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O aspecto e os costumes dos Hunos (Amiano Marcelino, c. 330-391) [...

] Todos eles tm membros compactos e firmes, pescoos grossos, e so to prodigiosamente disformes e feios que os poderamos tomar por animais bpedes ou pelos toros desbastados em figuras que se usam nos lados das pontes. Tendo porm o aspecto de homens, embora desagradveis, so rudes no seu modo de vida, de tal maneira que no tm necessidade nem de fogo nem de comida saborosa; comem as razes das plantas selvagens e a carne semicrua de qualquer espcie de animal que colocam entre as suas coxas e os dorsos dos cavalos para as aquecer um pouco. Cobrem as cabeas com barretes redondos e protegem as pernas hirsutas com peles de cabra; os seus sapatos no tm forma nenhuma e por isso impedem-nos de caminhar livremente. Por esta razo no esto adaptados a lutas pedestres, vivendo quase fixados aos cavalos, que so fortes, mas disformes e por vezes sentam-se amazona e assim executam as suas tarefas habituais. [...] Ningum entre eles lavra ou toca num arado. Todos vivem sem um lugar fixo, sem lar nem lei ou uma forma de vida estabilizada, parecendo sempre fugitivos nos carros onde habitam; a as mulheres lhes tecem as horrveis vestimentas, a elas coabitam com os seus maridos, do luz os filhos e criam as crianas at puberdade. Nenhum deles se for interrogado poder dizer donde natural, porque, concebido num lugar, nasceu j noutro e foi educado ainda mais longe. Ammianus Marcellinus, Livro XXXI, 2, 1 a 11, apud Espinosa, Antologia de textos histricos medievais, Lisboa, Livraria S da Costa Editora, 1972, pp.4-5 A Cristandade, por Isidoro de Sevilha (m. 636) Fonte: http://www.fafich.ufmg.br/~almeida/POVOS.htm Acessado em 02/03/10

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