11/07/2019 Decreto 2929 2019 de Bragança Paulista SP

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DECRETO Nº 2929 DE 29 DE MARÇO DE 2019.

REGULAMENTA A LEI MUNICIPAL COMPLEMENTAR Nº 754

DE 17 DE SETEMBRO DE 2013, QUE ESTABELECE NORMAS
GERAIS E CRITÉRIOS BÁSICOS PARA A PROMOÇÃO DA
ACESSIBILIDADE DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA OU
COM MOBILIDADE REDUZIDA E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.

O Senhor Doutor JESUS ADIB ABI CHEDID, Prefeito do Município de Bragança Paulista, usando das
atribuições que lhe são conferidas pelos ar gos 72, inciso IX, e 88, inciso I, alínea "a", ambos da Lei
Orgânica do Município, DECRETA:

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Este Decreto regulamenta os procedimentos administra vos necessários à aplicação da Lei
Complementar nº 754, de 17 de Setembro de 2013, que estabelece normas gerais e critérios básicos para
a promoção de acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e da Lei
Complementar nº 803 de 14 de setembro de 2015, que ins tui normas para concessão de alvará de
funcionamento e de cer ficado de inscrição municipal no âmbito do município de Bragança Paulista e dá
outras providências.

DAS CONDIÇÕES GERAIS DE ACESSIBILIDADE

Art. 2º Para os fins de acessibilidade considera-se o disposto na Lei Federal nº 13.146, de 06 de julho de
2015, Decreto Federal nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004, Decreto Federal nº 9.404, de 11 de junho de
2018, Decreto Federal nº 9.405, de 11 de junho de 2018, Lei Complementar nº 754, de 17 de setembro de
2013, entre outras leis e normas que se referem, tendo como referências básicas às normas técnicas de
acessibilidade da ABNT, a legislação específica e as regras que nela estão con das, ou quaisquer normas
que os subs tuam.

Art. 3º Para fins de aplicação das disposições deste Decreto, além das definições con das na Lei
Complementar nº 754, de 17 de setembro de 2013, ficam adotadas as seguintes definições:

I - acessibilidade: condição para u lização, com segurança e autonomia, total ou assis da, dos espaços,
mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos disposi vos,
sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida;

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II - acessível: edificação, espaço, mobiliário e equipamento que possa ser u lizado e vivenciado por
qualquer pessoa, inclusive aquela com deficiência ou mobilidade reduzida, conforme os parâmetros
definidos em norma técnica per nente;

III - adaptação razoável: adaptações, modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretem
ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com
deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas,
todos os direitos e liberdades fundamentais, nos termos do art. 55 da Lei Federal 13.146 de 06 de julho
de 2015, que ins tui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com
Deficiência);

IV - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza sica, mental,
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua par cipação
plena e efe va na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas;

V - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por qualquer mo vo, dificuldade de
movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efe va da mobilidade, da flexibilidade, da
coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e
obeso;

VI - desenho universal: concepção de espaços, ambientes, artefatos, produtos, programas e serviços a

serem usados por todas as pessoas, com diferentes caracterís cas antropométricas e sensoriais, de forma
autônoma, segura e confortável, cons tuindo-se nos elementos ou soluções que compõem a
acessibilidade, incluídos os recursos de tecnologia assis va;

VII - tecnologia assis va: produtos, equipamentos, disposi vos, recursos, metodologias, estratégias,
prá cas e serviços que obje vem promover a funcionalidade, relacionada à a vidade e à par cipação da
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à autonomia, à independência, à qualidade
de vida e à inclusão social;

VIII - microempresa e empresa de pequeno porte: a sociedade empresária, a sociedade simples, a

empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário que cumprirem os requisitos
estabelecidos no art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, inclusive o
microempreendedor individual, o autônomo estabelecido e as en dades sem fins lucra vos;

IX - autônomo estabelecido: pessoa sica que exerce habitualmente, por conta própria, a vidade
profissional remunerada em local específico para este fim;

X - en dades sem fins lucra vos: pessoas jurídicas de direito privado cons tuídas sem fins lucra vos em
forma de associações, fundações, organizações religiosas ou par dos polí cos;

Art. 4º Ficam sujeitos ao cumprimento das disposições deste Decreto:

I - aprovação e/ou regularização de projeto arquitetônico e urbanís co, a execução de qualquer po de

obra, que tenham des nação pública ou cole va,

II - concessão e a renovação de alvará de funcionamento para qualquer a vidade;

§ 1º Nas edificações habitacionais mul familiares, todas as áreas comuns deverão ser acessíveis.

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§ 2º Os empreendimentos de edificação de uso privado mul familiar serão projetados com unidades
adaptáveis, nos termos do disposto no Decreto Federal nº 9.451, de 26 de julho de 2018, com condições
de adaptação dos ambientes para as caracterís cas de unidade internamente acessível, observadas as
especificações estabelecidas naquele decreto.

§ 3º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho universal não possa ser empreendido nas
edificações já existentes, deverá ser adotada adaptação razoável.

Art. 5º Ficam isentos de cumprir as exigências de acessibilidade os locais de uso restrito, que são
espaços, salas ou elementos internos ou externos, disponíveis estritamente para pessoas autorizadas,
salvo previsão em legislação específica.

Parágrafo único. Os imóveis enquadrados como uso restrito deverão declarar essa condição no laudo de
acessibilidade, após a mesma ser atestada por profissional técnico habilitado e ra ficada pelo responsável
da a vidade exercida no local, sendo ambos responsáveis pela veracidade das informações prestadas no
referido laudo.

Art. 6ºTodos os projetos de adaptação para acessibilidade devem obedecer às condições descritas na
ABNT NBR 9050/2015, ou norma posterior que a subs tua compa bilizando soluções com os critérios
estabelecidos por órgãos legisladores e sempre garan ndo o conceito de acessibilidade.

§ 1º Os projetos de adaptação e adequação de patrimônio tombado, em processo de tombamento ou

protegido deverão passar por apresentação prévia ao CONDEPHAC, em suas competências específicas, de
um plano de realização contendo, no mínimo, os seguintes itens:

I - Caracterização do conjunto de espaços em questão e suas impossibilidades de adaptação em

conformidade com as normas técnicas da ABNT e as demais referências norma vas e legais vinculadas ao
tema acessibilidade;

II - Caracterização detalhada de execução dos procedimentos de adequação a serem implementados,

conforme prévia avaliação;

III - Registro de Responsabilidade Técnica ou Anotação de Responsabilidade Técnica, correspondente ao

projeto e execução.

§ 2º Os projetos de adaptação e adequação de imóvel em Área de Preservação Permanente (APP), além

dos itens descritos nos incisos do § 1º, deverão passar por aprovação prévia do órgão competente e,
somente após a expedição da devida autorização pelo referido órgão, poderão realizar os serviços de
adequação às normas de acessibilidade.

DA RESPONSABILIDADE TÉCNICA

A responsabilidade pela adequação ou adaptação no que se refere à acessibilidade, ficará sob a

Art. 7º
responsabilidade técnica de profissionais legalmente habilitados.

Parágrafo único. A constatação de falsas declarações em laudos sujeitará o responsável técnico, o

responsável pela a vidade e/ou proprietário do imóvel às penalidades previstas em lei e demais
cominações de es lo.

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DA IMPLEMENTAÇÃO DA ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA E URBANÍSTICA

Art. 8º A execução de qualquer po de obra que tenha des nação pública ou cole va deverá ser
realizada de modo que o resultado seja ou se torne acessível às pessoas com deficiência ou com
mobilidade reduzida e para tanto devem ser observadas as normas técnicas no:

a) acesso;
b) circulação;
c) sinalização;
d) sanitário;
e) acessórios de apoio e direcionamento;
f) estacionamento.

Art. 9ºPara emissão de carta de "habite-se" ou habilitação equivalente, de edificações de uso público e
cole vo, com projeto aprovado a par r da data de publicação deste decreto, devem ser observadas e
cer ficadas às regras de acessibilidade previstas neste Decreto, nas normas técnicas de acessibilidade da
ABNT e demais legislações vigentes.

§ 1º A cer ficação de que trata o caput deste ar go se dará através da apresentação conjunta de Laudo
de Estabilidade e Segurança e Laudo de Acessibilidade, acompanhado de Anotação de Responsabilidade
Técnica ou Registro de Responsabilidade Técnica, os quais poderão ter sua veracidade averiguada pela
fiscalização competente.

§ 2º Para expedição de "Habite-se" ou habilitação equivalente de edificações com projetos aprovados

anteriormente à expedição deste Decreto, será aceita a adaptação razoável, desde que comprovada
através de Laudo de Acessibilidade da edificação e demonstra vo da execução da adaptação razoável e da
impossibilidade da adaptação universal.

DA IMPLEMENTAÇÃO DA ACESSIBILIDADE NO COMÉRCIO, PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, INDÚSTRIA E

OUTROS DE USO COLETIVO

Art. 10 As empresas deverão, na relação com pessoas com deficiência, assegurar:

I - condições de acessibilidade ao estabelecimento e suas dependências abertos ao público;

II - atendimento prioritário, com a disponibilização de recursos que garantam igualdade de condições com
as demais pessoas;

III - igualdade de oportunidades na contratação de pessoal, com a garan a de ambientes de trabalho

acessíveis e inclusivos;

IV - acessibilidade em cursos de formação, de capacitação e em treinamentos; e

V - condições justas e favoráveis de trabalho, incluídas a igualdade de remuneração por trabalho de igual
valor e a igualdade de oportunidades de promoção.

§ 1º Para tanto, serão concedidos os seguintes prazos, contados da data de publicação deste Decreto,
para que as adaptações necessárias para garan r as condições de acessibilidade ao estabelecimento

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sejam realizadas:

I - sessenta meses, no caso de microempresas, microempreendedores individuais, autônomo estabelecido

e en dades sem fins lucra vos;

II - quarenta e oito meses, no caso de empresas de pequeno porte; e

III - vinte e quatro meses, no caso das demais empresas.

§ 2º As microempresas e as empresas de pequeno porte poderão se organizar para, de forma cole va,
cumprir o disposto nos incisos I e IV do caput.

§ 3º Os microempreendedores individuais ficam dispensados do cumprimento do disposto no inciso I do

caput quando verem o estabelecimento comercial em sua residência ou não atenderem ao público de
forma presencial no seu estabelecimento.

DA RAZOABILIDADE

Art. 11 Para fins da realização de adaptações razoáveis, previstas neste Decreto, entende-se por
adaptações, modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretam ônus desproporcional e
indevido aqueles que não ultrapassem os seguintes percentuais da receita bruta do exercício contábil
anterior:

I - dois e meio por cento, no caso de microempreendedor individual, o autônomo estabelecido e

en dades sem fins lucra vos, exceto quanto ao disposto no § 3º do art. 10 deste Decreto;

II - três e meio por cento, no caso da microempresa, o microempreendedor individual e o autônomo

estabelecido; ou

III - quatro e meio por cento, no caso da empresa de pequeno porte; ou

IV - cinco e meio por cento, no caso das demais empresas.

§ 1º As adaptações necessárias ao cumprimento do disposto neste Decreto deverão seguir as normas

técnicas previstas na legislação e nas norma vas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

§ 2º A razoabilidade somente será aplicada a edificações já existentes;

Art. 12 Para concessão de alvará de funcionamento ou sua renovação para qualquer a vidade, além de
serem observadas e cer ficadas às regras de acessibilidade previstas nas normas técnicas de
acessibilidade da ABNT e legislação específica, devem ser apresentados todos os documentos exigidos na
Lei Complementar 803/2015 ou qualquer disposi vo que a modifique.

DOS BENEFÍCIOS

Art. 13Aos contribuintes que comprovem a realização de reformas em edificações de uso público e de
uso cole vo, visando possibilitar a acessibilidade universal às pessoas com deficiência, em conformidade
com normas técnicas de acessibilidade da ABNT e legislação específica, será concedida isenção:

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I - das taxas e emolumentos devidos em razão do protocolo e aprovação dos projetos de adaptação;

II - de 50% (cinquenta por cento) da taxa de licença de localização e/ou funcionamento, nos dois anos
seguintes contados do ano da aprovação da concessão do beneficio por parte da Prefeitura.

§ 1º A concessão da isenção prevista no inciso I fica condicionada apenas à liberação expressa da Divisão
de Projetos e Posturas da Secretaria Municipal de Obras, ficando esta vinculada à apresentação de todos
os documentos elencados no ar go 7º da Lei Municipal Complementar nº 754/13, previamente à
execução dos serviços e desde que estes sejam exclusivamente para adaptação do imóvel às normas de
acessibilidade vigentes.

§ 2º Para obter a isenção prevista no inciso II, o beneficiário deve estar em dia com suas obrigações
tributárias e protocolar requerimento na Prefeitura, instruído com seguintes documentos:

I - Cópia do alvará/autorização de reforma expedido pelo órgão competente;

II - Anotação de Responsabilidade Técnica ou Registro de Responsabilidade Técnico;

III - Alvará de funcionamento válido;

IV - Cópia da carta de habite-se.

§ 3º Os requerimentos previstos no parágrafo anterior devem ser apresentados até o dia 30 de novembro
de cada exercício, para obtenção do desconto a par r do exercício seguinte.

DAS PENALIDADES

Art. 14 O descumprimento a qualquer das disposições do presente decreto importará na aplicação das
penalidades cominadas na legislação vigente, sendo que as medidas administra vas não excluem sanções
legais no caso de descumprimento da presente norma.

Art. 15As despesas com a execução do presente Decreto correrão por conta das dotações orçamentárias
próprias, suplementadas se necessário.

Art. 16 Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se o Decreto nº 2286/16.

Bragança Paulista, 29 de março de 2019.

Dr. JESUS ADIB ABI CHEDID

Prefeito Municipal

Dr. José Galileu de Ma os

Secretário Chefe de Gabinete

Darwin da Cruz Gonçalves

Secretário Mun. de Administração

Dr. Tiago José Lopes

Secretário Mun. de Assuntos

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Antonio Paulo de Oliveira Armando

Secretário Mun. de Obras Jurídicos

Luciano Aparecido de Lima

Secretário Mun. de Finanças

Renato Gonçalves de Oliveira

Chefe da Div. de Comun. Administra va

Publicado na Div. de Comun. Administra va na data supra.

Data de Inserção no Sistema LeisMunicipais: 12/04/2019

Nota: Este texto disponibilizado não subs tui o original publicado em Diário Oficial.

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