Integrais de Potências de Funções Trigonométricas por Fórmulas de Recorrência

Integrais de potência de funções trigonométricas são um tópico essencial no cálculo. Estas integrais envolvem elevar as funções
trigonométricas a uma potência, tornando-as mais complicadas que as integrais trigonométricas normais. Felizmente, existem
fórmulas de recorrência que podem simplificar o processo de resolução destes integrais.

Estas fórmulas nos permitem expressar integrais de potência de funções trigonométricas em termos de potências inferiores ou em
termos de outras funções trigonométricas. O processo de encontrar estes integrais pode ser um desafio, mas com as técnicas corretas
e a compreensão das fórmulas de recorrência, isso pode ser feito.

Considere as seguintes fórmulas de recorrência (a maioria delas pode ser verificada por integração por partes e identidades
trigonométricas):

1 m−1
∫ sen m ( ax ) dx ¿−¿ am sem
m−1
( ax ) cos ( ax ) +
m
∫ m−2
sem ( ax ) dx
dx −cos ( x ) m−2 dx
∫ senm (x ) = ( m−1 ) senm−1 ( x ) + m−1 ∫ sen m−2 dx
m−1
sen ( ax ) cos ( ax ) m−1
∫ cos m
( ax ) dx=
am
+
m
∫ cos m−2 ( ax ) dx
dx sen ( x ) m−2 dx
∫ cosm ( x ) = ( m−1 ) cosm −1 ( x ) + m−1 ∫ cosm−2 ( x ) dx
n−1 m+1 n+1 m−1
sen ( x ) cos ( x ) n−1 sen cos ( x ) m−1
∫ sen n
( x ) cosm
( x ) dx=
m+n
+
n+ m
∫ sen n−2
( x ) cosm
( x ) dx=
m+ n
+
n+m
∫ senn ( x )
dx 1 dx
∫ sen ( x ) cos m ( x ) = ( m−1 ) cos m−1 ( x ) +∫ sen ( x ) cos m−2 ( x ) dx
m−1
tg ( ax )
∫ tg ( ax ) dx= a ( m−1 ) +∫ tgm−2 ( ax ) dx
m

1
∫ cotgm ( ax ) dx= a ( m−1 ) cotg ( ax )m−1+∫ cotgm−2 ( ax ) dx
1 m−2
∫ secm ( ax ) dx= a ( m−1 ) sec ( ax )m−2 tg ( ax ) + m−1 ∫ secm−2 ( ax ) dx
1 m−2
∫ co secm ( ax ) dx= a ( m−1 ) cotg ( ax ) cossec ( ax )m−2+ m−1 ∫ cosecm−2 ( ax ) dx

Exemplo 01:

I =∫ sen ( x ) dx
6

Use a identidade trigonométrica sen²(x) = [1 – cos(2x)] /2 para reescrever a integral

3

I =∫ sen ( x ) dx =∫ [sen ¿¿ 2¿ ( x ) ]³ dx=∫

[ 1−cos ( x ) ] 1
6
8
dx=
8
∫ 1−cos ( 2 x ) +3 cos 2 ( x )−cos ³(2 x )dx ¿ ¿
As duas primeiras parcelas da integral saem por aplicação direta de primitivas. Devemos calcular, então, cos³(2x)

I =∫ −cos ( 2 x ) dx=∫ −cos ⁡(2 x)cos ( 2 x ) dx=∫ −cos ⁡(2 x )¿ ¿

3 2

Tome t = sem(2x). E, então:

( ) ( )
3 3
I =∫
−1
( 1−u 2) du= −1 u− u = −1 sen(2 x)− sen (2 x)
2 2 3 2 3
Agora, finalmente usamos a identidade cos²(x) = [1 + cos(2x)]/2

I =∫ 3 cos 2 ( 2 x ) dx =3∫
1+cos (4 x )
2
3
dx= x−
2 3 (
sen (4 x)
)
Portanto, finalmente resulta

( ) ( )
3
x 3 1 sen ( 2 x ) 3 sen ( 4 x )
I =∫ sen ( x ) dx = − sen ( 2 x ) −
6
sen ( 2 x )− + x− +K
8 16 16 3 16 3
Exemplo 02:

I =∫ sec ( x ) tg ( x ) dx
2

I =∫ sec ( x ) tg ( x ) dx=∫ sec ( x ) ¿ ¿ ¿ dx=∫ sec ³ ( x ) dx−∫ sec ( x ) dx

2

Para o cálculo da integral de sec³(x), utiliza-se a integração por partes. Assim

∫ sec ³ ( x ) dx=∫ sec ( x ) sec2 (x )dx =sec ( x ) tg ( x )−∫ sec ( x ) tg( x) dx

Da qual segue que

sec ( x ) tg(x )
∫ sec ³ ( x ) dx= + ln∨sec ( x ) +tg ( x ) ∨ ¿ ¿
2 2
E assim obtemos
sec ( x ) tg(x )
I =∫ sec ( x ) tg ( x ) dx= −ln ⁡∨ sec ( x )+ tg ( x )∨ ¿ + K ¿
2

2 2

Exemplo 03:

I =∫ cotg ( 2 x ) cossec ² (2 x )dx

5

Tome u = cotg(2x) ➝ du = -2cossec²(2x)dx. E, assim

−du −1
I =∫ cotg ( 2 x ) cossec ² (2 x )dx=∫ u cossec ²( 2 x ) = ∫ u du
5 5 5

2 c ossec ² (2 x) 2
Portanto
−1
I =∫ cotg ( 2 x ) cossec ² (2 x )dx=
5 6
cotg ( 2 x ) + K
2

Exemplo 04:
3
I =∫ (1−x 2) 2 dx
Faça x= sen(u) ➝ dx = cos(u) du
E 1 - x² = cos²(u) ➝ cos(u) = √ 1−x ²
3 3 3
I =∫ (1−x ) dx=∫ (1−sen (u)) cos ( u ) du=∫ [cos ² ( u ) ] cos (u ) du=∫ cos ( u ) du
2 2 2 2 2 4

Note que
m−1
sen ( ax ) cos ( ax ) m−1
∫ cos m ( ax ) dx= am
+
m
∫ cos m−2 ( ax ) dx
Logo

I=
sen ( u ) cos ( u )m−1 3
4 4
1
4
3 1 cos ⁡( 2u)
+ ∫ cos 2 ( u ) du= sen (u ) cos ( u )3 + ∫ +
4 2 2
1
4 (
du= sen ( u ) co s 3 (u )+
3 u 1
+ sen
4 2 4
Então, concluímos que
3
1 3 3
I =∫ (1−x ) dx= x √(1−x 2)³+ sen ( u )−1+ x √ 1−x ²+ K
2 2
4 8 8