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A Saga da família Bicudo de Brito

Nos registros disponíveis acessados para esta pesquisa, até o momento, conseguimos chegar aos
primeiros da família Bicudo nas terras da então Vera Cruz, poucos anos após o descobrimento do Brasil,
são eles Antônio Bicudo Carneiro e Vicente Bicudo portugueses da Ilha de São Miguel, filhos de Vicente
Annes Bicudo, falecido em 1548, em Ribeira Grande, Ilha de São Miguel, arquipélago dos Açores e de
Mécia Nunes, filha de Nuno Gonçalves, da ilha de Graciosa, e de Mécia Rodrigues Furtado, portanto,
começaremos em Portugal.

1ª Fase – Pré-imigração

Segundo o Armorial Lusitano, os Bicudo1, eram uma família nobre da cidade do Porto,
espalhando-se também pelas ilhas sob domínio português, incluindo o arquipélago dos Açores, onde se
ligou aos Carneiro.

D. João Ribeiro Gaio, então, Bispo de Malaca canta-os do seguinte modo:

“Foram sempre mui sisudos

e do Porto naturais,

antigos, e como tais

são Carneiros e Bicudos,

os que há são principais”2.

Escudo
1
Hélio Bicudo concede entrevista: “De onde é sua família e que influência ela exerceu sobre sua carreira?
Os Bicudos vieram do Porto, Portugal, em 1534. Aliás, a família está contemplada na genealogia paulistana de
Pedro Taques. A última pessoa que ele considerou da família Bicudo foi meu pai, Galdino Hibernon Pereira Bicudo.
Ele era funcionário público dos Correios e Telégrafos e minha mãe, Ana Rosa Pereira Bicudo, dona de casa. Somos
sete filhos, duas meninas e cinco homens. As meninas se formaram normalistas e os homens, um em Medicina,
outro seguiu o Magistério Público, e tive outro irmão que parou no ginásio e foi trabalhar no comércio.
http://www.viomundo.com.br/politica/midia-e-oposicao-mentem-ou-estao-desinformados-sobre-helio-bicudo-
nao-participei-da-fundacao-do-pt-depois-foi-que-nos-filiamos.html
2
Armorial Lusitano, Lisboa, 1961,
2

Judeus? Espiões?

A Torre do Tombo, registra vários Bicudos judeus, tais como: rabis, vereadores, procurador e
homens bons da comuna da judiaria de Beja, sabe-se que a Jacob Bicudo, judeu, aí morador, foi feita
mercê do ofício de escrivão da câmara da dita comuna, assim e pela maneira que ele foi por carta do
Duque D. Manuel.

Em 1455 Jacob Bicudo, escrivão da câmara da Índias, da vila de Beja (?) foi feita mercê do ofício e
lugar de tabelião na vila de Beja, por volta do mesmo ano se faz referência a Matias Bicudo, sobrinho de
Isaac Bicudo tendo alguma ligação com a cidade de Alepo na Síria.

Outra informação que surge por volta de março de 1496 é que D. Afonso V concede carta de
contrato a outros membros da família, Isaque Bicudo e Moshe Bicudo, ambos, moradores em Lisboa 3.

“D. João III contrata vários judeus para desempenharem o papel de espiões e informadores,
tarefas importantíssimas na época. Entre eles, os irmãos ou tio e sobrinho respectivamente, Isaac e
Matias Bicudo, de família com raízes em Portugal, e o «licenciado Silva», que presta serviço em Alepo,
cidade do Norte da Síria, e que acabaria por ser substituído por um dos Bicudo, por causa da Inquisição o
ter detido. D. João III dava grande apoio aos seus agentes judeus, que mostram grande apetência nestas
atividades de informação.

Tomé Pegado contou que o embaixador do Achem se deslocara à Corte turca em busca de
auxílio naval contra os portugueses, tendo Matias Bicudo - um judeu de Alepo, recrutado por Lourenço
Pires de Távora embaixador em Roma no ano de 1559 - vindo do Cairo para Constantinopla, no intuito de
saber notícias sobre as galés que o Sultão pretendia lançar no Índico. Joseph Nasci, apercebendo-se que
Bicudo estava ao serviço dos portugueses, envia Tomé no seu encalço. Segundo o testemunho do filho
de Duarte de Paz, ele próprio alertou Matias Bicudo em Alepo, quando este tentava alcançar Ormuz,
aconselhando-o a desviar caminho para não ser detido 4.

3
Em www.catedra-alberto-benveniste.org/_.../Uma_Familia_de_Cristaos-Novos.pdf

4
Uma Família de Cristãos Novos, pág. 185, Uma Família de Cristãos-Novos do Entre Douro e
Minho: Os Paz - Reprodução Familiar, Formas de Mobilidade Social, Mercancia e Poder (1495-1598)
Carlos Manuel Valentim DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM HISTÓRIA MODERNA ORIENTADA PELO
3

Em 1543 destacam-se nestas missões Isaac do Cairo e Manasses, nas viagens pela Rota do Cabo,
entre outras. Outro informador do rei é Henrique Nunes, incumbido de espiar as práticas.

D. João III, chamado de piedoso ou pio pela sua grande devoção religiosa, o que o levou a
interessar-se pelos estudos da língua hebraica, para melhor entendimento da Bíblia tendo permitido que
se ensinasse a par do grego e do latim, em Santa Cruz, de Coimbra. (Éditos de 30 de Janeiro e 16 de
Fevereiro de 1538)5.”

Esta maior complexidade do sistema de informação era uma resposta ao fato do inimigo avançar
com as mesmas precauções. Uma das redes mais “produtivas” era aquela em que estavam integrados os
Bicudos ou Becudos, judeus de Alepo ao serviço de Lourenço Pires de Távora, embaixador português em
Roma: Isaac Bicudo transmitia informações sobre a política Otomana a partir de Alepo; e seu sobrinho
Matias a partir do Cairo.

O caso deste último é um bom exemplo da longevidade, adaptação e sobrevivência destes


informadores, pois sabemos que entrou ao serviço de D. António, prior do Crato, em Marrocos, o qual
ordenou a sua viagem a partir deste país até Istambul, com o objetivo de angariar mais um aliado para a
sua causa contra Filipe II de Espanha e I de Portugal. Em 1583, o cronista Pedro de Frias diversifica a
informação, dizendo que frei Matias Bicudo era um monge franciscano de S. Miguel, nos Açores, que fez
uma viagem de Roma para Paris, para se juntar ao “rei” D. António. Pedro de Frias avança também que
na Turquia Matias se transformara no “elche” (renegado muçulmano) Mustafa Bicudo. Por que não
acreditar que Matias Bicudo assumiu todas estas diferentes identidades: uma vida que é um espelho da
sua atividade como informador mas também da sua condição de membro de um grupo vivendo em
situação social de marginalidade, num sentido negativo e positivo, viajando através de países inimigos?

  De fato, temos para esta época outros bons exemplos desta forma de existência, e o fato de
alguns destes indivíduos serem importantes personalidades, “morrendo em paz”, mostra que estamos
longe da nossa Modernidade, em que espionagem é sinónimo de perigo, vida curta e má imagem social 6.

Em São Paulo todas as grandes famílias do período colonial têm ancestrais judaizantes, porque
dois ou três grandes troncos paulistas, cujo sangue novamente aqui também se dispersa na elite da
região, têm clara origem marrana. Dou dois exemplos: dos Vaz de Barros e São Paulo no século XVI
Pedrosos de Barros descendem os barões e marqueses de Itu, e muito da classe dominante, oligárquica,
semibuchesca, paulista de sempre, Paes Lemes, Barros Penteados, Moraes Barros. Pesquisas de Luiz
Gustavo de Sillos apontam-lhes origem conversa, judaizante, pois Pedro Vaz de Barros, que se fixa em

5
Laurinda Gil Mendes - Os Judeus de Penamacor e a Inquisição - CÂMARA MUNICIPAL DE PENAMACOR ARQUIVO
MUNICIPAL 2010, pág. 26, 29 GUERRA, Luiz de Bívar, Inventário dos Processos da Inquisição de Coimbra (1541-
1820), Paris, Fundação Calouste Gulbenkian, Centro Cultural Português, 1972, pp. 1-4 27 religiosas dos judeus.
Descoberto, acabou por ser morto em Badajoz. Os seus carrascos, possivelmente dois clérigos e dois cristãos-
novos, não escaparam à

6
http://www2.iict.pt/?idc=102&idi=13957 Blogue História Lusófona. Um tema conturbado: a espionagem dos
judeus relativa ao Oceano Índico, no contexto dos Impérios Português e Otomano (século XVI). Alguns casos
paradigmáticos. Um tema conturbado: a espionagem dos judeus relativa ao Oceano Índico, no contexto dos
Impérios Português e Otomano (século XVI). Alguns casos paradigmáticos.
4

São Paulo em fins do século XVI, filho de Jerônimo Pedroso e de Joana Vaz, tem duas irmãs, Bernarda e
Lucrécia Pedroso, convocadas à inquisição em Portugal, em 1591 e em 1592, por crime de judaísmo.

Outras raízes judengas foram recentemente investigadas por Christiane Alcântara, e


corroboradas por Manuel Abranches de Soveral. Trata-se da origem da família dos Bicudos, de S. Paulo.
Bicudos, Becudos ou Beiçudos. Gente de prol nas judiarias, os bairros judeus de Portugal, por
determinação régia lá exercem cargos burocráticos no governo dos hebreus portugueses. Os de S. Paulo
parecem provir de certo Isaac Bicudo, judeu de Aleppo a serviço de Lourenço Pires de Távora,
embaixador português em Roma. Seu sobrinho Matias Bicudo, convertido e tornado frade franciscano,
aparece em S. Miguel, nos Açores, de onde chegam, pouco depois, em S. Paulo, os primeiros dessa
gente, notadamente Antônio Bicudo Carneiro, antepassado dos Bicudos paulistas 7...

2ª Fase - Imigração

A Família Bicudo Chega ao Brasil

Segundo escreveu Pedro Taques, os Bicudos vieram da ilha de S. Miguel para a capitania de S.
Paulo no tempo de seu povoamento.

Vicente Bicudo
Vicente Bicudo, natural da ilha de S. Miguel, irmão de Antônio Bicudo Carneiro, casou em S.
Paulo com Anna Luiz Grou, irmã de Hilaria Luiz, de Matheus Luiz, de Antonio Luiz que viviam em S. Paulo
em 1609, f.ºs de Domingos Luiz Grou e de Fulana Guassú. V. 1.º pág. 21. Anna Luiz, enviuvando de
Vicente Bicudo, passou a 2.ªs núpcias com Jeronimo de Brito, falecido em 1644 com testamento em
Parnaíba; sem geração deste 2.º marido, porque faleceram em menoridade os f.ºs que teve. Do 1.º
marido Vicente Bicudo deixou (C. O. de S. Paulo) (1):

 Antônio Bicudo
 Francisco Bicudo Furtado
 Vicente Annes Bicudo
 Domingos Nunes Bicudo
 Mécia Bicudo
 Maria Bicudo

Seus descendentes seguem algumas poucas gerações e se misturam com outras famílias 8,
portanto, nos concentramos no Antônio Bicudo Carneiro e seus descendentes.

7
http://www.uva.br/trivium/edicoes/edicao-i-ano-iii/artigos-tematicos/2-da-memoria-familiar.pdf

8
http://www.arvore.net.br/Paulistana/Bicudos_4.htm
5

Vicente Bicudo que é citado na narração tipo diário de uma Bandeira na região amazônica, como
está escrito: “Importante commissão confiada a Palheta nos sertões amazonicos. A exploração do Rio
Madeira. Relatório notável publicado por Capistrano de Abreu 9.

Antônio Bicudo e Vicente Bicudo10, requereram em 1610 à câmara de S. Paulo pedindo 300
braças de terra em quadra, partindo pelo rio Carapicuíba; e neste requerimento declararam que havia
muitos anos que habitavam esta terra, onde sempre ajudaram com suas pessoas e armas ao bem
público, achando-se nas guerras que contra os portugueses moviam os bárbaros gentios que infestavam
a terra; e que eram casados e tinham filhos (Arq. da Câmara de S. Paulo, caderno de registros, Maio de
1607).

Antônio Bicudo Carneiro


Antônio Bicudo Carneiro, foi da governança da terra, ouvidor da comarca e capitania pelos anos
de 1585; foi quem mandou levantar pelourinho na vila de S. Paulo no dito ano de 1585. Foi casado com
Izabel Rodrigues, natural de S. Paulo, segundo se vê do testamento de seu f.° Antônio Bicudo em 1650
em que declara sua filiação. Teve 6 f.°s, como se vê do requerimento feito aos oficiais da câmara de S.
Paulo pedindo em 1598 chãos para fazer casas. São:

 Antônio Bicudo
 Domingos Nunes Bicudo
 Maria Bicudo
 Martha de Mendonça
 Jerônima de Mendonça
 Guiomar Bicudo

Antônio Bicudo Carneiro Trabalhando

Antônio Bicudo Carneiro exerceu vários cargos governamentais na colônia, como os de Juiz em
1574 e 1584, de Vereador em 1575 e de Ouvidor da Capitania em 1585, quando mandou levantar

9
'Aos 7 do mez de julho, indo gente a descobrir campos, viram trilha nova de gentio e logares frescos, o que logo
deram a saber ao cabo que no mesmo instante mandou gente bastante, para ter encontro a qualquer invasão
ordenando ao soldado Vicente Bicudo os seguisse e os mandasse praticar para que viesse o principal á sua
presença, declarando-lhe os não mandava fazer mortes ou amarrações nem" outro género de aggravos. Haveria
espaço de duas horas que tinha partido o dito soldado, quando chegaram as mais galeotas da conserva, que de
retaguarda vinham, mandou logo o Cabo ao ajudante Manuel Freire com grosso poder, fazendo-lhe a mesma
advertência e que declarasse logo pazes com o dito gentio pelos meios mais suaves de dadivas. Partiu o ajudante a
incorporar-se com o soldado Bicudo, e por ser já tarde dormiram no matto e depois que o dito ajudante partiu
ordenou mais o Cabo a Damasco Botelho, engenhasse uma picada em forma de trincheira o que logo se fez com
tres guaritas, em que ficamos seguros como já para ter encontro ao inimigo...” fonte: livro História do Café no
Brasil, Vol. I, Brasil Colonial 1727-1822, pág. 300.
http://www.channah.com.br/meb/ia_carga_bd/files/historiadocafnob11939affo/historiadocafnob11939affo.pdf

10
Foram pessoas de qualificada nobreza pelos seus antepassados deste apelido na ilha de S. Miguel, como se lê nos
Nobiliários das famílias nobres e ilustres das ilhas dos Açores.
6

pelourinho na vila. Como sertanista, participou das entradas de Afonso Sardinha, o Moço, ao sertão do
Jeticaí, em 1593, de Nicolau Barreto, em 1602, e de Antônio Raposo Tavares.

Antônio casou-se em S. Paulo com Isabel Rodrigues, com quem teve os filhos: Antônio Bicudo,
Domingos Nunes Bicudo, Maria Bicudo, Marta e Jerônima de Mendonça 11 e Guiomar12 Bicudo.

Laus Deo, a 13 de maio de 1548 em Santos na ilha de São Vicente, costa do Brasil

Meu serviço todo benévolo! Honrosos e muito generosos senhores.

Com toda a recomendação queiram vocês saber como, com a ajuda de Deus, nós chegamos bem aqui,
embora que na entrada passamos grande perigo, pois nosso navio quase afundou nesta ribeira. Muitas
mercadorias se estragaram, inclusive das nossas, das quais mando uma relação. Felizmente Deus ainda o
levou para o melhor, como virão a saber através do portador desta...

Este ano não mandaram mercadorias ao feitor para pagar o pessoal e este deve por força passar açúcar
ou letra. O feitor me passa de avanço que lhe fiz e dos trabalhadores que paguei aqui a soma de 123.500
réis perante Antônio Becudo para cobrar lá. O feitor poderia bem me ter dado algum açúcar como fez
para ouros com mais de trezentas arrobas nesta embarcação. A fazenda teve muitas dívidas este ano.
Aqui tem grande falta de mantimentos e não recebeu-se de há muito mantimentos de Portugal. A carne
que eu trouxe para a fazenda ficou toda estragada pela água do mar, pois não conseguimos tirá-la dos
navios e permaneceu na água dentro do navio, até que este ficasse solto 13.

3ª Fase – Novo Tronco Familiar

Surgem os Bicudo de Brito

Antônio Bicudo foi sucessor de seu pai na fazenda de Carapicuíba. Fez entradas no sertão onde
conquistou muitos índios gentios que, depois de instruídos nos dogmas do catolicismo, lhe prestaram
serviços no caráter de administrados, já na cultura de sua fazenda, já na exploração das faisqueiras de
ouro da serra do Jaraguá e ribeirão de Santa Fé.

Foi casado com Maria de Brito, f.ª de Diogo Pires e de Izabel de Brito, V. 2.° pág. 6. Faleceu em
14
1650 deixando pelo menos sete filhos que passaram a usar o nome de família “Bicudo de Brito”:

11
Jerônima de Mendonça. Casou-se a primeira vez com João da Rocha Marinho e a segunda com Luís Nobre
Pereira. Faleceu em 1673. Com o primeiro marido teve os seguintes filhos: Isabel Bicudo, Maria Bicudo do Rosário,
Luzia Bicudo, Catarina Bicudo, Sebastiana Bicudo e Antônio Rodrigues
Bicudo. http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=6801&cat=Ensaios – referência 3295

12
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=6801&cat=Ensaios

13
Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0133q.htm - Um dos primeiros documentos sobre o Engenho dos
Schetz em São Vicente - Eddy Stols, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília (Estado de São Paulo).

14
http://www.arvore.net.br/Paulistana/Bicudos_1.htm
7

 Margarida
 Isabel
 Maria
 João
 Antônio
 Fernando
 Domingos

Antônio Bicudo: natural de São Paulo, filho de Antônio Bicudo Carneiro natural dos Açores, que
exerceu o cargo de ouvidor da capitania de São Vicente e de sua mulher Isabel Rodrigues, foi casado com
Maria de Brito, filha de Diogo Pires e de sua mulher Isabel de Brito.

Obteve, em época anterior ao ano de 1650, por carta de sesmaria, uma data de terras no rio
Paraíba, na paragem denominada “Corupahitiva”. Não tomou posse das suas terras; fizeram-no os seus
filhos e genros, logo após a sua morte ocorrida em Santana do Paranaíba, aos 04-dezembro-1650 15.

Outra fonte confirma que ele foi sucessor de seu pai na Fazenda de Carapicuíba e acrescenta
mais algumas informações, Antônio fez várias entradas no sertão, onde conquistou muitos índios, que,
depois de instruídos nos dogmas do catolicismo, lhe prestaram serviços na cultura de sua fazenda e na
extração de ouro da Serra do Jaraguá e do Ribeirão de Santa Fé, e acrescentando que esteve na invasão
do Guairá, em 1628. Maria de Brito, sua esposa, faleceu após 22-Dez-1648 em S. Paulo (SP) 16.

Do casamento entre Antônio Bicudo e Maria de Brito 17 nasceram dez filhos encontrei somente
sete, a saber, Margarida, Isabel, Maria, João, Antônio, Francisco e Domingos, agora, Bicudo de Brito 18.

Izabel Bicudo de Brito 19 faleceu solteira em 1769 em Parnaíba com 73 anos de idade ou se casou
com Domingos20 de Sousa, surge alguma confusão com este nome nas fontes consultadas.

Antônio Bicudo de Brito casou-se duas vezes: a primeira em 1635, em na mesma cidade, com
Maria Leme de Alvarenga, e a segunda com Vicência da Costa (filha de João de Siqueira e de Juliana de
Oliveira). Filhos: Capitão Antônio Bicudo Leme, João Bicudo Leme, Bento Bicudo de Alvarenga, Maria
Bicudo Leme, Maria Leme de Brito, Thomásia Ribeiro, Ana Bicudo, Maria de Alvarenga, Pascoal Bicudo
Leme, Luzia Leme Bicudo e Margarida Bicudo (do primeiro casamento) e Potência, Isabel, Juliana e

15
Antônio Bicudo recebe sesmaria na paragem de Curupahytiba. A sesmaria foi dividida entre os filhos e alguns
ficaram em Guaratinguetá. http://www.jornalolince.com.br/2011/jun/pages/historia-juizes.php

16
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=6801&cat=Ensaios – referência 3149;

17
http://www.arvore.net.br/Paulistana/Bicudos_1.htm

18
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=6801&cat=Ensaios – referência 3148.

19
http://www.arvore.net.br/Paulistana/Bicudos_2.htm
20
http://www.arvore.net.br/Paulistana/Bicudos_1.htm
8

Joaquim Bicudo de Brito (do segundo casamento). Sertanista, tomou parte na invasão do Guairá, em
1628, e na entrada de João Mendes Geraldo, em 1645, em sertão do sul. Faleceu em 1666 21. 

Encontramos o Capitão Fernando Bicudo de Brito: natural da vila Parnaíba, citado também como
filho de Antônio Bicudo e de sua mulher Maria de Brito, creio que a relação de filhos do casal, no último
parágrafo, esteja equivocada, no lugar de Fernando escreveram Francisco, o que corrobora essa hipótese
é que nos registros pesquisados não aparece o nome de Francisco em nenhum momento.

O capitão fora casado na mesma vila com Luzia Leme de Alvarenga, filha do capitão Francisco de
Alvarenga e sua mulher Luzia Leme. Depois do ano de 1653, passou a residir na recém-fundada vila de
Guaratinguetá. Seus filhos foram:

 Roque Bicudo Leme


 Fernando Bicudo de Brito

Foi morador, com seu irmão, o capitão Domingos Bicudo de Brito, nas terras de paragem
denominada “Ubatuba”, situadas junto do rio Paraíba. Faleceu em Guaratinguetá em 3 de maio de 1688,
e sua mulher, em 31 de janeiro de 1690, na mesma vila 22.

 Domingos Bicudo de Brito foi casado com Francisca Leme de Alvarenga f.ª do capitão Francisco
de Alvarenga e de Luzia Leme e tiveram dois filhos:

 Antônio Bicudo de Alvarenga, natural de Parnaíba, † em 1725 em Guaratinguetá, foi 1.º casado
com Ignez de Andrade Souto Maior, e 2.ª vez com Margarida da Cunha Rodrigues. Sem geração.
 Sargento-mor Lourenço de Brito Leme, que requereu nos autos de seu irmão n.º 3-1 retro, foi
casado com Domingas de Almeida Ribeiro.

João Bicudo de Brito. Foi bandeirante do Capitão-Mor João Mendes Geraldo, em 1645, nos
sertões do sul brasileiro. Casou-se em 1632 em São Paulo (SP) com Ana Ribeiro, com quem teve os
seguintes filhos: Antônio Bicudo de Brito, Manoel Bicudo de Brito, Thomásia de Almeida, Sebastião
Bicudo de Brito, Maria Bicudo de Brito, Francisco Bicudo de Brito e Luzia Leme de Brito. Faleceu após 10-
MAR-1653. 

Antônio Bicudo de Brito que casou em 1667 em Parnaíba com Maria de Lima e Almeida sem
geração conforme seu inventário e testamento 23.

Manoel Bicudo de Brito falecido em 1718 em Parnaíba, foi nobre cidadão dessa vila que casou-se
em 1674 com Thomásia de Almeida que faleceu em 1707, casando-se em 1708 em Itu com Maria

21
http:/www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php? cod=6801&cat=Ensaios - referência 1602.
22

http://www.jornalolince.com.br/galeria/escritores/conceicao/capitulos_historia_aparecida_jornalolince.com.br.pd
f

23
http://www.projetocompartilhar.org/SAESPp/antoniobicudodebrito1687.htm
9

Cordeiro de Almada, sem geração deste segundo casamento, porém, do primeiro gerou 11 filhos, não
identificados nesta pesquisa.

Miguel Bicudo de Brito, falecido em 1749 em Parnaíba com 68 anos de idade, foi casado com
Anna maria Nunes, ele não aparece na relação de filhos, fica a dúvida de sua identidade.

Sebastião Bicudo de Brito, Maria Bicudo de Brito, Francisco Bicudo de Brito e Luzia Leme de
Brito. Faleceu após 10-Março-165324.

Entre os filhos do casal em foco encontramos Maria Bicudo. Ela faleceu em 1659 em Santana do
Parnaíba (SP). O seu inventário, acompanhado de testamento, consta do Vol. XVI da publicação
"Inventários e Testamentos", editada pelo Arquivo do Estado de São Paulo 25. 

Maria Bicudo de Brito ou simplesmente Maria Bicudo foi casada com o Capitão Manoel Pires. N.
em S. Paulo (SP), este era sertanista e aparece desde 1615 nas entradas com destino à região sul
brasileira. Em 1628, esteve no Guairá, com a bandeira de Antônio Raposo Tavares, seu genro.

O capitão Manoel retornando a São Paulo, ingressou com violência no Colégio dos Jesuítas e
promoveu outras arruaças que implantaram o terror na vila. Logo depois, assaltou o colégio dos mesmos
padres em Barueri. Em 1641, encontrava-se no sertão a destruir obras dos padres inacinos. Foi um dos
chefes da grande bandeira que foi destroçada em Mbororé no sul do Brasil.

Teve fazendas em Parnaíba e Cotia, onde trabalhavam mais de cem escravos índios apresados no
sertão. Silva Leme diz ter sido Manoel Pires um homem de grandes virtudes morais. Faleceu antes de
Junho de 1659. Filhos oriundos do casamento com Maria Bicudo: Padre Estêvão Rodrigues, Gonçalo Pires
Bicudo, Capitão Nuno Bicudo de Mendonça, Salvador, Isabel e Ana Bicudo de Mendonça, Margarida
Bicudo, Beatriz Furtado de Mendonça e Maria Bicudo 26. 

Outra filha de Antônio Bicudo e Maria Leme é Margarida Bicudo que casou-se com o 1576 com o
Capitão Brás Esteves Leme. 27 Gerando os seguintes filhos: Maria Leme Bicudo, Maria de Brito Leme,
Capitão Antônio Bicudo Leme, Alcaide-Mor Brás Esteves Leme, Helena do Prado da Silva e Margarida
Bicudo.  Onde consta apenas o ano e local de falecimento, 1708 em Parnaíba (SP) 28. 

Esta pesquisa genealógica está inconclusa, porém, em andamento.

Wladimir Gonçalves de Souza

prwladi@yahoo.com.br

24
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=6801&cat=Ensaios – referência 1574
25
Idem, referência 3143.

26
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=6801&cat=Ensaios referência 3142.
27
Idem, referência 1576.
28
Idem, referência 3135.

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