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RGSA – Revista de Gestão Social e Ambiental

ISSN: 1981-982X
Data de submissão: 01/08/2023
Data de aceite: 03/08/2024
DOI: https://doi.org/10.24857/rgsa.v18n7-084
Organização: Comitê Científico Interinstitucional
Editor Chefe: Christian Luiz da Silva
Avaliação: Double Blind Review pelo SEER/OJS

ESPACIALIDADE DA LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA NO ESTADO DO


MARANHÃO, BRASIL

Danielle Pereira Costa Silva1


Eduardo Périco2
Eliane Fraga da Silveira3
Nádia Teresinha Schröder4
RESUMO

Objetivo: o estudo analisou o comportamento espaço-temporal e epidemiológico da LVH no estado de Maranhão,


entre 2010 e 2020.

Referencial Teórico: no Brasil, a LVH é uma das diversas doenças de notificação compulsória obrigatória, e está
registrada em 21 Unidades da Federação, estabelecendo-se nas cinco regiões brasileiras. A região Nordeste
apresenta o maior número de registro de casos, considerada foco de transmissão da doença, sendo o Maranhão um
dos estados com maior ocorrência.

Método: o estudo utilizou dados secundários do Sistema de Informações de Agravos de Notificação. A taxa de
incidência, de letalidade, de mortalidade, Odds Ratio e Taxa de Incremento Anual foram calculados.

Resultados e conclusões: apontaram para um cenário endêmico da doença. O perfil predominante foi sexo
masculino, faixa etária entre 1 e 9 anos, cor/raça parda, ensino fundamental e zona de residência urbana. Se faz
necessário o monitoramento do ambiente onde há presença de vetores para a realização do seu controle e reduzir
a possibilidade de adoecimento.

Implicações da Pesquisa: o estudo é relevante, pois contribui com dados epidemiológicos e de indicadores de
saúde de uma regão endêmica, para que as autoridades de saúde possam implementar ações de vigilância, educação
em saúde e realizar intervenções de saúde pública respeitando as diferenças socioeconômicas e ambientais locais.

Originalidade: a identificação de áreas de risco para o agravo em uma determinada região permite conhecer a sua
espacialidade, as chances da população de adoecer e a taxa de incremento da doença.

Palavras-chave: Perfil Epidemiológico, Indicadores de Saúde, Doença Negligenciada.

SPATIALITY OF HUMAN VISCERAL LEISHMANIASIS IN MARANHÃO, BRAZIL

ABSTRACT

Objective: the study analyzed the spatio-temporal and epidemiological behavior of HVL in the state of Maranhão,
between 2010 and 2020.

Theoretical framework: In Brazil, HVL is one of several diseases with compulsory notification, and is registered
in 21 Federation Units, establishing itself in the five Brazilian regions. The Northeast region has the highest number
of recorded cases, considered a focus of transmission of the disease, with Maranhão being one of the states with
the highest occurrence.

1
Centro Universitário FG (UNIFG), Guanambi, Bahia, Brasil. E-mail: aulasbiomedic@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6651-6830
2
Universidade do Vale do Taquari (UNIVATES), Lajeado, RS, Brasil. E-mail: perico@univates.br
Orcid: http://orcid.org/0000-0002-2926-6246
3
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS, Brasil. E-mail: eliane.silveira@ulbra.br
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-0992-5136
4
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS, Brasil. E-mail: nadia.schroder@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-5505-1137

Rev. Gest. Soc. Ambient. | Miami | v.18.n.7| p.1-21 | e06148 | 2024.

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Espacialidade da Leishmaniose Visceral Humana no Estado do Maranhão, Brasil
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Method: the study used secondary data from the Notifiable Diseases Information System. The incidence rate,
lethality rate, mortality rate, Odds Ratio and Annual Increment Rate were calculated.

Results and conclusions: pointed to an endemic scenario of the disease. The predominant profile was male, aged
between 1 and 9 years old, brown color/race, primary education and urban residence area. It is necessary to monitor
the environment where vectors are present to control them and reduce the possibility of illness.

Implications: the study is relevant as it contributes with epidemiological data and health indicators from an
endemic region, so that health authorities can implement surveillance actions, health education and carry out public
health interventions respecting socioeconomic differences and local environmental.

Novelty: the identification of areas at risk for the disease in a given region allows us to know their spatiality, the
population's chances of becoming ill and the rate of increase in the disease.

Keywords: Epidemiological Profile, Health Indicators, Neglected Disease.

ESPACIALIDAD DE LA LEISHMANIASIS VISCERAL HUMANA EN MARANHÃO, BRASIL

RESUMEN

Objetivo: o estudo analisou o comportamento espaço-temporal e epidemiológico da LVH no estado de Maranhão,


entre 2010 e 2020.

Referencial Teórico: no Brasil, a LVH é uma das diversas doenças de notificação compulsória obrigatória, e está
registrada em 21 Unidades da Federação, estabelecendo-se nas cinco regiões brasileiras. A região Nordeste
apresenta o maior número de registro de casos, considerada foco de transmisión da doença, sendo o Maranhão um
dos estados com maior ocorrência.

Método: o estudo utilizou dados secundários do Sistema de Informações de Agravos de Notificação. A taxa de
incidência, de letalidade, de mortalidade, Odds Ratio e Taxa de Incremento Foro anual calculados.

Resultados y conclusiones: apontaram para um cenário endêmico da doença. O perfil predominante foi sexo
masculino, faixa etária entre 1 e 9 anos, cor/raça parda, ensino fundamental e zona de residência urbana. Se faz
necessário o monitoramento do ambiente onde há presença de vetores para a realização do seu controle e reduzir
a possibilidade de adoecimento.

Implicações da Pesquisa: o estudo é relevante, pois contribui com dados epidemiológicos e de indicadores de
saúde de uma regão endêmica, para que as autoridades de saúde possam implementar ações de vigilância, educação
em saúde e realizar intervenções de saúde pública respeitando as diferenças socioeconômicas e ambientais locais.

Originalidade: a identificação de áreas de risco para o agravo em uma determinada região permite conhecer a sua
espacialidade, as chances da população de adoecer e a taxa de incremento da doença.

Palabras clave: Perfil Epidemiológico, Indicadores de Saúde, Doença Negligenciada.

RGSA adota a Licença de Atribuição CC BY do Creative Commons (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).

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1 INTRODUÇÃO

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença de relevância mundial, sendo endêmica


em 76 países. É considerada uma zoonose de notificação compulsória, classificada como
Doença Tropical Negligenciada (DTN). Nas Américas, a LV continua sendo um desafio para
os programas nacionais e regionais de vigilância e controle, devido sua elevada incidência e
ampla distribuição geográfica (Brasil, 2021a; Opas, 2021). Trata-se da forma mais grave das
leishmanioses, com alta taxa de letalidade e mortalidade (OPAS, 2021).
As políticas públicas de saúde são necessárias para o monitoramento e prevenção de
doenças negligenciadas. Por meio delas, o Governo Federal regimenta as formas para o controle
e redução de casos. Neste contexto, para a LV, o Departamento de Vigilância Epidemiológica
do Ministério da Saúde, em 2006, estabeleceu o Programa de Vigilância e Controle da
Leishmaniose Visceral (PVC-LV), que visa ações para identificar os casos da doença, facilitar
o acesso ao diagnóstico e tratamento adequado, bem como, capacitar os profissionais e
sensibilizar a população (Brasil, 2021a). Entre as estratégias do PVC-LV estão medidas de
prevenção direcionadas à população humana, canina, combate ao vetor, borrifação de
inseticidas e manejo ambiental. No entanto, devido as características epidemiológicas e do
conhecimento ainda insuficiente sobre a transmissão da LV, essas estratégias de controle ainda
são pouco efetivas. Neste contexto, as ações de educação em saúde devem ser priorizadas e
capazes de mobilizar a população, a fim de evitar a disseminação da doença e seus impactos
sociais e econômicos (Brasil, 2019). Para fortalecer a vigilância e o controle da Leishmaniose
nas Américas, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas, 2017) instituiu um plano de ação
para realizar cooperações técnicas, missões, consultorias e capacitações. No Brasil, a Nota
Técnica nº 5/2021-CGZV/DEIDT/SVS/MS propõem a incorporação das coleiras impregnadas
com inseticida para o controle da LV em municípios prioritários, classificados com transmissão
alta, intensa e muito intensa (Brasil, 2021b).
No Brasil, a doença tem alta incidência e tem sido relacionada com a urbanização e
êxodo rural, condições de saneamento básico inadequados associado às características
socioeconômicas tornando-se um problema de saúde pública e de expansão geográfica
(Rodrigues et al., 2017). A região Nordeste apresenta o maior número de registro de casos de
LV, considerada foco de transmissão da doença, sendo o Maranhão um dos estados com maior
registro de casos (Lima et al., 2021). Os municípios que concentraram cerca de 80% dos casos
novos de LV encontra-se nos estados da Bahia (54), Ceará (48) e Maranhão (45) (IPEA, 2016).

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A LV é considerada uma doença cujas condições de transmissão dependem


principalmente de fatores locais. Um programa de intervenção será mais eficaz quando
direcionado a grupos de maior risco e medidas de controle específicas ao qual será
implementada (Werneck 2014). Este estudo analisou o comportamento espaço-temporal e
epidemiológico da LV no estado de Maranhão, entre 2010 e 2020.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

As Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) são um conjunto de doenças priorizadas


pela Organização Mundial da Saúde (OMS), causadas por agentes infecciosos ou parasitos, que
estão intrinsicamente relacionadas à saúde pública, especialmente nas áreas tropicais
densamente povoadas e/ou empobrecidas. (Bodimeade; Marks; Mabey, 2019; Engels; Zhou,
2020). A maior carga de DTNs tem ocorrido em países que apresentam os menores Índices de
Desenvolvimento Humano (IDH) (Machado de assis; Rabello; Cota, 2021). Segundo a
Organização Mundial da Saúde (Who, 2022a), as DTNs são prevalecentes em 149 países
tropicais e subtropicais, com elevada taxa de morbimortalidade.
As DTNs tem sua distribuição principalmente em áreas onde há escassez de cobertura
de serviços de saúde, saneamento básico e água potável inadequados (BODIMEADE; MARKS;
MABEY, 2019; ENGELS; ZHOU, 2020). Além disso, fatores como o desmatamento, falta de
controle dos usos dos recursos naturais e nível educacional baixo possibilitam a manutenção da
pobreza (MACHADO DE ASSIS; RABELLO; COTA, 2021). Os desafios para a sua contenção
passam pela prevenção e tratamento, o impacto negativo sobre as condições sociais e a alta
capacidade de expansão geográfica (OPAS, 2017). Esta doença era considerada de área rural,
mas com a urbanização e o fluxo migratório, o agravo tornou-se um problema de saúde pública
(BATISTA et al., 2021).
Entre as DTN, a Leishmaniose Visceral (LV), causada pelo protista Leishmania
chagasi, está incluída entre as 10 endemias mundiais de prioridade absoluta da OMS (Brasil,
2019). É endêmica em 13 países da América, com ocorrência de aproximadamente 97% dos
casos notificados no Brasil, e com registro também na Argentina, Bolívia, Colômbia,
Guatemala, Honduras, México, Paraguai, Venezuela e Uruguai (Opas 2020). A LV apresenta
grande impacto econômico e tem representatividade enquanto problema social. Essa doença,
quando não tratada, pode levar a óbito.
O controle da LV está vinculado às estratégias e ações que visam reduzir a incidência,
mortalidade, letalidade e morbidade, a partir do diagnóstico e tratamento precoce dos casos.

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Fazem parte desses estratégias e ações: visitas em domicílios, atividades de educação em saúde,
inquérito canino, tratamento de cães doentes, inquérito entomológico (captura e identificação
de flebótomos) e borrifações em áreas de riscos. Compreender a dinâmica das populações dos
vetores é relevante para estabelecer estratégias de controle efetivas e interromper a cadeia de
transmissão entre hospedeiros e reservatórios (Brasil, 2014).
Os Flebotomíneos, anteriormente restritos às regiões rurais, expandiram-se para
diferentes habitats de áreas urbanas e periurbanas e encontram-se distribuídos em todo território
brasileiro. O estudo de Capucci et al., 2023 identificou que às crescentes alterações ambientais
e o desmatamento possibilitam o risco de geração de desequilíbrio ecológico e aumento de
casos de leishmaniose indicando a relevância da necessidade de se ter estratégias de prevenção
e controle.
O planejamento e a implementação de políticas públicas para o controle da LV devem
levar em consideração, que o Brasil é um dos países com maior discrepância em termos de
distribuição de riqueza (Ribeiro et al., 2021) e, neste sentido, há necessidade de diminuir as
desigualdades sociais, bem como realizar o diagnóstico precoce, juntamente com o manejo
eficaz do paciente e sensibilização social. Além disso, ações para ampliar o saneamento básico,
acesso à educação e serviços de saúde são necessárias para melhorar as condições de vida das
populações vulneráveis, evitando o aumento da prevalência da LV no Brasil. A epidemiologia
da doença está diretamente vinculada à vulnerabilidade social, de infraestrutura e influência dos
fatores ambientais. (Wijerathna et al., 2017; Who, 2021).
Em 1913, foi registrado o primeiro caso de leishmaniose visceral (LV) em território
brasileiro (estado de Mato Grosso, região Centro-Oeste), e a partir de 1980, com a
intensificação da expansão e urbanização das cidades, tem sido observadas epidemias. Um
estudo realizado nos estados da região Centro-Oeste verificou que a ocorrência de LV está
relacionada às características epidemiológicas que incluíram: variáveis climáticas (temperatura
e precipitação); fatores socioeconômicos (com prevalência em populações de baixa renda;
indivíduos residentes na zona urbana e sexo masculino; idade de zero a 14 anos; óbitos a partir
dos 40 anos e destaque a partir dos 60 anos); vulnerabilidade de infraestrutura urbana (áreas
com aglomerações populacionais, fluxo migratório, degradação ambiental, inadequadas
condições higiênico-sanitárias; distúrbios antrópicos); presença do vetor, cães e outros animais.
Estudos relacionados aos aspectos regionais da epidemiologia da LV podem auxiliar na adoção
de estratégias para melhor efetividade no seu controle (Àvila, et al, 2023).
No Brasil, apesar dos esforços para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado para
a LV, 5-10% dos casos ainda apresentam desfecho fatal. O estado de Mato Grosso é endêmico

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para a doença e de 2007 a 2018, dos 377 casos registrados, 46 (12,2%) evoluíram para óbito
por LV. O diagnóstico tardio foi a causa relacionada aos desfechos fatais por LV. Neste
contexto se faz necessário o fortalecimento dos serviços de atenção primária para o
reconhecimento e tratamento precoce da doença (Carvalho et al., 2022).

3 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo ecológico com análise de série temporal, de caráter descritivo e


quantitativo. Fez uso de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos e
Notificações (SINAN), disponíveis no programa TABNET do departamento de informática do
Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS) referentes ao número total de casos humanos
de LV no Maranhão, por ano de notificação (2010 a 2020), bem como os dados populacionais.
As variáveis analisadas foram sexo, faixa etária, cor/raça, escolaridade, zona de
residência e evolução (cura e óbito). Os campos ignorados ou em branco se referem ao não
preenchimento da informação. Na variável escolaridade houve o somatório das categorias de
ensino incompleto e completo, bem como dos ignorados (Ig), em branco (Br) e não se aplica
(NA).
O Modelo Linear Generalizado (GLM) com distribuição de Poisson foi utilizado para
entender qual a associação da LV aos fatores epidemiológicos. Para as variáveis sexo, idade,
escolaridade, cor/raça e zona de residência foram calculados o Odds Ratio (razão de
possibilidade) e Intervalo de Confiança (IC 95%).
A taxa de incidência foi calculada de acordo com Brasil (2014) e a de letalidade e de
mortalidade foram calculadas de acordo com Almeida et al. (2020). Para análise da Taxa de
Incremento Anual (TIA) utilizou-se a regressão de Prais-Winsten para entender a dinâmica da
doença por variável ao longo dos anos. Dessa maneira, foi possível entender se a doença
apresentou tendências de crescimento, diminuição ou estabilidade durante o período. O cálculo
baseou-se no estudo de Antunes (2005) e aplicado por Böhm et al. (2016), que calculou a TIA
a partir dos dados da regressão: TIA= [-1+(10b)]*100, em que b é o coeficiente de inclinação
da reta na regressão Prais-Winsten. As tendências foram consideradas significativas quando os
valores de p da regressão apresentaram α ≤ 0,05. Caso contrário, as tendências foram
consideradas estáveis. As análises foram elaboradas no Programa estatístico PAST 4.10.
A análise espacial da LV humana (LVH) foi realizada no estado do Maranhão que conta
com 217 municípios e uma área estimada em 332 mil km² (Figura 1). Os mapas foram
elaborados no QGIS, software livre de geoprocessamento. A tabela com os dados da taxa de

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incidência foi associada ao arquivo de representação espacial (shapefile), disponibilizado pelo


IBGE - Base cartográfica - Malhas Territoriais (IBGE, 2021).

Figura1
Localização da área de estudo (Maranhão, Brasil)

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Fonte: autores (2023)

Ressalta-se que, não houve necessidade de submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa,


uma vez que se trata de um estudo sobre dados secundários oficiais de domínio público, sem a
identificação dos sujeitos. Esta pesquisa atende a Resolução CONEP No 466/2012.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No Brasil, entre 2010 e 2020, foram registrados 38.634 casos de LVH e destes 13,79%
(5329 casos) foram notificados no Maranhão, sendo o mais prevalente da região Nordeste.
Pode-se observar que entre 2016 e 2018, a prevalência da LVH, no Maranhão, esteve acima de
10% (Figura 2). Dos 217 municípios que compõem o Estado, 136 (62,7%) tiveram pelo menos
um caso confirmado de LVH. O município de São Luís do Maranhão apresentou a maior
prevalência de casos notificados (40,68%), seguido por Imperatriz (12,01%) e Caxias (5,48%),
que por sua vez, representam juntos 58,17% do total de casos do Estado.

Figura 2
Número total de casos e a prevalência de LVH notificados no estado do Maranhão, entre
2010 e 2020
800 16
13,6 13,6
700 12,2 14
Número de casos confirmados

600 727 12
9,7 9,7 725
Prevalência (%)

650
500 8,1 10
8,1
400 7,1 519 6,8 8
6,6 519
432 431
300 6
381 4,3 361
354
200 4
230
100 2

0 0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Total de casos Prevalência (%)

Fonte: autores (2023)

A LV está em constante expansão mundial. No Brasil, a sua distribuição é registrada em


todas as regiões. A região Nordeste se destaca com maior prevalência de casos (53,9%) no
período de 2017 a 2019 (Silva et al., 2021) e entre 2010 e 2019 (Lima et al., 2021) quando

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comparado com as outras regiões. O aumento de 28,5% de LV no Brasil, em 2017, justificou o


aumento de 26,4% nas Américas (Opas, 2019).
A concentração dos municípios com notificação de LV, no triênio de 2009 a 2011, foram
registrados na região Nordeste, no estado do Pará (região Norte), no norte de Minas Gerais
(região Sudeste) e no estado de Mato Grosso do Sul (região Centro-Oeste. E nesse mesmo
período, o Maranhão concentrou 85,7% dos casos da doença notificados em 45 municípios
(IPEA, 2016). Neste contexto, o município de São Luís (MA) apresentou maior prevalência de
casos notificados. Este município, no período de 2014 a 2017 foi apontado como uma zona de
transmissão intensa de LV (Coimbra et al., 2019).
Quanto ao perfil epidemiológico, do total de 5329 indivíduos acometidos por LV, 63,9%
(3404) foram do sexo masculino e 36,1% (1925) do feminino. Comparando-se a prevalência da
LV entre o sexo e a faixa etária, a de 1 a 9 anos foi predominante no sexo feminino (55%) e
masculino (34,9%). Na escolaridade, o masculino foi predominante em todos os níveis de
ensino. No perfil dos acometidos pelo agravo verificou-se uma maior frequência dos casos
confirmados no sexo masculino (63,9%), faixa etária entre 1 e 9 anos (42,3%), cor/raça parda
(74,3%), ensino fundamental (27,4%) e zona de residência urbana (62,1%) (Tabela 1).

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Tabela 1
Perfil sociodemográfico dos notificados com LV, no estado do Maranhão, entre 2010 e 2020
Variáveis Masculino Feminino Total
n (%) n (%) n (%)
Faixa etária
<1 Ano 348 (10,2) 348 (18,0) 696 (13,1)
1-9 1187 (34,9) 1069 (55,6) 2256 (42,3)
10-19 279 (8,2) 147 (7,6) 426 (8,0)
20-39 875 (25,7) 206 (10,7) 1081 (20,3)
40-59 533 (15,6) 108 (5,6) 641 (12,0)
60-69 125 (3,7) 31 (1,6) 156 (2,9)
70 e + 57 (1,7) 13 (0,7) 70 (1,3)
Ig/Br 0 (0,0) 3 (0,2) 3 (0,1)
Escolaridade
Analfabeto 142 (4,2) 40 (2,1) 182 (3,4)
Ensino Fundamental 1142 (33,5) 318 (16,5) 1460 (27,4)
Ensino médio 289 (8,5) 110 (5,7) 399 (7,5)
Ensino superior 20 (0,6) 7 (0,4) 27 (0,5)
Ig/Br/NA 1811 (53,2) 1450 (75,3) 3261 (61,2)
Raça
Branca 525 (9,9)
Preta 564 (10,6)
Amarela 59 (1,1)
Parda 3958 (74,3)
Indígena 126 (2,4)
Ig/Br 97 (1,8)
Zona de residência
Urbana 3310 (62,1)
Rural 1423 (26,7)
Periurbana 74 (1,4)
Ig/Br 522 (9,8)
Fonte: SINAN (2022). Legenda: Ig – ignorado; Br – branco; NA – não se aplica

No Maranhão, mais de 50% indivíduos acometidos por LVH, em todas as faixas etárias,
são do sexo masculino. Esse dado corrobora com estudos realizados em Pernambuco (62,35%)
(Buarque et al., 2021), em Fortaleza (65,1%) (Rodrigues et al., 2017), em Tocantins (59,96%)
(Martins et al., 2020), no Rio Grande do Norte (67%) (Lima et al., 2018) e em Marrocos
(KAHIME et al., 2017). Essa maior suscetibilidade do sexo masculino ainda não está totalmente
esclarecida, mas pode estar relacionada a uma questão cultural, não se importando com a
patologia (Martins et al., 2020). Diferentemente no estudo realizado no município de Aldeia
Altas foi observada maior incidência de LV no sexo feminino (Lima et al., 2020).
Crianças são mais acometidas por LVH (Martins et al., 2020; Pezente, 2020; Batista et
al., 2021; Benedetti; Buarque et al., 2021;). A imaturidade do sistema imunológico, a maior
exposição ao vetor no peridomicílio e o estado nutricional podem justificar essa maior
prevalência (Brasil, 2014). Além dessa faixa etária foi registrado prevalência alta na de 20 a
29 anos (Benedetti; Pezente, 2020) e na de 20 a 39 anos (Batista et al., 2021; Buarque et al.,
2021; Martins et al., 2020).

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A raça parda foi a mais acometida no Maranhão e esse dado corrobora com a pesquisa
realizada em Fortaleza (Almeida et al., 2020), em Piauí (Batista et al., 2021) e em Pernambuco
(SOUSA et al., 2018). Entretanto, em Roraima, a raça predominante foi a indígena em 50,0%
dos casos (Benedetti; Pezente, 2020). Essa diferença pode estar relacionada com as
características raciais distintas entre as populações de cada localidade (Almeida et al., 2020).
A escolaridade foi definida como uma variável proxy, cuja frequência está relacionada
com condições socioeconômicas baixas e vulnerabilidades dos indivíduos acometidos pela
doença (AlmeidA et al., 2020). Neste estudo, a doença afetou, mais frequentemente, indivíduos
de baixa escolaridade. Dados semelhante foram encontrados em pesquisa realizada em
Fortaleza, entre 2007 e 2017 (Almeida et al., 2020).
A zona urbana é a que concentra o maior número de indivíduos com LV, conforme,
também, observado por Silva et al. (2021) e Batista et al. (2021). Entretanto, em Roraima foi a
zona rural (Benedetti; Pezente, 2020), assim como em Marrocos (Kahime et al., 2017). Há uma
alteração no padrão de transmissão, pois a doença deixa de ter seu predomínio na zona rural
pelo processo de urbanização. O que pode ser explicado principalmente pela migração de
pessoas do campo para as cidades, o desmatamento e a construção de obras de impacto
ambiental (Reis et al, 2019).
Em relação a evolução da doença foi possível observar um total de 79,3% de cura e
8,6% de óbitos. Na série histórica identificou-se uma oscilação na taxa de letalidade e
mortalidade por LV. A maior taxa de letalidade foi 11,63/100 mil habitantes (2020), enquanto
a de mortalidade foi 1,05/100 mil habitantes (2017) (Tabela 2).

Tabela 2
Evolução da LV no estado de Maranhão, de 2010 a 2020
Ano Br/Ig/NA Cura Abandono Óbito por LV Taxa Taxa
N (%) N (%) N (%) N (%) Letalidade mortalidade
2010 38 (13,8) 226 (82,2) 3 (1,1) 8 (2,9) 2,26 0,15
2011 31 (11,1) 222 (79,3) 4 (1,4) 23 (8,2) 6,04 0,41
2012 24 (15,5) 119 (76,8) 1 (0,6) 11 (7,1) 4,78 0,20
2013 74 (18,8) 287 (73,0) 1 (0,3) 31 (7,9) 5,97 0,55
2014 53 (16,9) 238 (75,8) 3 (1,0) 20 (6,4) 4,63 0,35
2015 44 (11,1) 305 (76,8) 9 (2,3) 39 (9,8) 7,51 0,69
2016 35 (6,4) 448 (81,8) 9 (1,6) 56 (10,2) 8,62 0,98
2017 82 (12,4) 512 (77,7) 5 (0,8) 60 (9,1) 8,25 1,05
2018 37 (5,7) 557 (85,7) 2 (0,3) 54 (8,3) 7,45 0,94
2019 34 (8,5) 328 (82,2) 2 (0,5) 35 (8,8) 8,12 0,60
2020 40 (11,7) 259 (75,5) 2 (0,6) 42 (12,2) 11,63 0,72
Fonte: autores (2023)

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Ao se analisar a evolução do agravo em relação ao sexo, o masculino apresentou maior


alta por cura (64,3%), abandono (65,8%) e óbito por LV (66,5%). Na faixa etária, observou-se
que a evolução dos casos com alta por cura foi maior entre crianças (01 a 09 anos). Há uma
tendência de menor cura em pessoas acima de 60 anos e maior percentual de óbitos. A taxa de
letalidade foi predominante na faixa etária de 70 +, porém a de mortalidade é expressiva a partir
dos 60 anos. A raça parda apresentou maior percentual de cura, abandono, óbito e taxa de
mortalidade por LV, entretanto a raça indígena apresentou maior taxa de letalidade (13,5%). Os
indivíduos com ensino fundamental apresentaram maior alta por cura (28,7%), abandono
(34,1%), óbito (35,4%) e taxa de mortalidade (2,3%) por LV. Os analfabetos apresentam a
maior taxa de letalidade (14,8%). A zona de residência urbana se mantém predominante
também para a evolução da LV e taxa de mortalidade (3,7%), porém a taxa de letalidade foi
mais prevalente na rural (7,3%) (Tabela 3).

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Tabela 3
Evolução, taxa de letalidade e mortalidade pela LVH no estado de Maranhão, de 2010 a 2020,
de acordo com o perfil sociodemográfico
Taxa Taxa
Variável Cura Abandono Óbito LV Ig/Br
mortal. letal.
n (%) n (%) n (%) n (%) (%) (%)
Sexo
Masculino 2250(64,3) 27(65,8) 252(66,5) 308(62,6) 7,2 7,4
Sexo

Feminino 1251(35,7) 14(34,1) 127(33,5) 184(37,4) 3,5 6,6

<1 433(12,4) 2(4,9) 77(20,3) 73(14,8) 6,1 11,1


01-09 1512(43,2) 10(24,4) 80(21,1) 228(46,3) 6,3 3,5
Faixa Etária (anos)

10 -19 297(8,5) 2(4,9) 19(5,0) 41(8,3) 1,4 4,5


20-39 731(20,9) 22(53,7) 72(19,0) 79(16,0) 3,1 6,7
40-59 412(11,8) 4(9,8) 79(20,8) 48(9,8) 5,5 12,3
60 a 69 89(2,5) 1(2,4) 28(7,4) 14(2,8) 7,4 17,9
70 e+ 25(0,7) 0(0,0) 23(6,1) 9(1,8) 7,9 32,9
Ig/Br 2(0,1) 0(0,0) 1(0,3) 0(0,0) -- --
Branca 340 (9,7) 4 (9,8) 33 (8,7) 54 (11,0) 0,6 6,3
Preta 369 (10,5) 5 (12,2) 47 (12,4) 45 (9,1) 0,8 8,3
Amarela 44 (1,3) 0 (0,0) 2 (0,5) 6 (1,2) 0,0 3,4
Zona de Escolaridade Cor/Raça

Parda 2626 (75,0) 30 (73,2) 273 (72,0) 355 (72,2) 4,7 6,9
Indígena 71 (2,0) 0 (0,0) 17 (4,5) 23 (4,7) 0,3 13,5
Ig/Br 51 (1,5) 2 (4,9) 7 (1,8) 9 (1,8) -- --
Analfabeto 100 (2,9) 3 (7,3) 27 (7,1) 25 (5,1) 0,5 14,8
EF 1004 (28,7) 14 (34,1) 134 (35,4) 118 (24,0) 2,3 9,2
EM 292 (8,3) 6 (14,6) 27 (7,1) 30 (6,1) 0,5 6,8
ES 17 (0,5) 0 (0,0) 3 (0,8) 3 (0,6) 0,1 11,1
Ig/Br/NA 2088 (59,6) 18 (43,9) 188 (49,6) 316 (64,2) -- --
Urbana 2293 (65,5) 26 (63,4) 214 (56,5) 289 (58,7) 3,7 6,5
residênci

Rural 839 (24,0) 9 (22,0) 104 (27,4) 142 (28,9) 1,8 7,3
Periurbana 40 (1,1) 1 (2,4) 4 (1,1) 2 (0,4) 0,1 5,4
Ig/Br 329 (9,4) 5 (12,2) 57 (15,0) 59 (12,0) -- --
a

Fonte: SINAN (2022) Legenda: Ig – ignorado; Br – branco; NA – não se aplica; EF – Ensino Fundamental; EM
– Ensino médio; ES – Ensino Superior

O percentual de cura em Maranhão, no período estudado, foi similar ao percentual nas


Américas (64,3%) (Opas, 2021). A letalidade de 6,8% no período de 2010 a 2020 foi inferior à
média nacional (7,2%) no período de 2003 a 2018 (Brasil, 2019). No continente americano, a
taxa de letalidade vem aumentando gradativamente, passando de 3,1% (2000) para 9,5% (2020)
(Brasil, 2022; OPAS, 2021). A proporção de óbitos no sexo masculino foi maior como
evidenciado no estado do Tocantins (Martins et al., 2020). Um dos fatores que influencia na
letalidade é o diagnóstico tardio (Benedetti; Pezetti, 2020). A identificação precoce dos
pacientes é importante, sendo necessário realizar medidas profiláticas e terapêuticas adequadas
(RODRIGUES et al., 2017). Observou-se também uma tendência de menor cura, maior taxa de
mortalidade e de letalidade em indivíduos idosos, o que pode estar relacionado com sistema
imunológico desses indivíduos (Brasil, 2014).

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A LVH, no estado do Maranhão, foi registrada com incidência alta em alguns


municípios, em todos os anos da série história, com exceção de 2012. Dos municípios com o
ocorrência do agravo, a incidência foi 1 até 33,04 casos/100 mil hab. Neste cenário observou-
se dois municípios com incidência muito intensa (Porto Franco e Presidente Dutra), 14 com
estratificação de intensa e 41 com incidência alta. No continente americano, entre 2001 e 2020,
o coeficiente médio de incidência foi 2,0 casos/100 mil hab. (Brasil, 2022; Opas, 2021). Os
determinantes sociais e ambientais da saúde estão relacionados às maiores taxas de incidência
de LV (IPEA, 2016). Observou-se, também, o avanço da presença da LVH em municípios que
inicialmente eram identificados como silenciosos e no decorrer dos anos passaram a registrar
notificação de casos da doença.

Figura 3
Incidência dos casos de LVH, nos municípios do estado do Maranhão,
de 2010 a 2020

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Nota: A numeração utilizada para identificar os municípios destacados é a mesma utilizada na


Figura 1
Fonte: autores (2023)

Os fatores climáticos e ambientais, a intensa expansão urbana e desmatamento são


favoráveis ao vetor e ao processo de transmissão (Reis et al., 2019). A temperatura de
aproximadamente 20ºC e umidade acima de 90% são condições ambientais ideias para o
desenvolvimento do vetor (Fiocruz, 2022). O Maranhão apresenta clima quente com média
acima de 18ºC em todos os meses, o que favorece este cenário (IBGE, 2002). As taxas de
incidência aumentam na proporção da elevação da temperatura e precipitação indicando essa
relação com o número de casos da LV (Mendes et al., 2016).
Um estudo, em uma área endêmica para a LVH, no Maranhão revelou que 76% da
população não tem acesso às informações sobre o agravo pelos Agentes Comunitários de Saúde
(ACS). E 95% não assistiram palestras ou tiveram acesso a outro meio de divulgação sobre a
doença (Lopes et al., 2019).
A análise de tendência mostrou estabilidade para incidência de casos em ambos os sexos
e em todas as categorias de cor/raça. Observou-se que as idades de 20 a 69 anos apresentaram
tendência ao crescimento. Em relação ao tempo de estudo, houve tendência ao crescimento
entre indivíduos com nível de escolaridade fundamental e médio. A zona de residência
periurbana mostrou tendência ao declínio (Tabela 4). No Rio Grande do Norte, foi observado

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um aumento de casos, a partir dos 20 anos e uma diminuição na faixa etária de 0 a 9 anos, o
que sugere uma relação com o estado nutricional e imunizações infantis (Lima et al., 2018).

Tabela 4
Taxa de Incremento Anual da LVH, no estado de Maranhão, de 2010 a 2020, considerando a
incidência pelas variáveis do perfil epidemiológico
Taxa de Incremento
p-
Variável analisada Anual Situação
valor*
(TIA)
Masculino 108,92 0,22 Estável
sexo
Feminino 8,64 0,52 Estável
<1 ano 2,32 0,5 Estável
entre 1 e 9 -2,18 0,97 Estável
10 a 19 1,23 0,42 Estável
Cresciment
0,03*
Faixa etária 20 a 39 14,81 o
(anos) 0,002 Cresciment
40 a 59 17,48 * o
Cresciment
60 a 69 4,71 0,01* o
70 e+ 1,39 0,06 Estável
Analfabeto 2,32 0,08 Estável
Cresciment
E. Fundamental
Escolaridad 20,22 0,04* o
e 0,001 Cresciment
E. Médio
12,2 * o
E. Superior 0,23 0,65 Estável
Branca -1,14 0,76 Estável
Parda 4,71 0,25 Estável
Cor/raça Preta 44,54 0,44 Estável
Amarela 0,06 0,84 Estável
Indígena 4,71 0,34 Estável
Urbana -33,93 0,87 Estável
Zona de
Rural -12,9 0,76 Estável
residência
Periurbana -2,27 0,04* Declínio
*Valores que apresentam α ≤ 0,05
Fonte: autores (2023)

As chances dos indivíduos de contrair a infecção por LVH, no Maranhão, de acordo


com o perfil epidemiológico e a categoria de referência (Tabela 5) são: sexo masculino (55
vezes mais); faixa etária de 1 a 9 anos (7,8 vezes mais) e de 20 a 39 anos (1,6 vezes mais),
porém pessoas com mais de 60 anos, possuem 50% menos chances; ensino fundamental (5,3
vezes mais); indivíduos pardos com 99% mais chances e aqueles que possuem zona de
residência rural apresentam 71 vezes mais chance de se infectar com a LVH enquanto na zona
urbana é de 5 vezes.

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Tabela 5
Associação da LVH aos fatores sociodemográfico dos acometidos, no Maranhão, Brasil, entre
2010 e 2020
Odds
Variável analisada Estimativa valor-p
Ratio
Feminino Categoria de referência
Sexo
Masculino 4,02 55,93 0,0009
< 1 ano Categoria de referência
1a9 2,06097 7,854 5,73E-16
10 a 19 -0,35535 0,701 0,0754
Faixa etária
20 a 39 0,5027 1,653 0,012841
(anos)
40 a 59 -0,07723 0,926 0,696013
60 a 69 -0,71226 0,491 0,000556
70 e+ -0,82459 0,438 8,05E-05
Analfabeto Categoria de referência
E. Fundamental 1,6762 5,345 6,31E-11
Escolaridade
E. Médio 0,2829 1,327 0,1443
E. Superior -0,2032 0,816 0,2914
Parda Categoria de referência
Branca -4,513 0,011 <2e-16
Cor/raça Indígena -5,042 0,006 <2e-16
Amarela -5,1284 0,006 <2e-16
Preta -4,4644 0,012 <2e-16
Periurbana Categoria de referência
Zona de
Rural 1,77616 5,907 0,00359
Residência
Urbana 4,26494 71,16 1,85E-08
*Valores em negrito apresentam α ≤ 0,05
Fonte: autores (2023)

5 CONCLUSÕES

O perfil epidemiológico da LVH no Maranhão permitiu observar que a sua expansão


pode estar relacionada com o sexo, faixa etária, escolaridade e urbanização do vetor. O
crescimento das cidades não planejado, mudanças socioambientais, migração de populações
humanas e caninas oriundas de áreas endêmicas, o abandono do tratamento pelos indivíduos
doentes e a falta de informações sobre a doença oportunizam a expansão do parasito em novos
ambientes e criam um cenário adequado para disseminação da LVH.
A análise espaço-temporal da LVH no Estado, em 10 anos, se alterou, o que revela ainda
uma ineficiência das políticas públicas em saúde para contenção da doença. Isso reforça o
conceito de negligência desse agravo.
Não havendo vacina contra LVH, as medidas para a prevenção e a redução da doença
devem ser pautadas no monitoramento ambiental e controle de vetores e reservatórios, na
educação em saúde da população, na proteção individual, na capacitação de médicos e
enfermeiros para o diagnóstico precoce e tratamento dos doentes. E para isso é fundamental a
implementação de estratégias, serviços e ações governamentais eficientes, bem como o

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desenvolvimento de novas políticas públicas em saúde para a redução do agravo,


principalmente em áreas endêmicas.

REFERÊNCIAS

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