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UFLA – DMM GMM156 – Exercı́cios 1 Prof.

Tiago Vieira

Questões linear ou exata); (ii) resolva-a utilizando o


procedimento adequado; (iii) verifique que a
1. Resolver a EDO separável resolução satisfaz a equação diferencial.
dy x2
= (a) y 0 + 2x y 2 = 0
dx 1 − y2
(b) x cos(y) dx + (2x2 − 3) sen(y) dy = 0
e verificar que a solução satisfaz a equação di-
ferencial. (c) (x2 − 2xy) dx + (3y − x2 ) dy = 0

2. Resolver a EDO linear (d) x2 y 0 + x y = 1/x

dy (e) y 2 e−x dx − 2y e−x dy = 0


− 2y = 4 − t
dt (f) y 0 + tan(t) y = cos(t)
e verificar que a solução satisfaz a equação di-
5. Considere esta EDO para responder aos itens
ferencial.
que seguem:
3. Resolver a EDO exata
(Axy − 3) dx + x2 + 4y dy = 0

2xy + y 2 + x2 + 2xy y 0 = 0
 
(a) Qual deve ser o valor da constante A
e verificar que a solução satisfaz a equação di- para que a EDO seja exata?
ferencial.
(b) Qual a solução da EDO exata ao subs-
4. Para cada equação diferencial abaixo, faça: (i) tituir A pelo valor encontrado no item
identifique o tipo correspondente (separável, anterior?

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Respostas Para verificar esse resultado, são realizados
dois passos: (i) deriva-se y(t) e (ii) subtrai-
se 2y do resultado da derivação. Passo (i):
1. Resolução da EDO: dy

d t 7

1
2t
= − +Ce = + 2C e2t
dy x2 dt dt 2 4 2
= ⇒
dx 1 − y2 Passo (ii):
 dy
1 − y2 = x2 ⇒ 1

t 7

dx 0 2t
y − 2y = + 2C e − 2 − +Ce 2t

2 2 4
Z   Z
2 dy
dx = x2 dx ⇒

1−y
dx y 0 − 2y = 4 − t
Z Z
1 − y dy = x2 dx ⇒
2

3. Identificando os fatores
y 3 x3 M (x, y) = 2xy + y 2
y− − =C
3 3 N (x, y) = x2 + 2xy
Para verificar que a solução encontrada é cor-
reta, usa-se a derivação implı́cita: a solução da EDO é a função f (x, y) tal que
f (x, y) = 0, com
y 3 x3
 
d d Z
y− − = C⇒
dx 3 3 dx f (x, y) = M (x, y) dx
y 0 − y 2 y 0 − x2 = 0 ⇒
na qual a constante indeterminada é subs-
1 − y 2 y 0 = x2 ⇒

tituı́da por uma função g(y), mas esta deve
x2 obedecer à relação
y0 =
1 − y2
∂f
= N (x, y)
2. A EDO y 0 − 2y = 4 − t tem o formato ∂y
y 0 + p(t) y = g(t), logo sua solução é Os cálculos necessários são:
Z   Z
1 M (x, y) dx = x2 y + y 2 x + C ⇒
y(t) = µ(t) g(t) dt + C
µ(t)
f (x, y) = x2 y + y 2 x + g(y)
na qual C é uma constante indeterminada e
R R e
∂f dg
= e−2t = x2 + 2xy + dy
p(t) dt (−2) dt

µ(t) = e =e ∂y ⇒g=K
N (x, y) = x2 + 2xy
A integral que aparece na solução fica
Z Z em que K é uma constante com valor desco-
nhecido. Por isso, a solução da EDO é
µ(t) g(t) dt = (4 − t) e−2t dt
 Z  Z  x2 y + y 2 x + K = 0
−2t −2t
= 4 e dt − t e dt
A conferência de que essa é a solução da EDO
exata se faz por meio da derivação implı́cita:
 
−2t t 7
=e −
2 4 d d
x2 y + y 2 x + K =

0⇒
Portanto, a solução da EDO é dx dx
    2xy + x2 y 0 + y 2 + 2xy y 0 = 0 ⇒
1 −2t t 7 2xy + y 2 + x2 + 2xy y 0 = 0
 
y(t) = −2t e − +C
e 2 4
t 7 4. Todas as ocorrências de C ou Cj , com j ∈ N,
= − + C e2t
2 4 referem-se a constantes indeterminadas.

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(a) Pela aplicação da derivação implı́cita so-
bre essa solução chega-se a:
y 0 + 2xy 2 = 0 ⇒  
dy d 1 2

= −2xy 2 ⇒ ln 2x − 3 =
dx dx 4
1 d
dy = −2x dx (ln(cos(y)) + C3 ) ⇒
y2  dx 
1 1 d 2

portanto é uma equação diferencial se- 2x − 3 =
4 2x2 − 3 dx
parável. (i)  
1 d
Resolve-se por integração: cos(y) ⇒
cos(y) dx
Z Z
1 1 4x sen(x) 0
dy = −2x dx ⇒ =− y ⇒
y2 2
4 2x − 3 cos(x)
1 x cos(y) + 2x2 − 3 sen(y) y 0 = 0 (iii)

− + C1 = −x2 + C2 ⇒
y
1 (c) A EDO é exata, pois tem o formato
y(x) = 2 (ii)
x −C M (x, y) + N (x, y) y 0 = 0 e satisfaz à
condição ∂M
∂y
= ∂N
∂x
, como se vê abaixo:
Derivando y(x) é possı́vel voltar à EDO
que foi solucionada: (
M (x, y) = x2 − 2xy ⇒ ∂M
= −2x
∂y
  (i)
dy d 1 N (x, y) = 3y − x2 ⇒ ∂N
= −2x
= ∂x
dx dx x2 − C
−2x A solução é f (x, y) = 0 tal que
=
(x2 − C)2 Z
= −2x y 2 f (x, y) = M (x, y) dx
Z
x2 − 2xy dx

portanto =

y 0 + 2x y 2 = 0 (iii) x3
= − x2 y + C 1
3
(b) A EDO é separável, porque porém com a constante C1 substituı́da
por uma função de y, ou seja,
x cos(y) dx + 2x2 − 3 sen(y) dy = 0 ⇒

x x3
2
dx + tan(y) dy = 0 ⇒ f (x, y) = − x2 y + g(y)
(2x − 3) 3
x
2
dx = − tan(y) dy (i) A função g(y) é determinada deste
(2x − 3)
modo:
A solução é encontrada por integração:
∂f
= N (x, y) ⇒
∂y
Z Z
x
dx = − tan(y) dy ⇒
2x2 − 3 −x2 + g 0 (y) = 3y − x2 ⇒
g 0 (y) = 3y ⇒
| {z }
u=2x2 −3
Z
du 3y 2
= − ln(sec(y)) + C2 ⇒ g(y) = + C2
4u 2
1
ln(u) + C1 = − ln(sec(y)) + C2 ⇒ Portanto, a solução é
4
1 x3 3y 2
ln 2x2 − 3 = ln(cos(y)) + C3 (ii)

4 − x2 y + + C2 = 0 (ii)
3 2
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A derivação implı́cita é o caminho a ser (e) A EDO é exata, porque tem o padrão
utilizado para conferir essa solução: M (x, y) dx + N (x, y) dy = 0, com ∂M∂y
=
∂N
d x3

3y 2

d ∂x
, como se confere por estes cálculos:
2
−x y+ + C2 = 0⇒
dx 3 2 dx ∂M ∂
(y 2 e−x ) = 2y e−x
(
=
x2 − 2xy + x2 y 0 + 3y y 0 + 0 = 0 ⇒ ∂y ∂y

(i)
∂N
= ∂
(−2y e−x ) = 2y e−x
x2 − 2xy + 3y − x2 y 0 = 0 (iii)
 
∂x ∂x

(d) A EDO dada pode ser reescrita na forma Sua solução é f (x, y) = 0, com
y 0 + x1 y = x13 , corresponde ao formato da Z
EDO linear y 0 + p(x) y = g(x). (i) f (x, y) = M (x, y) dx
Sua solução depende do fator integrante Z
µ(x), o que é = y 2 e−x dx
Z 
µ(x) = exp p(x) dx = −y 2 e−x + g(y)
Z 
1 na qual a constante desconhecida foi
= exp dx
x substituı́da pela função g(y) que será de-
= exp(ln(x)) terminada a seguir. Sabendo que ∂f ∂y
=
N (x, y), chega-se a:
=x
( ∂f dg
De posse desse resultado, pode-se chegar ∂y
= −2y e−x + dy dg
à função y(x): ⇒ =0⇒
N (x, y) = −2y e−x dy
Z  
1
y(X) = µ(x) g(x) dx + C g(y) = C
µ(x)
Z  
1 dx A solução, portanto, é
= +C
x x2
1

1
 −y 2 e−x + C = 0 (ii)
= − +C
x x
A verificação de que essa é a solução
Logo, a solução é da EDO decorre de uma derivação
C 1 implı́cita:
y(x) = − 2 (ii)
x x d d
−y 2 e−x + C =

Aplica-se a derivada para conferir que 0⇒
dx dx
essa solução está correta: −2y y 0 e−x + y 2 e−x = 0 ⇒
−2y e−x dy + y 2 e−x dx = 0 (iii)
 
dy d C 1
= − 2
dx dx x x
C 2 (f) y 0 + tan(t) y = cos(t) é uma EDO linear,
=− 2 + 3 pois tem o padrão y 0 + p(t) y = g(t). (i)
x  x
Sua solução depende do fator integrante
 
1 C 1 1
=− − 2 − 2 µ(t), o qual vale:
x x x x
 
1 1 Z 
=− y− 2 µ(t) = exp p(t) dt
x x
logo
Z 
= exp tan(t) dt
1
−x y 0 = y − ⇒
x2 = exp (ln(sec(t)))
1
x2 y 0 + x y = (iii) = sec(t)
x
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ao considerar que sec(t) só assume va- (b) A solução é f (x, y) = 0, com
lores positivos. Usando esse fator inte- Z
grante, a solução fica: f (x, y) = M (x, y) dx
Z   Z
1 = (2xy − 3) dx
y(t) = µ(t) g(t) dt + C
µ(t)
Z   = x2 y − 3x + C
1
= sec(t) cos(t) dt + C
sec(t) porém trocando a constante indetermi-
= cos(t) [t + C] (ii) nada C por uma função g(y), donde se
obtém
Derivando y(t):
f (x, y) = x2 y − 3x + g(y)

dy d É preciso determinar qual é função g(y),


= {cos(t) [t + C]}
dt dt o que se faz deste modo:
= − sen(t) [t + C] + cos(t)
∂f
sen(t) cos(t) [t + C] = N (x, y) ⇒
=− + cos(t) ∂y
cos(t)
x2 − 0 + g 0 (y) = x2 + 4y ⇒
= − tan(t) y + cos(t)
g 0 (y) = 4y ⇒
g(y) = 2y 2 + K
5. (a) Para que a EDO seja exata é necessário
que: na qual K é outra constante indetermi-
nada. Portanto, a solução da EDO é
M (x, y) = Axy − 3 ⇒ ∂M

= Ax
2 ∂N
∂y ⇒ x2 y − 3x + 2y 2 + K = 0
N (x, y) = x + 4y ⇒ ∂x = 2x
A=2

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