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ISSN: 1981-982X
Data de submissão: 01/08/2023
Data de aceite: 03/08/2024
DOI: https://doi.org/10.24857/rgsa.v18n7-084
Organização: Comitê Científico Interinstitucional
Editor Chefe: Christian Luiz da Silva
Avaliação: Double Blind Review pelo SEER/OJS
Referencial Teórico: no Brasil, a LVH é uma das diversas doenças de notificação compulsória obrigatória, e está
registrada em 21 Unidades da Federação, estabelecendo-se nas cinco regiões brasileiras. A região Nordeste
apresenta o maior número de registro de casos, considerada foco de transmissão da doença, sendo o Maranhão um
dos estados com maior ocorrência.
Método: o estudo utilizou dados secundários do Sistema de Informações de Agravos de Notificação. A taxa de
incidência, de letalidade, de mortalidade, Odds Ratio e Taxa de Incremento Anual foram calculados.
Resultados e conclusões: apontaram para um cenário endêmico da doença. O perfil predominante foi sexo
masculino, faixa etária entre 1 e 9 anos, cor/raça parda, ensino fundamental e zona de residência urbana. Se faz
necessário o monitoramento do ambiente onde há presença de vetores para a realização do seu controle e reduzir
a possibilidade de adoecimento.
Implicações da Pesquisa: o estudo é relevante, pois contribui com dados epidemiológicos e de indicadores de
saúde de uma regão endêmica, para que as autoridades de saúde possam implementar ações de vigilância, educação
em saúde e realizar intervenções de saúde pública respeitando as diferenças socioeconômicas e ambientais locais.
Originalidade: a identificação de áreas de risco para o agravo em uma determinada região permite conhecer a sua
espacialidade, as chances da população de adoecer e a taxa de incremento da doença.
ABSTRACT
Objective: the study analyzed the spatio-temporal and epidemiological behavior of HVL in the state of Maranhão,
between 2010 and 2020.
Theoretical framework: In Brazil, HVL is one of several diseases with compulsory notification, and is registered
in 21 Federation Units, establishing itself in the five Brazilian regions. The Northeast region has the highest number
of recorded cases, considered a focus of transmission of the disease, with Maranhão being one of the states with
the highest occurrence.
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Centro Universitário FG (UNIFG), Guanambi, Bahia, Brasil. E-mail: aulasbiomedic@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6651-6830
2
Universidade do Vale do Taquari (UNIVATES), Lajeado, RS, Brasil. E-mail: perico@univates.br
Orcid: http://orcid.org/0000-0002-2926-6246
3
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS, Brasil. E-mail: eliane.silveira@ulbra.br
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-0992-5136
4
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS, Brasil. E-mail: nadia.schroder@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-5505-1137
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Espacialidade da Leishmaniose Visceral Humana no Estado do Maranhão, Brasil
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Method: the study used secondary data from the Notifiable Diseases Information System. The incidence rate,
lethality rate, mortality rate, Odds Ratio and Annual Increment Rate were calculated.
Results and conclusions: pointed to an endemic scenario of the disease. The predominant profile was male, aged
between 1 and 9 years old, brown color/race, primary education and urban residence area. It is necessary to monitor
the environment where vectors are present to control them and reduce the possibility of illness.
Implications: the study is relevant as it contributes with epidemiological data and health indicators from an
endemic region, so that health authorities can implement surveillance actions, health education and carry out public
health interventions respecting socioeconomic differences and local environmental.
Novelty: the identification of areas at risk for the disease in a given region allows us to know their spatiality, the
population's chances of becoming ill and the rate of increase in the disease.
RESUMEN
Referencial Teórico: no Brasil, a LVH é uma das diversas doenças de notificação compulsória obrigatória, e está
registrada em 21 Unidades da Federação, estabelecendo-se nas cinco regiões brasileiras. A região Nordeste
apresenta o maior número de registro de casos, considerada foco de transmisión da doença, sendo o Maranhão um
dos estados com maior ocorrência.
Método: o estudo utilizou dados secundários do Sistema de Informações de Agravos de Notificação. A taxa de
incidência, de letalidade, de mortalidade, Odds Ratio e Taxa de Incremento Foro anual calculados.
Resultados y conclusiones: apontaram para um cenário endêmico da doença. O perfil predominante foi sexo
masculino, faixa etária entre 1 e 9 anos, cor/raça parda, ensino fundamental e zona de residência urbana. Se faz
necessário o monitoramento do ambiente onde há presença de vetores para a realização do seu controle e reduzir
a possibilidade de adoecimento.
Implicações da Pesquisa: o estudo é relevante, pois contribui com dados epidemiológicos e de indicadores de
saúde de uma regão endêmica, para que as autoridades de saúde possam implementar ações de vigilância, educação
em saúde e realizar intervenções de saúde pública respeitando as diferenças socioeconômicas e ambientais locais.
Originalidade: a identificação de áreas de risco para o agravo em uma determinada região permite conhecer a sua
espacialidade, as chances da população de adoecer e a taxa de incremento da doença.
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Espacialidade da Leishmaniose Visceral Humana no Estado do Maranhão, Brasil
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1 INTRODUÇÃO
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
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Fazem parte desses estratégias e ações: visitas em domicílios, atividades de educação em saúde,
inquérito canino, tratamento de cães doentes, inquérito entomológico (captura e identificação
de flebótomos) e borrifações em áreas de riscos. Compreender a dinâmica das populações dos
vetores é relevante para estabelecer estratégias de controle efetivas e interromper a cadeia de
transmissão entre hospedeiros e reservatórios (Brasil, 2014).
Os Flebotomíneos, anteriormente restritos às regiões rurais, expandiram-se para
diferentes habitats de áreas urbanas e periurbanas e encontram-se distribuídos em todo território
brasileiro. O estudo de Capucci et al., 2023 identificou que às crescentes alterações ambientais
e o desmatamento possibilitam o risco de geração de desequilíbrio ecológico e aumento de
casos de leishmaniose indicando a relevância da necessidade de se ter estratégias de prevenção
e controle.
O planejamento e a implementação de políticas públicas para o controle da LV devem
levar em consideração, que o Brasil é um dos países com maior discrepância em termos de
distribuição de riqueza (Ribeiro et al., 2021) e, neste sentido, há necessidade de diminuir as
desigualdades sociais, bem como realizar o diagnóstico precoce, juntamente com o manejo
eficaz do paciente e sensibilização social. Além disso, ações para ampliar o saneamento básico,
acesso à educação e serviços de saúde são necessárias para melhorar as condições de vida das
populações vulneráveis, evitando o aumento da prevalência da LV no Brasil. A epidemiologia
da doença está diretamente vinculada à vulnerabilidade social, de infraestrutura e influência dos
fatores ambientais. (Wijerathna et al., 2017; Who, 2021).
Em 1913, foi registrado o primeiro caso de leishmaniose visceral (LV) em território
brasileiro (estado de Mato Grosso, região Centro-Oeste), e a partir de 1980, com a
intensificação da expansão e urbanização das cidades, tem sido observadas epidemias. Um
estudo realizado nos estados da região Centro-Oeste verificou que a ocorrência de LV está
relacionada às características epidemiológicas que incluíram: variáveis climáticas (temperatura
e precipitação); fatores socioeconômicos (com prevalência em populações de baixa renda;
indivíduos residentes na zona urbana e sexo masculino; idade de zero a 14 anos; óbitos a partir
dos 40 anos e destaque a partir dos 60 anos); vulnerabilidade de infraestrutura urbana (áreas
com aglomerações populacionais, fluxo migratório, degradação ambiental, inadequadas
condições higiênico-sanitárias; distúrbios antrópicos); presença do vetor, cães e outros animais.
Estudos relacionados aos aspectos regionais da epidemiologia da LV podem auxiliar na adoção
de estratégias para melhor efetividade no seu controle (Àvila, et al, 2023).
No Brasil, apesar dos esforços para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado para
a LV, 5-10% dos casos ainda apresentam desfecho fatal. O estado de Mato Grosso é endêmico
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Espacialidade da Leishmaniose Visceral Humana no Estado do Maranhão, Brasil
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para a doença e de 2007 a 2018, dos 377 casos registrados, 46 (12,2%) evoluíram para óbito
por LV. O diagnóstico tardio foi a causa relacionada aos desfechos fatais por LV. Neste
contexto se faz necessário o fortalecimento dos serviços de atenção primária para o
reconhecimento e tratamento precoce da doença (Carvalho et al., 2022).
3 METODOLOGIA
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Figura1
Localização da área de estudo (Maranhão, Brasil)
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No Brasil, entre 2010 e 2020, foram registrados 38.634 casos de LVH e destes 13,79%
(5329 casos) foram notificados no Maranhão, sendo o mais prevalente da região Nordeste.
Pode-se observar que entre 2016 e 2018, a prevalência da LVH, no Maranhão, esteve acima de
10% (Figura 2). Dos 217 municípios que compõem o Estado, 136 (62,7%) tiveram pelo menos
um caso confirmado de LVH. O município de São Luís do Maranhão apresentou a maior
prevalência de casos notificados (40,68%), seguido por Imperatriz (12,01%) e Caxias (5,48%),
que por sua vez, representam juntos 58,17% do total de casos do Estado.
Figura 2
Número total de casos e a prevalência de LVH notificados no estado do Maranhão, entre
2010 e 2020
800 16
13,6 13,6
700 12,2 14
Número de casos confirmados
600 727 12
9,7 9,7 725
Prevalência (%)
650
500 8,1 10
8,1
400 7,1 519 6,8 8
6,6 519
432 431
300 6
381 4,3 361
354
200 4
230
100 2
0 0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
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Tabela 1
Perfil sociodemográfico dos notificados com LV, no estado do Maranhão, entre 2010 e 2020
Variáveis Masculino Feminino Total
n (%) n (%) n (%)
Faixa etária
<1 Ano 348 (10,2) 348 (18,0) 696 (13,1)
1-9 1187 (34,9) 1069 (55,6) 2256 (42,3)
10-19 279 (8,2) 147 (7,6) 426 (8,0)
20-39 875 (25,7) 206 (10,7) 1081 (20,3)
40-59 533 (15,6) 108 (5,6) 641 (12,0)
60-69 125 (3,7) 31 (1,6) 156 (2,9)
70 e + 57 (1,7) 13 (0,7) 70 (1,3)
Ig/Br 0 (0,0) 3 (0,2) 3 (0,1)
Escolaridade
Analfabeto 142 (4,2) 40 (2,1) 182 (3,4)
Ensino Fundamental 1142 (33,5) 318 (16,5) 1460 (27,4)
Ensino médio 289 (8,5) 110 (5,7) 399 (7,5)
Ensino superior 20 (0,6) 7 (0,4) 27 (0,5)
Ig/Br/NA 1811 (53,2) 1450 (75,3) 3261 (61,2)
Raça
Branca 525 (9,9)
Preta 564 (10,6)
Amarela 59 (1,1)
Parda 3958 (74,3)
Indígena 126 (2,4)
Ig/Br 97 (1,8)
Zona de residência
Urbana 3310 (62,1)
Rural 1423 (26,7)
Periurbana 74 (1,4)
Ig/Br 522 (9,8)
Fonte: SINAN (2022). Legenda: Ig – ignorado; Br – branco; NA – não se aplica
No Maranhão, mais de 50% indivíduos acometidos por LVH, em todas as faixas etárias,
são do sexo masculino. Esse dado corrobora com estudos realizados em Pernambuco (62,35%)
(Buarque et al., 2021), em Fortaleza (65,1%) (Rodrigues et al., 2017), em Tocantins (59,96%)
(Martins et al., 2020), no Rio Grande do Norte (67%) (Lima et al., 2018) e em Marrocos
(KAHIME et al., 2017). Essa maior suscetibilidade do sexo masculino ainda não está totalmente
esclarecida, mas pode estar relacionada a uma questão cultural, não se importando com a
patologia (Martins et al., 2020). Diferentemente no estudo realizado no município de Aldeia
Altas foi observada maior incidência de LV no sexo feminino (Lima et al., 2020).
Crianças são mais acometidas por LVH (Martins et al., 2020; Pezente, 2020; Batista et
al., 2021; Benedetti; Buarque et al., 2021;). A imaturidade do sistema imunológico, a maior
exposição ao vetor no peridomicílio e o estado nutricional podem justificar essa maior
prevalência (Brasil, 2014). Além dessa faixa etária foi registrado prevalência alta na de 20 a
29 anos (Benedetti; Pezente, 2020) e na de 20 a 39 anos (Batista et al., 2021; Buarque et al.,
2021; Martins et al., 2020).
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A raça parda foi a mais acometida no Maranhão e esse dado corrobora com a pesquisa
realizada em Fortaleza (Almeida et al., 2020), em Piauí (Batista et al., 2021) e em Pernambuco
(SOUSA et al., 2018). Entretanto, em Roraima, a raça predominante foi a indígena em 50,0%
dos casos (Benedetti; Pezente, 2020). Essa diferença pode estar relacionada com as
características raciais distintas entre as populações de cada localidade (Almeida et al., 2020).
A escolaridade foi definida como uma variável proxy, cuja frequência está relacionada
com condições socioeconômicas baixas e vulnerabilidades dos indivíduos acometidos pela
doença (AlmeidA et al., 2020). Neste estudo, a doença afetou, mais frequentemente, indivíduos
de baixa escolaridade. Dados semelhante foram encontrados em pesquisa realizada em
Fortaleza, entre 2007 e 2017 (Almeida et al., 2020).
A zona urbana é a que concentra o maior número de indivíduos com LV, conforme,
também, observado por Silva et al. (2021) e Batista et al. (2021). Entretanto, em Roraima foi a
zona rural (Benedetti; Pezente, 2020), assim como em Marrocos (Kahime et al., 2017). Há uma
alteração no padrão de transmissão, pois a doença deixa de ter seu predomínio na zona rural
pelo processo de urbanização. O que pode ser explicado principalmente pela migração de
pessoas do campo para as cidades, o desmatamento e a construção de obras de impacto
ambiental (Reis et al, 2019).
Em relação a evolução da doença foi possível observar um total de 79,3% de cura e
8,6% de óbitos. Na série histórica identificou-se uma oscilação na taxa de letalidade e
mortalidade por LV. A maior taxa de letalidade foi 11,63/100 mil habitantes (2020), enquanto
a de mortalidade foi 1,05/100 mil habitantes (2017) (Tabela 2).
Tabela 2
Evolução da LV no estado de Maranhão, de 2010 a 2020
Ano Br/Ig/NA Cura Abandono Óbito por LV Taxa Taxa
N (%) N (%) N (%) N (%) Letalidade mortalidade
2010 38 (13,8) 226 (82,2) 3 (1,1) 8 (2,9) 2,26 0,15
2011 31 (11,1) 222 (79,3) 4 (1,4) 23 (8,2) 6,04 0,41
2012 24 (15,5) 119 (76,8) 1 (0,6) 11 (7,1) 4,78 0,20
2013 74 (18,8) 287 (73,0) 1 (0,3) 31 (7,9) 5,97 0,55
2014 53 (16,9) 238 (75,8) 3 (1,0) 20 (6,4) 4,63 0,35
2015 44 (11,1) 305 (76,8) 9 (2,3) 39 (9,8) 7,51 0,69
2016 35 (6,4) 448 (81,8) 9 (1,6) 56 (10,2) 8,62 0,98
2017 82 (12,4) 512 (77,7) 5 (0,8) 60 (9,1) 8,25 1,05
2018 37 (5,7) 557 (85,7) 2 (0,3) 54 (8,3) 7,45 0,94
2019 34 (8,5) 328 (82,2) 2 (0,5) 35 (8,8) 8,12 0,60
2020 40 (11,7) 259 (75,5) 2 (0,6) 42 (12,2) 11,63 0,72
Fonte: autores (2023)
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Tabela 3
Evolução, taxa de letalidade e mortalidade pela LVH no estado de Maranhão, de 2010 a 2020,
de acordo com o perfil sociodemográfico
Taxa Taxa
Variável Cura Abandono Óbito LV Ig/Br
mortal. letal.
n (%) n (%) n (%) n (%) (%) (%)
Sexo
Masculino 2250(64,3) 27(65,8) 252(66,5) 308(62,6) 7,2 7,4
Sexo
Parda 2626 (75,0) 30 (73,2) 273 (72,0) 355 (72,2) 4,7 6,9
Indígena 71 (2,0) 0 (0,0) 17 (4,5) 23 (4,7) 0,3 13,5
Ig/Br 51 (1,5) 2 (4,9) 7 (1,8) 9 (1,8) -- --
Analfabeto 100 (2,9) 3 (7,3) 27 (7,1) 25 (5,1) 0,5 14,8
EF 1004 (28,7) 14 (34,1) 134 (35,4) 118 (24,0) 2,3 9,2
EM 292 (8,3) 6 (14,6) 27 (7,1) 30 (6,1) 0,5 6,8
ES 17 (0,5) 0 (0,0) 3 (0,8) 3 (0,6) 0,1 11,1
Ig/Br/NA 2088 (59,6) 18 (43,9) 188 (49,6) 316 (64,2) -- --
Urbana 2293 (65,5) 26 (63,4) 214 (56,5) 289 (58,7) 3,7 6,5
residênci
Rural 839 (24,0) 9 (22,0) 104 (27,4) 142 (28,9) 1,8 7,3
Periurbana 40 (1,1) 1 (2,4) 4 (1,1) 2 (0,4) 0,1 5,4
Ig/Br 329 (9,4) 5 (12,2) 57 (15,0) 59 (12,0) -- --
a
Fonte: SINAN (2022) Legenda: Ig – ignorado; Br – branco; NA – não se aplica; EF – Ensino Fundamental; EM
– Ensino médio; ES – Ensino Superior
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Figura 3
Incidência dos casos de LVH, nos municípios do estado do Maranhão,
de 2010 a 2020
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um aumento de casos, a partir dos 20 anos e uma diminuição na faixa etária de 0 a 9 anos, o
que sugere uma relação com o estado nutricional e imunizações infantis (Lima et al., 2018).
Tabela 4
Taxa de Incremento Anual da LVH, no estado de Maranhão, de 2010 a 2020, considerando a
incidência pelas variáveis do perfil epidemiológico
Taxa de Incremento
p-
Variável analisada Anual Situação
valor*
(TIA)
Masculino 108,92 0,22 Estável
sexo
Feminino 8,64 0,52 Estável
<1 ano 2,32 0,5 Estável
entre 1 e 9 -2,18 0,97 Estável
10 a 19 1,23 0,42 Estável
Cresciment
0,03*
Faixa etária 20 a 39 14,81 o
(anos) 0,002 Cresciment
40 a 59 17,48 * o
Cresciment
60 a 69 4,71 0,01* o
70 e+ 1,39 0,06 Estável
Analfabeto 2,32 0,08 Estável
Cresciment
E. Fundamental
Escolaridad 20,22 0,04* o
e 0,001 Cresciment
E. Médio
12,2 * o
E. Superior 0,23 0,65 Estável
Branca -1,14 0,76 Estável
Parda 4,71 0,25 Estável
Cor/raça Preta 44,54 0,44 Estável
Amarela 0,06 0,84 Estável
Indígena 4,71 0,34 Estável
Urbana -33,93 0,87 Estável
Zona de
Rural -12,9 0,76 Estável
residência
Periurbana -2,27 0,04* Declínio
*Valores que apresentam α ≤ 0,05
Fonte: autores (2023)
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Tabela 5
Associação da LVH aos fatores sociodemográfico dos acometidos, no Maranhão, Brasil, entre
2010 e 2020
Odds
Variável analisada Estimativa valor-p
Ratio
Feminino Categoria de referência
Sexo
Masculino 4,02 55,93 0,0009
< 1 ano Categoria de referência
1a9 2,06097 7,854 5,73E-16
10 a 19 -0,35535 0,701 0,0754
Faixa etária
20 a 39 0,5027 1,653 0,012841
(anos)
40 a 59 -0,07723 0,926 0,696013
60 a 69 -0,71226 0,491 0,000556
70 e+ -0,82459 0,438 8,05E-05
Analfabeto Categoria de referência
E. Fundamental 1,6762 5,345 6,31E-11
Escolaridade
E. Médio 0,2829 1,327 0,1443
E. Superior -0,2032 0,816 0,2914
Parda Categoria de referência
Branca -4,513 0,011 <2e-16
Cor/raça Indígena -5,042 0,006 <2e-16
Amarela -5,1284 0,006 <2e-16
Preta -4,4644 0,012 <2e-16
Periurbana Categoria de referência
Zona de
Rural 1,77616 5,907 0,00359
Residência
Urbana 4,26494 71,16 1,85E-08
*Valores em negrito apresentam α ≤ 0,05
Fonte: autores (2023)
5 CONCLUSÕES
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REFERÊNCIAS
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