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Retirado do perfil da Brites Mendes de Vasconcelos no Family Search L6QC-J5G

Fonte de contribuição para dirimir conflitos neste perfil

BRITES MENDES DE VASCONCELOS

Sinagogas Anussim (Sefarad/Sefardí/Sefardita/Marrana) para entender se uma linhagem entre


1100-1600 era matrilinear ou patrilinear. Esta prática começou de fato, entre as populações
judaicas, entre 1650 e 1685, mais fortemente entre as populações Ashkenazi (Judeus Alemães),
onde encontramos isso nessa parte de escritos interpretativos da Torah (Pentateuco), vejamos:
Mishnê Torá – Sefer Qedushá – Hilkhot Issurê Biá 15:4. No entanto, temos escritos dizendo
também: “Estes foram os contados, que contaram Moshé e Aharon, e os príncipes de Israel, doze
homens, cada um era pela casa de seus pais.” (Bamidbar/Números 1:44).

Então vamos por partes!

1° - Brites veio para o Brasil antes do conselho Rabínico e Talmúdico, então a descendência era
cargo da família escolher de quem viria, escolhendo majoritariamente a parte masculina devido
diversos versículos falarem da linhagem masculino ("da casa de David", "da casa de Moshê",
"Ben Judah", "Ben Benyamin").

2° - Essa mudança ocorreu pela alta miscigenação e fluidez de quem seria judeu e os altos índices
de violência sexual entre as judias. Entre os Anussim é diferente, a teologia e a interpretação é
completamente diferente em algumas áreas em relação aos Ashkenazi. Uma delas, é considerar
descendentes de patrilineares.

Em relação as fontes e discrepâncias.

A maioria dos judeus (até mesmo o Abraham Sênior - Último rabino de Castella) ficaram em
choque (alguns descendentes e pesquisadores) devido a sua conversão "fervorosa" no leito da
morte (extrema-unção - rito católico) forçada, atualmente outros também, vejo até alguns
colocando em "cheque" Antônio Bicudo Carneiro. Mas qual o motivo disso? Discrepâncias em
relatos históricos. Antes de tudo, o que nossos colegas (não sei ao certo se genealogistas ou
apenas aspirantes), estão se fundamentando nesse texto da Wikipédia (...). Eu averiguei, de fato
há algumas coisas discrepâncias, que nos faz pensar a respeito. Porém, como são várias e várias
fontes para se analisar uma verdade histórica, é tão desonesto quanto (como nossos colegas
afirmam) eleger essa vertente.

Esclarecendo dúvidas e questionamentos

1 - Temos apenas boatos "Infundados" de sua judaicidade? Antes de tudo devemos lembrar que
a época que a inquisição o visitou ou não, é por incrível que pareça irrelevante. Dado que muitos
se escondiam, dissimulavam comportamentos, crenças religiosas e até filosóficas. Com a fuga,
grande parte das visitas eram por denúncias, pessoas "visadas", estendendo a colateralidade da
convivência, porque judeu vive com judeu. Como previstos na arbitrariedade Rabínica, "Judeus
devem ficar com seu povo", em Levíticos para evitar crenças "estranhas".

Em relação a mãe de Brites Mendes ter sido queimada, temos apenas relatos (não somente de
João Gomes de Melo). Fiquei interessada por este fato, pois eu o desconhecia, no livro "Raízes
Judaicas do Brasil, de Flavio Mendes Carvalho: O arquivo secreto da inquisição" cita esse mesmo
fato, mas sem utilizar dos supostos boatos de João Gomes de Melo, como fato de conhecimento
popular antes mesmo de ser proferida essas especulações pelo seu trineto. Sobre ela ser citada
como cristã-velha, apenas por um autor (os outros se baseiam na fonte deste) Evaldo Cabral de
Mello. Porém, outros diversos, vários autores, até portugueses, afirmam o completo contrário!
Autores para pesquisa da fonte: *Felgueiras Gaio, Tomo XXV, REGOS, §23, N6.; Francisco Antônio
Doria ("Sangue Converso no Brasil Colônia I", 2010); Carlos Eduardo Barata e Bueno, DFB -
Dicionário das Famílias Brasileiras. Verbete HOLANDA; Mario Linhares, OL - Os Linhares -
Retrospectivo Genealógico - 1690 - 1954, 21; Carlos Eduardo de Almeida Barata - 09/12/2004,
Notas Informadas*

Um detalhe que passa desapercebido, que conversos de origem não judaica (não judeus) eram
totalmente impossíveis nessa época e é citado na inquisição diversas práticas judaizantes de seus
descendentes. E como ela era órfã, com pais, avós e bisavós judeus, porém sem imersão
completa neste mundo, poderia ser considerada por alguns autores cristã velha. Em parte, o que
eles usam para fundamentar isso: “a entregara a D. Brites de Albuquerque quando passou a
Pernambuco em companhia de seu marido, o Donatário Duarte Coelho, recomendando-lhe a
sua acomodação, ao que generosamente satisfizera D. Brites de Albuquerque, casando-a com
Arnau de Holanda e dando-lhe em dote muitas terras, nas quais fundou Brites Mendes muitos
engenhos, que possuem hoje seus descendentes”.

No entanto, isso não fundamenta nada, já que seus descendentes eram praticantes, sua
comunidade era de critãos-novos, sua descendência é judia, ela era comadre de Branca Dias "A
coronel", caso fosse cristã-velha esses fatos seriam completamente incompatíveis, visto que, os
cristãos não se misturavam com judeus conhecidos, e os judeus mantinham seus costumes em
segredo, casando na maioria das vezes com outros cristãos-novos.

*Para aqueles que ainda julguem as fontes supracitadas insuficientes, devem consultar: B.S
Lisboa, Anais RJ, Tomo V; Fco. Klor Wenerck, História e Genealogia Fluminense; Crist. Al. de
Morais, Pedat. Lusitana Tomo I, Vol. I; Mons. Paulo Florêncio de Camargo, A igreja na história de
São Paulo; Aquivo do Carmo, em santos. Cópia Frei Timoteo Van Der Broeck; Bol. Acad. Portug.
de Ex-Libris, Lisboa, 1961; A. Baiã, Episódios Dramáticos da Inquisição Portuguesa, Vol. III; Mons.
Pizarro, Memória Histórica do Rio de Janeiro, vol. II. *

Não compreendo bem a real motivação desta discussão, ela começou no site "Famílias
Sertanejas", na qual em 2021 já havia sido finalizada, após duplo-cegos e análises esmiuçadas,
chegando à conclusão que todos os textos e fontes indicam que ela era sim, Cristã-Nova, mas
dado ao seu contexto de vida e da época em relação a coroa portuguesa e os nobres poderia
levar a equívocos. Inclusive, está se especulando se Arnaud, seu marido, era de ascendência
judaica ashkenazi (por meio de testes de DNA e novas fontes).

Há hipóteses de filiação, referências que afirmam que ele tenha sido filho de Heinrich van Holand
(G3WP-G8G) com Margaretha (L194-V68) e também - há outras referências que afirmam que ele
tenha sido filho de Jacob de Holanda (L6CJ-VW5) com Leonor Mendes (L25D-CH8) A primeira
hipótese é descartada, segundo "a extensa pesquisa do padre holandês Frans Leonard
Schalkwigk enviada ao Dr. Reinaldo Carneiro Leão do Instituto Histórico , datada de 02 de março
de 1989")

Por fim, informo que, Francisco Vaz Coelho, cuja certificação havia sido suspensa, devido a
questionamentos válidos, mas poucos fundamentados) voltou a ser certificado pela CIL e aceito
pela conservatória esta semana.

29 de maio de 2023

Isabella Xavier Carvalho de Souza - CJB

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