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Tese de Doutorado 
 

 
“Avaliação Numérica e Experimental da 
redução em Forno de Cuba utilizando Pelotas 
 
Convencionais e Autorredutoras produzidas 
 
com Biomassa de Capim Elefante (Pennisetum 
 
purpureum SCHMACH)” 

  ALUNA:  
Elisa Pinto da Rocha  
 
 
  ORIENTADOR:  
  Profa. PhD. José Adilson de Castro 
   
 
 
VOLTA REDONDA 
 
2016 
 

 
ELISA PINTO DA ROCHA 

 
 

“Avaliação Numérica e Experimental da redução em Forno de Cuba 

utilizando Pelotas Convencionais e Autorredutoras produzidas com 

Biomassa de Capim Elefante (Pennisetum purpureum SCHMACH)” 

Tese  apresentada  ao  curso  de  Pós­Graduação  em 


Engenharia  Metalúrgica  da  Universidade  Federal 
Fluminense como requisito para obtenção do grau de 
Doutor em Engenharia Metalúrgica. 
Área  de  concentração:  Simulação  de  Processos  e 
Fenômenos 

 
Orientador: Profor. PhD. José Adilson de Castro 

VOLTA REDONDA 
2016 
ELISA PINTO DA ROCHA 
 
“Avaliação Numérica e Experimental da redução em Forno de Cuba 
utilizando Pelotas Convencionais e Autorredutoras produzidas com 
Biomassa de Capim Elefante” 
 
 
Tese  apresentada  ao  curso  de  Pós­Graduação  em  Engenharia 
 
Metalúrgica  da  Universidade  Federal  Fluminense  como 
  requisito  para  obtenção  do  grau  de  Doutor  em  Engenharia 
 
Metalúrgica. 
 
 
 
Banca Examinadora: 
 
_________________________________________________________ 
Profor. PhD. José Adilson de Castro ­ Orientador 
EEIMVR – UFF­ Universidade Federal Fluminense  
 
 
_________________________________________________________ 
Profor. Dr. Marcos Flavio de Campos 
EEIMVR – UFF – Universidade Federal Fluminense  
 
 
_________________________________________________________ 
Profor. Dr. Neil de Medeiros  
 EEIMVR – UFF – Universidade Federal Fluminense  
 
 
_________________________________________________________ 
Profor. Dr. Alexandre Bôscaro França 
USJDR – Universidade Federal de São João Del Rei  
 
 
_________________________________________________________ 
Profor. Dr. Rodrigo Magalhães de Carvalho 
UFRJ­ Universidade Federal do Rio de Janeiro 
 
Volta Redonda 
2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
Aos  meus  pais,  Milton  Rezende  da  Rocha  e  Vera  Pinto  da  Rocha,  por  toda  a 
educação, e formação de caráter a mim concedida. 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus pelas  inúmeras maravilhosas oportunidades de 
aprendizado que tem me concedido. 
À  minha  família  por  todo  incentivo  e  suporte  necessário  para  alcançar  meus 
objetivos, em especial a minha mãe Vera e minha irmã Daniele, por vibrarem com meu 
sucesso. 
A  todos  que  colaboraram  de  alguma  forma  para  o  andamento  desta  tese,  em 
especial alguns que estarão para sempre em minha memória e coração: 
A CAPES pela concessão de bolsa de estudos. 
Ao professor José Adilson pelo incentivo e dedicação ao meu trabalho, tenho por 
ele o respeito e admiração pelo mestre que é. 
Ao  corpo  docente  do  PPGEM­UFF  que  sempre  me  ajudou,  em  especial,  o 
professor Luciano Pessanha. 
Aos  técnicos  que  colaboraram  para  a  realização  dos  meus  experimentos, 
demonstrando sempre boa vontade, em especial o técnico Célio J. Marcelo, que cumpre 
sua função com tanto amor e dedicação. 
À  professora  Adriana  Rocha  e  sua  aluna  mestranda  Andrea  Pedroza  da  UFRJ, 
pela  enorme  ajuda  nos  meus  experimentos,  e  a  Giselle  de  Mattos  Araujo  por  ter  me 
apresentado estas duas pessoas e pela amizade. 
Aos antigos amigos que me acompanharam ao longo de seis anos de caminhada, 
Gláucia  Domingues,  Tiago  Brandão,  Marcelo  Cardoso.  Vagner  Guilherme,  e  Izabel 
Mota.  
Aos  amigos  que  fiz  durante  o  doutorado  e  que  tanto  me  ajudaram, 
principalmente  com  alegrias  compartilhadas,  Mara  Peresque,  Daniele  Nogueira, 
Elizabeth Mendes e Leonardo Martins. 
Em memória ao meu grande amigo Frederico Belfort pelas conversas dedicadas 
durante nossas dificuldades encontradas na  pesquisa; tenho certeza que está bem onde 
quer que esteja. 
A todos os amigos e familiares que estão longe, mas mesmo assim sempre que 
podem me enviam mensagens de carinho e felicidade com meu sucesso. 
Ao  meu  amor  Frederico  Augusto  Baesso,  pelo  companheirismo  em  todos  os 
momentos de euforia ou desânimo durante minha pesquisa.  
 
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... 8 

LISTA DE TABELAS .................................................................................................. 15 

LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS ........................................................... 17 

RESUMO ....................................................................................................................... 20 

1  INTRODUÇÃO ................................................................................................. 22 

2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 25 

2.1. Objetivo Geral .................................................................................................... 25 

2.2. Objetivos Específicos ......................................................................................... 25 

3  REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 27 

3.1  Processos de redução primária ..................................................................... 28 

3.1.1 Processos de Redução direta ....................................................................... 29 

3.1.2. Processo de Redução Direta em reatores de cuba Midrex ....................... 30 

3.2  .Estudo da aglomeração de pelotas convencionais e autorredutoras ......... 36 

3.2.1 Processo de Pelotização e Matérias Primas ............................................... 37 

3.3  Estudo da termodinâmica e cinética de redução de pelotas convencionais e 
autorredutoras ........................................................................................................... 40 

3.4  Colaboração  de  trabalhos  científicos  no  estudo  da  cinética  de  redução 
dos óxidos de ferro na forma de aglomerados .......................................................... 47 

4 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 78 

4.1. Simulação Computacional para condições de Redução Direta ..................... 78 

4.1.1.  Parâmetros  Operacionais  envolvidos  no  Modelo  e  tipos  de  Pelotas 


consideradas ........................................................................................................... 80 

4.1.2. Equação Geral de Conservação envolvida no Modelo Matemático ....... 82 

4.1.3. Termos Fontes e Fases Envolvidas no Modelo Computacional .............. 83 

4.1.4. Reações químicas e taxas envolvidas no modelo ...................................... 86 

4.2 Ensaios Experimentais........................................................................................ 96 

4.2.1 Caracterização dos finos .............................................................................. 97 
4.2.2 Composição das misturas e ensaios termogravimétricos em TGA/DSC . 99 

4.2.3 Preparação das pelotas e ensaios termogravimétricos em forno ........... 101 

4.2.4  Caracterização  microestrutural  das  pelotas  após  ensaios 


termogravimétricos ............................................................................................. 104 

4.2.5.  Análise  do  perfil  térmico  no  interior  das  pelotas  durante  os  ensaios 
isotérmicos............................................................................................................ 106 

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 107 

5.1. Ensaios termogravimétricos e de calorimetria realizados em TGA­DSC .. 108 

5.1.1.  Análise  dos  resultados  de  TGA,  DTA  e  DSC  em  atmosfera  inerte  e 
identificação das reações ..................................................................................... 108 

5.1.2. Análise dos resultados de TGA, DTA e DSC em atmosfera reativa ..... 117 

5.1.3 Obtenção  das constantes cinéticas a  partir dos resultados  do TGA­DSC


 ............................................................................................................................... 120 

5.1.4. Cálculo do calor específico aparente das misturas e energia de ativação 
das reações ........................................................................................................... 125 

5.2 Ensaios termogravimétricos realizados com as pelotas ................................. 129 

5.3.  Investigação  do  grau  do  inchaço  e  porosidade  inicial  das  pelotas 
autorredutoras......................................................................................................... 134 

5.4. Análise das imagens em MEV e fases detectadas por difração de Raios­X 140 

5.4.1.  Resultados  para  pelotas  reduzidas  contendo  biomassa  e  coque  em 


atmosfera inerte................................................................................................... 140 

5.4.2.  Resultados  para  pelotas  reduzidas  contendo  biomassa  e  coque  em 


atmosfera reativa ................................................................................................ 149 

5.2 Resultados do modelo matemático para simulação do forno cuba Midrex . 159 

6 CONCLUSÕES ........................................................................................................ 169 

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 172 

ANEXOS...................................................................................................................... 183 

 
 

LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1.  (a)  Rota  siderúrgica  integrada  a  coque  e  (b)  rota  siderúrgica  por  redução 
direta. .............................................................................................................................. 28 
Figura 2. Produção independente de ferro gusa (“guseiro”). ......................................... 29 
Figura 3. Desenho esquemático de um forno Midrex. (Extraído de (SILVA, 2010)). . 31 
Figura  4.  Esquema  da  deposição  de  carbono  em  partículas  ferrosas  em  processos  de 
redução direta (Adaptado de (ZHANG, et al., 2014)). .................................................... 32 
Figura  5.  Resultados  da  simulação  demonstrando  o  perfil  térmico  do  mini­alto­forno 
quando  usada  carga  redutora  (a)  carvão  vegetal  e  (b)  small  coque.  (Adaptado  de 
(MATOS et al., 2012)). .................................................................................................. 34 
Figura  6.  Resultados  da  simulação  para  o  reator  Midrex  da  planta  Siderca  da  (a) 
diferença concentração de concentração do H2 (X1) e CO (X2); (b) taxa de reação com 
H2 (R1) e CO (R2); (c) Temperatura do sólido e gás e (d) Fração molar da composição 
do gás de saída (Adaptado de (PARISI, et al., 2004)). ................................................... 35 
Figura  7.  Resultados  da  simulação  para  o  reator  Midrex  da  planta  Gilmore  da  (a) 
diferença  concentração  de concentração do  H2  (X1)  e  CO  (X2);  (b)  taxa  de  reação  H2 
(R1) e CO (R2); (c) Temperatura do sólido e gás e (d) Fração molar da composição do 
gás de saída (Adaptado de (PARISI, et al., 2004)). ........................................................ 36 
Figura 8. Destino  do  minério  de  ferro  de  acordo  com  sua  distribuição  granulométrica 
(Extraído de (MEDEIROS, 2010)). ................................................................................ 37 
Figura 9. Formação da pelota (Extraído de (Da SILVA, 2003)). ................................. 38 
Figura 10. (a) Taxa da evolução dos compostos voláteis a partir da pirólise de capim 
elefante e (b) respectivo calor específico aparente para a taxa de aquecimento de 10ºC 
(Extraído de (STREZOV, et al., 2008)).......................................................................... 40 
Figura 11. Classificação das reações de redução. (Extraído de (ARAUJO, 2013)). ..... 41 
Figura  12.  Comportamento  cinético  da  autorredução  em  pelotas  (Extraído  de 
(ARAUJO, 2013)). ......................................................................................................... 41 
Figura  13.  Modelo  de  conversão  progressiva  (Extraído  de  (TURKDOGAN,  et  al., 
1987)). ............................................................................................................................ 43 
Figura  14.  Modelo  do  núcleo  não­reagido  para  partículas  esféricas  (Extraído  de 
(ARAUJO, 2013)). ........................................................................................................ 43 
Figura  15.  Diagrama  de  equilíbrio  do  sistema  Fe­C­O  (Extraído  de  (NOGUEIRA, 
2010)).............................................................................................................................. 45 

Figura 16. Resultados da resistência a compressão das pelotas curadas a frio (a) e após 
sofrerem aquecimento (b) (Adaptado de (MANTOVANI, et al., 2000)). ..................... 47 
Figura  17.  Formação  de  whiskers  devido  à  baixa  taxa  de  aquecimento  (Extraído  de 
(MANTOVANI, et al., 2000)). ....................................................................................... 48 
Figura 18. Ensaio  termogravimétrico  de  briquetes  de  carepa  em  diferentes  atmosferas 
gasosas (Extraído de (BAGATINI, et al., 2011)). .......................................................... 49 
Figura 19.  Ensaios  termogravimétricos  de  briquetes  em  (a)  atmosfera  contendo  CO 
puro; e (b) atmosfera mista contendo 90% CO e 10% CO2  (Extraído de (BAGATINI, et 
al., 2011)). ....................................................................................................................... 50 
Figura 20. Imagens das amostras reduzidas em MEV no formato (a) e (c) Ferro esponja 
e na forma de whiskers (b) e (d) (Extraído de (BAGATINI, et al., 2011)). ................... 51 
Figura 21. Pelotas de lama de conversor LD à direita e após a sinterização e quebra do 
bolo à esquerda. .............................................................................................................. 52 
Figura 22. Pelotas contendo casca de minério de ferro e núcleo de carbono à esquerda e 
respectivo P­SCA (Extraído de (PAL, et al., 2014)). ..................................................... 52 
Figura 23.  (a) Taxa  de  conversão  das  diferentes  fontes  carbonáceas  e  (b)  variação  de 
massa da mistura de hematita com carvão de biomassa (Extraído de (ZUO, et al., 2013)).
 ........................................................................................................................................ 53 
Figura  24.  Curvas  TG­DTG  das  diferentes  amostras  durante  o  processo  de 
autorredução (Extraído de (ZUO, et al., 2013)). ............................................................ 54 
Figura 25. Conteúdo de (a) ferro e carvão (b) presente nas amostras finais (Extraído de 
(LUO, et al., 2011))......................................................................................................... 56 
Figura  26.  Aumento  do  inchaço  da  pelota  com  o  aumento  da  temperatura  e  CO  na 
atmosfera. (Adaptado de (WANG, et al., 2012)). ........................................................... 57 
Figura 27. Pelota reduzida em :(a)  100% H2, (b) 100% de CO (Adaptado de (WANG, 
et al., 2012)). ................................................................................................................... 57 
Figura 28. (a) Variação de peso do compósito de minério de ferro e carvão de biomassa 
e coque e (b) para diferentes granulometrias (Extraído de (UEDA, et al., 2009)). ........ 58 
Figura  29.  (a)  Fração  reagida  da  pelota  em  função  do  tempo  e  (b)  em  função  da 
temperatura nos primeiros 30 minutos (Extraído de (YI, et al., 2014)). ........................ 59 
Figura 30. Fração reagida em função do tempo a (a) 700ºC e (b) 1100ºC (Adaptado de 
(MAN, et al., 2014)). ....................................................................................................... 61 
10 

Figura  31.  Imagens  da  microesturutra  das  pelotas  aquecidas  a  diferentes  taxas  de 
aquecimento (Adaptado de (MARTINEZ, et al., 2014)). ................................................ 62 
Figura  32.  (a)  Ensaio  termogravimétrico  das  pelotas  aquecidas  a  diferentes  taxas 
de  aquecimento  e  (b)  resultados  da  difração  de  raios­X  para  a  pelota  aquecida  à  taxa 
de  5ºC/min (Adaptado de (MARTINEZ, et al., 2014)). .................................................. 62 
Figura  33.  Micrografias  de  minério  de  ferro  parcialmente  reduzidos  (93%):  (a) 
973K,  (b)1073K, (c)1173K e (d) 1273K. (Extraído de (EL­GEASSY, 1994)). .......... 64 
Figura  34.  Grau  de  redução  das  pelotas  para  diferentes  temperaturas  em  redução 
direta.  (Extraído de (EL­GEASSY, 1994)). ................................................................... 64 
Figura  35.  (a)  Comparação  das  conversões  obtidas  experimentalmente  e  por 
modelo  computacional;  (b)  conversão  molar  das  frações  de  fases  obtidas  por 
simulação  computacional. (Extraído de (COSTA, et al., 2009)). ................................. 65 

Figura  36.  Evolução  da  morfologia  ao  longo  do  tempo  durante  a  redução  a  800oC, 
em  fluxo  gasoso  composto  de  H2/He,  com  evolução  da  (a)  hematita  de  partida  a  (e) 
ferro  metálico. (Extraído de (COSTA, et al., 2009)). ................................................... 66 
Figura  37.  Reação  da  hematita  em  atmosferas  de  (a)hidrogênio  e  (b)  mistura  Midrex 
(Extraído de (BONALDE, et al., 2005)). ........................................................................ 67 
Figura 38.  Efeito  da  variação  dos  modos  de  troca  térmica  sobre  o  avanço  da  redução 
em aglomerados com carvão vegetal: (a) efeito da condução; (b) efeito do coeficiente de 
trocas externas. (Extraído de (FORTINI, et al., 2005)). .................................................. 68 
Figura 39. Partícula de óxido de ferro reduzida com H2 a 450oC: (a) 15% de  redução, 
(b)  32%,  (c)  52%,  (d)  ampliação da  região  reduzida.  (Extraído  de (  FRUEHAN, et al., 
2008)). ............................................................................................................................. 69 
Figura 40. Fração reduzida x tempo para diferentes temperaturas em pelotas com e sem 
cimento (Adaptado de (SANTOS , et al.)). ................................................................... 69 
Figura 41. Fração convertida de briquetes contendo cal (amostra 2) e sem cal (amostra 
1) (Extraído de (MOON, et al., 2003)). .......................................................................... 71 
Figura  42.  (a)  modelo  cinético  de  primeira  ordem  adaptado  e  (b)  modelo cinético  de 
primeira ordem (Extraído de (MOON, et al., 2003))...................................................... 72 
Figura  43.  Secção  transversal  de  um  briquete  contendo  poeira  e  carbono  reduzido  a 
1300ºC (Extraído de (GUDENAU, et al., 2005)). .......................................................... 73 
11 

Figura  44.  (a)  Calor  específico  do  carvão  e  minério  e  de  ambos  separados  e;  (b)  de 
misturas contendo carvão e minério e coque e minério, ambos na proporção  de 20:80 .
 ........................................................................................................................................ 74 
Figura 45. Grau de inchaço e grau de redução de pelotas de minério de ferro (Extraído 
de (LINGYUN, et al., 2015)) ......................................................................................... 76 
Figura  46.  (a)  Tempo  de  redução  e  grau  de  redução  e  (b)  efeito  de  aglomeração  das 
pelotas após a redução (Extraído de (LINGYUN, et al., 2015)). ................................... 77 
Figura 47. Esquema do forno cuba considerado no desenvolvimento desta tese. ......... 79 
Figura 48. (a) Modelo multifásico e (b) multicomponente aplicado ao leito que compõe 
o reator. ........................................................................................................................... 80 
Figura 49. Modelo do núcleo não­reagido. ................................................................... 81 
Figura 50. Diagrama de blocos representativo da metodologia da simulação desta tese.
 ........................................................................................................................................ 96 
Figura  51.  TGA/DSC  Q600  em  que  foram  realizados  os  ensaios  termogravimétricos.
 ...................................................................................................................................... 100 
Figura 52. (a) suportes usados para colocar as amostras no interior da cuba; (b) forno 
usado em ensaio de redução, (c) remoção da cuba após ensaio realizado e (d) operação 
do forno......................................................................................................................... 103 
Figura 53. Perfil de temperatura no interior da cuba após encharque do forno. ......... 103 
Figura 54. Dilatômetro utilizado disponível em Laboratório de Fluidos e Termociências 
localizado na UFF­Volta Redonda. .............................................................................. 105 
Figura  55.  Imagem  da  pelota  com  o  termopar  inserido  no  seu  centro  após  a  análise 
experimental. ................................................................................................................ 106 
Figura 56. Grau de redução das misturas (a) sem carbono, com carbono proveniente de 
(b) biomassa e (c) coque, todos realizados em atmosfera inerte. ................................. 110 
Figura  57.  Variação  mássica  percentual  para  as  misturas  convencionais  ao  atingir 
diferentes temperaturas. ................................................................................................ 111 
Figura 58. Diagramas de DTA (a) e (b) fluxo de calor para as amostras convencionais.
 ...................................................................................................................................... 111 
Figura 59. Diagramas de DTA (a) e (b) fluxo de calor para as amostras contendo carvão 
de capim elefante. ......................................................................................................... 112 
Figura 60. Diagramas de DTA (a) e (b) fluxo de calor para as amostras contendo coque.
 ...................................................................................................................................... 113 
12 

Figura  61.  Ensaio  termogravimétrico  do  carvão  de  capim  elefante  nas  mesmas 
condições operacionais das misturas utilizadas nesta tese. .......................................... 114 
Figura 62. Grau de redução para as misturas convencionais em atmosfera reativa. ... 118 
Figura 63. Diagramas de DTA (a) e (b) fluxo de calor para as amostras convencionais 
em atmosfera reativa. .................................................................................................... 118 
Figura  64.  Gráfico  para  cálculo  das  constantes  cinéticas  das  etapas  de  redução  dos 
óxidos de ferro para o ensaio a 1100ºC para mistura autorredutora com composição de 
20% de carbono proveniente do capim elefante. .......................................................... 122 
Figura  65.  Variação  do  calor  específico  do  material  em  relação  à  temperatura  até 
1100ºC. ......................................................................................................................... 125 
Figura  66.  Obtenção  da  energia  de  ativação  da  reação  de  redução  da  magnetita  a 
wustita para misturas contendo 20% de carbono da biomassa a 1100ºC. .................... 127 
Figura  67.  Grau  de  redução  das  pelotas  autorredutoras  contendo  (a)  coque  e  (b) 
biomassa nas diferentes isotermas. ............................................................................... 130 
Figura  68.  Grau  de  redução  das  pelotas  autorredutoras  contendo  (a)  biomassa,  (b) 
coque e (c) convencionais nas diferentes isotermas. .................................................... 131 
Figura  69.  Imagens  das  pelotas  contendo  (a)  biomassa,  (b)  coque  e  (c)  sem  finos  de 
carbono após 42 minutos no interior do forno a 1100ºC em atmosfera Midrex........... 133 
Figura  70.  Perfil  de  temperatura  do  forno  e  no  interior  das  pelotas  em  ensaio 
isotérmico. .................................................................................................................... 133 
Figura 71. Variação linear do diâmetro das pelotas contendo (a) biomassa e (b) coque 
com diferentes tempos isotérmicos a 1100ºC em dilatômetro...................................... 135 
Figura 72. Imagens das pelotas contendo biomassa após (a) 30 minutos, (b) 45 minutos 
e (c) 60 minutos a 1100ºC e imagens das pelotas contendo coque após (d) 30 minutos, 
(e) 45 minutos e (f) 60 minutos a 1100ºC..................................................................... 136 
Figura 73. Imagens de tomografia da pelota autorredutora verde. .............................. 137 
Figura 74. Imagens de tomografia da pelota convencional verde. .............................. 138 
Figura  75.  Diagramas  de  profundidade  dos  poros  das  pelotas  (a)  autorredutora  e  (b) 
convencionais ao longo do corte transaxial. ................................................................. 139 
Figura  76.  Imagens  3D  dos  poros  nas  amostras  (a),  (b)  autorredutora  e  (c),  (d) 
convencional. ................................................................................................................ 140 
Figura  78.  Difração  de  raios­X  das  amostras  contendo  biomassa  (a)  e  coque  (c), 
reduzidas a 900ºC e, (c, d) fração mássica dos primeiros 24 minutos de ensaio. ....... 141 
13 

Figura  79.  Difração  de  raios­X  das  amostras  contendo  biomassa  (a)  e  coque  (c), 
reduzidas a 1000ºC e, (c, d) fração mássica dos primeiros 24 minutos de ensaio. ..... 142 
Figura  80.  Difração  de  raios­X  das  amostras  contendo  biomassa  (a)  e  coque  (c), 
reduzidas a 1100ºC e, (b, d) fração mássica dos primeiros 24 minutos de ensaio. ..... 143 
Figura 81. (a), (d), (g), (j) Amostras com biomassa removidas a 900ºC, (b), (e), (h), (k) 
a 1000ºC e (c), (f), (i), (l) a 1100ºC, todas em intervalos de 6 a 24 min, respectivamente.
 ...................................................................................................................................... 146 
Figura 82. Pelota removida a 1100ºC após 24 min de ensaio. .................................... 147 
Figura 83. (a), (d), (g), (j) Amostras com coque removidas a 900ºC, (b), (e), (h), (k) a 
1000ºC e (c), (f), (i), (l) a 1100ºC, todas em intervalos de 6 a 24 min, respectivamente.
 ...................................................................................................................................... 148 
Figura 84. Imagens das bordas das pelotas contendo coque para tempos de (a) 6, (b)18 
e (c) 24 minutos de ensaio. ........................................................................................... 149 
Figura 85. Difração de raios­X das amostras contendo biomassa (a), coque (c), e sem 
carbono (e), reduzidas a 900ºC e, (b, d, f) fração mássica dos primeiros 24 minutos de 
ensaio. ........................................................................................................................... 150 
Figura 86. Difração de raios­X das amostras contendo biomassa (a), coque (c), e sem 
carbono (e), reduzidas a 1000ºC e, (b, d, f) fração mássica dos primeiros 24 minutos de 
ensaio. ........................................................................................................................... 152 
Figura 87. Difração de raios­X das amostras contendo biomassa (a), coque (c), e sem 
carbono (e), reduzidas a 1100ºC e, (b, d, f) fração mássica dos primeiros 24 minutos de 
ensaio. ........................................................................................................................... 153 
Figura 88. (a), (d), (g), (j) Amostras com biomassa removidas a 900ºC, (b), (e), (h), (k) 
a 1000ºC e (c), (f), (i), (l) a 1100ºC, em atmosfera reativa, todas em intervalos de 6 a 24 
min, respectivamente. ................................................................................................... 155 
Figura 89. (a), (d), (g), (j) Amostras com coque removidas a 900ºC, (b), (e), (h), (k) a 
1000ºC e (c), (f), (i), (l) a 1100ºC, em atmosfera reativa, todas em intervalos de 6 a 24 
min, respectivamente. ................................................................................................... 156 
Figura 90. (a), (d), (g), (j) Amostras convencionais removidas a 900ºC, (b), (e), (h), (k) 
a 1000ºC e (c), (f), (i), (l) a 1100ºC, em atmosfera reativa, todas em intervalos de 6 a 24 
min, respectivamente. ................................................................................................... 157 
Figura  91.  Morfologia  de  whiskers  em  pelotas  convencionais  removidas  do  forno  a 
1100ºC após 36 minutos de ensaio, em um aumento de 1000x.................................... 158 
14 

Figura 92. Distribuição de temperatura para o caso base da operação de um forno cuba.
 ...................................................................................................................................... 161 
Figura 93. Distribuição de temperatura para o caso de substituição de 5% da carga por 
pelotas autorredutoras (Caso 1). ................................................................................... 161 
Figura  94.  Distribuição  de  temperatura  para  o  caso  de  15%  da  carga  substituída  por 
pelotas autorredutoras, adição de 2,5 % de oxigênio no gás redutor e redução de 50% do 
metano no gás de resfriamento. .................................................................................... 162 
Figura  95.  Distribuição  de  temperatura  para  o  caso  de  15%  da  carga  substituída  por 
pelotas autorredutoras, adição de 2,5 % de oxigênio no gás redutor e redução de 50% do 
metano no gás de resfriamento e redução da altura da zona de redução em 1m. ......... 163 
Figura  96.  (a)  Caso  Base.  Distribuição  de  temperatura  para  o  caso  de  20%  da  carga 
substituída  por  pelotas  autorredutoras,  (b)  30%  e  (c)  40%  de  redução  no  tamanho  da 
zona de redução. ........................................................................................................... 164 
Figura  97.  (a)  Caso  Base.  Distribuição  de  temperatura  para  o  caso  de  20%  da  carga 
substituída por pelotas autorredutoras, 40% de redução no tamanho da zona de redução 
(b) sem e (c) com recuperação do gás. ......................................................................... 165 
Figura 98. (a) Caso Base. Modificações no gás bustle: (b) adição de 2,8% de O2 e 5,5% 
CH4 e (c) 4,8% de O2 e 6,5% de CH4 para autorreforma. ............................................ 166 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 

LISTA DE TABELAS 
 
Tabela  1.  Estrutura  e  volume  das  células  dos  óxidos  de  ferro  (Extraído  de  (REIS, 
2008)).............................................................................................................................. 46 
Tabela  2.  Diferentes  composições  de  briquetes  utilizados  nos  ensaios  cinéticos. 
(Adaptado de (LUO, et al., 2011)). ................................................................................. 55 
Tabela 3. Comparação de CO2 liberado por diferentes fontes de carbono (Adaptado de 
(URVASHI, et al., 2013)). .............................................................................................. 70 
Tabela 4. Parâmetros modificados para simulação computacional. .............................. 81 
Tabela  5.  Fases  consideradas  na  simulação  computacional,  incluindo  aglomerado 
autorredutor. ................................................................................................................... 83 
Tabela 6. Termos fontes de massa das fases consideradas no modelo computacional.  84 
Tabela 7. Termos fontes de momento das fases consideradas no modelo..................... 85 
Tabela 8. Termo fonte de energia das fases consideradas no modelo. .......................... 86 
Tabela  9.  Reações  envolvidas  no  processo  de  redução  para  pelotas  autorredutoras  e 
convencionais. ................................................................................................................ 87 
Tabela 10. Reações de redução indiretas dos óxidos pelo CO. ..................................... 88 
Tabela 11. Reações de redução indiretas dos óxidos pelo H2........................................ 88 
Tabela 12. Reações de redução diretas dos óxidos pelo C. ........................................... 89 
Tabela 13. Reações de calcinação e respectiva taxa cinética. ....................................... 89 
Tabela 14. Reação de volatilização no interior da pelota. ............................................. 90 
Tabela 15. Reação de gaseificação no interior da pelota. .............................................. 90 
Tabela 16. Reação “Water Gas” no interior da pelota. .................................................. 90 
Tabela 17. Reação “Water Shift” no interior da pelota e no leito do reator. ................. 90 
Tabela 18. Reações de combustão do carbono. ............................................................. 91 
Tabela 19. Reações da sílica sólida com o carbono. ...................................................... 91 
Tabela 20. Reações da sílica gasosa com o carbono. .................................................... 92 
Tabela 21. Reação de evaporação da água. ................................................................... 92 
Tabela 22. Taxa de reação cinética da dissolução de carbono em Fe. ........................... 92 
Tabela 23. Fases presentes nos finos provenientes do conversor a oxigênio da CSN... 97 
Tabela 24. Distribuição granulométrica da poeira de conversor LD usada. .................. 98 
Tabela  25.  Composição  química  do  carvão  de  capim  elefante  usado  na  produção  de 
pelota autorredutora e misturas em TGA/DSC............................................................... 98 
Tabela 26. Composição química das cinzas presentes no carvão de capim elefante. ... 98 
16 

Tabela 27. Composição química do coque utilizado em ensaios termogravimétricos de 
pelotas autorredutoras e misturas em TGA/DSC. .......................................................... 98 
Tabela  28.  Composição  química  do  pellet­feed  usado  para  a  produção  da  pelota 
autorredutora e misturas analisadas em TGA­DSC (Adaptado de (ARAUJO, 2013)). . 99 
Tabela 29. Distribuição granulométrica do pellet­feed usado (Adaptado de (ARAUJO, 
2013)).............................................................................................................................. 99 
Tabela  30.  Composição  química  típica  do  cimento  Portland  ARI  (Adaptado  de 
(ARAUJO, 2013)). ......................................................................................................... 99 
Tabela  31.  Composição  das  misturas  autorredutoras  e  convencionais  para  análise 
termogravimétrica. ........................................................................................................ 100 
Tabela 32. Composição das pelotas adotadas nesta tese. ............................................ 102 
Tabela 33. Definição das regiões para diferentes faixas de temperatura as quais ocorrem 
as principais reações presentes na mistura contendo capim elefante. .......................... 116 
Tabela 34. Definição das regiões para diferentes faixas de temperatura as quais ocorrem 
as principais reações presentes na mistura contendo coque. ........................................ 117 
Tabela 35. Definição das regiões para diferentes faixas de temperatura as quais ocorrem 
as principais reações presentes na mistura convencional em atmosfera reativa. .......... 120 
Tabela 36. Constantes cinéticas das reações de redução para as misturas contendo 15, 
20 e 30% de carbono da biomassa. ............................................................................... 122 
Tabela 37. Constantes cinéticas das reações de redução para as misturas contendo 15, 
20 e 30% de carbono do coque. .................................................................................... 123 
Tabela 38. Constantes cinéticas das reações de redução para as misturas convencionais 
1, 2 e 3 em atmosfera reativa. ....................................................................................... 124 
Tabela  39.  Energias  de  ativação  calculadas  pela  lei  de  Arrhenius  para  as  etapas  de 
redução das misturas adotadas nesta tese. .................................................................... 128 
Tabela 40. Constantes cinéticas das pelotas em atmosfera inerte e reativa. ................ 132 
Tabela 41. Parâmetros operacionais modificados dos casos de simulação em estudo. 160 
Tabela 42. Parâmetros operacionais obtidos para cada caso simulado nesta tese. ...... 168
 
 
 
 
 
17 

LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS 
 
Subíndices 
 
i  Compostos químicos que estão nas reações ou fases presentes 
ave  Média 
g  Fase gasosa 
s  Fase sólida 
mf  Minério de ferro 
esc  Escória 
film  Filme gasoso envolvente na partícula 
hm  Hematita 
mag  Magnetita 
wus  Wustita 
Fe  Ferro 
bio  Biomassa 
vm  Materiais Voláteis 
LD  Linz Donawitz 
 
Parâmetros 
 
Ai  Área de superfície aparente das pelotas por volume de gás   [m­1] 
a, b, ḃ    Coeficientes estequiométricos   
αni,m   Parâmetros que influem no grau de metalização. É dependente   
dos coeficientes estequiométricos. 
Bi  Coeficiente estequiométrico. Consumo/liberação de gás por   
sólido reagido 
Cpi  Calor Específico da espécie química  [J/kgK] 
Ci  Concentração do componente   [mol m­1] 
Ce  Concentração do componente no equilíbrio gás/sólido   [mol m­1] 
CCO2  Concentração de dióxido de carbono   [mol m­1] 
CeCO2  Concentração de dióxido de carbono no equilíbrio gás/sólido   [mol m­1] 
CO2  Concentração de oxigênio   [mol m­1] 
CeO2  Concentração de oxigênio no equilíbrio gás/sólido   [mol m­1] 
18 

d p  Diâmetro da pelota   [m] 
Di  Coeficiente de difusão da espécie  [m2s­1] 
δi  Fração Mássica das espécies químicas   [kg/kg] 

E i  Termo fonte da equação de energia   [kW] 

εi  Porosidade da pelota   
εb   Fração de vazio no leito   
  Termo fonte da equação de momento   [kg.m­2s­1] 
hglobal  Coeficiente global de transferência de calor   [J m­2s­1K­1] 
ki  Constante cinética de reação i   [s­1] 
kw  Coeficiente  de  transferência  de  massa  do  vapor  de  água  no  [m.s­1] 
gás  
k'  Taxa da reação   [m2.s­1] 
k'mag  Taxa de oxidação da magnetita   [m2.s­1] 
k'car  Taxa de combustão do carbono   [m2.s­1] 
Ki   Constante de equilíbrio da reação   
Mi  Massa molecular da espécie   [kg.mol­1] 
µ  Viscosidade do gás   [kg m­1s­1] 
ϕi  Espécie química da fase   
  Esfericidade da pelota   
Pr  Número de Prandtl   
Rin  Taxa de reação   [kg m­3s­1] 
Rw  Taxa de evaporação/condensação da água   [kg m­3s­1] 
Rcar  Taxa de combustão do carbono   [kg m­3s­1] 
Rmag  Taxa de oxidação da magnetita   [kg m­3s­1] 
Rsv  Taxa de substâncias voláteis   [kg m­3s­1] 
Rei  Número de Reynolds   
ρi   Densidade da espécie   [kg.m­3] 
Shi  Número de Sherwood   
t  Tempo   [s] 
Ti  Temperatura da espécie ou fase   [K] 
T*  Temperatura média do gás   [K] 
Ui  Campo de velocidade  [m s­1] 
wg  Conteúdo de umidade do gás   [kg m­3] 
19 

wp  Conteúdo de umidade da pelota   [kg m­3] 


x  Razão entre diâmetro de partículas   
ΔHi  Entalpia da reação i   [J kg­1] 
ΔHw  Entalpia de evaporação/condensação da água   [J kg­1] 
ωi    Fração mássica da espécie   
 
 
 
 
 
 
 
20 

RESUMO 
 
Apesar  dos  avanços  tecnológicos  na  indústria  siderúrgica,  a  cobrança  legislativa 
ambiental e a busca por tecnologias de  menor custo e energia limpa vêm aumentando 
cada vez mais. O presente trabalho buscou solucionar problemáticas encontradas na área 
de redução de minério de ferro, tais como: a redução da demanda energética de fornos 
tipo  cuba  Midrex®;  a  escassez  de  finos  adequados  à  sinterização;  e,  a  escassez  de 
carvão  mineral  adequados  à  produção  de  coque  e  cobrança  criteriosa  da  legislação 
ambiental  brasileira  para  aprimoramento  de  tratamentos  adequado  ao  descarte  de 
resíduos  sólidos.  O  estudo  foi  realizado  por  meio  da  avaliação  da  cinética  de 
aglomerados autorredutores comparativamente aos convencionais atualmente utilizados, 
adotando­se  um  sistema  de  equacionamento  numérico  com  código  próprio  que  foi 
implementado  com  os  parâmetros  cinéticos  dos  aglomerados  obtidos 
experimentalmente  adotando­se  técnicas  de  termogravimetria.  A  redutibilidade  de 
pelotas  autorredutoras  feitas  por  uma  mistura  de  finos  de  pellet  feed,  poeira  de 
conversor  a  oxigênio  e  biomassa  de  capim  elefante/coque  foi  analisada  por  meio  de 
ensaios  termogravimétricos  realizados  isotermicamente  em  atmosferas  inerte  e  com 
composição  de  gás  de  síntese.  Resultados  quantitativos  da  difração  de  raios­X 
permitiram acompanhar a evolução da redutibilidade dos aglomerados juntamente com 
a caracterização da estrutura analisadas em imagens adquiridas em MEV. Por meio dos 
ensaios  termogravimétricos  realizados  em  TGA­DSC,  foi  possível  obter  as  constantes 
cinéticas das reações de redução ocorridas nos aglomerados ao longo do tempo, sendo a 
maior  constante  obtida  a  1100ºC,  durante a transformação FeO→Fe, para pelotas
contendo biomassa. A substituição parcial da carga de alimentação  de fornos Midrex® 
por  15%  de  pelotas  autorredutoras  contendo  biomassa,  aumentou  a  produtividade  do 
forno em até 2,68 ton.m­3.dia­1 quando comparado ao forno comercialmente usado; bem 
como houve a redução de gás de síntese, já que o tempo de residência da carga decaiu 
consideravelmente,  tornando­se  interessante  a  aplicação  deste  aglomerado 
industrialmente.  
 
Palavras­chave:  forno  cuba,  simulação  computacional,  redução  direta,  pelotas 
autorredutoras. 
 
 
21 

ABSTRACT 
 
Although  the  technological  progress  in  the  steel  mill,  the  environmental  legislative 
collection and search by lower­cost and clean­energy technologies are increasing more 
and  more.  The  present  work  sought  solving  problems  found  in  the  iron  ore  reduction 
area,  as  such:  decreasing  for  energy  demand  of  Midrex®  furnaces;  shortage  of  fines 
appropriated for sintering; and the shortage of coal for coke production; and the careful 
collection of Brazilian environmental laws for improving the treatments of solid waste 
disposals.  The  study  was  performed  by  the  kinetic  evaluation  of  self­reducing  pellets 
compared  to  conventional  ones,  and  it  was  used  a  numerical  equation  system  of  own 
code  implemented  with  kinetic  parameters  of  the  self­reducing  mixtures  obtained 
experimentally.  The  self­reducing  pellets  reducibility  done  by  a  mixture  of  fines  of 
pellet feed, BOF dust and coal of elephant grass biomass and coke was carried out by 
isothermal thermogravimetric runs in inert and reactive atmosphere. Quantitative results 
of X­ray diffraction allowed verifying the evolution of the reducibility of agglomerates 
along  with  the  structure  morphological  characterization  in  images  acquired  by  SEM. 
The  reduction  kinetic  constants  were  obtained  from  the  thermogravimetric  runs 
performed in TGA­DSC along the time, being the higher constant obtained at 1100oC, 
during the FeO→Fe step, for pellets containing biomass. The partial replacement of the 
feed charge of Midrex® furnaces by 15% of self­reducing pellets containing biomass, 
improved  the  furnace  productivity  in  until  2,68  ton.m ­3.day­1,  when  compared  at  the 
comercial  furnace;  such  as  the  reducing  of  synthesis  gas  consumption,  since  the 
residence time of the pellets in the furnace has fallen considerably, making this propose 
an industrial interesting application. 
 
 
Key  Words:  shaft  furnace,  computational  simulation,  direct  reduction,  self­reducing 
pellets. 
22 

1.0  INTRODUÇÃO 

Atualmente  existem  dois  processos  industriais  para  o  processo  de  redução 


primária:  redução  direta  e  redução  indireta.  Na  redução  direta  a  obtenção  do  ferro 
metálico a partir dos óxidos de ferro ocorre sem a fusão da carga no reator, em nenhuma 
etapa  do  processo  e  na  redução  indireta  há  a  ocorrência  da  fase  líquida  da  carga 
metálica.  
O processo de redução direta apresenta vantagens como o reaproveitamento de 
finos  de  minério  de  ferro  por  meio  da  pelotização,  já  que  são  processos  flexíveis  de 
acordo  com  sua  escala;  além  de  não  necessitar  de  fontes  de  carvão  coqueificáveis, 
podendo aceitar desde gás natural a carvões com no mínimo 50% de carbono fixo como 
fontes redutoras. É válido ressaltar que o Brasil tem forte dependência de importação do 
coque  utilizado  em  altos­fornos  provenientes  principalmente  da  Austrália,  Estados 
Unidos  e  Canadá,  sendo  que  o  país  apresenta  peculiaridades  vantajosas,  como  a 
disponibilidade  de  energia  solar,  terras  agricultáveis  e  recursos  hídricos  necessários  à 
produção de biomassa e carvão vegetal (MEDEIROS, 2010). 
Dentre  os  processos  de  redução  direta,  destacam­se  os  processos  ocorridos  em 
fornos  de  cuba,  onde  o  reator  Midrex®  é  responsável  por  2/3  da  produção  mundial 
(SILVA, 2010). O reator Midrex® consiste em um reator de leito móvel, onde a carga de 
alimentação  sólida  (que  consiste  em  granulados  ou  pelotas  de  minério  de  ferro)  em 
contracorrente com o gás natural é reduzida a DRI (Direct Reduced Iron) ou HBI (Hot 
23 

Briquetted Iron), também denominado ferro esponja, sem a ocorrência da etapa de fusão 
do ferro metálico. 
O crescimento da pelotização também se deve à escassez de finos de minério de 
ferro apropriados à sinterização, bem como, à agregação de valor da carga metálica de 
altos­fornos e reatores de redução direta, além do baixo tempo de residência no interior 
dos fornos.  
O  que  define  a  eficiência  de  um  aglomerado  convencional  e/ou  autorredutor 
usado em processos de redução é principalmente, sua cinética de redução (quanto maior 
a  taxa  de  redução  e  maior  grau  de  conversão  em  ferro  metálico,  melhor)  e  sua 
resistência mecânica (a degradação do aglomerado no interior dos fornos diminui o grau 
de redução).  
Torna­se  extremamente  relevante  então,  a  compreensão  do  comportamento 
cinético  do  aglomerado  utilizado  em  fornos  de  cuba  para  a  previsão  dos  processos 
fenomenológicos ocorridos no interior do reator. A modelagem de reação não catalítica 
tem sido alvo de pesquisa de campos da engenharia metalúrgica por meio de tentativas 
de  modelos  matemáticos  que  descrevam  o  comportamento  de  fornos  verticais  de 
redução direta (CASTRO, et al., 2009; CASTRO, et al., 2005; CASTRO, et al., 2000; 
CASTRO, et al., 2007). Tais modelamentos computacionais têm demonstrado o sucesso 
do  aumento  da  eficiência  da  operação  de  reatores  de  redução  direta  a  partir  das 
alternativas apresentadas para a aceleração do processo, e melhor adequação do material 
adotado (AUSTIN, et al., 1997; ADONG  FU, et al., 2014; YAGI, 1993; CASTRO, et 
al., 2006).  
  Diante do que foi discutido sobre a análise cinética de autorredução e fornos de 
redução direta, no atual trabalho foi desenvolvido um modelo matemático que descreve 
a  redução  direta  dos  óxidos  de  ferro  no  forno  de  cuba  tipo  Midrex®,  a  partir  dos 
fenômenos de transporte ocorridos no interior do reator. O modelo foi usado para prever 
a  produtividade  e  a  eficiência  do  forno  de  cuba  comercialmente  utilizado  e  após  a 
proposta da adição parcial de pelotas autorredutoras à carga de alimentação. 
  O  modelo  é  baseado  em  um  sistema  multifásico  e  multicomponente  capaz  de 
prever  os  efeitos  de  parâmetros  operacionais  tais  como,  taxa  de  fluxo  dos  gases 
redutores,  temperatura  e  variação  na  carga  de  alimentação,  sendo  possível  então, 
determinar  as  condições  operacionais  ótimas  para  a  redução  direta  das  pelotas  em 
plantas comerciais. 
24 

Cabe ressaltar neste trabalho,  que as indústrias siderúrgicas tentam  reaproveitar 


partículas ultrafinas provenientes de resíduos sólidos de aciaria para a  pelotização. Isto 
porque  durante  a  produção  de  ferro  primário  na  indústria  siderúrgica  é  gerada  grande 
quantidade de resíduos sólidos ultrafinos durante a produção de ferro gusa em fornos de 
arco  elétrico  (FAE)  e  conversores  a  oxigênio  (LD),  ricos  em  óxidos  de  ferro  que  não 
foram reduzidos durante o processo. O tratamento térmico ou estabilização de rejeitos, 
como poeiras geradas durante o processo de redução em fornos de arco elétrico (FAE) e 
conversores  a  oxigênio  (LD),  para  então  ser  descartado  em  aterros,  custa  cerca  de 
$200,00/ton para a indústria siderúrgica (MEDEIROS, 2010).  
Devido às diretrizes comerciais de finos de minério, coque mineral e descarte de 
resíduos siderúrgicos, o estudo desta tese consistiu em aprofundar os conhecimentos do 
comportamento  cinético  de  pelotas  comerciais,  e  autorredutoras  reutilizando 
parcialmente em suas composições, poeira de conversor a oxigênio (LD) proveniente da 
indústria  siderúrgica  CSN.  Além  disso,  dois  tipos  de  pelotas  autorredutoras  com 
diferentes  fontes  redutoras  foram  consideradas:  contendo  coque  e  biomassa  de  capim 
elefante. 
Parâmetros  cinéticos  dos  aglomerados  propostos  foram  obtidos 
experimentalmente  com  o  intuito  de  aprimorar  o  modelo  computacional,  descrevendo 
de forma mais realística o comportamento fenomenológico no reator tipo cuba durante 
as reações de redução das pelotas. Parte da carga do forno  foi substituída pelas pelotas 
autorredutoras propostas nesta tese e uma avaliação aprofundada da demanda energética 
para o processo de redução direta com as novas propostas foi comparada com as atuais. 
 
 
25 

2. OBJETIVOS  
 
2.1. Objetivo Geral 
 
Esta  tese  teve  como  objetivo  geral  descrever  por  meio  de  simulação 
computacional, o comportamento fenomenológico  do forno tipo cuba Midrex® após a 
proposta  da  substituição  parcial  da  carga  de  alimentação  por  pelotas  autorredutoras 
contendo  finos  de  carvão  de  capim  elefante,  durante  o  processo  de  redução  direta,  a 
partir  da  implementação  de  um  modelo  numérico  com  parâmetros  cinéticos  obtidos 
experimentalmente.
 
2.2. Objetivos Específicos 
 
  Analisar  experimentalmente,  o  comportamento  cinético  de  pelotas 
autorredutoras  feitas  por  uma  mistura  de  finos  de  pellet  feed,  poeira  de  conversor  a 
oxigênio  (LD),  biomassa  de  capim  elefante/coque  e  cimento,  e  também  de  pelotas 
convencionais  compostas  apenas  por  uma  mistura  de  finos  de  pellet  feed,  poeira  de 
conversor a oxigênio (LD) e cimento. 
 
  Através  de  simulação  computacional  compreender  o  comportamento 
fenomenológico  de  reatores  tipo  cuba  atualmente  usado  (caso  base)  e  prever  seu 
26 

desempenho  frente  à  proposta  de  substituição  da  carga  de  pelotas  convencionais  por 
pelotas com composição formuladas neste trabalho. 
 
  Propor  modificações  no  reator  tipo  cuba  para  obter  desempenho  otimizado 
utilizando as pelotas formuladas nesse trabalho. 
 
  Comparar  a  eficiência  do  reator  caso  base  em  relação  à  eficiência  do  reator 
modificado  de  acordo  com  a  análise  aprofundada  do  grau  de  metalização  final 
(%Femetálico/%Fetotal), tempo de residência da carga no forno, produtividade e geração de 
CO2. 
 

 
27 

 
 
 

3.0  REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
  Atualmente  as  indústrias  siderúrgicas  mundiais  estão  divididas  em  três  rotas 
siderúrgicas: usina integrada a coque, usinas semi­integradas e usinas de redução direta, 
sendo  esta  menos  difundida  mundialmente.  As  usinas  semi­integradas  não  possuem  a 
etapa  de  redução  de  minério  de  ferro,  se  resumindo  aos  processos  de  refino  e 
transformação  mecânica.  À  primeira  rota  mencionada  estão  incluídas  as  etapas  de 
redução do minério de ferro e posterior transformação em aço, podendo ser dividida em 
três processos: redução  do minério de ferro,  refino (produção  e resfriamento do aço) e 
transformação mecânica. A usina de redução direta também possui os três processos da 
usina integrada, mas difere na etapa de redução, onde no lugar da sinterização, coqueria 
e  alto­forno  ela  é  composta  por  etapas  de  redução  direta;  e  também  difere  no  refino, 
substituindo a aciaria básica a oxigênio por aciaria elétrica. 
  Neste  capítulo  são  abordadas  as  principais  rotas  siderúrgicas  utilizadas 
atualmente,  e  conceitos  relevantes  à  compreensão  da  redução  e  autorredução  cinética 
das pelotas de minério de ferro, processo ocorrido em indústrias integradas e de redução 
direta, bem como uma revisão de estudos que vem colaborando com novas descobertas 
sobre  a  complexidade  dos  fenômenos  relacionados  à  redução  de  aglomerados 
autorredutores e convencionais. 
 
28 

 
 
3.1  Processos de redução primária 
 
  A Figura 1 mostra os fluxogramas das rotas siderúrgicas integradas a coque (a) e 
por redução direta (b), respectivamente. 

   
(a)  (b) 
Figura 1.  (a)  Rota  siderúrgica  integrada  a  coque  e  (b)  rota  siderúrgica  por  redução 
direta. 
 
Na  redução  direta  o  produto  final  da  redução  é  um  sólido  esponjoso 
concentrado  em  ferro.  Todo o  processo ocorre  sem  a  formação de uma fase  líquida 
como  produto  ou  subproduto,  o  que  implica  em  níveis  térmicos  mais  baixos  e 
processos mais simples do  ponto de vista da fluidodinâmica. 
Enquanto  que,  na  redução  em  alto­forno,  o  produto  final  é  um  líquido 
concentrado  em  ferro.  A  carga  sólida  dos  altos  fornos  é  formada  essencialmente 
pela  carga ferrífera, rica em óxidos de ferro e o combustível sólido (coque ou carvão 
vegetal)  que  originarão  os  gases  que  promovem  a  redução  propriamente  dita, 
sendo  em  maior  escala  o  monóxido  de  carbono  (CO)  e  em  menor  quantidade,  o 
hidrogênio  (H2).  São  de  grande  importância  na  inclusão  da  carga  sólida,  os 
fundentes,  geralmente  à  base  de  cálcio, e que tem por finalidade auxiliar a formação 
da escória gerada no processo (MEDEIROS, 2010). 
Além  dessas  duas  rotas  siderúrgicas  comentadas  anteriormente,  que  incluem 
o  processo de redução, existe uma terceira opção de produção independente de ferro 
29 

gusa  (“guseiro”)  que  tem  por  finalidade  apenas  a  produção  de  ferro  gusa.  Tal  rota 
pode ser  visualizada na Figura 2. 

                               Figura 2. Produção independente de ferro gusa (“guseiro”).   
 
Neste caso, o forno utilizado para redução é um alto­forno adaptado para carvão 
vegetal.  O  uso  de  carvão  vegetal  e  atuais  tentativas  da  inclusão da  biomassa  como 
matéria  redutora  é uma  peculiaridade  do  Brasil, visto  a  grande  disponibilidade  de área 
para plantio e clima favorável. 
Em  geral,  as  cargas  metálicas  típicas  de  alto  forno  consistem  em 
granulados,  pelotas  e  sinter,  enquanto  que  para  a  redução  direta,  o  granulado  e  a 
pelota  atendem  melhor a capacidade do reator (SILVA, 2010). 
  Embora  possa  ser  usada  em  altos­fornos,  a  pelota  costuma  ser  matéria­
prima  preferencial  dos  processos  de  redução  direta,  gerando  direct  reduced  iron  ou 
hot  briquetted iron  (DRI e/ou  HBI), posteriormente  transformado  em aço  nos fornos 
elétricos a arco. 
 
3.1.1 Processos de Redução direta 
 
  O processo de redução dos óxidos de ferro de ferro a ferro metálico na redução 
direta necessita de um material redutor carbonoso (coque, carvão vegetal ou mineral), 
podendo  ser  ainda  fontes  de  gás  natural  rica  em  hidrogênio.  A  formação  do  ferro 
metálico ocorre em temperaturas acima de 1000ºC e o produto final obtido é o ferro 
esponja com composição de 85 a 95% de ferro e 0,1 a 4,0% de carbono. 
  Os  processos  de  redução  direta  podem  ser  divididos  em  redução  direta  com 
redutor  sólido  (coque  ou  carvão)  ou  redutor  gasoso  (gás  natural  ou  gases  redutores 
como CO e H2). 
30 

  Dentre  os  principais  processos  de  redução  direta  estão  os  fornos  tipo  cuba, 
como  Midrex  e  Armco;  os  fornos  rotativos,  como  FastMet  e;  processo  com  retorta 
como o Hyl. 
  Neste  trabalho  será  enfatizado  o  estudo  do  processo  Midrex  que  pode  ser 
detalhado a seguir. 
 
3.1.2. Processo de Redução Direta em reatores de cuba Midrex 
 
O  processo  de  redução  de  minério  de  ferro  em  fornos  Midrex  consiste  em 
reduzir  o  minério  de  ferro  usando  gás  natural  como  redutor.  A  Figura  3  é  o 
esquema  de  um  forno Midrex. 
O  Midrex  pode  ser  dividido  em  três  zonas  representadas  na  Figura  3, 
correspondentes à zona de redução (RZ), zona de transição (TZ) e zona de resfriamento 
(CZ).  Na  zona  de  redução  ocorrem  as  reações  de  redução  dos  óxidos  a  ferro 
metálico. À medida que as pelotas caem por gravidade ao longo do reator, a temperatura 
diminui e as pelotas  passam por  uma  zona de  transição  que é onde o  material quase 
todo  reduzido  inicia  o  processo  de  carburização,  no  qual  o  carbono  começa  a  se 
difundir  no  ferro  metálico, completando tal processo na zona de resfriamento. 
Como pode ser  visto na  Figura  3,  óxido  de  ferro em  forma  de  pelotas ou  lump 
ore é introduzido no silo na parte superior do forno e conforme a carga desce, esta entra 
em contato com o gás natural quente, sofrendo redução até total transformação em ferro 
esponja no fundo do forno. 
O  grau  de  metalização  das  pelotas  é  em  torno  de  93  a  95%  na  zona  de 
aquecimento  e  redução,  chegando  então  à  secção  cônica  do  reator,  onde  se  inicia  a 
carburação do ferro metálico, chegando a concentrações de até 4,0% de carbono. 
A produtividade de um forno Midrex chega a ser na ordem de uma tonelada de 
pelota  metalizada  para  1,42  toneladas  de  pelotas  que  alimentam  o  forno.  Segundo 
( LA Z U T K IN ,   2 0 0 1 ) ,  isto  ocorre  devido  ao  fato  da  densidade  da  pelota  oxidada 
ser  em  torno de 3,4g/cm3  e  da  pelota  reduzida, 3,1g/cm3. O consumo de  gás natural é 
em  torno  de  325m3/tonelada  de  produto.  O  gás  redutor  é  introduzido  na  zona  de 
transição após sair do reformador com composição média de 36% CO, 50% H2 e 4% de 
CH4  e  CO2.  O  equipamento  apresenta  vantagens  ambientais  pela  baixa  emissão 
31 

específica  de  CO2  nos  gases  de  saída,  em  relação  aos  gases  emitidos  em  fornos 
convencionais. 
 

 
Figura 3. Desenho esquemático de um forno Midrex. (Extraído de (SILVA, 2010)). 
 
As  reações  entre  os  gases redutores  e os óxidos de ferro podem ser vistas nas 
reações descritas nas Equações 3.1 a 3.6. 
 
3Fe2O3(s) + CO(g)  → 2Fe3O4(s) + CO2(g)  (3.1) 
3Fe2O3(s) + H2(g)  → 2Fe3O4(s) + H2O(g)  (3.2) 
Fe3O4(s) + CO(g) → 3FeO(s) + CO2(g)  (3.3) 
Fe3O4(s) + H2(g) → 3FeO(s) + H2O(g)  (3.4) 
FeO(s) + CO(g) → Fe(s) + CO2(g)  (3.5) 
FeO(s) + H2(g)  → Fe(s) + H2O(g)  (3.6) 
 
  As reações entre os gases da reforma também podem ocorrer conforme reações 
descritas nas Equações 3.7 e 3.8 a seguir. 
CH4(g) + CO(g) → 2CO(g) + 2H2(g)  (3.7) 
32 

CH4(g) + H2O(g) → CO(g) + 3H2(g)  (3.8) 


 
Na zona de carburização ocorre a deposição de carbono  conforme explicado no 
esquema representado na Figura 4. 
Na  presença  de  uma  atmosfera  mista  de  CO  e  H2,  o  hidrogênio  por  ser  mais 
reativo  reage com  a maior  parte das  partículas  de  oxido  de  ferro  e  parte  do  monóxido 
presente  na  atmosfera  reage  segundo  a  reação  de  Boudouard,  formando  dióxido  de 
carbono e partículas sólidas de carbono, as quais se depositam na matriz metálica óxido 
de ferro e ferro. 
 

 
Figura  4.  Esquema  da  deposição  de  carbono  em  partículas  ferrosas  em  processos  de 
redução direta (Adaptado de (ZHANG, et al., 2014)). 
 
  Conforme os resultados de estudos na área de redução direta, a precipitação de 
carbono durante o processo de redução tem ocorrido entre 600 e 675ºC, e forma produto 
como  a  cementita  e  o  carbono  sólido,  segundo  as  Equações.  3.9  e  3.10,  a  seguir 
(ZHANG, et al., 2014; TOWHIDI, et al., 1983; OLSSON, et al., 1974; RUSTON, et al., 
1969; TURKDOGAN, et al., 1974). 
 

3Fe+2CO→Fe3C+CO2  (3.9) 
H2 + CO → C + H2O  (3.10) 
 
33 

  SILVA  (2010),  em  seu  trabalho,  utilizou  uma  técnica  de  simulação 
computacional  denominada  autômatos  celulares,  que  descreve  o  movimento  da  pilha 
das  pelotas  no  interior  do  forno  e  o  grau  de  redução  das  pelotas.  Os  resultados 
encontrados  descreveram  a  movimentação  das  pelotas  no  interior  do  forno  de  forma 
considerável. 
MATOS  et  al.  (2012),  por  meio  de  simulação  computacional  estudaram  o 
comportamento  de  mini­altos­fornos  a  partir  da  substituição  parcial  da  carga  de 
alimentação  por  briquetes  autorredutores.  O  modelo  utilizado  foi  baseado  na 
transferência de momento, massa e energia que ocorrem no interior do reator adotando a 
equação de transporte geral demonstrada a seguir. 
 

(3.11) 
 
 
  Onde    é a variável dependente e expressa o componente de velocidade para a 
conservação  de  momento,  a  entalpia  para  a  conservação  de  energia  e  as  espécies 
químicas para a conservação de massa, i representa a fase a ser considerada (no atual 
trabalho: gasosa ou sólida) e as espécies químicas de cada fase são representadas pelo 
índice  k;   é  o  coeficiente  de  transferência  efetivo,  o  qual  representa  a  viscosidade 
i

dinâmica  na  equação  de  momento,  a  difusividade  térmica  efetiva  na  equação  de 
conservação de energia e o coeficiente de difusão das espécies químicas na equação de 
massa para cada fase; e no termo fonte   está o acoplamento entre as fases, tais como 
reações  químicas,  forças  de  interação  e  transferência  de  calor  por  mecanismos  de 
convecção  e  radiação.  Fontes  de  movimento  são  derivadas  do  arraste  entre  as  fases, 
gradientes de pressão ou gravidade. Fontes de energia surgem da transferência de calor 
entre as fases, calor sensível acompanhado de transferência de massa, devido às reações 
químicas  e  transformações  de  fase.  As  fontes  de  massa  surgem  devido  às  reações 
químicas e transformações de fases. 
Como  testes­base  os  autores  realizaram  simulações  com  cargas  ferríferas  e 
agentes redutores como carvão vegetal e “small” coque. Os resultados  comparativos 
foram para cargas de alimentação contendo 10% de pelota em todas as simulações e os 
seguintes  casos:  Receita  1  =  15%  de  briquetes  +  75%  de  sínter;  Receita  2  =  25%  de 
briquetes + 65% de sínter; Receita 3 = 35% de briquetes + 55% de sínter. 
34 

  Foi  observado  que  a  injeção  de  gases  e  a  adição  de  carga  autorredutora 
(briquete) permitiram a redução da geração de gás de topo e uma redução drástica de 
CO2 contribuindo para um aumento do poder calorifico do gás quando comparado com 
ambos  casos­base  (small  coque  e  carvão  vegetal).  Entretanto,  para  todos  os  casos 
quando  utilizada a  carga  de  carvão  vegetal  como  sólido  redutor  foi  obtida  uma  maior 
produtividade. 
As Figuras. 5 (a) e (b) mostram os resultados para ambos os casos base. Onde A 
representa o caso base, B, C e D os casos 1, 2 e 3 comentados anteriormente. Segundo 
os  autores,  os  resultados  permitiram  compreender  que  mini­alto­fornos  apresentam 
grande  flexibilidade  do  ponto  de  vista  de  agentes  redutores  e  cargas  metálicas,  sendo 
que a maior produtividade foi obtida quando se utilizou carvão vegetal como redutor e 
substituição  parcial  da  carga  metálica  por  até  45%  de  briquetes  autorredutores  e  uma 
redução  do  consumo  de  coque  para  221kg/ton  gusa  quando  adotada  a  carga  redutora 
small coque. 

(a) 

 
(b) 
Figura  5.  Resultados  da  simulação  demonstrando  o  perfil  térmico  do  mini­alto­forno 
quando  usada  carga  redutora  (a)  carvão  vegetal  e  (b)  small  coque.  (Adaptado  de 
(MATOS et al., 2012)). 
35 

  A simulação do reator Midrex foi realizada (PARISI, et al., 2004), considerando­
se  balanços  de  massa  e  energia  e  solucionando  uma  série  de  equações  ordinárias.  O 
modelo  apresentou  um  bom  ajuste  para  duas  plantas  de  redução  direta:  Siderca 
(Argentina) e Gilmore Steel Corporation (U.S.A). 
  Para o modelamento algumas considerações foram adotadas, tais como: adoção 
do  modelo  do  núcleo  não  reagido;  as  resistências  de  transferência  de  massa  e  calor 
através  do  filme  formado  ao  redor  da  partícula  sólida  foram  consideradas  irrelevantes 
quando  comparadas à  resistência  difusional  no  interior  da  partícula  sólida;  o  processo 
ocorre em estado estacionário; as fases consideradas foram a sólida e a gasosa. 
  A taxa de reação da pelota utilizada no modelamento está descrita na Equação 
3.12. 
 
 
̂  
⁄ (3.12) 
. ⁄ ⁄ /

 
Onde o subíndice n representa H2 ou CO; rc é o raio do núcleo não reagido, r0 é 
o raio inicial, D é o coeficiente de difusão e k é a constante cinética de reação. O sistema 
de equações foi resolvido pelo método numérico Runge­Kutta. 
  Os modelos foram validados comparando­se os valores da composição de gás de 
saída  do  reator  e  grau  de  metalização  do  ferro  esponja.  As  Figuras  6  (a­d)  mostra  os 
resultados  da  simulação  para  a  planta  da  Siderca  e  a  Figuras  7  (a­d)  os  resultados 
referentes a planta Gilmore. 

 
(a)  (b)  (c)  (d) 
Figura  6.  Resultados  da  simulação  para  o  reator  Midrex  da  planta  Siderca  da  (a) 
diferença concentração de concentração do H2 (X1) e CO (X2); (b) taxa de reação com 
36 

H2 (R1) e CO (R2); (c) Temperatura do sólido e gás e (d) Fração molar da composição 
do gás de saída (Adaptado de (PARISI, et al., 2004)). 
 

 
(a)  (b)  (c)  (d) 
Figura  7.  Resultados  da  simulação  para  o  reator  Midrex  da  planta  Gilmore  da  (a) 
diferença  concentração  de concentração do  H2  (X1)  e  CO  (X2);  (b)  taxa  de  reação  H2 
(R1) e CO (R2); (c) Temperatura do sólido e gás e (d) Fração molar da composição do 
gás de saída (Adaptado de (PARISI, et al., 2004)). 
 
  Em  relação  à  planta  Gilmore,  a  planta  Siderca  apresenta  uma  maior 
produtividade devido a maior quantidade de CO presente neste reator. Entretanto, a taxa 
de reação R1 que representa a reação direta do minério com o hidrogênio é maior que a 
taxa de reação com CO, representada por R 2. Para ambos os reatores a  temperatura do 
sólido leva mais tempo para alcançar temperatura do gás. 
  De acordo com os autores, a taxa de reação foi maior quando utilizadas maiores 
concentrações de CO.  
 
3.2 .Estudo da aglomeração de pelotas convencionais e autorredutoras 
 
  Processos  de  aglomeração  surgiram  na indústria  siderúrgica  para  aproveitar  as 
partículas  finas  (granulometria  abaixo  de  6 mm)  geradas  nas  jazidas  de  minério  de 
ferro  e  evitar  gastos  com  tratamento  para  o  correto  descarte,  a d e q u a n d o   e n t ã o ,  
o s   a g l o m e r a d o s   à   granulometria  utilizada  em  altos­fornos  e  fornos  de  redução 
direta. 
Além  da  viabilidade  econômica  e  ambiental  da  aglomeração  de  ultrafinos  de 
jazidas  de  minério  de  ferro  em  pelotas,  é  possível  também,  a  aglomeração  de  finos 
37 

residuais  siderúrgicos  ricos  em  ferro  e  óxidos  de  ferro  para  a  produção  de  pelotas, 
quando diluídas as impurezas presentes (TAKANO, et al., 2001). 
A  seguir,  serão  apresentados  alguns  conceitos  fundamentais  para  o  estudo 
da  aglomeração  e os  principais  trabalhos  que têm contribuído  para  a  compreensão 
da  cinética  de  redução  de  pelotas  compostas  por  minério  de  ferro  e  também  pelotas 
autorredutoras. 
 
3.2.1 Processo de Pelotização e Matérias Primas 
 
Após  o  tratamento  do  minério  de  ferro,  seus  particulados  possuem  diferentes 
faixas  de  distribuição  granulométrica,  sendo  cada  tipo  conduzido  à  forma  de 
aglomeração mais adequada, podendo ser pelotização ou sinterização. 
Conforme  pode  ser  visualizado  na  Figura  8,  os  produtos  do  tratamento  do 
minério  de  ferro  são  classificados  de  acordo  com  sua  granulometria,  podendo  ser: 
granulado  (lump  ore)  com  tamanho  variando  entre  6,3  a  31,7  mm,  finos  para 
sinterização  (sinter  feed)  com  tamanho  correspondente  entre  0,15  e  6,3  mm  e  finos 
para pelotização  (pellet feed) com variação de tamanho abaixo de 0,15 mm. 
 

 
 
Figura 8. Destino  do  minério  de  ferro  de  acordo  com  sua  distribuição  granulométrica 
(Extraído de (MEDEIROS, 2010)). 
 
A  degradação  de  reservas  de  minério  de  ferro  no  mundo  está  aumentando 
cada  vez  mais  rapidamente,  tanto  em  quantidade  como  em  qualidade.  Além  disso, 
verifica­se  que  as  reservas  de  hematita  restantes  estão  diminuindo,  enquanto  estão 
sendo  descobertas  cada  vez  mais  jazimentos  de  itabiritos,  podendo  gerar  pellet  feed 
38 

no beneficiamento,  reforçando  a  necessidade  de  implantação de plantas de pelotização 


(MEDEIROS, 2010). 
Portanto, a pelotização de minério de ferro no Brasil vem acumulando cada vez 
mais incentivos para o seu crescimento na siderurgia brasileira, tais como: a degradação 
dos granulados, estimulando a aplicação das pelotas em cargas dos altos­fornos; grande 
quantidade de pellet feed, adequada para aglomeração em formas de pelotas; ampliação 
da  tecnologia  de  redução  direta,  aumentando  a  demanda  por  pelotas;  e  restrições 
ambientais ao processo de sinterização, devido à liberação de dioxinas, já em vigor em 
alguns países desenvolvidos (MEDEIROS, 2010). 
Após  o  devido  tratamento  do  minério  de  ferro,  os  finos  utilizados  para 
pelotização  passam  pelo  processo  de  moagem.  A  moagem  das  misturas  torna  forte  a 
aderência entre as partículas de grafita e hematita, favorecendo a cinética especialmente 
para amostras moídas em conjunto. 
Ao  serem  misturadas,  as  partículas  das  matérias­primas  entram  em  contato 
e  quando umedecidas são envolvidas por um filme de água, aglomerando­se em forma 
de  pelotas, como esquematizado na Figura 9. 
 

 
Figura 9. Formação da pelota (Extraído de (Da SILVA, 2003)). 
 
Em  (a),  as  partículas  são  envolvidas  por  uma  fina  película  de  água  e 
quando  entram  em  contato,  forma  um  capilar  como  pode  ser  visualizado  no 
estágio  (b).  Ao  atingirem  o  estágio  (e),  as  partículas  estão  completamente  envolvidas 
por  um  filme  de  água  e a tensão interfacial  da superfície por um  pequeno excesso de 
líquido faz com que  as partículas se mantenham unidas (estágio (f)) (ARAUJO, 2013). 
Posteriormente  ao  processo  de  formação  das  pelotas,  ocorre  o  processo  de 
secagem  da  pelota,  no  qual  a  água  pode  estar  retida  de  diversas  formas:  nos 
interstícios  entre  as  partículas;  dentro  dos  poros  dos  grãos  de  minério  (se  for 
poroso);  combinada  quimicamente  com  a  goethita  e  limonitas  e  aglomerantes  em 
39 

geral  (como  hidratos).  Esta  umidade  começa  a  evaporar  aos  100ºC  até  os  350ºC.  A 
velocidade  de  secagem  da  pelota  deve  ser  ajustada  de  forma  a  resistir  às  tensões 
internas evitando a formação de fissuras, e a “explosão” das pelotas. 
Em um segundo estágio as pelotas são queimadas até 1300ºC quando  se tratam 
de  pelotas  convencionais  utilizadas  para  redução  direta  ou  formação  de  ferro  gusa.   
Durante a queima, as pelotas  adquirem as características físicas necessárias para 
o  processamento metalúrgico. 
  No caso de pelotas autorredutoras, o processo de aglomeração ocorre da mesma 
forma  descrita  anteriormente  de  acordo  com  a  Figura  8,  sendo  adicionadas  também  a 
sua  composição,  finos  de  carbono  proveniente  de  alguma  fonte  carbonácea.  Para  as 
pelotas  autorredutoras  não  ocorre  a  fase de  pré­queima,  já  que  o  carbono  em  excesso 
reduziria as frações de óxido presentes, ocorrendo então, a etapa de redução cinética.  
  Em geral a fonte carbonácea mais utilizada em processos FastMet (processo de 
autorredução) é o coque, mas, cada vez mais outra forma de fonte carbonácea tem sido 
investigada, visto o alto custo de implantação de uma unidade de coqueria e a escassez 
do produto cada vez maior no mundo.  
  Tais  motivações  levaram  a  STREZOV  et  al.  (2008),  investigarem  a  conversão 
térmica  do  capim  elefante  em  bio­gás,  bio­óleo  e  carvão  para  duas  taxas  de 
aquecimento: 10 e 50ºC/min, visto que o capim elefante apresenta vantagens, tais como 
o rápido crescimento, a abundância, a alta capacidade calorífica; além de ser uma fonte 
de energia renovável. 
Os  compostos  do  bio­gás  e  bio­óleo  foram  analisados  por  técnicas  de 
espetroscopia de massa e cromatografia gasosa. O estudo termogravimétrico juntamente 
com  a  análise  dos  produtos  ajudou  os  autores  a  perceberem  que  à  taxas  mais  altas 
alcançam­se maiores quantidades de bio­óleo.  
As  Figuras  10  (a)  e  (b)  mostram  a  evolução  dos  produtos  gasosos  com  a 
evolução  da  temperatura  e  a  capacidade  calorifica  do  ensaio  termogravimétrico. 
   O  primeiro  pico  representa  uma  reação  endotérmica  que  corresponde  a 
desidratação  da  biomassa  e  primeiros  compostos  da  desvolatilização  (CO  e  CO2) 
(LIOU, 2004; Yaman, 2004) e acima de 250ºC ocorre um pico correspondente a reação 
exotérmica que segundo os autores ocorre devido à quebra da lignina (STREZOV, et al., 
2007) gerando produtos gasosos da quebra da lignina como CH4, C2H6, C2H4 e H2.  
 
40 

 
(a)  (b) 
Figura  10. (a)  Taxa da evolução dos compostos  voláteis a partir da pirólise de capim 
elefante e (b) respectivo calor específico aparente para a taxa de aquecimento de 10ºC 
(Extraído de (STREZOV, et al., 2008)). 

Dentre  os  produtos  gasosos  encontrados  no  ensaio  endotérmico  realizado  a 


50oC/min,  foram  os  mesmos  apresentados  a  10ºC/min,  entretanto  o  calor  específico 
encontrado  foi  maior  para  a  maior  taxa  de  aquecimento.  Além  disso,  para  a  taxa  de 
50ºC/min  o  produto  bio­óleo  apresentou  menor  fração  de  acidez  e  benzeno  que  a 
10ºC/min.  Os  autores  concluem  que  o  Brasil  tem capacidade  de  produzir  1,2  Gton  de 
carvão vegetal e 2 Gton de bio­óleo por ano.  
 
3.3  Estudo  da  termodinâmica  e  cinética  de  redução  de  pelotas  convencionais  e 
autorredutoras 
 
A redução carbotérmica dos óxidos de ferro contidos na pelota pode  ocorrer via 
duas grandes rotas conforme esquematizado na Figura 11. 
Ao grupo das reações indiretas estão incluídas aquelas do tipo gás­sólido, como 
a  redução  gasosa  dos  óxidos  de  ferro  pelo  monóxido  de  carbono  (CO)  e  a 
gaseificação  de  materiais  carbonáceos.  O  segundo  grupo  especifica  as  reações  diretas 
entre  sólido­sólido,  como  por  exemplo,  as  reações  do  carbono  diretamente  com  os 
óxidos de ferro. 
  Apesar de reações diretas ocorrerem à altas temperaturas, têm­se observado que 
sua  parcela  de  participação  na  cinética  de  redução  é  pouco  significativa  quando 
comparada  à  participação  do  gás  redutor  CO,  motivo  pelo  qual  muitos  pesquisadores 
desprezam a participação da reação sólido­sólido da cinética carbotérmica de óxidos de 
41 

ferro  (MOURÃO,  1988;  IGUCHI,  et  al.,  2002;  RAY,  1992;  RAO,  1971;  WARNER, 
1964; MOON, et al., 2003; GUI­SU, et al., 2004; DUTTA, 1994; MURAKAMI, et al., 
2013; HUANG, 1993). 
 

 
Figura 11. Classificação das reações de redução. (Extraído de (ARAUJO, 2013)). 

As reações dos óxidos de ferro pelo gás redutor CO e H2, ocorrem através de um 
sistema  de  reações  gás­sólido  simultâneas  e  acopladas,  conforme  foi  citado 
anteriormente no sistema de reações de Equações 1 a 6. 
Para  pelotas  autorredutoras  a  geração  de  gás  redutor  ocorre  juntamente  com  o 
avanço  da  reação,  já  que  a  reação  de  Boudouard  acontece  no  interior  da  pelota  como 
pode ser visto na Figura 12. 
 

 
Figura  12.  Comportamento  cinético  da  autorredução  em  pelotas  (Extraído  de 
(ARAUJO, 2013)). 
 
Quando  finos  de carvão  são  misturados  juntamente com  finos  de  pellet  feed,  o 
contato entre a partícula de carbono e o óxido de ferro presente gera a molécula gasosa 
42 

de  dióxido  de  carbono  (CO2)  que  reage  com  o  carbono  existente  no  aglomerado  de 
acordo com a reação de Boudouard, descrita na Equação 12. 
 
CO2  + C → 2CO  (12) 
 
A  molécula  de  CO  é  adsorvida  pelo  óxido  de  ferro  (1),  ocorrendo  a  reação 
de  redução  (2)  sendo  a  molécula  de  CO2  desprendida  da  superfície  do  óxido  e 
transportada  pelos  poros  no  interior  da  pelota  (4  e  5).  Esta  molécula  de  CO2  é 
adsorvida  por  partículas  de  carbono  originando  a  reação  de  Boudouard  (6  e  7)  e 
gerando  mais  gases  redutores  CO  necessários  para  a  continuidade  da  reação  de 
redução  dos  óxidos  ainda  presentes na pelota. 
Em  presença  de  H2  também  pode  ocorrer  a  reação  entre  partículas  sólidas  de 
carbono e hidrogênio conforme descrita na Equação 3.13. 
 
C(s)  + 2H2(g)  → CH4(g)  (3.13) 
   
Apesar da reação entre sólido de carbono e sólido de óxidos de ferro ocorrer, a 
contribuição dessa reação não é significativa quando comparada às reações das partículas 
de  óxido  de  ferro  com  CO,  para  altas  temperaturas,  quando  a  reação  de  Boudouard  é 
favorecida (>900ºC). 
De acordo com estudo sobre a influência da redução direta entre C e óxidos de 
ferro, foi observado que a reação de Fe2O3 para Fe3O4, ocorre continuamente a baixas 
temperaturas  onde  a  redução  direta  pode  contribuir  em  até  45%  da  reação 
(MURAKAMI, et al., 2013). 
Para  o  estudo  cinético  de  reação  entre  partículas  sólidas  e  fluidos  gasosos, 
existem  dois  modelos  que  descrevem  o  comportamento  cinético  do  caso  em 
questão:  modelo  de conversão progressiva e modelo do núcleo não reagido. 
No  modelo  de  conversão  progressiva  considera­se  que  o  gás  reagente  entra  na 
partícula reagindo contínua e progressivamente conforme pode ser visto na Figura 13. 
 
43 

 
Figura  13:  Modelo  de  conversão  progressiva  (Extraído  de  (TURKDOGAN,  et  al., 
1987)). 
 
O  modelo  do  núcleo  reagido  considera  que  a  reação  química  começa  na 
superfície  do  sólido  com  redução  do  núcleo  até  completa  reação.  Este  modelo  é mais 
bem explicado na Figura 14. 

 
 

Figura  14.  Modelo  do  núcleo  não­reagido  para  partículas  esféricas  (Extraído  de 
(ARAUJO, 2013)). 
 
À  medida  que  o  fluido  gasoso,  CO,  se  difunde  nos  poros  da  pelota  a  reação 
química entre CO e óxidos de ferro ocorre e formam­se camadas de óxidos reduzidos e 
ferro metálico até que toda a hematita seja reduzida. 
O modelo do núcleo não­reagido tem sido satisfatoriamente aplicado em muitos 
trabalhos experimentais  para descrever a reação de partículas sólidas por fluido gasoso . 
É  válido  ressaltar  que  para  modelos  cinéticos  que  descrevem  o  comportamento 
entre  reações  heterogêneas,  a  velocidade  não  será  dependente  apenas  da  variação  da 
concentração  de  reagente  e  devem  ser  complementados  com  a  participação  de 
parâmetros  relacionados  à  difusão  gasosa.  No  caso  do  modelo  do  núcleo  não­reagido 
parâmetros como a área de superfície e porosidade são relevantes na cinética de reação. 
44 

Então, a cinética de redução pode ser controlada tanto pela difusão gás­sólido ou 
pela reação química, que possuem formulações específicas para descrever a cinética de 
redução segundo o modelo do núcleo não reagido (WARNER, 1964; MOURÃO, 1988). 
Considerando  o  modelo  de  núcleo  reagido  e  a  estrutura  esférica  da  pelota  de 
minério de ferro, o modelo que descreve a difusão gasosa no interior da pelota leva em 
conta sua superfície e o desenvolvimento da lei de Fick que descreve o fluxo de gás no 
sólido, chegando à expressão descrita na Equação 3.14. 
 
(3.14) 
 
 
Sendo  R  o  raio  da  partícula,  rn  o  raio  do  núcleo,  t  o  tempo  de  reação  e  τ  o 
tempo  característico  correspondente  à  reação  completa  do  núcleo.  A  expressão  que  é 
descrita  em  função  do  núcleo  não­reagido  também  pode  ser  descrita  em  termos  de 
fração  reagida, α, conforme mostra a Equação 3.15. 
 
(3.15) 
 
 
  Quando a etapa controladora é a reação química, as concentrações de reagente e 
produtos  se  tornam  relevantes  para  o  estudo  da  cinética  de  reação.  A  taxa  de  reação 
neste  caso pode ser demonstrada na Equação 3.16. 
a  dN gás  b  dN sólido  (3.16) 
         a  k RQ  C gás  
4    rn2  dt  4    rn  dt 
2

 
Onde,  b  é  a  estequiometria  do  gás  reagente,  a  é  a  estequiometria  do  sólido 
reagente e kRQ é a constante de velocidade para uma reação química de primeira ordem.  
Tal equação pode ser expressa novamente em termos de raio do núcleo ou fração 
reagida conforme as Equações 3.17 e 3.18 a seguir. 
 

r  t (3.17) 
1  n  
R 
45 

(3.18) 
1  1   
t

13

   
É válido ressaltar que as expressões descritas para controle de difusão e controle 
por  reação  química  são  modelos  simples  baseados  no  modelo  do  núcleo  não  reagido 
onde  o  tamanho  da  partícula  se  mantém  constante.  São  modelos  que  podem  ser 
aplicados  em  sistemas  que  satisfazem  as  condições  particulares  estabelecidas  no 
desenvolvimento  matemático  das  expressões,  podendo  ser  imprecisos  em  casos  mais 
complexos.  Entretanto,  o  desenvolvimento  de  modelos  mais  completos  e  precisos  é 
baseado a partir destas expressões que descrevem um sistema simples, acrescido de seus 
parâmetros relevantes ao comportamento cinético da pelota. 
 
A compreensão da termodinâmica das reações entre CO e óxidos de ferro ajuda 
a prever os produtos obtidos das reações para diferentes faixas de temperaturas. 
Abaixo  de  843K,  o  caminho  de  redução  ocorre  da  hematita  (Fe2O3)  para 
magnetita  (Fe3O4)  para  ferro  metálico  (Fe).  Para  essa  faixa  de  temperatura  a  taxa  de 
reação é muito lenta, já que a relação CO/CO 2 é baixa como pode ser visto no diagrama 
da Figura 15, inviabilizando a aplicação industrial (NOGUEIRA, 2010). 
Acima de 843K, a redução ocorre passando pelo estágio de formação da wustita 
(FeO) para então ser reduzida a ferro metálico. 
 

Figura  15.  Diagrama  de  equilíbrio  do  sistema  Fe­C­O  (Extraído  de  (NOGUEIRA, 
2010)). 
46 

Quando a redução da hematita a magnetita ocorre, há um rearranjo de estrutura 
cristalina de reticulado hexagonal para um reticulado cúbico de face centrada. Como a 
wustita também é cúbica de face centrada, o rearranjo ocorrido na reação da magnetita 
para  a  wustita,  não  é  tão  significante  quando  comparado  àquele  durante  a  reação  da 
hematita à magnetita. A mudança brusca na reação da hematita à magnetita implica em 
formação  de  fissuras  e  trincas  por  diferenças  no  volume  da  célula  unitária tornando  a 
pelota porosa conforme pode ser visualizado na Tabela 1. 
 
Tabela  1.  Estrutura  e  volume  das  células  dos  óxidos  de  ferro  (Extraído  de  (REIS, 
2008)).  

Óxido  Fórmula Molecular  Estr. Cristalina  Volume da célula unitária ( A ) 
Hematita  Fe2O3­α  Hexagonal  302,76 
Magnetita  Fe3O4  CFC  591,96 
Maguemita  Fe2O3­γ  CFC  575,93 
Wustita  FeO  CFC  80,11 
 
Além da taxa de reação mais alta à temperaturas acima de 843K, a wustita por 
ser um material mais dúctil, absorve as tensões geradas durante a reação da magnetita à 
wustita (MOURÃO, 1988). 
O  produto  gasoso  das  reações  de  óxido  de  ferro  torna­se  reagente  para  a 
continuidade  da  reação  4,  reação  de  Boudouard.  A  reação  de  Boudoard  tem  um 
comportamento descrito pela curva vermelha que pode ser vista na Fig. 9. À medida que 
a temperatura sobe a concentração de gás CO aumenta.  
Vários autores (IGUCHI, et al., 2002; NASCIMENTO, 1997;  FORTINI, et al., 
2005;  FORTINI,  et  al.,  2005;  MOON,  et  al.,  2003)  têm  entrado  em  acordo  de  que  a 
reação de Boudouard é a etapa controladora até aproximadamente 1200 oC, sendo então, 
de extrema importância o suprimento energético para continuidade da reação altamente 
endotérmica. 
A  cinética  da  reação  de  Boudouard  é  afetada  por  diversos  fatores,  entre  eles:  a 
temperatura, a composição da atmosfera gasosa, os componentes presentes na cinza do 
carvão,  porosidade,  composição  de  carbono  fixo  e  voláteis  presentes,  e  condições  de 
pré­aquecimento e experimentais. 
 
 
47 

3.4  Colaboração  de  trabalhos  científicos  no  estudo  da cinética de redução dos 


óxidos de ferro na forma de aglomerados 
 
Muitas pesquisas relevantes na área de cinética da redução dos óxidos de ferro 
têm  sido  desenvolvidas  até  o  momento.  Merecem  destaque  alguns  trabalhos  sobre 
pelotas autorredutoras com diferentes fontes de carbono e pelotas convencionais com 
diferentes fontes ferríferas, que serão citados a seguir. 
(MANTOVANI,  et  al.,  2000),  estudaram  o  comportamento  da  resistência  à 
compressão de  pelotas autorredutoras contendo poeira de forno a arco elétrico (EAF) 
e  finos  de  carbono.  Foram  realizados  ensaios  de  compressão  a  frio,  compressão  a 
quente, inchaço,  crepitação, além de verificar­se a remoção de zinco da pelota, muito 
presente em  poeiras  de  aciaria.  Para  tanto,  foram  utilizadas  pelotas  contendo  3  e 
5%  de  cimento  Portland,  pelotas  contendo  12%  de  CaCO3  e  pelotas  sem  aditivos. 
Para  o  estudo  da  compressão  a quente,  as  pelotas  contendo  cimento  passaram por 
ciclos  térmicos  a  diferentes taxas de aquecimento. 
Os  melhores  resultados  para  o  estudo  de  compressão  a  frio  foram  para  as 
pelotas  contendo 3 e 5% de cimento, conforme pode ser visualizado na Figura 16 (a).  
De  acordo  com  os  autores  isto  ocorre  devido  à  hidratação  que  ocorre  no 
aglomerado a partir dos  componentes presentes no cimento. 
 

   
(a)  (b) 
Figura 16. Resultados da resistência a compressão das pelotas curadas a frio (a) e após 
sofrerem aquecimento (b) (Adaptado de (MANTOVANI, et al., 2000)). 
 
48 

O resultado do ensaio  de compressão  das  pelotas  após passar  por ciclo térmico 


adotado por autores pode ser visualizado na Figura 16 (b). De acordo com os autores, as 
pelotas apresentaram uma resistência crítica em torno dos 950ºC e uma queda , quando 
as  pelotas  são  aquecidas  da  temperatura  ambiente  até  680ºC,  e  isto  ocorre  devido  à 
quebra  das  fases  hidratadas  contidas  no  cimento.  Entretanto,  acima  de  1059ºC,  a 
resistência aumenta devido à densificação da amostra pelo processo de sinterização. 
Pelotas  contendo  cimento  depois  de  passar  por  um  processo  de  secagem  não 
apresentaram  o  fenômeno  de  crepitação.  Segundo  os  autores,  a  crepitação  ocorre 
quando  a  taxa  de  formação  de  gases  gerados  no  interior  do  aglomerado  é  alta, 
aumentando a pressão interna e provocando algumas vezes até, a explosão das pelotas. 
Esta  pressão  interna  é  mais  tolerável  quando  o  aglomerado  está  livre  do  alto  teor  de 
umidade.   
O  fenômeno  de  inchaço  foi  observado  principalmente  em  pelotas  que 
foram  submetidas  aos  ciclos  térmicos  com  baixa  taxa  de  aquecimento,  devido  à 
formação de whiskers, conforme pode ser visualizado na Figura 17. 
 

 
Figura  17.  Formação  de  whiskers  devido  à  baixa  taxa  de  aquecimento  (Extraído  de 
(MANTOVANI, et al., 2000)). 
 
A  formação  de  whiskers  não  ocorreu  em  ciclos  térmicos  com  taxas  altas  de 
aquecimento,  sendo  necessário  aplicar  também  altas  temperaturas.  Além  disso,  foi 
observado  que  pelotas  autorredutoras  contendo  cimento  ou  CaCO3  teve  um  maior 
percentual de zinco removido, devido às reações do Zn com gases CO e H2  provenientes 
dos aditivos. 
49 

BAGATINI,  M.C.  et  al,  (BAGATINI,  et  al.,  2011)  estudaram  a  redução 
cinética  de  briquetes  feitos  de  carepa.  As  amostras  foram  caracterizadas  por 
microscópio  ótico  e  eletrônico  de  varredura  para  então  serem  reduzidas  em 
atmosfera  pura  de  CO  e  uma  mistura  de  gasosa  de  10%  CO2  e  90%  CO.  A  análise 
química  por  ICP  e  raios­X  comprovaram  a  presença  de  alta  quantidade  de  ferro 
(74%  em  massa),  estando  em  sua  maior  parte  associado  ao  oxigênio  na  forma  de 
wustita  e  em  menor  quantidade  como  hematita,  magnetita e ferro metálico. 
Segundo  análises  obtidas  em  microscópio  ótico  e  eletrônico  de  varredura,  os 
autores puderam analisar diferentes camadas, sendo a camada mais externa composta de 
uma  fina  porção  de  hematita  e  magnetita,  uma  camada  intermediária  composta  por 
wustita densa e uma camada interna contendo wustita porosa. 
A  redução  cinética  das  amostras,  a  principio,  foram  realizadas  em  atmosfera 
inerte até atingir 1100ºC e posteriormente em um segundo passo utilizando­se atmosfera 
mista contendo 50% CO e 50% CO2  e em um terceiro passo mudando a composição do 
gás para 90% CO e 10% CO2  conforme pode ser visto na Figura 18. 
 

 
Figura 18. Ensaio  termogravimétrico  de  briquetes  de  carepa  em  diferentes  atmosferas 
gasosas (Extraído de (BAGATINI, et al., 2011)). 
 
Os autores realizaram também, estudos cinéticos das amostras em atmosferas de 
CO  puro  e  atmosferas  contendo  90%  CO  e  10%  CO2,  para  diferentes  temperaturas, 
conforme demonstrado nas Figuras 19 (a) e 19 (b). 
 
50 

   
(a)  (b) 
Figura 19.  Ensaios  termogravimétricos  de  briquetes  em  (a)  atmosfera  contendo  CO 
puro; e (b) atmosfera mista contendo 90% CO e 10% CO2  (Extraído de (BAGATINI, et 
al., 2011)). 
 
De  acordo  com  os  autores,  à  temperaturas  mais  baixas  em  presença  de  forte 
atmosfera  redutora  (CO  puro)  após  um  determinado  tempo,  começa  a  ocorrer  a 
deposição  do  carbono  ou  reação  de  carburização,  provocando  um  caimento  na  fração 
reduzida conforme visualizado na Figura 19 (a). O mesmo não ocorreu quando utilizada 
uma atmosfera mista contendo 90% de CO (Figura 19 (b)). 
As  imagens  obtidas  em  MEV  das  amostras  reduzidas  mostraram  que  é  mais 
comum  encontrar  ferro  na  forma  de  whiskers  a  mais  baixa  temperatura  (<  1000ºC),  e 
ferro  na  forma  esponja  a  mais  alta  temperatura  (>1000ºC).  Além  disso,  os  autores 
observaram  que  a  redução  ocorre  inicialmente  nos  contornos  do  grão  de  wustita 
próximas a um poro, já que o poro permite a passagem do gás redutor proporcionando o 
contato entre gás e óxido, demonstrado na Figura 20 (a­d). 
Independentemente da morfologia do ferro, os autores observaram que a redução 
tem um caráter topoquímico conforme foi visualizado nas imagens obtidas em MEV, e 
portanto,  foi  escolhido  o  modelo  de  núcleo  não­reagido  para  calcular  as  constantes 
cinéticas  das  curvas  de  fração  reagida.  Com  as  constantes  cinéticas  obtidas,  foi 
calculada  a  energia  de  ativação  da  reação  p  para  as  diferentes  atmosferas  gasosas 
estudas,  sendo 79, 77 e 81 KJ/mol para atmosfera de CO puro, finos de carepa e para 
carepa  em  forma  de  plaquetas  em  mistura  gasosa  contendo  90%  CO  e  10%  de  CO2, 
respectivamente. 
 
 
51 

 
Figura 20. Imagens das amostras reduzidas em MEV no formato (a) e (c) Ferro esponja 
e na forma de whiskers (b) e (d) (Extraído de (BAGATINI, et al., 2011)). 
 
A reciclagem da carepa e lama de conversor  LD também  é validada  em estudo 
realizado por (PAL, et al., 2014),  que propuseram  um  aglomerado  “sínter­pelota” para 
aplicação em altos­fornos. As  misturas também levaram finos de coque e aditivos e  os 
ensaios também foram realizados substituindo a lama e a carepa por minério de ferro. 
As  pelotas  contendo  diâmetros  entre  10  e  11  mm  foram  misturadas  com 
uma  mistura de sínter e então sinterizadas em uma faixa de temperatura entre 1250 e 
1375ºC.  Após  o  resfriamento  o  bolo  de  sínter  obtido  foi  quebrado  no  tamanho 
desejado  e  a  massa  final  obtida  foi  denominado  compósito  aglomerado  pelota­sinter 
(P­SCA),  para  então  ser  caracterizada  física  e  quimicamente,  conforme  pode  ser 
visualizado na Figura  21. 
 
52 

 
 

Figura 21. Pelotas de lama de conversor LD à direita e após a sinterização e quebra do 
bolo à esquerda. 
 
Os  autores,  afirmam  que  pelotas  contendo  4%  de  carbono  no  núcleo  não 
satisfizeram  a  resistência  necessária  nos  P­SCA,  formando  pelotas  quebradiças 
conforme pode ser visualizado na Figura 22. 
 

 
Figura 22. Pelotas contendo casca de minério de ferro e núcleo de carbono à esquerda e 
respectivo P­SCA (Extraído de (PAL, et al., 2014)). 

A  aplicação  de  pelotas  feitas  por  lama  de  conversor  LD  mostraram  melhores 
resultados de resistência devido à maior presença de ferro metálico em relação a óxidos 
de ferro, reduzindo então, a geração de gases no interior do aglomerado. 
O  aglomerado  estudado  permitiu  aos  autores  concluir  que  ocorre  aumento  de 
30%  na  adição  de  microfinos  à  sinterização;  redução  na  adição  de  fluxantes  devido  à 
substituição por lama de conversor e redução no consumo de coque. 
A redução do minério de ferro por carvão de biomassa foi estudada por (ZUO, et 
al.,  2013),  com  intuito  de  reduzir  o  consumo  de  coque  e  carvão  mineral  na  indústria 
siderúrgica.  Para  tal,  a  biomassa  crua  foi  aquecida  a  773K  por  30  minutos  e  então 
resfriada,  obtendo­se  então  o  carvão  de  biomassa  contendo  81%  de  carbono  fixo.  A 
53 

reatividade  dos  agentes  redutores  foi  testada  em  analisador  termogravimétrico 


utilizando­se 10mg de amostra em taxa de aquecimento de 10K/min até atingir 1173K e 
mantendo­se  a  esta  temperatura  até  cessar  a  variação  de  massa  em  atmosfera  de  Ar.   
Cessada  a  variação  de  massa,  a  atmosfera  de  Ar  foi  alterada  para  CO2  com  a 
mesma  taxa  de  aquecimento  até  atingir  1473K.  As  blendas  de  hematita  e  fonte 
carbonácea  foram  obtidas  misturando­se  diferentes  teores  de  carbono  com  razão  de 
C/O:  1,  1,15  e  1,3;  sendo  então,  aquecidas  com  taxa  de  10K/min  até  atingir  1473K 
em  atmosfera  de  Ar.  O  cálculo  da  fração  reduzida  (F)  dos  óxidos  de  ferro  foi 
realizado  a  partir  de  1073K  a  1473K  a  fim  de  desconsiderar a perda por umidade e 
volatilização. 
Os resultados de fração reduzida das fontes carbonáceas e taxa de conversão dos 
óxidos de ferro podem ser visualizados nas Figuras 23 (a) e (b), respectivamente. 
 

 
(a)  (b) 
Figura 23.  (a) Taxa  de  conversão  das  diferentes  fontes  carbonáceas  e  (b)  variação  de 
massa da mistura de hematita com carvão de biomassa (Extraído de (ZUO, et al., 2013)). 

Segundo os autores, a conversão total do carvão de biomassa ocorreu em 1446K, 
quando  a  conversão  de  carvão  mineral  e  coque  estavam  em  81,25  e  44,48%, 
respectivamente. 
Para  explicar  melhor  a  cinética  dos  óxidos  de  ferro  pelo  carvão  de  biomassa 
(C/O=1.15),  os  autores  dividiram  o  gráfico  representado  na Figura  2 2 (b)  em  três 
regiões. A região S1  representa a variação de massa devido à desidratação da biomassa e 
separação da água associada aos óxidos de ferro. Esta etapa é seguida da região S2  que 
representa a volatilização da biomassa  (738  a 1121K) e a  reação  direta entre  hematita 
e  partículas  de  carbono  e  a  região  S3,  fortemente  representada  pela  gaseificação  do 
54 

carbono  (1121­1473K),  sendo  que  após  atingir  1446K  a  gaseificação  praticamente 


termina dando continuidade apenas ao processo de redução indireta do CO  pelos óxidos 
de ferro. 
A  diferença  do  percentual  mássico  para  as  amostras  contendo  diferentes 
conteúdos de carbono podem ser visualizados na Figura 24. 
 

 
Figura  24.  Curvas  TG­DTG  das  diferentes  amostras  durante  o  processo  de 
autorredução (Extraído de (ZUO, et al., 2013)). 
 
A amostra contendo razão molar de C/O igual a 1 não alcançou a quantidade de 
CO suficiente  para  reagir  todo  o  Fe2O3,  sendo  que  a  1473K as  frações  reduzidas para 
amostras  contendo  razão  molar  de  C/O  iguais  a  1,  1,15  e  1,3  foram  respectivamente: 
84,31,  88,4  e  90,5%;  não  havendo  variação  relevante  entre  frações  reduzidas  para 
amostras contendo 1,15 e 1,3 de C/O. 
Além  disso,  os  autores  realizaram  experimentos  de  redução  cinética  com 
diferentes  fontes  carbonáceas  das  quais  os  resultados  demonstraram  maior  fração 
reagida atingida para compósitos contendo carvão de biomassa, carvão mineral e coque, 
respectivamente; bem como temperaturas iniciais de redução mais baixas para amostras 
contendo carvão de biomassa, carvão mineral e coque, respectivamente iguais a: 1121, 
1227 e 1329K.  
Os  autores  explicam  que  a  maior  taxa  de  formação  de  voláteis  presentes  na 
biomassa  além  de  promover  a  formação  de  poros  no  compósito,  também  ajuda  no 
aquecimento das partículas de minério de ferro facilitando o alcance da temperatura de 
55 

reação. Isto explica também o fato dos compósitos de coque terem atingido menor valor 
de fração reagida, visto a menor presença de voláteis no coque que no carvão mineral. 
Os  autores  também  lembram  que  a  presença  de  alguns  minerais  na  biomassa 
ajuda a catalisar algumas reações de redução dos óxidos de ferro. 
Os  resultados  dos  cálculos  obtidos  na  aplicação  do  modelo  mostraram  que  a 
carga de altos­fornos composta por carvão de biomassa e minério de ferro pode reduzir 
a  temperatura  da  zona  térmica,  a  razão  de  combustível  utilizada  e  melhorar  a 
redutibilidade da carga. 
(LUO, et al., 2011),  realizaram  experimentos  cinéticos  isotérmicos  utilizando 
briquetes  autorredutores  contendo  minério  de  ferro,  biomassa,  cal,  e  bentonita  em 
atmosfera mista de H2  e CO na razão constante de 5:2 em temperaturas de 900 a 1100ºC 
por intervalos de tempo de 30 a 60 min. A vazão do fluxo de gás foi mantida constante 
em 2 L/min. 
As corridas foram realizadas conforme sugere Tabela 2. 
 
Tabela  2.  Diferentes  composições  de  briquetes  utilizados  nos  ensaios  cinéticos. 
(Adaptado de (LUO, et al., 2011)). 
Composição(g)  Biomassa  Coque  Minério de Ferro  Cal  Bentonita 
Amostra 1  ­  150  850  20  50 
Amostra 2  ­  100  900  20  50 
Amostra 3  ­  50  950  20  50 
Amostra 4  150  ­  850  20  50 
Amostra 5  100  ­  900  20  50 
Amostra 6  50  ­  950  20  50 
Amostra 7  ­  ­  1000  20  50 
 
Fica  fácil  perceber  pelos  resultados  dos  ensaios  cinéticos  realizados  a  1000ºC 
durante  60  minutos,  obtidos  para  diferentes  composições  de  amostra  demonstradas  na 
Figura  25  (a),  que  os  maiores  conteúdos  de  ferro  obtidos  foram  para  as  amostras 
contendo  coque.  Entretanto,  estas  amostras  apresentam  também  os  maiores  conteúdos 
de  carbono  conforme  demonstrado  na  Figura  25  (b).  Segundo  os  autores  isso  ocorre 
devido  à  presença  do  carbono  fixo  na biomassa  ter  maior  ocorrência  na  forma  de 
voláteis do que como carbono fixo, diferentemente do coque. 
 
56 

 
(a)  (b) 
Figura 25. Conteúdo de (a) ferro e carvão (b) presente nas amostras finais (Extraído de 
(LUO, et al., 2011)). 
 
Foi observado também que o percentual de ferro presente nas amostras reduzidas 
diminuía quando aumentava a quantidade de CO em relação ao H2. Os autores explicam 
que  a  absorção  do  hidrogênio  pelo  óxido  de  ferro  é  muito  maior  em  relação  ao  CO, 
ajudando então a redução dos óxidos. 
As amostras contendo biomassa apresentaram boa redutibilidade e percentual de 
carbono abaixo de 0,4%, satisfazendo o conteúdo de C necessário em ferro gusa. 
Em  ensaios  cinéticos  realizados  em  pelotas  de  minério  de  ferro  com  diferentes 
composições  atmosféricas  redutoras,  100%  H2,  100% CO,  φH2/φCO=2,5,  φH2/φCO=1 
e  φH2/φCO=0,4,  os  autores  (WANG,  et  al.,  2012)  puderam  comprovar  que  o 
aumento  de  hidrogênio  na  composição  atmosférica  ajuda  a  diminuir  o  índice  de 
inchaço  da  pelota  bem  como  melhorar  a  resistência  a  compressão,  além  de  acelerar 
a  taxa  de  reação.   
A  Figura  26  mostra  o  índice  de  inchaço  da  pelota  aumentando  conforme  o 
aumento da temperatura e  aumento da quantidade de CO na atmosfera. 
57 

 
Figura  26.  Aumento  do  inchaço  da  pelota  com  o  aumento  da  temperatura  e  CO  na 
atmosfera. (Adaptado de (WANG, et al., 2012)). 
 
Foi  observado  que  com  o  aumento  do  CO  a  resistência  das  pelotas  diminuía. 
Segundo  os  autores  isso  ocorre  devido  à  diferença  de  gradiente  de  temperatura  no 
interior e exterior da pelota,  gerando um stress estrutural, fazendo cair a  resistência  do 
aglomerado, já que na presença de CO ocorre deposição de carbono entre os grãos de Fe 
e FexO, desprendendo gás através da reação de Boudouard. 
As microestruturas das amostras reduzidas em presença de 100% de H2  e 100% 
de CO podem ser visualizadas na Figura 27 (a) e (b), respectivamente. 
 

 
(a)  (b) 
Figura 27. Pelota reduzida em :(a)  100% H2, (b) 100% de CO (Adaptado de (WANG, 
et al., 2012)). 
 
58 

Pode ser visto a presença de poros muito maiores na amostra que sofreu redução 
em  presença  de  CO,  o  que  reduz  a  resistência  a  compressão  da  pelota  e  aumenta  seu 
grau de inchamento. 
Ainda  se  tratando  de  ensaios  cinéticos  de  minério  de  ferro  com  carvão  de 
biomassa,  UEDA,  S.  et  al  (UEDA,  et  al.,  2009),  realizaram  um  estudo  do 
comportamento  de  redução  do  compósito  minério  de  ferro­  carvão  de  biomassa  por 
meio da técnica de termogravimetria.  
A princípio, a biomassa passou por um pré­aquecimento em várias temperaturas 
diferentes. A reatividade do minério de ferro com o carvão de biomassa foi testada para 
os  diferentes  padrões  de  aquecimento  de  carbonização  da  biomassa comparada  com  o 
compósito de minério de ferro e coque, conforme pode ser visto na Figura 28 (a), bem 
como  diferentes  granulometrias  de  carvão  de  biomassa  foram  utilizadas  para  reduzir 
minério de ferro conforme pode ser visualizado na Figura 28 (b). 
 

   
(a)  (b) 
Figura 28. (a) Variação de peso do compósito de minério de ferro e carvão de biomassa 
e coque e (b) para diferentes granulometrias (Extraído de (UEDA, et al., 2009)). 
 
Como pode ser observado na Figura 28 (a), a reatividade do carvão de biomassa 
é bem maior em relação ao coque, sendo que os compósitos com biomassa que sofreram 
pré­tratamento da com patamares a 800ºC apresentaram melhor reatividade em relação à 
biomassa  que  sofreu  carburização  a  1000ºC.  Em  relação a  granulometria  do  carvão,  a 
reatividade foi reduzida para carvões com maiores granulometrias (150­250 µm).  
Segundo  os  autores,  a  reatividade  do  compósito  minério  de  ferro­biomassa  é 
quase 12 vezes maior que a reatividade com coque devido à originalidade da estrutura 
de duto da biomassa ser mantida, aumentando a área de superfície de contato.  
59 

Além disso, foi testado também um modelo teórico onde foi adicionada a taxa de 
reação  da  biomassa  incluindo  fatores  experimentais  obtidos,  como  a  influência  da 
granulometria e  taxa  de  aquecimento.  Os  resultados  mostraram  um  bom ajuste  para  a 
etapa de redução da wustita. 
Ainda  se  tratando  de  autorredução  de  pelotas  (YI,  et  al.,  2014),  realizou 
experimentos  de  redução  direta  de  pelotas  feitas  com  minério  de  ferro,  carvão 
betuminoso  (na  proporção  de  4:1)  e  bentonita  como  aglomerante  utilizando  um  forno 
tipo cuba em presença de fluxo constante de Argônio a 0,2 L/min. 
A  Figura  29  (a)  é  o  resultado  da  fração  reagida  da  pelota.  Aos  30  minutos  o 
aglomerado  alcança  um  máximo  de  redução  (84,08%)  e  a  partir  de  então,  começa  a 
haver  um  ganho  de  massa  que  é  explicado  segundo  os  autores  pela  re­oxidação  da 
pelota autorredutora, pois a partir daí a taxa de oxidação da pelota passa a ser dominante 
em relação à taxa de redução.  
A Figura 29 (b) é a fração reagida da pelota em função da temperatura até os 30 
primeiros  minutos.  Pode­se  dizer  que  a  reação  de  redução  da  pelota  ocorre  em  dois 
estágios:  uma  redução  lenta  até  atingir  850ºC  e  uma  taxa  de  reação  rápida  após  essa 
temperatura. 
 

 
 
(a)  (b) 
Figura  29.  (a)  Fração  reagida  da  pelota  em  função  do  tempo  e  (b)  em  função  da 
temperatura nos primeiros 30 minutos (Extraído de (YI, et al., 2014)). 
 
Os autores relacionaram a taxa de reação característica ao modelo sólido­sólido 
conforme a Equação 3.19 a seguir. 
 
[1­(1­α)1/3]2 = ­kt  (3.19) 
60 

 
Onde α é a fração de reação, t é o tempo e k é a constante de velocidade. Além
disso, a energia de ativação foi calculada para diversas temperaturas e a fração reagida 
foi calculada segundo o modelo escolhido apresentando um bom ajuste. 
Com intuito de analisar a redução após trinta minutos de ensaio para diferentes 
temperaturas, foi realizada a difração de raios­X que ajudou a observar a formação de 
magnetita a 500ºC e a redução completa da wustita a Fe aos 900ºC. A 1000ºC FeO e Fe 
coexistem. 
Imagens obtidas em MEV corroboram o aumento da presença de partículas de 
ferro com o aumento da temperatura, além do desenvolvimento dos poros. 
Continuando  seus  estudos  sobre  pelotas  autorredutoras,  (MAN,  et  al.,  2014), 
estudaram  a  influência  da  temperatura  e  tempo  na  redução  de  pelotas  autorredutoras 
através de ensaios termogravimétricos e analisando suas fases por meio de difração de 
raios­X. 
O  carvão  utilizado  foi  pré­aquecido  até  a  volatilização  total  das  matérias 
voláteis.  As  pelotas  foram  feitas  com  minério  de  ferro,  carvão  e  bentonita  como 
aglomerante. Após a secagem da pelota em temperatura constante de 110ºC, estas foram 
levadas a um forno vertical acoplado a balança eletrônica e controlador de temperatura 
em fluxo constante de nitrogênio igual a 0,5 L/min. 
A  700ºC  Fe3O4  começa  a  aparecer  seguido  por  FeO  a  800ºC  e  Fe  a  1000ºC, 
estando  completamente  reduzida  a  Fe  metálico  a  1100ºC.  As  imagens  em  MEV 
permitiram visualizar o aumento da porosidade corroborando a evolução da redução dos 
óxidos de ferro. 
Os  autores  adotaram  como  modelo  cinético  o  método  de  Avrami­Erofeev 
descrito na Equação 3.20 a seguir. 
 
1­α = exp(­ktm)  (3.20) 
 
Onde o parâmetro m é escolhido conforme o mecanismo de controle da reação. 
A 700ºC o valor de m escolhido correspondeu ao modelo de controle difusional 
tridimensional. O valor de m igual a 1,07 após ajuste do modelo correspondeu bem aos 
dados  experimentais  a  1100ºC,  seguindo  o  modelo  tridimensional  de  controle  de 
contorno de fase. Ambos os resultados podem ser visualizados nas Figuras 30 (a) e (b).  
 
61 

   
Figura 30. Fração reagida em função do tempo a (a) 700ºC e (b) 1100ºC (Adaptado de 
(MAN, et al., 2014)). 
 
Em  outro  estudo,  (MARTINEZ,  et  al.,  2014),  realizaram  ensaios 
termogravimétricos  não­isotérmicos  variando  de  25ºC  a  1400ºC  de  pelotas  feitas  de 
35%  de  hematita  e  magnetita,  utilizando­se  taxas  de  aquecimento  de  5ºC/min, 
30ºC/min,  40ºC/min  e  50ºC/min.  Para  identificar  as  reações  envolvidas  e  a  evolução 
microestrutural das amostras, foram escolhidas as pelotas aquecidas às taxas de 5ºC/min 
e 50ºC/min para serem caracterizadas em difração de  raios­X, e microscopia eletrônica 
de  varredura  (MEV) acoplada  por EDS  (espectroscopia  dispersiva  de energia).   
Foram  encontradas  fases como  cálcio­ferrita,  magnésio­ferrita,  e  sílico­ferritas 
de cálcio  e  alumínio.  Além  disso,  os  autores  perceberam  que  pelotas  aquecidas  em 
taxa  de  50ºC  apresentavam  em  sua  estrutura  microestrutural  pequenos  grãos  de 
hematita  rodeados  por  uma  fase  de  escória  e  pelotas  aquecidas  com  taxa  de  5ºC 
apresentaram os mesmo grãos  rodeados por uma maior quantidade de escória, conforme 
mostrado na Figura 31. 
Pela imagem obtida os autores concluíram que à taxas de aquecimento menores 
o tempo do processo de difusão é favorecido e grãos maiores de hematita são formados 
quando  comparados  à  maiores  taxas  de  aquecimento.  Em  relação  à  composição 
química, a formação da magnetita à altas temperaturas, para taxas de aquecimento de 5 
e 50ºC/min ocorrem a 1120 e 1160º , respectivamente, sendo a quantidade de magnetita 
maior para o processo a 5ºC/min. 
Os resultados dos ensaios termogravimétricos para todas as taxas adotadas neste 
trabalho e de raios­X com taxa de 5º/min, para a variação de massa da amostra podem 
ser visualizados na Figura 32. 
 
62 

 
Figura  31.  Imagens  da  microesturutra  das  pelotas  aquecidas  a  diferentes  taxas  de 
aquecimento (Adaptado de (MARTINEZ, et al., 2014)). 
 

 
(a)  (b) 
Figura  32.  (a)  Ensaio  termogravimétrico  das  pelotas  aquecidas  a  diferentes  taxas 
de  aquecimento  e  (b)  resultados  da  difração  de  raios­X  para  a  pelota  aquecida  à  taxa 
de  5ºC/min (Adaptado de (MARTINEZ, et al., 2014)). 
 
63 

A variação de massa foi maior a taxas de aquecimento maiores, de acordo com 
Figura  32  (a).  Segundo  os  autores,  a  queda  brusca  em  torno  dos  600ºC  para  todas 
as  curvas com diferentes taxas de aquecimento pode ser explicada pela desidratação de 
cal e degradação de fases presentes na dolomita e bentonita, os aglomerantes utilizados 
na  produção  das  pelotas  adotadas.  Pela  Figura  32  (b)  foi  observado  uma  redução  na 
quantidade de magnetita e  o surgimento da  γ­hematita e  α­hematita às temperaturas de 
310ºC e 775ºC, respectivamente. 
Os  autores  concluem  que  a  composição  adotada  da  pelota  neste  estudo, 
respondem satisfatoriamente ao processo de endurecimento. 
 Em  trabalho  realizado  por  (TAKANO,  et  al.,  2003),  foram  reutilizados  oito 
tipos  diferentes  de  resíduos  siderúrgicos  contendo  ferro  para  produção  de  dez 
diferentes pelotas autorredutoras e seis tipos de briquetes. O redutor utilizado foi coque 
contendo 85% de carbono fixo, 2% de voláteis e 13% de cinzas, e o aglomerante usado 
foi cimento  Portland.   
As  pelotas  e  briquetes  foram  caracterizados  usando­se  MEV  (microscopia 
eletrônica de  varredura) acoplada a EDS,  além de  ser realizados  testes de  compressão 
a  frio,  crepitação  e  inchaço.  Os  autores  concluem  que  é  economicamente  viável 
reciclar resíduos siderúrgicos contendo ferro como pelotas autorredutoras e  briquetes e 
substituir parte da carga de  fornos a oxigênio  (BOF),  sendo  o  gasto de  US$  15/ton de 
aglomerados. 
Comprovou­se  também,  que  é  vantajoso  reciclar  poeiras  residuais  de  BOF 
devido ao alto percentual de Fe presente nesses resíduos (cerca de 85% de Fe em poeira 
grossa  e  60%  de  Fe  em  poeira  fina).  Lama  de  alto­forno  possui  alta  concentração  de 
carbono  podendo  substituir  parte  do  redutor,  sempre  se  atentando  ao  conteúdo  de 
enxofre.  As  pelotas  curadas  a  frio  apresentaram  resistência  mecânica  favorável  à 
comercialização destas. 
Em  determinado  estudo (EL­GEASSY, 1994),  analisou­se  o  grau  de  redução 
das  pelotas  por  redução  direta,  em  processos  isotérmicos  com  temperaturas  entre 
973K e  1273K como  agente redutor H2. Os resultados mostraram que à medida que a 
temperatura  de  redução  diminui,  a  estrutura  do  ferro  esponja  se  torna  mais  porosa, 
sendo  que  abaixo  de  973K é  produzida uma  grande área  superficial porosa,  conforme 
pode ser visualizado na Figura  33. 
64 

 
Figura  33.  Micrografias  de  minério  de  ferro  parcialmente  reduzidos  (93%):  (a) 
973K,  (b)1073K, (c)1173K e (d) 1273K. (Extraído de (EL­GEASSY, 1994)). 
A  Figura  34  é  o  resultado  do  grau  de  redução  com  o  tempo  para 
diferentes  temperaturas.  Conforme  pode  ser  visualizado,  o  maior  grau  de  redução 
atingido foi para  a maior temperatura de 1273K. 
 

 
Figura  34.  Grau  de  redução  das  pelotas  para  diferentes  temperaturas  em  redução 
direta.  (Extraído de (EL­GEASSY, 1994)). 
 

Em  determinado  trabalho  (COST A,  e t   al .,  2009) ,  foram  realizadas 


analises termogravimétricas de  amostras  de  hematita  em  atmosfera  de  H2  puro  e  os 
resultados  da  conversão  foram  confrontados  com  aqueles  obtidos  por  simulação 
computacional  através  de  linguagem  Fortran  90,  que  descreve  os  fenômenos  físico­
65 

químicos que ocorrem tanto em escala de  um  pellet, quanto para escala  de  um  reator. 


Os  resultados  obtidos  pelo  modelo  adequaram­se  bem aos resultados experimentais e 
uma  conversão  completa  do  mineral  pode  ser  obtida  com  reatores  mais  compactos 
que  os  fornos  existentes  (HYL,  MIDREX),  que  operam  com  o  Syngás  (CO+H2) 
como gás redutor. Isso porque a  redução com H2  é significativamente mais rápida que 
a redução com CO. 
  A  Figura  35  (a)  mostra  os  resultados  comparativos  da  conversão  de  hematita 
em  ferro, entre modelo  e experimento,  e a conversão das frações de fases obtidas na 
aplicação do modelo, em 35 (b). 
 

   
(a)  (b) 
Figura  35.  (a)  Comparação  das  conversões  obtidas  experimentalmente  e  por 
modelo  computacional;  (b)  conversão  molar  das  frações  de  fases  obtidas  por 
simulação  computacional. (Extraído de (COSTA, et al., 2009)). 
 
Para  as  diferentes  temperaturas  de  ensaio,  foi  observado  que  a  altas 
temperaturas,  a  redução  é  mais  lenta,  provavelmente  devido  ao  fenômeno  de 
sinterização, que densifica o ferro formado,  dificultando os mecanismos de  difusão.  O 
fenômeno  de  sinterização  pôde  ser  comprovado  pelas  micrografias  que  podem  ser 
visualizadas na  Figura 35, que mostra a redução de poros e a evolução da densificação 
do material. 
66 

     
(a)  (b)  (c) 

   
(d)  (e) 

Figura  36.  Evolução  da  morfologia  ao  longo  do  tempo  durante  a  redução  a  800oC, 
em  fluxo  gasoso  composto  de  H2/He,  com  evolução  da  (a)  hematita  de  partida  a  (e) 
ferro  metálico. (Extraído de (COSTA, et al., 2009)). 

Conforme  estudo  realizado  por  KASHIWAYA,  Y.  ,  et  al.,  foi  observado  que 
a  autorredução  das  pelotas  de  minério  de  ferro  com  carvão  desvolatilizado  (30%)  à 
temperatura  de  900oC,  a  reação  não  é  completa,  entretanto  entre  1000  e  1100oC,  a 
reação  de  redução  se  completa  em  torno  de  20  minutos,  sendo  que  nos  primeiros  4 
minutos a taxa de reação é bem maior. 
Em pesquisas  realizadas  por (SOHN, et al., 2005; SOHN, et al., 2006; SOHN , 
et al., 2006), sobre a  autorredução detalhando efeitos da estrutura interna dos poros das 
partículas  que  compõem  a  pelota,  o  inchamento  e  encolhimento  da  pelota,  o  tipo  de 
matéria escolhida  foram consideradas. 
Utilizando dois tipos de fontes carbonáceas (carvão betuminoso de baixo volátil 
e carvão vegetal desvolatilizado de eucalipto) os autores concluíram que a gaseificação 
do carbono no carvão vegetal está cerca de uma grandeza acima daquela para o carvão 
mineral, devido à grande presença de poros na estrutura do carvão vegetal. 
Os  redutores  podem  influenciar  na  cinética  de  redução  do  óxido  de  ferro  de 
acordo  com  sua  granulometria  e  composição  da  fonte  carbonácea,  onde  a  maior 
quantidade  de  redutor  favorece  a  formação  de  ferro,  entretanto,  essa  quantidade  de 
redutor deve respeitar um limite visto que a resistência à compressão da pelota diminui. 
67 

( B O N A L D E ,   e t   a l . ,   2 0 0 5 ) ,  desenvolveram  um  modelo  matemático 


para  a  cinética  de  redução  de  pelotas  e  confrontaram  os  resultados  alcançados  com 
os  dados  obtidos  experimentalmente  para  três  diferentes  atmosferas  redutoras 
(monóxido  de  carbono,  hidrogênio,  e  a  mistura  comercial  denominada  Midrex  ­  CO, 
H2,  CO2  e  CH4)  –  em  condições  de  processamento  isotérmico  das  amostras.  Os 
melhores  resultados  obtidos  para  a  redução  foram  àqueles  em  presença  de 
atmosferas  de  hidrogênio  e  a  mistura Midrex, conforme mostra a Figura 37. 
 

   
(a)  (b) 
Figura  37.  Reação  da  hematita  em  atmosferas  de  (a)hidrogênio  e  (b)  mistura  Midrex 
(Extraído de (BONALDE, et al., 2005)). 
  Buscando  aprofundar  conhecimentos  sobre  a  participação  de  carvão  vegetal  e 
carvão  mineral  na  redução  dos  óxidos  de  ferro,  (FORTINI,  et  al.,  2005; 
FORTINI,  et  al.,  2005)   analisaram  a  cinética  de  redução  de  pelotas  autorredutoras 
com  ambas  as  fontes  carbonáceas  e  confrontaram  os  resultados  com  um  modelo 
matemático  proposto.   
  Análises  baseadas  nas  taxas  de  reação  medidas  experimentalmente  mostraram 
que  para  as  pelotas  contendo  carvão  vegetal  a  transferência  de  calor  desempenha  um 
importante  papel  na taxa  de  reação  do  processo  como  um  todo,  enquanto  que  para  o 
carvão mineral,  a  oxidação  do  carbono  é  mais  importante.   
  O  modelo  adotado  mostrou  que  os  aglomerados com carvão vegetal são muito 
mais  sensíveis  às  trocas  térmicas  por  condução  do  que  às  condições  de  térmicas 
externas,  além das  pelotas  com  carvão  vegetal  terem  alcançado 90%  de  redução  em 
tempos  de  5 a  10  vezes menores do  que  os  correspondentes  para  o  carvão  mineral. 
Tais  resultados  podem ser  visualizados  na  Figura 38 (a) e 38(b). 
 
68 

 
Figura 38.  Efeito  da  variação  dos  modos  de  troca  térmica  sobre  o  avanço  da  redução 
em aglomerados com carvão vegetal: (a) efeito da condução; (b) efeito do coeficiente de 
trocas externas. (Extraído de (FORTINI, et al., 2005)). 
 
  De  acordo  com  os  autores,  as  discrepâncias  entre  os  resultados  obtidos  pelo 
modelo  e  experimento  foram  explicadas,  pelo  fato  do  equacionamento  proposto  não 
contemplar as interações com os aglomerantes. 
A  descoberta  da  alta  taxa  de  reação  do  carvão  vegetal  levou  os  autores  à 
continuidade  da  pesquisa  (  FRUEHAN,  et  al., 2008),  buscando  compreender  como  e 
quanto  voláteis  contidos  no  carvão  poderiam  contribuir para  a  redução  dos  óxidos  de 
ferro.  Para  isto,  uma  camada  de  óxidos  de  ferro  foi  exposta  a  fluxos  individuais  dos 
gases que compõem  os voláteis, e também, com um leito de pelotas.  
O aquecimento da camada de óxidos foi  realizado  por  exposição  à  radiação  de 
infravermelhos.  
De acordo com os resultados foi  observado que os voláteis presentes no carvão 
vegetal  (CO,  CO2,  H2,  CH4  e  C2H6)  são  liberados entre 350C e 600C; sendo que a 
contribuição  do  hidrogênio  para  a  redução  é  notável  tornando­o  o  redutor  prioritário, 
especialmente  até  a  900C  quando  sua  reação  é  mais  rápida  do  que  aquelas 
envolvendo  o  carbono  ou  o  CO.  A  desvolatilização  rápida  do  carvão  promove  uma 
taxa  de  redução  inicial  rápida  (em  torno  de  20  a  50%  de  redução).  A  Figura  39 
(a­d)  possibilita  a  visualização  da  redução  do  óxido  de  ferro  durante  o  estágio  de 
desvolatilização do carvão, com ação do H2  liberado. 
 
69 

 
o
Figura 39. Partícula de óxido de ferro reduzida com H2 a 450 C: (a) 15% de  redução, 
(b)  32%,  (c)  52%,  (d)  ampliação da  região  reduzida.  (Extraído  de ( FRUEHAN, et al., 
2008)). 
 
Pequenas pelotas contendo minério de ferro e fonte de carbono foram produzidas 
com  e  sem  aglomerante  (cimento  Portland),  e  submetidas  a  testes  de  redução  com 
acompanhamento da perda de massa nas temperaturas de 1150C a 1350C, para estudo 
da  influência  dos  aglomerantes  na  autorredução (SANTOS , et al.).   
Os  resultados  mostraram  que  a  presença  do  cimento  tem  maior  impacto  em 
mais  baixas  temperaturas,  como  se  pode  notar na Figura 40. 

 
Figura 40. Fração reduzida x tempo para diferentes temperaturas em pelotas com e sem 
cimento (Adaptado de (SANTOS , et al.)). 
 
70 

  A  liberação  de  umidade  do  cimento  promove  melhor  desempenho  na  redução 
conforme  pode  ser  visualizado  nas  curvas  referentes  a  1150C  (1423K)  e  1250C 
(1523K),  já  que  a  umidade  do  cimento  reage  com  os  gases  liberados  pelo  carvão 
gerando  redutores  (CO  e  H2).  Além  disso,  os  autores  concluíram  que  à  baixas 
temperaturas o cimento promove maior dispersão das partículas de ferro metálico e em 
temperaturas  mais  elevadas  as  pelotas  sem  cimento  sofreram  fusão  completa  com 
aproximadamente  50%  de  redução,  enquanto  que  nas  pelotas  com  cimento  pontos  de 
escória  líquida  se  formaram  contendo  FeO,  e  enquanto  este  óxido  era  gradativamente 
reduzido a resistência da pelota aumentava em altas temperaturas.  
  (URVASHI,  et  al.,  2013),  realizou  experimentos  de  autorredução  de  pelotas 
contendo  magnetita,  cal,  cimento  e  finos  de  madeira,  onde  esta  biomassa  utilizada 
continha 47,6% de carbono fixo. As pelotas foram secas por até 24h a 105ºC para então 
serem reduzidas em forno alcançando 1450ºC de temperatura. 
  Os autores observaram que apesar de terem usado ligantes para as pelotas, estes 
eram desnecessários quando utilizada a biomassa sendo que, a perda de ferro na escoria 
foi de menos de 1%. As pelotas atingiram 97% de metalização a 1450ºC em apenas 20 
minutos de residência no forno e também 97% de metalização atingindo a temperatura 
de 1475ºC em 7 minutos de residência no forno. Além disso, o estudo demonstrou que 
pelotas  contendo  biomassa  liberaram  menos  CO2  quando  comparadas  com  pelotas 
contendo  carvão  mineral,  além  de  obter  maior  metalização  em  menor  tempo  de 
residência  e  com  isso  menor  demanda  energética,  conforme  pode  ser  visualizado  na 
Tabela 3. 
 
Tabela 3. Comparação de CO2 liberado por diferentes fontes de carbono (Adaptado de 
(URVASHI, et al., 2013)). 
Redução  Carvão Mineral  Biomassa 
CH0,8O0,3 + 1,05O2→ CO2 + 0,4 
Combustão Completa  CH2O + O2→ CO2 + H2O 
H2O 
CO2 produzido/kg  2,49kg  1,47kg 
Valor calorífico  13,8­36,8 MJ/kg  15­19 MJ/kg 

Combustão  térmica  da  biomassa  produz  58%  menos  de  CO2 


Comentários 
comparada ao carvão vegetal. 

 
71 

  (MOON, et al., 2003) , adaptou um modelo teórico às reações que ocorrem em 
briquetes  autorredutores,  baseando­se  na  lei  cinética  de  primeira  ordem  adaptada 
conforme  pode  ser  vista  na  Equação  3.21  e  considerando  as  reações  de  redução  e 
oxidação do briquete. 
 
( )  
 
( ) (3.21) 

 
  Onde X é a fração de conversão do briquete; CCO2 e CeqCO2 são as concentrações 
de CO2 na reação e CO2 no equilíbrio, respectivamente; k é constante cinética e t é o 
tempo  de  reação.  Segundo  os  autores,  este  modelo  difere  dos  outros  modelos 
comumente  adotados,  pois,  inclui  a  reversibilidade  da  reação  de  Boudouard,  onde  o 
gradiente de força motriz é dada pela diferença entre CCO2 e CeqCO2. 
  Foi  também  realizado  o  ensaio  termogravimétrico  de  briquetes  cilíndricos  de 
duas  composições  diferentes:  um  briquete  contendo  apenas  óxido  e  carbono  (22,17% 
em peso) e outro contendo óxido, carbono (20,40% em peso) e cal. Os ensaios foram 
realizados  em  atmosfera  inerte  de  nitrogênio  com  alta  pureza  em  vazão  constante  de 
3L/min. 
  O resultado experimental da fração convertida para ambos os briquetes pode ser 
visto na Figura 41. 

 
Figura 41. Fração convertida de briquetes contendo cal (amostra 2) e sem cal (amostra 
1) (Extraído de (MOON, et al., 2003)). 
 
  Como não houve diferença de reatividade entre os briquetes, o modelo utilizado 
serviu para ambas as amostras. 
72 

  As  Figuras  42  (a)  e  (b)  são  os  resultados  obtidos  utilizando  se  o  modelo 
adaptado pelos autores e adotando o modelo de primeira ordem utilizado por diversos 
autores (citar) para ambas as amostras. 
  De acordo com os resultados obtidos na Figura 42 (b), os autores demonstraram 
a falta de linearidade da lei da primeira ordem devido à ausência do termo P CO/PCO2  na 
equação.  
 

   
(a)  (b) 
Figura  42.  (a)  modelo  cinético  de  primeira  ordem  adaptado  e  (b)  modelo cinético  de 
primeira ordem (Extraído de (MOON, et al., 2003)). 
 
  O Departamento de Metalurgia (IEHK) da Alemanha tem avançado seus estudos 
na  aplicação  de aglomerados  autorredutores  (pelotas  ou  briquetes)  com  reciclagem  de 
materiais  (poeiras  de  forno  elétrico,  alto­forno  e  conversores  a  oxigênio)  em  novos 
processos  alternativos,  tais  como,  fornos  em  cuba  (Tecnored  e  processo  OxiCup) 
(GUDENAU, et al., 2005). 
  A  Figura  43  é  a  secção  transversal  de  um  briquete  reduzido  a  1300ºC  em  um 
reator Oxicup. É comum a presença de particulados esféricos metálicos no interior do 
briquete conforme pode ser visto na Figura 43. 
 
73 

 
Figura  43.  Secção  transversal  de  um  briquete  contendo  poeira  e  carbono  reduzido  a 
1300ºC (Extraído de (GUDENAU, et al., 2005)). 
 
  Segundo  os  autores,  os  resultados  mostraram­se  viáveis  para  aplicação  de 
briquetes e pelotas autorredutoras em forno tipo cuba (Tecnored), principalmente. 
  Sob condições de altas temperaturas as pelotas apresentaram inchamento crítico 
chegando a explodir. 
  Em determinado trabalho  (LIU, et al., 2004)  os autores realizaram o estudo da 
cinética  e mecanismos  de  redução  de  compósito  de  minério  de  ferro  e carvão  a partir 
das  investigações  térmicas.  Foi  feita  uma  mistura  de  carvão  e  minério  de  ferro  na 
proporção de 20:80 e o estudo térmico foi realizado em um forno com tubo de cerâmica 
o qual transmitia calor por radiação por meio de uma camada cilíndrica de grafite.  
A atmosfera de Argônio foi adotada e mantida em 100ml/min e os gases de saída 
analisados por meio de um espectrômetro de massa após condensar o vapor de água de 
saída. Além disso, as amostras foram aquecidas até uma temperatura máxima de 1000ºC 
em uma taxa de 10ºC/min e coletadas em diferentes temperaturas para análise de fases 
em difratômetro de raios­X, sendo quantificadas com ajuda do software Match. 
  O  fluxo  de  calor  foi  calculado  utilizando  a  Equação  3.22  e  a  distribuição  de 
temperatura  foi  estudada  utilizando  a  equação  geral  de  transporte  para  sistemas 
cilíndricos unidimensionais, sem geração de calor e transiente. 
 
( )  (3.22) 
 
  Onde Q é o fluxo de calor, F1­2 é o fator de forma de radiação, σ é a constante de
Boltzmann, Tg é temperatura do grafite e Ts, temperatura de superfície da amostra (esses 
dois últimos foram considerados condição de contorno).   
74 

  A  partir  da  equação  geral  de  transporte  considerada,  foi  calculado  o  calor 
especifico volumétrico solucionando uma matriz composta por equações ordinárias. 
  O calor específico aparente foi obtido para a mistura de carvão e minério, para o 
minério apenas e também o carvão isoladamente conforme mostrado na Figura 44 (a), e 
para a mistura de minério de ferro e carvão e minério de ferro e coque, como pode ser 
visto na Figura 44 (b). 
 

   
(a)  (b) 
Figura  44.  (a)  Calor  específico  do  carvão  e  minério  e  de  ambos  separados  e;  (b)  de 
misturas contendo carvão e minério e coque e minério, ambos na proporção de 20:80 . 
(Extraído de (LIU, et al., 2004)) 
 
Aos  primeiros  picos  que  ocorrem  próximo  das  temperaturas  de  120  e  340ºC 
(Fig.44 (a)), tanto para o ensaio com minério apenas, quanto para a mistura, foram bem 
similares,  correspondendo  à  reações  endotérmicas  de  vaporização  da  água  e 
desidratação  da  goethita  (FeO(OH)),  respectivamente.  Sendo  que  o  fato  do  pico 
correspondente  à  desidratação  da  goethita  na  mistura  ser  mais  largo  é  explicado  pelo 
soma da energia da desidratação e devolatilização do carvão.  
Ainda  se  tratando  da  Figura  44  (a),  o  terceiro  pico  pode  ser  explicado  pela 
quebra  da  Kaolinita  (Si4Al4O10(OH)8),  presente  tanto  no  minério  quanto  na  mistura. 
Entretanto, após o quarto pico em torno de 685ºC ser explicado pela transformação da 
hematita,  o  prosseguimento  do  ensaio  do  minério  apresentou  um  pico  exotérmico 
correspondente à temperatura de 843ºC que os autores explicam pela reação de redução 
da hematita pelo carbono presente no minério.  
75 

Entre  420  e  460ºC  ocorre  uma  queda  no  calor  específico  do  carvão,  que  é 
causada por mudanças físicas e químicas no carvão durante a coqueificação.  
A  Figura 44 (b) mostra o calor específico para misturas de carvão e minério e 
coque  e  minério,  onde  os  picos  endotérmicos  representam  as  mesmas  reações 
anteriormente citadas. A 595ºC o pico referente à mistura de carvão e minério é mais 
largo que a mistura com coque; isto porque a energia nesse caso é a soma da energia das 
reações endotérmicas de decomposição e devolatilização do carvão. 
A análise de gases de saída corroborou as reações ocorridas para os diferentes 
picos identificados na Figura 44. O CH4  é liberado principalmente entre 450 e 700ºC, 
enquanto  H2  e  CO  são  liberados  em  temperaturas  mais  elevadas  tornando­se  a  fonte 
redutora  para  redução  do minério.  A  gaseificação  do  carbono e  água  ocorre acima  de 
800ºC; Fe2O3  foi reduzido a  Fe3O4  entre 500 e  670ºC por CO e H2  como produtos de 
desvolatilização  de  carvão;  bem  como  Fe 3O4  foi  reduzido  a  FeO  entre  740  e  870ºC. 
Além disso, a taxa de redução fo inferior entre 740 e 800º C e rápida entre 800 e 870 ◦C
e  FeO  foi  reduzido  a  Fe  entre  870  e  1200ºC  principalmente  por  CO  resultante  da 
gaseificação com alta taxa de redução entre 950 e 1100 ◦C. 
O  fenômeno  de  inchaço  de  pelotas  de  minério  de  ferro  foi  estudado  em 
atmosfera mista de CO e H2 a temperaturas entre 800 e 1000ºC por (LINGYUN, et al., 
2015). 
O  resultado  obtido  e  demonstrado  na  Figura  45  mostra  que,  o  maior  grau  de 
inchaço (16,95%) foi atingido em atmosfera de CO puro e à medida que a proporção de 
hidrogênio aumentava, o grau de inchaço diminuía. 
Os  autores  associam  que  o  grau  de  inchaço  da  pelota  também  aumentou  na 
presença de CO devido à menor formação de ferro e maior transformação de magnetita 
a wustita (devido à sua estrutura cristalina). Além disso, para os diferentes percentuais 
de atmosferas, todas as pelotas tiveram aumento no grau de inchaço com o aumento da 
temperatura. 
As imagens obtidas por MEV evidenciou que a estrutura do ferro formado em 
presença de CO puro colaborou na maior formação de whiskers, o que também provoca 
o aumento do grau de inchaço. 
Os resultados dos ensaios de resistência à compressão mostraram que as pelotas 
apresentaram  menor  resistência  em  cerca  de  10  a  20  minutos  momento  em  que 
obtiveram maior grau de inchaço. Além disso, a resistência foi menor com o aumento de 
CO e aumento de temperatura, sendo o valor correspondente < 250 N. 
76 

 
Figura 45. Grau de inchaço e grau de redução de pelotas de minério de ferro (Extraído 
de (LINGYUN, et al., 2015)) 
 
  O grau de aglomeração de pelotas de minério de ferro foi estipulado durante a 
redução direta em forno, para diferentes atmosferas gasosas e diferentes temperaturas.  
Após a redução as pelotas foram soltas a partir de um metro de altura por mais 
de dez vezes contra uma placa de aço e o grau de aglomeração foi obtido. 
Os autores observaram que as pelotas tem maior tendência a formar cluster com 
o  aumento  de  temperatura  e  aumento  de  CO  na  atmosfera,  devido  ao  aumento  de 
partículas ferrosas na superfície da pelota e aumentando o contato entre elas. A solução 
apresentada  no  estudo  foi  recobrir  a  superfície  das  pelotas  com  SiO 2  ou  CaO.  O 
resultado  obtido  pode  ser  visualizado  na  Figura  46  (a)  e  o  efeito  de  aglomeração  das 
pelotas após a redução, pode ser visualizado na Figura 46 (b). 
O grau de redução com as coberturas de sílica ou cal foi mantido praticamente o 
mesmo (cerca de 70%), entretanto, caiu em relação às pelotas que não tiveram cobertura 
para  90  minutos  de  redução.  Em  compensação,  o  grau  de  aglomeração  caiu 
significantemente  ao  recobrir  as  superfícies  das  pelotas  com  SiO 2  e  mais  ainda  com 
CaO.  
 
77 

 
 

 
   
Figura  46.  (a)  Tempo  de  redução  e  grau  de  redução  e  (b)  efeito  de  aglomeração  das 
pelotas após a redução (Extraído de (LINGYUN, et al., 2015)). 
 
As  imagens  obtidas  em  MEV  das  amostras  recobertas  ajudaram  os  autores  a 
compreender que uma estrutura metálica mais densa de ferro na superfície da pelota ao 
recobri­la com sílica coopera com o grau de aglomeração, enquanto que a formação de 
uma estrutura mais porosa das amostras recobertas com CaO colaborou na redução do 
grau de inchamento. 
 
 
 
 
 
 
 
78 

4 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
A metodologia desta tese aborda o estudo do comportamento fenomenológico do 
forno  cuba Midrex® variando­se diferentes parâmetros operacionais, tais como, vazão 
do  gás  de  síntese,  carga  de  alimentação,  diâmetro  e  altura  do  forno,  dentre  outras; 
utilizando  um  modelo  numérico  com  solução  pela  técnica  de  volumes  finitos  que 
soluciona  um  conjunto  de  equacionamentos  que  descrevem  o  comportamento  dos 
fenômenos  de  transporte  ocorridos  no  interior  do  forno.  Com  o  intuito  de  tornar  o 
modelo mais realístico para os casos de estudo simulados nesta tese, foi realizada uma 
parte experimental a partir de ensaios cinéticos e caracterização das amostras propostas 
nessa  tese,  obtendo­se  os  principais  parâmetros  cinéticos  das  pelotas  considerados  no 
atual modelo computacional. 
 
4.1. Simulação Computacional para condições de Redução Direta 
 
  No presente trabalho, foi realizado o estudo do comportamento fenomenológico 
ocorrido no interior do reator cuba Midrex® em condições operacionais diferenciadas 
daquela comumente adotada, por meio da simulação computacional.   
  Assim,  foi  desenvolvido  um  modelo  matemático  macroscópico  que  descreve  o 
comportamento dos fenômenos de transferência de massa, momento e energia ocorridos 
no forno.  
79 

  A  Figura  47  é  o  esquema  de  um  reator  tipo  cuba  Midrex®,  onde  a  caixa 
vermelha em destaque representa o volume de controle adotado durante os cálculos do 
perfil do modelo; e a pelota isolada logo abaixo do leito de pelotas representa a maior 
parte dos componentes sólidos envolvidos nas reações adotadas durante os cálculos.  
 

Figura 47. Esquema do forno cuba considerado no desenvolvimento desta tese. 
   
  O forno de cuba é dividido em três zonas: a zona de redução, onde a maioria das 
reações  entre  sólido  e  gás  ocorre,  sendo  controladas  pela  transferência  de  calor  e 
composição local do gás; na zona de transição o gás é injetado a 1100ºC e a etapa final 
de  redução  ocorre;  e  a  zona  de  resfriamento,  onde  o  produto  é  o  ferro  esponja  e  é 
resfriado até a temperatura ambiente (em torno de 35ºC).  
  O  modelo  macroscópico  multifásico  e  de  multicomponente  foi  adotado  para 
simular  o  forno  cuba  do  tipo  Midrex®  comercial,  como  planta  base  e  para  simular  o 
mesmo  forno  ao  substituir  parcialmente  a  carga  de  pelotas  de  minério  de  ferro  por 
pelotas autorredutoras.  
  A  carga  de  alimentação  adotada  é  composta  por  pelotas  com  distribuição  de 
tamanhos  diferentes  e  foram  tratadas  como  uma  fase  em  particular  interagindo  com 
outras  fases  sólidas  (lump  ore  e  finos  de  minério  de  ferro)  e  a  fase  gasosa  trocando 
quantidades  de  momento,  energia  e  massa.  A  Figura  48  (a)  mostra  interação  entre  as 
fases sólida e gasosa adotadas neste estudo. 
 
80 

 
 
(a) Conceito de Interações de Fases.  (b) Volume de controle do leito do reator. 
Figura 48. (a) Modelo multifásico e (b) multicomponente aplicado ao leito que compõe 
o reator.  
 
O modelo descreve o comportamento das zonas do forno considerando campos 
de velocidade, concentração e temperatura no leito de pelotas; enquanto a fase gasosa é 
considerada como um processo contínuo variando em função do campo de pressão. As 
interações entre as fases  ocorrem  continuamente e a transferência de calor é calculada 
para cada partícula granular presente, considerando o modelo de reação do núcleo não 
reagido.  Além  disso,  a  transferência  de  calor  ocorre  simultaneamente  por  condução  e 
convecção no interior do reator.  
 
4.1.1.  Parâmetros  Operacionais  envolvidos  no  Modelo  e  tipos  de  Pelotas 
consideradas 
 
Durante o processamento do modelo foram considerados parâmetros tais como: 
geometria  do  forno,  taxas  das  reações  químicas  envolvidas,  composição  química, 
diâmetro das pelotas, fração volumétrica da pelota no leito, distribuição granulométrica 
das pelotas no leito e tempo de residência da pelota no leito.   
A  Tabela  4  mostra  os  principais  parâmetros  operacionais  do  forno,  sendo  que 
parâmetros como altura  da zona de redução, fração da carga autorredutora e vazão do 
gás  bustle  (gás  reformado/síntese)  sofreram  alterações  para  os  diferentes  estudos  de 
caso considerados nesta tese, durante a simulação computacional; e as respectivas faixas 
de trabalho. Além disso, considerou­se fixo também o valor do grau de metalização em 
95% para todos os casos, e quando alcançado tal valor, o programa cessava a iteração. 
81 

Tabela 4. Parâmetros operacionais do forno para simulação computacional. 
Parâmetros  Faixa Operacional 
Diâmetro   5,2 m  
Altura e volume da zona de redução   5,0 ­ 7,5 m e 100 ­ 140 m3 
Capacidade de produção   400000 ton/ano 
Vazão do gás de síntese  40 – 60 Nl/min 
Fração de carga autorredutora  0­20% 
Granulometria das pelotas  4 – 18 mm  
 
O  caso  base  simulado  descreve  o  comportamento  do  forno  segundo  condições 
operacionais  comumente  adotadas  na  indústria  siderúrgica.  Todos  os  casos  simulados 
posteriormente  com  as  modificações  dos  parâmetros  proposto  na  Tabela  4  serão 
comparados com o caso base. 
Neste  estudo,  foram  adotados  dois  tipos  de  pelotas:  pelotas  convencionais  e 
pelotas autorredutoras. Para ambos os casos, as pelotas sofrem reação entre as partículas 
(sólido­sólido); entre gás redutor e sólido (gás­sólido) e também, entre gases (gás­gás). 
Para  as  pelotas  convencionais,  geralmente  compostas  em  sua  maior  parte  por 
minério de ferro e um aglomerante, as reações ocorrem entre o contato do gás redutor e 
as partículas de óxidos de ferro presentes na superfície da pelota, conforme o modelo de 
reação denominado núcleo não reagido ou modelo do núcleo contraente.  
Neste  modelo,  o  gás  redutor  ascendente  da  zona  de  transição  para  a  zona  de 
redução  no  interior  do  forno  cuba  em  contato  com  a  superfície  da  pelota,  reage  por 
camadas conforme pode ser visto na Figura 49. 
 

Figura 49. Modelo do núcleo não­reagido. 
 
No  caso  das  pelotas  autorredutoras  há  dois  modelos  envolvidos:  o  modelo  do 
núcleo  não  reagido  e  o  modelo  de  reação  progressiva,  no  qual  as  reações  ocorrem 
82 

simultaneamente, em vários pontos da pelota. O modelo do núcleo não reagido para a 
pelota autorredutora ocorre na partícula de Fe2O3 reagindo com o gás redutor CO que é 
gerado no interior da pelota a partir da reação de Boudouard. Quando a pressão interna 
desses  gases  se  torna  maior  que  a  pressão  dos  gases  do  meio  ambiente,  torna­se 
desprezível a participação difusional na cinética de redução da pelota. 
A metodologia matemática utilizada neste trabalho é baseada em um modelo de 
solução  numérica  a  partir  da  técnica  de  volumes  finitos,  para  analisar  e  quantificar  o 
comportamento  da  pelota  no  leito  multifásico  considerando  as  descrições 
fenomenológicas  para  as  transferências  de  calor,  massa  e  momento  e  reações  das 
espécies envolvidas.  
As reações das espécies químicas  envolvidas no aglomerado autorredutor estão 
incluídas  no  termo  fonte  de  cada  equação  de  transporte  considerada,  gerando  um 
sistema  de  equações  acopladas  entre  as  taxas  das  reações  químicas,  transporte  de 
momento e energia. 
 
4.1.2. Equação Geral de Conservação envolvida no Modelo Matemático 
 
A Equação 4.1 é a equação de conservação geral dos fenômenos que ocorrem na 
pelota. 
 
( )
⏟ ( ⃗ ) ⏟ ( ( )) ⏟  
⏟ (4.1) 

 
Onde  os  subíndices  k  e  i  representam  a  grandeza  vetorial  (x,  y,  z)  e  a  fase  i 
correspondente, independentemente do sistema de coordenadas, respectivamente;   é 
o  coeficiente  efetivo  de  transporte  por  condução/difusão  dependente  da  resolução  da 
variável  de  estado  ,  e    é  o  termo  fonte  representando  o  consumo  ou  geração 
referente ao fenômeno físico em questão devido às reações químicas, transformações de 
fases,  forças  entre  as  fases  ou  mesmo  forças  externas.  Os  termos  da  esquerda  para  a 
direita de cada equação representam o termo transiente, convectivo, difusional e fonte, 
respectivamente. 
A equação de conservação geral pode ser adaptada para balanços de momento, 
massa e energia, e estão descritos pelas Equações 4.2, 4.3 e 4.4, respectivamente. 
 
83 

( )
( ⃗ ) ( ( )) (4.2) 

( )
( ⃗ ) ( ( )) (4.3) 

( ) (4.4) 
( ⃗ ) . ( )/

Onde, para a Equação 4.4, STi  representa a taxa de consumo/geração de calor no 

meio  por  unidade  de  volume  e  o  termo ( ( ))  representa,  de  acordo 

com a Lei de Fourier, a influência da transferência de calor por condução/radiação entre 
os fluidos. O termo fonte de momento Suk,  na Equação 4.2  representa o arraste entre as 
fases e o gradiente de pressão; e o termo fonte de  massa na Equação 4.3  representa a 
geração  ou  consumo  de  componentes  presentes  nas  reações,  representado  por 
∑ , onde M é a massa molar das espécies e  ,  é a taxa de todas as 
reações  que  podem  ocorrer  no  leito  e  pelotas  convencionais;  e também  no  interior  do 
aglomerado autorredutor. 
 
4.1.3. Termos Fontes e Fases Envolvidas no Modelo Computacional 
 
  A  Tabela  5  mostra  todas  as  fases  presentes  durante  as  reações  químicas 
consideradas em ambos os modelos aplicados nesta tese. 
 
Tabela  5.  Fases  consideradas  na  simulação  computacional,  incluindo  aglomerado 
autorredutor. 
Fases  Espécies Químicas 
Gás  CO, CO2, O2, H2, H2O, N2, CH4 
 
Minério,  Poeira  Fe2O3,  Fe3O4,  FeO,  Fe,  CaO,  Al2O3,  MgO,  SiO2,  H2O, 
LD  ganga 
Pelota  Fe2O3,  Fe3O4,  FeO,  Fe,  Fe3C,  CaO,  Al2O3,  MgO,  MnO, 
Convencional  SiO2, H2O, ganga 
Sólido  Pelota  C,  Voláteis,  Fe2O3,  Fe3O4,  FeO,  Fe,  CaO,  Al2O3,  MgO, 
Autorredutora  MnO, SiO2, H2O, ganga 
Coque  C, Voláteis, Cinzas, S, SiO2, Al2O3, CaO, MgO, ganga 
Carvão  de  Capim 
C, Voláteis, Cinzas, S, SiO2, Al2O3, CaO, MgO, P, Fe2O3 
Elefante 
Escória  FeO, SiO2, Al2O3, CaO, MgO, ganga 
 
 
84 

  Os  termos  fontes  provenientes  de  cada  equação  de  transporte  descritos  nas 
Equações 4.2,­ 4.4 anteriores, podem ser visualizados nas Tabelas 6, 7 e 8, a seguir. 
 
Tabela 6. Termos fontes de massa das fases consideradas no modelo computacional. 

Fases Presentes  Termo Fonte 

CO  ∑  

CO2  ∑  

H2  ∑  

H2O(g)  ∑  

N2  ∑  

O2  ∑  

SiO  ∑  

SiO2  ∑  

Fe(i)  ∑  

FewO(i)  () ()
∑ ()
 

Fe3O4(i) 
() ()
∑ ()
 

Fe2O3(i) 
() ()
∑ ()
 

Fe3C(i) 
() ()
∑ ()
 

Al2O3(i)  () ()
∑ ()
 

CaO(i) 
() ()
∑ ()
 

MgO(i) 
() ()
∑ ()
 

MnO(i) 
() ()
∑ ()
 

H2O(i)  () ()
∑ ()
 

Ganga (i) 
() ()
∑ ()
 

Voláteis 
() ()
∑ ()
 
i= Minério, Fluxantes, Carvão e Escória 
85 

As  fontes  de  massa  são  provenientes  da  geração  e  consumo  de  compostos 
químicos durante as reações ocorridas no interior do forno e das pelotas.   
Cada termo fonte de massa mostra a variação de massa para o composto químico 
considerado,  para  um  diferente  intervalo  de  tempo  e  temperatura,  sendo  o  composto 
gerado  ou  consumido.  Para  o  seu  cálculo  são  consideradas  a  massa  molar  de  cada 
composto e a taxa de reação cinética, R. 
  As fontes de momento são geradas devido ao arraste e gradiente de pressão no 
interior do forno e podem ser vistas na Tabela 7. 
 
Tabela 7. Termos fontes de momento das fases consideradas no modelo. 

Fase  Termo Fonte 

Gás  [ ] ∑  

Sólido  [ ] ∑  

Escória  ⃗ ⃗ ⃗

   

  O cálculo de transferência de momento entre as fases, ⃗ , pode ser calculado pela 
equação de ERGUN  (ERGUN, 1952), no interior do forno conforme a Equação  4.5  a 
seguir. 
 
 
[∑ ] |⃗ ⃗ |( ⃗ ⃗ ) 
(4.5) 
 
Onde fi é a fração volumétrica do componente da fase sólida e Fi é a resistência 
do componente sólido i ao fluxo de gás dado pela Equação 4.6 (CASTRO, 2011)  
 
(4.6) 
( ) ( )
|⃗ ⃗ | ( ) ( )

 
O subíndice m representa a pelota no leito do forno. 
 
 
 
86 

Tabela 8. Termo fonte de energia das fases consideradas no modelo. 
Fase  Termo Fonte 
Gás  ∑ ̇ ∑  

Sólido  ∑ ̇ ∑

Escória  ∑ ̇   ∑
   
  A  entalpia  presente  nos  termos  fontes  é  proveniente  da  energia  gerada  ou 
consumida  durante  as  reações  químicas  (sensível,  latente e  por transferência  de  calor) 
associadas às transferências de massa. 
Onde a taxa de energia,  ̇ , pode ser calculada através da Equação 4.7, a seguir. 
 
̇ [ ]  (4.7) 

   
O coeficiente convectivo global de transferência de calor entre sólido e gás pode 
ser calculado pela Equação 4.8 (RANZ, et al., 1952). 
 
(4.8) 
0 ( ) ( ) 1 

 
4.1.4. Reações químicas e taxas envolvidas no modelo  
 
  São  consideradas  neste  trabalho,  as  principais  reações  químicas  que  ocorrem 
tanto  no  interior  do  reator  quanto  no  interior  da  pelota  convencional  e  pelota 
autorredutora.  
No interior da pelota autorredutora ocorre em um primeiro estágio, a liberação 
de  voláteis  e  posteriormente,  a  gaseificação  via  CO 2,  produto  das  reações  de  redução 
dos óxidos de ferro presentes na pelota. Simultaneamente ocorrem as reações “solution 
loss” e “water gas” devido ao contato da H2O e CO2 presentes na atmosfera formada no 
interior do aglomerado com o carbono sólido presente. 
A  Tabela  9  mostra  as  reações  consideradas  no  modelo  macroscópico  e 
microscópico,  características  de  reações  diretas  e  indiretas.  Todos  os  símbolos 
representativos de parâmetros descritos nas equações a seguir são definidos na lista de 
símbolos desta tese. 
87 

Tabela  9.  Reações  envolvidas  no  processo  de  redução  para  pelotas  autorredutoras  e 
convencionais. 
3Fe2O3(s) + CO(g) → 2Fe3O4(s) + CO2(g)  (1) 
Fe3O4(s) + CO(g) → 3FeO(s) + CO2(g)  (2) 
FeO(s) + CO(g) → Fe(s) + CO2(g)  (3) 
3Fe2O3(s) + H2(g) → 2Fe3O4(s) + H2O(g)  (4) 
Fe3O4(s) + H2(g) → 3FeO(s) + H2O(g)  (5) 
3FeO(s) + H2(g) → Fe(s) + H2O(g)  (6) 
FewO(esc) + C(i) →Fe(hm) + CO(g)  (7) 
CaCO
  3(s) → CaO(s) + CO2(g)  (8) 
MgCO3(i) → MgO(i) + CO2(g)  (9) 
Volatiles (bio) + α1 O2(g) → α2CO2(g) + α3H2O(g) + α4N2(g)  (10) 
Volatiles (bio) + α5CO2(g) → α6CO(g) + α7H2(g) + α8N2(g)  (11) 
C(s) + CO2(g) → 2CO(g)  (12) 
C(s) + H2O(g) → CO(g) + H2(g)  (13) 
CO2(g) + H2(g) → CO(g) + H2O(g)        (14) 
C(s) + 1/2O2(g) → CO(g)         (15) 
C(s) + O2(g) → CO2(g)         (16) 
SiO2(i) + C(i) ↔ SiO(g) + CO(g)  (17) 
SiO2(i) + 3C(i) ↔ SiC(i) + 2CO(g) (18) 
SiC
  (i) + CO(g) ↔  SiO(g) + 2C(i) (19) 
  2(esc) + C(i) → SiO(g) + CO(g) 
SiO (20) 
  (g) + C(i) → Si(hm) + CO(g) 
SiO (21) 
H2O(i) + → H2O(g) (22) 
C(i) → C(hm)  (23) 
 
A  cinética  das  reações  químicas  presentes  no  modelo  é  função  de  algumas 
propriedades  físicas  como  granulometria,  condutividade  térmica,  porosidade, 
difusividade, dentre outros. 
No  caso  de  pelotas  autorredutoras,  a  pressão  interna  é  maior  que  a  pressão  do 
gás externo, portanto a difusão dos gases presentes no leito se torna irrelevante. 
  A difusividade efetiva é calculada de acordo com a Equação 4.9. 
 

( )  (4.9) 
88 

 
Onde  η  representa  a  tortuosidade  presente  devido  às  irregularidades  dos 
caminhos  que  os  gases  percorrem  tanto  no  interior  do  leito,  quanto  no  interior  das 
pelotas.  O  termo  difusional  D,  assim  como  as  demais  incógnitas  encontradas  nas 
equações a seguir podem ser visualizadas no ANEXO A. 
As  reações  de  redução  indireta  dos  óxidos  de  ferro  pelo  CO  e  pelo  H2 
juntamente  com  as  respectivas  taxas  cinéticas  de  redução,  podem  ser  visualizadas  nas 
Tabelas 10 e 11 a seguir. O subíndice i que aparece em várias fases significa que aquela 
fase é proveniente de pelotas, lump, finos, ou fundentes. 
  As taxas das reações cinéticas descritas nas equações a seguir, de cada reação da 
Tabela 9, têm como subíndice a numeração indicada ao lado de cada reação descrita na 
Tabela 9. 
Tabela 10. Reações de redução indiretas dos óxidos pelo CO. 
Redução Indireta pelo CO 
() ( ) () ( )  (1) 

() ( ) () ( )  (2) 

() ( ) () ( )  (3) 

∑ ( )  (4.10) 

(i= Pelotas, finos, lump, fundentes) 
 
Tabela 11. Reações de redução indiretas dos óxidos pelo H2. 
Redução Indireta pelo H2 

() () ( )  (4) 

() ( ) ()   (5) 

() ( ) () ( )  (6) 

∑ ( )   (4.11) 

(i= Pelotas, finos, lump, fundentes) 
 
Tais parâmetros presentes  α, W e Ai, são termos que podem ser encontrados na 
literatura  (CASTRO,  2001),  e  são  dependentes  de  aspectos  físicos  da  amostra,  como 
89 

porosidade e fator de forma. Km é a constante cinética da reação e é dada em função da 
temperatura e parâmetros conhecidos da literatura.  
Os termos Ai e W estão descritos nas Equações 4.12 e 4.13, onde Ai é a área de 
superfície  das  fases e  pode  ser  considerada  a  mesma  para todas  as  taxas  de  reações  a 
seguir. 

  (4.12) 

( )   (4.13) 
 
Onde  nos  termos  α,  que  aparecem  no  parâmetro  W,  entram  as  constantes 
cinéticas de cada reação em função da temperatura e podem ser vistos no Anexo A, para 
todas as reações, inclusive as descritas posteriormente. 
A reação de redução direta entre óxidos de ferro e carbono e sua respectiva taxa 
cinética pode ser visualizada na Tabela 12, a seguir. 
 
Tabela 12. Reações de redução diretas dos óxidos pelo C. 
Redução Direta pelo C 
FewO(esc) + C(i) →Fe(hm) + CO(g)                    (7) 
  ( ) ( )  (4.14) 

(i= Pelotas, finos, lump, fundentes) 
 
A  reação  de  calcinação  é  proveniente  dos  fluxantes  e  aglomerantes  utilizados 
durante a aglomeração das pelotas, e pode ser vista na Tabela 13. 
 
Tabela 13. Reações de calcinação e respectiva taxa cinética. 
Calcinação do CaCO3 
() () ( )  (8) 
 
MgCO3(i) → MgO(i) + CO2(g)   (9) 
   ́   (4.15) 
  (i= Pelotas, finos, lump, fundentes) 
   
   
 
 
90 

As  Tabelas  14,  15,  16  e  17  a  seguir  são  reações  que  ocorrem  no  interior  da 
pelota autorredutora sendo que a reação “water shift” também ocorre no leito do forno. 
 
Tabela 14. Reação de volatilização no interior da pelota. 
Volatilização no interior da pelota  
Volatiles (bio) + α1 O2(g) → α2CO2(g) + α3H2O(g) + α4N2(g)  (10) 
Volatiles (bio) + α5CO2(g) → α6CO(g) + α7H2(g) + α8N2(g)  (11) 

. / ( ) . /  (4.16) 


. / ( ) . / (4.17) 

 
Tabela 15. Reação de gaseificação no interior da pelota. 
Solution Loss 
C(s)i + CO2(g) → 2CO(g)  (12) 

. /  (4.18) 

(i= coque, carvão, biomassa) 

 
Tabela 16. Reação “Water Gas” no interior da pelota. 
Water gas 
C(i) + H2O(g) → CO(g) + H2(g)  (13) 

. /  (4.19) 

(i= coque, carvão, biomassa)
 
Tabela 17. Reação “Water Shift” no interior da pelota e no leito do reator. 
Water shift 
CO2(g) + H2(g) → CO(g) + H2O(g)  (14) 

( ) ( )  (4.20) 
( )
 
  As  reações  de  combustão  do  carbono  também  acontecem  no  interior  do  forno 
como fontes geradoras de calor, conforme pode ser visto na Tabela 18. 
 
91 

Tabela 18. Reações de combustão do carbono. 
Reações de Combustão 
Ci(s) + 1/2O2(g) → CO(g) (Parcial)  (15) 

(4.21) 

Ci(s) + O2(g) → CO2(g) (Completa)  (16) 

(4.22) 

(i= coque, carvão, biomassa) 
 
Onde Rave é calculado conforme a Equação 4.23. 
 

( )
. /{ } (4.23) 

   
Deve­se  considerar  também,  diante  da  faixa  de  temperatura  operacional,  as 
reações da sílica sólida e gasosa com o carbono que podem ocorrer tanto no interior da 
pelota quanto nas reações ocorridas na formação de escória. As Tabelas 19 e 20 exibem 
as reações da sílica sólida e gasosa, bem como as respectivas taxa de reações. 
 
Tabela 19. Reações da sílica sólida com o carbono. 
Reações da sílica sólida com carbono 
SiO2(i) + C(i) ↔ SiO(g) + CO(g)  (17) 

() ⁄

〈 〉   (4.24) 

( )
SiO2(i) + 3C(i) ↔ SiC(i) + 2CO(g)  (18) 

()

〈 〉   (4.25) 

( )
SiC(i) + CO(g) ↔  SiO(g) + 2C(i)  (19) 

( )  (4.25) 

(i= coque, carvão, biomassa) 
92 

Tabela 20. Reações da sílica gasosa com o carbono. 
Reações da Sílica gasosa com o carbono 
SiO2(esc) + C(i) → SiO(g) + CO(g)  (20) 

( )
  (4.26) 

SiO(g) + C(i) → Si(hm) + CO(g)  (21) 

  (4.27) 

(i= coque, carvão, biomassa) 
 
  A  evaporação  da  H2O  pode  ocorrer  tanto  no  interior  dos  aglomerados  como 
também no leito do forno. Sua taxa pode ser vista na Tabela 21. 
 
Tabela 21. Reação de evaporação da água. 
Evaporação da Água 
H2O(i) + → H2O(g)  (22) 

( ) ̇ ()
〈 . /〉   (4.28) 

(i= Pelotas, finos, lump, fundentes) 
   
  Considera­se  também  a  dissolução  do  carbono,  que  ocorre  principalmente  na 
zona de resfriamento do forno cuba. A reação e respectiva taxa  cinética são mostradas 
na Tabela 22. 
Tabela 22. Taxa de reação cinética da dissolução de carbono em Fe. 
Dissolução do Carbono 
C(i) → C(hm)  (23) 

〈 〉 ( )  (4.29) 

(4.30) 
〈 〉

( )
              ;             (4.31) 

(i= coque, carvão, biomassa) 
 
93 

  Algumas propriedades físicas das pelotas não são consideradas constantes, e sim 
como  uma  função  de  outros  parâmetros  físico­químicos.  Das  propriedades  do  sólido 
deve­se  considerar  parâmetros  tais  como,  a  entalpia,  a  capacidade  calorífica,  e  a 
condutividade térmica. 
No  caso  do  calor específico efetivo,  este  foi  calculado  conforme  mostrado  nas 
Equações 4.32 e 4.33, uma função polinomial da temperatura. 
 

   
(4.32) 
∑    
(4.33) 
 
A  capacidade  calorífica  Ci,s,  é  dada  pelo  somatório  das  capacidades  caloríficas 
do elemento puro, i, presentes nas fases, k. 
  A condutividade térmica é calculada conforme Equação 4.34. 
 
 
( )( ) [ . / ] (4.34) 

   
Sendo os parâmetros a e b (coeficientes estequiométricos) calculados conforme 
as equações expostas no ANEXO A. 
A  entalpia  do  sólido  pode  ser  calculada  pela  Equação  4.35,  onde  a  entalpia  é 
função da capacidade calorífica. 
 
 
∑ 0 ∫ ( ) 1
(4.35) 
 
  Parâmetros  tais  como  densidade  aparente  e  diâmetro  das  partículas  que 
compõem as pelotas são consideradas constantes e serviram como dados de entrada para 
o modelo macroscópico. 
  Dentre as propriedades gasosas que são dependentes de outros parâmetros, deve­
se considerar a densidade, a viscosidade, difusividade e a condutividade térmica. 
94 

  A densidade é calculada conforme a lei dos  gases ideais que pode ser  vista na 


Equação 4.36, onde j são as espécies gasosas. A viscosidade é função da temperatura e 
pode ser calculado conforme Equação 4.37. 
 
(4.36) 
∑  

    
(4.37) 

 
Onde o parâmetro   é função da temperatura e pode ser calculado conforme a 
Equação 4.38 e T* pode ser definido na Equação 4.39. 
 
(4.38) 
 
( ) ( ) ( )
(4.39) 

 
A  difusividade  gasosa  pode  ser  calculada  conforme  modelo  da  difusividade 
binária de acordo com a Equação 4.40. 
 
 

√  
(4.40) 
 
( )
 
Os  parâmetros  , , , ,   podem  ser  calculados  nas  Equações  4.41, 
4.42, 4.43 e 4.44 a seguir. 
 
( ) (4.41) 
 
(4.42) 
( ) ( ) ( ) ( )
 
95 

(4.43) 

√ (4.44) 

 
  A  condutividade  térmica  dos  gases  juntamente  com  a  viscosidade  dinâmica, 
também pode ser calculada pela Equação 4.45, método de Wilke (WILKE, 1950). 
 

∑ [∑ ];    ( )   
( )
 (4.45) 
 
  Os parâmetros   e   podem ser obtidos conforme Equações 4.46 e 4.47. 
 
( ⁄ ) (4.46) 
∑ ( ⁄ )
 
⁄ (4.47) 
, ( ⁄ )( ⁄ ) -

 
  Tais como o cálculo de entalpia e capacidade calorífica do sólido, assim também 
pode ser determinado para o gás, conforme Equações 4.48 e 4.49. 

∑ 0 ∫ ( ) 1 (4.48) 

 
(4.49) 

   
  Torna­se  interessante  a  apresentação  de  um  resumo  da  metodologia 
computacional desta tese, conforme apresentado na Figura 50 a seguir. 
  Os parâmetros operacionais são inseridos no modelo que foi implementado com 
as reações de autorredução e constantes cinéticas obtidas experimentalmente. A geração 
do sistema de equacionamento diferencial é solucionada pela técnica de volumes finitos 
até atingir 95% de metalização. Os parâmetros de saída são obtidos, sendo os principais: 
a produtividade, pressão no bustle e tempo de residência da carga no interior do forno. 
96 

Figura 50. Diagrama de blocos representativo da metodologia da simulação desta tese. 
 
4.2 Ensaios Experimentais  
 
Foram realizados ensaios cinéticos isotérmicos de pelotas compostas por minério 
de ferro, poeira de LD, cimento e duas fontes de agentes redutores: coque e biomassa de 
capim elefante. Os ensaios foram realizados em forno TGA/DSC da TA Instruments do 
tipo  SDT  Q600,  e  em  forno  mufla  SPECTRO  com  temperatura  máxima  de  1200ºC, 
ambos disponíveis na UFF/PPGEM­ Volta Redonda. 
Após  a  realização  dos  ensaios  cinéticos,  as  amostras  foram  caracterizadas 
microestruturalmente  por  meio  de  imagens  obtidas  em  MEV  Zeiss  EVO  MA  10,  e 
detector  de  raios­X  EDAX  acoplado  localizado  no  laboratório  de  microestrutura  na 
UFF/PPGEM;  a  identificação  e  quantificação  de  fases  presentes  após  redução  foram 
realizadas  em  difração  de  raios­X  do  modelo  D8  Discover,  da  fabricante  Bruker,  no 
Laboratório  de  Ensaios  Não  Destrutivos,  Corrosão  e  Soldagem  (LNDC)  do 
Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, situado no campus da UFRJ; a 
tomografia de raio­X para análise da porosidade das pelotas foi realizada no Laboratório 
97 

de Instrumentação Nuclear na COPPE campus UFRJ; e por fim, a medição da dilatação 
das pelotas em dilatômetro Dil 402C da fabricante Netsch, disponível no Laboratório de 
Termociências da UFF/PPGEM. 
 
4.2.1 Caracterização dos finos  
   
  A  poeira  de  conversor  LD  foi  doada  pela  CSN  (Companhia  Siderúrgica 
Nacional)­Volta  Redonda  e  sua  análise  química  foi  realizada  por  meio  da  técnica  de 
fluorescência de raios X, em equipamento Axios mAX, marca  PANalytical disponível 
na USP/Lorena. A amostra foi preparada por prensagem em ácido bórico e o resultado 
da análise semiquantitativa sem padrões, com determinação de elementos químicos de 
flúor a urânio, encontra­se na Tabela 23. 
 
Tabela 23. Fases presentes nos finos provenientes do conversor a oxigênio da CSN. 
Constituintes  Fe2O3  FeO  SiO2  Al2O3  K2O  CaO  C  MgO  ZnO 
% p/p  49,6  0  1,34  0,32  0,49  17,07  0  2,76  7,28 
Constituintes  P  S  MnO  P2O5  PbO  Voláteis  Cinzas  PF*  Total 
% p/p  0  0,69  1,51  0,13  0,11  0  0  17,07  100 
* PF: Perda no Fogo. 
 
  Quase 50% da poeira é constituída de Fe2O3, o que torna vantajosa a reciclagem 
da  poeira  no  processo  siderúrgico.  A  inviabilidade  do  reuso  da  poeira  se  dá  pela  alta 
concentração de ZnO que pode reagir com Fe 2O3 gerando a ferrita de zinco (ZnFe2O4) 
(OTTOBONI, et al., 2014). 
No entanto, para a escolha das composições das misturas adotadas neste trabalho 
foi considerada a devida atenção para que a concentração de ZnO estivesse abaixo de 
2%.  
A  análise  granulométrica  da  poeira  de  LD  foi  realizada  em  um  peneirador 
automático ROTAP, por 15 minutos, no Laboratório de Tecnologia Mineral na UFRJ. O 
resultado pode ser visto na Tabela 24. 
  O carvão de capim elefante foi cedido por BOSCARO, A. (BOSCARO, 2013) e 
a  análise  química  imediata  com  determinação  de  enxofre  foram  realizadas  no 
laboratório de pesquisa da CSN com resultados descritos na Tabela 25. A Tabela 26 é o 
resultado da análise química das cinzas presentes no carvão. 
98 

Tabela 24. Distribuição granulométrica da poeira de conversor LD usada. 
Abertura (μm)  150 μm  106 μm  75 μm  53 μm  ­53 μm 
% Retido  5,69  15,70  10,21  8,63  59,78 
 
Tabela  25.  Composição  química  do  carvão  de  capim  elefante  usado  na  produção  de 
pelota autorredutora e misturas em TGA/DSC. 
Constituintes  Carbono Fixo (CF)  Voláteis  Cinzas  Enxofre (S) 
% p/p  56,20  32,70  11,10  0,22 
 
Tabela 26. Composição química das cinzas presentes no carvão de capim elefante. 
Constituintes  Fe2O3  SiO2  Al2O3  CaO  MgO  P 
% p/p  0,24  9,21  0,51  0,47  0,47  0,19 
 
A distribuição granulométrica da biomassa não foi fornecida, apenas obtendo­se 
a  informação  de  que  69,2%  dos  finos  possuem  granulometria  menor  que  53 μm
(partículas retidas no fundo). 
O coque foi cedido pela CSN e a análise química imediata realizada também no 
laboratório da CSN foi fornecida conforme pode ser visto na Tabela 27. 
 
Tabela 27. Composição química do coque utilizado em ensaios termogravimétricos de 
pelotas autorredutoras e misturas em TGA/DSC. 
Constituintes  Carbono Fixo (CF)  Voláteis  Cinzas  Enxofre (S) 
% p/p  88,44  0,5  11,06  0,56 
 
A  moagem  do  carvão  foi  realizada  em  moinho  de  bolas  disponível  no 
Laboratório  de  Metalurgia  Extrativa,  localizado  na  UFF­Volta  Redonda.  Após  a 
moagem  o  coque  foi  passado  por  um  conjunto  de  peneiras  e  os  finos  utilizados  para 
estudo possuíam granulometria menor que 125 μm (partículas retidas no fundo). 
Os  finos  de  minério  de  ferro  foram  já  cedidos  por  (ARAUJO,  2013)  com 
composição  já  conhecida.  De  acordo com  a  autora,  os  finos  são  provenientes  de  uma 
grande mineradora onde sua coleta foi feita durante a amostragem de rotina na planta de 
mineração, a partir de um lote comum com granulometria típica de pellet­feed.  
Na  Tabela  28  encontra­se  a  composição  do  pellet­feed  e  sua  distribuição 
granulométrica pode ser vista na Tabela 29. 
 
99 

Tabela  28.  Composição  química  do  pellet­feed  usado  para  a  produção  da  pelota 
autorredutora e misturas analisadas em TGA­DSC (Adaptado de (ARAUJO, 2013)).  
Constituintes  Fe2O3  FeO  SiO2  Al2O3  CaO  MgO  P  PF* 
% peso  93,8  1,28  1,53  0,42  0,12  0,05  0,072  2,73 
*PF: perda no fogo 
 
Tabela 29. Distribuição granulométrica do pellet­feed usado (Adaptado de (ARAUJO, 
2013)). 
Abertura (μm)  150 μm  106 μm  75 μm  53 μm  ­53 μm 
%   1,82  4,83  9,45  19,13  64,78 
 
  O  aglomerante  utilizado  para  a composição  das  pelotas  foi  o  cimento  Portland 
ARI  (alta  resistência  inicial)  devido  a  sua  capacidade  de  rápida  cura  e  melhoria  da 
resistência à compressão a frio da pelota pelo efeito da umidade na formação das fases. 
A composição química típica do cimento é apresentada na Tabela 30.  
 
Tabela  30.  Composição  química  típica  do  cimento  Portland  ARI  (Adaptado  de 
(ARAUJO, 2013)). 
Constituintes  CaO  SiO2  Al2O3  Fe2O3  SO2  K2O  MgO  CaO  Outros 
%p/p  64,3  19,1  4,9  2,8  2,6  0,7  0,6  1,0  4,0 
 
4.2.2 Composição das misturas e ensaios termogravimétricos em TGA/DSC 
 
  Para  a  realização  dos  ensaios  termogravimétricos  das  pelotas,  foram  utilizadas 
três  tipos  de  amostras:  pelotas  autorredutoras  contendo  finos  de  coque,  pelotas 
autorredutoras contendo finos de carvão de capim elefante e pelotas convencionais (sem 
carbono). Portanto, para a escolha da composição de finos constituintes das pelotas, foi 
realizado  o  estudo  prévio  de  misturas  com  diferentes  conteúdos  de  carbono  em 
TGA/DSC. 
A Tabela 31 mostra a composição das misturas convencionais e autorredutoras 
definidas para os ensaios em TGA/DSC.  A definição do percentual mássico dos finos 
foi baseada na concentração de carbono em cada mistura com proporções mássicas de 
Fe2O3/C  iguais  a  6,5,  4,5  e  3,5  (percentuais  molares  correspondentes:  0,5,  0,4  e  0,3); 
mantendo­se fixa também a concentração de Fe 2O3 proveniente de cada fonte ferrífera 
100 

(pellet  feed  e  poeira  LD)  em  cada  mistura.  O  mesmo  teor  de  Fe2O3  proveniente  do 
minério de ferro e da poeira de LD presentes foi respeitado e mantido para cada mistura, 
convencional ou autorredutora. 
O  forno  TGA/DSC  fornece  a  variação  de  massa com  a  temperatura e  o tempo 
decorrido  de ensaio,  além  do comportamento  do  fluxo  de calor ao  longo  das  reações, 
sendo  possível  precisar  qual  a  reação  que  estará  ocorrendo.  A  Figura  51  é  a  foto  do 
equipamento termogravimétrico utilizado para a realização deste trabalho. 
 

   
(a) Interior do equipamento.  (b) Equipamento TGA/DSC 
Figura 51. TGA/DSC Q600 em que foram realizados os ensaios termogravimétricos. 
 
Para  a  realização  dos  ensaios  termogravimétricos  para  todas  as  misturas  foi 
utilizada  uma  taxa  de  aquecimento  de  5ºC/min  até  atingir  as  temperaturas  de  900ºC, 
1000ºC  e  1100ºC,  para  então  ser  mantida  em  uma  isoterma  de  60  minutos  em  cada 
ensaio.  A  escolha  destas  temperaturas  foi  baseada  naquelas  operacionais  do  reator  de 
redução direta, Midrex.  
Os gases utilizados para os ensaios foram gás inerte (nitrogênio) e uma mistura 
de gases característica de gás de síntese contendo: 55,2% de hidrogênio (H2), 30% de 
monóxido de carbono (CO), 10% CO2, e 4,8% de CH4 (BONALDE, et al., 2005).  
A  obtenção  dos  resultados  de  fluxo  de  calor  e  variação  de  massa  a  uma  taxa  de 
aquecimento  relativamente  baixa,  ajudou  a  determinar  alguns  parâmetros  cinéticos  das 
misturas  como  a  capacidade  calorífica  (cp)  conforme  mostrado  na  Equação  4.50,  e  a 
variação de entalpia da reação (Δh). 
 
cp = δh/δT  (4.50) 
101 

Tabela  31.  Composição  das  misturas  autorredutoras  e  convencionais  para  análise 


termogravimétrica. 

Pellet feed (%) 

Poeira LD (%) 

Biomassa (%) 

Coque (%) 
 Misturas Convencionais (MC) 
    
Mistura 1  76,6  23,4  X  X 
Mistura 2  68,1  38,9  X  X 
Mistura 3  40,5  59,5  X  X 
  
Misturas Autorredutoras(MAB)    
Mistura 1  36,5  47,7  15,8  X 
Mistura 2  32,1  47,1  20,8  X 
Mistura 3  27,9  41,0  31,1  X 
  
Misturas Autorredutoras(MAC)    
Mistura 1  32,9   55,3   X  11,7  
Mistura 2  29,2   55,2  X  15,6 
Mistura 3  26,3  49,7   X  23,9  
 
  A  análise  criteriosa  dos  resultados  cinéticos  em  TGA/DSC  das  misturas, 
permitiu concluir que os melhores graus de redução foram obtidos para as misturas 2 e 
3,  portanto  ao  produzir  as  pelotas  autorredutoras,  foi  adotada  a  proporção  mássica  de 
Fe2O3/C de 4/1 tanto para as pelotas contendo carvão de capim elefante, quanto para as 
amostras contendo coque. Além disso, os resultados termogravimétricos em TGA/DSC 
permitiram  observar  que  a  variação  de  massa  das  misturas  sem  finos  de  carbono 
aumentou de acordo com o acréscimo de poeira, portanto, para a produção de pelotas 
adotou­se uma menor concentração de poeira proveniente de LD na composição final. 
 
4.2.3 Preparação das pelotas e ensaios termogravimétricos em forno  
 
As  pelotas  foram  produzidas  manualmente,  após  a  mistura  de  finos  ter  sido 
homogeneizadas. 
  Para o estudo cinético das pelotas foram adotadas três tipos de pelotas: pelotas 
convencionais  (PC),  autorredutoras  contendo  carvão  de  capim  elefante  (PAB)  e 
102 

autorredutoras  contendo  coque  (PAc).  A  composição  das  pelotas  convencionais 


escolhida foi aquela referente à mistura 1, pois, foi a que teve menor variação de massa 
em gás inerte, portanto menos voláteis presentes.  
Para as demais pelotas a princípio, a composição foi igual àquelas utilizadas na 
mistura  2  tanto  para  pelotas  autorredutoras  contendo  coque  quanto  àquelas  contendo 
biomassa, adicionando­se cimento como aglomerante. No entanto, durante os primeiros 
ensaios  observou­se  brusca  queda  na  resistência  destas,  procurando  então  reduzir  a 
adição  de  poeira  de  LD  e  aumentar  a  adição  de  minério  de  ferro,  mas  mantendo­se 
ainda, a proporção mássica total de Fe 2O3/C de 4/1. A Tabela 32 mostra as composições 
das pelotas autorredutoras e convencionais adotadas neste trabalho. 
Todas as amostras foram mantidas a 60ºC em estufa por 24h para então serem 
reduzidas  em  forno.  Após  a  secagem,  as  amostras  foram  pesadas  apresentando  uma 
média de peso de 2,00   0,20 g.
 
Tabela 32. Composição das pelotas adotadas nesta tese. 
Pellet feed (%) 

Poeira LD (%) 

Biomassa (%) 

Cimento (%) 
Coque (%) 

 Pelotas Convencionais (PC) 
    
Composição  65,5  29,5  X  X  5,0 
  
Pelotas Autorredutoras (PAB)    
Composição  54,4  14,7  25,9  X  5,0 
  
Misturas Autorredutoras (PAC)    
Composição  60,0  16,2   X  18,8   5,0 
 
Os  gases  utilizados  durante  os  ensaios  foram  os  mesmos  adotados  nos  ensaios 
em TGA/DSC, sendo o fluxo de gás constante e igual a 1L/min. Para utilizar a mistura 
gasosa,  foi  feita  uma  cuba  de  aço  inox,  na  qual  ocorreram  os  ensaios,  para  que 
impedisse o contato do gás com as resistências do forno, conforme mostrado na Figura 
52 (a­d).  
 
103 

 
(a)  (b)  (c) 
(d) 
Figura 52. (a) suportes usados para colocar as amostras no interior da cuba;  (b) forno 
usado em ensaio de redução, (c) remoção da cuba após ensaio realizado e (d) operação 
do forno. 

Para  garantir  que  a  temperatura  alcançada  no  interior  da  cuba  foi  àquela  de 
operação, o forno foi aquecido até o encharque e a cuba foi colocada depois de atingida 
a temperatura de 1100ºC no interior do forno, para então, precisar o tempo necessário de 
aquecimento  no  interior  da  cuba  até  a  temperatura  desejada.  O  perfil  térmico  descrito 
pode ser visualizado na Figura 53. 
 

Perfil de Temperatura no Interior


da Cuba
1200
Temperatura (oC)

1000
800
600
400
200
0
0 20 40 60 80 100 120 140
Tempo (min)
 
Figura 53. Perfil de temperatura no interior da cuba após encharque do forno. 
 
Os dados da curva de temperatura versus tempo foram obtidos com a utilização 
do calorímetro Spider 8 modelo HBM, com temopar tipo k. 
A cuba demorou a aquecer até 1100ºC um tempo em torno de 2h. A leve queda 
de temperatura em torno de 110 minutos de ensaio ocorreu devido à injeção de gás no 
interior  da  cuba,  mas  logo  a  temperatura  foi  restabelecida  a  1100ºC  novamente. 
104 

Portanto, para a realização dos ensaios cinéticos a cuba foi colocada no interior do forno 
e mantida por duas horas para então iniciar­se o ensaio. 
Tanto para pelotas autorredutoras quanto para pelotas convencionais os ensaios 
foram  isotérmicos,  nas  temperaturas  operacionais:  900ºC,  1000ºC  e  1100ºC.  As 
amostras foram removidas do interior do forno em intervalos de tempo múltiplos de 6 
até 60 minutos e imediatamente pesadas. 
A fração convertida foi calculada de acordo com a Equação 4.51,  definida por 
D’Abreu em seu trabalho realizado sobre o estudo da cinética de pelotas autorredutoras 
(NETTO, et al., 1994). 
 
m (4.51) 
  
m0  mf
 
    Onde Δm é a variação de peso da pelota em um determinado intervalo de tempo, 
mo  é  a  massa  inicial  da  amostra,  e  mf  é  a  massa  final  da  amostra  de  determinada 
composição realizado em ensaio termogravimétrico a mais alta temperatura (neste caso 
1100ºC) por longo intervalo de tempo, quando a massa não variava mais.  
 
4.2.4 Caracterização microestrutural das pelotas após ensaios termogravimétricos 
 
O  ensaio  cinético  de  autorredução  em  forno  foi  realizado  para  cada  intervalo 
com três pelotas de cada composição, primeiramente para garantir a confiabilidade do 
grau de redução em cada intervalo de tempo e também, para serem analisadas em MEV 
e difração de raios­X. 
Antes  de  serem  analisadas  em  MEV,  as  pelotas  foram  levadas  à  fratura  e 
recobertas  por  ouro  por  dois  minutos  em  equipamento  EMITECH  modelo  K550  As 
imagens  foram  obtidas  em  modo  de  varredura  SE  e  os  parâmetros  adotados  foram: 
tensão 5,5­6kV, distância de trabalho, WD =12 e 20 mm e spot size entre 520­540.  
A  obtenção  das  imagens  permitiu  analisar  a  evolução  da  morfologia  das 
partículas ao longo do tempo e a fração sinterizada. 
  Antes  de  serem  levadas  em  difração  de  raios­X  as  amostras  foram cominuídas 
manualmente em almofariz (Gral) de Ágata com pistilo e posteriormente colocadas em 
porta­amostras  específicos.  Os  difratogramas  e  os cálculos  das  frações  de  fases  foram 
105 

obtidos  por  meio  do  software  Topas®,  também  da  fabricante  Bruker  e  a  radiação 
utilizada foi a de Cobalto Kα = 1,78Å e a varredura realizada na faixa de 20° a 110°.  
O  grau  de  evolução  das  fases  experimental  foi  comparado  com  o  grau  de 
redução calculado em simulação computacional. 
A variação de dilatação das pelotas autorredutoras com coque e carvão de capim 
elefante  foi  obtida  em  dilatômetro  NETZSCH  modelo  DIL  402C,  aquecendo­se  a 
amostra  até  1100ºC  com  uma  rampa  de  aquecimento  de  5ºC/min  e  mantendo­se  em 
isotermas de 30, 45 e 60 minutos. A imagem do equipamento pode ser vista na Figura 
54. 

 
Figura 54. Dilatômetro utilizado disponível em Laboratório de Fluidos e Termociências 
localizado na UFF­Volta Redonda. 

  O  estudo  da  variação  da  dilatação  das  pelotas  juntamente  com  a  análise  de 
imagens em MEV para as amostras aquecidas por diferentes rampas de tempo ajudou a 
precisar  a  relação  da  evolução  dos  whiskers  com  o  grau  de  inchaço  das  pelotas 
autorredutoras. 
  A  análise  de  porosidade  foi  obtida  por  tomografia  tridimensional (μCT­3D) 
computadorizada  por  raio­X  de  alta  resolução  por  um  microtomógrafo  localizado  no 
Laboratório de Instrumentação Nuclear (LIN) da UFRJ/COPPE, para determinação da 
porosidade  volumétrica  e  foi  um  parâmetro  utilizado  como  dado  de  entrada  para  o 
modelo numérico. 
 
 
 
106 

4.2.5.  Análise  do  perfil  térmico  no  interior  das  pelotas  durante  os  ensaios 
isotérmicos 
 
  O perfil térmico no interior das pelotas quando colocadas diretamente no forno a 
1100ºC foi analisado com o equipamento Spider 8 modelo HBM  e termopar tipo K; e 
aquisição de dados com o software Catman ® Professional. 
  A  análise  térmica  foi  realizada  até  estabilizar  a temperatura máxima alcançada 
para  todas  as  pelotas  de  diferentes  composições  estabelecidas  nesta  tese,  utilizando 
fluxo constante de nitrogênio igual a 1L/min. 
  A Figura 55 é a foto de uma pelota com o termopar inserido no seu centro após a 
sua remoção do forno. 
 

 
Figura  55.  Imagem  da  pelota  com  o  termopar  inserido  no  seu  centro  após  a  análise 
experimental. 
 
  A  partir  dos  resultados  obtidos  foi  possível  analisar  o  desenvolvimento  da 
distribuição  de  temperatura  no  interior  dos  aglomerados  contendo  carbono  e  sem 
carbono.  
  O ensaio permitiu analisar o tempo necessário para a pelota atingir a temperatura 
do forno e iniciar o processo de redução. 
 
 
 
 
 
 
107 

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
  A  apresentação  deste  capítulo  é  iniciada  relatando­se  detalhadamente  como 
foram  obtidos  os  parâmetros  cinéticos  experimentalmente  para  então,  dar  sequência  à 
implementação do modelo  numérico macroscópico que descreve o forno cuba Midrex 
com as modificações propostas nesta tese. 
  Em  princípio,  são  apresentados  os  cálculos  das  constantes  cinéticas  das 
principais  reações,  a  capacidade  calorífica  das  misturas  propostas,  bem  como  os 
diagramas  de  perda  de  massa  e  variação  de  entalpia  durante  os  ensaios 
termogravimétricos realizados em TGA­DSC.  Posteriormente, os  gráficos de perda  de 
massa das pelotas ao longo do tempo durante os ensaios termogravimétricos realizados 
em  forno  são  apresentados,  discutidos  e  confrontados  com  resultados  obtidos  na 
literatura;  bem  como,  os  resultados  de  difração  de  raios­x  obtidos  das  amostras  nos 
diferentes intervalos de tempo.  
  A caracterização das amostras reduzidas por meio das imagens obtidas em MEV 
permitiu  determinar  o  fator  de  forma  das  partículas  e  compreender  a  formação  dos 
whiskers frente aos dois tipos de gases usados para os diferentes intervalos de tempo. A 
porosidade inicial da pelota,  , obtida pela tomografia também é usada como parâmetro 
cinético para implementar o modelo. 
  A  análise  da  dilatação  linear  das  pelotas  feita  em  dilatômetro  ajudou  a 
compreender  o  comportamento  físico  de  inchamento  das  pelotas  autorredutoras, 
108 

juntamente  com  a  análise  das imagens  obtidas em  MEV  da evolução  dos  whiskers  ao 
longo da redução. 
  Os  resultados  da  simulação  do  forno  de  redução  direta  são  apresentados 
conforme a  relevância  do  que é  esperado:  grau  de  metalização  (%Fe metálico/%Fetotal),  o 
tempo  de  residência  da  carga  de  alimentação  modificada,  a  demanda  energética,  a 
produtividade e a geração de CO2. Todos esses resultados são comparados com o forno 
base, simulado em condições operacionais atuais. 
 
5.1. Ensaios termogravimétricos e de calorimetria realizados em TGA­DSC 
 
5.1.1.  Análise  dos  resultados  de  TGA,  DTA  e  DSC  em  atmosfera  inerte  e 
identificação das reações  
 
  Os ensaios termogravimétricos e de calorimetria realizados em TGA­DSC foram 
feitos em taxas de aquecimento lentas de 5ºC/min para melhor observar a transição das 
reações  ao  longo  do  tempo.  Ao  atingir  as  temperaturas  de  900.  1000  e  1100ºC,  as 
amostras foram mantidas por uma isoterma de 60 minutos, quando a perda de massa é 
praticamente desprezível. 
  Os diagramas são apresentados em função da derivada da fração convertida em 
̇⁄
relação ao tempo ( ⁄ ) e derivada da taxa de calor em relação à temperatura  , 

para  as  diferentes  temperaturas  para  cada  mistura  definida  na  Tabela  31.  O  grau  de 
redução foi calculado conforme Equação 4.51.  
  As  Figuras  56(a­c)  apresentam  os  resultados  da  fração  convertida  α  para  cada 
mistura nas diferentes isotermas realizadas em gás inerte. 
  Como  esperado,  todas  as  misturas  de  diferentes  composições  alcançam  maior 
grau de redução à temperatura de 1100ºC, visto o caráter endotérmico das reações. No 
entanto,  para  as  misturas  que  não  contém  carbono,  é  desejável  que  o  grau  de  fração 
convertida seja o mínimo possível em atmosfera inerte.  
Entre as amostras convencionais àquela que teve maior conversão de massa com 
a variação de temperatura foi a mistura 1. Entretanto, este grau de conversão não condiz 
com a maior variação de massa entre as misturas convencionais 1, 2 e 3, pois a mistura 
3 foi a mistura que recebeu maior adição de poeira de LD, aumentando a concentração 
de CaCO3 que se decompõe a dióxido de carbono e óxido de cálcio em torno de 600ºC, 
109 

e portanto, teve a maior variação de massa a 1100ºC em um longo tempo. Esta grande 
variação de massa para a mistura convencional 3, faz com que o valor de mf definido na 
aplicação  dos  cálculos  de  fração  convertida  (massa  final  constante  da  mistura  com 
determinada composição para a maior temperatura de ensaio),  seja bem menor que em 
relação  às  massas  finais  obtidas  a  1100ºC  para  as  misturas  convencionais  1  e  2, 
reduzindo então os valores de α. 
Os  gráficos  de  variação  mássica  percentual  para  as  misturas  convencionais 
podem ser verificados na Figura 57. As massas para as misturas convencionais 1, 2 e 3 
tornaram­se constantes a 1100ºC, com valores de 93,2, 87,96 e 79,82 %, para um tempo 
de ensaio muito longo (cerca de 600 minutos),  sendo a mistura 3 então, a que perdeu 
maior quantidade de massa frente ao aquecimento. 
É comum encontrar altas concentrações  de Ca em lamas de aciaria (grossas ou 
finas),  podendo  estar  associado  a  carbonatos  ou  como  óxidos  ou  ainda  em  espinélios 
como  a  ferrita,  justificando  provavelmente  a  causa  da  maior  perda  de  massa  para 
misturas sem adição de carbono em atmosfera inerte (Yi, 2009; Das, 2007). 
A  Figura  57  (b)  mostrou  que  a  maior  fração  de  conversão  para  as  misturas 
contendo carvão de biomassa foi a 1100ºC para as amostras contendo 30% de carbono, 
87%.  
  Para as misturas autorredutoras contendo coque, a maior fração de conversão foi 
de  83%  para  ambas  as  amostras  2  e  3  a  1100ºC.  O  valor  de  mf  para  as  amostras 
contendo coque foi bem menor que o valor de mf para as amostras contendo biomassa, 
ou seja a variação de massa para amostras com coque foi bem maior que para amostras 
com  biomassa.  Entretanto  estes  valores  foram  alcançados  em  diferentes  intervalos  de 
tempo: 600 minutos para amostras com capim e 800 minutos para amostras com coque.  
Portanto, as amostras contendo coque atingem o grau de conversão máximo, mas 
é relevante enfatizar que o tempo para atingir essa conversão é cerca de 200 minutos a 
mais que àquela obtida pelas misturas utilizando biomassa de capim elefante. 
Para cada variação de inclinação nas curvas de fração convertida representada na 
Figura  58,  pode­se  dizer  que  houve  uma  mudança  de  mecanismo,  ou  seja,  ocorreu 
alguma  nova  reação  química.  Em  geral,  as  reações  de  redução  dos  óxidos  de  ferro 
ocorrem  simultaneamente,  tornando  difícil  concluir  o  início  e  término  de  cada 
mecanismo de reação. Portanto, ao utilizar uma taxa de aquecimento baixa foi possível 
analisar melhor essas etapas e estabelecer um ponto inicial e final para cada reação que 
está acontecendo durante o ensaio termogravimétrico. 
110 

 
(a) 

 
(b) 

 
(c) 
Figura 56. Grau de redução das misturas (a) sem carbono, com carbono proveniente de 
(b) biomassa e (c) coque, todos realizados em atmosfera inerte. 
 
111 

 
Figura  57.  Variação  mássica  percentual  para  as  misturas  convencionais  ao  atingir 
diferentes temperaturas. 
 
  Para melhor avaliar as mudanças mencionadas, as Figuras 58 (a, b), 59 (a, b) e 
60 (a, b) são os diagramas da análise termogravimétrica diferencial e os diagramas de 
fluxo  de  calor  para  as  misturas  convencionais,  e  autorredutoras  contendo  biomassa  e 
coque, respectivamente. 
 

 
(a) 

 
(b) 
Figura 58. Diagramas de DTA (a) e (b) fluxo de calor para as amostras convencionais. 
112 

Observa­se que para cada pico representado nos diagramas de DTA (differential 
thermal  analysis)  há  uma  inflexão  correspondente  nas  curvas  do  fluxo  de  calor  entre 
intervalos de 50 a 250 minutos  daquela determinada amostra, corroborando a presença 
de uma reação química naquele intervalo de tempo e temperatura. 
É válido ressaltar que o fluxo de calor nos gráficos apresentados neste trabalho 
tem como referência o forno, portanto, em caso de reações  endotérmicas como ocorre 
com estas misturas, o fluxo de calor do forno tende a cair, já que este demanda calor 
para as reações que ocorrem na amostra. 

 
(a) 

 
(b) 
Figura 59. Diagramas de DTA (a) e (b) fluxo de calor para as amostras contendo carvão 
de capim elefante. 
 
Em torno de 50 minutos (temperatura correspondente a 250ºC) ocorre a primeira 
transformação  química  e  esta  é  presente  em  todas  as  amostras.  Nesta  faixa  de 
temperatura  a  absorção  de  energia  da  amostra  se  dá  para  reações  de  evaporação  de 
humidade, onde moléculas de H2O podem estar associadas às moléculas de óxidos de 
ferro  (FeO(OH)  ou  Fe+3O(OH)  e  cálcio  (Ca(OH)2),  (ZUO,  et  al.,  2013),  bem  como 
podem estar presentes em hidrocarbonetos que compõem a fonte carbonácea utilizada.  
113 

 
(a) 

 
(b) 
Figura 60. Diagramas de DTA (a) e (b) fluxo de calor para as amostras contendo coque. 
 
A biomassa é constituída basicamente de hemicelulose, celulose e lignina, onde 
esses  polímeros  se  degradam  em  faixas  distintas,  sendo  a  decomposição  da 
hemicelulose entre 200 e 300°C, da celulose entre 300 e 400°C e a lignina se decompõe 
mais lentamente, numa faixa mais ampla, entre 250 e 500°C (BONALDE, et al., 2005; 
BILBAO, et al., 1987).  
O  ensaio  termogravimétrico  para  a  mesma  taxa  de  aquecimento  (5ºC/min)  foi 
realizado para o carvão de capim elefante até atingir 1100ºC mantendo­se uma isoterma 
de  60  minutos  nesta  temperatura.  O  resultado  da  variação  de massa  pode  ser  visto  na 
Figura 61. 
Acredita­se  que  a  massa  continuaria  decaindo  até  atingir  32%,  o  valor 
correspondente aos voláteis presentes no carvão de capim elefante conforme descrito na 
Tabela 25. 
 
114 

 
Figura  61.  Ensaio  termogravimétrico  do  carvão  de  capim  elefante  nas  mesmas 
condições operacionais das misturas utilizadas nesta tese. 
 
  Aos  120  minutos  o  forno  atinge  a  temperatura  de  600ºC  e  se inicia a  próxima 
transformação.  Esta  transformação  é  presente  em  todos  os  diagramas,  inclusive  em 
amostras convencionais, apesar de ter maior relevância em amostras contendo coque e 
capim  elefante.  Este  estágio  representa  a  separação  das  matérias  voláteis  que  podem 
estar presentes na mistura convencional, como o CaCO 3. No entanto, esta variação de 
massa  tem  uma  representação mínima  nas  misturas  autorredutoras,  visto  que  a  adição 
máxima de poeira de LD foi 55% em misturas contendo coque (Tabela 31). À diferença 
percentual correspondente a este intervalo de tempo está associada ao início da redução 
direta  que  é  termodinamicamente  favorável  a  640ºC  conforme  descrito  na  Equação 
4.52. 
 
2Fe2O3(s) +3 C(s) → 4Fe(s) + 3CO2(g)   
(4.52) 
( ) 

 
  Apesar  de  a  redução  direta  ser  favorável  a  partir  de  640ºC,  a  geração  de  CO2 
favorace o início da reação de Boudouard que pode ocorrer a 700ºC conforme Equação 
4.53.  
   
 
115 

C(s) + CO2(g) →2CO(g) 
(4.53) 
( ) 

 
  A  redução  direta  não  tem  grande  participação  quando  comparada  à  redução 
indireta dos óxidos de ferro pelo CO gerado pela reação de Boudouard, além da mistura 
não  ter  sido  compactada  ao  ser  colocada  no  cadinho  para  a  realização  do  ensaio, 
causando  pouco  contato  entre  as  partículas  reagentes,  principalmente  quando  a  reação 
de gaseificação se propaga, distanciando mais ainda as partículas umas das outras. 
  Nesta  região  inicia­se  também  a  redução  de  hematita  para  magnetita 
aparentemente  representada  pelo  pico  ao  redor  dos  150  minutos  tanto  em  amostras 
contendo  coque  quanto  em  amostras  autorredutoras  de  capim  elefante.  Tal  reação  é 
descrita na Equação 4.54. 
 
Fe2O3(s) + C(s) → Fe3O4(s) + CO2(g)   
(4.54) 
( ) 

 
  Como nesta temperatura a reação de gaseificação não é dominante, nota­se nas 
Figuras  59  e  60  que  a  transformação  de  hematita  em  magnetita  por  redução  direta 
começa  a  decair  em  torno  de  160  minutos  (temperatura  correspondente  de  800ºC), 
provavelmente porque a área de contato entre os reagente sólidos começa a diminuir e a 
favorecer a gaseificação nesta temperatura (ZUO, et al., 2013). 
  A partir deste momento a variação de massa é brusca, pois atinge a temperatura 
que favorece a reação de Boudouard e consequentemente as reações de redução indireta 
dos óxidos pelo produto gasoso CO. Estas etapas de redução da Fe3O4 → FeO e Feo →
Fe  são  mais  bem  distinguidas  em  compósitos  contendo  carvão  de  capim  elefante, 
representado pelos dois picos a partir de 180 minutos, a 1100ºC, o que não é facilmente 
identificado em compósitos contendo coque. Isto pode ser explicado pelo fato do carvão 
de biomassa atingir alto grau de conversão de gaseificação mais rapidamente a baixas 
temperaturas (ZUO, et al., 2013; UEDA, et al., 2009; YI, et al., 2014) enquanto para as 
amostras  contendo  coque,  a  reação  de  gaseificação  está  ocorrendo  continuamente  e 
simultaneamente com a redução indireta dos óxidos.  
116 

Observa­se  também  que  estes  picos  aparecem  apenas  para  todas  as  amostras 
contendo  diferentes  concentrações  de  carbono  proveniente  de  biomassa  à  temperatura 
de  1100ºC,  já  que  a  temperaturas  mais  baixas  a  formação  de  Fe  metálico  não  é 
favorecida, sendo apenas em casos de alta concentração de carbono, conforme a lei do 
equilíbrio termodinâmico. Além disso, o primeiro pico em 180 minutos é maior que o 
segundo  para  amostras  contendo  15%  de  carbono  proveniente  de  capim  elefante  e 
menores que o segundo pico para as amostras com maiores concentrações de carbono, já 
que 15% não foi suficiente para reduzir toda a wustita a ferro. 
  Logo  após  200  minutos  de  ensaio,  as  amostras  autorredutoras  com  capim 
elefante  começam  a  reduzir  a  variação  de  massa,  pois  a  esta  temperatura  (1100 oC)  a 
reação de gaseificação já foi completa. 
  Observa­se também, que a demanda energética para as reações de redução dos 
óxidos representados pela ultima região é maior para amostras contendo coque do que 
carvão  de  capim  elefante  como  pode  ser  visto  nas  Figuras  59  (b)  e  60  (b),  já  que  a 
biomassa é mais reativa que o coque. 
  Frente a tudo que foi explicado, as Tabelas 33 e 34 apresentam uma síntese das 
reações  químicas  identificadas  nas  diferentes  regiões  para  compósitos  autorredutores 
contendo capim elefante e coque, respectivamente. 
 
Tabela 33. Definição das regiões para diferentes faixas de temperatura as quais ocorrem 
as principais reações presentes na mistura contendo capim elefante.  
Regiões  Transformação  Faixa de Temperatura 
1  Vaporização da umidade  Até 300ºC 
2  Volatilização  300ºC a 600ºC 
3  Volatilização e Fe2O3 → Fe3O4  600ºC a 700ºC 
4  Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  700ºC a 820ºC 
5  Fe3O4 → FeO  820ºC a 1000ºC 
6  FeO → Fe  1000ºC a 1100ºC 
 
 
 
 
117 

Tabela 34. Definição das regiões para diferentes faixas de temperatura as quais ocorrem 
as principais reações presentes na mistura contendo coque.  
Regiões  Transformação  Faixa de Temperatura 
1  Vaporização da umidade  Até 400ºC 
2  Volatilização e Fe2O3 → Fe3O4  600ºC a 780ºC 
3  Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  780ºC a 820ºC 
Fe3O4 → FeO 
4  820ºC a 1100ºC 
FeO → Fe 
 

5.1.2. Análise dos resultados de TGA, DTA e DSC em atmosfera reativa  
 
  A mesma sequência de experimentos em TGA­DSC, com taxa de aquecimento 
de  20ºC/min  foi  realizada  para  amostras  convencionais  (sem  fonte  carbonácea)  com 
atmosfera reativa (55,2% de hidrogênio (H2), 30% de monóxido de carbono (CO), 10% 
CO2, e 4,8% de CH4). Os ensaios termogravimétricos em TGA foram realizados apenas 
para  as  misturas  convencionais,  pois,  foram  as  únicas  que  não  sofreram  reação  em 
atmosfera  inerte.  Logo,  as  constantes  cinéticas  para  as  pelotas  convencionais 
consideradas  no  modelo  são  as  constantes  experimentais  calculadas  a  partir  dos 
resultados obtidos em TGA para atmosfera reativa. 
  A Figura 62 é o resultado da fração α versus o tempo de ensaio para as misturas
convencionais  em  diferentes  temperaturas.  Nota­se  que  a  conversão  completa  é 
alcançada  para  as  três  misturas  em  um  menor  intervalo  de  tempo  à  temperatura  de 
1100ºC,  em  cerca  de  70  minutos.  A  900ºC  a  conversão  máxima  não  é  atingida  e  a 
mistura convencional 1 foi a que levou maior tempo de conversão, lembrando que esta 
foi  a  mistura  com  menor  concentração  de  poeira  de  LD,  tendo  então  uma  menor 
variação de massa conforme explicado anteriormente. 
  Os  diagramas  de  derivada  da  fração  convertida  e  fluxo  de  calor  versus  tempo 
também  foram  gerados  e  podem  ser  visualizados  na  Figura  63  (a)  e  (b), 
respectivamente. 
  Para  as  misturas  convencionais  de  composição  1,  os  mecanismos  de  reação 
ficam  melhores  distintos  que  com  as  outras  composições,  mas  em  geral,  tanto  os 
diagramas de DTA e fluxo de calor seguem um padrão para todas as misturas. 
118 

 
Figura 62. Grau de redução para as misturas convencionais em atmosfera reativa. 
   

 
(a) 

 
(b) 
Figura 63. Diagramas de DTA (a) e (b) fluxo de calor para as amostras convencionais 
em atmosfera reativa. 
 
  A  partir  de  30  minutos  em  diante  pode­se  dizer  que  ocorrem  as  reações  de 
redução  dos  óxidos  para  todas  as  misturas  de  diferentes  composições,  sendo 
corroborado  pelos  diagramas  de  fluxo  de  calor  onde  neste  momento  em  diante  as 
reações são todas endotérmicas. Entretanto, próximo de 20 minutos ocorre uma reação 
119 

desconhecida com liberação de calor. É conhecido que a mistura de gases utilizada pode 
apresentar  algumas  reações  exotérmicas  entre  os  próprios  componentes  do  gás  nesta 
faixa de temperatura, conforme pode ser visto nas Equações 4.55 e 4.56. 
 
CO + H2O → CO2 + H2   ∆Hº298 = ­41 (kJ/mol)                              (4.55) 
CO + 3H2 → CH4 + H2O   ∆Hº298= ­206(kJ/mol)                              (4.56) 
 
  A  reação  de  formação  de  Fe3C  também  é  uma  reação  de  característica 
exotérmica e ocorre em torno de 800ºC conforme a Equação 4.57 a seguir. 
 
H(T) –H(298K)=19,64T + 10*10­3T2 – 6745  (4.57) 
 
  Onde,  H(800oC)  =  ­  20,441  Kcal/mol  e  H(298K)=  ­5.4Kcal/mol.  Entretanto  é 
esperada  que  esta  reação  esteja  ocorrendo  em  torno  de  40  minutos  quando  o  forno 
atinge 800ºC, mas neste momento, as reações de redução “mascaram” a reação
exotérmica citada. 
Dependendo da temperatura, a precipitação do carbono ocorre na faixa de 30 a 
40 % de CO e 35 a 70 % de CO2. Para temperaturas superiores a 800ºC o H2 passa a ser 
o  principal  agente  redutor,  porém  para  temperaturas  inferiores  a  800ºC  o  principal 
agente redutor é o CO, conforme reações a seguir. 
 
3Fe + 2CO → Fe3C + CO2 
3Fe + CO + H2 → Fe3C +3H2 
 
À  altíssimas  temperaturas  (cerca  de  1050ºC)  os  gases  CO  e  H2  são  quase 
totalmente  utilizados  na  redução  dos  óxidos,  não  existindo  mais  em  quantidades 
suficientes  para  formar  Fe3C.  Esses  precipitados  só  se  formam  em  temperaturas  mais 
baixas, devido ao gás reciclado usado no resfriamento. 
Como a reação exotérmica identificada é seguida da reação de desidratação da 
amostra,  é  possível  que  em  presença  de  atmosfera  rica  em  CO  como  esta,  esteja 
ocorrendo a reação 4.55, sendo que acima de 500ºC pode também ocorrer a reversa da 
reação  shift  favorecendo  a  metanação  (Equação  4.56)  (GOKHALE,  et  al.,  2008; 
GORTE, et al., 2005).  
120 

A variação de entalpia para esta reação exotérmica apresenta um valor de 120,2 
KJ/Kg,  calculado  pelo  próprio  software  do  TGA,  TA  Universal  Analysis,  podendo 
representar uma combinação de ambas as reações descritas acima. 
  Ao  percorrer  dos  30  minutos  de  ensaio  (em  torno  de  600ºC)  a  curva  de  DTA 
apresenta o primeiro pico, caracterizando o início da redução da hematita a magnetita, 
seguida  da  redução  da  magnetita  a  wustita  em  45  minutos  (900ºC)  e  concluindo  a 
redução da wustita a ferro em torno dos 50 minutos quando a temperatura alcançada já é 
1000ºC. Estas etapas podem ser corroboradas pelo diagrama de DSC da Figura 62, onde 
cada mecanismo estabelecido anteriormente é identificado pelo seu caráter endotérmico, 
onde as misturas convencionais 1 e 2 demonstraram maior conversão em ferro que as 
misturas 3 (menor demanda energética do gráfico de fluxo de calor) já que as misturas 3 
contém menor quantidade de óxidos de ferro (maior percentual de poeira adicionado).  
  A Tabela 35 é o resumo das reações de redução para as misturas convencionais 
em atmosfera reativa. 
 
Tabela 35. Definição das regiões para diferentes faixas de temperatura as quais ocorrem 
as principais reações presentes na mistura convencional em atmosfera reativa.  
Regiões  Transformação  Faixa de Temperatura 
1  Vaporização da umidade  Até 350ºC 
2  Reação entre a mistura gasosa  400ºC a 600ºC 
3  Fe2O3 → Fe3O4   740ºC a 800ºC 
4  Fe3O4 → FeO   870ºC a 1000ºC 
5  FeO → Fe  1000ºC a 1100ºC 
 
5.1.3 Obtenção das constantes cinéticas a partir dos resultados do TGA­DSC 
 
  Os cálculos das constantes  cinéticas das reações definidas anteriormente foram 
realizados  para  as  três  temperaturas  anteriormente  mencionadas  (900ºC,  1000ºC  e 
1100ºC) e para mais duas temperaturas escolhidas: 950ºC e 1050ºC. Foram escolhidas 
mais  duas  temperaturas  de  ensaios  termogravimétricos  para  obterem­se  mais  pontos 
para  o  cálculo  mais  preciso  da  energia  aparente  da  reação  e  o  intervalo  de  tempo  foi 
definido em 250 minutos de ensaio. 
121 

  As  constantes  cinéticas  foram  calculadas  conforme  a  lei  cinética  de  primeira 
ordem conforme descrita na Equação 4.55. 
 
( )   (4.55) 
 
  Como  o  interesse  neste  trabalho  são as  etapas  de  redução  dos  óxidos  de  ferro, 
serão  apresentados  a  seguir,  os  parâmetros  cinéticos  das  etapas  de  redução:  Fe 2O3  →
Fe3O4 → FeO → Fe, a partir das faixas de temperatura definidas nas Tabelas 33 e 34. 
  Foram plotados diagramas de ln(1­α) versus tempo conforme o exemplo a seguir 
demonstrado na Figura 63, para uma amostra contendo 20% de carbono proveniente de 
biomassa até atingir 1100ºC. 
  A  linha  de  tendência  linear  foi  traçada  para  as  três  últimas  etapas  no  caso  de 
temperaturas a 1100ºC (a única em que o ferro é gerado) e então, obtidas as constantes 
cinéticas a partir da equação da reta para cada etapa. 
  Como os ensaios foram todos realizados à mesma taxa de aquecimento (5ºC.min ­
1
)  pode­se  observar  na  Figura  64  que  a  faixa  de  temperatura  para  todas  as  etapas  de 
reação  definidas  são  sempre  as  mesmas;  entretanto,  é  conhecido  que  a  uma  taxa  de 
aquecimento baixa significa que as reações de redução se iniciam naquelas temperaturas 
mencionadas nas Tabelas 33 e 34, mas elas continuam ocorrendo simultaneamente até o 
fim das isotermas. Por isto, adotou­se a equação de Arrhenius para obtenção do valor da 
energia de ativação das reações para diferentes isotermas realizadas experimentalmente 
nesta tese. 
   Nas  Tabelas  35  e  36  são  apresentadas  as  constantes  cinéticas  obtidas  para  as 
misturas  autorredutoras  contendo  carvão  de  capim  elefante  com  15,  20  e  30%  de 
carbono  para  as  cinco  temperaturas  adotadas  nos  ensaios  termogravimétricos  e  as 
constantes cinéticas obtidas para as misturas autorredutoras  contendo 15, 20 e 30% de 
carbono  proveniente  do  coque  para  as  três  temperaturas  adotadas  nos  ensaios 
termogravimétricos. Os outros gráficos para as demais misturas e temperaturas podem 
ser vistos em Anexo B, com as equações da reta encontradas e valores de r2. 
   
122 

 
Figura  64.  Gráfico  para  cálculo  das  constantes  cinéticas  das  etapas  de  redução  dos 
óxidos de ferro para o ensaio a 1100ºC para mistura autorredutora com composição de 
20% de carbono proveniente do capim elefante. 
 
Tabela 36. Constantes cinéticas das reações de redução para as misturas contendo 15, 
20 e 30% de carbono da biomassa. 

Composição 15% de Carbono da Biomassa 
Temperatura  
 
Reações  900oC  950oC  1000oC  1050oC  1100oC 
Fe2O3 → Fe3O4 e 
0,0023 min­1  0,0023 min­1  0,0023 min­1  0,0029 min­1  0,0023 min­1 
Boudouard 
Fe3O4 → FeO  0,0027 min­1  0,0051 min­1  0,0127 min­1  0,0173 min­1  0,0136 min­1 
FeO → Fe   x  x  x  0,0107 min­1  0,0243 min­1 
Composição 20% de Carbono da Biomassa 
Temperatura  
o o
Reações  900 C  950 C  1000oC  1050oC  1100oC 
Fe2O3 → Fe3O4 e 
0,0027 min­1  0,0026 min­1  0,0023 min­1  0,0027 min­1  0,0026 min­1 
Boudouard 
Fe3O4 → FeO  0,0027 min­1  0,0059 min­1  0,0105 min­1  0,0139 min­1  0,0164 min­1 
FeO → Fe   x  x  x  0,0154 min­1  0,0275 min­11 
Composição 30% de Carbono da Biomassa 
Temperatura  
Reações  900oC  950oC  1000oC  1050oC  1100oC 
Fe2O3 → Fe3O4 e 
0,0029 min­1  0,0062 min­1  0,003 min­1  0,0033 min­1  0,0826 min­1 
Boudouard 
Fe3O4 → FeO  0,0026 min­1  0,003 min­1  0,0107 min­1  0,0129 min­1  0,0036 min­1 
FeO → Fe   x  x  x  0,0229 min­1  0,0253 min­1 
123 

Tabela 37. Constantes cinéticas das reações de redução para as misturas contendo 15, 
20 e 30% de carbono do coque. 

Composição 15% de Carbono do Coque 
  Temperatura  
 
Reações  900oC  1000oC  1100oC 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  0,0024 min­1  0,0024 min­1  0,0022 min­1 
Fe3O4 → FeO   0,0038 min­1  0,0189 min­1  X 
Fe3O4 → FeO e FeO → Fe  X  x  0,0279 min­1 
Composição 20% de Carbono do Coque 
  Temperatura  
  Reações  o
900 C  1000oC  1100oC 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  0,0025 min­1  0,0027 min­1  0,0032 min­1 
Fe3O4 → FeO   0,0046 min­1  0,0231 min­1  X 
Fe3O4 → FeO e FeO → Fe  X  x  0,0379 min­1 
Composição 30% de Carbono do Coque 
  Temperatura  
  Reações  900oC  1000oC  1100oC 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  0,0028 min­1  0,0032 min­1  0,0032 min­1 
Fe3O4 → FeO   0,0038 min­1  0,0236 min­1  X 
Fe3O4 → FeO e FeO → Fe  X  x  0,033 min­1 
 
  Pelas Tabelas 35 e 36 pode­se observar que as constantes cinéticas para misturas 
contendo  carvão  de  capim  elefante  são  maiores  para  transformações  da  hematita  em 
magnetita  a  temperaturas  mais  baixas  quando  comparadas  com  misturas  contendo 
coque.  Neste  momento  a  cinética  de  misturas  autorredutoras  contendo  capim  elefante 
durante  a  primeira  etapa  de  transformação  é  favorecida  pela  liberação  de  voláteis 
enquanto  que  misturas  autorredutoras  contendo  coque  necessitam  de  maior  demanda 
energética para aquecer as partículas de coque e óxidos alcançando então, a temperatura 
necessária para a reação e com isto, maior o tempo de reação.  
  As maiores constantes cinéticas foram obtidas para as etapas finais de redução 
com  amostras  contendo  20%  de  carbono  proveniente  do  coque  e  carvão  de  capim 
elefante,  iguais  a  0,0379  min­1  e  0,0275  min­1,  respectivamente.  Apesar  da  constante 
cinética de misturas contendo coque terem tido um valor cerca de 10­2 mais rápido que a 
reação final de misturas contendo biomassa, é válido lembrar que isto ocorreu devido a 
massa  convertida  contendo  coque  ter  sido  muito  maior  que  para  misturas  contendo 
124 

biomassa, mas num intervalo de tempo muito maior de reação (cerca de 200 minutos a 
mais para misturas contendo coque).  
Conforme  estudo  realizado  por  Kashiwaya,  Y.  ,  et  al.  (KASHIWAYA,  et  al., 
2007)  foi  observado  que  a  autorredução  das  pelotas  de  minério  de  ferro  com  carvão 
desvolatilizado (30%) à temperatura de 900 oC, a reação não é completa, entretanto entre 
1000 e 1100oC, a reação de redução se completa em torno de 20 minutos, sendo que nos 
primeiros 4 minutos a taxa de reação é bem maior. 
  A Tabela 38 mostra as constantes cinéticas das reações de redução das amostras 
convencionais em atmosfera reativa. 
 
Tabela 38. Constantes cinéticas das reações de redução para as misturas  convencionais 
1, 2 e 3 em atmosfera reativa. 

Composição Mistura Convencional 1 
  Temperatura  
 
Reações  900oC  1000oC  1100oC 
Fe2O3 → Fe3O4   0,0115 min­1  0,1431 min­1  0,086 min­1 
Fe3O4 → FeO   0,0078 min­1  0,0158 min­1  0,1854 min­1 
FeO → Fe  X  x  0,0316 min­1 
Composição Mistura Convencional 2 
  Temperatura  
  Reações  o
900 C  1000oC  1100oC 
Fe2O3 → Fe3O4   0,138 min­1  0,202 min­1  0,0597 min­1 
Fe3O4 → FeO   0,0141 min­1  0,0262 min­1  0,1687 min­1 
FeO → Fe  X  x  0,0145 min­1 
Composição Mistura Convencional 3 
  Temperatura  
  Reações  900oC  1000oC  1100oC 
Fe2O3 → Fe3O4   0,0634 min­1  0,1158 min­1  0,1435 min­1 
Fe3O4 → FeO   0,0119 min­1  0,0151 min­1  0,1468 min­1 
FeO → Fe  X  x  0,0842 min­1 
 
  A  1100ºC  foram  obtidas  as  maiores  constantes  cinéticas,  sendo  a  etapa  de 
transformação da wustita a ferro a etapa mais lenta para todas as diferentes composições 
estudadas. Este resultado tem acordado com outros trabalhos que estudaram a reação de 
redução de óxidos de ferro por misturas gasosas de hidrogênio e monóxido de carbono, 
encontrando  rápidas  reações  de  transformação  da  hematita  a  magnetita  e  magnetita  a 
125 

wustita, e uma etapa lenta e predominante que seria a wustita a ferro (BONALDE, et al., 
2005; KOLBEINSEN, et al., 1986; LONGBOTTOM, et al., 2008).  
Esta  etapa  costuma  ser  lenta,  pois,  durante  a  redução  de  wustita  para  ferro 
metálico, os íons de oxigênio ligados à wustita são transportados por difusão pelo o gás 
redutor,  gerando  vacâncias  no  reticulado,  para  então  estas  vacâncias  migrarem  do 
reticulado de ferro para a superfície da wustita (RODRIGUES, et al., 2015). 
 
5.1.4. Cálculo  do calor específico aparente das misturas e energia de ativação das 
reações  
 
  O  calor  específico  das  diferentes  misturas  pode  ser  obtido  pela  integração  da 
entalpia em relação à temperatura para todas as amostras até 1100ºC. Primeiramente, o 
diagrama de fluxo de calor obtido em unidade temporal (W/g) foi transformado para J/g 
e então integrado em relação à temperatura. As Figuras 65 (a, b e c) mostram a variação 
do  calor  específico  das  misturas  convencionais,  obtendo  coque  e  biomassa, 
respectivamente. 

 
(a)  (b)  (c) 
Figura  65.  Variação  do  calor  específico  do  material  em  relação  à  temperatura  até 
1100ºC. 

  Lembrando que, valores negativos de calor específico se devem à quantidade de 
calor cedido para o meio durante uma reação.  
  As  misturas  autorredutoras  contendo  coque  foram  as  amostras  com  maiores 
valores de calor específico principalmente durante as reações de Boudouard e redução 
de óxidos de ferro acima de 900ºC, indicando que em relação às misturas autorredutoras 
contendo  biomassa,  é  necessária  uma  maior  quantidade  energética  para  variar  a 
126 

temperatura  no  interior  do  aglomerado.  Ou  seja,  em  aglomerados  autorredutores 
contendo  biomassa  de  capim  elefante  é  possível  atingir  maiores  temperaturas  com 
menor  demanda  energética,  sendo  possível  então,  que  a  transferência  de  calor  no 
interior  do  aglomerado  tenha  uma  participação  mais  relevante  e  atuante  que  em 
aglomerados contendo coque. 
  As misturas convencionais apresentaram maiores valores de calor especifico em 
relação às outras misturas, provavelmente devido à etapa difusional do gás Midrex que 
necessita primeiramente se difundir pelos caminhos da mistura e aquecer as partículas, 
enquanto  que  em  misturas  autorredutoras  o  contato  entre  os  reagentes  facilita  o 
aquecimento do material. 
  A  energia  de  ativação  é  a  energia  necessária  para  partículas  reagentes  se 
colidirem  e  finalmente  ocorrer  uma  reação.  A  energia  de  ativação  pode  ser  calculada 
conforme a equação de Arrhenius definida na Equação 4.56. 
 
k = A. exp(­Ea/RT)  (4.56) 
 
  Onde k é a constante cinética da reação, Ea é a energia de ativação aparente da 
reação, T é a temperatura, A é o fator pré­exponencial e R é a constante dos gases. 
  A  partir  da  equação  de  Arrhenius  linearizada  para  as  diferentes  constantes 
cinéticas obtidas durante as reações de redução apresentadas no subcapítulo anterior é 
possível  obter  a  energia  de  ativação  de  cada  reação  conforme  exemplificado  para  a 
etapa de transformação da magnetita a wustita para a mistura contendo 20% de carbono 
da biomassa a 1100ºC na Figura 66. 
  A  equação  da  reta  obtida  no  exemplo  é  equivalente  a  equação  linearizada  de 
Arrhenius,  onde  o  valor  14562  é  igual  à  fração  Ea/R,  portanto  o  valor  de  energia  de 
ativação  para  esta  reação  adotando  constante  dos  gases  R  igual  a  8,314  J.mol ­1.k­1 
equivale a 121,07KJ.mol­1. 
  O cálculo de energia de ativação foi feito apenas para as etapas de Fe 2O3→Fe3O4 
e  Fe3O4→FeO,  pois  a  transformação  da  wustita  a  ferro  acontece  apenas  acima  de 
1000ºC e teriam apenas 2 pontos de acordo com os experimentos realizados em TGA, 
não sendo o suficiente para obter um valor confiável. 
  Os demais diagramas podem ser encontrados em ANEXO C desta tese com os 
respectivos valores da equação obtida, fator pré­exponencial e energia de ativação. 
 
127 

Fe3O4→FeO 
­3,5

­4

­4,5
ln (k) 

­5

­5,5
y = ­14562x + 6,6749 
R² = 0,945 
­6
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
Figura  66.  Obtenção  da  energia  de  ativação  da  reação  de  redução  da  magnetita  a 
wustita para misturas contendo 20% de carbono da biomassa a 1100ºC. 
 
  A Tabela 39 é o resumo das energias de ativação obtidas para cada composição 
para as etapas de reações de Fe2O3 → Fe3O4 e Fe3O4 → FeO → Fe, no caso de amostras
autorredutoras contendo coque, as quais as últimas etapas não ficaram bem distinguidas 
e  no  caso  das  outras  mistura,  o  segundo  mecanismo  de  reação  equivale  apenas  à 
transformação de magnetita a wustita. 
  As nomenclaturas adotadas na Tabela 39 MAB, MAC e MC, indicam as misturas 
autorredutoras contendo biomassa, coque e misturas convencionais, respectivamente.  
Os  subíndices  1,  2  e  3  indicam  as  composições  já  definidas  anteriormente  na 
Tabela 31. 
Em geral, as energias de ativação obtidas seguem uma tendência a terem maiores 
valores para amostras convencionais em atmosfera reativa, amostras contendo coque e 
amostras  contendo  biomassa,  com  exceção  da  mistura  convencional  2  que  possui 
energia  menor  que  a  amostra  contendo  coque  2  e  mistura  autorredutora  contendo 
biomassa  1  para  a  primeira  etapa  de  redução.  Isto  pode  ser  explicado  pelo  fato  das 
MAB1  e  MC2  terem  tido  um  ajuste  ruim  da  equação  de  Arrhenius  conforme  pode  ser 
visto no ANEXO C.  
 
128 

Tabela  39.  Energias  de  ativação  calculadas  pela  lei  de  Arrhenius  para  as  etapas  de 
redução das misturas adotadas nesta tese. 
Reações 
Fe2O3 → Fe3O4  Fe3O4 → FeO → Fe 
Composição  Ea (KJ/mol)  Composição  Ea (KJ/mol) 
MAB1  6,42  MAB1  121,63 
MAC1  5,66  MAC1  135,35 
MC1  139,76  MC1  208,66 
MAB2  9,8  MAB2  121,07 
MAC2  16,33  MAC2  142,89 
MC2  14,41  MC2  96,08 
MAB3  9,16  MAB3  60,43 
MAC3  55,27  MAC3  139 
MC3  156,52   MC3  163,93 
 
  A equação de Arrhenius linearizada não apresentou bons ajustes para amostras 
contendo  biomassa  em  suas  primeiras  etapas,  talvez  porque  valores  das  constantes 
cinéticas  para  as  primeiras  etapas  não  devam  seguir  a  lei  cinética  de  primeira  ordem. 
Além disso, há de se considerar sempre a falta de homogeneidade perfeita da mistura, 
sendo  possíveis  algumas  variações  não  condizentes  com  a  composição  geral  das 
misturas.  
Segundo ampla revisão realizada por (MOURÃO, et al., 2005), sobre obtenção 
de  energia  de  ativação  de  reações  de  redução  carbotérmica  dos  óxidos  de  ferro,  os 
valores  de  energia  de  ativação  tem  variado  de  40KJ/mol  até  1000KJ/mol,  sendo  os 
menores  valores  de  energia  de  ativação  encontrados  para  misturas  autorredutoras 
contendo  fontes  de  carbono  proveniente  de  carvão  vegetal  e  maiores  valores  para 
compósitos contendo fontes carbonáceas de carvão mineral e coque. 
As  misturas  de  composição  1  apresentaram  os  maiores  valores  de  energia  de 
ativação  para  as  etapas  finais,  provavelmente  porque  a  menor  quantidade  de  carbono 
diminui a área de contato superficial entre reagentes, limitando as reações e aumentando 
a o valor necessário de energia para a reação iniciar. 
 
Baseado  no  amplo  estudo  cinético  dos  resultados  obtidos  dos  ensaios 
termogravimétricos  e  de  calorimetria  das  misturas  propostas  nesta  tese,  uma 
129 

composição  de  cada  amostra  foi  escolhida  para  a  realização  de  ensaios 
termogravimétricos de pelotas com massas maiores que as misturas estudadas. Misturas 
autorredutoras contendo 20% de carbono proveniente da biomassa atenderam um grau 
de redução satisfatório quando comparado às amostras contendo 30% de carbono, além 
de  apresentarem  valores  de  energia  de  ativação  e  calor  específico  aproximadamente 
iguais às das misturas MAB3. Portanto, torna­se desnecessária a adição de carbono em 
excesso (30%) para obter praticamente os mesmos resultados cinéticos.  
A  nível  comparativo  as  amostras  convencional  2  e  amostra  autorredutora  2 
contendo coque foram escolhidas para o estudo termogravimétrico das pelotas, também. 
 
5.2 Ensaios termogravimétricos realizados com as pelotas 
 
  Os ensaios termogravimétricos em forno foram realizados isotermicamente nas 
temperaturas  de  900,  1000  e  1100ºC  e  as  pelotas  removidas  em  intervalos  de  tempo 
múltiplos de seis minutos para serem pesadas e levadas ao Raio­X.  
  A  Figura  67  é  o  resultado  das  frações  convertidas  das  pelotas  autorredutoras 
contendo biomassa (a), contendo coque (b) realizadas em atmosfera inerte (nitrogênio) 
às três isotermas adotadas nesta tese. 
  Para  o  cálculo  do  grau  de  redução  das  pelotas  o  valor  de  mf  considerado  foi 
aquele obtido em 60 minutos de ensaio a 1100ºC, já que não foram realizados ensaios 
mais longos que esse intervalo de tempo. 
  Para todas as isotermas estudadas, observou­se que os maiores valores de grau 
de  redução  foram  para  pelotas  contendo  biomassa,  iguais  a  0,54,  0,68  e  1  às 
temperaturas  de  900,  1000  e  1100ºC,  respectivamente;  e  0,49,  0,48  e  0,78  às 
temperaturas de 900, 1000 e 1100ºC, respectivamente, para as pelotas contendo coque.  
  Observou­se também, que a 1000ºC, as amostras contendo coque apresentam um 
decaimento  no  grau  de  redução  a  partir  de  36  minutos  e  a  partir  de  42  minutos  a 
1100ºC;  enquanto,  pelotas  contendo  biomassa  mostrou  uma  redução  na  fração 
convertida a 900ºC. Uma explicação para esse fato pode ser devido ao processo de re­
oxidação  das  pelotas  autorredutoras,  já  que  também  eram  removidas  e  expostas 
diretamente ao ar (ZHANG, et al., 2014; LUO, et al., 2011). 
 
130 

 
(a)  (b) 
Figura  67.  Grau  de  redução  das  pelotas  autorredutoras  contendo  (a)  coque  e  (b) 
biomassa nas diferentes isotermas. 
 
  Durante os primeiros dez minutos o valor de α tem uma variação rápida para
ambas  as  amostras  podendo  representar  processos  de  volatilização,  desidratação  e 
reação de Boudoard, conforme identificado em estudos realizados em TGA­DSC; sendo 
que no forno espera­se que a temperatura no interior da pelota se iguale a do forno mais 
rapidamente. 
  A biomassa como agente redutor de minério de ferro tem apresentado vantagens 
em relação ao coque e carvão mineral devido à sua alta reatividade graças aos voláteis 
presentes que promovem  a  formação  de  poros  no  compósito,  e ajuda  no  aquecimento 
das  partículas  de  minério  de  ferro  facilitando  o  alcance  da  temperatura  de  reação 
(menores valores de calor específico); além da presença de alguns minerais que podem 
servir como catalisador da reação de Boudouard (ZUO, et al., 2013; LUO, et al., 2011; 
UEDA, et al., 2009; STREZOV, et al., 2008). 
  A Figura 68 mostra o grau de redução para todas as pelotas em atmosfera reativa 
para as três isotermas adotadas experimentalmente. As pelotas autorredutoras contendo 
biomassa são as únicas que alcançam a conversão máxima a 1100ºC, ou seja, α igual a
um  aos  quarenta  minutos.  Aos  50  minutos  a  pelota  contendo  coque  atinge  o  grau  de 
redução máximo de 83% e a pelota convencional, o valor de 80%, ambas a 1100ºC. 
131 

 
Figura  68.  Grau  de  redução  das  pelotas  autorredutoras  contendo  (a)  biomassa,  (b) 
coque e (c) convencionais nas diferentes isotermas. 
 
  A  1000ºC  as  pelotas  contendo  biomassa  atingem  cerca  de  70%  de  redução, 
enquanto as outras pelotas não alcançam nem 50%. As oscilações nos valores de α
podem ser explicadas pela falta de homogeneidade da mistura que compõe a pelota ou 
pela reoxidação ao se expor ao ar. 
  As  etapas  de  reação  não  ficam  evidenciadas  quando  as  pelotas  alcançam 
temperaturas altas a altas taxas de aquecimento, mas  após os primeiros dez minutos de 
ensaio,  acredita­se  que  as  reações  de  redução  estão  ocorrendo  continua  e 
simultaneamente,  portanto  foram  estimadas  as  constantes  cinéticas  globais  de  reação 
conforme  pode  ser  vista  na  Tabela  40.  Onde,  PAB, PAC  e  PC  correspondem  às  pelotas 
autorredutoras contendo biomassa, coque e convencionais, respectivamente.
  As  constantes  cinéticas  foram  estimadas  para  tempo  de  ensaio  acima  de  12 
minutos da mesma forma como para as misturas em TGA, ou seja, de acordo com a lei 
cinética de primeira ordem. 
As constantes cinéticas das pelotas autorredutoras contendo biomassa de capim 
elefante  tem  valores  maiores  a  1000  e  1100ºC  em  atmosfera  reativa,  enquanto  que  as 
constantes cinéticas das pelotas contendo coque não tiveram aumento  relevante quando 
comparado  com  as  pelotas  em  atmosfera  inerte.  Isto  significa  que  no  caso  de  pelotas 
contendo  coque,  a  autorredução  prevalece  mesmo  quando  impostas  condições  de 
atmosfera  redutora.  Este  não  é  o  caso  das  pelotas  contendo  biomassa,  que  tiveram 
aumento significativo nos valores das constantes cinéticas quando expostos a condições 
de atmosfera reativa. 
 
 
132 

Tabela 40. Constantes cinéticas das pelotas em atmosfera inerte e reativa. 
Nitrogênio 
   Pelotas 
Temperatura (oC)  PAB  PAC 
­1
900  0,0096 min   0,0069 min­1 
1000  0,0163 min­1  0,0045 min­1 
1100  0,0345 min­1  0,02 min­1 
Midrex 
   Pelotas 
o
Temperatura ( C)   PAB  PAC  PC 
900  0,0023 min   0,0019 min   0,0013 min­1 
­1 ­1

1000  0,0207 min­1  0,0046 min­1  0,0019 min­1 


1100  0,5209 min­1  0,0254 min­1  0,0254 min­1 
 
  Amostras  contendo  apenas  óxido  de  ferro  apresentaram  baixos  valores  de 
constante cinética, pois o mecanismo de reação para este caso é função da difusão do 
gás na sua estrutura para então ocorrer a reação, sendo então mais demorada. 
  Observou­se  que  o  valor  de  r2  das  equações  linearizadas  apresentou  um  ajuste 
ruim,  o  que  era  de  se esperar, já  que  foi  corroborado  durante  os  ensaios  de TGA  que 
cada etapa de reação possui uma inclinação específica. 
  A  importância  dos  ensaios  termogravimétricos  com  pelotas  de  diâmetro 
comercial se deu para averiguar o comportamento cinético das misturas em TGA­DSC.  
À taxas de aquecimento altas, como quando acontece ao alimentar o forno com a 
carga  de  pelotas,  estando  o  forno  já  aquecido,  não  há  como  regular  a  taxa  de 
aquecimento  no  interior  do  aglomerado,  o  que  causa  processos  de  inchaço  ou  até 
chegando  à  fratura  devido  às  etapas  de  desidratação  e  volatilização.  Isto  foi  mais 
observado  com  as  pelotas  autorredutoras  do  que  com  pelotas  sem  carbono,  e 
principalmente para intervalos de tempo muito longos (acima de 42 minutos de ensaio). 
As  Figuras  69  (a),  (b)  e  (c)  são  as  imagens  das  pelotas  PAB,  PAC  e  PC  após 
serem removidas do forno aos 48 minutos de ensaio, em atmosfera reativa a 1100ºC. 
  Ambas  as  pelotas  autorredutoras  chegaram  à  fratura  a  partir  de  42  minutos  de 
ensaio,  enquanto  que  pelotas  sem  carbono  não  fraturaram,  entretanto,  é  possível 
observar mesmo visualmente que estas não alcançaram alta metalização devido ao seu 
aspecto cinza amarronzado. 
133 

  Em relação às temperaturas, as pelotas mostraram­se mais quebradiças e porosas 
durante os ensaios a 900ºC, que tem acordado com vários estudos sobre a resistência de 
pelotas  durante  a  redução,  mostrando  um  pico  mínimo  de  resistência  às  temperaturas 
mais baixas (TAKANO, et al., 2003; WU, et al., 2011; SUDARYAT, 1995; LINGYUN, 
et al., 2015) 
 

     
(a)  (b)  (c) 
Figura  69.  Imagens  das  pelotas  contendo  (a)  biomassa,  (b)  coque  e  (c)  sem  finos  de 
carbono após 42 minutos no interior do forno a 1100ºC em atmosfera Midrex. 
 
  O  processo  de  degradação  das  pelotas  ocorre  devido  à  geração  de  gases  no 
interior  das  pelotas  e  é  dependente  da  umidade  presente,  taxa  de  aquecimento  e 
porosidade das pelotas (TAKANO, et al., 2003). Além disto, foi observada também, a 
presença de inchaço anormal a partir dos 30 minutos de ensaio.  
  O  perfil  de  aquecimento  para  pelotas  contendo  coque  e  pelotas  sem  carbono, 
bem como o perfil de aquecimento do forno foi obtida inserindo termopares no centro 
do forno e no centro de ambas as pelotas mencionadas anteriormente. A Figura  70 é o 
resultado deste experimento. 

 
Figura  70.  Perfil  de  temperatura  do  forno  e  no  interior  das  pelotas  em  ensaio 
isotérmico. 
134 

  Observa­se  que  o  aglomerado  contendo  carbono  em  seu  interior  atingiu  a 


temperatura  do  forno  em  torno  de  50  segundos,  enquanto  pelotas  convencionais 
demoraram  quase  o  dobro  do  tempo.  Esta  alta  taxa  de  aquecimento  em  aglomerados 
autorredutores é considerado um dos causadores do grau de inchaço e “explosão”das
pelotas. 
Ao  conceito  de  inchaço  anormal  se  dá  devido  a  expansão  volumétrica  das 
pelotas  durante  a  redução carbotérmica, aumentando  seu  volume  em  mais  de  20%  do 
volume inicial. Até 20% é considerado inchaço normal. 
  Até o momento, tem­se associado o inchaço das pelotas devido à transformação 
da  hematita  em  magnetita  (mudança  de  estrutura  cristalina),  formação  de  whiskers, 
presença  de  componentes  como  K2O,  CaO,  e  Na2O  e  a  temperatura  de  redução  e 
composição do gás redutor (TAKANO, et al., 2003; Jiang, et al., 2002). 
   
5.3.  Investigação  do  grau  do  inchaço  e  porosidade  inicial  das  pelotas 
autorredutoras  
   
  Objetivando analisar a variação de volume das pelotas autorredutoras durante o 
ensaio, foram feitas pelotas de 10 mm de diâmetro com mesma composição das pelotas 
ensaiadas no forno e levada ao dilatômetro em fluxo constante de argônio (100 ml). A 
taxa  de  aquecimento  foi  a  mesma  utilizada  em  TGA  (5ºC/min)  até  atingir  1100ºC  e 
mantida  em  uma  isoterma  por  30,  45  e  60  minutos,  para  então  as  amostras  serem 
analisadas em MEV.   
A  Figura  71  mostra  a  variação  linear  do  diâmetro  das  pelotas  ao  longo  do 
aquecimento, para pelotas contendo biomassa e coque. 
Observa­se  que  pelota  contendo  coque  não  apresentou  em  momento  algum, 
expansão  de  volume ao  longo  do  aquecimento, e  sim,  apenas  retração  a  partir  de  150 
minutos  quando  a  temperatura  atinge  750ºC,  pois  se  inicia  a  etapa  de  reação  de 
Boudouard e reações de redução dos óxidos de ferro.  
Em relação ao tempo de patamar isotérmico, ambas as pelotas não demonstram 
variação relevante no diâmetro, sendo que o ensaio realizado por 30 minutos apresentou 
maior retração em relação aos outros ensaios, já que em 30 minutos não formou whisker 
suficiente para a expansão.  
 
135 

 
                                      (a)                                                                  (b) 
Figura 71. Variação linear do diâmetro das pelotas contendo (a) biomassa e (b) coque 
com diferentes tempos isotérmicos a 1100ºC em dilatômetro. 
   
A  retração  a  partir  dos  750ºC  também  foi  observada  durante  os  ensaios  das 
pelotas  contendo  biomassa,  sendo  que  ao  atingir  120  minutos,  em  torno  de  600ºC,  as 
pelotas  sofrem  uma  expansão  que  pode  ser  devido  a  voláteis,  umidade  e  reação  de 
Boudouard. Como a biomassa é mais reativa que o coque, é possível que a reação de 
Boudouard se inicie antes das pelotas contendo coque, apresentando uma expansão para 
então dar início às etapas de redução; enquanto que amostras contendo coque as reações 
acontecem continuamente e por isso, apresentando apenas retração (YI, et al., 2014). 
Em  geral,  pelotas  contendo  biomassa  apresentaram  uma  retração  muito  menor 
do  que  pelotas  contendo  coque,  podendo  ser  explicada  pela  maior  reatividade  e 
formação de whiskers. 
Para  melhor  investigação  as  microestruturas  das  pelotas  ensaiadas  foram 
analisadas em MEV, conforme pode ser visto nas Figuras 72 (a­f). 
 
136 

   
 
(a)  (b)  (c) 

   
 
(d)  (e)  (f) 
Figura 72. Imagens das pelotas contendo biomassa após (a) 30 minutos, (b) 45 minutos 
e (c) 60 minutos a 1100ºC e imagens das pelotas contendo coque após (d) 30 minutos, 
(e) 45 minutos e (f) 60 minutos a 1100ºC. 
 
  Todas as imagens foram tiradas no centro da pelota e é notória a maior formação 
de  whiskers ao longo do tempo para pelotas com composição de biomassa em relação 
ao coque.  
  A  formação  de  whiskers  também  pode  estar  associada  a  distribuição 
granulométrica dos finos componentes da pelota (quanto mais finos maior a formação 
de  whiskers)  além  da  presença  de  monóxido  de  carbono  no  interior  do  aglomerado 
também favorecer a formação desta estrutura, já que o monóxido de carbono diminui o 
numero  de  sítios  ativos  e  consequentemente  favorecendo  a  formação  do  ferro  poroso 
(LINGYUN, et al., 2014; WANG, et al., 2012; RODRIGUES, et al., 2015). 
  Alguns  pesquisadores  têm  explicado  o  mecanismo  de  formação  dos  whiskers 
que  ocorrem  na  redução  da  wustita  a  ferro,  quando  os  íons  de  oxigênio  presentes  na 
wustita são transportados por difusão pelo CO,  gerando vacâncias no reticulado. Com 
isto,  ocorre  um  aumento  na  concentração  e  na  atividade  de  ferro  na  superfície  da 
wustita, que se torna maior do que a atividade de ferro no reticulado da wustita. Quando 
esta  atividade  atinge  uma  saturação,  inicia­se  então  a  formação  do  núcleo  de  ferro, 
137 

quando a atividade se torna unitária, causando um gradiente da wustita supersaturada de 
ferro para o núcleo, e consequentemente, seu crescimento (Chang , et al., 1984; Nicolle, 
et al., 1979; RODRIGUES, et al., 2015; LINGYUN, et al., 2014). 
  Pelotas  contendo  biomassa  e  pelotas  convencionais  foram  analisadas  em 
microtomógrafo  computadorizado  no  laboratório  de  instrumentação  nuclear  da  Coppe 
na UFRJ, com o intuito de analisar a porosidade inicial destas duas pelotas e utilizar os 
dados como parâmetros de entrada da simulação.  
  As  Figuras  73  e  74  mostram  as  imagens  da  tomografia  para  pelotas 
autorredutoras  contendo  biomassa  e  pelotas  sem  carbono,  respectivamente,  em 
diferentes cortes. 
 

(a)  (b) 

   
(c)  (d) 
Figura 73. Imagens de tomografia da pelota autorredutora verde. 
 
138 

 
 

   
(a)  (b) 

   
(c)  (d) 
Figura 74. Imagens de tomografia da pelota convencional verde. 
 
  A  presença  de  macroporos  está  em  ambas  as  pelotas,  entretanto,  em  pelotas 
contendo carbono é visível a presença de macroporos próximos a borda também, o que 
tornam estas pelotas mais quebradiças.  
  No  corte  transaxial  de  ambas  as  pelotas  foi  determinada  a  profundidade  dos 
poros conforme mostra a Figura 75. 
  Observou­se a presença de poros mais profundos na pelota convencional que em 
pelota autorredutora, com média de 70µm para as convencionais e 45 µm para pelotas 
contendo biomassa.  
  Técnicas  tridimensionais  para  analise  da  microestrutura  de  materiais  tem 
apresentado sempre maior precisão que técnicas bidimensionais. 
 
139 

   
(a)  (b) 
Figura  75.  Diagramas  de  profundidade  dos  poros  das  pelotas  (a)  autorredutora  e  (b) 
convencionais ao longo do corte transaxial. 
 
  A análise tridimensional dos poros internos das amostras também foi obtida para 
um  volume  total  de  1232,33  mm3  para  a  pelota  autorredutora  e  1159,88  mm3  para  a 
pelota sem carbono e podem ser vistas nas Figuras 76 (a­d).  
  A porosidade volumétrica da pelota autorredutora foi de 158,08 mm3 e da pelota 
convencional 81,03 mm3, quase a metade do valor anterior apresentado.  
  A  porosidade  mássica  de  pelotas  em  geral  tem  sido  obtida  por  alguns 
pesquisadores,  mais  a  partir  de  análise  bidimensional,  e  os  valores  encontrados  são 
apresentados ao redor de 20%  (WAGNER, et al., 2009). Entretanto, ao comparar com 
análise  baseada  em  técnicas  tridimensionais  este  valor  tem  aumentado  para  cerca  de 
40% (ROCHA, et al., 2014). 
A maioria dos microporos é isolada e em geral, crescem ao redor de alguns grãos 
e  fases.  É  comum  isto  ocorrer  durante  o  processo  de  aglomeração,  quando  o 
crescimento  dos  grãos  provoca  o  descolamento  entre  os  poros  e  a  geometria  esférica 
destes poros que restam no grão (INAZUMI, et al., 1995).  
 
 
 
 
140 

   
(a)  (b) 

   
(c)  (d) 
Figura  76.  Imagens  3D  dos  poros  nas  amostras  (a),  (b)  autorredutora  e  (c),  (d) 
convencional. 
 
5.4. Análise das imagens em MEV e fases detectadas por difração de Raios­X 
 
A seguir serão apresentados os resultados de difração de raios­X e o respectivo 
diagrama da fração mássica até os primeiros 24 min para cada ensaio isotérmico. Esse 
intervalo  de  tempo  foi  escolhido,  pois,  após  este  determinado  tempo,  as  amostras 
apresentavam reoxidação e o interesse do trabalho é analisar o processo de redução. 
 
5.4.1. Resultados para pelotas reduzidas contendo biomassa e coque em atmosfera 
inerte 
As Figuras 77 (a­d), 78 (a­d), 79 (a­d) são os resultados da difração de raios­X e 
a  respectiva  fração  mássica  para  todas  as  fases  encontradas  nas  pelotas  contendo 
141 

biomassa  e  coque,  reduzidas  a  900ºC,  1000ºC  e  1100ºC,  em  atmosfera  inerte, 


respectivamente. 
 
 
 
 
 
 

 
  
 
(a)  (b) 
 
 
 

 
(c)  (d) 
Figura  77.  Difração  de  raios­X  das  amostras  contendo  biomassa  (a)  e  coque  (c), 
reduzidas a 900ºC e, (c, d) fração mássica dos primeiros 24 minutos de ensaio.  
142 

 
 
 
 
 

 
 
 

 
(a)  (b) 
   
 
 
 
 

 
(c)  (d) 
Figura  78.  Difração  de  raios­X  das  amostras  contendo  biomassa  (a)  e  coque  (c), 
reduzidas a 1000ºC e, (c, d) fração mássica dos primeiros 24 minutos de ensaio.  
143 

 
 
 
 

 
(a)  (b) 
 
 
 
 

 
(c)  (d) 
Figura  79.  Difração  de  raios­X  das  amostras  contendo  biomassa  (a)  e  coque  (c), 
reduzidas a 1100ºC e, (b, d) fração mássica dos primeiros 24 minutos de ensaio.  
 
144 

Para todos os ensaios isotérmicos, observa­se o rápido surgimento da magnetita 
e  o  decaimento  de  carbono  nos  primeiros  doze  minutos  até  seu  total  consumo, 
provavelmente  produto  da  reação  de  redução  direta  entre  hematita  e  partículas  de 
carbono e consequente reação de Boudouard. 
De  acordo  com  (STREZOV,  et  al.,  2008),  a  taxa  de  reação  da  hematita  à 
magnetita, é realmente rápida, sendo que a magnetita pode começar a se converter a Fe 
metálico entre 670 e 740ºC, completando em 870ºC e dando início à formação de Fe.  
Fazendo  uma  comparação  geral  entre  a  reatividade  das  pelotas  contendo 
biomassa e pelotas contendo coque, observa­se que a 900ºC, a fase wustita já é existente 
em  maior  quantidade  em  pelotas  contendo  carvão  de  capim  elefante  e  ainda  nem  tão 
notória  em  pelotas  contendo  coque.  Aos  12  minutos  na  temperatura  de  900ºC  para 
pelotas com biomassa, a magnetita e a wustita atingem seus valores de fração mássica 
máximos, iguais a 68,1% e 1,8%, e então a magnetita decai, mas não ocorre aumento 
da wustita e sim um ganho de massa da hematita, caracterizando oxidação. 
  A 1000ºC, pelotas com coque apresentam formação de wustita até os 15 minutos 
de ensaio e depois há um decaimento desta fase e aumento na hematita, provavelmente 
ocorrendo processo de oxidação, o que não ocorreu com pelotas contendo biomassa. Em 
pelotas contendo biomassa a 1000ºC, a magnetita e a wustita atingem valores de fração 
mássica  máximas  iguais  à  78,4%  e  5,3%,  mas  ainda  não  é  observada  a  presença  de 
ferro  metálico.  Enquanto  que  em  pelotas  contendo  coque  atingem  um  percentual 
mássico máximo de 78% e 3,4% de magnetita e wustita, respectivamente. 
A 1100ºC pelotas contendo biomassa apresentam apenas decaimento da hematita 
e  aumento  da  magnetita.  A  wustita  aumenta  até  cerca  de  10  minutos  e  depois  decai, 
provavelmente  pela  formação  do  ferro  metálico.  O  teor  metálico  de  pelotas  contendo 
biomassa atinge cerca de 30% de ferro a 24 minutos, enquanto pelotas contendo coque 
alcançam um máximo de 20% de ferro e posteriormente um decaimento. 
E  finalmente,  a  1100ºC,  nos  primeiros  seis  minutos  já  é  possível  analisar  a 
presença  de  ferro  metálico,  onde  os  valores  máximos  de  fração  atingidos  para  Fe, 
Fe3O4 e FeO são iguais a 31%, 53% e 3%, respectivamente. À medida que a hematita 
decai,  a  magnetita,  a  wustita  e  o  ferro  são  produzidos  simultaneamente  e 
posteriormente,  começam  a  decair  a  concentração  de  magnetita  e  wustita  em 
continuidade  do  decaimento  da  hematita,  entretanto,  estas  fases  estão  formando  o  Fe 
metálico.  A  partir  de  30  minutos  de  ensaio  é  possível  observar  o  reaparecimento  de 
145 

alguns picos de hematita conforme pode ser visualizado no difratograma da Figura 78 
(a). 
Em trabalho realizado por (ZUO, et al., 2013), os autores estudam a redução de 
hematita  com  carvão  de  biomassa  para  diferentes  proporções  de  C/O,  e  atentam  que 
amostras  contendo  razão  molar  de  C/O  igual  a  1  não  alcançou  a  quantidade  de  CO 
suficiente  para  reagir  todo  o  Fe2O3,  sendo  que  a  1473K  as  frações  reduzidas  para 
amostras  contendo  razão  molar  de  C/O  iguais  a  1,  1,15  e  1,3  foram  respectivamente: 
84,31,  88,4  e 90,5%.  
Neste trabalho, a fração molar de C/O adotada foi menor que um e teve o valor 
máximo de fração reagida a 1100ºC igual a 43%, provavelmente não atingindo o grau 
máximo de redução devido à escassez de carbono e processos de reoxidação. 
A  Figura  80  a  seguir,  mostra  as  imagens  obtidas  em  MEV  das  amostras 
contendo biomassa, ensaiadas em todas as isotermas, onde as imagens (a), (d), (g) e (j), 
são as amostras removidas no forno à temperatura de 900ºC; as imagens (b), (e), (h) e 
(k)  correspondem  às  amostras  removidas  a  1000ºC;  e  as  imagens  (c),  (f),  (i)  e  (l)  as 
amostras  removidas  a  1100ºC,  todas  após  6,  12,  18 e  24 minutos  de  ensaio.  Todas  as 
imagens apresentadas estão em aumento de 1000x e foram tiradas no centro da pelota. 
Observa­se que a presença de carbono é maior nas amostras removidas a 900ºC 
do que nas amostras removidas a 1000 e 1100ºC. Além disso, a presença de particulados 
esféricos também é maior a 900ºC. Esses particulados esféricos são comuns em poeiras 
de  aciaria  e  conversor  LD,  caracterizando  óxidos  de  ferro  que  são  lançados  devido  à 
formação de bolhas no FEA ou LD (MANTOVANI, et al., 2000; ROCHA, et al., 2014). 
A 1000ºC, já é possível observar a formação de uma estrutura densa ao redor de 
particulados  de  carbono  (Fig.80  (k)),  juntamente  com  as  partículas  esféricas  se 
“desmanchando” para dar origem a outro composto. Nota­se que a reação entre óxidos 
de ferro e CO ocorre próximo aos particulados de carbono, que se tornam mais porosos 
a  partir  de  1000ºC,  provavelmente  devido  à  reação  de  Boudouard,  conforme  pode  ser 
melhor visualizado na Fig. 80 e respectivo EDS da partícula de carbono, correspondente 
a uma pelota removida a 1100ºC em 24 minutos de ensaio.  
A  1100ºC  uma  estrutura  ferrosa  em  formato  de  whiskers  está  estruturada,  mas 
também é possível encontrar uma estrutura mais densa conforme Figura 80 (l).  
 
146 

     
 
(a)  (b)  (c) 

     
 
(d)  (e)  (f) 

     
 
(g)  (h)  (i) 

 
(j)  (k)  (l) 
 
Figura 80. (a), (d), (g), (j) Amostras com biomassa removidas a 900ºC, (b), (e), (h), (k) 
a 1000ºC e (c), (f), (i), (l) a 1100ºC, todas em intervalos de 6 a 24 min, respectivamente. 
 
As  Figuras  82  a  seguir,  mostram  as  imagens  obtidas  em  MEV  das  amostras 
contendo coque, ensaiadas em todas as isotermas, onde as imagens (a), (d), (g) e (j), são 
as amostras removidas no forno à temperatura de 900ºC; as imagens (b), (e), (h) e (k) 
correspondem  às  amostras  removidas  a  1000ºC;  e  as  imagens  (c),  (f),  (i)  e  (l)  as 
amostras  removidas  a  1100ºC,  todas  após  6,  12,  18 e  24 minutos  de  ensaio.  Todas  as 
imagens apresentadas estão em aumento de 1000x e foram tiradas no centro da pelota. 
147 

Figura 81. Pelota removida a 1100ºC após 24 min de ensaio. 
 
Assim  como  com  as  imagens  das  pelotas  contendo  biomassa,  as  pelotas  com 
coque  também  não  apresentaram  presença  de  ferro  a  900ºC  e  tendo  ainda  uma 
quantidade  muito  alta  de  carbono  para  todos  os  intervalos  de  tempo.  A  1000ºC  a 
presença  de  carbono  é  maior  em  amostras  contendo  coque  que  em  amostras  com 
biomassa. Além disso, é possível observar a formação de wustita em menor quantidade 
em  pelotas  contendo  coque  que  empelotas  com  biomassa,  como  pode  ser  visto  nas 
Figuras 82 (k) e 80 (h). 
Finalmente, a 1100ºC, percebe­se a presença de whiskers como na Figura 82 (h), 
mas,  ainda  em  menor  proporção  que  àquelas  visualizadas  nas  imagens  para  pelotas 
contendo biomassa. 
Alguns estudos sobre tal estrutura têm encontrado relações onde à temperaturas 
acima de 1150ºC e longos períodos de permanência no forno, a formação de  whiskers 
não  é  favorecida,  e  sim  a  nucleação  e  sinterização  do  ferro  metálico  (ARAUJO,  2013; 
MARTINS , 2002).  
Segundo  (NASCIMENTO,  1997),  para  processamentos  abaixo  de  1100ºC,  a 
reação de Boudouard é muito mais lenta que a redução da wustita a ferro, sendo que, 
durante este  passo  de  redução,  o  ferro  nucleia  e cresce em condições  muito  próximas 
àquelas  de  equilíbrio  no  sistema  Fe­C­O.  Então  a  presença  de  whiskers  indica  que  a 
reação de Boudouard foi mais lenta do que a difusão dos cátions de ferro na estrutura do 
FeO,  sendo  então  a  gaseificação  a  etapa  química  de  controle  do  processo  de 
autorredução. 
148 

     
(a)  (b)  (c) 

     
(d)  (e)  (f) 

     
(g)  (h)  (i) 

     
(j)  (k)  (l) 
Figura 82. (a), (d), (g), (j) Amostras com coque removidas a 900ºC, (b), (e), (h), (k) a 
1000ºC e (c), (f), (i), (l) a 1100ºC, todas em intervalos de 6 a 24 min, respectivamente. 
 
Para  as  pelotas  contendo  coque,  foi  observada  também  uma  variação  entre  a 
estrutura morfológica próximo da borda e do centro das pelotas nos mesmos intervalos 
de  tempo  mencionados  acima  para  temperatura  de  1100ºC.  A  Figura  83  mostra  as 
imagens das bordas pelotas com coque removidas em 6, 18 e 24 minutos a 1100ºC. 
149 

     
(a)  (b)  (c) 
Figura 83. Imagens das bordas das pelotas contendo coque para tempos de (a) 6, (b)18 
e (c) 24 minutos de ensaio. 
 
5.4.2. Resultados para pelotas reduzidas contendo biomassa e coque em atmosfera 
reativa 
 
As Figuras 84 (a­f), 85 (a­f) e 86 (a­f), são os resultados da difração de raios­X 
e  a  respectiva  fração  mássica  para  todas  as  fases  encontradas  nas  pelotas  contendo 
biomassa, coque, e convencionais reduzidas a 900ºC, 1000ºC e 1100ºC, em atmosfera 
inerte, respectivamente. 
 
 
 
 

 
(a)  (b) 
150 

 
 

(c)  (d) 
 
 

 
(e)  (f) 
Figura 84. Difração de raios­X das amostras contendo biomassa (a), coque (c), e  sem 
carbono (e), reduzidas a 900ºC e, (b, d, f) fração mássica dos primeiros 24 minutos de 
ensaio.  
151 

 
 
 

 
(a)  (b) 
 
 
 

 
(c)  (d) 
152 

 
 
 

 
(e)  (f) 
Figura 85. Difração de raios­X das amostras contendo biomassa (a), coque (c), e  sem 
carbono (e), reduzidas a 1000ºC e, (b, d, f) fração mássica dos primeiros 24 minutos de 
ensaio.  
 
 
 

 
 
 
(a)  (b) 
153 

 
 
 

 
(c)  (d) 
 
 
 

 
(e)  (f) 
Figura 86. Difração de raios­X das amostras contendo biomassa (a), coque (c),  e sem 
carbono (e), reduzidas a 1100ºC e, (b, d, f) fração mássica dos primeiros 24 minutos de 
ensaio.  
154 

A 900ºC observa­se que amostras contendo biomassa atingem mais que 80% de 
magnetita, enquanto amostras contendo coque não chegam a alcançar 80% de magnetita 
e amostras sem carbono atingem um máximo de 43% de magnetita, voltando a oxidar 
posteriormente.  Lembrando  que  a  900ºC,  as  reações  ocorridas  nas  pelotas  contendo 
biomassa  e  coque,  a  fase  magnetita  atingiu  um  valor  percentual  mássico  em  torno  de 
60%, sendo que a fase wustita aparece em pouca concentração tanto em atmosfera inerte 
como  em  atmosfera  reativa,  já  que  a  esta  temperatura  a  formação  de  wustita  não  é 
favorecida.  
A ação da atmosfera Midrex no processo de redução da hematita a magnetita a 
900ºC  alcança  quase  20%,  quando  comparada  ao  processo  de  autorredução  em 
atmosfera  de  nitrogênio.  Além  disso,  as  pelotas  autorredutoras  a  900ºC  em  atmosfera 
inerte apresentaram em um determinado intervalo de tempo, a conversão da magnetita 
em  hematita,  enquanto  em  atmosfera  reativa,  isto  não  ocorreu.  Em  relação  às  pelotas 
convencionais, a 900ºC a fase wustita não aparece e a hematita apresenta um ganho de 
massa após os 12 minutos de ensaio. 
Aumentando  a  temperatura  para  1000ºC,  as  pelotas  autorredutoras  já  são 
reduzidas a um baixo percentual de ferro, mas esta fase não aparece quando comparada 
a ensaios realizados em nitrogênio. Ou seja, a 1000ºC, a autorredução não é suficiente 
para  transformar  a  hematita  a  ferro.  O  percentual  de  magnetita  atingida  em  pelotas 
convencionais também chega aos 80%, entretanto, a fase de ferro não aparece para estas 
pelotas, já que não há a contribuição do processo de autorredução. 
  A 1100ºC, apesar das pelotas autorredutoras não atingirem uma maior conversão 
que  em  atmosfera  inerte,  em  42  minutos  a  pelota  contendo  biomassa  atinge  35%  de 
conversão a ferro e 33% para pelotas contendo coque e as pelotas convencionais cerca 
de 20% de ferro.  
  É  possível  que  em  atmosfera  reativa,  a  reação  de  deposição  de  carbono  esteja 
sendo favorecida, devido a atmosfera interna de a pelota estar rica em CO mais a ação 
de CO da atmosfera. 
Todas as amostras com diferentes composições  levadas ao forno em atmosfera 
Midrex foram levadas ao MEV para serem analisadas morfologicamente. 
As  Figuras  87  a  seguir,  mostram  as  imagens  obtidas  em  MEV  das  amostras 
contendo biomassa, ensaiadas em todas as isotermas, onde as imagens (a), (d), (g) e (j), 
são as amostras removidas no forno à temperatura de 900ºC; as imagens (b), (e), (h) e 
155 

(k)  correspondem  às  amostras  removidas  a  1000ºC;  e  as  imagens  (c),  (f),  (i)  e  (l)  as 
amostras removidas a 1100ºC, todas após 6, 12, 18 e 24 minutos de ensaio. 
 

     
(a)  (b)  (c) 

     
(d)  (e)  (f) 

     
(g)  (h)  (i) 

     
(j)  (k)  (l) 
Figura 87. (a), (d), (g), (j) Amostras com biomassa removidas a 900ºC, (b), (e), (h), (k) 
a 1000ºC e (c), (f), (i), (l) a 1100ºC, em atmosfera reativa, todas em intervalos de 6 a 24 
min, respectivamente. 
156 

As  Figuras  88  a  seguir,  mostram  as  imagens  obtidas  em  MEV  das  amostras 
contendo coque, ensaiadas em todas as isotermas, onde as imagens (a), (d), (g) e (j), são 
as amostras removidas no forno à temperatura de 900ºC; as imagens (b), (e), (h) e (k) 
correspondem  às  amostras  removidas  a  1000ºC;  e  as  imagens  (c),  (f),  (i)  e  (l)  as 
amostras removidas a 1100ºC, todas após 6, 12, 18 e 24 minutos de ensaio. 

     
(a)  (b)  (c) 

     
(d)  (e)  (f) 

     
(g)  (h)  (i) 

     
(j)  (k)  (l) 
Figura 88. (a), (d), (g), (j) Amostras com coque removidas a 900ºC, (b), (e), (h),  (k) a 
1000ºC e (c), (f), (i), (l) a 1100ºC, em atmosfera reativa, todas em intervalos de 6 a 24 
min, respectivamente. 
157 

As  Figuras  89  a  seguir,  mostram  as  imagens  obtidas  em  MEV  das  amostras 
convencionais, ensaiadas em todas as isotermas, onde as imagens  (a), (d), (g) e (j), são 
as amostras removidas no forno à temperatura de 900ºC; as imagens (b), (e), (h) e (k) 
correspondem  às  amostras  removidas  a  1000ºC;  e  as  imagens  (c),  (f),  (i)  e  (l)  as 
amostras removidas a 1100ºC, todas após 6, 12, 18 e 24 minutos de ensaio. 

     
(a)  (b)  (c) 

     
(d)  (e)  (f) 

     
(g)  (h)  (i) 

     
(j)  (k)  (l) 
Figura 89. (a), (d), (g), (j) Amostras convencionais removidas a 900ºC, (b), (e), (h), (k) 
a 1000ºC e (c), (f), (i), (l) a 1100ºC, em atmosfera reativa, todas em intervalos de 6 a 24 
min, respectivamente. 
158 

É  notório  que  tanto  em  pelotas  contendo  coque  quanto  em  pelotas  contendo 
biomassa,  a  presença  de  whiskers  não  foi  tão  notória  como  naquelas  imagens  obtidas 
durante os ensaios realizados em atmosfera inerte. Isto pode ser explicado pela ação da 
atmosfera  na  morfologia  do  ferro,  pois  como  o  hidrogênio  é  mais  reativo  que  o 
monóxido de carbono, parte do gás hidrogênio por difusão, reage com o oxido de ferro 
no  interior  e  principalmente  na  borda  do  aglomerado,  e  no  centro  da  pelota  é  mais 
comum encontrar uma maior presença de whiskers. 
Durante as análises em TGA­DSC e termogravimetria do forno, foi confirmada a 
maior reatividade da biomassa e o maior tempo de reação das pelotas contendo coque. 
Este resultado também pôde ser corroborado pelas imagens da Figura 84, sendo maior a 
presença de carbono em temperaturas de 900 e 1000ºC para pelotas com coque do que 
pelotas com biomassa. Além disso, a quantidade de whiskers encontrados no centro foi 
bem menor do que quando comparadas às imagens da Figura 83, bem como o tamanho 
aparente  destas  estruturas  se  apresentando  menores  em  atmosfera  reativa  do  que  em 
atmosfera inerte; já que o hidrogênio não permite um maior tempo para o crescimento 
do whisker. 
Para  pelotas  sem  carbono,  observa­se  uma  estrutura  mais  densa  a  partir  de 
1100ºC,  sendo  que  a  presença  de  whiskers  é  notada  a  partir  de  36  minutos  conforme 
pode ser visualizado na Figura 90. 
 

 
Figura  90.  Morfologia  de  whiskers  em  pelotas  convencionais  removidas  do  forno  a 
1100ºC após 36 minutos de ensaio, em um aumento de 1000x. 
159 

Diante  dos  resultados  em  MEV  analisados,  pode­se  concluir  que  as  pelotas 
reagidas em atmosfera Midrex apresentaram menor grau de inchamento, pois além da 
formação  de  whisker  ter  sido  em  menor  quantidade,  os  tamanhos  deles  também  se 
apresentaram  menores  do  que  na  forma  mais  alongada  como  em  pelotas  reagidas  em 
nitrogênio. 
 
5.2 Resultados do modelo matemático para simulação do forno cuba Midrex  
 
  O  modelo  adotado  nesta  tese  teve  o  objetivo  de  prever  a  produtividade  e  a 
eficiência  do  forno  cuba  alimentado  com  gás  de  síntese,  característica  de  reatores  de 
redução  direta  Midrex.  Os  parâmetros  cinéticos  experimentais  obtidos  nesta  tese, 
serviram  para  implementar  o  modelo  ao  propor  modificações  operacionais  no  forno 
cuba. 
  Diante  do  exposto,  foram  propostos  nove  casos  operacionais  do  forno:  o 
primeiro foi simulado como um caso base para referência da análise dos outros casos, e 
os outros  oito casos propondo  novas condições de simulação baseadas na substituição 
parcial  da  carga  por  pelotas  autorredutoras  ou  modificações  em  processo  de 
autorreforma. 
  O  forno  base  é  simulado  adotando­se  como  referência  a  carga  de  100%  de 
pelotas  DRI  (direct  reduced  iron)  e  atmosfera  com  composição  adotada  durante 
experimentos de redução em atmosfera reativa. 
  A  Tabela  41  mostra  os  casos  definidos  e  os  parâmetros  operacionais 
modificados,  onde  a  carga  autorredutora  considerada  foi  apenas  para  pelotas 
autorredutoras contendo biomassa. 
  A princípio foram coletados resultados da distribuição de temperatura em função 
das  diferentes  percentagens  de  carga  autorredutora  adicionada,  para  então,  propor 
modificações  na  altura  da  zona  de  redução,  e  na  composição  do  gás  bustle  e 
resfriamento, conforme os resultados obtidos.  
As  espécies  consideradas  foram  definidas  conforme  Tabela  5  do  capítulo  de 
Materiais  e  Métodos  desta  tese  e  a  composição  das  pelotas  autorredutoras  foram 
definidas  na  Tabela  32.  Pelotas  DRI  (direct  reduced  iron)  foram  substituídas  pela 
composição das pelotas convencionais adotadas neste trabalho, bem como as constantes 
cinéticas obtidas experimentalmente.  
 
160 

Tabela 41. Parâmetros operacionais modificados dos casos de simulação em estudo. 

Casos 
 Parâmetros 
  Base  Caso 1  Caso 2  Caso 3  Caso 4 
Carga de  5% de carga  20% de carga 
100% DRI  15% de carga autorredutora 
Alimentação  autorredutora  autorredutora 
Altura 
reduzida da 
x  x  x  1m  30% 
zona de 
redução (m) 
Composição  Redução 
Redução de 
do gás de  x  x  de 50% do  X 
50% do metano 
resfriamento  metano 
Adição de 
Composição  Adição de 2,5%  Recuperação 
x  x  2,5% de 
do gás bustle  de O2  ΔP 
O2 
Parâmetros  Caso 5  Caso 6  Caso 7  Caso 8 
Carga de 
20% de carga autorredutora  0%  0% 
Alimentação 
Altura 
reduzida da 
40%  40%  x  X 
zona de 
redução (m) 
Composição  5,5% de CH4 
6,5% de CH4 para 
do gás de  x  x  para 
autorreforma 
resfriamento  autorreforma 
Composição  Recuperação  Sem  Adição de 2,8% 
Adição de 4,8% de O2 
do gás bustle  ΔP  recuperação ΔP  de O2 
 
A  composição  do  gás  bustle  foi  àquela  adotada  durante  os  ensaios  com 
atmosfera reativa nesta tese. 
  A  Figura  91  mostra  a  distribuição  do  fluxo  de  gás  e  temperatura  para  as  fases 
gasosas  e  sólidas  para  o  caso  base.  Conforme  esperado,  a  temperatura  é  maior  em 
regiões onde é injetado o gás bustle, na zona de transição e início da zona de redução; e 
apresenta  valores  mais  baixos  onde  a  carga  é  alimentada  e  na  zona  de  resfriamento, 
onde o produto sai em torno de 35ºC. 
  A  Figura  92  é  o  resultado  do  primeiro  caso,  quando  a  carga  é  substituída 
parcialmente por 5% de pelotas autorredutoras. 
  Ao se comparar as Figuras 91 e 92, percebe­se que a distribuição da temperatura 
é bastante diferente, principalmente na região central da zona de redução e alimentação 
do gás, devido às reações endotérmicas de redução.  
 
161 

Figura 91. Distribuição de temperatura para o caso base da operação de um forno cuba. 
 

Figura 92. Distribuição de temperatura para o caso de substituição de 5% da carga por 
pelotas autorredutoras (Caso 1). 
 
Ao  dar  continuidade  às  condições  operacionais  do  forno  caso  base  apenas 
substituindo  parte  da  carga  por  5%  de  pelotas  autorredutoras,  observa­se  um  ganho 
162 

energético  na  zona  de  redução,  já  que  a  alta  reatividade  das  pelotas  autorredutoras 
promove a formação de ferro mais rapidamente e logo atingem a temperatura interna do 
forno. 
  A Figura 93 mostra a distribuição de temperatura e fluxo de gás para o segundo 
caso,  ou  seja,  com  substituição  parcial  da  carga  por  pelotas  autorredutoras  de  15%  e 
ajuste no gás de alimentação objetivando promover reações auto­catalíticas e combustão 
parcial do hidrogênio e monóxido de carbono para melhorar a transferência de calor nas 
zonas subsequentes. 
  Neste  caso,  objetivando  reduzir  o  consumo  de  gás  natural,  foi  proposta  a 
substituição de 50% do gás de arrefecimento pelo gás tratado (saída do topo), uma vez 
que  parte  do  processo  de  carburação  ocorre  pelo  carbono  presente  nas  pelotas 
autorredutoras  nas  zonas  de  transição  e  injeção  de  gás.  Esta  substituição  além  de 
economizar o consumo de gás natural, ajuda a manter a pressão na zona de redução. 
  Foi observado para o caso 2 uma recuperação no perfil térmico na região central 
e  de  redução  do  forno,  quando  comparado  ao caso  1,  conforme  visualizado  na  Figura 
92. 
  A Figura 93 é o resultado da simulação para o terceiro caso definido  na Tabela 
41. 
 

Figura  93.  Distribuição  de  temperatura  para  o  caso  de  15%  da  carga  substituída  por 
pelotas autorredutoras, adição de 2,5 % de oxigênio no gás redutor e redução de 50% do 
metano no gás de resfriamento.  
163 

Figura  94.  Distribuição  de  temperatura  para  o  caso  de  15%  da  carga  substituída  por 
pelotas autorredutoras, adição de 2,5 % de oxigênio no gás redutor e redução de 50% do 
metano no gás de resfriamento e redução da altura da zona de redução em 1m. 
 
  A  produtividade  para  o  terceiro  caso  quando  comparada  aos  dois  casos 
anteriores  é acrescida em  5%  para a  mesma  metalização  e  volume  de  gás  injetado.  O 
terceiro caso apresenta uma grande vantagem em relação aos casos anteriores, já que o 
reator pode ser redimensionado de  forma a atender requisitos necessários para evitar a 
degradação  da  carga,  já  que  aglomerados  autorredutores  tem  menor  resistência 
mecânica  quando  comparados  ao  DRI.  Além  disso,  espera­se  que  com  a  redução  da 
altura do forno, reduza também o fenômeno “sticking”, que ocorre ao formar
pescoçamento entre as pelotas, formando placas de ferro esponja. 
  O caso a seguir representa os casos 4 e 5 em que 20% da carga de alimentação é 
substituída por pelotas autorredutoras sendo que no primeiro caso a zona de redução  é 
reduzida em 30% da sua altura e no segundo caso há uma redução de 40% da sua altura, 
como  pode  ser  visualizado  na  Figura  95,  ambos  com  recuperação  de  perda  de  carga, 
injetando­se mais gás no bustle. 
 
164 

(a)  (b)  (c) 


Figura  95.  (a)  Caso  Base.  Distribuição  de  temperatura  para  o  caso  de  20%  da  carga 
substituída  por  pelotas  autorredutoras,  (b)  30%  e  (c)  40%  de  redução  no  tamanho  da 
zona de redução. 
 
  Ao  substituir  a  carga  de  alimentação  por  20%  de  pelotas  autorredutoras,  a 
distribuição de temperatura em todo o volume do reator reduz, entretanto, é possível o 
redimensionamento do reator em até 40% a menos da sua altura inicial sem interferir na 
distribuição  de  temperatura  do  equipamento  quando  comparado  ao  caso  anterior,  em 
que 30% da altura foi reduzida. 
  O caso 5 foi comparado com a simulação do reator para as mesmas condições, 
mas,  sem  recuperação  da  capacidade  de  escoamento  do  gás  (caso  6),  conforme 
visualizado na Figura 96. 
  Observa­se  que  ao  injetar  mais  gás  reformado  no  bustle  a  distribuição  de 
temperatura se mantém nas zonas de redução e transição quando comparado ao caso 5; 
entretanto há um ganho energético na zona de resfriamento e a produtividade do caso 5 
foi quase 2% maior que o caso 6. 
 
165 

(a)  (b)  (c) 


Figura  96.  (a)  Caso  Base.  Distribuição  de  temperatura  para  o  caso  de  20%  da  carga 
substituída por pelotas autorredutoras, 40% de redução no tamanho da zona de redução 
(b) sem e (c) com recuperação do gás. 
 
Aumentando­se  a  concentração  de  metano  6,5%  e  4,8%  de  oxigênio  no  gás 
bustle, o processo de autorreforma ajuda a reduzir a perda de carga no reator por meio 
de  um  acréscimo  de  temperatura  das  zonas  de  transição  e  redução,  conforme 
demonstrado na Figura 97. 
Esta modificação é vantajosa, pois reduz a demanda de gás do reformador que é 
um  processo  de  alto  custo,  além  de  promover  recuperação  de  temperatura,  caso  seja 
adicionada a carga autorredutora, a partir da energia gerada pela reação de combustão 
do oxigênio com o metano.  
166 

(a)  (b)  (c) 


Figura 97. (a) Caso Base. Modificações no gás bustle: (b) adição de 2,8% de O2 e 5,5% 
CH4 e (c) 4,8% de O2 e 6,5% de CH4 para autorreforma. 
 
  A geração de CO2 como produto da combustão, bem como o CO2 e H2O gerados 
pelas reações de redução dos óxidos, presentes na zona de transição do reator promove a 
autorreforma conforme as reações abaixo, promovidas pela autocatálise na presença de 
ferro metálico. 
 
CH4 + CO2 → 2CO + 2H2 
CH4 + H2O → CO + 3H2 
 
A Tabela 43 é um resumo dos parâmetros de saída mais relevantes para os casos 
de estudo 4 a 8 desta tese. 
  O  tempo  de  residência  da  carga  no  forno  foi  calculado  dividindo­se  a  carga 
sólida  de  entrada  pela  densidade  das  pelotas  e  a  área  da  zona  de  redução  (5,2m  de 
diâmetro), sendo a altura do leito considerada igual a 12m, para casos em que não há 
alteração no dimensionamento do reator. A densidade das pelotas convencionais e das 
pelotas autorredutoras foi de 3270kg/m3 e 2100kg/m3, respectivamente. 
  O  tempo  de  residência  da  carga  ferrífera  no  interior  do  reator  em  condições 
operacionais usuais é cerca de 6 horas, com produtividade média de aproximadamente 
12 ton/m3/dia.  
167 

Quando comparado os casos 4, 5 e 6 em relação ao caso base observa­se que o 
tempo de residência da carga cai drasticamente para quase a metade do tempo da carga 
no reator caso base.  
Especificamente o caso 5 foi o caso mais vantajoso obtido, pois além de atingir 
uma  produtividade  de  2,7  ton/m3/dia  a  mais  que  no  caso  base,  apresentou  melhor 
relação de emissão de carbono quando comparado com o caso 6 e o caso 4. 
Apesar do aumento considerável na emissão de CO2 e CO na vazão de saída nos 
casos em que são adicionadas pelotas autorredutoras, observa­se também, um aumento 
na composição dos outros gases característicos do gás de síntese na entrada do  bustle. 
Isto  significa  que  a  vazão  de  bustle  pode  ser  reduzida  ainda  mais  ou  recuperada  após 
condensação da água e reaproveitamento da energia. 
Vale  lembrar  também  que  a  fonte  carbonácea  considerada  nas  pelotas 
autorredutoras não é proveniente de uma fonte fóssil e sim da biomassa que é uma fonte 
renovável. 
Em  relação  aos  casos  7  e  8,  quando  comparados  ao  caso  base,  não  houve 
redução  relevante  do  tempo  de  residência  da  carga  no  forno,  mas  um  aumento  da 
produtividade em até 0,18 ton/m3/dia. Entretanto,  a autorreforma proposta para ambos 
os  casos,  recupera  consideravelmente  o  perfil  de  temperatura  do  forno  conforme 
mostrado na Figura 96.  
Ao  comparar  as  pressões  no  bustle,  observa­se  que  houve  um  decaimento  do 
valor  de  pressão  à  medida  que  a  carga  autorredutora  foi  adicionada,  apresentando 
menores valores para os casos 5 e 6, respectivamente  400,59 mmHg e  386,64 mmHg, 
sendo que para o caso 5, onde houve recuperação da pressão, apresentou maior valor de 
pressão, já que houve adição de oxigênio no gás reformado. 
Tais  reduções  nos  valores  da  pressão  foram  ocasionadas  devido  à  redução  de 
consumo de gás reformado já que parte da produção do ferro ocorre via autorredução 
das pelotas e também porque o forno foi redimensionado para uma capacidade menor, já 
que a velocidade de reação é alta. 
Para  os  casos  7  e  8  onde  foram  estudados  apenas  casos  de  autorreforma, 
observou­se  um  aumento  na  pressão  do  gás  bustle,  já  que  à  injeção  de  gás  foi 
adicionado maior teor de oxigênio e metano.  
 
 
 
168 

Tabela 42. Parâmetros operacionais obtidos para cada caso simulado nesta tese. 
Casos 
     
Parâmetros  Base  Caso 4  Caso 5  Caso 6  Caso 7  Caso 8 
3
Produtividade (ton/m /dia)  11,85  13,41  14,53  13,09  11,93  12,03 
Metalização (%)  93,66%  95,34%  94,80%  94,76%  95,35%  95,35% 
Tempo médio de residência (h)  5h57min  3h46min  3h09min  3h29min  5h55min  5h52min 
Emissão de Carbono (kgC/tonDRI)  34,55  37,39  37,36  37,39  35,22  35,76 
Pressão do gás no bustle (mmHg)  433,93  403,89  400,59  386,64  439,21  452,21 
CH4  19,92  21,92  22,11  22,02  43,61  51,12 
H2  54,07  57,32  57,8  57,55  49,83  46,45 
Composição do gás bustle  N2  7,23  7,97  8,03  7,99  7,2  7,14 
(kg/tonDRI) 
  CO  466,03  513,09  517,33  515,17  463,84  459,99 
CO2  32,78  36,1  36,39  36,24  32,63  32,36 
H2O  51,89  57,14  57,61  57,37  51,65  51,22 
­6 ­4 ­3 ­4 ­2
CH4  9,6.10   5,42.10   1,04.10   6,18.10   3,18.10   1,87.10­2 
H2  19,47  25,72  26,05  25,84  20,27  19,09 
Composição do gás de topo  N2  0,51  0,49  0,49  0,49  0,49  0,48 
(Nm3/tonDRI)  CO  24,34  27,37  27,36  27,39  25,50  25,81 
CO2  10,21  10,02  10,00  10,00  9,72  9,95 
H2O  43,79  33,29  32,96  33,16  42,49  41,87 
169 

6 CONCLUSÕES 
 
Esta tese teve como proposta investigar por meio de simulação computacional o 
ganho  energético  e  de  produtividade  do  forno  cuba  Midrex  frente  a  algumas 
modificações  operacionais.  Para  isto,  o  modelo  numérico  baseado  em  equações  que 
descrevem  os  fenômenos  de  transporte  de  massa,  momento  e  energia  ocorridos  no 
interior  do  reator  foi  implementado  com  parâmetros  cinéticos  obtidos 
experimentalmente.  
As  constantes  cinéticas  das  etapas  de  reação  de  redução  em  pelotas 
autorredutoras e DRI adotando a lei cinética de primeira ordem para os mecanismos de 
reação  foram  adquiridas  experimentalmente  em  ensaios  realizados  em  TGA­DSC.  A 
etapa  mais  rápida  ocorreu  durante  a  transformação  de  Fe 2O3  → Fe3O4,  sendo  as 
constantes  cinéticas  para  pelotas  autorredutoras  contendo  coque  e  biomassa,  foram 
muito  maiores  que  as  constantes  cinéticas  obtidas  para  pelotas  sem  carbono  em 
atmosfera  característica  de  gás  de  síntese.  Pelotas  autorredutoras  tem  alta  reatividade 
graças ao aumento da área de contato entre os reagentes e a presença  de maior área de 
poros  quando  comparado  às  pelotas  sem  carbono,  conforme  foi  comprovado  por 
microtomografias 3D. Entretanto, a porosidade de tais aglomerados deve ser controlada 
de  forma  que  ajude  na  reatividade  mas,  não  desfavoreça  a  resistência  mecânica 
consideravelmente.  
Altos  valores  de  calor  específico  obtidos  também  por  DSC  para  amostras 
contendo  coque  quando  comparado  às  misturas  com  biomassa,  corroboram  a  maior 
demanda  energética  para  o  acontecimento  das  reações  químicas.  As  misturas 
convencionais  apresentaram  maiores  valores  de  calor  especifico  em  relação  às  outras 
misturas,  provavelmente  devido  à  etapa  difusional  do  gás  Midrex  que  necessita 
primeiramente se difundir pelos caminhos da mistura e aquecer as partículas, enquanto 
que em misturas autorredutoras o contato entre os reagentes facilita o aquecimento do 
material. 
O grau de redução também foi estudado para pelotas em dimensões comerciais e 
a caracterização do produto ao longo do tempo de redução foi investigada. A 1100ºC, 
onde nos primeiros seis minutos já é possível analisar a presença de ferro metálico em 
pelotas  contendo  biomassa,  onde  os  valores  máximos  de  fração  atingidos  para  Fe, 
Fe3O4  e  FeO  são  iguais  a  31%,  53%  e  3%,  respectivamente,  enquanto  que  pelotas 
contendo  coque  não  chegam  nem  a  20%  de  ferro  nos  primeiros  24  minutos.  A 
170 

concentração  máxima  de  ferro  foi  atingida  aos  24  minutos  para  ambas  as  amostras  e 
após este tempo, a concentração de ferro não foi favorecida, provavelmente podendo ser 
devido  à  falta  de  homogeneidade  das  misturas,  ou  ainda  devido  ao  processo  de  re­
oxidação das pelotas. 
  O estudo morfológico das pelotas para os diversos intervalos de ensaio permitiu 
acompanhar a evolução dos whiskers, os quais são favorecidos pela atmosfera interna da 
pelota rica em CO (quando o ensaio foi realizado em fluxo constante de nitrogênio), e 
isto  está  de  acordo  com  diversos  autores  (Nicolle,  et  al.,  1979;  RODRIGUES,  et  al., 
2015; WANG, et al., 2012). 
  A  alta  reatividade  do  hidrogênio  presente  na  atmosfera  Midrex  parece  inibir  o 
crescimento da estrutura ferrosa, reduzindo a quantidade e o tamanho dos  whiskers em 
todas as pelotas estudadas neste trabalho, principalmente as pelotas sem carbono. 
  Em  relação  às  características  mecânicas  das  pelotas,  o  estudo  da  dilatação  das 
pelotas autorredutoras propostas neste trabalho observou­se que pelotas contendo coque 
quase  não  apresentaram  expansão  de  volume  quando  comparadas  às  pelotas 
autorredutoras contendo biomassa. A retração de ambas as pelotas foi observada a partir 
dos 750ºC durante os ensaios, sendo que ao atingir 120 minutos, em torno de 600ºC, as 
pelotas  contendo  biomassa  sofrem  uma  expansão  que  pode  ser  devido  a  voláteis, 
umidade  e  reação  de  Boudouard.  Como  a  biomassa  é  mais  reativa  que  o  coque,  é 
possível  que  a  reação  de  Boudouard  se  inicie  antes  das  pelotas  contendo  coque, 
apresentando  uma  expansão  para  então  dar  início  às  etapas  de  redução; enquanto que 
com  amostras  contendo  coque,  as  reações  acontecem  continuamente  e  por  isso, 
apresentam apenas retração. 
A partir dos resultados simulados, ficou comprovado que autorredução somada à 
autorreforma  em  reatores  de  redução  direta  favorecem  a  produtividade  e  reduzem 
drasticamente o tempo de residência da carga  no forno. Como consequência da adição 
destes  processos,  foi  possível  analisar  o  redimensionamento  do  reator,  reduzindo  a 
demanda  energética,  aumentando  a  produtividade  e  evitando  razoavelmente  a 
degradação da carga e a formação dos chamados “sticking”. Somada às estas vantagens 
está a aplicação de uma fonte de matéria­prima renovável, que é a biomassa de capim 
elefante em substituição ao coque que é uma fonte fóssil. 
  O consumo de gás natural na zona de arrefecimento foi reduzido, pois parte da 
carburização  da  carga  foi  realizada  pelas  pelotas  autorredutoras,  parte  do  gás  de 
171 

arrefecimento substituído por gás tratado, e também, devido ao redimensionamento do 
reator necessitando de menor demanda de gás reformado.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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183 

ANEXOS 
ANEXO A 
 
PARÂMETROS INCLUÍDOS NAS REAÇÕES QUÍMICAS 
 
1­ Reação de Redução Indireta dos Óxidos pelo CO 
 
( ̇) ( );        ( ̇) ̇ 

( )( ̇) ̇ ;       ( ) ̇ 
( )( ̇) ( ̇) ̇

( )   6i
Ai 
dii  

( ⁄ ) ( ⁄ ) ( ⁄ )

( ) ( )
   
( )
 

̇ dFeO , dFeO , dFe O,


  x1  2 3i
  x2  3 4i
  x3  w i
      x4  1  
di di di

( )  ( ) 

( ) 

( ) ( )

( ) 

( ) ( )

( ) 

   
( )  
184 

⁄ ⁄
() () () () ()
. / . /


() () () ()
. /

() () () ( ) ( )
0 . /1

 
2­ Redução Indireta dos Óxidos pelo H2 
 
( ̇) ̇ ( )  ( ̇) ̇ 

( )( ̇) ̇  ( ) ̇ 
( )( ̇) ( ̇ )  ̇  

6i
( )           Ai  d   
i i

     
( ⁄ ) ( ⁄ ) ( ⁄ )
 
( ) ( ) ( )
      ̇  

 
dFeO , dFeO , dFe O,
x1  2 3i
;   x2  3 4i
  x3  w i
  x4  1  
di di di

( )  ( ) 

( ) 

( )  
( ) 
 

( )
 
( ) ( )

( )
185 

 
( )    

 
3­ Reação de Calcinação  
 

( )     6i
  Ai 
dii  

4­ Reação de Volatilização  
 

( | |)               
 

      ;        ;        ;  ;   

  ;        ;        ;          


 

 
5­ Reação de Gaseificação 
 

( )  ( ) 

   

( ) 

          ( )   

 
                                                                 
 
186 

* √ + {* ( √ )+ √ } 

 
 
6­ Reação direta pelo Carbono 
 
( ) 
( ) 

 
7­ Reações de Combustão 
 

( ) 

( )     

* √ + {* ( √ )+ * √ +} 

 
     
 
8­ Reação “Water Gas”   
 

()  

   

   

( ) ( ) 
 
187 

 
( ) 

* √ + {* ( √ )+ √ } 

     
 

9­ Reação “Water Shift” 
 

( ) 
 

[ ( ) ] ) < 0 
 ;   para (

( ) ,       para: ( ) ≥ 0 

. /  . / 

. /  ( ) 

 
10­ Reações com a sílica 
 

. /  ( ) 

. /  ( ) 

( ) 

0 . / . /1 


 
( )  

* ( ) + 

 
188 

o 10
( O2 e c) ) = 0 797 9 31 10 4 (Te c 273 15) [0 0228 8 10 6 Te c 273 15)] 
 
( ) ( )
  [ ( )

 
11­ Dissolução de Carbono 
 
 
   
( ) 〈 〉
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
189 

 
 
 
 
 
ANEXO B 
 
CÁLCULO DAS CONSTANTES CINÉTICAS PARA AS DIFERENTES 
ETAPAS DE REDUÇÃO DAS MISTURAS COM COMPOSIÇÃO DIFERENTE 
PROPOSTAS NESTA TESE 
 
Mistura Autorredutora contendo 15% Carbono da biomassa 
 

Temperatura 900oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1000

­0,1
800 LEGENDA 
 
Temperatura (oC) 

­0,2 Vaporização 
600 Volatilização 
ln(1­α) 

Volatilização e Boudouard 
­0,3 Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
Fe3O4 → FeO 
400
­0,4

200
­0,5

­0,6 0
 
190 

Temperatura 950oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1000

­0,1
800 LEGENDA 
 
­0,2

Temperatura (oC) 
Vaporização 
Volatilização 
600 Volatilização e Boudouard 
ln(1­α) 

­0,3
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
Fe3O4 → FeO 
­0,4
400

­0,5
200
­0,6

­0,7 0
 

Temperatura 1000oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1200

1000
­0,2 LEGENDA 
Temperatura (oC) 

 
800 Vaporização 
ln (1­α) 

Volatilização 
Volatilização e Boudouard 
­0,4 600
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
Fe3O4 → FeO 
400
­0,6
200

­0,8 0
 
191 

Temperatura 1050oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1200

­0,2 1000
LEGENDA 

Temperatura (oC) 
­0,4 800  
Vaporização 
ln(1­α) 

Volatilização 
­0,6 600 Volatilização e Boudouard 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
Fe3O4 → FeO 
­0,8 400 FeO → Fe  
 
­1 200

­1,2 0
 

Temperatura 1100oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250 300
0 1200

­0,2
1000
­0,4
Temperatura (oC) 

LEGENDA 
800
­0,6  
Vaporização 
ln(1­α) 

Volatilização 
­0,8 600 Volatilização e Boudouard 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
­1 Fe3O4 → FeO 
400 FeO → Fe  
­1,2
200
­1,4

­1,6 0
 
 
 
 
 
 
 
192 

Resumo das equações e constantes cinéticas obtidas para cada etapa. 
Temperatura 900oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0023x + 0,0321  0,9965  0,0023 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0027x + 0,0939  0,987  0,0027 
o
Temperatura 950 C 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0023x + 0,037  0,9965  0,0023 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0051x + 0,4849  0,922  0,0051 
Temperatura 1000oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0023x + 0,0399  0,9989  0,0023 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0127x + 1,894  0,9834  0,0127 
o
Temperatura 1050 C 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0029x + 0,1309  0,9604  0,0029 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0173x + 2,611  0,9882  0,0173 
FeO → Fe   y = ­0,0107x + 1,2955  0,9783  0,0107 
Temperatura 1100oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0023x + 0,0451  0,9993  0,0023 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0136x + 2,0326  0,9583  0,0136 
FeO → Fe  y = ­0,0243x + 4,1457  0,9913  0,0243 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
193 

Mistura Autorredutora contendo 20% Carbono da biomassa 
 

Temperatura de 900oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1000

­0,1
800
LEGENDA 

Temperatura (oC) 
­0,2  
Vaporização 
600
ln(1­α) 

Volatilização 
­0,3 Volatilização e Boudouard 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
400 Fe3O4 → FeO 
­0,4

200
­0,5

­0,6 0
 
Temperatura 950oC 
Tempo (min)
0 50 100 150 200 250
0 1000

­0,1
800 LEGENDA 
 
­0,2
Temperatura (oC) 

Vaporização 
Volatilização 
600
ln (1­α) 

­0,3 Volatilização e Boudouard 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
Fe3O4 → FeO 
­0,4
400

­0,5
200
­0,6

­0,7 0
 
194 

Temperatura de 1000oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1000

­0,2 800 LEGENDA 


 

Temperatura (oC) 
Vaporização 
Volatilização 
­0,4 600
ln (1­α) 

Volatilização e Boudouard 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
Fe3O4 → FeO 
­0,6 400

­0,8 200

­1 0
 

Temperatura de 1050oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0
1000
­0,2

800
Temperatura (oC) 

­0,4 LEGENDA 
 
ln (1­α) 

Vaporização 
­0,6 600 Volatilização 
Volatilização e Boudouard 
­0,8 Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
400 Fe3O4 → FeO 
­1 FeO → Fe 

200
­1,2

­1,4 0
 
195 

Temperatura de 1100oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1200

1000
LEGENDA 
­0,4

Temperatura (oC) 
 
800 Vaporização 
Volatilização 
ln(1­α) 

Volatilização e Boudouard 
­0,8 600 Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
Fe3O4 → FeO 
400 FeO → Fe 

­1,2
200

­1,6 0
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
196 

Resumo das equações e constantes cinéticas obtidas para cada etapa. 
Temperatura 900oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0027x + 0,104  0,9895  0,0027 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0027x + 0,0821  0,9815  0,0027 
o
Temperatura 950 C 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0026x + 0,0969  0,9875  0,0026 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0059x + 0,6259  0,9403  0,0059 
Temperatura 1000oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0023x + 0,0496  0,9988  0,0023 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0105x + 1,4754  0,9569  0,0105 
o
Temperatura 1050 C 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0027x + 0,1065  0,9879  0,0027 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0139x + 2,1086  0,9785  0,0139 
FeO → Fe   y = ­0,0154x + 2,3433  0,979  0,0154 
Temperatura 1100oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0026x + 0,0641  0,9959  0,0026 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0164x + 2,5032  0,9811  0,0164 
FeO → Fe  y = ­0,0275x + 4,7322  0,9819  0,0275 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
197 

Mistura Autorredutora contendo 30% Carbono da biomassa 
 

Temperatura 900oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1000

­0,1
800

LEGENDA 

Temperatura (oC) 
­0,2  
600 Vaporização 
ln (1­α) 

Volatilização 
­0,3 Volatilização e Boudouard 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
400
Fe3O4 → FeO 
­0,4

200
­0,5

­0,6 0

Temperatura 950oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1000

LEGENDA 
­0,2 800  
Vaporização 
Temperatura (oC) 

Volatilização 
­0,4 600 Volatilização e Boudouard 
ln (1­α) 

Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
Fe3O4 → FeO 

­0,6 400

­0,8 200

­1 0
 
198 

Temperatura 1000oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250 300
0 1000

­0,2 800
LEGENDA 
 
Vaporização 

Temperatura (oC) 
ln (1­α) 

­0,4 600 Volatilização 


Volatilização e Boudouard 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
Fe3O4 → FeO 
­0,6 400

­0,8 200

­1 0
 
Temperatura 1050oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1200

­0,2
1000
LEGENDA 
 
­0,4
Vaporização 
Temperatura (oC) 

800
Volatilização 
ln (1­α) 

­0,6 Volatilização e Boudouard 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
600 Fe3O4 → FeO 
­0,8 FeO → Fe 

400
­1

200
­1,2

­1,4 0
 
199 

Temperatura 1100oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1200

­0,2
1000
­0,4 LEGENDA 
 

Temperatura (oC) 
­0,6 800 Vaporização 
Volatilização 
ln (1­α) 

­0,8 Volatilização e Boudouard 
600 Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
­1 Fe3O4 → FeO 
FeO → Fe 
­1,2 400

­1,4
200
­1,6

­1,8 0
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
200 

Resumo das equações e constantes cinéticas obtidas para cada etapa. 
Temperatura 900oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0029x + 0,1023  0,9859  0,0029 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0026x + 0,0056  0,9322  0,0026 
o
Temperatura 950 C 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0062x + 0,5039  0,9365  0,0062 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,003x ­ 0,1183  0,9744  0,003 
Temperatura 1000oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,003x + 0,1388  0,9854  0,003 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0107x + 1,4328  0,9605  0,0107 
o
Temperatura 1050 C 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0033x + 0,1846  0,9769  0,0033 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0129x + 1,8502  0,9708  0,0129 
FeO → Fe   y = ­0,0229x + 3,7595  0,9913  0,0229 
Temperatura 1100oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0826x + 0,787  0,9796  0,0826 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0036x + 0,2055  0,9811  0,0036 
FeO → Fe  y = ­0,0253x + 4,0803  0,9649  0,0253 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
201 

Composição Mistura Autorredutora contendo 15% Carbono do coque 
 

Temperatura 900oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1000

­0,1 LEGENDA 
800
 
Vaporização 

Temperatura (oC) 
­0,2 Volatilização 
600 Volatilização e Boudouard 
ln(1­α) 

Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
­0,3 Fe3O4 → FeO 

400
­0,4

200
­0,5

­0,6 0

Temperatura 1000oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1200

1000
­0,2
LEGENDA 
 
Temperatura (oC) 

800 Vaporização 
­0,4 Volatilização 
ln (1­α) 

Volatilização e Boudouard 
600 Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
Fe3O4 → FeO 
­0,6
400

­0,8
200

­1 0
 
202 

Temperatura 1100oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1200

­0,2
1000
­0,4 LEGENDA 
 
­0,6 800 Vaporização 
Volatilização 
Volatilização e Boudouard 
ln(1­α) 

­0,8 Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 


600 Fe3O4 → FeO 
­1 FeO → Fe  

­1,2 400

­1,4
200
­1,6

­1,8 0
 
 
Resumo das equações e constantes cinéticas obtidas para cada etapa. 
Temperatura 900oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0024x + 0,0797  0,99978  0,0024 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0038x + 0,3075  0,9775  0,0038 
o
Temperatura 1000 C 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0024x + 0,0756  0,9938  0,0024 
Fe3O4 → FeO   y = ­0,0189x + 3,0024  0,9808  0,0189 
Temperatura 1100oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0022x + 0,0542  0,9961  0,0022 
Fe3O4 → FeO e FeO → Fe  y = ­0,0279x + 4,6797  0,9709  0,0279 
 
 
 
 
 
203 

Composição Mistura Autorredutora contendo 20% Carbono do coque 
 

Temperatura de 900oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1000

­0,1
800 LEGENDA 
 
Vaporização 

Temperatura (oC) 
ln(1­α) 

­0,2 Volatilização 
600 Volatilização e Boudouard 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
­0,3 Fe3O4 → FeO 

400
­0,4

200
­0,5

­0,6 0
 
Temperatura de 1000oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1000

­0,2
800 LEGENDA 
 
­0,4 Vaporização 
Temperatura (oC) 

Volatilização 
600 Volatilização e Boudouard 
ln (1­α) 

­0,6 Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 


Fe3O4 → FeO 
­0,8
400

­1
200
­1,2

­1,4 0
 
204 

Temperatura de 1100oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1200

1000
­0,4
LEGENDA 

Temperatura (oC) 
800  
­0,8 Vaporização 
ln(1­α) 

Volatilização 
600 Volatilização e Boudouard 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
­1,2 Fe3O4 → FeO 
400

­1,6
200

­2 0
 
 
Resumo das equações e constantes cinéticas obtidas para cada etapa. 
 
Temperatura 900oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0025x + 0,1086  0,9766  0,0025 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0046x + 0,4519  0,9669  0,0046 
Temperatura 1000oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0027x + 0,1305  0,9725  0,0027 
Fe3O4 → FeO   y = ­0,0231x + 3,8125  0,9826  0,0231 
o
Temperatura 1100 C 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0032x + 0,2085  0,9309  0,0032 
Fe3O4 → FeO e FeO → Fe  y = ­0,0379x + 6,6958  0,9884  0,0379 
 
 
 
 
205 

Composição Mistura Autorredutora contendo 30% Carbono do coque 
 

Temperatura 900oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1000

­0,1
800 LEGENDA 
 

Temperatura (oC) 
­0,2 Vaporização 
Volatilização 
600
ln (1­α) 

Volatilização e Boudouard 
­0,3 Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
Fe3O4 → FeO 
400
­0,4

200
­0,5

­0,6 0

Temperatura 1000oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1000

­0,2
800 LEGENDA 
­0,4  
Vaporização 
Temperatura (oC) 

Volatilização 
ln (1­α) 

­0,6 Volatilização e Boudouard 
600
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
­0,8 Fe3O4 → FeO 

400
­1

­1,2
200
­1,4

­1,6 0
 
206 

Temperatura 1100oC 
Tempo (min) 
0 50 100 150 200 250
0 1200

­0,2
1000
­0,4 LEGENDA 
 

Temperatura (oC) 
­0,6 Vaporização 
800
ln (1­α) 

Volatilização 
­0,8
Volatilização e Boudouard 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard 
­1 600
Fe3O4 → FeO 
FeO → Fe 
­1,2
400
­1,4

­1,6
200
­1,8

­2 0
 
 
Resumo das equações e constantes cinéticas obtidas para cada etapa. 
Temperatura 900oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0028x + 0,1757  0,9658  0,0028 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0033x + 0,2155  0,9313  0,0038 
o
Temperatura 1000 C 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0032x + 0,1916  0,9694  0,0032 
Fe3O4 → FeO   y = ­0,0236x + 3,7475  0,9788  0,0236 
Temperatura 1100oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4 e Boudouard  y = ­0,0032x + 0,1918  0,977  0,0032 
Fe3O4 → FeO e FeO → Fe  y = ­0,033x + 5,5016  0,9836  0,033 
 
 
 
 
 
 
207 

Composição Mistura Convencional 1 
 

Temperatura 900oC 
Tempo (min) 
0 20 40 60
0 1000

­0,5
800
LEGENDA 
 

Temperatura (oC) 
­1 Vaporização 
600 Reação entre gás 
ln(1­α) 

Fe2O3 → Fe3O4  
­1,5 Fe3O4 → FeO 

400
­2

200
­2,5

­3 0
 

Temperatura 1000oC 
Tempo (min) 
0 20 40 60
0 1200

­0,5 1000
LEGENDA 
 
Temperatura (oC) 

­1 800 Vaporização 
Reação entre gás 
ln (1­α) 

Fe2O3 → Fe3O4  
­1,5 600 Fe3O4 → FeO 

­2 400

­2,5 200

­3 0
 
208 

Temperatura 1100oC 
Tempo (min) 
0 20 40 60 80
0 1200

­0,5
1000
­1

Temperatura (oC) 
800 LEGENDA 
­1,5  
Vaporização 
ln(1­α) 

Reação entre gás 
­2 600 Fe2O3 → Fe3O4  
Fe3O4 → FeO 
­2,5 FeO → Fe 
400
­3
200
­3,5

­4 0
 
 
Resumo das equações e constantes cinéticas obtidas para cada etapa. 
Temperatura 900oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­0,0115x – 2,2371  0,9457  0,0115 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0078x – 2,3821  0,9824  0,0078 
Temperatura 1000oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­0,1431x + 4,2066  0,8873  0,1431 
Fe3O4 → FeO   y = ­0,0158x – 2,022  0,9936  0,0158 
Temperatura 1100oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­0,086x + 2,1316  0,9732  0,086 
Fe3O4 → FeO   y = ­0,1854x + 6,2216  0,9065  0,1854 
FeO → Fe  y = ­0,0316x – 1.389  0,9222  0,0316 
 
 
 
 
209 

Composição Mistura Convencional 2 
 

Temperatura de 900oC 
Tempo (min) 
0 20 40 60 80
0 1000

­0,5
800

Temperatura (oC) 
­1 LEGENDA 
 
600
ln(1­α) 

Vaporização 
Reação entre gás 
­1,5
Fe2O3 → Fe3O4  
400 Fe3O4 → FeO 
­2

200
­2,5

­3 0
 
Temperatura de 1000oC 
Tempo (min) 
0 20 40 60 80
0 1000

­0,5
800
­1
LEGENDA 
Temperatura (oC) 

 
­1,5 Vaporização 
600
ln (1­α) 

Reação entre gás 
­2 Fe2O3 → Fe3O4  
Fe3O4 → FeO 
400
­2,5

­3
200
­3,5

­4 0
 
210 

Temperatura de 1100oC 
Tempo (min) 
0 20 40 60 80
0 1200

­0,5
1000
­1
LEGENDA 

Temperatura (oC) 
800  
­1,5
Vaporização 
ln(1­α) 

Reação entre gás 
­2 600 Fe2O3 → Fe3O4  
Fe3O4 → FeO 
­2,5 FeO → Fe 
400
­3
200
­3,5

­4 0
 
 
Resumo das equações e constantes cinéticas obtidas para cada etapa. 
Temperatura 900oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­0,138x + 4,2744  0,9691  0,138 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0141x – 1,5947  0,9392  0,0141 
Temperatura 1000oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­0,202x + 7,0948  0,9214  0,202 
Fe3O4 → FeO   y = ­0,0262x – 1,3999  0,8974  0,0262 
Temperatura 1100oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­0,1687x + 5,4599  0,9279  0,1687 
Fe3O4 → FeO   y = ­0,0597x + 0,125  0,9907  0,0597 
FeO → Fe  y = ­0,0145x – 2,7838  0,956  0,0145 
 
 
 
 
 
211 

Composição Mistura Convencional 3 
 

Temperatura 900oC 
Tempo (min) 
0 20 40 60 80
0 1000

­0,5 800

LEGENDA 

Temperatura (oC) 
 
­1 600 Vaporização 
ln (1­α) 

Reação entre gás 
Fe2O3 → Fe3O4  
Fe3O4 → FeO 
­1,5 400

­2 200

­2,5 0
 

Temperatura 1000oC 
Tempo (min) 
0 20 40 60 80
0 1000

­0,5
800
Temperatura (oC) 

­1
LEGENDA 
ln (1-α)

600  
­1,5
Vaporização 
Reação entre gás 
­2 Fe2O3 → Fe3O4  
400 Fe3O4 → FeO 

­2,5
200
­3

­3,5 0
 
212 

Temperatura 1100oC 
Tempo (min) 
0 20 40 60 80
0 1200

­0,5
1000
­1
LEGENDA 
­1,5  

Temperatura (oC) 
800 Vaporização 
­2 Reação entre gás 
ln (1­α) 

Fe2O3 → Fe3O4  
­2,5 600 Fe3O4 → FeO 
FeO → Fe 
­3
400
­3,5

­4
200
­4,5

­5 0
 
 
Resumo das equações e constantes cinéticas obtidas para cada etapa. 
Temperatura 900oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­0,0634x + 1,2317  0,9301  0,0634 
Fe3O4 → FeO  y = ­0,0119x – 1,2681  0,9983  0,0119 
Temperatura 1000oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­0,1158x + 3,3227  0,9685  0,1158 
Fe3O4 → FeO   y = ­0,0151x – 1,7448  0,91  0,0151 
Temperatura 1100oC 
Reações  Equação  R2  k(min­1) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­0,1435x + 4,2749  0,9836  0,1435 
Fe3O4 → FeO   y = ­0,1468x + 4,5349  0,9287  0,1468 
FeO → Fe  y = ­0,0842x + 1,5433  0,966  0,0842 
 
 
 
 
213 

ANEXO C 
 
CÁLCULO DA ENERGIA DE ATIVAÇÃO DAS MISTURAS 
AUTORREDUTORAS E CONVENCIONAIS 
 
Misturas Autorredutoras contendo Biomassa 
Determinação de Energia de Ativação para Mistura 15% de Carbono 
 

Fe2O3→Fe3O4 
­5,8

­5,85

­5,9
ln (k) 

­5,95

­6

­6,05
y = ­772,53x ­ 5,4198 
R² = 0,1338 
­6,1
0,0007 0,00075 0,0008 0,00085 0,0009
1/T (K­1) 
 
214 

Fe3O4→FeO 
­3,5

­4

­4,5
ln (k) 

­5

­5,5
y = ­14629x + 6,7433 
R² = 0,8376 
­6
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
Determinação de Energia de Ativação para Mistura 20% de Carbono 
 

Fe2O3→Fe3O4 
­5,9

­5,92
ln (k) 

­5,94

­5,96
y = ­1180,1x ­ 5,0319 
R² = 0,7698 

­5,98
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
215 

Fe3O4→FeO 
­3,5

­4

­4,5
ln (k) 

­5

­5,5
y = ­14562x + 6,6749 
R² = 0,945 
­6
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
 
 
 
Determinação de Energia de Ativação para Mistura 30% de Carbono 
 

Fe2O3→Fe3O4 
­2

­2,5

­3

­3,5
ln (k) 

­4
y = ­18826x + 9,8446 
­4,5 R² = 0,4184 

­5

­5,5

­6
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
216 

Fe3O4→FeO 
­4

­4,5
ln (k) 

­5

­5,5
y = ­7268,9x + 0,4718 
R² = 0,2249 

­6
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
 
 
Resumo  das  respectivas  equações  e  energia  de  ativação  para  cada  etapa  e  para  cada 
mistura estudada 
Mistura 1 
Reações  Equação  R2  Ea (KJ/mol) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­772,53x – 5,4198  0,1338  6,42 
Fe3O4 → FeO  y = ­14629x + 6,7433  0,8376  121,63 
Mistura 2 
Reações  Equação  R2  Ea (KJ/mol) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­1180,1x – 5,0319  0,7698  9,8 
Fe3O4 → FeO   y = ­14562x + 6,6749  0,945  121,07 
Mistura 3 
Reações  Equação  R2  Ea (KJ/mol) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­18826x + 9,8446  0,9836  156,52 
Fe3O4 → FeO   y = ­7268,9x + 0,4718  0,2249  60,43 
 
 
 
 
217 

Mistura Autorredutora contendo Coque 
 
Determinação de Energia de Ativação para Mistura 15% de Carbono 
 

Fe2O3→Fe3O4 
­6,01

­6,03

­6,05
ln (k) 

y = 681,09x ­ 6,5985 
­6,07 R² = 0,7098 

­6,09

­6,11

­6,13
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 

Fe3O4_→FeO → Fe 
­3

­3,5

­4
ln (k) 

­4,5

­5

y = ­16280x + 8,467 
­5,5 R² = 0,9166 

­6
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
 
218 

Determinação de Energia de Ativação para Mistura 20% de Carbono 
 

Fe2O3→Fe3O4 
­5,68

­5,73

­5,78

­5,83
ln (k) 

­5,88

­5,93

­5,98 y = ­1964,7x ­ 4,334 
R² = 0,9342 
­6,03

­6,08

­6,13
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 

Fe3O4_→FeO → Fe 
­3

­3,5

­4
ln (k) 

­4,5

­5
y = ­17187x + 9,4145 
R² = 0,9379 
­5,5

­6
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
 
 
 
219 

Determinação de Energia de Ativação para Mistura 30% de Carbono 
 

Fe2O3→Fe3O4 
­5,68

­5,73

­5,78
ln (k) 

­5,83
y = ­1101,4x ­ 4,9204 
R² = 0,7882 
­5,88

­5,93
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 

Fe3O4_→FeO → Fe 
­3

­3,5

­4

­4,5
ln (k) 

­5

y = ­16719x + 8,1752 
­5,5 R² = 0,5462 

­6

­6,5
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
 
 
220 

Resumo  das  respectivas  equações  e  energia  de  ativação  para  cada  etapa  e  para  cada 
mistura estudada 
Mistura 1 
Reações  Equação  R2  Ea (KJ/mol) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = 681,09x – 6,5985  0,7098  5,66 
Fe3O4 → FeO  y = ­16280x + 8,467  0,9166  135,35 
Mistura 2 
Reações  Equação  R2  Ea (KJ/mol) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­1964,7x – 4,334  0,9342  16,33 
Fe3O4 → FeO   y = ­17187x + 9,4145  0,9379  142,89 
Mistura 3 
Reações  Equação  R2  Ea (KJ/mol) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­1101,4x ­4,9204  0,9836  9,16 
Fe3O4 → FeO   y = ­16719x + 8,1752  0,5462  139,00 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
221 

Misturas Convencionais 
 
Determinação de Energia de Ativação para Mistura Convencional 1 
 

Fe2O3→Fe3O4 
­1,5

­2

­2,5
ln (k) 

­3

­3,5

­4 y = ­16810x + 10,304 
R² = 0,614 

­4,5
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
Fe3O4→FeO 
­1,5

­2

­2,5

­3
ln (k) 

­3,5

­4

­4,5
y = ­25098x + 16,233 
R² = 0,8791 
­5
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
 
222 

Determinação de Energia de Ativação para Mistura Convencional 2 
 

Fe2O3→Fe3O4 

­1,55

­1,7
ln (k) 

­1,85
y = ­1732,7x ­ 0,42 
R² = 0,3191 

­2
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
Fe3O4→FeO 
­2,5

­3
ln (k) 

­3,5

­4

y = ­11557x + 5,5412 
R² = 0,984 
­4,5
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
 
 
 
 
223 

Determinação de Energia de Ativação para Mistura Convencional 3 
 

Fe2O3→Fe3O4 
­1,8

­2

­2,2
ln (k) 

­2,4

­2,6
y = ­6647,7x + 2,9578 
R² = 0,9514 
­2,8
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
Fe3O4→FeO 
­1,5

­2

­2,5
ln (k) 

y = ­19767x + 12,076 
­3 R² = 0,7843 

­3,5

­4

­4,5
7,00E­04 7,50E­04 8,00E­04 8,50E­04 9,00E­04
1/T (K­1) 
 
 
 
 
224 

 
Resumo  das  respectivas  equações  e  energia  de  ativação  para  cada  etapa  e  para  cada 
mistura estudada 
Mistura 1 
Reações  Equação  R2  Ea (KJ/mol) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­16810x + 10,304  0,614  139,76 
Fe3O4 → FeO  y = ­25098x + 16,233  0,8791  208,66 
Mistura 2 
Reações  Equação  R2  Ea (KJ/mol) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­1732,7x – 0,42  0,3191  14,41 
Fe3O4 → FeO   y = ­11557x +5,5412  0,984  96,08 
Mistura 3 
Reações  Equação  R2  Ea (KJ/mol) 
Fe2O3 → Fe3O4   y = ­6647,7x + 2,9578  0,9514  55,27 
Fe3O4 → FeO   y = ­19717x + 12,076  0,7843  163,93 
 
 

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