Sustentabilidade PIB regional Hidrelétricas

Horta inflável da Após impulso em Marisete Pereira

agtech sul-coreana 2023, economia assume presidência
Midbar vence das regiões Norte e da Abrage em
prêmio nos Estados Centro-Oeste deve momento decisivo
Unidos B7 perder força A5 para o setor B2
Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Ano 24 | Número 5929 | R$ 6,00
www.valor.com.br

Contribuintes perdem a Carlos Bolsonaro é alvo da PF

em investigação sobre a Abin
maioria dos grandes casos Isadora Peron, Luísa Martins, Marcelo
Ribeiro, Caetano Tonet e Jéssica Sant’Ana
“os principais destinatários e beneficiários
das informações produzidas ilegalmente

no Supremo e STJ em 2023

De Brasília no âmbito daAbin, pormeio de açõesclan-
destinas”. O gabinete de Carlos na Câmara
A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem de Vereadores do Rio foi um dos endereços
nova operação para aprofundar investi- vasculhados pela PF. O vereador estava com
gações sobre a existência de suposto es- o pai na casa de veraneio da família, em
quema de espionagem ilegal da Agência Mambucaba, Angra dos Reis. Procurada, a
Tributário União venceu 16 processos de relevante impacto Brasileira de Inteligência (Abin) durante
o governo de Jair Bolsonaro (PL). Filho do
defesa de Carlos não respondeu às tentati-
vas de contato do Valor.
financeiro; somente quatro deles somavam R$ 62,4 bilhões ex-presidente, Carlos Bolsonaro, que é ve- Em nota, a defesa do ex-presidente cha-
reador no Rio de Janeiro, foi um dos alvos mou a operação de “desastrosa e indevida
da operação. As diligências miraram o ‘fishing expedition’, ou pescaria probató-
Beatriz Olivon mentos sobre a exclusão do ICMS no cál- O procurador Thiago Silveira, que co- “núcleo político” do suposto esquema. Ao ria, subvertendo a lógica das garantias
De Brasília culo do Imposto de Renda (IRPJ) e da ordena a atuação da Procuradoria-Geral todo, foram cumpridos nove mandados constitucionais, vasculhando-se a intimi-
CSLL no lucro presumido, além da “que- da Fazenda Nacional (PGFN) no STJ, disse de busca e apreensão no Rio, Angra dos dade e a vida privada de cidadãos probos,
A União venceu, em 2023, pelo menos bra” de decisões definitivas — um enfra- que 2023 foi um ano muito positivo. Ele Reis, Brasília, Salvador e Formosa (GO). vilipendiando direitos fundamentais e ex-
16 importantes julgamentos no Supre- quecimento da chamada “coisa julgada”. defendeu a legalidade das normas ques- Segundo a PF, o objetivo foi identificar trapolando os limites legais”. Página A6
mo Tribunal Federal (STF) e no Superior No STJ, segundo o advogado, “o contri- tionadas pelos contribuintes nos tribu-
Tribunal de Justiça (STJ). Em apenas qua- buinte sofreu mais”. Dos sete casos julga- nais superiores e disse que isto se refletiu

Governo registra 2 o maior déficit

tro, evitou perda de arrecadação estima- dos em recurso repetitivo (que se aplica a nas decisões favoráveis à Fazenda.
da em R$ 62,4 bilhões. O de maior impac- causas semelhantes) só venceu dois. Em A economista Vilma Pinto, da Institui-
to é o que trata da tributação de incenti- outras 20 ações relevantes, mas sem status ção Fiscal Independente (IFI), avalia que,
vos fiscais. Eram R$ 47 bilhões em jogo. de repetitivo, foram seis vitórias. apesar dos valores indicados para os ca-
Levantamento do escritório Machado Entre os processos relativos aos Esta- sos pelo governo (no anexo de riscos fis- De Brasília mia. Os dados consideram Tesouro, Previ-
Associados indica 34 vitórias dos entes dos, especialistas destacam a autoriza- cais da Lei de Diretrizes Orçamentárias), dênciaSocialeBancoCentral,excluemdes-
públicos — entre eles a União — em 49 ção para cobrança do diferencial de alí- é muito difícil saber com precisão o in- O governo central registrou déficit pri- pesas com a dívida pública, mas incluem
julgamentos nos tribunais superiores. quotas (Difal) do ICMS em 2022 — os gresso efetivo de receita decorrente dos mário de R$ 230,535 bilhões em 2023 — R$ 93 bilhões com a regularização de pre-
“O saldo não é positivo para os contri- contribuintes defendiam 2023. O im- julgamentos. Há a expectativa do gover- 2,1% do PIB. A meta fixada era de R$ 213,6 catórios. Sem considerá-los, o déficit foi de
buintes, que tiveram algumas expectati- pacto estimado inicialmente pelos Esta- no com relação a quanto pode custar, bilhões. É o 2 o pior resultado anual, em ter- R$ 138,147 bilhões (1,3% do PIB). O núme-
vas frustradas”, diz Renato Silveira, sócio dos e DF era de R$ 9,8 bilhões, referente mas não há a indicação, em relatório pú- mos reais. Perde para o déficit de 2020, de ro indica dificuldade para a dívida pública
da banca. Ele exemplifica com os julga- à perda de arrecadação em 2022. blico, sobre os ingressos. Página E1 R$ 939 bilhões, com os gastos na pande- entrar em rota de estabilidade. Página A2

Força ao multilateralismo
Evergrande França vê pausa
tem falência em negociação
decretada com Mercosul
Chan Ho-him, Kaye Wiggins, Reuters, de Paris
Hudson Lockett e Thomas Hale
Financial Times O presidente da França, Emmanuel
Macron, disse à Comissão Europeia que é
Um tribunal de Hong Kong orde- impossível concluir as negociações sobre
nou a liquidação da chinesa Evergran- o acordo comercial com o Mercosul. Se-
de, abrindo uma nova e imprevisível gundo informação divulgada por seu ga-
fase no colapso da incorporadora binete, ele entende que a União Europeia
imobiliária mais endividada do mun- suspendeu o andamento do processo.
do. A juíza da Suprema Corte Linda “É nosso entendimento que a UE
Chan anunciou a decisão depois de a orientou seus negociadores a encerra-
empresa não conseguir apresentar um rem a sessão de negociações que está em
plano de reestruturação que satisfizes- curso no Brasil e, em especial, cancela-
se os credores internacionais, apesar rem a visita do vice-presidente da comis-
das longas negociações. são que estava prevista por causa da ex-
WENDERSON ARAUJO/VALOR

A decisão é um teste para o alcance pectativa de uma conclusão”, disse um

dos tribunais do território no continen- assessor de Macron. Os agricultores fran-
te chinês. Embora a Evergrande esteja ceses são contra as discussões para um
cotada na bolsa de Hong Kong, quase acordo com os países do Mercosul, que,
todos os seus ativos e a grande maioria segundo eles, permitiria a importação de
dos seus mais de US$ 300 bilhões em Na presidência do G20, Brasil defende aumentar a capacidade de financiamento dos bancos multilaterais e maior alinhamento dessas instituições às alimentos baratos que não seguem os
passivos estão na China. Página B3 estratégias de desenvolvimento dos países emergentes, diz Tatiana Rosito, secretária de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda. Página A12 padrões rigorosos da UE. Página A4

G20eaquebradocicloda Destaques Crescimento

dívidadospaísespobres Demanda cai e
Marina Zucker-Marques
e Maria Espinosa A11
Recuperação judicial da Gol
A Justiça dos Estados Unidos autorizou a
Gol a receber uma primeira parcela, de
ágio desaparece
Liderarnãoédeixaros
US$ 350 milhões, do financiamento con-
cedido por debenturistas da Abra, hol-
ding controladora da empresa aérea e da
no ‘boi chinês’
outrosparatrás;éseguiras Avianca. O total da operação, que faz
parte do plano de recuperação da com- José Florentino
pessoasandandoàfrente panhia, chega a US$ 950 milhões. B5 De São Paulo

Nizan Guanaes B2 Vale aumenta produção O preço da carne exportada para a Chi-
A produção de minério de ferro da na, que chegou a US$ 7,3 mil por tonela-
Vale em 2023 alcançou 321,1 milhões da em junho de 2022, hoje gira em torno
Indicadores de toneladas, alta de 4,3% sobre o ano
anterior. O volume também ficou aci-
de US$ 4,7 mil, sem sinais de que vá au-
mentar. Com isso, o ágio pago pelos fri-
ma da meta fixada pela companhia goríficos aos pecuaristas, que alcançou
Ibovespa 29/jan/24 -0,36 % R$ 15,8 bi no ano passado, que era de 315 mi- R$ 30 por arroba, está perto dos R$ 5, se-
Selic (meta) 29/jan/24 11,75% ao ano lhões de toneladas. B1 gundo a consultoria Safras & Mercado.
Selic (taxa efetiva) 29/jan/24 11,65% ao ano
A queda nos preços é resultado da re-
Dólar comercial (BC) 29/jan/24 4,9219/4,9225
Dólar comercial (mercado) 29/jan/24 4,9447/4,9453
Oceânica deve adiar IPO construção do plantel chinês de suínos —
Dólar turismo (mercado) 29/jan/24 4,9762/5,1562 A Oceânica Engenharia, candidata a dizimado por uma epidemia de peste
acabar com o jejum de ofertas iniciais suína africana há cerca de cinco anos —,
ROGÉRIO VIEIRA/VALOR

Euro comercial (BC) 29/jan/24 5,3137/5,3163

Euro comercial (mercado) 29/jan/24 5,3519/5,3525 de ações (IPO, pela sigla em inglês) na que gera uma sobreoferta no país, expli-
Euro turismo (mercado) 29/jan/24 5,4087/5,5887
B3, deverá adiar sua operação, diante da ca Fernando Iglesias, analista da Safras &
volatilidade dos mercados por conta Mercado. Destino de 47,7% das exporta-
das dúvidas em torno dos juros nos Es- ções de carne brasileira no ano passado, a
tados Unidos. A bolsa brasileira não rea- Num ano difícil para os fundos de investimentos, a Kinea teve o melhor resultado de sua história, com captação China seguirá como principal mercado,
liza uma oferta inicial há dois anos. C2 de R$ 51,8 bilhões em 2023 e aumento de 89,2% no patrimônio sob gestão, diz Marco Freire. Página C6 apesar da baixa nos preços. Página B8
A2 | Valor | Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Brasil
Contas públicas Resultado leva em conta ingresso do PIS/Pasep e
receita com venda da Copel e desconta antecipação de precatórios
2023temdéficitprimáriode
1,27%doPIB,opiordesde2020
Guilherme Pimenta e
Jéssica Sant’Ana
De Brasília
O primeiro ano de mandato do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) registrou um déficit primário
de R$ 230 bilhões, o pior resultado
desde 2020, segundo informado
ontem pelo Tesouro Nacional. Des-
se valor, R$ 92,4 bilhões se referem
ao pagamento extraordinário do
estoque de precatórios ao fim do
ano, que deve ser excluído para
fins de atingimento da meta de re-
sultado primário a partir dos ter-
mos da decisão do Supremo Tribu-
nal Federal (STF). Assim, o déficit
foi de R$ 138,1 bilhões, o que cor-
responde a 1,27% do Produto In-
terno Bruno (PIB).
O resultado de 2023 é inferior
à meta de déficit de R$ 213,6 bi-
lhões prevista para o ano de
2023. Esse número, no entanto,
considera uma receita de R$ 24
bilhões do PIS/Pasep como pri-
mária, bem como uma arrecada-
ção de R$ 2 bilhões resultante da
venda da Copel. Ambas vão de
encontro ao entendimento con-
tábil do Banco Central, responsá-
vel por apurar a estatística ofi-
cial. Desta forma, no dia 7 de fe-
vereiro, quando a autoridade
monetária divulgar seus dados, o
déficit da União deve ser registra-
do em cerca de R$ 256 bilhões
(com precatórios) e R$ 166 bi-
O que preocupa é a trajetória prevista para a dívida
Análise
Estevão Taiar
De Brasília
O déficit primário registrado
no ano passado, o segundo
maior da série histórica do Te-
souro Nacional, mostra a dificul-
dade que o governo federal deve
encontrar para colocar a dívida
pública em uma trajetória de es-
tabilidade. Por enquanto, cená-
rio externo favorável, inflação
doméstica em queda e robustez
do balanço de pagamentos brasi-
leiro facilitam o financiamento
dessa dívida. Mas o quadro pode
mudar rapidamente com uma
piora da conjuntura global.
Conforme divulgado nesta se-
Samuel Pinheiro Guimarães: ação efetiva na inserção internacional do Brasil
Índice de empresas citadas em textos nesta edição
3R Petroleum C2 Bank of America C4
4intelligence A5 BNDES A3, A4
AES Brasil B2 Bradesco C6
Amazon B4, B5 Bradesco BBI C4
Americanas C6 BTG C6
Anthropic B4 BTG Pactual C4, C6
Autodesk B2 BYD A5
B3 C2 Caixa C6
Banco do Brasil A5, C6 Cemig B2
Banco Fibra C1 Chesf B2
lhões (sem precatórios, o que va-
le para a meta).
Apesar de o resultado ter ficado
dentro da meta, é o segundo pior
déficit da série histórica, perdendo
apenas para 2020, primeiro ano da
pandemia de covid-19, quando o
rombo foi de R$ 939,9 bilhões, em
valores reais. O déficit de 2023
também foi maior que os registra-
dos no primeiro ano de mandato
dos governos Temer e Bolsonaro,
só perdendo para o primeiro ano
do segundo mandado de Dilma
Rousseff (PT), quando o governo
registrou um déficit de R$ 183,1 bi-
lhões em 2015, em valores atuali-
zados pela inflação.
Além de uma frustração em al-
gumas receitas, principalmente a
Contribuição Social sobre o Lu-
cro Líquido (CSLL), que caiu
10,4% (perda de R$ 17,6 bilhões),
a elevação de outras despesas
também foi responsável pelo
rombo: houve uma alta de 42,4%
(R$ 98,7 bilhões) de despesas
obrigatórias de controle de flu-
xo, como o Bolsa Família, dada a
ampliação do programa, e uma
elevação de benefícios previden-
ciários de 7,9% (R$ 66,4 bilhões).
Além disso, o resultado negati-
vo do governo foi influenciado pe-
lo pagamento de R$ 20 bilhões nas
compensações aos Estados, decor-
rente das reduções das alíquotas
do ICMS em 2022, durante o perío-
do eleitoral; R$ 6 bilhões do aporte
gunda-feira, 29, pelo Tesouro Na-
cional, o governo central teve re-
sultado primário negativo de
R$ 230,5 bilhões em 2023, o se-
gundo maior, já levando em con-
ta a inflação, desde 1997. O déficit
só foi menor do que os R$ 939 bi-
lhões registrados em 2020, o pri-
meiro ano da pandemia. Além
disso, o número foi influenciado
pela regularização de um estoque
de R$ 93 bilhões de precatórios.
Mais importante do que o pró-
prio déficit é o impacto, ao lado
do crescimento do PIB e da taxa
de juros real da economia, que o
resultado primário tem sobre a
trajetória da dívida pública. Em
novembro, a dívida bruta do go-
verno geral (DBGG) estava em
73,8% do Produto Interno Bruto
MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO
Citi C2, C4
Cocriagro B7
Collaborative Fund B7
Copel B2
Cosan C2
DVA Agro B7
Eletrobras B2
Energisa C4
Engie B2
Equinor B2
ao fundo do ensino médio e R$ 1,4
bilhão de uma capitalização do
BNB, realizada em dezembro. O se-
cretário do Tesouro, Rogério Ce-
ron, defendeu que o déficit teria si-
do R$ 109 bilhões (1% do PIB) não
fossem esses três fatores extraordi-
nários e o pagamento dos precató-
rios. Dessa forma, o resultado esta-
ria condizente com a meta que es-
tava sendo perseguida pela Fazen-
da desde o meio de 2023.
A União detectou uma queda
real de arrecadação de 2,8%. Tanto
os tributos administrados pela Re-
ceita Federal quanto os valores ex-
ternos arrecadados caíram — esses,
21,1%. Entre esses, a queda mais
expressiva foi constatada em con-
cessões e permissões, que recuou
82%. Dividendos e participações de
estatais também caíram de forma
abrupta, apresentando uma varia-
ção negativa de 44,7%.
Ceron disse que a arrecadação
foi influenciada também por ou-
tros fatores: as compensações tri-
butárias feitas por empresas em
virtude da tese do século, que re-
“Deterioração
fiscal vista em
2023 é bastante
preocupante”
Rafaela Vitória
(PIB), segundo o Banco Central.
Por si só, já é um ponto de partida
mais elevado do que a dívida dos
países emergentes — que em
2022, segundo o próprio Tesou-
ro, estava em média em 64%,
sempre em relação ao PIB.
Mas ainda mais preocupante
é a trajetória prevista para o in-
dicador ao longo dos próximos
anos no Brasil. A projeção me-
“Todos os olhares
estão voltados
para a China. É dali
que vem o risco”
Rogério Xavier
Morre Pinheiro Guimarães, cocriador do Mercosul
Memória
De Brasília e São Paulo
O diplomata Samuel Pinheiro
Guimarães Neto morreu na ma-
nhã desta segunda-feira (29), aos
84 anos, em Brasília. Ele foi secretá-
rio-geral do Itamaraty de 2003 a
2009 e depois ministro de Assun-
tos Estratégicos, cargo que ocupou
até o fim do segundo mandato do
presidente Luiz Inácio Lula da Sil-
va, em 2010. Entre 2011 e 2012,
sob a administração de Dilma
Rousseff, atuou como Alto Repre-
sentante Geral do Mercosul.
Pinheiro Guimarães se formou
na faculdade de direito da Univer-
sidade Federal do Rio de Janeiro e
Esportes da Sorte B6 Iguatemi B5
Evergrande C1 Inmetrics B4
Fitch C2 Itaipu B2
Galera.bet B6 Itaú C6
Garde Asset Itaú BBA C4
Management C6 J.P. Morgan C1, C4
Goldman Sachs A3 JGP C6
Google B4, B5 Kantar Ibope B6
Ibiuna Investimentos C6 Kinea C6
iG B2 Light C6
tirou o ICMS da base de cálculo
de PIS/Cofins, gerando créditos
tributários às empresas — o go-
verno tenta endereçar esse tema
por meio da Medida Provisória
1.202, que limita a compensação
tributária —; a renúncia fiscal do
Programa Emergencial de Reto-
mada do Setor de Eventos (Per-
se), da ordem de R$ 17 bilhões,
ante R$ 4 bilhões esperados; e a
inflação, que ficou inferior às ex-
pectativas do começo do ano.
Pelo lado positivo, o empoça-
mento (recursos liberados, mas
não utilizados pelos ministé-
rios) totalizou R$ 19,8 bilhões
em 2023, ajudando no resultado
primário. O valor empoçado fi-
cou ligeiramente abaixo do re-
gistrado em 2022, que foi da or-
dem de R$ 20,7 bilhões, em valo-
res correntes.
Em relação a 2024, Ceron afir-
mou que os dados preliminares
de janeiro indicam que a arreca-
dação está subindo, o que deixa o
cenário favorável para zerar o dé-
ficit este ano, conforme a meta
estabelecida no Orçamento.
Já o ministro da Fazenda, Fer-
nando Haddad, comentou que a
meta deste ano depende de uma
boa interação com o Judiciário e
o Legislativo. "A meta é estabele-
cida de comum acordo com o
Congresso Nacional, mas o resul-
tado primário depende muito
dessa boa interação com o Judi-
diana do mercado, segundo o
relatório de dezembro que ante-
cedeu a mais recente reunião do
Comitê de Política Monetária
(Copom), era que a DBGG subi-
ria pelo menos até 2032, alcan-
çando 92%. A Instituição Fiscal
Independente (IFI), ligada ao Se-
nado, tem projeção semelhante
em seu cenário-base: 91,7%. O
Tesouro, por sua vez, calcula tra-
jetória mais otimista, com a
DBGG se estabilizando em torno
de 76% já neste ano e caindo len-
tamente a partir de 2028.
Um adendo que precisa ser
feito é que, desde a pandemia,
analistas vêm encontrando difi-
culdades para adequar seus mo-
delos e calcular uma série de va-
riáveis econômicas. Isso já levou
já seguiu para a carreira diplomá-
tica. Também concluiu mestrado
em Economia na Universidade de
Boston, cidade onde foi cônsul.
Ocupou, entre outros cargos, a
chefia do Departamento Econô-
mico do Itamaraty, a direção do
Instituto de Pesquisas em Rela-
ções Internacionais (IPRI) e a vi-
ce-presidência da Embrafilme.
“Como diplomata e intelec-
tual, construiu ampla reflexão so-
bre o desenvolvimento e inserção
internacional do Brasil. Desta-
cou-se na formulação de políticas
de integração regional, em espe-
cial do projeto do Mercosul, e na
defesa da importância estratégi-
ca da relação com a Argentina”,
diz nota de pesar do Itamaraty.
Mapfre Investimentos C6
Mercado Livre B4
MSD Saúde Animal B7
Nazca B7
NDB A12
Noxis Energy A5
Oceânica Engenharia C2
OpenAI B4
Opportunity C6
Ouribank C1
Resultado primário
Governo central teve déficit de R$ 138 bi, sem considerar precatórios
Valor em 2023 - em R$ bilhões
2.500
2.351,4
2.000
1.500
1.000
500
Receita total
Resultados - em R$ bilhões
0
-50
-100
-150
-200 -230,5
Resultado com
precatórios
Em % -2,12%
do PIB
Fonte: Tesouro Nacional. * Número oficial ainda será divulgado pelo BC
ciário e o Legislativo. No que nos
diz respeito, vamos continuar
com o mesmo compromisso [em
2024]", afirmou o ministro.
Na avaliação da economista
Rafaela Vitória, economista-che-
fe do Banco Inter, “a deteriora-
ção fiscal vista em 2023 é bas-
tante preocupante”. “Não só o
governo teve queda na arrecada-
ção, que ficou 2,8% abaixo de
2022 descontando a inflação, as
despesas cresceram no alarman-
te ritmo de 12,5% acima do
IPCA”, pontuou.
“Apesar de a expansão fiscal
não ter impulsionado a inflação
no ano passado, que cedeu devi-
do à queda das matérias-primas
o mercado nos últimos anos a
superestimar algumas vezes a
trajetória prevista para a dívida
pública. Outro adendo é que o
mundo inteiro, e não somente o
Brasil, saiu muito mais endivida-
do da pandemia.
Até aqui a economia brasileira
tem se beneficiado da perspecti-
va de cortes de juros nos Estados
Unidos, de saldos recordes na ba-
lança comercial, do elevado esto-
que de reservas internacionais
(US$ 353 bilhões até a semana
passada) e de uma inflação que
começou a cair antes do que caiu
em boa parte do mundo. Tudo is-
so significa, por diferentes ca-
nais, maior segurança para o fi-
nanciamento da dívida pública.
Ainda assim, a trajetória previs-
O Itamaraty classificou Pinheiro
como “um dos mais destacados di-
plomatas de sua geração”. “Sem-
pre destacou-se pela independên-
cia e pela firmeza na defesa das
suas posições em matéria de de-
senvolvimento e inserção interna-
cional do Brasil”, afirmou o minis-
tério, que também ressalta a parti-
cipação do diplomata na formula-
ção do projeto do Mercosul.
“O ministro Mauro Vieira, em
nome do Itamaraty, expressa à
família e aos muitos amigos e
amigas do embaixador Samuel
as mais sentidas condolências”,
completou a nota. Pinheiro Gui-
marães também é autor dos li-
vros de ensaio “Quinhentos Anos
de Periferia” e “Desafios Brasilei-
Petrobras B4, C2
Petroreconcavo C2
PhageLab B7
Pixbet B6
Playtech B6
Prio B2
Reag C6
Repsol Sinopec Brasil B2
S&P Global C2
Safra C6
Salto Grande B2
2.129,9
1.899,4
452,0
Transferência Receita líquida Despesa total
a entes
-138,1
-164,1
-213,6
Resultado sem Resultado pela Meta fiscal
precatórios metodologia
do BC *
-1,27% -1,51% -2,0%
e o contraponto da política mo-
netária bem mais restritiva, exis-
te uma preocupação com a con-
tinuidade dessa expansão, que
está bem acima do projetado pe-
lo novo arcabouço fiscal”, pon-
derou e economista.
Felipe Salto, economista-chefe
e sócio da Warren Investimentos,
pontua de outro lado que o resul-
tado de 2023 “foi fortemente afe-
tado pelo pagamento de preca-
tórios”. “Mas foi importante di-
namitar a bola de neve antes que
ela se tornasse inadministrável”,
analisou. “Para 2024, o desafio
central não é o déficit zero. É di-
minuir o déficit e cumprir inte-
gralmente o arcabouço”, alertou.
ta pelo mercado para o indicador
preocupa. Nesta segunda, durante
evento promovido pelo UBS BB, o
CEO da SPX Capital, Rogério Xa-
vier, alertou por exemplo para a
necessidade de “todos os olhares”
estarem voltados para a China. “É
dali que vem o risco”, afirmou, ci-
tando problemas no mercados
imobiliário e financeiro chineses.
O ministro da Fazenda, Fer-
nando Haddad, vem fazendo um
grande esforço para, pelo lado
das receitas, melhorar o resulta-
do primário e colocar a dívida
pública em uma trajetória de es-
tabilidade. Mas para alcançar es-
se objetivo é importante que o
governo federal mostre também
como pretende cortar despesas,
o que ainda não aconteceu.
ros na Era dos Gigantes” — que,
em 2006, lhe valeu o prêmio Juca
Pato, de Intelectual do Ano, pela
União Brasileira de Escritores.
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva disse que Guimarães foi
um dos mais importantes diplo-
matas da sua geração, com um
extenso currículo de serviços
prestados ao Brasil.
“Tive o prazer e a honra de convi-
ver e trabalhar com Samuel nos
meus dois primeiros mandatos co-
mo presidente da República e de-
pois como ex-presidente. Nesse
momento de despedida, meus sen-
timentos e solidariedade aos fami-
liares, amigos, alunos e colegas de
Samuel Pinheiro Guimarães”, disse
Lula, em sua conta na rede social X
Santander C4, C6 UBS C2
Santander Asset C6 UBS BB A2
Scotiabank C4 Unicamp B4
Shell B4 Upload Ventures
Sicredi C6 Growth B5
SPX Capital A2, C2, C6 Verde C6
SulAmérica C6 Voith B2
Tendências Consultoria A5 Water Lemon Ventures B7
TIM Brasil B5 WBGI B7
Topsort B5 Whirlpool B5
Trígono Capital C6 XP C6

Brasil
Violência Questão requer envolvimento do governo federal e investimento estruturado, dizem analistas
Especialistaspedemplano‘científico’parasegurança
Rafael Vazquez
São Paulo
O clamor para que o governo fe-
deral assuma mais responsabilida-
de na segurança pública, princi-
palmente no combate ao crime or-
ganizado, tem crescido entre espe-
cialistas e aquecido o debate sobre
o papel da União no tema. Após ar-
tigo publicado pelo Valor nesta se-
gunda-feira, 29, no qual a econo-
mista e coordenadora do Centro
de Ciência Aplicada a Segurança
da FGV, Joana Monteiro, e a ex-pre-
sidente do conselho consultivo do
Goldman Sachs e ex-presidente do
BNDES, Maria Silvia Bastos Mar-
ques, abordam o tema, especialis-
tas reforçaram a necessidade ur-
gente de um plano nacional basea-
do em evidências científicas.
“Infelizmente, quando anali-
samos as políticas federais de se-
gurança pública, não vemos um
investimento estruturado, de
longo prazo, com planejamento
para as questões do crime orga-
nizado”, afirma a diretora-execu-
tiva do Instituto Sou da Paz, Caro-
lina Ricardo. Ela explica que não
se trata de falha do governo atual
ou outro especificamente. “É um
problema já histórico no país.”
Segundo Carolina, um dos mo-
tivos é a lógica “equivocada” de
pensar que segurança pública é
responsabilidade das polícias es-
taduais. Além disso, é uma área
que tende a gerar custos políticos,
o que faz presidentes da Repúbli-
ca evitarem se aprofundar na área.
“Ainda existe essa visão meio tra-
dicional e ultrapassada de que,
porque os Estados têm as forças
de segurança mais robustas, a se-
gurança pública é uma questão
estadual. Fora que o custo político
é alto. Exige um investimento
grande e o trabalho é feito muito
mais nos bastidores. Demora para
Alberto Kopittke: distância com que governo federal trata a segurança pública no Brasil contraria a tendência dos melhores exemplos internacionais
dar resultado aparente”, explica.
“Não agir cria um custo político
alto, mas agir também cria. Por is-
so fica mais fácil espalmar o pro-
blema, fazer uma pequena parte,
mas deixar o tema sobretudo com
os governos estaduais.”
Na mesma linha, o doutor em
políticas públicas e mestre em
ciências criminais Alberto Ko-
pittke comenta que a distância
com que o governo federal trata
a segurança pública no Brasil
contraria a tendência dos melho-
res exemplos internacionais. “To-
das as democracias centraliza-
ram ou estão centralizando a co-
ordenação das políticas públicas
nessa área. A União tem um pa-
pel central na definição das polí-
ticas de segurança em geral, des-
de a prevenção, trabalhos com
crianças e adolescentes, policia-
mento e combate ao crime orga-
“Sociedade está
mais preocupada
com o crime
organizado”
Carolina Ricardo
nizado. Tem que sair da lógica de
apenas repassar recursos.”
Para Kopttike, trata-se de uma
herança do período militar
quando, de acordo com o espe-
cialista, as forças de segurança
trabalharam exageradamente
em torno dos interesses políti-
cos do regime e negligenciaram
o crescimento da violência e a
fase inicial do surgimento das
facções do crime organizado no
sistema penitenciário. “Não é
que antes [do regime militar]
existia uma boa organização,
mas é que essa questão da visão
militarizada reduz o panorama
Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
GABRIEL REIS/VALOR
técnico da segurança pública em
si. Até hoje ainda vemos os mili-
tares tentando puxar muito as
políticas da área, como se o as-
sunto de policiamento ostensivo
fosse um assunto militar. Na ver-
dade é um assunto de segurança
que não se resume somente a
policiamento ostensivo.”
Ex-assessor especial do Minis-
tério da Justiça entre 2007 e 2008,
Kopttike lamenta o que identifica
como fraqueza institucional da
Secretaria Nacional de Segurança
Pública (Senasp). “É muito mal
estruturada. Tem poucos recursos
humanos mesmo e praticamente
| Valor | A3
não vemos os servidores cuidan-
do de estatística, inteligência e
ações de prevenção. É um órgão
ainda muito incipiente”, diz.
O especialista, que é autor do li-
vro “Manual de segurança pública
baseada em evidências” defende a
criação de um ministério próprio
para a segurança pública, que hoje
é uma secretária vinculada ao Mi-
nistério da Justiça. “É a única políti-
ca da Constituição que não tem
um ministério próprio. E o Minis-
tério da Justiça tem muitas agen-
das e a segurança fica lá dentro
sendo priorizada só em momentos
de crise. Precisa separar, estruturar
com o pessoal principalmente de
inteligência”, diz Kopttike, apon-
tando a necessidade de fortalecer e
articular as polícias civis. “Não po-
demos depender só da repressão.
São Paulo, por exemplo, sempre te-
ve uma estratégia linha dura com
alto índice de aprisionamento e
não acabou com o PCC. Pelo con-
trário, o grupo está cada vez mais
forte”, observa.
Na visão de Carolina Ricardo,
apesar da expansão do crime or-
ganizado pelo Brasil, inclusive na
Amazônia em áreas indígenas, o
que pode causar inclusive danos
ambientais, o momento é favorá-
vel para que a União finalmente
busque assumir o papel que pre-
cisa exercer na área. “Temos visto
mortes decorrentes disso o tem-
po inteiro, seja da milícia no Rio
de Janeiro, seja dos acertos de
contas no Ceará. As pessoas estão
morrendo e a sociedade está mais
preocupada com o crime organi-
zado. Isso é muito ruim, mas por
outro lado cria o ambiente políti-
co para que o novo ministro da
Justiça [Ricardo Lewandowski]
pegue essa bandeira para chamar
de sua. Apesar de tudo, tenho es-
perança”, declara a diretora-exe-
cutiva do Instituto Sou da Paz.
A4 | Valor | Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Brasil
Tratores bloqueiam a autoestrada A15 durante protesto de agricultores franceses: pressão do setor reforça posição da França contra acordo com Mercosul
Relações externas Negociadores comerciais dos blocos, porém,
consideram que tratativas avançam, ainda que de modo lento
França vê negociação suspensa
de acordo entre UE e Mercosul
Reuters, de Paris
O presidente da França, Em-
manuel Macron, disse à Comis-
são Europeia que é impossível
concluir as negociações sobre o
acordo comercial com o bloco
do Mercosul e entende que a
União Europeia suspendeu as
negociações. A informação foi
divulgada por seu gabinete nes-
ta segunda-feira (29).
Nas últimas semanas, agricul-
tores têm organizado protestos
massivos na França contra o au-
mento dos custos e as importa-
ções baratas, na sequência de
ações semelhantes em outros
países europeus, como Alema-
nha e Polônia.
Em especial, os agricultores
franceses são contra as negocia-
ções em curso sobre um acordo
comercial com os países do Mer-
cosul, que, segundo eles, permi-
tiria a importação de alimentos
baratos que não seguem os pa-
drões rigorosos da UE.
“[Macron] reiterou à comissão
de maneira muito firme o fato de
que é impossível concluir as ne-
Para WEF, mundo cresce 2,8% este ano
Paula Martini e Rodrigo Carro
Do Rio
O presidente do Fórum Econô-
mico Mundial (WEF, na sigla em
inglês), Børge Brende, disse on-
tem que a economia global deve
crescer 2,8% em 2024 — um pon-
to percentual abaixo da média
das últimas décadas. A tendência
de queda se deve às perdas acu-
muladas pelo comércio interna-
cional desde a pandemia, expli-
cou ele, durante participação em
evento do grupo empresarial
B20, ligado ao G20, na sede da
Federação das Indústrias do Es-
tado do Rio de Janeiro (Firjan).
Brende criticou a imposição de
barreiras ao comércio exterior
no atual contexto geopolítico,
que classificou como “o mais
complexo em muitas décadas.”
“O desafio para o Brasil é que o
crescimento global voltou, as
coisas estão melhores e espera-
mos 2,8% de crescimento neste
ano. A tendência de crescimento
nas últimas décadas tem sido de
3,8%, então estamos abaixo”,
comparou o presidente do FEM,
organização internacional de co-
operação público-privada. “A
economia global não está indo
tão mal. Está melhor do que nós
esperávamos. O que nos preocu-
pa realmente é o impacto de
uma aparente expansão do con-
flito no Oriente Médio, além de
outros conflitos geopolíticos. Is-
so pode ter um efeito muito ne-
gativo no crescimento global.”
gociações nestas condições”, dis-
se um assessor do presidente
francês a jornalistas na prepara-
ção da cúpula da União Europeia
de quinta-feira.
Segundo o assessor, a UE enten-
deu que era impossível chegar a
um acordo com o bloco aduaneiro
formado por Brasil, Argentina,
Uruguai e Paraguai nesse contexto
e suas negociações com os países
do Mercosul foram interrompidas.
“É nosso entendimento que a
UE orientou seus negociadores a
encerrarem a sessão de negocia-
ções que está em curso no Brasil
e, em especial, cancelarem a visi-
ta do vice-presidente da comis-
são que estava prevista por causa
Agricultores
franceses são
contra as
negociações de
acordo comercial
com Mercosul
Brende: “A tendência de crescimento nas últimas décadas tem sido de 3,8%”
Brende ressaltou que as ativi-
dades comerciais, responsáveis
por alavancar o crescimento
global em períodos anteriores
ainda não se recuperaram desde
a pandemia. No discurso, ele cri-
ticou a adoção de barreiras co-
merciais pelos países.
“O que temos que evitar nessa
economia global são novas tari-
fas, novas barreiras para o co-
mércio e guerras comerciais. Is-
so pode ter impacto muito ne-
gativo. Ainda não sabemos qual
será a ordem do novo mundo,
mas espero que não signifique
um retrocesso”, ressaltou o pre-
sidente do FEM.
Mais cedo, no mesmo evento,
o vice-presidente e ministro de
Indústria e Comércio, Geraldo
Alckmin, afirmou que o Brasil
da expectativa de uma conclu-
são”, acrescentou ele.
A comissão informou que os
especialistas técnicos da UE e do
Mercosul continuam em conta-
to, o que incluiu as reuniões de
25 e 26 de janeiro no Brasil, mas
algumas questões importantes
ainda estão em aberto.
“O foco da UE continua a ser o
de garantir que o acordo cumpra
os objetivos de sustentabilidade
da UE e ao mesmo tempo respei-
te as sensibilidades da UE no se-
tor agrícola”, disse um porta-voz.
A França tem apontado repe-
tidamente suas dúvidas sobre o
acordo entre a UE e o Mercosul,
cujo texto foi acertado em 2019,
depois de 20 anos de negocia-
ções intermitentes. Mas vários
membros da União Europeia são
a favor do acordo. As negocia-
ções foram retomadas depois
que a UE buscou garantias dos
países do Mercosul sobre ques-
tões relativas a mudanças climá-
ticas e desmatamento.
Em Brasília, diplomatas disse-
ram que Macron estava sob pres-
são para defender questões agrí-
FABIO ROSSI/AGÊNCIA O GLOBO
vive novo momento de abertura
ao comércio exterior, com acor-
do comercial assinado com Cin-
gapura e tratativas abertas com
a União Europeia e outros blo-
cos comerciais.
O evento na sede da Firjan, no
centro do Rio, é uma das reu-
niões prévias e preparatórias pa-
ra a reunião de chefes de Estado
do G-20, que acontece em no-
vembro, na cidade. A reunião
contou com a participação de lí-
deres empresariais como os pre-
sidentes-executivos de Raízen,
Suzano, Embraer, Tupy e JBS, en-
tre outras companhias.
Em seus discursos, os executi-
vos se mostraram alinhados em
torno de temas como a transição
energética rumo a uma econo-
mia com menos emissões de car-
NATHAN LAINE/BLOOMBERG
colas francesas e suas opiniões
não representavam as da Comis-
são Europeia, e a expectativa é
que as negociações prossigam
durante os próximos meses.
O Ministério das Relações Exte-
riores do Brasil não quis comen-
tar as declarações de Macron, mas
uma fonte do ministério afirmou
que as negociações “não se reali-
zam com países ou presidentes
específicos, mas entre o Mercosul
e a Comissão Europeia”.
Os negociadores comerciais
da UE e do Mercosul reuniram-se
em Brasília durante dois dias na
semana passada, mas relataram
“avanços limitados”, de acordo
com um diplomata envolvido
nas negociações. Esse diplomata
mostrou-se cético quanto à pos-
sibilidade de que o acordo seja
concluído antes das reuniões mi-
nisteriais da Organização Mun-
dial do Comércio (OMC), marca-
das para o fim do próximo mês,
como alguns esperavam.
“As negociações estão avan-
çando lentamente na direção
certa. Mas demorarão mais tem-
po”, afirmou outro diplomata.
bono, o combate à fome e a redu-
ção da desigualdade social.
Presidente-executivo da Em-
braer, Francisco Gomes Neto co-
mentou ainda as perspectivas fa-
voráveis ao comércio global, es-
pecialmente para os países situa-
dos no Sul Global. “A estimativa é
de que a economia global tenha
crescido em torno de 3% em
2023. E a previsão para 2024 é de
um crescimento de 2,9%. Isso de
acordo com o Fundo Monetário
Internacional”, destacou.
Em conversa com jornalistas,
após sua participação num dos
painéis do evento, o presidente-
executivo da Raízen, Ricardo
Mussa, ressaltou que, quando o
assunto é descarbonização, po-
de haver uma multiplicidade de
soluções, e não apenas uma ba-
seada, por exemplo, na eletrifi-
cação de veículos.
“Na prática, tem espaço para
todos. O Brasil tem a vantagem
de não ter a pressão que tem a
Europa. Como eles não têm o
etanol, a Europa tem que ir para
o carro elétrico. A decisão sobre
o carro elétrico, no Brasil, é mui-
to mais de consumidor do que
de governo”, sustentou Mussa.
Ele explicou ainda que utili-
zar energia solar ou eólica em
usinas de etanol permitiria às
empresas sucroalcooleiras dei-
xar de queimar o bagaço da ca-
na-de-açúcar para gerar energia.
Em contrapartida, o bagaço po-
deria ser transformado em eta-
nol e exportado.
Mercadante nega que
juro menor para NIB
afete política monetária
G20
no Brasil
Paula Martini e Rodrigo Carro
Do Rio
Em meio a críticas de economis-
tas à nova política industrial, o vi-
ce-presidente e ministro de Desen-
volvimento, Indústria, Comércio e
Serviços, Geraldo Alckmin, e o pre-
sidente do BNDES, Aloizio Merca-
dante, voltaram a defender o pro-
grama Nova Indústria Brasil (NIB)
nesta segunda-feira (29).
Na abertura do B20, reunião de
líderes empresariais que antecede
a reunião de chefes de Estado do
G20, em novembro, no Rio, eles
afirmaram que uma pequena par-
te das linhas de financiamento do
novo programa será subsidiada. O
evento é o primeiro encontro da
agenda dos grupos do Business
20, o braço de negócios do G20.
O presidente do BNDES refutou
a hipótese de que a concessão de
juros mais baixos por parte do
banco de fomento possa afetar a
política monetária do país. Segun-
do ele, o BNDES responde por ape-
nas 1,3% do crédito concedido em
território nacional.
“Em economia, o rabo não aba-
na o cachorro. Nós não temos ta-
manho para interferir na potência
da política monetária", declarou
após participar da abertura do
B20, na Federação das Indústrias
do Estado do Rio (Firjan).
A fala foi uma resposta a críti-
cas de economistas que apontam
que o aumento de crédito pelo
banco pode impactar a trajetória
de queda da taxa básica de juros,
a Selic. “Tanto não tem procedên-
cia que a taxa de juros vem cain-
do. E poderia ter caído mais ce-
do”, emendou Mercadante.
Ele também afirmou que o vo-
lume de crédito subsidiado no
universo de financiamentos do
banco é “muito pequeno” e re-
presenta 19% das operações
atuais do BNDES.
Alckmin defendeu a necessida-
de de crédito para financiar a in-
dústria e exportações. Segundo
ele, o encolhimento da fatia da in-
dústria nacional no PIB nas últi-
mas décadas e a perda de partici-
pação do Brasil no comércio exte-
rior têm relação com a redução de
crédito para ambas as atividades.
O vice-presidente ressaltou que a
Taxa Referencial (TR), com custo
inferior a de mercado, será desti-
nada apenas para projetos de ino-
vação tecnológica. O Programa
Mais Inovação, operado pelo
BNDES e pela Finep, oferece crédi-
to a condições de Taxa Referencial
(TR) + 2% e está dentro da Nova In-
dústria Brasil (NIB).
“O que queremos é uma indús-
INSS deve economizar
mais de R$ 10 bi, diz Lupi
Jéssica Sant'Ana
De Brasília
O ministro da Previdência So-
cial, Carlos Lupi, afirmou nesta
segunda-feira, 29, que o governo
espera uma economia maior que
R$ 10 bilhões em 2024 com as
ações que estão sendo imple-
mentadas pela pasta e pelo Insti-
tuto Nacional do Seguro Social
(INSS) em relação à despesa pre-
videnciária. A declaração foi da-
da após reunião com o ministro
da Fazenda, Fernando Haddad.
Parte dessa economia espera-
da vem do Atestmed, ferramenta
implementada no fim do ano
passado que permite que as pes-
soas possam solicitar o benefício
por incapacidade temporária
(antigo auxílio-doença) apresen-
tando atestado médico, sem pas-
sar pela perícia médica.
“Esse atestado diminui buro-
cracia. Quando a gente faz isso
[concessão de benefícios] mais
rápido, diminuímos o custo da
Previdência, porque entre a con-
cessão e a efetivação, a média de
espera era de 113 dias, nós baixa-
mos para 70 dias, e nossa preten-
tria inovadora, sustentável, com
descarbonização. Uma indústria
exportadora, e com competitivi-
dade”, disse Alckmin.
Para economistas, no entanto,
a menor remuneração do Fundo
de Amparo ao Trabalhador (FAT),
principal fonte de recursos do
BNDES, para o Mais Inovação faz
com que um ativo do governo
renda menos, o que pode am-
pliar o déficit nominal do país.
Na abertura do evento, o pre-
sidente do BNDES afirmou que o
Brasil é “compelido” a ter uma
política de proteção comercial
para preservar a indústria. Isso
seria necessário, segundo Merca-
dante, para que o país possa en-
frentar o processo de desindus-
trialização dos países do chama-
do Sul Global. O quadro, susten-
tou, seria agravado pelos incenti-
vos dados por países mais ricos
aos seus setores produtivos.
A fala foi na contramão do que
pregou o presidente do Fórum
Econômico Mundial, Børge Bren-
de. Em discurso na mesma reu-
nião de líderes empresariais,
Brende criticou a imposição de
barreiras comerciais. Ele afirmou
que conflitos geopolíticos e guer-
ras comerciais podem ser obstá-
culos ao crescimento global. “Te-
mos que evitar novas tarifas, no-
vas barreiras para comércio,
guerras comerciais. Isso pode ter
um impacto muito negativo”,
afirmou Brende em participação
posterior a de Mercadante e Alck-
min (ver reportagem ao lado).
“Barreiras ao
comércio terão
impacto muito
negativo ”
Børge Brende
O vice-presidente destacou
que o Brasil vive um novo mo-
mento de abertura ao comércio
exterior, com o acordo assinado
com Cingapura e tratativas aber-
tas com União Europeia e outros
blocos econômicos. “Temos inú-
meras possibilidades de acordos
comerciais, e a reforma tributá-
ria vai desonerar completamen-
te investimentos e exportações.
A reforma traz eficiência econô-
mica e fortalece o comércio exte-
rior”, disse Alckmin.
Além do subsídio via BNDES,
outra preocupação dos econo-
mistas é com uma possível am-
pliação dos recursos destinados
à nova política industrial.
Em entrevista ao Valor na
quinta-feira, Alckmin afirmou
que o programa pode ter recur-
sos adicionais além dos R$ 300
bilhões anunciados inicialmente.
são é chegar a 50 dias. Com isso,
diminuo muito o volume de di-
nheiro gasto, porque, quanto
mais tempo, mais correção [mo-
netária]”, explicou Lupi.
Outra medida que vai ajudar
positivamente a arrecadação da
Previdência, disse Lupi, será a
nova licitação da folha de paga-
mentos do INSS. “Tem três ou
quatro anos que não têm reajus-
te [da cessão da folha de paga-
mentos do INSS]. Vamos fazer
nova licitação e eu pretendo no
mínimo dobrar o valor que é pa-
go hoje pelos bancos que opera-
ram [a folha do INSS]”, afirmou.
Ele destacou, ainda, que a
perspectiva é que economia ge-
rada com essas ações seja maior
do que eventual despesa subesti-
mada no Orçamento. Conforme
mostrou o Valor, a despesa pre-
videnciária estaria subestimada
em cerca de R$ 20 bilhões no Or-
çamento deste ano.
O ministro destacou, ainda, que
são 900 mil requerimentos iniciais
por mês ao INSS, em média, e 450
mil novos benefícios concedidos
mensalmente, também em média,
a maioria temporários.
 Terça-feira, 30 de janeiro de 2024 | Valor | A5

Brasil

Conjuntura Regiões enfrentam fenômenos climáticos que, junto

ANA PAULA PAIVA/VALOR

com a base de comparação elevada, intensificam a desaceleração

ApóspuxadanoPIBde2023,Norte
eCentro-Oesteperdemofôlego
Anaïs Fernandes
De São Paulo
Estrela do Produto Interno Bru-
to (PIB) brasileiro em 2023, junto
com o Norte, o Centro-Oeste deve
apresentar um dos menores cresci-
mentos entre as regiões brasileiras
em 2024, abaixo da média nacio-
nal. Pesa para essa desaceleração
do Centro-Oeste não apenas a base
de comparação alta, após as safras
recordes do ano passado, mas tam-
bém os impactos negativos de fe-
nômenos climáticos, que já come-
çaram a aparecer nas estimativas
regionais do terceiro trimestre de
2023, alertam economistas.
A Tendências Consultoria proje-
ta crescimento de 1,5% para o PIB
do Brasil neste ano. O Norte deve
crescer 2,1%, e o Nordeste e o Sul,
1,7% cada, mostra estudo da con-
sultoria antecipado ao Valor. O Su-
deste avançaria 1,4%, já abaixo da
média nacional, e o Centro-Oeste,
1,1%. A consultoria estima que, em
2023, Norte (3,6%), Centro-Oeste
(3,6%) e Sul (3%) cresceram acima
da média nacional esperada, de
2,8%. Sudeste (2,6%) e Nordeste
(2,4%) teriam ficado abaixo.
Em 2023, o Centro-Oeste avan-
çou impulsionado pela agrope-
cuária, que deve ter crescido 17,5%,
acima da média nacional esperada
de 15,9%, segundo a Tendências.
Além disso, a produção industrial
da região — que avançaria 3,5%,
bem acima do 1,1% estimado pela
consultoria para o Brasil — tam-
bém deve ter se beneficiado atra-
Menos fôlego
Desaceleração do agro em 2024 afeta mais o Centro-Oeste
Projeções para variação anual do PIB - em %
Em 2023 Em 2024
Norte
3,6
Nordeste
2,4
Centro-Oeste
3,6
Sudeste
2,6
Sul
3 Nordeste
1,5
Brasil
2,8
Brasil
Projeção de crescimento do PIB ao ano entre 2025 e 2033 - em %
4
3,4
3 2,9
3
vés dos setores de alimentos, bio-
combustíveis e metalurgia.
“É uma região que acaba tendo
uma participação dos setores eco-
nômicos muito associados à ca-
deia do agronegócio”, diz Lucas
Assis, economista da Tendências.
Este ano, no entanto, a expecta-
tiva da Tendências é que a agrope-
cuária do Centro-Oeste recue 4,6%,
considerando o menor crescimen-
to da produção de grãos, após re-
cordes expressivos em 2023, e os
impactos negativos do fenômeno
climático El Niño. Para a agrope-
cuária brasileira em geral, ainda é
esperado ligeiro avanço, de 0,9%.
A equipe de assessoramento
econômico do Banco do Brasil es-
pera uma queda ainda maior para
o agro do Centro-Oeste em 2024,
de quase 7%, ante recuo de 0,9%
projetado para a média do país.
“O desenvolvimento da safra
2023/24 tem sido fortemente in-
fluenciado pelas chuvas irregula-
res e as altas temperaturas. O plan-
tio de soja e milho chegou a ser in-
terrompido em diversas regiões,
sobretudo em Mato Grosso, e em
algumas áreas será necessário o re-
plantio, com impactos importan-
Desaceleração da
inflação e avanço
da renda devem
favorecer consumo
no Nordeste
Norte
2,1
Nordeste
1,7
Centro-
Oeste
1,1
Sudeste
1,4
Sul
1,7
2,5
2,2 2,1
tes na produtividade”, aponta o es-
tudo da Tendências.
Além disso, os transbordamen-
tos do agro para os serviços, nota-
damente transporte, armazena-
gem e comércio de insumos agrí-
colas, não devem estar presentes
com a mesma magnitude em
2024, segundo a equipe do BB.
Em contrapartida, o Norte, que
já deve ter puxado o crescimento
do Brasil em 2023 junto com o
Centro-Oeste, seguiria na lideran-
ça neste ano, na avaliação da Ten-
dências. Ainda que desacelere ante
2023, a produção industrial deve
sustentar um desempenho favorá-
vel do PIB da região, apesar do en-
fraquecimento da agropecuária,
que também sente os efeitos do El
Niño, com altas temperaturas e
chuvas irregulares prejudicando a
evolução das áreas semeadas.
“O agro é importante para a re-
gião, com destaque para carne bo-
vina e soja, mas também tem um
peso relativamente menor na eco-
nomia do Norte, que conta com
uma participação relevante da
produção industrial, principal-
mente a extrativa”, diz Assis
A indústria representa cerca de
34% do PIB do Norte, e o agro, 12%
— no Centro-Oeste, essa distribui-
ção é de 14,5% para 19%, respecti-
vamente. A Tendência destaca ain-
da, para 2024, um comportamen-
to positivo de setores atrelados a
investimentos, como máquinas e
equipamentos e construção civil.
“O cenário de redução da taxa
de juros deve trazer um alívio para
Projeções para variação anual do PIB, por região e segmento - em %
No Brasil
Agropecuária Indústria
20 2,8
15,9
15 2,1
10 1,4
5 0,7
0,9
2023 2024
Por região
Agropecuária
2023
Norte 18,7
10,2
Centro-Oeste 17,5
Sudeste 10
Sul 21,9
Previsão de investimentos, por região - em R$ bilhões
Privados nos próximos 10 anos
900
750
700
600
o setor [da construção civil] no
próximo ano, notadamente ao
grande empregador, trazendo re-
flexos no mercado de trabalho, es-
pecialmente nos Estados das re-
giões Norte e Nordeste”, diz a equi-
pe do Banco do Brasil.
O PIB do Norte caiu 1,9% no ter-
ceiro trimestre de 2023, ante o se-
gundo, de acordo com levanta-
mento da 4intelligence também
antecipado ao Valor. Sudeste
(0,6%), Sul (0,3%) e Centro-Oeste
(0,2%) conseguiram superam a
média nacional do período (0,1%),
enquanto o Nordeste recuou 1,8%.
A queda do Norte, no entanto, não
assusta, porque a região havia su-
bido 2,6% no segundo trimestre,
lembra Bruno Lavieri, economista-
chefe da 4intelligence.
“Quando vemos uma região
crescendo muito rapidamente, é
natural que no trimestre próximo
não cresça tanto. É esse crescimen-
to de espasmos”, diz. “A questão é
que não é só um reflexo da base al-
ta, mas já conseguimos ver, no ter-
ceiro trimestre de 2023, alguns
efeitos climáticos adversos.”
Ainda assim, a 4intelligence
projeta 5,3% de crescimento para o
Norte em 2023, atrás apenas do
Centro-Oeste, com 6,2%. O Brasil
deve crescer 3,2%.
Para o Nordeste, que também
crescerá acima da média nacional
em 2024, segundo a Tendências, a
expectativa é que haja uma recu-
peração da indústria, que sentiu o
desempenho desfavorável da ex-
tração de óleos brutos de petróleo,
Serviços
2,8 2,4
2,1
1,4
1,1
1,4
0,7
2023 2024 2023
Indústria Serviços
2024 2023 2024 2023
1,7 4,7 2 0
-0,1 -0,6 1,8 2,6
-4,6 3,5 1,1 0 2,7
0,6 1,3 1,3 3,3
8,1 -0,8 0,9 2 0,5
Públicos (Novo PAC)
760
Bruno Lavieri: Região Norte tem crescimento por “espasmos”
mas pode subir em 2024 com seto-
res ligados a investimentos, como
máquinas e veículos.
“Esse segmento de óleos brutos
de petróleo tem apresentado de-
sempenho desfavorável há muitos
anos”, diz Assis. “Mas as perspecti-
vas para a indústria não são o sufi-
ciente para liderar totalmente a
trajetória da economia no Nordes-
te, onde os serviços representam
quase 70% do PIB”, pondera.
A desaceleração da inflação e o
avanço da massa de renda total de-
vem continuar favorecendo o con-
sumo das famílias no Nordeste em
2024, embora em menor magnitu-
de do que em 2023. Nesse sentido,
os serviços da região devem subir
2,6% em 2023 e 1,6% em 2024, esti-
ma a Tendências.
O agro do Nordeste, por outro
lado, deve passar de um cresci-
mento superior a 10% em 2023 pa-
ra ligeira queda de 0,1% em 2024,
por causa dos impactos do El Niño,
com redução das precipitações e
clima mais quente e seco na região
do Matopiba, que reúne Mara-
nhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
A 4intelligence também vê o
1,5 Centro-Oeste crescendo abaixo da
média nacional neste ano (1,1%,
ante 1,7%), mas enxerga o Nordes-
te na lanterna, com 0,5%, e o Sul na
2024
liderança, com 2,6%, seguido por
Norte (2,5%) e Sudeste (1,5%).
A equipe do Banco do Brasil
2024 também prevê o Sul puxando o
2 crescimento em 2024, com 2,2%, e
1,6 no Nordeste na ponta contrária,
com 0,8%. O Brasil como um todo
1,1 deve crescer 1,5%. Abaixo disso fi-
cariam Norte (1,3%) e Centro-Oes-
te (1,1%); acima, o Sudeste (1,6%).
A produção agro do Sul pode ser
mais resiliente neste ano, segundo
a Tendências. A expectativa é que a
agropecuária da região suba 8%,
depois de já ter crescido 21,9% em
2023. As projeções da Tendências
são positivas para algodão, arroz,
feijão, soja, trigo, cana-de-açúcar e
pecuária na região.
A consultoria reconhece que há
um viés baixista para a projeção,
considerando as volumosas preci-
pitações relacionadas ao El Niño.
Fortes chuvas têm atrasado o início
do plantio, afetando negativa-
mente a produtividade das lavou-
ras de grãos na safra 2023/24, diz
Assis. Além disso, aponta, o exces-
so de umidade propicia o surgi-
mento de doenças fúngicas.
No Sudeste, que, assim como o
Centro-Oeste, o crescimento deve
ficar abaixo da média nacional em
2024, segundo a Tendências, a pro-
dução industrial é o que pode con-
tribuir positivamente, com desta-
que para extrativa e fabricação de
veículos. “O Sudeste é responsável
por metade do PIB do Brasil. Então,
é difícil ver uma diferenciação
muito significativa entre a região e
a média do país. Em 2023 e 2024,
será um desempenho um pouco
abaixo do Brasil, mas ainda é um
cenário positivo”, pondera Assis.
Lavieri observa que muito do
crescimento recente do PIB brasi-
leiro se deu por causa do agro, que
tem participação relativamente
menor na economia do Sudeste —
pouco menos de 3%, enquanto ser-
viços têm quase 68%, e a indústria,
pouco mais de 28%. “E a indústria
veio muito mal em 2023”, afirma.
O arrefecimento do aperto
monetário ao longo deste ano
deve produzir condições mais
benignas para a indústria, uma
dinâmica que favorece especial-
mente o Sudeste, além do Sul e da
Zona Franca de Manaus, “regiões
que abrigam um parque fabril
mais diversificado”, diz o BB.

2 450
300
250 250
300
1
96
150 44 70 56
4
Nordeste Norte Centro-Oeste Brasil Sudeste Sul Nordeste Norte Centro-Oeste Sudeste Sul

Fonte: Tendências Consultoria

Investimento deve levar Nordeste a liderar avanço

De São Paulo
Com ganhos de investimentos
públicos e privados, a região
Nordeste deve se tornar a pro-
pulsora do crescimento do Brasil
no longo prazo, aponta estudo
da Tendências Consultoria ante-
cipado ao Valor.
A casa estima um crescimento
médio ao ano para a região de
3,4% entre 2025 e 2033. A pers-
pectiva é que o Brasil cresça 2,5%
ao ano no período.
Também devem crescer acima
da média nacional, no longo
prazo, o Norte (3%) e o Centro-
Oeste (2,9%); abaixo ficariam o
Sudeste (2,2%) e o Sul (2,1%).
Segundo a Tendências, o Nor-
deste deve observar um ganho
de tração com investimentos pú-
blicos e privados, como os do
Novo PAC, do governo federal.
A consultoria mapeou que o
Nordeste deve receber R$ 44 bi-
lhões de investimentos privados
nos próximos dez anos, menos
do que as demais regiões, exceto
o Norte, com previsão de R$ 4
bilhões. Mas o Nordeste tam-
bém deve ser alvo de R$ 700 bi-
lhões do programa federal Novo
PAC, atrás apenas do Sudeste,
com R$ 760 bilhões.
Setores de petróleo e gás, de
geração e transmissão de ener-
gia e de transporte e logística
devem ser os mais beneficiados
pelo programa do governo no
Nordeste.
Já entre os investimentos pri-
“Nordeste deve
ser celeiro de
investimentos nos
próximos dez anos”
Lucas Assis
vados, a Tendências destaca a Os impactos desses investi-
produção de diesel renovável e mentos, segundo ele, não devem
querosene de aviação sustentá- se dar apenas na indústria. “Aca-
vel pela Acelen, com R$ 12 bi- ba gerando serviços e uma série
lhões em investimentos e con- de efeitos indiretos em outros
clusão prevista para 2033; a ins- segmentos”, afirma.
talação de refinaria no Comple- O Norte, por sua vez, deve se
xo do Pecém pela Noxis Energy beneficiar, no horizonte mais
para a produção de combustí- amplo, da maturação de investi-
veis, com investimento de R$ 10 mentos em mineração e de me-
bilhões e conclusão em 2026; e a lhorias na redução de gargalos
instalação de fábricas para pro- logísticos. Essas melhorias em
dução de ônibus, caminhões e infraestrutura devem favorecer
veículos de passeio da chinesa também o Centro-Oeste, que,
BYD, com data de conclusão pre- além de ser a principal região da
vista para o ano que vem e R$ 3 fronteira agrícola do país, deve
bilhões em investimentos. ver um cenário favorável para se-
“Existe um efeito de que eco- tores de celulose e biodiesel, se-
nomias menores tendem a cres- gundo a Tendências.
ce mais ano a ano do que econo- O Sudeste, para crescer, vai de-
mias maiores, mas, de fato, a re- pender mais do cenário para a in-
gião Nordeste deve ser um celei-
ro de investimentos públicos e
dústria extrativa e do crescimento
de setores industriais pró-cíclicos.
privados nos próximos dez anos Já o Sul deve sentir a migração de
em diferentes frentes”, diz Lucas atividades, sobretudo agrícolas,
Assis, economista da Tendências. para o Centro-Oeste. (AF)
www.riverviewcorporatetower.com.br
A6 | Valor | Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Política
Judiciário Operação aprofunda
investigação sobre esquema de
espionagem irregular da Abin
PF faz busca e
apreensão em
endereços de
Carlos
Bolsonaro
Isadora Peron, Luísa Martins,
Marcelo Ribeiro, Caetano Tonet e
Jéssica Sant'Ana
De Brasília
Filho do ex-presidente Jair Bol-
sonaro (PL), o vereador Carlos
Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi
alvo de uma operação deflagrada
pela Polícia Federal (PF) nessa se-
gunda-feira (29) para aprofun-
dar as investigações sobre a exis-
tência de um suposto esquema
de espionagem ilegal da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin)
durante o governo anterior.
A suspeita é que teria sido criada
uma espécie de “Abin paralela” para
monitorar autoridades públicas e
adversários políticos de maneira ile-
gal, além de levantar informações
sobre investigações que poderiam
atingir Bolsonaro, seus filhos e alia-
dos. Tudo isso era feito supostamen-
te com o auxílio da ferramenta “First
Mile”, com capacidade de monitorar
celulares de até 10 mil pessoas.
Na semana passada, o deputado
Alexandre Ramagem (PL-RJ), que
comandou o órgão entre 2019 e
2022, foi alvo de buscas, no âmbito
da Operação Vigilância Aproxima-
da. Desta vez, as diligências mira-
ram o “núcleo político” do esque-
ma. Ao todo, foram cumpridos no-
ve mandados de busca e apreensão
no Rio, Angra dos Reis (RJ), Brasí-
lia, Salvador (BA) e Formosa (GO).
Segundo a PF, o objetivo foi
identificar “os principais desti-
natários e beneficiários das in-
formações produzidas ilegal-
mente no âmbito da Abin, por
meio de ações clandestinas”.
O gabinete de Carlos na Câmara
de Vereadores do Rio foi um dos en-
dereços visitados pela PF. O verea-
dor, no entanto, estava com o pai na
casa de veraneio da família, em
Mambucaba,vilahistóricadeAngra.
No domingo, os dois realizaram, ao
lado do senador Flávio Bolsonaro
(PL-RJ) e do deputado Eduardo Bol-
sonaro (PL-SP), uma “live” para falar
das eleições municipais. Ao chegar
no local, porém, os policiais federais
não encontraram ninguém.
Segundo assessores do ex-pre-
sidente, eles saíram às 5h da ma-
nhã para pescar, mas voltaram
para casa assim que souberam
Cercado, ex-presidente acena a Ramagem e a militares
Análise
Maria Cristina Fernandes
São Paulo
A decisão do ministro do Su-
premo Tribunal Federal Alexan-
dre de Moraes, que autoriza a
ação de busca e apreensão da Po-
lícia Federal nos endereços do ve-
reador Carlos Bolsonaro é de sá-
bado, 27 de janeiro, e o mandado
de busca e apreensão só sairia
dois dias depois, na segunda, 29.
O intervalo, que é de praxe, per-
mitiu que a família Bolsonaro rea-
lizasse a “live” que estava progra-
mada para a noite de domingo.
Publicamente, o encontro destina-
va-se a promover o site dos irmãos
Flávio (senador), Eduardo (depu-
tado federal) e Carlos que vende
um curso para quem quiser dispu-
tar as eleições municipais. Dois
comportamentos, porém, indicam
que havia muito mais em curso.
Além do acanhamento do ve-
reador, o que menos falou e mais
do mandado de buscas.
A operação foi autorizada pelo
ministro Alexandre de Moraes,
do Supremo Tribunal Federal
(STF). Também foram alvos Lu-
ciana Paula Garcia da Silva Al-
meida (assessora de gabinete de
Carlos), Priscila Pereira e Silva
(ex-assessora de Ramagem) e
Giancarlo Gomes Rodrigues (mi-
litar do Exército que atuava na
Abin na gestão Ramagem). A re-
portagem tentou contato com
Luciana e Giancarlo por telefone,
redes e e-mail, mas não obteve
resposta. Procurado para se ma-
nifestar sobre Priscila, o gabinete
de Ramagem não se posicionou
ou soltou alguma nota até o fe-
chamento desta edição.
Conversas de WhatsApp apre-
endidas pelos investigadores
mostraram que Luciana, em
mensagem encaminhada a Pris-
cila, solicitou “ajuda” ao então
diretor-geral da Abin para obter
informações sobre um inquérito
“envolvendo PR e 3 filhos”.
Operação foi
autorizada pelo
ministro Alexandre
de Moraes, do
Supremo
“A solicitação de realização de
‘ajuda’ relacionada a inquérito Po-
licial Federal em andamento em
unidades sensíveis da Polícia Fede-
ral indica que o núcleo político
possivelmente se valia do delegado
Alexandre Ramagem para obten-
ção de informações sigilosas e/ou
ações ainda não totalmente escla-
recida, razão pela qual se faz mister
as diligências [dessa segunda-fei-
ra]”, disse a PF em seu relatório.
Os investigadores também
identificaram que Ramagem im-
primiu, em 2020, uma “lista con-
tendo informações dos inquéri-
tos eleitorais da Polícia Federal
no Estado do Rio de Janeiro”. Os
dados eram sigilosos.
Em outra frente, a investigação
apontou ainda que o grupo teria
monitorado o servidor Hugo Ferrei-
foi interrompido pelo pai, entre os
três irmãos que participaram do
encontro, foi o ex-presidente Jair
Bolsonaro que guiou a cena. Movi-
mentou-se para blindar os entre-
postos da operação que mira, co-
mo ficou claro, a si próprio.
Primeiro, Bolsonaro protegeu o
deputado federal Alexandre Ra-
magem (PL-RJ), ex-diretor geral da
Agência Brasileira de Informação
(Abin), alvo da primeira fase da
operação. Além de ser “um cara
fantástico”, disse, operava um sis-
tema que se limitava a fazer o “le-
vantamento geográfico” dos alvos.
Depois blindou a si mesmo. Se ha-
via uma “Abin paralela”, ele nunca
havia recebido nenhuma informa-
ção de sua operação.
Depois partiu para proteger o fi-
lho. Focou a investigação sobre os
mandantes da morte da vereadora
Marielle Franco e contornou a ope-
ração First Mile. Quando a decisão
de Moraes foi divulgada, na tarde
dessa segunda feira, ficou claro
que a operação buscava evidenciar
Carlos Bolsonaro: filho do ex-presidente teve seu gabinete na Câmara dos Vereadores do Rio visitados pela PF; ele estava com o pai e irmãos em Angra dos Reis
ra Netto Loss, então coordenador de
Operações de Fiscalização do Insti-
tuto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama). Segundo a PF, ele foi exone-
rado “em possível represália às ações
de combate aos crimes ambientais”.
“Os elementos de prova colhi-
dos até o momento indicam, de
maneira significativa, que a orga-
nização criminosa infiltrada na
Abin também se valeu de métodos
ilegais para a realização de ações
clandestinas direcionadas contra
pessoas ideologicamente qualifi-
cadas como opositoras, com obje-
tivo de ‘obter ganho de ordem po-
lítica posto que criavam narrativas
para envolver autoridades públi-
cas de estrato político oposicionis-
ta da então situação’, bem como
para ‘fiscalizar’ indevidamente o
andamento de investigações em
face de aliados políticos”, escreveu
Moraes na decisão.
Na semana passada, as suspeitas
em relação ao uso político da Abin
recaíram sobre outros dois filhos
de Bolsonaro. Supostamente, Flá-
vio teria sido beneficiado pelo ser-
viço de inteligência paralelo com a
confecção de relatórios para subsi-
diar sua defesa no caso que ficou
conhecido como “rachadinhas”.
Agentes da Abin também teriam
atuado para atrapalhar as investi-
gações sobre as relações de Jair Re-
nan com empresas que manti-
nham e tinham interesse em con-
tratos com o governo federal.
Em relação a Carlos Bolsonaro,
segundo o Valor apurou, uma
das linhas de investigação é se as
informações levantadas pela
“Abin paralela” alimentaram, de
alguma maneira, o chamado “ga-
binete do ódio”. O grupo teria si-
do criado por Carlos para promo-
ver ataques e disseminar notícias
falsas contra adversários do anti-
go governo, especialmente pelas
redes sociais. Procurada, a defesa
o protagonismo de Carlos Bolso-
naro na gestão de informações ob-
tidas pela Abin para a proteção da
família, vide a reprodução da troca
de mensagens em que a assessora
do vereador, Luciana Almeida,
busca, com Ramagem, ainda na
Abin, informações sobre inquérito
da Polícia Federal que envolveria a
família. Durante quase todo o
mandato de Bolsonaro, seu filho,
vereador no Rio, ocupava uma sala
no Palácio do Planalto. Era de lá
que comandava o chamado “gabi-
nete do ódio”, matriz das notícias
falsas contra oposição e Judiciário,
alvo de outro inquérito em mãos
de Moraes, o das “fake news”.
Decisão de Moraes
evidencia que
inquérito tem
como alvo final o
ex-presidente
de Carlos não respondeu as tenta-
tivas de contato do Valor.
O filho de Bolsonaro é alvo de
outros inquéritos que tratam do
tema no STF: o das “fake news” e
o das milícias digitais. Assim co-
mo as investigações sobre a
Abin, os dois casos também são
relatados por Moraes.
Aliados do ex-presidente viram
a operação como uma escalada da
perseguição contra Bolsonaro e
seu grupo político. A avaliação é
que as investidas da PF têm como
objetivo “inibir o bolsonarismo”,
para conter o favoritismo do gru-
po nas eleições municipais. “Até
então, aliados eram os alvos. Ago-
ra, é um dos filhos. O objetivo é
passar o recado de que estão cada
dia mais próximos do ex-presiden-
te”, disse um parlamentar do PL.
Em nota, a defesa do ex-presiden-
te classificou a operação da PF “mais
uma desastrosa e indevida ‘fishing
expedition’, ou pescaria probatória,
subvertendo a lógica das garantias
constitucionais, vasculhando-se a
intimidade e a vida privada de cida-
dãos probos, vilipendiando seus di-
reitos fundamentais e extrapolando
os limites legais”.
Um dos pontos é que “houve
um excesso no cumprimento da
busca e apreensão”, já que foram
apreendidos objetos pessoais
que não eram de Carlos, “apenas
pelo fato de estarem no endereço
em que a busca foi realizada”.
Em entrevista à jornalista Mô-
nica Bergamo, da “Folha de
S.Paulo”, Bolsonaro disse que a
intenção da operação é a de “es-
culachar”: “Querem me escula-
char, me fazer passar por cons-
trangimento.”
Nessa segunda-feira, o presi-
dente do Senado, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), encaminhou um ofício
ao STF solicitando os nomes de
parlamentares que foram monito-
rados de forma ilegal pela Abin.
A decisão de Moraes não se
atém exclusivamente à relação
entre o filho do presidente e Ra-
magem. Identifica uma ação de
monitoramento do First Mile so-
bre ações do governo no meio
ambiente. Trata-se do rastrea-
mento do servidor do Ibama Hu-
go Loss, que depois seria exonera-
do de suas funções em represália
ao combate a crimes ambientais.
Na “live”, Bolsonaro ainda esten-
deu sua blindagem aos militares
ao responsabilizar o Ministério da
Justiça e o Supremo Tribunal Fede-
ral pela permanência dos acampa-
dos em frente ao quartel-general
do Exército depois da troca de go-
verno. Como já se sabe, a resistên-
cia à desmontagem do acampa-
mento de onde saíram os golpistas
do 8 de janeiro partiu do então co-
mandante do Exército, general Ju-
lio Cesar Arruda.
Bolsonaro age para proteger
os militares num momento em
que o inquérito avança sobre sua
suposta participação na “Abin
Vereador vai se filiar ao
PL e atuar na campanha
pela Prefeitura do Rio
Caio Sartori
Do Rio
A relação entre o vereador ca-
rioca Carlos Bolsonaro (Repu-
blicanos) e o deputado federal
Alexandre Ramagem (PL-RJ), al-
vos recentes da Polícia Federal
no âmbito do suposto esquema
de espionagem ilegal na Abin, é
de amizade. O filho do ex-presi-
dente Jair Bolsonaro (PL), inclu-
sive, é visto como um dos gran-
des fiadores da entrada de Ra-
magem na política e pretende
exercer papel ativo na coorde-
nação da campanha dele à Pre-
feitura do Rio neste ano.
Na janela partidária de mar-
ço, quando vereadores poderão
trocar de legenda sem punições,
Carlos vai se filiar ao PL — é o
único dos três filhos de Bolsona-
ro com cargos eletivos que não o
fez até hoje. Há até um convite
para que assuma o diretório
municipal da sigla. Apesar de
ele destoar do perfil tradicional
de políticos montadores de par-
tido, o selo de bolsonarista ine-
xorável é visto pelo PL como um
ativo para atrair quadros fiéis ao
MP fluminense tem
esperança de
que algum tipo de
prova sobre a
rachadinha apareça
paralela”. Além de Carlos, de sua
assessora, e da assessora de Ra-
magem, Priscilla Araujo e Silva, o
quarto alvo da operação foi o
subtenente Giancarlo Rodrigues.
Nomeado para a Abin em
2017, ainda sob a gestão do ge-
neral Sergio Etchegoyen, Rodri-
gues permaneceu na agência até
agosto de 2022. Em 4 de setem-
bro daquele ano ingressou no
parque de manutenção da sexta
região militar, em Salvador.
O Exército ainda aguarda
eventuais medidas cautelares em
relação ao subtenente em cuja
casa foram apreendidos equipa-
mentos e celulares da Abin. Se
depender do destino que foi da-
do ao major Mauro Cid, o ex-aju-
dante de ordens de Bolsonaro,
nem mesmo as medidas cautela-
res podem bastar para a punição
do subtenente.
Mauro Cid, preso em depen-
dências do Exército em Brasília
em decorrência do desvio das
joias sauditas do acervo da Presi-
REPRODUÇÃO GLOBONEWS
ex-presidente.
Os articuladores da candida-
tura de Ramagem afirmam que
Carlos está mobilizado e preten-
de atuar no dia a dia da campa-
nha, sobretudo na parte digital.
Como tem sido constante na
reação do PL às operações da Po-
lícia Federal, o discurso no mo-
mento é de “perseguição” por
parte do Judiciário.
O vereador e o ex-diretor da
Abin aproximaram-se na campa-
nha de 2018, quando o então po-
licial federal trabalhou na segu-
rança de Jair Bolsonaro. Em 2019,
passaram juntos o réveillon.
No mesmo período de trocas
partidárias de vereadores, mas
em 2020, Carlos filiou-se com o
irmão Flávio Bolsonaro, senador,
ao Republicanos. O partido liga-
do à Igreja Universal comandava
a Prefeitura do Rio com Marcelo
Crivella e despontava como um
possível destino de Bolsonaro
depois das rusgas no PSL. Carlos,
inclusive, nunca embarcou na-
quela legenda, pela qual o pai foi
eleito presidente em 2018. Antes
do Republicanos, estava no PSC.
Além da seara política, a ope-
ração de segunda-feira também
joga nova luz sobre uma conhe-
cida investigação que envolve o
clã Bolsonaro: a da “rachadinha”
nos gabinetes da família. No Mi-
nistério Público do Rio há a ex-
pectativa de que os mandados
de busca e apreensão que a PF
cumpriu contra Carlos tragam
algo que comprove o esquema.
dência, continua na fila de pro-
moção do Exército. Até abril, a
comissão de promoção de ofi-
ciais decidirá se Cid preenche os
requisitos da promoção. Apenas
uma denúncia da Procurado-
ria-Geral da República pode ser
capaz de interromper este pro-
cesso, uma vez que a regra subor-
dina o impedimento à condição
subjudice do militar.
A expectativa é de que o envol-
vimento de militares não se limi-
tará ao subtenente. Atingirá o ge-
neral Augusto Heleno Ribeiro,
ex-ministro do Gabinete de Se-
gurança Institucional, sob cujo
chapéu está a Abin. Ainda não es-
tá devidamente mapeada a rea-
ção dos quartéis à exposição de
seus pares na teia de araponga-
gem de Bolsonaro. Entre aqueles
que já foram punidos pela tenta-
tiva de golpe do 8 de janeiro não
há militares, apesar dos indícios
de omissão e colaboração com os
atos que resultaram na depreda-
ção dos prédios dos Três Poderes.

Política
Lula,
Alckmin e as
vítimas das
eleições
Andrea Jubé
Judiciário Setor desvirtuado pelo bolsonarismo continua fragilizado desde ataques de 8 de janeiro
Crise entre PF e Abin revela disputa interna
Lucas Ferraz
De São Paulo
A crise entre a Polícia Federal
(PF) e a Agência Brasileira de Inteli-
gência (Abin), iniciada ainda no
ano passado e amplificada com a
operação da última semana, cujos
desdobramentos nessa segunda-
feira (29) atingiram o clã Bolsona-
ro, é reveladora de como o setor de
inteligência do governo federal ca-
rece de uma reestruturação.
Também mostra, segundo apu-
rou o Valor, uma disputa interna
entre dois personagens de ori-
gens semelhantes: o diretor-geral
da PF, Andrei Rodrigues, e o dire-
tor da Abin, Luiz Fernando Cor-
rêa, ele também um delegado da
PF (já aposentado) que coman-
dou a instituição no segundo
mandato de Luiz Inácio Lula da
Silva, entre 2007 e 2010.
A desavença entre os dois ficou
patente em outubro passado,
quando a PF realizou a primeira das
— até o momento — três operações
para investigar o desvirtuamento
da Abin com a suposta prática de
espionagem ilegal para atender ob-
jetivos “políticos e pessoais” duran-
te o governo Bolsonaro. À época, o
Supremo Tribunal Federal (STF) au-
torizou que a PF cumprisse manda-
do de busca e apreensão dentro da
sede da Abin, em Brasília, um fato
inédito no histórico entre as duas
instituições, que nunca tiveram um
relacionamento pacífico.
O episódio foi minimizado pela
atual gestão da PF, que alega reali-
zar operações dentro da própria
instituição, quando necessário, e
que a atual diretoria da Abin deu
“mostras concretas de obstrução
Judiciário fecha cerco a Bolsonaro e mantém protagonismo político
Análise
César Felício
Brasília
A operação da Polícia Federal
que teve como alvo o vereador do
Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro
(Republicanos) foi desencadea-
da horas depois do lance inaugu-
ral do clã para as eleições desse
ano, uma “superlive” (expressão
deles) de Carlos, do senador Flá-
vio Bolsonaro (PL-RJ), do deputa-
do federal Eduardo Bolsonaro
(PL-SP) e do ex-presidente Jair
Bolsonaro, transmitida no do-
mingo de Angra dos Reis (RJ), ci-
dade onde o patriarca e Carlos fo-
ram encontrados durante o man-
dado de busca e apreensão.
Essa circunstância, em um pri-
meiro momento, energiza a base
eleitoral da extrema-direita no
Brasil. Assim como acontece com
T
ancredo Neves, até
hoje uma das
raposas mais
felpudas da política
brasileira, dizia que
“não se faz política sem vítima”.
A eleição municipal em São
Paulo testará essa máxima num
cenário em que, após a vitória
juntos em 2022, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o
vice-presidente Geraldo
Alckmin (PSB) voltarão a se
enfrentar em lados opostos.
fará campanha para a chapa
Guilherme Boulos (Psol) e
Marta Suplicy (PT) para a
prefeitura, enquanto Alckmin
pedirá votos para a deputada
Tabata Amaral, que lançou a
pré-candidatura pelo PSB. Lula
é esperado para o ato de
(re)filiação de Marta ao PT nesta
sexta-feira (2).
A seis meses do início da
campanha, aliados do
presidente especulam, em
conversas reservadas, que Lula
atuará para enterrar a
candidatura de Tabata assim
como fez com o ex-governador
Márcio França (PSB) — hoje
ministro do
Empreendedorismo —, que
desistiu de concorrer ao Palácio
dos Bandeirantes em 2022 para
apoiar o então postulante do
PT, Fernando Haddad.
Luiz Fernando Corrêa: atual diretor da Abin é delegado aposentado da PF
de Justiça”. Um exemplo é a peti-
ção enviada ao ministro Alexandre
de Moraes, do STF, no ano passado,
solicitando que a Polícia Federal
não apurasse as suspeitas de uso
ilegal da Abin sob a justificativa de
que havia uma sindicância aberta
no órgão com essa finalidade.
Ocorreram outros episódios,
como um computador enviado
pela agência de inteligência à PF
criptografado e, sobretudo, a per-
a de Donald Trump nos Estados
Unidos, também sob cerco judi-
cial. Assim como aconteceu com a
do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, quando foi preso em 2018.
Como “Carluxo” sabe de cáte-
dra, o eleitor capturado por uma
liderança carismática seleciona
os fatos nos quais acredita. Só ga-
nha o selo de verdade aqueles
acontecimentos que coincidem
com suas vontades.
O problema são as consequên-
cias objetivas que podem surgir
depois de vencido o curto prazo.
Lula não pôde concorrer em 2018
e Bolsonaro está inelegível. Uma
condenação judicial ou mesmo
prisão de Trump nos Estados Uni-
dos tende a inviabilizar sua elei-
ção. O vereador Carlos Bolsonaro
não dispõe de foro privilegiado e
uma condenação tende a inter-
romper sua carreira política ao
menos por um tempo, dentro de
Em retribuição ao gesto,
França foi nomeado ministro
de Portos e Aeroportos, pasta
estratégica para Santos (SP), seu
reduto eleitoral. Contudo,
meses depois, foi remanejado
para abrir espaço para o
Centrão no governo.
Agora os rumores são de que
Lula ofereceria a pasta da
Ciência e Tecnologia — um
feudo histórico do PSB nas
gestões petistas — para Tabata,
caso ela renunciasse à
empreitada. O problema é que
o lugar está ocupado pelo
PCdoB, outro aliado do petista.
Um representante do PT
paulista diz que tais rumores
são prematuros e sem lastro.
Até porque há dúvida se a
candidatura de Tabata ajuda ou
atrapalha Boulos.
A percepção interna na
campanha do Psol e PT é que
Tabata não teria fôlego para
tirar de Boulos uma vaga no
segundo turno contra o
prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Por isso, o melhor seria
conduzir uma campanha de
não agressão contra a
postulante do PSB, e contar com
o apoio de Alckmin e Márcio
França na reta final.
Essa conjuntura de embate
entre PT e Psol de um lado, e PSB
do outro, traz, como pano de
BRENNO CARVALHO / AGÊNCIA O GLOBO
manência na Abin, neste terceiro
mandato de Lula, de Paulo Maurí-
cio Fortunato Pinto, que era o ter-
ceiro na hierarquia da agência.
Fortunato Pinto foi afastado do
cargo em outubro por ordem de
Alexandre de Moraes. Seu nome
aparece na investigação como o
principal responsável pelo uso do
suposto sistema de espionagem
no governo Bolsonaro.
No relatório da PF divulgado
médio ou longo prazo. Além do
caso Abin ser potencialmente
muito mais letal para o grupo po-
lítico do que outros escândalos.
Bolsonaro, seus aliados e seus
familiares são suspeitos de apa-
relhar o Estado para perseguir
inimigos políticos, fazer proseli-
tismo e obstruir a Justiça. É difí-
cil imaginar algo mais grave.
Perto disso a venda de relógios
recebidos de presente torna-se
um episódio minúsculo. No caso
dos dados que teriam sido obti-
dos ilicitamente da Abin, é pos-
sível que estejamos diante de
um “smoking gun”, algo que
não se tem na outra grave sus-
peita que envolve o ex-presiden-
te, que é a de ter tentado um
golpe de Estado para não passar
o poder para seu adversário.
A ação dessa segunda-feira
contra Carlos também demons-
tra que a Lava-Jato pode ter ter-
fundo, a relação de respeito e
amizade que se desenvolveu
entre Lula e Alckmin desde a
campanha presidencial. Uma
relação de quase meio século na
política e na defesa da
democracia no Brasil.
Alckmin costuma dizer a
interlocutores que Lula e ele
estavam do mesmo lado em
1978, mesmo apoiando nomes
distintos. Então no MDB,
Alckmin fez campanha para
Franco Montoro para o Senado,
e Lula para Fernando Henrique
Cardoso. O time era o mesmo,
alega o vice, porque o
adversário era o postulante da
Arena, que apoiava a ditadura.
Depois, ambos atuaram juntos
pela redemocratização do país
em 1984, e na sequência,
tornaram-se deputados
constituintes.
Mesmo quando Lula venceu
José Serra em 2002 na sucessão
presidencial, a relação entre
ambos foi pautada pelo
respeito. Em novembro daquele
ano, o então presidente da
Câmara e governador eleito de
Minas Gerais, Aécio Neves,
convidou Lula para uma
reunião com os governadores
do PSDB eleitos em Araxá (MG).
O gesto irritou uma ala
tucana, que não queria o
adversário no primeiro
na semana passada, após as
ações contra Alexandre Rama-
gem, deputado federal e ex-dire-
tor da agência sob Bolsonaro, a
instituição disse textualmente
que “a direção atual da Abin rea-
lizou ações que interferiram no
bom andamento da investigação
sem, contudo, ter sido possível
identificar o intento das ações”.
Outro citado é Alessandro Mo-
retti, diretor-adjunto da Abin e no-
me de confiança de Corrêa, que
nunca foi bem aceito por uma ala
do governo Lula. Moretti traba-
lhou com o atual diretor da Abin
na PF, mas tornou-se um nome
identificado com o bolsonarismo
por ter sido secretário-executivo
de Anderson Torres — preso por
seu envolvimento no 8 de janeiro
— na secretaria de Segurança Pú-
blica do Distrito Federal e por ter
comandado a Inteligência da PF de
março de 2022 até o fim do gover-
no Bolsonaro.
Consta também menção a Luiz
Fernando Corrêa, que quando ain-
da não tinha sido nomeado para
dirigir a Abin (o que só aconteceria
em junho de 2023) teria participa-
do de uma reunião com Moretti —
que comandava interinamente a
agência — na ocasião em que este
avisou a servidores investigados
que a apuração tinha “fundo polí-
tico e iria passar”.
Disse a PF no relatório enviado
ao STF: “Não se identificou, por
oportuno, normativo que autori-
zasse cidadãos alheios aos quadros
da Abin receberem, dentre outras,
informações sigilosas relaciona-
das as diligências em andamento”.
Corrêa, tanto em outubro passa-
do quanto agora, tem reclamado a
minado, mas o Judiciário conti-
nua caindo como uma lâmina no
cenário político. O Supremo Tri-
bunal Federal, com os inquéritos
que toca sendo permanente-
Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
encontro dos novos
mandatários do PSDB. Mas Lula
compareceu ao ato, e teve uma
conversa reservada com
Alckmin, então reeleito
governador de São Paulo. Ele
comunicou o paulista que
convidaria o empresário
Roberto Rodrigues, liderança
do agronegócio, para o
Ministério da Agricultura.
Quando relembra o episódio,
Alckmin admite a
interlocutores que ficou
contrariado porque queria o
escolhido em sua gestão.
Rodrigues consultou-se com
Alckmin e argumentou que não
tinha votado no petista. O
governador recomendou que
ele informasse o fato a Lula. Se
mesmo assim o convite fosse
mantido, ele deveria aceitar. E
Rodrigues foi ministro, e ficou
no cargo até meados de 2006.
Em 2004, Lula viajou para a
China e convidou Alckmin e
Aécio para a comitiva. Alckmin
confessou a pessoas próximas
que teve receio de voar no
“Sucatão”. O temor não era
gratuito: o Boeing em uso havia
mais de 40 anos havia passado
um susto no vice Marco Maciel
em 1999, quando uma turbina
explodiu.
A campanha presidencial de
2006, em que Lula e Alckmin se
interlocutores do tratamento dis-
pensando à Abin. Diz que a PF trata
a instituição como se ela ainda fos-
se comandada por apoiadores de
Bolsonaro. E critica uma “inversão”
da polícia ao relatar os episódios ao
STF, a quem cabe autorizar ou não
o cumprimento de medidas judi-
ciais. Ao defender o órgão, Corrêa
afirma que as primeiras informa-
ções sobre o monitoramento ilegal
foram levantadas em investigação
interna da própria Abin.
Procurados pelo Valor, Andrei
Rodrigues e Luiz Fernando Cor-
rêa não quiseram se manifestar.
Quem acompanhou a posse
do diretor-geral da PF, no dia 2
de janeiro de 2023, e o viu ao la-
do de Corrêa, com quem trocou
afagos públicos e se reuniu para
discutir os desafios da Polícia Fe-
deral, achava que os dois gaú-
chos, com décadas na corpora-
ção, tinham boa relação.
Um integrante da PF que co-
nhece os dois disse ao Valor que
a rixa entre eles teria começado
durante a organização dos Jogos
Olímpicos do Rio. Rodrigues, no
governo Dilma, foi nomeado pa-
ra a Secretaria Extraordinária de
Segurança para Grandes Eventos
— responsável pela segurança da
Copa de 2014 e dos jogos Olímpi-
cos e Paralímpicos de 2016.
Corrêa também atuou no últi-
mo evento, mas num cargo priva-
do, como diretor de segurança
do Comitê Organizador dos Jo-
gos Olímpicos e Paralímpicos.
Aliados de Rodrigues na PF ne-
gam animosidades ou rixa dele
com o ex-diretor da instituição. A
avaliação dessa ala é que o chefe da
Abin caminha para um desfecho
mente prorrogados, reembara-
lha as cartas todo o tempo.
Por isso mesmo entre aliados
de Lula a ofensiva do Judiciário
contra seus opositores é vista
| Valor | A7
enfrentaram, foi uma das mais
acirradas, e teve golpes diretos na
jugular. Anos depois, em 2018,
quando Lula foi preso, Alckmin
declarou que “ninguém está
acima da lei”. Tantos anos depois,
os dois lados minimizam o calor
dos embates, e dizem que as
caneladas fazem parte das
disputas no presidencialismo.
Uma preocupação na campanha
Boulos-Marta é evitar o erro do PT
com Marina Silva (Rede
Sustentabilidade) na campanha
de 2014. Havia um pacto de não
agressão, que depois se aboliu
diante do risco dela chegar ao
segundo turno, e excluir Dilma
Rousseff (PT). O marqueteiro
João Santana subiu o tom,
conduziu um massacre contra
Marina, e somente a escalada do
bolsonarismo radical permitiu
que a atual ministra do Meio
Ambiente reatasse com Lula.
Marina foi uma “vítima” da
política, pela concepção de
Tancredo. O que se busca na
campanha de Boulos e Marta é
o equilíbrio entre não atacar
Tabata nem vitimizá-la. A
depender do que virá, outra
“vítima” a se evitar é a boa
relação entre Lula e Alckmin.
Andrea Jubé é repórter de Política em
Brasília. Escreve às terças-feiras
E-mail andrea.jube@valor.com.br
semelhante ao do general Gonçal-
ves Dias, ex-chefe do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI) que
deixou o governo em abril passado
após mostrar ineficiência ao lidar
internamente com os desdobra-
mentos do 8 de janeiro.
Como o GSI de Dias, a Abin de
Corrêa é vista como uma institui-
ção ainda não “desbolsonarizada”.
No ano passado, o órgão saiu do
controle do GSI e agora está sob a
responsabilidade da Casa Civil.
Na outra ocasião em que a
Abin esteve envolvida em escân-
dalo político, em 2008, ela tam-
bém foi acusada de espionagem
ilegal. Curiosamente, o chefe da
PF era o mesmo Luiz Fernando
Corrêa. Na época, surgiram sus-
peitas de que a agentes da agên-
cia teriam grampeado ilegal-
mente autoridades como o mi-
nistro do STF Gilmar Mendes.
O então chefe da Abin, também
um ex-delegado da PF, Paulo La-
cerda, deixou o cargo após a con-
firmação de que agentes da Abin
auxiliaram uma equipe de poli-
ciais federais na condução da Ope-
ração Satiagraha, que mirava o
banqueiro Daniel Dantas. Apesar
das acusações, investigação da PF
jamais encontrou indícios da exis-
tência do grampo que teria sido
realizado pela Abin.
Sem controle efetivo do Con-
gresso na atuação da Abin, muitos
em Brasília veem a atual crise co-
mo mais uma oportunidade para
uma efetiva reestruturação do ser-
viço de inteligência brasileiro, que
não é regulamentado constitucio-
nalmente e nem pode realizar ati-
vidades como o monitoramento
telefônico, por exemplo.
com uma ponta de apreensão há
algum tempo. “Pau que dá em
Chico dá em Francisco”, comen-
tou recentemente um veterano
dirigente do PT.
A8 | Valor | Terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Política

Partidos Ex-comandante da Rota e ex-presidente da Ceagesp tem apoio do ex-presidente para a chapa

PL e Bolsonaro indicam coronel da

reserva para vice de Nunes em SP
RENATO S. CERQUEIRA/ATO PRESS/AGÊNCIA O GLOBO
Cristiane Agostine com os filhos, Bolsonaro indicou publicado nas redes sociais do pre-
De São Paulo apoio ao nome do militar. “Vamos feito, para divulgar investimentos
entrar com bom vice, que tenha da prefeitura na área de segurança
O presidente nacional do PL, boa rota”, disse o ex-presidente, — um dos principais problemas da
Valdemar Costa Neto, apresentou em referência ao ex-comandante capital paulista. Ao lado do prefei-
o nome do coronel da reserva Ri- da tropa de elite da Polícia Militar. to, o dirigente do PL disse que é
cardo de Mello Araújo para ser vice Nunes busca o apoio do ex-pre- preciso “contribuir com o governo
do prefeito de São Paulo e pré-can- sidente e de bolsonaristas para dis- do Estado na área da segurança da
didato à reeleição, Ricardo Nunes putar a reeleição na capital. Costa cidade de São Paulo”. Na publica-
(MDB). Costa Neto e Nunes se reu- Neto e Tarcísio já anunciaram o ção, o prefeito reforçou a parceria
niram nessa segunda-feira (29) e o apoio ao prefeito e afirmaram que com o governador paulista.
dirigente do PL afirmou que o co- o ex-presidente estará com Nunes. Depois da reunião com o presi-
ronel bolsonarista é o preferido do Além de coronel Mello, o PL dente do PL, Nunes participou de
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apoia também outros nomes para um evento com Tarcísio. O prefeito
para compor a chapa com o prefei- a vice de Nunes: a secretária esta- e o governador têm feito agendas
to. Nunes, no entanto, disse que o dual de Política para Mulheres, So- conjuntas desde que o governador
vice ainda não está definido e que a naira Fernandes (Republicanos), o apoiar a reeleição de Nunes.
decisão passará também pelo go- deputado estadual Tomé Abduch Nunes e Tarcísio evitaram falar
vernador do Estado, Tarcísio de (Republicanos) e a delegada Ra- sobre a operação da Polícia Federal
Freitas (Republicanos), e aliados. quel Gallinati, diretora da Associa- deflagrada nessa segunda-feira
“É um bom nome o do coronel ção de Delegados de Polícia. para avançar na investigação sobre
Mello, mas a gente precisa ver os ou- Durante o encontro, Nunes e ações da Agência Brasileira de In-
tros que estão postos”, disse Nunes, Costa Neto gravaram um vídeo, teligência (Abin) no governo Bol-
depois da reunião com o presidente sonaro (ver também páginas A6 e
nacionaldoPL.Segundooprefeito,a A7). Um dos alvos é o vereador Car-
indicação de Mello é uma sugestão “Não saiu nada los Bolsonaro (Republicanos - RJ),
do ex-presidente Bolsonaro. “Não filho do ex-presidente. A PF inves-
saiu nada definido, mas eu recebi a definido, mas eu tiga pessoas que foram destinatá-
indicação do nome hoje”, afirmou.
Ex-comandante da Rota, coro-
recebi a indicação rias das informações produzidas
de forma ilegal pela “Abin parale-
nel Mello foi diretor presidente da do nome hoje” la”. Tarcísio desconversou e Nunes
Ceagesp durante a gestão de Bol- disse que operação não deve pre-
sonaro. No domingo, em “live” Ricardo Nunes Ricardo Nunes: prefeito diz que vice ainda não está definido e vai negociar a escolha com o governador do Estado judicar o possível acordo eleitoral.

Atividade econômica Atualize suas contas

Indicadores agregados Variação dos indicadores no período
dez/23 nov/23 out/23 set/23 ago/23 jul/23 jun/23 mai/23 abr/23 mar/23 Em % Em R$
Índice de atividade econômica - IBC-Br (%) (1) - 0,01 -0,18 -0,03 -0,68 0,36 0,33 -1,36 1,01 -0,10 Mês TR (1) Poupança (2) Poupança (3) TBF (1) Selic (4) TJLP TLP FGTS (5) CUB/SP UPC Salário mínimo
Indústria (1) jun/22 0,1484 0,6491 0,6491 0,9496 1,02 0,5513 0,4472 0,3954 2,22 23,59 1.212,00
jul/22 0,1631 0,6639 0,6639 0,9844 1,03 0,5851 0,4456 0,4101 0,73 23,67 1.212,00
Produção física industrial (IBGE - %) ago/22 0,2409 0,7421 0,7421 1,0929 1,17 0,5851 0,4630 0,4881 -0,01 23,67 1.212,00
Total - 0,5 0,1 0,1 0,2 -0,3 0,0 0,4 -0,6 1,1
set/22 0,1805 0,6814 0,6814 1,0020 1,07 0,5662 0,4670 0,4276 -0,06 23,67 1.212,00
Indústria de transformação - -0,2 0,0 -0,3 1,1 -0,4 -0,3 0,0 -0,7 1,4
out/22 0,1494 0,6501 0,6501 0,9506 1,02 0,6005 0,4702 0,3964 0,04 23,81 1.212,00
Indústrias extrativas - 3,4 -0,4 6,3 -4,6 -1,3 3,0 1,2 -0,7 -0,1
nov/22 0,1507 0,6515 0,6515 0,9519 1,02 0,5811 0,4614 0,3977 0,15 23,81 1.212,00
Bens de capital - -1,7 -0,7 -2,4 4,9 -7,1 -2,6 4,4 -11,9 8,9
dez/22 0,2072 0,7082 0,7082 1,0489 1,12 0,6005 0,4670 0,4543 0,17 23,81 1.212,00
Bens intermediários - 1,6 0,7 0,8 -0,4 -0,4 -0,3 0,0 0,2 1,1
jan/23 0,2081 0,7091 0,7091 1,0398 1,12 0,6142 0,4812 0,4552 -0,06 23,93 1.302,00
Bens de consumo - -0,2 -1,0 -1,6 2,3 1,5 0,2 -0,7 1,3 -1,2
fev/23 0,0830 0,5834 0,5834 0,8536 0,92 0,5546 0,4931 0,3298 0,00 23,93 1.302,00
Faturamento real (CNI - %) - 0,5 -0,3 -0,9 1,0 -2,3 1,4 -0,1 -1,4 0,8
mar/23 0,2392 0,7404 0,7404 1,0912 1,17 0,6142 0,4986 0,4864 -0,18 23,93 1.302,00
Horas trabalhadas na produção (CNI - %) - 0,8 -0,3 -0,8 0,0 -0,4 0,0 0,6 -1,3 1,0
abr/23 0,0821 0,5825 0,5825 0,8527 0,92 0,5873 0,4907 0,3289 0,29 24,06 1.302,00
Comércio
mai/23 0,2147 0,7158 0,7158 1,0465 1,12 0,6070 0,4812 0,4619 1,44 24,06 1.320,00
Receita nominal de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) (1)(2) - 0,7 -0,1 0,8 0,6 1,0 0,7 -2,0 -1,4 3,0
jun/23 0,1799 0,6808 0,6808 1,0014 1,07 0,5873 0,4622 0,4270 0,64 24,06 1.320,00
Volume de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) (1)(2) - 0,1 -0,3 0,6 -0,1 0,8 0,2 -0,6 -0,1 0,7
jul/23 0,1581 0,6589 0,6589 0,9694 1,07 0,5843 0,4464 0,4051 0,09 24,17 1.320,00
Serviços
ago/23 0,2160 0,7171 0,7171 1,0578 1,14 0,5843 0,4321 0,4632 0,05 24,17 1.320,00
Receita nominal de serviços - Brasil (IBGE - %) (1) - 0,6 0,1 1,1 -0,3 0,2 0,2 -0,2 -0,8 1,1 set/23 0,1130 0,6136 0,6136 0,9039 0,97 0,5654 0,4194 0,3599 -0,05 24,17 1.320,00
Volume de serviços - Brasil (IBGE - %) (1) - 0,4 -0,5 -0,2 -1,4 0,7 0,1 1,5 -1,8 1,1 out/23 0,1056 0,6061 0,6061 0,8964 1,00 0,5478 0,4186 0,3525 -0,05 24,29 1.320,00
Mercado de trabalho nov/23 0,0775 0,5779 0,5779 0,8481 0,92 0,5301 0,4337 0,3243 0,12 24,29 1.320,00
Taxa de desocupação (Pnad/IBGE - em %) - 7,5 7,6 7,7 7,8 7,9 8,0 8,3 8,5 8,8 dez/23 0,0690 0,5693 0,5693 0,8395 0,89 0,5478 0,4519 0,3158 0,00 24,29 1.320,00
Emprego industrial (CNI - %) (1) - 0,5 0,2 -0,1 -0,3 0,1 0,1 -0,2 0,2 -0,6 jan/24 0,0875 0,5879 0,5879 0,8582 0,97 0,5462 0,4551 0,3343 - 24,35 1.412,00
Indicador Antecedente de Emprego - (FGV/IBRE) (1)(3) 2,3 0,0 -1,4 -0,5 -1,1 1,2 2,2 -0,4 -1,4 1,7 2024 0,09 0,59 0,59 0,86 0,97 0,55 0,46 0,33 - 0,25 6,97
Balança comercial (US$ milhões) Em 12 meses* 1,64 7,91 7,91 11,81 12,86 7,08 5,62 4,69 2,31 1,76 8,45
Exportações 28.839 27.878 29.669 28.707 31.095 28.306 29.596 32.656 27.086 32.810 2023 1,76 8,04 8,04 12,01 13,04 7,15 5,65 4,81 2,31 2,02 8,91
Importações 19.479 19.112 20.505 19.530 21.468 20.121 19.533 21.689 19.146 22.072 Fontes: Banco Central, CEF, Sinduscon e Ministério da Fazenda. Elaboração: Valor Data * Até o último mês de referência
Saldo 9.360 8.766 9.165 9.177 9.627 8.185 10.064 10.967 7.940 10.738 (1) Taxa do período iniciado no 1º dia do mês. (2) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos até 03/05/12 (3) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos a partir de
Fontes: Banco Central, CNI, FGV, IBGE e SECEX/MDIC. Elaboração: Valor Data (1) Metodologia com ajuste sazonal. (2) Nova série com índice base 2014 = 100. (3) Var. em pts 04/05/12; Lei nº 12.703/2012 (4) Taxa efetiva; para janeiro projetada. (5) Crédito no dia 10 do mês seguinte (TR + Juros de 3% ao ano)

Produção e investimento Inflação Dívida e necessidades de financiamento

Variação no período Variação no período (em %) Valores em R$ bilhões - no setor público
Indicadores 3º Tri/23 2º Tri/23 2023 (1) 2022 2021 2020 Dívida líquida do setor público nov/23 out/23 nov/22
Acumulado em Número índice
PIB (R$ bilhões) * 2.741 2.701 10.666 10.080 9.012 7.610 Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
PIB (US$ bilhões) ** 559 535 2.075 1.920 1.649 1.476 jan/24 dez/23 2024 2023 12 meses jan/24 dez/23 dez/23 jan/23
Dívida líquida total 6.424,4 59,47 6.351,5 59,18 5.578,2 55,84
Taxa de Variação Real (%) 0,1 1,0 3,1 3,0 4,8 -3,3 IBGE
(-) Ajuste patrimonial + privatização -38,1 -0,35 -36,7 -0,34 4,8 0,05
Agropecuária -3,3 0,5 14,4 -1,1 0,0 4,2 IPCA - 0,56 - 4,62 4,62 - 6.773,27 6.773,27 6.508,40
(-) Ajuste metodológico s/ dívida* -717,5 -6,64 -710,8 -6,62 -761,7 -7,62
Indústria 0,6 0,9 2,0 1,5 5,0 -3,0 INPC - 0,55 - 3,71 3,71 - 6.954,74 6.954,74 6.737,00
Dívida fiscal líquida 7.179,9 66,46 7.099,0 66,15 6.335,1 63,41
Serviços 0,6 1,0 2,8 4,3 4,8 -3,7 IPCA-15 0,31 0,40 0,31 4,72 4,47 6.666,53 6.645,93 6.645,93 6.381,55
Formação Bruta de Capital Fixo (%) -2,5 -0,3 -1,1 1,1 12,9 -1,7 IPCA-E - 0,40 - 4,72 4,72 - 6.645,93 6.645,93 6.381,55 Divisão entre dívida interna e externa
Investimento (% do PIB) 16,6 16,4 17,0 17,8 17,9 16,6 Dívida interna líquida 7.067,4 65,42 6.999,7 65,22 6.318,8 63,25
FGV
Fontes: IBGE e Banco Central. Elaboração: Valor Data Dívida externa líquida -643,1 -5,95 -648,1 -6,04 -740,5 -7,41
IGP-DI - 0,64 - -3,30 -3,30 - 1.105,54 1.105,54 1.143,86
* Valores correntes. ** Banco Central. (1) 3º trim de 2023, nos últimos 12 meses
Núcleo do IPC-DI - 0,33 - 3,48 3,48 - - - - Divisão entre as esferas do governo
IPA-DI - 0,79 - -5,92 -5,92 - 1.294,35 1.294,35 1.373,29 Governo Federal e Banco Central 5.473,8 50,67 5.402,1 50,34 4.677,3 46,82
IPA-Agro - 3,64 - -11,34 -11,34 - 1.785,32 1.785,32 2.002,30 Governos Estaduais 852,3 7,89 852,9 7,95 808,2 8,09
Contrib. previdenciária* IR na fonte IPA-Ind. - -0,22 - -3,77 -3,77 - 1.094,53 1.094,53 1.136,97 Governos Municipais 49,9 0,46 48,5 0,45 37,7 0,38
Empregados e avulsos** Faixas de contribuição IPC-DI - 0,29 - 3,55 3,55 - 733,67 733,67 714,15 Empresas Estatais 48,3 0,45 48,0 0,45 55,0 0,55
INCC-DI - 0,31 - 3,49 3,49 - 1.088,31 1.088,31 1.056,42
Salário de Base de cálculo* Alíquota Parcela a deduzir Necessidades de financiamento do setor público nov/23 out/23 nov/22
IGP-M - 0,74 - -3,18 -3,18 - 1.124,07 1.124,07 1.163,47
em R$ em % IR - em R$ Fluxos acumulados em 12 meses Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
contribuições em R$ Alíquotas em % (1) IPA-M - 0,97 - -5,60 -5,60 - 1.334,20 1.334,20 1.414,81
Até 1.412,00 7,50 Até 2.112,00 0,0 0,00 IPC-M - 0,14 - 3,40 3,40 - 716,46 716,46 697,07 Total nominal 844,8 7,82 834,3 7,77 443,9 4,44
De 1.412,01 até 2.666,68 9,00 De 2.112,01 até 2.826,65 7,5 158,40 INCC-M - 0,26 - 3,32 3,32 - 1.086,15 1.086,15 1.054,56 Governo Federal** 674,1 6,24 648,1 6,04 419,4 4,20
De 2.666,69 até 4.000,03 12,00 De 2.826,66 até 3.751,05 15,0 370,40 IGP-10 0,42 0,62 0,42 -3,56 -3,20 1.148,17 1.143,35 1.143,35 1.186,13 Banco Central 67,7 0,63 78,1 0,73 20,9 0,21
De 4.000,04 até 7.786,02 14,00 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 651,73 IPA-10 0,42 0,81 0,42 -6,02 -5,57 1.372,48 1.366,78 1.366,78 1.453,44 Governo regional 94,9 0,88 100,4 0,94 3,5 0,03
Empregador doméstico 8,00 Acima de 4.664,68 27,5 884,96 IPC-10 0,46 0,22 0,46 3,43 3,42 724,16 720,87 720,87 700,19 Total primário 131,4 1,22 114,2 1,06 -137,9 -1,38
Fonte: Previdência Social. Elaboração: Valor Data *Competên- INCC-10 0,39 0,01 0,39 3,04 3,30 1.074,39 1.070,21 1.070,21 1.040,09 Governo Federal -150,2 -1,39 -172,2 -1,60 -322,9 -3,23
Fonte: Receita Federal. Elaboração: Valor Data
cia jan/24. **Inclusive empregado doméstico. (1) Para fins de *Valores consideram o desconto simplificado de R$ 528,00 Banco Central 0,6 0,01 0,5 0,00 0,3 0,00
FIPE
recolhimento ao INSS Obs. Desconto por dependente: R$ 189,59 Governo regional -2,0 -0,02 3,7 0,03 -70,7 -0,71
IPC - 0,38 3,15 3,15 3,15 - 675,27 675,27 658,74
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data * Interna e externa.** Inclui INSS. Obs.: Sem Petrobras e Eletrobras.
DIEESE
ICV* - - - - 3,07 - - - -
Principais receitas tributárias Obs.: IPCA-E no 4º trimestre = 0,94%, IGP-M 2ª prévia jan/24 0,33% e IPC-FIPE 3ª quadrissemana jan/24 0,34%
Valores em R$ bilhões Fontes: FGV, IBGE, FIPE e DIEESE. Elaboração: Valor Data *Índice em 2020 até fevereiro Resultado fiscal do governo central
Valores em R$ bilhões a preços de dezembro*
Discriminação Janeiro-dezembro Var. dezembro Var.
Discriminação Janeiro-dezembro Var. dezembro Var.
2023 2022 % 2023 2022 % Imposto de Renda Pessoa Física 2023 2022 % 2023 2022 %
Receita Federal
Imposto de renda total 746,7 710,0 5,16 73,8 66,6 10,86
Pagamento das quotas - 2023 Receita total 2.391,4 2.461,0 -2,83 235,8 227,5 3,65
Receita Adm. Pela RFB** 1.464,5 1.480,0 -1,05 134,0 124,9 7,31
Imposto de renda pessoa física 58,6 57,8 1,38 4,2 3,8 9,42 Arrecadaçao Líquida para o RGPS 602,1 569,2 5,77 77,0 72,7 5,92
Imposto de renda pessoa jurídica 300,5 315,1 -4,65 16,0 17,2 -7,20 No prazo legal
Receitas Não Adm. Pela RFB 324,8 411,8 -21,12 24,8 29,9 -17,11
Imposto de renda retido na fonte 387,6 337,1 14,98 53,6 45,5 17,82 Quota Vencimento Valor da quota Valor dos juros Valor total
Transferências a Estados e Municípios 459,6 486,2 -5,47 48,8 47,3 3,16
Imposto sobre produtos industrializados 61,7 64,9 -4,90 6,1 5,3 13,77 (Campo 7 do DARF) (Campo 9 do DARF) (Campo 10 do DARF)
Receita líquida total 1.931,7 1.974,8 -2,18 187,0 180,2 3,78
Imposto sobre operações financeiras 61,2 58,6 4,47 5,6 5,2 8,88 1ª ou única 31/05/2023 - Campo 7 Despesa Total 2.162,6 1.923,2 12,45 303,1 176,0 72,26
Imposto de importação 54,3 59,2 -8,30 4,5 4,7 -4,60 2ª 30/06/2023 1,00% Benefícios Precidenciários 913,4 846,9 7,85 96,2 65,8 46,22
Cide-combustíveis 1,3 1,4 -8,88 0,3 0,0 22.711,53 3ª 31/07/2023 2,07% + Pessoal e Encargos Sociais 369,4 359,2 2,83 52,9 38,0 39,28
Contribuição para Finsocial (Cofins) 335,9 312,9 7,35 30,9 26,4 17,13 4ª 31/08/2023 Valor da declaração 3,14% Campo 8 Outras Despesas Obrigatórias 362,4 323,0 12,20 85,1 26,1 225,50
CSLL 156,9 164,9 -4,84 9,0 9,2 -2,32 5ª 29/09/2023 4,28% Despesas Poder Exec. Sujeitas à Prog. Financeira 517,4 394,0 31,31 68,9 46,0 49,67
PIS/Pasep 92,9 87,1 6,68 8,7 7,4 18,04 Resul. Primário do Gov. Central (1) -230,9 51,6 - -116,1 4,2 -
6ª 31/10/2023 5,25% +
Outras receitas 807,2 759,5 6,27 92,4 85,4 8,10 Discriminação nov/23 out/23 nov/22
7ª 30/11/2023 6,25% Campo 9
Total 2.318,0 2.218,5 4,48 231,2 210,2 10,01 Valor Var. % Valor Var. % Valor Var. %
8ª 28/12/2023 7,17%
ago/23 jul/23 ago/22
Pagamento com atraso Ajustes metodológicos -0,1 -5,79 -0,1 -99,48 -0,1 -47,09
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* Discrepância estatística 0,6 -59,57 1,5 - -1,7 989,60
Multa (campo 08) - sobre o valor do campo 7 aplicar 0,33% por dia de atraso, a partir do primeiro dia após o vencimento até
ICMS - Brasil 59,7 2,34 58,3 0,63 56,9 -3,78 Result. Primário do Gov. Central (2) -37,9 - 19,6 - -19,6 -
o limite de 20%; Juros (campo 09) - aplicar os juros equivalentes à taxa Selic acumulada mensalmente, calculados a partir
nov/23 out/23 nov/22 de junho/23 até o mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês de pagamento; Total (campo 10) - informar a soma dos Juros Noniminais -35,3 -32,44 -52,2 -28,51 -44,0 27,17
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* valores dos campos 7, 8 e 9. Fonte: Receita Federal do Brasil. Elaboração: Valor Data Result. Nominal do Gov. Central -73,2 124,37 -32,6 -63,58 -63,6 1.303,46
INSS 48,6 0,39 48,4 -0,10 42,4 -7,24 Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Elaboração: Valor Data
Fonte: Receita Federal, Previdência Social, Secretaria da Fazenda. Elaboração: Valor Data * sobre o mês anterior Mais informações: valor.globo.com/valor-data/, ibge.gov.br e fipe.org.br * Deflator: IPCA ** Somando Incentivos fiscais (1) Acima da linha. (2) Abaixo da linha

Internacional
Geração de energia nuclear deve ter recorde em 2025
Daniela Chiaretti
De São Paulo
A geração de energia nuclear
global deve bater recorde em
2025, ultrapassando o anterior,
de 2021. Mesmo com países co-
mo a Alemanha eliminando a
fonte e desativando usinas, a ge-
ração nuclear deve crescer 3% ao
ano, em média, até 2026. A Ásia
puxa o crescimento, com novos
reatores previstos para começar
a operar na China, Índia e Coreia
do Sul. Há movimentos, também,
em alguns países da Europa.
Trata-se da primeira reação do
setor depois do acidente nuclear
de Fukushima, no Japão, em 2011.
. A geopolítica do Oriente Médio
Argentina Governo já retirou capítulo fiscal de pacote e terá de
radicalizar cortes de gastos nas províncias para chegar a déficit zero
Sem apoio, Milei retira medidas
e eleva incerteza sobre reformas
Roberto Lameirinhas
De São Paulo
Em vez de avançar em seus obje-
tivos econômicos, os esforços do
governo Javier Milei para aprovar o
pacote de reformas na chamada
Lei Ônibus têm tido o efeito con-
trário, aumentando a incerteza e
gastando rapidamente o capital
político do presidente. A retirada
das medidas de ajuste fiscal levou a
uma queda dos ativos argentinos e
alta do dólar financeiro, refletindo
a falta de confiança no cumpri-
mento da meta de déficit zero, que
Milei afirma ser “inegociável”.
Para compensar a ausência das
medidas fiscais na lei — que pre-
tende estabelecer as as bases da
nova política econômica —, o go-
verno terá de reduzir os gastos em
2% do Produto Interno Bruto (PIB)
para chegar à meta de zerar o défi-
cit este ano. Segundo o governo, is-
so significará mais nos cortes dos
repasses às províncias.
O problema, afirmam especia-
listas argentinos, é que essa estra-
tégia amplia a resistência dos go-
vernadores, que controlam banca-
das importantes no Congresso ar-
gentino, onde o partido de Milei, o
La Libertad Avanza, tem bancada
reduzida na Câmara e no Senado.
Mesmo que um acordo de líderes
aprove o conjunto das medidas na
votação adiada de hoje para ama-
nhã, são pequenas as chances de
que o governo consiga aprovar os
artigos da Lei Ônibus — quando fo-
rem levados à votação separada-
EUA ameaçam retomar sanções contra Venezuela
Eric Martin e Patricia Laya
Bloomberg
Os EUA ameaçam restabelecer
as sanções ao setor de energia da
Venezuela se o país mantiver a
proibição de um candidato da
oposição de concorrer a presi-
dente, segundo disseram ontem
duas autoridades americanas. A
medida poderá esfriar os esfor-
ços recentes para melhorar as re-
lações entre os dois países.
O governo do presidente Joe Bi-
den sinalizou que não renovará
em abril uma suspensão de seis
meses das sanções, caso a candida-
ta da oposição María Corina Ma-
chado seja impedida de concorrer
à Presidência. O governo america-
no também está considerando
medidas adicionais, segundo dis-
seram as autoridades, que pedi-
ram para não ser identificadas.
“[O governo de Nicolás Maduro]
precisa tomar as decisões certas e
permitir que membros da oposi-
ção concorram a cargos públicos,
além de libertar os presos políticos
detidos neste momento”, disse on-
tem o porta-voz do Conselho de
Segurança Nacional dos EUA, John
Kirby. “Há decisões que eles preci-
sam tomar antes de avaliarmos
que decisões vamos tomar” até
abril, acrescentou.
A medida — que se segue a uma
Entre 2024 e 2026 a previsão
da Agência Internacional de
Energia (AIE) é que mais 29 GW
de nova capacidade nuclear en-
trem em operação no mundo.
Mais da metade desse total esta-
ria na China e na Índia, segundo
o relatório “Electricity 2024 —
analysis and forecast to 2026”,
lançado há poucos dias.
A análise da AIE diz que entre
2022 e 2023, “muitos países colo-
caram a introdução gradual ou a
expansão da energia nuclear no
centro de suas estratégias para
atingir os objetivos da política
climática, provocando uma reto-
mada significativa do interesse
global pela energia nuclear”.
Aprovação em queda
Desgaste de Milei cresce
52,8% 0,3%
Desaprova Não sabe
totalmente totalmente
1,1%
Desaprova
um pouco
Fonte: Zuban Córdoba y Asociados
mente — sem novas alterações.
No esforço para reduzir a resis-
tência da oposição, Milei também
abriu mão ontem de alguns pode-
res emergenciais que lhe permiti-
riam definir unilateralmente a po-
lítica fiscal e previdenciária por até
dois anos. O governo, porém, diz
que não cederá mais e não descar-
ta a possibilidade de levar a lei a
um plebiscito, em caso de derrota.
“Se o governo não conseguir de-
bater e aprovar as linhas gerais da
Lei Ônibus nesta semana, somará
mais uma derrota política e a sua
gestão ficará substancialmente
desgastada”, afirmou o analista da
consultoria EPyCA Dante Moreno.
“Aparentemente o roteiro econô-
mico do presidente e da sua equi-
pe não está totalmente consolida-
do, por isso as incertezas estão au-
mentando e as metas fiscais estão
se afastando”, disse Moreno.
Os mercados de títulos, câmbio
A candidata da oposição Maria Corina Machado desafiou o impedimento da Justiça
decisão tomada na sexta-feira pe-
la Suprema Corte do país, de
manter a proibição contra Ma-
chado, bem como a prisão de al-
guns de seus assessores — seria
uma surpresa para muitos analis-
tas após o degelo das relações,
que veem a retomadas das san-
ções como uma resposta dura.
Na COP 28, a conferência climá-
tica da ONU em Dubai, em dezem-
bro, 20 países assinaram uma de-
claração conjunta para triplicar a
capacidade de energia nuclear até
2050. Isso significaria um acrésci-
mo global de 740 GW de capacida-
de de energia nuclear para o esto-
que atual de 370 GW.
A Associação Nuclear Mundial
estimava, em novembro, 68 GW
em construção, outros 109 GW
planejados e 353 GW propostos.
Entre os países signatários da de-
claração na COP 28 estão os Esta-
dos Unidos, Canadá, França, Ja-
pão, Holanda, Polônia, Emirados
Árabes Unidos, Finlândia, Suécia,
Hungria, Coreia e o Reino Unido.
e ações da Argentina caíram on-
tem, em reação à decisão do gover-
no de retirar o capítulo fiscal da lei,
36,2% anunciada na sexta-feira à noite.
Aprova Antes, a equipe econômica de Mi-
lei já tinha cedido em reajustar as
aposentadorias pela inflação pelo
menos até abril. Ontem, debatia
com os governadores “dialoguis-
tas” — principalmente dos parti-
dos de direita e centro-direita PRO
9,5% e União Cívica Radical — a partici-
Aprova
pação das províncias nas taxas de
pouco
exportação e importação e na re-
ceita do imposto de renda.
A Bolsa de Buenos Aires caiu
mais de 1%, enquanto os títulos so-
beranos também caíram cerca de
1,1% em média. O dólar no merca-
do paralelo chegou perto do recor-
de de 1.250 pesos por unidade e fe-
chou em 1.225 pesos por US$ 1. A
cotação dos dólares mais usados
pelo mercado financeiro, CCL e
MEP, subiram mais de 2,5%.
A diretoria executiva do Fundo
Monetário Internacional (FMI)
marcou para amanhã uma reu-
nião para aprovar os novos termos
do programa de crédito com a Ar-
gentina. Para obter a liberação de
US$ 4,7 bilhões, Milei prometera
“Se não conseguir
aprovar a lei, sua
gestão ficará
muito desgastada”
Dante Moreno
GABY ORAA/BLOOMBERG
O governo Biden emitiu um ou-
tubro uma licença autorizando
transações no setor de gás e petró-
leo na Venezuela como um gesto
de boa vontade, depois que o go-
verno do presidente Nicolás Ma-
duro começou a negociar com al-
guns membros da oposição.
Um porta-voz do Conselho de
“Para atingir essa meta, será
necessário enfrentar o principal
desafio de reduzir riscos de cons-
trução e financiamento do setor
nuclear”, diz a agência. A tecnolo-
gia de reatores modulares peque-
nos, conhecidos pela sigla em in-
glês SMR, ganha força. “O desen-
volvimento e a implantação da
tecnologia SMR continuam mo-
destos e não estão livres de difi-
culdades, mas a pesquisa e o de-
senvolvimento estão começando
a se intensificar”, diz o relatório.
A energia nuclear é cara, a dis-
posição de resíduos é um desafio
e muitos a consideram arriscada
demais. É muito criticada por se-
tores ambientalistas, embora al-
ao Fundo produzir um superávit
fiscal primário de 2% do PIB, mas
isso foi antes de ter de abrir mão
das medidas de ajuste fiscal. O che-
fe de Gabinete de Milei chega hoje
a Washington, onde deve se reunir
com técnicos do Fundo e com o
presidente dos EUA, Joe Biden —
segundo a agenda oficial para “re-
forçar as relações bilaterais”.
Por enquanto, o FMI parece dis-
posto a dar tempo para que Milei
possa mostrar resultados e anun-
ciou que permitirá ao país adiar de
setembro para novembro a revisão
final do acordo atual.
“Mesmo um corte que zere o dé-
ficit seria hoje muito significativo”,
disse o analista Sergio Berensztein
— fundador da consultoria que le-
va seu nome. “Alguns membros do
governo disseram que o presiden-
te promete apresentar depois de
aprovar a Lei Ônibus um novo con-
junto de regras fiscais específicas”,
afirmou Berensztein.
Politicamente, a dificuldade de
Milei em negociar suas reformas
também começa a mostrar seu
custo. Eleito em novembro com
56% dos votos válidos, derrotando
o peronista e ex-ministro da Eco-
nomia Sergio Massa, Milei está per-
dendo apoio. Uma pesquisa da
consultoria Zuban Córdoba y Aso-
ciados publicada ontem mostra
que 52,8% dos entrevistados disse-
ram “desaprovar totalmente” o go-
verno de Milei — enquanto 36,2%
“aprovam totalmente” e 9,5%
“aprovam pouco” a gestão que as-
sumiu há menos de dois meses.
Segurança Nacional da Casa Bran-
ca disse em um comunicado sepa-
rado ontem, que se o presidente
venezuelano e seus representantes
não voltarem ao caminho certo,
permitindo especificamente que
todos os candidatos à Presidência
concorram nas eleições deste ano,
os EUA não estarão em posição de
renovar essa licença em abril.
Esperar até abril para restabele-
cer as sanções daria tempo aos
EUA para negociar com o regime
de Maduro e a oposição para en-
contrar uma forma de permitir a
participação de Machado nas elei-
ções — ainda sem data neste ano.
Também ontem, Jorge Rodrí-
guez, presidente da Assembleia
Nacional da Venezuela e aliado de
Maduro, disse que o governo acei-
tou um convite de mediadores no-
ruegueses para um encontro com
membros da oposição política, pa-
ra dar “mais uma chance” ao acor-
do firmado em outubro.
Machado, engenheira indus-
trial de 56 anos que venceu por es-
magadora maioria as primárias da
oposição em outubro, disse ontem
que não desistirá de concorrer em
favor de um substituto, apesar da
decisão judicial. “Não há recuo”,
disse Machado ontem em Caracas.
Apesar da incerteza, os preços
do petróleo praticamente não rea-
giram as notícias da Venezuela.
Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
guns reconheçam sua importân-
cia para enfrentar a crise climáti-
ca. A AIE a classifica como ener-
gia de baixa emissão de carbono.
O Reino Unido, por exemplo,
tem planos de promover a maior
expansão nuclear em 70 anos, se-
gundo anúncio feito no início do
ano. O plano é construir uma frota
de reatores capazes de produzir 24
GW até 2050, o que seria suficiente
para atender um quarto da de-
manda nacional de eletricidade. A
intenção é aprovar a construção de
um ou dois novos reatores a cada
cinco anos, de 2030 a 2044, noti-
ciaram jornais britânicos. Os pro-
jetos, contudo, enfrentam incerte-
zas de custos e prazos.
Onde estão os grupos militantes apoiados pelo Irã
Armênia Azerbaijão
Turquia
Síria
Chipre Milícias
Líbano
apoiadas
Hezbollah
Israel pelo Irã
al-Shaabi
Faixa de Gaza
Hamas Jordânia
Egito
Ma
rV
erm
elh
o
Sudão
Eritreia
Etiópia
Fonte: FT
Biden busca uma resposta
‘dura’ contra o Irã para
evitar novos ataques
Agências internacionais
O governo do presidente Joe
Biden busca uma resposta ao ata-
que mortal às forças dos EUA na
Jordânia que seja suficientemen-
te dura para dissuadir o Irã e os
seus representantes sem desen-
cadear uma guerra direta com a
República Islâmica, de acordo
com autoridades e especialistas.
“Faremos tudo o que for neces-
sário para proteger as nossas for-
ças, mas certamente não planeja-
mos nos envolver num conflito
mais amplo, e sim garantir a segu-
rança e a estabilidade regional”,
disse um porta-voz do Pentágono.
Biden enfrenta uma crescente
pressão política interna para res-
ponder com força ao ataque de
drones, que matou três soldados
americanos e feriu dezenas de ou-
tros. Eles foram os primeiros ame-
ricanos vítimas de um ataque des-
te tipo desde que as tensões regio-
nais aumentaram com o início da
guerra entre Israel e o Hamas na
Faixa de Gaza em outubro.
Militares americanos disseram
que falharam em parar o drone
inimigo ao confundí-lo com um
drone americano que se aproxi-
mava da base próxima à fronteira
da Jordânia com a Síria no mesmo
momento. Houve uma confusão
sobre se o drone que chegava era
amigo ou inimigo, concluíram as
autoridades até agora.
O governo iraniano buscou on-
tem se distanciar do ataque mor-
tal. O Ministério de Relações Exte-
riores iraniano classificou as acu-
sações de envolvimento do país
nas mortes das tropas americanas
como uma conspiração “infunda-
da” de “interessados em arrastar os
EUA para um novo conflito na re-
gião para intensificar a crise”.
O cenário mais provável é que
os EUA visem ativos alinhados
com o governo iraniano fora do
Irã, segundo Suzanne DiMaggio,
pesquisadora do Carnegie En-
dowment for International Pea-
ce. “Um ataque direto ao territó-
rio iraniano tem o alto risco de
| Valor | A9
A Ásia deve ultrapassar a Améri-
ca do Norte como a região com
maior capacidade nuclear instala-
da até o fim de 2026 e participação
nuclear global de 30%. Se isso
acontecer, terá superado a Améri-
ca do Norte, hoje a região com
maior capacidade nuclear instala-
da. Na última década, a energia
nuclear teve forte crescimento na
China e sua participação na gera-
ção nuclear global aumentou de
5% em 2014, para 16% em 2023.
Na Coreia do Sul, o foco da polí-
tica do governo mudou de ener-
gias renováveis para nuclear, redu-
zindo as metas de energia solar fo-
tovoltaica. A meta para renovável
em 2030 caiu de 30% para 22%.
Turcomenistão
Iraque
Hashd Irã
Corpo da Guarda
Revolucionária Islâmica
Kuwait
Bahrein EAU
Catar
Estreito
de Ormuz
Arábia Saudita
Omã
Iêmen
Houthis
den
lfo de Á
Djibouti Go
Somalilândia
Somália
desencadear uma guerra am-
pliada, intencionalmente ou por
acidente” e de pôr em risco as
negociações em curso sobre
reféns e cessar-fogo na guerra Is-
rael-Hamas, disse ela.
Os EUA também poderiam
atingir forças do Corpo da Guar-
da Revolucionária Islâmica do
Irã, destacados na Síria, Iraque ou
no Iêmen. Thomas Spoehr, te-
nente-general reformado do
Exército e consultor de seguran-
ça nacional, disse que os EUA
“têm de atacar militares unifor-
mizados do Irã”. “Não acho que
essas pessoas sejam provavel-
mente difíceis de encontrar.”
John Kirby, porta-voz do Con-
selho de Segurança Nacional dos
EUA, disse que Biden se reuniu
com sua equipe de segurança na-
cional no domingo e ontem e es-
tá “avaliando as opções”. E acres-
centou: “Nós responderemos. Fa-
remos isso de acordo com nossa
programação e nosso tempo.”
A resposta de Washington será
mais forte do que as suas mais re-
centes retaliações contra militan-
tes apoiados pelo Irã, segundo
uma pessoa a par da posição dos
EUA, ressaltando os riscos de uma
nova escalada num conflito que já
se espalha da Faixa de Gaza para
todo o Médio Oriente.
“Os EUA têm apenas más op-
ções”, disse Firas Modad, da em-
presa de consultoria de risco Mo-
dad Geopolitics. Biden está sob
“imensa pressão” para responder
às mortes na Jordânia, mas um
conflito direto com o Irã provavel-
mente resultaria em preços mais
elevados da energia e vítimas sig-
nificativas, disse ele.
O petróleo chegou a avançar
1,5% na máxima do dia ontem,
com o Brent subindo acima de US$
84 por barril. Porém, os temores de
fraca demanda da China pesaram
mais e os preços caíram 1,4% para
US$ 82,40. Já a moeda do Irã, o rial,
caiu para o seu nível mais fraco
frente ao dólar no mercado parale-
lo desde o início da guerra Israel-
Hamas, segundo o Bonbast.com.
A10 | Valor | Terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Opinião

Conselho de Administração
Presidente: João Roberto Marinho
Vice-presidentes:
José Roberto Marinho e Roberto Irineu Marinho

Déficit cresce mais que o é uma publicação da Editora Globo S/A

Diretor Geral: Frederic Zoghaib Kachar

previsto e dificulta meta fiscal

Diretora de Redação: Maria Fernanda Delmas
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Editor-executivo de Opinião Editor de S.A. João Luiz Rosa

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O
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déficit primário do governo central (Tesouro, BNDES reduziram pagamentos ao Tesouro, com aval oficial. A Catherine Vieira Stela Campos Marcos de Moura e Souza
Banco Central e Previdência) no primeiro ano do exploração de recursos naturais, royalties e participações com (catherine.vieira@valor.com.br) (stela.campos@valor.com.br) (marcos.souza@valor.com.br)
Fernando Torres Editor de Cultura Maria Cristina Fernandes
terceiro mandato do presidente Lula foi de exploração do petróleo arrecadou R$ 26,2 bilhões menos, não (fernando.torres@valor.com.br) Hilton Hida (mcristina.fernandes@
R$ 230,5 bilhões, o segundo maior da série, só pela menor produção nas áreas sob sistema de partilha, Robinson Borges (hilton.hida@valor.com.br) valor.com.br)
(robinson.borges@valor.com.br) Editor de Legislação
excetuado 2020, o ano da pandemia. O governo como também pela queda dos preços do petróleo e valorização Sergio Lamucci & Tributos
Marli Olmos
(marli.olmos@valor.com.br)
obteve autorização para pagar o estoque de precatórios, de do real. O empoçamento de recursos, dinheiro que foi orçado, (sergio.lamucci@valor.com.br) Arthur Carlos Rosa
Correspondente internacional
Zinia Baeta (arthur.rosa@valor.com.br)
R$ 92,38 bilhões, parcelados no governo de Bolsonaro. Sem mas não gasto, de R$ 19,8 bilhões, ajudou a diminuir o rombo. (zinia.baeta@valor.com.br) Editora Visual
Assis Moreira (Genebra)
(assis.moreira@valor.com.br)
ele, o rombo seria de R$ 138,14 bilhões, segundo o Tesouro, As despesas cresceram principalmente pelo aumento de Sucursal de Brasília Multiplataformas
Correspondentes nacionais
Fernando Exman Luciana Alencar
ou de 1,27% do PIB. Mas o Tesouro considerou receita recursos para o Bolsa Família (R$ 75 bilhões) e elevação dos (fernando.exman@valor.com.br) (luciana.alencar@valor.com.br)
Cibelle Bouças (Belo Horizonte)

primária os R$ 26,3 bilhões do PIS-Pasep não sacados, uma benefícios previdenciários (R$ 66,5 bilhões), seja pela Sucursal do Rio Editora Valor Online
(cibelle.boucas@valor.com.br)
Marina Falcão (Recife)
Francisco Góes Paula Cleto
interpretação distinta da do BC. Dessa forma, o déficit, na regularização da fila de atrasos, com 2,3% de aumento do (francisco.goes@valor.com.br) (paula.cleto@valor.com.br) (marina.falcao@valor.com.br)
contabilidade do BC, poderá ser de R$ 164,4 bilhões, ou 1,5% número de beneficiários, seja pela quitação de precatórios Editora do Núcleo de Política Editora Valor PRO
do PIB. O maior déficit da série histórica foi efetuado relacionados e, o que não é menos relevante, pelo aumento e Internacional Roberta Costa
Fernanda Godoy roberta.costa@valor.com.br
durante outro governo petista, o de Dilma Rousseff, em real de 1,4% no salário mínimo. O déficit do regime geral da (fernanda.godoy@valor.com.br) Coordenador Valor Data VALOR INVESTE
2016, quando chegou a 2,5% do PIB. A diferença é que Dilma previdência atingiu R$ 306,2 bilhões. Somado ao regime dos Editora do Núcleo de Finanças William Volpato Editora: Daniele Camba
Talita Moreira (william.volpato@valor.com.br) (daniele.camba@valor.com.br)
já conduzia uma economia em queda livre e Lula maneja um servidores públicos e dos militares, o rombo foi de R$ 417 (talita.moreira@valor.com.br) Editora de Projetos Especiais
orçamento com o PIB crescendo 3%. A Fazenda estimava bilhões, ou 4,1% do PIB. Editora do Núcleo de Empresas Célia Rosemblum(celia. PIPELINE
Mônica Scaramuzzo rosemblum@valor.com.br) Editora: Maria Luíza Filgueiras
déficit de 1% do PIB. A volta ao vínculo constitucional dos gastos com (monica.scaramuzzo@ Repórteres Especiais (maria.filgueiras@valor.com.br)
Como o orçamento permitia um resultado negativo de educação e saúde, modificados pelo teto de gastos, elevou as valor.com.br) Adriana Mattos
Editora de Tendências & (adriana.mattos@valor.com.br) VALOR INTERNATIONAL
R$ 228,3 bilhões, e os precatórios não serão computados na despesas em R$ 34 bilhões. O governo aumentou os Tecnologia Alex Ribeiro (Brasília) Editor: Samuel Rodrigues
meta fiscal por entendimento do Supremo Tribunal Federal, investimentos em 72,5% (descontada a inflação), de R$ 47,6 Cynthia Malta (alex.ribeiro@tvalor.com.br) (samuel.rodrigues@valor.com.br)
(cynthia.malta@valor.com.br) César Felício
o governo antecipou despesas, o que deve ajudá-lo a se bilhões para R$ 82,2 bilhões. As despesas com saúde e Editor de Brasil (cesar.felicio@valor.com.br)
aproximar da meta ainda vigente de zerar o déficit este ano. educação são uma das ameaças ao déficit zero. Quanto mais Eduardo Belo Daniela Chiaretti
Pagou no ano passado R$ 26,3 bilhões pela perda de o governo for bem-sucedido na ampliação das receitas, (eduardo.belo@valor.com.br)
Editor de Agronegócios
(daniela.chiaretti@valor.com.br)
Fernanda Guimarães
NOVA GLOBO RURAL
Editor-executivo:
arrecadação dos Estados com a redução do ICMS para maiores serão as despesas nas duas áreas. O teto de gastos as Patrick Cruz (fernanda.guimaraes@ Cassiano Ribeiro
combustíveis e energia, uma conta que deveria começar a corrigia pela inflação, mantendo seu valor real. patrick.cruz@valor.com.br valor.com.br) cassianor@edglobo.com.br

ser quitada em três anos a partir de 2024. Os R$ 6,1 bilhões
que serão gastos no programa de permanência no ensino
médio entraram na conta de 2023.
O governo Lula recebeu as contas públicas com superávit de
R$ 46,4 bilhões e encerrou o exercício de 2023 com déficit de R$
230,5 bilhões, isto é, uma guinada de R$ 277 bilhões em gastos
não cobertos por receitas. As despesas cresceram, já descontada
a inflação, 12,5%. Já as receitas caíram bem menos do que se
previa. Até agosto, havia queda real de 5,8%, que se reduziu a
2,8% no resultado final do ano. A receita líquida de
Não se sabe ao certo em quanto aumentarão as receitas
com as medidas enviadas pela Fazenda e aprovadas pelo
Congresso. As despesas no orçamento de 2024 cresceram R$
200 bilhões. Para zerar o déficit, será preciso financiar mais
gastos e reverter R$ 138 bilhões do déficit deste ano. Há
alguns truques, como a antecipação de despesas já feitas e o
salvo conduto para pagar precatórios sem abalar a meta
fiscal permitido pelo STF. O parcelamento obrigatório dos
créditos tributários é um dique contra aumentos
inesperados de gastos. Do outro lado da balança, há R$ 285
Valor PRO / Diretor de Negócios Digitais Tarcísio J. Beceveli Jr. (tarcisio.junior@valor.com.br)
Para assinar o serviço em tempo real Valor PRO: falecom@valor.com.br ou 0800-003-1232
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Sucursal do Rio de Janeiro Rua Marques de Pombal, 25 – Nível 2 – Bairro: Cidade Nova –
Rio de Janeiro/RJ – CEP 20230-240

transferência teve redução de 2,2% em termos reais. Os recursos bilhões de restos a pagar (dinheiro empenhado, mas não Publicidade - Outros Estados

sob responsabilidade da Receita encolheram menos ainda, pago) empurrados para este exercício. BA/SE/PB/PE e Região Norte Canal
Chetto Comun. e Rep.
PR - SEC - Soluções Estratégicas
em Comercialização
SC - Marcucci & Gondran
Associados
R$ 15,5 bilhões, ou 1% real. O resultado é compatível com uma Como o novo regime já partiu de um nível bastante alto de Tel./Fax: (71) 3043-2205 Tel./Fax: (41) 3019-3717 Tel./Fax: (48) 3333-8497 /
MG/ES - Sat Propaganda RS - HRM Representações 3333-8497
economia que não desacelerou e crescerá marginalmente despesas, e elas crescerão todos os anos, não haverá aumento Tel./Fax: (31) 3264-5463/3264-5441 Tel./Fax: (51) 3231-6287 / 3219-6613

acima dos 2,9% de 2022.
Houve um choque negativo forte, no entanto, das receitas
não administradas. A de concessões e permissões caiu R$ 40,7
bilhões, porque o governo não se moveu com desenvoltura
nessa área, ou por falta de interesse. Os recursos com
dividendos diminuíram R$ 41,1 bilhões, porque Petrobras e
de receitas suficiente para manter a meta fiscal de pé ao longo
dos anos. Para impedir que os gatilhos redutores da despesa
atinjam a quadra final do mandato de Lula e o ano eleitoral de
2026, a meta pode ser mudada a qualquer hora. O presidente
Lula não parece disposto à austeridade fiscal. O resultado será
ter juros altos por mais tempo e pressão sobre a inflação.
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.
Indústria é setor que mais consome inovação, na qual se agrega valor ao produto nacional. Por Antonio Alban

Quem é contra a nova política industrial é contra o Brasil

A
bastece com etanol?
Compra remédio mais
barato? Viaja num dos
aviões mais modernos
e seguros do mundo? Consome
proteína animal que abastece o
mundo ou eletricidade com mo-
tores elétricos? Temos celulose
com sustentabilidade e crédito
de carbono? Agradeça à política
industrial. O que nos leva ao aca-
lorado debate que temos obser-
vado a partir do lançamento da
Nova Indústria Brasil, em 22 de
janeiro, sobre se o Estado deve
exercer maior ou menor papel
em conduzir os caminhos para o
desenvolvimento do país.
Afinal, do que trata e o que
pretende a Nova Indústria Brasil
e por que ela deve ser apoiada
não só pela indústria? De forma
resumida, seu fio condutor é ali-
nhar agentes públicos e privados
para posicionar o Brasil frente
aos desafios contemporâneos. Is-
so se dá por meio de quatro te-
mas transversais: inovação, pro-
dutividade, descarbonização e
exportações, tendo a indústria
como elemento central na indu-
ção de um novo ciclo de desen-
volvimento econômico e social.
A adoção de políticas públicas
focadas na indústria tem uma ex-
plicação simples. Seja nas econo-
mias mais desenvolvidas ou no
Brasil, é ela que detém capacida-
de de dinamizar cadeias produti-
vas e outros setores da economia.
É também na indústria que mais
se oferta e consome inovação, na
qual se agrega valor ao produto
nacional e se encontram os me-
lhores empregos.
Este raciocínio moderno mos-
tra uma conexão oportuna entre
o desenho das missões contidas
na nova política industrial e os
desafios do Brasil real. Parte da
premissa de que existem proble-
mas sistêmicos que afetam o se-
tor produtivo e que, se solucio-
nados, toda a sociedade colherá
os benefícios desse esforço. Afi-
nal, se um setor econômico cres-
ce, cresce a reboque a economia
e, com isso, há efeitos positivos
sobre o mercado de trabalho, a
renda e a qualidade de vida do
cidadão.
Tome-se como exemplo o ve-
lho desafio da baixa produtivida-
de enfrentado pela indústria bra-
sileira, mal que acomete de for-
ma ainda mais intensa as empre-
sas de pequeno e médio portes.
Faz sentido, portanto, que os ei-
xos Mais Produtividade e Mais
Inovação e Digitalização, do Pla-
no Mais Produção, busquem di-
recionar e coordenar ações e re-
cursos para solucionar um pro-
blema transversal, com R$ 246
bilhões em financiamento.
Já os efeitos das mudanças cli-
máticas nos afetam como socie-
dade. É compreensível, portanto,
que o poder público busque co-
ordenar agentes públicos e pri-
vados em torno de ações estrutu-
radas para reduzir as emissões de
gases de efeito estufa, de se pro-
mover a transição para uma ma-
triz energética mais limpa e efi-
ciente e de desenvolver a bioeco-
nomia a partir da riqueza dos re-
cursos naturais.
Ou, ainda, de fortalecer o
complexo produtivo da saúde
para reduzir a vulnerabilidade
do Sistema Único de Saúde
(SUS) frente à alta concentração
da produção de insumos médi-
cos e farmacêuticos em países da
Ásia. Não é difícil recordar a es-
cassez de produtos básicos, co-
mo álcool em gel, luvas de látex
e princípios ativos de medica-
mentos, quando a pandemia de
covid-19 provocou um desar-
ranjo das cadeias globais de pro-
dução. Estabelecer uma missão
de política industrial com esse
foco e objetivo faz todo sentido
e a Nova Indústria Brasil acerta
ao definir essa prioridade.
Àqueles que avaliam a Nova
Indústria Brasil olhando pelo re-
trovisor, cabe recordar bons
exemplos de política industrial
que contribuíram para consoli-
dar importantes setores da nos-
sa economia. No campo do com-
plexo industrial da saúde, um
exemplo recente e bem-sucedi-
do de política industrial pauta-
da pelo conceito de missão é do
medicamento genérico, na déca-
da de 1990, que ampliou o aces-
so da população a remédios
mais baratos.
O Pró-Alcool, por sua vez, na
década de 1970, colocou o Brasil
na vanguarda da produção de
biocombustíveis e pavimentou
uma estrutura produtiva e de
pesquisa e inovação sólida e que
é referência mundial. A Embraer,
terceira maior empresa de avia-
ção comercial do mundo, serve
de âncora para uma avançada
base industrial, tanto na aviação
civil como na militar.
Vale lembrar que o Brasil é
uma potência agroindustrial
DIVULGAÇÃO
Reino Unido e do Japão estão re-
cebendo US$ 6,8 trilhões em po-
líticas industriais. Se nesses paí-
ses os objetivos não se alcançam
sozinhos, nossa situação é ainda
mais difícil, pois partimos de um
ambiente de negócios que custa
às empresas R$ 1,7 trilhão ao ano
em Custo Brasil e de um spread
bancário de 27,4%, diante de
uma média mundial de 7,3%.
Na Nova Indústria Brasil, são R$
300 bilhões a serem empregados
ao longo de quatro anos, ou R$ 75
bilhões ao ano, com impacto fiscal
adicional zero. São recursos já pre-
vistos no orçamento do governo
federal, seja nos fundos que ali-
mentarão o programa, como o
FNDCT, o FUST e o FAT, seja via cap-
tação internacional — como a
ocorrida em novembro de 2023,
cuja demanda pelos títulos exce-
deu a oferta em três vezes.
Em suma, as linhas de finan-
ciamento previstas na nova polí-
tica industrial não custarão um
centavo a mais para o contri-
buinte, não demandarão despe-
sas novas e não será preciso alte-
rar os valores já previstos para
acomodar as medidas anuncia-
das. Para efeito de comparação,
o Plano Safra promete em ape-
porque compreendeu, como po- nas um ano R$ 364 bilhões, sem
lítica de Estado, que investir em comprometer o equilíbrio fiscal
inovação e tecnologia é o cami- do país e com resultados positi-
nho para promover o desenvolvi- vos para o desenvolvimento do
mento de um setor econômico agronegócio.
como um todo. Tal como a que Por esses motivos, a indústria
tornou o Brasil a grande referên- está profundamente engajada
cia do agronegócio, a nova políti- com essa agenda. Vamos traba-
ca vai no mesmo sentido, mas lhar para que os recursos empre-
com o foco na indústria, de for- gados se convertam em desenvol-
ma transversal e com programas vimento produtivo, crescimento
e ações direcionados aos desafios econômico, empregos e renda
postos pelo cenário atual econô- para a população brasileira.
mico, ambiental e geopolítico.
Em reação a esse mesmo cená- Antonio Ricardo Alvarez Alban é
rio, as indústrias dos Estados empresário e presidente da Confederação
Unidos, da União Europeia, do Nacional da Indústria (CNI)

Opinião
Brasil e os riscos geopolíticos de 2024
Christopher Garman
O
Brasil já começou a re-
ceber as primeiras lu-
zes dos holofotes ex-
ternos deste ano: na
última segunda-feira (29), o Rio
de Janeiro sediou a reunião de
abertura do B20 — grupo que re-
presenta o braço privado do
G20, as maiores economias do
mundo. A reunião desta semana
é uma de várias que antecedem
a cúpula do G20, que acontece
no país em novembro.
A boa notícia é que o Brasil
tem uma bela janela de oportu-
nidade externa — que o país po-
de aproveitar durante sua presi-
dência do G20. Muito provém
das especificidades dos riscos
geopolíticos à frente e das vanta-
gens competitivas do país.
No topo da lista de riscos estão
três conflitos que não dão sinais
de melhora: as guerras no Orien-
te Médio e na Ucrânia e o conflito
interno nos EUA, que ficará mais
evidente com as eleições do país
em novembro. Um quarto risco
está associado à falta de gover-
nança da inteligência artificial —
que, ao mesmo tempo em que
Alívio é crucial para combater a desigualdade. Por Marina Zucker-Marques e Maria Espinosa.
O G20 e a quebra do ciclo da dívida
O
s países em desenvolvi-
mento, especialmente
aqueles com renda
mais baixa, estão en-
frentando desafios enormes que
impedem significativamente seu
desenvolvimento socioeconômi-
co. Em uma década em que os
países em desenvolvimento (ex-
cluindo a China) precisam de
mais US$ 1 trilhão por ano de re-
cursos externos para o desenvol-
vimento sustentável e as metas
climáticas, eles também estão ar-
cando desproporcionalmente
com o peso de uma crise climáti-
ca que tiveram pouca ou nenhu-
ma responsabilidade.
Em meio ao aperto monetário
nas economias avançadas, à pa-
ralisação do compromisso de fi-
nanciamento por parte das na-
ções ricas e ao aumento dos en-
cargos com o serviço da dívida,
os países em desenvolvimento
estão lutando para reunir os re-
cursos necessários para a adapta-
ção e o desenvolvimento climáti-
cos. A atual arquitetura financei-
ra internacional não só perpetua
as desigualdades globais, mas a
aprofunda, prendendo os países
em desenvolvimento em um ci-
clo que obstrui seu caminho ao
desenvolvimento sustentável.
Com o desenrolar de 2024 e
com a cúpula do Grupo dos 20
(G20) sediada pelo Brasil, há
uma oportunidade crucial de re-
formular o sistema para atender
melhor às necessidades dos paí-
ses em desenvolvimento. Sob a
presidência do Brasil, a agenda
do G20 prioriza a inclusão so-
cial, o desenvolvimento susten-
tável e o combate à fome e à po-
breza. Para atingir essas metas e
mitigar as desigualdades glo-
bais, o Brasil pode encarregar de
atualizar e expandir as iniciati-
vas de alívio de dívida no G20.
Para isso, será fundamental dis-
cutir iniciativas além dos instru-
mentos de swap de dívida por
natureza (debt-for-nature
swaps) e criar um consenso so-
bre políticas que incentivem a
participação de todas as classes
de credores nos esforços de alí-
vio da dívida, inclusive o setor
privado e os bancos multilate-
rais de desenvolvimento.
Atualmente, pelo menos 69
países em desenvolvimento pre-
cisam de alívio da dívida e gesto-
res públicos estão enfrentando
escolhas impossíveis entre fi-
oferece um enorme potencial de
aumento de produtividade, exa-
cerba o potencial de desinforma-
ção nas eleições.
Esses e outros riscos, mapea-
dos pela Eurasia Group em seu
relatório anual “Top Risks”, in-
dicam que o aumento de tensio-
namento geopolítico visto nos
últimos cinco a dez anos vai
continuar a crescer de forma
preocupante, mesmo que lenta-
mente. Esse aumento começa
com a crescente competição en-
tre as duas principais econo-
mias do mundo (EUA e China),
exacerbada pela pandemia e
pela guerra na Ucrânia, mas
passa pela fragmentação da go-
vernança e pela capacidade de
coordenação internacional.
No curto prazo, as atenções es-
tão voltadas para o Oriente Mé-
dio. Os principais atores na re-
gião — Irã, Arábia Saudita, Israel
e EUA — estão agindo para evitar
um escalonamento maior do
conflito. Ainda assim, a região es-
tá um barril de pólvora: o ataque
da semana passada contra uma
base dos EUA na Jordânia certa-
mente levará a Casa Branca a rea-
gir, ainda que de forma calibrada
para evitar um conflito aberto
com Irã. De todo modo, é uma es-
calada do conflito, que aumenta
estruturalmente o potencial de
perturbar a economia global.
Na Ucrânia, a guerra atingiu
um impasse. Com a continuida-
de de financiamento bélico dos
americanos e da Europa em ris-
co, o tempo trabalha a favor de
Moscou. Logo, o risco está mais
A presidência brasileira
deve defender um
programa abrangente de
alívio da dívida que de
fato aumente o espaço
fiscal. Outro aspecto
crucial é a inclusão de
todas as classes de
credores, inclusive os
bancos multilaterais,
que foram excluídos das
negociações
associado a uma contraofensiva
da Rússia, que pode ocupar
mais territórios do país vizinho.
E quem pode agir “em desespe-
ro” é Volodymyr Zelensky, não
Vladimir Putin.
Mas o maior risco geopolítico
deste ano está nos EUA e em
suas eleições de novembro. A
provável disputa entre Joe Biden
e Donald Trump (cuja indicação
deve ser confirmada em breve)
será altamente polarizada. Qual-
quer que seja o resultado, o lado
perdedor verá o outro como ile-
gítimo. Uma eventual (e possí-
vel) vitória de Trump terá gran-
des repercussões internas e ex-
ternas: o governo Trump terá
uma relação próxima com o se-
tor privado, mas o desafio fiscal
crescerá, instituições na buro-
cracia federal serão mais politi-
zados, e os riscos de cauda da
política externa aumentarão. Pa-
ra a economia global, o risco
também está associado a uma
crescente política protecionista.
E como fica o Brasil?
Assim como outros países do
chamado Sul Global, o país pode
ganhar em termos relativos. O ten-
sionamento entre EUA e China,
que resultou em maiores tarifas e
restrições de investimentos em se-
tores sensíveis do ponto de vista de
segurança nacional, está levando a
uma busca no setor privado por
mais segurança em suas cadeias
produtivas globais. A pandemia e
a crise na Ucrânia reforçaram esse
diagnóstico, que se traduziu em
uma queda importante de investi-
mento externo na China.
nanciar bem-estar público ou
servir a dívida. Pelo menos 18
países estão enfrentando uma
crise sobreposta de dívida e fo-
me que se agravará sem o alívio
de dívida. Em 48 países — onde
vivem 3,3 bilhões de pessoas —
as despesas com o pagamento
de juros superam os orçamentos
com educação ou saúde. Na Áfri-
ca Subsaariana, os custos da dí-
vida correspondem quase inte-
gralmente ao financiamento ne-
cessário para a adaptação e resi-
liência climática, e estudos reve-
lam que países com mais riscos
climáticos enfrentam encargos
de empréstimo mais elevados.
Ademais, a crise da dívida im-
pacta especialmente as mulhe-
res e as populações mais vulne-
ráveis, uma vez que esses grupos
sofrem mais com políticas de
austeridade e têm acesso limita-
do a proteção social.
Com o alívio da dívida, o es-
paço fiscal dos países em desen-
volvimento aumenta imediata-
mente e permite que eles invis-
tam no combate à fome e à po-
breza. No entanto, o sistema in-
ternacional atual carece de um
mecanismo eficaz de reestrutu-
ração da dívida. As iniciativas
como de Suspensão do Serviço
da Dívida (DSSI) e o Arcabouço
Comum do G20, tiveram suces-
so limitado e fracassaram em
vários aspectos. Notadamente,
os países de renda média, que
constituem uma parcela signifi-
cativa da economia global, são
inelegíveis à essas iniciativas.
Além disso, o Arcabouço Co-
mum não obriga o envolvimento
O Brasil não está entre os paí-
ses que mais se beneficiam desse
“desvio de investimentos”. Fazem
parte dessa lista México, Índia,
Vietnã e parte do Sudeste da Asia,
que estão mais integrados às ca-
deias produtivas globais — e,
portanto, mais bem posiciona-
dos para se beneficiar de uma
realocação de capital.
Desafio do governo é
imprimir política
industrial que atraia
investimentos, mas sem
os erros do passado
Mas o Brasil tem algumas van-
tagens competitivas nesse cená-
rio. A grande produção agrícola
e de energia dá à economia do
país certa proteção relativa caso
os conflitos no Oriente Médio ou
na Ucrânia aumentem ao ponto
de levar a um aumento nos pre-
ços desses itens. Assim como a
alta do petróleo no início do
conflito na Ucrânia acabou ele-
vando a arrecadação federal, um
novo aumento causado por um
eventual alastramento no confli-
to do Oriente Médio pode ter o
mesmo resultado.
Igualmente importante, as
vantagens relativas de uma ma-
triz elétrica limpa (quase 90% da
energia produzida é de fontes re-
nováveis) vão crescer ao longo do
tempo. Não só porque as empre-
sas darão mais importância a re-
duzir suas pegadas de carbono,
mas pela atração de investimen-
de todas as classes de credores —
em particular, o setor privado e
os bancos multilaterais de desen-
volvimento. Finalmente, o nível
de alívio fornecido está aquém
das necessidades de financia-
mento dos Objetivos de Desen-
volvimento Sustentável (ODS) e
dos compromissos climáticos de
Paris. A presidência brasileira do
G20 deve defender um Arcabou-
ço Comum atualizado que reco-
nheça a urgência dos investi-
mentos verdes e dos ODSs, além
de promover um alívio de dívida
suficiente para que o Sul Global
consiga atender suas prioridades
socioeconômicas.
Embora a discussão sobre
swaps de dívida por natureza te-
nha ganhado popularidade, es-
tudos mostram que esses instru-
mentos são inadequados para
restaurar a sustentabilidade da
dívida. A presidência brasileira
do G20 deve ir além da discussão
sobre esses instrumentos e de-
fender um programa abrangen-
te de alívio da dívida que de fato
aumente o espaço fiscal. Outro
aspecto crucial é a inclusão de
todas as classes de credores. Em-
bora o setor privado detenha
cerca de metade da dívida públi-
ca externa do Sul Global, esse se-
tor reluta em participar do alívio
da dívida. Quando participa, im-
põem condições rígidas aos paí-
ses endividados. Além disso, os
bancos multilaterais de desen-
volvimento foram excluídos das
negociações, apesar de que 27
países em crise da dívida estão
majoritariamente endividados
com essas instituições.
Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
tos em novas tecnologias como
hidrogênio verde. Ao colocar a
pauta ambiental como um dos
pilares para o G20, o governo de
Luiz Inácio Lula da Silva certa-
mente vai na direção certa.
Um novo governo Trump cer-
tamente esfriaria as relações en-
tre a Casa Branca e o Planalto,
particularmente com a pauta
ambiental perdendo relevância
nos EUA. Mas, entre os países da
América Latina, o México é o
país que mais teria a perder
com esse resultado das urnas,
dado o grande foco eleitoral na
questão de imigração. Assim,
mesmo nesse cenário, o Brasil
seria menos afetado.
Tudo isso sugere que a janela
de oportunidade externa per-
manece aberta para o Brasil.
Sentimos isso com nossa base
de clientes fora do país. Mas res-
ta aproveitar essa janela. O go-
verno terá que navegar o desa-
fio de tentar imprimir uma po-
lítica industrial que consiga
atrair investimentos em setores
estratégicos — mas sem os erros
do passado, que acabem inibin-
do a capacidade de ter uma taxa
de juros real mais baixa. Vários
países estão implementando
políticas industriais, mas as res-
trições fiscais são um enorme
desafio. E, ao mesmo tempo, é
essencial ter foco: uma agenda
ampla demais arrisca gerar os
mesmos desafios do passado.
Christopher Garman é diretor
executivo para as Américas do Eurasia
Group
A presidência do G20 deve tra-
balhar para criar um consenso
sobre como incluir efetivamente
todos os credores no alívio da dí-
vida de forma justa e eficiente.
Para o setor privado, uma versão
atualizada dos títulos Brady da
década de 1990 — quando os cre-
dores privados forneceram alívio
da dívida em troca de títulos com
maior garantia de cobrança e
que ajudaram a aliviar a crise da
dívida latino-americana da déca-
da de 1980 — poderia ser uma so-
lução para incentivar a participa-
ção de uma ampla gama de cre-
dores. Experiências anteriores
mostram que os bancos multila-
terais de desenvolvimento po-
dem fornecer alívio da dívida de
forma segura e eficiente. A presi-
dência brasileira do G20 poderia
promover uma avaliação empíri-
ca de como a inclusão dos BMDs
nas negociações poderia melho-
rar a sustentabilidade da dívida e
as perspectivas de desenvolvi-
mento dos países de baixa renda.
O alívio efetivo da dívida é cru-
cial para combater a desigualda-
de global. A dura realidade en-
frentada pelos países em desen-
volvimento não é apenas uma
crise de recursos, mas uma crise
de desequilíbrios sistêmicos que
aprofundam as disparidades e
sufocam o desenvolvimento. O
alívio da dívida oferece uma so-
lução tangível para liberar o po-
tencial de desenvolvimento, per-
mitindo que os países invistam
em desenvolvimento sustentá-
vel, saúde, educação e combate à
fome e à pobreza.
Olhando para 2024, o Brasil,
como presidente do G20, deve
procurar alinhar suas ações com
suas aspirações por um mundo
mais justo, e o primeiro passo é
discutir um amplo alívio da dívi-
da a qual pesa sobre os ombros
daqueles que têm menos condi-
ções de suportá-la.
Marina Zucker-Marques é
pesquisadora de pós-doutorado da
SOAS, Universidade de Londres, e
pesquisadora do Debt Relief for a Green
and Inclusive Recovery Project.
María Fernanda Espinosa é diretora
Executiva da GWLvoices e copresidente
do Debt Relief for a Green and Inclusive
Recovery Project. Anteriormente, atuou
como ministra das Relações Exteriores e
ministra da Defesa do Equador e como
ex-presidente da Assembleia Geral das
Nações Unidas.
| Valor | A11
Frase do dia
“Em economia,
o rabo não
abana o
cachorro”
De Aloizio Mercadante,
presidente do BNDES, ao afirmar
que o banco fornece apenas 1,3%
do crédito nacional e que ele não
tem tamanho suficiente para
influenciar a política monetária,
em resposta a economistas que
levantaram dúvidas sobre os
impactos do Nova Indústria
Brasil, programa lançado pelo
governo federal
Cartas de
Leitores
Educação
O Brasil exibe atualmente pífios ín-
dices de crescimento e baixo nível
de inovação, aparentemente crista-
lizado na posição de eterno forne-
cedor de commodities. Uma das
causas, talvez a principal, deste tris-
te quadro é o descaso com a educa-
ção, pessimamente classificada por
parâmetros internacionais, que
sempre foi mantida em nível que
garantisse o obscurantismo da po-
pulação a fim de favorecer a ascen-
são e consolidação de uma elite do-
minante, modelada nas últimas dé-
cadas por marés ideológicas impro-
dutivas e ultrapassadas, que foca
exclusivamente em seus próprios
interesses e ignora as necessidades
gerais da sociedade.
Decorre deste melancólico ce-
nário também o fato de nunca
ter sido possível, desde a inde-
pendência, firmar um projeto
nacional amparado por disposi-
tivo constitucional sólido que
procurasse abranger o país em
toda a sua diversidade, rascu-
nhando, ao invés, documentos
orientadores provisórios — já te-
ve sete — cuja finalidade foi sem-
pre a de conceder proeminência
a poucos grupos. Emerge daí
também a existência de um siste-
ma legal mimético que nunca
angariou a confiança do povo,
embora facilmente adaptável
aos objetivos de poderosos. É o
que temos por hoje.
Paulo Roberto Gotaç
pgotac@gmail.com
Pé de Meia
O Brasil vem pagando pelo despre-
zo de seus governantes que não in-
vestiram adequadamente durante
décadas na educação formal dos fi-
lhos desta pátria. Porém, uma ini-
ciativa do atual governo pode aju-
dar a diminuir o índice de abando-
no escolar em torno de 480 mil alu-
nos por ano do ensino médio, que
podem receber como incentivo
deste programa Pé de Meia, em 3
anos um total de R$ 9,2 mil, sendo
R$ 1,8 mil por ano e o restante sa-
car no final do curso. Serão benefi-
ciados 2,4 milhões de estudantes
de escolas públicas, de famílias de
renda baixa incluídas no Cadastro
Único, para Programas Sociais, se
tiverem 80% de frequência nas au-
las. Mas, precisam obrigatoriamen-
te participar do Enem, que para tal,
recebem um bônus de R$ 200. Pro-
grama este que vai custar neste ano
R$ 6,1 bilhões, e que foi idealizado
na última campanha eleitoral que
participou, pela ministra do Plane-
jamento, Simone Tebet (MDB-MS).
Oxalá essa iniciativa do Planalto se-
ja coberta de êxito, já que, milhares
de jovens à mais concluindo o ensi-
no médio estarão aptos para rece-
ber melhores salários no mercado
de trabalho e ajudar a alavancar a
produtividade nas empresas.
Paulo Panossian
paulopanossian@hotmail.com
Subsídios do BNDES
Segundo o presidente do BNDES,
Aloizio Mercadante, o crédito com
valores subsidiados pelo banco re-
presenta apenas 19% das opera-
ções. Não creio que 1/5 do total de
empréstimos com taxas de juros
subsidiados seja pouco.
Vital Romaneli Penha
vitalromaneli@gmail.com
Correspondências para
Av. 9 de Julho, 5229 - Jardim
Paulista - CEP 01407-907 - São
Paulo - SP, ou para
cartas@valor.com.br, com nome,
endereço e telefone. Os textos
poderão ser editados.
 A12 | Valor | Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Relações exteriores Emergentes querem ter mais voz e representação, diz Tatiana Rosito
No G20, Brasil defende que bancos
multilaterais tripliquem crédito
G20
no Brasil
Jéssica Sant’Ana e
Guilherme Pimenta
De Brasília
Coordenadora da Trilha de Fi-
nanças do G20, a secretária de as-
suntos internacionais do Ministé-
rio da Fazenda, embaixadora Ta-
tiana Rosito, afirmou em entrevis-
ta exclusiva ao Valor que a presi-
dência brasileira trabalha para tra-
çar um “roadmap” para que os
bancos multilaterais possam ser
“melhores, maiores e mais efica-
zes”. Esse é um dos legados que o
governo brasileiro deseja apresen-
tar ao fim do seu mandato na pre-
sidência do grupo.
Segundo Rosito, há um con-
senso sobre a necessidade de, pe-
lo menos, triplicar os valores dis-
poníveis para os bancos multila-
terais. O Brasil quer, ainda, que as
alocações fiquem mais alinhadas
às estratégias de desenvolvimen-
to dos países emergentes.
Para isso, o Brasil tem discuti-
do nos grupos técnicos que os
bancos multilaterais revejam
seus modelos de risco e aumen-
tem a sua alavancagem. As agên-
cias de risco vão participar junto
da construção dessa solução.
Outra forma de aumentar os
valores disponíveis para emprés-
timo é o aporte de capital dos
países membros dos bancos. No
entanto, ela reconhece que even-
tuais compromissos fiscais signi-
ficariam impacto direto no resul-
tado primário dos países.
Ela reconhece um aumento da
polarização no mundo, mas diz
que é uma marca do Brasil a cons-
trução de soluções via diálogo. “Vi-
vemos um momento de enfraque-
cimento do multilateralismo, em
que você precisa ter resposta, para
riscos de pandemia, riscos climáti-
cos, pobreza, desigualdades, con-
flitos, guerras. O Brasil acredita nas
soluções multilaterais, em reforçar
o papel do G20 como espaço de
diálogo e de consenso entre as
maiores economias globais.”
A seguir os principais pontos
da entrevista:
Valor: A senhora disse em de-
zembro que as prioridades do Brasil
foram bem recebidas pelo G20. Co-
mo estão as negociações?
Tatiana Rosito: Houve aquela
primeira reunião em nível de vice-
ministro, de apresentar as três
prioridades da presidência como
um todo: combate às desigualda-
des e à fome, transição energética e
reforma das instituições da gover-
nança internacional. Fizemos um
esforço grande para que isso tives-
se bastante representado nas prio-
ridades da trilha financeira e dos
seus grupos de trabalho. Agora es-
tamos na fase das primeiras reu-
niões dos grupos de trabalho. Para
cada grupo fizemos notas concei-
tuais em que traçamos priorida-
des. Em geral, são três ou quatro
prioridades por grupo. Essas prio-
ridades, em geral, embutem uma
ou mais entregas, que podem ser
um consenso, uma declaração, um
“roadmap”, uma proposta ou uma
instrução, por exemplo, para que o
G20 continue fazendo isso de uma
forma ou de outra. Estamos foca-
dos nessas primeiras reuniões e em
28 e 29 de fevereiro tem a reunião
de ministros das finanças e presi-
dentes dos bancos centrais. Esta-
mos trabalhando para chegar nes-
sa reunião coroando as priorida-
des da trilha financeira e tendo
uma visão clara e apoio de todos os
membros para essas prioridades
em nível mais detalhado. As priori-
dades elencadas pelo presidente
[Lula] foram muito bem recebidas,
são realmente cruciais para o de-
senvolvimento e para avançar o
multilateralismo, e também para
Finanças reforçar o papel do próprio G20
como uma caixa de ressonância
Assets de grandes dos principais problemas.
Valor: O que exatamente vai ser
bancos encolhem discutido ou deliberado nessa reu-
e passam de nião de ministros em fevereiro?
Rosito: Vamos concentrar a
50,1% para 47,9% agenda de fevereiro nos temas
prioritários para a presidência bra-
do mercado sileira: desigualdades, como avan-
çar nos objetivos de desenvolvi-
C6 mento sustentável, no combate às
Tatiana Rosito: “Nosso objetivo é construir um mapa do caminho para bancos melhores, maiores e mais eficazes”
mudanças climáticas, questão de
“Brasil inclusão financeira e tributação. E
vamos aguardar as reuniões de
acredita nas primavera para tratar de temas co-
mo bancos multilaterais e finan-
soluções ciamento climático.
Valor: Como o G20 pode liderar
multilaterais, uma solução para essas questões?
Rosito: Não podemos minimi-
em reforçar o zar, na situação atual, o quanto es-
paços de concertação multilateral
papel do G20 são importantes. Vivemos um mo-
mento de enfraquecimento do
como espaço multilateralismo, em que você
precisa ter resposta, para riscos de
de diálogo e pandemia, riscos climáticos, po-
breza, desigualdades, conflitos,
de consenso guerras. O Brasil acredita nas solu-
ções multilaterais, em reforçar o
entre as papel do G20 como espaço de diá-
logo e de consenso entre as maio-
maiores res economias globais. O tempo da
concertação, do diálogo e da cons-
economias trução de confiança nem sempre é
o mesmo tempo de soluções con-
globais” cretas. O G20 foi muito eficaz na
crise de 2010, em fazer com que
houvesse aumento dos recursos
para o sistema financeiro. Uma
mensagem clara do presidente Lu-
la é: nós ouvimos a emergência cli-
mática, ouvimos a emergência da
pobreza e da desigualdade e que-
remos ser um veículo para chamar
atenção para esses temas e trans-
formar o G20 em algo que possa
contribuir para esses consensos.
Valor: Já há volume estimado de
recursos necessários para atingir
esses objetivos, em especial comba-
te à pobreza e à desigualdade?
Rosito: Os números apontados
em diversas publicações da ONU
chegam a valores entre US$ 4 tri-
lhões e US$ 6 trilhões. Se você con-
siderar os objetivos de desenvolvi-
mento sustentável e os da transi-
ção climática, algumas publica-
ções recentes chegam a dar valores
mais próximos de US$ 8 trilhões.
Um estudo que foi feito para o G20
no ano passado falava em, até
2030, mobilizar para os países
emergentes em desenvolvimento
até US$ 3 trilhões por ano. Seriam
US$ 2 trilhões de recursos domésti-
cos e US$ 1 trilhão internacional.
Valor: E como angariar esses re-
cursos internacionais?
Rosito: Nesse US$ 1 trilhão, o
que está mais considerado é volu-
me de recursos dos bancos multi-
laterais de desenvolvimento e tam-
bém de investimentos externos.
Esse foi um trabalho encomenda-
do pela presidência indiana, cha-
ma-se “agenda tripla dos bancos
multilaterais”, ao qual nós estamos
dando continuidade e tentando ir
um passo além, que é aprovar um
“roadmap” para os bancos multi-
laterais de desenvolvimento.
Valor: O que estaria exatamente
WENDERSON ARAUJO/VALOR
nesse “roadmap”?
Rosito: Estamos trabalhando
junto com eles [bancos multila-
terais] para permitir que possam
usar melhor os recursos disponí-
veis e viabilizar uma capitaliza-
ção. Há um consenso muito forte
de parte da sociedade civil, da
academia e do setor financeiro
de que você precisaria, pelo me-
nos, triplicar os valores disponí-
veis para os bancos multilaterais.
Valor: Qual seria a proposta pa-
ra triplicar o volume de recursos?
Rosito: Uma forma é usar me-
lhor os recursos que eles têm. É eles
serem mais ousados, eles alavanca-
rem melhor o capital, revendo os
modelos de risco. Outra forma é os
países colocarem mais capital nes-
ses bancos. Não necessariamente
todos os bancos precisam aumen-
tar capital, mas há consenso que
instituições como o Banco Mun-
dial e outros precisam. E tem uma
terceira forma, que é rever um
pouco os modelos e critérios de ris-
co, para que você possa usar o mes-
mo capital de mais formas, porque
eu tenho modelos de risco que são,
em geral, conservadores. O objeti-
vo é aumentar a alavancagem.
Valor: O que a sra. diz é que esse
gerenciamento de risco está muito
rígido e é possível flexibilizar?
Rosito: Esse é o entendimento
de muitos. Usar melhor o seu pró-
prio balanço, usar o mesmo capital
de melhor forma para poder ala-
vancar mais. Talvez discutindo no-
vos mecanismos de garantia, em
vez de usar os valores disponíveis
para os bancos como empréstimo,
usar como garantias, e pensar no-
vas formas sobre o capital exigível.
Por exemplo, o NDB tem um capi-
tal autorizado de US$ 50 bilhões e
um capital subscrito de US$ 10 bi-
lhões. Os outros US$ 40 bilhões são
exigíveis, ou seja, se precisar, você
pede [aos países-membros], mas o
pressuposto é que você não vai
precisar. Não significa, na forma
como os estatutos estão escritos
hoje, que se vai aportar na hora
que precisar. O que estamos fazen-
do é rediscutir um pouco isso.
Valor: O objetivo é tornar o capi-
tal exigível não tão opcional?
Rosito: Essa é uma discussão.
Não está decidido. Um dos nossos
objetivos é aprofundar o gerencia-
mento de risco dos bancos multi-
laterais com as agências de crédito.
Elas vão ser parte da discussão des-
se grupo. Essa é uma forma de au-
mentar os recursos dos bancos pa-
ra US$ 250 bilhões, entre o que se
tem hoje e o que poderia ter. A se-
gunda forma é aportar capital.
Qual é a maior dificuldade dessa
forma? É que isso significa com-
promissos fiscais. Significa impac-
to direto no primário dos países.
Mas é assim que é feito tradicional-
mente, e estamos tentando fortale-
cer os consensos para que seja pos-
sível ter novas capitalizações o
quanto antes. E a terceira forma é
trazer mais capital privado, seja
alavancando, seja mobilizando es-
truturas de projeto em que os ban-
cos multilaterais sejam âncoras e
possam trazer mais capital priva-
do, oferecendo novas garantias,
mitigando risco, para que o capital
privado possa se interessar.
Valor: Seria o banco ser um ga-
rantidor do investimento que vai ser
feito com o capital privado?
Rosito: Pode ser uma das for-
mas. Num projeto de infraestrutu-
ra, em que a primeira fase é muito
importante, o risco de construção
é maior. Queremos ver os bancos
multilaterais cobrindo esses riscos.
O nosso objetivo é construir um
mapa do caminho para bancos
melhores, maiores e mais eficazes.
E foi isso que os líderes pediram
em Nova Déli [na Índia]. Melhores
para que as operações deles sejam
mais rápidas, ofereçam acesso
mais rápido e facilitado aos países.
Maiores, no sentido de terem mais
recursos disponíveis. E mais efica-
zes, atuando de forma muito pró-
xima às estratégias dos países, em
que os países guiem a orientação
dos bancos e não o contrário.
Valor: Há outros temas?
Rosito: Nós também estamos
discutindo, por exemplo, a refor-
ma das instituições. Os países
emergentes querem ter mais voz
e representação para ter essas
melhorias operacionais e de re-
sultados dos bancos. A dificulda-
de é que os principais doadores
em muitas instituições ainda são
os países de economias avança-
das. Já os principais tomadores
são os países emergentes em de-
senvolvimento.
Valor: Mas se os países emergen-
tes não têm espaço fiscal para colo-
car recursos, como que podem ter
mais voz dentro dos organismos?
Rosito: Pois essa é a grande ba-
talha. Não há uma abertura para
que os países emergentes em de-
senvolvimento possam ampliar a
sua voz. Na última alocação de
cotas do FMI, o FMI aumentou
suas cotas em 50%. Só que esse
aumento foi equiproporcional
ao que já existia. Não foi dado aos
países emergentes em desenvol-
vimento a chance de ampliar
suas cotas. Então, é central para a
agenda rediscutir não só o tama-
nho das instituições, mas tam-
bém aumentar a voz e a partici-
pação dos países emergentes.
Valor: Tudo isso já faz parte da
reforma das instituições financeiras
internacionais, que é uma das prio-
ridades da presidência brasileira?
Rosito: Sim, queremos fazer
com que os bancos tenham ciclos
de projetos mais curtos, que eles
possam responder às emergên-
cias, que eles possam responder
mais rapidamente entre o início
da identificação de um projeto e
o desembolso dos recursos.
Valor: Como que a senhora ava-
lia a questão do conflito da Rússia e
da Ucrânia? Como pode afetar essa
busca por consenso?
Rosito: Essa dificuldade de po-
sições polarizadas existe, agora
não é só a Rússia e a Ucrânia, você
tem um novo conflito no Oriente
Médio, então isso pode ampliar
os desafios, mas nós vamos tra-
balhar pelo consenso. Nós acha-
mos que o consenso é funda-
mental, e que o G20 é instrumen-
tal para ampliar esse consenso
multilateral mais amplamente,
porque responde pela maior par-
te da economia global. Nós esta-
mos buscando construir uma
agenda com a posição tradicio-
nal brasileira de buscar construir
consensos para que a gente possa
ter reforçado o papel do G20.
Valor: E o “roadmap” dos bancos
multilaterais vai ficar pronto quando?
Rosito: A ideia é que, no nível
ministerial, a gente possa con-
centrar isso nas discussões de
primavera para concluir e apro-
var o “roadmap” nas reuniões de
outubro.
Valor: O roadmap seria um lega-
do da presença brasileira?
Rosito: Sim, com certeza seria
um legado da presidência brasi-
leira, construído com os mem-
bros e com as instituições.
Aviação
Recuperação judicial
permitirá que Gol
continue operando
normalmente, diz
Celso Ferrer B5
Valor B
Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
MineraçãoNas vendas, empresa fechou o ano com
256,7 milhões de toneladas, queda de 1,5% sobre
2022; preço médio realizado foi de US$ 108,1/t
Vale encerra 2023
com alta de 4,3% na
produção de minério
Francisco Góes e Rafael Rosas
Do Rio
Impulsionada por um quarto
trimestre forte, a produção de mi-
nério de ferro da Vale em 2023 atin-
giu 321,1 milhões de toneladas,
com alta de 4,3% sobre o ano ante-
rior. O volume ficou acima da meta
fixada para a empresa no ano pas-
sado, que era de 315 milhões de to-
neladas. O resultado foi garantido
por melhorias operacionais na Ser-
ra Sul de Carajás, no Pará, e pelo de-
sempenho nos complexos de Itabi-
ra e Vargem Grande, em Minas Ge-
rais. Também contribuíram para o
número final as maiores compras
de minério de terceiros.
Somente entre outubro e de-
zembro do ano passado — o últi-
mo trimestre do ano é, sazonal-
mente, o mais forte para a Vale —, a
produção de minério de ferro al-
cançou 89,4 milhões de toneladas,
aumento de 10,6% sobre igual pe-
ríodo de 2022. Nas vendas, o volu-
me de finos de minério de ferro, o
principal produto, somou 77,8 mi-
lhões de toneladas no quatro tri-
mestre, queda de 4,1% sobre igual
período de 2022. No fechamento
de 2023, as vendas do produto to-
talizaram 256,7 milhões de tonela-
BTG pode ter até 1,8% de Magalu com aumento de capital
Varejo
Adriana Mattos
De São Paulo
O aumento de capital privado
anunciado pelo Magazine Luiza
no domingo (28), no valor de
R$ 1,25 bilhão, foi interpretado pe-
lo mercado como espécie de “com-
bustível extra” na rede, levando as
ações da empresa a subir 9,6% on-
tem, até perder a força ao longo do
dia. O papel fechou o pregão na B3
com recuo de 0,48%, em linha com
a queda do Ibovespa.
Para analistas, a transação afasta
a possibilidade de uma oferta sub-
sequente de ações no curto prazo,
e um eventual efeito negativo so-
bre o papel, e reforça a percepção
de confiança dos controladores na
empresa, afirmam Goldman Sachs
e o Citi. Para o JP Morgan, reduz a
alavancagem ajustada, mantendo
nível de investimento.
A operação se dará por meio da
holdingdafamíliaTrajano,edoBTG,
que pode se tornar acionista do gru-
po, e contempla a subscrição priva-
da de 641 milhões de ONs (ordiná-
rias) a um preço de emissão de R$
1,95, totalizando R$ 1,25 bilhão.
Os acionistas controladores ga-
rantirão R$ 1 bilhão, e o BTG Pac-
tual, até R$ 250 milhões — o banco
entra caso os sócios minoritários
não acompanhem a transação, po-
dendo chegar a até 1,8% de posição
acionária na empresa.
No caso do R$ 1 bilhão, trata-se
de um contrato que envolve opera-
ção de swap em que o banco finan-
ciará o valor por meio de uma ope-
das, redução de 1,5% sobre 2022.
Os números do relatório mos-
tram que a Vale está conseguindo
estabilizar a produção de minério
de ferro e fazê-la crescer. Nos últi-
mos anos, a empresa tinha dificul-
dades de cumprir metas, seja no
minério de ferro ou nos metais. A
tragédia de Brumadinho, que com-
pletou cinco anos dia 25, foi um
dos fatores que limitaram a produ-
ção de minério de ferro, a qual vem
sendo retomada. A meta de produ-
ção para 2024 situa-se entre 310
milhões e 320 milhões de tonela-
das de minério de ferro.
O foco da Vale é priorizar a
qualidade do minério de ferro no
lugar de aumentar os volumes a
qualquer custo. Significa produ-
zir com altos graus de teor de fer-
ro (pureza), importante para que
os clientes, as siderúrgicas, consi-
gam produzir aço com menores
10,6%
foi quanto subiu a
produção de minério
de ferro no 4 o tri
ração de troca de resultados de flu-
xos futuros (“total return swap”).
Na prática, a holding contratou
com o BTG uma operação de crédi-
to, lastreado nas ações da empresa.
Nele, o banco fornece recursos de
um lado e compra as ações do Ma-
galu do outro, em troca de receber
uma remuneração igual ao CDI +
um percentual ao ano (empresa
não informa a taxa, diz ser dentro
das “condições de mercado”). O
vencimento se dará em 30 meses.
Formalmente, as ações estarão
registradas no nome do BTG, mas
economicamente são dos contro-
ladores. A varejista fica exposta à
variação de preço da ação no pe-
ríodo e pode acertar a diferença
com o banco periodicamente ou
ao fim do contrato. Essa operação
específica conta com as ONs da fa-
mília como garantia. É um swap
semelhante às operações já anun-
ciadas de Dasa e Aeris.
Atualmente, os controladores
da família têm 56% das ações — e se
não participassem do aumento,
seriam diluídos para 52%. Ao fim
dessa capitalização, os controlado-
res terão sua fatia mais cerca de 6%
por meio do swap com o BTG.
“As ações ficam no nome do BTG
como garantia do empréstimo,
Atualmente, os
controladores da
família têm 56%
das ações da
companhia
graus de emissão de gases. Essa
estratégia, de olho na descarbo-
nização da economia, passa por
atuar em segmentos, nichos de
produtos, caso do minério com
teor de ferro superior a 65%.
Persiste o desafio de reduzir a di-
ferença entre volume de produção e
de vendas, o que passa pelo melhor
gerenciamento dos estoques ao lon-
go da cadeia logística da empresa.
No relatório, a Vale informou que as
vendas de finos e pelotas de minério
de ferro atingiram 88,2 milhões de
toneladas no quarto trimestre de
2023, estável na comparação anual.
Daniel Sasson, do Itaú BBA, disse
aos clientes que a Vale aproveitou
para vender no quarto trimestre
produtos de menor qualidade dado
que o desconto estava menor, além
de aumentar o estoque de produtos
de alta qualidade. Sasson reviu de
US$ 6,5 bilhões para US$ 6,3 bilhões
a previsão lucro antes de juros, im-
postos, depreciação e amortização
(Ebitda) da Vale no quatro trimestre
de 2023 em função de preços reali-
zados para ominério de ferro abaixo
do esperado pelo banco.
O preço médio realizado pela em-
presaparaosfinosdeminériodefer-
ro foi de US$ 118,3 por tonelada no
quarto trimestre do ano passado,
mas a holding da família pode re-
comprar as ações a qualquer mo-
mento”, diz o diretor executivo fi-
nanceiro, Roberto Bellissimo.
Caso nenhum acionista minori-
tário siga a operação, a holding da
família aumentará a sua posição
de 56% para 58% na empresa.
Em novembro, o Valor anteci-
pou que a rede estava em conver-
sas com bancos para uma capitali-
zação da ordem de R$ 2 bilhões. Na
ocasião, já era esperado que a fa-
mília entrasse, pelo menos, com
metade disso, e já se discutia a pos-
sibilidade de financiamento.
O aumento de capital tem como
foco a execução de algumas estra-
tégias centrais da rede para melho-
ra nas vendas — que desacelera-
ram entre parte de 2021 e 2023 —
no nível de serviço e de sua renta-
bilidade, diz comunicado. Mas se-
rá importante, especialmente, pa-
ra reduzir despesas financeiras e
otimizar a estrutura de capital.
Varejistas dependentes de cré-
dito sentiram o peso da alta dos ju-
ros nos resultados, e o Magalu vi-
nha num trabalho de aumento de
geração de caixa, mas a entrada
dos recursos, é um gás “extra” nes-
se processo, diz a equipe de análise
do Citi. A empresa tinha R$ 8 bi-
lhões em setembro na linha de cai-
xa, aplicações e recebíveis. Ao des-
contar a dívida bruta, o saldo final
era de R$ 650 milhões.
“O compromisso [dos controla-
dores] é um sinal positivo, espe-
cialmente num contexto de juros
elevados e concorrência desafia-
dora”, diz o Citi. O banco estima re-
lação entre dívida líquida e ebitda
Eletricidade Entretenimento
Eletrobras Bets dominam
digitaliza patrocínios nos
hidrelétricas em carnavais do Rio,
busca de mais São Paulo e no
eficiência B2 Nordeste B6
LEO PINHEIRO/VALOR
Mineradora fechou 2023 com produção de minério de ferro de 321,1 milhão de toneladas, acima da meta para o ano
abaixo da estimativa do banco de quarto trimestre, de US$ 6,5 bilhões. de 26,2% sobre o ano anterior.
US$ 121,7 por tonelada. Mesmo as- Nos metais, a produção de cobre No níquel, a produção da Vale de
sim, o número foi 23,7% maior em somou 99,1 mil toneladas no quarto outubro a dezembro foi de 44,9 mil
relação a igual período de 2022. No trimestre de 2023, alta de 49,5% so- toneladas,quedade5,3%sobreigual
fechamento de 2023, o preço médio bre igual período de 2022. No fecha- trimestre de 2022. No ano de 2023, o
realizado foi de US$ 108,1 por tone- mentode2023,ovolumeproduzido volume total produzido pela Vale no
lada, o mesmo de 2022. Nas pelotas pela empresa no metal atingiu326,6 metal foi de 164,9 mil toneladas,
de minério de ferro, o preço médio mil toneladas, crescimento de 29% queda de 7,9% sobre 2022. O resulta-
realizado pela Vale foi de US$ 163,4
por tonelada no quarto trimestre,
queda de 1,3% sobre igual período
ante 2022. O resultado também fi-
cou acima da meta fixada para o ano
passado, que era de 325 mil tonela-
do ficou próximo da meta de 2023,
que era de 165 mil toneladas. Para
2024, a meta de produção no níquel
de 2022. Leonardo Correa, do BTG das. A meta para 2024 situa-se entre é de 160 mil a 175 mil toneladas. Em
Pactual, afirmou, por sua vez, que o 320 mil e 355 mil toneladas do pro- 2023, as vendas no níquel somaram
banco está confiante na projeção duto. As vendas de cobre, em 2023, 167,9 mil toneladas, queda de 7,1%
que fez para o Ebitda da Vale no somaram 307,8 mil toneladas, alta sobre o ano de 2022.
caindo de 1,9 vezes para 1,3 vezes
(proforma sem contar cartão de
jetava despesas financeiras na fai-
xa de 4% da receita líquida em
ra na condição de caixa e no nível
de alavancagem, disse ele.
crédito), após a transação. Ebitda 2024, como consenso dos analis- Se o BTG virar acionista de Ma-
mede lucro antes de juros, impos- tas, e isso pode ir a 3,5%. galu, será a segunda sociedade re-
tos, amortização e depreciação. “É uma operação em que não há cente numa grande rede, já que o
“Com foco renovado na lucrati- diluição forçada de minoritários, e banco converterá a sua dívida na
vidade, o Magalu deve ampliar se ocorrer, essa diluição é pequena, Americanas em fatia acionária,
ebitda (hoje em 6/7%) e diluir mais de 8,7%. E será um reforço de caixa após recuperação judicial. Em am-
despesas financeiras”, diz o banco. que permite que a empresa acelere bos os casos, o banco não têm ca-
Segundo Belissimo, antes do au- investimento e crescimento, num deira no “board”, e não terá inter-
mento de capital, o mercado pro- momento em que já havia melho- ferência na gestão.
APRESENTAMOS
NOSSA NOVA
SÓCIA
Martina Zajakoff passará a integrar
a área de Direito Imobiliário, com
Foto: Marcio Bruno
atuação em transações e negócios
imobiliários estruturados, bem
como no mercado de construção
civil e agronegócio.
Com a chegada da nova sócia,
o Machado Meyer mantém
seu compromisso de fornecer
serviços de excelência, atendendo
às demandas de um setor em
constante evolução.
MACHADO
MEYER
.COM.BR
www.machadomeyer.com.br/inteligenciajuridica
MACHADO, MEYER, SENDACZ E OPICE ADVOGADOS
SÃO PAULO / RIO DE JANEIRO / BRASÍLIA
BELO HORIZONTE / NEW YORK
OAB/SP N.485
B2 | Valor | Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Empresas Infraestrutura
Energia Ex-secretaria-executiva do ministério de
Minas e Energia, Marisete Pereira chega à Abrage
para dar força política aos pleitos das usinas
Hidrelétricas reforçam
atuação para recuperar
espaço perdido no setor
Robson Rodrigues
De São Paulo
O segmento de geração hídri-
ca foi buscar um nome com expe-
riência dentro e fora do setor elé-
trico para tentar ter mais partici-
pação nos debates setoriais. A ex-
secretária-executiva do Ministé-
rio de Minas e Energia, Marisete
Pereira, assume a presidência da
Associação Brasileira das Empre-
sas Geradoras de Energia Elétrica
(Abrage) com esse objetivo.
Com 18 anos de experiência no
ministério e papel fundamental
na privatização da Eletrobras, on-
de ocupa cadeira de conselheira,
Pereira encontra um setor preo-
cupado com questões como o
desperdício de água nas usinas
hidrelétricas, a sobreoferta de
energia causada pela entrada de
usinas eólicas e solares, o excesso
de subsídios, a falta de reservató-
rios para armazenamento, restri-
ção para exportação de energia
excedente a países vizinhos e lei-
Eletrobras inicia processo de digitalização de usinas
Fábio Couto
Do Rio
A Eletrobras aposta na digita-
lização de suas hidrelétricas pa-
ra reduzir custos e aumentar a
eficiência operacional, com o
uso de uma metodologia, co-
nhecida no segmento como
Building Information Modeling
(BIM). A ferramenta permite si-
mulação de cenários, acesso a
análises de projetos, e dados de
ativos e visualização das instala-
ções das usinas em 3D, aceleran-
do a detecção de problemas e
aperfeiçoando processos de ma-
nutenção preventiva.
A metodologia BIM utiliza vá-
rias ferramentas e tecnologias
Estudo da Firjan aponta caminhos para elevar a produção no Brasil
Gás natural
Kariny Leal
Do Rio
Falta gás natural no Brasil para
atender a demanda crescente. Essa é
a conclusão do estudo Perspectivas
do Gás no Rio, da Federação das In-
dústrias do Estado do Rio de Janeiro
(Firjan), que será lançado hoje (30).
“Há um mercado consumidor inte-
ressado em uma maior oferta de gás
no país, o que falta para atender esse
potencial é a maior disponibilidade
em bases competitivas de preço e
acessibilidade”, diz o documento.
Previsões
imprevisíveis
para 2024
Gestão
Nizan Guanaes
lões de reserva de capacidade.
No passado, a entidade era
composta por empresas estatais;
hoje, quase todas as associadas
são empresas privadas com inte-
resses distintos do que ocorria
anteriormente. Ao Valor, Pereira
diz que a reestruturação da enti-
dade ocorre em momento em
que se rediscute o papel das hi-
drelétricas no setor, a segurança
do abastecimento e a transição
energética.
“O modelo regulatório brasi-
leiro foi estruturado com a pre-
dominância das hidrelétricas.
Essas usinas representam cerca
de 50% da capacidade instalada
“As hidrelétricas
garantiram a
confiabilidade
do sistema”
Marisete Pereira
para criação e gerenciamento de
informações e dados, que per-
mitem representar ativos de for-
ma digital em todo o ciclo de vi-
da do projeto. A empresa en-
frentou desafio na implantação
porque a metodologia BIM, até
então, não era usada por hidre-
létricas, afirmou o responsável
pelo projeto na Chesf, Josemir
Melo Martins.
A aplicação é parte do plano
de investimentos da companhia
em reforços e melhorias que au-
mentem a confiabilidade de ati-
vos de geração e transmissão, pa-
ra que resulte em avanços nos in-
dicadores operacionais.
Entre os benefícios está a re-
dução de despesas com desloca-
Segundo o levantamento da Fir-
jan, o Estado do Rio de Janeiro é
responsável por 70% da produção
de gás de todo país, mas apenas
24% da produção é disponibiliza-
da ao mercado consumidor. Uma
das explicações, diz a Federação, é
o alto custo de produção, por con-
ta da localização das áreas produ-
toras e a presença de contaminan-
tes. O volume de gás reinjetado por
petroleiras nos poços para otimi-
zar a produção também tem au-
mentado, segundo o relatório.
O gás natural é visto como um
importante elemento para a
transição energética, segundo o
O
ano de 2024
começou diferente
de 2023. Davos, por
exemplo, tornou-se
outra coisa neste
ano, e eu percebi isso da Bahia.
O discurso que mais fez sucesso
em Davos foi justamente um
discurso contra Davos,
proferido pelo presidente
argentino, Javier Milei, “el
Loco”. A elite global pensava
que podia desenhar uma pauta
perfeita para o mundo do alto
da montanha mágica, mas o
mundo não cabe ali, e essa é a
mágica do mundo. O problema
da Europa é que ela acha que os
problemas da Europa são os
problemas do mundo. Mas não
acha que os problemas do
mundo são problemas da
Europa. A melhor forma de
liderança não é sair andando e
deixar os outros para trás.
e com a expansão muito acen-
tuada das eólicas e solares — as
hidrelétricas garantiram a con-
fiabilidade do sistema”, diz a
executiva ao se referir à flexibili-
dade e serviços que usinas de
energia prestam para garantir a
estabilidade do sistema elétrico
(serviços ancilares).
O pleito da entidade é que as
usinas sejam remuneradas por es-
tes serviços prestados ao setor. O
Projeto de Lei 414 tratava da mo-
dernização do setor elétrico discu-
tia o atributo das fontes. Entretan-
to, o MME abandonou o projeto,
fato que causou decepção no setor.
O ministro de Minas e Energia, Ale-
xandre Silveira, prometeu apre-
sentar ao Congresso nova propos-
ta de reforma do setor, mas isso
ainda não aconteceu.
Silveira também abriu con-
fronto com as geradoras hidrelé-
tricas ao proibir que o Brasil
mantivesse a exportação para Ar-
gentina e Uruguai. O envio do ex-
cedente gerado pela hidrelétri-
mento de funcionários às usi-
nas, melhoria na comunicação
entre os integrantes das equipes
e redução do fluxo de papéis: to-
dos os dados da usina ficam dis-
poníveis em nuvem e acessados
mediante identificação dos cola-
boradores.
A modernização das usinas da
Eletrobras com o uso do BIM te-
rá início pelas hidrelétricas de
Sobradinho e Paulo Afonso IV.
Na sequência, a metodologia se-
rá aplicada na usina de Luiz
Gonzaga. As três unidades loca-
lizam-se na Bahia e são geridas
pela Chesf.
A previsão é que a expansão
para todas as 39 hidrelétricas da
Eletrobras seja realizada a partir
estudo. Por isso, a procura das
empresas pelo produto tem au-
mentado, seguindo a tendência
de busca por uma colocação em
um mercado mais “verde”. “O gás
é um energético de transição por
conta da menor emissão de ele-
mentos de efeito estufa”, diz Luiz
Césio Caetano, vice-presidente
da Firjan. “Precisamos tornar o
gás natural mais competitivo.”
DeacordocomaFirjan,ofatodeo
gás natural ser majoritariamente as-
sociado à produção de petróleo de-
veria ser tratado como um diferen-
cial no mercado global. O petróleo
brasileiro, especialmente o retirado
Liderar é seguir as pessoas,
mas andando na frente.
Minha última coluna de 2023
fez muito barulho. Recebi mais
de milhares de respostas nas
redes depois de compilar uma
lista de “maus conselhos” para
encerrar o ano que ninguém
aguentava mais. Recomendei aos
líderes que nas férias de fim de
ano abandonassem a pompa da
liderança, fugissem de papos
cabeças, buscassem amigos pra
jogar conversa fora, música pra
não pensar, comida gordurosa...
Agora que 2024 começou, não
tenho ilusões. Este ano pode ser até
mais duro do que 2023. As guerras
do ano passado podem se alastrar.
O sistema político mundial segue
tomando decisões de forma lenta e
analógica num mundo cada vez
mais acelerado e digital. A corda da
polarização está esticando ainda
mais, com eleições importantes em
Para Marisete Pereira, da Abrage, hidrelétricas deveriam ser remuneradas por serviços prestados ao setor elétrico
cas para os países vizinhos foi a
medida encontrada para dimi-
nuir o desperdício de energia das
usinas no Brasil. Empresas como
Eletrobras, Copel, Cemig, Engie,
AES Brasil, Itaipu, entre outras, se
posicionaram a favor. O ministro
rebateu dizendo que seria “irres-
ponsável” colocar em risco a se-
gurança energética do Brasil em
favor de outros países.
de 2025. O processo de moderni-
zação em cada usina, afirmou
Martins, dura cerca de seis anos.
O investimento em BIM varia
de usina para usina, uma vez que
cada hidrelétrica possui 40 siste-
mas diferentes e a decisão de in-
vestimento depende de quais sis-
temas serão digitalizados.
Segundo o especialista, uma
usina de grande porte pode de-
mandar entre R$ 100 milhões e
R$ 1,5 bilhão, de acordo com o
escopo do projeto. “No caso de
Paulo Afonso IV, a previsão total
de investimento fica entre R$
400 milhões e R$ 450 milhões,
com ajustes ao longo dos anos”,
afirmou.
Os softwares usados na digita-
do pré-sal, é um dos mais competiti-
vos do mundo em sentido de baixo
custo de operação e baixas emissões
de gases de efeito estufa (GEE). “Nos-
sa produção tem se mostrado bas-
tante resiliente aos cenários adver-
sos nos últimos anos, passando pe-
los efeitos da pandemia de covid-19
e pela guerra no leste europeu, que
tiveram fortes reflexos no cenário
energético global, em especial sobre
o petróleo e gás natural.”
“Estratégias de otimização do
processo produtivo, como adapta-
ção da infraestrutura existente e
ociosa na bacia de Santos, devem
ser estudadas e avaliadas como al-
vários países, inclusive no Brasil e
nos EUA. E a festa da democracia
está virando uma noite de
pancadaria no octógono.
Mas a economia brasileira
seguirá crescendo, mesmo que
pouco. A economia global
também. O Brasil é sempre uma
grande oportunidade. Mas saber
o que não fazer é importante. Eu,
por exemplo, não vou gastar
minha energia e meu foco na
pancadaria política, na guerra
cultural, na polarização estéril. A
atenção e a energia sugadas por
essas brigas exaurem forças que
seriam mais aproveitadas em
atividades produtivas. Eu
terminei o ano aqui no Valor
com um desabafo e começo o
ano aqui no Valor com um
descarrego. Não vou tocar este
ano com o peso das brigas
políticas em meus ombros. Não
quero que a minha vitória em
“Abrir novamente essas discus-
sões com o Operador Nacional
do Sistema Elétrico (ONS) e com
o ministério é importante e vai
sempre existir”, diz.
A executiva também se posicio-
na contra subsídios. Hoje, as fontes
renováveis intermitentes, como
eólica e solar, têm prioridade no
despacho, uma vez que não po-
dem ser armazenadas. Isso faz com
lização são da AutoDesk e recen-
temente, a fabricante alemã de
turbinas Voith se juntou ao pro-
jeto de modernização. “A usina fi-
ca completamente escaneada, di-
gitalizada em 3D e gerorreferen-
ciada, com coordenadas de GPS
de cada ponto”, disse Martins.
Com isso, por exemplo, é pos-
sível que funcionários do Rio de
Janeiro possam “caminhar” den-
tro da usina de Paulo Afonso IV
R$ 1,5 bi
é o custo máximo do
BIM em uma usina
ternativas para redução do investi-
mento exclusivo ao gás natural.”
O gasoduto Rota 3, que vai inter-
ligar campos do pré-sal da Bacia de
Santos ao polo Gaslub por 355 qui-
lômetros, deve entrar em operação
no segundo semestre deste ano. A
expectativa é de que alivie a pres-
são na oferta, segundo Caetano. A
capacidade do gasoduto é de apro-
ximadamente 18 milhões de me-
tros cúbicos de gás por dia. Outro
projeto também esperado pelo se-
tor, mas a prazo mais longo, é o BM-
C-33. Esperado para 2028, a área é
operada pela Equinor com parce-
rias com a Repsol Sinopec Brasil e a
2024 seja a derrota do meu
adversário. E há grandes
oportunidades em todas as áreas.
A digitalização acelerada pela
pandemia segue a pleno vapor,
turbinada pelo impacto
profundo da inteligência
artificial. Por isso, minha
empresa encerrou 2023 com
treinamento de inteligência
artificial. E vamos aprofundar
esse treinamento em 2024.
A inteligência artificial traz
mais inteligência aos produtos e
serviços, aumenta a
produtividade e a
disponibilidade de tudo, informa
melhor a tomada de decisões,
acelera a automação. Ela impacta
a produção em seus conceitos
mais básicos e também nos mais
específicos. Portanto, meu caro
CEO, meu caro CMO, qual a sua
estratégia para a inteligência
artificial em 2024 (e além)?
GESIVAL NOGUEIRA KEBEC/VALOR
que a geração das hidrelétricas es-
teja abaixo do ideal não por pro-
blemas de hidrologia, mas pela
preferência das fontes não conven-
cionais e a geração distribuída.
Caso o Congresso decida man-
ter essas benesses dadas a alguns
segmentos, Pereira defende que
todos os consumidores paguem,
ou seja, clientes do mercado livre
e do mercado regulado.
e realizar de forma remota tare-
fas que exigiriam a presença físi-
ca nas instalações.
“Nosso operador poderá bai-
xar todas as informações do ati-
vo com acesso via tablet a um
QR Code.” Martins conta ainda
que a Eletrobras vem sendo con-
sultada por outras empresas do
setor em busca de troca de expe-
riências, como Itaipu, Cemig e o
grupo uruguaio Salto Grande.
Disse também que a plataforma
oferece segurança para a infor-
mação. Entre outras medidas,
equipes de cibersegurança da
Eletrobras introduziram ele-
mentos de segurança que difi-
cultam invasão e roubo de da-
dos, ressaltou Martins.
Petrobras e deve escoar 16 milhões
de metros cúbicos de gás por dia.
Ainda assim, a Prio, que contri-
bui com o estudo da Firjan, de-
fende que os dois projetos, Rota 3
e BM-C-33, não serão suficientes.
Segundo a petroleira indepen-
dente, é necessário melhorar a
infraestrutura do país para es-
coar a produção: “Caso isso
[construção de infraestrutura]
não seja feito, o crescimento da
operação será limitado. A Rota 3
(2024) e o BM-C-33 (2028) estão
em construção para ampliar essa
capacidade, mas provavelmente
não suprirá todo o setor.”
A pergunta é óbvia e por isso ela é
importante.
Quando eu lancei o portal iG
(Internet Grátis), em 2000, a
maioria não deu atenção ao sol
nascente. Foi naquele momento
que os impérios de hoje foram
construídos. E as pessoas me
perguntavam: Nizan, esse troço
de internet vai dar certo?
Kkkkk. Um século aconteceu
nesses últimos 20 anos.
Então, siga o óbvio. Nasce um
ciclo imprevisível na humanidade.
Tenha disciplina para fazer o
previsível e faro de marinheiro
para o imprevisível. Um olho no
peixe da oportunidade e outro
olho no gato da imprevisibilidade.
Porque a única coisa previsível de
2024 é o imprevisível.
Nizan Guanaes é estrategista da N
Ideias Consultoria
E-mail nizan.coluna@gmail.com

Empresas Indústria
Incorporadora Grupo imobiliário, com dívidas de
mais de US$ 300 bilhões, fracassa em negociar um
plano de reestruturação com credores externos
Juíza de Hong Kong
ordena liquidação da
chinesa Evergrande
Chan Ho-him, Kaye Wiggins,
Hudson Lockett e Thomas Hale
De Financial Times, de Hong Kong e
Xangai
Um tribunal de Hong Kong or-
denou a liquidação da chinesa
Evergrande, o que abre uma fase
nova e imprevisível no processo de
colapso da incorporadora imobi-
liária mais endividada do mundo.
A sentença foi dada pouco
mais de dois anos depois da de-
claração oficial de inadimplên-
cia da empresa, que desenca-
deou uma crise de liquidez entre
as incorporadoras chinesas que
ainda atrapalha a segunda maior
economia do mundo.
A juíza da Suprema Corte Lin-
da Chan decidiu pelo fechamen-
to nesta segunda-feira, depois
que a incorporadora fracassou
em apresentar um plano de rees-
truturação que satisfizesse os
credores internacionais, apesar
de longas negociações.
“Seria uma situação em que o
tribunal daria um basta”, disse
Chan. “Considero que é apro-
priado que o tribunal determine
uma ordem de liquidação contra
a empresa e assim ordeno.”
A decisão deve ser um teste so-
bre o alcance dos tribunais de
Hong Kong na China continen-
tal, onde se considera, de manei-
ra geral, que as queixas de estran-
DE OLHO NO FUTURO
CONECTADO,
INTELIGENTE E
SUSTENTÁVEL
PODCAST • EPISÓDIO 07
O avanço do
5G no Brasil
geiros têm pouca influência e a
desaceleração do setor imobiliá-
rio tornou-se um dos maiores de-
safios políticos de Pequim.
Embora a Evergrande tenha
suas ações negociadas na bolsa de
Hong Kong, quase todos os seus
ativos e a grande maioria de seus
mais de US$ 300 bilhões em passi-
vos estão na China. Até agora, as
autoridades têm dado prioridade
à conclusão de projetos inacaba-
dos por parte das incorporadoras.
A juíza nomeou Edward Mid-
dleton e Tiffany Wong, da empre-
sa de reestruturações Alvarez &
Marsal, como liquidantes da
Evergrande. Fora do tribunal,
Wong disse que eles começariam
por se reunir com a direção para
entender os assuntos da empresa
e discutir os próximos passos.
Na sua sentença, Chan afir-
mou que decidiu ordenar a liqui-
dação porque a Evergrande não
tinha “nenhuma proposta de re-
estruturação, muito menos uma
proposta viável que tivesse o
apoio da maioria dos credores
como é requerido”. Essa decisão
20%
foi quanto caíram as
ações da companhia
pode desencadear novos proces-
sos judiciais decorrentes das per-
das de bilhões de dólares relati-
vas ao colapso da empresa.
A negociação das ações da
Evergrande e de duas de suas
subsidiárias listadas em Hong
Kong foi interrompida depois da
divulgação da sentença.
“Não estamos surpresos com o
resultado. É um produto do fracas-
so da empresa em se engajar co-
nosco”, disse Fergus Saurin depois
da audiência. Ele é sócio do escritó-
rio de advocacia Kirkland and Ellis,
que representa um grupo impor-
tante de credores de Evergrande.
“Há um histórico de compro-
missos de última hora que nunca
levaram a lugar nenhum”, acres-
centou. “E, dadas as circunstân-
cias, a empresa só pode culpar a si
mesma por ter sido dissolvida.”
Em princípio, a sentença pode-
ria abrir caminho para que os li-
quidantes tentassem assumir o
controle de alguns ativos da Ever-
grande na China continental, já
que Hong Kong tem um acordo
de reconhecimento mútuo sobre
insolvência e reestruturações que
se aplica em algumas partes da
China. Mas ainda não está claro
até que ponto os tribunais da Chi-
na continental aceitarão a ordem
de liquidação de Hong Kong. In-
dagado sobre o assunto, Saurin
não quis comentar.
Terça-feira, 30 de janeiro de 2024 | Valor | B3
BLOOMBERG
Decisão abre uma nova e imprevisível fase no processo de colapso da incorporadora mais endividada do mundo
Pouco depois da divulgação da mas uma ordem de liquidação aprovações regulatórias. O presi-
ordem judicial, meios de comuni- do tribunal de Hong Kong hoje dente da Evergrande, Hui Ka Yan,
cação chineses noticiaram que o seria o início de um processo de foi submetido a “medidas obri-
executivo-chefe da Evergrande, vários anos e muito caro, que ao gatórias” dias depois, por suspei-
Shawn Siu, respondera que a em- final teria poucas probabilidades ta de “crimes ilegais”, segundo
presa “faria tudo o que fosse possí- de render recuperações significa- disseram autoridades na época.
vel” para garantir a continuação tivas”, disse Brock Silvers, diretor O processo de liquidação foi ini-
da entrega dos projetos imobiliá- de investimentos do grupo de ciado em 2022 pelo credor estran-
rios na China. Ele teria acrescenta- private equity de Hong Kong geiro Top Shine Global, que acu-
do que a estrutura operacional de Kaiyuan Capital. sou a Evergrande de não honrar
suas subsidiárias dentro e fora do Depois da divulgação da sen- pedidos de indenização equiva-
país “não foi afetada”, pois a sen- tença e antes de que as negocia- lentes a 863 milhões de dólares de
tença foi dada em Hong Kong. Se- ções fossem interrompidas, o Hong Kong (US$ 110 milhões).
gundo os meios de comunicação, preço das ações da Evergrande A sentença pode ter implicações
Siu também considerou a decisão caiu mais de 20%, para 0,16 dólar para outras incorporadoras que
do tribunal “lamentável”. de Hong Kong. ainda estão amarradas a demora-
A Evergrande não respondeu
de imediato a um pedido de co-
mentários do Financial Times.
Um acerto anterior entre a
Evergrande e investidores inter-
nacionais desmoronou em se-
das negociações de reestruturação
com credores estrangeiros. A in-
corporadora chinesa Jiayuan foi al-
“Os credores estrangeiros po- tembro, depois que autoridades vo de uma ordem de liquidação da
dem não ter boas alternativas, chinesas não concederam certas mesma juíza no ano passado.
CONTEÚDO DE MARCA PRODUZIDO PELO ESTÚDIO G.LAB
PARA O VALOR ECONÔMICO EM PARCERIA COM HUAWEI
OUÇA NO SPOTIFY
Episódio disponível
também em Deezer,
Amazon, Apple Podcasts,
Google Podcasts,
Castbox e Youtube.
No leilão de 2021, ficou estabelecido que as operadoras deveriam
expandir o 5G para municípios com mais de 200 mil habitantes.
Até o final de 2029, a ideia é que todas as sedes de municípios e mais
1,7 mil municípios não-sede estejam conectados à tecnologia 5G.
No entanto, como em qualquer jornada, existem desafios a serem
superados. Carlos Lauria, diretor de Relações Públicas e Assuntos
Governamentais da Huawei, é o convidado do dia do podcast,
e conversa sobre esses desafios.
B4 | Valor | Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Empresas Serviços&Tecnologia
CenárioMicrosoft, Alphabet, Amazon, Apple e Meta divulgam resultados trimestrais nesta semana
Mercadoprevêbalançosfortespara‘bigtechs’
Daniela Braun
De São Paulo
O mercado financeiro está oti-
mista com os balanços financeiros
das gigantes de tecnologia Micro-
soft, Alphabet, Amazon, Apple e
Meta, a serem divulgados nesta se-
mana. A projeção de fortes resulta-
dos do último trimestre de 2023
envolve o ganho de relevância da
inteligência artificial (IA) nas ope-
rações e uma retomada de investi-
mentos em inovação e publicida-
de digital, refletindo uma perspec-
tiva mais favorável para a econo-
mia dos Estados Unidos.
As bolsas americanas fecharam
em alta nesta segunda-feira (29) à
espera dos números das ‘big techs’
e do Federal Reserve (Fed), o banco
central americano que deve anun-
ciar um corte de 0,5 ponto na taxa
de juros. O índice Nasdaq regis-
trou alta de 1,12% e o Dow Jones
subiu 0,59%.
“Nossas verificações recentes
em campo mostram um aumento
na demanda por software empre-
sarial, segurança cibernética e um
claro crescimento da demanda em
torno de grandes projetos de IA,
com casos de uso explodindo em
2024”, informou a corretora Wed-
bush Securities.
A narrativa desta temporada de
resultados do quarto trimestre “é o
início da revolução da IA atingin-
do o cenário tecnológico mais am-
plo” com a Microsoft na liderança.
Nesta terça-feira (30), a Micro-
soft e a Alphabet, controladora do
Google, divulgam seus balanços.
Analistas ouvidos pela Bloom-
berg estimam receita trimestral de
US$ 61 bilhões para a Microsoft,
com aumento de 16%, em base
anual, e alta de 19% no lucro por
ação,paraUS$2,76.
“A expectativa é de crescimento
de 28% na receita de nuvem da Mi-
crosoft Azure, sendo 5% deste
avanço, ou US$ 2,8 bilhões, vindos
de projetos de IA”, disse Matheus
Popst, sócio da gestora Arbor Capi-
tal, ao Valor.
Sistema de Inmetrics e Unicamp facilita troca de IA
Inovação
Ivone Santana
De São Paulo
A diversidade de modelos de in-
teligência artificial (IA) generativa
— mais de 300 no mundo, atual-
mente — abre um amplo leque de
possibilidades para que as empre-
sas escolham e troquem de ‘má-
quina’, como são chamados esses
robôs. Mas isso não é tão simples.
Se a empresa construiu toda a sua
aplicação com base em um mode-
lo, como o ChatGPT, da OpenAI; o
Google Bard; ou o Claude, da An-
thropic, por exemplo, fica ‘presa’ a
ele, por não ser modular. A mu-
dança para outro modelo requer
trabalho de programação.
Para resolver esse problema, a
Inmetrics criou uma interface, em
parceria com a Universidade de
Campinas (Unicamp), em 2023,
batizada de Liev. A empresa inves-
tiu R$ 8 milhões no projeto, em
dois anos, e a primeira fase está
concluída, com o sistema em uso.
O Laboratório de Inteligência
Artificial e Inferência em Dados
Complexos (Recod.ai) da Uni-
camp, no Instituto de Computa-
ção, atuou na fase inicial de estu-
dos e deve prosseguir na próxima
fase de desenvolvimento. Assumiu
os custos de pesquisadores, alunos
e estudantes de pós-doutorado
(pós-docs), e recursos computa-
cionais para treinamento de IA.
O Recod.ai Tem com 250 colabo-
radores no mundo, dos quais cerca
de 130 nas instalações da universi-
dade no Brasil. O investimento to-
tal do laboratório é de R$ 5 milhões
a R$ 6 milhões por ano. A indústria
financia três quartos do valor e as
agências de fomento, o restante.
O Liev foi construído com base
em software de código aberto
(“open source”). Ele será doado pa-
ra uso do mercado. Mesmo assim,
por sair na frente com o produto e
serviços adjacentes, a Inmetrics
prevê para 2024 um aumento de
15% a 20% sobre sua receita de
Gigantes da tecnologia
Dados acumulados em nove meses - US$ bilhões
Receita líquida
9M2022 9M2023
500
400 364,8 404,8
304,2 293,8
300
206,8 221,1
200
100
Alphabet Amazon Apple *
(Google)
Var. 6,9% 11,0% -3,4%
Fontes: empresas e Yahoo Finance. Elaboração: Valor Data. * Até junho de cada ano. O ano fiscal da empresa é encerrado em setembro. ** Até março de cada ano. O ano fiscal da empresa é encerrado em junho.
A perspectiva para a Microsoft,
segundo Popst, reflete a retomada
de investimentos dos clientes das
“big techs” em nuvem, após uma
fase de ajustes de custos e otimiza-
ção entre o fim de 2022 e boa parte
do ano passado. Também ajuda a
demanda por IA tanto entre em-
presas, por meio do pacote de ser-
viços corporativos de nuvem com
as ferramentas da OpenAI integra-
das, como por consumidores, pela
integração da ferramenta de IA ge-
nerativa Copilot ao sistema opera-
cional Windows.
“É uma mudança substancial na
trajetória da Microsoft, tendo em
vista que é a empresa que está ga-
nhando mais dinheiro com a ven-
da de IA”, diz o sócio da Arbor.
O “efeito IA” também deve ter
destaque no balanço do quarto tri-
mestre da Alphabet, que inclui o
lançamento da ferramenta de IA
generativa Gemini, em dezembro.
Mas a expectativa maior do merca-
do se dá em torno da receita com
publicidade, que representou
77,8% do resultado da companhia
no terceiro trimestre de 2023, im-
pulsionada especialmente pela
ferramenta de buscas.
“A visão do mercado sobre a Al-
phabet é mais positiva já que mui-
2023, quando alcançou R$ 150 mi-
lhões, afirma Pablo Cavalcanti, di-
retor-presidente da companhia.
Para 2025, ele estima uma alta de
40% sobre o atual exercício.
Com 700 funcionários, a Inme-
trics atua também no Chile, na Co-
lômbiaeRepúblicaDominicana.Em
dois meses, estenderá sua presença
ao Canadá, segundo o executivo, ao
destacar que 15% da receita provem
das operações fora do país.
Esse “middleware”, ou software
intermediário para inteligência ar-
tificial, fica entre os aplicativos da
empresa que o utiliza e o modelo
de IA. A partir daí, é possível trocar
de modelo a qualquer momento,
usar vários deles, sem alterar as
aplicações. O Liev pode conectar os
diferentes modelos de linguagem
de grande escala (LLMs, na sigla em
inglês) locais ou externos, manten-
do o controle da privacidade de da-
dos, dizem os desenvolvedores.
O software fica na nuvem com-
putacional da empresa. Quem tem
o próprio data center pode instalá-
lo no seu servidor. “[Com o mid-
dleware] Os departamentos de tec-
nologia podem operar de forma
muito mais rápida, sem o débito
técnico, jogando tudo [que foi
construído antes] fora”, diz Caval-
canti. “Se a empresa leva de um a
dois meses para testar um modelo,
com o nosso software faz isso em
dias.” O fato de não precisar alterar
a programação encurta o prazo.
Na primeira fase do projeto, An-
derson de Rezende Rocha, profes-
sor titular de inteligência artificial
na Unicamp desde 2009 e coorde-
nador do Recod.ai, trabalhou com
apenas um estudante de pós-dou-
torado. “Analisamos dados com a
Inmetrics e desenvolvemos algo-
ritmos iniciais”, conta o professor.
Com os resultados, a parceria evo-
luiu e se estendeu para 2024 e
2025. A equipe agora terá dois pes-
quisadores doutores e três alunos.
Para o professor, as parcerias en-
tre universidades e indústrias no
mundo aceleram o processo de de-
senvolvimento e inovação. “A in-
146,4 155,7
84,4 94,8
Meta Microsoft **
12,3% 6,4%
tos medos sobre a perda de partici-
pação das buscas para as ferra-
mentas de IA generativa, como o
ChatGPT, não se concretizaram”,
diz Popst. O foco, segundo ele, será
a recuperação na receita de publi-
cidade do YouTube.
A projeção de receita trimestral
para a Alphabet, segundo analus-
tas da Visible Alpha, é de US$ 85,2
bilhões, alta de 12% em base anual.
Na mesmo período, o lucro opera-
cional projetado é de US$ 23,9 bi-
lhões, avanço de 32%.
A semana das “big techs” fecha
na quinta-feira, 1º de fevereiro,
com os balanços de Apple, Ama-
zon e Meta.
Do lado varejista da Amazon, a
expectativa é de aumento nas mar-
gens no quarto trimestre de 2023,
época de Black Friday e festas de
“Microsoft é a
empresa que está
ganhando mais
dinheiro com a
venda de IA”
Matheus Popst
Pablo Cavalcanti prevê alta de até 20% na receita com os novos serviços
dústria conhece o problema e o
que precisa ser feito, e os pesquisa-
dores sabem as técnicas.”
O CEO diz que para essa pesqui-
sa foi testada a maioria dos mode-
los de IA generativas. Um dos en-
tendimentos é que para as grandes
empresas usarem esses algoritmos
com segurança é preciso fazer um
desacoplamento, separar os mo-
delos das funções administrativas
das aplicações. O processo de sepa-
ração é complexo, diz o executivo,
porque envolve controle de acesso,
escalabilidade, privacidade de da-
dos, auditoria e custos.
Os modelos de IA generativa
não têm padronização — a forma
como é feita a interação com o pro-
gramador. Para interagir com os
modelos, esses técnicos usam uma
Resultado líquido
9M2022 9M2023
100
80
53,1
60
46,3
40
19,8
20
0
-3
Alphabet Amazon
(Google)
Var. 14,6% - -6,4%
fim de ano. Já do lado de nuvem e
IA, a análise é mais cautelosa, ante
o temor de receitas mais baixas do
que o esperado com serviços de
computação em nuvem, avaliam
analistas do Itaú BBA. Para os pró-
ximos trimestres de 2024, os espe-
cialistas projetam resultados posi-
tivos “dadas as iniciativas bem su-
cedidas para melhorar eficiência e
redução de custos no comércio
eletrônico”.
Em publicidade, diz Popst, da
Arbor, as perspectivas são de avan-
ço dos ganhos da Amazon com mí-
dia de varejo e com a chegada de
anúncios para os assinantes da
plataforma de streaming Prime Vi-
deo, desde segunda-feira (29).
Os resultados são divulgados
após Amazon, Alphabet e Micro-
soft terem anunciado uma nova
onda de demissões, ainda que em
volume inferior aos cortes em mas-
sa promovidos entre o fim de 2022
e meados de 2023.
Na semana passada, a Microsoft
demitiu 1.900 funcionários na
área de jogos eletrônicos, incluin-
do profissionais da recém- adqui-
rida Activision Blizzard. Uma se-
mana antes, Google e Amazon cor-
taram centenas de seus quadros —
a quantidade de pessoas demiti-
GABRIEL REIS/VALOR
interface de programação de apli-
cação (API, na sigla em inglês). No
caso de usuários independentes, o
chatbot (robô) é a interface.
A Unicamp tem dois trabalhos
principais com a Inmetrics, um de-
les é referente a IA generativa. Nes-
se caso, é preciso entender como
usar o poder dos grandes modelos
de linguagem para melhorar o re-
lacionamento da empresa com o
cliente, diz o professor Rocha.
O segundo trabalho é sobre IA su-
pervisionada. “Queremos entender
quando os clientes vêm falando do
produto, o que falam via redes so-
ciais da empresa, dos parceiros, no
mercado aberto, na Amazon, no
Mercado Livre”, diz o professor Ro-
cha, ao citar alguns canais.
Um dos objetivos com a IA su-
Valor de mercado - US$ trilhões
Em 29/Janeiro/2024
3.500
79,1
74,0
2.800
56 52,3
2.100
25,1
18,5
1.400
700
Apple * Meta Microsoft **
35,2% -6,6%
das não foi informada. A Amazon
também demitiu na área de ga-
mes, com cortes no streaming de
jogos Twitch, bem como nas divi-
sões Prime Video e MGM. Na con-
troladora do Google, os cortes re-
centes ocorreram em divisões de
equipamentos e assistentes de voz.
As demissões são bem vistas. “É
importante que as empresas fa-
çam ajustes, mantendo o foco nas
áreas prioritárias”, diz Popst. “No
Google, por exemplo, não vimos
cortes em nuvem ou em IA”.
A retomada dos investimentos
em publicidade on-line deve aju-
dar a Meta. Para os analistas do
BBA há “uma convicção muito ele-
vada sobre os lucros” e uma orien-
tação de receita para o trimestre
“fácil de ser superada”.
A receita trimestral da Amazon
pode alcançar US$ 166,26 bilhões
no quarto trimestre, um cresci-
mento de 11,4% em base anual, es-
timam analistas da Zacks Equity
Research. Eles projetam um salto
de US$ 0,81 no ganho por ação da
Amazon, para US$ 1,02, ante um
ganho de US$ 0,21 um ano antes.
Para Popst, a Meta deve se bene-
ficiar do processo de forte redução
de equipes, fruto das demissões
em massa iniciadas no fim de
pervisionada é saber rapidamente
quando é preciso transferir o con-
sumidor da conversa com o chat-
bot para um atendimento por hu-
mano. As pessoas consideram irri-
tante quando o chatbot fica dando
voltas nas opções de resposta auto-
mática, ‘enrolando’, sem conseguir
resolver a questão nem transferir
para um humano.
É preciso ter um atalho para fa-
zer essa transferência quando se
identifica que a pessoa já passou
pelos passos disponíveis na grava-
ção automática, diz Marcos Medei-
ros Raimundo, professor doutor
do Instituto de Computação da
Unicamp. “Tem sistemas que nem
têm atendimento por humano e fi-
cam na conversa. Nosso projeto é
fazer essa personalização.”
O desenvolvimento do “mid-
dleware” garante 50% de participa-
ção na propriedade intelectual pa-
ra a Inmetrics e a Unicamp. Mas co-
mo a opção foi pelo “open source”
e doação do software, não existe
mais propriedade intelectual.
Em dois anos, a Inmetrics espera
criar uma fundação composta por
empresas sem fins lucrativos. De-
pois, será formado um comitê para
cuidar da evolução do software.
Poderá ter assento na fundação
qualquer indivíduo ou empresa
que queira patrocinar o desenvol-
vimento. A melhoria do software
voltará à comunidade como bene-
fício. A Inmetrics se responsabili-
zará pelo suporte e curadoria.
“Nenhuma empresa, por maior
que seja, consegue superar milhões
de pessoas apaixonadas por doar
seu tempo e conhecimento para
evoluir uma tecnologia”, diz o exe-
cutivo, ao citar outros casos de
“open source” no mercado global,
como o sistema operacional Linux.
Se o ganho para a Inmetrics é
antecipar-se à concorrência, para a
Unicamp, é outro. “O papel da uni-
versidade também é a difusão do
conhecimento e a formação, e com
esse projeto de código aberto con-
seguimos as duas coisas”, afirma o
professor Rocha.
2,965 3,052
1,927
1,666
1,031
Alphabet Amazon Apple Meta Microsoft
(Google)
2022, e da retomada da publicida-
de. Em relação à IA generativa, o
mercado ainda aguarda por uma
estratégia clara de geração de re-
ceita da Meta.
Analistas ouvidos pela Reuters
estimam uma receita de US$ 39,1
bilhões para a Meta no quarto tri-
mestre, alta de 16% ante o resulta-
do de US$ 33,7 bilhões no quarto
trimestre de 2022.
A Apple segue descolada da mo-
vimentação de IA generativa das
rivais, embora tenha sinalizado
avanços em IA generativa para a
nova geração do iPhone. A linha de
celulares gera a maior parte da re-
ceita da empresa, que busca am-
pliar o resultado com serviços, in-
cluindo assinaturas de streaming
de vídeos, músicas e nuvem.
Analistas da Zacks Equity Re-
search estimam que a Apple apre-
sente receita líquida de US$ 117,62
bilhões no primeiro trimestre fis-
cal de 2024, alta de 0,4% em base
anual, sendo US$ 66,68 bilhões
com as vendas do iPhone, alta de
1,4% na mesma base comparativa.
O ganho por ação foi estimado em
US$ 2,09, alta de 11,17%, na base
anual.
Ver também página C1
Sarcasmo e
ironia nas
aulas do robô
De São Paulo
A primeira fase do projeto entre
a Inmetrics e a Universidade de
Campinas, sobre uma interface
para o uso simultâneo de diversos
modelos de inteligência artificial,
“é apenas a ponta do iceberg”, diz
Anderson Rocha, professor da
Unicamp. Agora, as pesquisas en-
trarão na linguagem da IA, fazer
com que a máquina entenda
nuances em uma conversa, como
ironia e sarcasmo.
Durante uma conversa, o mode-
lo de IA deve captar o que a pessoa
deseja, não apenas o que ela está
escrevendo, mas qual é a sua in-
tenção. Para o humano, isso é in-
tuitivo. Mas, para a máquina, é di-
fícil, ela precisa ser treinada.
No treinamento, é preciso ensi-
nar à IA o que pode ou não fazer,
como interpretar dados e imagens,
como não ser enganada para que
dê uma resposta inapropriada.
“Queremos o alinhamento da má-
quina com as restrições éticas hu-
manas”, explica Marcos Medeiros
Raimundo, professor do Instituto
de Computação da Unicamp.
Quando erra, o algoritmo é “puni-
do” — recebe uma nota baixa em
um score predefinido, por exem-
plo. “Todas as IAs são genéricas. Co-
mo eu as adapto para o contexto
que vou usar é o desafio.”
O treinamento pode levar o
chatbot a identificar o que o pro-
gramador pretende, o que o usuá-
rio quer comunicar, o que os clien-
tes comentam sobre o produto de
uma companhia. Esse tipo de refi-
namento dos algoritmos é condu-
zido pelo professor Raimundo. A
segunda fase do contrato deve en-
trar em operação até março.
A Unicamp faz pesquisas de IA
para mais de dez empresas, entre
as quais a Shell, Petrobras, Moto-
rola, Samsung, Quinto Andar, Mo-
bile, Wavy e ArcelorMittal. (IS)

Empresas Serviços&Tecnologia
Aviação Incertezas sobre diluição de acionistas
minoritários e corte de nota de crédito derrubam
ações ao menor patamar desde dezembro de 2016
Gol consegue aval
de tribunal dos EUA
para empréstimo
Cristian Favaro, Felipe Laurence,
Ana Beatriz Bartolo e Victor
Meneses
De São Paulo
A Gol recebeu aval da Justiça
americana para a liberação de um
empréstimo US$ 350 milhões ga-
rantido por debenturistas da Abra,
holding da companhia. Os recur-
sos são importante para manter a
operação da empresa, mas ainda
há dúvidas no mercado sobre co-
mo serão conduzidas as negocia-
ções da companhia com os arren-
dadores de aeronaves, assim como
será a eventual diluição dos acio-
nistas minoritários. Diante das in-
certezas, as ações da Gol derrete-
ram ontem na bolsa, registrando
queda de 33,6%, negociada a R$
3,93 — o menor patamar de preço
desde dezembro de 2016.
Os papéis da empresa foram
também pressionados pelo corte
do preço-alvo das ações pelos
bancos BB e Bradesco e pelas
agências de rating Fitch e S&P
Global, que reduziram as notas
de crédito da companhia. As
ações da companhia serão retira-
das dos índices da B3, após o fim
do pregão de hoje. A Gol segue
Fundo criado por TIM e Upload escolhe startup
Capital de risco
Rodrigo Carro
Do Rio
Criado em março do ano pas-
sado, o fundo de investimento
para desenvolvimento de novos
negócios da TIM Brasil em par-
ceria com a gestora de capital de
risco Upload Ventures Growth
fechou seu primeiro aporte. A
escolhida — entre 3.500 startups
analisadas — foi a americana
Topsort, do ramo de publicidade
digital. O valor do investimento
não foi divulgado.
O fundo voltado para investi-
mentos em startups em ritmo de
crescimento acelerado foi cons-
tituído a partir de um aporte ini-
cial de US$ 50 milhões da TIM.
Dentro do planejamento estra-
tégico da operadora, o mercado
corporativo (B2B, na sigla em in-
glês) é visto como uma das prin-
cipais alavancas para expandir
receita e lucro.
“O [mercado de] B2B é uma
avenida de crescimento para a
companhia. E a maneira mais
negociada normalmente na bol-
sa, mas passa a ser listada sob o tí-
tulo de “outras condições” a par-
tir do pregão de 30 de janeiro.
A primeira fase do DIP (Debtor
In Possession, na sigla em inglês),
financiamento a empresas em re-
cuperação judicial, já está dispo-
nível para a Gol. Esse valor faz
parte da primeira parcela libera-
da à companhia, que receberá
outros US$ 600 milhões — dividi-
dos em duas etapas em condi-
ções que serão estabelecidas
dentro do processo de reestrutu-
ração da empresa.
“A autorização do Tribunal
dos Estados Unidos para acesso
a novos financiamentos permiti-
rá à Gol continuar operando
normalmente”, disse o presiden-
Pagamentos a
parceiros e salários
vão ser honrados
com recurso
liberado por
tribunal de NY
efetiva de criar essas avenidas de
crescimento é construir um ecos-
sistema de empresas que vão nos
ajudar a reforçar nossa capacida-
de no [segmento] B2B”, afirma
Fabrizio Bozzetto, diretor de Es-
tratégia da TIM Brasil.
Como parte de um planeja-
mento de longo prazo, a previsão
é de que o fundo destine até
US$ 250 milhões para startups e
empresas em estágio inicial de
operação. “A estratégia que mon-
tamos em conjunto com nossos
parceiros da Upload foi projeta-
da para um período de sete a dez
anos”, esclarece Bozzetto.
Presidente-executiva da Top-
sort, Regina Ye afirma que a em-
presa quer tirar partido do declí-
nio da publicidade programáti-
ca, aquela em que o processo de
compra e venda de espaços para
a publicação de anúncios digi-
tais é feita de maneira automati-
zada, a partir de “leilões” entre
anunciantes.
“Nós trabalhamos com varejis-
tas e marketplaces [lojas online
que oferecem produtos e servi-
ços de terceiros] fornecendo fer-
te Celso Ferrer, em nota. A em-
presa informou que pretende
honrar os compromissos com
parceiros de negócios e fornece-
dores de bens e serviços presta-
dos a partir da data de início do
processo de recuperação em 25
de janeiro, além do pagamento
de salários aos colaboradores.
A dívida total da companhia
aérea até dezembro passado é de
US$ 8,3 bilhões (ou cerca de R$
40 bilhões). Em fato relevante, a
Gol acrescentou que o endivida-
mento considerando emprésti-
mos e financiamentos ao fim do
quarto trimestre totaliza R$ 20,2
bilhões. Do total das despesas,
US$ 2,7 bilhões vencem em 12
meses. Entre as pendências no
curto prazo estão US$ 647 mi-
lhões com viagens a serem reali-
zadas e US$ 359 milhões com ar-
rendadores de aeronaves.
As negociações com arrenda-
dores são motivo de atenção —
há falta de aviões no mercado e o
risco de eles retirarem as aerona-
ves da Gol é maior do que na épo-
ca do Chapter 11 da Latam e da
Avianca, durante a pandemia.
A Aviation Working Group
(AWG), entidade que agrupa fa-
LEO PINHEIRO/VALOR
“O B2B [mercado
corporativo] é uma
avenida de
crescimento para
a companhia”
Fabrizio Bozzetto
CEO da Gol, Celso Ferrer, disse que autorização de tribunal permitirá à Gol continuar operando normalmente
bricantes de aviões e empresas de
arrendamento, voltou a destacar
ontem sua visão de que o período
em que arrendadores podem co-
meçar a buscar aviões da Gol se
encerra no dia 24 de fevereiro.
Pela legislação dos Estados Uni-
dos, o prazo é de 120 dias a partir
do início do trâmite (dia 25 de ja-
neiro). Mas a AWG defende que o
prazo que deve ser considerado é
de 30 dias, seguindo a Conven-
ção da Cidade do Cabo, que o
Brasil faz parte.
Há ainda uma preocupação no
ramentas e tecnologia para aju-
dá-los a construir e ampliar o ne-
gócio deles de mídia [publicitá-
ria] sem depender do uso de
quaisquer dados privados do
usuário”, diz a executiva.
A publicidade online ainda é
em grande parte dependente de
dados obtidos por meio de coo-
kies de terceiros, pedaços de có-
digo que permitem rastrear por
quais páginas um usuário está
navegando. Esse acompanha-
mento permite aos anunciantes
direcionarem sua publicidade de
forma mais personalizada.
Só que, com a importância
crescente dos temas relaciona-
dos à privacidade digital, os coo-
kies de terceiros caminham para
a extinção. O Google promete eli-
minar no segundo semestre des-
te ano a possibilidade deste tipo
de rastreamento para usuários
do seu navegador, o Chrome.
Ao invés de se basear em coo-
kies, a Topsort utiliza ferramen-
tas de “machine learning”
(aprendizado de máquina) para
prever qual anúncio digital deve
ser exibido para um determina-
Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
mercado de que os minoritários
podem ser prejudicados diante
de uma forte diluição. Em relató-
rio, a equipe do BB Investimento
disse que eles podem ter uma di-
luição acima de 60% das suas par-
ticipações em um cenário em
que a controladora Abra resolva
converter seus US$ 1,2 bilhão em
títulos de dívida da aérea — a
conversão de dívidas é apontada
como saída mais provável.
O Bradesco foi ainda mais du-
ro, apontando que o saldo de
aproximadamente R$ 25 bilhões
do consumidor.
“Por serem tão grandes, Goo-
gle e Amazon não são tão ágeis
como as startups costumam
ser”, sustenta Ye, citando dois
pesos-pesados do mercado de
publicidade digital. “Eles têm
uma perspectiva limitada. A
Amazon constrói tudo para
atender a si própria. E, nesse
processo, eles se isolaram de ou-
tros varejistas. Para eles é muito
difícil atender o restante do
mercado, [...] o que nos faz acre-
ditar que podemos ser uma al-
ternativa neutra”, argumenta.
Das 3.500 startups analisadas
pela Upload ao longo do ano
passado, três foram selecionadas
para serem apresentadas ao co-
mitê de investimentos da gestora
e apenas uma foi escolhida, con-
ta Mário Ermírio de Moraes Filho,
co-fundador da gestora.
“Nesse funil, um fator decisivo
é a qualidade dos fundadores e o
mercado potencial [para os servi-
ços da empresa]”, acrescenta Car-
los Simonsen, outro dos funda-
dores da Upload, referindo-se ao
processo de escolha da Topsort.
SÚMULA DE SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO FLORESTAL
A COPEL DISTRIBUIÇÃO S.A torna público que solicitará ao Instituto Água e Terra
– IAT a Autorização Florestal para o corte de 76 árvores nativas diversas, para a
instalação de uma planta solar fotovoltaica na SE Cianorte, município de Cianorte,
no estado do PR. Não foi determinado estudo de impacto ambiental.
| Valor | B5
SILVIA COSTANTI/VALOR
em reestruturação pode causar
uma diluição dos minoritários
de até 99%.
A futura composição acionária
da Gol também tem levantado
atenção. De um lado, há margem
para uma disputa pelo controle
do grupo, hoje na mão da Abra
com cerca de 53% das ações. Na
Latam, os principais acionistas
antes do Chapter 11 eram são a
família Cueto, a Qatar Airways e a
Delta Air Lines, que detinham
cerca de 46% do capital e foram
diluídos para 25%.
Curtas
Iguatemi investe
A Iguatemi comprou uma parti-
cipação adicional de 10% no
Fashion Outlet Novo Hamburgo
por R$ 24,5 milhões. Com essa
aquisição, a Iguatemi passa a deter
51% do centro comercial. O paga-
mento será realizado em três par-
celas, sendo 60% do valor pago no
fechamento da aquisição, 20%
após 180 dias, corrigidos pelo IP-
CA, e os 20% restantes em 360 dias,
também corrigidos pela inflação.
A taxa de capitalização dessa ope-
ração é de 9,5%. A conclusão dessa
operação depende da aprovação
do Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade).
Whirlpool volta ao lucro
A Whirlpool, dona das marcas
Consul e Brastemp, registrou lucro
líquido de US$ 491 milhões no
quarto trimestre, revertendo pre-
juízo de US$ 1,6 bilhão no mesmo
período de 2022. O lucro antes de
juros e impostos (Ebit) foi de
US$ 266 milhões nos últimos três
meses, avanço de 55,6% na mesma
base comparativa. A companhia
obteve receita líquida de US$ 5,08
bilhões, avanço de 3,4% em relação
a igual intervalo de 2022.
B6 | Valor | Terça-feira, 30 de janeiro de 2024

EmpresasTendências&Consumo

Carnaval Empresas elevaram

ISMAR INGBER/RIOTUR CULTURA/DIVULGAÇÃO

investimentos em agremiações,
festas, desfiles e blocos

Bets agora
apostam nos
desfiles das
escolas de
samba
Paula Martini
Do Rio
Buscando furar a bolha do fute-
bol, as casas de apostas esportivas
aumentaram a presença no carna-
val deste ano por meio das escolas
de samba do Rio e de São Paulo. As
chamadas “bets” fecharam acor-
dos milionários com as ligas que
organizam os desfiles nas duas ca-
pitais e também vão patrocinar
grandes escolas do grupo especial,
considerado a elite do carnaval.
Os aportes financeiros não são
revelados por empresas e escolas
de samba procuradas pelo Valor,
mas todas as companhias dizem
ter aumentado o investimento
no carnaval deste ano.
Em São Paulo, os desfiles do
sambódromo do Anhembi vão ter
patrocínio master inédito da Gale-
ra.bet, que pertence ao grupo Play-
tech, sediado em Londres. A em-
presa, que atualmente patrocina o
circuito de rodeios de São Paulo e a
Confederação Brasileira de Bas-
quete, fechou acordo de quatro
anos com a Liga Independente das
Escolas de Samba paulista.
Como contrapartida, a bet terá
exposição da marca nos dias de
desfile no Anhembi e na Fábrica do
Samba, onde são feitas as fantasias
e alegorias dos desfiles, além de ca-
marote exclusivo no sambódro-
mo. A empresa afirmou ter qua-
druplicado os aportes nos festejos
em relação ao ano passado, quan-
do atuou pontualmente em cama-
rotes em São Paulo e Salvador.
A plataforma não abre os nú-
meros, mas o Valor apurou que o
patrocínio para o carnaval de São
Paulo prevê investimento de
R$ 1,5 milhão ao ano, até 2027.
“O movimento das casas de
aposta no esporte chegou ao limi-
te na quantidade de plataformas
parceiras. O rodeio e o carnaval são
grandes catalisadores de novos
‘players’. Enxergamos o público
desses eventos com enorme poten-
cial, por ser algo enraizado na cul-
tura popular do país”, diz Marcos
Sabiá, CEO do Galera.bet.
A regulamentação das casas de
“Carnaval é um
momento ímpar
para nossas
aspirações”
Darwin Filho
Além de patrocinar as ligas das escolas de samba de Rio de Janeiro e São Paulo, casas de apostas também vão apoiar diretamente algumas agremiações
apostas no Brasil foi sancionada
pelo presidente Luiz Inácio Lula da
Silva em 30 de dezembro. O gover-
no espera ampliar a arrecadação
com a tributação sobre os valores
das apostas e dos prêmios conce-
didos, com expectativa de arreca-
dar até R$ 12 bilhões por ano.
Autorizadas a funcionar no
Brasil em 2018, as chamadas
“bets” proliferaram mesmo sem
regulamentação. Comerciais na
TV, parcerias com celebridades e
patrocínios milionários a clubes
de futebol e campeonatos espor-
tivos tornaram as plataformas
mais conhecidas.
O Valor mostrou, na sexta-fei-
ra, que dados da Kantar Ibope re-
velam que 12 casas de apostas on-
line estavam na lista de 300 maio-
res anunciantes do país — em
2018, apenas uma aparecia no
ranking. Empresas do setor esti-
mam cerca de R$ 60 bilhões em
jogos digitais em 2023, segundo
projeção atualizada com dados
do Banco Central até novembro.
Presente em torneios estaduais
e nacionais, a Pixbet informou ter
expandido a participação no car-
naval por meio de contrato com a
Liga Independente das Escolas de
Samba (Liesa) do Rio de Janeiro pa-
ra patrocinar os desfiles do Grupo
Especial. A casa de apostas tam-
bém firmou parcerias individuais
com quatro escolas pertencentes à
chamada elite do carnaval carioca:
Beija-Flor, Portela, Mocidade e Im-
peratriz, atual campeã da disputa.
Com isso, a marca garantiu di-
vulgação nas quadras, ensaios téc-
nicos e desfiles. “Nosso objetivo
principal é celebrar e apoiar even-
tos culturais significativos”, infor-
mou a Pixbet em comunicado, sem
detalhar os acordos financeiros.
A Mocidade Independente de
Padre Miguel quer garantir que a
parceria se estenda para além do
período de desfiles. “Vamos fazer
de tudo para criar ações conjuntas
para mostrar nossa força e fazer da
parceria algo ainda maior e dura-
douro pós-carnaval. Escola de
samba funciona o ano inteiro e po-
de ser ativada da mesma forma”,
diz Bryan Clem, diretor de marke-
ting da escola da zona oeste.
A Esportes da Sorte elevou os in-
vestimentos no carnaval por meio
de parcerias com as escolas de
samba Salgueiro e Grande Rio. A
casa de apostas será patrocinadora
oficial do carnaval de Recife e do
Galo da Madrugada pelo segundo
ano seguido, e também estará em
blocos de Salvador e do Rio.
“Muito mais que aumentar o in-
vestimento, estamos conseguindo
ser mais assertivos. Entendemos o
carnaval como um momento ím-
1,5 mi
por ano é quanto a
Pixbet investe em SP
par para nossas aspirações, princi-
palmente por ser o maior posicio-
namento do calendário dentro do
mundo do entretenimento”, diz
Darwin Henrique da Silva Filho,
CEO do Grupo Esportes da Sorte.
Para o diretor de marketing da
Liesa, Gabriel David, a entrada das
bets no carnaval é uma tendência
natural. “É um mercado que vem
se abrindo muito no Brasil, e com
muito dinheiro para investir em
marketing. [A Pixbet] é um parcei-
ro que tem entrado de forma ro-
busta na Liesa com a expectativa
de mais anos de renovação”, diz.
Segundo ele, o contrato da Liesa
com a Pixbet não prevê exclusivi-
dade para a plataforma lançar ser-
viço de apostas nas escolas de sam-
ba. “A gente entende que não tem
como limitar isso, até porque esta-
mos falando de internet.”
A exemplo do que ocorreu no
ano passado, algumas plataformas
já começaram a liberar apostas pa-
ra os desfiles da Sapucaí deste ano.

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Agro 4.0
Biotecnologia PhageLab captou US$ 11 milhões; maioria das agtchs ainda pena para obter recursos
Biotech chilena mira pecuária no Brasil
José Florentino
De São Paulo
Apaixonado por ciência desde
criança, o engenheiro de biotec-
nologia chileno Hans Pieringer
descobriu na faculdade os bacte-
riófagos — vírus capazes de eli-
minar bactérias multirresisten-
tes — e começou a estudar a apli-
cação desses microrganismos em
produtos. Na semana passada, a
PhageLab, biotech fundada por
ele junto com amigos, anunciou
a captação de US$ 11 milhões em
uma rodada de investimentos.
Participaram do aporte a em-
presa de cosméticos Nazca, as
firmas de capital de risco Colla-
borative Fund e Water Lemon
Ventures e o investidor indivi-
dual Kevin Efrusy, conhecido
por ter sido um dos primeiros a
investir no Facebook.
A pecuária brasileira é o prin-
cipal alvo da expansão da empre-
sa, segundo Pieringer. Parte dos
recursos irá para a construção de
um laboratório no país, em algu-
ma cidade do Paraná, e para ex-
Uma fazenda inflável para
produzir em qualquer lugar
Inovação
De Las Vegas (EUA)
Uma fazenda inflável se desta-
cou em meio às milhares de tecno-
logias futurísticas apresentadas
durante a CES 24, maior feira de
eletrônicos de consumo do mun-
do, realizada em Las Vegas, nos Es-
tados Unidos, no começo de janei-
ro. A tecnologia foi premiada co-
mo melhor inovação na categoria
“Segurança Humana para Todos”.
A agtech sul-coreana Midbar
exibiu a AirFarm, uma solução
que promete economizar água e
outros recursos naturais, além de
permitir que pessoas que não são
especializadas produzam seu
próprio alimento.
Moses Seo, CEO da Midbar, dis-
se que a tecnologia permite a
produção de alimentos em qual-
quer lugar, e demora menos de
um dia entre a instalação e o fun-
cionamento, o que é útil princi-
palmente em situações de emer-
gência, como catástrofes natu-
rais e campos de refugiados.
valor.com.br
Safra 2023/24
Replantio deve reduzir perdas na soja DVA Agro inicia produção no país
Levantamento da A e Agro
mostra que produtores de 15
municípios de Mato Grosso que
optaram por realizar replantio ou
atrasaram a janela de cultivo da
soja tiveram cenários climáticos
mais favoráveis e devem reverter
Movimento falimentar
Falências Requeridas
Requerido: Atomex Indústria, Representação,
Assessoria e Comércio de Ligas e Metais Ltda. -
CNPJ: 04.424.943/0001-00 - Endereço: Av. Dr. Car-
doso de Mello, 1470, Cjtos. 509 e 510, Edifício Net
Office, Bairro Vila Olímpia - Requerente: Rfr Indý Re-
cycling Comércio e Reciclagem de Metais Ltda. - Va-
ra/Comarca: 1a Vara de Falências e Recuperações Ju-
diciais de São Paulo/SP
Requerido: R o São José Hotel ME - Endereço: Não
Consta - Requerente: Ewerton Willian Delamare de
Abreu - Vara/Comarca: 3a Vara de Falências e Recu-
perações Judiciais de São Paulo/SP
Requerido: Rossi Romanino Transporte e Logís-
tica do Brasil Ltda. - CNPJ: 15.118.408/0001-30 -
Endereço: Rua João Wyclif, 111, Sala 1212 B, Gleba
Fazenda Palhano, Londrina/pr - Requerente: Santa-
na S/A Crédito, Financiamento e Investimento - Va-
ra/Comarca: 1a Vara de Falências e Recuperações
Judiciais de São Paulo/SP - Observação: Pedido re-
distribuído.
Requerido: Vela Bikes Comércio e Serviços de Bi-
cicletas Ltda. - CNPJ: 20.430.806/0001-27 - Ende-
reço: Rua General Júlio Marcondes Salgado, 106,
Bairro Campos Elíseos - Requerente: Vela Bikes Co-
mércio e Serviços de Bicicletas Ltda. - Vara/Comarca:
1a Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São
Paulo/SP - Observação: Pedido de auto falência.
Falências Decretadas
Empresa: Florearte Vinhedo Eventos Ltda. ME -
pansão da equipe, que sairá de
sete para 27. “Vamos colaborar
para reduzir as perdas econômi-
cas causadas pela mortalidade
de animais e por doenças que im-
pedem a comercialização dos
produtos”, afirma o CEO da ope-
ração ao Valor.
Segundo ele, enquanto as mo-
léculas usadas em químicos são
estudadas por anos, o desenvol-
vimento de produtos da Phage-
Lab pode acontecer em 45 dias. A
velocidade de entrega é fruto de
uma extensa coleta de dados,
que alimentaram um algoritmo
capaz de estabelecer combina-
ções úteis para resolver os pro-
blemas dos pecuaristas.
A empresa desenvolveu um
produto para o combate de di-
senteria em bezerros, que é co-
mercializado pela MSD Saúde
Animal. Também tem no portfó-
lio soluções para combater a sal-
monella e a Escherichia coli pa-
togênica aviária, problemas sé-
rios em granjas de aves.
A brasileira Sabrina Torgan,
diretora financeira da PhageLab,
Além disso, a fazenda inflável
cabe em praticamente qualquer
espaço, pois não utiliza estrutu-
ras metálicas, que são pesadas,
mas não deixa de ser resistente. A
AirFarm é produzida com um
material emborrachado, o que
também reduz seu custo ao
cliente, segundo Moses.
“Existem soluções na indústria
agrícola que utilizam contêine-
res, mas ainda são baseadas em
bombeamento de água e não po-
dem ser instaladas em qualquer
lugar”, disse Moses Seo, na feira.
Visualmente, a AirFarm parece
um pequeno galpão todo branco.
Dentro, prateleiras também inflá-
veis sustentam mudas de plantas.
Por trás da simplicidade, a Midbar
integra sistemas automatizados
com Inteligência Artificial (IA) e
Internet das Coisas (IoT).
“O cultivo ocorre em sistema de
névoa, que leva umidade e nu-
trientes em forma de vapor até as
raízes. Depois, o sistema faz uma
reciclagem da umidade que sobra,
o que nos torna mais independen-
tes em uso de água”, explicou.
a tendência de quebra ou limitar
suas perdas de produtividade em
até 5%. Já quem não replantou
nem atrasou a janela de plantio
pode ter perdas de mais de 15%.
valor.com.br/agro
CNPJ: 22.158.363/0001-92 - Endereço: Rua Joana
Fabri Thomé, 140, Bairro Vila Claudina Ou Rua João
Ferracini, 1291, Bairro Vila Cascais - Administrador
Judicial: Brasil Trustee Assessoria e Consultoria Ltda.
- Vara/Comarca: 2a Vara de Vinhedo/SP
Empresa: Gilson Silva de Sousa Freire Empório -
CNPJ: 35.524.147/0001-65 - Endereço: Rua Valentim
Ramos Delano, 12 B, Bairro Jardim Três Marias Ou Rua
Alexandre Archipenko, 225, Bairro Vila Andrade - Ad-
ministrador Judicial: Lindoso e Araújo Consultoria Em-
presarial Ltda., Representada Pelo Economista Sr. José
Luiz Lindoso da Silva - Vara/Comarca: 2a Vara de Fa-
lências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP
Processos de Falência Extintos
Requerido: Bandeiras Presidente Prudente Auto
Posto Ltda. - CNPJ: 21.402.663/0001-02 - Endere-
ço: Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 13269, Bair-
ro Jardim Santa Mônica - Requerente: W. L. Etanol
Representações Ltda. - Vara/Comarca: Vara Regional
de Competência Empresarial e de Conflitos Relacio-
nados À Arbitragem Das 2ª, 5ª e 8ª Rajs/SP - Ob-
servação: Pedido julgado elidido.
Requerido: Onom Design Projetos Personalizados
Eireli ME - CNPJ: 27.137.297/0001-98 - Endereço:
Rua Adib Auada, 35, Cjto. 309, Bloco B, Bairro Jardim
Lambreta, Cotia/sp - Requerente: Central do Acrílico
Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recu-
peraçõesJudiciaisdeSãoPaulo/SP-Observação:De-
sistência homologada.
Requerido: Ricardo Barros de Carvalho ME - CNPJ:
09.157.974/0001-58 - Endereço: Rua Oscar de Bar-
DIVULGAÇÃO
“Vamos colaborar
para reduzir
as perdas
econômicas”
Hans Pieringer
Segundo ele, a tecnologia de
aeroponia faz os alimentos cres-
cerem 1,5 vez mais rápido do que
na terra, além de reduzir o consu-
mo de água em 99% em relação à
agricultura tradicional e em 90%
em comparação com a maioria
das fazendas verticais.
A AirFarm também promete
uma diminuição de 60% no uso
de fertilizantes e a total dispensa
de agrotóxicos. “É um ambiente
de produção controlado. Então,
se você é um restaurante ou quer
ter um para uso pessoal, você po-
de”, observou o executivo.
A estimativa é que a tecnologia
gere até 140 quilos de alimentos
por mês. Ela já foi testada com ce-
nouras, cânhamo medicinal e
verduras. Há também estudos
para produção de morangos.
A Midbar não comercializa os
produtos diretamente, mas bus-
ca distribuidores da tecnologia
em outros países, e há interesse
também no mercado brasileiro,
de acordo com Moses. (JF)
O repórter viajou a convite da John Deere
Insumos
A múlti alemã DVA Agro, que
produz e comercializa insumos
para proteção de cultivos e
nutrição vegetal, inaugura hoje
sua primeira fábrica no Brasil, em
Indaiatuba (SP). Fruto de um
investimento de R$ 12 milhões, a
ros, 25, Lote 21, Quadra 07, Bairro Jardim Itapura -
Requerente: Kapital Cobrança e Fomento Mercantil
Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências e Recu-
perações Judiciais de São Paulo/SP - Observação:
Falta de interesse de agir.
Recuperação Judicial Requerida
Empresa: Grappa Indústria e Comércio de Móveis
Ltda., Nome Fantasia Frade Movelaria - CNPJ:
04.861.226/0001-38 - Endereço: Rua Juriti, 126,
Portões 56 Ao 63, Bairro Vila Industrial - Vara/Co-
marca: 1a Vara de Arapongas/PR
Recuperação Judicial Deferida
Empresa: Btt Piscicultura e Administração de
Negócios Ltda. - CNPJ: 20.209.310/0001-28 - En-
dereço: Comunidade Ipiranga, S/nº, Itapejara
D’oeste/pr - Administrador Judicial: M. Marques
Sociedade Individual de Advocacia, Representada
Pelo Dr. Marcio Roberto Marques - Vara/Comarca:
2a Vara de Pato Branco/PR
Empresa: Juariza Supermercado Ltda. - CNPJ:
12.433.661/0001-90 - Endereço: Av. Manoel Ribas,
113, Cedro, Itapejara D’oeste/pr - Administrador Ju-
dicial: M. Marques Sociedade Individual de Advoca-
cia, Representada Pelo Dr. Marcio Roberto Marques -
Vara/Comarca: 2a Vara de Pato Branco/PR
Empresa: M. B. Battisti - CNPJ: 19.613.420/0001-
Hoje, excepcionalmente, deixamos de publicar a Agenda tributária.
será uma das principais respon-
sáveis por estreitar os laços com
a indústria, que foi quem aju-
dou a startup a ter acesso a da-
dos brasileiros. “O país é um dos
maiores produtores de carne de
frango e suínos, o potencial é gi-
gantesco”, afirma.
Enquanto a empresa chilena
avança, as startups brasileiras de
biotecnologia voltadas ao agro-
negócio ainda recebem pouca
atenção e investimento em com-
paração com as tecnologias digi-
tais, avalia Tatiana Fiuza, co-fun-
dadora e líder de inovação do
hub Cocriagro, de Londrina (PR).
Para ela, é preciso lembrar que a
revolução verde que trouxe o
agronegócio até onde chegou foi
pautada por novos conhecimen-
tos em biologia e química.
“Temos startups com produtos
que ajudam a recuperar o solo e a
aumentar a resistência de plan-
tas a intempéries e doenças. É
uma tecnologia extraordinária,
mas que, muitas vezes, acaba es-
quecida”, afirma.
O relatório Radar Agtech 2023
AirFarm leva menos de um dia para ser instalada e começar a produzir, o que pode apoiar situações de emergência
unidade produzirá adjuvantes. A
empresa também vai abrir um
centro global de pesquisa e
desenvolvimento de olho no
segmento de bioinsumos.
valor.com.br/agro
71 - Endereço: Av. Manoel Ribas, 113 A, Centro, Ita-
pejara D’oeste/pr - Administrador Judicial: M. Mar-
ques Sociedade Individual de Advocacia, Represen-
tada Pelo Dr. Marcio Roberto Marques - Vara/Co-
marca: 2a Vara de Pato Branco/PR
Empresa: Valtemir Ferreira Barbosa ME - CNPJ:
70.431.655/0001-08 - Endereço: Av. Frei Coimbra,
40, Loteamento Jardim Cristina, Quadra 03, Lote
17, Centro Sul, Várzea Grande/mt - Administrador
Judicial: Dra. Suzimaria Maria de Souza Artuzi - Va-
ra/Comarca: 1a Vara de Falências e Recuperações
Judiciais de Cuiabá/MT
Cumprimento de Recuperação
Judicial
Empresa: Lógica Moda e Confecções Ltda. Epp -
CNPJ: 45.564.663/0001-77 - Endereço: Av. Itaqui,
238, Bairro Vila Nova Barueri - Vara/Comarca: 3a Vara
de Barueri/SP - Observação: Face ao cumprimento do
plano aprovado pela assembleia geral de credores.
Recuperações Judiciais Concedidas
Empresa: Auto Posto Potenciano Ltda. Me, Nome
Fantasia Auto Posto Bandeira Branca - CNPJ:
00.063.843/0001-37 - Endereço: Rodovia Go 164,
S/nº,Km156,ZonaRural-Vara/Comarca:VaraCívelde
Mozarlândia/GO - Observação: Face à homologação do
plano aprovado pela assembleia geral de credores.
Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Por
identificou 45 startups atuando
com controle biológico ou ma-
nejo integrado de pragas no país.
Um ano antes havia 36. Essas ag-
techs fazem parte do grupo for-
mado por 815 empresas que for-
necem soluções para a atividade
“dentro da porteira”. Esse seg-
mento ainda é dominado por
softwares de gestão de proprie-
dade (170), plataformas integra-
doras de dados e soluções (146) e
drones, máquinas e implemen-
tos agrícolas (98).
Segundo Fiuza, há biotechs
trabalhando com produtos bio-
lógicos para regiões e públicos
diferentes, mas os investidores
priorizam soluções que possam
ser escaladas nacionalmente, co-
mo é o caso de softwares de ges-
tão. “O mercado de capitais ain-
da não entendeu como a gente
pode vender essas tecnologias e
ganhar dinheiro”, diz.
O ponto é que investir requer
paciência: o capex para constru-
ção de laboratórios, fábrica de
envase e compra de embalagens
é mais alto do que para soluções
Biotecnologia
Novozymes e Chr. Hansen se fundem
A fusão das companhias
dinamarquesas Novozymes e Chr.
Hansen foi concluída na segunda-
feira, com a aprovação de todas
as autoridades regulatórias. A
empresa resultante, a Novonesis,
já nasce com um faturamento
Leilão de 2 Imóveis Comerciais
Fazenda com 975 ha
Lance inicial:
R$
39.990.000,00
Dia 06/02/2024, às 14h
O edital completo e demais condições: megaleiloes.com.br
| Valor | B7
digitais e leva mais tempo para
dar retorno. No entanto, ela ob-
serva, no campo a demanda por
insumos biológicos só cresce.
Uma tendência, avalia a líder
de inovação do Cocriagro, é que
as grandes corporações, coope-
rativas e revendas de insumos se
aproximem cada vez mais dessas
startups para desenvolver produ-
tos em conjunto ou mesmo para
comprá-las. Esses itens sairiam
com marcas que o produtor rural
já conhece bem.
João Blasco, sócio da WBGI, es-
pecializada em auxiliar startups
jovens a organizarem sua gestão,
afirma que boa parte do que o
produtor conhece como contro-
le biológico envolve apenas tec-
nologias de primeira e segunda
geração. As próximas gerações
de biotecnologia — como o uso
de RNA de interferência, capaz
de manipular genes específicos
em plantas — podem ter um im-
pacto ainda maior no campo.
“São tecnologias com uma vanta-
gem competitiva e validade
maiores”, observa.
DIVULGAÇÃO
anual de € 3,7 bilhões, segundo
dados não auditados. As ações da
companhia resultado da fusão
começarão a ser negociadas na
bolsa de Copenhagen amanhã.
valor.com.br/agro
Prédio Comercial 8.817 m²
Lance inicial:
R$
31.350.000,00
 B8 | Valor | Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Pecuária O prêmio, que outrora chegou a R$ 30 por arroba, está perto de R$ 5, reflexo
do menor apetite para compras devido à retomada ainda lenta da economia chinesa
Preço da carne exportada despenca e
ágio do ‘boi China’ quase desaparece
José Florentino
De São Paulo
O boi gordo que atende às exi-
gências dos importadores chine-
ses já não vale muito mais do que
o animal destinado ao mercado
doméstico brasileiro como no
passado. Num cenário em que os
chineses estão pagando menos
pela carne bovina comprada do
Brasil, o ágio, que outrora che-
gou a R$ 30 por arroba em São
Paulo, está próximo de R$ 5 por
arroba, segundo levantamento
da Safras & Mercado.
A redução do diferencial e a
desvalorização da carne brasilei-
ra refletem o apetite menor para
compras, resultado do ritmo
lento de recuperação da econo-
mia do país asiático. Indicam
ainda que a China está bem ser-
vida da carne suína produzida
localmente, e que é a proteína
mais consumida por lá.
De acordo com a consultoria, a
arroba do boi abatido com até 30
meses está sendo negociada por
cerca de R$ 245, enquanto os pre-
ços dos animais voltados ao mer-
cado interno oscilam entre
R$ 240 e R$ 245 por arroba.
“Ninguém está pagando a
Por mais pelo ‘boi China’, pois não
há preço de venda, e não tere-
mos margem se fizermos isso”,
relata uma fonte de frigorífico
exportador, que preferiu manter
o anonimato.
Fernando Iglesias, analista da
Safras & Mercado, afirma que o
projeto de recuperação do plan-
tel chinês de suínos superou as
expectativas, e gerou uma so-
breoferta da proteína, afundan-
do os produtores em uma crise
de margens negativas. Pequim
tomou algumas medidas no ano
passado, como estimular o abate
de matrizes menos eficientes pa-
ra adequar o setor à realidade da
demanda. “É preciso enxugar pa-
ra permitir um aumento dos pre-
ços da carne suína e das concor-
rentes”, diz o analista.
A China começou a aumentar
gradativamente as importações de
carne bovina do Brasil em 2018,
após o abate sanitário de parte do
plantel de suínos devido à dissemi-
nação da peste suína africana. A
demanda foi tanta que, no auge, o
mercado chinês chegou a pagar
US$ 7,3 mil por tonelada em junho
de 2022, valor que hoje gira em
Parcelas que somam quase Ações da Bayer caem
quase 5% após novo
R$ 43 bi poderão ser adiadas revés com Roundup
Dívidas
Rafael Walendorff
De Brasília
A soma das parcelas de financia-
mentos para investimentos rurais
com vencimento em 2024 passa de
R$ 42,8 bilhões. São mais de 1,7 mi-
lhão de contratos nessa situação,
segundo dados do Banco Central.
Cerca de 55% dessas operações re-
ceberam subsídios do governo, co-
mo a equalização de juros.
Com a previsão de quebra na sa-
fra de grãos, o Ministério da Agri-
cultura articula a prorrogação des-
sas prestações para dar um alívio
aos produtores que terão receita
menor. A medida será tratada em
reunião com o ministro da Fazen-
da, Fernando Haddad, hoje.
Ainda não há estimativa de custos
aos cofres públicos para prorrogar
as parcelas de investimentos. Nem
Agro 4.0 definição se todas as operações se-
rão alongadas. Na semana passada,
Chilena o ministro da Agricultura, Carlos Fá-
varo, disse que é preciso fazer um fil-
PhageLab tro para identificar quais financia-
levanta mentos precisarão da medida.
O maior volume de contratos e
R$ 11 milhões
mira pecuária
valores com vencimento em 2024
está na região Sul, onde o clima im-
pactou menos as lavouras de soja até
agora. São 705,2 mil contratos cuja
no Brasil soma das parcelas de investimentos
a vencer é de R$ 13,1 bilhões.
B7 No Centro-Oeste, alvo de maior
Gado em confinamento em Goiás; preço médio da carne bovina exportada à China recuou mais de 25% em 2023
torno de US$ 4,7 mil por tonelada,
sem sinais de que vá subir.
Mesmo com as baixas nos pre-
ços, o presidente da Associação
Brasileira dos Frigoríficos (Abra-
frigo), Paulo Mustefaga, afirma
que a China continuará sendo o
principal mercado para as ex-
portações quando se considera
também o volume importado.
“Continua sendo atrativo, prin-
cipalmente em relação ao mer-
cado doméstico que ainda está
patinando”, argumenta.
Carne bovina para a China
Evolução do valor médio da tonelada exportada ao país - em US$ mil
7
6
5
4,4
4,26
2016 2017
Fonte: Secex, compilados pela Abrafrigo
preocupação devido aos relatos de
perdas mais acentuadas na produ-
ção de soja, são 120,7 mil contratos
com parcelas a vencer em 2024.
Elas somam R$ 12,9 bilhões. Nas
demais regiões do país estão vigen-
tes outros 957,4 mil contratos cujas
prestações com vencimento neste
ano somam R$ 16,7 bilhões.
Na sexta-feira, a Associação dos
Produtores de Soja e Milho de Mato
WENDERSON ARAUJO/VALOR
Alívio financeiro a
produtores será
discutido com o
ministro Haddad
Em 2023, as exportações à Chi-
na representaram 47,7% do total,
ou 1,21 milhão de toneladas,
uma baixa de 3% em relação a
2022. Com a queda nos preços, a
receita com as exportações re-
cuou bem mais: 28%, para
US$ 5,754 bilhões.
Na avaliação de uma fonte da
indústria, a China deixou de ser
uma opção óbvia para os expor-
tadores e, agora, caberá aos fri-
goríficos criarem estratégias pa-
ra cortes e produtos diferentes.
6,38
5,39 5,37
4,61 4,65
2018 2019 2020 2021 2022
Grosso (Aprosoja-MT) enviou um
ofício com sugestões de medidas
de socorro ao setor para o secretá-
rio de Política Agrícola, Neri Geller.
A entidade indicou a necessidade
de R$ 1,55 bilhão extras no orça-
mento da União para a equalização
de juros de operações que precisa-
rão ser prorrogadas e de novos con-
tratos que serão necessários para
capital de giro dos agricultores.
Até a semana passada, o Tesouro
Nacional não tinha uma estimativa
de custo para a prorrogação desses
financiamentos. Segundo o órgão,
não é possível afirmar que a queda
da Selic e o ritmo menor de contra-
tação de novas operações de inves-
timentos na safra 2023/24 tenham
proporcionado uma “sobra” no or-
çamento para equalização de juros
em 2024, o que abriria espaço para
bancar esse alongamento. A verba
para subvenção dessas operações
neste ano é de R$ 3,4 bilhões.
A quebra na produção brasileira
será tema de nova reunião da Câma-
ra Setorial da Soja hoje, no Ministé-
rio da Agricultura. A Conab vai apre-
sentar uma posição sobre as estima-
tivas para a colheita e detalhar a me-
todologia adotada nos levantamen-
tos, que têm sido contestados pelo
setor. Consultorias privadas vão
mostrar relatórios sobre a safra e a
Confederação da Agricultura e Pe-
cuária do Brasil (CNA) vai encami-
nhar suas propostas de medidas
emergenciais para os produtores.
ADI LEITE/VALOR
O que pode mudar um pouco o
jogo é a abertura de mercados
“premium”, notadamente Japão e
Coreia do Sul. O diretor da HN
Agro, Hyberville Neto, afirma que
o momento é favorável, já que os
Estados Unidos, importantes for-
necedores de carne a esses dois
mercados, devem ter menos pro-
teína para exportar em 2024, de-
vido à redução do rebanho. “E o
outro principal exportador para
eles, a Austrália, também vende
para os EUA”, observa.
US$ 7,3 mil
por tonelada foi o
recorde dos preços
médios mensais, em
4,76
junho de 2022
2023
Justiça
De São Paulo
As ações da gigante alemã
Bayer refletiram mais um revés ju-
rídico bilionário relacionado ao
herbicida Roundup e caíram on-
tem 4,86% na bolsa de Frankfurt,
fechando a € 30,75, o terceiro me-
nor valor de fechamento desde ju-
nho de 2006. Os outros dois me-
nores fechamentos até então ha-
viam sido registrados em 28 e 29
novembro, após outra decisão
desfavorável na Justiça americana.
Na sexta-feira, um júri na Pensil-
vânia decidiu que a Bayer terá de
pagar uma indenização de
US$ 2,25 bilhões para o americano
John McKivison, que alega ter sido
diagnosticado com câncer devido
à exposição ao Roundup, segundo
agências internacionais. O produ-
to entrou para o guarda-chuva da
gigante alemã com a aquisição da
Monsanto em 2016.
Em nota, a Bayer argumentou
que o veredito vai contra evidên-
cias científicas e avaliações regu-
latórias e científicas ao redor do
mundo. “Acreditamos que nós
temos fortes argumentos para
apelar para reverter esse veredito
e eliminar ou reduzir a indeniza-
ção inconstitucionalmente ex-
cessiva por danos”, disse.
No último ano, a Bayer perdeu
Segundo Mustefaga, as tratati-
vas com a Coreia do Sul estão
mais avançadas do que as com o
Japão, mas um bom desempenho
com os sul-coreanos pode ser um
“selo” para conquistar a confian-
ça dos japoneses. Analistas pon-
deram que o potencial impacto,
no entanto, é limitado pelo tama-
nho desses países, que nem de
longe se equiparam à China em
termos de volume importado.
No médio prazo, o preço do
boi gordo brasileiro dificilmente
voltará aos patamares acima de
R$ 300 por arroba, avaliam ainda
os analistas. Na verdade, Iglesias
acredita que as cotações podem
cair um pouco mais no segundo
trimestre, antes de subirem nos
últimos seis meses do ano. “Mas
não estamos falando de altas ex-
plosivas. Falo em algo em torno
de R$ 270 e R$ 280”, afirma.
Hyberville Neto acrescenta que
os preços do milho terão grande
influência sobre a oferta de boi
gordo este ano. No primeiro se-
mestre de 2023, a relação de troca
entre boi e o cereal foi a mais fa-
vorável ao pecuarista desde 2017,
segundo ele, o que estimulou um
aumento de produção em siste-
mas como o semiconfinamento.
Com uma possível redução da
área da safrinha, sem falar dos
riscos à produtividade, o analis-
ta vê um cenário em que o milho
pode limitar a oferta de gado
bovino no segundo semestre.
A oferta de bezerros também
pode impedir um crescimento
da produção. O diretor da HN
Agro cita abates significativos de
vacas nos últimos anos, além de
uma redução no investimento
em Inseminação Artificial de
Tempo Fixo (IATF).
Na avaliação de Yago Travagini,
líder de proteína animal da con-
sultoria Agrifatto, a produção in-
terna tende a ficar estável este
ano — crescimento estimado em
apenas 0,2% —, mas sobre uma
base comparativa muito alta.
“Produzimos a maior quantidade
de carne da história em 2023”.
Um ponto de equilíbrio que
pode ser importante é a melhora
da economia nacional: taxas de
juros caindo, PIB crescendo aci-
ma das expectativas há três anos
e o governo gastando mais, em
teoria, poderiam dar um empur-
rão na combalida demanda in-
terna, segundo Travagini.
cinco casos relacionados ao
Roundup. No total, dos 16 julga-
mentos relacionados ao caso, a
companhia alemã venceu dez. A
companhia já firmou acordo no
valor de US$ 16 bilhões para re-
solver mais de 100 mil processos
contra o herbicida, mas o acerto
foi feito apenas para casos em
aberto na época do acordo.
Em um julgamento anterior, em
novembro, a Justiça do Missouri
impôs à Bayer a obrigação de pa-
gar US$ 1,5 bilhão numa ação que
envolve três americanos que de-
senvolveram câncer após anos de
exposição ao herbicida. Já em de-
zembro, a companhia obteve uma
vitória nos tribunais.
Ao longo de novembro, cinco
bancos retiraram suas recomen-
dações de compra das ações da
Bayer e 12 reduziram seus pre-
ços-alvo, segundo dados da pla-
taforma Vara Research, em meio
a uma emissão de US$ 5,75 bi-
lhões em bonds. (JF, com colabo-
ração de Camila Souza Ramos)
4,86%
foi a queda das
ações da gigante
alemã na bolsa
Investimentos Câmbio Tesouro Direto Conjuntura
Kinea, de Marco Para Citi, fluxo Plataforma Gestor vê ‘revisão
Freire, se destaca externo não terá título histórica’ no
em ano difícil deve gerar para garantia preço dos ativos
para as gestoras forte apreciação de aluguel e se Fed for
de recursos C6 do real C2 empréstimos C4 bem-sucedido C2
Valor C
Terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Inclui Legislação & Tributos

Mercados Ativos domésticos sofrem com saída de capital na véspera de decisão de juros nos EUA

Dólar testa R$ 4,95 em ajustes antes do Fed

Arthur Cagliari, Augusto Decker,
Gabriel Roca e Eduardo Magossi
De São Paulo
Com os participantes do mer-
cado ansiosos pelas decisões de
política monetária do Federal Re-
serve (Fed) e do Banco Central do
Brasil, um ajuste relevante de po-
sições tomou conta dos mercados
financeiros globais na sessão de
ontem. Rumores em torno de um
fluxo de saída de capital estran-
geiro dominaram a sessão local,
em um dia que terminou com os
ativos brasileiros penalizados: o
real se desvalorizou, a bolsa caiu
e os juros futuros subiram.
O câmbio foi, novamente, o
mercado mais afetado pela virada
de humor no exterior. O dólar en-
cerrou o dia em alta de 0,71%, ne-
gociado a R$ 4,9453, após ter nova-
mente ultrapassado o nível psico-
lógico de R$ 4,95 na máxima.
Na semana passada, o real já ha-
via sido penalizado e, momenta-
neamente, o dólar chegou a supe-
rar a barreira dos R$ 5, em movi-
mentos que guardam relação dire-
ta com o posicionamento dos
agentes via derivativos. De acordo
com dados da B3, na semana passa-
da o investidor estrangeiro aumen-
tou a posição comprada (aposta na
alta) em dólar em cerca de US$ 600
milhões, enquanto o investidor
institucional local reduziu sua po-
CAROL CARQUEJEIRO/VALOR
sição vendida (aposta na queda)
em dólar em US$ 1,52 bilhão.
“A recente venda de reais é, em
nossa opinião, mais um ajuste téc-
nico do que uma mudança funda-
mental da maré”, diz a equipe de
estratégia de câmbio e juros para
América Latina do J.P. Morgan, co-
mandada por Tania Escobedo Ja-
cob. Para eles, o posicionamento
“pesado” em real, como observado
recentemente, em especial entre os
investidores locais, “reduz espaço
para ganhos no mercado ‘spot’ [à
vista] em posições compradas em
real e torna a moeda mais propen-
sa a movimentos bruscos, desenca-
deados por correções técnicas”.
A esse fator se soma, ainda, a re-
tirada de R$ 4,81 bilhões do merca-
do secundário de ações da B3 neste
ano pelo investidor estrangeiro, na
medida em que um processo de re-
precificação da política do Fed se-
gue em vigor. Além disso, as dúvi-
das sobre a recuperação da econo-
mia chinesa voltam a figurar entre
as atenções principais dos investi-
dores, após a Justiça de Hong Kong
ter decretado a liquidação da gi-
gante imobiliária Evergrande.
Para a economista Cristiane
Quartaroli, do Ouribank, a repreci-
ficação das expectativas em torno
dos cortes de juros do Fed e os da-
dos mais fortes da economia ame-
ricana ajudam o dólar a se valorizar
Quartaroli, do Ouribank, vê dólar mais forte apoiado pela resiliência dos EUA globalmente. “É possível que o PIB
mais forte que o esperado, mos-
trando resiliência da atividade, for-
taleça o dólar justamente porque
mostra que a economia americana
é mais forte que as emergentes, por
exemplo. Nesse caso, o fluxo acaba
indo para lá mesmo”, afirma.
Com destaque para o setor de
tecnologia, a sessão de ontem foi
novamente de ganhos em Wall
Street, o que marca uma diferença
em relação ao desempenho do Ibo-
vespa. Além da decisão do Fed, é al-
ta a expectativa pelos balanços tri-
mestrais de gigantes de tecnologia,
como Microsoft (+1,43%) e Meta
Platforms (+1,75%). Assim, em No-
va York, o índice eletrônico Nasdaq
subiu 1,12%, em um desempenho
mais forte que o do Dow Jones
(+0,59%) e o do S&P 500 (+0,76%).
Vale notar que o bom desem-
penho dos mercados acionários
americanos veio após o Departa-
“A recente venda
de reais é mais um
ajuste técnico do
que uma mudança
fundamental
da maré”
Tania E. Jacob
mento do Tesouro dos EUA ter re-
duzido a expectativa para o volu-
me de emissões de Treasuries nes-
te primeiro trimestre. A possibili-
dade de uma pressão menor pelo
lado da oferta de títulos públi-
cos americanos deu alívio às ta-
xas dos Treasuries, o que se refle-
tiu nas bolsas em Nova York.
Alguns reflexos também foram
observados no mercado local. O
Ibovespa, que chegou a operar na
casa dos 127 mil pontos, encerrou
a sessão em queda de 0,36%, aos
128.503 pontos. Já os juros futuros
subiram, mas encerraram a sessão
afastados das máximas, enquanto
os agentes já aguardam o Copom.
A taxa do DI para janeiro de 2027
passou de 9,785% para 9,835%.
Segundo o economista-chefe do
Banco Fibra, Marco Maciel, o comi-
tê deverá buscar a desaceleração
da inflação de serviços subjacentes
ao longo do primeiro semestre
deste ano, não só em função do seu
peso no IPCA, mas principalmente
porque ela é caracterizada por
maior inércia inflacionária.
“O sucesso no controle do cresci-
mento da demanda agregada do-
méstica via redução mais parcimo-
niosa da Selic implica a diminuição
da inércia inflacionária do núcleo
de serviços subjacentes. Apesar
disso, nós mantemos a nossa ex-
pectativa de queda da Selic rumo
a 9% no fim de 2024”, diz Maciel.

BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2023 E 2022 DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS

(Valores em R$ mil) EM 31 DE DEZEMBRO DE 2023 E 2022 - (Valores em R$ mil)

ATIVO PASSIVO 2023 2022

Receitas da intermediação financeira 996.589 938.988

2023 2022 2023 2022
Despesas da intermediação financeira (696.404) (672.695)
Caixa e equivalentes + Depósitos e demais
Resultado bruto da intermediação
Aplicações financeiras 1.191.669 927.920 instrumentos financeiros 5.707.466 5.294.044 financeira 300.185 266.293
Operações de créditos 4.747.423 4.428.459 Provisões 115.852 107.575
Outras receitas e despesas operacionais (163.686) (138.059)
Outros ativos 645.055 777.530 Outros passivos 83.304 103.904
Receitas 36.961 37.613
Investimentos / imobilizado 65.754 63.182
Despesas (200.647) (175.672)
Patrimônio líquido 743.279 691.568
Resultado antes da tributação sobre o lucro 136.499 128.234
Imposto de renda / contribuição social
sobre o lucro (30.387) (35.479)
TOTAL DO ATIVO 6.649.901 6.197.091 TOTAL DO PASSIVO 6.649.901 6.197.091 LUCRO / PREJUÍZO LÍQUIDO 106.112 92.755

DALMO GOES
O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO A DIRETORIA
Contador - CRC 1SP 144.600/O-2

Ativo Total (R$ MM) & Basileia (%) Patrimônio Líquido (R$ MM) & ROAE (%) Carteira de Crédito (R$ MM) & Inadimpência (%) Total de Depósitos (R$ MM) & Aplicadores (Qtd.)

Ratings: Global: Ba2 Baixo Risco para

Nacional: A+ Médio Prazo 1

As demonstrações financeiras completas estão sendo publicadas nesta data no jornal Folha de São Paulo.
C2 | Valor | Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Finanças
Ibovespa
Em pontos
132,0
130,5
131.447
129,0
127,5
126,0
9/jan/24
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Gestão de recursos Se Fed sustentar queda de inflação sem freio brusco e taxa neutra
voltar para nível pré-pandemia, Azevedo vê oportunidade histórica em juros nos EUA
Ativos podem passar por revisão
Adriana Cotias e
Maria Fernanda Salinet
De São Paulo
Se o trabalho do Federal Reser-
ve (Fed, o banco central america-
no) se provar duradouro no sen-
tido de tirar o risco inflacionário
de cena sem causar uma desace-
leração profunda na economia,
pode haver uma revisão histórica
nos preços dos ativos, partindo
do mercado de títulos soberanos
dos Estados Unidos. É o que Ro-
drigo Azevedo, sócio e executivo-
chefe de investimentos (CIO) da
Ibiuna, vê chance de acontecer.
Em evento do UBS, o ex-diretor
do Banco Central (BC) disse que
hoje os mercados projetam nas ne-
gociações com os Treasuries e es-
tratégias ligadas a juros uma taxa
neutra (que não acelera nem con-
trai a economia e que não traz in-
flação) de 3,25%, mais alta do que
se observou no passado. Antes da
pandemia de covid-19, esse refe-
rencial rodava mais próximo de
2%, 2,5%. Em meio a discussões se a
crise sanitária e outras mudanças
estruturais como a tecnologia,
conflitos geopolíticos, desglobali-
zação e transição climática trouxe-
ram a taxa para cima, Azevedo sus-
peita que pode haver uma volta
para a média dos anos anteriores.
“A exceção talvez tenha sido
entre 2020 e 2023[...] se voltar pa-
ra o que era antes, se o mundo pa-
ra frente for mais parecido com o
que foi lá atrás, há uma oportu-
nidade histórica de precificar
uma queda de juros, de 3,25%
para baixo”, comentou Azevedo.
Por ora, ele diz que não tem
graça se apegar ao curto prazo de
EUA, porque a taxa de 3,25% já
está nos preços. “A gente gosta de
ficar aplicado se achar que o
consenso vai mudar, se chegar à
conclusão que o mundo certo
era o anterior. Daí se prepara,
porque se for aquele mundo há
Oceânica
reavalia
momento
para IPO
De São Paulo
A Oceânica Engenharia, can-
didata a acabar com a seca das
ofertas iniciais de ações (IPO,
pela sigla em inglês) na B3, de-
verá postergar sua operação,
diante da volatilidade dos
mercados por conta das dúvi-
das em torno dos juros nos Es-
tados Unidos, apurou o Valor.
Segundo uma fonte, a empresa
deve precisar de mais tempo de
conversas com investidores para
apresentar seu plano. A B3 vive
um dos maiores jejuns de es-
treias de sua história, com dois
anos seguidos sem nenhum IPO.
A companhia anunciou neste
mês a contratação do sindicato
de bancos que irão coordenar a
operação. Disse, na ocasião, que a
oferta seria primária e secundá-
ria. Os recursos que irão ao cai-
xa, ainda de acordo com a em-
presa, serão destinados à aquisi-
ção de embarcações, máquinas,
equipamentos e aumento da
posição de caixa da companhia.
No acumulado de janeiro a se-
tembro de 2022, a Oceânica teve
receita líquida de R$ 684,3 mi-
lhões, alta de 40,1% no comparati-
vo anual. Já o lucro líquido foi de
R$ 19 milhões, crescimento de
88,7%. Procurada, a companhia
não comentou. (FG)
Bolsas internacionais
Variações no dia 29/jan/24 - em %
Dow Jones 0,59
S&P 500 0,76
queda de
Euronext 100 0,07
0,36%
128.503
DAX -0,12
CAC-40 0,09
Nikkei-225 0,77
29/jan/24
SSE Composite -0,92
uma oportunidade de investi-
mento histórica”, disse Azevedo.
A crítica que se fazia ao Fed de
2021 era que a autoridade mone-
tária via a inflação como transi-
tória, demorou a agir e o índice
subiu para 8%, 9%, um nível que
não se via desde a década de
1970. “No auge, errou tudo. Mas
surpreendeu na volta e com bai-
xo custo para o produto [PIB].
Mais do que tudo, foi um alívio
enorme, mas todo mundo se
pergunta o que aconteceu.”
Sob os impactos do desloca-
mento do mercado de trabalho na
pandemia em relação à produtivi-
dade e investimentos, as métricas
tradicionais deixaram de dar uma
visão acurada do futuro. O princi-
pal aprendizado, disse Azevedo, é
entender que os modelos são im-
portantes para dar uma visão, mas
não necessariamente vão se mate-
rializar. A despeito disso, o ex-BC
considera que 5% é muito juro
para os Estados Unidos, após a in-
flação cair para a casa dos 2%.
Manter nesse patamar significa-
ria deixar a taxa real alta demais.
Ele avalia que, em março, o BC
americano pode dar uma mensa-
gem mais clara de que o início
dos cortes vem a partir de maio.
O mercado já embute reduções
de dois pontos percentuais em
18 meses, por isso essa primeira
parte do jogo acabou a seu ver.
A Ibiuna tem sido muito tática
“Se errar o cenário
para a China, a gente
vai errar tudo. O risco
é real, temos que
voltar todos os
nossos olhos para lá”
Rogério Xavier
. ra de R$ 1 bilhão e está na rua
Fluxo não deve gerar forte
apreciação do real, diz Citi
Arthur Cagliari e Victor Rezende
De São Paulo
Embora o Brasil permaneça co-
mo destaque entre os mercados
emergentes e tenha se tornado fo-
co do investidor estrangeiro recen-
temente, o país não deve despertar
um fluxo de capitais que levaria o
câmbio a se apreciar muito mais. É
o que espera o chefe de mercados
globais do Citi Brasil, Eduardo
Miszputen, ao acreditar que o ce-
nário externo deve continuar a
exercer um papel relevante no de-
sempenho do real, enquanto os
preços das commodities e a balan-
ça comercial podem não fornecer
o mesmo suporte do ano passado.
“O ano de 2024 deve repetir um
pouco o de 2023, com os fatores ex-
ternos podendo dar mais estabili-
dade para o mercado local do que
os fatores internos”, diz o executivo
ao Valor. Nesse sentido, o rumo dos
juros nos Estados Unidos, tema que
tem pautado o dia a dia dos ativos
financeiros globais desde a virada
do ano, deve seguir relevante.
“E ainda temos duas guerras em
curso e há riscos de ampliação des-
ses conflitos. Além disso, outro fa-
tor que pode gerar instabilidade é a
eleição americana no fim do ano.”
“Fora isso, o ambiente da taxa
de juros americana e a própria
economia dos EUA devem trazer
incertezas que vão gerar alguma
volatilidade nos mercados”, afir-
Juros
DI-Over futuro - em % ao ano
Jan/2025 Jan/2026
10,12
9,77
9/jan/24
Azevedo, da Ibiuna: sucessão presidencial nos EUA pode trazer volatilidade
na composição da sua carteira. No
Brasil, Azevedo disse não ver gran-
de risco no curtíssimo prazo, o país
pode surfar a onda internacional,
mas ele acha que os prêmios estão
magros. “Não é uma história de
Brasil é um ‘play global’”, disse.
“Nestes níveis de preços aqui, ve-
jo outras oportunidades. Temos
R$ 30 bilhões [sob gestão], olha-
mos para 27 países, não preciso
estar aplicado em Brasil. A gente
não tem posição estrutural, mas
se abrir prêmio, eu venho.”
O que tira o sono do gestor é a
sucessão presidencial nos EUA,
que pode inverter a lógica de que
quando os juros caem, o dólar se
enfraquece e há um deslocamen-
to de capital para outros lugares.
ma Miszputen. Desde o começo
do ano, inclusive, o câmbio do-
méstico tem se fiado às expectati-
vas para os juros americanos e, as-
sim, a correlação entre o desem-
penho do real e o comportamen-
to das taxas dos Treasuries de cur-
to prazo se mostra bastante eleva-
da. No acumulado do ano, o dólar
anota alta de 1,91% ante o real.
Ao se referir ao Brasil, o executi-
vo vê um cenário mais estável, em-
bora ainda não seja capaz de atrair
um fluxo forte de entrada de capi-
tal estrangeiro. Para Miszputen, o
Brasil tem chamado a atenção en-
tre os mercados emergentes, ao ter
oportunidade de crescimento; al-
guma estabilidade econômica e
fiscal, com reformas sendo feitas;
uma taxa de juros que deve perma-
necer elevada; e uma balança co-
mercial forte. “Devemos nos tornar
um pilar de estabilidade, porque
estamos distantes das guerras e
do impacto desses conflitos.”
“Acho que o Brasil está se con-
solidando como um dos países
emergentes mais interessantes
para o foco do investidor estran-
geiro. Infelizmente ainda estamos
distantes de um grau de investi-
mento. Acho que essa é a grande
resistência para um fluxo adicio-
nal de investidores para o Brasil”,
afirma Miszputen. Ele lembra
que, no ano passado, agências de
classificação de risco como S&P
Global e Fitch elevaram a nota de
Dólar comercial
Cotação de venda - em R$/US$
9,98
10,09
4,9044
9,76 9,66
18/jan 29/jan/24 9/jan/24
SILVIA ZAMBONI/VALOR
Se a agenda de uma eventual no-
va gestão do ex-presidente Do-
nald Trump for reduzir impostos,
a tendência é a moeda americana
se fortalecer, é ruim para emer-
gentes e para ativos de risco.
Num segundo semestre que
no Brasil também será marcado
por eleições municipais, o fiscal
pode ficar mais fragilizado, so-
brando para o real. “Uma Selic
que não é mais 14%, 13,75%, que
compra muito desaforo fiscal,
mas a 9% aguenta menos. Com o
dólar se apreciando pode ser ou-
tro mundo, são dois a três meses
que podem balançar muito.”
Apesar de ver um cenário em
que a principal dinâmica de inves-
timentos tende a ser os cortes de
crédito do Brasil, mas, apesar
disso, o rating soberano brasilei-
ro permanece dois degraus abai-
xo do nível de investimento.
Líder do ranking de operações
de câmbio a clientes em 2023 pelo
quinto ano consecutivo, o Citi
acredita que uma postura mais rí-
gida do governo no âmbito fiscal
poderia melhorar a percepção so-
bre o Brasil e, assim, elevar o fluxo
de entrada de capital estrangeiro.
“As pessoas entendem que alguma
margem pode ser dada e que o go-
verno tem interesse por iniciativas
e políticas sociais. Entende-se essa
questão, mas, obviamente, uma ri-
gidez maior na questão das contas
públicas traria uma percepção me-
lhor do país”, afirma Miszputen.
O executivo diz não ver, ao me-
nos neste momento, a evolução da
dívida trazendo ou retirando di-
nheiro do país, caso o governo
mantenha os planos conforme o
que está na expectativa do merca-
do. “Hoje a representação do es-
trangeiro na dívida brasileira está
por volta de 9,5%, é um patamar re-
lativamente baixo historicamente.
Por isso, não vejo um volume ex-
pressivo de saída, mesmo que haja
uma deterioração fiscal”, avalia.
Já em relação às implicações de
um estreitamento do diferencial de
juros entre Brasil e EUA, Miszputen
lembra que, mesmo que a Selic caia
mais, os Fed Funds também devem
começar a ser reduzidos e, assim, a
4,9453
alta de
0,71%
em relação
ao real
29/jan/24
juros, Rogério Xavier, CEO da SPX
Capital, mostrou preocupação
com a principal economia asiática.
“Se errar o cenário de China, a gen-
te vai errar tudo. O risco é real, te-
mos que botar todos os nossos
olhos para lá, pode ser um fator de-
sestabilizador forte”, comentou.
A inquietação contrasta com os
bons ventos para os EUA, que têm
conseguido desinflacionar os pre-
ços sem causar recessão. A sua per-
cepção é que, em março, o Fed já
poderia iniciar o corte dos juros, o
que, potencialmente, abriria uma
brecha para o BC no Brasil revi-
sar o ritmo de reduções da Selic.
Para o gestor, moedas emergen-
tes de países ligados à economia
asiática podem sofrer com um am-
biente adverso na China, via preço
de commodities. A alta alavanca-
gem das empresas, bancos proble-
máticos e um sistema paralelo de
crédito (“shadow banking”) tri-
lionário e opaco são potenciais
problemas. “Eu consigo imagi-
nar, como na crise da Ásia, em
1997, acordar de manhã e ver a
bolsa de Hong Kong caindo 10%.”
Xavier elogiou a atuação do BC
local, depois de ter sido um críti-
co de primeira hora tanto na bai-
xa rápida dos juros durante a
pandemia, quanto na alta com o
choque inflacionário após a crise
sanitária. “A gente estava errado e
o BC, apesar de ter errado tam-
bém, era um dos que acredita-
vam no crescimento econômico
mais vigoroso do que todo mun-
do achava. A inflação também
surpreendeu para baixo. Jamais,
no meu melhor sonho, imagina-
va que o BC entregaria a inflação
na meta em 2023, foi extraordi-
nário o trabalho que fez.”
Para ele, o que falta para o BC
acelerar o passo é uma melhor
visibilidade do mercado de tra-
balho e as projeções de infla-
ção do mercado para 2024 e
2025 embicarem para baixo.
CAROL CARQUEJEIRO/VALOR
“Temos duas guerras
em curso e há riscos
de ampliação. Outro
fator é a eleição
americana”
Eduardo Miszputen
diferença entre os juros poderia fi-
car em torno de 5 a 6 pontos per-
centuais, o que continuaria a ser
atrativo para o estrangeiro.
“Se não houver nenhuma gran-
de surpresa, a estratégia de ‘carry
trade’ no Brasil para 2024 vai ser
uma operação bastante positiva de
resultado financeiro”, afirma.
“Acreditamos que os juros aqui de-
vem cair para 10%. Se isso ocorrer e
se os EUA começarem a cortar as ta-
xas por lá, não teremos uma mu-
dança que vai chegar a impactar o
apetite de investimento no Brasil
ou de retirada de investimento.”
Índice de Renda Fixa Valor
Base = 100 em 31/12/99
2.078,72
2.065,26 2.070,25
9/jan/24 18/jan 29/jan/24
3R estreia
no mercado
de dívida
externa
Fernanda Guimarães
De São Paulo
A petroleira independente 3R
Petroleum concluiu ontem sua
primeira emissão de dívida ex-
terna, no valor de US$ 500 mi-
lhões, quebrando um jejum de
quase dois anos sem um novo
nome de companhia brasileira
no mercado de bonds. A empre-
sa, que lançou a oferta com uma
ideia de taxa de retorno de 10%,
fechou a emissão em 9,750%.
Os títulos vencem em 2031.
O CFO da 3R, Rodrigo Pizarro,
afirma que o objetivo foi otimi-
zar a estrutura de capital da em-
presa, acessando o bolso de in-
vestidores estrangeiros a um cus-
to mais baixo, prazo maior e
maior volume de recursos. “O
mercado local [de renda fixa],
embora esteja aquecido, tem
um bolso limitado”, afirma o
executivo, que concedeu entre-
vista ao Valor após a operação.
O executivo compara o processo
de estreia no mercado de dívida
externa com o próprio IPO (oferta
inicial de ações, na sigla em inglês)
da empresa, com um processo in-
tenso de roadshow, como são cha-
madas as apresentações a investi-
dores. Segundo ele, os executivos
se dividiram em dois grupos, que
realizaram ao todo cerca de cem
reuniões no total, divididas entre
Londres, Nova York e Boston.
Pizarro destaca que os cerca
de R$ 2,5 bilhões captados na
emissão externa serão utilizados
para o refinanciamento de uma
dívida com um sindicato de
bancos que foi contraída para
bancar a aquisição do Polo Poti-
guar. “Com essa emissão con-
cluímos nosso ‘liability mana-
gement’ [gestão de passivos].”
No fim do ano passado, a com-
panhia emitiu no mercado local
uma debênture de infraestrutu-
com uma emissão institucional
de no mínimo R$ 900 milhões.
“Ajustamos a estrutura de ca-
pital da empresa para seu por-
te atual, que mudou muito nos
últimos 12 meses”, afirma.
O presidente da 3R, Matheus
Dias, aponta que a otimização da
estrutura de capital fortalece a
companhia depois de ter conse-
guido se aproveitar do processo
de desinvestimento da Petrobras.
Das nove aquisições feitas pela
empresa, sete foram de ativos
da estatal. O executivo afirma
que isso também a coloca em
boa posição diante de um pano
de fundo em que a tendência é
de consolidação entre as petro-
leiras independentes. A própria
3R tem em sua mesa para análi-
se proposta de fusão com a Pe-
troReconcavo, provocação de
seu acionista Maha Energy.
“Recebemos uma carta e, por
dever fiduciário, ela está em ava-
liação. Há certa tendência em al-
gumas consolidações. Estamos
agora alongando o perfil da dívi-
da e isso é um elemento que traz
força para a companhia”, afirma.
“Desconsiderando as novas aqui-
sições, a gente teve um cresci-
mento orgânico acima de 40%.”
Na operação foram coordena-
dores o Morgan Stanley, BTG Pac-
tual, Citi, Deustche Bank, HSBC,
Itaú BBA, Santander e UBS.
Na semana passada, o Tesouro
Nacional captou US$ 4,5 bilhões
com a emissão de bônus. Foram
lançados papéis com vencimen-
to em dez e 30 anos. A Cosan, por
sua vez, emitiu US$ 600 milhões
em títulos, e outras companhias
brasileiras vêm mantendo con-
versas com investidores para
acessar o mercado internacional.
Terça-feira, 30 de janeiro de 2024 | Valor | C3
C4 | Valor | Terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Finanças

Investimentos Plano para estimular acesso ao programa prevê uso de papéis como
garantia e inclui produto com viés de planejamento financeiro voltado a mulheres
Energisa
movimenta
Tesouro Direto terá título para R$ 2,5 bi em
‘follow-on’
aluguel e financiamentos em 2024 Fernanda Guimarães
De São Paulo

A companhia do setor elétrico

Guilherme Pimenta, Com a iniciativa voltada para Em 2023, a atual gestão do Te- líquida chegou a R$ 10,934 bi- entre um e cinco anos (33,8%) e Energisa precificou ontem sua
Estevão Taiar e Lu Aiko Otta aluguel, a intenção é permitir o souro lançou o Tesouro Educa+, lhões. Já o estoque do programa os acima de dez anos (12,7%). oferta subsequente de ações
De Brasília uso de títulos públicos como ga- que tem o objetivo de estimular as atingiu R$ 128,2 bilhões em Levando em conta o estoque, os (“follow-on”) em R$ 49,80, segun-
rantia em financiamentos bancá- famílias na formação de uma 2023, alta de 22% em relação a títulos com vencimento entre um e do apurou o Valor. A companhia
O secretário do Tesouro Nacio- rios e locação de imóveis. Os deta- poupança para financiar o estudo dezembro do ano anterior. cinco anos são os mais representa- exerceu o lote adicional (“hot is-
nal, Rogério Ceron, afirmou em lhes ainda estão sendo fechados. dos filhos na universidade, com Foram realizadas no mês pas- tivos (44,4%), seguidos por aqueles sue”) dada a elevada demanda
entrevista ao Valor que o órgão Outra meta para 2024 é au- investidores cadastrados até 15 sado aproximadamente 600 mil com vencimentos acima de cinco na operação, disseram fontes.
deve lançar, ainda este ano, o títu- mentar a participação de mulhe- anos de idade. No ano, foi regis- operações, que captaram R$ anos (42,1%) e até um ano (13,5%). Com isso, a oferta da compa-
lo do Tesouro Direto para garan- res, com a intenção de levar a trado aumento de 83% no número 3,23 bilhões, enquanto os resga- Os títulos com maior deman- nhia movimentou R$ 2,5 bilhões
tia de aluguel e financiamentos, educação financeira e o planeja- de contas ativas de crianças e ado- tes somaram R$ 2,38 bilhões. da no mês passado foram os in- no total, sendo cerca de R$ 500
bem como novos produtos volta- mento financeiro ao público fe- lescentes (menores de 18 anos), Por sua vez, o número de in- dexados à Selic, somando 70,3% milhões vindo da família Bote-
dos às mulheres. As iniciativas minino. Hoje, as mulheres cor- chegando a 28.426 contas em vestidores ativos do Tesouro do total. Na sequência, vieram lho, que decidiu investir para
são parte do projeto de ampliar a respondem a somente 26,6% dos 2023, enquanto esse título regis- Direto, que têm alguma aplica- aqueles indexados à inflação não ser diluída no processo.
oferta de investimentos por meio investidores. “A partir da dificul- tra R$ 150 milhões em estoque. ção no programa, subiu 35,78 (20,6%) e prefixados (9%). Segundo uma fonte, que falou
do Tesouro Direto. O programa dade de ter o planejamento, a in- Ainda em 2023, houve o lança- mil na comparação mensal, Considerando apenas o estoque, na condição de anonimato, a de-
ganhou 35,7 mil investidores dependência financeira, as mu- mento do RendA+, que tem o obje- atingindo 2,479 milhões. os títulos indexados à inflação são manda foi bastante alta. Se ex-
em dezembro e já atinge 2,4 mi- lheres acabam muitas vezes vi- tivo do planejamento para a apo- Já as aplicações de até R$ 1 mil re- os mais representativos (48,7%), se- cluído o aporte feito pela família
lhões de pessoas com saldo. vendo situações de vulnerabili- sentadoria. Esse título já está nas presentaram 63,2% do total em de- guidos pelos indexados à Selic Botelho e a oferta prioritária, que
“Este ano tem bastante novi- dade. Queremos atrair mais gen- mãos de 70 mil investidores, so- zembro, enquanto o valor médio (37,6%) e prefixados (13,7%). é destinada aos atuais acionistas
dade no Tesouro Direto, que teve te, popularizar o acesso e, de al- mando R$ 1,5 bilhão em estoque. das operações foi de R$ 5.376,50. Já no acumulado do ano fo- da empresa, a demanda superou
um 2023 muito bom, funcionou guma forma, contribuir com Ontem, a Fazenda informou Em relação ao prazo, foram ram realizadas 7,15 milhões de a oferta em cerca de cinco vezes.
bem”, avaliou. “Não é pouca coi- questões que se relacionam a que o Tesouro Direto teve emis- vendidos principalmente títulos operações, alta de 6,2%, com va- Foram coordenadores da ope-
sa. São quase 2,5 milhões de in- educação financeira e sociais, são líquida de R$ 848 milhões com vencimentos entre cinco e lor médio de R$ 6.522,38. O nú- ração o Itaú BBA, Bank of America,
vestidores no total. Agora, a ideia que são importantes para a so- em dezembro. Com isso, consi- dez anos (53,5%), seguido por mero de investidores ativos cres- Bradesco BBI, BTG Pactual, Citi, J.P.
é qualificar um pouco”, disse. ciedade”, complementou. derando o ano todo, a emissão aqueles papéis com vencimento ceu 16,5% ao longo de 2023. Morgan, Santander e Scotiabank.

Finanças Indicadores

IMA - Índices de Mercado Anbima Custo do dinheiro TR, Poupança e TBF Índice de Renda Fixa Valor
Em 29/01/24 Em % no período Variações % no período Base = 100 em 31/12/99
Valor Var. no Var. no Var. no Há No fim de Há Há Período TR Poupança * Poupança ** TBF 29/01/24 26/01/24 25/01/24 24/01/24 23/01/24 22/01/24
Índice Referência do índice dia % mês % ano % Taxas referenciais 29/01/24 26/01/24 1 semana dezembro 1 mês 12 meses 10/01 a 10/02 0,1250 0,6256 0,6256 0,9060 Índice 2.078,72 2.079,43 2.076,85 2.073,62 2.072,08 2.070,49
IRF-M 1* 15.319,5926870 0,03 0,75 0,75 Selic - meta ao ano 11,75 11,75 11,75 11,75 11,75 13,75 11/01 a 11/02 0,0934 0,5939 0,5939 0,8641 Var. no dia -0,03% 0,12% 0,16% 0,07% 0,08% -0,05%
IRF-M 1+** 20.021,5544750 -0,09 0,40 0,40 Selic - taxa over ao ano 11,65 11,65 11,65 11,65 11,65 13,65 12/01 a 12/02 0,0706 0,5710 0,5710 0,8211 Var. no mês 0,65% 0,69% 0,56% 0,41% 0,33% 0,26%
IRF-M Total 18.033,2559560 -0,05 0,50 0,50 Selic - taxa over ao mês 1,3122 1,3122 1,3122 1,3122 1,3122 1,5236 13/01 a 13/02 0,0427 0,5429 0,5429 0,7830 Var. no ano 0,65% 0,69% 0,56% 0,41% 0,33% 0,26%
IMA-B 5*** 9.031,5719540 -0,01 0,61 0,61 Selic - taxa efetiva ao ano 11,65 11,65 11,65 11,87 11,87 13,65 14/01 a 14/02 0,0427 0,5429 0,5429 0,7830 Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data
IMA-B 5+**** 11.423,7180080 -0,16 -1,56 -1,56 Selic - taxa efetiva ao mês 0,9667 0,9667 0,9667 0,8945 0,8945 1,1233 15/01 a 15/02 0,0717 0,5721 0,5721 0,8222
IMA-B Total 9.854,4541160 -0,09 -0,53 -0,53 CDI - taxa over ao ano 11,65 11,65 11,65 11,65 11,65 13,65 16/01 a 16/02 0,0713 0,5717 0,5717 0,8218
IMA-S Total 6.447,8664900 0,04 0,90 0,90 CDI - taxa over ao mês 1,3122 1,3122 1,3122 1,3122 1,3122 1,5236 17/01 a 17/02 0,0689 0,5692 0,5692 0,8194
IMA-Geral Total 7.978,6918230 -0,02 0,36 0,36
Fonte: Anbima. Elaboração: Valor Data. * Prazo menor ou igual a 1 ano ** Prazo maior que 1 ano *** Prazo menor ou igual a 5 anos **** Prazo
CDI - taxa efetiva ao ano 11,65 11,65 11,65 11,87 11,87 13,65 18/01 a 18/02
19/01 a 19/02
0,0415
0,0099
0,5417
0,5099
0,5417
0,5099
0,7818
0,7400
Câmbio
CDI - taxa efetiva ao mês 0,9667 0,9667 0,9667 0,8945 0,8945 1,1233
maior que 5 anos 20/01 a 20/02 0,0089 0,5089 0,5089 0,7390
CDB Pré - taxa bruta ao ano - - - - - 13,42
21/01 a 21/02 0,0377 0,5379 0,5379 0,7780 Em 29/01/24
CDB Pré - taxa bruta ao mês - - - - - 1,0553 Em US$ * Em R$ **
22/01 a 22/02 0,0665 0,5668 0,5668 0,8170
CDB Pós - taxa bruta ao ano - - - - - 12,63 Moeda Compra Venda Compra Venda
Crédito CDB Pós - taxa bruta ao mês - - - - - 0,9959
23/01 a 23/02
24/01 a 24/02
0,0656
0,0663
0,5659
0,5666
0,5659
0,5666
0,8161
0,8168 Baht (Tailândia) 35,4800 35,5000 0,13860 0,13870
Taxa de juros de referência - B3 25/01 a 25/02 0,0376 0,5378 0,5378 0,7779 Balboa (Panamá) 1,0000 1,0000 4,9219 4,9225
Taxas - em % no período TJ3 - 3 meses (em % ao ano) 10,97 10,99 11,05 11,30 11,30 13,68 26/01 a 26/02 0,0107 0,5108 0,5108 0,7408 Bolívar Soberano (Venezuela) 36,1115 36,2020 0,1360000 0,1363000
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 TJ6 - 6 meses (em % ao ano) 10,50 10,50 10,59 10,80 10,80 13,72 Boliviano (Bolívia) 6,8600 7,0100 0,7021 0,7176
Fonte:BancoCentral.Elaboração:ValorData.*Depósitosaté03/05/12**Depósitos
Linhas - pessoa jurídica 15/01 12/01 semana dezembro mês meses Taxas referenciais de Swap - B3 Colon (Costa Rica) 509,0700 513,0000 0,009594 0,009670
a partir de 04/05/12; Lei nº 12.703/2012
Capital de giro pré até 365 dias - a.a. 34,86 34,54 36,11 27,22 30,63 37,30 DI x Pré-30 - taxa efetiva ao ano 11,22 11,26 11,35 11,65 11,65 13,66 Coroa (Dinamarca) 6,9032 6,9039 0,7129 0,7131
Capital de giro pré sup. 365 dias - a.a. 27,40 27,02 25,10 23,56 26,45 29,60 DI x Pré-60 - taxa efetiva ao ano 11,11 11,14 11,20 11,45 11,45 13,67 Coroa (Islândia) 137,3500 137,6800 0,03575 0,03584
Conta garantida pré - a.a.
Desconto de duplicata pré - a.a.
44,94
24,37
48,90
25,82
43,51
26,05
45,92
24,31
46,53
24,07
53,93
26,52
DI x Pré-90 - taxa efetiva ao ano 10,97 10,99 11,05 11,30 11,30 13,68 B3 - Brasil, Bolsa, Balcão Coroa (Noruega)
Coroa (Rep. Tcheca)
10,4621
23,0090
10,4650
23,0190
0,4703
0,2138
0,4705
0,2139
DI x Pré-120 - taxa efetiva ao ano 10,81 10,82 10,90 11,14 11,14 13,70
Vendor pré - a.a. 17,69 17,03 17,43 16,28 16,23 18,93 Coroa (Suécia) 10,4835 10,4862 0,4694 0,4695
Capital de giro flut. até 365 dias - a.a. 18,18 21,89 18,93 17,87 18,90 19,54
DI x Pré-180 - taxa efetiva ao ano 10,50 10,52 10,59 10,82 10,82 13,72 Índices de ações em 29/01/24 Dinar (Argélia) 134,4245 134,9783 0,03646 0,03662
Capital de giro flut. sup. 365 dias - a.a. 19,03 17,60 16,39 15,59 18,57 19,44 DI x Pré-360 - taxa efetiva ao ano 9,93 9,92 10,06 10,05 10,05 13,51
No No No Em 12 Dinar (Kuwait) 0,3077 0,3078 15,9906 15,9977
Conta garantida pós - a.a. 25,05 24,69 25,34 25,70 25,86 28,41 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Índice dia mês ano meses Dinar (Líbia) 4,8118 4,8341 1,0182 1,0230
ACC pós - a.a. 8,92 9,04 8,53 8,29 8,81 8,82 Direitos Especiais de Saque *** 1,3292 1,3292 6,5422 6,5430
Factoring - a.m. 3,34 3,33 3,30 3,31 3,32 3,74 Variação % em reais
Dirham (Emirados Árabes Unidos) 3,6724 3,6734 1,3399 1,3404
Fontes: Banco Central, Anfac e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Mercado futuro Ibovespa 128.503 -0,36 -4,23 -4,23 14,41 Dirham (Marrocos) 10,0309 10,0359 0,4904 0,4907
IBrX 54.215 -0,33 -3,96 -3,96 13,51 Dólar (Austrália)*** 0,6592 0,6593 3,2445 3,2454
Em 29/01/24 IBrX 50 21.429 -0,27 -3,55 -3,55 12,87 Dólar (Bahamas) 1,0000 1,0000 4,9219 4,9225
Juros externos PU de Taxa efetiva - Contratos Cotação - em % ao ano
IEE
SMLL
90.935
2.196
-0,19
-1,18
-4,24
-6,69
-4,24
-6,69
15,50
7,51
Dólar (Belize) 1,9982 2,0332 2,4208 2,4635
DI de 1 dia ajuste em % ao ano negociados Mínimo Máximo Último Dólar (Canadá) 1,3450 1,3454 3,6583 3,6599
ISE 3.576 -0,62 -4,99 -4,99 12,14 Dólar (Cayman) 0,8250 0,8350 5,8945 5,9667
Empréstimos - em % ao ano Vencimento em fev/24 99.868,94 11,646 27.034 11,646 11,652 11,652 IMOB 924 -0,66 -8,55 -8,55 33,76 Dólar (Cingapura) 1,3404 1,3409 3,6706 3,6724
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 Vencimento em mar/24 99.076,24 11,216 40.820 11,214 11,218 11,214 IDIV 8.792 -0,50 -3,11 -3,11 17,19 Dólar (EUA) 1,0000 1,0000 4,9219 4,9225
29/01/24 26/01/24 semana dezembro mês meses Vencimento em abr/24 98.259,04 11,113 177.415 11,110 11,118 11,112 Dólar (Hong Kong) 7,8144 7,8147 0,6298 0,6299
IFIX 3.329 -0,07 0,54 0,54 18,50
SOFR - empréstimos interbancários em dólar * Vencimento em mai/24 97.393,54 10,959 4.074 10,955 10,965 10,955 Dólar (Nova Zelândia)*** 0,6109 0,6111 3,0068 3,0081
Atual - 5,3200 5,3100 5,3800 5,3800 4,3000 Vencimento em jun/24 96.601,37 10,795 2.232 10,785 10,795 10,790 Variação % em dólares Dólar (Trinidad e Tobago) 6,7083 6,8260 0,7211 0,7338
1 mês - 5,3430 5,3449 5,3441 5,3441 4,3105 Vencimento em jul/24 95.870,92 10,650 646.432 10,635 10,655 10,645 Ibovespa 26.105 -0,56 -5,81 -5,81 18,00 Euro (Comunidade Européia)*** 1,0796 1,0800 5,3137 5,3163
3 meses - 5,3611 5,3608 5,3553 5,3553 4,0180 Vencimento em ago/24 95.064,56 10,478 23 10,470 10,495 10,495 IBrX 11.014 -0,54 -5,54 -5,54 17,07 Florim (Antilhas Holandesas) 1,7845 1,8200 2,7043 2,7585
6 meses - 5,3861 5,3845 5,3473 5,3473 3,3185
Vencimento em set/24 94.314,86 10,333 212 10,330 10,345 10,335 IBrX 50 4.353 -0,48 -5,14 -5,14 16,40 Franco (Suíça) 0,8637 0,8638 5,6980 5,6993
€STR - empréstimos interbancários em euro **
Vencimento em out/24 93.607,92 10,224 155.858 10,195 10,230 10,225 IEE 18.473 -0,39 -5,82 -5,82 19,12 Guarani (Paraguai) 7271,9000 7287,8200 0,0006754 0,0006769
Atual - 3,9040 3,9020 3,8820 3,8820 1,9060
Vencimento em nov/24 92.847,38 10,120 644 10,110 10,120 10,120 SMLL 446 -1,38 -8,23 -8,23 10,88 Hryvnia (Ucrânia) 37,8505 37,8660 0,1300 0,1301
1 mês - 3,9076 3,9064 3,9078 3,9078 1,9024
Vencimento em dez/24 92.221,00 10,055 2.049 10,050 10,065 10,050 ISE 726 -0,82 -6,56 -6,56 15,65 Iene (Japão) 147,6400 147,6700 0,03333 0,03334
3 meses - 3,9207 3,9212 3,9200 3,9200 1,5571
IMOB 188 -0,86 -10,06 -10,06 37,95 Lev (Bulgária) 1,8107 1,8115 2,7170 2,7186
6 meses - 3,8531 3,8400 3,7775 3,7775 0,9101 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/US$ 1.000,00
1 ano - 3,4020 3,3716 3,2434 3,2434 0,1697 IDIV 1.786 -0,71 -4,71 -4,71 20,86 Libra (Egito) 30,8500 30,9500 0,1590 0,1596
Dólar comercial do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último
Euribor *** IFIX 676 -0,27 -1,12 -1,12 22,21 Libra (Líbano) 15000,0000 15060,0000 0,000327 0,000328
Vencimento em fev/24 4.956,06 0,82 269.385 4.908,00 4.961,00 4.954,00 Libra (Síria) 13000,0000 13003,0000 0,00038 0,00038
1 mês - 3,871 3,859 3,845 3,845 2,130 Vencimento em mar/24 4.968,77 0,82 19.015 4.922,00 4.972,50 4.962,50 Fontes: B3, Banco Central e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
3 meses - 3,887 3,945 3,909 3,909 2,492 Libra Esterlina (Grã Bretanha)*** 1,2677 1,2681 6,2395 6,2422
Vencimento em abr/24 4.985,16 - 0 0,00 0,00 0,00 Naira (Nigéria) 891,0600 893,0600 0,00551 0,00552
6 meses - 3,873 3,925 3,861 3,861 2,942
Vencimento em mai/24 5.002,86 - 0 0,00 0,00 0,00 Lira (Turquia) 30,3441 30,3505 0,1622 0,1622
1 ano -
Taxas referenciais no mercado norte-americano
3,597 3,672 3,513 3,513 3,356
Vencimento em jun/24 5.016,90 - 0 0,00 0,00 0,00 Prêmio de risco do EMBI+* Novo Dólar (Taiwan) 31,2260 31,2560 0,15750 0,15760
Prime Rate 8,50 8,50 8,50 8,50 8,50 7,50 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/€ 1.000,00 Novo Sol (Peru) 3,8075 3,8085 1,2923 1,2928
Federal Funds 5,50 5,50 5,50 5,50 5,50 4,50 Euro do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Spread em pontos base ** Peso (Argentina) 825,2000 825,3000 0,00596 0,00597
Taxa de Desconto 5,50 5,50 5,50 5,50 5,50 4,50 País Spread Variação - em pontos Peso (Chile) 931,4500 932,0500 0,005281 0,005285
Vencimento em fev/24 5.357,20 0,38 190 5.327,00 5.360,00 5.360,00 Peso (Colômbia) 3927,3200 3933,3200 0,001251 0,001253
T-Bill (1 mês) 5,36 5,37 5,38 5,39 5,39 4,48 Vencimento em mar/24 5.377,64 0,38 190 5.353,50 5.379,00 5.376,00 29/01/24 26/01/24 No dia No mês No ano
T-Bill (3 meses) 5,34 5,36 5,36 5,39 5,39 4,68 Geral 361 359 2,0 16,0 16,0 Peso (Cuba) 24,0000 24,0000 0,2051 0,2051
Vencimento em abr/24 5.402,90 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Filipinas) 56,4000 56,4200 0,08724 0,08728
T-Bill (6 meses) 5,18 5,22 5,23 5,27 5,27 4,83 África do Sul 361 362 -1,0 35,0 35,0
T-Note (2 anos) 4,32 4,35 4,38 4,27 4,27 4,20 Ajuste Var. no Contratos Cotação - pontos do índice Argentina 1.889 1.853 36,0 -18,0 -18,0 Peso (México) 17,2390 17,2450 0,2854 0,2855
T-Note (5 anos) 3,99 4,04 4,02 3,83 3,83 3,61 Ibovespa do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Brasil 202 201 1,0 7,0 7,0 Peso (Rep. Dominicana) 58,7800 59,0700 0,08332 0,08374
T-Note (10 anos) 4,08 4,14 4,09 3,85 3,85 3,51 Vencimento em fev/24 128.946 -0,39 80.605 128.330 129.695 129.100 Colômbia 291 297 -6,0 26,0 26,0 Peso (Uruguai) 39,0000 39,1000 0,12590 0,12620
T-Bond (30 anos) 4,32 4,37 4,32 4,00 4,00 3,62 Vencimento em abr/24 131.029 - 0 0 0 0 Filipinas 82 78 4,0 24,0 24,0 Rande (África do Sul) 18,8244 18,8272 0,2614 0,2615
Fontes: ECB, EMMI, FRBNY e Valor PRO. Elaboração: Valor Data * Taxa baseada em transações de empréstimos overnight garantidos por títulos do México 168 171 -3,0 1,0 1,0 Rial (Arábia Saudita) 3,7500 3,7502 1,3124 1,3127
Vencimento em jun/24 132.746 - 0 0 0 0 Peru 113 117 -4,0 11,0 11,0
Tesouro EUA. ** A taxa reflete os custos de empréstimos overnight sem garantia. ***Taxas da BBA e da Federação Bancária da União Europeia Rial (Irã) 42000,0000 42005,0000 0,0001172 0,0001172
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Turquia 313 307 6,0 37,0 37,0 Ringgit (Malásia) 4,7320 4,7360 1,0393 1,0403
Venezuela 27.873 23.064 4.809,0 3.781,0 3.781,0 Rublo (Rússia) 89,1920 90,1990 0,05457 0,05519
Fonte:JPMorgan.Elaboração:ValorData.*CalculadopeloJPMorgan.**Sobreotítulo Rúpia (Índia) 83,1080 83,1630 0,05918 0,05923
Evolução das aplicações financeiras Indicadores do mercado do tesouro americano Rúpia (Indonésia) 15805,0000 15815,0000 0,0003112 0,0003115
Rúpia (Paquistão) 274,0000 278,0000 0,01770 0,01797
Rentabilidade no período em % Shekel (Israel) 3,6542 3,6583 1,3454 1,3471
Mês Acumulado Em 29/01/24 Reservas internacionais Won (Coréia do Sul) 1333,6600 1334,1500 0,003689 0,003691
Renda Fixa jan/24* dez/23 nov/23 out/23 set/23 ago/23 Ano* 12 meses** Variações % Yuan Renminbi (China) 7,1798 7,1815 0,6854 0,6856
Selic 0,88 0,89 0,92 1,00 0,97 1,14 0,88 13,04 Indicador Compra Venda No dia No mês No ano 12 meses Zloty (Polônia) 4,0437 4,0452 1,2167 1,2173
CDI 0,88 0,89 0,92 1,00 0,97 1,14 0,88 13,04 Dólar (Ptax - BC) - (R$/US$) 4,9219 4,9225 0,20 1,68 1,68 -3,04
Liquidez Internacional *, em US$ milhões
Fim de período Diário Cotações Em R$(1)
CDB (1) - 0,85 0,98 0,99 0,86 0,84 - 11,08 Dólar Comercial (mercado) - (R$/US$) 4,9447 4,9453 0,71 1,91 1,91 -3,24 Ouro Spot (2) Paridade (3) Compra Venda
Poupança (2) 0,59 0,57 0,58 0,61 0,61 0,72 0,59 8,04 Dólar Turismo (R$/US$) 4,9762 5,1562 0,86 2,15 2,15 -2,79 mai/23 344.489 17/01/24 352.462
Poupança (3) 0,59 0,57 0,58 0,61 0,61 0,72 0,59 8,04 Euro (BC) - (R$/€) 5,3137 5,3163 -0,40 -0,66 -0,66 -3,39 Dólar Ouro 2025,23 0,01536 320,4362 320,4753
jun/23 343.620 18/01/24 352.582
IRF-M 0,50 1,48 2,47 0,37 0,17 0,76 0,50 16,51 Euro Comercial (mercado) - (R$/€) 5,3519 5,3525 0,39 -0,32 -0,32 -3,65 Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: Valor Data
IMA-B -0,53 2,75 2,62 -0,66 -0,95 -0,38 -0,53 16,05 Euro Turismo (R$/€) 5,4087 5,5887 0,29 -0,33 -0,33 -3,31 jul/23 345.476 19/01/24 352.629 * Cotações em unidades monetárias por dólar. ** Cotações em reais por unidade monetária. *** Moedas do tipo
IMA-S 0,90 0,92 0,91 0,96 1,00 1,18 0,90 13,25 Euro (BC) - (US$/€) 1,0796 1,0800 -0,60 -2,30 -2,30 -0,37 ago/23 344.177 22/01/24 353.119 B (cotadas em dólar por unidade monetária). (1) Por grama. (2) US$ por onça. (3) Grama por US$. Observações:
Renda Variável Ouro* set/23 340.324 23/01/24 352.659 As taxas acima deverão ser utilizadas somente para coberturas específicas de acordo com a legislação vigente.
Ibovespa -4,23 5,38 12,54 -2,94 0,71 -5,09 -4,23 22,28 out/23 340.247 24/01/24 353.014 As contratações acima referidas devem ser realizadas junto às regionais de câmbio do Rio e de São Paulo. O lote
Índice Small Cap -6,69 7,05 12,46 -7,40 -2,84 -7,43 -6,69 17,12 B3 (R$/g)¹ ² - 307,000 0,99 8,10 8,10 -1,60 nov/23 348.406 25/01/24 353.108 mínimo operacional, exclusivamente para efeito das operações contratadas junto à mesa de operações do Banco
IBrX 50 -3,55 5,31 12,01 -2,99 1,21 -4,76 -3,55 20,06 Nova York (US$/onça troy)¹ - 2.031,31 0,47 -1,64 -1,64 5,32 dez/23 355.034 26/01/24 353.105 Central em Brasília, foi fixado para hoje em US$ 1.000.000. Nota: em 29/03/10, o Banco Central do Brasil
ISE -4,99 6,04 15,06 -6,61 -1,84 -7,55 -4,99 19,18 Londres (US$/onça troy)¹ - 2.027,35 0,31 -1,70 -1,70 5,14
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data. *Agrega, aos valores do conceito Caixa, passou a divulgar, para a maior parte das moedas presentes na tabela, as cotações com até quatro casas
IMOB -8,55 8,69 14,85 -6,09 -3,14 -7,65 -8,55 53,27 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data. ¹ Última cotação. ² Contrato = 250g haveres como títulos de exportação e outros de médio e longo prazos decimais, padronizando-as aos parâmetros internacionais
IDIV -3,11 6,90 10,70 -3,15 1,32 -2,83 -3,11 26,84
IFIX 0,54 4,25 0,66 -1,97 0,20 0,49 0,54 15,50
Dólar Ptax (BC) 1,68 -1,91 -2,41 1,00 1,74 3,80 1,68 -7,21
Dólar Comercial (mercado) 1,91 -1,28 -2,49 0,28 1,55 4,68 1,91 -8,06 Índices de ações Valor-Coppead Bolsas de valores internacionais
Euro (BC) (4) -0,66 -0,63 0,75 0,85 -0,66 2,11 -0,66 -3,91
Euro Comercial (mercado) (4) -0,32 0,32 0,36 0,37 -1,00 3,24 -0,32 -4,71 Em 12 meses
Ouro B3 8,10 -0,98 -2,85 -0,99 -2,57 4,08 8,10 -5,96 Em pontos Variações % Menor Maior
Inflação No fim de Variação - em % País Cidade Índice 29/01/24 26/01/24 No dia No mês No ano Em 12 meses índice índice
IPCA - 0,56 0,28 0,24 0,26 0,23 - 4,62 Índice 29/01/24 26/01/24 dez/23 dez/23 dia mês Ano Américas
IGP-M - 0,74 0,59 0,50 0,37 -0,14 - -3,18
Valor-Coppead Performance 167.304,73 169.355,56 173.997,89 173.997,89 -1,21 -3,85 -3,85 EUA Nova York Dow Jones 38.333,45 38.109,43 0,59 1,71 1,71 12,82 31.819,14 38.333,45
Fontes: Anbima, Bacen, B3, Focus, FGV, IBGE e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
* Rendimento até o dia 29/jan/24. ** Até dez/23. (1) rendimento bruto do 1º dia útil do mês (2) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos Valor-Coppead Mínima Variância 91.785,92 92.187,05 93.533,91 93.533,91 -0,44 -1,87 -1,87 EUA Nova York Nasdaq-100 17.596,27 17.421,01 1,01 4,58 4,58 44,63 11.830,28 17.596,27
até 03/05/12. (3) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos a partir de 04/05/12. (4) Variação sobre o Real Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data EUA Nova York Nasdaq Composite 15.628,04 15.455,36 1,12 4,11 4,11 34,47 11.138,89 15.628,04
EUA Nova York S&P 500 4.927,93 4.890,97 0,76 3,31 3,31 21,06 3.855,76 4.927,93
Canadá Toronto S&P/TSX 21.200,06 21.125,28 0,35 1,15 1,15 2,34 18.737,39 21.200,06
Fundos de Investimento Captações de recursos no exterior
México
Colômbia
Cidade do México
Bogotá
IPC
COLCAP
57.175,73
1.279,81
56.855,88
1.282,43
0,56
-0,20
-0,37
7,08
-0,37
7,08
4,38
-0,47
48.197,88
1.046,70
57.745,79
1.301,90
Venezuela Caracas IBVC 54.140,02 55.030,26 -1,62 -6,38 -6,38 127,28 23.421,26 63.455,81
Análise diária da indústria - em 24/01/24 Últimas operações realizadas no mercado internacional * Chile Santiago IPSA 6.064,57 6.058,58 0,10 -2,15 -2,15 13,33 5.112,03 6.432,76
Patrimônio Rentabilidade nominal - % Estimativa da captação líquida - R$ milhões Peru Lima S&P/BVL General 27.145,31 26.841,85 1,13 4,57 4,57 19,86 21.161,78 27.145,31
Data Data Valor Cupom/ Spread
líquido em em 12 em 12 Argentina Buenos Aires Merval 1.253.607,97 1.253.619,63 0,00 34,84 34,84 392,97 209.824,20 1.284.939,84
de do Prazo US$ Custo Retorno pontos-
Categorias R$ milhões (1) no dia no mês 2024 meses no dia no mês no ano meses Europa, Oriente Médio e África
Renda Fixa 3.269.974,43 -1.206,93 103.039,05 103.039,05 7.884,55 Emissor/Tomador liquidação vencimento meses milhões em % em % base **
RF Indexados (2) 152.106,88 0,04 0,24 0,24 12,54 14,23 915,82 915,82 -8.002,28 Minerva 13/09/23 13/09/33 120 900 8,875 - - Euro - Euronext 100 1.422,10 1.421,09 0,07 1,90 1,90 6,56 3.398,89 3.828,43
RF Duração Baixa Soberano (2) 658.195,72 0,04 0,69 0,69 12,02 -1.564,51 45.808,01 45.808,01 55.164,12 Braskem 14/09/23 14/09/30 84 850 8,75 - - Alemanha Frankfurt DAX-30 16.941,71 16.961,39 -0,12 1,13 1,13 11,83 14.687,41 16.961,39
RF Duração Baixa Grau de Invest. (2) 769.818,12 0,05 0,79 0,79 13,22 111,64 11.761,04 11.761,04 -26.542,22 Minerva (1) 14/09/23 13/09/33 120 100 8,875 - - França Paris CAC-40 7.640,81 7.634,14 0,09 1,29 1,29 7,66 6.795,38 7.640,81
RF Duração Média Grau de Invest. (2) 102.351,91 0,05 0,05 0,76 12,47 102,01 1.296,49 1.296,49 -1.350,25 República Federativa do Brasil (2) 20/11/23 18/03/31 88 2.000 6,25 6,5 181,9 Itália Milão FTSE MIB 30.233,61 30.379,33 -0,48 -0,39 -0,39 14,37 25.494,54 30.569,92
RF Duração Alta Grau de Invest. (2) 165.090,95 0,04 0,75 0,75 10,16 -41,72 -1.220,30 -1.220,30 -4.763,60 CSN dez/23 dez/30 84 500 8,875 8,875 450,0 Bélgica Bruxelas BEL-20 3.655,73 3.672,03 -0,44 -1,40 -1,40 -5,37 3.290,68 3.927,08
RF Duração Livre Soberano (2) 229.461,78 0,04 0,63 0,63 12,21 -124,09 9.384,06 9.384,06 -11.980,14 República Federativa do Brasil 29/01/24 15/03/34 122 2.250 6,125 6,35 225,0 Dinamarca Copenhague OMX 20 2.378,93 2.351,75 1,16 4,18 4,18 29,78 1.827,38 2.378,93
RF Duração Livre Grau de Invest. (2) 665.694,70 0,05 0,66 0,66 12,55 -833,48 17.437,68 17.437,68 -30.287,64 República Federativa do Brasil 29/01/24 13/05/54 364 2.250 7,125 7,15 282,0 Espanha Madri IBEX-35 9.890,30 9.936,60 -0,47 -2,10 -2,10 9,16 8.719,30 10.258,10
RF Duração Livre Crédito Livre (2) 275.886,79 0,06 0,58 0,58 14,00 483,10 4.370,89 4.370,89 47.805,05 Grécia Atenas ASE General 1.350,95 1.360,89 -0,73 4,47 4,47 33,04 1.004,00 1.362,05
Fontes: Instituições e agências internacionais. Elaboração: Valor Data. * Atualizada em 29/01/24. ** Sobre o título do Tesouro americano de Holanda Amsterdã AEX 819,91 817,74 0,27 4,21 4,21 9,22 714,05 819,91
Ações 597.090,91 524,45 -1.526,65 -1.526,65 177,49 mesmo prazo. (1) Oferta adicional/Notas adiconais. (2) Títulos sustentáveis (green bonds)
Ações Indexados (2) 10.308,07 -0,35 -4,68 -4,68 12,71 132,76 288,12 288,12 -1.571,12 Hungria Budapeste BUX 63.192,77 64.092,56 -1,40 4,24 4,24 35,47 40.771,24 64.709,34
Ações Índice Ativo (2) 35.521,45 -0,27 -4,27 -4,27 12,03 16,15 -777,73 -777,73 -4.424,24 Polônia Varsóvia WIG 75.347,11 75.683,59 -0,44 -3,97 -3,97 22,98 56.024,38 79.246,98
Ações Livre 221.139,28 -0,21 -3,03 -3,03 17,00 422,89 -636,22 -636,22 -16.971,29 Portugal Lisboa PSI-20 6.252,96 6.275,73 -0,36 -2,24 -2,24 5,33 5.724,12 6.609,90
Fechados de Ações 120.670,72 -0,27 -3,32 -3,32 5,59 0,97 -876,39 -876,39 26.671,03 ADR - Índices Rússia Moscou RTS* 1.125,22 1.109,95 1,38 3,85 3,85 13,39 906,71 1.154,39
Multimercados 1.660.471,18 -363,63 -15.951,70 -15.951,70 -140.562,03 Suécia Estocolmo OMX 2.368,06 2.370,13 -0,09 -1,26 -1,26 7,75 2.049,65 2.398,17
Multimercados Macro 172.818,79 -0,02 -0,39 -0,39 7,72 119,77 -1.834,99 -1.834,99 -37.005,32 Em 29/01/24 Suíça Zurique SMI 11.429,83 11.390,13 0,35 2,62 2,62 0,86 10.323,71 11.595,25
Multimercados Livre 624.737,71 0,03 0,19 0,19 10,36 -501,81 -5.310,37 -5.310,37 -24.707,52 Turquia Istambul BIST 100 8.471,70 8.346,28 1,50 13,41 13,41 63,17 4.400,76 8.513,54
Multimercados Juros e Moedas 55.281,74 0,05 0,68 0,68 12,77 -39,28 -344,14 -344,14 -13.653,31 Em Variação - em % Israel Tel Aviv TA-125 1.889,64 - 1,51 0,74 0,74 4,54 1.608,42 1.920,91
Multimercados Invest. no Exterior (2) 729.976,10 -0,02 0,39 0,39 10,70 23,89 -8.351,97 -8.351,97 -54.238,78 Índice 29/01/24 26/01/24 29/12/23 29/12/23 29/01/23 dia mês ano 12 meses África do Sul Joanesburgo All Share 74.370,53 75.084,38 -0,95 -3,28 -3,28 -7,95 69.451,97 80.791,36
Cambial 5.706,70 -0,42 1,99 1,99 1,47 -18,36 -334,25 -334,25 -2.023,40 S&P BNY 167,92 167,62 165,54 165,54 155,35 0,18 1,44 1,44 8,09 Ásia e Pacífico
Previdência 1.366.151,23 502,94 2.720,23 2.720,23 22.618,80 S&P BNY Emergentes 310,91 313,59 312,75 312,75 315,42 -0,86 -0,59 -0,59 -1,43 Japão Tóquio Nikkei-225 36.026,94 35.751,07 0,77 7,66 7,66 31,57 26.945,67 36.546,95
ETF 41.134,44 -199,16 -1.138,41 -1.138,41 2.438,72 S&P BNY América Latina 218,62 219,74 225,28 225,28 197,43 -0,51 -2,96 -2,96 10,73 Austrália Sidney All Ordinaries 7.808,30 Feriado 0,30 -0,27 -0,27 1,28 6.960,20 7.867,40
Demais Tipos 1.904.627,04 1.134,32 16.370,92 16.370,92 -4.023,69 S&P BNY Brasil 224,04 225,66 232,95 232,95 200,77 -0,72 -3,83 -3,83 11,59 China Shenzhen SZSE Composite 1.637,41 1.678,04 -2,42 -10,91 -10,91 -22,97 1.611,26 2.190,54
Total Fundos de Investimentos 6.940.528,90 -760,67 86.808,26 86.808,26 -109.465,88 S&P BNY México 332,65 332,17 331,67 331,67 290,50 0,14 0,30 0,30 14,51 China Xangai SSE Composite 2.883,36 2.910,22 -0,92 -3,08 -3,08 -11,68 2.756,34 3.395,00
Total Fundos Estruturados (3) 1.465.256,23 -872,12 11.392,29 11.392,29 86.208,43
S&P BNY Argentina 190,07 192,46 178,27 178,27 126,88 -1,24 6,62 6,62 49,81 Coréia do Sul Seul KOSPI 2.500,65 2.478,56 0,89 -5,82 -5,82 0,67 2.277,99 2.669,81
Total Fundos Off Shore (4) 45.836,40 - - - -
S&P BNY Chile 140,97 142,35 162,12 162,12 191,48 -0,97 -13,04 -13,04 -26,38 Hong Kong Hong Kong Hang Seng 16.077,24 15.952,23 0,78 -5,69 -5,69 -29,14 14.961,18 22.688,90
Total Geral 8.451.621,53 -1.632,79 98.200,55 98.200,55 -23.257,45
Fonte: ANBIMA. (1) PL e captação líquida de cada tipo exclui os Fundos em Cotas, evitando dupla contagem. (2) Para os tipos que iniciaram em S&P BNY Índia 2.772,35 2.795,96 2.923,01 2.923,01 2.785,32 -0,84 -5,15 -5,15 -0,47 Índia Bombaim S&P BSE Sensex 71.941,57 Feriado 1,76 -0,41 -0,41 21,25 57.527,10 73.327,94
01/10/2015, as rentabilidades do ano e 12 meses foram estimadas com base na amostra atual de fundos. (3) FIDC, FII, FIP e FMIEE. (4) PL dos S&P BNY Ásia 192,27 192,46 189,60 189,60 188,07 -0,10 1,41 1,41 2,23 Indonésia Jacarta JCI 7.129,57 7.137,09 -0,11 -1,97 -1,97 3,34 6.565,73 7.359,76
tipos imobiliários e Off-Shore referentes ao mês de dezembro de 2023 * Rentabilidade sem período completo.Obs.: Fundos de Investimentos S&P BNY China 307,46 315,95 336,11 336,11 425,18 -2,69 -8,52 -8,52 -27,69 Tailândia Bangcoc SET 1.376,28 1.368,15 0,59 -2,79 -2,79 -18,14 1.356,54 1.688,36
regidos pela ICVM 555/14, ICVM 522/12, ICVM 409/04, ICVM 359/02 e ICVM 141/91. Dados sujeitos a retificação em razão da re- S&P BNY Rússia 346,55 350,16 355,94 355,94 235,84 -1,03 -2,64 -2,64 46,95 Taiwan Taipé TAIEX 18.119,63 17.995,03 0,69 1,05 1,05 21,34 14.932,93 18.119,63
presentatividade da amostra ou cadastramento de novos fundos. PL de cada tipo considera, adicionalmente, a estimativa dos fundos que não S&P BNY Turquia 25,42 25,41 22,45 22,45 22,61 0,03 13,20 13,20 12,42 Fontes: Valor PRO, Bolsas de Bangcoc, Bogotá, Bombaim, Budapeste, Istambul, Jacarta, Joanesburgo, Lima, Madrid, Moscou e Zurique. Elaboração: Valor Data
informaram o PL na data de emissão do relatório Fonte: S&P BNY Mellon. Elaboração: Valor Data * Índice expresso em dólares
 Terça-feira, 30 de janeiro de 2024 | Valor | C5

4ª Vara Judicial do Foro da Comarca de Cubatão/SP

EDITAL 1º, 2º e 3º LEILÃO da FALÊNCIA DE ENGEBASA – MECÂNICA E

USINAGEM LTDA, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 44.952.703/0001-95,
na pessoa do Administradora Judicial ACFB ADMINISTRAÇÃO JUDICIAL LTDA - ME, inscrita no CNPJ/MF
sob o nº 22.159.674/0001-76; bem como do MINISTÉRIO PÚBLICO DOS ESTADOS DE SÃO PAULO E RIO
GRANDE DO SUL nas pessoas de seus Procuradores; e da PROCURADORIA GERAL DOS ESTADOS DE
SÃO PAULO E DO RIO GRANDE DO SUL nas pessoas de seus Procuradores; e do credor hipotecário,
BADESUL DESENVOLVIMENTO S/A - AGÊNCIA DE FOMENTOS/RS, inscrito no CNPJ/MF sob o nº
02.885.855/0001-72; e da proponente SÃO JOSÉ DESENVOLVIMENTO IMOBILIÁRIO LTDA., inscrita no
CNPJ/MF sob o nº 07.785.320/0001-43. O Dr. Gustavo Henrichs Favero, MM. Juiz de Direito da 4ª Vara
Judicial do Foro da Comarca de Cubatão/SP, na forma da lei, FAZ SABER, aos que o presente Edital de 1º,
2º e 3º Leilão dos direitos creditórios de titularidade da massa falida, virem ou dele conhecimento tiverem
e interessar possa, que por este Juízo processam-se os autos da Falência ajuizada por ENGEBASA – ME-
CÂNICA E USINAGEM LTDA - Processo nº 1000524-33.2019.8.26.0157 - Controle nº 190/2019, e que foi
designada a venda do bem descrito abaixo, de acordo com as regras expostas a seguir: DOS IMÓVEIS - Os
imóveis serão vendidos em caráter “AD CORPUS” e no estado em que se encontram, sem garantia, cons-
tituindo ônus da parte interessada verificar suas condições antes das datas designadas para as alienações
judiciais eletrônicas. DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL - O edital será publicado na rede mundial de computa-
dores, no sítio do leiloeiro oficial www.megaleiloes.com.br, em conformidade com o disposto no art. 887,
§ 2º, do CPC, inclusive as fotos e a descrição detalhada dos bens a serem apregoados. DA VISITAÇÃO - Os
interessados em vistoriar os bens deverão enviar solicitação por escrito ao e-mail visitacao@megaleiloes.
com.br. Cumpre esclarecer que cabe ao responsável pela guarda do bem autorizar o ingresso dos interes-
sados, sendo que a visitação nem sempre será possível. Independente da realização da visita, a arremata-
ção será por conta e risco do interessado. DO LEILÃO - O Leilão será realizado por MEIO ELETRÔNICO E
PRESENCIAL, através do Portal www.megaleiloes.com.br, o 1º Leilão terá início no dia 07/02/2024 às
14:00h e se encerrará dia 22/02/2024 a partir das 14:00h, sucessivamente com intervalo de 30 segun-
dos para cada lote, onde serão aceitos lances iguais ou superiores ao valor da avaliação; não havendo
lance, seguir-se-á sem interrupção o 2º Leilão, que terá início no dia 22/02/2024 às 14:01h e se encerrará
no dia 08/03/2024 a partir das 14:00h, sucessivamente com intervalo de 30 segundos para cada lote,
onde serão aceitos lances com no mínimo 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação, não havendo
lance, seguir-se-á sem interrupção o 3º Leilão, que terá início no dia 08/03/2024 às 14:01h e se encerrará
no dia 25/03/2024 a partir das 14:00h, onde serão aceitos lances a partir do valor de R$ 15.000.000,00
(quinze milhões de reais) que corresponde ao valor da oferta inicial para a aquisição dos imóveis sob
as matrículas imobiliárias de nº 57.861, 57.862, 58.492, conforme proposta de fls. 20.915/20.916.
PROCEDIMENTOS - O leilão será realizado na modalidade Stalking Horse, que observa as seguintes re-
gras: (I) foi juntada as fls.20.915/20.916 dos autos em questão, proposta apresentada pela empresa SÃO
JOSÉ DESENVOLVIMENTO IMOBILIÁRIO LTDA. no valor de R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais),
para pagamento à vista; (II) a proposta da empresa SÃO JOSÉ DESENVOLVIMENTO IMOBILIÁRIO LTDA.
foi definida como preço mínimo no leilão (“Preço Mínimo”) e mantém-se vinculante para a referida empre-
sa (“Stalking-Horse”); (III) caso nenhum interessado ofereça lanço superior ao Preço Mínimo, a empresa
SÃO JOSÉ DESENVOLVIMENTO IMOBILIÁRIO LTDA. (Stalking-Horse) será declarada vencedora. (IV) A
proponente da proposta vinculante deverá participar do leilão em igualdade de condições perante terceiros.
DO CONDUTOR DO LEILÃO - O Leilão será conduzido pelo Leiloeiro Oficial Sr. Fernando José Cerello
Gonçalves Pereira, matriculado na Junta Comercial do Estado de São Paulo - JUCESP sob o nº 844. DOS
LANCES - Os lances poderão ser ofertados a partir do dia e hora de início do leilão pela rede de internet,
através do Portal www.megaleiloes.com.br, ou de viva voz no dia do encerramento do leilão a partir das
13:00 horas no Auditório localizado na Alameda Santos, nº 787, 13º andar, conjunto 132 - Jd. Paulista -
São Paulo/SP, em igualdade de condições. DOS DÉBITOS - Os bens serão apregoados sem quaisquer ônus,
os quais serão de responsabilidade da massa falida, exceto se o arrematante for: I - sócio da sociedade
falida, ou sociedade controlada pelo falido; II - parente, em linha reta ou colateral, até o 4º (quarto) grau,
consanguíneo ou afim, do falido ou de sócio da sociedade falida; III - identificado como agente do falido
com o objetivo de fraudar a sucessão (art. 141, II, § 1º, I, II e III, da lei nº 11.101/05). Em caso de Imóvel,
o arrematante deverá arcar com todos os custos relativos à transferência do bem para seu nome, tal como

sua fonte de
as despesas de ITBI - Imposto de Transmissão de Bens Imóveis e seu registro no RGI respectivo. Correrão,
ainda, por conta do arrematante as despesas e os custos relativos à desmontagem, remoção, transporte e
transferência patrimonial em caso de arrematação de bens móveis. DO PAGAMENTO: DA ARREMATAÇÃO
- O arrematante deverá efetuar o pagamento do preço dos bens arrematados, no prazo de 24h (vinte e

informação para a quatro horas) após o encerramento do leilão, através de guia de depósito judicial em favor do Juízo res-
ponsável, sob pena de se desfazer a arrematação. Nos Lotes cujo valor de arrematação seja maior que R$
300.000,00 (trezentos mil reais), o arrematante poderá depositar 10% (dez por cento) do valor da arrema-

tomada de decisões
tação no prazo de 24h (vinte e quatro horas) do encerramento do leilão para garantia do Juízo e a quitação
do preço da arrematação, ou seja, 90% (noventa por cento) deverá ocorrer em 24h (vinte e quatro horas)
após despacho de deferimento do lance pelo Juízo responsável. No caso de indeferimento do lance, o valor
depositado poderá ser levantado integralmente pelo arrematante. DA COMISSÃO - O arrematante deverá
pagar a comissão ao Leiloeiro Oficial no prazo de 24h (vinte e quatro horas) a contar do encerramento do
leilão, através de guia de depósito, que será enviada por e-mail, o valor correspondente a 5% (cinco por
cento) sobre o preço de arrematação dos bens. A comissão devida ao Leiloeiro Oficial não está incluída no
valor do lance e não será devolvida ao arrematante em nenhuma hipótese, salvo se a arrematação for
desfeita por determinação judicial por razões alheias à vontade do arrematante e, deduzidas as despesas
incorridas. IMPOSSIBILIDADE DE ARREPENDIMENTO PELO(A) ARREMATANTE - Considerando os leilões
Judiciais ofertados em nosso site, inclusive, que nas Condições de Venda e Pagamento conforme descritas
em edital, há previsão legal para pagamento do arremate é de 24h (vinte e quatro horas) após a arremata-
ção conforme expresso no edital, cumpre informar que o não pagamento do preço do bem arrematado e

O Valor PRO é a Com notícias, dados e da comissão do Leiloeiro, configurará desistência por parte do(a) arrematante, ficando este(a) obrigado(a)
a pagar multa equivalente ao valor da comissão devida ao Leiloeiro de 5% (cinco por cento), mais despesas
no importe de 5% (cinco por cento) do valor do arremate no prazo de até 05 (cinco) dias após o término
do leilão. Poderá o Leiloeiro ou a Megaleilões emitir título de crédito para a cobrança de tais valores, enca-

solução ideal para análises em tempo real, a minhando-o a protesto por falta de pagamento, se for o caso, sem prejuízo da execução prevista no artigo
39 do Decreto 21.981/32. Considera-se ainda, tal conduta totalmente desrespeitosa com os(as) demais
concorrentes ou licitantes do leilão, bem como, com o(a) Vendedor(a). Por conseguinte, o cadastro do(a)

quem precisa se ferramenta oferece

arrematante inadimplente será banido do sistema, bem como, não será admitido a participar de qualquer
outro leilão divulgado no portal da Mega Leilões. Caso sejam identificados cadastros vinculados a este
caddastro banido, os mesmos serão igualmentte banidos. Vale esclarecer ainda, que fraudar leilão é crime,
connforme preceituado no artiggo 358 do có enal. Toda e ões do Leilão estão dispo-

antecipar em relação informações sobre o mercado nívv

fica
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o arti
e noti-
a Lei
, o CP.
RE ÇÃ S E IS DA

ao mercado para financeiro, movimentações COOMARCA DE GUAÍBA/RS - : Uma a i do Bom Fim, zona
urbbana do município de Guaíba/RS, com a áreea de 147..327..1160m2,, coom a seguinte desccrição: Inicia se a
descrição deste perímetro no vértice 1, coordenadas nº 6.664.620,505m e E 464.705,886m; situado no li-

tomar decisões ágeis políticas, informações sobre

mite da faixa de domínio da Rodovia BR 116 e na divisa da propriedade de Erizolei Belmiro Oliveira da
Silva; deste, segue confrontando com a propriedade de Erizolei Belmiro Oliveira da Silva, com os seguintes
azimutes e distâncias: 283°15 25” e 478,033m até o vértice 2 de coordenadas nº 6.664.730,128m eE
464.240.591m; 296°00’59” e 238,410m até o vértice 3, de coordenadas nº 6.664.834,701m e E

e obter resultados. empresas e muito mais. 464.026,340m; 25°58’27” e 230,334m até o vértice 4, de coordenadas nº 6.665.041,769m e E
464.127,218m; situado na divisa da propriedade de Erizolei Belmiro Oliveira da Silva e na divisa da proprie-
dade do Condomínio Polo Industrial Eólico de propriedade dos seguintes condôminos: Engebasa Mecânica
e Usinagem Ltda, e Wi Power Energia S/A; deste, segue confrontando com propriedade do Condomínio
Polo Industrial Eólico, com os seguintes azimutes e distâncias: 114°02’38” e 719,499m até o vértice 5, de
coordenadas nº 6.664.748,619m e E 464.784,289m, situado na divisa da propriedade do Condomínio Polo
Industrial Eólico e o limite da faixa de domínio da Rodovia BR 116; deste, segue confrontando com o limi-
te da faixa de domínio da Rodovia BR 116, com os seguintes azimutes e distâncias: 211°27’57” e 150,200m
até o vértice 1, ponto inicial da descrição deste perímetro. Consta no R.2 desta matrícula que o imóvel
desta matrícula foi dado em hipoteca a BADESUL DESENVOLVIMENTO S/A - AGÊNCIA DE FOMENTOS/RS.
Consta na Av.8 desta matrícula que nos autos do Processo nº 00207499620155040221, em trâmite na
Vara do Trabalho de Guaíba/RS, foi decretada a indisponibilidade de bens de ENGEBASA MECANICA E
USINAGEM LTDA. Consta na Av.9 desta matrícula que nos autos do Processo nº 10000422220188260157,

Solicite uma
em trâmite na 1ª Vara Judicial do Foro da Comarca de Cubatão/SP, foi decretada a indisponibilidade do
imóvel desta matrícula. Consta na Av.11 desta matrícula que nos autos do Processo nº
10001705720185020255, foi decretada a indisponibilidade do imóvel desta matrícula. Consta na Av.12

demonstração! desta matrícula que nos autos do Processo nº 10003662720185020255, foi decretada a indisponibilidade
do imóvel desta matrícula. Consta na Av.13 desta matrícula que nos autos do Processo nº
10003163020205020255, foi decretada a indisponibilidade do imóvel desta matrícula. Consta na Av.14

acesse agora: desta matrícula que nos autos do Processo nº 10004687820205020255, foi decretada a indisponibilidade
do imóvel desta matrícula. Consta na Av.15 desta matrícula que nos autos do Processo nº
10003671220185020255, foi decretada a indisponibilidade do imóvel desta matrícula. Consta na Av.16
desta matrícula que nos autos do Processo nº 10001157220195020255, foi decretada a indisponibilidade
> valorpro.com.br do imóvel desta matrícula. MATRÍCULA Nº 57.862 DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DA COMAR-
CA DE GUAÍBA/RS - IMÓVEL: Uma fração de terras situada no lugar denominado BOM FIM, zona Urbana
do município de Guaíba/RS, com a área de 37.037.9910m2, e a seguinte descrição: inicia-se a descrição
deste perímetro no vértice 1, de coordenadas nº 6.665.387,716m e E 464.161.906m; situado na divisa da
propriedade de Abel Santos da Silva e na divisa da propriedade de Transportes Cuello Ltda; deste, segue
confrontando com a propriedade de Transportes Cuello Ltda, com os seguintes azimutes e distâncias;
210°16’52’’ e 189,466m até o vértice 2, de coordenadas nº 6.665.224.100m e E 464.066,369m, situado na
divisa da propriedade de Transportes Cuello Ltda e, na divisa da propriedade do Condomínio Polo Industrial
Eólico de propriedade dos seguintes condôminos Engebasa Mecânica e Usinagem Ltda. e Wind Power
Energia S/A; deste, segue confrontando com propriedade do Condomínio Polo Industrial Eólico, com os
seguintes azimutes e distâncias: 215°55’52” e 20,074m até o vértice 3 de coordenadas nº 6.665.207,845m
e E 464.054,589m; 260°04’15” e 27,032m até o vértice 4, de coordenadas nº 6.665.203,184 m e E
464.027,962m; 241°26’31” e 49,353m, até o vértice 5, de coordenadas nº 6.665.179,591m e E
463.984.614m; 290°49’29’’ e 92,647m até o vértice 6, de coordenadas nº 6.665.212,528m e E
463.898,019m, situado na divisa da propriedade de Abel Santos da Silva; deste, segue confrontando com
Abel Santos da Silva, com os seguintes azimutes e distâncias; 28°45’24” e 276,835m até o vértice 7, de
coordenadas nº 6.665.455,221m e E 464.031,202m, 117°18’55’’ e 147,107m até o vértice 1, ponto inicial
da descrição deste perímetro. Consta na Av.3 desta matrícula que nos autos do Processo nº
10000422220188260157, em trâmite na 1ª Vara Judicial do Foro da Comarca de Cubatão/SP, foi decretada
a indisponibilidade do imóvel desta matrícula. Consta na Av.5 desta matrícula que nos autos do Processo
nº 10001705720185020255, foi decretada a indisponibilidade do imóvel desta matrícula. Consta na Av.6
desta matrícula que nos autos do Processo nº 10003662720185020255, foi decretada a indisponibilidade
do imóvel desta matrícula. Consta na Av.7 desta matrícula que nos autos do Processo nº
10003163020205020255, foi decretada a indisponibilidade do imóvel desta matrícula. Consta na Av.8
desta matrícula que nos autos do Processo nº 10004687820205020255, foi decretada a indisponibilidade
do imóvel desta matrícula. Consta na Av.9 desta matrícula que nos autos do Processo nº
10003671220185020255, foi decretada a indisponibilidade do imóvel desta matrícula. Consta na Av.10
desta matrícula que nos autos do Processo nº 10001157220195020255, foi decretada a indisponibilidade
do imóvel desta matrícula. MATRÍCULA Nº 58.492 DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DA COMAR-
CA DE GUAÍBA/RS - IMÓVEL: Uma fração de terras situada no lugar denominado BOM FIM, zona Urbana
do município de Guaíba/RS, com a área de 37.037.9910m², e a seguinte descrição: inicia-se a descrição
deste perímetro no vértice 1, de coordenadas nº 6.665.387,716m e E 464.161.906m; situado na divisa da
propriedade de Abel Santos da Silva e na divisa da propriedade de Transportes Cuello Ltda; deste, segue
confrontando com a propriedade de Transportes Cuello Ltda, com os seguintes azimutes e distâncias;
210°16’52’’ e 189,466m até o vértice 2, de coordenadas nº 6.665.224.100m e E 464.066,369m, situado na
divisa da propriedade de Transportes Cuello Ltda e, na divisa da propriedade do Condomínio Polo Industrial
Eólico de propriedade dos seguintes condôminos Engebasa Mecânica e Usinagem Ltda. e Wind Power
Energia S/A; deste, segue confrontando com propriedade do Condomínio Polo Industrial Eólico, com os
seguintes azimutes e distâncias: 215°55’52” e 20,074m até o vértice 3 de coordenadas N 6.665.207,845m
e E 464.054,589m; 260°04’15” e 27,032m até o vértice 4, de coordenadas nº 6.665.203,184 m e E
464.027,962m; 241°26’31” e 49,353m, até o vértice 5, de coordenadas nº 6.665.179,591m e E
463.984.614m; 290°49’29’’ e 92,647m at até o vértice 6, de coordenadas nº 6.665.212,528m e E
463.898,019m, situado na divisa da propriedade de Abel Santos da Silva; deste, segue confrontando com
Abel Santos da Silva, com os seguintes azimutes e distâncias; 28°45’24” e 276,835m até o vértice 7, de
coordenadas N 6.665.455,221m e E 464.031,202m, 117°18’55’’ e 147,107m até o vértice 1, ponto inicial
da descrição deste perímetro. Consta no R.2 desta matrícula que o imóvel desta matrícula foi dado em hi-
poteca a BADESUL DESENVOLVIMENTO S/A - AGÊNCIA DE FOMENTOS/RS. Consta na Av.4 desta matrí-
cula que nos autos do Processo nº 10000422220188260157, em trâmite na 1ª Vara Judicial do Foro da
Comarca de Cubatão/SP, foi decretada a indisponibilidade do imóvel desta matrícula. Consta na Av.6 desta
matrícula que nos autos do Processo nº 10001705720185020255, foi decretada a indisponibilidade do
imóvel desta matrícula. Consta na Av.7 desta matrícula que nos autos do Processo nº
10003662720185020255, foi decretada a indisponibilidade do imóvel desta matrícula. Consta na Av.8
desta matrícula que nos autos do Processo nº 10003163020205020255, foi decretada a indisponibilidade
do imóvel desta matrícula. Consta na Av.9 desta matrícula que nos autos do Processo nº
10004687820205020255, foi decretada a indisponibilidade do imóvel desta matrícula. Consta na Av.10
desta matrícula que nos autos do Processo nº 10003671220185020255, foi decretada a indisponibilidade
do imóvel desta matrícula. Consta na Av.11 desta matrícula que nos autos do Processo nº
10001157220195020255, foi decretada a indisponibilidade do imóvel desta matrícula. Valor de avaliação
deste lote: R$ 54.139.025,89 (cinquenta e quatro milhões, cento e trinta e nove mil, vinte e cinco reais
e oitenta e nove centavos) para outubro de 2023. Valor da Proposta na modalidade Stalking Horse
vinculante: R$ 15.000.000,00 (quinze milhões de reais).

Cubatão, 20 de dezembro de 2023.

Eu, _____________________, diretora/escrivã, conferi e subscrevi.

Dr. Gustavo Henrichs Favero

Juiz de Direito
C6 | Valor | Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Investimentos BB, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa e Santander cedem
espaço para casas independentes e ligadas a instituições menores
Assets de grandes bancos encolhem
e agora têm 47,9% do mercado
Adriana Cotias
De São Paulo
Num 2023 de resgates genera-
lizados nos fundos de investi-
mentos, os grandes bancos com
rede própria de agências perde-
ram participação de mercado em
relação a instituições menores e
assets independentes. Conforme
cálculos do Valor com base em
dados da Anbima, no top 5 do se-
tor bancário, que inclui as gesto-
ras de recursos do Banco do Bra-
sil, Bradesco, Caixa, Itaú Uniban-
co e Santander, a fatia combina-
da caiu de 50,1% para 47,9% em
relação a dezembro de 2022.
Ano a ano, os conglomerados
financeiros vêm cedendo espaço
para casas abaixo das primeiras
colocações no ranking. Em
2020, a parcela conjunta era de
54,4%. Isso não significa que o
dinheiro saiu dessas institui-
ções, já que são elas as maiores
emissoras de instrumentos de
dívida, incluindo títulos isentos,
que roubaram a cena em 2023.
Entre as assets ligadas às
maiores plataformas de investi-
mentos, caso de BTG Pactual e
XP, a participação subiu de 5,4%
para 7,1% entre um exercício e
outro, com destaque para o cres-
cimento de quase R$ 85 bilhões
no patrimônio da gestora do
BTG, a R$ 366,9 bilhões. O banco
atraiu R$ 45,7 bilhões no ano
passado e passou a ocupar a
quinta posição no ranking da
Anbima, à frente da Santander
Asset, com R$ 326,4 bilhões.
Entre os bancões, o saldo entre
aplicações e resgates em 2023 foi
negativo em R$ 191,6 bilhões,
com o Bradesco sendo o único a
apresentar captação líquida de fa-
to, com R$ 13,2 bilhões. Mas a Ki-
nea, gestora na qual o Itaú detém
80% de participação e que usa a
distribuição das agências dele e a
plataforma íon, correu por fora,
tendo atraído R$ 51,8 bilhões no
ano passado, com seu patrimônio
chegando a R$ 139,4 bilhões. Su-
biu assim cinco posições no ran-
king, para a décima colocação.
Sicredi (R$ 22,6 bilhões), Reag
Investimentos e Reag Gestão (to-
tal de R$ 20,1 bilhões) e Oppor-
tunity (R$ 20,8 bilhões), com
empurrão de um fundo exclusi-
vo de ações, também foram des-
taque de captação. No universo
dos líquidos, a lista inclui ainda
SulAmérica (R$ 6,7 bilhões), Sa-
Kinea se destaca em ano difícil para o segmento
De São Paulo
O ano de 2023 foi o melhor na
história da Kinea Investimentos,
segundo Marco Freire, sócio e
gestor de fundos líquidos da as-
set. A gestora captou R$ 51,8 bi-
lhões num período de resgates
expressivos para o setor de fun-
dos. O patrimônio cresceu 89,2%
em 12 meses e chegou a R$ 139,4
bilhões em dezembro. É um mo-
vimento que chama a atenção,
sobretudo, quando se compara
com o fluxo da gestora do Itaú
Unibanco, que detém participa-
ção de 80% na asset, e exibiu res-
gates líquidos de R$ 62,2 bilhões.
A Kinea não sofreu a sangria
de mercado que se observou na
renda fixa após os eventos de
crédito com Americanas e Light
e tinha na oferta uma grade am-
pla, desde carteiras atreladas ao
CDI, a fundos de crédito referen-
ciados ao IPCA e com volatilida-
de baixa, descreve Freire. “Era
uma pegada que poucas inde-
pendentes, não ligadas a gran-
des bancos, tinham. Há muitos
gestores dedicados a multimer-
cados, ações, mas pouquíssi-
mos à renda fixa”, afirma.
Ele conta que desde que se jun-
tou ao time da Kinea, nove anos
atrás, a visão era que a gestão não
deveria depender apenas dos mo-
vimentos locais de juros, sempre
recorrendo a ativos internacio-
fra (R$ 6,5 bilhões) e Mapfre In-
vestimentos (R$ 2,6 bilhões)
Entre as independentes, no-
mes emblemáticos da gestão de
recursos encolheram de tama-
nho e também cederam partici-
pação, caso da Verde, com resga-
tes líquidos de R$ 12,0 bilhões,
SPX Capital (R$ 11,7 bilhões),
JGP (R$ 2,2 bilhões) e Ibiuna In-
vestimentos (10,1 bilhões).
Assim como em 2022, o ano de
2023 foi desafiador para os fun-
dos de maior risco, como multi-
mercados e ações, enquanto a
renda fixa praticamente ficou no
zero a zero no mercado em geral,
diz Bruno Funchal, executivo-che-
fe (CEO) da Bradesco Asset Mana-
gement. “Quando se olha para os
principais players, os grandes
bancos tiveram um ano bem difí-
cil, ainda com perda. No nosso ca-
so, especificamente, teve o benefí-
cio de ter boa reputação na previ-
dência e na renda fixa”, afirma.
Segundo Funchal, a gestora se
destacou em performance em
carteiras com crédito e “não so-
freu com as principais situações
de crise no mercado”, prossegue.
“Com o evento de crédito de
Americanas e Light, a cota não
foi afetada. A asset foi muito be-
neficiada nesse segmento, aju-
dou muito ao longo do ano. Os
principais bancos perderam
participação, a gente ganhou.”
Mesmo quando se olha para as
assets menores e independentes,
qualquer incremento de partici-
pação foi marginal porque o ano
foi de migração para papéis in-
centivados, drenando recursos
da indústria de fundos como um
todo, diz o executivo da Bradesco
Asset. “O juro alto paga mais pa-
ra ativos com menos risco, hou-
ve muita volatilidade durante o
ano e o benefício tributário afe-
tou o setor como um todo.”
Com o ciclo de queda da Selic,
Funchal avalia que pode haver al-
“Na hora em que o
mercado passa
por eventos de
volatilidade é
preciso estar
perto do cliente”
Mario Perrone
Marco Freire, sócio da Kinea: “Há muitos gestores dedicados a multimercados, ações, mas pouquíssimos à renda fixa”
nais para montar as estratégias. E
o fato de os fundos apresentarem
bom desempenho num ano in-
glório para o setor ajudou a atrair
dinheiro novo. Após estourar o
episódio com a Americanas, o cai-
guma mudança do investidor na
tomada de risco, mas talvez isso fi-
que mais claro a partir do segundo
semestre. “Vamos continuar en-
frentando a concorrência interna
da tesouraria, das emissões de LIG
[letras imobiliárias garantidas] e
mesmo de outros fundos porque
o Bradesco tem plataforma aber-
ta [a produtos de terceiros].”
Apesar de dois anos seguidos de
resgates líquidos expressivos, de
quase R$ 200 bilhões, e com a mul-
tiplicação de gestoras indepen-
dentes de 2016 para cá, a fatia da
BB Asset não mudou muito, quan-
do se observa uma série histórica
longa, segundo Mario Perrone, o
diretor comercial e de produtos da
maior gestora de recursos do Bra-
sil. A casa encerrou 2023 com qua-
se R$ 1,5 trilhão de patrimônio,
um crescimento anual de 7,1%.
“Mesmo num período em que
o número de competidores au-
mentou de forma exponencial, a
BB Asset conseguiu manter cerca
de 20% ‘flat’ [estáveis] de market
share”, afirma Perrone, acrescen-
tando que dez anos atrás o mer-
cado brasileiro contava com 240
assets e hoje são quase 1 mil.
“A concorrência aumentou com
várias butiques ultra-especializa-
da, houve mudança de perfil de
cliente, que ficou mais desbanca-
rizado, buscando mais informa-
ções, além do advento das plata-
formas de investimentos. Dentro
dos incumbentes, o BB foi um
player que conseguiu resistir, se-
ria natural perder mais participa-
ção e não tem acontecido isso.”
Por ser uma gestora gigante,
Perrone diz haver “várias assets
dentro do negócio”, de forma seg-
mentada. Ele conta que no varejo,
a BB Asset captou R$ 4,8 bilhões
no ano passado, na alta renda fo-
ram quase R$ 3 bilhões e em pe-
quenas e médias empresas entrou
outro R$ 1 bilhão. Regimes Pró-
prios de Previdência Social (RPPS)
e a previdência complementar
também contribuíram para man-
ter o bolo, com R$ 3,2 bilhões e
R$ 5 bilhões, respectivamente.
Houve algumas saídas no ‘pri-
vate banking’, mas o destaque ne-
gativo ficou com o segmento de
grandes empresas. “Mas o recurso
não saiu nem para outros produ-
tos bancários, foi para eventos de
mercado de capitais, para M&A
[fusões e aquisições], faz parte
do business”, afirma Perrone.
O executivo afirma que além da
xa estava cheio para aproveitar
oportunidades no crédito.
As ideias de investimentos par-
tem de um grupo de analistas e
gestores e as posições são empaco-
tadas em produtos diferentes con-
amplitude de produtos, o banco
tem investido na proximidade
com o investidor e na qualificação
dos profissionais nos diversos ca-
nais e que ter capilaridade física
ainda é um diferencial. “Qualquer
asset independente pagaria caro
para ter a rede que o Banco do Bra-
sil tem. Quando está tudo bem, be-
leza; mas na hora em que o mer-
cado passa por eventos de volati-
lidade é preciso estar perto do
cliente. Ter a rede de agências, a
estratégia bem posicionada, qua-
lificação e portfólios para todos
os cenários faz toda diferença.”
A gestora do BB tem ampliado
a grade de fundos listados em
bolsa com carteiras com ativos
imobiliários e de índices (ETF).
Tem ainda investido em parce-
rias estratégicas com assets espe-
cializadas, como a selada com a
Trígono Capital no ano passado,
e a recente associação com a JGP
para criar uma gestora dedicada
a investimentos sustentáveis.
Na Santander Asset, 2023 não
foi muito diferente do ano ante-
rior, com os títulos com benefí-
cio fiscal ocupando espaço dos
fundos na carteira dos investido-
res, diz Rudolf Gschliffner, chefe
de produtos da gestora. “Os juros
em patamares elevados, quando
casados com a isenção são imba-
tíveis”, diz. “E do outro lado, o
mercado foi bastante volátil.”
Além da cena internacional
cheia de obstáculos, os eventos de
crédito no Brasil atrapalharam a
performance dos portfólios de
renda fixa, considerados um por-
to seguro para o investidor. No
fim do ano, os resgates foram
acelerados por alguns fatores
como a tributação dos fundos fe-
chados exclusivos/restritos, que
passarão a pagar imposto neste
ano, prossegue Gschliffner.
Para 2024, o executivo diz ter
um cenário construtivo, tanto no
Brasil quanto no exterior. Espera
um crescimento moderado das
economias desenvolvidas, sem re-
cessão. O ciclo de relaxamento mo-
netário pode começar nos Estados
Unidos e vai ter continuidade no
Brasil. O país também é um dos
candidatos a receber o fluxo de ca-
pital externo entre emergentes.
É um ambiente que, a se con-
firmar, pode se traduzir em reto-
mada de captação para as cartei-
ras de crédito privado e reacen-
der o interesse dos investidores
para multimercados e ações, es-
ROGERIO VIEIRA/VALOR
forme o mandato, relata Freire.
Se 17 anos atrás havia quem
estranhasse a participação de
um grande banco numa asset in-
dependente, esse caminho ga-
nhou recorrência nos últimos
O pedaço das grandes gestoras
Evolução de patrimônio, fatia de mercado e captação
Patrimônio Participação de Captação
(R$ bilhões) mercado (%) (R$ bilhões)
2020
BB DTVM S.A. 1.173,25 20,2% 80,17
Itaú Unibanco S.A. 752,19 12,9% -60,59
Bradesco 529,08 9,1% -52,68
Caixa 412,10 7,1% 22,27
Banco Santander (Brasil) S.A. 295,46 5,1% -6,35
Total Top 5 3.162,07 54,38% -17,17
Total setor 5.814,78 167,19
2021
BB DTVM S.A. 1.364,29 20,6% 137,90
Bradesco 540,61 8,1% -10,86
Itaú Unibanco S.A. 493,74 7,4% -277,31
Caixa DTVM 437,93 6,6% 433,27
Banco Santander (Brasil) S.A. 300,78 4,5% -7,65
Itaú Unibanco Asset Management Ltda. 292,19 4,4% 288,80
Total Top 5 3.429,53 51,67% 564,15
Total setor 6.637,13 370,12
2022
BB Asset Management 1.398,98 19,5% -117,36
Itaú Asset Management Ltda. 836,39 11,7% -39,61
Bradesco 569,23 7,9% -33,30
Caixa Asset 481,65 6,7% -9,87
Banco Santander (Brasil) S.A. 306,80 4,3% -20,89
Total Top 5 3.593,04 50,12% -221,03
Total setor 7.168,99 -138,07
2023
BB Asset Management 1.497,98 18,6% -81,75
Itaú Asset Management 878,64 10,9% -62,15
Bradesco 659,22 8,2% 13,21
Caixa Asset 502,16 6,2% -42,36
Banco Santander (Brasil) S.A. 326,43 4,0% -18,51
Total Top 5 3.864,44 47,91% -191,57
Total setor 8.066,70 -137,74
Fonte: Anbima/ Valor
pecialmente a partir do segundo enxurrada de isentos, “uma ja-
semestre. “Por mais que caia o buticaba” brasileira, era menor.
CDI, na média do ano, ainda vai “No sentido dos investidores,
ser próximo a 10%. “Quando se acabou tendo uma certa decep-
olha para o histórico, momentos ção com esses retornos e fez com
de queda de juros não só favore- que os investimentos isentos au-
cem ativos risco, mas também mentassem, é natural que hou-
para o fluxo de mercado e os ges- vesse uma migração”, diz.
tores capturaram o movimento.” Em quase três décadas, o mul-
Gustavo Pires, sócio e diretor- timercado liderado pelo gestor,
executivo responsável por serviços nunca teve mais de três anos
de gestão de recursos e segurida- abaixo do CDI e em 2023 foi um
de da XP, acha que 2024 tende a dos destaques de desempenho
marcar a volta do investidor para entre os grandes multimerca-
fundos de maior risco. A queda da dos. “O que aconteceu é que nos
Selic, combinada com menor ro- últimos anos não foi tão acima
lagem dos títulos bancários do CDI como gostaria, deu
isentos, pode favorecer o fluxo CDI+1%, +1,5%, numa média
para as assets independentes. móvel de quatro, cinco anos.”
Para Luis Stuhlberger, CEO e Ele lembra que de 2010 a 2016,
CIO da Verde, durante muito 2017 a indústria praticamente se
tempo a classe dos multimerca- dividia entre fundos de renda fixa,
dos performou bem acima do multimercados e ações. “Aí come-
CDI, então a preocupação com a çaram a surgir os fundos de crédito
‘high grade’ [de melhor qualida-
de], os fundos de crédito de dis-
“Juro alto paga tressed [ativos estressados], come-
çou a ter fundos de ‘special sits’ [si-
mais para ativos tuações especiais], de debêntures
de infraestrutura, muitas outras
com menos risco e o opções, além dos fundos imobiliá-
benefício tributário rios que tiveram captações impor-
tantes. Então é meio natural que
afetou o setor aquela ‘asset class’ que era muito
grande, acabasse diminuindo
como um todo” um pouco e o investidor diversi-
ficando com toda essa série de
Bruno Funchal fundos, e muitos deles isentos.”
anos, com a associação de gesto- de fluxo deste ano [2023] não
ras a distribuidores como XP, deve se repetir”, comentou.
BTG e o próprio Itaú. “Virou qua- “A indústria de retorno absoluto,
se padrão, com várias gestoras os multimercados etc tiveram
com uma parte da sociedade na saídas recordes, com a dificul-
mão de um grande banco. Isso dade de performance dos fun-
ajuda no canal de distribuição, é dos, muitos ficaram abaixo da
importante para a resiliência do linha d’água.” Com o rali do fim
negócio. Um parceiro forte ajuda do anos, os fundos apresenta-
no momento mais difícil.” ram performance mais satisfa-
Apesar de o Itaú ser majoritário tória. Mas 2024 não começou
na Kinea, a governança permite bem para a indústria.
que a casa atue com liberdade e Mal ou bem, Constantini disse
tem participação nos lucros maior que a Itaú Asset conseguiu man-
do que o equivalente de capital ter a estrutura do multimesas
dos minoritários que estão na com R$ 100 bilhões. É nela que a
operação. Esse tipo de alinhamen- instituição acomoda perfis dife-
to é importante para reter os pro- rentes de gestores que alimen-
fissionais no longo prazo. tam as estratégias do multimer-
Hoje, os fundos da asset estão cado global e que podem ganhar
distribuídos em diversas plata- vida própria. No ano passado, a
formas, como XP e BTG, na plata- Itaú Asset atraiu o ex-Banco Cen-
forma íon, do próprio Itaú, além tral Bruno Serra, para comandar
do Safra. Ou seja, não há depen- a equipe do multimercado Janei-
dência do canal do sócio, diz ro. Assumiu ainda parte da equi-
Freire. Não fosse isso não teria pe da Garde Asset Management,
escalado o seu patrimônio. que vai encerrar suas atividades
Com R$ 878 bilhões sob o seu e que na instituição será coman-
guarda-chuva, o Itaú mantém o dada por Marcio Georgetti. (AC)
posto de maior gestora de recur-
sos entre os bancos privados. Em
dezembro, em entrevista à im-
89,2%
prensa Carlos Constantini, mem-
bro do comitê executivo e diretor
responsável pela divisão que en-
globa gestão de recursos, de rique- foi o crescimento
za e serviços, disse esperar que em 12 meses do
2024 seja melhor para o setor.
“Com os juros caindo, a saída patrimônio da Kinea
Juizados Especiais
Cliente que sofreu
lesões em aparelho
de academia será
indenizada
valor.globo.com/legislacao
Valor E
Terça-feira, 30 de janeiro de 2024
Tributário União venceu 16 importantes casos, quatro deles com impacto total de R$ 62,4 bilhões
Contribuintes saíram derrotados na maioria
dos julgamentos do Supremo e STJ em 2023
Beatriz Olivon
De Brasília
A União venceu, em 2023, pelo
menos 16 importantes julgamen-
tos no Supremo Tribunal Federal
(STF) e no Superior Tribunal de Jus-
tiça (STJ). Em apenas quatro, o im-
pacto estimado é de R$ 62,4 bi-
lhões. O de maior valor é o que trata
da tributação de incentivos fiscais
de ICMS: R$ 47 bilhões em jogo.
Se a conta incluir discussões en-
volvendo tributos estaduais e mu-
nicipais, o placar de 2023 fica ain-
da pior para os contribuintes. Le-
vantamento do escritório Macha-
do Associados indica 34 vitórias de
entes públicos — entre eles a União
— em 49 julgados nos tribunais su-
periores. São casos analisados em
recursos repetitivos, repercussões
gerais ou considerados relevantes
pelos especialistas do escritório.
“O saldo não é nada positivo pa-
ra os contribuintes, que inclusive
tiveram algumas expectativas frus-
tradas”, afirma Renato Silveira, só-
cio do Machado Associados. Ele ci-
ta como exemplos os julgamentos,
no STF, sobre a exclusão do ICMS do
cálculo do Imposto de Renda (IRPJ)
e da CSLL no lucro presumido e a
“quebra” de decisão definitiva — a
relativização da “coisa julgada”.
Entre os casos que envolvem os
Estados, o advogado destaca a au-
torização para cobrança do dife-
rencial de alíquotas (Difal) do
ICMS em 2022 — contribuintes de-
fendiam 2023. O impacto foi esti-
mado inicialmente pelos Estados e
Distrito Federal em R$ 9,8 bilhões
— valor referente à perda de arre-
cadação de todo o ano de 2022.
Considerando apenas as reper-
cussões gerais no Supremo, os con-
tribuintes conseguiram vencer só
4 de 14 julgamentos realizados —
envolvendo todos os entes. Nos ca-
sos sem repercussão geral, ganha-
ram em apenas 3 de um total de 8.
Em um deles, os ministros decidi-
ram que planos de saúde, meios de
pagamento, administração de fun-
dos, consórcio e leasing deveriam
continuar pagando ISS para os mu-
nicípios onde estão instalados
(ADPF 499 e ADIs 5835 e 5862).
No STJ, “o contribuinte sofreu
mais”, segundo Silveira. Dentre se-
te casos julgados como repetitivo,
venceu dois. Em outros 20 julga-
mentos considerados relevantes —
sem o status de repetitivo —, obte-
ve vitória em apenas seis.
Ano de 2024 terá modulação e recursos repetitivos
De Brasília
Advogados e procuradores
aguardam, neste ano, julgamentos
tributários de peso nos tribunais
superiores. No Supremo Tribunal
Federal (STF), há especial atenção
para a finalização de casos que já
tiveram o mérito julgado. Já no Su-
perior Tribunal de Justiça (STJ), o
destaque são os recursos repetiti-
vos, que formarão precedentes a
serem seguidos pelas instâncias
inferiores do Judiciário.
Por parte da Procuradoria-Geral
da Fazenda Nacional (PGFN) há a
expectativa com relação à modula-
ção de efeitos da decisão sobre a
contribuição previdenciária sobre
terço de férias — o impacto do mé-
rito foi estimado pela Fazenda em
R$ 43,5 bilhões (RE 1072485). No
Procurador Paulo Mendes: “É positivo para o país que o Estado brasileiro tenha suas políticas tributárias ratificadas pelo Judiciário”
Um deles foi considerado uma
grande vitória por especialistas. Os
contribuintes conseguiram vencer
o primeiro julgamento sobre ágio
no STJ (REsp 2026473). A questão
foi analisada em setembro pela 1ª
Turma. A decisão foi unânime.
Os contribuintes, porém, saíram
derrotados no STJ em uma impor-
tante questão. Em abril, a 1ª Seção
autorizou a União a tributar em-
presas que recebem incentivos fis-
cais de ICMS, o que pode gerar um
impacto positivo de R$ 47 bilhões
por ano na arrecadação, segundo
estimativas da Receita Federal.
Antes do julgamento, a Fazen-
da Nacional enfrentava dificul-
“No Superior
Tribunal de Justiça,
o contribuinte
sofreu mais”
Renato Silveira
ano de 2020, o STF decidiu que in-
cide o tributo, mas em 2023 os pro-
cessos sobre o tema foram suspen-
sos até o Supremo definir o limite
temporal da decisão.
Outro recurso aguardado, no
STF, refere-se ao julgamento sobre
a tributação de receitas financeiras
de bancos e seguradoras.
“A questão das teses filhote
também será um ponto de aler-
ta”, afirma Rodrigo Fragoas, ad-
vogado do Daudt, Castro e Gal-
lotti Olinto Advogados, em refe-
rência a processos que discutem
um tributo na base de outro, co-
mo o ICMS na base do PIS e da Co-
fins, a “tese do século”. Para ele,
eventual definição sobre as teses
filhotes pode dar um norte ao
Congresso do que o STF pensa.
Em relação ao STJ, a advogada
dade com o assunto no STJ. Havia
precedente contra a tributação
de crédito presumido e era apli-
cado pelo tribunal para diferen-
tes incentivos, segundo o procu-
rador Thiago Silveira, que coor-
dena a atuação da PGFN no STJ.
“No começo os ministros não es-
tavam considerando que eram be-
nefícios diferentes”, afirma. Quando
os incentivos em geral foram julga-
dos, a PGFN conseguiu manter a tri-
butação, desde que seguidos alguns
critérios. Os contribuintes ainda
questionam a extensão da vitória,
por causa da redação da decisão e
pediram esclarecimentos em em-
bargos de declaração (REsp
1945110 e REsp 1987158).
A PGFN não entrou com recurso.
“Para nós, a decisão está clara. Mas
considerando os argumentos leva-
dos pelos contribuintes, fizemos al-
gumas ponderações”, diz o procura-
dor. Já no julgamento sobre crédito
presumido, foi apresentado recurso
— e a procuradoria destaca a mu-
dança na composição da 1ª Seção.
tributarista Fernanda Secco, do
Velloza Advogados, destaca dez
assuntos que aguardam análise
sobre afetação como recurso re-
petitivo. Os casos já têm relator, o
passo seguinte será ter a resposta
se foi acolhido como tema repre-
sentativo de controvérsia ou não.
A advogada aponta, como
exemplo, o processo sobre a possi-
bilidade de incidência do PIS e da
Cofins sobre os valores de juros,
calculados pela taxa Selic, recebi-
dos em decorrência de repetição
de indébito tributário, na devolu-
ção de depósitos judiciais ou nos
pagamentos efetuados por clien-
tes em atraso (REsp 2065817/RJ).
Fernanda considera essa uma
tese filhote da decisão do STF que
vetou a incidência do IRPJ e da
CSLL sobre tais valores. “A discus-
Opinião Jurídica
Estruturas
jurídicas no
mercado livre
de energia
E2
No colegiado, os contribuintes
também foram derrotados na dis-
cussão sobre a exclusão do ICMS
do cálculo do IRPJ e da CSLL no lu-
cro presumido (REsp 1767631). O
impacto é estimado em R$ 2,4 bi-
lhões. Outro precedente relevante
no STJ, mas sem estimativa de im-
pacto, autorizou a incidência de
Imposto de Renda e CSLL sobre
correção monetária de aplicações
financeiras (REsp 1986304).
“O ano de 2023 foi muito positi-
vo. Mas a Fazenda deve ganhar
mais [que o contribuinte] mesmo.
A edição de instrumento normati-
vo passa pelo crivo de vários ór-
gãos jurídicos. É de se esperar que,
com todo esse aparato para a pro-
dução da norma, esteja dentro da
legalidade”, afirma o procurador.
Entre as derrotas, além do ágio,
a PGFN destaca que a 1ª Turma
passou a seguir o entendimento
da 2ª Turma e considerar que os
pagamentos acumulados de ju-
ros sobre capital próprio (JCP),
que incluem valores referentes a
são da controvérsia é muito im-
portante e, apesar de contar com
precedentes desfavoráveis ao con-
tribuinte, segue o mesmo racional
da tese firmada pelo STF”, afirma.
Também é destaque no STJ, es-
te ano, a inclusão do ISS na base
de cálculo do IRPJ e da CSLL no lu-
cro presumido. O tema é aguar-
dado porque o STJ decidiu em
2023 que o ICMS compõe a base
(REsp 2089298).
Já a PGFN destaca quatro temas
dentre os que aguardam definição
de afetação no STJ. Um deles é jus-
tamente a inclusão do ISS na base
de cálculo do IRPJ e CSLL apurados
pelo lucro presumido. Os outros
são a liquidação do seguro garan-
tia antes do trânsito em julgado
(REsp 2077314), a exigência de
certidão negativa de débitos para a
TJPB
Corte nega
recurso de grávida
após laqueadura
valor.globo.com/
legislacao
& Tributos SP
DIVULGAÇÃO
anos anteriores, podem ser dedu-
zidos da base de cálculo do IRPJ e
da CSLL (REsp 1971537).
No STF, o grande julgamento do
ano na Corte tratou da possibilida-
de de “quebra” de decisões defini-
tivas, segundo advogados e o coor-
denador da atuação da PGFN na
Corte, Paulo Mendes. Em fevereiro,
os ministros definiram que sen-
tenças tributárias dadas como de-
finitivas deixam de ter efeito sem-
pre que houver um julgamento
posterior na Corte em sentido con-
trário (RE 955227 e RE 949297).
“Foi muito importante porque
diz respeito ao sistema tributário
como um todo. Não é pró-Fazen-
da ou pró-contribuinte, pode se
aplicar para os dois”, afirma
Mendes. Ainda está pendente pe-
dido de modulação de efeitos
(RE 949.297 e RE 955.227).
O limite da coisa julgada é muito
relevante e, economicamente, deve
garantir uma quantia importante
para os cofres públicos, projeta o
advogado Rafael Bragança, sócio
concessão de recuperação judicial
e a incidência de PIS e Cofins sobre
vendas de origem nacional para
empresas situadas na Zona Franca
de Manaus (REsp 2093052).
Quanto à liquidação antecipa-
da do seguro garantia, esta nun-
ca foi uma prática indiscrimina-
da da PGFN, segundo o procura-
dor Thiago Silveira. “O seguro ga-
rantia tem algumas cláusulas e a
antecipação era solicitada quan-
do a cláusula do sinistro ocorria”,
diz. Mas o Congresso Nacional
decidiu de forma contrária à li-
quidação, o que deixou algumas
dúvidas na prática, acrescenta
ele. “O que acontece com as liqui-
dações que ocorreram antes?
Nossa discussão agora é em tor-
no disso. Acredito que o tema
ainda pode voltar.” (BO)
PGR
Não há vínculo
entre motoristas
e aplicativos
valor.globo.com/
legislacao
do Daudt, Castro e Gallotti Olinto
Advogados e Rodrigo Fragoas. Não
há uma estimativa do impacto, se-
gundo o procurador Paulo Men-
des, mas um levantamento apenas
sobre multas aplicadas pela Recei-
ta Federal, em uma tese tributária,
aponta R$ 1 bilhão.
Em 2023, o STF também encerrou
uma disputa grande com os bancos.
Validou a incidência de PIS e Cofins
sobrereceitasfinanceirasdeinstitui-
ções financeiras (RE 609096). Em
conjunto foi julgada a cobrança das
contribuições sociais sobre os valo-
res de prêmios de seguros (RE
400479). Apesar da decisão favorá-
vel à tributação dos prêmios, contri-
buintes levantam dúvida sobre a tri-
butação das reservas técnicas.
Para os bancos, a União aponta
impacto de R$ 115 bilhões mas, se-
gundo fonte ouvida pelo Valor, o va-
lor não seria tão alto e estaria mais
próximo do estimado pela Federa-
ção Brasileira de Bancos (Febraban),
de R$ 12 bilhões. Esse montante leva
em consideração que alguns bancos
estavam pagando os tributos ou de-
sistiram da discussão.
“É positivo para o país que o Esta-
do brasileiro tenha suas políticas tri-
butárias ratificadas pelo Judiciário”,
afirma o procurador Paulo Mendes.
Segundo ele, é um recado para as
empresas de que o Estado vem agin-
do dentro da legalidade e da Consti-
tuição. “Imagine se metade dos tri-
butos brasileiros fossem inconstitu-
cionais. Seria um caos o país.”
Entre os julgamentos relevantes
do ano de 2023, no STF, estão alguns
que não têm estimativa de valor de
impacto. Um deles autorizou o uso
de medidas alternativas para asse-
gurar o cumprimento de ordem ju-
dicial — como apreensão de Carteira
Nacional de Habilitação (CNH) e de
passaporte(ADI5941).Namesmali-
nha, em 2023, o STF se manifestou a
favor do desempate pelo voto de
qualidade no Conselho Administra-
tivo de Recursos Fiscais (Carf).
Apesardosvaloresindicadospara
os casos pelo governo, é muito difícil
saber com precisão o ingresso efeti-
vo de receita decorrente desses jul-
gamentos nos tribunais superiores,
segundo Vilma Pinto, da Instituição
FiscalIndependente(IFI).Enoscasos
em que a União sai derrotada, acres-
centa, além do passivo relacionado
àquela disputa, pode haver efeito na
arrecadação — como ocorreu com a
retirada do ICMS da base de cálculo
do PIS e da Cofins.
DIVULGAÇÃO
“Dez assuntos
aguardam análise
sobre afetação como
repetitivo no STJ”
Fernanda Secco
E2 | Valor | São Paulo | Terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Legislação&Tributos SP

Estruturas
C
onsumidores de base de clientes do parceiro Quanto à estrutura jurídica, por referência um valor ser tomadas as devidas
energia elétrica de (incluindo empresas de não há uma resposta genérica fechado ou um percentual da precauções do ponto de vista
alta tensão com telecomunicações, de sobre a melhor alternativa remuneração paga pelos concorrencial, considerando,
jurídicas no carga menor que
500 kW possuem
tratamento de água e
esgoto, instituições
disponível — ela depende da
avaliação de diversos fatores,
serviços prestados, (b) variável,
a depender do cumprimento de
exemplificativamente, os riscos
de gun jumping resultantes de

mercado livre
mais uma alternativa em financeiras, dentre outras). dentre os quais os riscos/retornos determinadas metas, ou (c) um eventual contrato
relação ao tradicional mercado Se por um lado há consenso almejados, a governança combinada entre fixa e variável. associativo ou de uma joint
cativo e à geração distribuída: que essas parcerias tendem a corporativa e as sinergias Já a remuneração na estrutura venture, bem como condutas

de energia fazer parte do mercado livre de

energia, nos modelos de
autoprodução ou
crescer nos próximos anos,
pelo menos dois aspectos ainda
são controversos — um de
resultantes da parceria. Esse é,
aliás, um típico dilema jurídico
de parcerias, que, no mercado de
societária depende, a rigor, da
capacidade da empresa-veículo
de gerar lucros, cuja
que podem ser enquadradas
como outras infrações
concorrenciais. A aprovação
comercialização bilateral. natureza regulatória e outro energia, já é enfrentado na distribuição como dividendos concorrencial, se necessária,
Opinião Jurídica Graças à Portaria nº 50/2022,
do Ministério de Minas e
de natureza comercial.
Do ponto de vista
própria geração distribuída e
também nas diversas
será deliberada pelos sócios.
Podem ser adotados
será uma condição precedente
à consumação da parceria, bem
Energia (MME), parcerias entre regulatório, uma preocupação modalidades de autoprodução. mecanismos de ajuste da como outras eventuais
comercializadoras de energia e é com o agravamento da A estrutura contratual para remuneração baseados em uma aprovações regulatórias que
Fabio Appendino, empresas dos mais variados sobrecontratação das projetos voltados ao mercado livre avaliação dinâmica de risco de exijam anuência prévia.
segmentos de atividade têm distribuidoras que possuem propicia menores custos de crédito e inadimplência. Nesse Em um momento de inclusão
Vitor S. de Mello sido realizadas no contexto da contratos de compra de energia transação em aspectos sentido, possíveis instrumentos de novos consumidores e
e Rodrigo Dias abertura do Ambiente de
Contratação Livre (ACL) para
para atender o mercado cativo
que atualmente é integrado
substanciais da parceria, como, por
exemplo, a economia de custos
incluem a análise prévia de
crédito de consumidores, a
perspectivas favoráveis ao
mercado livre de energia, é
atender esse novo público-alvo pelos consumidores de baixa associados a uma estrutura de proporcionalidade entre a fundamental que os
do segmento de alta tensão, tensão e também pelos governança independente (i.e., remuneração do parceiro e a investidores interessados em
cujo potencial de migração consumidores de alta tensão diretoria, conselho de qualidade do perfil de estabelecer parcerias
para o ambiente livre é de com consumo inferior a administração, auditoria, etc) e a crédito, e o desconto da comerciais analisem qual é o
aproximadamente 70 mil 500kW. Outro ponto de simplificação de aspectos de remuneração do parceiro modelo de negócios mais
unidades consumidoras, que atenção se refere à questão da integração (i.e., sistemas conforme a inadimplência. adequado à sua realidade e
somadas àquelas que já estão segurança de mercado, uma vez operacionais, contábeis e Os mecanismos de estejam munidos das
no mercado livre responderiam que esses novos consumidores financeiros, etc). Por isso, ela pode indenização também devem ferramentas jurídicas
por cerca de 48% do consumo deverão ser representados na ser utilizada em estágios mais refletir a alocação de riscos, necessárias para mitigar riscos.
de energia do país. CCEE por comercializadores incipientes da parceria, seja em sobretudo consumeristas, que
As obrigações de cada parceiro varejistas, sendo desejável o projetos-piloto ou na fase inicial de podem resultar em Fabio Appendino, Vitor S. de Mello e
devem estar bem delimitadas nos aperfeiçoamento de regras implementação de uma futura responsabilidade objetiva e Rodrigo Dias são, respectivamente,
instrumentos jurídicos da prudenciais para evitar que as estrutura societária mais robusta. solidária dos parceiros. No caso sócios e associado de Rolim, Goulart,
operação, seja ela contratual ou comercializadoras tomem O mecanismo de da estrutura societária, Cardoso Advogados
societária, para regular o riscos que possam afetar o remuneração da parceria deve contingências trabalhistas e
fornecimento de energia, a equilíbrio do mercado. refletir adequadamente a tributárias também são da Este artigo reflete as opiniões do autor,
representação do consumidor Já comercialmente, a discussão alocação de riscos estabelecida, essência da negociação, por e não do jornal Valor Econômico.
perante a Câmara de gira em torno da escolha da observadas as particularidades geralmente comporem parcela O jornal não se responsabiliza e nem
Comercialização de Energia estrutura jurídica mais adequada de cada estrutura jurídica. A expressiva das obrigações pode ser responsabilizado pelas
Elétrica (CCEE) pela para a implementação estrutura contratual permite ao da empresa-veículo. informações acima ou por prejuízos
comercializadora e a captação de do modelo de negócios: parceiro receber uma Por fim, independentemente de qualquer natureza em decorrência
novos consumidores a partir da contratual ou societária. contraprestação (a) fixa, tendo da estrutura adotada, devem do uso dessas informações

4ª Vara Judicial do Foro da Comarca de Cubatão/SP

CENTRO DE TECNOLOGIA DA MINISTÉRIO DA
EDITAL DE 1º, 2º e 3º LEILÃO da FALÊNCIA DE ENGEBASA – MECÂNI- INFORMAÇÃO RENATO ARCHER CIÊNCIA, TECNOLOGIA
CA E USINAGEM LTDA, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 44.952.703/0001- E INOVAÇÃO PR
O
•B IM
IA
R EX

95, na pessoa do Administradora Judicial ACFB ADMINISTRAÇÃO JUDICIAL LTDA - ME, inscrita no
AS T•
IL I A
• FI A N

CNPJ/MF sob o nº 22.159.674/0001-76; bem como do MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO

PAULO na pessoa de seu Procurador; e da PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO na
pessoa de seu Procurador; e dos credores hipotecários: BANCO ITAÚ S/A, inscrito no CNPJ/MF sob o
Companhia de Processamento de Dados
EXTRATO DE EDITAL DE CHAMAMENTO do Estado de São Paulo - PRODESP
nº 60.701.190/0001-04; BANCO DO BRASIL S/A, inscrito no CNPJ/MF sob o nº 00.000.000/0001-91. O
Dr. Gustavo Henrichs Favero, MM. Juiz de Direito da 4ª Vara Judicial do Foro da Comarca de Cubatão/ PÚBLICO Nº 001/2024 – CTI-TEC CNPJ 62.577.929/0001-35
SP, na forma da lei, FAZ SABER, aos que o presente Edital de 1º, 2º e 3º leilão dos bens da massa falida, Objeto: Chamamento Público para seleção de instituição que tenha interesse AVISO DE SUSPENSÃO SINE DIE
virem ou dele conhecimento tiverem e interessar possa, que por este Juízo processam-se os autos da Pregão Eletrônico nº 095/2023 - OC nº 513101510852023OC00191 -
Falência ajuizada por ENGEBASA - MECÂNICA E USINAGEM LTDA. - Processo nº 1000524- em celebrar ACORDO DE COOPERAÇÃO, sem transferência de recursos Operacionalização do Acordo AMAZON WEB SERVICES - AWS - PRO.00.7600 para
33.2019.8.26.0157 - Controle nº 190/2019, e que foi designada a venda dos bens descritos abaixo, de financeiros, com o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, visando o fornecimento de produtos e serviços da plataforma tecnológica AMAZON WEB
acordo com as regras expostas a seguir: DOS BENS - Os bens serão vendidos no estado em que se en- SERVICES - AWS. A Prodesp comunica a suspensão “sine die” do Pregão Eletrônico
a gestão operacional, administrativa, financeira e patrimonial do PARQUE nº 095/2023, para estudos internos.
contram, e os imóveis em caráter “AD CORPUS”. Todos os bens serão vendidos sem garantia, consti-
tuindo ônus da parte interessada verificar suas condições antes das datas designadas para as alienações TECNOLÓGICO CTI-TEC.
judiciais eletrônicas. DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL - O edital será publicado na rede mundial de compu- Edital e anexos: no sítio eletrônico do CTI (https://www.gov.br/cti/pt-br)
tadores, no sítio do leiloeiro www.megaleiloes.com.br, em conformidade com o disposto no art. 887, § Secretaria de Gestão e
2º, do CPC, inclusive as fotos e a descrição detalhada dos bens a serem apregoados. DA VISITAÇÃO - Os As propostas deverão ser apresentadas, juntamente com os respectivos Governo Digital

interessados em vistoriar os bens deverão enviar solicitação por escrito ao e-mail visitacao@megaleilo-
es.com.br. Cumpre esclarecer que cabe ao responsável pela guarda dos bens autorizar o ingresso dos
interessados, sendo que a visitação nem sempre será possível. Independente da realização da visita, a
arrematação será por conta e risco do interessado. DO LEILÃO - O Leilão será realizado por MEIO ELE-
TRÔNICO E PRESENCIAL, através do Portal www.megaleiloes.com.br, o 1º Leilão terá início no dia
07/02/2024 às 15:00h e se encerrará dia 22/02/2024 a partir das 15:00h, sucessivamente com inter-
valo de 30 segundos para cada lote, onde serão aceitos lances iguais ou superiores ao valor da avalia-
ção; não havendo lance, seguir-se-á sem interrupção o 2º Leilão, que terá início no dia 22/02/2024 às
15:01h e se encerrará no dia 08/03/2024 a partir das 15:00h, sucessivamente com intervalo de 30
segundos para cada lote, onde serão aceitos lances com no mínimo 50% (cinquenta por cento) do valor
da avaliação, não havendo lance, seguir-se-á sem interrupção o 3º Leilão, que terá início no dia
08/03/2024 às 15:01h e se encerrará no dia 25/03/2024 a partir das 15:00h, sucessivamente com in-
tervalo de 30 segundos para cada lote, onde serão aceitos os maiores lances ofertados, conforme
preceitua o §3º-A do art. 142 da Lei 11.101/05. DO CONDUTOR DO LEILÃO – O Leilão será conduzido
pelo Leiloeiro Oficial Sr. Fernando José Cerello Gonçalves Pereira, matriculado na Junta Comercial do
Estado de São Paulo – JUCESP sob o nº 844. DOS LANCES - Os lances poderão ser ofertados a partir do
dia e hora de início do leilão pela rede de internet, através do Portal www.megaleiloes.com.br, ou de viva
voz no dia do encerramento do leilão a partir das 14:00 horas no Auditório localizado na Alameda San-
tos, nº 787, 13º andar, conjunto 132 – Jd. Paulista – São Paulo/SP, em igualdade de condições. DOS
DÉBITOS - Os bens serão apregoados sem quaisquer ônus, os quais serão de responsabilidade da
massa falida, exceto se o arrematante for: I - sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo
falido; II - parente, em linha reta ou colateral, até o 4º (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do falido ou
de sócio da sociedade falida; III - identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a suces-
são (art. 141, II, § 1º, I, II e III, da lei nº 11.101/05). Em caso de Imóvel, o arrematante deverá arcar com
todos os custos relativos à transferência do bem para seu nome, tal como as despesas de ITBI - Impos-
to de Transmissão de Bens Imóveis e seu registro no RGI respectivo. Correrão, ainda, por conta do ar-
rematante as despesas e os custos relativos à desmontagem, remoção, transporte e transferência patri-
monial em caso de arrematação de bens móveis. DO PAGAMENTO: DA ARREMATAÇÃO - O arrematante
deverá efetuar o pagamento do preço dos bens arrematados, no prazo de 24h (vinte e quatro horas)
após o encerramento do leilão, através de guia de depósito judicial em favor do Juízo responsável, sob
pena de se desfazer a arrematação. Nos Lotes cujo valor de arrematação seja maior que R$ 300.000,00
(trezentos mil reais), o arrematante poderá depositar 10% (dez por cento) do valor da arrematação no
prazo de 24h (vinte e quatro horas) do encerramento do leilão para garantia do Juízo e a quitação do
preço da arrematação, ou seja, 90% (noventa por cento) deverá ocorrer em 24h (vinte e quatro horas)
após despacho de deferimento do lance pelo Juízo responsável. No caso de indeferimento do lance, o
valor depositado poderá ser levantando integralmente pelo arrematante. DA COMISSÃO - O arrematante
deverá pagar a comissão ao Leiloeiro Oficial no prazo de 24h (vinte e quatro horas) a contar do encerra-
mento do leilão, através de guia de depósito, que será enviada por e-mail, o valor correspondente a 5%
(cinco por cento) sobre o preço de arrematação dos bens. A comissão devida ao Leiloeiro Oficial não
está incluída no valor do lance e não será devolvida ao arrematante em nenhuma hipótese, salvo se a
arrematação for desfeita por determinação judicial por razões alheias à vontade do arrematante e, dedu-
zidas as despesas incorridas. DA PROPOSTA - Os interessados na aquisição do bem de forma parcelada,
deverão apresentar proposta enviando de forma detalhada sua intenção no e-mail proposta@megaleilo-
es.com.br (Art. 895, I e II, CPC). As referidas propostas serão apresentadas ao MM. Juízo respectivo,
caso o leilão se encerre negativo. No entanto caso o leilão se encerre positivo, as propostas apresenta-
das serão desconsideradas, vez que o pagamento à vista prevalece sob o pagamento parcelado. Em re-
sumo o interessado em adquirir o bem realizando o pagamento à vista, deve confirmar o lance em leilão,
já aquele que tem a intenção de realizar o pagamento de forma parcelada, deve enviar sua proposta por
e-mail, ficando ciente das referidas condições do Artigo 895§ 7º, CPC. Por fim, a apresentação de pro-
posta não suspende o leilão (Art. 895, § 6º, CPC), devendo a mesma, ser analisada pelo MM. Juízo
respectivo que decidirá pela opção mais vantajosa para a resolução da lide. Caso a proposta seja apre-
sentada diretamente ao juízo do processo após a finalização do leilão, havendo deferimento, o proponen-
te deverá realizar o pagamento da comissão do Leiloeiro no prazo constante do edital, qual seja, 24
(vinte e quatro) horas após deferimento. PENALIDADES PELO DESCUMPRIMENTO DAS PROPOSTAS -
Em caso de atraso no pagamento de qualquer das prestações, incidirá multa de dez por cento sobre a
soma da parcela inadimplida com as parcelas vincendas. IMPOSSIBILIDADE DE ARREPENDIMENTO
PELO(A) ARREMATANTE - Considerando os leilões Judiciais ofertados em nosso site, inclusive, que nas
Condições de Venda e Pagamento conforme descritas em edital, há previsão legal para pagamento do
arremate é de 24h (vinte e quatro horas) após a arrematação conforme expresso no edital, cumpre in-
formar que o não pagamento do preço do bem arrematado e da comissão do Leiloeiro, configurará de-
sistência por parte do(a) arrematante, ficando este(a) obrigado(a) a pagar multa equivalente ao valor da
comissão devida ao Leiloeiro de 5% (cinco por cento), mais despesas no importe de 5% (cinco por
cento) do valor do arremate no prazo de até 05 (cinco) dias após o término do leilão. Poderá o Leiloeiro
ou a Megaleilões emitir título de crédito para a cobrança de tais valores, encaminhando-oo a protesto por
faltta de pagamento, se for o caso, sem pr da execuç an o 39 do Decreto 21.981/32.
Co r s con s antes
do , e i ,o do a plen-
te s b o mitid rti i qu utro l lgado
no tal M . es t o, os
meesmos serão igualmente . ale e , f , conforme prrecei-
tuaado no artigo 358 do código penal. Todass as regrras e cond diçõess do
o Leilão estãoo disponíveis no
Portal www.megaleiloes.com.br. A publicação deste edital supre eventual insucesso nas notificações
pessoais e dos respectivos patronos. As demais condições obedecerão ao que dispõe a Lei 11.101/05 e
o Provimento CSM nº 1625/2009, e no que couber, o CPC e o caput do artigo 335, do CP. RELAÇÃO DOS
BENS:RELAÇÃO DOS BENS MÓVEIS: Será levado à Leilão um total de 116 lotes, cujo o valor total das
avaliações dos Lotes é de R$ 65.368.370,55. A descrição detalhada dos bens, sua localização e os valo-
res dos respectivos lotes está disponível no site www.megaleiloes.com.br. Será o presente edital, por
extrato, afixado e publicado na forma da lei. NADA MAIS. Cubatão/SP.
Eu, _____________________, diretora/escrivã, conferi e subscrevi.
Dr. Gustavo Henrichs Favero
Juiz de Direito
documentos de habilitação, única e exclusivamente por meio digital, em até
30 (trinta) dias após a publicação do edital.
Bradesco Saúde - Operadora de Planos S.A.
CNPJ no 15.011.651/0001-54 – NIRE 35.300.418.646
ENAUTA PETRÓLEO E GÁS LTDA. Ata Sumária da Assembleia Geral Extraordinária realizada em 27.12.2023
CNPJ Nº 09.589.793/0001-09 Data, Hora, Local: Em 27.12.2023, às 11h, na sede social, Avenida Alphaville, 779, 17o andar, sala
Ata de Reunião de Diretoria realizada em 31/08/23. 1. Data, Hora e Local: Aos 31/08/23, às 11h, na sede
social da Enauta Petróleo e Gás Ltda. (“Cia.”), localizada na Av. Almirante Barroso, nº 52, sala 1301 (parte), 1.701 - parte, Empresarial 18 do Forte, Barueri, SP, CEP 06472-900. Mesa: Presidente: Dagilson
Centro/RJ. 2. Convocação e Presença: Estiveram presentes na reunião da Cia., representando a totalidade Ribeiro Carnevali; Secretário: Ismael Ferraz. Quórum de Instalação: Totalidade do Capital Social.
dos membros da Diretoria: (i) Décio Fabrício Oddone da Costa, Diretor Executivo e (ii) Pedro Rodrigues de Edital de Convocação: Dispensada a publicação de conformidade com o disposto no §4o do
Galvão Medeiros, Diretor Financeiro; Claudia Hesse, Gerente Executiva do Jurídico e Compliance, também Artigo 124 da Lei no 6.404/76. Deliberação: Aprovaram o aumento do capital social no valor de
participou da reunião. 3. Mesa: Presidente, Sr. Décio Fabrício Oddone da Costa, que convidou a Sra. Claudia
Hesse, para secretariá-lo. 4. Ordem do Dia: Deliberar sobre a outorga de procuração de acordo com o estabe- R$31.755.000,00 (trinta e um milhões, setecentos e cinquenta e cinco mil reais), proposto pela
lecido no Contrato Social, Cláusula 11, alínea B e parágrafo único. 5. Deliberações Aprovadas: Dando início Diretoria na reunião daquele Órgão desta data (27.12.2023), dispensada sua transcrição, por
aos trabalhos, os diretores examinaram o item constante da ordem do dia e decidiram, por unanimidade e tratar-se de documento lavrado em livro próprio. Em seguida, disse o senhor Presidente que: serão
sem quaisquer ressalvas ou restrições, aprovar a outorga de procurações para o escritório. A) Daudt, Castro e emitidas 36.892.082 (trinta e seis milhões, oitocentas e noventa e duas mil e oitenta e duas) ações
Gallotti Olinto Advogados, CNPJ 33.638.289/0001-28, com sede na Rua Praia de Botafogo, 440/15º, Botafogo/
RJ, conferindo aos seus integrantes indicados no instrumento de mandato datado de 31/08/23, atuando em ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal, ao preço de R$0,860754 cada uma, com
conjunto e separadamente, independente da ordem de nomeação, os mais amplos poderes da cláusula “ad integralização à vista, no ato da subscrição, de 100% do valor das ações subscritas; o preço de
judicia et extra”, para representar a Cia. perante a Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, bem emissão teve como base o valor do Patrimônio Líquido Contábil ajustado por ação da Sociedade
como demais órgãos que compõem a estrutura administrativa do Estado do Rio de Janeiro, especialmente para em 30.11.2023; a redação do “caput” do artigo 6o do estatuto social será alterada após completado
tomar medidas relacionadas ao Auto de Infração de Receitas Não Tributárias nº 08000044, podendo impugnar, todo processo do aumento do capital. Na sequência dos trabalhos: 1) a acionista Bradesco Gestão
peticionar, requerer, recorrer, ter vista dos autos de processos, juntar e retirar documentos, realizar sustentação
oral, enfim, praticar todo e qualquer ato necessário ao fiel cumprimento deste mandato. B) Daudt, Castro e de Saúde S.A., por seus representantes legais, assinou o respectivo Boletim de Subscrição,
Gallotti Olinto Advogados, CNPJ 33.638.289/0001-28, com sede na Rua Praia de Botafogo, 440/15º, Botafogo/ subscrevendo as 36.892.082 (trinta e seis milhões, oitocentas e noventa e duas mil e oitenta e
RJ, conferindo aos seus integrantes indicados no instrumento de mandato datado de 31/08/23, atuando em duas) novas ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal, e integralizando, no
conjunto e separadamente, independente da ordem de nomeação, os mais amplos poderes da cláusula “ad ato, mediante a utilização de crédito de sua propriedade, existente na Sociedade, proveniente de
judicia et extra”, para representar a Cia. perante a Secretaria de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, bem
como demais órgãos que compõem a estrutura administrativa do Estado do Rio de Janeiro, especialmente para pagamento de dividendos; 2) considerando a subscrição e integralização do aumento ora aprovado,
tomar medidas relacionadas ao Auto de Infração de Receitas Não Tributárias nº 08000045, podendo impugnar, o capital social foi elevado de R$535.000.431,05 (quinhentos e trinta e cinco milhões, quatrocentos
peticionar, requerer, recorrer, ter vista dos autos de processos, juntar e retirar documentos, realizar sustentação e trinta e um reais e cinco centavos) para R$566.755.431,05 (quinhentos e sessenta e seis milhões,
oral, enfim, praticar todo e qualquer ato necessário ao fiel cumprimento deste mandato. 6. Encerramento: Nada setecentos e cinquenta e cinco mil, quatrocentos e trinta e um reais e cinco centavos), com a
mais havendo a tratar, o Sr. Presidente deu por encerrada a Deliberação de Sócio, da qual lavrou-se a presente
ata, que lida e aprovada, segue assinada pela única sócia da Cia., bem como pelo Presidente e pela Secretária. consequente alteração do “caput” do artigo 6o do estatuto social, que passa a vigorar com a seguinte
RJ, 31/08/23. Mesa: Sr. Décio Fabricio Oddone da Costa - Presidente; Sra. Claudia Hesse - Secretária. redação: “Artigo 6o) O capital social é de R$566.755.431,05 (quinhentos e sessenta e seis milhões,
Diretores: Sr. Décio Fabricio Oddone da Costa - Diretor Executivo; Sr. Pedro R. de Galvão Medeiros - Di- setecentos e cinquenta e cinco mil, quatrocentos e trinta e um reais e cinco centavos), dividido em
retor Financeiro. JUCERJA em 24/01/24 sob o nº 6047308. Gabriel Oliveira de Souza Voi - Secretário Geral. 792.437.859 (setecentos e noventa e dois milhões, quatrocentas e trinta e sete mil, oitocentas e
cinquenta e nove) ações ordinárias, nominativas-escriturais, sem valor nominal.”. Encerramento:
Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente esclareceu que, para as deliberações tomadas
o Conselho Fiscal da Companhia não foi ouvido por não se encontrar instalado, e encerrou os
trabalhos lavrando-se a presente Ata que, aprovada por todos os presentes, será encaminhada
para que assinem eletronicamente. aa) Presidente: Dagilson Ribeiro Carnevali; Secretário: Ismael
Ferraz; Acionista: Bradesco Gestão de Saúde S.A., representada por seus procuradores, senhores
Dagilson Ribeiro Carnevali e Ismael Ferraz. Declaração: Declaramos para os devidos fins que
a presente é cópia fiel da Ata lavrada no livro próprio e que são autênticas, no mesmo livro, as
assinaturas nele apostas. aa) Presidente: Dagilson Ribeiro Carnevali; Secretário: Ismael Ferraz.
Certidão - Secretaria de Desenvolvimento Econômico - JUCESP - Certifico o registro sob o número
26.019/24-3 em 17.1.2024. a) Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
ENAUTA PETRÓLEO E GÁS LTDA.
CNPJ Nº 09.589.793/0001-09
Ata de Reunião de Diretoria realizada em 21/12/23
1. Data, Hora e Local: Aos 21/12/23, às 11h, na sede social da Enauta Petróleo e Gás Ltda. (“Cia.”), localizada
na Av. Almirante Barroso, 52/1301 (parte), Centro/RJ. 2. Convocação e Presença: Estiveram presentes na
reunião da Cia., representando a totalidade dos membros da Diretoria: (i) Décio Fabrício Oddone da Costa, Dire-
tor Executivo e (ii) Pedro Rodrigues de Galvão Medeiros, Diretor Financeiro; Claudia Hesse, Gerente Executiva
do Jurídico e Compliance, também participou da reunião. 3. Mesa: Presidente, Sr. Décio Fabrício Oddone da
Costa, que convidou a Sra. Claudia Hesse, para secretariá-lo. 4. Ordem do Dia: Deliberar sobre a outorga de
procuração de acordo com o estabelecido no Contrato Social, Cláusula 11, alínea B e § único. 5. Deliberações
Aprovadas: Dando início aos trabalhos, os diretores examinaram o item constante da ordem do dia e decidiram,
por unanimidade e sem quaisquer ressalvas ou restrições, aprovar a outorga de procurações para: A) Sr. Décio
Fabricio Oddone da Costa; o Sr. Carlos Ferraz Mastrangelo; o Sr. Pedro Rodrigues Galvão de Medeiros, a
Sra. Clarissa de Barros Thomson; a Sra. Claudia Mathias Bueno Hesse; o Sr. Felipe Romão Barbuto Dias;
e o Sr. Edmundo Julio Jung Marques, todos com telefone (21) 3509-5800, endereço eletrônico: enauta-anp@
enauta.com.br e endereço comercial na sede da Cia., seus bastantes procuradores para, individualmente, para
representá-la perante a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, com poderes
especiais para a prática dos atos e assunção de responsabilidade relativamente ao(s) processo(s) para a ces-
são de participação indivisa de sociedade(s) empresária(s) nos direitos e obrigações – Processo(s) de Cessão
- decorrentes de contrato(s) de concessão celebrado(s) com a ANP, podendo, para tanto, receber, entregar e
firmar documentos, receber citação e intimações, responder administrativa e judicialmente, pagar taxas, propor,
recorrer, contrarrazoar, acordar, podendo ainda praticar os demais atos necessários ao fiel cumprimento deste
mandato, sendo vedado o substabelecimento. Representante Credenciado Principal: Nome: Clarissa De
Barros Thomson. Endereço: Avenida Almirante Barroso, 52, 1101 e 1301 (parte), Centro, Rio de Janeiro/RJ,
CEP: 20.031-918. Telefone: (21) 3509-5822 ou (21) 3509-5800 e Email: enauta-anp@enauta.com.br. B) Mattos
Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados, situado na Al. Joaquim Eugênio de Lima, 447, São Pau-
lo/SP, CEP 01403-001, telefone nº (011) 3147-7600 e fax nº (011) 3147-7770 e suas integrantes: Paula Camara
Baptista de Oliveira, e Fernanda Hormung Victor, (“Outorgados”), para em conjunto ou separadamente,
independentemente da ordem de nomeação, representarem a Outorgante perante o Conselho Administrativo
de Defesa Econômica – CADE com o fim de obter a aprovação da cessão da participação da QatarEnergy no
contrato de concessão do Bl. BC-10, em razão da potencial assinatura de SPA, tendo cada um dos Outorga-
dos poderes para apresentar petições e recursos, acompanhar quaisquer procedimentos, atender solicitações,
extrair cópias dos autos, bem como praticar todo e qualquer ato necessário para o bom cumprimento desta
procuração. Vedado o substabelecimento. Os poderes concedidos qualquer dos Outorgados que deixe de ser,
a qualquer tempo, integrante dos escritórios de advocacia Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga
Advogados, serão automaticamente revogados. A referida procuração tem prazo de validade de 1 ano da
data de sua assinatura. 6. Encerramento: Nada mais havendo a tratar, o Sr. Presidente deu por encerrada a
Deliberação de Sócio, da qual lavrou-se a presente ata, que lida e aprovada, segue assinada pela única sócia
da Cia., bem como pelo Presidente e pela Secretária. RJ, 21/12/23. Mesa: Sr. Décio Fabricio Oddone da
Costa - Presidente; Sra. Claudia Hesse - Secretária; Diretores: Sr. Décio Fabricio Oddone da Costa - Diretor
Executivo; Sr. Pedro R. de Galvão Medeiros - Diretor Financeiro. JUCERJA em 25/01/24 sob o nº 6047518.
Gabriel Oliveira de Souza Voi - Secretário Geral.