Você está na página 1de 4

Cálculo Estequiométrico

(Estudo Dirigido)

Parte 1 – Introdução

Estequiometria consiste em encontrar as relações de massa entre os componentes de


uma reação química. Nas video-aulas da disciplina, tivemos uma introdução à
estequiometria, que será complementada com este estudo dirigido. Para começar, faça
uma pesquisa sobre “balanceamento de reações”, “cálculo estequiométrico” e “regra de
três”. Utilize os recursos à sua disposição, como livros, sites e videos educacionais na
internet. Esta pesquisa lhe permitirá rever estes conceitos e aplicá-los na resolução de
exercícios.

Parte 2 – Exemplo Prático de Cálculo Estequiométrico

Para ilustrar os fundamentos do cálculo estequiométrico, consideremos um exemplo


prático.

Problema 1. A produção de ferro metálico a partir do seu minério pode ser descrita,
simplificadamente, pela seguinte equação química não balanceada:

Fe2O3 + C → Fe + CO2

O óxido de ferro III, principal componente do minério de ferro, reage com carbono na
forma de carvão, produzindo ferro metálico e dióxido de carbono. Qual a massa de ferro
metálico que pode ser obtida a partir de 1 t de minério? Considere que o minério seja
inteiramente formado por Fe2O3 e adote as seguintes massas molares: Fe – 56 g/mol; O
– 16 g/mol; C – 12 g/mol.

Começamos fazendo o balanceamento da reação química. Na sua pesquisa, você deve


ter encontrado diversos métodos e dicas. Porém, balancear por tentativa-e-erro é eficaz
na maioria dos casos. Aqui é conveniente começar pelos compostos e terminar nas
substâncias elementares:

2 Fe2O3 + 3 C → 4 Fe + 3 CO2
Constatamos que, para gerar 4 mol de Fe, necessitamos de 2 mol de Fe2O3. Podemos
converter número de mols em massa usando as massas molares fornecidas no
enunciado. Lembre-se que a massa molar de Fe2O3 será a soma das massas molares de
seus elementos constituintes. Conhecendo as proporções em massa entre reagentes e
produtos, podemos encontrar a resposta do problema armando e resolvendo uma regra
de três:

2 mol Fe2O3  4 mol Fe

 

2 × 160 g  4 × 56 g

1 000 000 g  m

Resolvendo a regra de três, encontramos o valor da massa m de ferro metálico como 700
000 g ou 700 kg. Partindo de 1 t de minério, obtemos 700 kg de ferro.

Parte 3 – Pureza de Reagentes

Na realidade, os reagentes químicos raramente se encontram na forma pura. Isso é


particularmente importante no caso de um minério. Considere então este novo
problema.

Problema 2. Resolva o Problema 1, considerando que o teor de Fe2O3 do minério seja


de 80% em massa.

O que muda agora, é que de 1 t de minério, apenas 80% correspondem ao reagente de


interesse. A nova regra se três será:

2 mol Fe2O3  4 mol Fe

 

2 × 160 g  4 × 56 g

800 000 g  m

Como esperado, isso resulta numa menor massa de ferro, correspondente a 560 kg.
Parte 4 – Rendimento

Rendimento é uma medida da porcentagem de reagente que efetivamente foi


transformada em produto. Nenhuma reação tem 100% de rendimento. Num processo
químico real, há sempre alguma perda de reagente. Por exemplo, o mero ato de
transferir um reagente de um frasco para outro já acarreta perdas. Vejamos como levar
em conta o rendimento de reação.

Problema 3. Qual seria o resultado do Problema 2, se considerássemos 90% de


rendimento da reação?

O resultado que obtivemos no Problema 2 (560 kg de ferro) representa uma situação


idealizada em que o rendimento é de 100%. Para levar em conta o rendimento de 90%,
multiplicamos o resultado por 0,9 e chegamos ao valor de 504 kg de ferro.

Parte 5 – Reagente Limitante e Reagente em Excesso

Atenção aos problemas de cálculo estequiométrico! Nem sempre os reagentes serão


dados na proporção estequiométrica, ou seja, na proporção em que nenhum deles
sobrará. Muitas vezes, um dos reagentes estará em excesso. O primeiro passo é
identificar se há ou não excesso de algum reagente, como no problema a seguir.

Problema 4. Qual a massa de água obtida a partir da reação entre 4 g de H2 e 40 g de


O2?

Começamos escrevendo a reação balanceada:

H2 + ½ O2 → H2O

Agora, consideramos a proporção em mol com que os reagentes se combinam, e


convertemos para massa usando as massas molares tabeladas:
1 mol H2  0,5 mol O2

 

2 g H2  0,5 × 32 = 16 g O2

Então, concluímos que a cada 2 g de H2 que reagem, são consumidos 16 g de O2. Volte
para as massas dadas no enunciado e responda: qual o reagente em excesso?

Uma massa de 4 g de H2 consumirá apenas 32 g de O2, fazendo com que sobrem 8 g de


O2 sem reagir. Neste caso, o H2 é denominado “reagente limitante”, enquanto o O2 é o
“reagente em excesso”. A quantidade de produto será determinada pelo reagente
limitante. Cuidado! Você NÃO deve calcular o produto com base no reagente que
está em excesso. Sendo assim, armamos uma regra de três envolvendo o reagente
limitante e o produto:

1 mol H2  1 mol H2O

 

2 g H2  18 g H2O

4 g H2  m

Resolvendo a regra de três, chegamos m = 36 g. Resumindo: 4 g de H2 reagirão com 32


g de O2, produzindo 36 g de H2O. No final da reação, restarão 8 g de O2 sem reagir.

Você também pode gostar