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21/04/2024, 11:52 Micro-ondas – Wikipédia, a enciclopédia livre

Micro-ondas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Microondas)
As micro-ondas (pré-AO 1990: microondas) são ondas
eletromagnéticas com comprimentos de onda maiores que os dos micro-ondas
(AO 1945 / FO 1943: microondas)
raios infravermelhos, mas menores que o comprimento de ondas
de rádio variando o comprimento de onda, consoante os autores, Ciclos por segundo: 0,3 GHz a 300 GHz
de 1 m (0,3 GHz de frequência) até 1,0 mm (300 GHz de Comprimento de onda: 1 m a 1 mm
frequência) - intervalo equivalente às faixas UHF, SHF e
EHF.[1][2][3]

Nome Comprimento de onda Frequência (Hz) Energia do fóton (eV)


Raio gama < 0,01 nm > 30 EHz > 124 keV

Raio-X 0,01 nm – 10 nm 30 EHz – 30 PHz 124 keV – 124 eV

Ultravioleta 10 nm – 400 nm 30 PHz – 750 THz 124 eV – 3 eV


Luz visível 400 nm – 750 nm 750 THz – 400 THz 3 eV – 1,7 eV

Infravermelho 750 nm – 1 mm 400 THz – 300 GHz 1,7 eV – 1,24 meV

Micro-ondas 1 mm – 1 m 300 GHz – 300 MHz 1,24 meV – 1,24 µeV


Rádio ≥1m ≤ 300 MHz ≤ 1,24 µeV

Acima dos 300 GHz, a absorção da radiação eletromagnética pela atmosfera da Terra é tão grande que a
atmosfera é praticamente opaca para as frequências mais altas, até que se torna novamente
transparente na, assim chamada, "janela" do infravermelho até a luz visível.

Bandas de frequências de micro-ondas


Há diversas classificações das bandas de micro-ondas. A divisão por letras teve início na Segunda
Guerra Mundial com uma classificação secreta dos Estados Unidos para bandas de radar, que resultou
na classificação IEEE.

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UE,
UIT
OTAM,
Tamanho
Frequência IEEE Aplicações
de onda
ECM EUA Número Nomenclatura

300 MHz 30 cm a B
UHF Telemetria militar, GPS,
500 MHz 100 cm C Ultra High celulares (GSM), rádio
15 cm a 9 Frequency amador
1 GHz L D (UHF)
30 cm

2 GHz E Radar meteorológico,


radar de navio de
superfície, alguns
satélites de
comunicação, forno
7.5 cm a microondas, aparelhos
S
3 GHz 15 cm F de comunicação por
microondas, rádio
astronomia, celulares,
LAN sem fio, bluetooth,
ZigBee, GPS, radio
amador.
Comunicação por
satélites, radar, banda
larga terrestre,
4 GHz G comunicação espacial,
rádio amador,
3.75 cm a espectroscopia rotacional
C
7.5 cm molecular

Telecomunicações de
rádio a longa distância,
6 GHz H
LAN sem fio, rádio
amador
Super High
8 GHz I 10 Frequency Comunicação por
(SHF) satélites, banda larga
25 mm a terrestre, comunicações
X
10 GHz 37.5 mm espaciais, rádio amador,
espectroscopia rotacional
molecular
Comunicação por
J
satélites, radar, banda
larga terrestre,
16.7 mm Ku
12 GHz comunicação espacial,
a 25 mm
rádio amador,
espectroscopia rotacional
molecular

Radar, comunicação por


18 GHz satélites, observação
11.3 mm
astronômica, radar
a 16.7 K
automotivo,
mm
20 GHz espectroscopia rotacional
molecular

K Comunicação por
5.0 mm a
27 GHz Ka satélites, espectroscopia
11.3 mm
rotacional molecular
6.0 mm a 11 Extremely High Comunicação por
Q
9.0 mm Frequency satélites, comunicação
30 GHz (EHF) terrestrial por
5.0 mm a microondas, rádio
U
7.5 mm astronomia, radar
automotivo,
4.0 mm a espectroscopia rotacional
40 GHz V L
6.0 mm molecular

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Pesquisa de radar por


ondas milimétricas,
60 GHz espectroscopia rotacional
molecular e outros tipos
2.7 mm a de pesquisa científica
W
4.0 mm
75 GHz Comunicação por
M satélites, pesquisa de
radar por ondas
100 GHz milimétricas, aplicação
militar de monitoramento
e mira, aplicações não
1mm a
110 GHz mm militares, radar
2.7 mm
automotivo

[4]

Propagação
Artigo Principal: Propagação de radiofrequência

Micro-ondas se propagam somente como linhas de visada; diferentemente das ondas de rádio de baixa
frequência, elas não se propagam como por meio linhas de superfície que seguem o contorno da terra ou
refletem da ionosfera[5]. Apesar de, na extremidade inferior da banda, poderem passar por paredes de
construções o suficiente para garantir uma recepção útil, geralmente são necessários espaços livres para
a primeira zona de Fresnel. Portanto, na superfície da Terra, as conexões de comunicação por micro-
ondas são limitadas pelo horizonte visual a cerca de 30 a 40 milhas (48 a 64 km). Micro-ondas são
absorvidas pela umidade atmosférica, e a atenuação aumenta com a frequência, tornando-se um fator
significativo (rain fade) na extremidade superior da banda. A partir de cerca de 40 GHz, gases
atmosféricos também passam a absorver micro-ondas, e portanto, acima desta frequência, a
transmissão por meio de micro-ondas passa a ser limitada a apenas alguns quilômetros. Uma estrutura
de banda espectral causa picos de absorção em frequências específicas (ver gráfico acima). Acima de 100
GHz, a absorção de radiação eletromagnética pela atmosfera terrestre é tão eficaz que se torna opaca,
até que a atmosfera se torne transparente de novo nas faixas de frequência do infravermelho e de janela
óptica.

Tropodifusão

Artigo Principal: Tropodifusão

Em um feixe de micro-ondas direcionado angularmente ao céu, uma pequena parte da energia será
dispersada de maneira aleatória à medida que o feixe passa pela troposfera[6]. Um receptor sensível
além do horizonte com uma antena de alto ganho focalizada na dada área da troposfera pode captar o
sinal. Esta técnica vem sido utilizada em frequências que variam entre 0,45 e 5 GHz em sistemas de
comunicação de tropodifusão para a comunicação além do horizonte, em distâncias de até 300 km.

Geração

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Para a geração de micro-ondas podem ser utilizados transistores de efeito de campo (FET: Field Effect
Transistor), transístores bipolares, diodo Gunn e diodo IMPATT, entre outros. Dispositivos a válvula,
ou válvulas termiônicas, por exemplo: magnetron, o klystron, o TWT e o gyrotron .

Aplicações
Um forno de micro-ondas usa um gerador de micro-ondas do tipo
magnetron para produzir micro-ondas em uma frequência de
aproximadamente 2,45 GHz para cozinhar os alimentos. As micro-ondas
cozinham os alimentos, fazendo com que as moléculas de água e outras
substâncias presentes nos alimentos vibrem. Esta vibração cria um calor
que aquece o alimento. Já que a maior parte dos alimentos orgânicos é
composta de água, este processo os cozinha facilmente.
Forno de micro-ondas.
Micro-ondas são usadas nas transmissões de comunicações, porque as
micro-ondas atravessam facilmente a atmosfera terrestre, com menos
interferência do que ondas mais longas. Além disso, as micro-ondas
permitem uma maior largura de banda do que o restante do espectro eletromagnético.
O Radar também usa radiação em micro-ondas para detectar a distância, velocidade e outras
características de objetos distantes.
Redes Locais sem-fio, tais como Bluetooth, WIFI, WiMAX e outros usam micro-ondas na faixa de
2,4 a 5,8 GHz. Alguns serviços de acesso à Internet por rádio também usam faixas de 2,4 a
5,8 GHz.
TV a cabo e Internet de banda larga por cabo coaxial, bem como certas redes de telefonia celular
móvel, também usam as frequências mais baixas das micro-ondas.
Micro-ondas podem ser usadas para transmitir energia a longas distâncias e, após a 2ª Guerra
Mundial, têm sido realizadas diversas pesquisas para verificar essas possibilidades. A NASA
realizou pesquisas, durante os anos 1970/80, sobre o uso de Satélites de Energia solar que
captariam as emissões solares e as retransmitiriam para a superfície da Terra por meio de micro-
ondas.
Um maser é um dispositivo semelhante ao laser, exceto pelo fato de que trabalha na faixa das
micro-ondas, em lugar da luz visível.

Medição da frequência de micro-ondas


A frequência das micro-ondas pode ser medida por meio de técnicas mecânicas ou eletrônicas.
Contadores de frequência ou sistemas de heteródinos de alta frequência podem ser utilizados. Os
harmônicos da frequência desconhecida são comparados com os harmônicos de uma frequência mais
baixa, porém conhecida, utilizando um gerador de baixa frequência, um gerador de harmônicos e um
mixer de frequências. A precisão da medição é limitada pela precisão e estabilidade da frequência
utilizada como referência.

Métodos mecânicos necessitam de um ressonador sintonizável, como um medidor de absorção de


ondas, que utiliza uma relação conhecida entre frequências e dimensões físicas.

Em um ambiente laboratorial, Linhas de Lecher podem ser utilizadas para medir diretamente o
comprimento de onda em uma linha de transmissão formada por fios paralelos, tornando assim possível
calcular a frequência. Uma técnica similar consiste em usar um guia de ondas com fendas, ou uma linha
de transmissão coaxial com fendas para medir diretamente o comprimento de onda. Estes dispositivos
consistem em uma sonda introduzida na linha por meio de uma fenda longitudinal, de maneira que a
sonda fique livre para se movimentar para cima e para baixo pela linha. Linhas contendo fendas são
primariamente destinadas à medição da relação de ondas estacionárias na linha. Entretanto, desde que

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uma onda estacionária esteja presente, elas também podem ser utilizadas para medir a distância entre
os nós, que é igual à metade do comprimento de onda. A precisão deste método é limitada pela precisão
na determinação dos locais onde as regiões nodais se encontram.

Efeitos na saúde
Micro-ondas são um tipo de radiação não-ionizante, o que significa que seus fótons não contêm energia
suficiente para ionizar moléculas, quebrar ligações químicas ou causar dano ao DNA, como a radiação
ionizante consegue, por exemplo raios X ou ultravioleta.[7] A palavra “radiação” refere-se a energia
irradiando de uma fonte e não à radioatividade. O principal efeito da absorção de micro-ondas é o
aquecimento de materiais; os campos eletromagnéticos causam a vibração de moléculas polares. Ainda
não foi mostrado conclusivamente que micro-ondas (ou outra radiação eletromagnética não-ionizante)
têm efeitos biológicos adversos significativos em níveis baixos. Alguns estudos sugerem que exposição a
longo prazo pode ter um efeito carcinogênico.[8]

Durante a Segunda Guerra Mundial, foi observado que indivíduos no caminho da radiação de
instalações de radar experimentaram cliques e sons de apito em resposta à radiação de micro-ondas.
Uma pesquisa da NASA na década de 70 mostrou que isso foi causado por expansão termal em partes
do ouvido interno. Em 1955, o Dr. James Lovelock conseguiu reanimar ratos resfriados a 0 e 1°C (32 e
34 °F) usando diatermia das micro-ondas.[9]

Quando ocorrem danos devido à exposição às micro-ondas, é normalmente resultado de aquecimento


dielétrico induzido em um corpo. O cristalino e a córnea do olho são especialmente vulneráveis porque
eles não possuem vasos sanguíneos que podem dispersar o calor. Exposição à radiação de micro-ondas
pode gerar catarata através desse mecanismo, porque o aquecimento desnatura proteínas no cristalino
do olho[10](do mesmo jeito que o calor torna a clara do ovo branca e opaca).

Exposição a doses grandes de radiação de micro-ondas (como as de um forno que foi adulterado para
funcionar mesmo com a porta aberta) pode gerar dano por calor em outros tecidos também, além de
queimaduras sérias que podem não ser imediatamente evidentes devido à tendência das micro-ondas de
aquecerem tecidos mais internos com maior teor de umidade.

Referências
1. Hitchcock, R. Timothy (2004). Radio-frequency and Microwave Radiation (https://books.google.com/
books?id=0TUIQ9-Ap5cC&q=microwave&pg=PA1) (em inglês). [S.l.]: American Industrial Hygiene
Assn. p. 1. ISBN 978-1931504553. Consultado em 11 de junho de 2021
2. Kumar, Sanjay; Shukla, Saurabh (2014). Concepts and Applications of Microwave Engineering (http
s://books.google.com/books?id=GY9eBAAAQBAJ&q=microwave&pg=PA3) (em inglês). [S.l.]: PHI
Learning Pvt. Ltd. p. 3. ISBN 978-8120349353. Consultado em 11 de junho de 2021
3. Jones, Graham A.; Layer, David H.; Osenkowsky, Thomas G. (2013). National Association of
Broadcasters Engineering Handbook, 10th Ed. (https://books.google.com/books?id=K9N1TVhf82YC
&q=microwave&pg=PA6) (em inglês). [S.l.]: Taylor & Francis. p. 6. ISBN 978-1136034107.
Consultado em 11 de junho de 2021
4. «eEngineer - Radio Frequency Band Designations» (https://www.radioing.com/eengineer/bands.htm
l). www.radioing.com. Consultado em 15 de novembro de 2023
5. Seybold, John S. (3 de outubro de 2005). Introduction to RF Propagation (https://books.google.com/
books?id=4LtmjGNwOPIC&q=cross+polarization+discrimination&pg=PA57) (em inglês). [S.l.]: John
Wiley & Sons
6. Seybold, John S. (3 de outubro de 2005). Introduction to RF Propagation (https://books.google.com/
books?id=4LtmjGNwOPIC&q=cross+polarization+discrimination&pg=PA57) (em inglês). [S.l.]: John
Wiley & Sons
7. «Interaction of Radiation with Matter» (http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/mod3.html).
hyperphysics.phy-astr.gsu.edu. Consultado em 15 de novembro de 2023

https://pt.wikipedia.org/wiki/Micro-ondas 5/6
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8. Goldsmith, John R. (1997). «Epidemiologic Evidence Relevant to Radar (Microwave) Effects» (http
s://www.jstor.org/stable/3433674). Environmental Health Perspectives: 1579–1587. ISSN 0091-6765
(https://www.worldcat.org/issn/0091-6765). doi:10.2307/3433674 (https://dx.doi.org/10.2307%2F343
3674). Consultado em 15 de novembro de 2023
9. Andjus, R. K.; Lovelock, J. E. (28 de junho de 1955). «Reanimation of rats from body temperatures
between 0 and 1° C by microwave diathermy» (https://physoc.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1113/jph
ysiol.1955.sp005323). The Journal of Physiology (em inglês) (3): 541–546. ISSN 0022-3751 (https://
www.worldcat.org/issn/0022-3751). PMC PMC1365902 (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/P
MCPMC1365902) Verifique |pmc= (ajuda). PMID 13243347 (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/
13243347). doi:10.1113/jphysiol.1955.sp005323 (https://dx.doi.org/10.1113%2Fjphysiol.1955.sp0053
23). Consultado em 15 de novembro de 2023
10. Lipman, Richard M.; Tripathi, Brenda J.; Tripathi, Ramesh C. (1 de novembro de 1988). «Cataracts
induced by microwave and ionizing radiation» (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/003
9625788900884). Survey of Ophthalmology (3): 200–210. ISSN 0039-6257 (https://www.worldcat.or
g/issn/0039-6257). doi:10.1016/0039-6257(88)90088-4 (https://dx.doi.org/10.1016%2F0039-6257%2
888%2990088-4). Consultado em 15 de novembro de 2023

Ligações externas
«MicrowaveComponents.eu» (http://www.microwavecomponents.eu)

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