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Umbanda - 'Anunciação' da Umbanda em 1908

A Umbanda completou 100 anos em 15 de novembro de 2008, data da sua anunciação


pelo Caboclo das Setes Encruzilhadas. Esse fato legitima o verdadeiro nascimento da
Umbanda, pelo ineditismo do estabelecimento das normas de seu culto, proclamado só
então por essa entidade missionária.
Tal data marca o surgimento estruturado da Umbanda para os homens, já que a Senhora
da Luz Velada é muito mais antiga nos planos rarefeitos que o próprio planeta Terra.
Embora a participação do médium Zélio de Moraes e o advento do Caboclo das Sete
Encruzilhadas não sejam o único fato relacionado à organização terrena da Umbanda,
não se pode negar que é o marco referencial mais importante do movimento.

Inegavelmente a Umbanda é uma religião brasileira, e nela encontra-se o amálgama do


misticismo do índio, da magia do negro africano e das crenças brancas judaico-cristãs,
católicas e espíritas.

Escrever sobre Umbanda sem citarmos Zélio Fernandino de Moraes é praticamente


impossível. Ele, assim como Allan Kardec (com relação ao Espiritismo), foram os
intermediários escolhidos pelos espíritos para divulgar a religião aos homens.

Zélio Fernandino de Moraes nasceu em 10 de abril de 1891, no distrito de Neves,


município de São Gonçalo, Rio de Janeiro. Aos 17 anos, quando se preparava para servir
às Formas Armadas, ocorreu um fato curioso: ele começou a falar com um sotaque
diferente em tom manso, parecendo um senhor de idade avançada.
A princípio, a família achou que estivesse apresentando algum distúrbio mental, e então o
encaminhou aos cuidados do tio, Epaminondas de Moraes, psiquiatra e diretor do
Hospício de Vargem Grande. Mas, não tendo sido encontrado em nenhuma literatura
médica os sintomas apresentados pelo rapaz, o médico sugeriu que o encaminhassem a
um padre para que fosse realizado um ritual de exorcismo, pois desconfiava que o
sobrinho estivesse possuído pelo demônio. A família procurou então um padre, que,
mesmo tendo realizado o ritual de exorcismo, não conseguiu nenhum resultado.

Novamente, em fins de 1908, os familiares foram surpreendidos por uma ocorrência que
tomou aspectos sobrenaturais: o jovem Zélio, agora acometido por estranha paralisia, a
qual os médicos não conseguiam debelar, ergueu-se certo dia do leito e declarou:
“Amanhã estarei curado”. No dia seguinte, começou a andar como se nada tivesse
acontecido. Nenhum médico soube explicar com ocorrera a recuperação.

Dona Leonor de Moraes resolveu levar o filho a uma curandeira chamada Cândida, figura
conhecida em Niterói, e que incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio
Antônio. A entidade atendeu o rapaz e disse que ele já tinha desenvolvido o fenômeno da
mediunidade, e que, portanto, deveria trabalhar na caridade.
O pai de Zélio, Joaquim Fernandino Costa, apesar de não freqüentar nenhum centro
espírita, era adepto do Espiritismo e tinha o hábito de ler livros espíritas. Em 15 de
novembro de 1908, por sugestão de um amigo, levou Zélio à Federação Espírita de
Niterói.

Convidados por José de Souza, dirigente da instituição, para participar da sessão, ambos
sentaram-se à mesa, e em seguida, contrariando as normas do trabalho, Zélio levantou-
se e disse: “Aqui está faltando uma flor”. Dirigiu-se ao jardim, apanhou uma rosa branca e
colocou-a no centro da mesa. Iniciou-se então uma estranha confusão no local: ele
incorporou uma entidade e, simultaneamente, diversos médiuns também apresentaram
incorporações de caboclos e pretos velhos.

Advertido pelo dirigente do trabalho, a entidade incorporada no rapaz perguntou: “Porque


repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens?
Será por suas origens sociais, ou em decorrência de sua cor?”.

Novamente uma força estranha dominou o jovem Zélio, e ele continuo a falar, sem saber
o que dizia; ouvia apenas sua própria voz a perguntar o motivo que levou os dirigentes
dos trabalhos a não aceitarem a comunicação daqueles espíritos e se os consideravam
atrasados apenas por suas encarnações anteriores.

Seguiu-se um diálogo acalorado, e, embora o espírito desconhecido desenvolvesse uma


argumentação segura, os responsáveis pela sessão procuravam doutriná-lo e afastá-
lo. “Porque o irmão fala nesses termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação
de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente
atrasados? Porque fala desse modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um
jesuíta [*1], cuja veste branca reflete uma aura de luz? Qual o seu nome, irmão?”.

Percebia-se a forma astral de encarnação anterior da entidade, quando fora padre Gabriel
Malagrida, santo sacerdote que a Inquisição sacrificou na fogueira, em Lisboa.

O espírito desconhecido respondeu então: “Se julgam atrasados os espíritos de pretos e


índios, devo dizer que amanhã – 16 de novembro de 1908 – estarei na casa de meu
aparelho para dar início a um culto em que esses irmãos poderão transmitir suas
mensagens, e, desse modo, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma
religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os
irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome, que seja este:
Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim não haverá caminhos fechados”.

O vidente retrucou com ironia: “Julga o irmão que alguém irá assistir ao seu culto?”. Ao que
o espírito respondeu: “Cada colina de Niterói atuará como porta-vez, anunciando o culto
que amanhã darei início”.

No dia seguinte, na casa da família Moraes, à rua Florindo Peixoto, número 30, às 20 horas,
estavam reunidos os membros da Federação Espírita para comprovar a veracidade do que
fora declarado na véspera. Parentes próximos, amigos e vizinhos também se fizeram
presentes, e, do lado de fora, uma multidão de desconhecidos.
Foi então que o Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestou-se e declarou que naquele
momento se iniciava um novo culto, com a participação de espíritos de velhos africanos
escravos que, desencarnados, não encontravam campo de atuação nos remanescentes
das seitas negras, deturpadas e totalmente dirigidas a trabalhos de feitiçaria, além de
índios nativos de nosso território que trabalham em benefício de seus irmãos encarnados,
independentemente de cor, raça, credo ou condição social.

Em fins do século XIX, existiam, no Rio de Janeiro, várias modalidades de culto que
denotavam, nitidamente, a origem africana, embora já bem distanciadas da crença trazida
pelos escravos. A magia dos velhos africanos, transmitida oralmente, através de
gerações, desvirtuara-se mesclada com as feitiçarias provindas de Portugal onde,
existiram sempre os feitiços, as rezas e as superstições.

As "macumbas", mistura de catolicismo, feiticismo negro e crenças nativas, multiplicavam-


se; tomou vulto a atividade remunerada do feiticeiro; o "trabalho feito" passou a ordem do
dia, dando motivo a outro, para lhe destruir os efeitos maléficos; generalizaram-se os
"despachos", visando obter favores para uns e prejudicar terceiros; aves e animais eram
sacrificados mais diversas finalidades; exigiam-se objetos raros para homenagear
entidades ou satisfazer elementos da baixo astral.

Sempre porém, obedecendo aos objetivos primordiais: aumentar a renda do feiticeiro ou


"derrubar" os que não se curvassem ante os seus poderes ou pretendessem fazer-lhe
concorrência.

Os Mentores do Astral Superior, porém, estavam atentos ao que se passava. Organizava-


se um movimento destinado a combater a magia negativa que se propagava
assustadoramente; cumpria atingir, de início, as classes humildes, mais sujeitas às
influências do clima de superstições que imperava na época.
A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria, portanto, a característica
principal do culto, que teria por base o Evangelho de Jesus, cujas normas o caboclo então
estabeleceu. Dentre elas, as de que nas sessões diárias (assim seriam chamados os
períodos de trabalho espiritual), das 20 às 22 horas, atendimento seria gratuito, e que o
nome do movimento religioso seria Umbanda, que significa “manifestação do espírito
para a caridade”.

A casa de trabalhos espirituais então fundada recebera o nome de Nossa Senhora da


Piedade, porque, assim como Maria de Nazaré, acolhera os filhos nos braços, também
seriam acolhidos ali todos os que necessitassem de ajuda ou conforto.

Ditas as bases do culto, após responder em latim e alemão às perguntas dos sacerdotes
presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou à prática dos trabalhos, curando
enfermos e fazendo andar os paralíticos.
Naquele mesmo dia, o médium incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, que, em
decorrência de sua fala mansa, foi tratado por alguns como uma manifestação de loucura.
O preto velho, proferindo palavras de muita sabedoria e humildade, além de aparente
timidez, recusava-se a sentar à mesa com os presentes, dizendo: “Nego não senta não,
meu sinhô; nego fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco, e nego deve arrespeitá”.
Após insistência dos presentes, ele pronunciou: “Num carece preocupa não. Nego fica no
toco, que é lugádi nego”.

E assim continuou, dizendo outras palavras que expressavam sua humildade. Uma
pessoa participante da reunião lhe perguntou se sentia falta de alguma coisa que havia
deixado na Terra, ao que ele respondeu: “Minha caximba; nego qué o pito que deixo no
toco. Manda mureque busca”.

Provavelmente, deve ter surgido daí o seguinte ponto cantado de pretos velhos: “Seu
cachimbo ta no toco, manda moleque buscar / No alto da mata virgem, seu cachimbo
ficou lá”, o qual, por essa circunstância, torna emblemática a presença dos pretos velhos
na origem da Umbanda”.

A solicitação desse primeiro elemento de trabalho para a nova religião deixou perplexos
os presentes. Foi Pai Antônio também a primeira entidade a solicitar uma guia. As
mesmas guias são usadas até hoje pelos membros da Tenda, carinhosamente
denominadas de “guia de Pai Antônio”.

No dia seguinte, formou-se uma verdadeira romaria em frente à casa da família Moraes.
Cegos e paralíticos foram curados. Todos iam em busca de cura, e ali a encontravam, em
nome de Jesus. Médiuns cuja manifestação mediúnica fora considerada loucura deixaram
os sanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais.

A partir de então, o Caboclo das Sete Encruzilhadas começou a trabalhar


incessantemente para esclarecer, difundir e sedimentar a Umbanda. Foi assim que
fundou a corrente astral da Umbanda.

Após algum tempo, um espírito se manifestou com o nome de Orixá Male, responsável
por desmanchar trabalhos de baixa magia. Essa entidade, quando em demanda,
mostrava-se sábia, capaz de destruir as energias maléficas dos que a procuravam.

Dez anos depois, em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, recebendo ordens do
Astral, fundou sete tendas para a propagação da Umbanda, sendo elas: Tenda Espírita
Nossa Senhora da Guia, Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, Tenda Espírita
Santa Bárbara, Tenda Espírita São Pedro, Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita São
Jorge, Tenda Espírita São Jerônimo.

O termo “espírita”, bem como os nomes de santos católicos nas instituições recém-
fundadas, foram usados porque naquela época não se podia registrar o nome Umbanda,
uma vez que esta era proibida, e seus membros perseguidos pela polícia, que a confundia
com macumba. Quanto aos nomes de santos, era uma maneira de estabelecer um ponto
de referência para os fiéis da religião católica que procuravam os préstimos da Umbanda.
Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10 mil tendas, a partir das
mencionadas.

Ministros, industriais e militares que recorriam ao poder mediúnico de Zélio para a cura de
parentes enfermos, vendo-os recuperados, procuravam retribuir o benefício com
presentes ou preenchendo cheques vultosos. “Não os aceite, devolva-os!”, ordenava
sempre o Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Mesmo não tendo seguido a carreira militar, para a qual se preparava, pois sua missão
mediúnica não permitirá, Zélio nunca fez da religião sua profissão. Trabalhava para o
sustento da família, tendo contribuído financeiramente diversas vezes para manter
abertos os templos que o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou. Isso sem contar as
pessoas que se hospedavam em sua casa (que, segundo dizem, parecia um albergue)
para os tratamentos espirituais. Zélio nunca aceitava ajuda de ninguém; era ordem de seu
guia-chefa, apesar de inúmeras vezes isso lhe fora oferecido.

O ritual era simples, nunca tendo sido permitido o sacrifício de animais. Não utilizavam
atabaques ou quaisquer outros objetos e adereços. Esses instrumentos começaram a ser
usados como o passar do tempo por algumas das tendas fundadas pelo Caboclo das
Sete Encruzilhadas. A Tenda Nossa Senhora da Piedade não os utiliza em seu ritual até
hoje. As guias usadas eram apenas as determinadas pelas entidades que se
manifestavam. A preparação dos médiuns era feita com banhos de ervas, além do ritual
do amaci, isto é, a lavagem da cabeça com ervas, em que os filhos de Umbanda se
afinam com a vibração de seus guias. Após 55 anos de atividade, o médium entregou a
direção dos trabalhos às suas filhas, Zélia e Zilméia.

Mais tarde, junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e
aparelho do Caboclo Roxo, Zélio fundou a Cabana de Pai Antônio, no distrito de Boca do
Mato, município de Cachoeira de Macacu, no Rio de Janeiro. Eles dirigiam os trabalhos,
enquanto a saúde de Zélio permitiu, tendo ele falecido aos 84 anos, em 3 de outubro de
1975.

Zélio Fernandino de Moraes dedicou 66 anos de sua vida à Umbanda, tendo retornado ao
plano espiritual com a certeza da missão cumprida. Seu trabalho e as diretrizes traçadas
pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas continuaram sendo desenvolvidos por suas filhas
Zélia e Zilméia, que carregam em seus corações um grande amor pela Umbanda, árvore
frondosa que está sempre a dar frutos a quem souber e merecer colhê-los.
C.E.U.C. 7 Flechas
Casa Espírita Umbandista Caboclo 7 Flechas

Foi fundada em Outubro de 2017 tem como seu mentor Espiritual São Jorgue Guerreiro.
É dirigida pelo Babalorixá Amarildo D'Oxóssi, e tem como liderança o mesmo, a Mãe
Pequena Grazi, a Jabonã Luciana e o Ganga Luiz Cláudio.

Banda do Babalorixá Amarildo D'Oxóssi:


Chefe de Cabeça: Caboclo 7 Flechas
Gerente de Banda: Ogum 7 Ondas
Segundo Orixá: Zé Pelintra virado para Preto Velho Vovô Brás (Bahia)
Terceiro Orixá: Miguelzinho da Cachoeira
Anjo de Guarda: São Jorge Guerreiro
Chefe de Quimbanda: Exu 7 Covas

Banda da Iya-kekerê (Mãe Pequena) Grazi de Nanã:


Chefe de Cabeça: Nanã Conga
Gerente de Banda: Omolu
Segundo Orixá: Ogum 7 Ondas
Terceiro Orixá: Rosa Caveira virada para Iansã no Mar
Anjo de Guarda: Nossa Senhora de Santana
Chefe de Quimbanda: Exu João Caveira
PERGUNTAS E RESPOSTAS

Qual a Linha de Umbanda seguimos?


R: Umbanda Bantu- Amerindio ou Bantu-Ameríndia.

Quais as leis que regulam a Umbanda?


R: As Leis da Evolução, Encarnação e Carma.

Qual é o dever de um Médium?


R: Se conscientizar de suas responsabilidades dentro do Espiritismo, agindo de acordo
com as leis da Umbanda praticando o amor ao próximo.

O que é necessário para um Médium trabalhar em um


Terreiro?
R: A primeira condição é a moralidade, depois o entendimento e o respeito pela Doutrina
e Hierarquia da Casa, para que então possa ser realizado o desenvolvimento mediúnico
da pessoa.

Qual é o maior dever de um Médium?


R: Praticar a caridade.

O que é o Anjo da Guarda?


R: Guardião individual de cada ser humano.

Qual a diferença de Obrigação e Oferenda (Entrega)?


R: Obrigação: é o nome dado a iniciação do médium dentro da religião, para que ele
possa ocupar seu cargo dentro do terreiro em busca da sua evolução espiritual.

Oferenda (Entrega): é a oferta que se faz para o Orixá, Guia ou Protetor na Umbanda ou
na Quimbanda.

Qual o significado do banho de descarrego?


R: Serve para anular e limpar o corpo das cargas energéticas negativas que contraímos
ou produzimos todos os dias.

O que vem a ser o Carma?


R: Carma é o nosso elo de vidas passadas, é a causa e o efeito de nossos atos
praticados benfeitos ou malfeitos.
SOBRE OS NOSSOS ANJOS DE GUARDA
Nossos amados Anjos de Guarda na doutrina Umbandista, não são os
Arcanjos e Querubins alados, criados por Deus antes da humanidade (São
Miguel, São Rafael e São Gabriel, dentre outros arcanjos).
Nossos protetores são espíritos que viveram como nós e estão em um
patamar
mais elevado da escada evolutiva.
Eles são espíritos de linha “HEJO” e são enviados pelos Santos, espíritos de
linha “SANTO”, por isso existem anjos de guarda enviados por São
Sebastião, Santa Barbará,
São Jorge e vários outros Santos.

Alguns seres que tiveram Proteção direta dos Arcanjos


• São Gabriel: Anjo da guarda de Nosso Senhor Jesus Cristo;
• São Rafael: Anjo da Guarda de Nossa Senhora
• São Miguel: Anjo da guarda de São João Batista

ORAÇÃO AOS NOSSOS ANJOS DE GUARDA

E que no alvorecer de um novo dia, eu acorde feliz e restaurado, e seja para o mundo
testemunha de ser sempre por vós amado!
Durante o sono, velai sobre o meu descanso, não deixeis o mal de mim se aproximar. Sob
as asas do seu amor, possa meus sonhos habitar!
Nesta noite de luz, afugentai as trevas do medo, afastai também as tentações, para que
minha alma tranquila descanse sem aflições.
Santo Anjo da Guarda, meu poderoso protetor, guardai-me sempre na paz de vosso
amor. Dos perigos, livrai-me; do mal, libertai-me; e nos momentos de angústia, consolai-
me!
Orixás e seus Santos Sincretizados

Oxalá------------------------Jesus Cristo
Ogum-------------------------São Jorge
Caboclo (Oxóssi)-----------São Sebastião
Xangô ------------------------São Jerônimo, São João Batista, São José, São Pedro e São Paulo
Omolu/Obaluaiê(Exú)----São Lazaro, São Roque
Almas-------------------------São Benedito, São Cipriano, Santo Antônio e São Miguel Arcanjo
Iemanjá----------------------Nossa Senhora da Conceição, Nossa S. dos Navegantes e N. S.
da Glória
Nanã--------------------------Santa Ana
Oxum-------------------------Santa Catarina, Nossa S. Aparecida, Nossa S. das Candeias
Iansã-----------------------------Santa Bárbara, Santa Joana D’Arc e Santa Rita de Cássia
Criança(Até 5 Anos)---------Doum
Criança(De 5 à 10 Anos)----São Cosme e São Damião
Criança(De 10 à 13 Anos)--- São Crispim e São Crispiniano

Orixás e suas Cores

Oxalá--------------------------Branco
Ogum--------------------------Vermelho
Caboclo (Oxóssi)------------Verde
Xangô -------------------------Marrom
Omolu/Obaluaiê(Exú)-----Preto
Almas--------------------------Branco
Iemanjá-----------------------Azul Claro
Nanã---------------------------Roxo
Oxum--------------------------Azul Escuro
Iansã---------------------------Amarelo
Criança------------------------Rosa

Orixás e suas Saudações

Oxalá--------------------------Epa Babá
Ogum-------------------------Ogunhê
Caboclo (Oxóssi)----------- Okê-Bambiocline
Xangô -------------------------Kaô Cabecilê
Omolu/Obaluaiê(Exú)-----Atotô
Almas--------------------------Adorei as Almas
Iemanjá------------------------Odofiaba
Nanã----------------------------Salubá Nanã
Oxum---------------------------Ai iê iê o minho
Iansã----------------------------Eparrey Iansã
Criança-------------------------Onibeijada
HIERARQUIA NA UMBANDA - CARGOS E FUNÇÕES

Como sabemos, para que se mantenha ORDEM, DISCIPLINA, ORGANIZAÇÃO deve-se


existir uma hierarquia e distribuição de funções e responsabilidades, creio que não só
na Umbanda, mais em qualquer Religião.

Vamos falar um pouco sobre os cargos e suas funções:

1) Pai e Mãe de Santo ou Dirigente Espiritual (Zelador):

Este é o nome dado aquele que está a frente de tudo e de todos, é quem faz a
abertura dos trabalhos, faz toda a preparação do ambiente, responsável pela
realização de batizados, casamentos, confirmações, firmezas e cruzamentos,
responsável por orientar seus comandados quanto a União e a Participação de
todos para o bom andamento dos trabalhos, ensinar ou solicitar à pessoa
competente que ensine os novos médiuns sobre os procedimentos da Casa, dar
esclarecimentos doutrinários e cumprir com rigor as determinações dos Mentores
Espirituais, tendo sempre em mente o uso do bom senso na prática da Caridade.
Vale ressaltar que podemos denominá-lo também como Babalorixá, no caso de ser
um homem e Ialorixá, no caso de uma mulher.

2) Pai Pequeno e Mãe Pequena:

São aqueles que estão a frente dos trabalhos na ausência do Dirigente da Casa e
auxiliam o mesmo no desenvolvimento dos filhos de santo, podem ser seus
sucessores quando houver desencarne do Dirigente ou até mesmo abrir suas
próprias Casas, estendendo assim mais um galho daquele Terreiro no qual foi
iniciado e preparado para tal função.

3) Ganga
:

É um dos cargos mais importantes e de muita responsabilidade dentro da


Umbanda, são aqueles que foram preparados pelo Guia Chefe da Casa para
ser encarregado do sacrifício dos animais votivos nos trabalhos e nas
obrigações realizadas dentro do Terreiro .
4) Cambonos e Sambas:

São aqueles que auxiliam as entidades, transcrevem os banhos, os trabalhos


passados por elas, prestam a caridade servindo de porta voz das entidades para
um consulente, que muitas vezes não entendem uma palavra dita pela entidade,
além disso, são eles também que zelam pelo bom andamento dos trabalhos,
servindo as entidades com amor, respeito e humildade.

5) Ogã:

São aqueles que cantam e tocam, são médiuns que são preparados para essa
finalidade. A Curimba geralmente é composta por alguns médiuns que são
responsáveis por todos os pontos cantados solicitados pelas entidades ou que já
seja padrão da Casa e os Ogãs fazem o acompanhamento dos pontos através dos
toques, sempre com toques suaves, sempre digo que um Ogã deve acariciar um
atabaque e não esmurra-lo.

6) Médiuns de Trabalho:

São aqueles que foram preparados pelo Guia Chefe da Casa para dar consulta,
passes, fazer os atendimentos dos consulentes. Geralmente, o médium passa a
ser de trabalho, depois de muitos preparos e confirmações, após as entidades
riscarem ponto e darem seu nome, linha, falange, enfim, são aqueles que já
passaram por todas as etapas iniciais e estão aptos a trabalhar, dar passe e
consulta.

7) Médiuns de Desenvolvimento (Pré-Médium):

São aqueles que ainda estão desenvolvendo suas entidades, ou seja, ainda
não estão bem firmes para dar consultas, suas entidades ainda não fizeram
sua identificação através de pontos riscados, ou seja, ainda estão em fase de
preparação.

OBS: Em nossa doutrina segue a ordem de obrigações: Mão de Pemba,


Feitura de Cabeça, Orixalá, Mão de Fogo e Mão de Faca, Oborí e Obrigação
de Cargo de acordo com a necessidade de cada Médiun.
HISTÓRIA DE SÃO SEBASTIÃO

São Sebastião nasceu em Milão, na Itália, de acordo com Santo


Ambrósio, por volta do século III, embora haja versões de que tenha
nascido em Narbonne, na França. Pertencente a uma família cristã, foi
batizado em criança. Mais tarde, tomou a decisão de engajar-se nas
fileiras romanas e chegou a ser considerado um dos oficiais prediletos
do Imperador Diocleciano.
Contudo, nunca deixou de ser um cristão convicto e ativo. Fazia de tudo
para ajudar os irmãos na fé, procurando revelar o Deus verdadeiro aos
soldados e aos prisioneiros. Secretamente, Sebastião conseguiu
converter muitos pagãos ao cristianismo. Até mesmo o governador de
Roma, Cromácio, e seu filho, Tibúrcio, foram convertidos por ele.

Em certa ocasião, Sebastião foi denunciado, pois estava contrariando o


seu dever de oficial da lei. Teve, então, que comparecer ante o
imperador para dar satisfações sobre o seu procedimento.

Diante do Imperador, Sebastião não negou a sua fé e foi condenado à


morte, sem direito à apelação. Amarrado a um tronco, foi varado por
flechas, na presença da guarda pretoriana. No entanto, uma viúva
chamada Irene retirou as flechas do peito de Sebastião e o tratou.

Assim que se recuperou, demonstrando muita coragem, se apresentou


novamente diante do Imperador, censurando-o pelas injustiças
cometidas contra os cristãos, acusando-o de inimigo do Estado.
Perplexo com tamanha ousadia, Diocleciano ordenou que os guardas o
açoitassem até a morte. O fato ocorreu no dia 20 de janeiro de 288.

São Sebastião é um santo muito popular e padroeiro do município do


Rio de Janeiro, dando seu nome à cidade de São Sebastião do Rio de
Janeiro. Reza a lenda que, na batalha final que expulsou os franceses
que ocupavam o Rio, São Sebastião foi visto de espada na mão entre os
portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os franceses
calvinistas.

Além disso, o dia da batalha coincidiu com o dia do santo, celebrado em


20 de janeiro. São Sebastião é o protetor da humanidade contra a fome,
a peste e a guerra.
ORAÇÃO SÃO SEBASTIÃO
"Glorioso mártir, valoroso São Sebastião, soldado de Jesus
Cristo, que morrestes trespassado de flechas, amarrado a
um tronco de laranjeira. Pelos vossos méritos, sede o
nosso protetor guardando-nos, livrando-nos dos perigos
que nos ameaçam, a nós, a nossa família e a toda a
humanidade. Senhor Deus todo-poderoso, pela
intercessão do mártir São Sebastião atendei a nossa prece.
Jesus Cristo, filho de Deus, sede propício aos rogos que vos
dirigimos por intermédio de São Sebastião. Glorioso mártir,
protegei-nos contra a peste, contra o mal terrível que nos
ameaça e que tem ceifado tantas vidas preciosas. Amém!"

ORAÇÃO SÃO SEBASTIÃO - PROTEÇÃO


São Sebastião, rogai por nós.
Ó glorioso mártir São Sebastião, Vós que derramastes Vosso sangue e
destes a Vossa vida em testemunho da fé, em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ó glorioso mártir São Sebastião, alcançai deste mesmo Senhor, a graça de
sermos vencedores dos nossos verdadeiros inimigos, o ter, o poder e o
prazer.
Ó glorioso mártir São Sebastião, protegei com a Vossa intercessão, livrai-
nos de todo o mal, de toda a epidemia corporal, moral e espiritual. Fazei
que se convertam para Jesus aqueles que se perderam na fé, ajudai que o
justo persevere até o fim na fé.
Ó Deus eterno, que pela intercessão de São Sebastião Vosso glorioso
mártir, encorajastes os cristãos encarcerados e livrastes cidades inteiras
do contágio da peste, atendei hoje nossas súplicas que confiantes Vos
apresentamos.
Socorrei-nos em nossas necessidades, alivie-nos nas nossas angústias,
livre-nos das enchentes, da seca e estiagem, proteja os agricultores e
guarde as lavouras.
Pedimos também, ó glorioso São Sebastião, curai os doentes e livrai-nos
do contágio.
São Sebastião, jovem discípulo de Jesus, rogai por Nós!
Amém!
QUEM NÃO PODE COM MANDINGA, NÃO CARREGA PATUÁ

Você sabe o quer dizer a expressão?

Enganam-se quem acredita que essa expressão refere-se a feitiços, magias e etc.

Mandinga é um grupo de africanos do norte, que por sua próximidade com os


árabes, se tornaram mulçumano.
Sendo essa uma religião onde seus adeptos têm verdadeiro ódio aqueles que não
acreditam em Alá como Deus e Maomé como profeta.

Com o crescimento do mercado escravo, muitos negros mandingas vieram para as


Américas.
Muitos deles sabiam ler e escrever em árabe, e alguns sabia matemática melhor que
os brancos.
Por um determinado grupo ser de cultura elevada, estes foram tidos como feiticeiros,
levando a expressão mandinga ser relacionada com feitiço.

Por outro lado havia os negros que faziam culto aos Orixás, que eram vistos como
infiéis pelos negros mulçumanos.
Aproveitando essa rivalidade, os brancos deram condições superiores aos
mandingas, inclusive acontecia de eles ocuparem o lugar de caçadores de escravo
fujão.

Quando um escravo pretendia fugir, além de se preparar para lutar sem armas,
utilizando a capoeira e o maculelé, deixavam o cabelo carapinho e penduravam um
patuá no pescoço, para assim ser confundido com um mandinga.

Porém quando o mandinga encontrava esse escravo e o mesmo não sabia responder
em árabe, ele descarregava toda sua fúria sob ele, além de ser inadmissível portar
um falso objeto considerado sagrado pelos mulçumanos, daí surgiu a expressão,
"Quem não pode com mandinga, não carrega patuá".

Depois o uso do patuá entre os negros foi se generalizando, pois eles acreditavam
que o poder dos mandingas vinha em grande parte do patuá.
SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO-VELHO

Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, um triste
preto- velho chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces
e não sei por que contei-as… Foram sete.

Na incontida vontade de saber aproximei-me e o interroguei. Fala, meu preto-velho, diz


ao teu filho por que externas assim uma tão visível dor?

E ele, suavemente respondeu: Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas
contadas estão distribuídas a cada uma delas.

A primeira, eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, para
saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber…

A segunda a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de


um milagre que seus próprios merecimentos negam.

A terceira distribui aos maus, aqueles que somente procuram a UMBANDA, em


busca de vingança, desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.

A quarta, aos frios e calculistas que sabem que existe uma força espiritual e procuram
beneficiar- se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.

A quinta chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem o seu
semblante, verão escrito: Creio na UMBANDA, nos teus caboclos e no teu Zambi, mas somente
se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.

A sexta, eu dei aos fúteis que vão de Centro em Centro, não acreditando em nada,
buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.

A sétima, filho notas como foi grande e como deslizou pesada? Foi a última lágrima, aquela que
vive nos olhos de todos os Orixás. Fiz doação dessas aos Médiuns vaidosos, que só aparecem no
Centro em dia de festa e faltam as doutrinas.

Esquecem que existem tantos irmãos precisando de amparo material e espiritual.

Assim, filho meu, foi para esses todos, que viste cair, uma a uma AS SETE LÁGRIMAS DE
UM PRETO-VELHO.
HINO DA UMBANDA

Refletiu a Luz Divina


Com todo seu esplendor
Vem do reino de Oxalá
Onde há paz e amor

Luz que refletiu na terra


Luz que refletiu no mar
Luz que veio da Aruanda
Para tudo iluminar

A Umbanda é paz e amor


É um mundo cheio de Luz
É força que nos dá vida
E a grandeza nos conduz

Avante, filhos de fé
Como a nossa lei não há
Levamos ao mundo inteiro
A bandeira de Oxalá
Levamos ao mundo inteiro
A bandeira de Oxalá

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