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Deflexão em Vigas

Referência: Hibbeler, R. C.
“Resistência dos Materiais", 7ª
edição, 2010, Pearson.
Mecânica dos Materiais II

Cap. 12 do livro do Hibbeler

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O que é "deflexão" em uma viga?

• Deflexão é o deslocamento provocado por forças verticais (ou momentos) em uma viga.
Esta deflexão é medida na linha neutra da viga (linha elástica)
• Existem alguns métodos utilizados para medir esta deflexão. O que veremos nestes
slides será o método da integração.

v v(x) = deflexão da
linha elástica

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Linha Elástica
• Para a linha elástica, o momento positivo interno tende a curvar a viga com a concavidade
para cima.

• Deve haver um pondo de inflexão em C, onde a curva passa de côncava para cima a
côncava para baixo, visto que o momento neste ponto é nulo.

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Deflexão - Método da Integração

• Vamos supor uma viga bi-apoiada sujeita a um carregamento qualquer, sofrendo portando, com
uma determinada deflexão ao longo do seu comprimento, como na figura abaixo
• Nesta viga, vamos retirar um elemento infinitesimal antes e depois do carregamento

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Deflexão - Método da Integração

• Neste elemento infinitesimal, podemos medir a deformação do segmento de reta ds,


posicionado a uma distância y da linha neutra (marcado como dx na figura)

• A deformação desse segmento ds pode ser calculada como:

ds '− dx
=
dx

=
(  − y ) d −  d
 d
1 
=−
 y


=
E
• Lembrando que: My
 =−
I

• Substituindo nas equações acima

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Deflexão - Método da Integração
• Chega-se na equação:
ρ = raio de curvatura em um ponto específico
M = momento fletor interno na viga
onde
E = módulo de elasticidade do material
I = momento de inércia calculado em torno do eixo neutro
EI = rigidez à flexão

• Esta equação relaciona o raio de curvatura ρ com momento interno em uma determinada
seção da viga além da rigidez à flexão EI.

• Existe uma relação matemática entre o raio de curvatura ρ e a deflexão v que é dada como:

d 2v
1 dx 2
=

( )
3
1 + dv 2

2

 dx 

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Deflexão - Método da Integração

• Desprezando os termos ao quadrado (pois se trata de pequenas deformações e


pequenos deslocamentos) e substituindo na equação acima, teremos:

𝑑2 𝑣
1 𝑑𝑥 2 1 𝑑2 𝑣 d 2v M
𝜌
= 3 = 2
=
𝑑𝑣 2 2 𝜌 𝑑𝑥 2 dx EI
1+
𝑑𝑥

Ângulo de curvatura, deriva-se a


equação da deflexão

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Deflexão - Método da Integração
• Considerando EI constante ao longo da viga, podemos reescrever a equação da linha
elástica como:
𝑑2 𝑣
𝐸𝐼 2 = 𝑀 𝑥
𝑑𝑥

• Observe que basta integrar a equação acima duas vezes para chegar na equação da
deflexão da linha elástica v(x).

• Lembrando das relações entre momento e força cortante, e entre força cortante e
carregamento distribuído, podemos chegar nas equações abaixo:

𝑑3 𝑣
𝐸𝐼 3 = 𝑉 𝑥
𝑑𝑥
𝑑4 𝑣
𝐸𝐼 4 = −𝑤 𝑥
𝑑𝑥
• Essas equações também podem ser utilizadas para determinação da linha elástica, porém
será necessário integrar 3 e 4 vezes respectivamente, para chegar na equação da
deflexão da linha elástica v(x).

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Convenção de Sinais
• A convenção de sinais adotada aqui será:
o Carregamento distribuído positivo se direcionado para baixo.
o Força cortante positiva se tende a girar o elemento no sentido horário.
o Momento fletor positivo se tende a comprimir a face superior da viga.

• Para o ângulo de inclinação da viga, o sentido anti-horário será considerado positivo.


Porém se a face analisada na viga tiver a normal negativa (direção oposta de x), ângulo
positivo será o horário.

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Condições de contorno

• Para determinar as constantes que surgem durante o processo de integração indefinida da


equação da linha elástica, será necessário conhecer as condições de contorno da viga,
que são basicamente as restrições da viga.

Engaste: Restringe deslocamentos verticais e rotações. Logo,


na região do engaste teremos:
✓ v(x0) =0
✓ 𝑑𝑣
ൗ𝑑𝑥0 = 0

Apoio articulado simples: Restringe apenas deslocamentos verticais; rotações


são permitidas. Logo, na região do apoio teremos:
✓ v(x0) =0

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Exemplo 1:
• Para uma viga engastada de comprimento L e sujeita a uma carga P na extremidade livre,
determinar:
a) a equação da linha elástica
b) o deslocamento máximo
Considerar a viga homogênea com rigidez á flexão conhecida (EI)

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Exemplo 1:

• Vamos considerar o sistema de coordenadas na extremidade esquerda, em balanço.

• Fazemos um corte a uma distância x para determinar a equação do momento M(x) a um.
y

x
x
L

12
Exemplo 1:

• Fazendo o somatório de momentos, podemos calcular o momento M(x) como

• O próximo passo é substituir a equação de momento na equação da linha elástica e integrar


duas vezes para chegar na equação da deflexão:

𝑑2 𝑣
𝐸𝐼 2 = 𝑀 𝑥
𝑑𝑥

• Como são integrais indefinidas, aparecem duas constantes de integração: C1 e C2

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Exemplo 1:
• Como a viga está engastada em x = L, iremos impor as seguintes condições de contorno:
y
P

𝑑𝑣 𝐿
𝑥=𝐿→ =0
𝑑𝑥 x
L

𝑥=𝐿 → 𝑣 𝐿 =0

• E as constantes de integração são calculadas como:

• Substituindo as constantes na equação v(x) temos o resultado da letra (a) do problema:

a)

• O deslocamento máximo vai ocorrer em x = 0. Assim, a equação acima se torna:

b)

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Exercício 1:
• Uma chave de torque é usada para apertar a porca de um parafuso. Se o mostrador indicar
que foi aplicado um torque de 90 N·m quando o parafuso estiver totalmente apertado,
determine a força P que age no cabo da ferramenta e a distância S até onde a agulha se
desloca ao longo da escala. Considere que somente a porção AB da viga sofre distorção.
A seção transversal é quadrada e mede 12 mm por 12 mm. E = 200 GPa

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Exemplo / Exercício 2:
• A viga na Figura está sujeita à carga P em sua extremidade. Determine o deslocamento
em C. EI é constante.

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Exercício 3:
O eixo é suportado em A por um mancal de apoio que exerce somente reações verticais sobre
o eixo e em B por um mancal de encosto que exerce reações horizontais e verticais sobre o
eixo. Trace o diagrama de momento fletor para o eixo e a seguir, por esse diagrama, trace a
curva de deflexão ou linha elástica para a linha central do eixo. Determine as equações da
linha elástica usando as coordenadas x1 e x2. EI é constante.

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