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UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências da Saúde
Curso de Enfermagem

EMILY PINHEIRO CORRÊA – R.A: 203514


ISLANI DOS SANTOS BARROSO – R.A: 2031581
JOICE TEREZINHA VINENTE DE SOUZA – R.A: 2054700
LIDIANE GOMES RABELO – R.A: 2031782
YAN VITOR TEIXEIRA SALGADO – R.A: 2032837

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA A


MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL: UMA
REVISÃO NARRATIVA DE LITERATURA

ORIXIMINÁ-PA
2023
2

EMILY PINHEIRO CORRÊA – R.A: 203514


ISLANI DOS SANTOS BARROSO – R.A: 2031581
JOICE TEREZINHA VINENTE DE SOUZA – R.A: 2054700
LIDIANE GOMES RABELO – R.A: 2031782
YAN VITOR TEIXEIRA SALGADO – R.A: 2032837

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA A


MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL: UMA
REVISÃO NARRATIVA DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência da disciplina
de Produção Técnico-Científico
Interdisciplinar do Curso de Enfermagem,
polo Oriximiná – PA, do Instituto de
Ciências da Saúde da Universidade Paulista
– UNIP.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Meimei
Brevidelli

ORIXIMINÁ-PA
2023
3

UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências da Saúde
Curso de Enfermagem

EMILY PINHEIRO CORRÊA – R.A: 203514


ISLANI DOS SANTOS BARROSO – R.A: 2031581
JOICE TEREZINHA VINENTE DE SOUZA – R.A: 2054700
LIDIANE GOMES RABELO – R.A: 2031782
YAN VITOR TEIXEIRA SALGADO – R.A: 2032837

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA ASSISTÊNCIA A MULHERES VÍTIMAS DE


VIOLÊNCIA SEXUAL: UMA REVISÃO NARRATIVA DE LITERATURA

BANCA EXAMINADORA

Aprovado em:
___/___/_____

Profa. Dra. Maria Meimei Brevidelli – Orientadora

Avaliador 1

Avaliador 2

ORIXIMINÁ-PA
2023
4

“Dedicamos este trabalho aos nossos pais e familiares


pelo amor e o apoio e incentivo incondicional durante
todos esses anos de formação acadêmica”.
5

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus por nos dar força, sabedoria e paciência para concluir
essa etapa tão importante de nossa vida acadêmica.
Não poderíamos deixar de agradecer também os nossos familiares e
amigos, que sempre estiveram nos apoiando incondicionalmente ao longo desta
jornada. O amor, incentivo e compreensão que recebemos de vocês foram
fundamentais para a perseverança e dedicação.
Aos nossos colegas de classe, por sempre nos incentivarem e apoiarem
durante esse longo caminho.
Aos professores e demais profissionais da área de Enfermagem, que
compartilharam seus conhecimentos e experiências ao longo do curso,
agradecemos por terem sido fontes inspiradoras e motivadoras durante nossa
formação acadêmica.
Agradecemos aos nossos tutores e a todos aqueles que contribuíram para
que chegássemos ao fim desta jornada, nossos sinceros agradecimentos.
Agradecemos à nossa orientadora, que nos ajudou durante todo o processo
de pesquisa, sempre oferecendo seus conhecimentos para que pudéssemos
desenvolver um trabalho de qualidade. Suas sugestões e críticas construtivas
foram relevantes para o aprimoramento deste trabalho.
Por fim, agradecemos a todas as pessoas que, de alguma forma,
contribuíram para a realização deste trabalho e para nossa formação como
enfermeiros(as).
Nossos sinceros agradecimentos a todas as pessoas que contribuíram para
a realização deste trabalho, e que este trabalho possa contribuir de forma positiva
para a enfermagem e para a melhoria da saúde da população.
6

RESUMO

Introdução: A violência sexual refere-se a um abuso de poder, em que a pessoa contra a sua
vontade é obrigada a se submeter por meio de ameaça, força física ou coerção psicológica.
Visto o cenário, na maioria das vezes as vítimas têm dificuldade em manter um diálogo com
os profissionais, por medo de serem julgadas, ou mesmo vergonha da situação, por esse
motivo é interessante que haja uma forma sutil de se comunicar, para que ela possa ficar à
vontade para discutir sobre o assunto, fazendo com que a mesma se sinta acolhida e à vontade
com o profissional. Objetivos: O presente estudo teve como objetivo geral enfatizar a
importância do profissional de enfermagem na assistência efetiva a mulheres vítimas de
violência sexual, englobando o atendimento, o acompanhamento e as suas contribuições para
orientar e minimizar os piores efeitos que a violência sexual possa causar as mulheres
vítimas. Método: O presente estudo trata-se de uma pesquisa de revisão narrativa de
literatura (RNL) de natureza bibliográfica, a partir de um levantamento bibliográfico onde,
serão utilizando como fontes de coleta de dados, o diretório de Enfermagem da BVS, e em
bases de dados como: SciELO, LILACS e MEDLINE utilizados os seguintes descritores
e/ou combinações de palavras-chave (DeCS) para a busca bibliográfica: “violência sexual”,
“violência sexual contra mulher”, “mulheres vítimas de violência sexual”, “assistência de
enfermagem e violência sexual”. A etapa de seleção dos estudos se deram a partir de uma
leitura crítica e observadora nos resumos dos textos, aplicando os critérios de inclusão e
exclusão em um recorte temporal de 2019 a 2023. Resultados: Em relação às buscas nas
bases de dados, observou-se que na base de dados LILACS encontrou-se um quantitativo
maior de trabalhos acadêmicos, observou-se ainda que, ao utilizar o descritor “violência
sexual” o percentual de trabalhos acadêmicos em ambas as bases de dados também foi maior
(69%) quando comparado aos demais descritores que foram de correspondem a 23%, 5% e
3% respectivamente. Das 20 publicações foram elencadas para a discussão foi possível
demostrar a importância da enfermagem frente aos casos de Violência sexual bem como as
condutas e práticas adequadas para o acolhimento e assistência das vítimas. Conclusão: O
presente estudo possibilitou uma melhor compreensão sobre o papel da enfermagem na
assistência a mulheres vítimas de violência sexual, bem como permitiu dialogar sobre este
tipo de violência que ocorre no Brasil. Percebe-se a necessidade de desenvolvimento de
novos estudos sobre essa temática, permitindo assim, dar voz e visibilidade a um assunto tão
relevante, minimizando assim a marginalização que o mesmo se encontra.

Palavras-chaves: Violência sexual, Mulheres vítimas de violência sexual, Assistência de


enfermagem.
7

ABSTRACT

Introduction: Sexual violence refers to an abuse of power, in which a person is forced to


submit against their will through threat, physical force or psychological coercion. Given the
scenario, most of the time victims have difficulty maintaining a dialogue with professionals,
for fear of being judged, or even embarrassed by the situation, for this reason it is interesting
that there is a subtle way of communicating, so that they can feel free to discuss the subject,
making them feel welcomed and at ease with the professional. Objectives: The general
objective of this study was to emphasize the importance of nursing professionals in providing
effective assistance to women victims of sexual violence, encompassing care, monitoring
and their contributions to guide and minimize the worst effects that sexual violence can cause
to women. female victims. Method: The present study is a narrative literature review (RNL)
research of a bibliographic nature, based on a bibliographic survey where, as sources of data
collection, the VHL Nursing directory will be used, and in databases of data such as:
SciELO, LILACS and MEDLINE used the following descriptors and/or combinations of
keywords (DeCS) for the bibliographic search: “sexual violence”, “sexual violence against
women”, “women victims of sexual violence”, “ nursing care and sexual violence”. The
study selection stage took place based on a critical and observant reading of the text
summaries, applying the inclusion and exclusion criteria in a time frame from 2019 to 2023.
Results: In relation to searches in the databases, it was observed that Although a larger
number of academic works were found in the LILACS database, it was also observed that,
when using the descriptor “sexual violence”, the percentage of academic works in both
databases was also higher (69%) when compared to the other descriptors which
corresponded to 23%, 5% and 3% respectively. Of the 20 publications listed for discussion,
it was possible to demonstrate the importance of nursing in cases of sexual violence as well
as appropriate conduct and practices for welcoming and assisting victims. Conclusion: The
present study enabled a better understanding of the role of nursing in assisting women
victims of sexual violence, as well as allowing dialogue about this type of violence that
occurs in Brazil. There is a perceived need to develop new studies on this topic, thus allowing
us to give voice and visibility to such a relevant subject, thus minimizing its marginalization.

Keywords: Sexual violence, Women victims of sexual violence, Nursing care.


8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Fluxograma 1......................................................................................................................17
Quadro 1..............................................................................................................................18
Gráfico 1..............................................................................................................................19
Gráfico 2..............................................................................................................................19
Quadro 2..............................................................................................................................20
9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

B.O – Boletim de ocorrência


DSTs – Doenças sexualmente transmissíveis
DDM – Delegacia da mulher
ISTs – Infecções sexualmente transmissíveis
HIV – Vírus da imunodeficiência humana
LILACS – Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
MEDLINE – Medical Literature Analysis and Retrievel System Online
SciELO – Scientific Electronic Library online
OMS – Organização Mundial de Saúde
VS – Violência Sexual
VSCM – Violência Sexual contra mulher
10

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 11

1.1 Justificativa....................................................................................................... 12

2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 14

2.1 Geral ................................................................................................................ 14

2.2 Específicos ....................................................................................................... 14

3. MÉTODO........................................................................................................... 15

3.1 Tipo de pesquisa ................................................................................................ 15

3.2 Local da busca bibliográfica ............................................................................... 15

3.3 Descritores e período da busca bibliográfica ......................................................... 15

3.4 Critérios para a inclusão e a exclusão dos trabalhos científicos ............................... 15

3.5 Procedimentos para a análise dos trabalhos científicos ........................................... 16

3.6 Aspectos éticos.................................................................................................. 16

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 17

4.1 Busca nas bases de dados.................................................................................... 17

4.2 Perfil da Violência sexual contra mulher no Brasil ................................................ 24

4.3 Condutas e práticas apropriadas para a enfermagem lidar com vítimas de violência sexual
............................................................................................................................. 26

5. CONCLUSÃO .................................................................................................... 29

REFERENCIAS ..................................................................................................... 30

ANEXOS ............................................................................................................... 35
11

1. INTRODUÇÃO

A Violência sexual contra mulher (VSCM) é um problema universal e fortemente


presente do país, com uma parte muito importante ainda invisível devido aos altos índices
de subnotificação. Este problema tem como uma de suas principais causas o aprofundamento
nas desigualdades nas relações de gênero e causa danos físicos e psicológicos para as
vítimas, com repercussões para toda a sociedade (RODRIGUES et al., 2021).
Violência sexual (VS) à mulher, é um ato patriarcal descrito em histórico cultural
praticado desde a antiguidade, que ocorre com frequência na sociedade, antes visto apenas
como conceito ou reflexo onde a mulher não possuía a sua liberdade sexual, na qual seus
maridos a tinham como objeto de procriação ou propriedade privada. Ao longo da história,
as mulheres lutaram para a conquista dos seus direitos, como ter acesso ao ensino superior,
voto, ao divórcio, entre outros. (GERDA, 2019).
De acordo com Cavalcanti et al (2020), fatores como o patriarcado e o machismo, causam
a neutralização do assédio enquanto violência sexual, perpetuando assim a cultura machista,
afinal a mulher foi colocada em um lugar de submissão ao homem desde os primórdios,
sendo objetificada historicamente.
Esse tipo de violência ocorre nas várias classes sociais e em diferentes culturas, visto que
diversos atos sexualmente violentos podem ocorrer em diferentes situações e cenários
(SOUZA et al., 2019).
Caracterizando a VSCM, Da Silva et al (2021) afirmam que, a mesma envolve ações ou
tentativa de relação sexual forçada, seja no casamento ou não. Os autores supracitados
afirmam ainda que, na maioria das vezes ocorre por agressores com proximidade com as
vítimas, o que muitas vezes as deixam com medo de denunciar, pelo receio de que o agressor
possa fazer algo pior com ela mesma ou até mesmo com a família, esse tipo de violência
ocorre em diversas culturas e classes sociais. Diante dessa situação é importante que o
enfrentamento seja de forma coletiva.
Neste sentido, de acordo com Alves et al., (2021), mulheres em situação de violência
sexual necessitam de um atendimento humanizado junto a equipe multiprofissional. No
atendimento, o enfermeiro geralmente é o primeiro a ter o contato com a vítima, ele exerce
um papel fundamental, é preciso ter um cuidado que necessita de tempo, escuta e respeito, é
crucial que seja estabelecido um vínculo de afinidade evitando qualquer insinuação de
julgamento.
12

As instituições de saúde envolvidas no atendimento a esses tipos de casos devem dispor


de capacitação, não obstante cada unidade a depender do nível de atenção de complexidade
e dos recursos disponíveis. O atendimento imediato de emergência realizado pela equipe de
enfermagem no âmbito preventivo, desenvolve medidas protetivas que visam a redução dos
agravos à saúde da mulher como: anticoncepção de emergência, profilaxia de IST/HIV e
hepatites, incluindo a interrupção da gravidez (BRASIL, 2021).
Diante deste cenário, na maioria das vezes as vítimas têm dificuldade em manter um
diálogo com os profissionais, por medo de serem julgadas, ou mesmo vergonha da situação,
por esse motivo é interessante que haja uma forma sutil de se comunicar, para que ela possa
ficar à vontade para discutir sobre o assunto, fazendo com que a mesma se sinta acolhida e
à vontade com o profissional (SANTOS et. al., 2021).
Por isso a importância do preparo da equipe para a abordagem correta com a paciente, é
preciso que o responsável pela prestação de cuidado, realize a verificação de qual maneira
será melhor para a abordagem da vítima, com o intuito de realizar um plano com a associação
dos demais profissionais (LOPES, 2020).
De acordo com Dantas (2020), o profissional de enfermagem necessita ter um preparo
para cuidar das mulheres vítimas de violência sexual, as pacientes acabaram de passar por
um trauma, e isso requer bastante profissionalismo e acima de tudo uma atenção especial
por parte da equipe que irá atendê-la, pois o aprimoramento e a educação permanente são
elementos essenciais para a capacitação, que refletem positivamente na atuação profissional.
Neste contexto, Mota & Aguiar (2020) revelaram que o sentimento de empatia expressos
pelo enfermeiro favorece o atendimento à vítima de VS, por permitir uma aproximação
maior entre profissional e cliente, de maneira que a assistência ocorre de modo sensível,
humano, acolhedor e com uma escuta mais qualificada. Por outro lado, a maioria dos
profissionais contam com a falta de sensibilidade e entendimento das dimensões que são
enfrentadas pela vítima de violência, o que dificulta a criação do elo com a cliente, e
prejudica a assistência prestada.

1.1 Justificativa

Por conta desse aumento considerável dos casos de VSCM, organizações que visam a
preservação dos Direitos Humanos, como a Organização Mundial de Saúde (OMS),
passaram a caracterizar a mesma, como um problema de saúde pública, por estar diretamente
relacionada à sérios agravos à saúde da mulher, como por exemplo, a ocorrência de
13

patologias de ordem ginecológica, reprodutiva, emocional, psicológica, entre outras


(SANTOS, et al., 2020).
Dessa forma, a VS vem sendo representada de formas diversas, quanto à prática do ato
sexual indesejável, aliciamento e tráfico de mulheres, destinando-as apresentar mudanças no
comportamento, depressão, constrangimento para dialogar sobre o ato ocorrido, levando a
mesma a isolamento social em grande magnitude, que atinge as dimensões psicológicas e
comportamentais. Assim, surge a necessidade do profissional de saúde, com preparo
adequado para os grandes impactos e consequências que a VS fomenta a saúde psíquica da
mulher violentada, abarcando reflexões acerca do cuidar e dimensões de suas ações (NETO
et al., 2021).
Muitas vezes mulheres que sofreram abuso sexual, por medo de não ser acolhida, de ser
julgada mesmo sendo a vítima, apresentam um comportamento suicida, relacionado a
conduta de autoagressão e desejo de morte. Dessa forma, o profissional de saúde deve avaliar
e se atentar aos mínimos detalhes para dar o apoio necessário às vítimas (JUNIOR, et.al
2021).
Nessa perspectiva, o cuidar e as intervenções de enfermagem são de extrema relevância
e assumem um papel fundamental na assistência à mulher, desse modo as condutas a serem
seguidas dentro das unidades baseiam-se, na compreensão e atenção à vítima e deve envolver
profissionais de diferentes áreas fortalecendo assim o vínculo com as usuárias e até mesmo
evitando novos casos de violência (DE PAULA; FERREIRA; DE OLIVEIRA et al., 2019).
O presente estudo, justifica-se diante da necessidade de estabelecer a capacitação de
profissionais da área de saúde e áreas afins, sobre a problemática acerca da violência sexual
contra mulheres, mais especificamente sobre a abordagem, acolhimento e o tratamento
adequado a ser prestado a essas vítimas. O presente estudo buscou também responder o
seguinte problema de pesquisa: Qual o papel da enfermagem na assistência a mulheres
vítimas de violência sexual?
14

2. OBJETIVOS

2.1 Geral

 Realizar uma revisão narrativa de literatura sobre o papel da enfermagem na


assistência a mulheres vítimas de violência sexual.

2.2 Específicos

 Descrever o perfil da violência sexual contra a mulher no Brasil;

 Identificar e discutir as condutas e práticas apropriadas para a enfermagem lidar com


vítimas de violência sexual;
15

3. MÉTODO

3.1 Tipo de pesquisa

O presente estudo, se trata de uma pesquisa bibliográfica, de caráter qualitativo, onde


buscou-se realizar uma revisão narrativa com embasamento teórico em produções
acadêmicas disponíveis na literatura.

3.2 Local da busca bibliográfica

Foram utilizados como fontes de coleta de dados, o diretório de Enfermagem da BVS, e


bases de dados tais como: “Scientific Electronic Library online” - SciELO, “Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde” - LILACS e Medical Literature
Analysis and Retrievel System Online - MEDLINE.

3.3 Descritores e período da busca bibliográfica

Foram utilizados os seguintes descritores/combinações de palavras chaves nas


bibliotecas virtuais em saúde: “violência sexual”, “violência sexual contra mulher”,
“mulheres vítimas de violência sexual”, “assistência de enfermagem e violência sexual”.
A etapa de seleção dos estudos consistiu em uma leitura crítica e observadora dos
resumos dos textos, aplicando os critérios de inclusão e exclusão em um recorte temporal de
2019 a 2023.

3.4 Critérios para a inclusão e a exclusão dos trabalhos científicos

Como critérios de inclusão do presente estudo, limitou-se a coletar referências,


priorizando as publicações em língua portuguesa, disponíveis em texto completo e dentro do
recorte temporal (2019-2023). Como critérios de exclusão, foram eliminados os trabalhos
acadêmicos que não apresentavam informações em conformidade com o presente tema,
irrelevantes para a elaboração do trabalho, trabalhos acadêmicos duplicados nas bases de
dados, bem como os que não estavam dentro recorte temporal.
Após a etapa de seleção do quantitativo final de trabalhos acadêmicos que serviram de
base teórica do presente estudo, foram selecionados 20 artigos que forma dispostos em
16

tabelas de dados com informações dos autores, ano e tipo de publicação, título, objetivo e
conclusão do estudo, para posterior discussão dos resultados.

3.5 Procedimentos para a análise dos trabalhos científicos

Os trabalhos acadêmicos foram analisados minunciosamente de forma qualitativa,


conforme propões a revisão narrativa de literatura, considerando-se o tipo de estudo, idioma,
ano de publicação, população do estudo, objetivos, metodologia utilizada e temática
abordada, para posterior discursão dos resultados.

3.6 Aspectos éticos

Todas as produções utilizadas neste trabalho foram devidamente referenciadas


conforme normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Seguiu-se as
normativas da boa conduta em pesquisa, livre de plágios de acordo com a portaria 466/2010.
Por este estudo se tratar de uma revisão de literatura, não houve a necessidade de submeter
o presente testudo ao comitê de ética em pesquisa com seres humanos, porém, ressalta-se
que foram respeitadas as exigências éticas acerca dos dados coletados no decorrer da
pesquisa, bem como, todos os autores dos estudos analisados foram devidamente
referenciados.
17

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Busca nas bases de dados

Nas etapas de seleção dos trabalhos, foram encontrados um total inicial de 1207
trabalhos acadêmicos. Estes trabalhos foram encontrados a partir da pesquisa nas bases de
dados utilizando descritores não controlados. Em seguida e aplicando-se os critérios de
inclusão e exclusão já mencionados, selecionou-se um quantitativo de 150 trabalhos para
leitura dos títulos e resumos. Após a leitura dos títulos e resumos dos 150 trabalhos,
elencamos 75 estudos que abordavam diretamente a VSCM na perspectiva do tema abordado
para a leitura dos trabalhos na íntegra. Após a leitura dos trabalhos na íntegra, 30 estudos
foram incluídos e serviram de base teórica do presente estudo, destes 30 estudos, 20
publicações foram elencadas por terem sido consideradas importantes para a discussão e
foram dispostas em um quadro para posterior discussão dos resultados (Fluxograma 1).

Figura 1 – Fluxograma representativo da metodologia de seleção dos trabalhos acadêmicos


do estudo.

Definição dos Buscas nas bases de dados 1207 Trabalhos


descritores e SciELO – LILACS – acadêmicos
palavras chaves MEDLINE (BVS) encontrados

Excluídos por estarem


Excluídos após a em duplicata e após Aplicação dos
leitura dos leitura do título e critérios de inclusão
resumos resumo e exclusão
n=126 n=1057

Incluídos como Incluídos para a


base teórica do Incluídos após leitura dos
estudo leitura na íntegra resumos
n=30 n=75 n=150

Artigos
selecionados para
discussão dos
resultados
n= 20 Elaborado pelos autores (2023)
18

Em relação a quantidade de trabalhos acadêmicos encontrados nas bases de dados,


encontrou-se um quantitativo inicial de 1207 trabalhos acadêmicos (Quadro 1). Percebeu-
se que, nos quatro descritores utilizados, a base de dados LILACS obteve um quantitativo
significativamente maior de trabalhos acadêmicos quando comparado às demais bases de
dados. Destaca-se que, ao utilizar o descritor “violência sexual” o percentual de trabalhos
acadêmicos em ambas as bases de dados também foi maior (69%) quando comparado aos
demais descritores que foram de correspondem a 23%, 5% e 3% respectivamente (gráficos
1 e 2). É importante destacar que, ao aplicar os critérios de inclusão e exclusão a maioria
dos trabalhos encontrados no momento inicial foram excluídos principalmente por estarem
em duplicata.

Quadro 1 – Quantidade de trabalhos científicos encontrados nas bases de dados utilizados


no estudo de acordo com os descritores de busca

DESCRITORES SciELO LILACS MEDLINE


Violência sexual 214 342 96
Violência sexual contra mulher 72 299 20
Mulheres vítimas de violência sexual 15 88 6
Assistência de enfermagem e violência sexual 11 44 0
TOTAL POR BASE DE DADOS 312 773 122
TOTAL GERAL 1207
Elaborado pelos autores (2023)
19

Nº de Trabalhos X Base de dados


400
Nº de trabalhos acadêmicos

350
300
250
200
150
Base de Dados
100
SciELO
50 LILACS
0
MEDLINE
Violência Violência Mulheres Assistência de
sexual sexual contra vítimas de enfermagem e
mulher violência violência
sexual sexual

Gráfico 1: Quantidade de trabalhos encontrados de acordo com os descritores utilizados nas


bases de dados

% de Trabalhos x Descritor
5% 3%

Violência sexual
23% Violência sexual contra
mulher
Mulheres vítimas de violência
sexual
Assistência de enfermagem e
violência sexual
69%

Gráfico 2: Percentual de trabalhos acadêmicos encontrados por descritor utilizado


20

Quadro 2 – Informações gerais dos trabalhos acadêmicos selecionados.

N Autor/ Ano Titulo Objetivo Conclusões do Estudo Tipo de


de produção
publicação científica
1 ALVES et al. “Pode gritar, Descrever as O estudo identificou a importância da Artigo
2021 ninguém vai consequências para a percepção dos profissionais de saúde,
acreditar”: A saúde mental de para a identificação de casos
saúde mental de mulheres vítimas de imediatos, visando promover práticas
mulheres vítimas violência sexual, de cuidado acolhedoras, e uma
de violência traçando o percepção qualificada para atender
sexual atendimento recebido essa demanda, possibilitando o
nos serviços da Rede acolhimento inicial, a integralidade, a
de Atenção à Saúde. assistência e o acompanhamento
humanizado.
2 AMARIJO et Violência Identificar e analisar o Diagnosticar a violência doméstica na Artigo
al. 2020 doméstica contra conhecimento vida de mulheres que mantém essa
mulher: o subjetivo e objetivo chaga velada e ainda agir como
conhecimento dos enfermeiros parresiasta é uma tarefa árdua, mas
como alicerce atuantes na Atenção capaz de transformar realidades.
para o exercício da Básica acerca da
parresia pelos violência doméstica
enfermeiros. contra a mulher, sob a
perspectiva do
exercício da parresia.
3 ARRUDA; A desmistificação É necessária a construção de Artigo
COSTA. 2022 da violência conhecimento para o profissional
sexual sofrida enfermeiro, numa nova perspectiva na
pelas mulheres e o evolução do cuidado com atenção
papel da integral, com diretrizes para o
enfermeira nesse desenvolvimento profissional da
processo. saúde e estratégias com maior
abrangência e sensibilidade às
mulheres vítimas de violência sexual.
4 BARROS et Sete perguntas Possibilidade de Muito se avançou nos últimos anos em Artigo
al. 2021 que ajudam a analisar mais termos de descrição com base apenas
entender as mortes profundamente as nos dados contidos nos registros
violentas dinâmicas das mortes policiais a respeito de “que” fatos,
intencionais no violentas do país, com “quem” são as vítimas, “quando”
Brasil base nas informações ocorrem, e “com qual auxílio” (qual
disponíveis nos instrumento os autores utilizam para
Boletins de lograr o desfecho das mortes violentas
Ocorrência no país). Além de garantir a
registrados pelas continuidade da sistematização dessas
Polícias Civis dos informações, avançar no que se refere
estados. ao “onde”, ao “como” e ao “porquê”
são os desafios que se colocam para
todos aqueles pesquisadores,
entidades da sociedade civil e órgãos
públicos que desejam a promoção de
uma sociedade mais justa e pacífica.
5 DE PAULA; A importância da Analisar e evidenciar A temática da violência contra a Artigo
FERREIRA; atuação do o papel do enfermeiro mulher aborda um impacto em toda
21

OLIVEIRA. enfermeiro às em casos de vítimas sociedade, estabelece conceitos,


2019 vítimas de de violência sexual princípios, e ações de prevenção e
violência sexual abarcando reflexões combate à violência, e constitui-se em
acerca do cuidar e uma das principais formas de violação
suas dimensões no dos seus direitos humanos, quando
contexto da profissional.
sociedade, tipificando
suas ações.
6 DA SILVA. A percepção dos Descrever a Compreende-se que os profissionais Artigo
2020 profissionais de percepção dos de saúde ainda não sabem lidar com
enfermagem profissionais de essa questão de saúde pública, ainda
durante o enfermagem durante que alguns conheçam o significado do
atendimento às o atendimento ás termo violência, os tipos em que ela
mulheres em mulheres em situação pode ocorrer; não possuem orientação
situação de de violência. adequada para oferecer uma
violência. solução/assistência eficaz para esse
problema; o tratamento físico,
somente de lesões existente, ainda é
fortemente priorizado.
7 MACHADO Violência contra a Analisar as diferenças Falta às mulheres um serviço Artigo
et al. 2020 mulher: o que entre as ocorrências especializado de acolhimento e ampla
acontece quando a formalizadas por garantia de direitos nos períodos de
Delegacia de meio de boletins de maior risco e vulnerabilidade.
Defesa da Mulher ocorrência (BO) na
está fechada? DDM (rotina) das
realizadas na
Delegacia Civil
(plantão)
8 MALUFF et Mudanças no Avaliar o perfil No período estudado, a redução Artigo
al. 2021 perfil da mulher epidemiológico e a significativa da idade apontou uma
vítima de aplicação do mudança no perfil demográfico da
violência sexual protocolo de mulher vítima de violência sexual.
em uma capital do atendimento para Mesmo em um serviço de referência,
sul do Brasil mulheres vítimas de a taxa de retorno ainda é muito baixa e
violência sexual nos são necessárias medidas para
casos acolhidos no aumentar a adesão ao protocolo.
Hospital
Universitário
Evangélico
Mackenzie (HUEM),
em Curitiba-PR.
9 MATOS; Assistência de Analisar na literatura Evidencia-se, a partir desta pesquisa, a Artigo
JÚNIOR. enfermagem ao científica sobre a necessidade de mais pesquisas
2021 indivíduo vítima atuação do enfermeiro voltadas para a violência sexual para
de violência no atendimento ao com outros gêneros além da mulher e
sexual. indivíduo vítima de da maior formação profissional dos
violência sexual trabalhadores de Enfermagem que
atuam nessa área.
10 MOTA et al. Práticas de Identificar a A capacitação profissional propicia a Artigo
2020 cuidado da (o) concepção de cuidar ressignificação do cuidado à mulher
enfermeira (o) à da mulher em situação em situação de violência conjugal,
mulher em de violência conjugal visando à integralidade
situação de para as (os)
violência enfermeiras da
conjugal. Estratégia Saúde da
Família e descrever o
cuidado desenvolvido
à mulher em situação
de violência conjugal
22

pela (o) enfermeira


(o)
11 NETA et al. Mulheres vítimas Caracterizar quanto O estudo teve objetivo alcançado, Artigo
2020 de abuso sexual o perfil acrescentando o conhecimento dos
em um município epidemiológico e profissionais da saúde a este assunto,
da Amazônia. sociodemográfico as em especial do enfermeiro. Como
mulheres vítimas de demonstrado, os dados estatísticos
abuso sexual. contribuem para tomada de medidas
preventivas e de promoção contra o
abuso sexual, salientando que o abuso
sexual contra a mulher ainda é um
tema a ser discutido.
12 RIBEIRO et Atuação do Analisar os desafios A criação de protocolos, de forma a Artigo
al. 2021 enfermeiro na da atuação do ampliar e implementar políticas
preservação de enfermeiro na públicas já existentes, são
vestígios na preservação de imprescindíveis para o fortalecimento
violência sexual vestígios nos casos de da atuação do enfermeiro na
contra a mulher: violência sexual preservação de vestígios nos casos de
revisão contra a mulher, violência sexual contra a mulher.
integrativa. evidenciados na
literatura.
13 RODRIGUES Atuação do Revisar e analisar o A violência sexual contra a mulher é Artigo
et al. 2021 enfermeiro frente papel do enfermeiro um problema universal e fortemente
a mulher vítima de no contexto da mulher presente no Brasil, está intimamente
violência sexual vítima de violência ligada as desigualdades nas relações
sexual. de gênero, que impacta fortemente a
qualidade de vida das vítimas devido
os danos físicos e psicológicos. O
enfermeiro lida com diversas
dificuldades para prestar uma
assistência adequada as vítimas, como
ausência de protocolos de cuidados,
estruturas inadequadas, dentre outras
problemáticas
14 SALES. 2021 Assistência de Avaliar a assistência É possível afirmar a importância da Artigo
enfermagem às de enfermagem às inserção de capacitação profissional
mulheres vítimas mulheres vítimas de na temática de violência sexual, é
de violência violência sexual, que necessário que o enfermeiro seja bem
sexual. buscam assistência no capacitado cientificamente e na
Hospital Regional de prática do atendimento a essas
Sobradinho-DF. vítimas, pois em muitos dos casos o
trauma não é somente físico e sim
emocionalmente. É necessária
também a descentralização de espaços
privativos para o atendimento da
mulher em tal situação, permitindo
assim um espaço mais acolhedor,
reservado e seguro, já que o
atendimento é realizado juntamente
com outros pacientes da unidade de
saúde.
15 SANTOS; DA Necessidades de Compreender as As necessidades propriamente Artigo
FONSECA. saúde de mulheres necessidades em humanas estiveram em maior
2022 vítimas de saúde que emergem evidência no estudo, superando
violência sexual durante a rota necessidades meramente biológicas.
que procuram percorrida por Os resultados apontam para a
aborto legal. mulheres que importância de corresponsabilização
sofreram violência dos serviços de saúde junto às
sexual para realização mulheres, visando minimizar
do aborto legal.
23

vulnerabilidades e efetivação de
direitos reprodutivos.
16 SANTOS et Assistência de Descrever a atuação Os estudos analisados descrevem com Artigo
al. 2021 enfermagem às do enfermeiro no clareza a assistência de enfermagem
mulheres em atendimento às prestada de imediato às mulheres pós
situação de mulheres em situação agressão sexual, porém, não abordam
violência sexual: de violência sexual a a continuidade do processo,
revisão partir da literatura constituindo-se essa uma importante
integrativa. lacuna. A síntese de conhecimento
produzido oferece subsídios valiosos
para a melhoria da qualidade da
assistência de enfermagem às
mulheres em situação de violência e
ratifica a importância dos seus
resultados para fundamentar a prática
clínica nesta área de estudo.
17 SILVA Ideação suicida Investigar a A ideação suicida está associada a Artigo
JUNIOR et al. em mulheres e associação entre violência por parceiro íntimo,
2021 violência por ideação suicida e violência psicológica e moral.
parceiro íntimo. violência por parceiro
íntimo em mulheres.
18 SOUZA et al. O papel da Descrever as ações do A enfermagem tem um papel Artigo
2019 enfermagem na enfermeiro com a importantíssimo nesse acolhimento a
violência sexual vítima feminina que vítima de violência sexual,
contra a mulher. sofreu violência informando todos os seus direitos,
sexual. Enfatizar a executando um cuidado exclusivo da
importância das enfermagem durante todo o processo
qualificações para de assistência com essa paciente.
prestar uma
assistência devida,
orientar essa vítima
quanto aos seus
direitos, destacar a
importância das
orientações ao
paciente sobre o
tratamento e sua
continuidade.
19 SOBRINHO Violência contra a Conhecer as A violência e a desigualdade de Artigo
et al. 2019 mulher: a percepções dos gênero são percebidas pelos
percepção dos graduandos em acadêmicos. O papel do enfermeiro é
graduandos de Enfermagem sobre destacado nas habilidades de
enfermagem. violência contra a comunicação e acolhimento.
mulher.
20 XAVIER; Assistência de Identificar as ações O estudo apontou que a equipe de Artigo
SILVA. 2019. enfermagem no desenvolvidas enfermagem não se sente preparada
atendimento de para o atendimento de para a abordagem da vítima em
mulheres em mulheres em situação situação de violência, que em muitas
situação de de violência e ocasiões negligência a assistência.
violência na reconhecer os tipos de
atenção básica. violências contra as
mulheres atendidas na
atenção básica
Elaborado pelos autores (2023)
24

4.2 Perfil da Violência sexual contra mulher no Brasil

Ao analisar os artigos incluídos para discussão da presente revisão, destaca-se o


estudo de Barros et al (2021) que, classificam a VS como um problema de saúde pública
global, onde não existe distinção de classe social, sexo, idade e etnia para acontecer, e apesar
de atingir ambos os sexos, as mulheres jovens e adolescentes são as que mais sofrem com
essa agressão. Estes autores, destacam ainda que, no ano de 2021 o Brasil registrou um total
de 56.098 boletins de ocorrências de estupros. Esse quantitativo supracitado, é o que chegou
até as autoridades do referido ano e que foram notificados, mas é sabido que muitos atos de
VS não são denunciados. Esse número de ocorrências demonstra que, a cada 10 minutos
uma criança, adolescente ou mulher é vítima desta VS em nosso país. O estudo evidencia
que neste referido ano, o Brasil já ocupava o 5º lugar no ranking mundial de violência contra
mulher.
Por outro lado, o estudo de Xavier & Silva (2019) destacam que, a VSCM é um fato
que ocorre tanto em países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento. Os autores
informam que, no ano de 2019, o Brasil ocupava a 7º posição no ranking mundial de VSCM,
confirmando e demonstrando um índice assustador.
Nos estudos de Maluff et al (2021), os autores conceituam a VS como uma ação não
consensual de conjunção carnal ou ato libidinoso, que é feita contra a vontade da vítima e
que esse tipo de violência gera profundo impacto na vida social, psíquica e física da vítima,
fazendo com que a mesma possa ter transtornos durante a vida.
Por outro lado, de acordo com De Paula, Ferreira, Oliveira (2019), a designação do
conceito do Ministério da Saúde (MS) tem como base a Lei nº 12.015 de 2009, que alterou
o Código Penal Brasileiro, especificando as condições processuais que regulam a violência
que obriga uma pessoa a manter contato sexual, físico e verbal, a participar de outras relações
sexuais usando chantagem, coerção, força, intimidação, suborno, manipulação, ameaças ou
qualquer outro mecanismo que invalide ou limite a vontade do indivíduo sem o seu
consentimento.
Nessa perspectiva, o estudo de Machado et al (2020) caracterizam a VS como, a
circunstância em que a vítima se sente obrigada, forçada ou até mesmo ameaçada a praticar
atos sexuais contra sua vontade.
Em relação às consequências da VSCM, o estudo de Rodrigues et al (2021),
demonstram que, a VS também traz consequências psíquicas e emocionais, que refletem o
aumento das taxas de suicídio, do uso abusivo de substâncias psicoativas, drogas ilícitas e
25

álcool. Complementado o estudo do autor supracitado, o estudo de De Paula, Ferreira,


Oliveira (2019), destacam que, este tipo de violência pode ainda, relacionar-se à ocorrência
tardia de morbidade como artrite, problemas cardíacos e hipertensão.
Nessa perspectiva, o estudo de Matos & Junior (2021) evidenciam que, além da
violência ser traumática, também se torna uma questão pública. De acordo com estes autores,
entende-se que a vítima de abuso sexual está mais propensa e vulnerável a adquirir infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST), gravidez indesejada essas e outras consequências podem
surgir a curto ou longo prazo, exigindo uma assistência continua, a fim de evitar danos
futuro.
Corroborando com o estudo de Matos & Junior (2021), o artigo de Neta et al (2020)
reforçam que esse tipo de violência em questão, traz consequências importantes à saúde da
mulher. Os autores supracitados destacam ainda que, no âmbito da saúde física, aumenta o
risco de contaminação por doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e pode levar à
gravidez indesejada, além de lesões físicas, como hematomas e lacera mento genitoanal, bem
como as mulheres vítimas de VS podem manifestar sinais de ordem psicológica e emocional,
que levam ao uso de drogas psicotrópicas, por conta de ansiedade, depressão, transtorno de
estresse pós-traumático dentre outras.
Neste sentido, o estudo de Maluff et al (2021) destacam ainda que, é fundamental
conhecer o perfil das vítimas e das ocorrências, para que sejam aplicadas as devidas medidas
para a prevenção e dar o suporte necessário para que ela se sinta acolhida, e que é importante
orientar a vítima sobre a importância de registrar o Boletim de Ocorrência (BO) para não
contribuir para a impunidade do agressor. Os autores relatam ainda que, a maioria dos casos
ocorre no período da noite, onde os agressores têm mais facilidade em abordar as vítimas,
muitas vezes esperam até que saiam do trabalho, ou que estejam sozinhas para que possam
agir. O artigo orienta que em casos de vítimas menores de idade, a comunicação ao conselho
tutelar é obrigatória. Dessa forma, deve-se sempre fazer com que a mulher se sinta acolhida,
para que ela fique à vontade para falar do assunto, ter o suporte de um psicólogo.
Por fim, Souza et al (2019), destacam que, a mulher que sofre qualquer tipo de
violência tem resistência em comentar sobre o abuso sofrido, é de suma importância que o
profissional da saúde tenha uma proximidade com a vítima, para que a mesma se sinta
acolhida, cabe a ele a prestação de serviço de maneira cuidadosa. Os mesmos autores
retomam ainda que, as vítimas que sofrem ou sofreram violência sexual estão mais propensas
a desenvolver transtornos psiquiátricos, como tentativa de suicídio, uso contínuo de
medicamentos psicoativos e depressão.
26

4.3 Condutas e práticas apropriadas para a enfermagem lidar com vítimas de violência sexual

Em relação às condutas e práticas apropriadas em enfermagem frente à VSCM, o


estudo de Sales (2019) aborda que, a Enfermagem tem um papel fundamental no
atendimento à vítima de VS, no entanto falta capacitação profissional para que o atendimento
possa ser feito de forma adequada, tornando-se como uma das grandes dificuldades destes
profissionais. Os autores supracitados propões que, uma das alternativas seria a Enfermagem
forense, que é capaz de auxiliar na superação desse obstáculo, pois é uma especialização que
muito tem a contribuir com essas vítimas.
Nessa perspectiva, o artigo de Mota et al (2020), evidenciam as principais condutas
prestadas as mulheres vítimas de violência sexual, que são: fazer uma escuta qualificada,
acolhimento e a notificação dos casos de violência, que consiste em realizar uma escuta
ativa, um acolhimento para que a paciente se sinta mais segura e confiante e fazer a
notificação compulsória obrigatória do caso.
Neste sentido, Sales (2019) evidencia a importância do enfermeiro realizar a
orientação de todos os procedimentos a serem realizados, em razão da paciente estar em um
estado de vulnerabilidade, pois quanto mais esclarecida a vítima for, maior será o grau de
satisfação e confiança no profissional que a atende. Este autor, demonstra também que,
durante a anamnese e exame físico a paciente irá relatar com mais clareza como ocorreu o
crime, as particularidades do agressor, onde o ato aconteceu, se foi obrigada a consumir
álcool e/ou drogas, quais as atitudes ela tomou após a violência (se fez algum tipo de
higienização, trocou de roupa, tomou alguma medicação, etc.), e que é relevante avaliar os
aspectos emocionais e psicológicos da cliente, e também, os dados ginecológicos (data da
última menstruação, se faz uso de anticoncepcionais, entre outros).
De acordo com o artigo de Silva Junior et al (2021), muitas vezes mulheres que
sofreram abuso sexual, por medo de não ser acolhida, ser julgada mesmo sendo a vítima
apresentam um comportamento suicida, está relacionada a conduta de autoagressão e desejo
de morte, o profissional deve avaliar e prestar atenção nos mínimos detalhes para poder dar
o apoio necessário às vítimas.
Dessa forma, o estudo de Da Silva (2020) demonstra que, é através do acolhimento,
da escuta e de um olhar holístico livre de julgamentos, que o profissional de enfermagem
criará um vínculo com a usuária e poderá identificar possíveis riscos a sua saúde, como por
exemplo, a contração de IST’s e/ou uma gravidez indesejada, além de entender o contexto
27

ao qual essa mulher e sua família estão inseridas, visto que, pode existir uma dependência
do agressor.
Estas informações estão são complementadas pelo estudo de Maluff et al (2021) o
qual destaca a importância do atendimento inicial, para prevenir IST’s, gestações, oferecer
tratamento dos agravos resultantes da agressão e acompanhamento para a vítima por até seis
meses após a data da violência para controle periódico laboratorial.
Ainda nessa perspectiva, o estudo de Santos et al (2021) destaca que, durante a
assistência à vítima de VS, deve ser rotina realizar verificação de sinais vitais,
quimioprofilaxia do HIV e sorologias, administração de vacinas e imunoglobulina contra
hepatite B, administração do anticoncepcional de emergência, além do cuidado das lesões
na pele, contribuindo para a recuperação física.
Por sua vez, Santos; Da Fonseca (2022), destacam que, em casos de gravidez
decorrentes ao estupro a legislação permite que a mulher opte pela interrupção da gestação,
porém há algumas barreiras, dentre elas a acessibilidade, o desconhecimento sobre a
legalidade do procedimento e locais para sua realização além de questões emocionais e
culturais.
O estudo de Xavier & Silva (2019), em concordância com o estudo de Machado et al
(2021), confirmam que o atendimento a essas vítimas deve ultrapassar o campo de uma
simples conversa, uma orientação ou uma escuta, os profissionais de enfermagem devem
proporcionar a autonomia do autocuidado da mulher, aumentando assim a luta contra a
violência sexual, não somente para melhoria mental, social e física, mas também para a
prevenção e a promoção de saúde.
Neste contexto, estudos de Arruda; Costa (2022), demonstram que, conhecimento é
capaz de trazer ao profissional enfermeiro autonomia, não somente no pensar, mas agir de
forma técnica, responsável, objetiva, construtiva com coeficiência a danos ocasionados pela
violência sexual, em construção de uma nova perspectiva na evolução do atendimento
humanizado. Os autores evidenciam ainda que, em virtude de violência/estupro é possível
argumentar ementas norteadoras para o desenvolvimento profissional da saúde, porém,
pouco utilizada para a qualificação de um atendimento universalizado e humanizado.
Desse modo, o processo de acolhimento e orientação tem de ser livre de julgamentos
ou valores morais, ou seja, relativizar crenças e atitudes culturalmente enraizadas também
por parte dos profissionais é essencial para a condução de uma saúde pública universal,
integral e igualitária, como demonstrado no artigo de Sobrinho et al., 2019.
28

Estudos de Machado et al (2020) destacam que, uma das conquistas da luta feminina
e do combate à violência contra a mulher, foi a implantação da Delegacia de Defesa a Mulher
(DDM), que passou a oferecer às vítimas, um local específico para realização de denúncias,
sobretudo, a disponibilização de uma equipe multidisciplinar. Dessa forma, este local é um
espaço voltado tanto para realização de denúncias ao agressor quanto para atendimento
psicológico, jurídico e de saúde, buscando dá suporte e apoio as vítimas.
Nesta perspectiva, como ferramenta de combate à VSCM, Amarijo et al (2020)
destacam outra conquista importante: a Central de Atendimento à Mulher, ou apenas, “Ligue
180”, que tem por objetivo receber relatos e denúncias de violência contra a mulher, de forma
gratuita e confidencial, onde profissionais preparados irão orientar e encaminhar essas
vítimas às redes e serviços especializados para atender as necessidades de cada uma.
Por outro lado, Mota et al (2020) revelaram em seu estudo que, o sentimento de
empatia expressos pelo enfermeiro favorece o atendimento à vítima de violência sexual, por
permitir uma aproximação maior entre profissional e cliente, de maneira que a assistência
ocorre de modo sensível, humano, acolhedor e com uma escuta mais qualificada.
Neste sentido, Ribeiro et al (2020), destacam que, a violência sexual tem um impacto
na vida da mulher de forma dolorosa, muitas vezes sofrem silenciosamente, as marcas das
agressões ficam ocultas, podendo impactar a forma de ser na sociedade. Os autores
supracitados, descrevem que, o profissional deve se atentar aos detalhes para poder
identificar alguns casos. De acordo com este estudo, além do atendimento psíquico, existem
condutas a serem tomadas após a situação de violência física, como coleta de vestígios,
preenchimento da ficha de notificação compulsória e o relatório para ser encaminhado às
autoridades antes que os vestígios desapareçam.
Por fim, o estudo de Rodrigues et al (2021), percebem que, o cuidado da equipe de
enfermagem, em especial dos enfermeiros, é pautado nas competências inerentes à formação
destes profissionais. Como fragilidades no processo do cuidado, identificou-se a falta de
formação permanente nos serviços sobre a problemática, a ausência de protocolos de
cuidados e a falta de apoio institucional tanto para a saúde mental dos profissionais, como a
adequação dos espaços físicos para uma assistência resolutiva.
29

5. CONCLUSÃO

O presente estudo possibilitou uma melhor compreensão sobre o papel da enfermagem


na assistência a mulheres vítimas de violência sexual, bem como permitiu dialogar sobre
este tipo de violência que ocorre no Brasil, identificando e demonstrando as condutas e
práticas apropriadas para a enfermagem lidar com vítimas de violência sexual.
No entanto, percebe-se a necessidade de desenvolvimento de novos estudos sobre essa
temática, permitindo assim, dar voz e visibilidade a um assunto tão relevante, minimizando
assim a marginalização que o mesmo se encontra.
30

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ANEXOS
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