Você está na página 1de 5

MTP 04

RESUMO DO MANUAL TÉCNICO-PROFISSIONAL 3.04.04/2020-CG

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Vistoriar consiste na verificação de sinais veiculares como chassi, número de motor, carroceria, placas e outros, com a
finalidade de identificar adulterações e falsificações alusivas não somente ao veículo, mas também aos documentos de
porte obrigatório.
A busca veicular consiste na verificação interna e externa do veículo abordado, por meio de revista nos compartimentos
suscetíveis a serem utilizados para esconder objetos ilícitos

Níveis da abordagem a veículo


- Nível 1: Será empregada nas ações e operações policiais de caráter educativo e assistencial (risco nível I). Nesse
caso, o estado de prontidão coerente é o atenção (amarelo).
- Nível 2: Será empregada nas ações e operações de verificação preventiva. É o caso das abordagens baseadas em
histórico de infrações ou situações em que a infração não foi consumada, mas há indício de preparação para o seu
cometimento. O estado de prontidão coerente é o alerta (laranja).
- Nível 3: Será empregada nas ações e operações de caráter repressivo (risco nível III). O estado de prontidão coerente
é o alarme (vermelho).

Conceitos aplicáveis à área de abordagem a veículos:


➢ Área de contenção (é a área de abrangência da intervenção);
➢ Área de segurança (Área que a PM tem domínio da situação)
➢ Área de risco (Espaço em torno do veículo abordado),
➢ Área de aproximação (É o local que oferece menor risco ao
policial),
➢ Área de alcance (é o espaço situado dentro da área de risco em
que o policial estará vulnerável à agressão física),
➢ Área de busca e Área de custódia.

Distribuição de funções:
➢ PM Comandante;
➢ PM Verbalizador;
➢ PM Vistoriador (é o policial responsável pela verificação de documentos e vistoria do veículo);
➢ PM Revistador (é o responsável pela realização da busca pessoal nos ocupantes do veículo abordado);
➢ PM Segurança.
ATENÇÃO: Um policial poderá acumular duas ou mais funções.

PROCEDIMENTOS PARA ABORDAGEM A VEÍCULOS

Táticas de abordagem a veículo:


➢ Tática de Posicionamento Paralelo;
➢ Tática com Posicionamento Diagonal;
➢ Tática de Cerco, Bloqueio e Interceptação.
Para aplicação destas táticas os procedimentos iniciam-se com a ORDEM DE PARADA.

Ao iniciar uma abordagem veicular, o policial militar deverá:


a) repassar ao COPOM ou correspondente a localização exata da guarnição;
b) procurar fazer com que o veículo abordado pare em um local fora da pista de rolamento (ou onde haja menos tráfego);
c) estar atento quanto às possíveis rotas de fuga;
d) evitar abordar próximo a locais onde pessoas hostis possam interferir na abordagem;
e) à noite, quando possível, escolher locais já conhecidos e com luminosidade favorável;
f) verificar a existência de outros veículos, que poderão dar cobertura ao veículo abordado.

TÁTICAS DE POSICIONAMENTO PARALELO

➢ Empregada em abordagens nível 1;


➢ A viatura será posicionada de 3 a 5 metros de distância do veículo abordado de forma paralela em relação a calçada ou
acostamento, à retaguarda com a frente voltada e alinhada ao ponto de foco.
➢ Os policiais seguirão pela área de aproximação estando os ocupantes do veículo ainda embarcados. O PM
Verbalizador estará com sua arma na posição 1. O PM Segurança estará com sua arma na posição 2.
➢ O PM Verbalizador perguntará ao motorista o seu nome e onde estão os documentos, antes de solicitar que os apanhe.
➢ Vistoriar os documentos do veículo e do condutor e consultar prontuários dos ocupantes;
➢ Surgindo suspeição ou constatada alguma irregularidade a abordagem passa a ser considerada como nível 2 ou 3.

118
MTP 04

TÁTICAS DE POSICIONAMENTO DIAGONAL

➢ Consiste em tática a ser utilizada em


abordagens a veículos nível 2 ou 3,
criando-se a área de segurança;

➢ A viatura será posicionada de 3 a


5m de distância à retaguarda do veículo
abordado, na diagonal em relação à via,
com a parte frontal voltada para o
sentido da via.

➢ Após o posicionamento, os policiais militares desembarcarão, fecharão as portas e posicionar-se-ão (ver figura acima).
➢ Se a situação for avaliada como risco nível II, o abordado será colocado em alguma das posições de contenção. Caso
intervenção seja classificada como risco nível III, o abordado será colocado na posição de contenção 3 ou 4.
➢ Com os ocupantes do veículo desembarcados e dispostos na área de busca, o PM Verbalizador com arma em pronta
resposta progride pelo lado esquerdo do veículo realizando uma varredura até conseguir visualizar o interior do veículo.
➢ O P2 monitora os abordados. Após o P1 realizar a varredura no veículo, o P2 irá se aproximar dos abordados adotando
a TAT.
➢ Mediante avaliação de risco do P3 poderá se posicionar à frente ou a retaguarda da segunda viatura.
➢ A busca veicular será iniciada pelo porta-malas, prossegue para região destinada aos ocupantes do veículo e finaliza no
box do motor.

Abordagem com motociclistas policiais

Posicionamento com 3 MP Posicionamento com 2 MP

PM Segurança 1 PM Comandante

PM Segurança

PM Comandante

PM Segurança 2

➢ Serão empregados, no mínimo, 2 policiais militares para as abordagens de níveis 2 ou 3.

ABORDAGEM A VEICULOS COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

Abordagem a motocicletas
➢ O condutor da motocicleta desligará seu veículo;
➢ Todos os ocupantes da motocicleta desembarquem com as mãos na cabeça e se postem à retaguarda dela.
➢ Ressalta-se que os abordados não devem retirar os capacetes
➢ Não é recomendável a realização de busca pessoal com o abordado sobre a motocicleta.
➢ Em caso de motocicletas com 2 ocupantes, o passageiro será o primeiro a ser conduzido à área de busca.
➢ Feita a busca pessoal e não sendo encontrado nada, o PM Comandante deverá:
• retirar os abordados da via pública levando-os para a calçada;
• posta-los em pé ou assentados com as mãos para trás;
• fará breve entrevista com os abordados

Abordagem a Ônibus
➢ Embora seja possível uma ação com 2 ou 3 policiais militares, em razão da urgência que ocorrem em algumas
intervenções policiais e do efetivo disponível na maioria das frações da PMMG, recomenda-se o efetivo de 4 policiais.
➢ ATENÇÃO! Para efeito de segurança nas abordagens a coletivos com três portas, independente da avaliação de risco,
recomenda-se que a porta central permaneça fechada.

Abordagem a Ônibus nível 1


➢ Ocorrerá nas operações educativas e ações de caráter assistencial. recomenda-se o emprego do dispositivo tático Blitz.
As abordagens de caráter assistencial geralmente ocorrerão em ações isoladas de guarnições básicas, por iniciativa ou
empenho via COPOM ou correspondente

119
MTP 04

Abordagem a Ônibus nível 2


➢ Recomenda-se que seja utilizado o dispositivo de Blitz. sugere-se o emprego de 4 PM: 1 PM Verbalizador, 1 PM
Revistador e 1 PM Segurança, que adentrarão o coletivo, ficando o 4º PM da guarnição responsável pela segurança
externa.
➢ Face às características físicas, para fins de estudo, dividiremos as abordagens a ônibus nível 2, em 4 variáveis:
Ônibus com e sem roleta de 01, 02 ou mais portas de acesso.
➢ Em regra, recomenda-se que a busca pessoal seja realizada na parte externa em todas as variáveis de abordagem;
➢ Para ônibus com roleta, a busca será realizada em duas fases distintas. Em um primeiro momento será realizada nos
ocupantes da parte dianteira do veículo. Em seguida, a revista será realizada nos passageiros da parte traseira, após a
roleta.

Abordagem a Ônibus nível 3


➢ Após a parada efetiva do ônibus, a guarnição policial posicionará sua viatura atrás dele, a uma distância de 5 a 10
metros, na diagonal em relação à via.
➢ O PM Verbalizador determinará ao condutor que abra apenas a porta traseira, caso o veículo tenha mais de 1 porta;
➢ Caso a avaliação de riscos indique um risco real, o PM Verbalizador determinará o desembarque de todos os
ocupantes, um de cada vez, e diante da incerteza da autoria e adotará a posição de contenção 3 ou 4.
➢ Em seguida, o policial militar da posição 1 ou 4 aproximará pelo lado esquerdo do ônibus realizando uma varredura
visual no interior do veículo a partir da parte externa, contornando até a porta dianteira.
➢ O condutor do ônibus pode se tornar uma importante fonte de informações para a guarnição, e por isso ele deve
inicialmente permanecer no interior do coletivo.
➢ A partir desse momento os policiais militares iniciarão os procedimentos de busca pessoal e veicular.

Abordagem a caminhões
➢ Em qualquer nível de abordagem a caminhão é primordial realizar o desembarque dos ocupantes da cabine, em função
da dificuldade de se visualizar o interior e monitorar as ações nesse espaço.

Abordagem a caminhões nível 1


➢ Para essas operações, recomenda-se o emprego do dispositivo tático Blitz Policial;
➢ O PM Segurança posicionará próximo à viatura policial ou outro abrigo existente no ambiente à frente do caminhão, de
forma a monitorar o interior da cabine até o PM Verbalizador ter condições de verbalizar com o motorista;
➢ O PM Verbalizador deslocará pela retaguarda do caminhão no sentido horário e realizará aproximação até
aproximadamente 3 (três) a 5 (cinco) metros da cabine.

Abordagem a caminhões nível 2 e 3


➢ Os procedimentos táticos devem seguir a Tática de posicionamento Diagonal, devendo adaptar o posicionamento do
PM Comandante/Segurança que se posicionará alinhado e junto à extremidade traseira direita do caminhão.

OPERAÇÃO CERCO BLOQUEIO E INTERCEPTAÇÃO

Conceitos
Perseguição policial é a ação policial que ocorre antes ou durante uma Operação Cerco, Bloqueio e Interceptação, que
consiste em acompanhar ou seguir um suspeito de prática de delito, em fuga, com objetivo de abordá-lo, identificá-lo e, se
confirmada a infração, prendê-lo.

Cerco: é uma ação tática, que consiste no posicionamento conjunto de policiais militares e viaturas policiais (e outros
recursos logísticos) em pontos estratégicos dentro de um espaço geográfico, a fim de controlar as rotas de fuga do veículo
evasor, por meio da disposição de obstáculos na via de forma a reduzir a velocidade dos veículos que passam pelo local.

Bloqueio: é uma ação tática que decorre do cerco e que consiste no posicionamento de obstáculos com a finalidade de
interromper totalmente o fluxo da via.

Interceptação: é uma ação policial que visa a captura dos ocupantes do veículo em fuga, a partir da imobilização definitiva
do veículo.

Planejamento
Em regra, uma Operação Cerco, Bloqueio e Interceptação surge de um planejamento prévio. Entretanto, quando não
houver tempo para um planejamento prévio, haverá um conjunto mínimo de procedimentos a serem observados:
a) a unidade de comando;
b) o compartilhamento de dados e informações sobre a ocorrência;
c) a definição de funções e pontos de cerco;
d) a atuação sistêmica.

120
MTP 04

Locais para realização Operação Cerco, Bloqueio e Interceptação


a) Favoráveis:
• redutores de velocidade (quebra molas, lombadas e radares eletrônicos), principalmente em vias de trânsito rápido;
• abrigos naturais ou artificiais no ambiente;
• pontos de comandamento para uma melhor amplitude de visão do local;
• vias rurais (estradas e rodovias).

b) Desfavoráveis:
• abismos, paredes abruptas ou de danos naturais na via (buracos, obras), que possam prejudicar a segurança de
procedimentos;
• curvas, aclives, declives ou vias com grande circulação de pessoas;
• vias marginais em relação à via principal, ou de estradas vicinais que possam favorecer a fuga do veículo.

Distribuição de Funções
➢ PM Comandante da Operação
➢ PM Comandante do Ponto de Cerco e Bloqueio
➢ PM Segurança

Comunicações
➢ Nas situações em que não seja possível a coordenação por meio do COPOM ou correspondente, a comunicação será
centralizada no PM Comandante da Operação.
➢ LEMBRE-SE: Três razões essenciais para a disciplina das comunicações na rede-rádio:
• fazer com que as ordens do comandante da operação alcancem todos os envolvidos;
• auxiliar no controle do nível de estresse da ocorrência;
• impedir que mensagens confusas alterem o estado de prontidão dos policiais militares.

Logística
➢ As viaturas não empenhadas e aquelas que estiverem empenhadas em ocorrências de menor relevância deslocarão
para os pontos de cerco pré-definidos ou determinados pelo PM Comandante da Operação.
➢ Aarmamento (porte e portátil), escudo balístico, apitos, rádios HT, cavaletes, cones, dentre outros, podendo ser
utilizados limitadores de fuga (ex.: “cama de faquir”) e outros meios não convencionais (meios de fortuna).

Procedimentos para a Perseguição


➢ Deslocar-se utilizando o cinto de segurança;
➢ Identificar e repassar ao COPOM ou correspondente, dados do veículo em fuga
➢ Acionar os sinais luminosos e a sirene
➢ Procurar manter as armas no coldre e sacá-las somente no momento da parada do veículo em fuga;
➢ Manter a distância mínima de segurança da viatura em relação ao veículo em fuga;
➢ O PM Comandante da guarnição que está em perseguição deve pedir prioridade

Providências para a realização de cerco policial


Existem 3 tipos mais comuns de dispositivos para a montagem do cerco:
➢ “Zigue e zague”
➢ Afunilamento paralelo
➢ Afunilamento Diagonal
Zigue e zague

Afunilamento Afunilamento
Paralelo Diagonal

121
MTP 04

Providências para a realização de bloqueio policial


➢ O dispositivo que contará com a montagem de 3 barreiras:
➢ 1ª barreira: realizada com uma indicação do bloqueio da pista (cavaletes);
➢ 2ª barreira: será realizada com cones distribuídos ao longo da pista;
➢ 3ª barreira: concretizada pela disposição das viaturas na via.
➢ Poderão ser colocados limitadores de fuga a 5 metros após a segunda barreira
➢ A viatura ficará posicionada num ângulo de 45º, com a frente voltada para o sentido da via, e a uma distância de 100
metros a 200 metros da segunda barreira.
➢ O melhor posicionamento para os PM é estarem dispostos na lateral da via, entre o início do bloqueio e o local de
posicionamento da VP, utilizando abrigos. Numa ação de bloqueio os policiais PM não deverão utilizar a VP como
abrigo.
➢ Via de regra, a interceptação é realizada por policiais que estejam na perseguição ao veículo em fuga;
➢ Caso o veículo em fuga adentre ao bloqueio e não esteja sendo perseguido, os policiais empregados no bloqueio
devem realizar a interceptação;
➢ O PM Comandante da Operação poderá determinar que um policial militar se antecipe ao dispositivo montado na via e
permaneça em local seguro (coberto e abrigado), fazendo a observação avançada.

LIMITADORES DE FUGA

➢ O modelo mais comum possui várias denominações, sendo que a mais usual é “cama de faquir”, podendo ser descrito
como “dispositivo móvel constituído de agulhas de aço distribuídos numa base pantográfica”.
➢ No CERCO, o uso do limitador de fuga ocorrerá quando o policial 1 que estiver acompanhando o fluxo dos veículos
determinar que algum veículo pare e o condutor iniciar uma evasão. Configurada a ação de desobediência, o policial 2
deverá estender o limitador de fuga sobre a via a fim de perfurar os pneus do veículo evasor e obstar a sua fuga.
➢ Assim que o veículo evasor passar sobre o limitador de fuga, a ferramenta deve ser recolhida, de maneira a evitar que
as viaturas policiais que estejam em perseguição passem sobre o equipamento e sejam danificadas.
➢ No BLOQUEIO o limitador de fuga deve ser instalado entre a segunda e a terceira barreira de contenção, a 5 metros de
distância da segunda barreira.

➢ Em algumas situações em que não seja possível a montagem do cerco e bloqueio, os limitadores de fuga poderão ser
utilizados, observando-se o seguinte:
• Quando da realização de bloqueio total da via com o uso do limitador de fuga recomenda-se o posicionamento de
policiais militares em ponto de comandamento ou abrigos que permitam uma resposta mais segura;
• Sempre que possível, tão logo o veículo suspeito ou em fuga passe pelo equipamento, o PM deverá recolhê-lo;
• o PM deverá estar em via que seja reta e não seja declive, não se recomendando ações em curvas, próximos a
abismos e locais onde o desvio na direção do veículo objeto da ação policial possa resultar em maior dano do que o
objetivo proposto.

Limitações dos Limitadores de Fuga


➢ Fluídos que blindam sua “banda de rodagem”, o esvaziamento pode não ocorrer tão rápido quanto se espera;
➢ Pode ocorrer a não perfuração dos 4 pneus se o veículo a ser interceptado estiver transitando em velocidade
acentuada;
➢ Eventual falta de agilidade do policial militar na ação de puxar a base
➢ Ação de desvio do limitador de fuga

122

Você também pode gostar