações equivalentes. Estudos mais modernos mostram que a
sensação auditiva verdadeira é bem maior que as demonstradas nas curvas isofônicas, Com
aparelhos de alta tecnologia, foi possível a composição dos circuitos de escalas ponderadas A,
B, C e D de acordo com a pressão sonora ou quantidade energética do som ilustrada na figura
6 (COSTA, 2003).
Gerges (2000), afirma que apesar das quatro curvas de ponderação, apenas a curva
A é amplamente utilizada. Isso se deve ao fato de que as curvas B e C não fornecem boa
relação com testes subjetivos. A curva D foi criada especialmente para medição em
aeroportos. A tabela 4 traz os valores de correção para atenuação auditiva A, B e C.
38

Tabela 4 - Valores de correção para atenuação auditiva.


Frequência (Hz) Curva A dB(A) Curva B dB(B) Curva C dB(C)
10 -70,4 -38,2 -14,3
12,5 -63,4 -33,2 -11,2
16 -56,7 -28,5 -8,5
20 -50,5 -24.2 -6,2
25 -44,7 -20,4 -4,4
31,5 -39,4 -17,1 -3,0
40 -34,6 -14,2 -2,0
50 -30,2 -11,6 -1,3
63 -26,2 -9,3 -0,8
80 -22,5 -7,4 -0,5
100 -19,1 -5,6 -0,3
125 -16,1 -4,2 -0,2
160 -13,4 -3,0 -0,1
200 -10,9 -2,0 0,0
250 -8,6 -1,3 0,0
312 -6,6 -0,8 0,0
400 -4,8 -0,5 0,0
500 -3,2 -0,3 0,0
630 -1,9 -0,1 0,0
800 -0,8 0,0 0,0
1000 0 0,0 0,0
1250 0,6 0,0 0,0
1600 1,0 0,0 -0,1
2000 1,2 -0,1 -0,2
2500 1,3 -0,2 -0,3
3150 1,2 -0,4 -0,5
4000 1,0 -0,7 -0,8
5000 0,5 -1,2 -1,3
6300 -0,1 -1,9 -2,0
8000 -1,1 -2,9 -3,0
10000 -2,5 -4,3 -4,4
12500 -4,3 -6,1 -6,2
16000 -6,6 -8,4 -8,5
20000 -9,3 -11,1 -11,2
Fonte: Gerges (2000).
39

Figura 6 - Curvas de compensação de audibilidade

Fonte: Gerges (2000).

2.4 ISOLAMENTO DE RUÍDOS

O isolamento acústico nos ambientes é um dos parâmetros mais importantes para


a manutenção do conforto acústico nos edifícios. Esse fator deve ser pensado ainda em
projeto, tendo em vista que atenuações acústicas durante o uso dos ambientes pelo usuário
final podem trazer transtornos desnecessários. (SILVA, 2000).
O isolamento sonoro refere-se a capacidade de alguns materiais formarem uma
barreira a fim de impedir que uma onda sonora passe de uma recinto para o outro.(PISANI,
2008).
Scherer (2005), afirma que de acordo com a propagação são considerados dois
tipos de isolamento:
a) Isolamento dos ruídos aéreos: Quando a fonte atua diretamente sobre o ar,
sendo transmitidas por portas, janelas, paredes e painéis.
b) Isolamento dos ruídos de impacto: Quando a fonte sonora é uma vibração, e se
transmite por meio sólido, como vigas, lajes e pilares.
A figura 7 ilustra cada uma dos tipos de transmissão de ruídos.
40

Figura 7 - Ruído transmitido pelo ar e pela estrutura.

Fonte: Gerges (2000).

2.4.1 Isolamento aéreo de ruídos

Souza, Almeida e Bragança (2006, apud PISANI, 2008, p. 37) afirmam que as
janelas, portas, paredes, pisos, tetos e frestas existentes nos ambientes são elementos
responsáveis pela transmissão de ruídos aéreos para o interior de um ambiente.
Méndez et al. (1994, apud OLIVEIRA, 2007, p. 26), descreve a transmissão do
ruído aéreo. Uma onda sonora incidente sobre uma divisória imprime um movimento
vibratório sobre a divisória gerando compressões e expansões nas moléculas de ar na camada
oposta divisória. O elemento de divisória atua como se fosse uma nova fonte sonora.
Ainda segundo Méndez et al. (1994, p 106, apud SCHERER, 2005, p.30) “quando
uma onda sonora de energia Ei incide sobre uma superfície, divide-se em duas, uma energia
refletida Er e uma energia absorvida Ea. Esta última, por sua vez, se decompõe em energia
dissipada no interior do fechamento Ed e uma energia transmitida Et”.
Gerges (2000) cita a grandeza Perda de Transmissão (PT), que afere qual perda de
transmissão de emissão sonora. Valores altos de perda de transmissão, significam baixa
transmissão de energia acústica. Dessa forma, se tem o coeficiente de transmissão de energia
sonora que se dá pela relação da energia transmitida e a energia incidente:
41

𝐸𝑡
𝜏=
𝐸𝑖

Com o coeficiente obtido, se calcula a Perda de Transmissão (PT), dada por:

1
𝑃𝑇 = 10𝑙𝑜𝑔
𝜏

Para se obter o isolamento acústico entre recintos, se deve obter a diferença de


pressão sonora dos recintos, ou a diferença de nível, dada por:

𝐷 = 𝑁𝑃𝑆1 − 𝑁𝑃𝑆2

Onde:
a) 𝑁𝑃𝑆1 é o nível de pressão sonora no recinto onde a fonte sonora se encontra;
b) 𝑁𝑃𝑆2 é o nível de pressão sonora no recinto receptor

Segundo Pisani (2008), para a avaliação do desempenho acústico de dispositivos


de vedação como, portas, divisórias, janelas, e fachadas, faz-se a relação da perda de
transmissão sonora (PT) com a diferença de nível, obtendo-se o índice de redução sonora R,
dado por:

𝑆
𝑅 = 𝐷 + 10𝑙𝑜𝑔
𝐴

Onde:
a) S é a área (m²) de superfície do componente construtivo que está sendo
avaliado;
b) A é a área (m²) de superfície de teto, paredes e piso, e todo material receptor
no recinto de recepção da energia sonora.

2.4.2 Isolamento sonoro de janelas

As esquadrias em geral, tem função de vedação da obra, evitando a entrada de


água e vento na edificação. Porém, a esquadria deve ser estudada muito além disso. No caso
42

desse estudo, as janelas são foco principal, e seu desempenho acústico vem sendo discutido
recentemente, com a alta demanda por conforto acústico e saúde do usuário final.
É nítido que no Brasil, apesar da NBR 15575/2013, ainda se dá pouca importância
quando o assunto é desempenho acústico de uma janela. Quando falamos em esquadrias de
alumínio então, é ainda pior. A maioria dos autores e estudos encontrados é sobre as
esquadrias de PVC.
Na região de Florianópolis, nos edifícios multi-familiares, a janela de alumínio é
amplamente utilizada, e as esquadrias de PVC acabam tendo como consumidores clientes de
residências de alto padrão. Porém, é preciso estudar a esquadria de alumínio, seus
desempenhos divulgados, para possível equivalência de mercado com outros produtos que já
atendem as exigências de mercado. Pisani (2008), lista alguns motivos do porque o uso de
janelas com bom desempenho acústico ainda é incipiente:
a) Ausência de uma política pública de incentivo ao desenvolvimento de janelas
de melhor qualidade;
b) Baixo poder aquisitivo de grande maioria dos consumidores e
desconhecimento no momento da aquisição de um imóvel;
c) Falta de legislação eficiente que exija imóveis com melhor desempenho
acústico;
d) Resistência cultural quanto a utilização de janelas pivotantes, ou maxim-ar,
que oferecem melhor vedação comparadas a um caixilho de correr.
Como já citado, alguns autores já comprovaram que diferente do que todos acham
o vidro não é o principal responsável pela vedação e isolamento acústico de esquadria. O que
se busca com esses estudos, é a influência das diferentes tipologias de esquadrias, com suas
diferentes bitolas de perfis, tipos de fechamento e materiais de vedação.

2.5 NORMATIZAÇÃO

Na busca bibliográfica pelos ensaios de acústica, investigou-se inicialmente as


normas que regem os principais ensaios e valores permitidos. No catálogo Brasileiro de
normas técnicas é possível encontrar duas normas sobre acústica para ambientes construtivos.
São elas:
a) ABNT NBR 10151/2000 Versão Corrigida: 2003 “EM REVISÃO”: Acústica
- Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade –
Procedimento: Esta norma traz o procedimento para se executar o ensaio de
43

acústica em um ambiente, sendo ele externo ou interno. Ela trata também dos
cuidados que se deve ter ao executar o ensaio, como distâncias da parede,
condições climáticas e precisão de equipamento, além dos valores exigíveis
para a avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades,
independentemente da existência de reclamações.
b) ABNT NBR 10152/1987 Versão corrigida 1992: Níveis de ruído para conforto
acústico – Procedimento: Esta norma complementa a anterior trazendo as
equações e as constantes necessárias para os cálculos dos valores que
constarão dos relatórios acústicos. Além disso, é possível se encontrar,
também, a análise de frequências de um ruído e suas correções necessárias.

Estas duas normas orientam sobre um ruído ambiente num determinado recinto de
uma edificação. Mas a busca por ensaios específicos de acústicas sobre componentes
construtivos leva a uma série de normas ISO. A série de normas ISO 10140/2016 - Acústica -
Medição laboratorial de isolamento acústico de elementos de construção. Esta série de normas
traz os requisitos de teste para elementos e produtos de construção, incluindo requisitos
detalhados para preparação, montagem, condições operacionais e de teste, bem como
quantidades aplicáveis e informações de teste adicionais para relatórios. A tabela 5 a seguir
traz de forma mais detalhada cada uma das partes dessa norma.
44

Tabela 5 - Comparativo das normas ABNT NBR, com as normas série ISO, e seus respectivos
detalhamentos.
NORMAS ABNT NBR
Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade –
ABNT NBR
Procedimento.
10151:2000
- procedimento para se executar o ensaio de acústica em um ambiente (externo ou interno);
Versão
- cuidados que se deve ter ao executar o ensaio, como distâncias da parede, condições
corrigida:
climáticas e precisão de equipamento;
2003
- valores exigíveis para a avaliação da aceitabilidade do ruído.
NBR 10152
ABNT NBR Níveis de ruído para conforto acústico – Procedimento.
10152:1987 - traz as equações e as constantes necessárias para os cálculos dos valores que constarão dos
Versão relatórios acústicos;
corrigida - análise de frequências de um ruído e suas correções necessárias.
1992
NORMA ISO
Parte da ISO
Finalidade principal, conteúdo e uso
10140

Especifica requisitos de teste para elementos e produtos de construção:


⎯ quantidades específicas medidas;
⎯ tamanho do elemento de teste;
ISO 10140-1
⎯ condições de montagem e limite;
⎯ condicionamento, teste e condições de operação;
⎯ especificações adicionais para o relatório do teste.

⎯ Definições das principais quantidades


Especifica procedimento completo para medidas;
ISO 10140-2
medidas de isolamento de som no ar. ⎯ Condições gerais de montagem e contorno;
⎯ Procedimento de medição geral;
⎯ Processamento de dados;
Especifica procedimento completo para ⎯ Relatório de teste (pontos gerais);
ISO 10140-3
medidas de isolamento de som de impacto.

Especifica todas as bases técnicas de medição e processos:


⎯ Definições;
⎯ Faixa de freqüência;
⎯ Posições do microfone;
⎯ Média espaço e tempo;
ISO 10140-4
⎯ Correção para ruído de fundo;
⎯ Medições do tempo de reverberação;
⎯ Medidas do fator de perda;
⎯ Medições de baixa frequência;
⎯ Potência de som irradiada por medição de velocidade.
Informações necessárias para projetar, construir e qualificar a instalação do laboratório, seus
acessórios adicionais e equipamentos de medição (hardware).
- Instalações de teste, critérios de design;
ISO 10140-5
- Aberturas de teste;
- Requisitos para equipamento;
- Construções de referência.
Traz o ensaio e informações sobre a absorção acústica de materiais em uma sala de
ISO 354/2003
reverberação.
ISSO 717- Converte valores obtidos no ensaio recomendado pela ISO10140/2016, em um único valor,
1/2013 simplificando os resultados para avaliação da performance acústica de um componente.
ISO Determinação dos níveis de potência sonora e dos níveis de energia sonora de fontes de ruído
3741/1999 utilizando pressão sonora - Métodos de precisão para salas de reverberação.
Fonte: Catálogo técnico ABNT.
45

2.6 PUBLICAÇÕES SOBRE COMPONENTES CONSTRUTIVOS

Na literatura poucos autores estudam especificamente componentes construtivos.


Pode ser citado o trabalho de BASTOS et al. (2010), estes autores estudaram o desempenho
acústico de painéis fabricados a partir de fibras vegetais. Para determinar os coeficientes de
absorção sonora deste material estes autores trabalharam em uma câmara reverberante em
escala reduzida (1,2x1,0x0,8cm). Estes autores mostraram que a minicâmara reverberante
apresentou desempenho similar aqueles realizados também em câmaras reverberantes reais.
Esta caixa reverberante utilizada por BASTOS et al. (2010) foi proposta por GUEDES (2007),
em seu estudo sobre a medição de absorção sonora de painéis fabricados a partir de fibras de
coco. GUEDES (2007) apresenta o projeto e construção de uma minicâmara reverberante de
compensado na escala de 1:6 de um volume de 200 m³, com qualificação e adequação do
campo acústico interno com baseada nas recomendações da norma ISO 354/2003.
O trabalho de SILVA et al. (2008), consiste na reprodução de duas metodologias
de ensaio de capacidade de absorção sonora de materiais, indicadas pela ISO 354/2003. Uma
das metodologias consiste na realização de ensaios com amostras de grande porte, o que as
torna inviável. Surge como alternativa a técnica recomendada na norma ASTM E1050, que
traz o ensaio de capacidade de absorção acústica de materiais utilizando um tubo de
impedância, com dois microfones e um sistema de análise de frequência digital. Porém a
dimensão da amostra pode ser um problema mesmo com o ensaio no tubo de impedância.
Dessa forma, o autor traz um método não normatizado de uma caixa de reverberação em
escala reduzida, baseada na norma ISO 354/2003.
Outra contribuição foi ANDRADE & MEDEIROS (2012) que estudaram a
viabilidade de utilizar o etileno acetato de vinila (EVA), resíduo gerado pela indústria
calçadista, como agregado em micro concreto leve. Para testar o comportamento acústico
deste material eles confeccionaram uma caixa produzida a partir das placas do novo material
com dimensões estabelecidas por eles (em torno de 40x40x20 cm). Dentro da caixa foi
colocado uma fonte de som e a caixa foi fechada. A absorção do som emitido pelo material
foi testada com um decibelímetro posicionado no lado de fora da caixa.
No trabalho de SCHVARSTZHAUPT et al. (2014) também se encontra o uso de
uma câmara reverberante, mas de tamanho normal. Estes autores realizaram seu estudo sobre
o desempenho acústico de janelas com persianas, considerando-se como variáveis os
mecanismos de fechamento, tipo e espessura de vidro, acionamento de persiana através de
ensaios em laboratório. Em seus desenvolvimentos experimentais, os autores utilizaram a
46

orientação da norma ISO 10140-2/2016 em câmara reverberante, através de análises


realizadas em laboratórios especializados. Este artigo foi trazido para a discussão pois
apresenta uma câmara com dois espaços de análise, uma para emissão e outra para recepção
do som, ampliando o uso da câmara reverberante para estudo de paredes, pisos, portas,
janelas, persianas, entre outros, permitindo assim determinar o indice de redução de ruido
destes materiais e componentes construtivos.
CARVALHO et al. (2000) também trabalhou com análises em componentes
construtivos. Em sua pesquisa, estes autores avaliaram o desempenho de portas acústicas
(portas de aeroportos, consultórios médicos ou psiquiátricos e até residências com moradores
mais sensíveis). Neste trabalho, estes autores utilizam o método de laboratório indicado na
norma ISO 140-3 (substituída pela norma ISO 10140/2016 em uma câmara reverberante),
através de análises realizadas em laboratórios especializados. MARTINS (2014) teve como
foco a análise do Desempenho acústico de vedações verticais a partir da NBR 15575/2013
parte 4 - Sistemas de vedações verticais internas e externas e, utilizando a norma ISO 140
(substituída pela norma ISO 10140/2016) e suas partes, e elaborou um procedimento com
medição in loco, para realizar o estudo de caso em unidades habitacionais de médio/alto
padrão, para a análise do desempenho acústico.
Assim, visando possibilitar o desenvolvimento de pesquisas sobre absorção
sonora em materiais compósitos, bem como o desenvolvimento de aulas práticas no âmbito da
acústica, nos cursos de graduação em engenharia, o trabalho se propõe a desenvolver todos os
estudos teóricos pertinentes ao projeto e a construção de uma câmara reverberante reduzida,
na escala de 1:4 de um volume de 200 m³ para determinação do índice de redução de ruído.
Além disso, é apresentada uma metodologia para qualificação e adequação do campo acústico
interno, tendo por base as orientações contidas em normas técnicas.
47

3 METODOLOGIA

O objeto desta pesquisa é o projeto e a construção de um equipamento para


estudos sobre a perda de transmissão de energia sonora em componentes construtivos,
objetivando o desenvolvimento de estudos das propriedades acústicas nestes.
A revisão bibliográfica sobre os conceitos básicos de acústica e as diversas
publicações e estudos sobre o assunto propõem a construção de uma caixa de reverberação
acústica em escala reduzida para realizar os estudos em componentes construtivos. Porém,
Guedes (2007), Silva et al. (2008) e Andrade e Medeiros (2012) citam a norma ISO 354/2003
que normatiza a mensuração da “absorção” sonora em uma sala de reverberação. Entretanto,
esse trabalho tem como objetivo a mensuração do índice de redução de ruídos, que tem seu
ensaio normatizado pela norma ISO 10140 1-5/2016 com complemento da norma ISO 717-
1/2013.
Logo, o projeto da caixa de reverberação reduzida foi baseado nas publicações
que buscavam investigar a capacidade de absorção acústica de materiais construtivos. Mas
ajustes baseados na norma ISO 10140 1-5/2016, para estudos de índice de redução de ruído,
foram realizados. A apresentação da metodologia para realização deste trabalho consistirá das
seguintes etapas:

 Definição dos materiais e tamanhos utilizados na construção da caixa de reverberação:


Com base nas publicações já citadas, serão definidos os materiais a serem
utilizados, bem como as dimensões ideais para a construção da caixa de reverberação acústica
em escala reduzida. Será realizado um comparativo de valores de ensaios em laboratórios
especializados em relação ao preço final da caixa construída, a fim de trazer a tona sua
viabilidade econômica.

 Projeto da caixa de reverberação:


Será discutido o projeto propriamente dito, demonstrando seus croquis e
perspectivas de como ficará a caixa após sua construção, destacando alguns pontos essenciais
da construção.
48

 Construção da caixa de reverberação:


Todo processo de construção foi registrado em imagens, sendo descrito cada etapa
da construção em detalhes, trazendo a utilização de cada material que foi comprado. Além
disso, algumas adaptações que a caixa terá para realização dos ensaios serão descritas.

 Detalhamento do ensaio:
O ensaio para índice de redução de ruídos será descrito com base em trabalhos e
publicações pesquisadas, bem como recomenda a norma ISO10140 1-5/2016.
49

4 DISCUSSÃO

O projeto consiste no desenvolvimento e construção de uma câmara reverberante


em escala reduzida, seguindo as normativas correlatas, para analisar propriedades acústicas de
componentes construtivos. Apresenta-se neste tópico as etapas de concepção de uma câmara
de reverberação reduzida para analisar índice de redução de ruído.

 DEFINIÇÃO DOS MATERIAIS E TAMANHOS UTILIZADOS NA


CONSTRUÇÃO DA CAIXA DE REVERBERAÇÃO;

Os materiais a serem utilizados na execução do projeto, foram escolhidos com


base no estudo de Guedes (2007) que utilizaram os mesmos materiais com êxito.
As dimensões da caixa de reverberação acústica em escala reduzida foram
definidas com base em outros trabalhos que obtiveram êxito. Guedes (2007) utilizou como
base as medidas recomendadas na norma ISO 354/2003, que recomenda uma caixa com 4,8
metros de altura, 7,2 metros de comprimento e 6 metros de largura, resultando em um volume
de 207,36m³. Para escolha da dimensão correta para um caixa em escala reduzida, é
necessário respeitar algumas relações de dimensões recomendadas pela norma ISO
3741/1999. A tabela 6 traz essas relações.

Tabela 6 - Relações de dimensões recomendadas pela norma ISO 3741/1999.

Altura/Comprimento 0.83 0.83 0.79 0.68 0.70

Largura/Comprimento 0.47 0.65 0.63 0.42 0.59

Fonte: Adaptado ISO 3741/1999 (Apud GUEDES 2007, p. 25).

Com a escala 1:4, as dimensões da caixa em escala reduzida ficam com 1,2 metros
de altura, 1,8 metros de comprimento e 1,5 metros de largura. Com essas dimensões, além de
boa trabalhabilidade para ensaios, respeita-se a relação recomendada pela ISO 3741/1999,
onde temos a relação altura /comprimento 0,83 e largura/comprimento 0,66.
Segundo Guedes (2007, p.26) o material utilizado para construção de um modelo
como o proposto deve ser tão duro e reflexivo possível. Devido à facilidade e disponibilidade
do compensado, esse material foi escolhido por ter obtido êxito em outros trabalhos
estudados. A densidade do compensando para chapas de 18 milímetros é de 10.8 kg/m³,
50

alcançando com essa densidade uma perda de transmissão média de 25 dB, sendo essa perda
variável com a frequência.
Os materiais e equipamentos utilizados para a construção seguem listados abaixo.

Materiais:
- 13 chapas de compensado naval de 18 milímetros;
- 400 parafusos 4.5 x 40 milímetros para madeira;
- Cola Branca para madeira;
- Pinos galvanizados;
- Rodízios para 50 quilogramas cada;
- Perfis em alumínio 38 x 50;
- 120 parafusos de união;
- Pés amortecedores com regulagem de altura;

Equipamentos:
- Serra circular;
- Parafusadeira;
- Furadeira;
- Brocas para madeira;
- Aplicador de Pinos;

Todos os materiais foram orçados previamente para a compra, inclusive a mão de


obra especializada para corte e montagem da caixa. A tabela 7 traz todos os valores relativos a
cada um dos itens.
51

Tabela 7 – Preços dos materiais utilizados para construção.

Item Valor unitário Quantidade Valor Total

Compensado 18 milímetros R$172,00 13 R$2.236,00

Parafusos 4.5 x 40 milímetros R$0.06 400 R$24,00

Cola Branca para madeira 1Kg R$20,90 1 R$20,90

Rodízios R$12,80 12 R$153,60

Perfis em Alumínio R$62,50 4 R$250,00

Parafusos de União R$0,12 120 R$14,40

Pés amortecedores R$18,90 8 R$151,20

Mão de Obra R$800,00 1 R$800,00

PREÇO TOTAL R$3650,10

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

Definido o material de trabalho, é possível partir para o planejamento e posterior


execução caixa, com auxílio de mão de obra especializada, contratada para realização do corte
e montagem das peças que darão forma a caixa de reverberação acústica em escala reduzida.

 PROJETO DA CAIXA DE REVERBERAÇÃO

Segundo Gerges (2000), são utilizados dois métodos principais para medição da
perda de transmissão de ruídos. A principal delas é a medição com duas câmaras
reverberantes, método indicado pela norma ISO 10140-3/2016. Mede-se a pressão acústica
média no espaço e no tempo em cada câmara, colocando-se em uma delas a fonte sonora.
Assim se tem uma câmara receptora e a outra emissora de energia. O componente construtivo
deve ser instalado entre as duas câmaras. Essa mesma norma, traz que as câmaras não devem
ter o mesmo volume, porém devem ter no máximo 10% de diferença de volume de uma para
outra. A figura 8 ilustra o modelo de câmaras para realização do ensaio As paredes não se
apresentam exatamente paralelas, devido ao princípio da reverberação. Isto garante que o
comportamento da reflexão da onda sonora, dentro da sala, não seguirá um padrão, fazendo
com que a ondas reflitam numa direção diferente de sua emissão.
52

Figura 8 - Croqui esquemático para realização de ensaio de medição de perda de


transmissão de ruídos.

Fonte: Schvarstzhaupt et al. (2014).

Com essas diferenças de recomendações entre as normas, justificável, pois para


cada finalidade de ensaio tem sua norma específica, a caixa de reverberação acústica em
escala reduzida deverá sofrer algumas adaptações, tendo em vista que a mesma foi planejada
de acordo com trabalhos já realizados com base na norma ISO 354/2003.
Primeiramente, a caixa reverberante é constituída de módulos, respectivamente
chamados de Sala Emissora e Sala Receptora, onde cada módulo, quando encaixado,
compõem o todo de forma concisa. As dimensões internas totais da caixa são de 400x150x120
cm aproximadamente, formada pelo módulo 1 (Sala Emissora) com as dimensões internas de
180x150x120 cm e pelo módulo 2 (Sala Receptora) com dimensões de 180x150x120 cm. A
figura 9 mostra um esquema da câmara reverberantes em escala reduzida a ser produzida.
Embora a norma ISO 354/2003, não é necessário o uso de duas salas, devido ao ensaio que é
normatizado não exigir tal condição. A composição da caixa com dois módulos, uma emissora
e outra receptora, é uma adaptação para ensaios para mensuração de índice de redução sonora,
conforme a norma ISO 10140 1-5/2016.
53

Figura 9 - Esquema da Câmara Reverberante 180x150x120 cm.

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

Após o desenvolvimento e montagem do sistema da câmara reverberante, os


ensaios devem ser feitos através da utilização de uma fonte sonora posicionada na sala
emissora e um decibelímetro posicionado na sala receptora buscando encontrar os valores dos
coeficientes de absorção em bandas de oitava delimitadas entre 125 Hz e 8 kHz.
A caixa reverberante possui uma parede interna que faz a separação entre a Sala
Receptora e a Sala Emissora (figura 2), tal separação consiste em uma parede, também
construída com compensado, com uma abertura no centro, apresentando uma janela entre as
salas. Nesta janela, amostras de materiais a serem estudados serão colocados de forma a
permitir a avaliação, teste e análises das amostras quanto seu comportamento frente as ondas
mecânicas emitidas.

Figura 10 - Porta Amostras da Câmara Reverberante.

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).


54

Com os resultados obtidos nos testes realizados na câmara reduzida, comparações


devem ser feitas com aqueles fornecidos pelos fabricantes dos materiais, para que se possa
assim, validar o projeto desenvolvido.
Como citado anteriormente, esse trabalho possibilitará estudos futuros em
diversos materiais, inclusive em esquadrias. O método de estudo da avaliação do desempenho
acústico dos caixilhos de alumínio, poderá ser realizado na câmara reverberante a ser
construída, conforme já explanado no referencial teórico. Esse ensaio é indicado pela NBR
15575/2013, que referência a norma ISO 10140 1-5/2016, como a regulamentadora do
método de ensaio padrão, equipamentos, e cálculos necessários para obtenção dos Índices de
Redução de Ruídos.

 CONSTRUÇÃO DA CAIXA DE REVERBERAÇÃO

Assim que o material foi comprado, foi definida a mão-de-obra especializada,


com o auxílio e acompanhamento dos autores desse trabalho. Por se tratar de um projeto
especial, o acompanhamento foi indispensável para a execução correta do projeto, tendo em
vista que alguns detalhes de união e encaixe das peças foram elaborados pelos autores.
A montagem foi iniciada com o estudo do aproveitamento das chapas, para termos
o rendimento desejado e consequentemente não faltando material para construção. Após o
estudo de aproveitamento, começou o processo de corte nos tamanhos necessários, como
mostra a figura 11 seguir.

Figura 11 – Preparação da serra circular e corte das chapas.

Fonte: Registrado pelos autores (2018).


55

Com as chapas cortadas nos devidas dimensões necessárias, foi dado início ao
processo de montagem. Todas as uniões foram primeiramente feitas com cola branca para
madeira e pinos galvanizados, e posterior fixação com parafusos 4,5 x 40 mm para madeira.
As figuras 12 e 13 ilustram o processo.

Figura 12 – Aplicação de cola e pinos para montagem.

Fonte: Registrado pelos autores (2018).

Figura 13 – Fixação com parafusos para madeira.

Fonte: Registrado pelos autores (2018).

No decorrer do primeiro dia, todos os módulos foram montados. Assoalhos,


laterais, fundos e tetos, foram devidamente montados conforme o projeto, e reservados para
posterior montagem completa no laboratório. Porém para isso, foi preciso uma montagem
prévia na marcenaria, para colocação dos parafusos de união, que são responsáveis pela
facilidade de montagem e desmontagem da caixa, e para conferência de medidas em relação
56

ao projeto inicial. A figura 14 traz a caixa ainda em construção, previamente montada na


marcenaria, e o detalhe do parafuso de união.

Figura 14 – Caixa previamente montada e detalhe dos parafusos de união.

Fonte: Registrado pelos autores (2018).

Com as caixas de emissão e recepção construídas, foi dado início a execução do


módulo central da caixa de reverberação. Esse módulo permitirá que se instalem diferentes
materiais e esquadrias. A caixa terá um vão específico para futuros ensaios de esquadrias,
portanto esse trabalho trará informações específicas sobre esquadrias de alumínio, material
mais utilizado em grandes construções na grande Florianópolis. Para tal, ele terá duas opções,
uma toda fechada, que será o ponto zero do ensaio, que permite a comparação do ensaio dos
materiais a um controle, e outra opção com um vão de 800 x 800 milímetros, onde serão
instaladas esquadrias e outros materiais, ilustrada na figura 15.
O projeto previa duas estruturas do módulo central. Porém, durante a execução
surgiu a ideia de apenas uma estrutura, com paredes removíveis. Assim, houve economia de
material e espaço no laboratório, já que a caixa ocupa um espaço considerável quando
montada.
Figura 15 – Parede do módulo central com vão de 800 x 800 milímetros.

Fonte: Registrado pelos autores (2018).


57

Todos os módulos foram devidamente numerados para facilitar a montagem no


laboratório. Feito isso, foram executados os pés com rodízios e amortecedores, de forma que
se consiga movimentar a caixa, e regulando a altura dos amortecedores, deixá-la fixa em um
local específico no momento do ensaio propriamente dito. A figura 17 mostra a estrutura feita
com perfis em alumínio para sustentar os rodízios e amortecedores.
Com os pés montados, a caixa foi finalizada com a instalação dos pés no assoalho
da mesma. Feito isso, todos os módulos foram transportados para a UNISUL, para montagem
no laboratório, onde ficará instalada a caixa de reverberação. A figura 16 traz a caixa já
montada no laboratório.

Figura 16 –. Caixa de reverberação já montada no laboratório e detalhe da


estrutura em alumínio com rodízios e amortecedores.

Fonte: Registrado pelos autores (2018).

Com a caixa já construída, foram realizados estudos para finalização da mesma, e


conferência de parâmetros importantes. Para tal, foram realizadas novas pesquisas e revisões
nos estudos e publicações, e foram encontrados alguns problemas na caixa recém-construída,
que não foram ajustados por falta de tempo hábil para o mesmo.
Mas fica aqui registrado os ajustes necessários para dar prosseguimento ao
trabalho. Para realizar os ensaios para estudo de índice de redução de ruídos, serão necessárias
três adaptações:
a) Redução de uma das salas, para haver a diferença de volume já mencionada.
58

b) Criar um módulo interno para que as paredes das duas salas não sejam
paralelas.
c) Criar um fundo para uma das salas, possibilitando que a mesma seja utilizada
em ensaios indicados pela norma ISO 354/2003.
É importante ressaltar que as normas utilizadas para estes ensaios foram
atualizadas recentemente (2016), logo é vital a aquisição das normas atualizadas para orientar
a execução do ensaio. Portanto, para realização de ensaios e validação da caixa reverberante
em escala reduzida, é indispensável a aquisição das seguintes normas:
a) ISO 10140 1-5/2016;
b) ISO 717-1/2013;
c) ISO 3741/1999;
d) ISO 354/2003.

 DETALHAMENTO DO ENSAIO

A NBR 15575-4/2013 indica três métodos para avaliação de desempenho acústico


de componentes construtivos:
a) Método de precisão realizado em laboratório;
b) Método de engenharia realizado em campo;
c) Método simplificado de campo.
Para a caixa acústica em escala reduzida construída, o método que deve ser
utilizado é o método de precisão realizado em laboratório. Rezende, Morais Filho e
Nascimento (2014, p.87), em seu estudo sobre o desempenho acústico segundo as normas
vigentes, indicam o uso desse método das situações descritas a seguir.

O primeiro método descrito tem como função a avaliação do isolamento acústico em


laboratório de componentes isolados. Devem-se realizar ensaios em cada
componente construtivo – parede, janela, porta e outros –, e somente a partir dos
vários resultados isolados eles poderão ser combinados com o intuito de atingir um
valor global para o isolamento acústico do sistema construtivo (ABNT, 2013). Para
a realização dos ensaios de laboratório, a NBR 15 575-4 indica a ISO 10140-2 como
fonte descritiva da metodologia de ensaio para se atingir os valores dos índices de
redução sonora (R) para cada banda de frequência; e a ISO 717-1 como forma de se
atingir um valor único de isolamento acústico Rw (índice de redução sonora
ponderado) por meio de ponderação a partir das várias leituras de cada ensaio. Nesse
método, são medidos ruído aéreo, ruído residual (sinônimo de ruído de fundo) e
tempo de reverberação. Desempenho acústico segundo a norma de desempenho
ABNT NBR 15 575. O valor de isolamento acústico global em laboratório (Rw)
alcançado servirá de dado de entrada nos projetos para possibilitar a estimativa do
desempenho acústico de um sistema construtivo ainda na fase de projeto. É de
caráter obrigatório os fornecedores disponibilizarem aos projetistas este parâmetro.
59

Só assim será possibilitada a boa realização do projeto e a antecipação do


desempenho acústico da edificação como um todo, evitando intervenções de reforço
acústico por desconformidades com a citada Norma.

Carvalho (2006) em seu trabalho sobre avaliação do isolamento acústico de portas


de alta densidade com melhorias na vedação das frestas traz o procedimento realizado onde se
baseou na ISO 140-3, revisada em 2016 e substituída pela norma ISO 10140-2/2016, e na ISO
717-1/2013. Schvarstzhaupt et al. (2014) também traz o mesmo método em sua análise
comparativa de desempenho acústico em sistema de fachadas com esquadrias em PVC .
O processo envolve calibração inicial e final dos microfones. Na câmara de
emissão é medido o nível de pressão sonora da fonte, L1, e na câmara de recepção são
medidos o nível de pressão sonora, L2, o ruído de fundo e o tempo de reverberação, T,
necessários para obter o índice de redução sonora, R.

𝑆
𝑅 = 𝐷 + 10𝑙𝑜𝑔
𝐴

Onde:
a) D é a diferença de nível médio de pressão sonora (L1) entre a câmara de
emissão e a câmara de recepção (L2);
b) S é a área (m²) de superfície do componente construtivo que está sendo
avaliado;
c) A é a área (m²) de superfície de teto, paredes e piso, e todo material receptor
no recinto de recepção da energia sonora.

O valor de R é obtido para cada frequência. Após o ensaio e o cálculo do R, os


valores das terças de oitavas das frequências 100 a 3150 Hz são comparados com os valores
de uma curva padrão estabelecidos pela ISO 717-1/2013, para tornar possível a classificação
do elemento analisado em função do isolamento de ruído aéreo. Este procedimento resulta na
ponderação do índice de redução sonora e tem como produto o valor único do índice de
redução sonora ponderado a 500 Hz, conhecido como Rw.
60

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A construção da caixa de reverberação em escala reduzida, mesmo que baseada


em publicações baseadas na norma ISO 354/2003, após as adaptações citadas terá uma dupla
função, sendo uma como ferramenta para mensuração da absorção sonora dos materiais
ensaiados, e a outra, objeto inicial desse trabalho, a mensuração do índice de redução de
ruídos proporcionado por componentes construtivos, como por exemplo, portas e janelas.
As dimensões escolhidas trazem a facilidade de manuseio e a possibilidade de
ensaio de amostras maiores que as já ensaiadas nos estudos citados. A escolha do compensado
como material para construção da caixa foi pela ampla disponibilidade no mercado, custo
baixo, e a utilização com êxito no estudo de Guedes (2007) que propôs a construção da caixa
em escala reduzida para caracterização acústica de materiais absorventes.
O sistema construído, mesmo numa escala reduzida, possibilitará o estudo de
absorção e isolamento sonoro de diferentes materiais buscando enquadrá-los na norma ABNT
NBR 15575/2013. Além disso, os resultados que serão obtidos a partir da utilização do
sistema da caixa reverberante permitirá o alcance de resultados importantes para estudos de
compósitos contemplando o aproveitamento de resíduos e contribuindo para o
desenvolvimento de produtos sustentáveis no setor da construção civil.
Durante o estudo, pode-se perceber a importância das normas técnicas em mãos.
A falta de informações minuciosas das Normas técnicas vigentes traz dificuldades ao estudo,
compensadas pela intensa pesquisa em publicações que utilizaram as normas como referência
de estudo.
O desenvolvimento desse trabalho trouxe desafios aos autores, apresentando
obstáculos durante seu desenvolvimento, tendo suma importância para formação dos mesmos
como profissionais da engenharia. Trabalhar em equipe traz a situação real do mercado, onde
dependemos de colegas profissionais competentes para dar sequência a trabalhos e projetos
com sucesso.
61

6 TRABALHOS FUTUROS

A construção da caixa de reverberação em escala reduzida traz para a comunidade


acadêmica, a possibilidade de novos trabalhos e pesquisas. Porém, primeiramente serão
necessários os ajustes indicados, que por falta de tempo hábil, não foram realizados. Os itens
abaixo, já citados, devem ser prioridade para a continuidade do trabalho em novos estudos.
a) Redução de uma das salas, para haver a diferença de volume já mencionada.
b) Criar um módulo interno para que as paredes das duas salas não sejam
paralelas.
c) Criar um fundo para uma das salas, possibilitando que a mesma seja utilizada
em ensaios indicados pela norma ISO 354/2003.
Para novos estudos, também será necessária e indispensável, a aquisição das
normas que indicam o correto procedimento dos ensaios a serem realizados na caixa
construída. Também já citadas nesse trabalho, segue a relação dessas normas, como reforço
ao que já foi indicado.
a) ISO 10140 1-5/2016;
b) ISO 717-1/1996;
c) ISO 3741/1999;
d) ISO 354/2003.
Feito os procedimentos acima, são variados os estudos que poderão ser feitos por
acadêmicos interessados no assunto.
a) Mensurar a capacidade de absorção de materiais amplamente utilizados na
engenharia, utilizando os ensaios normatizados pelas normas indicadas nesse
trabalho.
b) Mensurar o índice de redução de ruídos proporcionados por componentes
construtivos de vedação como, por exemplo, portas e janelas, variando o
material dos caixilhos, tipos de vidros, e diferentes fechamentos, buscando a
melhor solução acústica para esquadrias. Dessa forma, é possível identificar a
influência de cada componente da esquadria no desempenho acústico da
mesma.
62

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