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Nos antigos grimó rios medievais encontramos toda sorte de receitas e rituais
má gicos. Se formos observar atentamente veremos que os fins perseguidos pela
magia grimorial sã o basicamente: influir na mente e nos desejos dos demais (nã o
importa que sejam pessoas, animais ou espíritos) para que façam ou deixem de fazer
algo, controlar os elementos, incidir sobre os acontecimentos e o tempo, saber fatos
passados, presente e futuros (profecias), descobrir segredos etc. Nã o entrarei aqui
no debate se tudo isso é possível com magia ou nã o. Também nã o irei comentar
questõ es de ética ou moral, esse nã o é o objetivo de nossa clavícula. Apenas gostaria
de chamar a atençã o para o fato que nã o importa o tipo de ritual, feitiço ou
encantamento encontrado nos grimó rios, uma coisa é sempre constante: o uso do
elemento visual ou yantras (círculos má gicos, talismã s etc.), o uso do som através da
fala ou de mantras ( encantamentos, oraçõ es e conjuraçõ es ) e o uso de oraçõ es e
gestos, que sã o os mudras (realizaçã o de sacrifícios rituais, oferendas, magia
simpá tica etc.).
É o uso combinado desses três elementos que atraem as entidades e forças astrais
desejadas, magnetizando-as para que vibrem em harmonia com a operaçã o, assim
formando com elas uma corrente egregó rica, regida pela verdadeira vontade do
magista. Isso está de acordo com os princípios ocultistas sobre formas e símbolos que
produzem efeitos específicos sobre forças telú ricas e energias sutis. Por exemplo, se
certas inscriçõ es rú nicas forem colocadas em uma pedra ou ponto geomâ ntico
correto, entã o um certo efeito será obtido. Também se o magista construir um
talismã de letras rú nicas combinando com nomes divinos hebraico e/ou de anjos e
invocar uma força astral ou divina, em correspondência com os símbolos nele
desenhados, entã o é dito que ele ativou o talismã através de uma consagraçã o. Nesse
exemplo o magista utilizou os princípios do yantra (sigilos, símbolos) e do mantra
(invocaçã o) e dos mudras (posturas, gestos) de forma conjunta na forma de um
encantamento com uso de talismã s.
Em todo nosso curso de Alta Magia estudaremos a fundo esses três elementos
fundamentais do cerimonial má gico. Nessa clavícula vamos analisar a questã o do uso
ritualístico dos nomes ou palavras de poder que sã o verdadeiros mantras se
utilizados de forma consciente.
“No Antigo Egito, as palavras de Rá, reveladas por Toth tornaram-se as coisas e as criaturas do
mundo, isto é, as palavras (significando ondas de som) criaram as formas do Universo.”
No comentá rio acima Kenneth Grant, nos fala principalmente do ritual goético. A
goetia, ou feitiçaria goética, é um sub-ramo da Ordem de Hermes que se pressupõ e ter
sido praticada pelo Rei Salomã o. Refere-se a uma prá tica má gico-ritualística que inclui
a invocaçã o e evocaçã o de “anjos caídos” e/ou "demô nios" ou "espíritos que nã o
seguem linhas evolutivas". O termo Goetia provém do latim da Idade Média
significando “A Arte de Uivar”, e do Grego γοητεία (goēteia) que significa "feitiçaria". O
termo “uivante” descreve bem a maneira de recitar os Nomes de Poder para provocar
as evocaçõ es. Psicologicamente, o mago, mediante a técnica evocativa penetra na parte
subconsciente da mente, liberando os psiquismos ou “atavismos primordiais” (os
demô nios e os “espíritos”), que assumem formas e materializaçõ es no plano astral.
Por sua vez o termo “Nomes de Deus” muitas vezes referem-se as palavras em hebraico
ou latim. Nos grimó rios tradicionais da Idade Média e Renascença sã o utilizados
amplamente tanto na confecçã o dos círculos má gicos quanto nas consagraçõ es e
conjuraçõ es cerimoniais. Para muitos ocultistas os “Nomes de Deus” funcionam como
verdadeiros “Nomes de Poder”.
Muito embora sua importâ ncia no cerimonial má gico os nomes ou palavras de poder
nã o sã o, em si mesmos, fó rmulas má gicas. Por exemplo, os nomes hebraicos de Deus
nos quatro quadrantes do Ritual de banimento do Pentagrama expressam fó rmulas
que governam os quatro Elementos Metafísicos (Fogo, Ar, Á gua e Terra). Eles nã o sã o
mais má gicos ou religiosos do que E= MC ao quadrado. Entretanto, tanto os “Nomes de
Deus” quanto os “Nomes de Poder” sã o temas de grande complexidade, pois quando
você aprende emitir a nota-chave vibrató ria dessas palavras ou frases, junto às
imagens a elas relacionadas, você ativa determinados centros psicofisioló gicos do
corpo humano (chakras), o que causa um stress na luz astral que, de fato, pode
precipitar mudanças. Isso também foi confirmado pela ciência, que realizou
verificaçõ es e comprovou, sem sombra de dú vida, que algumas vibraçõ es particulares
podem causar – se moduladas de certas maneiras – variaçõ es, até considerá veis, nos
ritmos vitais humanos.
Os mais efetivos resultados visíveis utilizando Nomes de Poder muitas vezes ocorre
quando o magista incorpora uma forma deus, quando ele invoca uma divindade dentro
do círculo má gico. Ao assumir uma forma-deus o magista busca torna-se um canal
para a força có smica ou divindade que ele está representando, trazendo o poder para
dentro dele mesmo. Nesse estado, obviamente, sua consciência está alterada, a
personalidade do magista é sobrepujada e inundada pelo poder de seu Eu mais
profundo, e este é iluminado e “carregado” pela entidade ou divindade invocada. Uma
palavra de poder vibrada nestas circunstâ ncias tem de fato um poder de cravar a
vontade do magista nos campos morfogenéticos do astral e, no devido tempo, produzir
efeitos sobre a matéria.
Agla : É uma sigla para o hebraico “Atah Gebur Le Olahm Adonai, que significa “Tu és
Grande (ou Poderoso) para sempre meu Senhor.”
Yod - Heh - Vau – Heh: palavra que significa: “EU SOU O QUE SOU”.
Adonai Sabaoth : o folclore hebraico indica que se deve usar esse nome de Deus quando
se deseja chamar os quatro ventos e contatar o espírito dos mortos.
Eheieh : É a conjugação do verbo Ser em hebraico, e pode tanto significar “Eu Sou”
quanto “Eu Serei”. Também o nome da Essência Divina. É o nome que Deus revelou a
Moisés no arbusto em chamas. Enfatiza Deus como um fato sempre presente, que é, que
era , e que sempre será.
Rotas, Opera, Tenet, Arepo, Sator : Palavras de origem desconhecida utilizada em todo
mundo romano desde o século II d.C. Conhecida como Fórmula Sator foi usada na Idade
Média como um encantamento em círculos mágicos e em grupos esotéricos.
Yeheshuah : Nome dado a Jesus pelos cabalistas cristãos durante a Renascença, que o
usavam como palavra de poder supremo na sua magia e adoração. Eles pretendiam que ela
substituísse o Tetragramaton dos judeus.
Ialdabaoth, Saclas e Samael : Entre os gnósticos pneumáticos são nomes que designam o
Demiurgo – o Deus inferior que criou o mundo material. Por vezes retratado como um ser
monstruoso com corpo de serpente e cabeça de leão.
IO Pan : O Paian é uma invocação do Grande Todo, o deus Pã. Visto como um símbolo, o
“Grande Deus Pã”, é uma figura de Chokmah no Sistema Solar Logoidal. É um símbolo
que tem relação com o símbolo da “Serpente-que-segura-a-sua-cauda-na boca”. No grande
Deus Pã reside a compreensão tanto do começo quanto do fim da força-sexo. Ele
representa o “despertar de Kundalini” e também representa aquela força usada a serviço da
mais elevada magia de sabedoria.
IAO : A divindade suprema dos gnósticos pneumáticos. O deus trino e uno como Isis,
Apophis e Osíris. É também uma fórmula mágica conhecida pelos magistas thelêmicos: Isis
(Natureza) é destruída por Apophis (forças caóticas) e renascida como Osíris.
Apo Pantos Kakodaimonos : Em grego: “Para longe de mim todos os Espíritos Malignos!”
Zazas, Zazas, Nasatanata Zazas : Fórmula tradicional para abrir as regiões infernais, o
Hades, Amenti ou subconsciente.
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