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001
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE
CADERNO DE ENSINO
COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA
1ª Edição
2023
EB60-CE-11.001
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DO EXÉRCITO
CADERNO DE ENSINO
COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA
1ª Edição
2023
PORTARIA – DECEx / C Ex Nº 342, DE 10 DE OUTUBRO DE 2023.
Art 2º Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicação.
CAPÍTULOS Página
CAPÍTULO I — INTRODUÇÃO
1.1 Finalidade............................................................................................................................ 1-1
1.2 Considerações Iniciais.......................................................................................................... 1-1
1.3 Definições Básicas de Comunicação e seus níveis de planejamento................................... 1-2
CAPÍTULO II — OS FUNDAMENTOS DA COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA
2.1 Considerações Gerais........................................................................................................... 2-1
2.2 Concepção da Comunicação Estratégica.............................................................................. 2-1
2.3 A Comunicação Estratégica do Exército (Institucional)........................................................ 2-4
2.4 Campanha permanente de Comunicação Estratégica (Sistemática).................................... 2-6
2.5 Campanha Conjuntural de Comunicação Estratégica (Exploratória).................................... 2-11
2.6 O gabinete (Ad Hoc) de gestão da Comunicação Estratégica............................................... 2-16
CAPÍTULO III — O PLANEJAMENTO DE COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA
3.1 Concepção geral de planejamento....................................................................................... 3-1
3.2 Fases do Planejamento de Comunicação Estratégica........................................................... 3-3
3.3 Documentos de Comunicação Estratégica........................................................................... 3-23
CAPÍTULO IV— A COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA NAS OPERAÇÕES MILITARES
4.1 Considerações Gerais........................................................................................................... 4-1
4.2 Integração com as Operações Militares............................................................................... 4-3
4.3 Sincronização e alinhamento com as CRI............................................................................. 4-8
4.4 Potenciais conflitos no ambiente informacional com as capacidades de comunicação...... 4-15
4.5 Integração e sincronização das capacidades do ambiente informacional............................ 4-18
4.6 Planejamento de Comunicação Estratégica nas Operações Militares.................................. 4-20
ANEXOS Página
ANEXO A - ANÁLISE DE COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA............................................................ A-1
ANEXO B - MODELO DE DESENHO OPERACIONAL DO AMBIENTE INFORMACIONAL.............. B-1
ANEXO C - DIMENSÃO HUMANA - PERSPECTIVA COGNITIVA DOS PÚBLICOS PRIORITÁRIOS C-1
GLOSSÁRIO
REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1 FINALIDADE
1.1.1 O presente Caderno Escolar (CE) tem por finalidade estabelecer a orientação e os princí-
pios doutrinários a respeito da Comunicação Estratégica (Com Estrt) no Exército Brasileiro, com
foco na existência de um ambiente informacional complexo, difuso, interativo, midiático, com
grande fluxo de informações, sujeito à desinformação e à guerra de narrativas1, capazes de influ-
enciar a opinião pública2.
1.1.2 A elaboração deste caderno escolar tomou como referência publicações de manuais do
Ministério da Defesa (MD), da Diretriz de Comunicação Estratégica do Exército Brasileiro e de
manuais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e do Exército dos Estados Unidos
(US Army), além do Projeto Interdisciplinar do Curso de Altos Estudo de Política e Estratégia 2021
– “A Comunicação Estratégica como vetor da consecução dos Objetivos Estratégicos do Exército”.
Buscou-se assegurar a harmonia e o alinhamento dos procedimentos a serem adotados no âm-
bito da F Ter com os praticados nas operações conjuntas.
1
NARRATIVA (no contexto da dimensão informacional): Para a Comunicação Estratégica do Exército Brasileiro, nar-
rativa é: uma versão de um fato ou entendimento que perdura no tempo por intermédio da imprensa e da mídia
digital, sendo utilizada na construção de conteúdo informacional. Essas narrativas podem ou não ser construídas
e/ou disseminadas por atores determinados com ou sem o intuito de que públicos específicos as adotem como
verdadeiras. É um dos fatores que balizam o planejamento da comunicação estratégica.
2
OPINIÃO PÚBLICA (EB20-MF-03.103): Conjunto de opiniões individuais sobre um mesmo fato, composto em um
determinado momento, que pode ser medido cientificamente por meio de pesquisa.
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final desejado.
1.2.2 Para isso, a comunicação deve estar umbilicalmente associada ao sistema de gestão da
instituição e fazer parte de sua identidade, sua cultura e valores institucionais. É necessário um
planejamento consistente e unificado, de modo a alinhar, integrar e sincronizar as ações, ima-
gens e mensagens de toda a organização. Assim, deve ser uma Comunicação Estratégica, pois
seu planejamento deixou de ser uma atividade meramente setorial e passou a ser tratado no
mais alto nível das organizações, o nível estratégico.
1.3.1 Comunicação é uma palavra derivada do termo latino "communicare", que significa "par-
tilhar, participar algo, tornar comum". A comunicação entre uma fonte emissora e um destinatá-
rio receptor é estabelecida por um veículo, canal ou meio transmissor, sujeito a ruídos ou inter-
ferências, realimentando-se continuamente. A esse fluxo de informações dá-se o nome de pro-
cesso comunicacional. À luz dos aspectos que, em última análise, conformam a interação social,
tornou-se comum a adoção do termo Comunicação Social como instrumento que possibilita e
determina a interação social.
1.3.3 A Comunicação Pública é uma importante ferramenta que os governos podem utilizar
para a promoção da saúde pública. Essa comunicação com a sociedade (comunicação pública) na
maioria das abordagens com o seu público de interesse inclui como ideias centrais a influência
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ou mudança de comportamento e o foco nos assuntos de interesse público, criando assim a sua
distinção da comunicação de caráter comercial.
1.3.6 A Comunicação Integrada inclui, alinha e integra a comunicação interna e externa, vi-
sando atingir os objetivos da organização e criar uma imagem positiva de confiança, construindo
relacionamentos de longo prazo. É o processo de planejar e executar ações em diferentes canais.
Com essa interligação de estratégias e discursos, a instituição fortalece sua marca, cria e conso-
lida sua identidade com seus públicos-alvo e garante um bom posicionamento no mercado e na
sociedade em geral.
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nacional, podendo inclusive compor um contexto da guerra de informação3. A Com Estrt ocorre
por processos interagências pautados pelas necessidades de integração, coordenação e sincro-
nização dos esforços de comunicação, visando a contribuir para a criação, fortalecimento ou
preservação de condições favoráveis aos interesses e objetivos nacionais.
1.3.11 Em caso de emprego da F Ter, cabe destacar a manobra informacional4 que será
3
GUERRA DE INFORMAÇÃO (EB20-MF-03.109) – Conjunto de ações destinadas a obter a superioridade das informa-
ções, afetando as redes de comunicação de um oponente e as informações que servem de base aos processos deci-
sórios do adversário, ao mesmo tempo em que garante as informações e os processos amigos.
4
MANOBRA INFORMACIONAL (EB20-MF-03.109) – Conjunto de ações executadas de forma sistematizada por dife-
rentes Capacidades Relacionadas à Informação (CRI), cuja sinergia destas busca afetar a dimensão informacional,
seguindo linhas de esforços estabelecidas, contribuindo assim para atingir os efeitos desejados delineados.
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1.3.12 Nesse contexto de emprego, as mensagens são subordinadas aos temas e são construídas
com informação precisa, para um público específico5, para criar os efeitos desejados. As mensa-
gens são preparadas de forma a construir uma rede de argumentos com as comunicações ante-
riores e com os temas para um determinado momento, lugar, meio de difusão e público. Sua
natureza flexível e mais dinâmica fornece para os comunicadores e planejadores o espaço de
manobra na perspectiva cognitiva do ambiente informacional para criar efeitos mais variados.
1.3.13.1.2 O Planejamento Estratégico deve conter de forma clara a missão, a visão de futuro,
os objetivos estratégicos, as estratégias e as metas a serem alcançadas para a instituição de
forma a não gerar dúvidas em quem pretenda conhecer a sua razão de ser perante a sociedade
na qual se insere.
1.3.13.1.3 O trabalho se inicia no Planejamento Estratégico da empresa, em um trabalho com
uma visão para o horizonte temporal de três a cinco anos. No segundo nível, o Planejamento
Tático realiza o Plano de Marketing com validade normalmente para um ano. E o terceiro nível é
o do Planejamento Operacional no qual são elaborados os Planos Promocionais, para o curto
prazo de menos de um ano entre elaboração e conclusão.
5
PÚBLICO ESPECÍFICO é uma técnica empregada no marketing e na publicidade para eleger o consumidor ideal de
um produto ou serviço. É construído estrategicamente através da comunicação e das ações. No ambiente de segu-
rança e defesa o termo é semelhante aos PÚBLICOS DE INTERESSE ou PÚBLICOS PRIORITÁRIOS, uma segmentação
dos Grupos de Interesse (STAKEHOLDERS).
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1.3.13.1.4 Nestes três níveis a troca de informações é contínua para que sempre haja o feedback
e o aprimoramento entre eles, objetivando a melhoria do processo, conforme tabela a seguir que
facilita o entendimento de procedimentos similares no ambiente militar.
Níveis de
Planejamento Organização Direção Controle
planejamento
1.3.13.2.2 As limitações às ações militares estabelecidas pelo nível político decorrem, na prá-
tica, de fatores que condicionam as políticas de governo ao buscar seus objetivos. Tais fatores
são geralmente de natureza política e jurídica. Eles devem ser corretamente identificados no ní-
vel político e transmitidos ao nível estratégico, para que este gere as suas ações estratégicas.
1.3.13.2.3 Da correta integração entre os representantes dos três níveis vem o sucesso das
instituições. Daí surge a Comunicação Estratégica como a ferramenta utilizada para realizar a
comunicação do cumprimento da missão estabelecida pela Alta Administração da instituição
no Plano Estratégico, por intermédio das ações realizadas nos demais planos.
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1.3.13.2.4 Como resultado de todo esse esforço, vários documentos foram elaborados. Algumas
portarias do Comandante do Exército e do EME, como a que instituiu as regras para o emprego
das mídias sociais, começaram a ser publicadas em 2019. Mas foi no ano seguinte que o arca-
bouço normativo se completou. A Portaria nº 1.237-C Ex, de 23 de novembro de 2020, que
aprova a Diretriz Geral de Comunicação Estratégica no Âmbito do Exército, consolida e integra
conceitos, responsabilidades e ações a realizar.
1.3.13.2.6 Analisar o ambiente informacional com clareza pode ser útil, se não para a obtenção
de balizamento mais claro ao planejamento, pelo menos para se evitar certas armadilhas capazes
de turvar o pensamento e as atitudes. Se é lícito supor que estamos diante de ambientes voláteis,
incertos, complexos e ambíguos, é indispensável que os diversos sistemas que compõem a
1-7
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***
1- 8
CAPÍTULO II
2.1.1 A dimensão informacional tem apresentado grandes desafios para a comunicação, parti-
cularmente pela velocidade, o volume e o alcance com que circulam as informações e, especial-
mente, onde a manipulação, a distorção, a descontextualização, o uso das “fake News”1 e a atu-
ação de hackers2, bots3 e trolls4 levam a desinformação aos diversos públicos de interesse.
2.1.2 O surgimento, cada vez mais frequente de narrativas que são capazes de recriar ou dis-
torcer a realidade dos fatos, que visam a enfraquecer as instituições e atender a interesses pouco
legítimos, tendo o potencial de influenciar a opinião pública. Assim, a comunicação estratégica
assume papel preponderante na preservação e no fortalecimento da imagem do Exército Brasi-
leiro.
2.2.1 Em cada situação, a atividade de Comunicação Estratégica vai depender de uma estraté-
gia de comunicação adequada aos objetivos nacionais e à natureza de uma eventual crise, do(s)
público(s) de interesse e dos meios disponíveis para influenciar ou provocar mudanças. Portanto,
as diretrizes políticas de alto nível são fundamentais, mas essas diretrizes devem disponibilizar
os meios necessários e serem baseadas em uma estratégica sólida e crível.
1
FAKE NEWS (CEP): mensagem fraudulenta, fabricada e deliberadamente mentirosa, produzida e disseminada com
a intenção de enganar e não de informar um fato e que, por isso, contribui para a desinformação. Utiliza-se, primor-
dialmente, dos recursos da informática para imitar fontes genuínas, como instituições de Estado ou mesmo veículos
consolidados de imprensa, e da velocidade, alcance e escala das mídias sociais e da internet para divulgação. Encon-
tra solo fértil nas bolhas informacionais, principalmente, devido ao viés de confirmação.
2
HACKERS: são pessoas com um conhecimento profundo de informática e computação que trabalham desenvol-
vendo e modificando softwares e hardwares de computadores, não necessariamente para cometer algum crime.
Eles também desenvolvem novas funcionalidades no que diz respeito a sistemas de informática.
3
BOTS: programas de software que executam tarefas automatizadas, repetitivas e pré-definidas. Os bots normal-
mente imitam ou substituem o comportamento do usuário humano.
4
TROLL: é um termo utilizado como gíria na internet, designando uma pessoa cujo comportamento ou comentário
desestabiliza uma discussão. Na internet, o troll é aquele usuário que provoca e enfurece as outras pessoas envolvi-
das em uma discussão sobre determinado assunto, com comentários injustos e ignorantes.
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2.2.2 A comunicação deve ser integrada e sincronizada para evitar a duplicidade de esforços e
a dispersão de recursos humanos e materiais; unificar o discurso da organização; uniformizar
valores e conceitos; unificar e consolidar a cultura da organização; e solidificar a imagem corpo-
rativa da instituição.
2.2.3 A Com Estrt atua em sintonia e de forma coordenada com as Operações de Informação
(Op Info), ainda que apresentem diferentes vetores de comunicação. As Op Info são conduzidas,
prioritariamente, no contexto do emprego da F Ter, com atuação integrada das capacidades re-
lacionadas à informação da própria Força e das demais Forças Armadas no nível operacional,
para influenciar um oponente real ou potencial, diminuindo sua capacidade de tomada de deci-
são (Fig 2-1).
2.2.4 Cabe destacar que a adequação ao Ambiente Futuro visualizado na nova perspectiva de
Paz Relativa, preconizado no EB20-MF-07.101 – Operações de Convergência 2040, orienta a si-
nergia de emprego adequado das capacidades relacionadas a informação com o propósito de
contribuir com o controle da narrativa estratégica, a fim de moldar percepções favoráveis à
Força, desde o tempo de paz relativa até a escalada de uma eventual crise.
2.2.5 A comunicação estratégica, em uma concepção militar, é planejada para cumprir um pro-
pósito, direcionada a um público ou públicos específicos e projetada para produzir os resultados
desejados, que podem ser mudanças na política, nas práticas de uma organização ou no com-
portamento individual. Assim, a comunicação estratégica visa potencializar resultados estraté-
gicos com o melhor uso possível de tempo e recursos.
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Capítulo III desse caderno) preconiza oito passos em seu processo que deverão conter, no mí-
nimo, as seguintes análises elaboradas pelos planejadores:
a) Análise da conjuntura e levantamento do problema estratégico no ambiente informacional,
destacando a importância do papel da comunicação (Passos 1, 2 e 3).
b) Seleção de grupos/públicos-alvo e partes interessadas para solução no nível político, estra-
tégico e operacional (Passo 4).
c) Desenvolvimento da estratégia de comunicação e seleção de parceiros (Passo 5).
d) Determinar as mensagens, textos e imagens com foco nos objetivos políticos e estratégicos
da Instituição (Passos 2 e 5).
e) Seleção dos meios de comunicação (Passo 5).
f) Organizar a comunicação estratégica, realizar o pré-teste e informar os parceiros (Passo 6).
g) Planejamento (em termos de marcos e atividades) da Comunicação Estratégica (Passo 7).
h) Orçamentação das atividades para execução da campanha (Passo 7).
i) Monitoramento e avaliação da campanha (Passo 8).
2.2.8 Ao finalizar o planejamento inicial, os seguintes aspectos devem estar contidos nas dire-
trizes de Com Estrt, a fim de facilitar o trabalho dos planejadores:
2.2.8.1 Timeline (Linha do tempo do Plano): primeiro deve ser esclarecido se o planejamento
estratégico é delineado com objetivos de longo prazo (permanente), ou um plano de comunica-
ção estratégica com objetivos de curto prazo (conjuntural), ou, simplesmente, um plano de co-
municação estratégica para um projeto específico (meio ambiente, por exemplo).
2.2.8.2 Target (Alvo, Público-alvo, Grupos-alvo etc.): em segundo lugar, os planejadores devem
estar cientes se estão lidando com uma campanha de comunicação estratégica para aumentar
o interesse do público, políticos e outros grupos especiais, para uma questão específica, ou para
gerar apoio para políticas ou planos de interesse da instituição – isso é fundamental na comuni-
cação.
2.2.9 Para avaliar o papel da comunicação estratégica nesse ambiente informacional precipi-
tado, superficial, imediatista e conturbado (PSIC), se impõe como absolutamente necessária uma
Força que não pode se fragilizar, e que deve reagir com sereno rigor, sem dar vez à ansiedade,
que deve lidar com um amplo espectro de atuação, e que precisa fazer-se compreender pelos
diversos públicos de interesse. É necessário perceber se o problema se deve a: falta de consciên-
cia de que o assunto é importante; atitudes negativas em relação ao problema ou às soluções; e
falta de habilidades ou “inexperiência” para fazer uma mudança estratégica nos processos e
meios da instituição.
2-3
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2.2.10 Nestes casos, os diferentes estados de conhecimento, atitudes e crenças requerem di-
ferentes soluções de comunicação estratégica, podendo a comunicação ser utilizada como ins-
trumento decisivo para atingir o estado final desejado.
2.3.1 A Com Estrt do Exército é inerente aos escalões Comando do Exército, Órgão de Direção
Geral (ODG), Órgãos de Direção Setorial (ODS), Órgão de Direção Operacional (ODOp) e Coman-
dos Militares de Área (C Mil A), a fim de manter o planejamento e o gerenciamento centralizados
no mais alto nível.
2.3.3 Finalizando essa concepção, cabe destacar as orientações gerais preconizadas na Diretriz
Geral de Comunicação Estratégica no âmbito do Exército (EB10-D-01.018), em consonância com
a Política de Informação do Exército.
2.3.3.1 A Com Estrt deve pautar-se pelo alinhamento, integração e sincronização, de forma que:
a) os discursos em todos os níveis estejam alinhados com a narrativa estabelecida pelo
Comandante do Exército (Cmt Ex);
b) as ações em todos os níveis sejam integradas, de tal forma que suas inter-relações pro-
duzam um efeito sinérgico; e
c) as ações sejam sincronizadas, no tempo e no espaço, produzindo resultados efetivos.
2.3.3.2 Buscar o melhor posicionamento dentro da narrativa vigente, sendo condição essencial à
obtenção da liberdade de ação.
2.3.3.4 A Com Estrt e a Inteligência Militar devem atuar integradas, de modo a proporcionar as-
sessoramento à tomada de decisão visando ao êxito da missão e preservação da narrativa defi-
nida.
2.3.4 A Comunicação Estratégica deve ser flexível o suficiente para adaptar-se às diversas
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situações que podem surgir desde os tempos de paz, passando por todo o espectro dos conflitos,
preservando, entretanto, o seu núcleo alinhado aos valores e objetivos institucionais.
d) buscar parcerias com órgãos externos à Força, como no ambiente conjunto das Forças
Armadas, capazes de multiplicar o efeito das narrativas, combinando atitudes e ações práticas,
com a finalidade de conciliar interesses e coordenar esforços para a consecução de objetivos e
propósitos que atendam à Instituição;
2.3.7 A critério do Cmt Ex, poderá ser constituído um Gabinete ad hoc (Gab ad hoc), para estu-
dar e conduzir crises ou temas institucionais relevantes, estruturado no item 2.6 deste capítulo.
2.3.8 A Dimensão Humana da Força deverá, em todos os níveis, estar alinhada, integrada e sin-
cronizada aos grandes temas, de acordo com a narrativa estratégica estabelecida pelo Cmt Ex.
2.3.9 Para atingir o efeito sinérgico necessário, a Com Estrt do Exército deve pautar-se:
5
PÚBLICOS-ALVO PRIORITÁRIOS: influenciadores de comunicação que podem moldar a percepção da mensagem,
como os líderes de opinião (liderança comunitária, líderes de associações etc.) e os formadores de opinião (profes-
sores, jornalistas, líderes carismáticos etc.).
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a) pelo alinhamento das mensagens, em todos os níveis, com as narrativas aprovadas pelo
Comandante do Exército (Cmt Ex) para os temas institucionais de interesse, buscando dar unici-
dade e coerência aos discursos;
2.3.10 Para que seja possível atingir públicos de interesse, nacionais e estrangeiros, deverão
ser desencadeadas ações integradas de comunicação em outros idiomas, quando aplicável, em
coordenação com a comunicação estratégica conjunta das Forças Armadas.
2.4.2 Com isso, prevalece o entendimento de que mesmo que sejam definidos objetivos de
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SISTEMÁTICA: caracterizada por ser contínua, produzindo um fluxo constante de dados sobre o ambiente informa-
cional, cuja evolução de narrativas deve ser acompanhada.
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2.4.4 No ano de 2021, o Curso de Política Estratégia e Alta Administração do Exército (CPEAEx),
da ECEME, foi demandado na realização de um projeto interdisciplinar (PI) relacionado à Com
Estrt, para o qual estabeleceu-se a seguinte questão de estudo: "Como sistematizar e conduzir a
Comunicação Estratégica no Exército Brasileiro, considerando a complexidade da estrutura orga-
nizacional da Instituição e do ambiente informacional da atualidade, visando que seja um impor-
tante vetor de contribuição para o atingimento dos objetivos estratégicos do Exército?"
2.4.5 Dentro de uma visão prospectiva do cenário brasileiro e internacional, alicerçado por temas
prioritários que afetam e interessam diretamente ao Exército Brasileiro, buscando contrapor-se
às narrativas desfavoráveis à história, aos valores e às entregas da Instituição, o CCOMSEx, em
coordenação com o EME optou pela adoção de linhas de esforço prioritárias para a Comunicação
Estratégica, alinhadas aos Objetivos Estratégicos do Exército (OEE), os quais encontram-se rela-
cionados às missões de cada órgão (ODG, ODS, ODOp e Cmdo Mil A) que compõe a alta adminis-
tração da Instituição.
2.4.6 Por outro lado, as doutrinas de nações amigas, em particular dos Estado Unidos da Amé-
rica (EUA) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), consolidadas no PI CPEAX de
2021, evidenciam a sistematização de uma Com Estrt permanente e outra conjuntural, focada
em situações adversas do cenário estabelecido para a ocasião de emprego, conforme Fig 2-3, a
seguir:
Fig 2-3: Com Estrt baseada nos OEE (Institucional) e outra baseada em Obj Estrt Conjunturais
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2.4.7 Os temas prioritários relacionados aos OEE, definem os principais eventos de cada órgão
de alta administração do Exército para o corrente ano, para os quais as ações de comunicação
social e de relações institucionais (Rei lttc) deverão ser desencadeadas de forma alinhada, inte-
grada e sincronizada, visando alcançar os diversos públicos de interesse e, finalmente, atingir um
determinado efeito desejado.
2.4.8 Cabe ressaltar que a campanha conjuntural de comunicação estratégica não pode estar
relacionada apenas às situações de emprego, elas devem ser realizadas de forma proativa, para
contrapor-se a narrativas adversas que surjam mediante um sensoriamento da Dimensão Infor-
macional ou em caso de crise, normalmente fundamentadas em Diretrizes anuais de Com Estrt
do Cmt Exército ou nos Apoio de Comunicação Estratégica (Ap CE)7.
2.4.9 Essa nova dinâmica impôs a elaboração do que se denominou "Síntese da Com Estrt do
Exército", a partir da qual se criou uma "Matriz de Integração da Com Estrt do Exército" (MICE
Ex), os quais serão detalhados mais adiante, visando uma melhor compreensão por parte de to-
dos sobre a Com Estrt permanente do Exército.
2.4.10.2 Estado Final Desejado: EB reconhecido como instituição moderna, coesa, com elevada
capacidade operacional, logística e gestão administrativa, integrada à sociedade brasileira, base-
ada nos valores e na ética, valendo-se de uma Força Terrestre atualizada tecnologicamente, com-
posta de líderes, em permanente estado de prontidão, capacitada a defender os interesses naci-
onais, proteger o meio ambiente e garantir a paz social.
2.4.10.3 Linhas de Esforço: Serão apresentadas nas Diretrizes anuais de Com Estrt, tendo como
exemplo a Diretriz anual de 2022: Coesão; Operacionalidade; Credibilidade; e Integração com a
Sociedade.
7
APOIO DE COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA: documento elaborado pelo CCOMSEx que visa alinhar os discursos em
situações específicas. Em geral, mantém-se as linhas de esforço da síntese da Comunicação Estratégica do Exército
e os temas institucionais prioritários, que são adaptados para o contexto para o qual o documento foi elaborado,
podendo-se incluir novos temas a explorar e temas a evitar.
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missão de cada órgão dentro dos diversos temas de interesse, favorecendo ao cumprimento da
missão do Exército.
Missão do
Situação atual Linhas de esforço – (2.4.9.3) OEE EFD
EB
O desafio de manter a correta per-
cepção de que o EB é uma instituição COESÃO
permanente e de Estado.
A desinformação da população por
atores com grande poder de influên- OPERACIONALIDADE
cia.
(2.4.9.1) (2.4.9.4) (2.4.9.2)
A politização exacerbada de diversos CREDIBILIDADE
temas de interesse nacional.
2.4.11.1 Conforme trabalho realizado pelo CCOMSEx e a 2ª SCh do EME, foram elencados os
seguintes Objetivos de Com Estrt que constam no Caderno de Ações e Metas de Com Estrt do
Exército (CAMCEEx):
2.4.11.1.2 Elevar o posicionamento da Marca Exército Brasileiro como um ator de nível interna-
cional no cumprimento de missões, por meio da Diplomacia Militar e da ampliação de sua capa-
cidade de projeção de Poder.
2.4.11.1.3 Promover a “Marca Exército Brasileiro” como ator de elevado nível no Desenvolvi-
mento Sustentável Nacional (atuando por meio das capacidades de monitoramento, controle,
apoio à decisão e emprego nas fronteiras nacionais) e no apoio às operações de coordenação e
cooperação com agências na garantia da paz social.
2.4.11.1.5 Divulgar as ações de preparo e emprego da Força e seu Sistema de Prontidão Opera-
cional, baseado na geração de poder por capacidades.
2.4.11.1.6 Difundir que o EB é dotado de uma Doutrina Militar Terrestre autóctone, moderna e
em constante atualização.
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2.4.11.1.8 Divulgar a elevada capacidade da logística militar terrestre, bem como os benefícios
do Sistema Integrado de Gestão Logística.
2.4.11.1.9 Promover a marca EB como ator de grande relevância no relacionamento com a Base
Industrial de Defesa (BID) e na pesquisa, desenvolvimento e inovação de Produtos de Defesa
(PRODE), atendendo aos conceitos de letalidade seletiva e de proteção individual e coletiva.
2.4.11.1.10 Comunicar a “Marca Exército” como modelo de efetividade da gestão do bem pú-
blico por meio da governança corporativa e da racionalização administrativa.
2.4.11.1.11 Promover o EB como instituição dotada de uma sólida cultura e valores institucionais
perenes.
2.4.11.1.13 Promover o EB como instituição dotada de uma moderna gestão de pessoal para os
militares da ativa e veteranos, bem como para a família militar.
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2.4.12.2 Com fulcro nos temas prioritários e nos OCEE, os planejadores devem elencar as ações
estratégicas e as metas a serem alcançadas para atingir o EFD estabelecido no item 2.4.9.2, con-
forme modelo:
o EB como institui-
Pertencer a um Reunir os veteranos
ção dotada de uma Público interno
a) Público OEE 13: For- Público in- exército forte e para eventos de Realizar pelo
moderna gestão de coeso, informado
interno co- talecer a di- terno coeso só faz atualização das menos um en-
pessoal para os mi- e motivado em
eso e moti- mensão hu- (ativa e ve- crescer o meu ações do EB e con- contro por se-
litares da ativa e torno de um
vado. mana. teranos) valor profissio- graçamento com os mestre.
veteranos, bem mesmo ideal.
nal. oficiais da ativa.
como para a família
militar.
-- -- -- -- -- -- -- --
Tabela 2-2: Modelo de ações e metas de Com Estrt com fulcro nos OEE
2.5.1 A Força Terrestre é o instrumento de ação do Exército para atuar no ambiente operacio-
nal. Entretanto, o Exército Brasileiro atua no ambiente estratégico, o qual, da mesma forma que
o ambiente operacional, é um conjunto de condições e circunstâncias que afetam o espaço onde
atuam diversos órgãos e instituições e que interferem na forma como estas são conduzidas,
sendo composto pelas dimensões física, humana e informacional.
2.5.2 Dessa forma, cabe destacar que a campanha conjuntural ocorre somente com fatos no-
vos ou eventos de ruptura do cenário que não estão relacionados aos OCEE da campanha insti-
tucional (Plano de Com Estrt do EB). Tais eventos ocorrem por narrativas adversas (contrárias ou
8
EXPLORATÓRIA: caracterizada por ser eventual, proporcionando dados do ambiente informacional sobre uma nar-
rativa específica em determinado momento.
2-11
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2.5.3 A dimensão informacional abrange os sistemas utilizados para obter, produzir, difundir e
atuar sobre a informação. Reveste-se de destacada relevância em função dos avanços na área de
Tecnologia da Informação e Comunicação, que proporcionaram elevada capacidade de transmis-
são, acesso e compartilhamento da informação.
2.5.4.3 Perspectiva Lógica: resultado da projeção da dimensão Física sobre a dimensão Infor-
macional;
2-12
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2.5.4.5 Liberdade de Ação: se dá por meio da projeção da dimensão Humana sobre a dimensão
Física; e
2.5.4.6 Batalha da Narrativa: se dá por meio da projeção da dimensão Física sobre a dimensão
Humana.
2.5.5 A comunicação estratégica duradoura com contexto, razão/motivo e objetivos/estado
final compõe a estrutura de uma narrativa estratégica. As mensagens devem apoiar os temas
naquele nível, os temas devem apoiar (ou estar alinhados sob) os próximos temas de nível supe-
rior e os temas em todos os níveis devem apoiar temas estratégicos e a narrativa nacional dura-
doura.
2.5.6 Tudo o que fazemos, ou não fazemos, comunica uma mensagem que será percebida de
forma diferente por uma multiplicidade de públicos-alvo, sejam eles amigáveis, solidários, neu-
tros, opositores ou hostis; tanto interna quanto no exterior.
2.5.12 Dessa forma, estabelecido o Plano de Com Estrt do Exército, se otimiza o fulcro que
2-13
EB60-CE-11.001
permite a flexibilidade e a execução das Campanhas Conjunturais, pois as linhas mestras devem
ser dadas pelo Caderno de Ações e Metas e pelas Diretrizes Anuais do Cmt. Assim, o foco na
sistematização do planejamento de Com Estrt Permanente (CEEx) ou de uma Com Estrt Conjun-
tural deverá ser constantemente analisada, conforme a seguir:
a) Inteligência: A inteligência é importante pra todos as fases da Com Estrt, visto que dire-
ciona os esforços comunicacionais e auxilia na percepção de resultados, possibilitando a correção
de rumos;
b) Cenário: A construção/definição de cenários possibilita estabelecer/adequar os objetivos
a serem atingidos, traçar estratégias adequadas e coerentes, definir ações futuras em face de
evoluções da situação, minimizar eventuais perdas;
c) Comunicação: A Com Estrt pressupõe atuação tempestiva e com visão prospectiva, de
modo que a narrativa institucional possa posicionar adequadamente a Força perante a socie-
dade, favorecendo a concretização de seus objetivos, sendo dinâmica e integrada, percorrendo
todos os níveis decisórios da Instituição;
d) Público de interesse: Os chamados “stakeholders”9 deste Sistema são bem definidos, o
que favorece positivamente no planejamento e execução da Com Estrt, ao identificar os públicos
de interesse para desenvolver estrategicamente o esforço de comunicação para cada grupo de
interesse; nesse entendimento pode-se elencar: o militar, a família militar, ex-militares (vetera-
nos e reservistas), recrutar novos talentos, a população de um modo geral, temos ainda que co-
municar também para todos como um bloco de interesses único e com viés de se criar a “cons-
ciência coletiva”;
e) Plano de Com Estrt: A Instituição normatiza o Plano de Com Estrt por meio da emissão
de diretrizes anuais, tendo por base uma legislação de referência de elevado nível (Plano Estrt
do EB e Diretriz do Cmt EB). Assim, o estabelecimento de um plano de comunicação de longo
prazo e integrado permite, via de regra, intervenções graduais e sutis na execução (tendo em
vista a disponibilidade maior de tempo para percepção de eventuais desvios), possibilitando re-
ajustes/adequações no próprio planejamento de forma a inserir, por exemplo, determinadas si-
tuações não prospectadas previamente (proporcionando tempo para que todos entendam a di-
nâmica e se ajustem ao planejado);
9
STAKEHOLDERS: O termo stakeholders foi cunhado pelo filósofo e professor de administração Robert Edward Fre-
eman em, 1983, em um memorando interno no Instituto de Pesquisa de Stanford no qual ele definia o conceito
como “grupos ou indivíduos que, sem seu apoio, a organização deixaria de existir”. Na tradução para o português
podemos entender stakeholders como “parte interessada” ou mesmo “grupos de interesse” que são todas as pes-
soas que, direta ou indiretamente, atribuem algum valor ao sucesso da instituição ou da organização.
2-14
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quais as ferramentas podem ser usadas para monitorar e avaliar o resultado de eventual Com
Estrt desenvolvida. Esse trabalho inicia com a “infraestrutura tecnológica” que seria a capacidade
dos stakeholders terem acesso aos meios de divulgação. Passando por pesquisas de opinião e
outras ferramentas que devem ser aperfeiçoadas dentro de uma mentalidade de melhoria con-
tínua.
2-15
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2.6.2 Por outro lado, a estrutura organizacional do Estado-Maior do Exército estabelece as se-
guintes competências à 2ª Subchefia do EME, relacionadas ao ambiente de informações:
2.6.2.1 Orientar, monitorar e avaliar, no nível de direção geral, o Sistema de Informação do Exér-
cito, o Sistema de Comando e Controle do Exército e o Sistema Governo Digital, principalmente
nas atividades relacionadas às seguintes áreas de atuação:
a) inteligência militar;
b) comunicação estratégica (comunicação social, relações institucionais e mídias digitais);
c) operações psicológicas;
d) operações de informação;
e) imagens e informações geográficas;
f) informações organizacionais;
g) comunicações;
h) cibernética;
i) guerra eletrônica;
2-16
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2.6.2.3 Coordenar e acompanhar a integração das atividades relacionadas às suas áreas de atu-
ação com o Ministério da Defesa, demais Forças Armadas e com outros órgãos do Governo Fe-
deral;
2.6.2.4 Estabelecer ligação técnica com o Centro de Inteligência do Exército (CIE) e com o Centro
de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx), nos assuntos e temas de sua esfera de atribui-
ções; e
2.6.2.5 Acompanhar a execução dos OEE do PEEx, de acordo com sua área de atuação.
2.6.3 Do exposto nos itens supracitados, pode-se inferir que o Gabinete ad hoc de Com Estrt,
quando estabelecido para analisar o ambiente informacional e planejar a comunicação estraté-
gica conjuntural, será coordenado pelo Gab Cmt Ex, em conformidade com a Dtz do Cmt Ex, com
os seguintes representantes:
2.6.4 Estabelecido o Gab ad hoc de Com Estrt, convocado por ato do Cmt Ex e com caráter
episódico, temporário e flexível, os participantes iniciam os trabalhos de planejamento de comu-
nicação estratégica que será aprovado pelo Cmt Ex, conforme sistemática de planejamento pre-
conizada no Capítulo III deste Caderno.
2-17
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CAPÍTULO III
3-1
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1
CRISE (EB20-MF-03.106, Estratégia): Um estado de tensão, provocado por fatores internos e/ou externos e regido
por um choque de interesses que, se não administrados adequadamente, corre o risco de sofrer um agravamento,
até a situação de enfrentamento entre as partes envolvidas.
3-2
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3-4
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4 PLANEJAMENTO Nível estratégico da Com Estrt. (Gab Crise e Gab Com Estrt).
3-5
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3.2.5.9 A gestão, por sua vez, se faz presente durante todo o processo, sendo planejada, execu-
tada e controlada pelos demais atores integrantes da Instituição, tais como ODS, Comandos Mi-
litares de Área, assim como pelos mesmos OADI.
2
TEMAS CIRCULANTES: enquadramentos ou formas de perceber compartilhadas socialmente, atribuídas por deter-
minado grupo humano ou vetor de influência a atores em evidência no ambiente informacional (instituições, perso-
nalidades, organizações, etc), funcionando de forma semelhante às frações significativas dos documentos de inteli-
gência, tornando-se partes a serem aproximadas: os favoráveis a determinado ator são agregados e amplificados e
os contrários são minimizados ou refutados.
3-6
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3-7
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3.2.6.1.8 Para se chegar aos Fatores de Força e Fraqueza, utiliza-se o método de raciocínio car-
tesiano, a partir de seus quatro preceitos fundamentais: evidência, análise, enumeração e sín-
tese. Esses preceitos podem ser assim resumidos e integrados ao Exm Sit Com Estrt:
a) evidência: evita a precipitação e improvisação, aceitando como verdadeiro apenas o
que se apresentar claro e indiscutível como tal. São os “fatos” da matriz de três colunas. Tais
fatos são pertinentes quando relacionados com a missão do Comandante;
b) análise: faz com que as dificuldades de um problema sejam divididas no maior número
possível de partes, buscando resolvê-las uma de cada vez. A análise é realizada nos campos “de-
dução” e “conclusão” da matriz de três colunas;
c) enumeração: busca enumerar, da forma mais completa possível, todos os fatos perti-
nentes, suas deduções e conclusões, fazendo, ainda, com que o planejador realize tantas revisões
quantas necessárias de modo a obter a certeza de que nenhum aspecto relevante foi omitido. A
enumeração é concretizada com a prontificação da matriz de três colunas; e
d) síntese: conduz o pensamento do planejador a partir dos conhecimentos mais simples
para os mais complexos. A síntese é realizada na consolidação das diversas conclusões nos Fato-
res de Força e Fraqueza.
ABIENTE INTERNO - INSTITUCIONAL
FORÇAS FRAQUEZAS
− Falta de estrutura de Com Estrt.
− OCEE estabelecidos.
− Falta de conhecimento de Com Estrt.
− Cenário atualizado constantemente.
− Deficiência de recursos humanos em Com Soc,
− RESISCOMSEx eficiente. ...
Op Info e Op Psc. ...
AMBIENTE INFORMACIONAL EXTERNO
OPORTUNIDADES AMEAÇAS
− Transformar as ações e metas de Com Estrt em − Divisão institucional do Exército baseado nas nar-
execução oportuna, diminuindo a lacuna entre o pla- rativas da mídia.
nejamento e execução (SAY DO GAP). − Imagem institucional enfraquecida pelas mídias
− Fortalecer a credibilidade das instituições por sociais.
ocasião de seu emprego nas ações subsidiárias − Dados de inteligência dos stakeholders defici-
(apoio a Defesa Civil, GVA, Segurança em Grandes ente.
Eventos etc.). − Movimentos sociais em expansão no território.
− Fortalecimento da liderança estratégica e as rela- − Polos ideológicos causa ndo rupturas na socie-
ções de comando em todos os níveis (Coesão). ... dade. ...
Tabela 3-3: Exemplo de Matriz SWOT do ambiente informacional
3-8
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públicos-alvo segmentados3.
3.2.6.2.5 Após a identificação de como comunicar as opções estratégicas, estudar a narrativa
que abarque as ações comunicáveis mediante um estudo calcado na necessidade de conhecer. A
confecção dessa narrativa começa nesse passo e termina com a apropriação do estudo dos pú-
blicos-alvo, realizado no “Passo 4”.
3.2.6.2.6 Por fim, essa proposta inicial de narrativa tem que estar alinhada com a Manobra de
Crise, tendo como base o Estado Final Desejado Estratégico, sendo estabelecidos os Objetivos
Estratégicos de Comunicação (Fig 3-3).
3
PÚBLICOS-ALVO SEGMENTADOS: Tem-se o entendimento que Ações muito abrangentes podem revelar-se inefici-
entes e, até mesmo, ineficazes, cabendo à Força priorizar, selecionar e concentrar ações específicas em determina-
dos públicos-alvo. Essa segmentação é uma decisão estratégica que deve ocorrer durante o planejamento.
3-10
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objetivo desejado ou uma meta. No contexto das operações militares, um problema é, em ter-
mos gerais, a condição ou conjunto de condições que impede ou dificulta o Cmt de atingir seu
EFD.
3.2.6.3.4 Os integrantes do Gab Com Estrt formulam o problema para assegurar que será iden-
tificado e solucionado de forma correta (narrativa estratégica), sendo necessário ressaltar que
a sua formulação envolve a compreensão das causas profundas do ambiente informacional e
não apenas os seus efeitos. A partir desta perspectiva, pode-se compreender, com maior clareza,
a amplitude de atuação e identificar, com maior precisão, como resolver o problema descrito,
por meio de ações estratégicas de comunicação.
3.2.6.3.5 A descrição do problema resulta de uma compreensão detalhada dos atores relevan-
tes, suas relações e principais interações (comportamentos, pontos de tensão, conflitos de inte-
resses, potencialidades, vulnerabilidades, oportunidades e ameaças), identificando tendências e
possíveis áreas de ação, ou seja, os pontos em que se deverá atuar para influenciar e transfor-
mar as condições atuais naquelas almejadas para o EFD. A descrição do problema também é útil
como instrumento de comunicação entre todos os participantes da campanha (alinhamento e
sincronia), incluindo aqueles de outras agências.
3.2.6.3.6 Uma técnica para a formulação do problema militar inicia-se com as respostas a duas
questões básicas:PA
a) qual a diferença entre a situação atual e a situação desejada no ambiente informacio-
nal?
b) o que está impedindo que se atinja o EFD Com Estrt?
3.2.6.3.7 Com base na formulação do problema, o Gab Com Estrt desenvolve a sua descrição,
que deve ser concisa e focada nas questões que exijam solução. Assim, à medida que a equipe
de planejamento se familiarize com as variáveis envolvidas no problema, deverá definir como
alcançar o EFD Com Estrt, a ser estabelecido para o final das ações, indicadores e metas estabe-
lecidas no processo de planejamento.
3-11
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3.2.6.3.8 Como o problema identificado foi definido, os planejadores começam a definir as ações
estratégicas do ambiente informacional que contribuirão para a produção das narrativas estra-
tégicas, mensagens e a sincronização e integração delas, com alguns questionamentos:
a) Qual é a extensão do problema em termos qualitativos e quantitativos?
b) O que torna a questão urgente? Quais são as consequências se nenhuma ação for to-
mada?
c) Qual é o contexto e quais são as causas do problema?
d) Quais ações institucionais causam o problema?
e) Quais partes são responsáveis por essas causas e suas atividades atuais?
f) Quais partes têm interesse nessas atividades?
g) Como a comunicação estratégica pode contribuir para resolvê-lo?
3.2.6.3.9 O conhecimento preciso das causas e efeitos é crucial para convencer os grupos-alvo,
potenciais parceiros, tomadores de decisão e outros setores ou níveis de governo de que uma
questão específica precisa ser abordada com urgência. Compreender os problemas reais sus-
tenta a concepção de uma estratégia de comunicação.
3.2.6.3.10 Para avaliar o papel da comunicação neste processo de mudança é necessário perce-
ber se o problema se deve a:
a) Falta de consciência de que o assunto é importante;
b) Atitudes negativas em relação ao problema ou às soluções; e
c) Falta de habilidades ou “saber como” fazer uma mudança.
3.2.6.3.11 Nestes casos, os diferentes estados de conhecimento, atitudes e práticas requerem
diferentes soluções de comunicação, podendo a comunicação ser utilizada como único vetor
3-12
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4
Fake News (CEP): mensagem fraudulenta, fabricada e deliberadamente mentirosa, produzida e disseminada com
a intenção de enganar e não de informar um fato e que, por isso, contribui para a desinformação. Utiliza-se, primor-
dialmente, dos recursos da informática para imitar fontes genuínas, como instituições de Estado ou mesmo veículos
consolidados de imprensa, e da velocidade, alcance e escala das mídias sociais e da internet para divulgação. Encon-
tra solo fértil nas bolhas informacionais, principalmente, devido ao viés de confirmação.
3-13
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3.2.6.4.7 O desenho da pesquisa pode ser quantitativo – dando números que podem ser extra-
polados para uma população mais ampla; e/ou qualitativa dando informações mais sutis deriva-
das de questões abertas; observacional, em que os comportamentos das pessoas são observados
e registrados; e experimental, em que um experimento controlado é realizado para observar o
efeito de uma variável alterada.
3.2.6.4.8 Os seguintes métodos de pesquisa podem ser usados: pesquisa documental de infor-
mações existentes, entrevistas, questionários, pesquisas na web, grupos focais e entrevistas com
especialistas. Muitas vezes, uma combinação de métodos é usada, porém todos estes métodos
devem aproveitar-se da integração de possibilidades das capacidades relacionadas com a infor-
mação.
3.2.6.4.9 Como especialistas de Op Psc participam do Gab Com Estrt, pode-se utilizar a metodo-
logia da análise CRAVER, pois é uma ferramenta de auxílio consagrada e aplicada por diversas
capacidades e em todos os níveis de decisão. A metodologia reúne fatores que são resumidos
pelo acrônimo, a saber: Criticabilidade, Recuperabilidade, Acessibilidade, Vulnerabilidade, Efei-
tos e Reconhecibilidade.
3.2.6.4.10 No caso específico das Op Psc, a análise CRAVER é feita levando-se em conta os pú-
blicos-alvo identificados, os objetivos das campanhas de Op Psc e os seus respectivos impactos
no contexto da missão do escalão considerado. Os níveis da matriz CRAVER indicam, em ordem
crescente, o grau de atingimento dos objetivos psicológicos. Assim, os fatores de análise deverão
ser contextualizados em relação a Com Estrt.
a) Criticabilidade: corresponde ao grau de interferência ou participação do PA conside-
rado na conformação do EFD, seja como facilitador ou obstrutor, o que, naturalmente, deman-
daria campanhas com perfis motivadores distintos.
b) Recuperabilidade: traduz a possibilidade de perda da eficácia das campanhas e de re-
versão do impacto desejado.
c) Acessibilidade: reflete à capacidade das campanhas incidirem sobre o público-alvo,
onde, quando, de que maneiras, com qual frequência e com qual intensidade necessárias.
d) Vulnerabilidade: expressa o grau de predisposição ou, por outro lado, de resistência
do PA ao acatamento dos esforços motivadores.
e) Efeitos: estabelece o balanceamento dos esforços de influência, no que concerne aos
efeitos buscados pelas campanhas e aos possíveis desdobramentos ou efeitos colaterais desses
esforços.
f) Reconhecibilidade: esse fator esclarece o grau de conhecimento do público-alvo, o qual
decorre da qualificação das análises realizadas e das experiências anteriores, proporcionando
graus variados de segurança no estabelecimento das expectativas de impacto.
3.2.6.4.11 Conhecer os públicos-alvo relevantes (Líderes Chave) é essencial para desenvolver
uma estratégia de comunicação eficaz. Alcançar as pessoas erradas com a mensagem certa não
terá efeito; atingir as pessoas certas com a mensagem errada não atingirá seu objetivo. Esta
fase requer respostas a uma série de perguntas. A seguinte lista de verificação pode ajudar a
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5
OPINIÃO PÚBLICA (EB20-MF-03.103): Conjunto de opiniões individuais sobre um mesmo fato, composto em um
determinado momento, que pode ser medido cientificamente por meio de pesquisa.
OPINIÃO PUBLICADA (EB20-MF-03.103): Pode ser entendida como aquela expressa publicamente nos meios de co-
municação de massa, por pessoas da mídia, admitidas como formadoras de opinião. Essas podem influenciar e, em
algumas situações, formar opinião pública.
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questionamentos:
a) O que você vai comunicar? O que é mensagem?
b) Como pré-testar as mensagens de comunicação?
c) É mais eficaz focar em uma abordagem informativa, emocional ou de ação?
d) Que meios de comunicação usar?
− Normalmente aqueles conquistados, assegurados e mantidos, de preferência em
superioridade ao oponente, pelas Operações de Informação.
e) Quem faz o quê? Como organizar os seus esforços de comunicação?
f) Como trabalhar de forma eficaz com os parceiros?
g) Como planejar atividades de comunicação?
h) Quais as medidas de desempenho prioritárias para o sucesso da campanha?
i) Quais as medidas de eficácia prioritárias para o sucesso da campanha?
j) Quanto custa? Como fazer orçamento para comunicação?
k) Como se comunicar com um orçamento apertado?
3-18
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Obj Estrt Exército Estratégias Ações Atividades Capacidades Mil Ter Programas/Projetos
3.2.6.7 Passo 7: Elaborar o Plano de Com Estrt do Exército e levantar os recursos necessários para
execução das campanhas de comunicação estratégica.
3.2.6.7.1 A Comunicação Estratégica vem sendo considerada como atividade de grande relevância
no contexto das grandes empresas e instituições, por este motivo, tais organizações possuem, por
vezes, uma assessoria específica para tratar do assunto. Esta seção busca sistematizar suas ações por
meio de um Plano de Comunicação Estratégica ou uma Política de Comunicação Estratégica.
3.2.6.7.2 As perguntas a seguir podem orientar o Gab Com Estrt para a confecção do Plano de Comu-
nicação Estratégica:
a) Quais tarefas precisam ser executadas durante a preparação das atividades de comunica-
ção?
b) Quais tarefas precisam ser executadas durante a execução das atividades de comunica-
ção?
c) Que pessoas precisam ser envolvidas, de que forma, em quais fases?
d) Quem é responsável por partes específicas do plano?
e) Quem coordena os esforços conjuntos da Comunicação Estratégica com as Operações de
Informação?
f) Quais marcos podem ser identificados e quem é responsável pela verificação?
3.2.6.7.3 A seguir alguns fatores de falhas apresentadas pelo exame de situação de comunicação
estratégica e que interferem na elaboração do plano:
a) Uso insuficiente dos relatórios de inteligência estratégica vocacionados para o ambiente
informacional do cenário.
b) Participantes do Gab Com Estrt sem conhecimento ou inadequadas nas especialidades
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fundamentais para elaboração do exame de situação e confecção do plano.
c) Levantamento inadequado ou insuficiente dos stakeholders (parceiros estratégicos) aos
Objetivos Estratégicos do Exército.
d) Má coordenação com os parceiros estratégicos.
e) Falta de participação da equipe de planejadores (Gab Com Estrt) na tomada de decisões ou
na solução de problemas importantes.
f) Fraca coordenação com o Ministério da Defesa e com o nível político na implementação do
Plano.
g) Projeto mais complexo do que a capacidade do CCOMSEx para sua execução.
h) Financiamento insuficiente fornecido para a comunicação ser iniciada, ou orçamento sub-
faturado.
i) Cronograma de execução das campanhas fora da realidade e das capacidades do SIS-
COMSEx.
3.2.6.7.4 Modelo simplificado do Plano de Com Estrt:
a) Dtz do Cmt EB;
b) Identidade da Força (missão, valores, imagem da instituição etc.);
c) Análise da Conjuntura Internacional e Nacional;
d) Relacionar os Objetivos Estratégicos do Exército (OEE) com os Objetivos de Comunicação
Estratégica do Exército (OCEE);
e) Levantamento dos públicos de interesse (stakeholders), públicos internos e externos à Ins-
tituição;
f) Relacionar as ações estratégicas de comunicação para cada OCEE;
g) Determinar a Narrativa Estratégica; sua divisão em temas a explorar e a evitar; as fontes
das mensagens; e a arquitetura dos canais de comunicação para contato com os públicos-alvo;
h) Relacionar as ideias-força que orientarão os níveis estratégico, operacional e tático na rea-
lização de seus planejamentos e ações;
i) Relacionar as demandas necessárias para o cumprimento dos objetivos e ações estratégicas
de Comunicação;
j) Estabelecer uma rede de relacionamento de Comunicação Social, integrando-se aos Centros
de Comunicação Social do Min Def e das Forças Singulares e à estrutura de comunicação social do
Teatro de Operações (TO), em situação de crise ou conflito armado;
k) Relacionar os indicadores e as medidas de desempenho necessárias à correta consecução
das ações de Comunicação Estratégica; e
l) Indicar os responsáveis em cada nível pelo acompanhamento dos temas sensíveis e com
potencial risco à imagem da Força, com possibilidade de reorientação das ações estratégicas e mu-
dança das narrativas.
3-23
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estratégia de comunicação, mensagens e temas deve serem abarcados sob uma narrativa duradoura.
3.3.1.5 CONTRAINTELIGÊNCIA - O vazamento da narrativa e dos temas estratégicos pode permitir ao
oponente ou adversário antecipar-se na construção de narrativas contrárias. No mesmo sentido, a
emissão de mensagens sem uma observação estrita do princípio da necessidade de conhecer pode
fornecer dados acerca de atividades desenvolvidas que vão corroborar com o esforço de busca de
inteligência de eventuais oponentes ou adversários. Tais conhecimentos podem ser explorados em
quaisquer das Dimensões do Ambiente Informacional, com o potencial de gerar danos físicos, infor-
macionais ou humanos.
3-24
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3.3.2.4 Árvore de Capacidades Estratégicas Nacionais (Exemplo COVID 19)
a) Infraestrutura de Transporte; Relações Institucionais; Proteção Social; Economia; Saúde;
Defesa; Justiça e Segurança Pública; Ciência e Tecnologia; e Legislação.
b) Articulação Política e Gestão da Informação e Coordenação e Controle
3.3.2.5 Objetivos Estratégicos (Exemplo COVID 19)
a) Garantir o funcionamento da Infraestrutura Nacional de Transportes.
b) Fortalecer as relações instituições do Poder Executivo com os demais poderes e as outras
esferas de poder.
c) Garantir a proteção social durante e após a crise.
d) Manter a estabilidade econômica.
e) Controlar a epidemia.
f) Manter a Segurança e a Defesa do Estado.
g) Garantir o funcionamento da Justiça e o fortalecimento da Segurança Pública.
h) Intensificar a pesquisa para a obtenção de vacina e novas terapias Med.
i) Adequar os dispositivos legais para dar suporte jurídico às ações do Estado.
j) Desencadear a mobilização nacional de enfrentamento à crise
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d) Atuação de diversos atores em níveis distintos e de maneira descoordenada, atuando como
agentes no ambiente informacional em nome do Estado.
3.3.4.3 Centro de Gravidade de Com Estrt
a) Apoio da População
3.3.4.4 Fases Abordagem Comunicação Estratégica
a) Fase 1 - Resposta Imediata: caracterizada pelo isolamento horizontal. Traduz, sob o ponto
de vista da Com Estrt, a preponderância de esforços no sentido de combater a crise no curto-prazo.
b) Fase 2 - Resposta ampliada: o isolamento social é mantido. A interpretação, na ótica da
Com Estrt, é que a etapa enfatiza o incremento da capacidade de resposta à crise, com elevação da
disponibilidade de meios e recursos por parte do Estado.
c) Fase 3 - Ação decisiva: o isolamento horizontal cede lugar ao vertical. O entendimento, sob
o prisma da Com Estrt, é que as Linhas de Esforço alcançaram efeitos que permitem afirmar que o
Coronavírus atingiu seu ponto culminante, perdendo a capacidade de causar danos à saúde em escala
espiral.
d) Fase 4 - Normalização: o Estado combate os efeitos da crise de forma sustentável na saúde
pública, levando ao fim das medidas de isolamento social. A compreensão, na visão da Com Estrt, é
que os esforços integrados e sincronizados em ambiente intergovernamental tiveram êxito e a situ-
ação pré-crise pode ser restabelecida.
3.3.4.5 Pontos Decisivos
PD 1 - Mensagem unificada transmitida
PD 2 - Confiança no Estado preservada
PD 3 - Credibilidade do Estado retomada e ampliada
PD 4 - Domínio da narrativa conquistado
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3.3.4.6 Desenho de Comunicação Estratégica
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3-28
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− Ações: monitorar constantemente a Dimensão Informacional, em especial o ciberespaço,
combatendo Fake News e pós-verdade.
OCE 6
− Objetivo: fortalecer a diplomacia pública e a projeção internacional do Brasil, na ajuda aos
países do entorno estratégico;
− Ideias-força: AMIZADE e UNIÃO LATINOAMERICANA;
− Ações: oferecer suporte aos países do entorno estratégico no enfrentamento à pandemia;
e controlar os fluxos transfronteiriços, articulando estratégias nos Organismos Internacionais dos
quais o Brasil e signatário ou por meio de acordos bilaterais.
3.3.5 MATRIZ DE COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA (Exemplo COVID 19)
3-29
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3.3.6 GERENCIAMENTO DO RISCO
3.3.6.1 O Gerenciamento do Risco Estratégico (GRE) pode ser modelado semelhante ao Gerencia-
mento do Risco Operacional (GRO), utilizado na Doutrina de Operações Conjuntas (MD30-01, 2º vo-
lume), a fim de ser usado para analisar e gerenciar os riscos como uma ferramenta imprescindível de
apoio à decisão.
3.3.6.2 O processo de planejamento e suas ferramentas de apoio auxiliam o comandante na tomada
de decisões, na resolução de problemas e no cumprimento de missões em face das ações hostis, dos
fatores adversos, das características do ambiente estratégico etc. No entanto, os planejadores de
Com Estr sempre irão se deparar com a análise de riscos inerentes às atividades militares, em todos
os níveis do ambiente e no emprego das Forças.
3.3.6.3 Oportunidades e ameaças estarão, intimamente, relacionadas com a elaboração de Linhas de
Ação (LA) em prol da conquista dos objetivos estratégicos estabelecidos para uma determinada cam-
panha informacional ou operação militar, cabendo ao comandante e aos seus assessores avaliarem
a relação custo-benefício desses elementos.
3.3.6.4 Dessa forma, os riscos operacionais, aqui conceituados como uma combinação de probabili-
dade e de gravidade dos potenciais danos ao andamento de uma campanha, estarão associados à
existência de perigos ou ameaças decorrentes de ações adversas advindas das possibilidades da nar-
rativa dos oponentes, dos fatores ambientais e demais incertezas da campanha. Como tais incertezas
são uma condição presente, em maior ou menor grau, em todos os níveis de decisão, pode-se afirmar
que, em uma campanha, qualquer decisão envolverá riscos.
3.3.6.5 Assim, pode-se afirmar que o Risco Estratégico é uma ameaça na conquista de um ou mais
objetivos da campanha de Com Estrt ou da operação militar em curso.
3.3.6.6 Esse risco estratégico pode ter uma ou mais causas. Uma causa pode ser um requisito, uma
restrição ou uma condição potencial que venha a gerar probabilidade de ocorrência de graves resul-
tados na conquista dos objetivos de comunicação estratégico estabelecidos, culminando em insegu-
rança na batalha de narrativas ou na superioridade de informações.
3.3.6.7 O gerenciamento do risco é o processo utilizado para administrar os riscos presentes em uma
campanha de Com Estrt, compreendendo:
a) a identificação das ameaças;
b) a avaliação dos riscos decorrentes dos perigos;
c) a formulação de medidas para controle do risco;
d) a avaliação do risco residual;
e) a decisão de risco;
f) a implementação das “medidas de controle do risco”; e
g) a supervisão quanto à eficácia de tais medidas, sendo este processo uma atribuição da
Seção de Planejamento do CCOMSEx.
3.3.6.8 Com base nas diretrizes, orientações e limitações emanadas pelos níveis superiores, assim
como nas conclusões e possibilidades levantadas ao longo do processo de planejamento, o coman-
dante procurará estabelecer “quando” e “em que grau” aceitará os riscos residuais. É onde o seu Gab
desempenhará um papel crítico em seu auxílio, tanto na previsão e na avaliação dos riscos, quanto
no desenvolvimento de ações ou medidas para mitigá-los.
3-30
EB60-CE-11.001
3.3.6.9 Ao longo do GRE deve haver a constante integração entre as partes interessadas que moni-
toram e analisam o risco e os aspectos que estão modificando-o para garantir a eficácia de todas as
medidas de controle a serem aplicadas ou aperfeiçoadas.
3.3.6.10 Sendo o GRE um processo cíclico e intuitivo que contribui diretamente para o nível qualita-
tivo das análises e decisões a serem tomadas, seguem os sete passos a serem seguidos no fluxograma
do GRE, semelhante ao método de GRO, objetivando o êxito da missão atribuída:
a) Identificação das Ameaças;
b) Avaliação dos Riscos Decorrentes;
c) Formulação de Medidas de Controle do Risco;
d) Avaliação do Risco residual;
e) Decisão do Risco;
f) Implementação das Medidas de Controle do Risco; e
g) Acompanhamento da Aplicação das Medidas de Controle do Risco.
3-31
EB60-CE-11.001
CAPÍTULO IV
4.1.1 A velocidade e a amplitude das mídias sociais, bem como a presença constante dos órgãos
de comunicação social e a valorização de questões humanitárias e de meio ambiente pelas soci-
edades têm sido argumentos presentes nos conflitos bélicos recentes. Atualmente, as operações
militares respondem a uma série de condicionantes, como a necessidade de ausência de prejuí-
zos para a população civil envolvida e os menores “danos colaterais” possíveis, causados à tropa
e aos não combatentes. Assim, cresce de importância a busca pela chamada “letalidade sele-
tiva”1.
4.1.2 Além disso, a configuração internacional, caracterizada pelas assimetrias de poder, gera
tensões e instabilidades que contribuem para o fortalecimento dos grupos insurgentes e de or-
ganizações criminosas ou terroristas e que tendem a incrementar a guerra irregular. Ainda que a
ocorrência de conflitos generalizados entre Estados tenha reduzido, renovam-se aqueles de ca-
ráter religioso e étnico, exacerbam-se os nacionalismos e fragmentam-se os Estados (BRASIL,
2012), cenário fértil para o desenvolvimento das chamadas “guerras híbridas”.
4.1.3 Dessa forma, observa-se que tais condicionantes presentes nos conflitos contemporâ-
neos requerem que as forças militares realizem as ações com acurada precisão e disponham de
capacidades específicas, dotadas de meios com alta tecnologia agregada e que, quando combi-
nadas com argumentos presentes no campo informacional, permitam uma rápida e precisa ava-
liação para a correta tomada de decisão. Para isso, é necessário que as autoridades e os planeja-
dores estratégicos obtenham, em suas componentes militares, a superioridade de informação, a
fim de poderem influenciar, interromper ou afetar a capacidade do adversário de tomar e com-
partilhar as suas decisões.
4.1.4 A mensagem enviada pelas ações militares potencialmente letais tem impacto
1
LETALIDADE SELETIVA: As forças militares devem ser capazes de atingir alvos de natureza militar, com uma resposta
proporcional à ameaça, mitigando os efeitos colaterais. Possuir letalidade seletiva implica possuir sistemas de armas
precisos o bastante para preservar a população e as estruturas civis, em alinhamento com os princípios do Direito
Internacional dos Conflitos Armados (DICA) e outras legislações pertinentes (BRASIL, 2014a).
4-1
EB60-CE-11.001
imensurável na percepção das pessoas e das sociedades e, por isso, requer a perfeita coorde-
nação e integração com uma narrativa unificada em todos os níveis de planejamento, por meio
de Comunicação Estratégica e Propaganda coerentes com os objetivos políticos e estratégicos
dos contendores. Torna-se, então, imperioso que a informação seja consistente, complementar
e coordenada, a fim de atingir todos os públicos propostos.
4.1.5 Os métodos assimétricos mais eficazes de guerra estão contidos no ambiente da informa-
ção, aliados às atividades de mídia. Neste sentido, o efeito dessas ações pode ser comparável aos
resultados do uso em larga escala de tropas e forças. Trata-se, portando de uma narrativa unifi-
cada emitida por um Estado ou por uma entidade, que deverá ser seguida fielmente pelas ações
de todos os envolvidos. A combinação das ações, imagens e mensagens, caminhando no mesmo
compasso da narrativa irá impedir a ocorrência de “gaps” entre “o que se comunica” e “o que se
executa” (Say-Do-Gap).
4.1.6 De todo o exposto, conclui-se que esse ambiente das “novas guerras” (guerras multido-
mínio e híbrida) exigirá muito mais gerenciamento da informação e aplicação da Comunicação
Estratégica. E o inimigo, nesses conflitos, nunca será agrupado ou visível, mas permanecerá fra-
gmentado e oculto nas novas trincheiras: a população e os novos meios de comunicação aqui
tratados. Por isso, será essencial contar com todos os veículos (meios) disponíveis no ambiente
informacional como suportes para articular consenso interno necessário para a tomada de
4-2
EB60-CE-11.001
decisão. A Comunicação Estratégica ajudará a alcançar a legitimidade do exercício para a adoção
de operações militares e a Propaganda irá colaborar para trazer as audiências alvo a nosso favor.
4.2.1 A sistematização contínua dos processos comunicacionais do Exército com todos os públi-
cos de interesse, na busca pelo alinhamento, pela integração e pela sincronização, visa a produzir
efeitos de longo prazo que cooperem para a concretização da visão de futuro do EB. Além disso,
contribui para a manutenção da percepção de legitimidade que garanta a liberdade de ação ne-
cessária ao cumprimento das missões constitucionais da Instituição, ao mesmo tempo em que
colabora para mitigar os impactos de eventos e narrativas desfavoráveis à imagem e à reputação
da Força. (Dtz EB Com Estrt 2023)
4.2.4 Nesse sentido, o emprego da comunicação estratégica pela Diplomacia Militar Terrestre
4-3
EB60-CE-11.001
adquire um caráter dual, pois, ao mesmo tempo em que “comunica” a capacidade de resposta,
deve também servir de ferramenta a fim de apoiar a não ocorrência do chamado “Dilema da
Segurança”, capaz de provocar uma corrida armamentista na região ou abrindo possibilidades
de alianças indesejáveis dos países do entorno estratégico com potências extrarregionais.
4.2.8 Conforme o Conceito Operacional do Exército Brasileiro (COEB 2040), em cada domínio,
considerados como âmbitos de atuação tangíveis e intangíveis, se sobrepõem as três dimensões
do Combate (Física, Humana e Informacional) para onde serão direcionadas as ações da F Ter.
4.2.9 Na sobreposição das dimensões, por ocasião do emprego da F Ter, a simultaneidade de
ações cinéticas e não cinéticas são realizadas ao mesmo tempo no espaço de batalha, a fim de
obter efeitos letais e não letais; não desconsiderando as diversas aplicações das ações cinéticas
nas Op Info, as ações não cinéticas assumem grande relevância à medida que os efeitos buscados
decorram de afetações temporárias, parciais, discretas, seletivas ou mais facilmente reversíveis
dos sistemas de informações adversos. Nesses casos, despontam as Op Info orientadas tanto à
exploração, à degradação, à negação e à disfunção desses sistemas, quanto aquelas voltadas à
influência e ao engano dos decisores inimigos em diversos níveis.
4.2.11 As Operações Terrestres, nos níveis operacional e tático, serão planejadas e conduzidas
observando os seguintes componentes:
a) Manobra física; e
b) Manobra informacional.
4.2.12.1 As ações empreendidas, no âmbito da manobra física, repousarão nos níveis operacio-
nal e tático;
4.2.12.3 Desta forma dentro do Processo de Planejamento e Condução das Operações Terres-
tres, as duas concepções de manobra buscarão a integração e a convergência de suas linhas de
esforços e operações, em consonância com o EFD.
4.2.13 A manobra informacional será planejada pelos estados-maiores dos escalões de emprego
da F Ter, segundo a observância de diretrizes e orientações advindas da comunicação estratégica,
a qual deve ser concebida e conduzida no mais alto nível de governança (nível político-estraté-
gico), perpassando o nível operacional, e terá por objetivos:
4.2.14 Os alvos da manobra informacional poderão variar de acordo com o contexto (comandan-
tes militares, líderes políticos, parcela significativa de uma determinada população, forças inimi-
gas, operações militares etc.).
4.2.16 Em resumo, a futura concepção das operações terrestres pode ser explicada pela figura
abaixo:
4.2.17 O combate do futuro exigirá cada vez mais recursos humanos capacitados, adestrados,
experimentados, motivados, permanentemente disponíveis e comprometidos com os valores
mais caros à instituição. Nesse viés, competências essenciais serão requeridas aos líderes nos
diversos níveis, bem como aos demais elementos das frações de emprego. Trabalhar o intricado
mosaico populacional, característico dos ambientes operacionais urbanos, requer que os coman-
dantes militares estejam aptos a:
4.2.18 Os planejadores nos níveis estratégico, operacional e tático deverão possuir a habilidade
para empregar e se defender do uso de novas tecnologias da informação na modelagem da
percepção da opinião pública durante a “névoa” do conflito/guerra. As novas tecnologias da
4-7
EB60-CE-11.001
4.3.2 A análise de sistemas identifica links, nós e relacionamentos dentro e entre sistemas. Isso
ajuda os planejadores a entender como um sistema se comporta e qual a melhor forma de criar
os resultados desejados. Em particular, o Cmt FTC e seu EM com a equipe de assessores devem
tentar entender o que as pessoas pensam, como elas percebem o ambiente operacional e por
quê. Pode exigir a análise das dimensões informacionais e cognitivas que permeiam os sistemas
sociais, políticos, econômicos e de informação locais. Também pode exigir a análise do fator hu-
mano de públicos específicos. No entanto, o Cmt F Ter deve entender que esses são sistemas
adaptativos complexos e mais difíceis de entender do que sistemas fechados, como uma rede de
defesa aérea.
4.3.4 Os planejadores de Com Estrt devem entender que os fatores cognitivos podem variar sig-
nificativamente entre localidade, culturas, circunstâncias operacionais, e que as formas e meios
de Com Estrt que funcionaram em uma situação podem não funcionar em outra. Por exemplo, a
Figura 4-5, extraída de um projeto de pesquisa, mostra que nossos argumentos inegavelmente
lógicos e irrefutavelmente fundamentados podem não ser atraentes para um público motivado
por sentimento, honra e aparência (vergonha). O E/2 deve considerar essas variações durante
o Exame de Situação.
4-8
EB60-CE-11.001
4.3.6 Essas informações podem identificar percepções ou atitudes que o comandante deseja
mudar e ajudar os planejadores a adaptarem as mensagens de maneira mais afetiva. Por fim,
os resultados das atividades relacionadas à CS podem ser adicionados ao mapa para começar a
determinar quais mensagens e ações ressoaram com quais públicos em locais específicos.
4.3.7 Embora a Central de Inteligência gerencie a análise e o desenvolvimento de produtos do
ambiente informacional que proporcionem o entendimento complexo de todos os atores e sis-
temas para sincronizar as mensagens, este é um processo multifuncional do qual participa toda
a equipe de especialistas, podendo ser necessário alavancar especialistas externos que conhe-
çam o ambiente operacional, como exemplos:
4.3.8 Após análise e informações por uma compreensão detalhada do ambiente operacional, o
Cmt F Ter e seu EM podem melhorar seus objetivos, temas, mensagens, imagens e tarefas de
plano para apoiar objetivos, temas e mensagens estratégicos nacionais e do TO/AOp.
Figura 4-7: Interação dos domínios e sistemas e Guerra Centrada em Redes (GCR)
4.3.10 Do exposto, a Guerra Centrada em Redes (GCR) é uma forma de atuar na guerra com a
visão específica oriunda da era da informação. Caracteriza-se pelo estabelecimento de um
4-10
EB60-CE-11.001
ambiente de compartilhamento da consciência situacional, de modo a contribuir para a obten-
ção da Superioridade de Informação e da iniciativa, mesmo que as peças de manobra estejam
dispersas geograficamente.
4.3.11 A GCR enfoca o espaço de batalha como uma rede integrada e escalonada em outras
redes, concorrendo para aumentar a mobilidade das peças de manobra, a coordenação entre
elas e a utilização do conhecimento mútuo.
4.3.12 A GCR não mudará a essência da guerra e não substituirá a força militar em si. O efeito
desejado é o incremento relativo do poder de combate em relação ao oponente, aumentando a
rapidez nas decisões e na identificação de alvos, a precisão das armas e a letalidade dos ataques.
DOMÍNIO CARACTERÍSTICAS
Todos os elementos da F Ter deverão estar interconectados (Co-
FÍSICO
mando e Controle) e sem solução de continuidade.
Capacidade da F Ter em coletar, compartilhar, acessar e prote-
ger a informação.
A F Ter possui elementos capazes de atuar colaborativamente
DA INFORMAÇÃO
no domínio da informação, o que a habilita a compartilhar a posi-
ção geográfica de seus elementos no ambiente informacional com
maior facilidade e precisão.
A F Ter terá a capacidade de compartilhar a consciência situacio-
nal com seus elementos.
COGNITIVO A F Ter, como um todo, será capaz de entender e seguir as inten-
ções do Comandante.
Os elementos da F Ter são capazes de sincronizar suas ações.
TABELA 4-1: Características da Guerra Centrada em Redes (GCR)
4.3.13 Em geral, pode-se afirmar que, dentre as características do conflito atual, os vetores co-
municacionais estão centrados nas redes de comando e controle e na capacidade de construção
de narrativas para influenciar, ou alterar a opinião pública durante toda a campanha militar, onde
as vertentes Com Soc e Op Psc serão prioritárias para atuação na perspectiva cognitiva da di-
mensão informacional e, também, na dimensão humana buscando informar, influenciar ou até
manipular o(s) público(s) alvo(s) em prol de objetivos informacionais que darão suporte ao cum-
primento da missão ou, nos casos das Operações de Informação, serão o próprio Estado Final
Desejado (EFD).
4-11
EB60-CE-11.001
Figura 4-8: Em Operações Militares existem possíveis PA nas perspectivas da Dimensão Infor-
macional
4.3.14 Como ambas as atividades atuam no mesmo ambiente, em todos os níveis de planeja-
mento/decisão, de forma perene (antes, durante e após o conflito) e com objetivos semelhantes,
devem, portanto, estar integradas de forma a obterem, em conjunto, um melhor resultado.
Nessa mesma direção, cabe destacar que nas operações militares a Com Estrt consiste em ge-
renciar todas as atividades políticas e militares em todos os níveis, vertical e horizontalmente,
para fornecer a mesma narrativa estratégica.
4.3.15 Dentro desse conceito amplo de integração trazido acima e empregando o termo para as
CRI, podemos trazer a luz do conceito do Manual EB20-MC-10.213 - Operações de Informação
atesta que o “uso integrado e sincronizado dessas capacidades (CRI) e recursos como multiplica-
dores de força servem para a criação de um efeito desejado”. (BRASIL, 2019b, p. 4-9)
4.3.16 Além disso, pela doutrina o emprego das CRI devem ser acompanhadas pelo escalão su-
perior, a fim de evitar conflitos na dimensão informacional (Item 4.4 deste capítulo), o que pre-
judicaria o cumprimento da missão. O Manual de Op Info afirma que a integração das CRI será
feita na célula de Operações de Informação.
4.3.17 O objetivo principal de integrar e sincronizar o emprego das CRI é informar e influenciar
PA (grupos e indivíduos), por meio da criação de ações que visem alterar e/ou manter a percep-
ção desses grupos sobre assuntos que possam afetar o ciclo decisório de oponentes e/ou ao
mesmo tempo proteger o nosso, visando, ainda, a evitar, impedir ou neutralizar os efeitos das
ações adversárias na Dimensão Informacional.
4.3.18 Nunes (2019, p. viii) atesta que “a falta de alinhamento, de sincronização e de integração
da comunicação, ou seja, a perda do seu caráter estratégico, constitui o pior cenário, capaz de
4-12
EB60-CE-11.001
caracterizar certa fragilidade.” Ou seja, a falta de integração pode causar uma vulnerabilidade,
considerando que a aplicação isolada de cada Capacidade Relacionada à Informação ou de recur-
sos a elas relacionados dificilmente conduz a resultados satisfatórios. Somente a atuação inte-
grada e sincronizada desses instrumentos contribui efetivamente para atingir o Estado Final De-
sejado (EFD).
4-13
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4-15
EB60-CE-11.001
4-16
EB60-CE-11.001
POTENCIAIS CONFLITOS NO AMBIENTE INFORMACIONAL COM AS CAPACIDADES DE COMUNICAÇÃO
AÇÕES CINÉTICAS
AÇÕES DE Op de EM GUERRA
Op PSICOLÓGICAS DIPLOMACIA MLITAR
SEGURANÇA DISSIMULAÇÃO INFRAESTRUTURAS ELETRÔNICA
CRÍTICAS
A defesa de Rede de Reforçando a his-
Não deve haver Não deve haver Não deve haver Não deve haver Não deve haver con-
Computadores (GCR) tória de dissimula-
conflito. conflito. conflito. conflito. flito.
pode conflitar com: ção.
Guerra eletrônica
A contrainteligência Não deve haver Não deve haver Não deve haver Neutralizar as fon- pode ser necessá- Não deve haver con-
pode conflitar com: conflito. conflito. conflito. tes. ria para outro flito.
Atividades.
Limitar o GE con-
Limitar o direciona- tra as frequências
Revelar informa- Limitando a sele-
mento da infraestru- de comunicação
ções Op Seg que ção da dissimula- Não deve haver con-
Relações Públicas tura C2 adversária do adversário para
normalmente se ção se ela contiver flito.
para permitir a trans- permitir que os te-
procura ocultar. inverdades.
missão de temas. mas sejam trans-
mitidos.
TABELA 4-3: Potenciais conflitos no ambiente informacional com as capacidades de comunicação (vetores comunicacionais)
4-17
EB60-CE-11.001
4-18
EB60-CE-11.001
OPERAÇÕES DE INFORMAÇÃO, OPERAÇÕES CIVIL-MILITARES, RELAÇÕES PÚBLICAS, APOIO DE DEFESA À DIPLOMACIA PÚBLICA E APOIO DE
INFORMAÇÕES VISUAIS EM INTEGRAÇÃO COM A COMUNICAÇÃO ESTRATÉGICA
OPERAÇÕES DE OPERAÇÕES CIVIL-
RELAÇÕES PÚBLICAS DIPLOMACIA MILITAR INFORMAÇÕES VISUAIS
INFORMAÇÃO MILITARES
Identificar, coordenar e inte-
Gerenciando a liberação de
Avaliação dos efeitos de IO, grar mídia, informações pú-
imagens-chave por meio de
PA e SC. blicas e apoio à nação anfi-
canais de PA.
triã.
Coordenar a cobertura de
Estabelecer procedimentos Sincronizar meios de comu-
informações visuais e o
de garantia e proteção da in- nicação e mensagens com
acesso aos principais even-
formação. outros recursos de IO.
tos e operações.
Liderar os esforços de res-
posta à comunicação de cri-
ses.
TABELA 4-4: Interações e sincronização das capacidades de comunicação (vetores comunicacionais)
4-19
EB60-CE-11.001
4.6.1 Conforme exposto neste capítulo, os planejadores de Com Estrt nível EB e Comando Con-
junto ativado, deverão coordenar as manobras física e informacional, considerando que, mesmo
em situação de emprego da Força Terrestre, a Comunicação Estratégica permanente do EB con-
tinuará atuante com fulcro em seus valores e crenças. Assim, as atividades de comunicação na
Zona de Interior e no Teatro de Operações, serão interdependentes, complementares e sinérgi-
cas, alinhando-se com os níveis político e estratégico, com vistas à consecução do fim político,
apresentando nuances importantes por ocasião do emprego da Força Terrestre.
4.6.2 No nível tático, a Força Terrestre Componente (FTC) executará, por intermédio deus Gran-
des Comandos Operativos, Grandes Unidades e Unidades, a Comunicação Estratégica nesse ní-
vel, sincronizada e alinhada ao definido nos níveis acima mencionados. Não haverá planejamento
estratégico a este nível, mas os preceitos advindos dos níveis mais altos serão traduzidos em
ações nos Planos e Ordens de Operações e seus anexos.
4.6.3 Além disso, a FTC é considerada como importante e indispensável fonte de dados neces-
sários para a realimentação do planejamento da Com Estrt, particularmente no que diz respeito
à efetividade de sua implementação, tornando-a orientada ao Estado Final Desejado estabele-
cido pelo nível político. Do mesmo modo que no nível operacional, as operações de informação
podem ser utilizadas, valendo-se de uma ou várias Capacidades Relacionadas à Informação dis-
poníveis, quando necessário, tendo por foco a consecução dos objetivos impostos para o cum-
primento da missão.
4-20
EB60-CE-11.001
4.6.4 Conforme figura 4-8, em conformidade com o MD 33-M-12 (Operações Interagências),
após o recebimento do Plano Estratégico de Emprego Conjunto das Forças Armadas (PEECFA),
ou sob a direção do Comandante Operacional, uma Seção de Ligação Civil-Militar é ativada inte-
grando o EMCj. A Seção de Ligação auxilia o Comandante provendo um fórum para a coordena-
ção das atividades militares com as agências participantes, com as autoridades locais, com a po-
pulação atingida e com as organizações internacionais. Além disso, elementos de ligação são
enviados às agências principais para servirem de porta-vozes do Comandante Operacional, es-
clarecendo conceitos operacionais, terminologias e auxiliando na avaliação das necessidades mi-
litares. Esse intercâmbio de elementos de ligação entre as agências incrementa, de forma signi-
ficativa, a unidade de esforços.
4.6.5 As Equipes de ligação fornecem dados sobre o desenvolvimento das ações em curso para
operações futuras e trabalham para maximizar as operações correntes por meio de interação
proativa com as agências para as quais foram designadas.
4.6.7 Assim, nas atividades de emprego, os principais vetores de comunicação que darão su-
porte aos temas, mensagens, imagens e ações são: Comunicação Estratégica, Operações de In-
formação e Relações Institucionais (Diplomacia Militar) (Figura 4-10). No entanto, existem mui-
tas outras atividades e recursos relacionadas à Com Estrt que não devem ser negligenciadas,
precisando ser integradas e sincronizadas.
4.6.8 Alguns exemplos incluem atividades interagências (Célula Coor Civ-Mil) que são conduzi-
das principalmente para apoiar os temas e mensagens da Com Estrt com as agências; operações
de segurança e/ou dissimulação, manobra física (ações cinéticas de destruição ou neutraliza-
ção) ou demonstração de força conduzidas, principalmente, para enviar uma mensagem; ativi-
dade de modelagem de relacionamento com indivíduos e grupos para influenciar comportamen-
tos, como líderes-chave e influenciadores; engajamento de mídia não tradicional (por exemplo,
blogs, Twitter, Facebook); e atividades de engajamento de outros atores (agências de ajuda hu-
manitária, por exemplo) projetadas para apoiar temas e mensagens (como ACISO, eventos es-
portivos, Ajuda Humanitária, etc.). Essas e muitas outras atividades podem ter impacto e devem
ser coordenadas por meio do processo de planejamento de operações conjuntas (PPC).
4-21
EB60-CE-11.001
integração das capacidades de Guerra Eletrônica (GE); Operações Psicológicas (Op Psc); Opera-
ções de Dissimulação Militar2; Guerra Centrada em Redes (GCR); Guerra Cibernética; Operações
de Segurança; Ações Cinéticas (Ataque Físico); Assuntos Civis ou Coordenação Civil-militar; Ativi-
dades de Geoinformação; Câmera Tática; e Presença, postura e perfil de integrantes de elemen-
tos da F Ter para repassar mensagens. Todos esses vetores atuando integrado e alinhado, em
conjunto com capacidades específicas de Com Estrt e Relações Institucionais são a essência para
influenciar, interromper, moldar ou manipular a tomada de decisão humana e automatizada do
adversário, protegendo a nossa própria.
4.6.10 É importante entender suas relações para determinar como os militares integrarão es-
sas capacidades para apoiar os objetivos de Com Estrt durante o planejamento e a execução e
como a doutrina descreverá claramente essa integração. A integração efetiva dos principais ve-
tores de comunicação em apoio aos objetivos do Cmt Força Terrestre Componente (FTC) pode
ser um desafio para a equipe de planejadores.
2
DISSIMULAÇÃO MILITAR – Consiste num conjunto de atividades destinadas a induzir o oponente ao erro, contribu-
indo para o êxito das nossas operações. O decisor oponente será deliberadamente induzido a reagir conforme a
nossa vontade, agindo ou deixando de agir.
4-22
EB60-CE-11.001
4.6.12 Como informações precisas e oportunas são essenciais para a compreensão e resolução
do público em tempos de crise, os planejadores devem incluir essa consideração no planeja-
mento. A missão das Relações Institucionais é apoiar o Cmt TO ou o Cmt FTC, comunicando in-
formações factuais e precisas não classificadas sobre as atividades no Teatro de Operações (TO)
para vários públicos. Informações oficiais divulgadas em uma maneira oportuna podem ajudar a
criar, fortalecer ou preservar condições favoráveis para o avanço dos interesses e políticas naci-
onais e ajudar a mitigar informações não oficiais e propaganda adversária. Os oficiais de rela-
ções públicas em todos os níveis aconselham os líderes sobre os possíveis resultados das ativida-
des militares e identificam o impacto potencial na esfera de informação pública.
4.6.13 Convém ressaltar que os temas fornecidos a partir do nível estratégico serão necessaria-
mente muito amplos e normalmente não mudam ao longo da operação. Os comandantes do TO
e da FTC devem criar seus próprios temas, que sejam apropriados para seu nível de comando, de
modo que alcancem objetivos estratégicos e operacionais específicos e apoiem temas de nível
superior. As mensagens são subordinadas a temas e fornecem informações precisas a um público
específico para criar os efeitos desejados, enquanto apoiam um ou vários temas. As mensagens
são necessariamente mais dinâmicas, mas devem sempre apoiar os temas. Essa construção é
amplamente aceita e usada pelo Exército Brasileiro em situações de normalidade institucional,
em conformidade com o Plano de Comunicação Social do Exército.
4-23
EB60-CE-11.001
Presidente da Re- - Definição de Com Estrt do nível mais alto Política de Com do
POLÍTICO
pública (Comitê da SECOM). Governo Federal.
Ministério da De- - Definição de Com Estrt do nível ministe- Plano de Com Estrt
fesa rial (Comitê da ASCOM). do MD.
Planos de de Com
- Emissão de Planos e Diretrizes de Com In- Integrada do Cmdo
tegrada com a Com Estrt do Cmt EB, Emissão Mil A.
Cmt Mil A
do Plano de Com Estrt do Cmdo Mil A (com Plano de Com Estrt
enfoque regional). do Cmdo Mil A, com
enfoque regional
4-24
EB60-CE-11.001
4.6.15 Dessa forma, pode-se concluir que os Temas Chaves perpassam todas as dimensões do
domínio informacional, por ocasião de uma operação militar ou campanha operacional da Força
Terrestre, por meio de uma estrutura organizada nos seguintes conceitos: Narrativa - comunica-
ção estratégica duradoura com contexto, razão/motivo e objetivo/estado final; Tema – um con-
ceito ou intenção abrangente, projetado para ampla aplicação para atingir objetivos específicos;
e a Mensagem – uma comunicação estritamente focada dirigida a um público específico para
criar um efeito específico enquanto apoia um tema.
***
4-25
EB60-CE-11.001
ANEXO A
1. INTRODUÇÃO
1.1 O presente trabalho, realizado pelo Centro de Estudos de Pessoal e Forte Duque de Caxias
(CEP/FDC), apresenta uma proposta de análise da dimensão informacional do ambiente operacio-
nal, com foco na Comunicação Estratégica (Com Estrt).
1.3 Em que pese a dimensão informacional não possuir limites físicos, a análise deve ser realizada
dentro do escalão considerado. A redação dessas considerações é livre e deve resultar do esforço
da equipe de análise, de modo a favorecer o entendimento específico de como a dimensão infor-
macional se configura face a conjuntural atual.
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1.4 Sugere-se que a Anl seja registrada sob a forma de documento, sendo elaborado um diagnós-
tico da dimensão informacional. Para tanto, deve-se primar pela expressão de considerações cla-
ramente adicionais ou complementares aos conhecimentos já disponíveis, o que dispensa volumo-
sas e desnecessárias transcrições de conteúdos já registrados em outros documentos (como o LEA).
Dessa forma, enfatiza-se a importância de poucos e curtos períodos, porém com destacada obje-
tividade e relevância.
1.5 É desejável que, além da escrituração da análise, seja elaborado um modelo gráfico de cada
um dos atores relevantes da dimensão informacional, de modo a realizar a sobreposição dos mes-
mos e proporcionar a consciência situacional do Diagrama de Relações de interesse da Com Estrt.
1.6 Ao conduzir a Anl Com Estrt, deve-se ter em consideração a intenção de:
1.7 A seguir, são listados elementos de análise dos fatores que, em função das circunstâncias,
podem ser selecionados, a fim de se alcançar uma compreensão mais precisa e ampla da conjun-
tura informacional. Cada elemento poderá presentar conclusões parciais consoante o Sistema de
Planejamento do Exército (SIPLEx).
2.1.1 Quando será a próxima eleição municipal, estadual ou nacional? Como isso pode afetar o
governo ou a política regional?
2.1.3 Qual o posicionamento, grau de presença e a capacidade de influência desses atores nas
mídias sociais?
2.1.5 Qual é a situação política do país (ou área de responsabilidade) e como isso pode afetar a
Com Estrt?
2.1.6 Quem são os candidatos mais prováveis para o poder? Quais são os pontos de vista sobre o
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EB?
2.1.8 Existem outros fatores políticos que provavelmente mudarão? Como afetarão a Com Estrt?
2.1.9 As reivindicações dos movimentos sociais tramitam por quais meios informacionais?
2.1.11 Há risco de radicalização nas mídias sociais com a possibilidade de afetar o ambiente infor-
macional?
2.1.12 Quais as plataformas mais importantes, no que concerne às Organizações Não Governa-
mentais (ONG) e os seus objetivos?
2.1.13 Quais as plataformas mais importantes, no que concerne aos sindicatos e os seus objetivos?
2.1.14 Qual o grau de interação nas mídias sociais das principais personalidades e influenciadores
digitais? Quais são os seus interesses sociais, econômicos e políticos?
2.2.3 O nível de renda da Pop está subindo ou diminuindo? Como isso provavelmente mudará
nos próximos anos?
2.2.4 Qual é a taxa de desemprego? Será fácil construir uma força de trabalho qualificada? Cida-
dãos e as empresas possuem acesso fácil às nossas Info institucionais?
2.2.5 Caso contrário, como isso afetará a Com Estrt? Existem outros fatores econômicos que de-
vem ser considerados (ex: comercialização e de consumo de bens e serviços; conflitos econômicos
internos e externos; inflação; planejamento econômico estatal; relações de trabalho e interações
entre representações de patrões e empregados; índices de desemprego e população economica-
mente ativa; fontes e processos de financiamento; níveis de formalidade e informalidade; coope-
rativismo; distribuição de renda; carga tributária; balança comercial; juros e moeda; e tendências
no quadro econômico etc)?
2.3.1 Qual é a taxa de crescimento da população, e qual é o perfil de idade? Como isso poderá
impactar a estratégia de Comunicação? As mudanças geracionais na atitude afetarão a
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comunicação do EB?
2.3.3 Como a população consome produtos de comunicação (rádio locais, televisão, mídias digi-
tais etc.)? Obs: os dados poderão ser segmentados
2.3.4 Que atitudes, costumes, tradições e tabus sociais podem afetar o EB? Houve mudanças so-
cioculturais recentes que podem afetar isso?
2.3.6 Existem outros fatores socioculturais que possam impulsionar o alcance dos Objetivos Es-
tratégicos do Exército (OEE)?
2.3.8 Quais os aspectos relevantes para a Com Estrt dos itens abaixo:
2.3.9 - Dignidade da Pessoa Humana, indicadores em saúde (Ex: mortalidade infantil, expectativa
de vida, saneamento básico etc.), renda, habitação, educação, segurança pública, urbanização, as-
pirações, carências e outros aspectos pertinentes.
2.3.12 Quais as principais organizações criminosas presentes na A Resp, suas principais caracterís-
ticas, líderes e Modus Operandi?
2.3.13 Qual a percepção da opinião pública perante o Exército Brasileiro na área de responsabili-
dade?
2.3.14 Há legitimidade para as ações desencadeadas por atores e stakeholders presentes (levan-
tados na análise dos Fatores Políticos)?
2.4.1 Existem novas tecnologias que a Com Estrt poderia utilizar? Algum software para automa-
tizar gestão da Com Estrt?
2.4.2 Existem novas tecnologias que possam afetar a atuação da Com Estrt?
2.4.3 Existem outros fatores tecnológicos que sua empresa deve considerar?
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2.5 Fatores Ambientais:
2.5.1 Quais são as considerações ambientais que podem afetar a Com Estrt, no que tange:
- Regulamentação ambiental;
- Regulamentação ecológica;
- Sustentabilidade;
- Gestão de Resíduos;
- Espécies em extinção; e
- Energia renovável.
2.5.3 Existem outros fatores ambientais que provavelmente mudarão? Como afetarão a Com Es-
trt?
2.5.4 Quais as regiões com potencial para influenciar o ambiente informacional? Qual a relevân-
cia e fatores geradores de crises dessas regiões (ex: probabilidade de desastres naturais e realiza-
ção de ações subsidiárias)?
2.6.1 Existe alguma legislação pendente, ou alterada, que pode afetar a Com Estrt, seja positiva
ou negativamente?
2.6.2 Existem outros fatores legais que provavelmente mudarão? Como afetarão o negócio.
2.7 Informação:
2.7.2 Como são as linhas editoriais e tendências dos veículos, programas e meios de comunicação
atualmente? Assim como seu posicionamento em relação a atividades desenvolvidas pelo EB.
2.7.3 Os públicos de interesse para a Com Estrt são mais influenciados por que canais?
2.7.5 Há sinergia das estruturas de comunicação dos órgãos estatais com a Com Estrt?
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2.7.6 Como s a comunicação e a relações institucionais do Comando do escalão considerado com
os Partidos políticos, líderes locais e demais estruturas relevantes?
3. CONCLUSÃO
3.1 O presente trabalho trata-se de um projeto inicial para a realização de um diagnóstico con-
juntural, que propicie uma melhor consciência informacional aos militares responsáveis pelo pla-
nejamento e condução das atividades de Com Estrt, no escalão considerado.
3.2 Cabe destacar que esta análise poderá ser aprimorada, com maiores estudos e discussões,
com o intuito de ser mantida como um documento permanentemente atualizado.
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ANEXO B
1. DESENHO OPERACIONAL
1.2. A arte da guerra, em todos os níveis de decisão consiste em obter e manter a liberdade de
ação e impor a sua vontade ao inimigo. Nos níveis estratégico e operacional, a liberdade de ação
é conseguida, principalmente, pelo equilíbrio apropriado dos fatores de ESPAÇO, TEMPO, FORÇA
e suas combinações.
1.3. Os fatores tempo e espaço não são restritivos na perspectiva lógica da dimensão informaci-
onal, que inclui o espaço cibernético. Essa perspectiva lógica refere-se onde e como as informa-
ções são obtidas, produzidas, armazenadas, protegidas e difundidas. É onde o C 2 das forças mili-
tares é exercido e por meio da qual a intenção do comandante é transmitida. As ações nesta
perspectiva afetam o conteúdo e o fluxo de informações.
1.4. No Desenho Operacional a seguir, nesse caso trata-se do nível estratégico e do ambiente
informacional, complementando a análise do ambiente (Anexo A), estão caracterizados diversos
elementos que facilitam o entendimento do que será realizado. Estes elementos servem como
uma forma gráfica, que permite ao Comandante e seu Estado-Maior o entendimento da aborda-
gem mais adequada para a resolução do problema militar elencado no cenário atual e sintetiza a
visão do Comandante sobre o que deve ser feito para se atingir o EFD de Com Estrt, para cada
expressão do Poder Nacional.
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2. PONTOS DECISIVOS
2.1. PD 1 – Atualizar a situação política do país (ou área de responsabilidade) e como isso pode
afetar a Instituição (COESÃO NACIONAL).
2.2. PD 2 - Atualizar o cenário de Com Estrt, com foco no posicionamento, grau de presença e a
capacidade de influência desses atores nas mídias sociais (INFLUENCIADORES IDENTIFICADOS).
2.3. PD 3 – Atualizar o cenário interno de credibilidade da Instituição, com foco no público interno
e seus familiares (COESÃO INTERNA E CONFIANÇA FORTALECIDA).
2.4. PD 4 – Levantar novas tecnologias que possam afetar a atuação da Com Estrt do EB
(TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS).
2.5. PD 5 – A situação econômica atual possibilita investimentos nos projetos estratégicos do EB
(SOCIEDADE ESCLARECIDA).
2.6. PD 6 – Problema militar de Com Estrt definido para cada L Esf da Com Estrt EB.
2.7. PD 7 – Stakeholders, Líderes políticos, influenciadores digitais, público interno, Líderes regi-
onais, e suas motivações contrárias aos interesses da Instituição.
2.8. PD 8, PD 9, PD 10, PD 11, PD 12 – Narrativas, Temas, Mensagens, Meios de Comunicação,
recursos necessários e metas estabelecidas para cada L Esf.
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2.9. PD 13 – Efeitos desejados alcançados para cada L Esf, pois a intenção é propiciar ao planeja-
dor de Com Estrt a possibilidade de realizar um diagnóstico estratégico informacional apurado,
fornecendo ferramentas para estabelecer ações e metas coerentes com o cenário atual.
3.3. C - Promover o EB como instituição dotada de uma sólida cultura e valores institucionais pe-
renes.
3.4. D - Promover a marca EB como ator de grande relevância no relacionamento com a Base
Industrial de Defesa (BID) e na pesquisa, desenvolvimento e inovação de Produtos de Defesa
(PRODE), atendendo aos conceitos de letalidade seletiva e de proteção individual e coletiva.
3.5. E - Promover o EB como instituição dotada de uma moderna gestão de pessoal para os mili-
tares da ativa e veteranos, bem como para a família militar.
4. LINHAS DE ESFORÇO
Elegeu-se uma linha de esforço prioritária para cada tema, sem desconsiderar a transversali-
dade dos mesmos e possíveis pontos de intersecção com outras linhas de esforço.
5. EFEITOS DESEJADOS
5.1. Os Efeitos Desejados podem ser compreendidos como uma segmentação do Estado Desejado
da “Síntese da Comunicação Estratégica do EB”. Cada efeito está intrinsecamente relacionado à
consecução de seu OCEE correspondente e, caracteriza parcialmente, a maneira pela qual o EB
deve ser visto e reconhecido pelos diversos públicos de interesse:
5.1.1. Público Interno coeso, informado e motivado em tono de um mesmo ideal.
5.1.2. Sociedade percebendo o seu Exército como Instituição de Estado, coesa, indissolúvel e
liderada por seus chefes militares.
5.1.3. Os diversos públicos conheçam e reconheçam o elevado padrão de desempenho das tro-
pas do EB nas Op Paz e de ajuda humanitária, sendo motivo de orgulho e confiança para a socie-
dade.
5.1.4. A participação do EB na história do país, os seus valores e tradições propagadas pelo pú-
blico interno e reconhecido pela sociedade.
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Terrestre, o elevado nível de profissionalismo dos seus militares e a alta relevância para a Defesa
da Pátria e manutenção da paz social.
5.1.8. Ser reconhecido pela sociedade como um indutor do desenvolvimento sustentável nacio-
nal e protetor do meio ambiente.
5.1.9. Diplomacia militar reconhecida e fortalecida, por meio das ações do EB, contribuindo com
a projeção internacional do Brasil.
5.1.11. O EB ser reconhecido pelos diversos públicos como uma Escola de Líderes capazes de aju-
dar a conduzir os destinos da nação, sendo uma referência para as demais Instituições.
5.2. O Estado Final Desejado (EFD) é uma situação, política ou militar, favorável que deve ser al-
cançada quando a operação estiver finalizada. Nesse modelo, os efeitos desejados para cada Li-
nha de Esforço serão o EFD Com Estrt para os planejadores do Gab Com Estrt (Ad hoc).
6. CENTRO DE GRAVIDADE
6.1. Os CG são sempre contextuais e, portanto, sujeitos a alterações a qualquer momento du-
rante o planejamento e a condução da Campanha, sendo sua identificação e análise um processo
iterativo, contínuo e colaborativo entre os diferentes níveis de decisão. Dessa forma, a determi-
nação dos CG não deve ser um processo estático, devendo os planejadores continuamente refiná-
los, devido às ações tomadas pelas forças amigas e às reações do adversário a essas ações.
6.2. Via de regra, quanto mais elevado o nível, mais intangíveis os CG podem se tornar. Nos níveis
político e estratégico o CG pode ser intangível, tanto moral quanto físico. O CG estratégico moral
de um ator é a entidade primária que possui inerentemente a maioria das seguintes capacidades
críticas: determinar (e poder alterar) políticas e estratégias, comandar os recursos e meios neces-
sários para alcançar os objetivos estratégicos e inspirar e fornecer coesão moral e vontade de agir
e lutar. Em suma, é a entidade de tomada de decisão político-estratégica do ator. Exemplos de
CG estratégicos morais incluem um líder político forte, um líder religioso ou organização que
exerce poder político decisivo, uma elite dominante e uma população (ou um segmento dela) de
força de vontade determinada a prevalecer.
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ANEXO C
DIMENSÃO HUMANA - PERSPECTIVA COGNITIVA DOS PÚBLICOS PRIORITÁRIOS
1.1. A existência das ciências sociais é importante para ajudar a compreender melhor o funciona-
mento de uma sociedade, sua diversidade cultural e o modo de comportamento dos indivíduos,
como seres que fazem parte de um grupo social. Assim, o processo de revolução dos meios de
comunicação, e a preponderância destes nas formas de sociabilidade, inaugurou novas formas de
ação, moldadas pelo acesso aos mais variados tipos de informação. A dúvida surge porque o ex-
cesso de informação impede de ver que ele não afasta, necessariamente, da ignorância: pode ser
usado para difundir inverdades, imprecisões, obscurecer versões da história que não consegui-
ram o status de notícia. Muita informação, às vezes, pode significar pouco conhecimento.
1.2. A Ciência permite sair da mera opinião, dos pré-conceitos e preconceitos. O questionamento
do que é naturalizado, a busca da “história social dos problemas” (BOURDIEU, 1989), permite a
ruptura com o senso comum: mostra que a realidade é sempre mais complexa do que nossas
abstrações. Contrastar os dados da realidade social e o resultado de pesquisas empíricas com a
nossa opinião é um modo poderoso de escapar dos perigos do “achismo”.
1.3. O que caracteriza e distingue as ciências sociais é a noção de que a vida humana em sociedade
está sujeita a uma ordem e que o comportamento dos seres humanos, individual ou coletiva-
mente, é regulado por normas, valores e instituições sociais.
1.4. Assim, a Psicologia Cognitiva é responsável pelos estudos sobre pensamento, aprendizado e
percepção de várias situações da vida. Logo, ela avalia os processos mentais, de maneira a com-
preender como cada pessoa pode perceber os fenômenos da realidade.
1.5. Na Psicologia Cognitiva, existem três fundamentos básicos que ajudam a entender essa abor-
dagem. Eles são: interação — está relacionado ao ambiente, de maneira a valorizar como cada ser
interage com ele; modificação comportamental — tem como base a observação do comporta-
mento específico que precisa ser modificado; e atuação com eventos mensuráveis — o principal
objetivo é se dirigir a tudo que pode ser quantificado ou observado.
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1.6. Uma parte importante do aprendizado é a capacidade do indivíduo de monitorar seus esfor-
ços cognitivos, incluindo memória e compreensão. Tais habilidades afetam como ele conduz suas
ações para completar seus objetivos, com base no conhecimento metacognitivo (aprender sobre
como ele aprende) e experiências anteriores.
1.7. Nesse sentido, a literatura existente propõe diversas perspectivas para compreender a rela-
ção entre a cognição e o processo decisório. Para entender como as pessoas decidem, faz-se ne-
cessário considerar os processos cognitivos do julgamento e da escolha (PAYNE, 1982), pois, ao
tomar uma decisão, além das informações disponíveis, deve ser analisado o entendimento próprio
do indivíduo sobre determinada ação.
1.8. Assim, a tomada de decisão deve ser compreendida também pela ótica da cognição (SPIEGEL,
2014). Desse modo, para que boas decisões sejam tomadas, estímulos e informações são recebi-
dos e processados pelos indivíduos responsáveis pelas escolhas durante o processo de tomada de
decisão (SAATY, 2008). Assim, a compreensão das características e dos paradoxos da sociedade
precisa ser compreendida para a investigação do processo de tomada de decisão de um indivíduo
ou grupo (TAGLIAPIETRA, 2018).
1.9. O estudo da cognição no processo decisório se destaca devido à concepção de que os indiví-
duos possuem uma estrutura mental própria, que se difere uma das outras, fazendo com que as
informações sejam recebidas e processadas de formas distintas (LÖBLER, 2005). Ao desempenhar
uma função, os indivíduos agem através de percepções e modelos construídos ao longo da vida,
advindos de suas experiências e vivências sociais. São esses modelos que determinam as deci-
sões, atitudes e escolhas na realização de alguma tarefa. Compreender como são processadas as
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informações e sua relação com o processo de tomar uma decisão é essencial para o entendimento
e desenvolvimento das teorias, das organizações e dos próprios indivíduos (PEREIRA; LÖBLER;
SIMONETTO, 2010).
1.10. A percepção que a população tem da realidade é cada vez mais dependente da opinião
pública e a espontânea necessidade de comunicação. Controlar a “narrativa” não é apenas se
comunicar bem, mas comunicar antes. Um exemplo prático, a prioridade que a Defesa receberá
na distribuição de recursos orçamentários está diretamente ligada à percepção que a sociedade
tem quanto às ameaças reais e potenciais.
1.11. Do exposto, pode-se inferir que a perspectiva cognitiva compreende as mentes daqueles
que desempenham papéis na obtenção, produção e difusão da informação. Ela orienta os indiví-
duos ou grupos de processamento, percepção, avaliação e principalmente os de tomada de deci-
são. Esses elementos podem ser influenciados por inúmeros fatores, como por exemplo, crenças,
aspectos culturais, normas, vulnerabilidades, motivações, emoções, experiências, costumes, edu-
cação, saúde mental, identidades e ideologias.
1.12. A adequada significação dos fatores que influenciam o ambiente é essencial para o enten-
dimento de como manipular a interpretação dos tomadores de decisão inimigos a fim de desen-
cadear um efeito favorável para as operações.
1.13. Finalizando, é importante classificar o dado coletado sobre: mídia, civis não combatentes,
grupos e organizações presentes em áreas conflagradas, público de massa (nacional e internacio-
nal), atores e dirigentes, líderes etc., para reconhecer a influência da informação sobre o compor-
tamento do conjunto de atores que participam da dinâmica dos conflitos.
2.1. Tendo em vista a velocidade da difusão das informações pelas mais diversas redes sociais, se
tornou humanamente impossível a análise de tamanha quantidade de dados. Nos conflitos mo-
dernos a superioridade das informações e o domínio da dimensão informacional são extrema-
mente importantes. Dessa maneira, a guerra da Rússia contra Ucrânia é um laboratório real para
estudar as características dos conflitos diante da dimensão informacional e o paradigma das in-
formações descentralizadas e distribuídas, impulsionado pelas diversas redes sociais e fontes de
informação na Internet.
2.2. Dessa maneira, as condições que afetam o público-alvo são quaisquer situações ambientais,
econômicas, demográficas, psicológicas, sociais, culturais, políticas, de comunicações ou militares
que influenciam as atitudes e os comportamentos do público-alvo. Ao longo do processo de aná-
lise pode-se chegar à conclusão parcial de que há necessidade de ser segmentado o público-alvo.
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Caso isto ocorra, cada público-alvo segmentado passa a merecer uma análise específica. Tam-
bém são identificados os comunicadores-chave (indivíduos cujas opiniões são aceitas e respeita-
das pelo grupo ou pela sociedade).
2.3. Os fatores psicológicos são de cunho subjetivo que têm potencial para afetar o comporta-
mento humano. A identificação desses fatores e o seu emprego no processo de desenvolvimento
da comunicação estratégica é fundamental para o êxito das campanhas institucionais ao usar
todos os vetores comunicacionais disponíveis pela instituição, após identificação do problema
militar por ocasião da análise do ambiente informacional. Os quatro principais fatores psicológicos
para uma comunicação eficaz estão descritos a seguir:
2.3.1. Percepção – é a interpretação dos dados sensoriais auditivos, visuais, táteis, gustativos e
olfativos. As habilidades fisiológicas, a educação, as experiências anteriores e o ambiente cultural
e social influem na percepção do indivíduo;
2.3.2. Motivação – é um estado interno que resulta de uma necessidade, dirigindo o comporta-
mento humano para a satisfação dessa necessidade. Para que o público-alvo tenha um determi-
nado tipo de comportamento, deve-se conhecer as suas necessidades (carências) e explorá-las em
proveito da campanha institucional. Assim, se uma necessidade pode ser reconhecida e se o pú-
blico-alvo for constantemente induzido a relembrá-la, é provável que seja convencida a reco-
nhecê-la como imperiosa, mesmo que temporariamente. As várias necessidades podem ser re-
presentadas hierarquicamente a partir das necessidades ou desejos mais fundamentais e primiti-
vos até as demandas psicológicas mais complexas, conforme se pode ver na Hierarquia das Ne-
cessidades de Maslow (Fig C-2);
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2.3.4. Atitude – é a predisposição aprendida para pensar, sentir e agir de maneira favorável ou
desfavorável, em relação às pessoas, aos objetos, aos conceitos ou aos fatos. Frequentemente, as
atitudes são reforçadas pelas pressões sociais, porém a exteriorização de algumas emoções é uma
forma de defesa necessária que permite a expressão de impulsos que poderiam tornar-se auto-
destrutiva caso sejam reprimidos. Essa predisposição é uma oportunidade aos comunicadores de
propor alternativas para a exteriorização dessas emoções, sugerindo alívio e realização ao público-
alvo. Uma atitude pode derivar de um ou mais elementos, como, por exemplo, cognição e emo-
ção.
2.6. Assim, as ações que compõem as campanhas informacionais valem-se do processo da comu-
nicação para atingir o público-alvo selecionado. O valor dessas ações dependerá sempre da
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transmissão de uma mensagem que produza efeitos comportamentais no público-alvo a que se
dirige. Os efeitos psicológicos pretendidos resultam, em última análise, da percepção do público-
alvo diante das mensagens que recebe.
2.7. Finalizando, pode-se inferir que a modelagem da sociedade na perspectiva cognitiva e o con-
trole das narrativas favoráveis ao Exército Brasileiro serão efetivas no tempo e com oportunidade
se o Gab Com Estrt (Ad hoc) for preciso e proficiente em todos as fases do planejamento e execu-
ção da Comunicação Estratégica, preconizados nesse Caderno de Ensino e nas Diretrizes emana-
das pelo Cmt do EB.
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C-6
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GLOSSÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1.1 O presente glossário tem por finalidade apresentar conceitos sintéticos e objetivos de ter-
mos e expressões amplamente utilizados no âmbito das Forças Armadas, com ênfase no Exército
Brasileiro (EB20-MF-03.109), especialmente aqueles relativos ao planejamento e à execução de
Comunicação Estratégica, a fim de facilitar a compreensão de acadêmicos por ocasião do estudo
desse Caderno de Ensino.
1.2 Os termos e expressões especificamente aplicáveis ao Exército foram conceituados com
base na doutrina em vigor. Por ocasião das abreviaturas e siglas utilizadas nos capítulos, foram
utilizadas as constantes do manual MD33-M-02, MANUAL DE ABREVIATURAS, SIGLAS, SÍMBOLOS
E CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS DAS FORÇAS ARMADAS, Edição 2008.
1.3 Quando, para um termo, existirem duas ou mais definições que se diferenciam, por tratarem
de assuntos conjuntos ou específicos do ambiente acadêmico com as Forças Singulares, elas são
numeradas por algarismos arábicos.
1.4 Como esse caderno foca os ambientes acadêmicos e militares, algumas expressões serão
exemplificadas com o termo “AMBIENTE ACADÊMICO”.
2. TERMOS E DEFINIÇÕES
G-1
EB60-CE-11.001
AD HOC (EB20-MF-03.109) – Expressão latina, geralmente usada para informar que determinado
acontecimento tem caráter temporário e que se destina para aquele fim específico.
G-2
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BOTS (Ambiente Acadêmico): programas de software que executam tarefas automatizadas, re-
petitivas e pré-definidas. Os bots normalmente imitam ou substituem o comportamento do
G-3
EB60-CE-11.001
usuário humano.
BRIEFING (OU BRIFIM) (EB20-MF-03.109) – Ato ou efeito de prestar informações resumidas, re-
lativas a um assunto específico, a alguém que vai participar ou executar uma determinada tarefa
ou ação, para fim de coordenação.
G-4
EB60-CE-11.001
Quando se tem antecedentes e objetivos que a justifiquem, e desde que organizada com a devida
adequação aos valores e critérios da cultura jornalística, a entrevista coletiva é a mais eficaz ati-
vidade de assessoria de imprensa.
COMUNICAÇÃO SOCIAL (EB20-MF-03.109) – 1. Processo pelo qual se podem exprimir ideias, sen-
timentos e informações, visando a estabelecer relações e somar experiências. Compreende as
atividades de Relações Públicas, Assessoria de Imprensa e Divulgação Institucional. 2. É um
campo de conhecimento acadêmico que busca aperfeiçoar o relacionamento entre os seres hu-
manos como indivíduos ou como integrantes de um grupo social.
G-5
EB60-CE-11.001
G-6
EB60-CE-11.001
Ver HACKER.
CRISE (EB20-MF-03.106, Estratégia): Um estado de tensão, provocado por fatores internos e/ou
externos e regido por um choque de interesses que, se não administrados adequadamente, corre
o risco de sofrer um agravamento, até a situação de enfrentamento entre as partes envolvidas.
G-7
EB60-CE-11.001
entre outras.
ESTADO FINAL DESEJADO (EB20-MF-03.109) – Condições gerais a serem estabelecidas numa de-
terminada área ou ambiente (ou sobre determinados grupos), cuja obtenção indicará que a mis-
são recebida foi efetivamente cumprida, podendo-se passar, a partir daí, para a desmobilização
total ou parcial dos meios empregados. É uma situação, política ou militar, favorável que deve
ser alcançada quando a operação estiver finalizada.
FAKE NEWS (Fonte: CEP): mensagem fraudulenta, fabricada e deliberadamente mentirosa, pro-
duzida e disseminada com a intenção de enganar e não de informar um fato e que, por isso,
contribui para a desinformação. Utiliza-se, primordialmente, dos recursos da informática para
imitar fontes genuínas, como instituições de Estado ou mesmo veículos consolidados de im-
prensa, e da velocidade, alcance e escala das mídias sociais e da internet para divulgação. Encon-
tra solo fértil nas bolhas informacionais, principalmente, devido ao viés de confirmação.
G-8
EB60-CE-11.001
GUERRA CENTRADA EM REDES (EB20-MF-03.109) – Guerra que reúne em rede os mais diversos
elementos das forças armadas de um país, permitindo-lhe administrar diversas tarefas que vão
desde a coleta até a distribuição de informações críticas entre esses muitos elementos. Outorga-
lhe maior capacidade de combate ao ligar em rede os elementos de sensoriamento, de combate
e de comando. Visa obter melhor sincronismo entre aqueles elementos e os efeitos que podem
proporcionar, assim como o incremento na velocidade das operações bélicas e do processo de-
cisório de comando. O mesmo que GUERRA APOIADA EM REDES.
G-9
EB60-CE-11.001
MÍDIAS SOCIAIS (EB20-MF-03.109) – Sistemas projetados para internet que possibilitam a inte-
ração social, o compartilhamento de informações e a criação colaborativa sem controle editorial
(Ex: Facebook, Twitter, YouTube, Blog, dentre outros).
G-10
EB60-CE-11.001
os mesmos procedimentos.
OBJETIVOS NACIONAIS (EB20-MF-03.109) – São aqueles que a Nação busca alcançar, em decor-
rência da identificação de necessidades, interesses e aspirações, ao longo das fases de sua evo-
lução histórico-cultural.
G-11
EB60-CE-11.001
OPINIÃO PUBLICADA (EB20-MF-03.103) – Pode ser entendida como aquela expressa publica-
mente nos meios de comunicação de massa, por pessoas da mídia, admitidas como formadoras
de opinião. Elas podem influenciar e, em algumas situações, formar opinião pública.
PONTO DECISIVO (EB20-MF-03.109) – Local, evento chave específico, sistema crítico ou função
que permite aos comandantes obterem uma vantagem relevante sobre o inimigo e influenciar
decisivamente o resultado de um ataque.
PREMISSA (EB20-MF-03.109) – Fator cuja ocorrência seja altamente provável e que, para efeito
de estudo da evolução de determinada conjuntura, é considerado como invariável.
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doutrina, uma ideia, uma ideologia, um princípio e/ou uma religião, não visando fins lucrativos e
não anunciando em nome de alguma empresa ou sobre algum produto. Sendo assim, ela procura
atingir um determinado público e fazê-lo pensar sobre algum problema social, por exemplo, pen-
sando sempre em atitudes da sociedade como um todo.
SPAM – Mensagem eletrônica “não solicitada” enviada em massa. Origina-se do termo em inglês
Spamming.
STAKEHOLDERS (Ambiente Acadêmico) - O termo stakeholders foi cunhado pelo filósofo e pro-
fessor de administração Robert Edward Freeman em, 1983, em um memorando interno no Ins-
tituto de Pesquisa de Stanford no qual ele definia o conceito como “grupos ou indivíduos que,
sem seu apoio, a organização deixaria de existir”. Na tradução para o português podemos enten-
der stakeholders como “parte interessada” ou mesmo “grupos de interesse” que são todas as
pessoas que, direta ou indiretamente, atribuem algum valor ao sucesso da instituição ou da or-
ganização.
TROLL (Ambiente Acadêmico) - é um termo utilizado como gíria na internet, designando uma
pessoa cujo comportamento ou comentário desestabiliza uma discussão. Na internet, o troll é
aquele usuário que provoca e enfurece as outras pessoas envolvidas em uma discussão sobre
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REFERÊNCIAS
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