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FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

SILAS PEREIRA DA SILVA JUNIOR

Análise das propriedades mecânicas do


polietileno de alta densidade reciclado.

São Paulo

2010

 
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FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

SILAS PEREIRA DA SILVA JUNIOR

Análise das propriedades mecânicas do


polietileno de alta densidade reciclado.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Faculdade de
Tecnologia da Zona Leste, sob a
orientação do Professor Lucio
Severiano, como requisito parcial
para a obtenção do diploma de
Graduação no Curso de Tecnologia de
Produção em Plástico

São Paulo

2010

 
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FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE

PEREIRA, Silas S. Junior

Análise das propriedades mecânicas do polietileno de


alta densidade reciclado.
Monografia  apresentada  no  curso  de 
Tecnologia  em  Produção  de  Plástico 
na  Faculdade  de  Tecnologia  da  Zona 
Leste  como  requerido  parcial  para 
obter  o  título  de  Tecnólogo  em 
Produção de Plástico. 

Aprovado em:  

Banca Examinadora 
 
Prof. Dr. ou Me. Lucio César Severiano  
Instituição:   FATEC‐ZL 
Julgamento: _________________Assinatura: __________________ 
Prof.  Marcelo Augusto Gonçalves Bardi             
Instituição: Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares 
(IPEN/CNEN – SP) Julgamento: ___________Assinatura: __________  
Prof.  Célia Viderman Oliveira  
Instituição:  FATEC‐ZL 
Julgamento: ________________Assinatura: ______________  
 
 
São Paulo, .... de ..... de 2010. 
 
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PEREIRA, Silas S. Junior 

          Análise das propriedades mecânicas do polietileno de alta densidade reciclado / Silas 
Pereira da Silva Junior – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, 2010 

60 p. 

Orientador: Lucio Severiano 

Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste 

1. Polietileno de alta densidade. 2. reciclagem. 3. Propriedades mecânicas 

 
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Enquanto a cor da pele for mais


importante do que o brilho dos olhos haverá
guerra.

Bob Marley

 
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Dedicatórias.

Dedico este trabalho aos meus familiares por me apoiarem na conclusão


de mais uma etapa de minha vida.

 
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Agradecimentos.

Agradeço primeiramente a Deus por ter me concedido esta oportunidade


de estar concluindo um curso de graduação em uma instituição publica.

Agradeço aos meus pais por sempre estarem do meu lado e me apoiarem
nos momentos em que eu não acreditava mais.

Agradeço aos familiares e amigos por terem paciência e me incentivarem


a sempre olhar para frente e romper sempre um obstáculo de cada vez.

E agradeço principalmente minha namorada por estar sempre ao meu


lado, mesmo nos momentos em que não podia lhe dar tanta atenção,
sempre me encorajando a seguir em frente.

 
 

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Sumario.

Conteúdo
1.  Introdução................................................................................................................ 14 
2.  Conceito histórico. .................................................................................................. 17 
2.2 O que são polímeros. .......................................................................................... 18 
2.3 As propriedades dos polímeros ......................................................................... 21 
2.4 Forma de obtenção do polímero. ...................................................................... 22 
2.5 Princípios da Reciclagem: seus benefícios, e os tipos de reciclagem ....... 23 
2.5.1 Classificação dos plásticos. ............................................................................ 24 
2.5.2 Reciclagem química ....................................................................................... 24 
2.5.3 Reciclagem Energética. ................................................................................. 26 
2.5.4 Reciclagem mecânica. .................................................................................... 27 
2.6 Tipos de processamento para polímeros ............................................................ 31 
2.6.1 Extrusão. ........................................................................................................... 31 
2.6.1.1 Componentes da Extrusora. .................................................................... 33 
2.6.2 Sopro. ................................................................................................................. 35 
2.6.3 Injeção............................................................................................................... 37 
2.6.3.1 Componentes de um sistema de injeção. ............................................ 38 
2.6.4 Termoformagem ............................................................................................... 39 
2.6.5 Rotomoldagem. ............................................................................................... 40 
3  Polietileno de alta densidade, características, propriedades e curiosidades
sobre o polímero. ........................................................................................................... 42 
3.1 Polietileno de alta densidade ............................................................................ 42 
3.2 Suas aplicações: ............................................................................................. 44 
4  Carateristicas do PEAD reciclado. ...................................................................... 46 
4.1 Características dos polímeros reciclados ........................................................ 46 
4.2 Obtenção do refugo para a reciclagem ............................................................ 46 
4.3 Mudando as propriedades dos polímeros. ...................................................... 47 
4.4 Polietileno com carga. ......................................................................................... 47 
5.  Propriedades dos polímeros. ............................................................................... 50 
5.1 Propriedades mecânicas. ................................................................................... 50 
 
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5.2 Resistência a tração. ........................................................................................... 50 


5.3 Resistência ao impacto IZOD. ........................................................................... 51 
6  Resultado e Discussões ........................................................................................ 52 
7 Considerações finais .................................................................................................. 57 
8.  REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 58 

 
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PEREIRA, Silas silva Junior, Analise das propriedades mecânicas do


polietileno de alta densidade reciclado, 64 pag, trabalho de conclusão
de curso, Faculdade de Tecnologia da Zona Leste, São Paulo, 2010.

Resumo.

Esse trabalho é sobre os polímeros em geral, com seu aparecimento e


sua utilização em tempos em que não se tinha a tecnologia suficiente
para processos atuais. O trabalho também trata dos diversos tipos de
processamentos utilizados para transformação de materiais
termoplásticos, com explicações de como ocorrem e principais funções de
cada um deles, o trabalho também fala sobre reciclagem, primeiramente é
tratado de forma critica, como é vista, se é rentável fazê-la, e os principais
meios de se obter os insumos para se reciclar, tratara também dos
diversos tipos de reciclagem, detalhando cada um deles de forma clara e
objetiva. Traz também o polietileno de alta densidade tanto virgem quanto
reciclado, observando as suas principais características e as possíveis
propriedades que o polímero pode perder em decorrer do processo. O
objetivo do tcc é desenvolver a pesquisa de modo que se tenha o
conjunto de respostas definidas a respeito de materiais reciclados em
relação a materiais virgens para identificar as propriedades mecânicas
dos polímeros e os pontos em que os mesmos sofrem em decorrer do
processo. E ira responder ao seguinte problema: Quais as propriedades
que o polímero perde em decorrer do processo de produção.

Palavra chave: Polietileno de alta densidade, Reciclagem,


Processamento, Polímeros.

 
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PEREIRA, Silas silva Junior, materiais reciclados: analise das


propriedades mecânicas do polietileno de alta densidade reciclado,
trabalho de conclusão de curso, Faculdade de Tecnologia da Zona Leste,
São Paulo, 2010.

Abstract.

This work is about polymers in general, with its appearance and its use in
times when technology was not sufficient for current processes. The paper
also discusses the various types of processing techniques for processing
of thermoplastic materials, with explanations of how they occur and the
main functions of each, the paper also talks about recycling, it is first
handled criticism, as is seen, it is worthwhile do it, and the principal means
of obtaining the inputs to recycle, also treated the different types of
recycling, detailing each of them clearly and objectively. It also brings the
high-density polyethylene on both virgin recycled, noting their main
features and possible properties that the polymer can lose in the process.
The goal of CBT is to develop the research so that they have a set of
definite answers about recycled materials for virgin materials to identify the
mechanical properties of polymers and the points in which they suffer in
the process. And will answer the following question: What are the
properties that the polymer loses in the process of production.

 
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Lista de Tabelas.

Tabela 1 – tabela das propriedades do PEAD – ...............................pag 45

Tabela 2 – resultados dos ensaios de tração do PEAD reciclado.....pag 58

Tabela 3 – resultados dos ensaios de impacto do PEAD reciclado –pag 58

 
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Lista de ilustrações.

Figura 1 – Unidade estrutural de um polímero amorfo – ..............pag 20

Figura 2 – Unidade estrutural de um polímero semi-cristalino –...pag 21

Figura 3 – Esquema de reciclagem química – .............................pag 26

Figura 4 – Esquema de reciclagem energética – .........................pag 27

Figura 5 – Esquema de reciclagem mecânica – ...........................pag 28

Figura 6 – Ciclo de reciclagem mecânica – ..................................pag 29

Figura 7 – Índice de reciclagem por tipo de produto. – ................pag 30

Figura 8 – Maquina extrusora. – ...................................................pag 32

Figura 9 – Esquema de sopro com núcleo injetado. – ..................pag 36

Figura 10 – Maquina injetora. – .....................................................pag 39

Figura 11 – Esquema do processo de termoformagem – .............pag 40

Figura 12 – Esquema de processo de rotomoldagem. – ...............pag 41

Figura 13 – Cadeia polimérica do polietileno de alta densidade –.pag 43

Figura 14 – Medidas de dímetros e comprimentos de fibras utilizadas


como cargas – ................................................................................pag 51

 
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1. Introdução.

Acredita-se que a reciclagem nos dias atuais não é só uma forma


de diminuir o impacto ambiental e colaborar com projetos de
sustentabilidade, hoje a reciclagem se tornou uma forma de ganhar
dinheiro. Muitas empresas que antes descartavam seus refugos hoje tem
em sua própria planta equipamentos que reciclam e devolvem o polímero
para o processo. Mas no entanto existem empresas que não podem
utilizar este polímero por vários fatores, como por exemplo: uma empresa
de produtos alimentícios que só utiliza matéria-prima virgem por normas
estabelecidas pelo estado não pode reutilizar este material no seu
processo, ou empresas que produzem peças técnicas com alto
desempenho que não podem utilizar polímeros reciclados pela perda das
propriedades que este sofreu em decorrer do processo.

O trabalho mostrara o conceito dos plásticos, uma passagem


singela pela historia deste, os tipos de reciclagem e os tipos de
processamento para polímeros termoplásticos, mas terá a ênfase nas
propriedades do polietileno de alta densidade, tanto do polímero virgem
quanto do polímero reciclado, serão realizados ensaios mecânicos para
obtenção de dados para comparar esses dois tipos de polímeros,

Essas empresas muitas vezes criam um outro tipo de segmento, ou


outra linha de produtos que não exijam tanto desempenho quanto as
produzidas com polímero virgem, um bom exemplo é uma industria
automobilística, que produz seus produtos com alto desempenho para as
montadoras e o refugo é utilizado para a produção da mesma peça porem
esta será destinada as empresas de reposição como produto paralelo.

 
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Agrega-se valor aos dois tipos de produtos as vezes tendo mais


rentabilidade nos produtos que são produzidos para empresas de
reposição, outro tipo de agregar valor ao produto é a adição de
componentes para melhor ou modificar as propriedades deste polímero,
tais como: corantes, cargas (de reforço ou de enchimento), e aditivos, os
corantes servem para determinar cores ao polímero, também conhecidos
como pigmentos, já as cargas tem duas funções, uma delas é a redução
de custos, um polímero que recebe uma carga de enchimento geralmente
custara mais barato para o produtor e ao consumidor pois a carga é mais
barata de que o polímero, geralmente utiliza-se 30% da carga para
redução do valor do polímero. Já as cargas de reforço são adicionadas
para modificar principalmente as propriedades mecânicas deste polímero,
como por exemplo a adição de fibras, que resultam em maioria das vezes
melhores propriedades mecânicas no polímero, e os aditivos mudam os
polímeros de acordo com o processo, podendo deixar o polímero mais
rígido ou mais flexível, utilizando um aditivo denominado plastificante.

Esse trabalho irá dissertar sobre os efeitos sofridos pelo PEAD


através dos diversos tipos de processos (extrusão, injeção, sopro,
termoformagem, ...) e pela ação da reciclagem mecânica deste material,
observando possíveis cargas ou/e aditivos para melhorar essas
propriedades perdidas tanto no processo quanto na reciclagem.

Os dados obtidos pelos materiais reciclados serão comparados


com o próprio material virgem, por comparações de tabelas retirados de
sites de empresas, trabalhos já realizados.

As propriedades a serem consideradas são: resistência ao impacto,


resistência a tração e índice de fluidez, todos seguindo as normas ASTM.

 
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O trabalho ira responder ao seguinte problema: Quais as


propriedades que o polímero perde em decorrer do processo de
produção?

As hipóteses levantadas são: A alta taxa de cisalhamento ou forma


inadequada de processo, escolha de material inadequado.

 
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2. Conceito histórico.

De acordo com (GORNI, 2010) os polímeros de certo modo são


tipos de materiais antigos, ou seja, já ha muitos anos atrás existiam tipos
de polímeros naturais mas com baixa tecnologia, ou seja, baixa pesquisa
e ramo de utilização para este, com o avanço do tempo houve mudanças
para melhorar as propriedades de cada um deles.

Tem-se registro que em meados do século XIX já eram encontrados


certos tipos de polímeros, mas não se tinha bem ao certo de qual
polímero se tratava, qual seria sua utilização, pois o que promovia a
polimerização era o intestino de animais com a decomposição e de uma
certa forma promovendo uma certa pressão no alimento decomposto e
gases formados dentro do intestino funcionando quase como um reator
onde se obtinha esses polímeros.

Com o passar do tempo houve pesquisas e muitos testes para


conseguir o polimerização através de reações químicas. E em uma
dessas pesquisas a GOODYEAR descobre a vulcanização da borracha.
Houve também alguns desenvolvimentos em celulose. Com o passar dos
anos a intenção era reduzir um tipo de polímero sintético, e foi realizado
com o baquelite, primeiro polímero totalmente sintético produzido.

As pesquisas eram constantes mas pouco eficazes, pois os


estudiosos não sabiam bem da onde vinha a matéria-prima para a
polimerização, até que foi descoberta a teoria da macromolécula em torno
de 1920, alavancando as formas de pesquisas e aumentando então os

 
18
 

tipos de polímeros. Com o passar dos anos, foi cada vez mais
aumentando a utilização de polímeros em substituição de outros tipos de
materiais.

 
2.2 O que são polímeros.

Segundo (MICHAELLI, et all, 1995),polímero é um conjunto de


macromoléculas ligadas em cadeias formando monômeros, quando há a
união destes monômeros essa massa se torna mais densa formando um
polímero, basicamente a base para esses polímeros são hidrocarbonetos
(ligação de carbono e hidrogênio), retirados principalmente do petróleo,
especificamente da Nafta, mas também é possível retirar essa matéria
prima de madeiras, carvão e até CO2.

Os polímeros são divididos em três grupos, sendo eles:


termoplásticos, termorrígidos e elastômeros.

Termoplásticos: são materiais que se fundem através de


imposição de calor sobre eles, e são solúveis. Têm variação de estado
físico com a mudança de temperatura, podendo ser líquido, maleável e
rígido. Os termoplásticos são divididos em dois grupos:

Materiais amorfos: são materiais que possuem a formação da


cadeia polimérica em forma desordenada, promovendo muitas vezes

 
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brilho e transparência em seu produto e por outro lado diminuindo


algumas propriedades mecânicas deste polímero.

Figura 1 – estrutura amorfa

Fonte: (BIOABSORBIBLE, 2010, bioabsorbible.com)

Materiais semi-cristalinos: são polímeros que possuem sua


cadeia molecular mais ordenada, fazendo com que esse polímero fique
com a aparência opaca, mas no entanto obtém maiores resistências em
comparação a polímeros amorfos, por obterem suas cadeias mais
alinhadas diminuído sua cisão.

 
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Figura 2 – estrutura semi-cristalina

Fonte: (BIOABSORBIBLE, 2010, bioabsorbible.com)

Termorrígidos: são materiais rígidos, não são processáveis pois


obtém cadeias estreitamente encadeadas, ou seja, muitas ligações
cruzadas dificultando o processamento, geralmente esses materiais são
sinterizados ou são submetidos a compressão para poderem ser
moldados e transformados em produto acabado.

Elastômeros: os polímeros não são fusíveis e também não são


solúveis, mas podem ser amolecidos com o aumento da temperatura, as
cadeias moleculares dos elastômeros são compostas de cadeias lineares
ligadas através de poucas ligações cruzadas, onde se obtêm a

 
21
 

deformação elástica do produto, as cadeias lineares deslizam sobre si e


as ligações cruzadas tem o objetivo de retorná-las para o seu estado
original.

2.3 As propriedades dos polímeros

De acordo com (MICHAELLI, 1995) a vasta substituição de outros


tipos de materiais por plástico tem o principal objetivo a diminuição de
peso. Por exemplo, o alumínio pesa três vezes e o aço pesa cerca de oito
vezes mais do que o polietileno.

Outra vantagem esta no fácil processamento , com temperaturas


relativamente baixas comparadas com os tipos de materiais já
mencionados. Uma das vantagens de processar em temperaturas mais
baixas é a inserção de aditivos ou cargas, tais como: pó de madeira,
talco, fibra de vidro, carbonato de cálcio, etc, para melhorar as
propriedades já existentes e muitas vezes para reduzir custo, já que
geralmente as cargas são mais baratas que o polímero.

Outra vantagem do polímero é a baixa condutibilidade elétrica


(muito utilizada em fios como isolante) e térmica (utilizada em geladeiras,
copos, etc.), um dos fatores para que ocorra isso é que o polímero não
possui radicais livres como os metais diminuindo a dispersão e condução
de energia, porem os polímeros possuem uma desvantagem a alguns
tipos de materiais, como por exemplo, a permeabilidade a gases, por

 
22
 

serem materiais com baixa densidade (ter espaços entre as moléculas)


acabam tendo este problema, que também podem ser usados a seu
favor, equipamentos utilizam polímeros como filtros, um dos casos é a
utilização de polímero para retirar sal da água do mar.

Agora uma das maiores vantagens dos polímeros é que podem ser
reciclados varias vezes, ser reaproveitado, utilizado para a obtenção de
energia, etc.

2.4 Forma de obtenção do polímero.

Segundo (MICHAELLI, 1995) as fontes de matéria-prima para a


obtenção de polímeros são materiais orgânicos, tais como: carvão (rico
em carbono), celulose, gás natural, e a principal, o petróleo. As moléculas
destes materiais possuem carbono (C) e hidrogênio (H), que são a base
para a obtenção de vários polímeros.

O processo de obtenção do polímero através do petróleo se dá


primeiramente pela separação dos componentes dele, através da
destilação fracionada (aplicação de diferentes temperaturas obtêm
diferentes evaporações), após essa etapa tem-se a nafta, através da nafta
se retira os monômeros através do “craqueamento” (quebra das
moléculas) obtendo-se então o etileno, o propileno e o butileno, a base de
quase todos polímeros, e por fim esse gás retirado é colocado em
reatores que com iniciadores, propagadores e finalizadores formam se os
polímeros.
 
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2.5 Princípios da Reciclagem: seus benefícios, e os tipos


de reciclagem

De acordo com (RECICLAGEM DOS PLATICOS, 2010), o tipo de


processo que visa reutilizar os detritos de qualquer tipo de material é
denominado reciclagem, a reciclagem se tornou mais utilizada aos anos
70. Com a crise do petróleo e a preocupação do meio ambiente. Sendo
uma das principais vantagens de se reciclar plásticos e principalmente os
detritos urbanos é a redução do volume dos aterros sanitários, alem da
geração de empregos, melhora econômica, dentre outros.

Conforme diz (MICHAELLI, et all, 1995), a reciclagem do plástico


vem aumentando consideravelmente com o passar dos anos. A idéia
principal da reciclagem é inserir o que já estava descartado pela
sociedade, novamente ao nosso dia-a-dia. A reciclagem também é uma
forma de se obter matéria-prima de outra maneira, claro que não
exatamente com as mesmas características, mas por outro lado a maioria
das vezes mais barato.

O polímero pode ser reciclado de três formas: reciclagem


energética, reciclagem química e a reciclagem mecânica, que serão
abordadas mais adiante. Outra forma mais simples e algumas das vezes
lucrativas é o reaproveitamento de artefatos de plástico, muitas vezes
para confecção de artefatos artesanais.

 
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2.5.1 Classificação dos plásticos.

2.5.2 Reciclagem química

Segundo (PIVA, WIEBECK, 2004), a reciclagem química nada mais


é do que a decomposição do polímero retirando substancias para produzir
outro polímero ou para outro tipo de utilização, um esquema básico de
reciclagem química consiste na hidrogenação, gaseificação e pirolise
(decomposição por aquecimento), primeiramente o resíduo é aquecido e
depois hidrogenado para a obtenção de hidrocarbonetos, com essa
reação surgem resíduos que podem ser utilizados paralelamente, como
óleos e gases.

Quando a reciclagem química recebe o nome de “quimolise” é que


vai sofrer uma despolimerização realizada em polímeros produzidos por
condensação ou adição, exemplo: poliésteres (PET, Nailon e Poliuretano).

 
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Figura 3 – esquema de reciclagem química

Fonte: (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2010, www.portalsaofrancisco.com.br)

Na quimolise o polímero é separado quase que por completo,


deixando utilizável sua fase primaria, muito utilizado para repolimerização
de polímeros virgens.

A reciclagem química ocorre de três maneiras, são elas: hidrolise,


aminolise e glicolise.

Hidrólise – reação realizada através de vapor d’agua a altas


temperaturas para a quebra das ligações tendo como resultado poliois, os
esters são facilmente decompostos por hidrolise podendo obter como
sub-produto álcool ou acido.

 
26
 

Aminólise – é a reação de amina e um polímero, como por


exemplo o PU, que obtem aminas, poliois e oligômeros de uréia
substituídas.

Glicólise – a reação se da pela conversão dos reagentes do


produto. Um dos polímeros que se realiza a reciclagem química é o PET
(polietileno tereftalato) pois através de reações consegue-se obter
novamente a parte mais cara do polímero, viabilizando a repolimerização
e tornando mais rentável a reciclagem.

2.5.3 Reciclagem Energética.

Consiste na queima propriamente dita dos resíduos gerando


energia. Isso se da pelo alto valor calórico que se tem em polímeros. Uma
das desvantagens é a emissão de poluentes, mas já existem alguns tipos
de tratamentos no produto e no processo para que diminua a emissão. Já
os sólidos (o subproduto) recebem destinação diferenciada de acordo
com cada região. Este processo é chamado de pirolise quando a
decomposição térmica é realizada com a ausência de oxigênio e com
temperatura controlada entre 760 a 1400 ºC já a incineração é realizada
por oxidação.

 
27
 

Figura 4 – esquema de reciclagem energética

Fonte: (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2010, www.portalsaofrancisco.com.br)

2.5.4 Reciclagem mecânica.

Segundo (PIVA, WIEBECK, 2004) a reciclagem mecânica nada


mais é de que o reprocessamento de refugos ou produtos descartados.

 
28
 

Figura 5 – esquema de reciclagem mecanica

Fonte: (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2010, www.portalsaofrancisco.com.br)

Para reciclagem de refugos, as empresas primeiramente


transportam esses materiais para moinhos para que se fragmentem e se
tornem “flocos”. Em alguns casos esses refugos são misturados e
precisam ser separados. A forma mais comum e mais utilizada é a
separação por densidade, sabendo-se que cada polímero obtém sua
densidade e conhecendo cada uma delas é possível separá-las. Este
processo é realizado em tanques com água misturadas a alguns sais
minerais para igualar a densidade dos polímeros. Após isso o material
passa por um processo de secagem e então esses flocos são colocados
em uma maquina extrusora onde são muitas vezes adicionados cargas
e/ou aditivos para melhorar custo e propriedades do material.

 
29
 

Figura 6 – ciclo de reciclagem mecânica

Fonte: (AMBIENTE BRASIL, 2010, www.ambientebrasil.com.br)

Para reciclagem de produtos urbanos (lixo urbano) o processo se


torna um pouco mais complicado. Primeiramente é preciso recolher esse
material, geralmente realizado por cooperativas responsáveis. Após
recolher todo esse material é passado pela primeira triagem onde os
plásticos são separados de outros tipos de materiais: (latas, vidros,
papeis, etc...). Após essa etapa é realizada outra triagem para a
separação dos tipos de polímeros (PET, PEAD, PVC, PP, PS, etc.).
Depois são levados para moinhos para serem moídos. Após esta etapa
são submetidos mais uma vez a banhos para retirada de impurezas que
possam ser prejudicial ao polímero. Após essa lavagem o material é
reprocessado e devolvido ao mercado.

 
30
 

Figura 7 – índice de reciclagem por tipo de produto

Fonte: (PORTAL SÃO FRANCISCO, 2010, www.portalsaofrancisco.com.br)

A reciclagem mecânica é a mais utilizada por ser mais barata e


mais fácil de realizar. Infelizmente ainda não é possível utilizar o material
reciclado para todos os fins. Por exemplo, não é possível fazer
embalagens alimentícias ou que entre em contato com alimento com
material reciclado, acusa-se que estes materiais contem algum tipo de
contaminante e possa ser prejudicial a saúde. Hoje já temos alguns tipos
de processos que utilizam material reciclado na industria alimentícia, trata-
se da multicamada, onde a parte do produto que tem contato direto com o
alimento é feito de material virgem e a parte externa é feita em material
reciclado, abaixando o custo da embalagem e contribuindo para melhoria
do meio ambiente.

 
31
 

2.6 Tipos de processamento para polímeros.

2.6.1 Extrusão.

De acordo com (MANRICH, 2005), extrusão é o processo que


transporta o material em direção de uma matriz com forma já definida. A
maquina extrusora é constituída basicamente de funil, barril (canhão),
rosca e matriz, (fora compartimento elétricos e mecânicos). A principal
função da extrusão é transportar, homogeneizar, plastificar e misturar os
componentes que estão sendo processados. O principal componente da
extrusora é a rosca, pois promove cerca de 80% do cisalhamento
necessário para fundir o material, os outros 20% é realizado por
resistências elétricas que geram calor. A forma da rosca é de uma rosca
sem fim, suas dimensões mudam de acordo com o polímero a ser
processado para haver melhor homogeneização. Ao material entrar em
contato com a rosca, inicialmente ele tem forma de grãos, assim obtêm
alta densidade, com o movimento da rosca e o amolecimento do material
a densidade começa a diminuir pois elimina o ar que há entre os grãos e
aproxima-os cada vez mais. Por isso as rosca de extrusoras possuem
taxa de compressão, para melhorar a mistura dos componentes. É muito
importante que o processo tenha um bom controle de temperatura para
manter a uniformidade do perfil extrudado, e também cadenciar as
propriedades mecânicas.

De acordo com (BLASS, 1988) a moldagem por extrusão pode ser


utilizada tanto para confecção de produtos acabados quanto para
produção de peças que precisarão sofrer outros tipos de processos. Pode
ser usada também como aditivação, pigmentação e misturas de
polímeros. A extrusão se distingue dos outros processos por se tratar de
um processo continuo, por isso é utilizado para produção de produtos
 
32
 

lineares ou grãos que serão utilizados em outro processo para confecção


de outra peça.

Uma extrusora consiste basicamente em um canhão que em seu


interior gira uma rosca arquimediana que promove o transporte do
material até a matriz.

Geralmente a rosca possui três estágios (em roscas para materiais


convencionais), primeiramente o primeiro contato do material com a rosca
é na zona de alimentação onde a profundidade dos canais são mais
fundos para poder armazenar os grãos que por estarem em formato de
grãos obtém maior densidade, após esta fase entra-se na zona de
compressão onde o material já aquecido é transportado e comprimido
para a redução da densidade provocada pela eliminação do ar entre os
grãos, esta fase também melhora a homogeneização do material, caso
este estiver sendo processado com aditivos, pigmentos, cargas, etc. e por
fim chega-se a zona de calibragem onde os canais são bem razos
promovendo o aumento da pressão necessário para a passagem do
material pela matriz, melhorando ainda mais a homogeneização do
material a ser processado.

Figura 8 – maquina extrusora.

Fonte: (LUMAPLASTIC, 2010, http://www.lumaplastic.com.br/desenho extrusora.jpg)

 
33
 

Antes de sair do cilindro em direção a matriz, normalmente existem


‘grade’ ou filtros, que melhoram ainda mais a mistura do polímero,
retirando quaisquer partícula solida existente no material fundido e
também retirando a forma helicoidal que o polímero recebe ao passar
pela rosca.

Com a saída do material pela matriz, este ainda obtém alta


temperatura e com pouca rigidez, então este material é puxado por um
puxador que a velocidade tem de ser sincronizada com a velocidade que
o material sai da matriz, e geralmente é passado em banheiras com água
para refrigerá-lo.

A folga entre a rosca e o canhão deve ser mínima para não ocorrer
o retorno do material, pois se o material retornar e não sair pela matriz
pode ocorrer a degradação do mesmo, a degradação do material também
pode se dar pela alta temperatura do cilindro, normalmente utiliza-se
meios de refrigeração no cilindro para controlar a temperatura,
equipamento muito utilizado é a ventoinha.

2.6.1.1 Componentes da Extrusora.

Funil: tem a finalidade de armazenar o material para abastecer a


estrusora de forma continua e sem falhas.

Canhão e rosca: tem a finalidade de amolecer, plastificar, misturar,


homogeneizar e transportar o polímero até a matriz.

 
34
 

Restrição (tela): tem como principal motivo principal gerar contra-


pressão e retirar a forma helicoidal do polímero, mas também pode ser
utilizada como filtro, para retirada de impurezas do polímero, é muito
utilizada desta maneira em processo de materiais reciclados.

Matriz: da a forma ao perfil, também ajuda na contra-pressão, pois


o material que já vem com uma grande pressão tem que passar por um
orifício muito pequeno, a matriz também aumenta muito a taxa de
cisalhamento do polímero pelo fato de ele ter que passar por orifícios
muitas vezes bem pequenos, uma forma de compensar esse fato é
aumentar o temperatura da matriz, com isso aumenta-se a temperatura
do polímero conseqüentemente aumenta a viscosidade facilitando a
passagem deste pela matriz, porem se o aumento da temperatura for
descontrolado, a viscosidade aumentara de tal forma que o polímero não
tomara a forma da matriz ou até se degradara.

Resistências: tem a finalidade de auxiliar no amolecimento do


material, também ser para manter o controle de temperatura do processo,
pois com o atrito somente ficaria praticamente impossível este controle,
com as resistências elétricas obtêm melhor controle do processo, pois
consegue-se modificar as temperaturas em diferentes pontos do barril,
muito importante para materiais de difícil processamento.

Motor: promove o giro da rosca, geralmente esses motores contem


controle de velocidade (motor variador), para controle da velocidade de
processamento, e por conseqüência a taxa de cisalhamento do polímero,
aumentando muito a taxa de cisalhamento o polímero degrada (queima),
tendo produtos desuniformes, se a velocidade do giro da rosca for acima
do necessário ocorre maior atrito, aumentando a temperatura e assim
degradando o polímero.

 
35
 

2.6.2 Sopro.

Segundo (BLASS, 1988) o processo de sopro consiste em uma


extrusora que manda o material para uma matriz de formato tubular, após
a saída do material pela matriz entra a outra etapa do processo onde o
perfil extrusado é capturado pelo molde, uma faca corta-o e quase que ao
mesmo tempo entra-se um mandril de sopro e faz co que ocorra o
estiramento do perfil dentro do molde formando a peça acabada, após isto
o molde se abre e então retorna o ciclo, a diferença da extrusão para o
sopro é que na extrusão o ciclo é continuo, na sopradora de uma certa
forma também é continuo, pois o material extrudado não interrompe o
ciclo, mas os produtos acabados são produzidos em ciclos, por esse
motivo torna se o processo de sopro mais caro de que a extrusão, o
problema da moldagem por sopro é a dificuldade de conseguir controlar
as espessuras ao longo da peça, pois o material extrusado sai da matriz
quente e tem de suportar seu próprio peso ate que o molde complete seu
ciclo, também entra em conta o formato do produto, por exemplo: se um
produto com um designer diferenciado e/ou possui muitos cantos vivos ou
ate diferenças significativas em diâmetros da peça, dificilmente
conseguira controlar essa espessura em maquinas convencionais.

Os problemas de espessura podem ser resolvidos com a técnica


do núcleo injetado, núcleo injetado nada mais é do que a injeção de uma
pré-forma e após isso a pré-forma é aquecida e estirada sobre as paredes
do molde, outras vantagens são: a diminuição de refugos, já que na
injeção não se obtém rebarbas; a melhoria na resistência da peça
(mesmo tendo espessuras menores) pois não há linha de solda
diminuindo concentradores de tensão no produto, outros motivos de
melhoria na resistência é a forma de estiramento, já que no processo
convencional o “tubo” é estirado somente para as laterais (sentido
longitudinal), já no processo por estiramento da pré-forma é estirada tanto
 
36
 

para os lados quanto para baixo (sentido axial e sentido longitudinal),


melhorando a acomodação das moléculas.

Figura 9 – esquema de sopro com núcleo injetado.

Fonte: (DEMET, 2010, http://www.demet.ufmg.br/docentes/rodrigo/sopro1.gif)

Outra forma de reduzir custo é a técnica de extrusão com molde


deslizante, muito conhecida como maquinas carrossel, se trata de uma
extrusora geralmente potente que trabalha a plena velocidade, e a mesa
da maquina é constituída de vários moldes que deslizam e se intercalam
para haver tempo de resfriamento da peça, isso torna o processo mais
barato porem o investimento é maior pelo fato de ter vários moldes iguais
trabalhando simultaneamente.

Em relação a espessura nem sempre a técnica de núcleo injetado


pode resolver, como por exemplo uma peça que exija uma espessura

 
37
 

maior, ficara difícil o processo, então foi desenvolvido o processo de


sopro por acumulador, onde a extrusora trabalha continuamente
mandando o material para a matriz, mas nesse caso a matriz possui um
acumulador, que nada mais é de que um reservatório aquecido para
manter a temperatura do material, quando o molde completa o ciclo um
pistão pressiona esse material fazendo com que ele saia pela trafila,
como isso diminui-se o tempo em que o material fica em suspensão
suportando o próprio peso, melhorando o controle de espessura, mas
também existem peças que necessitam sim de espessuras maiores mas
não em toda a peça, nessa possui pontos onde a espessura pode ser
mais fina, então entra-se um periférico chamado controlador de parison,
se trata de uma matriz que possui um mecanismo para liberar ou reter
material em pontos diferentes do mesmo parison, podendo produzir por
exemplo uma garrafa onde o bocal onde esta a rosca para ser tampada
precisa ter maior resistência, o seu corpo pode ser um pouco mais fino e
o seu fundo com um pouco mais de resistência, então programa-se o
programador de parison para liberar mais material onde necessidade
maior espessura e reter o material quando pode ser mais fino.

2.6.3 Injeção

Segundo (BLASS, 1988) a moldagem por injeção consiste em um


tipo de extrusora que tem mais de uma função, primeiramente o material
é colocado em um funil que alimenta o canhão e a rosca, no primeiro
momento a rosca gira para derreter e plastificar o polímero que é
transportado para frente da rosca onde ainda faz parte do canhão, após
isso a rosca para de girar e exerce a função de injeção, um pistão
hidráulico pressiona o material para um ou mais orifícios bem pequenos,
fazendo com que este preencha as cavidades do molde formando a peça.

 
38
 

O processo de injeção geralmente trabalha com temperaturas


mais altas do que os outros tipos de processos pelo fato de que o material
precisa estar o mais “liquido” possível, pois passa por orifícios muito
pequenos ocorrendo alto cisalhamento no material, normalmente os
polímeros usados em processo por injeção sofrem mais desgastes de que
em outros processos, pois ocorre maior cisalhamento no polímero, hoje
existem diversos tipos de técnicas em injeção para diminuir os refugos e
assim diminuir a quantidade de material para se reciclar, umas dessas
técnicas mais utilizada é a câmara quente, onde o canal de injeção do
molde é fechado e aquecido, então quando o material é injetado para
dentro do molde entra na câmara quente e após preenche as cavidades
do molde, e o que serio o “galho” permanece quente esperando o próximo
ciclo.

2.6.3.1 Componentes de um sistema de injeção.

Sistema de injeção: possui o canhão e a rosca que tem a mesma


função da extrusora que é misturar, plastificar, transportar e
homogeneizar o material e também funciona como um êmbolo
empurrando o material para frente como uma injeção mesmo, na rosca da
injeção existem algumas particularidades, como tamanho da rosca
(geralmente mais curtas de que as de uma extrusora), possui na sua
ponta um anel de bloqueio que tem a função de não deixar o material
voltar para a área de plastificação no momento em que a rosca estiver
exercendo a função de êmbolo, a frente o canhão existe um periférico
denominado bico injetor, este é o ponto em que o material será
pressionado a sair, também existem diversos tipos de bicos de acordo
com cada polímero a ser processado.

 
39
 

Figura 10 – maquina injetora.

Fonte: (INPAME, 2010, http://www.inpame.org.br/images/pontos_perigo.gif)

2.6.4 Termoformagem

Conforme (BLASS,1988) termoformagem é o processo que molda


peças a partir de chapas já extrusadas, existe o processo por compressão
onde o laminado de polímero é previamente aquecido e é forçado por um
molde contendo o desenho da área superior e inferior (macho e fêmea)
dando o formato da peça, também existe o processo de vacun-form, onde
a chapa também previamente aquecida é colocada em contato com o
molde que obtêm somente um dos lados da peça, este molde muitos
furos muito pequenos, então uma bomba de vácuo a ele e faz com que
sugue a chapa para a cavidade formando a peça.

 
40
 

Figura 11 – esquema do processo de termoformagem.

Fonte: (CMAPLAST, 2010, http://cmaplast.com/vacuun5.jpg)

2.6.5 Rotomoldagem.

De acordo com(PARENTE, 2006)a rotomoldagem trata-se de um


processo onde existem vários molde que giram em torno do seu próprio
eixo e em torno de um eixo central dentro de um forno aquecido,
primeiramente os moldes são preenchidos com um tipo de polímero
 
41
 

liquido (plastisol) ou em pó, depois os moldes são transferidos para dentro


de um forno para obter a cura do polímero, esses moldes giram em todos
os sentidos para que o material se distribua igualmente formando uma
peça uniforme, então neste processo não existe a extrusão nem direta e
nem indiretamente, porem o material obtido é de difícil reciclagem pelas
suas características de preparo e obtenção.

Figura 12 – esquema de processo de rotomoldagem.

Forte: (GOOGLE, 2010, Google.images.com)

 
42
 

3 Polietileno de alta densidade, características,


propriedades e curiosidades sobre o polímero.

Neste capitulo dissertarei sobre o polietileno de alta densidade,


com suas propriedades mecânicas, químicas e físicas, as características
que o material dispõem como temperaturas de processo, de tg e algumas
curiosidades.

3.1 Polietileno de alta densidade.

Conforme (ESTRUTURA MOLECULAR, revista eletrônica de


química, 2010) a cadeia polimérica do polietileno trata-se de uma cadeia
polimérica linear feita a partir da polimerização do etileno cuja formula é
2HC = CH2.

A ilustração mostra como é a forma da cadeia polimérica do


polietileno de alta densidade:

 
43
 

Figura 13 – cadeia polimérica do polietileno de alta densidade.

Fonte: (ESTRUTURA MOLECULAR, revista eletrônica de química, 2010,


http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/polimeros.html)

Segundo (COUTINHO, e outros, 2003, Instituto de Química, UERJ)


o polietileno trata-se de um polímero parcialmente cristalino, são inertes a
maioria dos produtos químicos comuns devido a sua natureza parafinica,
seu alto peso molecular e sua formação cristalina, são materiais atóxicos,
podendo ser utilizado em contato direto com produtos alimentícios e
farmacêuticos com baixíssimo risco de contaminação.

As características lineares do polietileno de alta são obtidos em sua


polimerização, com a diferenciação de pressões e tipos de iniciadores
utilizados, para obter a linearidade é submetido a baixa pressão próximas
a da atmosfera, processo denominado por Ziegler e Natta, o primeiro
processo catalítico que obteve resultado foi a combinação de trietil-
aluminio e tetra cloreto de titânio, existem processos que utilizam outros
catalisadores tais como: o processo Phillips e o processo standar oil of
indiana, sob o processo de Ziegler e Natta as polimerizações se obtem
numa faixa de pressão de 10 a 15 atm em temperaturas de 20 a 80°C em
meio de hidrocarbonetos parafinicos em presença de um composto alquil-
aluminio e um sal de Ni, Co, Zr ou Ti, o polietileno obtido a baixa pressão
foi preparado por Max Fischer em 1934 sob a ação de Al e TiCl.
 
44
 

O polietileno de alta densidade é altamente cristalino, sua


temperatura de fusão cristalina esta na faixa de 132°C.

Com a linearidade das cadeias poliméricas por conseqüência


melhora o empacotamento das cadeias, e que as forças intermoleculares
possam agir mais intensamente, por conseqüência aumenta a sua
cristalinidade podendo ser processado em temperaturas mais altas,
polímero pouco ou praticamente insolúvel em temperatura ambiente e
com boa impermeabilidade a gases e líquido.

Segundo (ALBUQUERQUE, 2010), o polietileno de alta densidade


se sobressai aos outros tipos de polietilenos (baixa e media densidade),
por obter melhores resistência a tração e maior rigidez, a resistência ao
impacto é ligeiramente pior comparados aos mesmos polímeros
anteriormente, mas já era de se esperar de um polímero rígido, mas no
entanto continua sendo melhor do que muitos outros polímeros no
mercado principalmente quando são submetidos a esforços em baixa
temperatura.

Segundo (ALBUQUERQUE, 2010), o polietileno de alta densidade


é muito utilizado por sua estabilidade de preço e por suas boas
propriedades, sendo amplamente utilizado em embalagens flexíveis
roubando uma fatia de 30% do uso do material no pais e tendo ainda um
aumento considerável de 15% ao ano desde o inicio da década.

3.2 Suas aplicações:

 
45
 

De acordo com (COUTINHO, e outros, 2003), o PEAD é utilizado


em diferentes segmentos da indústria de transformação de plásticos,
abrangendo os processamentos de moldagem por sopro, extrusão e
moldagem por injeção. Pelo processo de injeção, o PEAD é utilizado para
a confecção de baldes e bacias, bandejas para pintura, banheiras infantis,
brinquedos, conta-gotas para bebidas, jarros d’água, potes para
alimentos, assentos sanitários, bandejas, tampas para garrafas e potes,
engradados, bóias para raias de piscina, caixas d’água, entre outros.

No processo de sopro, destaca-se a utilização na confecção de


bombonas, tanques e tambores de 60 a 250 litros, onde são exigidas
principalmente resistência à queda, ao empilhamento e a produtos
químicos, frascos e bombonas de 1 a 60 litros, onde são embalados
produtos que requeiram alta resistência ao fissuramento sob tensão.
Também é utilizado na confecção de frascos que requeiram resistência ao
fendilhamento por tensão ambiental, como: embalagens para detergentes,
cosméticos e defensivos agrícolas, tanques para fluido de freio e outros
utilizados em veículos e na confecção de peças onde é exigido um
produto atóxico, como brinquedos. Por extrusão, é aplicado em
isolamento de fios telefônicos, sacos para congelados, revestimento de
tubulações metálicas polidutos, tubos para redes de saneamento e de
distribuição de gás, emissários de efluentes sanitários e químicos, dutos
para mineração e dragagem, barbantes de costura, redes para
embalagem de frutas, fitas decorativas, sacos para lixo e sacolas de
supermercados. Algumas indústrias brasileiras já estão explorando um
novo nicho do mercado, um tipo (grade) específico de polietileno de alta
densidade para moldagem por sopro de tanques de combustível e outro
para “containeres” de mil litros.

 
46
 

4 Carateristicas do PEAD reciclado.

De acordo com (RECICLAGEM DE PEAD, 2010), o polietileno é a


resina mais utilizada entre os termoplásticos, obtido através do gás etileno
ou então do subproduto do petróleo, tem-se registros de que é consumido
em cadeia global cerca de 100 milhões de toneladas de pead por ano.

4.1 Características dos polímeros reciclados

De acordo com (PARENTE, 2006) sabe-se que pode se reciclar


muitas vezes o mesmo polímeros, e sabe-se também que todos os
polímeros termoplásticos são recicláveis, porem quando ocorre a
reciclagem esses polímeros tendem a perder algumas de suas
propriedades pelo fato de sofrer exposições a temperaturas relativamente
altas, algumas vezes por contaminação por outro tipo de polímero que
não foi retirado em sua triagem ou até por impurezas que permaneceram
neste polímero e a quebra das cadeias poliméricas e a degradação do
polimero

4.2 Obtenção do refugo para a reciclagem

De acordo com (PARENTE, 2006), os maiores produtores de


refugos somos nós consumidores, com o consumo de embalagens
plásticas que em sua maioria é feita de polietileno. Por falta de
conscientização estas embalagens são jogadas erradamente junto
com lixo urbano. Esse lixo praticamente que quase seu todo é
destinado a aterros sanitários. Onde os plásticos são de difícil
decomposição e acabam dando mau aspecto ao lugar, fora a
contaminação que gera. Mas existem cooperativas responsáveis por
esse trabalho, de retirar os materiais recicláveis diretamente das
residências, para diminuir o volume dos aterros e a contaminação
do solo. Essas cooperativas tem a função de retirar, separar, lavar,
 
47
 

descontaminar e repassar esses resíduos para empresas que


promovem a reciclagem. Uma outra forma de obtenção de resíduos
são os refugos gerados pelas próprias empresas. Esses refugos são
sobras, peças defeituosas, rebarbas que não servem mais para
aquele determinado processo. Muitas vezes isso ocorre com
empresas de produtos alimentícios, pois há o desperdício mesmo
que mínimo mas ocorre e este não pode voltar para o processo pois
existem leis que não permitem o uso de materiais reciclados em
contato direto com produto alimentício.

4.3 Mudando as propriedades dos polímeros.

Segundo (MARCZAK, 2004), os inúmeros componentes para


modificação das propriedades dos polímeros como cargas, corantes,
aditivos, servem como ajuste fino para melhorar o seu desempenho,
alguns exemplos podem ser dados: como cargas inertes que são
adicionadas em polímeros para redução de custo e quase nenhuma
modificação nas propriedades, a adição de fibras para melhorar a
resistência mecânica do polímero, e alguns tipos de aditivos como
plastificantes que servem para deixar o polímero mais rígido ou mais
flexível, ou corantes que determinam cores ao polímero, todos os tipos de
cagas e aditivos utilizados tem de ser compatíveis com o polímero.

4.4 Polietileno com carga.

De acordo com (BONELLI, et all, 2005) os resíduos plásticos no


meio ambiente hoje provocam um certo desconforto para a sociedade, e
uma certa preocupação também. Por isso são realizadas pesquisas e
altos investimentos para cada vez mais se utilizar a reciclagem, tornando

 
48
 

ela cada vez mais viável ao produtor e conseqüentemente ao consumidor.


Um dos meios de se agregar valor ao reciclado é a adição de cargas
naturais no polímero, uma vez que reduzira custos e outra que melhorara
as propriedades do polímero. Neste estudo foi realizados testes com
polietileno de alta densidade reciclado com a adição de fibras de piaçava.
Para a utilização de tais fibras é necessário uma lavagem previamente
para a retirada de quaisquer tipo de impureza que não é necessário ao
processo podendo danificar o composto que será produzido. Os
diâmetros das fibras também não podem ser elevados para haver melhor
distribuição e homogeneização dos grãos.

Figura 14 – medidas de díametros e comprimentos de fibras utilizadas como cargas.

Fonte: (SCIELO, 2010, scielo.org)

A figura mostra os diâmetros das fibras utilizadas nos ensaios,


estão entre 0,25 a 0,71 mm de diâmetro.

 
49
 

Geralmente não é só a fibra “crua” que deve ser utilizada, pois


muitas vezes não há compatibilidade com o polímero, com isso não
ocorre a adesão do polímero a fibra não aumentando em nada as
propriedades mecânicas do polímeros, muitas das vezes ela piora. Neste
estudo as fibras foram tratadas com silano e solução metanólica, somente
os compostos com fibras com silano obtiveram melhores resultados pois
ocorreu melhor adesão entre fibra e matriz (polímero).

 
50
 

5. Propriedades dos polímeros.

5.1 Propriedades mecânicas.

Segundo (MANRICH,2005) o comportamento mecânico de um


polímero esta associado ao comportamento viscoelastico do mesmo, o
comportamento de viscoelasticidade esta relacionado a resposta elástica
e viscosa do polímero, um exemplo de comportamento elástico é de uma
mola que ao aplicar uma força ela se deforma até um ponto fixo e ao
retirar essa força retorna ao mesmo ponto que estava antes, já o
comportamento viscoso ideal se da não somente pela força aplicada e
sim pela combinação de força e tempo que lhe é aplicada, neste caso a
deformação que o material sofre se torna permanente, tornando-se
irreversível ao estado original.

5.2 Resistência a tração.

De acordo (MANRICH,2005) primeiramente é obtido os corpos de


prova de acordo com as normas exigidas (cada norma se da uma
medida), em geral a parte central do corpo de prova é mais estreita do
que as extremidades, as duas extremidades são fixadas nas garras da
maquina de ensaio de tração de maneira que deforme o corpo de prova
com velocidade constante, (também dada de acordo com cada norma),
são obtidos os valores de força e deformação de forma que se consiga
calcular os seguintes valores:

Tensão: é dada pela equação onde a tenção é igual a força sobre a


área.

G = F/A
 
51
 

Alongamento: se da pela diferença de comprimentos, onde delta L


– L0.

O ensaio de tração em termos de propriedades mecânicas dos


materiais é o mais representativo de dados, descreve o quanto este
material resiste ao alongamento e qual a sua deformação, o ensaio pode
ser realizado com velocidade constante onde se mede a tensão que esse
material suporta, e também pode ser realizado com uma tensão fixa onde
se mede o tempo que este material suportara uma determinada carga, o
ensaio apresenta os valores do modulo de elasticidade, o momento que o
material entra na zona de deformação plástica e o momento que este
material se rompe, os dados são importantes para determinar a aplicação
de cada tipo de polímero, em uma utilização de um material que precisa
suportar uma carga e não pode se deformar, é realizado este ensaio para
adquirir todos os dados.

5.3 Resistência ao impacto IZOD.

Conforme (MANRICH, 2005), os ensaios de impacto Izod são mais


utilizados em peças técnicas que precisam ou por algum motivo sofreram
algum tipo de impacto, os corpos de prova também tem dimensões
diferenciadas seguindo as normas exigidas, porem todos sofrem entalhes
no centro para a propagação da trinca, erros significativos ocorrem
quando essas trinca são feitas em pontos errado do material ou de forma
inadequada, o corpo de prova é fixado na base da maquina e é deixado o
pendulo em suspensão para que ocorra o impacto, esse teste mesmo
sendo polemico por suas incertezas é muito utilizado para comparações a
outros materiais.

 
52
 

6 Resultado e Discussões

As analises tem o objetivo de detalhar as principais propriedades


mecânicas do PEAD, comparando os resultados obtidos dos polímeros
reciclados com os polímeros virgens.

Os dados obtidos dos polímeros virgens serão retirados de


checklits de polímeros da hiper metal, e os resultados dos ensaios dos
polímeros reciclados serão retirados de ensaios obtidos através de
trabalhos realizados e checklist de empresas de reciclagem.

Com referência ao trabalho realizado por C.M. Mählmann,


L.M. Kipper , A.L Rodriguez2, D.A.R Lopez, C. Niedersberg, D.B. Teixeira,
pela universidade UNISC (Universidade de Santa Cruz do Sul) o material
que foi utilizado como amostras é o polietileno de alta densidade, as
amostras foram coletadas e reprocessadas na planta da UNICS, que
possui tais equipamentos: moinho de facas modelo MF300 -
MECANOFAR, tanque de lavagem (RS Equip.), secadores (RS Equip.),
silo de armazenamento (RS Equip.), aglutinador (RS Equip.), Extrusora
modelo SEIBT ES 35 FR, puxador/picotador (RS Equip.), e injetora LHS-
130/400 HIMACO.

A extrusão foi realizada em temperaturas médias de 175°C, 180°C,


185°C e 200°C, em 3 zonas e cabeçote respectivamente, após a extrusão
os espaguetes foram picotados, depois esse material foi levado para uma
injetora para a produção dos corpos de prova.

 
53
 

Para determinar o índice de fluidez do material foi utilizado o


equipamento Melt Flow Junior Ceast – POLIMATE de acordo com a
norma ASTM D1238, foi utilizado uma carga de 10kg a uma temperatura
de 190°C em uma tempo de corte de 60 segundos. O ensaio de tração foi
realizado em uma maquina Emic DL 10000 seguindo a norma ASTM D
638 com velocidade de ensaio igual a 500mm/min e distância entre
garras de 70mm.

O trabalho operou 14 ciclos de extrusão no polímero, e em cada


ciclo retirou-se uma amostra para ser estudada. No fim do trabalho
considerou-se que o polietileno de alta densidade possui uma ótima
estabilização perante a reciclagem mecânica, pois não há quase
nenhuma diferenciação nas propriedades do polímero, como modulo de
elasticidade e fluidez. No ensaio de tração na primeira amostra o
resultado obtido do modulo de elasticidade foi de 559,7 MPa e no ultimo
(após 14 ciclos), o resultado foi de 578,2 MPa, não havendo uma
diferenciação significativa, o que ocorre com o polímero muitas vezes
reprocessado e o aumento do índice de fluidez, pois com a exposição do
material a altas temperaturas ocorre a cisão das cadeias, fazendo com
que ele flua com mais facilidade.

Em outro estudo realizado por Lívia Matheus Candian & Antônio Alves
Dias os corpos de prova foram obtidos através da extrusão e para dar o
formato do corpo ele foi usinado para obter as dimensões prescritas pelas
normas ASTM.

Para a confecção dos corpos de prova foi utilizada uma extrusora


monorosca com capacidade de produzir 120 kg/h.

6.1 Ensaio de tração

 
54
 

O ensaio de tração foi realizado conforme a norma ASTM D638, os


corpos de prova possuíam as seguintes dimensões.

165  3,2 

13  18  19 

57 
115 
Distancia entra garras 

Corpo de prova tipo 1 (dimensões em mm): fonte ASTM D 638.

Os ensaios foram realizados no laboratório do núcleo de ensaios de


materiais e analise de falhas (NEMAT), SMM. O equipamento utilizado foi
a maquina de tração universal EMIC, modelo DL 10000, com célula de
carga com capacidade de 1000 N interligada ao software Tesc – versão
1.13, que registra valores de deslocamento de força.

6.2 Ensaios de impacto.

O ensaio de impacto Izod foi realizado de acordo com a norma ASTM D


256-04, que se refere a corpos de prova providos de entalhe, as
dimensões do corpo de prova são:

45° 

12,5 
10,16 

63,5  3,2 

 
55
 

Após 24 da confecção do entalhe foi realizado os ensaios, em uma


maquina de impacto tipo Izod, com um martelo que libera a energia de 2J
e a perda da energia decorrente do atrito causado pelo ar é de 0,024 J.

Os ensaios foram realizados em ambiente climatizado a 23°C e


umidade de 50%, os ensaios obedeceram as normas da ASTM – D para
determinar cargas, velocidades e tempos de cada ensaio.

Tabela 2 – resultados dos ensaios de tração do PEAD reciclado.

Polietileno reciclado x Polietileno virgem

Resultados ensaio de tração 


Tensão no 21,85 ± 0,37 Tensão no escoamento 29
escoamento (MPa)* (MPa)
Deformação no 21,85 ± 0,37 Deformação no Não
escoamento escoamento (mm/mm) encontrado
(mm/mm)
Tensão na ruptura 14,15 ± 0,28 Tensão na ruptura 35
(MPa) ** (MPa)
Deformação na > 6,54 ± Deformação na ruptuta
ruptura (mm/mm) 0,15 (mm/mm)
Alongamento na > 654 ± 15 Alongamento na 500
ruptura (%) ruptura (%)
Módulo de 598 ± 8 Modulo de elasticidade 900
elasticidade tangente (MPa)
(MPa)

Tabela 3 – resultados dos ensaios de impacto do PEAD reciclado.

 
56
 

Resultado ensaio de Impacto 


Resistência (J/m) 137,3 Resistência (J/m) Não
encontrado
Resistência (kJ/m²) 13,2 Resistência (kJ/m²) n.r.

Dados obtidos da ficha técnica da “HIPER METAL” também disponível na internet no site

O polietileno de alta densidade comportou-se bem aos vários


processos a que foi submetido sem perder tanta propriedades principais
ao seu funcionamento mecânico, percebe-se pelos resultados e pelos
dados obtidos que as principais propriedades mantêm estáveis fazendo
com que o polímero seja reutilizado varias vezes, mas no entanto se o
produto a ser confeccionado necessitar de um alto grau de precisão de
suas propriedades não é indicado utilizar o polímero totalmente reciclado,
sim com algumas porcentagens de mistura não interferirá no processo e
nem no produto. Nota – se que as propriedades que mais sofrem são a
tensão na ruptura e o modulo de elasticidade, em decorrer dos processos
o polímero tende a ficar mais rígido e com isso se torna mais frágil.

 
57
 

7 Considerações finais
 

O polietileno reciclado possui um comportamento dúctil, quando


submetido a tração, devido a esse comportamento ele apresenta
semelhanças com o comportamento do polietileno de alta densidade
virgem, de acordo com os processos realizados constatou que a
propriedade que o polímero mais sofre é a fluidez, pela alta exposição do
polímero a altas temperaturas e cisalhamento ocorrido pela ação da rosca
extrusora ou então pelas facas do moinho. Havendo a quebra de algumas
ligações do material que quando submetido novamente a altas
temperaturas de processamento tem maior fluidez do que o esperado.

Então torna-se viável a reciclagem do polietileno de alta densidade,


pois não perde muitas de suas propriedades e é de fácil acesso tanto
para empresas que reciclam resíduos gerados por nós, quanto para
empresas que reciclam refugos gerados por outras empresas.

 
58
 

8. REFERÊNCIAS

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