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RESUMO DO MANUAL TÉCNICO-PROFISSIONAL 3.04.02/2020-CG

TÉCNICA E TÁTICA POLICIAL BÁSICA

Entende-se por Técnica Policial o conjunto dos métodos e procedimentos utilizados na execução da atividade policial.
Entende-se por Tática Policial a forma de se aplicar com eficácia os recursos técnicos.
A Disciplina Tática consiste na obediência de todos os policiais militares, quando atuando em grupo, ao exercer suas ações

Nos deslocamentos táticos, os policiais deverão identificar locais no ambiente que lhe permitam proteção (uso de abrigos) e
ocultação (uso de cobertas).

Tipos de Deslocamento a pé:


➢ Lento: É o passo com velocidade moderada com silhueta reduzida, com a arma nas posições de guarda baixa ou
guarda alta. empregado, preferencialmente, nas intervenções de risco nível II e III.
➢ Normal: é o passo natural, com compostura, em que o policial militar deverá estar no estado de atenção ou de alerta,
com a arma localizada no coldre. Empregado em rastreamentos e deslocamentos.
➢ Rápido: É o passo com velocidade acelerada. Empregado em casos de Perseguição, Progressão em áreas amplas,
carentes de cobertas e abrigos e para salvar vidas.

Deslocamento por rastejo: Em ambos os processos o policial militar apoiará seu corpo ao solo em decúbito ventral, man-
tendo seu corpo o mais próximo possível do chão. A diferença é:
➢ 1º processo: O PM se locomoverá por meio da tração alternada de cotovelos e joelhos, ou seja, o joelho esquerdo
move-se junto com o cotovelo direito, e vice-versa.
➢ 2º processo: Flexionará apenas uma perna, e a utilizará para impulsionar o corpo para frente, juntamente com a ajuda
das mãos e antebraços.

Escudo balístico:
➢ Segurança máxima: Deslocamento com silhueta reduzida, com o escudo bem próximo ao solo. Em casos de disparo o
1º policial interromperá o deslocamento e ficará na posição de joelhos.
➢ Segurança mínima: Conduzido na posição de pé.

Disciplina de luz e som:


➢ Luz: ocultar o visor do celular, jamais acender cigarro, evitar expor objetos cromados.
➢ Som: realizar a auto inspeção, manter no modo silencioso ou desligado os telefones
celulares, alarmes de relógio e similares, ajustar o volume do rádio HT ou, quando
possível, usar fones de ouvido

Comunicação por gestos: Além dos gestos apresentados, a equipe poderá


convencionar outros, de acordo com a necessidade.

Uso da lanterna:
➢ Utilidades da lanterna: iluminação do ambiente; identificação de pessoas ou objetos; auxílio na realização da pontaria;
ofuscamento da visão do abordado; sinalização.
➢ Posição 1 (Técnica “Harries”): o policial militar coloca a mão que está com a lanterna abaixo da mão que segura a
arma. As costas das mãos se apoiam para dar estabilidade ao conjunto.
➢ Posição 2 (Técnica “Bolivar”): o policial militar apoiará a lanterna lateralmente na armação da arma, segurando-a com
o dedo polegar e o indicador. Nessa posição é possível a variação “Ayoob”, apropriada para lanternas com botão de
acionamento lateral.
➢ Posição 3 (Técnica “FBI”): Consiste em segurar a arma com uma das mãos (empunhadura simples), enquanto a outra
mão segura a lanterna, com o braço estendido, paralelo ao solo.

Técnicas de varredura:
➢ Tomada de ângulo: Conhecida como fatiamento. Com a arma na posição 3 ou 4, o PM se moverá lateralmente, sem a
exposição do corpo e sem cruzar as pernas, tendo como referência o obstáculo (parede, muro, por exemplo), que lhe
servirá de abrigo.
➢ Olhada rápida: Para realizá-la, o policial militar deve expor a cabeça lateralmente, observar a área de risco, e retornar à
posição abrigada, o mais rápido possível. Se a repetição do movimento for necessária, o policial militar deverá alternar o
ponto de observação. O policial em cobertura que deverá estar em pé, com a arma na posição 2 (G. baixa).
➢ Reflexão de imagem: A varredura será realizada com qualquer instrumento que reproduza imagem.

➢ Transposição de Obstáculos: Durante a perseguição a uma pessoa que salta um muro, o policial militar nunca deve
saltar imediatamente atrás. Para transpor obstáculos como muros, por exemplo, o policial militar necessitará adotar alguns

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procedimentos, como sugerido a seguir:


➢ Transposição individual
➢ Transposição em dupla, trio ou Patrulha

Posições/Posturas adotadas na abordagem a pessoas


Ângulos de aproximação: O ângulo 3 oferece maior segurança e o ângulo 1, menor.

Posturas de abordagem com mãos livres:


➢ Postura aberta: Empregada para um abordado cooperativo.
➢ Postura de prontidão: Empregada para um abordado resistente passivo.
➢ Postura defensiva: Empregado para um abordado com resistência ativa agressão não letal.

Posturas de abordagem com emprego de arma de fogo: Posição 1 (Intervenções nível 1 ou 2 e deslocamentos longos);
Posição 2 (Intervenção nível 2 e deslocamentos); Posição 3 (Intervenções nível 2 ou 3 e deslocamentos curtos) e Posição 4
(Recomenda-se evitar iniciar as abordagens na posição de pronta resposta).

Tática de Aproximação Triangular:


➢ A distância recomendada entre os policiais será de aproximadamente 4 metros e a distância dos policiais em relação ao
suspeito será de aproximadamente 3 metros. Ressalta-se que os policiais militares devem se manter atentos à regra dos
21 pés (6,4 metros) caso o abordado esteja armado de faca
➢ Locais a serem considerados na TAT: Área de contenção (corresponderá ao espaço de abrangência territorial), Área
de busca e Área de custódia. (BIZU: CONBUCU)
➢ Numa abordagem a pessoas, os policiais exercerão as seguintes funções: PM Comandante, PM Verbalizador, PM
Segurança e PM Revistador. ATENÇÃO! O PM Comandante pode exercer as funções de PM Verbalizador e PM
Segurança.

Patrulha Policial Militar


Tipos de Patrulha: Reconhecimento, Incursão, Resgate e Eventos. (BIZU: RIRE)

Formação básica de patrulha: P1, P2, CMT, ALA, R1 E R2;

Tipos de deslocamento:
➢ Por coluna (“Serpente”): Deslocamento realizado com os policiais com formação em coluna a fim de realizar checagem
de denúncias e operações em ambiente urbano e rural com possibilidade de confronto. A posição ideal para arma é a
Posição 2 ou 3 (risco nível II).
➢ Em linha: Realizado com os policiais militares com formação em linha a fim de dispersar o foco do provável agressor,
aumentar a capacidade de resposta à frente. A posição da arma em pronta resposta é a ideal.
➢ Tomada ponto a ponto: Deslocamento curto e rápido realizado entre duas posições abrigadas ou cobertas em situações
onde já está ocorrendo o enfrentamento (risco III). O deslocamento é feito sempre com, no máximo, 3 (três) policiais milita-
res por abrigo, de acordo com a necessidade de cobertura maior. A posição da arma em guarda alta é a ideal.

Posturas táticas: Combate, Torre, Siamesa e Hi-low

Fatores que podem interferir na organização e atuação da patrulha


➢ Segurança
➢ Formação
➢ Controle da equipe
➢ Sigilo das Operações
➢ Objetivos da Ação
➢ Possibilidades de contato
➢ Disciplina de luz e som
➢ Velocidade de deslocamento
➢ Condições do terreno
➢ Manutenção da integridade tática
BIZU: SE FOR CONSIGO PODI VE CON MANU

Resgate de Feridos
➢ Se o policial ferido ainda estiver em condições de confronto deve neutralizar ameaças e procurar abrigo. Proceda a sua
“autochecagem” seguindo o sentido da cabeça aos pés (“Avaliação em X”).

➢ Caso o PM ferido, esteja inconsciente, a patrulha, após controlar momentaneamente o ambiente hostil, deverá realizar o
deslocamento até o ferido e realizar sua extricação (Técnicas Arrasto) e deslocar com o PM ferido (Técnica de

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Mochilamento ou Técnica de Bombeiro).


Patrulha de Eventos
➢ Dispositivo estacionado pode ser feito com ou sem anteparo, de 02 a 06 policiais.
➢ Dispositivo em deslocamento: O deslocamento será feito em coluna por um, sendo que o comandante deslocará ao
centro. Todos os componentes serão numerados a partir do primeiro homem.
➢ Dispositivo para abordagem: As patrulhas deverão atuar conforme os dispositivos previstos para a TAT
ATENÇÃO! Os militares da patrulha nunca devem atuar isoladamente em uma abordagem, pois podem comprometer sua
segurança e se tornarem alvos vulneráveis

Patrulha em áreas de matas


➢ O 1º interventor, sempre que possível, identificará o ponto de entrada dos infratores a fim de subsidiar com informações
as equipes dos demais esforços e implementará o cerco no local até a chegada do apoio.
➢ Em situações que não seja possível o acionamento de uma guarnição da ROCCA e que o fato não se configure numa
ocorrência de alta complexidade, a incursão será realizada por uma patrulha composta de, no mínimo, 4 PM.
ATENÇÃO! Não é recomendável adentrar em áreas de matas durante períodos de baixa luminosidade à procura de
infratores.
➢ Para início da incursão, a patrulha identificará o ponto de acesso do infrator na área de mata, adentrando na formação
em coluna pelo ponto por onde o infrator acessou.
➢ Caso seja identificado algum infrator ou ponto de abordagem (quintal, casa, barracão, etc) a patrulha adotará a
formação em linha para a aproximação.

ABORDAGEM A PESSOAS

CADA ação de abordar uma pessoa é um ato Coercitivo, Administrativo, Discricionário e Autoexecutório. BIZU: CADA

Tática de abordagem a pessoas: Segue abaixo as informações centrais para cada situação:
- Aparentemente desarmado: Um PM iniciará a abordagem verbalizando e adotando uma das posturas de mãos livres,
conforme o nível de cooperação do abordado. Outro PM iniciará a abordagem com a arma na posição 1.
- Visivelmente portando arma branca ou imprópria: Os PM iniciarão a abordagem com a arma na posição 2, 3 ou 4 de
acordo com avaliação de riscos e manterão uma distância de segurança (Regra de Tueller.
- Visivelmente portando arma de fogo: a) sempre que possível, todos os policiais militares deverão estar abrigados e
com arma na posição 3 ou 4 (guarda-alta ou pronta resposta)

Procedimentos a serem adotados em qualquer nível de intervenção: Autoidentificação, Tratamento respeitoso,


Esclarecimentos sobre os motivos da abordagem. (BIZU: ATE)

BUSCA PESSOAL
Aspectos legais da busca pessoal
É uma técnica policial utilizada para fins preventivos ou repressivos.
Requisito essencial e indispensável para busca: Fundada suspeita. Caberá ao abordado cumprir as ordens emanadas pelo
policial, sob pena de incorrer em crime de desobediência. Quando o abordado se opuser, mediante violência ou ameaça, à
submissão da busca pessoal, estará incurso no crime de resistência. Não existe pessoa suspeita, mas pessoa em situação
suspeita. Ninguém se torna suspeito por suas características pessoais

Tipos de Busca Pessoal (BIZU: MILICO)


➢ B. Ligeira: É uma revista rápida procedida nos abordados, comumente realizada nas entradas de casas de
espetáculos, shows, estádios e estabelecimentos afins, para verificar a posse de armas ou objetos perigosos, comuns na
prática de delitos.
➢ B. Minuciosa: Será realizada sempre que o policial suspeitar que o abordado porte objetos ilícitos. Pode variar
conforme as Posições de contenção: posição de contenção 1 (abordado em pé, sem apoio); posição de contenção 2
(abordado em pé, com apoio); posição de contenção 3 (abordado ajoelhado) e posição de contenção 4 (abordado deitado).
➢ B. Completa: É a verificação detalhada do corpo do abordado, que se despirá e entregará seu vestuário ao policial.

Uso de algemas
Algemas são equipamentos policiais utilizados com os objetivos primários de controlar uma pessoa, prover segurança aos
policiais, ao preso ou a terceiros e reduzir a possibilidade de fuga ou agravamento da ocorrência e que não pode ser
adotada como regra para todo caso de prisão/condução. Ao empregar as algemas é indispensável que o policial justifique
tal medida no Boletim de Ocorrência.
As 3 situações específicas que justificam o uso de algemas são: (BIZU: 3R)
➢ Resistência do preso;
➢ Receio de fuga;
➢ Risco à integridade física do policial, de terceiros ou para si mesmo.

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Recomendações para algemação: policial deverá, preferencialmente, algemar o infrator com as mãos para trás e com as
palmas voltadas para fora. Utilizar trava de segurança. Não algemar o preso a pontos fixos e móveis (cadeira, mesa, etc.).
De acordo com o comportamento do algemado e suas condições de saúde o policial poderá algemar a pessoa com as
mãos para frente.

PROCEDIMENTOS POLICIAIS ESPECÍFICOS


Existem diversos grupos na sociedade que, devido às suas condições peculiares, merecem atenção especial por parte da
Polícia, a saber: Autoridades; Grupos Vulneráveis; Minorias e pessoas com surto de drogas.

Autoridades:

Grupos Vulneráveis
Por grupo vulnerável entende-se o conjunto de pessoas com características específicas, relacionadas ao gênero, à idade, à
condição social, às necessidades especiais e diversidade sexual. E, por essa razão, podem se tornar mais suscetíveis à
violação de seus direitos.

A busca pessoal em mulheres deverá ser realizada, preferencialmente, por outra mulher profissional de polícia e em
momento algum por pessoas leigas.

A criança que incorre em ato infracional deverá ser encaminhada à presença do Conselho Tutelar ou do Juiz da Vara da
Infância e da Juventude. Na ausência desses órgãos, deverá ser encaminhada aos pais ou ao responsável legal, que dará
recibo no BO, dirigido ao Juizado da Infância e da Juventude.

O adolescente, em caso de flagrância de ato infracional, será levado à delegacia de polícia especializada. Na ausência
desta, deverá ser encaminhado à Delegacia de Polícia local

Não conduzir crianças e adolescentes em compartimento fechado da viatura. Contudo, em casos extremos, em que o
adolescente apresentar séria ameaça à integridade física dos policiais, devido a sua compleição física avantajada, com
atitudes violentas em resistência à atuação policial, e com histórico de atos infracionais violentos

Em regra, a definição do gênero do policial que deve fazer a busca pessoal segue a orientação do gênero do abordado,
independente de orientação sexual.

O policial não deverá coibir manifestações de afeto entre homossexuais (mãos dadas, beijo na boca);

O BO/REDS deve ser redigido com o nome de registro da pessoa e o tratamento verbal deve ser feito pelo nome social
(nome pelo qual a pessoa quer ser chamada)

Para portadores de necessidades especiais o abordado deverá ser avisado antes de receber a busca pessoal, momento
em que também será orientado a manter-se calmo.

Minorias
As minorias são grupos de cidadãos, sem posição dominante, dotados de características étnicas, religiosas ou linguísticas,
que os diferem da maioria da população.

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ABORDAGEM À VÍTIMAS

➢ Tranquilizar a vítima;
➢ Resguardar a vítima do acontecido;
➢ Na audição, permitir que vítima fale livremente;
➢ Demonstrar preocupação;
➢ O socorro médico deve ser priorizado;
➢ P. Fem. podem tranquilizar de forma mais imediata mulheres e crianças;
➢ Sempre que possível, a medida de localização e prisão dos infratores deverá ser tomada por outra equipe de serviço.
➢ Durante a identificação de possíveis autores do delito, o policial atentará para que a vítima não seja exposta, evitando
que autor e vítima tenham contato.

A atenção à vítima somente se encerrará no momento em que todos os procedimentos policiais estiverem completos.

A guarnição, diante de circunstâncias tais como, a vítima não possuir meios para voltar para o domicílio, estar despida, se
encontrar em horário e local de risco ou temer nova agressão, poderá conduzi-la ou acompanhá-la para sua residência ou
para local estabelecido por ela, mediante contato com a Coordenação Operacional da fração.

Após a chegada na residência da vítima ou outro local indicado por ela, o policial deverá certificar-se de que tudo esteja
bem, porém evitará entrar.

LOCAL DE CRIME
Classificação do local de crime:
➢ Consoante à natureza (homicídio, furto, roubo, etc.);
➢ Consoante ao lugar do fato (local interno, externo, mediato, imediato e relacionado);
➢ Consoante ao exame (idôneo e inidôneo)

Conceitos do local de crime:


➢ Prova Objetiva: tem por base os vestígios encontrados nos locais de crime
➢ Prova Subjetiva: tem por base as informações colhidas das pessoas relacionadas com o fato.

BIZU: VEI
➢ Vestígio: É todo objeto ou material bruto, suspeito ou não, encontrado no local de crime e que deve ser protegido e
resguardado para exames posteriores;
➢ Evidência: É o vestígio que, após analisado pela perícia técnica e científica, possui relação com o crime;
➢ Indício: É todo vestígio cuja relação com a vítima ou com o suspeito, com a testemunha ou com o fato, foi estabelecida.

➢ Isolamento: É a delimitação da área física, interna e externa do local de crime;


➢ Proteção: Consiste em impedir que se altere o estado das coisas

Procedimentos:
➢ Adentrar no local pelo menor trajeto possível;
➢ Verificar sinais vitais da vítima;
➢ Socorrer a vítima;
➢ Em caso de óbito, evitar mexer na vítima;
➢ Isolar a área;
➢ Arrolar testemunhas;
➢ Preservar instrumentos vinculados ao crime;
➢ Posicionar-se fora do perímetro imediato;
➢ Transmitir informações já obtidas aos peritos;
➢ Registrar suspeita de alteração do local de crime
➢ Acompanhar o trabalho dos peritos;
➢ Proibir que a imprensa acesse o local de crime;
➢ Prestar informações para imprensa de forma objetiva;
➢ Caso a perícia não seja realizada, apreender os materiais;
➢ Liberar o local após encerrado os trabalhos.

ATENÇÃO! A ordem dos procedimentos poderá ser alterada, dependendo da prioridade observada no momento da
intervenção policial.

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