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Neste Artigo:
- Enfim, sós
- Como ficam os filhos
- Evitando estigmas
- O papel do mediador
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Enfim, sós
Esse equilíbrio, que é buscado pelo ser humano, é chamado pelo Dr. Haim
Grunspun, professor da Puc-SP, mediador, citado na Revista Catharsis, de
psicologia, de homeostase, emprestando o termo da biologia. A homeostase
familiar é o período em que existe uma harmonia, uma rotina, onde tudo é
conhecido e mais ou menos previsível. A ruptura da homeostase familiar
significa uma crise, lembra Dr. Grunspun, que pode ser superada ou, ao
contrário, pode ser mantida causando sofrimentos a ambos os parceiros. Em
geral, a separação é o resultado de uma seqüência de pequenas crises de
desequilíbrio entre o casal. Como um vulcão, que dá vários sinais e por fim
erupciona, desorganizando todo ambiente à sua volta.
Se esta fase é superada com êxito, mesmo que um dos parceiros (ou ambos)
no íntimo não desejassem separar-se, ainda assim a nova vida significa uma
nova rotina, uma fase diferente de um novo equilíbrio. É quando, pela
segunda vez, cada um diz ‘Enfim, sós’. Mas agora, eles estão sós consigo
mesmos, e não os dois (marido e mulher) sós em relação ao mundo, quando
se uniram pela primeira vez.
Esse ‘enfim sós’, porém, muda bastante de figura quando o casal tem filhos.
Existem questões delicadas a serem revistas, tanto do lado dos adultos
quanto do lado das crianças. Além das questões resolvidas no âmbito jurídico,
existem as questões emocionais. Cuidar para que, dessa batalha onde não
existem vencedores nem vencidos, todos saiam sem ferimentos e seqüelas, é
tarefa de um novo profissional que surge modernamente, que é o mediador
familiar.
Como ficam os filhos
Um juiz, solicitado pelas partes em litígio (divergindo entre si), vai determinar
as questões consideradas mais práticas, ou seja, com quem ficam os filhos,
horários de visita, pensão alimentícia. Por lei, os pais devem prover alimentos
aos filhos até a maioridade, oferecer-lhes educação, saúde e lazer. Tudo, ou
quase tudo, está previsto em lei. O que não está previsto é como ficam os
filhos emocionalmente, pois diante da separação tudo é novo, desconhecido,
imprevisto e muitas vezes assustador para o adulto e para a criança.
Estudando o universo mental das crianças, o Dr. Nightingale diz o que elas
pensam: não gostam da idéia de irem para outra casa, ficam incomodados
com as brigas dos pais, ou quando se lembram que eles poderiam estar
juntos, sentem falta do cão de estimação e das coisas que tiveram de abrir
mão na mudança, e ficam em dúvida se não foram eles próprios os ‘culpados’
pela separação dos pais.
Evitando estigmas
Afirmar, portanto, que a separação pura e simples gera filhos com problemas
é colocar de imediato, nos filhos de pais separados, o rótulo de filhos-
problema, quando eles nem sequer ainda cresceram ou demonstraram quais
serão suas tendências pessoais.
O papel do mediador