Resumo TPM - MTP 02

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MANUAL TÉCNICO PROFISSIONAL Nº 3.04.

02/2020 - CG

1 APRESENTAÇÃO

Enfatiza a abordagem a pessoas, bem como as ações que devem ser realizadas de forma
preparatória e posteriores a esta intervenção. Logo, a leitura do MTP 02 deve,
obrigatoriamente, ser precedida da leitura do MTP 01.

Seção 2: Técnicas e Táticas Policiais – ANTES da abordagem:


● deslocamentos táticos
● uso de equipamentos como escudos balísticos e lanternas
● técnicas de varredura e de aproximação
● posturas de abordagem com as mãos livres
● posições para emprego de arma de fogo.

Seção 3: Abordagem Policial, exposição transversal com;


● princípios de uso de força
● classificação de risco
● técnicas e táticas de abordagem a pessoas
● modelo policial de referência para as abordagens nos diversos níveis de intervenção

A abordagem a pessoas envolve um conjunto ordenado de ações policiais para se


aproximar de um ou mais indivíduos, com o intuito de resolver demandas do policiamento
ostensivo.

Seção 4: Busca Pessoal e Uso de Algemas

● embasamento legal

● fundada suspeita em relação à pessoa

Seção 5: Procedimentos Policiais para o tratamento de públicos específicos


● minorias, grupos vulneráveis, entre outros
● compromisso institucional no alinhamento desta doutrina às normas internacionais de
direitos humanos.

Seção 6: Vítima de Crime


Seção 7: Locais de Crime
● classificação e conceitos dos locais de crime
● descrição de procedimentos específicos a serem adotados no local onde ocorreu um
delito
● cadeia de custódia de vestígios

Diante desses conhecimentos, o policial militar deve:


● refletir sobre seu papel na sociedade
● melhor maneira de executar o seu trabalho
● se reconhecer como integrante da comunidade que exerce um papel diferenciado por
sua qualificação profissionalização e atributos policiais militares continuamente
desenvolvidos a pautar sua conduta operacional.
● traduzir-se individualmente em disciplina, lealdade, honestidade, espírito de corpo,
iniciativa, dedicação, equilíbrio emocional, coragem, abnegação, vigor físico, civismo
e patriotismo.
TÉCNICA E TÁTICA POLICIAL BÁSICA

Técnica policial: o conjunto dos métodos e procedimentos utilizados na execução da


atividade policial. Visa alcançar a eficiência, segurança e legalidade da atuação policial.

Tática policial: a forma de se aplicar com eficácia os recursos técnicos que se dispõe, ou
de se explorar as condições favoráveis para se atingir os objetivos desejados.

Disciplina tática: obediência de todos os policiais militares ao que foi acordado ou definido
no planejamento de cada atividade.
1.1 Deslocamentos táticos

Correspondem às movimentações, realizadas por policiais militares, com o objetivo de


progredir, aproximar e abordar pessoas. A observancia dos fundamentos da abordagem
SSRAU – segurança, surpresa, rapidez, ação vigorosa e unidade de comando,
potencializam as ações e asseguram o alcance do objetivo.
Exemplos:
● Areas amplas
- silhueta reduzida, rapido
- rastejo, lento
Uso de cobertas e Deslocamentos a pé Deslocamento por Uso de escudo
abrigos rastejo balistico

1. COBERTAS: 1. DESLOCAMENTO LENTO: 1. PRIMEIRO PROCESSO: 1. SEGURANÇA MINIMA:


desloquem até o local - velocidade moderada
determinado, sem serem - permite observar todos os pontos - Tração alternada de cotovlos - Posição em pé
vistos. As cobertas são de foco e ponto quente e joelhos
usadas como ocultação - silhueta reduzida - decubito ventral 2. SEGURANÇA MÁXIMA:
2. ABRIGOS: - guarda baixa - ARMA LONGA:
A proteção visa diminuir o - guarda alta perpendicular - Silhueta reduzida
risco do policial militar ser - mais seguro - ARMA DE PORTE: mão - Escudo proximo ao solo
agredido ou alvejado pelo - preferencialmente em forte, dedo fora do gatilho - Caso de disparo ajoelhar,
suspeito. os abrigos são intervenções risco II e III escudo no chão e disparar
usados como proteções - mais segura entre as três 2- SEGUNDO PROCESSO:
- exige disciplina luz e som
- mantém a ocultação até a - Uma perna flexionada Em ambos os casos a ARMA
Nos deslocamentos táticos
abordagem - Impulsionar o corpo para estará lateral ao escudo,
devrá ser oservado no
frente encostada nele de modo que
ambiente locais que
2. DESLOCAMENTO NORMAL - cotovelo e antebraço no chão apenas o cano fique exposto
permitam proteção e - velocidade normal - ARMA LONGA: uma das
ocultação. - arma no coldre mãos, a frente do corpo,
- estado de prontidão atenção ou segura pela bandoleira, cano
Cobertas e abrigos são alerta para frente e eleva o mínimo
anteparos existentes na - pouco desgaste físico - ARMA DE PORTE: mão
natureza ou produzidos - Permite percorrer grandes forte, dedo fora do gatilho
pelo homem encontrados distancias ou em jornadas
no ambiente prolongadas
- empregado em rastreamento e
deslocamento longos

3. DESLOCAMENTO RÁPIDO
- velocidade acelerada
- progredir em areas amplas e
carentes de cobertas e abrigos
- zigue-zague
- permite alcançar o objetivo com
rapidez
- empregado mediante prévia
avaliação dos riscos nos seguintes
casos entre outros: perseguição,
progressão em área ampla,
intervenção para salvar vidas
1.2 Disciplina de luz e som

A disciplina de luz e som é o conjunto de recomendações que pode ser empregado para
reduzir ou eliminar a emissão de ruídos e de luminosidade que possam denunciar o
posicionamento do policial militar.

● ocultar o visor do celular, caso seja necessário seu uso como instrumento de
comunicação.
● jamais acender cigarro
● evitar expor objetos cromados com capacidade de reflexão de luz direta
● fazer o uso da lanterna de acordo com as técnicas de emprego deste equipamento,
conforme item 2.4.

Simples medidas podem preservar a vantagem tática durante a abordagem. Para


manutenção da disciplina de som:

a) realizar a auto inspeção (apalpar os bolsos, efetuar pequenos saltos, etc.) antes de
iniciar o deslocamento, retirando materiais que façam barulho;

b) manter no modo silencioso ou desligado os telefones celulares, alarmes de relógio e


similares;

c) certificar-se de que os metais do cinturão ou de qualquer objeto conduzido estejam


realmente presos, como as algemas, apitos, tonfa, outros;

d) ajustar o volume do rádio HT ou, quando possível, usar fones de ouvido para comunicação.

e) iniciada a progressão, deve-se observar a presença de objetos espalhados pelo solo


(copos plásticos, garrafas, folhas secas, outros) que possam provocar ruídos.
1.3 Técnicas de uso de lanterna

No cotidiano operacional, o policial militar se depara com ambientes de baixa luminosidade,


mesmo durante o dia. Nessas circunstâncias, a visão em profundidade e a percepção de
detalhes ficam prejudicadas e os objetos, em geral, adquirem uma tonalidade cinza ou
parda.

A lanterna é um recurso eficaz para ambientes de baixa luminosidade. Suas principais


utilidades são:

a) iluminação do ambiente;
b) identificação de pessoas ou objetos;
c) pontaria;
d) ofuscar a visão do abordado;
e) sinalização.

● acionamentos intermitentes, para não denunciar a posição


● Evitar acionar atrás de outro policial militar deve ser evitado.
● Deparou com suspeito pode jogar o feixe direto no olho do abordado para ofuscar a
visão dele e dar tempo de procurar abrigo para verbalizar
● Conduzida pela mão que não estiver empunhando a arma e na direção do cano.
TÉCNICAS PARA USO DE LANTERNA
Posição 1 Posição 2 Posição 3
Técnica “Harries” Técnica “Bolivar” Técnica “FBI”
- Mão com lanterna fica abaixo da - Lanterna apoiada lateralmente - Arma em uma mão; lanterna na
mão que segura a arma a arma outra mão; braços estendidos e
- Costas da mão com costas da mão paralelos ao solo
- O armamento fica em
VARIAÇÃO: - Em caso de utilização da arma
empunhadura simples com apoio, o
de fogo, a posição não é muito
que poderia dificultar uma boa Tecnica “Ayoob”: apropriada
firme e a qualidade pode ser
sustentação e estabilidade após o para lanternas com botão de
prejudicada.
recuo da arma entre um disparo e acionamento lateral
outro.
- RECOMENDAÇÃO:
Conjugação com varredura
“Olhada Rápida”, joga o feixe de
luz numa direção e faz a olhada
visualiza o ambiente numa
posição diversa da que se
encontra o feixe de luz (abaixo
ou acima).

1.4 Técnicas de varredura

A varredura consiste na verificação visual feita pelo policial militar, de um determinado


espaço físico localizado em uma área de risco. Para realizá-la, os policiais militares poderão
utilizar três técnicas básicas denominadas: Tomada de Ângulo (“Fatiamento”), Olhada
Rápida e Reflexão de Imagem (nova).

Embora apresentadas isoladamente, o policial militar deve dominar as três técnicas


descritas, para que as utilize segundo a conveniência e a necessidade.

Simultaneamente, poderá realizar o fatiamento, com olhadas rápidas ou com o recurso


reflexão de imagem, aumentando ainda mais o seu campo visual.

Tomada de ângulo Olhada rápida Reflexão de imagem

- Checar por segmentos - Contribui para aumentar a


- Visualização instantânea de um
segurança do policial militar.
- Seu objetivo é propiciar a suspeito
- Qualquer instrumento que
visualização total ou parcial de uma
- Expor a cabeça lateralmente reproduza imagem
pessoa ou de um objeto antes de
ser visto - Observar a área de risco, e retornar
- Avistou o suspeito, usar
- Lenta e gradual, frente a locais à posição abrigada
tomada de ângulo e iniciar a
com ângulos desconhecidos - Se a repetição do movimento for veralização
necessária, o policial militar deverá - Celular, espelho
- Moverá lateralmente, sem a
alternar o ponto de observação.
exposição do corpo e sem cruzar as
pernas, tendo como referência o - Posição da arma: No coldre em
obstáculo que lhe servirá de abrigo. em uma das mãos com controle da
direção do cano.
- Feita até ter controle visual total
do ambiente ou visualize partes do - Militar na retaguarda: em pé, com a
corpo do abordado, para então arma na Posição 2 (guarda- baixa),
verbalizar sem apontá-la em direção ao executor
e expô-lo ao perigo.
- Posição 3 ou 4:
3. Guarda-alta - Sinalizar o número e localização
4. Pronta resposta dos suspeitos, e se estão armados.
- Cotovelos não projetados
- Se tiver supremacia de força, usar

- Iniciar a verbalização assim que tomada de ângulo e então verbalizar


localizar o suspeito, procurando
manter o controle visual.

1.4 Ângulos de aproximação

O policial militar procurará não se aproximar do espaço compreendido entre os braços do


abordado, porque poderá ser atingido com maior facilidade em caso de uma possível
agressão física.

Os demais ângulos descritos acima permitem uma aproximação segura.

● Mais segura: ângulo 3

● Menos segura: ângulo 1

1.5 Posições/posturas adotadas pelo policial na abordagem a pessoas

● Posições: arma
● Postura: corpo

Posições/posturas de abordagem são técnicas que definem o posicionamento do corpo e da


arma do policial militar, que o possibilitam aproximar-se e verbalizar com o abordado de
maneira segura, potencializando a autodefesa e viabilizando o uso diferenciado da força
(escalonado).

POSTURAS DE MÃOS LIVRES


● Para todas as posturas a mãos livres, adotar a posição de “base”, utilizada nas artes
marciais, variando-se apenas a posição das mãos e braços.
● Permite equilíbrio e melhores possibilidades de defesa e contra-ataque
● Permite maior proteção da arma de fogo pois o coldre (geralmente colocado do lado
da mão mais forte) ficam ligeiramente projetados para a retaguarda
Postura Aberta Postura de Prontidão Postura Defensiva
● Abordado cooperativo ● Abordado resistente passivo ●Aboradado resistente ativo não letal
– RISCO I sem arma ●Mãos abertas próximas ao rosto
● Aproximar ● Controle de contato ●Cotovelos na costelas
preferencialmente pelo ● Abordado não está ● Base equilibrada
angulo 1 aparentemente portando armas e ●Joelhos semiflexionados
● Distânicia do abordado: apresentar comportamento de ●Corpo projetado à frente
3 metros resistência passiva. ●Pode evoluir: postura de guarda com
● 2 Braços abaixados ● 1 braço abaixado os punhos cerrados
● Mãos com palmas ● 1 braço elevado elevado ● Se não conseguir dominar não tiver
voltadas para frente ● mãos abertas risco de morte pode
● Sempre que o abordado tentar 1. acionar reforço
reduzir a distância de segurança, 2. IMPO
deverá ordenar que ele se afaste 3. uso dissuasivo de arma de fogo.

Posturas de abordagem com emprego de arma de fogo

São técnicas que garante a segurança e causar impacto psicológico.


LEMBRE-SE: Recomenda-se evitar iniciar as abordagens em pronta resposta, pois isso
limita a alternância dos níveis de força, e ainda acarreta o risco de disparo acidental.

Posição 1 - Posição 2 - Posição 3 - Posição 4 -


arma localizada guarda-baixa guarda-alta pronta resposta
- Intervenção nível I ou II - Intervenção nível II - Intervenções níveis II e III - situações em que
- Deslocamentos longos. - Deslocamentos, pois - Deslocamentos curtos exista potencialidade
minimiza o cansaço real e imediata de
físico agressão letal ou
- Ao deslocar manter ferimentos
dedo fora do gatilho e o - Aponta para massa
controle do cano central (tronco) e
manterá, ao mesmo
tempo, o controle dos
pontos quentes.
- Disparar após
identificar, certificar e
decidir para agir
- E vitar iniciar
abordagem no P4

1.6 Tática de Aproximação Triangular (TAT)

Nesta tática, dois policiais militares e o abordado dispostos de maneira que formem um
triângulo.
● Mais segura
● Mais eficiente

Distancia entre policiais pm-pm: 4 metros


Distancia entre policiais e abordadadis pm-autor: 3 metros
Distancia entre policiais e abordads armado de faca: 21 pés (6,4 metros)

Arma branca: criada para causar lesão e que não é AF/explosivo


Ex.Espada oufacade ataque
Arma imprópria: instrumento não foi criado com essa finalidade mas é eficaz à prática
delitiva Ex. Faca de cozinha, chave de fenda, pedaço de madeira
● A postura do pm ou posição da arma para realizar a TAT deverá ser definida de
acordo com o nível de risco e a evolução dos fatos durante a intervenção.

Area de contenção:
● espaço de abrangência territorial em que os policiais militares manterão
monitoramento mais constante, com objetivo de conter os abordados e isolar o local
de interferência de terceiros.

Area de busca:
● realizará a busca pessoal
● definida pelos policiais militares após análise da área e da avaliação de risco
● Se possível, possuirá características que privilegiem a segurança

Area de custódia:
● dentro da área de contenção
● aguardam a busca pessoal e outros procedimentos necessários (consulta de dados,
checagem de objetos, outros).
Numa abordagem a pessoas, os policiais militares exercerão as seguintes funções:

● PM Comandante: aquele quem coordena a abordagem;

● PM Verbalizador: responsável pela comunicação verbal com o abordado;

● PM Segurança: responsável pela segurança da equipe;

● PM Revistador: encarregado de revistar o abordado e seus pertences (busca).

ABORDAR 1 OU 2:
● Verbalizador determinará ao abordado todos os procedimentos para a adoção de
uma das posições de contenção com ordens claras e precisas para o abordado até que
este adote a posição determinada;

● Fará busca pessoal em um de cada vez;

● Cuidar para que não perder a triangulação

ABORDAR 3 OU +:
● Verbalizador determinará a um deles que se posicione em local distinto dos demais
(área de busca), tomando a posição de contenção mais adequada

● Abordado ficará afastado do restante do grupo;

ABORDAGEM A PESSOAS

Abordagem policial: aproximar pessoas, veículos ou edificações.


Objetivo: resolver demandas do policiamento ostensivo, como orientações, assistências,
identificações, advertências de pessoas, verificações, realização de buscas e detenções.

Abordagem a pessoas: aproximar de qualquer pessoa. Sentido amplo, ou seja, abrange a


todos os cidadãos, não se restringindo às pessoas em situação de suspeição.
A abordagem a pessoas é um ato CADA

● coercitivo
● ato administrativo
● discricionário
● auto executório

Arma branca: criada para causar lesão que não seja arma de fogo ou explosivo

Ex.: Espada ou faca de ataque

Arma imprópria: qualquer instrumento eficaz à prática delitiva

Ex.: Faca de cozinha, chave de fenda, pedaço de madeira

Níveis da Abordagem a Pessoas


1. NIVEL I: Cooperativo
2. NIVEL II: Resistente passivo
3. NIVEL III: Resistente ativo

Será apresentado 3 situaçoes de acordo com comportamento e variáveis do abordado

COMPORTAMENTO

• Abordado aparentemente desarmado

• Abordado visivelmente portanto arma branca ou imprópria

• Abordado visivelmente portanto arma de fogo

PRINCIPAIS VARIÁVIES

• Cooperativo • Resistente passivo • Resistente ativo

Abordagem a Pessoas Aparentemente Desarmadas

● PM inicia verbalizando

● 1 PM: mãos livres (aberta, prontidão, defensiva) de acordoo comportamento do abordado;

● 1 PM: outro policial arma localizada faz segurança

Abordagem a Pessoas Visivelmente Portando Arma Branca ou Imprópria

● todos com a arma na P2- guarda baixa, P3 - guarda-alta, P4- pronta resposta

● distância de segurança (Regra deTueller): 21 pés ou 6,4m;

● arma na mão: determina que solte a arma e se posicione em contenção;

● arma no corpo: monitorar os pontos quentes e determinará posição de contenção

- contenção 3: ajoelhado

- contenção 4 deitado

Abordagem a Pessoas Portando Arma de Fogo


● sempre que possível, todos abrigados

● arma na P3 - guarda-alta ou P4 - pronta resposta

● arma na mão: solte a arma e se posicione em contenção;

● arma no corpo: monitorar os pontos quentes e determinará posição de contenção

- contenção 3: ajoelhado

- contenção 4 deitado

Busca pessoal

● Tecnica policial
● Preventivo ou repressivo
● O não acatamento é crime de desobediencia ou resistência
● Independe mandado
● Requer fundada suspeita ou determinação no curso de busca domiciliar

Busca ligeira Busca minuciosa Busca completa


- Verificar o corpo
- Rapida - Suspeita de porte de ilícitos - Cavidades
- Desliza as maos Fase 1: Verbal - Abordado retira roupa e
- Eventos, shows Fase 2: Busca entrega o pm
- Em pé, preferecialmente pelas - Minimo 3 agachamentos
costas - POSIÇÕES DE CONTENÇÃO
- Busca armas ou objetos perigosos P1: Em pé, sem apoio
P2: Em pé com apoio
P3: Ajoelhado 3 situações:
a) nº abordado > nºpm
b) portando arma mas cooperativo
c) perigoso e com histórico de
reação
P4: Deitado
- nº abordado > nºpm
- portando arma e RESISTENTE
- perigoso e com histórico de
reação

Uso de algemas

Algemas são equipamentos policiais utilizados com os objetivos primários de controlar uma
pessoa, prover segurança aos policiais militares, ao preso ou a terceiros e reduzir a possibilidade
de fuga ou agravamento da ocorrência.
Modelos: tradicionais de argolas de metal, plástico (descartáveis) ou objetos utilizados para
restringir os movimentos corporais como corda com nó de algema, cadarço.
A algemação não pode ser adotada como regra para todo caso de prisão/ condução, pois,
quando utilizada, causa um constrangimento inevitável.

Ao empregar as algemas é indispensável que o policial militar justifique tal medida, em


campo próprio, no Boletim de Ocorrência (BO/REDS), conforme determina a Súmula Vinculante,
sob pena de responsabilização nas esferas civil, penal e administrativa.

A formalização escrita dos motivos que ensejaram a algemação é o grande diferencial que a
Súmula traz para a prática policial e decorrerá de três situações específicas:
a) resistência do preso à ação policial;
b) fundado receio de que o preso possa empreender fuga;
c) comportamento do preso que ofereça risco à integridade física do policial militar, de
terceiros ou para si mesmo.

Supremacia de força na abordagem a pessoas

Ao iniciar uma abordagem, a guarnição policial-militar deverá realizá-la com segurança. Se


for realizada especificamente a uma pessoa em atitude suspeita, é necessário que haja
supremacia de força. Neste caso, a técnica policial será fundamental para seu sucesso.

Supremacia de força: é uma vantagem tática do policial militar em relação ao abordado


para uma atuaçãosegura.
Esta vantagem é medida de forma qualitativa e quantitativa:
● número de policiais
● uso de força
● posse de instrumentos, equipamentos e armamentos por parte da guarnição.
Uma atuação policial com supremacia de força é aquela em que os policiais militares
envolvidos dispõem de níveis de força adequados para reagirem às ameaças que poderão
advir dos abordados.

É importante saber que em qualquer nível de intervenção o policial militar deverá


adotar os seguintes procedimentos:
a) autoidentificação: demonstrar clareza, falando nome e posto ou graduação. Atitude que
reforça os valoresda ética,transparência,representatividadeinstitucional e disciplina.
b) tratamento respeitoso para com as pessoas: tratar os abordados com respeito,
cordialidade, urbanidade, solicitude e dignidade;
c) esclarecimentos sobre o motivo de uma abordagem: esclarecer às partes
interessadas sobre a motivação e o desdobramento da ação policial, a qual se submete o
abordado. Com essa medida, fortalecerá o respeito,a cortesia e a credibilidade no trabalho
da Polícia Militar.

PROCEDIMENTOS POLICIAIS ESPECÍFICOS

Existem diversos grupos na sociedade que, devido às suas condições peculiares, merecem
atenção especial por parte da Polícia.

As recomendações para a atuação policial, os quais serão divididos em:

● autoridades;
● grupos vulneráveis;
● minorias;
● pessoas com surto por uso de drogas.

Procedimentos policiais em ocorrências envolvendo autoridades

Quadro 4 - Procedimentos policiais em ocorrências envolvendo autoridades

CABE PRISÃO EMBASAMENT ENCAMINHAMENT


AUTORIDADE
EM O LEGAL O DO REDS
FLAGRANTE?
Presidente Não art. 86, § 3º CF/88
Ministros Sim -
Polícia Federal*
art. 29 Convenção de
Diplomatas
Não Viena
Governadores art. 92, § 3º CE/89
Secretários Estaduais
Sim - Polícia Civil*
Prefeitos
Deputados Federais art. 53, caput e §2º
Só em crime Polícia Federal
Senadores CF/88
inafiançável
art. 56, caput, §§2º
Deputados Estaduais Polícia Civil*
e 3º CE/89
Se não tiver
Vereadores art. 29, inc. VII CF/88 Polícia Civil*
vínculo
político
art. 33, inc II LC Presidente do
Desembargadores
nº 35/79 STJ
Só em crime art. 90, inc II LC nº Presidente do
Juízes Federais
inafiançável 59/01 TRF
art. 33, inc II LC Presidente do
Juízes Estaduais
nº 35/79 Tribunal de
Justiça
art. 18, inc II, “d”
Procurador de Justiça da União Procurador-Geral da
LC nº 75/93
Só em crime República
Promotor de Justiça da União inafiançável art. 40, inc III Lei nº
Procurador de Justiça do Estado 8.625/93 e Procurador-Geral
art. 105 inc III LC 34 de Justiça
Promotor de Justiça do Estado
Policial Federal Sim - Polícia Civil*
Polícia Civil*
Policial Militar Estadual Sim - (crime comum),
Comandante do
militar (crime
militar)
Policial Civil Sim - Polícia Civil*
Regra geral: Sim.
Advogado-Geral da União Polícia Federal
Nos casos de crime art. 7º, § 2º e § 3º, Lei
com vínculo nº 8.906/94
Advogado-Geral do Estado
profissional, Polícia Civil*
apenas
Advogado
inafiançáveis e
desacato.
Guarda Municipal
Sim - Polícia Civil*
Policial Penal
Fonte: Elaborado pelo autor.
Nota: *Nos crimes cuja competência para apuração é da União, o BO/REDS deverá ser encaminhado para a Polícia
Federal, desde que haja Delegacia desta Instituição no município.
CONSIDERAÇÕES:

● Membros das Forças Armadas

Militares do Exército, Marinha e Aeronáutica: o policial militar deverá neste caso prendê-los e
registrar o Boletim de Ocorrência (BO/REDS). Após a chegada do superior hierárquico do
conduzido da respectiva Força, será encaminhado à Polícia Judiciária competente, nos
crimes comuns e ao Comandante do militar nos crimes militares, para possíveis
providências. Não possuem prerrogativas em relação à prisão em flagrante no cometimento
de delitos, tendo o mesmo tratamento dos demais cidadãos.

● Membros da Advocacia

a) Advogado: serão adotadas as mesmas providências do Advogado-Geral da União,


divergindo apenas no encaminhamento do Boletim de Ocorrência (BO/REDS) e do membro
desta instituição, que será feito à Polícia Judiciária competente, para possíveis providências.

É direito do advogado comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo


sem procuração, quando estes se acharem “presos”, “detidos” ou “recolhidos” em
estabelecimentos civis ou militares,ainda que consideradosincomunicáveis.
Constitui abuso de autoridade o ato de impedir sem justa causa esse contato entre o
conduzido e seu advogado. O contato entre preso e advogado não pode ocorrer caso haja
riscos para a segurança dos envolvidos ou da equipe policial presente, por exemplo. É
imprescindível, porém, que todo o procedimentopolicial seja respaldado na razoabilidade e
transparência.
Caso não seja possível o contato entre o conduzido e seu advogado por algum motivo, os
policiais devem informar às partes que o contato será permitido de forma oportuna assim
que a condição impeditiva (de segurançaou outra) forsuperada.
É necessário que o advogado apresente sua identificação profissional para que possa
exercer as suas funções.

ATENÇÃO! A lei brasileira considera como crime inafiançável os delitos que se enquadram
nas possibilidades previstas dos arts. 323 e 324 do CPP, além da prática da tortura, o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos
(homicídio quando praticado em atividade de extermínio, homicídio qualificado, latrocínio,
extorsão qualificada pela morte, extorsão mediante sequestro, estupro e estupro de
vulnerável, epidemia com resultado morte, falsificação, corrupção, adulteração ou alteração
de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais e genocídio), além da ação de
grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.
Patrulha Policial-Militar

É um grupamento de policiais militares de composição variada que atuará


temporariamente, sendo empregado no serviço operacional em ambiente urbano ou rural
com o objetivo de reconhecer, incursionar e resgatar + eventos/matas
● Ponto de reunião
● Checagem final de equipamentos e armamentos
● Ultimo breffingantes da execução

Tipos de Patrulha Policial-Militar RIRE

a) Patrulha de reconhecimento - confirmar ou buscar informações, denúncias,


reconhecimento de áreas ou edificações.

b) Patrulha de incursão - realizar deslocamentos no interior de aglomerados urbanos


e em policiamentos diversos. Utiliza das técnicas policiais com objetivo de realizar
operações, efetuar prisões, cumprir mandados, ocupar áreas e restaurar a ordem ou garantir
a lei.

c) Patrulha de resgate - prestar apoio e socorro a outras patrulhas PM ou realizar o


resgate de policiais feridos.

d) Patrulha de eventos - aglomeração de pessoas

O Comandante da Patrulha observará os fatores que influenciam na organização e


atuação da patrulha e juntamente com seu grupo decidirá qual será o deslocamento mais
seguro e efetivo para a equipe. São os fatores que podem interferir na organização e
atuação de patrulha:
● Segurança;
● Objetivo da ação;
● Formações;
● Disciplina de luz e som;
● Possibilidades de contato;
● Velocidade de deslocamento;
● Manutenção da integridade tática;
● Condições do terreno;
● Sigilo das operações;
● Controle da equipe.
Funções básicas dos integrantes da patrulha

As patrulhas policiais tem composição variável de acordo com o efetivo e os integrantes


podem acumular funções.

Quadro 1 - Formação Básica de uma Patrulha com 6 (seis) Policiais Militares

ÁREA DE
OBSERVAÇÃ NOMENCLATURA DA ATRIBUIÇÃO
O FUNÇÃO

Ponta de Vanguarda 1 - Primeiro homem a incursionar;


ou Ponta 1 - Verbalizar.

- Segundo homem a incursionar;


Ponta de Vanguarda - Verbalizar;
2 ou Ponta 2
- Dar segurança do Ponta 1.

Comandante - Coordenar a equipe.

- Monitorar as partes altas como


janelas, lajes, etc.;
- Proteger as laterais da patrulha;
Ala - Efetuar buscas pessoais;
- Transportar rádio, bornais,
escudos, kit de primeiros socorros,
etc.

Ponta de Retaguarda 2 - Verbalizar;


ou Retaguarda 2 - Dar cobertura ao Retaguarda 1.

- Verbalizar;
Ponta de Retaguarda
- Dar segurança à retaguarda da
1 ou Retaguarda 1 equipe.
Tipos deslocamentos da patrulha

Coluna (“Serpente”): Linha: Tomada ponto a ponto:

- Arma: Posição 2 ou 3 - Arma: Pronta resposta - Risco: Nivel III


- Risco: Nivel II - Risco: Nivel (risco - Cobertura a todo momento

- Maior fluidez da patrulha - iminente detectado) - Militar que desloca: P2 – G. BAIXA


- Aumentar a capacidade de - Militar que da cobertura: P3 – G. ALTA
- Baixo desgaste físico
resposta - Coberto e abrigado
- Descolamento por maior
- Maximo 3 PM por abrigo
tempo e/ou distância.
- Deslocamento curto e rápido realizado entre
duas posições abrigadas ou cobertas
- Retag. 01 ao Retag. 02:
Recuo CURTO
Recuo LENTO
- Retag. 01 ao Ala:
Recuo LONGO
Recuo RAPIDO

Posturas Táticas

São posturas que reforçam o domínio sobre determinados pontos de forma que os policiais
militares se adaptem para cobrir todas as áreas:

Combate: Torre: Siamesa: Hi-Low:


- Em pé - Ajoelhado - Ombro a ombro - Soma da Postura de
- P2 G. Baixa - P3 G. Alta - L, Y, T Combate (“Hi”) e da
- P3 G. Alta - P4 Pronta resposta Postura Torre (“Low”).
- Perna fraca faz
angulo 90º ao solo
- Perna forte no chão
- Bico do coturno ao
solo
- Guarnece um ponto
Resgate de feridos

Nessa situação, os procedimentos de Atendimento Pré-Hospitalar Tático (APH Tático)2


ou Resgate Tático são medidas que possibilitarão ao policial vitimado manter-se vivo,
enquanto aguarda o socorro e a extração urgente e com isso aumentam as chances de
sucesso da equipe médica que receberá o policial.

● Atendimento pre hospitalar tático


● Responder a injusta agressão sofrida pela guarnição policial militar, controlando a
situação e garantindo a segurança dos militares de sua patrulha, possibilitando a
neutralização das ameaças imediatas;
● Realizado em local de confronto
● Pode ser feito pelo próprio militar ferido ou por outro militar
● Compressão direta, bandagem elástica, torniquete para conter hemorragias
● Agir com rapidez
● Auto xhecagem visual e tátil da cabeça aos pés – Avaliação em X
● Neutralizar a ameaça e procurar abrigo

● Fazer a cobertura do companheiro de equipe enquanto é socorrido para controlar


possíveis ameaças secundárias até sua chegada num local seguro.

● EXTRICAÇÃO:

- Retirar

- Tecnica de arrasto

● TRANSPORTE DE FERIDOS

- Transportar

- Tecnica mochilamento

- Tecnica Bombeiro
Patrulha de eventos

Grupamento policial designado pelo Comandante do Policiamento para atuar em eventos


com aglomeração de público, com a finalidade precípua de manutenção da ordem
pública, por meio da ação de presença.
Não se confunde com a atuação do Policiamento de Choque.
4
Exfiltração: Técnica de movimento realizado de modo sigiloso com a finalidade de retirar forças ou pessoal
isolado e/ou material do interior de território inimigo ou por ele controlado, ou que se encontravam realizando
operações militares (BRASIL, 2004).

DISPOSITIVOS DE PATRULHA ESTACIONADA (autoguardados – manter vigilância multiderecional)

● Autoguardado 02 PM com ou sem anteparo

- 50 cm de distania um PM do outro (ligeiramente desalinhado)

- angulo de 60º em relação ao anteparo


● Autoguardado 03 PM com ou sem anteparo

- cada PM vissão de 120º (sem anteparo )

- comandante ao centro (180º) e os demais PM 120º (com anteparo)

● Autoguardado 04 PM com ou sem anteparo

- em circulo sem anteparo – cmt na posição central

- em linha sem anteparo


● Autoguardado 05 PM com ou sem anteparo

- em circulo sem anteparo

- em linha sem anteparo

● Autoguardado 06 PM com ou sem anteparo

- em linha: dividir em 2 subgrupos

- afastamento lateral de 2 – 3 m
● Reunião

- Se houver necessidade de breve reunião, estando a patrulha atuando no meio da


aglomeração de pessoas, o dispositivo deverá privilegiar uma formação segura
- O comandante estará ao centro
- Demais integrantes da patrulha permaneçam sempre atentos à segurança um dos
outros.

● Deslocamento

- O deslocamento será feito em coluna por um


- O comandante deslocará ao centro
- Todos os componentes serão numerados a partir do primeiro homem
- 1º PM se deslocará com sua atenção voltada para frente
- Os demais tem a atribuição de observar cada lado alternadamente.
- Não é recomendado o militar fazer deslocamentos sozinho no evento
- Deve-se deslocar no mínimo acompanhado de outro militar.
● Abordagem

- Até 4 PM: as abordagens deverão ser realizadas observadas a avaliação de riscos


e uma criteriosa leitura de ambiente, verificando, preferencialmente, se no local há anteparos para
posicionamento do abordado e realização da busca pessoal.

- 5 ou + PM: As patrulhas deverão atuar conforme os dispositivos previstos para a

TAT e, se houver muitas pessoas próximas ao suspeito, a equipe fará uma busca no abordado. Se
não houver anteparos, a abordagem será executada fazendo-se um envelopamento (Trata-se de um
cerco em torno do(s) abordado(s) com a finalidade de criar uma área de contenção segura para realização da busca
pessoal.

- ATENÇÃO! Os militares da patrulha nunca devem atuar isoladamente em uma


abordagem, pois podem comprometer sua segurança e se tornarem alvos vulneráveis.

● Condução

- A condução de preso deve ser rápida

- Direcionada diretamente para o posto de triagem, a fim de retirar o preso do


meio do público de forma mais rápida e segura.

- Preso prioritariamente algemado e no centro da patrulha


Patrulha em área de matas

A execução da patrulha em área de matas deve ser precedida de uma avaliação criteriosa
das circunstâncias a fim de definir o procedimento a ser executado.
● Apoio ROCCA
● Ocorrencia de alta complexidade pedir apoio e nao entrar (solicitar via COPOM ou
correspondente, o 3º e/ou 4º esforço, bem como o esforço suplementar
(Radiopatrulhamento Aéreo) da malha protetora.
● 1º interventor: sempre que possível, identificará o ponto de entrada dos infratores a
fim de subsidiar com informações as equipes dos demais esforços + implementará
o cerco no local até a chegada do apoio.
● Caso não tenha ROCCA e não seja de alta complexidade incursionar com no mìnimo
04 PM
● Ponto de acesso identificado (identifcar e entrar): entrar em coluna pelo ponto
que o infrator entrou
● Ponto de acesso não identificado (não visualizou o ponto de acesso do infrator
nem rastro): em linha
● DESLOCMENTO EM COLUNA: varredura em Z (a formação da coluna deverá
guardar distância entre os integrantes, mantendo contato visual com o componente
que o antecede e que o sucede. Nessa incursão, os policiais militares realizarão a
“Varredura em Z”- topo de arvore até profundidade do chão (é uma varredura visual
realizada do topo das árvores, no meio (na altura dos olhos) em profundidade e no chão)

● IDENTIFICOU O INFRATOR: a patrulha adotará a formação em linha para a


aproximação.
● DISPARO DE AF EM DIREÇÃO A PATRULHA: os policiais deitarão com a atenção
voltada para suas respectivas áreas de responsabilidade.

● Não é recomendável adentrar em áreas de matas durante períodos de baixa


luminosidade à procura de infratores.
● Durante o deslocamento os policiais militares atentarão para a disciplina tática de luz
e som

ROCCA: consiste na atuação direcionada para repressão qualificada no atendimento e apoio às ocorrências
ocasionais e de alta complexidade, que necessitem do emprego de cães, voltada para busca de infratores
homiziados em locais de difícil acesso, bem como na localização de armas de fogo, artefatos explosivos e
drogas ilícitas.

Ocorrências de alta complexidade: são as intervenções qualificadas em Incidentes Críticos que extrapolam o
poder de resposta dos órgãos que compõem o Sistema de Defesa Social e, portanto, necessitam de
intervenções integradas especiais com a utilização de equipamentos, armamentos, tecnologias e treinamentos
especializados para o restabelecimento da Paz Social
LOCAL DE CRIME

O local de crime é fundamental para a investigação criminal. Ele fornece elementos


relevantes para concretizar a materialidade do delito e chegar à autoria.

Classificação do local de crime e conceitos correlatos

1. NATUREZA
● homicídio, infanticídio, suicídio, atropelamento, incêndio, afogamento, furto, roubo,
arrombamento, dentre outros.

2. LUGAR DO FATO
● local interno: área compreendida por ambiente fechado, que preserva os vestígios
da ação dos fenômenos da natureza. Ex.: Interior de residências, interior de
veículos, galpões, dentre outros;
● local externo: área não restrita, e que não preserva os vestígios da ação dos
fenômenos da natureza. Trata-se de áreas abertas, como ruas, rodovias, praças,
estradas, matagal, beira de rios, dentre outros
● local imediato: local exata onde ocorreu o fato ou o crime;
● local mediato: são as adjacências; os pontos e áreas de acesso ao local do crime.
Ex.: corredores, ambientes ao redor de cômodos, jardins, estradas, trilhas, dentre
outros;
● locais relacionados: são as áreas que podem apresentar conexão com o fato
criminoso e, por isso, oferecer pontos comuns de contato (vestígios) a serem
observados.

3. EXAME

● Idôneo: não foi violado

O art. 169 do CPP: o primeiro policial que chegar ao local terá a responsabilidade
inadiável de preservá-lo, devendo recorrer, inclusive, a todos os meios
necessários para que o estado das coisas não seja alterado até que a perícia técnica
assuma seu trabalho na ocorrência

● Inidôneo: foi violado

Prova

Prova objetiva: baseado em vestígios por meio dos exames. Ex: laudo pericial.

Prova subjetiva: baseado em depoimentos Ex: boletim de ocorrência (BO/REDS


ATENÇÃO! Provas e/ou elementos informativos obtidos por meios
ilegítimos ou ilícitos podem prejudicar todo o conjunto probatório
necessário à persecução penal, invalidando-o. Por isso, reforça-se a
necessidade de observância dos parâmetros legais na atividade
policial.

O Boletim de Ocorrência (BO/REDS) é um documento que necessariamente será lavrado


nas intervenções policiais, descrevendo os fatos ocorridos no local do delito e
materializando a presença policial. O boletim de ocorrência formaliza a comunicação ao
poder público de que determinada situação requer providências, quer seja pela
superveniência de ações criminosas ou de outros fatos que ofereçam riscos à sociedade.

Por esse registro, a equipe de Polícia Judiciária extrairá as primeiras informações do fato
criminoso, formando as primeiras imagens e abstraindo as primeiras ideias que subsidiarão
uma linha de ação. É de suma importância que os primeiros policiais militares que
chegarem ao local do crime descrevam o cenário (vítima, instrumentos, vestígios,
testemunhas), da forma mais autêntica e detalhada possível, para que esses elementos não
se percam com tempo.

O exame de corpo de delito é outro instrumento de coleta de provas, imprescindível para a


elucidação dos fatos. O Código de Processo Penal (CPP) determina em seus arts. 158 e 167
que:
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de
corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do
acusado.
(...)
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta
(BRASIL, 1941).

Elementos de prova

● vestígio: material bruto, suspeito ou não, encontrado no local de crime e que deve
protegido e resguardado para exames posteriores
● evidência: após analisado pela perícia, possui relação com o crime;
● indício: vestígio classificado e interpretado, que passa a significar uma prova
judiciária.
:

Procedimentos no local de crime

Preocupação inicial da guarnição:

● socorro à vítima

● segurança dos envolvidos

● autor do delito poderá permanecer nas imediações

● local poderá ser alvo de manifestações e da comoção social.

● providenciar para que não se altere o estado e conservação das coisas

● isolar o local, até a chegada dos peritos criminais.

● local a ser isolado deverá abranger todos os vestígios e áreas adjacentes que
possam ter relação com o crime.

Exemplo: em um local de homicídio, com uma vítima caída no chão de um dormitório, não
basta isolar apenas o quarto. O local do crime deve ser considerado como a casa inteira
(garagem, passeio e outros) e a rua em frente, já que não se sabe onde poderão ser
encontrados vestígios relacionados ao delito. Vale lembrar que esses locais não se
restringem às ocorrências com homicídios provocados por armas brancas ou de fogo,
tentados ou consumados.

Providencias policiais:

● saber que o público normalmente desconhece a importância da preservação


dos vestígios no local de crime, e poderá tê-lo alterado;
● adentrar em linha reta, ou pelo menor trajeto possível, enquanto os demais policiais
militares cuidarão da segurança. Somente quando se tratar de área de risco, poderá
e será necessária a entrada de mais de um ao mesmo tempo;
● verificar os sinais vitais da vítima;
● priorizar o socorro da vítima;
● em caso de óbito, evitar mexer na vítima (tocar, remover, mudar sua posição original,
revirar bolsos, tentar identificá-la). A identificação é responsabilidade da perícia
criminal, salvo se houver a efetiva necessidade da guarnição de preservar
materialmente a vítima ou seus documentos em caso de mudança de tempo (chuva,
enchente), com possibilidade de lavagem de manchas e arrasto do corpo, ocorrência
de incêndio, ou outras ações que possam fugir do controle dos policiais
● realizar constantemente a observação e o controle visual, para verificar se há
segurança na atuação policial;
● quando necessário, retornar lentamente, pelo mesmo trajeto feito na entrada,
observando outros detalhes dentro daquela área;
● prender o criminoso. Caso não seja possível, coletar informações sobre o autor e
divulgá- las para os demais policiais militares de serviço;
● observar todas as imediações para definir os limites de isolamento, podendo
abranger trechos de ruas, ou quarteirões (quadras) e estabelecimentos comerciais
que tenham relação direta com o crime;

● isolar a área, onde se deu os acontecimentos, usando fitas zebradas. Na ausência


desse material, poderão ser utilizados materiais alternativos, como arames,
cavaletes, cones, cordas, cabos de aço ou outros meios disponíveis, sendo que
ninguém poderá se deslocar dentro da área isolada, antes do trabalho periciais;

● afastar as pessoas, sinalizar, desviar e controlar o trânsito de veículos e de pedestres;

● fazer anotações e croquis para facilitar a redação do texto do Boletim de Ocorrência


(BO/REDS);

● arrolar testemunhas do delito;

● preservar armas ou outros instrumentos vinculados ao crime;

● impedir que a posição dos objetos ou de coisas seja modificada. Tratando-se de


locais fechados, manter portas, janelas, mobiliários, eletrodomésticos, utensílios,
tais como foram encontrados. Deve-se evitar, por exemplo, abrir ou fechar, ligar ou
desligar quaisquer objetos; usar aparelhos de telefonia (fixa ou móvel), sanitários ou
lavatórios, e demais recursos disponíveis no local), salvo o estritamente necessário
para conter riscos;

● posicionar-se fora do perímetro imediato;

● prosseguir com a vigilância, preservando os vestígios até a chegada dos peritos


criminais;

● transmitir as informações já obtidas à equipe de Polícia Judiciária ou a quem for


pertinente, procurando interagir com os diversos órgãos que compõem o Sistema
de Defesa Social;

● em caso de suspeita de alteração do local de crime, identificar o(s) possível(eis)


causador(es), registrar tal situação no BO/REDS e avisar aos peritos que
comparecerem ao local;

● acompanhar os trabalhos dos peritos, anotando e conferindo o material apreendido,


visando constar todos os dados no Boletim de Ocorrência (BO/REDS);

● avisar ao responsável pelo exame pericial sobre possíveis vestígios deixados por
terceiros que adentraram ao local de crime (por necessidade ou equivocadamente),
para que os peritos não percam tempo analisando vestígios ilusórios.

● proibir que repórteres e fotógrafos acessem o local de crime, antes da realização


dos trabalhos periciais, explicando-lhes a necessidade de manter os vestígios
preservados e que será garantida a liberdade de imprensa após resguardada a
prioridade do serviço pericial;
● prestar informações à imprensa de forma objetiva sobre os fatos;

Figura 56 - Relacionamento com a imprensa

● caso a perícia não seja realizada, proceder à apreensão dos materiais encontrados,
na presença de testemunhas, relacionando-os no BO/REDS, para encaminhamento
ao delegado de polícia;
● liberar o local após encerrados todos os trabalhos periciais, e na ausência da
perícia, somente após o recolhimento dos objetos;

● dar atenção especial aos familiares em casos de vítimas fatais, que poderão
reagir de forma agressiva ou tentar invadir o local de crime. Esta consideração
decorre do estado emocional provocado pela perda de uma pessoa querida. Os
policiais militares deverão assisti-los de forma profissional, entendendo o
momento que estão passando.

● ATENÇÃO! A ordem dos procedimentos poderá ser alterada, dependendo da


prioridade observada no momento da intervenção policial.
Exemplo: em alguns acidentes de trânsito, a prioridade é sinalizar a via para evitar
agravamento da ocorrência ou o surgimento de novas vítimas e, somente após
resguardar a segurança, procede-se a assistência necessária aos envolvidos e o
isolamento.

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