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ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA E DE PETRÓLEO
CURSO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO
NITERÓI, RJ
2019
JOSIAS ALVES RIBEIRO
THAIS MATIAS DOS SANTOS
Orientador:
Prof. Dr. João Felipe Mitre de Araujo – UFF
Coorientadora:
Prof.ª Drª. Juliana Souza Baioco – UFRJ
NITERÓI, RJ
2019
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Primeiramente, gostaria de agradecer à minha família por todo apoio, não somente
durante a minha graduação, mas também em todos os momentos da minha vida, em especial
aos meus pais, Neide e Maurílio, que sempre me apoiaram na realização desta conquista. Esse
sonho não é somente meu, este diploma também é de vocês!
À minha irmã, Cristina, meu maior exemplo de dedicação, aquela que sempre me
inspirou a buscar o meu melhor, me apoiando em todas as decisões. Espero um dia ser um
profissional igual a você, sua determinação me inspira!
Aos meus amigos, pela compreensão das ausências e pelo afastamento temporário
durante a execução do trabalho.
Ao professor orientador João Felipe Mitre por ter aceito nos orientar e por suas
considerações a respeito deste trabalho de conclusão de curso.
À professora coorientadora Juliana Souza Baioco, que contribuiu para o meu interesse
pelo tema, e pelo intermédio para o acesso ao software, ferramenta de grande importância para
a execução do trabalho.
Ao Filipe Nathan por ter disponibilizado materiais que foram utilizados para
aprendizagem do software para execução do trabalho.
Aos meus amigos da Universidade Federal Fluminense, gostaria de agradecer por terem
contribuído para que esses anos de graduação fossem mais leves e minha saudade de casa fosse
amenizada. Em especial a Thais, pelo convite para execução do trabalho, Pamela, Marco,
Andressa e amigos dos cursos de engenharia química e comunicação social.
À P&Q Engenharia Júnior, empresa júnior do curso que transformou minha vida
profissional, e me permitiu conhecer grandes amigos que levarei para o resto da vida.
Agradeço a Deus por todo cuidado e amor por mim. Por Sua infinita fidelidade. Sem
Ele eu não chegaria aqui. Ele tem os melhores sonhos e sou grata por escrever minha história
com tanta perfeição.
À minha mãe Claudice por toda dedicação desde sempre, muitas vezes abrindo mão de
suas vontades para fazer o melhor por mim e minha irmã. Agradeço a minha irmã Thaynah, que
juntamente com minha mãe estão sempre ao meu lado, me incentivando e apoiando meus
sonhos. Eu dedico esse diploma a vocês que são minha inspiração. Amo vocês!
Ao meu pai Antônio (in memorian) que estará sempre vivo em meu coração. Foi difícil
te perder, ainda mais durante a graduação. Muitas vezes pensei em desistir, mas fiz o que te
deixaria feliz: prosseguir! Sei que está feliz por mim aí no céu. Te amo, pai! Agradeço também,
aos meus irmãos Fábio e Wellington por todo amor e carinho.
Aos familiares que estão sempre comigo e torcendo por mim. Em especial, à minha tia
e madrinha, Maria de Lourdes, por ser minha fã número 1. Agradeço por todo incentivo,
otimismo e cuidado.
Ao Irving que esteve comigo durante toda graduação. Obrigada por estar presente em
todos os momentos, por ser amigo, ouvir as minhas lamentações e me fazer sorrir. Agradeço
por todo apoio, carinho e respeito.
Aos professores João Felipe Mitre e Juliana Souza Baioco por toda contribuição e
atenção ao nos orientar neste trabalho de conclusão de curso. Agradecemos à Fernanda Tardin
e João Crisósthomo por aceitarem participar da banca deste trabalho.
Ao Felipe Nathan por ter compartilhado materiais que nos auxiliaram no uso do
software de simulação. Foi de grande importância para a execução deste trabalho.
Agradeço aos amigos da UFF, da Matemática, meu antigo curso, por todos os momentos
juntos que passamos e aos da Engenharia de Petróleo da UFF por todo companheirismo, estudo,
e risadas, tornando a caminhada mais leve. Em especial, agradeço ao Josias pela parceria na
realização deste trabalho, Andressa, Emilaine, Guto, Natália, Júlia e Carina.
À Superintendência de Produção de Combustíveis, da Agência Nacional de Petróleo,
Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), por toda oportunidade, acolhimento, aprendizado e
bolos. Agradeço a Coordenação de Autorizações, em especial a Fernanda e Lorena, melhores
chefes, por toda paciência, ensinamentos e confiança.
Thais Matias dos Santos
"Todos os seus sonhos podem se tornar realidade
se você tiver a coragem de persegui-los".
(Walt Disney)
RESUMO
Currently, the world's energy demand is characterized by a high consumption of oil and its
derivatives, although there are still large reserves of hydrocarbons, oil industry companies are
conducting research to advance new techniques aimed at increasing the recovery factor linked
to development of the oil field. In this perspective, fracking emerges as a well stimulation
technique, with the main objective of increasing the productivity index, being applied mainly
in unconventional reservoirs. In this perspective, fracking appears as a well stimulation
technique, with the main objective of increasing the productivity index, being applied mainly
in unconventional reservoirs. The technique consists of the injection of fluids under high
pressure in the reservoir, being able to cause rocks failures, thus allowing the creation of paths
for the flow of the fluids. The fracking is widely used in the United States and has contributed
to harnessing unconventional resources and strengthening the country's economy. Despite its
success, the technique is very questioned by environmental agencies and is prohibited in many
countries. This work, a computational simulation of fracking was performed in a model with
real characteristics of the Norne field, located in the Norwegian Sea. The simulation was
performed in the IMEX module of the CMG (Computer Modeling Group) version 2019.10
program. Fracture modeling took into account the actual parameters obtained in the model
provided by the Norwegian University of Science and Technology (NTNU). With the main
objective of evaluating the gas recovery factor, 20 cases were elaborated by varying the number
of fractures, fractures height and the spacing between them. The influence that varied
parameters have on the productivity of a field was observed.
LISTA DE QUADROS
𝛼 Coeficiente de Biot
𝜈 Coeficiente de Pisson
𝑐𝑤 Compressibilidade da água
𝑐𝑜 Compressibilidade do óleo
𝑐𝑓 Compressibilidade efetiva da formação
ℎ Comprimento da formação
𝜌𝑤 Densidade da água
𝜌𝑔 Densidade do gás
𝜌𝑜 Densidade do óleo
∆𝑃 Diferencial de pressão
𝜎𝑧 Esforço de sobrecarga
𝜆𝑜 Mobilidade do óleo
𝑘 Permeabilidade
𝑘𝑝 Permeabilidade do propante
𝑘𝑖 Permeabilidade na coordenada i
𝑘𝑗 Permeabilidade na coordenada j
𝑘𝑘 Permeabilidade na coordenada k
𝜙 Porosidade
𝑃 Pressão
𝑃𝑏 Pressão de bolha
𝑃𝑅 Pressão do reservatório
𝑃𝑒 Pressão estática
𝑟𝑤 Raio do poço
𝑆𝑤 Saturação de água
𝑆𝑙 Saturação do líquido
𝑇𝑅 Temperatura do reservatório
𝑞 Vazão de fluido
𝑞𝑔 Vazão de gás
𝑞𝑤 Vazão de gás
𝑞𝑔𝑆𝐶 Vazão de gás nas condições de superfície
𝑞𝑜 Vazão de óleo
µ𝑤 Viscosidade da água
𝜇𝑗 Viscosidade da fase j
𝜇 Viscosidade do fluido
𝑉𝑉 Volume de vazios
𝑉𝑓 Volume do fluido
𝑉𝑝 Volume poroso
𝑉𝑡 Volume total
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................................. 1
1.2. OBJETIVO........................................................................................................................ 3
1.3. ÁREA DE ESTUDO ......................................................................................................... 3
1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO ...................................................................................... 5
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................................... 6
2.1. DEFINIÇÃO DE RESERVATÓRIO ............................................................................... 6
2.2. PRINCIPAIS PROPRIEDADES DO RESERVATÓRIO ................................................ 6
2.2.1. POROSIDADE ............................................................................................................. 6
2.2.2. PERMEABILIDADE ................................................................................................... 7
2.2.3. COMPRESSIBILIDADE ............................................................................................. 8
2.2.4. SATURAÇÃO.............................................................................................................. 9
2.3. CLASSIFICAÇÃO DOS RESERVATÓRIOS ............................................................... 10
2.3.1. RESERVATÓRIOS CONVENCIONAIS (RC) ........................................................ 10
2.3.2. RESERVATÓRIOS NÃO CONVENCINAIS (RNC’s) ............................................ 10
2.4. FRATURAMENTO HIDRÁULICO .............................................................................. 12
2.4.1. HISTÓRICO DO FRATURAMENTO HIDRÁULICO ............................................ 12
2.4.2. OBJETIVOS DO FRATURAMENTO HIDRÁULICO ............................................ 14
2.4.3. MECÂNICA DO FRATURAMENTO HIDRÁULICO ............................................ 14
2.4.4. FLUIDO DE FRATURAMENTO HIDRÁULICO ................................................... 16
2.4.5. PROPANTES ............................................................................................................. 17
3. SIMULAÇÃO NUMÉRICA ....................................................................................... 19
3.1. MODELO BLACK-OIL .................................................................................................. 20
3.2. MODELO COMPOSICIONAL ...................................................................................... 20
3.3. SIMULADOR IMEX ...................................................................................................... 21
4. METODOLOGIA........................................................................................................ 26
5. MODELAGEM............................................................................................................ 28
5.1. FERRAMENTAS COMPUTACIONAIS ....................................................................... 28
5.2. CONDIÇÕES INICIAS .................................................................................................. 28
5.3. MODELO DE MALHA.................................................................................................. 29
5.4. PROPRIEDADES DA ROCHA ..................................................................................... 30
5.5. MODELO DE FLUIDO .................................................................................................. 33
5.6. CARACTERÍSTICAS DO POÇO PRODUTOR ........................................................... 37
5.7. MODELAGEM DA FRATURA .................................................................................... 38
5.8. PLANEJAMENTO DAS SIMULAÇÕES ...................................................................... 40
6. RESULTADOS ............................................................................................................ 42
6.1. ANÁLISE DA RECUPERAÇÃO PRIMÁRIA DE GÁS ............................................... 42
6.2. ANÁLISE DOS CASOS COM FRATURAS DE 90 FT DE COMPRIMENTO ........... 44
6.3. ANÁLISE DOS CASOS COM FRATURAS DE 180 FT DE COMPRIMENTO ......... 45
6.4. ANÁLISE DOS CASOS COM FRATURAS DE 280 FT DE COMPRIMENTO ......... 46
6.5. ANÁLISE DOS CASOS COM FRATURAS DE 460 FT DE COMPRIMENTO ......... 47
6.6. ANÁLISE COMPARATIVA GERAL ........................................................................... 47
7. CONCLUSÃO.............................................................................................................. 51
7.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 51
7.2. RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................. 51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 52
APÊNDICE A ......................................................................................................................... 56
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO
A Noruega é reconhecida por ser um dos países produtores de petróleo e gás natural
com melhor estrutura na exploração e produção, proporcionando bem-estar para as empresas
locais e para a população. O país é localizado no norte da Europa e é banhado pelo Mar do
Norte, da Noruega e Barent. Através da exploração dos recursos petrolíferos, a economia do
país foi beneficiada (ALMEIDA; HENRIQUE; LEMOS, 2012).
Na década de 50, pouco se acreditava no potencial de exploração e produção na
Noruega. Com a descoberta de uma reserva de gás, na Holanda em 1959, muitos geólogos
reformularam suas teorias sobre o potencial de exploração no Mar do Norte. Em 1963 foram
autorizados levantamento geológico por sísmica, sem a permissão de perfuração (ALMEIDA;
HENRIQUE; LEMOS, 2012).
Em 13 de abril de 1965, ocorreu a primeira rodada de concessão para exploração na
plataforma continental norueguesa (Norwegian Continental Shelf – NCS) com a
responsabilidade do Ministério da Indústria. No ano seguinte, o primeiro poço foi perfurado e
obtiveram um poço seco (ALMEIDA; HENRIQUE; LEMOS, 2012).
Com a descoberta de um novo campo de petróleo em 1969, foi necessária a criação de
um órgão regulador. Dessa forma, em 14 de julho de 1972, criou-se a Agência Norueguesa de
Petróleo (Norwegian Petroleum Directoarate – NPD) e a Equinor, anteriormente conhecida
como Statoil, para atuação na exploração e produção de petróleo no país. Inicialmente, esta
detinha 50% de participação em cada licença, que posteriormente passou a variar de acordo
com as circunstâncias (ALMEIDA; HENRIQUE; LEMOS, 2012).
Em 2004 a NPD foi dividida, resultando na criação da Autoridade de Segurança do
Petróleo (Petroleum Safety Authority – PSA), órgão regulador independente do governo, com
o objetivo de ser responsável pelas regras técnicas para saúde, segurança e meio ambiente no
setor de óleo e gás (CAMPOS; SARTORI, 2010).
De acordo com o Energy Information Administration (EIA), em 2017, a Noruega foi o
terceiro maior exportador de gás natural do mundo, depois da Rússia e do Catar. O setor de
petróleo e gás natural, representou cerca de 40% das receitas de exportação do país e mais de
15% do produto interno bruto (PIB).
A Noruega, atualmente, fornece cerca de 2% do consumo global de petróleo. Uma das
exportações mais importantes para economia norueguesa é o óleo bruto, que em 2018
2
• Fraturamento hidráulico;
• Acidificação matricial;
• Fraturamento ácido.
1
O Fator de Recuperação (FR) de um reservatório de gás é definido como o quociente entre a produção
acumulada e o volume original (ROSA et al., 2006).
3
(Computer Modelling Group). Para tal simulação, é utilizado o modelo black-oil, assumindo o
escoamento das três fases óleo, água e gás.
1.2. OBJETIVO
A área selecionada para o atual estudo, compreende o campo de Norne, Figura 1, situado
nos blocos 6608/10 e 6508/1, no mar da Noruega com 380 m de lâmina d’água. O campo foi
descoberto em 1992 e o plano de desenvolvimento e produção aprovado em 1995. Somente em
6 de novembro de 1997 o campo iniciou a sua produção. O campo é operado pela Equinor
Energy AS com a Petoro AS e Var Energi AS como colaboradoras (NORSK PETROLEUM,
2019).
Figura 1 - Localização do campo de Norne
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. DEFINIÇÃO DE RESERVATÓRIO
2.2.1. POROSIDADE
2.2.2. PERMEABILIDADE
A equação mais utilizada foi formulada por Henry Darcy, em 1856 através do estudo de
problemas de tratamento de água utilizando filtros de areia. Definiu-se que a vazão era
proporcional à diferença de pressão ao longo do fluxo, à área da seção e uma constante 𝑘, que
ficou definida como uma propriedade da rocha, denominada permeabilidade absoluta e
8
2.2.3. COMPRESSIBILIDADE
da rocha, a pressão diminui e reduz o volume dos poros (THOMAS, 2004). Fica definida como
compressibilidade efetiva da formação (𝑐𝑓 ), a razão entre a variação fracional do volume poroso
e a variação de pressão, expressa pela Equação (3).
1 𝜕𝑉𝑝
𝑐𝑓 = ∗ (3)
𝑉𝑝 𝜕𝑃
Onde, 𝑉𝑝 é o volume poroso da rocha; e 𝑃 a pressão interna. Com a definição de
porosidade, é possível escrever uma expressão para volume poroso, Equação (4) e
compressibilidade efetiva da formação, Equação (5), em função da mesma (ROSA et al., 2006).
Vp = 𝑉𝑡 ∗ 𝜙 (4)
1 𝜕𝜙
𝑐𝑓 = ∗ (5)
𝜙 𝜕𝑃
2.2.4. SATURAÇÃO
Os espaços vazios de uma rocha podem estar preenchidos por líquidos e o restante por
gás. Também pode ocorrer todo o preenchimento por dois ou mais líquidos. É necessário o
conhecimento do conteúdo existente no meio poroso, pois o valor econômico de um
reservatório depende da quantidade e tipo do fluido presente (ROSA et al., 2006). A Figura 5
mostra a situação onde uma rocha-reservatório está saturada por três tipos de fluidos.
Conforme Devloo e Rosolen (2018), os RNC’s podem ser divididos em cinco tipos,
denominados em inglês e associados aos fluidos que o saturam: o gás de arenitos fechados (tight
gas sands), o metano de carvão (coalbed methane), o gás de folhelho (shale gas), o óleo de
folhelho (shale oil) e o folhelho betumino (oil shale), que não é vinculado ao fraturamento
hidráulico. De forma equivocada é traduzida para xisto os três últimos reservatórios. Para
reservatórios não convencionais de gás são classificados os termos tight gas, shale gas e
coalbed methane.
O termo tight gas faz referência à exploração de rochas fechadas (normalmente
arenitos), com baixa permeabilidade portadora de gás natural seco. Para a produção é necessário
utilizar técnicas de fraturamento hidráulico. Em alguns reservatórios naturalmente fraturados é
possível perfurar poços horizontais, mas estes necessitam ser estimulados.
O termo shale gas é traduzido erroneamente para “gás de xisto”. O xisto é uma rocha
metamórfica, isto é, sofreram alterações em sua composição e estrutura ao serem consolidadas.
O shale (folhelho) é uma rocha sedimentar e ao ser metamorfisado torna-se ardósia.
O termo coalbed methane (metano de carvão) refere-se a uma fonte de gás natural que
possui sua geração e armazenamento em jazidas de carvão.
Na década de 1970, Masters propôs a representação da pirâmide (Figura 6),
posteriormente adaptada por Holdich em 2006, que relaciona reservatórios convencionais e não
convencionais com o custo e grau de dificuldade de extração. Os reservatórios convencionais
encontram-se no topo, representando reservatórios com menores volumes, porém com baixo
custo e fácil exploração. Os reservatórios não convencionais ocupam a base, com grandes
volumes e alto custo, necessitando de alto investimento em tecnologia para a produção.
Kentucky, New York, Pensilvânia e West Virginia. A utilização da substância química associada
à explosivos foi considerada bem-sucedida a princípio, mas foi considerada extremamente
perigosa, tornando a utilização ilegal no país.
Na década de 1930, através de estudos iniciados pela Stanolind Oil and Gas
Corporation, subsidiária da Standard Oil Company, foi estabelecida uma relação entre o
desempenho do poço e as pressões registradas na fratura para diferentes profundidades, sendo
um dos primeiros estudos para definição do conceito de “pressão de colapso”. Com uma melhor
compreensão do conceito, foram iniciados testes com a injeção de outros fluidos explosivos e
não ácidos em formações consolidadas (MONTGOMERY, 2010).
Conforme Holditch (2007), em 1947, a técnica de fraturamento hidráulico foi inserida
na indústria petrolífera pela Stanolind Oil and Gas Corporation. A companhia era operadora
do campo de gás Hugoton localizado em Grant County, Kansas nos Estados Unidos (Figura 7).
A operação na formação de calcário foi realizada em um poço a uma profundidade de 2.400
pés, a composição do fluido utilizado foi de 1.000 galões de gasolina e aditivos como ácido de
palmeiras e óleo naftênico para aumentar a viscosidade do fluido (MONTGOMERY, 2010).
𝑞
𝐼𝑃 = (8)
𝑃𝑒 − 𝑃𝑤
Segundo Castro (2005), o que mantém a formação do reservatório unida são as tensões
aplicadas devido ao peso das camadas superiores à formação e resistência natural da rocha.
Todas as formações presentes no subsolo estão submetidas a tensões nas 3 direções.
A Figura 8 apresenta o estado de esforços locais de um elemento de formação,
conhecidos como esforços in-situ. Os três esforços existentes são normalmente compressivos e
anisotrópicos, ou seja, suas propriedades dependem da direção de medição, os esforços são
perpendiculares entre si e não são homogêneos. As magnitudes e direção dos esforços principais
são determinantes no processo de criação e propagação das fraturas, pois controlam a forma e
15
extensão das fraturas, assim como o fechamento da fratura obtida durante o processo (NÉQUIZ
et al., 2014).
1
𝜎𝑚𝑖𝑛 = (𝜎 − 𝛼𝑃𝑝 ) + 𝛼𝑃𝑝 + 𝜎𝑒𝑥𝑡 (9)
1−𝜈 𝑧
2.4.5. PROPANTES
hidráulico após o encerramento do bombeio de fluido. Os materiais mais utilizados são areias,
propantes cerâmicos e areis resinadas (CACHAY, 2004).
Segundo Barreto (2010), os propantes devem possuir resistência mecânica superior à
pressão de confinamento, sendo a pressão responsável pelo fechamento da fratura, e ao mesmo
tempo possuir densidade moderada, para facilitar o processo de injeção do fluido de
fraturamento.
A Tabela 1 apresenta os principais materiais utilizados como propantes e suas
respectivas densidades e resistência à tensão de confinamento da fratura.
3. SIMULAÇÃO NUMÉRICA
O modelo black-oil é aplicado quando o fluido se apresenta em três fases: óleo, água e
gás, sendo considerado um modelo composicional simplificado aplicado em casos de
recuperações primárias e avançadas. Sendo assim, o modelo é utilizado em situações onde o
processo de produção possui baixa sensibilidade às alterações composicionais nos fluidos do
reservatório (NOGUEIRA et al., 2012).
De acordo com Nogueira et al. (2012), o comportamento PVT do sistema leva e assume
os efeitos de compressibilidade, e algumas considerações são feitas no modelo, como por
exemplo: o óleo e água são considerados imiscíveis e o gás é assumido ser solúvel no óleo,
dentro do reservatório as reações químicas são desprezíveis, ocorrendo equilíbrio
termodinâmico instantâneo entres as fases que estão a temperaturas constantes, não havendo
transferência de massa e calor.
Assumindo todas as considerações apontadas, juntamente com propriedades como
densidade , pressão de bolha (Pb), densidade de gás, pressão e temperatura obtidas com auxílio
de correlações é possível expressar os fatores volume formação do óleo (Bo), da água (Bw) e do
gás (Bg), a razão de solubilidade do gás no óleo (Rs) sendo a transferência de massa entre óleo
e gás (MACHADO, 2011).
O simulador utilizado neste estudo foi a ferramenta IMEX do pacote CMG, versão
2018.10, o qual é baseado no modelo black-oil trifásico e isotérmico. A ferramenta possibilita
cinco variações de modelos de simulação: porosidade simples, dupla-porosidade, dupla
permeabilidade, Multiple-Interacting Continua (MINC) e subdomínio. Cabe ressaltar que o
modelo adotado neste trabalho foi o da porosidade simples.
A caracterização das propriedades dos fluidos utilizadas no modelo é de grande
importância para o estudo do comportamento do reservatório. Diante disso, esta seção apresenta
as equações utilizadas na simulação do modelo black-oil para determinação das propriedades
que serão abordadas no Capítulo 5 – Modelagem e parâmetros calculados nos resultados
apresentados no Capítulo 6.
A razão de solubilidade (𝑅𝑠 ), Equação (10), de uma mistura de hidrocarbonetos, a uma
certa temperatura e pressão, é definida como a relação entre o volume de gás dissolvido nas
condições padrão, e o volume obtido de óleo, expressos nas condições padrão (ROSA et al.,
2006).
𝐵𝑜𝑓𝑏𝑝
𝑅𝑠 (𝑃) = 𝑅𝑠𝑜𝑓𝑏𝑝 − (𝑅𝑠𝑜𝑓𝑏𝑝 − 𝑅𝑠𝑜𝑑 (𝑃)) (11)
𝐵𝑜𝑑𝑏𝑝
A mistura líquida nas condições de reservatório possui óleo com uma quantidade de gás
dissolvido. Quando a mistura é levada para as condições de superfície, parte permanecerá no
estado líquido (óleo), e outra parte se vaporizará (gás natural). Dessa forma, é possível definir
o fator volume formação do óleo (𝐵𝑜 ), Equação (12), como a razão entre o volume ocupado da
fase líquida (óleo mais gás dissolvido) em condições de temperatura e pressão quaisquer, e o
volume que permanece na fase líquida, medido nas condições padrão (ROSA et al., 2006).
22
O fator volume formação do gás (𝐵𝑔 ), Equação (14), é a relação entre o volume de gás
ocupado, a uma certa temperatura e pressão, e o volume ocupado por ele nas condições padrão
(ROSA et al., 2006).
Segundo CMG (2018), o fator volume-formação do gás é calculado pela Equação (15).
O fator de expansão do gás (𝐸𝑔 ), Equação (16), é a relação entre o volume de gás nas
condições padrão e o volume de gás ocupado a uma certa temperatura e pressão (ROSA et al.,
2006).
𝑃
𝐸𝑔 = 198,588 ∗ (17)
𝑍𝑇𝑅
23
De acordo com CMG (2018), a saturação crítica da água (𝑆𝑤𝑐𝑟𝑖𝑡 ) e a saturação de óleo
residual (𝑆𝑜𝑟𝑤 ) são estabelecidas com a inserção de uma tabela no simulador que considera a
relação entre saturação de água (𝑆𝑤 ), permeabilidade relativa do óleo (𝑘𝑟𝑜 ) e permeabilidade
relativa da água (𝑘𝑟𝑤 ). Considerando as Equações (19) e (20) as curvas que relacionam a 𝑘𝑟𝑤
e a permeabilidade relativa do óleo na presença de água (𝑘𝑟𝑜𝑤 ) em função da 𝑆𝑤 serão plotadas
e apresentadas no Capitulo 5.5 – Modelo de Fluido.
𝑃𝑘𝑟𝑤
𝑆𝑤 − 𝑆𝑤𝑐𝑟𝑖𝑡
𝑘𝑟𝑤 = 𝑘𝑟𝑤𝑖𝑟𝑜 ∗ ( ) (19)
1 − 𝑆𝑤𝑐𝑟𝑖𝑡 − 𝑆𝑜𝑟𝑤
𝑆𝑤 − 𝑆𝑜𝑟𝑤 − 𝑆𝑤 𝑃𝑘𝑟𝑜𝑤
𝑘𝑟𝑜𝑤 = 𝑘𝑟𝑜𝑐𝑤 ∗ ( ) (20)
1 − 𝑆𝑤𝑖 − 𝑆𝑜𝑟𝑤
𝑃𝑘𝑟𝑔
1 − 𝑆𝑔𝑐𝑟𝑖𝑡 − 𝑆𝑙
𝑘𝑟𝑔 = 𝑘𝑟𝑔𝑐𝑙 ∗ ( ) (21)
1 − 𝑆𝑙𝑐𝑜𝑛 − 𝑆𝑔𝑐𝑟𝑖𝑡
𝑃𝑘𝑟𝑜𝑔
𝑆𝑙 − 𝑆𝑙𝑐𝑟𝑖𝑡
𝑘𝑟𝑜𝑔 = 𝑘𝑟𝑜𝑔𝑐𝑙 ∗ ( ) (22)
1 − 𝑆𝑙𝑐𝑟𝑖𝑡 − 𝑆𝑔𝑐𝑟𝑖𝑡
Em relação a modelagem dos poços, Aziz et al. (1972) citado por CMG (2018), afirmam
que dentro do poço os efeitos térmicos possuem uma grande importância, sendo assim, a
mudança de pressão na cabeça do poço deve ser regida em função das razões de produtividade
e water cut. O simulador utiliza um modelo simplificado para aplicar restrições à cabeça de
poço e apresenta apenas o equacionamento que governa a mudança de pressão na direção do
fluxo para os poços injetores em seu manual, este tipo de poço não será utilizado neste trabalho.
Para os poços produtores é utilizado o procedimento de consulta de tabelas, pois as correlações
apresentadas por Aziz et al. (1972) são inconsistentes com a modelagem utilizada na simulação.
Segundo CMG (2018), as vazões de óleo (𝑞𝑜 ), gás (𝑞𝑔 ) e água (𝑞𝑤 ) podem ser
calculadas pelas equações (24), (25) e (26).
Onde o índice 𝑙𝑦 nos termos das equações representa o índice das camadas que possuem
contato. A mobilidade da fase (𝜆𝑗 ) é calcula pela Equação (27) que apresenta a relação entre a
permeabilidade relativa da fase (𝑘𝑟𝑗 ) com a viscosidade da fase (𝜇𝑗 ), onde a fase é representada
pelo índice 𝑗. 𝑃𝐵𝐻 é a pressão de fundo de poço, ℎ𝑒𝑎𝑑𝑙𝑦 é o termo do dimensionamento da
cabeça do poço e 𝑃𝑙𝑦 é a pressão do bloco. Sendo o termo 𝑊𝑃 considerado como a
produtividade do poço no simulador e calculada pela Equação (28).
𝑘𝑟𝑗
𝜆𝑗 = (27)
𝜇𝑗
25
2𝜋𝑓𝑓 ∗ 𝑘 ∗ ℎ ∗ 𝑤𝑓𝑟𝑎𝑐
𝑊𝑃 = 𝑟 (28)
[𝑙𝑛 (𝑟𝑒 ) + 𝑠]
𝑤
4. METODOLOGIA
Conjuntos de dados reais para simulação são essenciais para elaboração de testes de
novos métodos computacionais em ambiente realista e relevante, no entanto tais dados
geralmente são de difícil acesso. Os dados reais do campo de Norne, disponibilizados pela
operadora Equinor e parceiros (ENI e Petoro), são gerenciados pelo Centro de Operações
Integradas da Indústria do Petróleo (IO Center) da Universidade Norueguesa de Ciência e
Tecnologia (NTNU). Grandes quantidades de dados subterrâneos do campo de Norne foram
liberados para fins de pesquisa e educação tendo como objetivo, estabelecer uma série de casos
de referência internacional com base em dados reais para o teste de caracterização de
reservatórios, correspondência de histórico e metodologias de otimização de produção. Os
dados do IO Center estão disponíveis para pesquisa e educação sem fins lucrativos e são
liberados através de contratos de licença (NTNU, 2019).
Iniciativas como a Open Porous Media (OPM) incentiva a inovação e a pesquisa
reproduzível para modelagem e simulação de processos de mídia porosa e organizam vários
conjuntos de dados com licença aberta. Os dados utilizados para a simulação foram retirados
do repositório OPM-data e a metodologia do trabalho segue o fluxograma da Figura 10.
Figura 10 - Fluxograma
Análise e
Conclusões e
discussão dos
recomendações
resultados
5. MODELAGEM
Figura 16 - Curva de razão de solubilidade do gás no óleo e fator volume formação do óleo em função da pressão
Para elaboração das permeabilidades relativas do óleo em relação ao gás (Figura 20) e
permeabilidades relativas do óleo em relação a água (Figura 21) no modelo criado no IMEX,
foram utilizadas as relações extraídas do modelo gerado no Petrel E&P, as Tabela 7 e 8
apresentam os valores de 𝑘rw, 𝑘ro e 𝑘rg em função da saturação de água (𝑆𝑤 ) e saturação de gás
(𝑆𝑔 ).
Tabela 7 - Permeabilidade relativa da água e óleo em relação à saturação de água
𝑺𝒘 𝑲𝐫𝐰 𝑲𝐫𝐨
0.2 0 1
0.25 0.0069 0.8403
0.3 0.0278 0.6944
0.35 0.0625 0.5625
0.4 0.1111 0.4444
0.45 0.1736 0.3403
0.5 0.25 0.25
0.55 0.3403 0.1736
0.6 0.4444 0.1111
0.65 0.5625 0.0625
0.7 0.6944 0.0278
0.75 0.8403 0.0069
0.8 1 0
𝑺𝒈 𝒌𝐫𝐠 𝒌𝐫𝐨
0 0 1
0.8 1 1
Figura 20 - Permeabilidade relativa do gás e permeabilidade relativa do óleo em relação ao gás em função da
saturação de gás
A Figura 22 mostra uma visão frontal do poço produtor horizontal, PROD-1, com
localização no centro do plano da direção i, o poço está localizado à 12100 ft em relação à
coordenada z.
Figura 22 - Vista frontal do poço produtor PROD-1 (plano IK-2D X-Sec, J layer:110)
Figura 23 - Vista lateral do poço produtor PROD-1 (plano JK-2D X-Sec, I layer: 30)
Nesta seção, serão expostos os parâmetros estabelecidos para a inserção das fraturas ao
longo do reservatório, as mesmas foram criadas a partir do canhoneio das zonas de interesse,
que variam de acordo com o caso. Entretanto, os dados para cada fratura não sofrem alteração,
conforme Tabela 10.
Refinamento em i - 11 -
Refinamento em j - 11 -
Refinamento em z - 1 -
Visando obter uma fratura com condutividade igual à fratura apresentada na simulação,
foram utilizadas as relações expostas nas equações (31), (32) e (33).
Fonte: Elaboração própria no módulo Builder Fonte: Elaboração própria no módulo Builder
2018.10 2018.10
40
01 1 90 -
02 7 90 50
03 4 90 100
04 3 90 150
05 2 90 200
06 1 180 -
07 7 180 50
08 4 180 100
09 3 180 150
10 2 180 200
11 1 280 -
12 7 280 50
13 4 280 100
14 3 280 150
15 2 280 200
16 1 460 -
17 7 460 50
18 4 460 100
19 3 460 150
20 2 460 200
6. RESULTADOS
Neste capítulo, são analisados os resultados obtidos com o uso do simulador IMEX
2018.10. As discussões levam em consideração os parâmetros dimensionais dos casos
apresentados no item 5.8. Planejamento de Fraturas, e mostra a influência de cada configuração
dimensional no fator de recuperação (FR) de gás em comparação com os resultados obtidos
para recuperação primária. O período para as simulações foi delimitado em 10 anos (3 653
dias), com início em 01/10/2019.
Com o propósito de minimizar os erros atrelados às simulações, foram considerados os
seguintes parâmetros apresentados na Tabela 12, os demais parâmetros foram utilizados com
valores padrões do simulador. A quantidade máxima de iterações newtonianas
(NEWTONCYC) foi definida como 40 e o número máximo de iterações permitidas na rotina
da solução da matriz jacobiana (ITERMAX) foi especificado como 80, o número máximo de
ortogonalizações (NORTH) a serem executadas antes da redefinição para o método da solução
iterativa foi fixado com 80. Em relação a cada fração de tempo utilizada nas iterações, foi
determinado o tamanho mínimo (DTMIN) como 0.0001, com o número máximo de cortes
(NCUTS) em cada tempo igual a 40. O parâmetro NORM PRESS identifica as alterações típicas
na variável pressão e foi considerado como 100 psia. Os parâmetros de convergência foram
alterados levando em consideração as recomendações do manual do simulador e um trecho do
código da modelagem pode ser verificado no apêndice A deste trabalho.
Parâmetro Valor
NEWTONCYC 40
NCUTS 40
NORTH 80
ITERMAX 80
DTMIN 0.0001
Fonte: Elaboração própria
Figura 27 - Fator de Recuperação de Gás para a Recuperação Primária em função do tempo em anos
Figura 29 - Fator de Recuperação de Gás para os casos com fraturas com 90 ft de comprimento em função do
tempo em anos
Os próximos casos estudados nesta seção, levam em consideração as fraturas com 180
ft de comprimento, variando o número de fraturas e o espaçamento entre as mesmas. A Figura
30, apresenta a comparação entre os casos com aplicação do fraturamento hidráulico e o caso
inicial sem a presença de um método de estimulação.
O caso 07 considera 7 fraturas espaçadas em 50 ft (em vermelho) apresentou o melhor
FR de gás, totalizando um valor de 78,39 %. Nota-se também, que para os casos 09 e 10 com 3
fraturas espaçadas em 150 ft (em verde) e 2 fraturas espaçadas em 200 ft (em amarelo), os
resultados obtidos possuem uma pequena diferença, tendendo para um valor de FR bem
próximo.
Observa-se que ao comparar as curvas do caso 07 (em vermelho) e o caso sem fratura
(em azul), houve aumento de 57,24% de FR. Isso representa no aumento de 6,41x108 ft³ std da
produção acumulada de gás.
Comparando a Figura 29 com a Figura 30, é possível observar que ao aumentar o
comprimento da fratura, há aumento do FR de gás, obtendo valores próximos a 79% de
recuperação. Entretanto, para os casos analisados não houve estabilização do FR ao final de 10
anos de projeto.
46
Figura 30 - Fator de Recuperação de Gás para os casos com fraturas com 180 ft de comprimento em função do
tempo em anos
Na Figura 31, o fator de recuperação no final de 10 anos de projeto para os casos 12 (em
vermelho) e 13 (em laranja), resultaram em um FR de 82,26% e 80,71%, respectivamente. Para
avaliação do melhor caso, é necessário realizar uma análise econômica.
Figura 31 - Fator de Recuperação de Gás para os casos com fraturas com 280 ft de comprimento em função do
tempo em anos
Os casos 12 e 13, possuem 7 fraturas espaçadas por 50 ft e 4 fraturas espaçadas por 100
ft, respectivamente. Apesar de possuírem o mesmo comprimento, um número maior de fraturas
com espaçamento menor, apresentou maior FR. Para os outros casos, não houve estabilização
de recuperação. Dessa forma, foram analisados casos de fraturas com 460 ft de comprimento.
Na Figura 32, observa-se que há uma aproximação do fator de recuperação de gás para
os casos com 7 fraturas com 50 ft de espaçamento (em vermelho), 4 fraturas com 100 ft de
espaçamento (em laranja) e 2 fraturas com 200 ft de espaçamento (em verde). Sendo assim, é
necessário avaliar economicamente para escolha do melhor caso.
Figura 32 - Fator de Recuperação de Gás para os casos com fraturas com 460 ft de comprimento em função do
tempo em anos
Figura 33 – Fator de Recuperação de Gás para os casos com 50 ft de espaçamento entre as fraturas
Figura 34 - Fator de Recuperação de Gás para os casos com maiores resultados em função do tempo em anos
Figura 35 - Comparativo da vazão de gás em condições padrão entre o FR em função do tempo em anos
7. CONCLUSÃO
7.1. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Órgãos Reguladores de Segurança: Perfís Típicos e Análise de Aderência ao Conceito de
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Convencional. Rio de Janeiro de 2010. Disponível em <
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https://www.onepetro.org/journal-paper/PETSOC-72-03-04>. Acesso em 10 de Outubro de
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54
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<http://cdn.intechopen.com/pdfs/35289/InTechThe_expansion_of_unconventional_productio
n_of_natural_gas_tight_gas_gas_shale_and_coal_bed_methane_.pdf.> Acesso em 11 de
outubro de 2018.
APÊNDICE A
***************************************************************************
Definition of fundamental corner point grid
***************************************************************************
GRID CORNER 60 220 85
CORNERS
0.0000 2*20.0000 2*40.0000 2*60.0000 2*80.0000 2*100.0000 2*120.0000
2*140.0000 2*160.0000 2*180.0000 2*200.0000 2*220.0000 2*240.0000 2*260.0000
2*280.0000 2*300.0000 2*320.0000 2*340.0000 2*360.0000 2*380.0000 2*400.0000
2*420.0000 2*440.0000 2*460.0000 2*480.0000 2*500.0000 2*520.0000 2*540.0000
2*560.0000 2*580.0000 2*600.0000 2*620.0000 2*640.0000 2*660.0000 2*680.0000
2*700.0000 2*720.0000 2*740.0000 2*760.0000 2*780.0000 2*800.0000 2*820.0000
2*840.0001 2*860.0000 2*880.0000 2*900.0000 2*919.9999 2*940.0000 2*960.0000
2*980.0001 2*999.9999 2*1020.0000 2*1040.0000 2*1060.0000 2*1080.0000
2*1100.0000 2*1120.0000 2*1140.0000 2*1160.0000 2*1180.0000 1200.0000 0.0000
2*20.0000 2*40.0000 2*60.0000 2*80.0000 2*100.0000 2*120.0000 2*140.0000
2*160.0000 2*180.0000 2*200.0000 2*220.0000 2*240.0000 2*260.0000 2*280.0000
2*300.0000 2*320.0000 2*340.0000 2*360.0000 2*380.0000 2*400.0000 2*420.0000
2*440.0000 2*460.0000 2*480.0000 2*500.0000 2*520.0000 2*540.0000 2*560.0000
2*580.0000 2*600.0000 2*620.0000 2*640.0000 2*660.0000 2*680.0000 2*700.0000
2*720.0000 2*740.0000 2*760.0000 2*780.0000 2*800.0000 2*820.0000 2*840.0001
2*860.0000 2*880.0000 2*900.0000 2*919.9999 2*940.0000 2*960.0000 2*980.0001
2*999.9999 2*1020.0000 2*1040.0000 2*1060.0000 2*1080.0000 2*1100.0000
2*1120.0000 2*1140.0000 2*1160.0000 2*1180.0000 1200.0000 0.0000 2*20.0000
2*40.0000 2*60.0000 2*80.0000 2*100.0000 2*120.0000 2*140.0000 2*160.0000
2*180.0000 2*200.0000 2*220.0000 2*240.0000 2*260.0000 2*280.0000 2*300.0000
2*320.0000 2*340.0000 2*360.0000 2*380.0000 2*400.0000 2*420.0000 2*440.0000
2*460.0000 2*480.0000 2*500.0000 2*520.0000 2*540.0000 2*560.0000 2*580.0000
2*600.0000 2*620.0000 2*640.0000 2*660.0000 2*680.0000 2*700.0000 2*720.0000
2*740.0000 2*760.0000 2*780.0000 2*800.0000 2*820.0000 2*840.0001 2*860.0000
2*880.0000 2*900.0000 2*919.9999 2*940.0000 2*960.0000 2*980.0001 2*999.9999
2*1020.0000 2*1040.0000 2*1060.0000 2*1080.0000 2*1100.0000 2*1120.0000
2*1140.0000 2*1160.0000 2*1180.0000 1200.0000 0.0000 2*20.0000 2*40.0000
2*60.0000 2*80.0000 2*100.0000 2*120.0000 2*140.0000 2*160.0000 2*180.0000
2*200.0000 2*220.0000 2*240.0000 2*260.0000 2*280.0000 2*300.0000 2*320.0000
2*340.0000 2*360.0000 2*380.0000 2*400.0000 2*420.0000 2*440.0000 2*460.0000
PERMI VARI 0.00665 - 20000
POR VARI 0.00 – 0.50
PERMJ VARI 0.00665 - 20000
PERMK VARI 0.0000 - 6000
PINCHOUTARRAY CON 1
PRPOR 6000
CPOR 9.9974e-007
PVCUTOFF 0
*PLNRFRAC_TEMPLATE 'CF460'
*PLNR_REFINE *INTO 10 10 1
*BWHLEN 230
*JDIR
*INNERWIDTH 2
*WF1 2 *K1INT 492
*LAYERSUP 10
*LAYERSDOWN 10
*POR MATRIX *FZ 0.3
57
*END_TEMPLATE
RESULTS PLNRSTAGE NAME 'Planar Stage 1'
RESULTS PLNRSTAGE WELL 'PROD-1'
RESULTS PLNRSTAGE DATE 2019-10-01
RESULTS PLNRSTAGE BASENAME 'PROD-1 - Frac_CF460_EF50'
RESULTS PLNRSTAGE FRACS 'PROD-1 - Frac_CF460_EF50_1' 'PROD-1 -
Frac_CF460_EF50_2'
RESULTS PLNRSTAGE FRACS 'PROD-1 - Frac_CF460_EF50_3' 'PROD-1 -
Frac_CF460_EF50_4'
RESULTS PLNRSTAGE FRACS 'PROD-1 - Frac_CF460_EF50_5' 'PROD-1 -
Frac_CF460_EF50_6'
RESULTS PLNRSTAGE FRACS 'PROD-1 - Frac_CF460_EF50_7'
RESULTS PLNRSTAGE MINFRACSPACING 50
RESULTS PLNRSTAGE PERFOPTION 1
RESULTS PLNRSTAGE LAYERMIN 51
RESULTS PLNRSTAGE LAYERMAX 51
RESULTS PLNRSTAGE END
*PLNRFRAC 'CF460' 30,110,51 *BG_NAME 'PROD-1 - Frac_CF460_EF50_1'
*PLNRFRAC 'CF460' 30,105,51 *BG_NAME 'PROD-1 - Frac_CF460_EF50_2'
*PLNRFRAC 'CF460' 30,100,51 *BG_NAME 'PROD-1 - Frac_CF460_EF50_3'
*PLNRFRAC 'CF460' 30,95,51 *BG_NAME 'PROD-1 - Frac_CF460_EF50_4'
*PLNRFRAC 'CF460' 30,90,51 *BG_NAME 'PROD-1 - Frac_CF460_EF50_5'
*PLNRFRAC 'CF460' 30,85,51 *BG_NAME 'PROD-1 - Frac_CF460_EF50_6'
*PLNRFRAC 'CF460' 30,80,51 *BG_NAME 'PROD-1 - Frac_CF460_EF50_7'
MODEL BLACKOIL
TRES 212
PVT EG 1
** p Rs Bo Eg viso visg co
14.696 4.18194 1.07477 4.36571 1.91388 0.0127142 3e-005
256.413 43.7317 1.09211 78.2567 1.54283 0.0129624 3e-005
498.13 92.2148 1.11396 156.115 1.26974 0.0133412 3e-005
739.847 145.681 1.13875 237.867 1.07779 0.0138225 3e-005
981.564 202.777 1.16593 323.208 0.938133 0.0144035 3e-005
1223.28 262.776 1.19521 411.536 0.832628 0.0150848 3e-005
1465 325.216 1.22639 501.92 0.750289 0.0158663 3e-005
1706.71 389.773 1.25932 593.14 0.684274 0.0167437 3e-005
1948.43 456.207 1.29389 683.81 0.630156 0.0177088 3e-005
2190.15 524.332 1.33 772.565 0.58496 0.0187487 2.92362e-005
2431.87 594 1.36758 858.24 0.546623 0.0198483 2.55216e-005
2673.58 665.088 1.40655 939.975 0.513668 0.0209914 2.25692e-005
2915.3 737.493 1.44686 1017.24 0.485017 0.0221627 2.01727e-005
3157.02 811.129 1.48845 1089.81 0.459861 0.0233488 1.81933e-005
3398.73 885.92 1.53128 1157.66 0.437582 0.0245386 1.65341e-005
3640.45 961.801 1.5753 1220.93 0.417701 0.0257231 1.51256e-005
3972.36 1067.67 1.63763 1300.78 0.393631 0.0273289 1.35088e-005
4304.27 1175.35 1.70205 1373.19 0.372624 0.0288997 1.21751e-005
4636.18 1284.74 1.76847 1438.97 0.354116 0.0304283 1.10584e-005
4968.09 1395.74 1.83684 1498.88 0.33767 0.0319107 1.01113e-005
5300 1508.26 1.90708 1553.65 0.32295 0.0333458 9.29916e-006
BWI 1.03235
CVW 0
CW 3.00531e-006
DENSITY OIL 53
DENSITY WATER 60.8676
58
REFPW 5300
VWI 0.294779
DENSITY GAS 0.0624
PTYPE CON 1
ROCKFLUID
NONDARCY GENERAL 0.5
1.485e+009 1.021 0 10000
1.485e+009 1.021 0 10000
1.485e+009 1.021 0 10000
RPT 1
** Sw krw krow
SWT
0 0.00000 1.00000
0.016 2.000000E-02 0.980000
0.032 4.000000E-02 0.960000
0.048 6.000000E-02 0.940000
59
PB CON 3640.45
NUMERICAL
NORM PRESS 100
NEWTONCYC 40
NCUTS 40
NORTH 80
ITERMAX 80
DTMIN 0.0001
RUN
DATE 2019 10 1
DTWELL 1
WELL 'PROD-1'
PRODUCER 'PROD-1'
OPERATE MIN BHP 500.0 CONT
OPERATE MAX STG 1800000.0 CONT
** rad geofac wfrac skin
GEOMETRY I 0.25 0.37 1.0 0.0
PERF GEOA 'PROD-1'