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UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Análise Matemática I

ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO


UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

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Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED),
e contém reservado todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total
deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrónicos, mecânico,
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto
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UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Agradecimentos
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), agradece a colaboração dos
seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual:

Autor Prof. Doutor Horácio Manuel Vunga


Coordenação Direcção Académica
Design Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)
Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção da Educação a Distância (IAPED)
Ano de Publicação 2019
Local de Publicação ISCED – BEIRA
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Índice
Visão geral 1
Bem-vindo ao manual da Disciplina de Análise Matemática I ........................................ 1
Objectivos do Manual .................................................................................................... 1
Quem deveria estudar este Manual............................................................................... 2
Como está estruturado este Manual ............................................................................. 2
Conteúdo deste manual ................................................................................................ 3
Outros recursos ........................................................................................................... 3
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação ........................................................................ 3
Habilidades de estudo ................................................................................................... 3
Precisa de apoio? .......................................................................................................... 5
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................. 6
Avaliação ....................................................................................................................... 6
TEMA – I: NÚMEROS REA RAIS. 9
UNIDADE Temática 1.1. CONJUNTOS (Noções). ............................................................. 9
Introdução ..................................................................................................................... 9
Conjuntos (noções)...................................................................................................... 10
Sumário ....................................................................................................................... 18
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 19
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 19
Operações com conjuntos ........................................................................................... 21
UNIDADE Temática 1.2. Conjuntos Numéricos ............................................................. 26
Introução ..................................................................................................................... 26
Conjuntos dos números ............................................................................................... 27
Conjunto dos Números Naturais .................................................................................. 29
Conjunto dos Números Inteiros ................................................................................... 29
Conjunto dos Números Racionais ................................................................................ 31
Conjunto dos Números Irracionais ............................................................................... 32
Conjunto dos Números Reais ....................................................................................... 32
Conjuntos Numéricos Fundamentais em Diagrama ..................................................... 33
SUMÁRIO .................................................................................................................... 34
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 35
Unidade Temática 1.3. Representação Geométrica dos Números Reais. ..................... 38
ntroução...................................................................................................................... 38
Sumário ....................................................................................................................... 39
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .......................................Error! Bookmark not defined.
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 40
Unidade 1.3. Desigualdades......................................................................................... 40
Introução ..................................................................................................................... 40
Desigualdade das médias 41
Demonstração do caso n=2 ......................................................................................... 41
Demonstração no caso ................................................................................. 42
Demonstração do caso geral ....................................................................................... 44
A desigualdade triangular nos números reais (ou em IR). ............................................ 45
A desigualdade triangular em ............................................................................... 46
Teorema ...................................................................................................................... 46

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UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Demonstração ............................................................................................................. 47
Sumário ....................................................................................................................... 47
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 47
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 48
TEMA II: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 48
Unidade Temática 2.1: Sistema de Coordenadas Cartesiano ....................................... 48
Introução ..................................................................................................................... 48
Sistema de coordenadas cartesiano ............................................................................ 52
Propriedades ............................................................................................................... 53
Localização de pontos .................................................................................................. 54
Planos primários ................................................................................................. 55
Distância entre pontos ....................................................................................... 55
A esfera .............................................................................................................. 56
Sumário ....................................................................................................................... 56
Nesta Unidae Temática 2.1. aprendemos estudar: ...................................................... 56
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 57
Localize os Pontos: ............................................................................................. 57
Em Quais Quadrantes se Encontram os Pontos?........................................ 57
Unidade 2.2. Distância entre Dois Pontos .................................................................... 58
Introução ..................................................................................................................... 58
Distância entre Dois Pontos ......................................................................................... 59
Sumário ....................................................................................................................... 60
Nesta Unidade Temática 2.2 estudamos: ..................................................................... 60
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 60
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 63
Unidade 2.3. A Recta ................................................................................................... 64
Introução ..................................................................................................................... 64
A recta................................................................................................................ 65
Sumário .............................................................................................................. 75
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................... 75
Unidade Temática 2.4. Posição Relativa de duas Rectas. ............................................ 78
Introução .................................................................................................................... 78
Posições relativas de duas Rectas ............................................................................... 79
Rectas Paralelas.......................................................................................................... 79
Rectas Concorrentes................................................................................................... 80
Rectas Perpendiculares/Ortogonais ............................................................................ 80
Sumário ...................................................................................................................... 80
Unidade 2.5. Perpendicularidades. ............................................................................. 88
Introução .................................................................................................................... 88
Perpendicularidade .................................................................................................... 89
Sumário ...................................................................................................................... 90
TEMA III: FUNÇÕES .............................................................................................................. 94

ii
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Unidade Temática 3.1. Funções. .................................................................................. 94


Introução ..........................................................................Error! Bookmark not defined.
Funções ....................................................................................................................... 95
Funções Reais de Variável Real .................................................................................... 96
Representação Gráfica de uma Função ........................................................................ 96
Operações com Funções .............................................................................................. 97
Soma de funções ......................................................................................................... 98
Produto de funções ..................................................................................................... 99
Composição de funções ............................................................................................. 100
Inverso da função e função inversa ........................................................................... 100
Função par e função ímpar ........................................................................................ 102
Função linear e função afim....................................................................................... 103
Sumário ..................................................................................................................... 104
Exercícios de AUTOAVALIÇÃO.................................................................................... 104
Unidade Temática 3.2. Gráficos de Funções. ............................................................. 109
Introução ................................................................................................................... 109
Construção de Gráfico de uma Função 110
Análise e Interpretação de Gráficos de Funções ........................................................ 114
Crescente, Decrescente, Constante e Raízes....................................................................... 115
Sumário ..................................................................................................................... 116
Nesta Unida Temática 3.2. estudamos ....................................................................... 116
Exrcícios de AUTO-AVALIAÇÃO .................................................................................. 116
Unidade Temática 3.3. Propriedades de Funções. ..................................................... 117
Introução ................................................................................................................... 117
Propriedades de uma Função 118
Continuidade .................................................................................................... 118
Funções Injectora, Sobrejectora e Bijectora...................................................... 119
Sumário ............................................................................................................ 120
Nesta Unidade Temática 3.3. estudamos .......................................................... 120
Exrecícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................... 120
GRUPO 2 (com respostas)................................................................................. 120
Unidade Temática 4.1. Funções Polinomiais. .................................................... 122
Introução.......................................................................................................... 122
Funções Polinomiais .......................................................................................................... 123
Sumário .................................................................................................................... 125
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ............................................................................... 126
Unidade Temática 4.2. Funções Trigonométricas. ..................................................... 128
Introução .................................................................................................................. 128
Funções Trigonométricas.......................................................................................... 130
Sumário .................................................................................................................... 137
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ............................................................................... 137

iii
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Unidade Temática 4.4. Regiões no Plano Cartesiano.................................................. 137


Introução ................................................................................................................... 137
Regiões no Plano Cartesiano 138
Sistema Cartesiano 3D ............................................................................................... 140
OCTANTES ................................................................................................................. 142
Sumário ..................................................................................................................... 143
Exrecícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 143
Em Quais Quadrantes se Encontram os Pontos (em 2D)? ........................ 143
Unidade Temática 4.5. Funções como Modelos Matemáticos ................................... 144
Introução ................................................................................................................... 144
Funções como modelos Matemáticos 145
Função Demanda .................................................................................... 147
Função Oferta ......................................................................................... 147
Ponto de equilíbrio .................................................................................. 147
Funções Marginais .................................................................................. 147
SUMÁRIO .................................................................................................................. 148
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 148
Unidade Temática 5.1. Limites ................................................................................... 151
Introução ................................................................................................................... 151
Limites 152
Limite de uma função ................................................................................................ 152
Definição formal ............................................................................................... 154
Aproximação intuitiva ............................................................................................... 154
Sumário ..................................................................................................................... 156
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 156
Unidade Temática 5.2. Limites Laterais...................................................................... 157
Introução ................................................................................................................... 157
Limites Laterais 158
Sumário ..................................................................................................................... 159
Exercícios .................................................................................................................. 159
Unidade Temática 5.3. Limites Infinitos e no Infinito ................................................. 160
Introução ................................................................................................................... 160
Limites Infinitos e no Infinito 161
Limites infinitos ....................................................................................... 163
Sumário ..................................................................................................................... 163
Exercícios .................................................................................................................. 164
Unidade Temática 5.4. Continuidade ......................................................................... 164
Introução ................................................................................................................... 164
Continuidade 165
CONTINUIDADE DE FUNÇÕES DE UMA VARÁVEL .............................................. 165

iv
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Sumário ..................................................................................................................... 166


Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 166
Unidade Temática 6.1. Derivada ................................................................................ 169
Introução ................................................................................................................... 169
Derivada 170
Definição formal da Derivada .................................................................................... 171
Derivada num ponto .................................................................................................. 172
Derivabilidade em todo o domínio ................................................................... 174
Funções continuamente deriváveis .................................................................. 175
Derivadas de ordem superior (facultativo) ....................................................... 175
Pontos críticos, estacionários ou singulares ...................................................... 176
Sumário ............................................................................................................ 177
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ....................................................................... 177
Unidade Temática 6.2. Técnicas de Derivação .................................................. 178
Introução.......................................................................................................... 178
Técnicas de Derivação........................................................................................................ 179
DERIVADA DE UMA CONSTANTE......................................................................................... 179
DERIVADA DE UMA POTÊNCIA COM EXPOENTE INTEIRO .................................................... 179
DERIVADA DE UMA CONSTANTE VEZES UMA FUNÇÃO ....................................................... 180
DERIVADAS DE SOMAS E DIFERENÇAS ................................................................................ 180
DERIVADA DE UM PRODUTO .............................................................................................. 180
DERIVADA DE UM QUOCIENTE ........................................................................................... 181
DERIVADA DE UM RECÍPROCO ............................................................................................ 181
DERIVADAS MAIS ALTAS ou de n-ésimo grau ...................................................................... 181
DERIVADAS DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS .................................................................. 182
Sumário .............................................................................................................................. 182
Nesta Unidade Temática 6.2. estudamos os seguinte tópicos. ............................................ 182
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................... 183
Unidade Temática 6.3. Regra de Cadeia .............................................................................. 187
Introução ............................................................................................................................ 187
Regra de Cadeia.................................................................................................................. 188
Enunciado........................................................................................................................... 188
Exemplos ............................................................................................................................ 188
Regra da cadeia para várias variáveis (Carácter informativo, pelo que facultativo). ............ 189
Sumário .............................................................................................................................. 189
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ......................................................................................... 190
GRUPO 2 (com respostas). ................................................................................................. 190
Calcule a derivada de cada uma das funções abaixo: .......................................................... 190
TEMA VII: COMPORTAMENTO DE FUNÇÕES ...................................................................... 191
Unidade Temática 7.1. Máximo e Mínimo .......................................................................... 192
Introução ............................................................................................................................ 192
Máximo e mMínimo ........................................................................................................... 193
Aplicações da 1ª Derivada .................................................................................................. 193

v
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Aplicações da 2ª Derivada ou (pontos de Inflexão). ................................................... 193


Sumário ..................................................................................................................... 194
Nesta Unidade Temática 7.1. estudamos os seguinte tópicos. ................................... 194
Unidade Temática 7.2. Regiões de Crescimento e Decrescimento ............................. 197
Introução ................................................................................................................... 197
Regiões de Crescimento e Decrescimento 198
Definição 1: (Função Crescente) ................................................................................ 198
Definição 2: (Função Decrescente)............................................................................ 198
Definição 3: Função estritamente Crescente ............................................................. 199
Definição 4: Função estritamente Decrescente.......................................................... 199
Teorema: Sinal da Derivada ....................................................................................... 199
Teste da Primeira Derivada para Extremos ................................................................ 200
Sumário ..................................................................................................................... 201
Exercícios .................................................................................................................. 202
GRUPO 2 (Exercícios com respostas) ......................................................................... 202
Unidade Temática 7.3. Regra de L´Hôpital ................................................................. 204
Introução ................................................................................................................... 204
Regra de L´Hôpital 205
Enunciado ................................................................................................................. 205
Algumas Aplicações ................................................................................................... 206
Demonstração ........................................................................................................... 207
Sumário ..................................................................................................................... 207
Nesta Unidade Temática 7.3. Estudamos: .................................................................. 207
Exercícios .................................................................................................................. 207
GRUPO 2 (com respostas) .......................................................................................... 207
Exercício 1 ................................................................................................................. 207
Exercício 2 ................................................................................................................. 208
Unidade Temática 7.4. Taxas Relacionadas ................................................................ 208
Introução ................................................................................................................... 208
Taxas Relacionadas 209
Sumário ..................................................................................................................... 211
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ................................................................................ 212
BIBLIOGRAFIA BÁSICA......................................................................................................... 213
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ......................................................................................... 213

vi
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Visão geral

Bem-vindo ao manual da Disciplina de Análise


Matemática I

Objectivos do Manual

O principal objetivo deste manual da disciplina de Análise


Matemática I é o de fazer com que os alunos compreendam, com
clareza, os conceitos introdutórios de matemática do ponto vista
geométrico, numérico, algébrico e linguístico.

Desenvolver, também a capacidade de modelagem de problemas


matemáticos e provas envolvendo conjuntos, conjuntos
numéricos, distância entre dois pontos, equação geral da recta,
funções lineares, polinomiais, exponenciais, logarítmica e
trigonométrica, bem como as noções intuitivas de limites,
continuidade, diferenciabilidade e o comportamento de funções,
que possam, sem dúvidas, auxiliar na vida profissional do futuro
Contabilista e Auditor.

JUSTIFICATIVA

É nossa expectativa que este texto assuma o carácter de espinha


dorsal de uma experiência permanentemente renovável, sendo,
portanto, bem-vindas às críticas e/ou sugestões apresentadas por
todos - professores ou alunos quantos dele fizerem uso.

Para desenvolvermos a sua capacidade como estudante, de


pensar por si mesmo em termos das novas definições, incluímos
no final de cada TEMA uma extensa lista de exercícios, regra geral,
integrados.

No TEMA I apresentaremos algumas definições e resultados sobre


conjuntos, conjuntos numéricos, intervalos e equações e
inequações que serão necessárias para o entendimento dos
próximos TEMAS.

No TEMA II apresentaremos o sistema de coordenadas


cartesianas, distância entre dois pontos, equação geral da recta e
aplicações.

No TEMA III apresentaremos as noções de funções e suas


principais propriedades aplicações.

1
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

No TEMA IV apresentaremos alguns tipos especiais de funções tais


como: funções lineares, polinomiais, exponenciais, logarítmica,
trigonométrica e aplicações.

No TEMA V apresentaremos, de um ponto de vista intuitivos, as


noções de limites e continuidade, bem como suas principais
propriedades.

No TEMA VI apresentaremos, de um ponto de vista intuitivos, as


noções de derivada, bem como suas principais propriedades.

No TEMA VII aplicaremos os conhecimentos sobre derivadas para


revolver problemas de máximo e mínimo, gráficos de funções,
bem como taxas relacionadas.

▪ Ter domínio sobre teoria de conjuntos e diferentes conjuntos e


conjunto numéricos;

▪ Ser capaz de fazer diversas representações gráficas;


Objectivos
Específicos ▪ Ter domínio sobre funções;

▪ Compreender e aplicar o conceito de limites e continuidade;

▪ Introduzir o conhecimento sobre cálculo Diferencial e suas


aplicações.

Quem deveria estudar este Manual

Estemanual foi concebido para estudantes do 1º ano dos cursos de


licenciatura do ISCED.

Como está estruturado este Manual

O presente manual está estruturado da seguinte maneira:


• Conteúdos deste manual.
• Abordagem geral dos conteúdos do manual, resumindo os
aspectos-chave que você precisa para conhecer a história da
comunicação. Recomendamos vivamente que leia esta secção
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente
de habilidades de estudos.

2
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Conteúdo deste manual

Este manual está estruturado em temas. Cada tema, comporta


certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades,
cada unidade temática caracteriza-se por conter um título
específico, seguido dos seus respectivos subtítulos.
No final de cada unidade temática, são propostos 10 exercícios de
fechados e 5 exercícios abertos. No fim de cada tema, são
incorporados 10 exercícios fechados para avaliação e 5 exercícios
abertos para auto-avaliação. No final do manual estão
incorporados 100 exercícios fechados para preparação aos
exames.
Os exercícios de avaliação são teóricos e práticos.

Outros recursos

O ISCED pode, adicionalmente, disponibilizar material de estudo


na Biblioteca do Centro de recursos, na Biblioteca Virtual, em
formato físico ou digital.

Auto-avaliação e Tarefas de avaliação

As tarefas de auto-avaliação para este manual encontram-se no


final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características:
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo,
exercícios que mostram apenas respostas.
As tarefas de avaliação neste manual também se encontram no
final de cada unidade temática, assim como no fim do manual em
si, e, devem ser semelhantes às de auto-avaliação, mas sem
mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras.
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de
campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de
correcção e subsequentemente atribuição de uma nota. Também
constará do exame do fim do manual. Pelo que, caro estudante,
fazer todos os exercícios de avaliação é uma grande vantagem.

Habilidades de estudo

O principal objectivo desta secção, é ensinar a aprender


aprendendo.

3
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Durante a formação e desenvolvimento de competências, para


facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e
eficazes. Por isso, é importante saber como, onde e quando
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais
esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo
dedicado aos estudos, procedendo como se segue:
1º - Praticar a leitura. Aprender à distância exige alto domínio de
leitura.
2º - Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida).
3º - Voltar a fazer a leitura, desta vez para a compreensão e
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR).
4º - Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão.
5º - Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas
ou as de estudo de caso, se existir.
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo,
respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si:
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num
sítio barulhento!? Preciso de intervalo a cada 30 minutos ou a
cada 60 minutos? etc.
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido
estudado durante um determinado período de tempo; deve
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só a
seguinte quando achar que já domina bem o anterior.
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é
juntar o útil ao agradável: saber com profundidade todos
conteúdos de cada tema, no manual.
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja, que
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos
assuntos das actividades obrigatórias.
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual
obrigatório, pode conduzir ao efeito contrário: baixar o
rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um
elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco
tempo, criando interferência entre os conhecimentos, perde
sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto, mas não

4
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar


injustamente incapaz!
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobretudo,
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na
área em que está a se formar.
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que
matérias deve estudar durante a semana; face ao tempo livre que
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as
partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos,
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a
margem para colocar comentários seus relacionados com o que
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura;
utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado
não conhece ou não lhe é familiar.

Precisa de apoio?

Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão,
o material de estudos impresso, pode suscitar-lhe algumas dúvidas
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página
trocada ou invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos
(CR), via telefone, SMS, E-mail, Casos Bilhetes, se tiver tempo,
escreva mesmo uma carta participando a preocupação.
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da
comunicação no Ensino à Distância (EAD), onde o recurso às TICs
se tornam incontornável: entre estudante, estudante – tutor,
estudante – CR, etc.
As sessões presenciais são um momento em que caro estudante,
tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR,
com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada
para acompanhar as suas sessões presenciais. Neste período, pode
apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou
administrativa.

5
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30%


do tempo de estudos a distância, é de muita importância na
medida em que permite-lhe situar, em termos do grau de
aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira fica
a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas.
Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os
conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e
unidade temática, no manual.

Tarefas (avaliação e auto-avaliação)

O estudante deve realizar todas as tarefas (actividades avaliação e


auto−avaliação), pois, influenciam directamente no seu
aproveitamento pedagógico.
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do
estudante. Esteja sempre ciente de que a nota das avaliações
conta e é decisiva para a admissão ao exame final da disciplina.
As avaliações são realizadas e submetidas na Plataforma MOODLE.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do (s) autor (es).
Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de
um autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade,
humildade científica e o respeito pelos direitos autorais devem
caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante do
ISCED).

Avaliação

Muitos perguntam: como é possível avaliar estudantes à


distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes do
docente/tutor!? Nós dissemos: sim é muito possível, talvez seja
uma avaliação mais fiável e consistente.
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam
com um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar
os conteúdos do seu manual. Quanto ao tempo de contacto
presencial, conta com um máximo de 10% do total de tempo do
manual. A avaliação do estudante consta de forma detalhada do
regulamento de avaliação.
As avaliações de frequência pesam 25% e servem de nota de
frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final
da disciplina e decorrem durante as sessões presenciais. Os
1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária,
propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização.

6
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

exames pesam 75%, o que adicionado aos 25% da média de


frequência, determinam a nota final com a qual o estudante
conclui a disciplina.
É definida a nota de 10 (dez) valores como nota mínima de
aprovação na disciplina.
Nesta disciplina, o estudante deverá realizar pelo menos 5
avaliações escritas sendo 2 fóruns e 3 testes (teóricos e práticos),
e 1 (um) exame final.
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão
utilizados como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a identificação das referências bibliográficas
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento
dos Cursos e Sistemas de Avaliação do ISCED.

7
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

TEMA – I: NÚMEROS REA RAIS


Unidade 1.1. Conjuntos;
Unidade 1.2. Conjunto Numéricos;
Unidade 1.3 Representação Geométrica dos Números Reais;
Unidade 1.4 Desigualdade.

UNIDADE Temática 1.1. CONJUNTOS (Noções).

Introdução

Os fundamentos da teoria dos conjuntos foram lançados no final do


século XIX, a partir dos trabalhos de George Cantor (1845-1918). A
partir de então, está teoria passou por um forte processo de
desenvolvimento, dando suporte a diversos ramos da matemática e
influenciando outras áreas do conhecimento, dentre elas a Ciência da
Computação.

O conceito de conjunto é fundamental para a Ciência da Computação,


uma vez que grande parte de seus conceitos, construções e resultados
são escritos na linguagem dos conjuntos ou baseados em construções
sobre conjuntos (MENEZES, 2008), existindo aplicações em áreas como
Banco de Dados e Linguagens Formais, por exemplo.

Nesta Unidade 1.1., introduziremos os principais conceitos da teoria


dos conjuntos, que serão indispensáveis para estudos posteriores.

Três noções são consideradas primitivas: Conjunto; elemento;


pertinência entre elemento e conjunto.

Conjunto –notação: letras maiúsculas

Pode ser designada, intuitivamente, como uma coleção de objetos de


qualquer natureza, considerados globalmente. Em um conjunto, a
ordem dos elementos não importa e cada elemento deve ser listado
apenas uma vez. A repetição dos elementos em um conjunto é
irrelevante

Elemento-notação: letras minúsculas

9
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Os objectos que constituem um conjunto denomina-se elementos do


conjunto.

Pertinência ou Pertença - notação: Є

Relacionam elemento com conjunto. Qualquer objeto que faça parte


de um conjunto é chamado “membro” ou “elemento” daquele
conjunto ou ainda é dito pertencer aquele conjunto. Para denotar que
o elemento x pertence ao conjunto A utiliza-se: X∈A.

Mais detalhes sobre Conjuntos veja o desenvolvimento a seguir.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender e explicar um breve historial sobre a Teoria de Conjuntos;

▪ Indicar ou mencionar os três elementos primitivos de conjuntos;


Objectivos ▪ Ter noções de elementos de um conjunto;
específicos
▪ Ter noções de pertença;

▪ Ter noções de tipos de Conjuntos;

▪ Representar um Conjunto;

▪ Ter noções de Conjuntos numéricos.

CONJUNTOS (Noções)

Se o elemento não pertence ao conjunto A denota-se: X ∉ A

Ex: Considerando o conjunto D dos dias da semana, temos que:


segunda feira ∈ D; sábado ∈D; janeiro ∉ D

10
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

REPRESENTAÇÃO

Um conjunto pode ser representado basicamente de duas maneiras:


por extensão ou por compreensão.

Extensão: os elementos são listados exaustivamente, sendo colocados


entre um par de chaves e separados por vírgulas. Por exemplo,

D = {segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado, domingo}

Compreensão: em casos em que os números de elementos são


muitos, devemos optar por descrever o conjunto por meio de uma
propriedade que caracteriza os seus elementos. De forma geral,
escreve-se S= {x | P(x)}, onde P(x) representa a propriedade.

Exemplos:

a) A = {a, e, i, o, u}

b) B = {1, 3, 5, 7, ..., 15}

c) C = {1, 2, 3, 4, 5,...}

d) D = {n|n=2y, onde y é um número inteiro}

1. A foi representado por meio da listagem de todos os seus elementos.

2. B e C, alguns elementos foram omitidos, mas podem facilmente ser


deduzidos do contexto. Nos três casos, a forma de representação
utilizada foi a extensão.

11
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

3. O conjunto D, que corresponde ao conjunto D = {0, 2, 4, 6, 8, ...}, foi


representado por meio da propriedade comum a seus elementos, o
que constitui a forma de representação por compreensão.

Ex1: Descreva cada um dos seguintes conjuntos, listando seus


elementos:

• {x|x é a capital do Pará}

• {y|y é um número primo menor do que 30}

Ex 2: Descreva cada um dos seguintes conjuntos, através de uma


propriedade que caracteriza seus elementos:

a) {1,3,5,7,9...}

b) {1,4,9,16...}

Alguns Conjuntos Especiais

Considere a seguinte situação: queremos listar todos os elementos de


um conjunto A= {a|a é um número natural par menor do que 2}.
Então, quantos elementos o conjunto A possui? A não possui nenhum
elemento, pois não existe nenhum número natural par que seja menor
do que 2. Neste caso, dizemos que o conjunto A é vazio, e
representamos como segue:

A = { } ou A = ∅

E se quiséssemos listar todos os elementos do conjunto B = {b|b é um


número natural ímpar menor do que 2}, quantos elementos esse
conjunto teria? Neste caso, B teria apenas um elemento, sendo, por
isso, chamado de conjunto unitário. B = {1}

CONJUNTO UNITÁRIO é o conjunto que possui apenas um elemento.

Um conjunto possui um número finito ou infinito de elementos.


Chamamos de conjunto finito aquele que pode ser descrito por
extensão, ou seja, é possível listar todos os seus elementos. Um
conjunto é dito infinito quando não é possível listar exaustivamente
todos os seus elementos.

12
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

CONJUNTO UNIVERSO

Geralmente, o conjunto universo é representado pela letra U, é o


conjunto que contém todos os conjuntos que estão sendo
considerados, ou seja, define o contexto da discussão.

1. Num diagrama de Venn, os elementos de U são geralmente


representados por pontos internos ao um quadrado(retângulo) e os
demais são representados por um círculo contidos no
quadrado/retângulo.

2. U não é um conjunto fixo e, para qualquer conjunto A, temos:

Propriedades dos Conjuntos

1. Qualquer conjunto é subconjunto do conjunto universo;

2. O conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto;

3. Todo conjunto é subconjunto de si próprio;

4. Se todo elemento de um conjunto A pertence também a um


conjunto B, e todo elemento de B pertence a um conjunto C, então
todo elemento de A pertence a C (propriedade da transitividade).

RELAÇÕES ENTRE CONJUNTOS

Já introduzimos a noção de pertinência entre elementos e conjuntos.


Além desta, outra noção importante é a de continência, a partir da
qual podemos introduzir os conceitos de subconjuntos e de igualdade
de conjuntos.

Relações de pertinência são estabelecidas entre elemento e conjunto,


enquanto que as relações de continência são estabelecidas entre

13
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

conjunto e conjunto.

- SUBCONJUNTOS

Se e são conjuntos e todo o elemento pertencente a e


também pertence a , então o conjunto é dito um subconjunto do
conjunto , denotado por . Note que esta definição inclui o
caso em que A e B possuem os mesmos elementos, isto é, A = B. Se
e ao menos um elemento pertencente a não pertence a
, então é chamado de subconjunto próprio de , denotado por
. Todo conjunto é subconjunto dele próprio, chamado de
subconjunto impróprio.

Sejam dois conjuntos A = {1, 2, 3} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5}.

Observe que todos os elementos do conjunto A são também


elementos do conjunto B. Com a notação A⊂B indicamos que “A” é
subconjunto de “B” ou “A” está contido em “B” ou “A é parte de B”, ou
ainda que B contém A, com notação B⊃A.

A⊂B ↔(∀x)(x ∈A→x∈B)

Quando A não é um subconjunto de B, ou seja, quando existe pelo


menos um elemento de A que não pertence a B, indicamos A ⊄ B.

- IGUALDADE DE CONJUNTOS

Consideremos os conjuntos A={1, 3, 5} e B={1, 3, 5}. Não é preciso se


esforçar para perceber que A é um subconjunto de B e B, por sua vez,
também é subconjunto de A. Neste caso, dizemos que os conjuntos A
e B são iguais.

Formalmente, podemos dizer: dois conjuntos A e B são iguais se, e


somente se, todo elemento de A pertence também a B e,
reciprocamente, todo elemento de B pertence a A, ou seja: A = B ↔
(∀x)((x∈A→x∈B)∧(x∈B →x∈A))

CONJUNTO DAS PARTES DE UM CONJUNTO

Se tivermos um conjunto de elementos a que chamamos F, o conjunto


das partes de F será aquele formado por todos os possíveis
subconjuntos de F e será representado por P(F). Se o conjunto F tem n

14
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

elementos, então o conjunto das partes de F, P(F), terá 2n elementos.

Exemplo: Sendo F = {3, 5, 9}, vamos escrever todos os possíveis


subconjuntos de F:

→ com nenhum elemento Ø

→ com 1 elemento {3}, {5}, {9}

→ com 2 elementos {3, 5}, {3, 9}, {5, 9}

→ com 3 elementos {3, 5, 9}

Podemos então escrever: P(F) = {Ø, {3}, {5}, {9}, {3, 5}, {3, 9}, {5, 9}, {3,
5, 9}

O número de elementos de um conjunto F é denominado ordem do


conjunto e é indicado por n(F). Repare que no exemplo acima n(F) = 3
e n (P(F)) = 23 = 8

CONJUNTO COMPLEMENTAR

Complementar de B com respeito a A e é representada por =B-


A.

No caso dos alunos de uma classe, o conjunto complementar do


conjunto dos alunos presentes à aula será formado pelos alunos
ausentes à aula.

RELAÇÃO DE INCLUSÃO

A relação de inclusão possui 3 propriedades:

→ Propriedade reflexiva: A  A, isto é, um conjunto sempre é


subconjunto dele mesmo.

→ Propriedade anti-simétrica: se A  B e B  A, então A = B.

15
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

→ Propriedade transitiva: se A  B e B  C, então A  C.

DIAGRAMAS DE VENN

Podemos expressar um conjunto através de diagramas de Venn, de


forma a facilitar o entendimento de definições, o desenvolvimento de
raciocínios e a compreensão dos componentes e relacionamentos que
estejam sendo discutidos (MENEZES, 2008). Um diagrama de Venn é
uma representação pictórica na qual os conjuntos são representados
por áreas delimitadas por curvas no plano. Lipschutz e Lipson (2004).

Para seguir este modelo de representação, devemos observar as


seguintes regras:

1. O conjunto universo é representado por um retângulo;

2. Cada um dos demais conjuntos é representado por um círculo (ou


uma elipse);

3. Cada conjunto deve ser identificado por uma letra maiúscula;

A seguir, são ilustradas algumas situações para que você possa


entender como utilizar Diagramas de Venn para representar
conjuntos. Para representar a continência de dois conjuntos,
construímos uma elipse dentro de outra, como segue:

Figura 1.1: Diagrama de Venn

A Figura 1.1 representa a relação A⊂B, ou seja, A é subconjunto de B.

Perceba que a elipse que representa o conjunto A está totalmente


contida na que representa o conjunto B. Isto representa que todos os
elementos de A são também elementos de B, conforme a definição de
subconjunto já apresentada.

16
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Observe agora a Figura 1.1:

Figura 1.2: Diagrama de Venn

Perceba que as figuras que representam os conjuntos A e B estão


totalmente separadas. Isto representa que não existem elementos de
A que sejam também elementos de B. Neste caso, dizemos que A e B
são conjuntos disjuntos.

Reflicta: E se quisermos representar dois conjuntos A e B onde seja


possível que alguns elementos de A não pertençam a B e que alguns
elementos de B não pertençam a A?

Neste caso, a representação é como segue:

Figura 1.3: Diagramas de Venn

Portanto, dados dois conjuntos A e B, como vemos na figura acima,


podemos estabelecer uma relação entre os respectivos números de
elementos:

n (A∪ B) = n (A) + n (B) − n (A∩ B)

Observe o diagrama e comprove.

17
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Figura 1.4: Diagramas de Venn

n(A∪B∪C) = n(A) + n(B)+ n(C) - n(A∩B) - n(A∩C) - n(B∩C) + n(A∩B∩C)

Conjuntos numéricos:

Os conjuntos numéricos são os seguintes: naturais, inteiros, racionais,


irracionais, reais e complexos.

Figura 1.5: Diagramas de Venn

Sumário

Nesta Unidade Temática 1.1 sobre noções de CONJUNTO, estudamos:


1. Introdução ao estudo de Conjuntos;
2. Representação de Conjuntos;
3. Conjunto Universo;
4. Relações entre Conjuntos;
5. Diagrama de Venn e;
6. Conjunto Numéricos.

18
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas).


1. De quantas maneiras pode ser representado um Conjunto?
Quais são? Exemplifique (pelo menos três exemplos de cada).
2. Dê exemplo de Conjuntos especiais.
3. Construa um Conjunto Universo, indicando seus subconjuntos.
4. Quando é que dois conjuntos são iguais? Ilustre com pelo
menos dois exemplos.
5. O que entende pelo conceito “Conjunto das partes de um
Conjunto” ? Exemplifique.
6. Dê pelo menos quatro exemplos de Conjuntos
Complementares.
7. Quais são a propriedades de Inclusão de Conjuntos? Sustente a
sua resposta com três exemplos para cada propriedade.
8. Construa dois Conjuntos que se interceptam e represente-os
em Diagrama de Venn.
9. Mencione os conjuntos numéricos em ordem lógica do seu
surgimento ou de arrumação.

Respostas:
1. Revisitar a página 11.
2. Revisitar a página 13.
3. Revisitar a pagina 13.
4. Revisitar a página 15.
5. Revisitar a página 15.
6. Revisitar as páginas 15 e 16.
7. Revisitar a página 16.
8. Revisitar as páginas de 16 a 18.
9. Revisitar a página 18.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

19
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Neste grupo de exercicios vamos aprender um pouco a respeito de conjuntos,


suas notações matemáticas e por fim vamos trazer alguns exercícios resolvidos
passo a passo para o seu melhor entendimento e fixação do assunto, então mão
a obra!

A notação padrão para representação de um conjunto é dado pelos seus


elementos separados por virgulas cuja delimitação e feito através do uso de
chaves, abaixo temos o exemplo de um conjunto A, que é composto somente
por números pares.

A = {2, 4, 6, 8}

Pertinência/Pertença: É a relação utilizada para relacionar determinado


elemento ao conjunto em questão.

Símbolos utilizados para representar essa relação:


∈ → Pertence ;
∉ → Não pertence;

Por exemplo:
2∈Ae7∉A

Acontece quando um conjunto possui somente um elemento, exemplo: B = {1}

É o tipo de conjunto que não possui nenhum elemento, sua representação pode
se dar das seguintes formas:
{} ou ∅

Importante lembrar: Que todo conjunto possui como subconjunto o conjunto


vazio.

Dizemos que A é um subconjunto de B quando todos os elementos existentes


em A também pertencerem ao conjunto B.

Ou seja A esta contido em B ou em outras palavras B contém A.

20
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Exemplo1:

A = {2, 4, 6, 8}
B = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}

Assim tempos a seguinte representação:


A ⊂ B → A está contido B ou A é subconjunto de B
B ⊃ A → B contém A

Além desses dois símbolos de relacionamentos, temos outros como:


⊅ → Não contém;
⊄ → Não está contido ou não é subconjunto de;

Operações com conjuntos

• União

A ∪ B → A União B, é o conjunto formado pelos os elementos que pertencem ao


menos a um dos conjuntos, podendo ser definida por {x, x ∈ A ou x ∈ B}

Exemplo 2: Qual o resultado de A ∪ B, tendo como conjunto A = {2, 4, 6} e

B = {1, 2, 3, 4, 5}

A ∪ B = {1, 2, 3, 4, 5, 6

21
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

• Interseção

Diferentemente do que acontece na união, onde o conjunto é formado pelos


elementos pertencentes ao menos a um dos conjuntos, na interseção o
conjunto A ∩ B é composto por elementos que pertencem tanto ao conjunto A
e B., podendo ser definida por {x, x ∈ A e x ∈ B}.

Exemplo 3: Qual o resultado de A ∩ B, sendo A = {2, 4, 6} e B = {1, 2, 3, 4, 5}

A ∩ B = {2, 4}

• Diferença

A – B = {x, x ∈ A e x ∉ B}, ou seja, é a


diferença de dois conjuntos A e B formado pelos elementos existentes em A que
não estão em B.

Exemplo : Qual o resultado de A – B, sendo A = {2, 4, 6} e B = {1, 2, 3, 4, 5}

A – B = {6};

N: Conjunto dos números naturais, exemplo N={0, 1, 2, 3, …}

22
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Z: Conjunto dos números inteiros, exemplo Z={…, -2, -1, 0, 1, 2,…}

R; Conjunto dos números reais, exemplo R={-∞ , +∞}

Poblemas Resolvidos

• Problema 1 - Em uma classe de 150 alunos, 80 gostam de matemática, e 30 de


física, sabendo que 10 gostam de física e matemática, quanto não gostam nem
de física e nem de matemática?

Solução: Neste tipo de exercício, a resolução fica mais fácil e rápida utilizando o
diagrama de Veen, que são representados por círculos conforme exemplos
anteriores, mas antes vale a pena descrever e encontrar algumas informações
que o exercício nos fornece que é:

Total de alunos = 150


Gostam de matematica = 80
Gostam de física = 30
Gostam de física e matemática = 10

Assim temos:

Como vemos no diagrama acima, fica mais fácil de entender, ou seja, desta sala
70 gostam somente de matemática, outros 20 somente de física e ainda outros
10 que gostam de ambas, realizando a soma desses três conjuntos de alunos
temos o seguinte: 70+20+10 = 100

Ou seja, desse 150 alunos 100 gostam de física, de matemática ou de ambas as


disciplinas, agora fazendo a seguinte conta 150 – 100, concluímos que 50 alunos
não gostam nem de física nem de matemática.

Desta forma o total de alunos que não gostam nem de física e nem de
matemática, é 50 !

23
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

• Problema 2 - Qual o resultado de (A-B) ∩ C , sendo A = {2, 4, 6}, B = {1, 2, 3, 4,


5} e C = {2, 5, 6, 7, 10}

Solução: Esse problema pode ser solucionado também utilizando o diagrama de


Venn como feito no anterior, mas favos fazer de forma direta, para você pode
entender.

Primeiro passo: (A-B)


Como vimos anteriormente na definição para diferença, que o resultado de A-B
é a diferença de dois conjuntos A e B formado pelos elementos existentes em A
que não estão em B.

Assim A – B = {6}

Segundo passo: Como já sabemos que o resultado de A-B é {6}, agora realizamos
a segundo operação que é {6} ∩ C.

Lembrando que na interseção o conjunto A ∩ B é composto por elementos que


pertencem tanto ao conjunto A e B, e como temos {6} ∩ {2, 5, 6, 7, 10} a
resposta para o nosso exercício é conjunto unitário, ou seja, {6}.

É isso amigos e amigas, espero que tenham gostado e principalmente entendido,


e como sempre digo e comento, o importante agora é praticar, aproveite e tente
resolver sozinho esse último exemplo aplicando o diagrama de Venn. Bons
estudos a todos

24
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

GRUPO-3 (Exercícios de GABARITO)

Problemas NÃO Resolvidos

1.Qual o resultado de A ∪ B, tendo como conjuntos A = {1, 3, 4, 6} e B = {1, 2, 3,


4, 5, 6, 7, 9}

2.Seja uma Interseção de Cnjuntos.

Qual o resultado de A ∩ B, sendo A = {1, 3, 4, 6, 7} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 8}.


Represente em diagram de Vdenn.

3.Considere a Diferença de Conjuntos

4.Qual o resultado de A – B, sendo A = {0, 1, 2, 4, 6, 7} e B = {1, 2, 3, 4, 5}

A – B = {6};

Conjuntos Numéricos

• Problema 1 - Numa sala de aulas com 150 alunos, dos quais 70 gostam de
matemática, e 40 de física, sabendo que 15 gostam de física e matemática,
quanto não gostam nem de física e nem de matemática? Ilistre num diagram
de Venn.

Problema 02 - Qual o resultado de (A-B) ∩ C , sendo A = {2, 4, , 5, 6, 8}, B = {0, 2,


3, 4, 5} e C = {0, 2, 3, 5, 6, 7}

25
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

UNIDADE Temática 1.2. Conjuntos Numéricos

Introdução

A concepção do conjunto numérico pode ser compreendida a partir da


compreensão de um conjunto (revide a Unidade temática 1.1
anterior). Os conjuntos numéricos foram concebidos na medida em
que iam surgindo mudanças na matemática.

Para desenvolver a matemática hoje estudada, inúmeras mudanças na


organização de todos os conceitos matemáticos foram necessárias. A
concepção dos conjuntos numéricos recebeu maior rigor em sua
construção com Georg Cantor, que pesquisou a respeito do número
infinito. Cantor iniciou diversos estudos sobre os conjuntos numéricos,
constituindo, assim, a teoria dos conjuntos.

A construção de todos os conjuntos numéricos que hoje possuímos


parte de números inteiros usados apenas para contar até os números
complexos que possuem vasta aplicabilidade nas engenharias, nas
produções químicas, entre outras áreas. Definir conjunto é algo tão
primitivo que se torna uma tarefa difícil. Entretanto, compreendemos
conjunto como uma coleção de objetos, números, enfim, elementos
com características semelhantes.

Sendo assim, os conjuntos numéricos são compreendidos como os


conjuntos dos números que possuem características semelhantes.
Nesta seção, a concepção desses conjuntos será abordada, visando à
compreensão dos elementos que constituem cada um dos conjuntos
numéricos.

Nesta Unidade Temática analisaremos e debateremos os seguintes


conjuntos numéricos:

1. Conjunto dos números Naturais ( );

2. Conjunto dos números Inteiros ( );

3. Conjunto dos números Racionais ( );

4. Conjunto dos números Irracionais ( );

26
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

5. Conjunto dos números Reais ( );

6. Conjunto dos números Complexos ( );

Este último conjunto numérico possui uma secção especial para ele
(Números Complexos).

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir e dar exemplos: de Conjuntos numéricos;


Objectivos
▪ Representar: Conjuntos numéricos;
específicos
▪ Explicar a breve resenha histórica: dos números
Naturais;

▪ Consolidar e ter domínio: das propriedades das


Operações com números dos diferentes conjuntos;

▪ Ter domínio das Prioridades das Operações: nos


diferentes conjuntos numéricos.

Conjuntos dos números

Os números naturais: o conjunto

= {1,2,3,4,5,6, ..., 19,20, ..., 1001, 1002, ..., 10000001, ...}

Notas elucidativas:

• Os números naturais surgiram da necessidade de contagem dos


elementos de um conjunto pelo homem primitivo e, neste sentido, o
zero (0) não seria um número natural.

• Por volta do ano 458 DC, o zero foi introduzido pelos hindus, para
representar a coluna vazia dos ábacos, daí sua denominação original
de sunya (vázio).

Ábaco - segundo o dicionário Melhoramentos - 7ª edição: calculador


manual para aritmética, formado de um quadro com vários fios

27
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

paralelos em que deslizam botões ou bolas móveis.

Veja a ilustração a seguir, obtida no Museo Pedagógico José Pedro


Varela - poeta e educador uruguaio 1845 - 1879. Caso você visite o
site acima, para retornar à esta página, clique em VOLTAR no seu
browser.

Nota: observe acima à direita, a linha vazia no ábaco, significando o


zero.

• no entanto, como o zero atende às propriedades básicas dos números


naturais, ele pode ser considerado um número natural, não obstante a
premissa contrária não conflitar a teoria. Assim, não deveremos
estranhar quando aparecer em provas de vestibulares o conjunto N
como sendo N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...}, definindo-se um outro conjunto
sem o zero:

N* = N - {0} = {1,2,3,4, ...}. Como esta forma de abordagem é a mais


usual, consideraremos o zero como sendo um número natural, no que
se segue.

Ao agrupamento de elementos com características semelhantes


damos o nome de conjunto. Quando estes elementos são números,
tais conjuntos são denominados conjuntos numéricos.

Neste tópico estudaremos os cinco conjuntos numéricos


fundamentais, que são os conjuntos numéricos mais amplamente
utilizados.

28
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Conjunto dos Números Naturais

Em algum momento da sua vida você passou a se interessar por


contagens e quantidades. Talvez a primeira ocorrência desta
necessidade, tenha sido quando lá pelos seus dois ou três anos de
idade algum coleguinha foi lhe visitar e começou a mexer em seus
brinquedos. Provavelmente, neste momento mesmo sem saber, você
começou a se utilizar dos números naturais, afinal de contas era
necessário garantir que nenhum dos seus brinquedos mudasse de
proprietário e mesmo desconhecendo a existência dos números, você
já sentia a necessidade de um sistema de numeração.

Em uma situação como esta você precisa do mais básico dos conjuntos
numéricos, que é o conjunto dos números naturais. Com a utilização
deste conjunto você pode enumerar brinquedos ou simplesmente
registrar a sua quantidade, por exemplo.

Este conjunto é representado pela letra N ( ). Abaixo temos uma


representação do conjunto dos números naturais:

As chaves ou Chavetas são utilizadas na representação para dar ideia


de conjunto. Os pontos de reticência dão a ideia de infinidade, já que
os conjuntos numéricos são infinitos.

Este conjunto numérico inicia-se em zero e é infinito, no entanto


podemos ter a representação de apenas um subconjunto dele. A
seguir temos um subconjunto do conjunto dos números naturais
formado pelos quatro primeiro múltiplos de sete:

Para representarmos o conjunto dos números naturais, ou qualquer


um dos outros quatro conjuntos fundamentais, utilizamos o caractere
asterisco após a letra, como em . Temos então que:

Conjunto dos Números Inteiros

Mais adiante na sua vida em uma noite muito fria você tomou
conhecimento da existência de números negativos, ao lhe falarem que
naquele dia a temperatura estava em dois graus abaixo de zero.
Curioso você quis saber o que significava isto, então alguém notando o
seu interesse, resolveu lhe explicar:

Hoje no final da tarde já estava bastante frio, a temperatura girava em


torno dos 3° C, aí ela desceu para 2° C, continuou esfriando e ela
abaixou para 1° C e uma hora atrás chegou a 0° C. Se a temperatura

29
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

continuava a abaixar e já havia atingido o menor dos números


naturais, como então representar uma temperatura ainda mais baixa?

Com exceção do zero, cada um dos números naturais possui um


simétrico ou oposto. O oposto do 1 é o -1, do 2 o -2 e assim por diante.
O Sinal "-" indica que se trata de um número negativo, portanto
menor que zero. Os números naturais a partir do 1 são por natureza
positivos e o zero é nulo.

O zero e os demais números naturais, juntamente com os seus


opostos formam um outro conjunto, o conjunto dos números inteiros
e é representando pela letra Z ( ).

A seguir temos uma representação do conjunto dos números inteiros:

Note que diferentemente dos números naturais, que embora infinitos


possuem um número inicial, o zero, os números inteiros assim como
os demais conjuntos numéricos fundamentais não têm, por assim
dizer, um ponto de início. Neste conjunto o zero é um elemento
central, pois para cada número à sua direita, há um respectivo oposto
à sua esquerda.

Utilizamos o símbolo para indicar que um conjunto está contido em


outro, ou que é um subconjunto seu, como o conjunto dos números
naturais é um subconjunto do conjunto dos números inteiros, temos
que .

Podemos também dizer que o conjunto dos números inteiros contém (


) o conjunto dos números naturais ( ).

Como supracitado podemos escrever para representarmos o


conjunto dos números inteiros, mas sem considerarmos o zero:

Com exceção do conjunto dos números naturais, com os demais


conjuntos numéricos fundamentais podemos utilizar os caracteres "+"
e "-" como abaixo:

Note também que e que .

30
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Conjunto dos Números Racionais

Esperto por natureza você percebeu que havia mais alguma coisa além
disto. No termômetro você viu que entre um número e outro existiam
várias marcações. Qual a razão disto?

Foi-lhe explicado então que a temperatura não muda abruptamente


de 20° C para 21° C ou de -3° C para -4° C, ao invés disto, neste
termômetro as marcações são de décimos em décimos. Para passar de
20° C para 21° C, por exemplo, primeiro a temperatura sobe para
20,1° C, depois para 20,2° C e continua assim passando por 20,9° C e
finalmente chegando em 21° C. Estes são números pertencentes ao
conjunto dos números racionais.

Números racionais são todos aqueles que podem ser expressos na


forma de fração. O numerador e o denominador desta fração devem
pertencer ao conjunto dos números inteiros e obviamente o
denominador não poderá ser igual a zero, pois não há divisão por zero.

O número 20,1 por exemplo, pode ser expresso como , assim


como 0,375 pode ser expresso como e 0,2 por ser representado por
.

Note que se dividirmos quatro por nove, iremos obter 0,44444... que é
um número com infinitas casas decimais, todas elas iguais a quatro.
Trata-se de uma dízima periódica simples que também pode ser
representada como , mas que apesar disto também é um número
racional, pois pode ser expresso como .

O conjunto dos número racionais é representado pela letra Q ( ).

O conjunto dos números inteiros é um subconjunto do conjunto dos


números racionais, temos então que .

Facilmente podemos intuir que representa o conjunto dos


números racionais negativos e que representa o conjunto dos
números racionais positivos ou nulo.

Abaixo temos um conjunto com quatro elementos que é subconjunto


do conjunto dos números racionais:

A realização de qualquer uma das quatro operações aritméticas entre


dois números racionais quaisquer terá como resultado também um

31
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

número racional, obviamente no caso da divisão, o divisor deve ser


diferente de zero. Sejam a e b números racionais, temos:

Conjunto dos Números Irracionais

Então mais curioso ainda você perguntou: "Se os números racionais


são todos aqueles que podem ser expressos na forma de fração, então
existem aqueles que não podem ser expressos desta forma?"

Exatamente, estes números pertencem ao conjunto dos números


irracionais. Provavelmente os mais conhecidos deles sejam o número
PI ( ), o número de Euler ( ) e a raiz quadrada de dois ( ). Se você
se dispuser a calcular tal raiz, passará o restante da sua existência e
jamais conseguirá fazê-lo, isto porque tal número possui infinitas casas
decimais e diferentemente das dízimas, elas não são periódicas, não
podendo ser expressas na forma de uma fração. Esta é uma
característica dos números irracionais.

A raiz quadrada dos números naturais é uma ótima fonte de números


irracionais, de fato a raiz quadrada de qualquer número natural que
não seja um quadrado perfeito é um número irracional. é um
número irracional, pois 120 não é um quadrado perfeito, ou seja, não
há um número natural que multiplicado por ele mesmo resulte em
cento e vinte, já é um número natural, pois .

A letra I ( ) representa o conjunto dos número irracionais.

Utilizando o caractere especial "*", por exemplo, podemos


representar o conjunto dos números irracionais desconsiderando-se o
zero por .

O conjunto abaixo é um subconjunto do conjunto dos números


irracionais:

Diferentemente do que acontece com os números racionais, a


realização de qualquer uma das quatro operações aritméticas entre
dois números irracionais quaisquer não terá obrigatoriamente como
resultado também um número irracional. O resultado poderá tanto
pertencer a , quanto pertencer a .

Conjunto dos Números Reais

Acima vimos que um número natural também é um número inteiro (

32
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

), assim como um número inteiro também é um número


racional ( ), portanto .

Vimos também que os números racionais não estão contidos no


conjunto dos números irracionais e vice-versa. A intersecção destes
conjuntos resulta no conjunto vazio:

A intersecção é uma operação por meio da qual obtemos um conjunto


de todos os elementos que pertencem simultaneamente a todos os
conjuntos envolvidos. Sejam dois conjuntos e
, a intersecção entre estes dois conjuntos será
.

O conjunto dos números reais é representado pela letra R ( ) e é


formado pela união do conjunto dos números racionais com o
conjunto dos irracionais, que simbólicamente representamos por:
.

A união é uma operação por meio da qual obtemos um conjunto de


todos os elementos que pertencem ao menos a um dos conjuntos
envolvidos. Sejam dois conjuntos e
, a união entre estes dois conjuntos será
.

O conjunto dos números racionais está contido no conjunto dos


números reais ( ), assim como o conjunto dos números
irracionais também é subconjunto do conjunto dos números reais (
).

Através dos caracteres especiais "+" e "*", por exemplo, podemos


representar o conjunto dos números reais positivos por .

Abaixo temos um exemplo de conjunto contendo número reais:

Conjuntos Numéricos Fundamentais em Diagrama

Abaixo temos a representação dos conjuntos numéricos fundamentais


em um diagrama de Venn.

33
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Através deste diagrama podemos facilmente observar que o conjunto


dos números reais ( ) é resultado da união do conjunto dos números
racionais como o conjunto dos números irracionais ( ).
Observamos também que o conjunto dos números inteiros está
contido no conjunto dos números racionais ( ) e que os
números naturais são um subconjunto do números inteiros

( ).

Como podemos ver, os diagramas nos ajudam a trabalhar mais


facilmente com conjuntos. Ainda neste diagrama rapidamente
identificamos que os números naturais são também números reais

( ), mas não são números irracionais ( ), isto porque o

conjunto dos números irracionais não contém o conjunto dos


números naturais ( ), mas sim o conjunto números dos
racionais que os contém ( ), assim como o conjuntos dos
números reais ( ) e dos inteiros ( ).

SUMÁRIO

Nesta Unidade temática 1.2. analisamos e discutimos dentre outros


assuntos, os seguintes:
1.Breve historial dos conjuntos numéricos;
2.Os cinco conjuntos numéricos fundamentais;

34
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

3. Fizemos a sistematização dos cinco conjuntos numéricos num único


diagrama.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)


1) A quais conjuntos numéricos fundamentais não pertence o
número ?

2) A quais conjuntos numéricos fundamentais não pertence o


número ?

3) Existe raiz quadrada de número primo que não seja irracional?

4) Se a e b são números pertencentes a e , a quais


conjuntos numéricos fundamentais podemos afirmar com certeza
que x pertence, quaisquer que sejam os valores de a e b?

5) Se A é um subconjunto de e B está contido em , a


intersecção destes conjuntos possui infinitos elementos?

6) Se e , tem-se que ?

RESPOSTAS

1. Sabemos que é igual a 8.

A trabalharmos com conjuntos utilizamos o símbolo para indicar que


um elemento pertence a um conjunto, assim como utilizamos o
símbolo para indicar que um elemento não pertence a um
determinado conjunto. Assim sendo temos:

(oito pertence ao conjunto dos números naturais), pois como


sabemos 8 é um número natural;

(oito pertence ao conjunto dos números inteiros), pois é


sabido que os números naturais são um subconjunto dos números
inteiros, sabemos que ;

(oito pertence ao conjunto dos números racionais), pois


podemos representar 8 como que é uma fração com numerador e
denominador pertencentes ao conjunto dos números naturais,
condição necessária para que um número pertença ao conjunto dos

35
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

números racionais.

(oito não pertence ao conjunto dos números irracionais), pois


como 64 é um número natural que é também um quadrado perfeito,
não é um número irracional, pois . De fato 8 ou
jamais poderiam ser irracionais, pois como visto acima, eles são
racionais ( ) e nenhum número racional é também irracional e
vice-versa.

(oito pertence ao conjunto dos números reais), pois o conjunto


dos números racionais é um subconjunto dos números reais (
).

Através do diagrama visto na parte teórica, facilmente podemos


resolver este problema de forma visual ao identificarmos que (ou
8) é um número natural.

Portanto:

não pertence ao conjunto dos números irracionais


( ).

2. Sabemos que 63 embora seja um número natural, não é um


quadrado perfeito, nestas condições a sua raiz quadrada será um
número irracional.

Também sabemos que , que e que


( veja na parte teórica ), ou em outras palavras que,
embora também sejam números reais, os números irracionais não são
racionais, nem inteiros e nem naturais.

Logo:

não pertence ao conjunto dos números racionais ( ),


inteiros ( ) e naturais ( ).

3.Vimos que a raiz quadrada de um número natural pode ser tanto


natural, quanto irracional, mas para que a raiz seja natural, o número
deve ser um quadrado perfeito.

Para que um número seja primo é preciso que além de natural ele
possua exatamente apenas dois divisores distintos, o número um e ele
próprio.

Falando em termos de conjuntos, a intersecção do conjunto dos


números primos com o conjunto natural dos quadrados perfeitos é
igual ao conjunto vazio ( ), ou seja, um número primo não pode ser

36
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

um quadrado perfeito e vice-versa.

Assim sendo:

Não existe raiz quadrada de número primo que não seja irracional.

4.A partir do enunciado, podemos chamar de A o conjunto ao qual x


pertence e representá-lo por

Sabemos que, dentre outras formas, podemos representar o conjunto


dos números racionais por

Como podemos observar, A é um subconjunto de , isto é,

Sabemos também que

Assim sendo:

Podemos afirmar com certeza que e .

5.Do enunciado temos que:

É sabido que tal como óleo e água, os elementos dos conjuntos dos
números racionais e irracionais não se misturam, ou seja, a
intersecção entre ele é o conjunto vazio, pois não há um único número
sequer que sendo racional seja também irracional e vice-versa, os
elementos destes conjuntos são mutuamente exclusivos:

Portanto:

A intersecção entre os conjuntos A e B não possui infinitos


elementos.

6.A intersecção entre dois conjuntos onde um conjunto está contido


no outro é o próprio conjunto que está contido, como , temos
que , logo

A diferença entre conjuntos difere da operação de intersecção. A


diferença entre os conjuntos e é o conjunto de todos os

37
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

elementos que pertencem ao conjunto e que não pertencem ao


conjunto , que obviamente é o próprio , pois em não há
qualquer número irracional, logo

Então e como já aprendemos que ,


temos que:

Sim, tem-se que .

Unidade Temática 1.3. Representação


Geométrica dos Números Reais.
Introdução

Nesta unidade temática o estudante vai ter a oportunidade de entender


e compreender que é possível escrever números utilizando grupos de
sinais iguais entre si, tantas quantas são as unidades do número. Por
exemplo, nos dados os números são representados por pontos ou
círculos.
A representação dos números com pontos foi antigamente uma ciência: a
ciência dos números figurados dos pitagóricos. Os pitagóricos chamavam
aos números: triangulares, quadrados, cubos, etc., consoante os pontos
que os representavam, regularmente distribuídos, se podiam compor um
triângulo «isósceles», um quadrado ou um cubo.
Alguns raciocínios relacionados com números pitagóricos aparecem
ligados ao conceito de séries numéricas, cujos exemplos merecerão
analise e discussão no desenvolvimento desta unidade 1.3.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender: a existência de números triangulares;

▪ Entender: a existência de números quadrados.


Objectivos
específicos

38
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

NÚMEROS TRIÂNGULARES

Em ligação com a geometria, Pitágoras conheceu os números triangulares, que são

números que se podem expressar em forma de triângulos.

Quais seriam os três números seguintes?

Se olharmos para o quarto triângulo verifica-se que cada "linha" contém um ponto a mais

que a anterior.
Suponhamos então que a última "linha" do triângulo não continho quatro pontos, mas n.

A penúltima "linha" continha (n-1), a seguinte (n-2), e assim por diante até chegar

ao vértice, com 1 ponto. Este problema é o mesmo que somar os primeiros n números

inteiros, ou seja, obter a soma 1 + 2 + 3 + 4 + ... +(n-2) + (n-1) + n

Trata-se, portanto, de calcular esta soma.

Sumário

Nesta Unidade Temática 1.3. mereceu atenção o estudo dos seguintes


tópicos:
Números Triangulares;
Números quadrados.

39
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

1.
GRUPO 1 (Com respostas detalhadas).
GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

Unidade 1.3. Desigualdades.


Introdução

Em matemática, desigualdade é uma expressão que estabelece uma


relação de ordem entre dois elementos. Nos números reais, esta
relação é representada pelos símbolos , significando,
menor, menor ou igual, maior, maior ou igual, respectivamente. De
forma mais geral, também podem ser incluídas nas desigualdades
expressões contendo a relação de diferença .

São exemplos de desigualdades os seguintes:

• Desigualdade das médias, que afirma que a média aritmética é


maior ou igual a média geométrica e esta, maior ou igual a
média harmônica para números reais positivos.
• Desigualdade triangular, que afirma que a medida de um lado
de um triângulo é sempre menor que a soma das medidas dos
outros dois lados do mesmo triângulo.

Com esta Unidade Temática 1.3. pretendemos apresentar com


demonstrações algumas desigualdades que tornem o estudante apto a
resolver um conjunto amplo de problemas de matemáticos.

Contudo em certas passagens, algum conhecimento de cálculo


infinitesimal será útil, ainda que não imprescindível. Por outro lado,
privilegiamos, mais o recurso aos argumentos geométricos euclidianos
em detrimento do formalismo matemático, onde muitas das vezes não
se tem em conta o quotidiano do aluno.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

40
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

▪ Estudar: Analisar e discutir sobre a Desigualdades das médias;

▪ Estudar: Analisar e discutir sobre a Desigualdades triangulares;


Objectivos
específicos

Desigualdade das médias

A desigualdade das médias afirma que a média aritmética é maior ou


igual à média geométrica e esta maior ou igual à média harmônica.

Mais precisamente falando, seja um conjunto não


vazio de números reais positivos então:

Onde

Demonstração do caso n=2

Queremos mostrar que:

Como e são reais, temos:

41
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Expandindo, temos:

Somando , obtemos:

Reagrupando:

Como são números positivos, podemos tomar a raiz quadrada e dividir


por 2:

A primeira desigualdade segue. Para mostrar a segunda, escreva esta


última como:

Multiplique ambos os lados por : :

E observe que esta é justamente a desigualdade que procuramos,


pois:

E o resultado segue.

Demonstração no caso

Queremos a igualdade para , com k inteiro positivo.

Procederemos por indução em k: O caso k=1, já foi demonstrado.

Suponha então que a desigualdade é valida para um certo k positivo,

42
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

escreva para :

Aplique a desigualdade da média com dois elementos:

Agora, aplique a desigualdade para n elementos em cada um dos


termos:

E assim, conclua:

E a primeira desigualdade segue pois

Usemos o mesmo procedimento para demonstrar a segunda


desigualdade:

43
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

E a segunda desigualdade segue.

Demonstração do caso geral

Completaremos a demonstração, mostrando que se a desigualdade for


válida para n termos, então também é válida para n-1 termos.

Suponha, então, que a desigualdade é válida para um número inteiro n


maior que 1, ou seja:

Escreva:

Queremos mostrar que

Substitua

Observe que:

44
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Assim temos, da primeira desigualdade:

Rearranjando, temos:

A segunda desigualdade diz:

O que equivale a:

ou:

Equivalente a:

O que completa a demonstração.

A desigualdade triangular nos números reais (ou em IR).

A desigualdade triangular tem origem na geometria euclidiana e


refere-se ao teorema que afirma que, num triângulo, a medida do
comprimento de um dos lados é sempre inferior à soma das medidas
dos comprimentos dos outros dois lados. No texto clássico Os
Elementos, de Euclides, este teorema é a Proposição 20 do Livro I Não
é mais que uma reformulação do conceito intuitivo de que é mais

45
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

curto o caminho ou segmento entre A e B (veja a fig a baixo) que o


caminho de A até C somado ao de C até B.

Em matemática, desigualdade é uma expressão que estabelece uma


relação de ordem entre dois elementos. Nos números reais, esta
relação é representada pelos símbolos, significando, menor, menor ou
igual, maior ou igual, maior, respectivamente.

No conjunto dos números reais, chamamos de desigualdade


triangular, em analogia ao caso da geometria plana a seguinte
expressão envolvendo módulos:

Que dá origem a outras desigualdades:


Para a primeira, escreva

Para a segunda,

A terceira é consequência da segunda, trocando os papéis de u e v.

A desigualdade triangular em

Teorema

Em , quaisquer que sejam , tem-se[2] :

46
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Havendo igualdade se e só se forem linearmente dependentes.

Demonstração

Utilizando a desigualdade de Cauchy-Schwarz, prova-se o teorema


facilmente[2] .

Tem-se (utilizando propriedades do produto interno):

(I)

Pela desigualdade de Cauchy-Schwarz aplicada em (I):

Tendo em conta que a norma é um valor não-negativo, segue que:

Q.E.D.

A segunda parte do teorema decorre directamente da aplicação da


desigualdade de Cauchy-Schwarz (atentar no segundo termo do lado
direito da equação).

Sumário

Nesta Unidade Temática analisamos e discutimos os seguintes


assuntos:
Desigualdades das médias e
Desigualdades Triangulares.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

47
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

2.
GRUPO 1(Com respostas detalhadas).
GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)

GRUPO-3 (Exercícios de GABARITO)

TEMA II: REPRESENTAÇÃO GRÁFICA


Unidade 2.1. Sistema de Coordenadas Cartesiano.
Unidade 2.2. Distância entre Dois Pontos.
Unidade 2.3. A recta.
Unidade 2.4 Posições Relativas de Duas Rectas
Unidade 2.5. Perpendicularidades. .

Unidade Temática 2.1: Sistema de


Coordenadas Cartesiano
Introdução

O "Sistema de Coordenadas Cartesianas" é um esquema reticulado


necessário para especificar pontos num determinado "espaço", com n
dimensões.

É chamado de cartesiano em homenagem a seu criador, o matemático


e filósofo francês René Descartes (1596-1650), cujos trabalhos
permitiram o desenvolvimento de áreas científicas como a geometria
analítica, a euclidiana, o cálculo e a cartografia.

Sua contribuição mais duradoura é a geometria analítica, isto é, a


união da geometria com a álgebra, que permite construir gráficos a
partir de equações.

Em 1619, ele percebeu que a idéia de determinar posições utilizando


rectas, escolhidas como referência, poderia ser aplicada à matemática.
Para isso usou rectas numeradas, ou seja rectas em que cada ponto

48
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

corresponde a um número e cada número corresponde a um ponto,


definindo desta maneira, um sistema de coordenadas na recta.

Postulado da Régua

Esse postulado nos fornece uma régua infinita que pode ser colocada
em qualquer reta e que pode ser utilizada para medir a distância entre
dois pontos quaisquer.

Os pontos de uma reta podem ser postos em correspondência


biunívoca com os números reais, ou seja:

a cada ponto da reta corresponde exatamente um número real,

a cada número real corresponde exatamente um ponto da reta.

A distância entre dois pontos quaisquer será definida como o valor


absoluto da diferença dos números reais a eles associados.

Uma correspondência desse tipo é chamada de sistema de


coordenadas. Assim, o número correspondente a um dado ponto é
chamado de coordenada desse ponto.

Para definir um sistema de coordenadas na reta, escolhe-se um dos


seus pontos como a origem do sistema. A esse ponto, geralmente
denominado pela letra o , é associado o número zero, que será a sua
coordenada. Então, fixa-se uma unidade de medida, por exemplo,
centímetros, e a coordenada de cada ponto (p) da reta, é determinada
pela medida do segmento op, ou seja, desde a origem até o ponto: x 1
= op centímetros.

Se, conforme a figura abaixo, o ponto d está à direita da origem, sua


coordenada será od e, portanto, positiva. Por outro lado, se o ponto e
está à esquerda de o, sua coordenada será dada por -oe, sendo
negativa.

Mas, como o plano tem duas dimensões, para localizar os pontos é


necessário dois números. Descartes resolveu este problema usando
duas retas numeradas, perpendiculares, cuja intersecção chamou de
origem.

Comumente, usa-se uma dessas retas, horizontal, com a direção

49
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

positiva para a direita que é denominada eixo x ou eixo das abscissas.


A outra reta é vertical com a direção positiva para cima, e é chamada
eixo y, ou eixo das ordenadas, dividindo o plano em quatro regiões,
denominadas quadrantes, indicados no seguinte esquema pelos
números 1, 2, 3 e 4:

Assim, o primeiro quadrante (1) é o conjunto de todos os pontos (x, y)


do plano para os quais x > 0 e y > 0; o segundo quadrante é o conjunto
de todos os pontos (x, y) do plano para os quais X < 0 e y> 0 e assim
por diante.

Portanto, cada ponto P do plano fica associado um par de números (x,


y), que são as coordenadas deste ponto. O número x mede a distância
orientada do ponto P ao eixo y e é chamado abscissa desse ponto, e o
número y mede a distância orientada do ponto P ao eixo x e é a sua
ordenada. Se P tem coordenadas x e y é identificado por P(x, y). Diz-se
que as coordenadas de um ponto formam um par ordenado de
números reais.

É importante lembrar que a ordem na qual as coordenadas são


escritas é importante. Por exemplo, o ponto de coordenadas (1, 2) é
diferente do ponto de coordenadas (2, 1).

Observando o esquema, todo ponto P determina um par ordenado de


números reais e, reciprocamente, todo par ordenado de números
reais (x, y) determina um único ponto do plano. Então, há uma
correspondência biunívoca os pares ordenados de números reais e
entre os pontos do plano. Uma correspondência desse tipo é

50
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

denominada um sistema de coordenadas no plano.

O plano, munido deste sistema de coordenadas, geralmente é


chamado plano coordenado ou plano cartesiano e é denotado pelo
símbolo R2.

Deve-se ressaltar que, para estabelecer um sistema de coordenadas


no plano é necessário:

escolher duas retas de referência que não precisam ser,


necessariamente, ortogonais.

estabelecer o ponto de interseção destas retas será a origem do


sistema de coordenadas.

estabelecer a unidade de medida a fim de que se possa graduar as


duas retas e indicar claramente esta escala.

Assim, a posição de qualquer ponto do plano será determinada por


um par de números (x, y) os quais indicam as distâncias deste ponto às
retas de referência. Estas distâncias são medidas, usando-se a escala
estabelecida, a partir de retas paralelas às duas retas de referência
que determinam a malha coordenada.

Na mesma época de Descartes, um outro francês, Pierre Fermat


(1601-1665)) também chegou aos mesmos princípios, isoladamente.
Portanto, na realidade, o estabelecimento das bases da Geometria
Analítica deve-se a ambos (René Descarte e Pierre Fermat)..

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

51
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

▪ Entender e esclarecer: a origem e necessidade do


Objectivos Sistema de Coordenadas Cartesiano;
específicos
▪ Construir: o Sistema de Coordenadas Cartesiano;

▪ Representar e localizar: pontos no plano;

▪ Conhecer e identificar: as propriedades do


Sistema de Coordenadas Cartesiano;

▪ Ter domínio: sobre Planos +rimários, cálculo de


normas (distâncias entre pontos quer em 2D,
quer em 3D;

Sistema de coordenadas
cartesiano

Coordenadas cartesianas de alguns pontos do plano.

Chama-se Sistema de Coordenadas no plano cartesiano ou espaço


cartesiano ou plano cartesiano um esquema reticulado necessário
para especificar pontos num determinado "espaço" com dimensões.
Cartesiano é um adjetivo que se refere ao matemático francês e

52
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

filósofo Descartes que, entre outras coisas, desenvolveu uma síntese

da álgebra com a geometria euclidiana. Os seus trabalhos permitiram


o desenvolvimento de áreas científicas como a geometria analítica, o
cálculo e a cartografia.

A ideia para este sistema foi desenvolvida em 1637 em duas obras de


Descartes:

• Discurso sobre o método


o Na segunda parte, Descartes apresenta a ideia de
especificar a posição de um ponto ou objecto numa
superfície, usando dois eixos que se intersectam.
• La Géométrie
o onde desenvolve o conceito que apenas tinha sido
referido na obra anterior.

Um sistema de referência consiste em um ponto de origem, direção e


sentido, isto pode ser obtido de diversas formas, como já tivemos
oportunidade de estudar anteriormente, porém, o sistema de
coordenadas cartesianas é o mais próximo do mundo real, ele nos

permite observar as formas da maneira mais aproximada possível do


nosso modo de ver o universo.

Propriedades
Com base nestes princípios, imaginemos que o nosso universo é uma
linha, ou seja, imagine se não pudéssemos enxergar mais que uma
direção e dois sentidos, então nessa linha teríamos um ponto de
partida, ao qual chamamos de origem, ao passo que temos dois lados
para ir, adotamos a convenção em que o sinal nos informa o sentido
em que caminhamos, para a direita -> +, para a esquerda -> -, cada
ponto sobre a reta tem uma distância da origem, à qual chamamos
amplitude, ou módulo... desta forma, temos o nosso sistema bem
caracterizado. Um sistema de referência como tal é chamado de
sistema em uma dimensão, porém não é algo muito útil, no entanto
se adicionarmos mais uma reta na origem, formando um ângulo reto
com a reta anterior, poderemos referenciar uma segunda direção,
agora temos um sistema em duas dimensões, que nos permite
localizar um ponto acima e abaixo, além da direita ou esquerda... Se
fizermos a mesma analogia e colocarmos uma terceira reta sobre a
origem do sistema anterior, fazendo um ângulo reto com ambas as
retas anteriores, poderemos localizar um objeto para frente ou para
trás, além de acima ou abaixo e além da direita e esquerda, então
teremos um sistema em três dimensões.

53
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

A convenção mais usada nos sistemas de referência, estabelece que

os sentidos: Para frente, para a direita e para cima são positivos e os


seus opostos são negativos.

Um sistema de coordenadas tridimensionais pode ser obtido através


desta estrutura de três eixos que se interceptam em um único ponto,
ao qual chamamos de origem e que também marca uma distinção
angular entre os eixos, fazendo com que cada um seja reto em relação
aos vizinhos. Nos sentidos positivos coloca-se uma seta para indicar a
progressão crescente dos valores. Num sistema como este cada eixo
recebe o nome associado a variável que é expressa, ou seja, ,
que representam as três direções do sistema.

Localização de pontos

Coordenadas cartesianas

Agora observe o sistema acima, nele podemos observar a distribuição


das variáveis em seus eixos, note que o eixo vertical correspondente à
altura é convencionado como eixo , o horizontal, correspondente à
largura é convencionalmente chamado de eixo , enquanto que o
último, na diagonal, correspondente à profundidade, é chamado de
eixo , cada segmento de eixo partindo da origem gera um octante,
visto que o sistema tem oito subplanos partindo da origem.

A tripla ordenada no formato , corresponde a um único


ponto no sistema, o qual é encontrado através do reflexo dos valores
nos eixos, da seguinte forma:

Se desejarmos encontrar o ponto localizamos o valor 3 no

54
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

eixo , depois o zero no eixo , estes dois valores determinam uma


linha sobre o eixo , depois localizamos o valor 5 no eixo e traçamos
uma subrecta paralela à linha que encontramos anteriormente, nesta
altura, no lado oposto ao eixo na direção da subrecta está o ponto.

Por outro lado, se desejarmos encontrar o ponto


localizamos o valor -5 no eixo , depois o -5 no eixo , estes dois
valores determinam um plano sobre os eixos e , depois localizamos
o valor 7 no eixo e traçamos um subplano paralelo ao plano
anteriormente encontrado, nesta altura, no lado oposto ao eixo , na
direção do encontro das duas subrectas que definem o plano, está o
ponto.

Planos primários
Definimos planos primários como o conjunto de pontos sobre o gráfico
que estão equidistantes dos planos formados por qualquer
combinação de dois eixos.[2]

Suponha que definimos um dos valores da tripla ordenada, por


exemplo:

• ou,
• ou,
• .

Onde é uma constante.

Temos, em cada caso, um plano definido como paralelo ao plano dos


dois eixos restantes, pois qualquer valor que seja dado às demais
variáveis da tripla ordenada será projetado sobre o plano que foi
definido.

Distância entre pontos


Em um sistema bidimensional temos a distância entre dois pontos
definida como:

Para um sistema tridimensional a analogia segue o mesmo raciocínio,


o que nos revela a seguinte fórmula:

55
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Comprovação:

No plano a distância entre os dois pontos do subplano é


, para obter a distância no espaço, precisamos encontrar a
distância ., mais precisamente a distância do ponto extremo,
resultante do encontro dos valores de e , com o valor em . Esta
distância corresponde a , logo:

O que define o seu valor após a substituição de , resultando na


fórmula definida anteriormente.[2]

A esfera
Por definição, a esfera é o conjunto de todos os pontos no espaço que
estão equidistantes de um ponto específico, ao qual denominamos
centro. Considerando que as coordenadas de qualquer ponto são
e que podemos especificar um ponto de coordenadas
, a distância entre os pontos é:

Definimos , que é o raio da esfera, consequentemente:

Quaisquer conjuntos de pontos que constituem uma esfera também


são delimitadores de um espaço no interior da mesma que gera um
volume, o qual pode ser calculado pelo cálculo de volumes com a
técnica de secionamento por Lâminas paralelas;

Sumário

Nesta Unidade Temática 2.1. aprendemos estudar:

• 1 Propriedades
o 1.1 Localização de pontos
o 1.2 Planos primários
o 1.3 Distância entre pontos
o 1.4 A esfera

56
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Sem respostas detalhadas)

Lo Localize os Pontos:

P(-6, 5)

Origem do sistema

P(3, 3/5)

P(41/2, -7)

P(-5,5, -3,3)

Em Quais Quadrantes se Encontram os Pontos?

P(3, 3)

P(-3, -3)

P(-3, 3)

P(3, -3)

P(0, 0)

P(-1, 0)

P(0, -2)

Note que os três últimos pontos não se encontram em nenhum quadrante, pois
eles estão localizados sobre o eixo x, o eixo y, ou sobre a origem do sistema.

57
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Unidade 2.2. Distância entre Dois Pontos


Introdução

A distância permeia todos os conceitos da geometria analítica, pois


nesta área da matemática temos a relação de elementos geométricos
com os algébricos, e o elemento básico da geometria é o ponto.

Um dos conceitos básicos que vimos na geometria é que a menor


distância entre dois pontos é dada por uma reta, contudo, na
geometria analítica esses pontos recebem coordenadas no plano
cartesiano e por meio dessas coordenadas podemos encontrar o valor
da distância entre dois pontos.

Nesta Umnidade Temática 2.2 com dissemos, nos debruçaremos mais


sobre disância entre dois pontos.
Portanto, teremos que a distância entre os pontos A e B será a medida
do segmento que tem os dois pontos como extremidade. Por se tratar
de dois pontos quaisquer, representaremos as coordenadas desses
pontos de maneira genérica.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Rever e Consolidar: Conceitos de menor distância entre pontos, entre um


Objectivos
específicos ponto e um Plano e entre um ponto e uma recta;
▪ Organizar: um sistema de controle adequado à empresa;
▪ Demonstrar: com base nos registros realizados, expor periodicamente por
meio de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da
empresa;
▪ Analisar: os demonstrativos financeiros com a finalidade de apuração dos
resultados obtidos pela empresa;
▪ Acompanhar: a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os
pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros e
alertando para eventuais problemas;
▪ Entender e aplicar na prática os princípios e natureza da contabilidade Geral.

58
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Distância entre Dois Pontos

Dado o plano cartesiano, vamos estabelecer a distância entre os


pontos A e B.

Podemos observar que os pontos possuem coordenadas, sendo o


ponto A (xa,ya) e B (xb,yb), note a formação do triângulo retângulo ABC,
onde os lados BC: cateto, AC: cateto e AB: hipotenusa.

Verificamos que a distância entre os pontos A e B é a hipotenusa do


triângulo retângulo, que pode ser calculada aplicando o Teorema de
Pitágoras. Com o auxílio da Álgebra e de conhecimentos geométricos
podemos generalizar e construir uma fórmula que determine a
distância entre dois pontos no plano, conhecendo suas coordenadas.

Cateto BC: yb – ya
Cateto AC: xb – xa
Hipotenusa AB: distância (D)

Pelo Teorema de Pitágoras temos: “o quadrado da hipotenusa é igual


à soma dos quadrados dos catetos”

Exemplo 1
Dados os pontos A (2,-3) e B (4,5), determine a distância entre eles.
xa: 2
xb: 4
ya: -3
yb: 5

59
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Exemplo 2

Calcule a distância entre os pontos P(-2,3) e Q(-5,-9).

xa: -2
xb: -5
ya: 3
yb: -9

Sumário

Nesta Unidade Temática 2.2 estudamos:

Distância entre dois pontos

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

60
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Represente no plano cartesiano, os seguintes pontos:


a) A (1,3) c) C (0,4)
b) B (-1,-2) d) D (2,0)

RESPOSTAS

a) b) c) d)

Distância entre dois pontos

2) Calcule a distância entre os seguintes pares de pontos:


a) (2,3) e (2,5) c) (0,6) e (1,5)
b) (2,1) e (-2,4) d) (6,3) e (2,7)

RESPOSTAS

a) b)

c) d)

61
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Ponto Médio

3) Calcule o ponto médio do segmento AB nos seguintes casos:


a) A (2,6) B (4,10) c) A (3,1) B (4,3)
b) A (2,6) B (4,2) d) A (2,3) B 4,-2)

RESPOSTAS
a) b)

c) d)

Baricentro de um Triângulo

4) Determine as coordenadas do baricentro do triângulo de vértices:


a) A (3,1); B (2,6); C (4,2) b) A (1,0); B (-2,4); C (3,-5)

RESPOSTAS

a) b)

62
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Área de um Triângulo

5) Determine a área do triângulo ABC nos casos:


a) A (1,-1) B (2,1) C (2,2)
b) A (3,4) B (-2,3) C (1,1)

(Sem respostas). Tente encontrar resposta sem ajuda explícita.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Respostas detalhes)

1. Calcule a distância entre os pontos A(-2,3) e B(1,5).


2) Se um ponto P do eixo das abscissas é equidistante dos pontos A(1,4) e B( -
6,3), a abscissa de P vale:
a) -2
b) -1
c) 0
d) 1
e) 3
3) A distancia entre os pontos A( -2,y) e B(6,7) é 10. O valor de y é
a) -1
b) 0
c) 1 ou 13
d) -1 ou 10
e) 2 ou 12

4) Um ponto material móvel desloca-se no plano


cartesiano e suas coordenadas variam em função do tempo t (t ≥0). A distância
percorrida pelo ponto material móvel entre o ponto A para t = 0 e o ponto B
para t = 6, é:

63
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Unidade 2.3. A Recta


Introdução

Entre os pontos de uma recta e os números reais existe uma


correspondência biunívoca, isto é, a cada ponto de recta corresponde
um único número real e vice-versa.
Considerando uma recta horizontal x, orientada da esquerda para
direita (eixo), e determinando um ponto O dessa recta (origem) e um
segmento u, unitário e não-nulo, temos que dois números inteiros e
consecutivos determinam sempre nesse eixo um segmento de recta
de comprimento u:

Medida algébrica de um segmento


Fazendo corresponder a dois pontos, A e B, do eixo x os números
reais xA e xB , temos:

A medida algébrica de um segmento orientado é o número real que


corresponde à diferença entre as abscissas da extremidade e da
origem desse segmento.

Plano cartesiano
A geometria analítica teve como principal idealizador o filósofo
francês René Descartes (1596-1650). Com o auxílio de um sistema de
eixos associados a um plano, ele faz corresponder a cada ponto do
plano um par ordenado e vice-versa.
Quando os eixos desses sistemas são perpendiculares na origem,
essa correspondência determina um sistema cartesiano ortogonal (ou
plano cartesiano). Assim, há uma reciprocidade entre o estudo da
geometria (ponto, reta, circunferência) e da Álgebra (relações,
equações etc.), podendo-se representar graficamente relações
algébricas e expressar algebricamente representações gráficas.

64
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir: e representar geométrica e


Objectivos analiticamente uma recta;
específicos
▪ Identificar: os deferentes tipos de rectas;

▪ Identificar: recta(s) na vida real;

A recta

A recta, como o meu professor dizia, é um ponto em movimento.

O que são os traços da recta?


O traço frontal de uma recta (ponto F) é o ponto onde a recta
intersecta o Plano Frontal de Projecção, e o traço horizontal (ponto H)
é o ponto onde a recta intersecta o Plano Horizontal de Projecção.
O que são os pontos notáveis de uma recta?
O ponto Q é o ponto onde a recta intersecta com o β1/3, o ponto I é o
ponto onde a recta intersecta o β2/4.

Alfabeto da Recta

A recta de nível ou horizontal é paralela ao Plano Horizontal de

65
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Projecção, o que significa que não tem traço horizontal, e obliqua ao


Plano Frontal de Projecção. A sua projecção frontal (n2) fica paralela a
x.
Todos os pontos dessa recta estão na mesma projectante frontal, isto
é, todos os pontos têm a mesma cota.

A recta frontal ou de frente é paralela ao Plano Frontal de Projecção, o


que significa que não tem traço frontal, e obliqua ao Plano Horizontal
de Projecção. A sua projecção horizontal (f1) fica paralela a x.
Todos os pontos pertencentes à recta estão na mesma projectante
horizontal, isto é, têm o mesmo afastamento

A recta fronto-horizontal é duplamente paralela, ou seja, é paralela ao


Plano Horizontal e Frontal de Projecção, o que significa que esta recta
não tem traço horizontal nem traço frontal. As duas projecções são
paralelas a x. Os pontos pertencentes à recta estão na mesma
projectante frontal e horizontal, pois, têm todos o mesmo
afastamento e a mesma cota, o que muda é a abcissa.

66
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

A recta de topo é paralela ao Plano Horizontal de Projecção, o que


significa que não tem traço horizontal, e perpendicular ao Plano
Frontal de Projecção. A projecção horizontal da recta é perpendicular
a x e a projecção frontal é um ponto. Todos os pontos pertencentes a
recta estão na mesma projectante frontal, ou seja, têm todos a mesma
cota.

A recta vertical é paralela ao Plano Frontal de Projecção, o que


significa que não tem traço frontal, e perpendicular ao Plano
Horizontal de Projecção. A sua projecção frontal fica perpendicular a x
e a projecção horizontal é um ponto. Todos os pontos nesta recta têm
o mesmo afastamento porque estão na mesma projectante horizontal.

A recta obliqua é obliqua aos Planos de Projecção,o que significa que


tem os dois traços, tanto o frontal como o horizontal. Ambas as
projecções da são obliquas a x.

67
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

A recta de perfil é obliqua aos Planos de Projecção e paralela ao Plano


de Perfil, tem o traço horizontal como o traço frontal da recta. Tem as
suas projecções são coincidentes e perpendiculares ao eixo x. Não fica
definida somente pelas suas projecções, precisamos das projecções de
dois pontos.

A recta passante obliqua é obliqua ao Plano de Perfil. A recta passa


pelo eixo x, o que significa que os traços e os pontos notáveis da recta
estão todos em x, e ambas as projecções da recta intersectam em x.

Igual à recta passante obliqua, só que esta é paralela ao Plano de


Perfil.

68
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

A Recta na vida real

Se considerarmos a parede da frente o nosso Plano Frontal de


Projecção, então a recta a (verde) é uma recta frontal, a recta b
(vermelha) é uma recta vertical e a recta c (azul) é uma recta fronto-
horizontal.

Se a parede da frente for considerada o nosso Plano Frontal de


Projecção e a parede lateral for o nosso Plano de Perfil de Projecção,
então a recta a (azul) é uma recta fronto-horizontal, a recta b (verde) é
vertical e a recta p (vermelha) é de perfil.

69
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

A recta azul é uma recta obliqua e a laranja é uma recta de perfil.

Como saber se um ponto pertence á recta?


Para um ponto pertencer a uma recta tem obrigatoriamente de a
projecção 1 do ponto estar sob a projecção 1 da recta e a projecção 2
do ponto estar sob a projecção 2 da recta.

O Ponto H, F e B são os únicos pontos pertencentes à recta, porque o


ponto A, tem as projecções contrárias as projecções da recta, o ponto
C só a projecção frontal é coincidente com a projecção frontal da recta
e o ponto D, só a projecção horizontal é coincidente com a projecção
horizontal da recta.

Regra:
As projecções do mesmo nome do Ponto têm de pertencer às
projecções do mesmo nome da Recta.

Como achar os traços e os pontos notáveis da recta?

70
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Se seguirmos a projecção 1(horizontal) da recta quando ela intersecta


x encontramos aí o F1, fazemos linha de chamada prependicular a x e
quando intersectar a projecção 2 (frontal) temos F2. Se fizermos o
mesmo com a projecção frontal, quando intersectar x, temos H2.
Quando as duas projecções da recta se intersectam, temos aí o ponto
I. Se unirmos de H1 a F2 teremos uma linha que quando intersectar x
temos o Q0, desse modo, fazemos uma linha de chamada
prependicular a x, onde a linha de chamada intersectar a2, termos,
então, Q2, e quando intersectar a1, temos Q1.

Outra maneira de determinar o Q

Normalmente, para acharmos o ponto Q, unimos H1 a F2, e quando a


recta não tem um dos traços? Por exemplo, nas rectas de nível,
calculamos o ângulo que a projecção horizontal faz com o eixo
x,e traçamos uma linha auxiliar com o mesmo ângulo para cima, onde
a linha auxiliar intersectar a projecção frontal, temos Q2.

O que acontece quando uma recta não tem Q?

71
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Por exemplo, uma recta passante, que tenha as projecções a fazerem


o mesmo ângulo com x, significa que não tem Q, ou melhor, esta recta
pertence ao β1/3.
Quando não tem Q, significa que a recta ou pertence ao β1/3, ou é
paralela a ele.

Que acontece quando a recta não tem I?

Uma recta tem as projecções paralelas entre si, significa que só se irão
cruzar no infinito (nunca), ou seja, a recta não tem ponto I, significa
que ou a recta pertence ao β2/4 ou é paralela a ele,como no exemplo
acima.

Rectas Paralelas
Duas rectas para serem paralelas têm de obrigatoriamente ter as
projecções do mesmo nome paralelas entre si.

72
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Rectas concorrentes
Duas rectas para serem concorrentes têm de ter um ponto em
comum.

73
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Rectas Ortogonais
Por exemplo, numa recta de nível, olhamos para a projecção
horizontal e parecem concorrentes, mas depois olhando para a
projecção frontal vemos que elas não se cruzam realmente, pois
possuem cota diferente.
Isto é, duas rectas ortogonais, são aquelas que vistas numa projecção
parece que fazem um ângulo de 90º (somente são ortogonais se
fizerem 90º) e na realidade não se tocam.

E nas rectas frontais:

Como definir o percurso da recta?

74
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Fazendo duas rectas paralelas a x, puxasse as linhas auxiliares dos


traços e dos pontos notáveis da recta. Na linha de cima insere-se os
diedro, na linha de baixo os octantes. No final carregasse a recta que
está no I diedro.

Sumário

Nesta Unidade Temática 2.3. estudamos:


A Recta;
Alfabeto da Recta:
A Recta Frontal;
A Recta Fronto-Horizontal;
A Recta do topo
Recta na vida Real

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO 2 (Respostas sem detalhes)

75
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Ques

01. (FEI) As retas 2x - y = 3 e 2x + ay = 5 são perpendiculares. Então:

a) a = -1
b) a = 1
c) a = -4
d) a = 4
e) n.d.a.

02. Determinar a reta perpendicular a 2x - 5y = 3 pelo ponto P(-2; 3).

03. (USP) A equação da reta que passa pelo ponto (3; 4) e é paralela à bissetriz do
2° quadrante é:

a) y = z - 1
b) x + y - 7 = 0
c) y = x + 7
d) 3x + 6y = 3
e) n.d.a.

04. Determinar o ponto B simétrico de A(-4; 3) em relação à reta x + y + 3 = 0.

05. Determinar a reta perpendicular à reta de equação x + 2y - 3 = 0 no seu ponto


de abscissa igual a 5.

06. Determinar a equação da mediatriz do segmento de extremos A(-3; 1) e B(5;


7).

07. As retas (r) 2x + 7y = 3 e (s) 3x - 2y = -8 se cortam num ponto P. Achar a


equação da reta perpendicular a r pelo ponto P.

08. As retas 3x + 2y - 1 = 0 e -4x + 6y - 10 = 0 são:

a) paralelas
b) coincidentes
c) perpendiculares
d) concorrentes e não perpendiculares
e) n.d.a.

76
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

09. (USP) A equação da reta passando pela origem e paralela à reta determinada
pelos pontos A(2; 3) e B(1; -4) é:

a) y = x
b) y = 3x - 4
c) x = 7y
d) y = 7x
e) n.d.a

10. Os pontos P(x, y) tais que | x | + | y | = 4 constituem:

a) um par de retas
b) um par de semi-retas
c) o contorno de um quadrado
d) quatro retas paralelas
e) o contorno de um triângulo

Respostas/Resolução:

01. D

02. D

03. B

04. B = (-6; 1)

05. 2x - y - 11 = 0

06. 4x + 3y - 16 = 0

07. 7x - 2y + 16 = 0

08. C

09. D

10. C

77
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Unidade Temática 2.4. Posição Relativa de duas


Rectas.
Introdução

As figuras planas e espaciais são formadas pela intersecção de rectas e


planos pertencentes ao espaço. Dentre as posições relativas, podemos
destacar:

Posição relativa entre duas rectas

Nesta Unidade Temática iremos analisar e discutir casos de duas


rectas distintas a assumirem as seguintes posições relativas no espaço:

Rectas paralelas: duas rectas são paralelas se pertencerem ao mesmo


plano (coplanares) e não possuírem ponto de intersecção ou ponto em
comum.

Rectas coincidentes: pertencem ao mesmo plano e possuem todos os


pontos em comum.

Rectas concorrentes: duas retas concorrentes possuem apenas um


ponto comum. Não é necessário que pertençam ao mesmo plano.

78
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Identificar elemento visual: linha e formas geométricas;

Objectivos ▪ Explorar: os termos rectas paralelas e rectas perpendiculares;


específicos
▪ Identificar: rectas na victa real, profissional, nas obras de engenharia
(estrada, pontes, edifícios, etc);

▪ Construir: desenhos utilizando as formas geométricas;

▪ Identificar: a localização em mapas;

Posições relativas de duas Rectas


Considere duas rectas distintas do plano cartesiano:

Podemos classificá-las como paralelas ou concorrentes.

Rectas Paralelas

As retas r e s têm o mesmo coeficiente angular.

Assim para r//s, temos:

79
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Rectas Concorrentes

As retas r e s têm coeficientes angulares diferentes.

Assim para r e s concorrentes, temos:

Rectas Perpendiculares/Ortogonais

É um caso particular de reta concorrente. Duas retas são ditas


perpendiculares quando os seus coeficientes angulares são tais que:

Sumário

Nesta Unidade Temática 2.4. estudamos:


1. Rectas Paralelas e;
2. Rectas Concorrentes

80
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Exercícios (Com Respstas)

1. Verifique o posicionamento da reta r, dada pela equação 2x + y – 1 = 0


em relação à circunferência de equação x² + y² + 6x – 8y = 0.

2. Dada a reta s representada pela equação 2x – y + 1 = 0 e a circunferência


de equação
x² + y² – 2x = 0, determine a posição relativa entre elas.

3. Determine o valor de w sabendo que a reta de equação x – y + w = 0 é


tangente à circunferência de equação x² + y² = 9.

4. Determine o comprimento da corda determinada pela intersecção da


reta r, de equação x + y – 1 = 0, com a circunferência de equação x² + y² +
2x + 2y – 3 = 0.
5. A distância entre os pontos de intersecção da reta com a circunferência
x² + y² = 400 é:

a) 16√5
b) 4√5
c) 3√3
d) 4√3
e) 5√7

6. O valor de k que transforma a equação x² + y² – 8x + 10y + k = 0 na


equação de uma circunferência de raio 7 é:

a) –4
b) –8
c) 5
d 7
e) –5

Resposta Questão 1

Determinar as coordenadas do centro da circunferência é a medida do


raio:

x² + y² + 6x – 8y = 0

81
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

x² + 6x + y² – 8y = 0

x² + 6x → completando o trinômio
x² + 6x + 9 = (x + 3)²

y² – 8y → completando o trinômio
y² – 8y + 16 = (y – 4)²

x² + 6x + y² – 8y = 0
x² + 6x + 9 + y² – 8y + 16 = 9 + 16
(x + 3)² + (y – 4)² = 25

A fórmula geral de uma equação da circunferência é dada por (x – a)² + (y –


b)² = r², dessa forma:

Coordenadas do centro: (–3; 4)


Medida do raio: 5

Determinando a distância entre o centro e a reta


Reta r: 2x + y – 1 = 0

Temos que a distância é menor que o raio, pois 1,3 < 5. Dessa forma, a
recta é secante à circunferência.

Resposta Questão 2

Vamos estabelecer um sistema entre as duas equações:

Reta: 2x – y + 1 = 0
Circunferência: x² + y² – 2x = 0

Resolvendo o sistema pelo método da substituição:

Isolando y na 1ª equação:

82
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

2x – y + 1 = 0
– y = –1 – 2x
y = 1 + 2x

Substituindo y na 2ª equação:

x² + (1 + 2x)² – 2x = 0
x² + 1 + 4x + 4x² – 2x = 0
5x² + 2x + 1 = 0

∆ = b² – 4ac
∆ = 2² – 4 * 5 * 1
∆ = 4 – 20
∆ = –16

Quando ∆ < 0, a equação não possui raízes. Dessa forma o sistema não
possuirá soluções. Portanto, a recta é externa à circunferência.

• Resposta Questão 3

Se a reta é tangente à circunferência, temos que a distância do centro até


a reta possui a mesma medida do raio.

Em razão da equação x² + y² = 9, podemos dizer que o centro corresponde


a (0; 0) e o raio igual a 3, pois x² + y² = 9 → (x + 0)² + (y + 0)² = 3².

Distância do centro (0; 0) à reta x – y + w = 0, onde a = 1, b = –1 e c = w:

Calculando w de acordo com d = r:

O valor de w é igual a + 3√2 ou –3√2.

83
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

• Resposta Questão 4

AB = medida da corda
CM = distância entre centro e reta
AM = metade da medida da corda → AB/2.

No triângulo AMC aplicaremos o teorema de Pitágoras, mas para isso


precisaremos determinar a distância CM e o raio da circunferência, dado
por CA.

Centro da circunferência

x² + y² + 2x + 2y – 3 = 0
x² + 2x + y² + 2y = 3
x² + 2x + 1 + y² + 2y + 1 = 3 + 1 + 1
(x + 1)² + (y + 1)² = 5

Centro (–1, –1) e raio = √5.


Reta: x + y – 1 = 0

84
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

A medida da corda AB de acordo com a situação proposta é AB = √2.

• Resposta Questão 5

Resolver o sistema de equações:

Simplificando a 1ª equação:

85
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Substituindo x na 2ª equação:

x² + y² = 400
x² + (20 – 2x)² = 400
x² + 400 – 80x + 4x² ¬– 400 = 0
5x² – 80x = 0
5x * (x – 16) = 0

5x = 0
x’ = 0

x – 16 = 0
x’’ = 16

Para x = 0, temos:

y = 20 – 2x
y = 20 – 2*0
y = 20

(0; 20)

Para x = 16, temos:

y = 20 – 2x
y = 20 – 2 * 16
y = 20 – 32
y = – 12

(16; –12)

Os pontos de intersecção são (0; 20) e (16; –12).

Determinando a distância entre os pontos:

86
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Resposta item a.

• Resposta Questão 6

x² + y² – 8x + 10y + k = 0

Encontrar a equação reduzida (completar os trinômios)

x² – 8x + y² + 10y = –k
x² – 8x + 4 + y² + 10y + 25 = – k + 4 + 25
(x – 4)² + (x + 5)² = –k + 41

Temos que o raio será dado por:


–k + 41 = 7²
–k = 49 – 41
–k = 8
k=8
Resposta: alternativa b.

87
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Unidade 2.5. Perpendicularidades.


Introdução

Publicado por: Danielle de Miranda em Geometria de posição e


poliedros 0 comentário.
Dentre as posições relativas entre planos e retas, destaca-se a
perpendicularidade que assume algumas características que a difere
das outras posições.

Cada uma dessas relações de perpendicularidade está ilustrada


abaixo:

Perpendicularidade entre retas

Duas retas distintas pertencentes ao mesmo plano ou não serão


perpendiculares se formarem um ângulo reto no seu ponto de
encontro.

88
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir: retas perpendiculares;


Objectivos
▪ Reconhcer: e criar gráficos e equações de retas perpendiculares
específicos
▪ Entender, Identificar e aplicar na prática: a perpendicularidade entre retas e
planos e entre Planos;

Perpendicularidade

Perpendicularidade.
Em geometria, perpendicularidade é uma noção que indica se dois
objectos (retas, Planos, etc) fazem entre si um ângulo de 90º (Observe
a figura a baixo).

• Perpendicularidade entre plano e reta

89
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Um plano α será perpendicular a uma reta t se todas as retas


pertencentes a esse plano α e concorrentes a essa reta t (tiver um
ponto comum) forem perpendiculares à reta t.

• Perpendicularidade entre planos

Dois planos serão perpendiculares se um deles contiver uma reta que


seja perpendicular ao outro plano.

Sumário

Nesta Unidade Temática 2.5. estudamos


1. Perpendicularidade;
2. Perpendicularidade entre Plano e Recta e;
3. Perpendicularidade entre Planos

90
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

EXERCÍCOS GRUPO 2 (Com respostas).

• Questão 1
• Encontre a equação da recta s, perpendicular à reta t: 2x + 3y – 4 =0,
sabendo que ela passa pelo ponto P(3,4).

• Questão 2

Considere no plano cartesiano uma recta r de equação 3x + 5y +1 =0 e


um ponto Q de coordenadas (5,5). Determine a equação da recta s
perpendicular a r passando por Q.

• Questão 3

Prove que as retas s: x + 2y – 1 = 0 e r: 4x – 2y +12 = 0 são


perpendiculares.

• Questão 4

Encontre a equação da reta t que passa pelo ponto X(-1,8) e é


perpendicular à bissetriz dos quadrantes ímpares.

• Questão 5

Prove

que a bissetriz dos quadrantes ímpares é perpendicular à bissetriz dos


quadrantes pares.

91
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Respostas

• Resposta Questão 1

• Resposta Questão 2

92
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

• Resposta Questão 3

• Resposta Questão 4

93
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

• Resposta Questão 5

TEMA III: FUNÇÕES


Unidade 3.1. Funções
Unidade 3.2 Gráficos de Funções
Unidade 3.3. Propriedades de Funções.

Unidade Temática 3.1. Funções.

Introdução

Função é um dos conceitos mais importantes da matemática. Existem


várias definições, dependendo da forma como são escolhidos os
axiomas. Uma relação entre dois conjuntos, onde há uma relação
entre cada um de seus elementos.
Uma função é uma aplicação entre conjuntos, de partida e de
chegada. As funções descrevem fenómenos numéricos e podem
representar-se através de gráficos sobre eixos cartesianos. O gráfico
de uma função permite ver, muito facilmente, toda a sua evolução.
Porém, por vezes, pode ser mais cómodo trabalhar com a equação
(expressão analítica) ou fórmula da função, já que com ela temos à
nossa disposição o conjunto de operações que devemos aplicar à
variável independente, normalmente representada por x, para obter a
variável dependente, normalmente representada por y.
Podemos, então, imaginar que uma função é uma máquina em que
introduzimos um número x do conjunto de partida, dela saindo o
número f(x) o mesmo que y.
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

94
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

▪ Definir: entender e interpretar funções de reais de variável real;


Objectivos
específico ▪ Representar: graficamente funções;

▪ Fazer operações: com funções;

▪ Fazer: Composição de funções;

▪ Fazer: inversão de funções;

▪ Entender e aplicar na prática: o conceito de função pá e ímpar;

Funções
Uma função é uma aplicação entre conjuntos numéricos. Para indicar
que entre dois conjuntos A e B há uma função utilizaremos a notação:

f:A B

Existem várias formas de expressar uma função:

y = ax + b

f (x) = ax + b

entre outras.

Se f for uma função e f(x) = y, diremos que y é a imagem de x pela


função e que x é o original, anti-imagem ou objecto de y pela função.

Em toda a função entre dois conjuntos A B os elementos do


conjunto A recebem o nome de variável da função.

Exemplificando, tomemos a função:

f : IN Z

f(x) = 5x + 2

f (2) = 5.2 + 2 = 12; 12 IN

95
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

diremos que 12 é a imagem de 2, e que 2 é o objecto ou anti-imagem


de 12.

Funções Reais de Variável Real


Uma função real de variável real é uma função em que tanto os
elementos do conjunto de partida ou conjunto dos objectos como os
do conjunto de chegada ou conjunto imagem são números reais, isto
é, pertencem ao conjunto IR, e representa-se por:

f : IR IR

As funções f(x) = x + 3, f(x) = x2 + 2x + 1, f(x) = 3x + 1/2, são


exemplos de funções reais de variável real. Se dermos a x um valor
real, ao realizar as operações obteremos sempre um número real f(x).

Pode acontecer que nem todos os números reais tenham imagem


pela função. O conjunto formado pelos números reais que têm
imagem chama-se domínio. Em geral, uma função real de variável real
tem a seguinte expressão:

f:A R

sendo A um subconjunto de R, que irá corresponder ao domínio da


função.

Representação Gráfica de uma Função


Dado que o conjunto dos números reais se pode representar sobre
uma recta, o método de coordenadas cartesianas serve para
representar funções.

96
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Observemos os gráficos das figuras. Como podemos observar, a


variável independente x é representada sobre o eixo das abcissas e a
variável dependente y sobre o eixo das ordenadas.

Operações com Funções


1. Produto de uma função por um número real

(kf )(x) = k * f(x)

O produto é uma nova função, de forma que a cada valor de x

97
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

corresponde k vezes o valor de f.

Exemplo:

f:R R

f(x) = 3x + 2

5f : R R

(5f)(x) = 5 * f(x) =

= 5 * (3x + 2) = 15x + 10

Soma de funções
Temos f(x) = 2x + 2 e g(x) = - x - 1. Se somarmos membro a membro
obtemos:

f(x) + g(x) = (2x + 2) + (-x - 1) = 2x - x +2 -1 = x + 1

(f + g) (x) = x + 1

Vamos verificar o que obtivemos:

f(1) = 2 * 1 + 2 = 4

g(1) = - (1) - 1 = -1 - 1 = -2

f(1) + g(1) = 4 + (-2) = 4 - 2 = 2

(f + g) (1) = (1) + 1 = 2

98
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Vemos que, para cada objecto x, somando as respectivas imagens de


f(x) e de g(x) obtemos exatamente o mesmo valor que obtemos ao
calcular

(f + g) (x).

Então, em geral, podemos escrever:

(f + g) (x) = f(x) + g(x)

Produto de funções
Seguindo o mesmo procedimento que para a soma de funções,
considerando f(x) = x e g(x) = -x + 2, o produto das funções será:

(f * g) (x) = f(x) * g(x) = x*(-x + 2) = -x2 + 2x

(f * g) (x) = -x2 + 2x

Verificamos que:
f(1) = 1
g(1) = - (1) + 2 = -1 + 2 = 1
f(1) * g(1) = 1 * 1 = 1
(f * g) (1) = -(1)2 + 2 * 1 = -1 + 2 = 1
Vemos que, de forma análoga ao que
ocorre com a soma de duas funções, para
cada objecto x, multiplicando as respectivas
imagens de f(x) e de g(x) obtemos
exactamente o mesmo valor que obtemos ao
calcular (f * g) (x).

99
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Em geral, escrevemos:

(f * g) (x) = f(x) * g(x)

Composição de funções
A composição de uma função f com outra função g é uma nova
função, representada por g º f, definida por:

(g ° f) (x) = g [f(x)]

Primeiro determinamos f(x) e o resultado obtido é o objecto para a


função g. Exemplificando, seja f(x) = x + 1 e g(x) = x2, temos (g ° f) (x) =
g [f(x)] =g [x + 1] = (x + 1)².

Mas atenção, é diferente se tivermos: (f ° g) (x) = f [g(x)] = f [x²] = x²


+ 1.

Inverso da função e função inversa


Quando temos uma função f, tal que para qualquer x do domínio
verificamos que f(x) 0, podemos dizer que existe o inverso da
função de f, e representamo-la por 1/f. Podemos ver um exemplo
representado na figura seguinte:

100
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Se f for uma função injectiva, a função inversa de f é uma nova


função, que se representa por , em que os objectos são as
imagens dadas por f.

Seja f a função definida por y = 3x - 5, a expressão que define


determina-se resolvendo a equação y = 3x - 5 em ordem a x:

y = 3x - 5 <=> 3x = y + 5< => x = (y + 5)/3

logo vem:

O domínio da função inversa é o contradomínio ou conjunto das


imagens da função f. O gráfico da função inversa é simétrico do gráfico
de f em relação à bissectriz y = x.

101
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Função par e função ímpar


Damos o nome de função par à que é simétrica em relação ao eixo
das ordenadas, ou seja, que verifica:

f(-x) = f(x)

O gráfico de uma função par fica determinado se conhecermos a


forma que assume para os números positivos. Para visualizar este
facto vejamos as

seguintes figuras:

Damos o nome de função ímpar à função que é simétrica em relação à


origem das coordenadas, ou seja, quando se verifica que:

f(-x) = - f(x)

O gráfico de uma função ímpar fica determinado se conhecermos a


forma que assume para valores positivos. Vejamos as figuras:

102
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Função linear e função afim


As funções da forma f(x) = kx são chamadas funções lineares ou
função de proporcionalidade, onde k é uma constante numérica e nos
dá o declive da recta. O gráfico deste tipo de funções é uma recta que
passa pelo centro de coordenadas (0,0).

As funções da forma f(x) = kx + p recebem o nome de funções afins.


O seu gráfico é uma recta que não passa pelo centro de coordenadas
(0,0) e é paralela à correspondente função linear g(x) = kx. p é a
ordenada na origem ou ponto de intersecção da recta com o eixo das
ordenadas.

103
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

As funções lineares e afins são chamadas funções polinomiais do


primeiro grau.

Sumário

Nesta Unidade Temática 3.1. estudamos:


1. Conceito de função;
2. Representação gráfica de função;
3. Operações com funções;
4. Função inversa;
5. Função par e ímpar;
6. Função linear e função a fim

Exercícios de AUTOAVALIÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas)

104
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

1) Dada a função, definida pela fórmula f(x)=2x²+1. Determine a sua imagem:

Resolução:
Neste exercício, o domínio é dado, e é D= {-3, 2, 0, } e o contradomínio são
todos números reais. Como já estudamos, a imagem de um número é o
elemento pertencente ao contradomínio que se encontra no conjunto de
chegada, está relacionado à este número, e para achar estes número devemos
aplicar sua lei de formação (a expressão analítica):
- a imagem do -3 é também representada por f(-3), e f(-3)=2.(-3)² +1,
então f(-3)=19
- f(2)=2.(2)²+1, então f(2)=9
- f(0)=2.(0)²+1, então f(0)=1
- f( )=2.( )²+1, então f( )=11

Agora que já achamos as imagens de todos pontos do domínio, podemos dizer


que o conjunto imagem desta função é Im = {19, 9, 1, 11}

2) Dado o esquema abaixo, representando uma função de "A" em "B",


determine:

a) O Domínio:

b) A imagem

c) f(5)

d) f(12)

Resolução:

a) Como vimos nas lições, o conjunto em que as flechas saem, é o conjunto


Domínio, esta é barbada
D={5, 12, 23}.

b) Conjunto Imagem é todos os elementos do contradomínio (conjunto "B") em


que há relacionamento com o Domínio, então:
Im={7, 14, 25}

c) Nunca esquecendo que, perguntar qual a f(5) é a mesma coisa que perguntar
qual a imagem do ponto 5.
f(5)=7

105
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

d) Como no exercício anterior: f(12)=14.

03 -Um táxi começa uma jornada, partindo da baixa da Cidade da Beira para o
Aeroporto, com o taxímetro a marcar 40,00MT. Cada quilômetro andado custa
30,00MT. Se ao final da jornada (chegado no Aeroporto Internacional da Beira),
o passageiro pagou 720,00MT, a quantidade de quilômetros percorridos foi de:
a)26
b)11
c)33
d)22
e)32

Resolução: A função será y = f(x) = 30x + 40, onde y (preço a ser pago) está em
função de x (número de quilômetros andados)
y = 30x + 40

Se o passageiro pagou 720,MT esse é o y, assim encontramos o número de


quilômetros rodados x:
720 = 30x + 40
 30x + 40 = 720
30x = 720 – 40 = 730
720
 x= = 22  x = 22
30

Agora é só completar: a resposta correcta está na alínea ----------- Isso. Vê que


não custa para quem estuda?

04 - As figuras abaixo representam gráficos de funções do tipo y = ax + b

Considere as afirmações:

I. na figura 1, temos b = 0;
II. na figura 2, temos a < 0 e b≠0;
III. na figura 3, temos a > 0 e b < 0;
IV. na figura 4, temos a = 0;
V. as figuras 2 e 3 representam gráficos de funções decrescentes;
As afirmações verdadeiras são:
a) I, II e IV
b) II e III

106
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

c)II, IV e V
d)I e II
e)II, III, IV e V

Resolução:
Item I
Verdadeiro. O b é ponto onde a reta corta o eixo y.

Item II
Verdadeiro. A função é decrescente, então a<0, e a reta não passa na origem,
então b é diferente de 0.

Item III
Falso. A função é crescente mais corta o eixo y acima do eixo x, então temos b>0.

Item IV
Verdadeiro. Neste caso a função é constante, qualquer valor pra x resulta o
mesmo y, que é o valor do coeficiente linear b.

Item V
Falso, na figura II o gráfico é decrescente e na figura III é crescente.

Gabarito Letra: A

107
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

04 - (UFSM 2011) Em relaç5 5. Observe o gráfico abaixo, considerando 2007 como x = 1, 2008 como x = 2 e ssim, sucess
afim y = ax + b que me assim sucessivamente, a função afim y = ax + b que melhor expressa a

evolução das notas em Matemática do grupo II é

Resolução:
Temos dois pontos na recta II, é o que precisamos para determinar a função. O

Ponto (1, 70) e o outro é (3, 65).

y = ax + b
70 = a + b
70 - a = b

y = ax + b
65 = 3a + b
65 = 3a + 70 - a
65 - 70 = 2a
-5 = 2a
5
a= −
2

b = 70 - a
b = 70 - (-5) / 2

Resposta: alínea B

b = 140 / 2 + 5 / 2
b = 145 / 2

y = -5

108
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Unidade Temática 3.2. Gráficos de Funções.


Introdução

Sob um ponto de vista operacional, como dissemos na Unidade


Temática 3.1. anterior, uma função pode ser considerada com um
conjunto de pares ordenados (x.y), criados de acordo com
determinado critério; plotados em um sistema de coordenadas
cartesianas.

Os pares ordenados assim criados produzem o que se chama de


gráfico da função. O conjunto dos valores x é chamado domínio da
função, e o conjunto dos y é chamado Contradomínio/imagem da
função.

Nos pares ordenados, cada valor x é utilizado apenas uma vez.


Nesta Unidade dedicar-nos-emos a construção, anaáçise e
interpretação de gráfico de diferentes tipos de funções.
A análise de gráficos é importante para responder questões de
diferentes disciplinas. Para facilitar a análise e interpretação de
gráficos de diferentes funções, estudaremos as diferentes
possibilidades de formato.
Porque este conteúdo é muito intuitivo, daremos maior ênfase aos
exercícios, buscando apresentar a melhor forma de solucionar as
questões.
Apenas um LEMBRETE: Quanto mais exercita, mais aprende.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Construir: gráfico de qualquer função estudada;


Objectivos
▪ Fazer Análise e Interpretação: de gráficos de funções estudadas;
específicos
▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional.

109
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Construção de Gráfico de uma Função

Gráficos

A construção de um gráfico no plano cartesiano, que introduzimos na


Unidade Temática 2.1., representado pela lei (expressão analítica) de
formação geral das funções, dada por y = f(x), com x pertencente ao
domínio e y constituindo ao Contradomínio/imagem, será dada por
algumas condições práticas, como as seguintes:

* Construir um eixo de coordenadas cartesianas em papel


centimetrado ou milimetrado.
* Determinar uma tabela com os possíveis valores do domínio dado
por x.
* Calcular o par ordenado (x, y) de acordo com a lei de formação da
função em questão.
* Marcar no plano cartesiano os pares ordenados calculados,
obedecendo à ordem x (eixo horizontal) e y (eixo vertical).
* Ligar os pontos, constituindo o gráfico da função.

Exemplo 1

Vamos determinar o gráfico da função dada pela seguinte lei de


formação: y = f(x) = 2x – 1.

X Y = 2x - 1 Par ordenado (x,y)


-2 -5 (-2-5)
-1 -3 (-1,-3)
0 -1 (0,-1)
1 1 (1,1)
2 3 (2,3)

Mostrando respectivos cálculos

110
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

f(-2) = 2.(–2) – 1 = –4 –1 = -5  y = –5
f(-1) = 2.(–1) –1 = –2 – 1 =-3  y = –3
f(0) = 2 . 0 – 1= -1  y = –1
f(1) = 2 . 1 – 1 = 2 – 1= 1  y = 1
f(2) = 2 . 2 – 1 = 4 – 1 = 3  y = 3

Exemplo 2

Determinar o gráfico da função dada por y = f(x) = x².

X Y = x2 Par ordenado (x,y)


-2 4 (-2,4)
-1 1 (-1,1)
0 0 (0,0)
1 1 (1,1)
2 4 (2,4)

Mostrando respectivos cálculos

f(-2) = (–2)² = 4
f(-1) = (–1)² = 1
f(0) = (0)² = 0
f(1) = (1)² = 1
f(2) = (2)² = 4

111
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Exemplo 3

Determinar o gráfico da função dada por y = f(x) = x³.

X Y = x3 Par ordenado (x,y)


-2 -8 (-2,-8)
-1 -1 (-1,-1)
0 0 (0,0)
1 1 (1,1)
2 8 (2,8)

Mostrando respectivos cálculos


f(-2) = (–2)³ = –8
f(-1) = (-1)³ = -1
f(0)=(0)=03
f(1) = 1³ = 1
f(2) = 2³ = 8

112
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Exemplo 4

Construir o gráfico da função y = f(x) = 4x4 – 5x3 – x2 + x – 1.

y = 4 . (0,5)4 – 5 . (0,5)3 – 0,52 + 0,5 – 1 = 0,25 – 0,625 – 0,25 + 0,5 – 1


= – 1,155
y = 4 . 04 – 5 . 03 – 02 + 0 – 1 = –1
y = 4 . 14 – 5 . 13 – 12 + 1 – 1 = –2

113
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Análise e Interpretação de Gráficos de


Funções
O gráfico abaixo mostra o lucro de três empresas: A, B e C. Vamos
pensar e entender um pouco mais sobre o que ele está a nos dizer.

Exemplo de uso de um gráfico


Primeiro, temos que nos orientar. Então, chamaremos a recta
representada pelo lucro de cada empresa de "eixo vertical". O eixo
vertical mede a altura dos pontos. Portanto, quanto mais alto o ponto,
maior será o lucro. E, por sua vez, a reta que representa os meses de
eixo horizontal. O eixo horizontal mede a largura do ponto. Assim,
quanto mais largo – ou quanto mais à direita do eixo vertical – o
tempo será maior.

Repare, agora, somente nos pontos A e B. Esses estão na mesma reta


vertical. Quer dizer que eles têm a mesma largura. Portanto,
correspondem ao mesmo mês. E, ainda, o ponto A está um pouco mais

114
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

acima que o B. O que isso significa? A Empresa Álgebra possui mais


lucro que a Empresa Aritmética, visto que a altura do ponto A é maior.
Olhemos para os pontos B e C. Nesse caso, ambos possuem a mesma
altura, mas larguras diferentes. Então, no mês de Abril a Empresa
Aritmética possui um lucro de aproximadamente R$2.500, o mesmo
lucro da empresa Álgebra, porém no mês de maio.
Por fim, o ponto D: ele representa o lucro da empresa Aritmética no
mês de junho. O menor lucro entre as três aqui mostradas. Basta ver
que o ponto D está mais abaixo que os outros.
Em resumo: é muito importante saber o que cada eixo representa. Se
o eixo vertical representasse o índice de chuva em uma determinada
região, então quanto mais alto o gráfico, mais chuva. Ou, em um outro
exemplo: se o eixo horizontal tivesse determinado pela pressão de um
gás, então quanto menor a largura, menor seria sua pressão. Por aí em
diante. Está a entender? Em seguida vamos fazer análise da
monotonia (Crescimento, Decrescimento, Constância e raízes).

Crescente, Decrescente, Constante e Raízes


Primeiro, temos que nos orientar. Então, chamaremos a reta
representada pelo lucro de cada empresa de "eixo vertical". O eixo
vertical mede a altura dos pontos. Portanto, quanto mais alto o ponto,
maior será o lucro. E, por sua vez, a reta que representa os meses de
eixo horizontal. O eixo horizontal mede a largura do ponto. Assim,
quanto mais largo – ou quanto mais à direita do eixo vertical – o
tempo será maior.
A ideia aqui é localizar se o gráfico cresce, diminui ou até mesmo onde
ele permanece constante. Um importante lembrete: o eixo horizontal
cresce no mesmo sentido em que lemos um texto, da esquerda para
direita. Por sua vez, o eixo vertical cresce de baixo para cima.

Análise gráfica
Olhando para o gráfico acima, conseguimos reparar que ele possui as
três caraterísticas. Lendo da esquerda para direita no eixo horizontal:
Crescente: o gráfico cresce no intervalo antes do -1 ou do 2 até o 5. Ou
seja, (∞ ; -1) ou (2; 5)

Decrescente: o gráfico diminui no intervalo depois do -1 até o 2. Ou


seja, (-1; 2)

115
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Constante: o gráfico permanece com seu valor no intervalo depois do


5. (5; ∞)
E, por fim, as raízes são onde o gráfico passa pelo eixo horizontal. Com
isso, no exemplo acima, as raízes são -2, 0 e 4

Sumário

Nesta Unida Temática 3.2. estudamos

1. Construção de gráfico de uma função;


2. Análise e interpretação de gráficos;
3. Função crescente, Constante e Decrescente.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas)


1. Enumere, pelo menos, 4 condições para construção de gráfico de
qualquer função.
2. Reconstrua os gráficos dos exemplos de 1 a 4 desta Unidade
Temática 3.2. desta vez com novos dados, de sua criação.

116
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Unidade Temática 3.3. Propriedades de


Funções.
Introdução

As funções, independentes do grau que ela seja, são caracterizadas


conforme a ligação entre os elementos dos conjuntos onde é feita a
relação.

Uma função A →B pode ser: sobrejetora, injetora, e bijetora. Para


identificarmos essas características em uma função é preciso que
tenhamos o conhecimento da definição de função, do que é um domínio,
imagem e contradomínio.

Observe o diagrama abaixo que representa uma função f: A→B e veja


quem é o domínio, a imagem e o contradomínio dela.

Domínio serão todos os elementos do conjunto A: D(f) = {-3,1,2,3} a


imagem será os elementos do conjunto B que receberem a seta: Im(f) =
{1,4,9} e o contradomínio será todos os elementos do conjunto B: CD(f) =
{1,4,5,9}.

Identificar as características de uma função é o principal objectivos desta


Unidade Temática, como veremos no desenvolvimento seguinte.

117
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir Continuidade:
Objectivos
▪ Definir e identificar: função Sobrejectora;
específicos
▪ Definir e identificar: função bijectora;

▪ Definir e identificar: funções injectora;

Propriedades de uma Função


Continuidade
Uma das Propriedades de uma função é a Continuidade.
Uma função é dita contínua sobre um intervalo dado, , se possui
um valor definido para todos os números contidos nesse intervalo. Por
exemplo, a função:

, definida para o contradomínio , não é


contínua no intervalo , uma vez que não está
definida para x < 0.

Função sobrejectora
Uma função será considerada sobrejectora se o conjunto imagem for
igual ao conjunto do contra domínio.

Função injectora
Uma função será considerada injectora se os diferentes elementos do
conjunto do domínio possuirem imagens diferentes.

Função bijectora
Uma função será bijectora se ela assumir as características de uma
função sobrejectora e injetora ao mesmo tempo.

118
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

EXEMPLOS

Funções Injectora, Sobrejectora e Bijectora


Exemplo1: A função y = 5x-2 é injetora pois dados x1 ≠ x2podemos
escrever f(x1) - f(x2) ≠ 0. Portanto, (5x1 - 2) - (5x2 -2) = 5 (x1 - x2) ≠ 0,
pois x1 ≠ x2.
Exemplo2: A função f:R->R definida por f(x)=x²+3 não é injectora, pois
para x = 1 temos f(1) = 4 e para x = -1 temos f(-1) = 4.
Observando o diagrama, abaixo, vemos que os elementos do domínio
estão ligados a um e somente um elemento do contradomínio, isto é,
não existem elementos em A com imagens iguais. Portanto, se uma
função f: A -> B é injetora, então n(A) ≤ n(B)

Exemplo3: A função dada por y = 3x + 2 de R em R é sobrejetora pois


para cada valor de x do domínio, existe pelo menos um
correspondente (imagem) no contradomínio.
Exemplo4: A função f:R->R definida por f(x)=2x não é sobrejectora,
pois o número -1 é elemento do contradomínio R e não é imagem de
qualquer elemento do domínio.
Observando no diagrama, abaixo, vemos que todos os elementos do
contradomínio estão ligados a algum elemento do domínio, isto é, não
sobram elementos no contradomínio. Portanto, se uma função f: A ->
B é sobrejectora, então n(A) ≥ n(B).

Exemplo5: A função f:R->R dada por f(x)=2x é bijectora, pois é ao


mesmo tempo injetora e sobrejetora
Exemplo6: A função f : R→ R definida por y = 4x - 1 é uma função
bijectora, pois é ao mesmo tempo injectora e sobrejectora.
Observando no diagrama, abaixo, vemos que todos os elementos do
domínio estão ligados a algum elemento do contradomínio e não
existem elementos em A com imagens iguais. Portanto, se uma função
f: A -> B é bijectora então n(A) = n(B)

119
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Sumário

Nesta Unidade Temática 3.3. estudamos

1. Continuidade de Funções;
2. Função Sobrejectora;
3. Função Injectora e;
4. Função Bijectora.

Exrecícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO 2 (com respostas)

1) Verifique se a função f : Q→Q definida por f(x) = x 2 + 1 é injectora,


sobrejectora, bijectora ou não injectora e nem sobrejectora.
Solução: Se f é injectora, f(x1) = f(x2) ⇒ x1 = x2. Daí, x12 + 1 =x22 + 1 ⇒
x12 =x22
Se f não é sobrejectora pois, para f(x) = 0 não existe x tal que x2 + 1= 0.
Como f não é sobrejectora ela também não pode ser bijectora.
Portanto ela é apenas injectora (reveja Propriedades de Funções).
2)Determine se a função f : Z→Z definida por f(x)=x 2, é injectora.
Solução: A função f(x)=x2 não é injectora pois, por exemplo 1 ≠-1 mas
f(1) = f(-1) = 1.
3)Determine se a função f : Z→Z definida por f(x) = x + 1, é injectora.
Solução: A função f(x)=x+1 é injetora pois sempre x1≠x2, x1+1 ≠ x2+1.

4) Determine se a função f : Z→Z definida por f(x)=x 2, é sobrejetora.


Solução: A função f(x) = x2 não é sobrejetora pois, por exemplo para
f(x) = -1 não existe x tal que x2 = -1.

5) Determine se a função f : Z→Z definida por f(x) = x+1, é


sobrejetora.
Solução: A função f(x) = x + 1 é sobrejetora pois para todo inteiro y
existe um inteiro x tal que x + 1 = y.

120
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

6) Determine se a função f : Z→Z definida por f(x)=x+1, é bijetora.


Solução: A função f(x) = x+1 é bijetora pois, como vimos acima é
injetora e sobrejetora.

7) Considere três funções f, g e h, tais que:


1. A função f atribui a cada pessoa do mundo, a sua idade;

2. A função g atribui a cada país, a sua capital;

3. A função h atribui a cada número natural, o seu dobro.

Podemos afirmar que, das funções dadas, são injetoras:


a) f, g e h b) f e h c)g e hd) apenas h e) n.d.a.
Solução: Sabemos que numa função injetora, elementos distintos do
domínio, possuem imagens distintas, ou seja: x1 ≠ x2 ⇔ f(x1) ≠ f(x2) .
Logo, podemos concluir que: f não é injetora, pois duas pessoas
distintas podem ter a mesma idade. g é injetora, pois não existem dois
países distintos com a mesma capital. h é injetora, pois dois números
naturais distintos, possuem os seus dobros também distintos. Assim é
que concluímos que a alternativa é a de letra C.

Exrecícios Com GABARITO


1) Verifique em cada caso se a função é injectora, sobrejectora,
bijectora ou não injectora e nem sobrejectora.
a) f(x) = -2x + 1 b) f(x) = x2 + 3 c) f(x) = -2 d) f(x) = -2x3
e) f(x) = x9 f) f(x) = x4 + 2
2)Considere três funções f, g e h, tais que:
I - A função f atribui a cada pessoa do mundo, o seu nome;
II - A função g atribui a cada país, o seu idioma;
III - A função h atribui a cada número real, o seu triplo.
Podemos afirmar que, das funções dadas, são bijetoras:
a) f, g e h b) f e h c) g e h d) f e g e) n.d.a.

121
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

TEMA IV: TIPOS ESPECIAIS DE FUNÇÕES


Unidade 4.1 Funções Polinomiais.
Unidade 4.2 Funções Exponenciais e Logarítmicas.
Unidade 4.3. Funções Trigonométricas.
Unidade 4.4. Regiões no Plano Cartesiano.
Unidade 4.5. Funções como Modelos Matemáticos.

Unidade Temática 4.1. Funções Polinomiais.


Introdução

O objectivo dessa Unidade Temática 4.1. é reconhecer o grau de um


polinômio P(x), a partir da observação e análise do seu gráfico. Esta
pode ser uma tarefa nada simples. Para termos sucesso, precisamos
ter muita atenção e prestar atenção às características locais e globais
do seu gráfico. Para ajudar nesta tarefa, vamos fazer um resumo do
que sabemos a cerca de polinômios e seus gráficos.

Uma das principais razões pelas quais estamos interessados em


estudar o gráfico de uma função é determinar o número e a
localização (pelo menos aproximada) de seus zeros. (Recorde que zero
de uma função f é uma solução da equação quando f(x) = 0.

O problema de calcular as raízes de uma equação sempre foi objecto


de estudo da matemática ao longo dos séculos. Já era conhecida, na
antiga Babilônia, a fórmula para o cálculo das raízes exactas de uma
equação geral do segundo grau. No século XVI, matemáticos italianos
descobriram fórmulas para o cálculo de soluções exactas de equações
polinomiais do terceiro e do quarto grau. Essas fórmulas são muito
complicadas e por isso são raramente usadas nos dias de hoje.
Perguntas do tipo:

o Qual é o maior número de zeros que uma função


polinomial pode ter?
o Qual é o menor número de zeros que uma função
polinomial pode ter?
o Como podemos encontrar todos os zeros de um
polinômio, isto é, como podemos encontrar todas as
raízes de uma equação polinomial?

ocuparam as mentes dos matemáticos até o início do século XIX,

122
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

quando este problema foi completamente resolvido.

Nesta Unidade Temática vamos tentar responder a estas perguntas


refazendo o caminho percorrido por famosos matemáticos desde o
século XVI.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir e Construir: gráfico de qualquer função Polinomial;

▪ Determinar zeros: de funções Polinomiais;


Objectivos
▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;
específicos

Funções Polinomiais
Pela experiência adquirida no estudo das equações de primeiro e
segundo grau é razoável supor que o número de raízes de um
polinômio está relacionado ao seu grau. Sabemos, por exemplo, que a
equação x2 = 0 tem uma única raiz igual a zero. Na verdade, esta
equação tem duas raízes idênticas, ambas iguais a zero. Esta equação
pode ser escrita como (x – 0).(x – 0) = 0.

Esta forma (factorada) de escrever a equação permite perceber,


claramente, que a mesma possui duas raízes iguais. O mesmo
acontece com a equação (x – 1)2 = 0 que apresenta duas raízes
idênticas e iguais a 1.

Podemos encontrar facilmente, muitos exemplos de equações de


segundo grau que não têm nenhuma raiz real. Considere, por
exemplo, a equação x2 + 1 = 1 . Ao tentarmos encontrar as raízes desta
equação, chegaremos a x2 = -1, que não tem solução real. No entanto,
como já vimos, se admitirmos que as raízes podem pertencer ao
conjunto dos números complexos, esta equação tem duas raízes
complexas conjugas, a saber,x1 = − 1 = i e x2 = − 1 = i. Da mesma
maneira que no exemplo anterior, esta equação pode ser escrita na
forma fatorada como (x – i).(x + i) = 0 .

No caso mais geral de uma equação de segundo grau, temos que a

equação ax2 + bx + c = 0 pode sempre ser escrita na forma y = a (x -


x1).(x - x2) , onde x1 e x2 são as duas raízes da equação, que como já
vimos pelos exemplos acima, podem ser distintas, repetidas, isto é,

123
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

iguais, ou mesmo complexas.

Este facto pode ser generalizado para equações polinomiais de


qualquer grau. De um modo geral, sempre que x1 for um zero
complexo de um polinômio P(x), isto é sempre que x1 for uma raiz

complexa da equação P(x)= = 0, temos que (x – x1) é um fator de P(x).


Este fato foi estabelecido por René Descartes na sua obra "Discours de
la méthode pour bien conduire sa raison et chercher la verité dans les
sciences" (Discurso do método para bem conduzir a razão e procurar a
verdade nas ciências), publicada em 1637. Suas conclusões podem ser
resumidas no teorema do fator, enunciado a seguir:

TEOREMA DE FACTORES

Um número X1 é um zero de um polinômio P se e somente se P(x) tem


um factor da forma (x – x1).

O exemplo a seguir mostra como o teorema do factor pode ser usado


para nos ajudar na tarefa de encontrar as raízes de um polinômio de
grau maior do que dois.

Exemplo

Ache os zeros da função polinomial P(x) = x3 – 4x2 + 2x + 3 e


representa-a graficamente, num sisema cartesiano ortogonal (sco).

Solução

124
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Assim, dividindo P(x) por (x - 3), (tente fazer essa divisão).


Obtemos (x2 – x – 1). O que implica que (x – 3).(x2 – x – 1)
deve ser igual a x3 – 4x2 + 2x + 3, ou P(x) = (x – 3).(x2 – x – 1).

Esta forma factorizada permite concluir que os zeros, (reveja


à lei de nulidade), de p(x) devem ser soluções da equação
x2 – x – 1 = 0 . Onde com recurso a fórmula de Bhaskara
(fórmula resolvente) para resolver esta última equação,
b 
obtemos x 2,3 = , com  = b 2 − 4ac e que são os
2a
outros dois zeros de P(x), tendo em conta que x 1 foi atribuída
b + b 2 − 4ac
ao binómio (x – 3). Concretamente x2 = e
2
b − b 2 − 4ac
x3 = , com a = 1 (lembre-se que a forma
2
canônica de equação quadrática é ax2 + bx + c = 0). Pelo que
de x2 – x – 1 = 0, vê-se que o valor dos coeficientes é: a = 1; b
= -1 e c = -1.

Tente, sem ajuda, calcular os zeros/raízes x1, x2 e x3.

O Teorema do factor responde a primeira das perguntas formuladas


no início desta Unidade Temática. Como um polinômio de grau n tem,
no máximo, n fatores do primeiro grau, decorre imediatamente, deste
teorema que uma função polinomial de grau n tem no máximo n
zeros.

Este facto foi primeiro estabelecido no início do século XVII pelo


matemático alemão Peter Rothe e, mais tarde, por Descartes e Albert
Girard (1593-1632), ambos matemáticos franceses. Girard e Descartes
reconheceram a natureza dos zeros de um polinômio porque eles
estavam entre os primeiros matemáticos a admitir a possibilidade de
trabalhar com números complexos.

Sumário
Nesta Unidade Temática 4.1. estudamos:

1. Funções Polinomiais e

2. Determinação de raízes de um Função Polinomial.

125
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

1. O gráfico da função f, que aplica IR em IR, definida por f(x)


= x2 + 3x - 10, intercepta o eixo das abscissas nos pontos A e B. A
distância AB é igual a (Só uma resposta é correcta):

a) 3
b) 5
c) 7
d) 8
e) 9

2. O gráfico da função y = ax2 + bx + c tem uma só intersecção com o


eixo Ox e corta o eixo Oy em (0, 1). Então, os valores de a e b
obedecem à relação, (Só uma resposta é correcta),:

a) b2 = 4a
b) -b2 = 4a
c) b = 2a
d) a2 = -4a
e) a2 = 4b

3. Assinale a equação que representa uma parábola voltada para


baixo e tangente ao eixo das abscissas, (Só uma resposta é correcta):

a) y = x2
b) y = x2 - 4x + 4
c) y = -x2 + 4x - 4
d) y = -x2 + 5x - 6
e) y = x - 3

4. A solução da inequação (x - 3) (-x2 + 3x + 10) < 0 é, (Só uma


resposta é correcta):

a) -2 < x < 3 ou x > 5


b) 3 < x < 5 ou x < -2
c) -2 < x < 5
d) x > 6
e) x < 3

126
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

05. Os valores de x que satisfazem à inequação (x2 - 2x + 8) (x2 - 5x +


6) (x2 - 16) < 0 são, (Só uma resposta é correcta):

a) x < -2 ou x > 4
b) x < -2 ou 4 < x < 5
c) -4 < x < 2 ou x > 4
d) -4 < x < 2 ou 3 < x < 4
e) x < -4 ou 2 < x < 3 ou x > 4

06. Resolvendo a inequação (x2 + 3x - 7) (3x - 5) (x2 - 2x + 3) < 0, um


aluno cancela o factor (x2 - 2x + 3), transformando-a em (x2 + 3x - 7)
(3x - 5) < 0. Pode-se concluir que tal cancelamento é (Só uma
resposta é correcta):

a) incorreto porque não houve inversão do sentido da desigualdade;


b) incorreto porque nunca podemos cancelar um termo que
contenha a incógnita;
c) incorreta porque foi cancelado um trinômio do segundo grau;
d) correto porque o termo independente do trinômio cancelado é 3;
e) correto, pois (x2 - 2x + 3) > 0 , " x Îℝ.

7. A função real f, de variável real, dada por f(x) = -x2 + 12x + 20, tem
um valor (Só um resposta é correcta), :

a) mínimo, igual a -16, para x = 6;


b) mínimo, igual a 16, para x = -12;
c) máximo, igual a 56, para x = 6;
d) máximo, igual a 72, para x = 12;
e) máximo, igual a 240, para x = 20.

08. (PUC - MG) O lucro de uma loja, pela venda diária de x peças, é
dado por L(x) = 100 (10 - x) (x - 4). O lucro máximo, por dia, é obtido
com a venda de:

a) 7 peças
b) 10 peças
c) 14 peças
d) 50 peças
e) 100 peças

127
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

09. (UE - FEIRA DE SANTANA) Considerando-se a função real f(x) = -


2x2 + 4x + 12, o valor máximo desta função é:

a) 1
b) 3
c) 4
d) 12
e) 14

10. (ACAFE) Seja a função f(x) = -x2 - 2x + 3 de domínio [-2, 2]. O


conjunto imagem é:

a) [0, 3]
b) [-5, 4]
c) ]-¥, 4]
d) [-3, 1]
e) [-5, 3]

Resolução:

01. C 02. A 03. C 04. A


05. D 06. E 07. C 08. A
09. E 10. B

Unidade Temática 4.2. Funções


Trigonométricas.
Introdução

Em matemática, as funções trigonométricas são funções angulares,


importantes no estudo dos triângulos e na modelação de fenómenos
periódicos. Podem ser definidas como razões entre dois lados de um
triângulo rectângulo em função de um ângulo, ou, de forma mais
geral, como razões de coordenadas de pontos no círculo unitário.

128
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Na análise matemática, estas funções recebem definições ainda mais


gerais, na forma de séries infinitas ou como soluções para certas
equações diferenciais. Neste último caso, as funções trigonométricas
estão definidas não só para ângulos reais como também para ângulos
complexos.

Actualmente, existem seis funções trigonométricas básicas em uso,


cada uma com a sua abreviatura notacional padrão.

As inversas destas funções são chamadas de função de arco ou


funções trigonométricas inversas. A nomenclatura é feita através do
prefixo "arco-", ou seja, arco seno, arco co-seno, etc.
Matematicamente, são designadas por "arcfunção", i.e., arcsen,
arccos, etc.; a notação usando-se −1 como na notação da função
inversa não é recomendada, pois causa confusão com o inverso
multiplicativo, como em sen-1 e cos-1. O resultado da função inversa é
o ângulo (argumento) que corresponde ao parâmetro da função, como
veremos alguns exemplos no desenvolvimento desta Unidade
Temática 4.3.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir: e identificar função trigonométrica;


Objectivos
específicos ▪ Construir: gráfico de uma função estudada;

▪ Fazer Análise e Interpretação: de gráficos de funções trigonométricas


estudadas;

▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

129
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Funções Trigonométricas

Breve resenha histórica


A palavra trigonometria é formada por três radicais gregos: tri (três),
gono(ângulos)e metron (medida); significando assim "medida dos
triângulos". Inicialmente considerada como uma extensão da
geometria, a trigonometria já era estudada pelos babilônios, que a
utilizavam para resolver problemas práticos de Astronomia, de
Navegação e de Agrimensura. Aliás, foram os astrónomos como o
grego Hiparco (190 aC – 125 aC), considerado o pai da Astronomia e da
Trigonometria, que estabeleceu as primeiras relações entre os lados e
os ângulos de um triângulo retângulo.

No século VIII com o apoio de trabalhos hindus, matemáticos árabes


contribuíram notavelmente para o avanço da trigonometria. Este
avanço continuou após a construção da primeira tábua
trigonométrica, por um matemático alemão, nascido em Baviera,
chamado Purback. Porém o primeiro trabalho matemático sobre
trigonometria foi o "tratado dos triângulos", escrito pelo matemático
alemão Johann Müller, também chamado Regiomontanus. Sabe-se
que Regiomaontanus foi discípulo de Purback.

Actualmente a trigonometria não se limita apenas a estudo de


triângulos. Sua aplicação se estende a outros campos da matemática,
como a Análise, e a outros campos da actividade humana como a
Eletricidade, a Mecânica, a Acústica, a Música, a Topologia, às
Engenharias, etc.

Nesta Unidade Temática vamos estudar, como foi dito na introdução


desta desta Unidade, seis funções trigonométricas, três funções
directas mais três respectivas inversas, como se segue:

Funções trigonométricas directas.

y = sen x

y = cos x

y = tg x

Respectivas funções inversas:

130
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

y = 1/sen x = cosec x

y =1/ cos x = sec x

y = 1/tg x = cotg x

O ângulo x é o argumento (variável independente) e o valor da


função é a variável dependente y ou f(x). É importante recordar que a
medida dos ângulos pode expressar-se em graus ou em radianos.
Assim, vemos que:

0° 0 rad

360° 2 rad

Observemos agora as principais características das funções já


mencionadas:

1. Função y = sen x:

a) A função seno é periódica, já que:

sen (x + 2 ) = sen x

em que o período da função é t = 2 ;

b) O domínio da função é todo o conjunto R, e o contradomínio


da função é [-1,1];

c) O valor máximo da função é 1 em x = /2 e o valor mínimo da


função é -1 em x = 3 /2;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente no intervalo [0, /2] e [3 /2,2 ], e


decrescente no intervalo [ /2,3 /2];

f) A função é ímpar, já que:

sen (-x) = - sen x

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

131
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

2. Função y = cos x:

a) A função co-seno é periódica, pois:

cos (x + 2 ) = cos x

e o período da função é T = 2 ;

b) O domínio é todo o conjunto dos números reais R, e o


contradomínio da função é [-1,1];

c) O valor máximo da função é 1 em x = 0 ou x = 2 e o valor


mínimo da função é -1 em x = ;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente no intervalo [ ,2 ] e decrescente no


intervalo [0, ];

f) A função é par, já que:

cos x = cos (-x)

e o gráfico é simétrico em relação ao eixo das ordenadas.

132
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

3. Função y = tg x:

a) A função tangente é periódica, já que:

tg (x + ) = tg x

em que o período da função é t = ;

b) O domínio da função é R/ { /2 - k , k Z }, e o
contradomínio da função é todo o conjunto R;

c) Esta função não tem extremos locais;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente em todos os pontos do domínio;

f) A função é ímpar, pois:

tg (-x) = - tg x

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

133
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

4. Função y = cosec x:

a) A função co-secante é periódica, já que:

cosec (x + 2 ) = cosec x

em que o período da função é t = 2 ;

b) O domínio da função é R/ {0 + k , k Z }, e o contradomínio


da função é o conjunto R/ [-1,1];

c) Esta função tem um máximo local em 3 /2 e um mínimo local


em /2;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente onde a função sen x é decrescente e é


decrescente onde a função sen x é crescente;

f) A função é ímpar, pois:

cosec (-x) = - cosec x

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

134
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

5. Função y = sec x:

a) A função secante é periódica, já que:

sec (x + 2 ) = sec x

em que o período da função é t = 2 ;

b) O domínio da função é o conjunto R/{ /2 - k , k Z},eo


contradomínio da função é R/ [-1,1];

c) A função tem um máximo local em x = e um mínimo local em


x = 0;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função crescente onde a função cos x é decrescente e é


decrescente onde a função cos x é crescente;

f) A função é par, pois:

sec x = sec (-x)

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

135
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

6. Função y = cotg x:

a) A função co-tangente é periódica, já que:

cotg (x + ) = cotg x

em que o período da função é t = ;

b) O domínio da função é R/ {k , k Z}, e o contradomínio da


função é todo o conjunto R;

c) Esta função não tem quaisquer extremos;

d) A função é contínua em todo o seu domínio;

e) É uma função decrescente em todos os pontos do domínio;

f) A função é ímpar, pois:

cotg (-x) = - cotg x

e o gráfico é simétrico em relação à origem (0,0).

136
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Sumário
Nesta Unidade Temática 4.2. estudamos funções trigonométricas:

Senx, cosx, tagx, coscx, secx e cotgx,

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO-2 (Com respostas detalhadas).
Determine o período e esboce o gráfico das seguintes funções:
1. f(x) = 4 cosx.
2. f(x) = 2 - senx.
 x
3. f(x) = 3 cos  
2
4. f(x) = 5 + cosx.
5. f(x) = 2 tgx.
 
6. f(x) = 3 cos  x − 
 3
7. f(x) = cosx + senx

Unidade Temática 4.4. Regiões no Plano


Cartesiano.
Introdução

A geometria analítica em duas dimensões usa a álgebra para descrever


figuras planas e suas propriedades. O principal recurso dessa
geometria é o plano cartesiano, determinado por duas retas reais
perpendiculares, horizontal e vertical.

137
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

No plano cartesiano, cada ponto está univocamente associado a um


par ordenado, onde o primeiro e segundo elemento denotam
respectivamente a abscissa (ou projeção do ponto no eixo horizontal)
e a ordenada (ou projeção do ponto no eixo vertical).
Nesta Unidade Temática 4.4. vamos estudar as regões do Plano
Cartesiano em duas (2D) e em três (3D) Dimensões

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Identificar: regiões do Sistema Cartesiano Ortogonal em 2D;


Objectivos
▪ Identificar: regiões do Sistema Cartesiano ortogonal em 3D;
específicos
▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Regiões no Plano Cartesiano

As coordenadas cartesianas são representadas pelos pares ordenados


(x ; y). Em razão dessa ordem, devemos localizar o ponto observando
primeiramente o eixo x e posteriormente o eixo y. Qualquer ponto
que não se encontrar sobre os eixos, estará localizado em cada uma
das quatro regiões ou quadrantes, veja:

138
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Cada região tem suas próprias características, como as ilustradas a


abaixo:

1º quadrante = x > 0 e y > 0


2º quadrante = x < 0 e y > 0
3º quadrante = x < 0 e y < 0
4º quadrante = x > 0 e y < 0

Localizando pontos no Plano Cartesiano:

A(4 ; 3) → x = 4 e y = 3

B(1 ; 2) → x = 1 e y = 2

C( –2 ; 4) → x = –2 e y = 4

D(–3 ; –4) → x = –3 e y = –4

E(3 ; –3) → x = 3 e y = –3

O Plano Cartesiano é muito utilizado na construção de gráficos de


funções, onde os valores relacionados à x constituem o domínio e os
valores de y, a imagem da função. A criação do Sistema de
Coordenadas Cartesianas é considerada uma ferramenta muito
importante na Matemática, facilitando a observação do
comportamento de funções em alguns pontos considerados críticos.

Podemos associar o Plano Cartesiano com a latitude e a longitude,


temas relacionados aos estudos geográficos e à criação do atual
sistema de posicionamento, o GPS. O Sistema de Posicionamento

139
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Global permite que saibamos nossa localização exacta na terra, desde

que tenhamos em mão um receptor de sinais GPS, informando a


latitude, a longitude e a altitude com o auxílio de satélites em órbita
da Terra.

Um exemplo de utilização do GPS são os aviões, que para não se


colidirem são monitorados e informados em qual rota devem seguir.

Sistema Cartesiano 3D

O que é o espaço ou 3D? Em quantas regiões se subdivide o espaço?

Reconhecemos e usamos o espaço, mas se alguém nos pergunta sobre


o que é o espaço, muitos iremos ter dificuldades em responder e/ou
explicar. Mesma surpresa com que se deparou Sócrates (469 a.c.- 399
a.c), filósofo Ateniense da Grécia antiga, quando perguntou ao Sr.
ministro de Justiça: … O que é justiça? O Sr. Ministro não soube
responder como devia…! Foi quando Sócrates percebeu que há tanto
conceito com que lidamos e falamos no nosso dia a dia, mas que na
verdade não nos apercebemos que o não conhecemos com
profundidade e clareza!

Na verdade, é mais fácil explicar o que se pode fazer com este termo
primitivo que não tem definição para nós.

Uma primeira tentativa para explicar a noção do que possa ser espaço,
é dizer que é tudo o que nos envolve e é o local onde podemos nos
mover para a frente, para o lado e para cima.

Pelo conceito expresso, observamos que vivemos em um ambiente


tridimensional. Basta então conhecer as três direções para identificar

a posição relativa que ocupamos.

140
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Quando afirmamos que vamos andar para a frente, para o lado e para
cima, devemos quantificar e identificar o quanto iremos nos deslocar
nestas direções, logo necessitamos conhecer uma origem para o
sistema e identificar este ponto como (0,0,0) pois esperamos que ele
esteja localizado a uma distância num ponto de referência para todos
os outros pontos.

O Sistema Cartesiano tridimensional

Um procedimento matemático simples é tomar um ponto genérico


como:

P=(x,y,z)

onde x indicará a quantidade deslocada na direção positiva do eixo


que contem os deslocamentos para frente, y indicará a quantidade
deslocada na direção positiva do eixo que contem os deslocamentos
para o lado e z indicará a quantidade deslocada na direção positiva do
eixo que contem os deslocamentos
para cima.

Para facilitar as coisas do ponto de


vista matemático, iremos denominar
tais direções por: Eixo OX, Eixo OY e
Eixo OZ.

O sistema tridimensional é o conjunto


de todos os ternos ordenados (x,y,z),
sendo que ordem não pode ser
mudada sob pena de nos deslocarmos
para outro lugar. A palavra cartesiano
se deve a René Descartes, conhecido como cartesius. x recebe o nome
de abscissa, y o nome de afastamento e
z o nome de altura/cota.

Exemplo: Se um indivíduo está no centro


da cidade em uma posição O = (0,0,0) e
quer andar para a frente 3 quarterões,
depois andar para o lado 2 quarterões e
depois subir até o 10o andar de um
prédio a posição final do mesmo após o
percurso será o ponto P = (3,2,10) e
podemos observar que as unidades não são necessariamente as
mesmas. Se este mesmo indivíduo se deslocasse para a posição final P
= (3,10,5), certamente chegaria a um lugar diferente.

141
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

OCTANTES

Observe atentamente a figura a baixo. Note que o plano xy separa


todo espaço em duas regiões, uma no sentido positivo do eixo 0z, a
outra no sentido negativo do eixo 0z. Cada região contém quatro
subdivisões, totalizando oito. Por serem oito, diz-se que o espaço
tridimensional é subdividido em octantes (cada uma das oito partes)
como ilustrado na figura a baixo.

Vista de um octante
Um octante é a intersecção de três Planos perpendiculares (xy, xz e
yz).

142
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Sumário
Nesta Unidade Temática 4.4. estudamos.
1. Regiões do Sistema Cartesiano em duas Dimensões (2D);
2. Regiões (octantes) do Sistema Cartesiano em três Dimensões (3D).

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO 2 (Exercícios com respostas)
Localize os seguintes pontos no SCO (em 2D):

1. P(-6, 5)

2. Origem do sistema

3. P(3, 3/5)

4. P(41/2, -7)

5. P(-5,5, -3,3)

Em Quais Quadrantes se Encontram os Pontos (em 2D)?

6. P(3, 3)

7. P(-3, -3)

8. P(-3, 3)

9. P(3, -3)

10. P(0, 0)

11. P(-1, 0)

12. P(0, -2)

NB; que os três últimos pontos não se encontram em nenhum


quadrante, pois eles estão localizados sobre o eixo x, o eixo y, ou
sobre a origem do sistema!

143
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Em 3D

Construa um SCO (Sistena Cartesiano Ortogonal) em 3D


(tridimensional), indicando a localização e respectivo octante, de cada
um dos seguintes pontos no espaço:
A ( 0; 4; 0); B ( 2; 5; 1); C ( -4; -2; 4); D ( 5; -5; 5)
E (-2; 4; 4); F (0; 0; 0); G ( -2; 0; 6); H ( 6; -4: -2)

Unidade Temática 4.5. Funções como Modelos


Matemáticos

Introdução

Em muitas situações práticas, o valor de uma quantidade pode


depender do valor de uma segunda quantidade.
Problemas do mundo real dão origem a modelos matemáticos
envolvendo funções. Neste artigo, apresentamos
exemplos que envolvem a construção e análise de modelos funcionais
dada uma situação particular.
Veremos que uma forma de funções construção é a realização de um
processo
chamado de ajuste de curvas, que encontra a função que melhor se
adapta a determinado conjunto
de observações. A partir da função obtida, vária previsão pode
ser feita em relação à situação modelada pela função. Ajuste de curva
é um aspecto da modelagem matemática. Ajuste de curva é realizada
com
o auxílio de uma ferramenta gráfica, como uma calculadora e de
reconhecida importância
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

144
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

▪ Construir: gráfico de qualquer função estudada;


Objectivos
específicos ▪ Fazer Análise e Interpretação: de gráficos de funções estudadas;

▪ Função Demanda;

▪ Função Oferta;

▪ Ponto de Equilíbrio;

▪ Funções Marginais e função Custo Marginal


▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Funções como modelos Matemáticos


Um modelo matemático é a descrição matemática de um fenómeno
do mundo real, como por exemplo:

o tamanho de uma população,

a demanda de um produto,

a concentração de um produto em uma reação química ou

o custo da redução de poluentes.

Uma importante aplicação da Matemática, em termos de modelagem,


está presente na Economia através das Funções Custo, Receita e
Lucro.

Função Custo
A função custo está relacionada aos gastos efetuados por uma
empresa, indústria, loja, na produção ou aquisição de algum produto.
O custo pode possuir duas partes: uma fixa e outra variável. Podemos
representar uma função custo usando a seguinte expressão: C(x) = Cf +
Cv, onde Cf: custo fixo e Cv:custo variável

Função Receita
A função receita está ligada ao faturamento bruto de uma entidade,

145
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

dependendo do número de vendas de determinado produto.

R(x) = px , onde p: preço de mercado e x: nº de mercadorias vendidas.

Função Lucro
A função lucro diz respeito ao lucro líquido das empresas, lucro
oriundo da subtração entre a função receita e a função custo.

L(x) = R(x) – C(x)

Exemplo 1
Uma industria siderúrgica fabrica pistões para fábrica de montagem
de motores de automóveis. O custo fixo mensal (em unidade de 1000
MT) é de 950,00 inclui conta de energia elétrica, de água, impostos,
salários e etc. Existe também um custo variável que depende da
quantidade de pistões produzidos, sendo que o fabrico de cada pistão
custa (em unidade de 100MT) 41,00. Considerando que o valor de
cada pistão no mercado (em unidades de 100 MT) seja equivalente a
120,00. Monte as Funções Custo, Receita e Lucro. Calcule o valor do
lucro líquido na venda de 1000 pistões e quantas peças, no mínimo,
precisam ser vendidas para que se tenha lucro.

Função Custo total mensal:


C(x) = 950 + 41x

Função Receita
R(x) = 120x

Função Lucro
L(x) = R(x) – C(x) = 120x – (950 + 41x)

Lucro líquido na produção de 1000 pistões


L(1000) = 120*1000 – (950 + 41 * 1000)
L(1000) = 120.000 – (950 + 41000)
L(1000) = 120.000 – 950 - 41000
L(1000) = 120.000 – 41950
L(1000) = 78.050

O lucro líquido na produção de 1000 pistões (em unidades de 100 MT)


será de 78.050,00.

Para que se tenha lucro é preciso que a receita seja maior que o custo.

R(x) > C(x)


120x > 950 + 41x
120x – 41x > 950
79x > 950

146
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

x > 950 / 79
x > 12

Para ter lucro é preciso vender acima de 12 peças (pistões).

Conclusão

Neste exmplo 1, aproximamos todas as expressões a uma função do 10


grau ou linear, que é o significado da modelagem (aproximar à…).

Função Demanda
A função que associa um preço "p" à procura de mercado ou demanda
em um período determinado é chamada de função demanda e, está
relacionada ao ponto de vista do consumidor.
Pode ser representada por D(p).
Sabe-se que quando o preço aumenta, a procura diminui, e vice-versa.
A função demanda é uma função decrescente.

Função Oferta
A função oferta relaciona o preço "p" e a quantidade ofertada, do
ponto de vista do produtor.
Pode ser representada por O(p).
A função oferta, ao contrário da função demanda, é uma função
crescente.

Ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio é o preço "p" que torna iguais a quantidade
demanda e ofertada de um bem.

Funções Marginais
A função marginal de uma função f(x) é a derivada da função f(x), ou
seja, f '(x).

Assim, tem-se que:


a função custo marginal é a derivada da função custo,
a função receita marginal é a derivada da função receita,
a função lucro marginal é a derivada da função lucro.

Utiliza-se o conceito de função marginal para avaliar o efeito causado


em f(x) por uma pequena variação de x.

147
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Função custo marginal


A função custo marginal é a variação do custo total decorrente da
variação de uma unidade na quantidade produzida.
Cmg(x) = C(x + 1) – C(x) C'(x).

SUMÁRIO

Nesta Unidade Temática 4.5 analisamos e discutimos como exemplo


de modelagem matemática, em termos de Funções:

1.Função Custo;

2. Função Receita;

3. Função Lucro;

4. Função Demanda;

5. Função Oferta;

6. Ponto de Equilíbrio;

7. Funções Marginais e;

8. Função Custo Marginal.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO 2 (Exercícios com respostas).

1. O custo para produção de uma determinada mercadoria tem


custo fixo mensal (em unidades de 100,00MT) é de 1440,00 e
inclui despesas com energia elétrica, água, impostos, salários e
impostos e um custo (em unidades de 100,00MT) de 50,00 por
peça produzida.

148
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Considerando que o preço de venda da unidade de cada produto


seja (em unidades de 100,00MT) de 140,00, monte as Funções a)
Custo, b) Receita e c) Lucro.

Respostas

a) Função Custo total mensal:


C(x) = 1440 + 50x

b) Função Receita total mensal e:


R(x) = 140x

c) Função Lucro total mensal:


L(x) = 140x – (1440 + 50x)
L(x) = 140x – 1440 – 50x
L(x) = 90x – 1440.

2. Função Custo Marginal

O custo, de fabricação de "x" unidades de um produto obedece


lei C(x) = x2 + 5x + 10. Actualmente o nível de produção é de 20
unidades.
Calcule, aproximadamente, de quanto varia o custo (função
custo marginal) se forem produzidas 21 unidades.

C(20) = 202 + 5 . 20 + 10 = 400 + 100 + 10 = 510.


C(21) = 212 + 5 . 21 + 10 = 441 + 105 + 10 = 556.
Cmg(x) = 556 – 510 = 46.

É mais prático calcular a derivada, do qual se obtem um valor


aproximado:
de C(x) = x2 + 5x + 10
C'(x) = 2x + 5
C'(20) = 2 . 20 + 5 = 40 + 5 = 45.

Portanto, o custo marginal (em unidades de 100,00MT) para a


produção de 20 unidades é de aproximadamente 45,00.

3. Receita Marginal

Seja R(x) = x2 + 200x + 20 a receita total da venda de "x"


unidades de um produto. Calcule a receita marginal para x = 20.

149
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

R'(x) = 2x + 200
R'(20) = 2 . 20 + 200 = 240

Portanto, a receita marginal para a produção de 20 unidades é


de aproximadamente 240,00MT.

150
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

TEMA V: LIMITES E CONTINUIDADE


Unidade 5.1. Limite
Unidade 5.2 Limites Laterais
Unidade 5.3. Limites Infinitos e no Infinito.
Unidade 5.4. Continuidade.

Unidade Temática 5.1. Limites


Introdução

Em matemática, o conceito de limite é usado para descrever o


comportamento de uma função à medida que o seu argumento se
aproxima de um determinado valor, assim como o comportamento de
uma dada sequência ou série de números reais, à medida que o índice
(da sequência) vai crescendo, i.e. tende para infinito. Os limites são
usados no cálculo diferencial e em outros ramos da análise
matemática para definir derivadas e a continuidade de funções. .
Por exemplo, o limite de um polígono regular quando o número de
ângulos internos ou de lados ou de gonos (cantos) tende para o
infinito (cresce infinitamente!), dá origem a uma circunferência.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir: o que é Limite, de uma maneira intuitiva;


Objectivos
▪ Definir Limite: de uma função de forma formal e;
específicos
▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

151
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Limites
Seja uma sequência de números reais. A expressão:

significa que, quanto maior o valor i, mais próximo de L serão os


termos da sequência. Neste caso, dizemos que o limite da sequência é
L.

A forma usual de escrever isso, em termos matemáticos, deve ser


interpretada como um desafio. O desafiante, no caso vertente o
ISCED, propõe quão perto de L os termos da sequência devem chegar,
e o desafiado, no caso vertente o Estudante, deve mostrar que, a
partir de um certo valor de i, os termos realmente estão perto do
Limite L.

Ou seja, qualquer que seja o intervalo em torno de L (dado pelo


desafiante), por exemplo, o intervalo aberto
, o desafiado deve exibir um número
natural tal que .

Formalmente, o que foi dito acima se expressa assim:

Limite de uma função


Suponhamos que f(x) é uma função real e que c é um número real. A
expressão:

significa que f(x) se aproxima tanto de L quanto quisermos, quando se


toma x suficientemente próximo de c. Quando tal acontece dizemos
que "o limite de f(x), à medida que x se aproxima de c, é L". Note-se
que esta afirmação pode ser verdadeira mesmo quando ,
ou quando a função nem sequer está definida em . Vejamos
dois exemplos que ajudam a ilustrar estes dois pontos
importantíssimos.

Consideremos à medida que x se aproxima de 2.

152
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Neste caso, f(x) está definido em 2 e é igual ao seu limite: 0.4,


vejamos:

f(1.9) f(1.99) f(1.999) f(2) f(2.001) f(2.01) f(2.1)


0.4121 0.4012 0.4001 0.4 0.3998 0.3988 0.3882

À medida que x aproxima-se de 2, f(x) aproxima-se de 0.4 e

consequentemente temos a igualdade .

Sempre que se verifique a igualdade , diz-se que f


é contínua em x = c. A igualdade não é válida para todas as funções.
Vejamos uma função onde tal não acontece

O limite de g(x) à medida que x se aproxima de 2 é 0.4 (tal como em

f(x)), mas e consequentemente g não é contínua


em x = 2.

Consideremos agora o caso onde f(x) não está definida em x = c.

Apesar de f(x) não estar definida em x = 1, o limite de f(x), quando x se


aproxima de 1, existe e é igual a 2.

f(0.9) f(0.99) f(0.999) f(1.0) f(1.001) f(1.01) f(1.1)


1.95 1.99 1.999 não está definido 2.001 2.010 2.10

Ora x pode ser tomado tão próximo de 1 quanto quisermos, sem, no


entanto, ser 1, pelo que o limite de é 2.

153
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Definição formal

A definição ε-δ de limite.

Sejam um intervalo de números reais, e


uma função real definida em .
Escrevemos

quando para qualquer que seja xiste um tal que para


todo , satisfazendo , vale
[1]
. Ou, usando a notação simbólica:

Aproximação intuitiva
A noção de limite é fundamental no início do estudo de cálculo
diferencial. O conceito de limite pode ser aprendido de forma intuitiva,
pelo menos parcialmente.

Quando falamos do processo limite, falamos de uma incógnita que


"tende" a ser um determinado número, ou seja, no limite, esta
incógnita nunca vai ser o número, mas vai se aproximar muito, de tal
maneira que não se consiga estabelecer uma distância que vai separar
o número da incógnita. Em poucas palavras, um limite é um número
para o qual y = f(x) difere arbitrariamente muito pouco quando o valor
de x difere de x0 arbitrariamente muito pouco também.

Por exemplo, imaginemos a função: f(x) = 2x + 1 e imaginando f: IR


− → IR (Definida nos reais). Sabemos, lógico, que esta função nos dá o
gráfico de uma reta, que não passa pela origem, pois se substituirmos:
que nos dá: , ou seja, no
ponto onde x=0 (origem), o y (f(x)) é diferente de zero. Mas usando

154
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

valores

que se aproximem de 1, por exemplo:

Se x=0,98 então: y=f(x)=2,96


Se x=0,998 então: y=f(x)=2,996
Se x=0,9998 então: y=f(x)=2,9996
Se x=0,99999 então: y=f(x)=2,99998

Ou seja, à medida que x "tende" a ser 1, o y "tende" a ser 3. Então no


processo limite, quando tende a ser um número, esta variável
aproxima-se tanto do número, de tal forma que podemos escrever
como no seguinte exemplo:

Exemplo 1.1: Sendo f uma função real de números reais definida por:
f(x) = 2x + 1, calcular o limite da função f quando . Temos
então, neste caso, a função descrita no enunciado e queremos saber o
limite desta função quando o "x" tende a ser 1: Ou seja, para a
resolução fazemos:

Então, no limite é como se pudéssemos substituir o valor de x para


resolvermos o problema. Na verdade, não estamos substituindo o
valor, porque para o cálculo não importa o que acontece no ponto x,
mas sim o que acontece em torno deste ponto. Por isso, quando
falamos que um número "tende" a ser n, por exemplo, o número
nunca vai ser n, mas se aproxima muito do número n. Enfim, como foi
dito anteriormente, a definição de limite é tão e somente intuitiva. Vai
de analisar a função que está ocorrendo apenas. Agora, o exercício do
Exemplo 1.1 mostra que x se aproxima de 1 pela esquerda, ou seja:

Porém, temos também uma outra forma de se aproximar do número


3, na função descrita nos exemplo acima, por exemplo: Se x=2,
y=f(x)=5 ; Se x=1,8 então: y=f(x)=4,6 ; Se x=1,2 temos que: y=f(x)=3,4 ;
Se x=1,111 então: y=f(x)=3,222 Podemos perceber então, que x está
tendendo a 1 pela direita agora, e não mais pela esquerda como foi
mostrado no exemplo anterior. Então para resolvermos problemas
que envolvem cálculo, devemos saber como a função que está em
jogo se comporta.

155
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Sumário
Nesta Unidade Temática 5.1. analisamos e discutimos sobre:

1. Limite de uma função;

2. Definição formal do limite de uma função e;

3. Noção intuitiva do limite.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas sem detalhes)


Calcule os seguintes limites:

x 2 − 6x + 9
1. lim (x²-6x+9)/(x-3) quando x tende a 3 ou Lim
x →3 x−3
x 3 + x 2 + 2x
2. lim (x³+x²+2x)/(x³+3x) quando x tende a 0 ou Lim
x →0 x 3 − 3x
z 2 + 9 z + 20
3. lim (z²+9z+20)/(z²+6z+8) quando x tende a- 4 ou Lim 2
x→ −4 z + 6 z + 8

4. lim (x³+4x²+5x+2)/(x²+2x+1) quando x tende a – 1 ou


x 3 + 4x 2 + 5x + 2
Lim NB. Faça o mesmo para os restantes
x → −1 x 2 + 2x + 1
números deste exercício (5, 6, 7 e 8).
5. lim (x²-2²)/(x-2) quando x tende a 26 ou….
6. lim (x²-b²)/(x-b) quando x tende a b ou …
7. lim [x^(1/2)-2^(1/2)]/[x-2] quando x tende a 2 ou…
8. lim [(x-2)^(1/2)-2]/[x-6] quando x tende a 2 ou….

RESPOSTAS
2
1. 0; 2. 2/3; 3. -1/2; 4. 1; 5. 4; 6. 2b; 7. ; 8. 1/4
4

156
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Unidade Temática 5.2. Limites Laterais

Introdução

Consideremos a função: f(x) = x − 2 . Podemos notar que nenhum


valor de x menor que 2 está no domínio de existência da função, ou
seja, ela não está definida (não existe) no intervalo  − ; 2 . Esta
indefinição também se refletirá nos limites dos valores da função
neste intervalo, pois não faz sentido falar de "limites" em valores nos
quais a função não esteja definida (neste exemplo, uma certa faixa de
números reais).

O que poderíamos fazer para analisar os valores válidos da função?

Como o seu domínio é apenas 2; +   , devemos restringir o cálculo


de limites a este intervalo; quando um conjunto (no caso, um
intervalo) de números precisa ser excluído do domínio da função, ou
quando já se sabe que a função não está definida em tal conjunto,
podemos também, excluir certa faixa de valores durante o cálculo de
limites; Por exemplo, ao analisar o comportamento de f(x) nas
proximidades do ponto , esta análise deve centrar-se no valor da
função quando x se aproxima tanto do valor do ponto a quer venha do
−  quer venha do +  .

Uma melhor compreensão do que acontece com a função f(x) nas


proximidades do ponto a, é dada pelo conhecimento de Limites
Laterais, que é o objecto de estudo desta Unidade Temática, como
veremos no desenvolvimento já a seguir.

157
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir: Limites laterais;


Objectivos
▪ Entender e Esclarecer: a noção de Continuidade de uma função;
específicos
▪ Compreender: as propriedades de funções contínuas e;

▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Limites Laterais
Se x se aproxima de a através de valores maiores que a ou pela sua
direita, escrevemos:

Esse limite é chamado de limite lateral à direita de a.


Se x se aproxima de a através de valores menores que a ou pela sua
esquerda, escrevemos:

Esse limite é chamado de limite lateral à esquerda de a.


O limite de f(x) para x a existe se, e somente se, os limites laterais
à direita a esquerda são iguais, ou seja:

• Se

• Se

Continuidade
Dizemos que uma função f(x) é contínua num ponto a do seu
domínio se as seguintes condições são satisfeitas:

Propriedade das Funções contínuas


Se f(x) e g(x)são contínuas em x = a, então:
• f(x) g(x) é contínua em a;
• f(x) . g(x) é contínua em a;

• é contínua em a .

158
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Sumário
Nesta Unidade Temática 5.2. estudamos:

1. Noção de limites laterais;

2. Continuidade de funções e;

3. Propriedades das funções contínuas.

Exercícios
GRUPO 2 (Com respostas)

1) Calcule os seguintes limites laterais(Confirme o oposto do limite


dado) :
3
x 2 + 2x − 3  3x 2 − 2 x − 5 
a) lim (4 x − 7 x + 5)
2
b) lim c) lim  2 
x→ 1 x → −3 5 − 3 x x→ 2 − x + 3 x + 4 
 

2 x 2 + 3x − 3 3x 3 − 5 x 2 − x + 3 2 x 2 + 3x + 2
d ) lim e) lim 3 f ) lim
x→ −1 5x − 4 x→ −2 4x + 3 x→ 2 6 − 4x

39
Resp. : a) 2 b) 0 c) 1 / 8 d) 2/3 e) 3 f ) −2
5

2) Calcule os limites abaixo (Confirme o oposto do limite dado):

x2 −1 4 − x2 2x 2 + 5x − 3
a) lim b) lim c) lim
x→ 1 x − 1 x → −2 2 + x x → 1 2x − 5x + 2
2
2

x3 −1 8 + x3 x 3 − 3x 2 + 6x − 4
d) lim 2 e) lim f) lim 3
x→ 1 x − 1 x → −2 4 − x 2 x → 1 x − 4x 2 + 8x − 5

Resp. : a) 2 b) 4 c) − 7 / 3 d ) 3/ 2 e) 3 f )1
159
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

3) Calcule:
3x − 4 2x + 3 1 − 3x
a ) lim b) lim c) lim
x → 2 ( x − 2) 2 x → 1 ( x − 1) 2 x → 1 ( x − 1) 2

3x 2 − 5 x + 2 x+4 1 − 2x
d ) lim e) lim f ) lim
x→ 0 x2 x→ −2 x+2 x→ 3 x − 3

1 1
g ) lim h) lim
x→1 1 − x x→1 x −1

Resp. : a ) +  b) +  c) −  d) +  e)  f ) g)  h) 

Unidade Temática 5.3. Limites Infinitos e no Infinito

Introdução

Lembre-se que está estudar uma Disciplina cujos conteúdos são de


Matemática Superior, na modalidade de Ensino a Distância, parte do
Sistema Nacional de Educação (SNE), que exge um pouco mais de si.

Par melhor entender esta Unidade Temática, comecemos pela


seguinte definição: A função f tem limite L quando x cresce além de
qualquer limite (dizemos quando x tende a infinito ou x →  ).

Se pudermos fazer com que f(x) se aproxime arbitrariamente de L


tomando x suficientemente grande. Analogamente, a função f tem
limite M quando x decresce além de qualquer limite (ou quando
xtende a menos infinito), o que se denota porSe pudermos fazer com
que f(x) se aproxime arbitrariamente de Mtomando x negativo e
suficientemente grande em valor absoluto.Todas as propriedades de
limites são válidas quando Faculdade.

160
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender o conceito: limites infinitos e no infinito;


Objectivos
▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;
específicos

Limites Infinitos e no Infinito


Dizemos que uma variável x tende ao infinito , se

x se torna um número positivo cada vez maior, crescendo sem limite e,


que x tende a menos infinito( ), se x é negativo e decresce
sem limite.
Se o limite de f(x), quando x tende a x0 pela direita ou pela
esquerda, é +∞ ou –∞, escrevemos:

Já lhe perguntaram o que é o infinito? Certamente alguém lhe deu


uma resposta poética a respeito e de facto no sentido poético, o
infinito é algo fascinante...!

Agora imagine um número absolutamente tão alto quanto é possível


você conceber... Conseguiu? Pois bem, por maior que seja o número
escolhido, ele não é infinito. Aqui, falaremos do infinito como sendo
algo tão inatingível que nenhuma mente humana poderia imaginar.
Infinito é uma tendência, uma forma de representar algo que é tão
alto que jamais poderíamos atingir. É como se fosse um caminho sem
fim, como o destino de um corpo sem obstáculos e atrito no espaço
sem fim.

No início desta Unidade Temática, discutimos como analisar o


comportamento de uma função (sua tendência) quando a variável se
aproxima de um determinado número. Nesta seção, discutiremos duas
situações novas:

• O que acontece com os valores de , quando é muito


grande?
• O que fazer quando, ao aproximar de um ponto , os valores

161
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

de ficam cada vez maiores?

Usaremos o termo "infinito" sempre que for preciso lidar com


"números gigantescos". Deste modo, também poderemos representar
as duas situações acima usando conceitos de limite. Para isso, quando
realizarmos um cálculo, podemos tratar o infinito como se fosse um
número, embora ele seja um ente matemático que nunca poderemos
alcançar. Por exemplo, caso a variável esteja tendendo ao infinito, e
apareça em uma expressão, podemos imaginar o que aconteceria com
a expressão caso fosse um número suficientemente grande. Então
façamos um estudo de como podemos avaliar o comportamento das
funções quando a variável tende a infinito.

1
Considerando uma função definida como: f(x) =
x

De fato temos uma tendência do valor da função se igualar a 1 quando


levamos para números muito altos, embora ela nunca alcance o
valor 1. Chamamos isso de limite no infinito, ou tendência infinita, e
dizemos que tende a 1 quando tende ao infinito.

Podemos simbolizar a tendência de , quando fica cada vez


maior, usando uma destas formas:

ou

O mesmo pode acontecer quando o valor da variável independente


tende ao infinito negativo ( ), então podemos representá-la
assim:

Ou

A partir das noções apresentadas anteriormente, podemos definir de


forma rigorosa as têndências infinitas e os limites infinitos.

162
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Definição

Chamamos o número de limite lateral no infinito positivo se:

tal que vale a implicação

Ou seja, é o número para qual uma função f(x) tende a se igualar


quando a variável independente ultrapassa o número positivo N.

Do mesmo modo, chamamos o número de limite lateral no infinito


negativo se:

tal que vale a implicação

Os números são escolhidos de forma a fornecerem o maior valor


possível dentro do domínio da função, que, portanto, deve
necessariamente ser ilimitado.

Limites infinitos

Se nos depararmos com uma função onde o denominador decresce


vertiginosamente até zero, o que podemos fazer?

Esta é a típica forma de funções que crescem até o infinito, neste caso
adotamos o valor da definição de infinito, visto que não é possível
colocar qualquer valor. Adotamos ou , pois

, como já definimos anteriormente.

Sumário
Nesta Unidade Temática 5.3. analisamos e discutimos sobre:

Limites infinitos e no infinito

163
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Exercícios
GRUPO 2 (Com respostas)

Escreva estes limites sob notação de limites, à semelhança com o que


fizemos na Unidade Temática 5.1. Limites de uma função. Linear?

1. lim x³+7 quando x tende ao infinito positivo


2. lim x²-x quando x tende ao infinito positivo
3 lim (7*a^9 + 2)/(a^8+1) quando x tende ao infinito negativo
4.lim 5x/(7x³+3)^(1/3) quando x tende ao infinito negativo
5. lim [3x + x² - 9*x^(-2)] / (7*x^5 + 2) quando x tende ao infinito
positivo
6. lim (x^1000 – x^17) / [-(x)^100 + x^58] quando x tende ao infinito
positivo
7 lim [(8x²+3)^(1/2)]/[(9x²-7x)^(1/2)] quando x tende ao infinito
positivo
8. lim (x^5 +1) / (3x³ – 9x) quando x tende ao infinito negativo

Unidade Temática 5.4. Continuidade

Introdução
Ao trabalhar com uma função, nossa primeira preocupação deve ser o
seu domínio (condição de existência), afinal, só faz sentido utilizá-la
nos pontos onde esteja definida e sua expressão
matemática, portanto, tenha significado. Todavia, em muitos casos, é
importante saber como a função se comporta quando a variável está
muito próxima de um ponto que não pertence ao seu domínio.

E para este estudo, nos valemos da teoria de limites e Continuidade de


funções, a qual permite a análise de uma função em uma vizinhança
muito próxima de um ponto, sem se preocupar com o valor da função
neste ponto por intervalo.

Um conceito fundamental no Cálculo, no que diz respeito ao estudo de


funções, é o de continuidade de uma função num ponto de seu
domínio.

164
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender: e explicar o conceito de continuidade de funções;


Objectivos
▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;
específicos

Continuidade
CONTINUIDADE DE FUNÇÕES DE UMA VARÁVEL

Os seguintes problemas envolvem a continuidade de funções de uma


variável. Uma função y = f(x) é contínua em um ponto x=a se as
seguintes três condições são verificadas:

a) f(a) está definida,

b) ex. (i.e., é finito) e,

c) .

Critérios de Continuidade de uma Função


Uma função f é dita ser contínua no intervalo I se f é contínua em cada
ponto x em I. Aqui está uma lista de alguns factos bem conhecidos que
nos ajudam a identificar se dada função f é contínua num determinado
intervalo:

1. A SOMA de funções contínuas é contínua.

2. A DIFERENÇA de funções contínuas é contínua.

3. O PRODUTO de funções contínuas é contínua.

4. O QUOCIENTE de funções contínuas é contínua em todos os


pontos x aonde o DENOMINADOR NÃO é ZERO.

5. A COMPOSIÇÃO de funções contínuas é contínua em todos


os pontos x onde a composição está propriamente definida.

6. Qualquer polinômio é contínuo para todos os valores de x.

7. A função ex e as funções trigonométricas e são


contínuas para todos os valores de x.

165
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

umário

Nesta Unidade Temática 5.4. estudamos:


1. Conceito de Continuidade de uma função;
2. Critérios de continuidade de uma função.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

PROBLEMA 1: Determine se a seguinte função é contínua em x=1.

PROBLEMA 2 : Determine se a seguinte função é contínua em x=-2 .

PROBLEMA 3: Determine se a seguinte função é contínua em x=0 .

PROBLEMA 4 : Determine se a função é contínua at x=-


1.

166
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

PROBLEMA 5: Verifique se a seguinte função é contínua para x=3 e x=-


3.

PROBLEMA 6 : Para que valores de x a função é


contínua ?

PROBLEMA 7 : Para que valores de x a função é

contínua ?

PROBLEMA 8 : Para que valores de x a função é


contínua ?

PROBLEMA 9 : Para que valores de x a função é


contínua ?

PROBLEMA 10: Para que valores de x a função é

contínua?

PROBLEMA 11 : Para que valores de x é seguinte função contínua ?

PROBLEMA 12 : Determine todos os valores da constante A para que a


seguinte função seja contínua para todos os valores de x .

167
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

PROBLEMA 13: Determine todos os valores das constantes A e B para


que a função seja contínua para todos os valores de x.

PROBLEMA 14 : Mostre que a seguinte função é contínua para todos


os valores de x .

PROBLEMA 15 : Seja

Mostre que f é contínua para todos os valores de x.


Mostre que f é diferenciável para todos os valores de x,
mas que a derivada , f' , NÃO é contínua em x=0 .

168
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

TEMA VI: CÁLCULO DIFERENCIAL

Unidade 6.1 Derivada.


Unidade 6.2. Técnicas de Derivação.
Unidade 6.3 Regra da Cadeia…

Unidade Temática 6.1. Derivada

Introdução
É necessário, em todo o cálculo matemático ter a noção teórica de
cada tema no qual trabalhamos; isso porque; imaginemos que, para os
estudantes até ao 12º ano a relevância destes conceitos acaba por ser
desprezada visto que a prática, em termos reais é mais conclusiva que
a própria teória.

Mas, isso só funciona desde que tenhamos sempre presente um


professor que auxilie o raciocínio.
A questão é: quando necessitar implementar ou criar alguma aplicação
matemática o conhecimento teórico traduz a opção ou o método a
adoptar. Por ex: se devemos usar derivadas, limites, integrais, sistemas
de equações para satisfação dos critérios físico/matemáticos do
cálculo em causa. Questões como estas merecem atenção.

No cálculo, a derivada representa a taxa de variação instantânea de


uma função. Um exemplo típico é a função velocidade que representa
a taxa de variação (derivada) da função espaço ou da distância s
percorrida. Do mesmo modo a função aceleração é a derivada da
função velocidade.

Diz-se que uma função f é derivável (ou diferenciável) se, próximo de


cada ponto a do seu domínio, a função f(x) − f(a) se comportar
aproximadamente como uma função linear, ou seja, se o seu gráfico
for aproximadamente uma recta. O declive de uma tal recta é a

169
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

df ( x)
derivada da função f no ponto a e representa-se por f ´( x) = ,
dx
mas quando x assumir, por exemplo um valor a, escrevemos f´(a)=
df (a )
f ´(a ) = .
dx

A Derivada nos dias que correm encontra muita aplicação em diversas


áreas de conhecimento, entre outras, a de ciências económicas, como
é o caso de cálculo de receita marginal.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Definir: a Derivada de Uma Função;

▪ Estabelecer: a definição formal da derivada;


Objectivos
específicos
▪ Aplicar: na vida prática e profissional o conceito de deferenciação;

Derivada
No cálculo, a derivada representa a taxa de variação instantânea de
uma função[1] . Um exemplo típico é a função velocidade que
representa a taxa de variação (derivada) da função espaço. Do mesmo
modo a função aceleração é a derivada da função velocidade.

Diz-se que uma função f é derivável (ou diferenciável) se, próximo de


cada ponto a do seu domínio, a função f(x) − f(a) se comportar
aproximadamente como uma função linear, ou seja, se o seu gráfico
for aproximadamente uma reta. O declive de uma tal recta é a
derivada da função f(x) no ponto a e representa-se por

df (a )
ou por f ´(a ) = .
dx

170
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Em cada ponto, a derivada de é a tangente do ângulo


que a recta tangente à curva faz em relação ao eixo das abscissas. A
reta é sempre tangente à curva azul; a tangente do ângulo que ela faz
com o eixo das abscissas é a derivada. Note-se que a derivada é
positiva quando verde, negativa quando vermelha, e zero quando
preta.

Definição formal da Derivada


Seja I um intervalo com mais do que um ponto do conjunto dos
números reais e seja f uma função de I em (função esta que é
formalmente denotada por ) . Se o ponto (lê-se: o
ponto a pertence, faz parte do intervalo I), diz-se que f é derivável em
a se existir o limite [2] e o mesmo for finito

,
onde .

Se for esse o caso, aquele limite designa-se por derivada da função f


no ponto a e representa-se por f′(a). Note-se que a derivada de f em a,
se existir, é única. Isto continuaria a ser verdade se I fosse um
conjunto qualquer de números reais e se a fosse um ponto não isolado
de I. Segundo esta definição, a derivada de uma função de uma
variável é definida como um processo de limite Considera-se a
inclinação da secante quando os dois pontos de intersecção com o
gráfico de f convergem para um mesmo ponto. No limite, a inclinação
da secante é igual à da tangente Inclinação da secante ao gráfico de f

171
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

O declive da secante ao gráfico de f que passa pelos pontos (x,f(x)) e


(x + h,f(x + h)) é dado pelo quociente de Newton:

Uma definição alternativa é: a função f é derivável em a se existir uma


função φa de I em R contínua em a tal que

Então define-se a derivada de f em a como sendo φa(a).

Derivada num ponto


• Seja um intervalo de R com mais do que um ponto, seja
∈ e seja uma função de em R derivável em . Então é
contínua em . O recíproco não é verdadeiro, como se pode
ver pela função módulo.
• Seja um intervalo de R com mais do que um ponto, seja
∈ e sejam e funções de em R deriváveis em . Então
as funções ± , e (caso ≠ ) também são
deriváveis em e:
o
o

Em particular, se ∈ R, então . Resulta daqui e de se


ter que a derivação é uma aplicação linear.

172
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

• Sejam e intervalos de R com mais do que um ponto, seja


∈ , seja uma função de em derivável em e seja uma
função de em R derivável em . Então o é derivável
em e

Esta propriedade é conhecida por regra da cadeia.

• Seja um intervalo de R com mais do que um ponto, seja


∈ e seja uma função contínua de em R derivável em
com derivada não nula. Então a função inversa é derivável
em e

Outra maneira de formular este resultado é: se está na imagem de


e se for derivável em com derivada não nula, então

Assim, por exemplo, se considerarmos a função f de R em R definida


por f(x) = x² + x − 1, esta é diferenciável em 0. Podem ver-se na
imagem abaixo os gráficos das restrições daquela função aos
intervalos [−1,1] e [−1/10,1/10] e é claro que, enquanto que o
primeiro é bastante curvo (e, portanto, f(x) − f(0) está aí longe de ser
linear), o segundo é praticamente indistinguível de um segmento de
reta (de declive 1). De facto, quanto mais se for ampliando o gráfico
próximo de (0,f(0)) mais perto estará este de ser linear.

Gráfico de uma função derivável.

Em contrapartida, a função módulo de R em R não é derivável em 0,

173
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

pois, por mais que se amplie o gráfico perto de (0,0), este tem sempre
o aspecto da figura abaixo.

Gráfico da função módulo, que não é derivável em .

Derivabilidade em todo o domínio


Diz-se que f é derivável ou diferenciável se o for em todos os pontos
do domínio.

Uma função diferenciável

• Uma função derivável de em R é constante se e só se a


derivada for igual a em todos os pontos. Isto é uma
consequência do teorema da média.
• Uma função derivável de em R é crescente se e só se a
derivada for maior ou igual a em todos os pontos. Isto
também é uma consequência do teorema da média.

Uma função cuja derivada seja sempre maior que é estritamente


crescente. Uma observação importante é que existem funções
estritamente crescentes em que a derivada assume o valor em
alguns pontos. É o que acontece, por exemplo com a função de R em R
definida por . Naturalmente, existem enunciados
análogos para funções decrescentes.

• Se for uma função derivável de em R, sendo um intervalo


de R com mais do que um ponto, então também é um
intervalo de R. Outra maneira de formular este resultado é: se

174
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

for uma função derivável de em R e se for um


número real situado entre e (isto é, ≤
≤ ou ≥ ≥ ), então existe algum ∈
tal que . Este resultado é conhecido por teorema
de Darboux.

Funções continuamente deriváveis


Seja um intervalo de R com mais do que um ponto e seja uma
função de em R. Diz-se que é continuamente derivável ou de classe
se for derivável e, além disso, a sua derivada for contínua. Todas
as funções deriváveis que foram vistas acima são continuamente
deriváveis. Um exemplo de uma função derivável que não é
continuamente derivável é

pois o limite não existe; em particular, f' não é contínua


em .

Derivadas de ordem superior (facultativo)


Quando obtemos a derivada de uma função o resultado é também
uma função de x e como tal também pode ser diferenciada.
Calculando-se a derivada novamente obtemos então a segunda
derivada da função f. De forma semelhante, a derivada da segunda
derivada é chamada de terceira derivada e assim por diante. Podemos
nos referir às derivadas subsequentes de f por:

e assim sucessivamente. No entanto, a notação mais empregada é:

ou alternativamente,

175
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

ou ainda

Se, para algum k ∈ N, f for k vezes derivável e, além disso, f(k) for uma
função contínua, diz-se que f é de classe Ck.

Se a função f tiver derivadas de todas as ordens, diz-se que f é


infinitamente derivável ou indefinidamente derivável ou ainda de
classe C∞.

Pontos críticos, estacionários ou


singulares
Pontos onde a derivada da função é igual a chamam-se
normalmente de pontos críticos. Existem cinco tipos de pontos onde
isto pode acontecer em uma função. Como a derivada é igual ao
declive da tangente em um dado ponto, estes pontos acontecem onde
a reta tangente é paralela ao eixo dos . Estes pontos podem
acontecer:

1. onde a função atinge um valor máximo e depois começa a


diminuir, chamados máximos locais da função
2. onde ela atinge um valor mínimo e começa a aumentar,
chamados de mínimos locais da função
3. em pontos de inflexão (horizontais) da função, que ocorrem
onde a concavidade da função muda. Um exemplo típico é a
função : no ponto a função tem um ponto
de inflexão (horizontal).
4. em pontos onde a função oscila indefinidamente entre valores
acima ou abaixo, um exemplo típico é a função

5. em pontos onde a função é localmente constante, ou seja,


existe um intervalo contendo o ponto para o qual a restrição
da função ao intervalo é a função constante. Um exemplo
típico é a função f(x) = |x + 1| + |x - 1| no ponto x=0.

Os pontos críticos são ferramentas úteis para examinar e desenhar


gráficos de funções.

176
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Sumário

Nesta Unidade Temática 6.1. estudamos:


1. Derivada (conceito);
2. Definição formal;
3. Derivada de uma função num ponto;
4. Derivabilidade em todo domínio.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-1 (Com respostas detalhadas)

Se ∈ R, a função de R em R definida por é derivável


em todos os pontos de R e a sua derivada é igual a em todos os
pontos, pois, para cada ∈ R:

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir de R em


R por , então é contínua e, para cada e cada reais,
tem-se

além disso, .

A função de R em R definida por é derivável em todos os


pontos de R e a sua derivada é igual a em todos os pontos, pois,
para cada ∈ R:

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir de R em


R por , então é contínua e, para cada e cada reais,
tem-se

além disso, .

177
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

A função de R em R definida por é derivável em todos


os pontos de R e a sua derivada no ponto ∈ R é igual a , pois:

Usando a definição alternativa, basta ver que se se definir de R em


R por , então é contínua e, para cada e cada
reais, tem-se

além disso, .

A função módulo de R em R não é derivável em pois

No entanto, é derivável em todos os outros pontos de R: a derivada


em é igual a quando e é igual a quando .

Unidade Temática 6.2. Técnicas de Derivação

Introdução

A derivada de uma função y = f(x) num ponto x = x0 , é igual ao


valor da tangente trigonométrica do ângulo formado pela tangente
geométrica à curva representativa de
y=f(x), no ponto x = x0, ou seja, a derivada é o coeficiente angular
da reta tangente ao gráfico da função no ponto x0.
A derivada de uma função y = f(x), pode ser representada também
pelos símbolos:
y' = dy/dx ou f ' (x).

178
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

A derivada de uma função f(x) no ponto x0 é dada por:

Mas, em termos práticos, torna-se enfadonho trabalhar com fórmula


acima, pelo que se adoptou uma maneira mais fácil e prática de
trabalhar com a derivada, a que no conjunto se designou por técnicas
de derivação, que veremos com mais detalhes, no desenvolvimento
desta Unidade Temática.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender e aplicar o Conceito: de técnicas de derivação;


Objectivos
▪ Saber como: interpretar a derivada de uma constante;
específicos
▪ Aplicar correctamente: todas a técnicas de derivação na resolução de
problemas reais;

Técnicas de Derivação
DERIVADA DE UMA CONSTANTE

Se c for um número real qualquer, então:

DERIVADA DE UMA POTÊNCIA COM EXPOENTE INTEIRO

Se n for um número inteiro qualquer, então:

179
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

DERIVADA DE UMA CONSTANTE VEZES UMA FUNÇÃO

Se f for diferenciável em x e c for um número real qualquer, então:

DERIVADAS DE SOMAS E DIFERENÇAS

Se f e g forem diferenciáveis em x, então:

DERIVADA DE UM PRODUTO

Se f e g forem diferenciáveis em x, então:

180
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

DERIVADA DE UM QUOCIENTE

Se f e g forem diferenciáveis em x,
e , então:

DERIVADA DE UM RECÍPROCO

Se g for diferenciável em x,
e , então:

DERIVADAS MAIS ALTAS ou de n-ésimo grau

Se a derivada f' de uma função f for ela mesma diferenciável, então a


derivada de f' será denotada por f'', chamada de derivada segunda de
f:

Se pudermos repetir este processo, obteremos a derivada terceira de


f:

181
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

E assim por diante, na forma geral:

DERIVADAS DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

Sumário

Nesta Unidade Temática 6.2. estudamos os seguintes


tópicos.

Constante
Potência com expoente inteiro
Constante vezes uma função
Somas e diferenças
Produto
Quociente
Recíproco
Derivadas mais altas
Trigonométricas

182
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO-2 (Com respostas NÃO DETALHADAS)


Tente resolver os exercícios antes de olhar as respostas!

1.Calcule a derivada da função e determine o coeficiente angular da reta tangente ao


gráfico da função no valor de x dado.

b)
a)

2.Determine uma equação para a reta tangente ao gráfico da função


no ponto (x,y) = (3,2).

3. A posição de uma partícula que se desloca ao longo de uma recta coordenada é dada
por , com s em metros e t em segundos. Determine a velocidade e a
aceleração da partícula para t = 6s.

4. Analisando o gráfico da figura abaixo, verifique em quais pontos do intervalo [-4,6] a


derivada não existe. Justifique sua resposta.

5. Cada uma das figuras mostra o gráfico de uma função num intervalo fechado D.

a) b)

183
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

• Em que pontos do domínio existe a derivada da função?


• Em que pontos do domínio a função é contínua, mas não existe a derivada?
• Em que pontos do domínio a função não é contínua e nem diferenciável (ou
seja, não existe a derivada)? Justifique cada uma de suas respostas

6. Determine a derivada das funções dadas.

a) b)

c) d)

7. Determine a derivada das funções:

a)
i)

b) j)

c)
k)

d) l)

e) m)

n)
f)

o)
g)

p)
h)

8. A relação entre o número de decibéis e a intensidade de um som I em watts por

centímetro quadrado é dada por Encontre a taxa de variação


no número de decibéis quando a intensidade for 10-4 watt por centímetro quadrado.

9. Na escala Richter, a magnitude R de um terremoto de intensidade I é dada por

em que I0 é a intensidade mínima usada para comparação. Supondo


que I0 = 1.
a) Determine a intensidade do terremoto de 1906 em São Francisco
para o qual R = 8,3.
b) Determine a intensidade do terremoto de 26 de maio de 2006 em
Java, Indonésia, para o qual R = 6,3.

184
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

c) Determine o fator pelo qual a intensidade aumenta quando o valor


de R é duplicado.

d) Determine .

10. Encontre uma equação da reta tangente no ponto indicado.

a) d)

b) e)

c) f)

11. Quem é b se a inclinação da reta tangente à curva y = bx em x = 0 for 4?

12. A energia E (em joules) irradiada como onda sísmica a partir de um terremoto de
magnitude M na escala Richter é dada pela fórmula log10E = 4,8+1,5M.

a) Expresse E como função de M

b) Mostre que quando M cresce 1 unidade, a energia aumenta por um fator de


aproximadamente 31.
dE
c) Calcule
dM

RESPOSTAS
1.
c)
a)

2.

3.

4. x = 0 ; x=1 e x=4

5. a) , nenhum , nenhum
b) , nenhum , x = 0

6.

a)

185
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

b)

c)

d)

7.

a) i)

b) j)

c) k)

l)
d)
e)
m)

n)
f)

g)
o)

p)
h)

8.

, então, para I = 10-4, a taxa de variação é aproximadamente 43 429,4


2
db/w/cm .

9.
c) 10R
a)
b)
d)

10.
a) d)

b)
e)
c)
f)

11. b = e4

186
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

12.
a) E = 104,8+1,5M

c)

Unidade Temática 6.3. Regra de Cadeia

Introdução

Em cálculo, a regra da cadeia é uma fórmula para a derivada da


função composta de duas funções ou mais.

Desenvolvida por Gottfried Leibniz, a regra da cadeia teve grande


importância para o avanço do cálculo diferencial. Seu
desenvolvimento foi devido à mudança de notação, ou seja, ao invés
de usar a notação de Newton, Leibniz adotou uma notação referente à
tangente, onde a derivada é dada pela diferença dos valores na
ordenada dividida pela diferença dos valores na abcissa e onde essa
diferença é infinitamente pequena (dy/dx).

A partir desta observação, a regra da cadeia passou a permitir a


diferenciação de funções diversas cujo argumento é outra função.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender como se aplicar: a regra de cadeia nas derivadas;


Objectivos
▪ Fazer Análise e Interpretação: de gráficos de funções estudadas;
específicos
▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional.

187
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Regra de Cadeia
Enunciado
A regra da cadeia afirma que

que em sua forma sucinta é escrita como:

Alternativamente, na notação de Leibniz, a regra da cadeia é

Na integração, a recíproca da regra da cadeia é a regra da substituição.

Exemplos
• Exemplo 1: Considere . Temos que
onde e
Então,

• Exemplo 2: De forma análoga, para funções trigonométricas,


por exemplo:

pode ser escrita como com e


. A regra da cadeia afirma que

desde que e .

188
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Regra da cadeia para várias


variáveis (Carácter informativo, pelo que
facultativo).

A regra da cadeia aplica-se também para funções de mais uma


variável. Considere a função onde e
, então

Suponha que cada função de é uma função de duas


variáveis tais que e , e que todas essas
funções sejam diferenciáveis. Então a regra da cadeia é equivalente a:

Se considerarmos acima como um vetor função, podemos


então utilizar a notação vetorial para escrever a equivalência acima
como o produto escalar do gradiente/Tangente de e a derivada de
:

Em geral, para funções de vectores a vetores, a regra da cadeia afirma


que a Matriz Jacobiana da função composta é o produto de matrizes
Jacobianas de duas funções:

Sumário

Nesta Unidade Temática 6.2. estudamos:

189
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Regra de cadeia para derivadas e algumas de suas aplicações.

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

GRUPO 2 (com respostas).

Calcule a derivada de cada uma das funções abaixo:

RESPOSTAS (Vamos mostrar apenas as resoluções das alíneas a) e b)).

a)

Temos f1(x)=h(g(x)), sendo e .

Se , então .

Por outro lado, se , então .

Mas, pela Regra da Cadeia, como h e g são deriváveis, temos


f1'(x)=h'(g(x)).g'(x),

ou seja,

b)

Dica: se f(x) = ax, sua derivada é f´(x) = ax .lna

190
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Mas quando a = e, teremos f´(x) = ex .lne . Mas lne = logee = 1, logo


f´(x) = ex .lne = f´(x) = ex .l = ex  (e x )´= e x .

Para derivar as funções trigonométricas, os estudantes, deve revisitar


a Unidade Temática 6.2. (Derivadas de Funções Trigométricas página
77 e 78).

Temos f2(x)=h(g(x)), sendo e .

Se , então .

Por outro lado, se , então .

Mas, pela Regra da Cadeia, como h e g são deriváveis, temos

f2'(x)=h'(g(x)).g'(x),

ou seja,

Tente encontrar a expressão mais simplificada possível do que estas


últimas duas alíneas a) e b) e continue, com analogia a esta resolução,
a resolver os demais exercícios de c) a f).

TEMA VII: COMPORTAMENTO DE FUNÇÕES


Unidade 7.1. Máximos e Mínimos.
Unidade 7.2. Regiões de Crescimento e Decrescimento.
Unidade 7.3. Regra de L’Hôpital.
Unidade 7.4. Taxas Relacionadas

191
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Unidade Temática 7.1. Máximo e Mínimo


Introdução

Em matemática, em especial na análise real, os pontos de máximo e


mínimo, também chamados de pontos extremos de uma função são
pontos do domínio onde a função atinge seu valor máximo e mínimo.
Ou seja, dizemos que (de máximo) e (de mínimo) se existem
pontos no domínio e tais que:

, para todo no
domínio.

A partir do sinal da primeira ou da derivada de uma função f, além da


concavidade, podem-se obter pontos de máximo ou mínimos,

relativos a um certo intervalo desta função.

Em geral, não se pode garantir a existência de tais valores máximos


nem mínimos, mesmo para funções reais contínuas limitadas. No
entanto é possível mostrar que toda função real definida num
compacto assume tanto um máximo como um mínimo.

Define-se também ponto de máximo local e ponto de mínimo local


que são pontos de máximo (ou de mínimo) de uma função em alguma
vizinhança do ponto contida no domínio.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender: e aplicar o conceito de máximo e mínimo;


Objectivos
▪ Saber interpretar o significado: de anulamento das 1ª e 2ª derivadas;
específicos
▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

192
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Máximo e mínimo
Aplicações da 1ª Derivada
Considere o gráfico a seguir de uma função qualquer. Tem-se:

x1= abscissa de um ponto de máximo local.

x2= abscissa de um ponto de mínimo local.

x3= abscissa de um ponto de máximo local.

As rectas tangentes r1, r2 e r3 nos pontos de abscissas x1, x2 e x3,


respectivamente, são paralelas ao eixo x, logo, a derivada (que é o

declive da recta tangente ao gráfico) de f anula-se para x1, x2 e x3, ou


seja, f’(x1) = f’(x2) = f’(x3) = 0. Porque o ângulo (declive) mede-se entre
a recta e o eixo das abcissas x. Quando a recta é paralela ao eixo x, o
ângulo entre si resulta de zero graus, que é ovalor do declive.

Observação:

Por força do exposto no parágrafo imediatamente anterior, os pontos


de mínimo ou de máximo ocorrem quando a 1ª derivada é nula (igual
a zero) nesses pontos.

Aplicações da 2ª Derivada ou
(pontos de Inflexão).
A fim de verificar se um ponto, que anula a primeira derivada de uma
função, representa um ponto de máximo ou mínimo local, faz-se o
teste da segunda derivada, ou seja:

a) deriva-se a função;

193
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

b) iguala-se a primeira derivada a zero;

c) Seja a função duas vezes diferenciável no intervalo aberto I.


(i) se f(x) (segunda derivada) >0 para todo x em I (intervalo), então o
gráfico de f possui concavidade virada para cima em I.
(ii) se f(x) (segunda derivada) <0 para todo x em I, então o gráfico de f
possui concavidade virada para baixo em I.

Teste da segunda derivada para extremos relativos

Seja a função f diferenciável no intervalo aberto I e suponha que c seja


um ponto em I, tal que f (x) (primeira derivada) = 0 e f (x) (segunda
derivada) exista.

(i) se f (c) >0, então f possui um mínimo relativo em c.


(ii) se f (c) < 0, então f possui um máximo relativo em c.

Pode ser escrito de outra forma:

Teste da Derivada segunda

Suponha que f (2 derivada) seja contínua na proximidade de c.


(i) se f (c) =0 e f (c) >0, então f tem um mínimo local em c.

(ii) se f (c) = 0 e f (c) <0, então f tem um máximo local em c

Sumário

Nesta Unidade Temática 7.1. estudamos os seguintes


tópicos.

Aplicações da 1ª Derivada e

Aplicações da 2ª Derivada Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO

194
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

EXERCÍCIOS de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO 2 (Com respostas)

1. Dentre todos os rectângulos de perímetro 64cm, encontre as medidas

de um em que sua área seja máxima.

Temos o rectângulo:

[Figura 1-1]

O perímetro é dado por:

De (5.1) obtermos:

A área do retângulo é dada por:

Substituindo (5.2) na (5.3), obtemos:

Calculamos agora a derivada da (5.4):

Igualando a zero obtendo a seguinte equação:

195
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Agora que já encontramos o valor de um dos lados do rectângulo, substituímos

o valor encontrado na (5.2):

Com este resultado, concluímos que, para que a área seja máxima, o quadrilátero

pedido é um quadrado de lado 16cm.

2. Encontre o máximo e o mínimo absolutos das funções:

______________________________________________________________

Resolução:

a)

Segue que o máximo absoluto é f(4)=17 e o mínimo absoluto é f(2)=-3.

196
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

_______________________________________________________________

b)
f'(x)=6x(x-2)2+6x2(x-2)=12x((x-2)(x-1)=0

Os pontos críticos são: x=0, x=2 e x=1. e os valores de f nestes pontos são:

Máximo absoluto : M=27, Mínimo absoluto: m=0.

Unidade Temática 7.2. Regiões de Crescimento


e Decrescimento

Introdução
A noção intuitiva de crescimento/decrescimento de uma função num
intervalo aberto, contido em seu domínio, nos faz pensar num
determinado tipo de gráfico. Entretanto, é preciso tomar muito
cuidado com as definições.

Todas são definições simples. O cuidado a ser tomado é com o


quantificador: "qualquer que seja" cujo símbolo é  . Assim, para
provar que determinada função é crescente num intervalo não basta
provar que:

se então

é preciso se certificar de que ficou estabelecido que a e b são


quaisquer no intervalo considerado.

Através da noção de crescimento/decrescimento de uma função num


intervalo/Região aberto, podemos definir o ponto de extremo da
função nesse intervalo, como veremos no desenvolvimento desta
Unidade Temática.

197
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender: e aplicar o conceito de crescimento e decrescimento;


Objectivos
▪ Perceber: quando se diz que uma função é estritamente Crescente;
específicos
▪ Perceber: quando se diz que uma função é estritamente decrescente;

Regiões de Crescimento e
Decrescimento
Definição 1: (Função Crescente)
Seja f uma função definida em um intervalo I. A função f é crescente
em I se
f ( x1 ) < f ( x2 ) sempre que x1 < x2 , x1 , x2 I .

Definição 2: (Função Decrescente)


Seja f uma função definida em um intervalo I. A função f é
decrescente em I se
f ( x1 ) > f ( x2 ) sempre que x1 < x2 , x1 , x2 I .

198
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Definição 3: Função estritamente


Crescente
Uma função f é dita estritamente crescente num intervalo I quando
para qualquer par de pontos x1 e x2, com x1< x2, tem-se .

Definição 4: Função estritamente


Decrescente
Uma função f é dita estritamente decrescente num intervalo I quando
para qualquer par de pontos x1 e x2, com x1< x2, tem-se .

Teorema: Sinal da Derivada


Seja f uma função contínua em [ a , b ] e derivável em ( a , b ) .
Então:
a) f ’( x ) > 0 , e x  ( a , b ); f é CRESCENTE em [ a , b ] .
f é CRESCENTE em [a , b ] então f ’( x ) > 0 , se x  ( a , b )

199
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

b) f ’( x ) < 0 , e x  ( a , b ); f é DECRESCENTE em [ a , b ] .
f é DECRESCENTE em [ a , b ] então f ’( x ) < 0 , se x  ( a , b )

Teste da Primeira Derivada para


Extremos
Teorema: (Teste da 1a Derivada para Extremos Relativos)
Seja f uma função contínua em um intervalo aberto ( a , b )
contendo xo . Se f é derivável em todo os pontos do intervalo
(a , b) , excepto possivelmente em xo , então
a) f ’( x ) > 0 , e x  ( a , xo) e f ’( x ) < 0 , e x  ( xo , b ), f tem um
valor MÁXIMO RELATIVO em xo .

200
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

b) f ’( x ) < 0 , e x  ( a , xo ) e f ’( x ) > 0 , e x  ( xo , b )

f tem um valor MÍNIMO RELATIVO em xo .

Observação: (Não é Ponto de Extremo Relativo)


f ’( x ) < 0 , e x  ( a , xo ) e f ’( x ) < 0 , e  x ( xo , b ) ou f ’( x ) > 0
, e x  ( a , xo ) e f ’( x ) > 0 , e x  ( xo , b ) em xo f NÃO tem um
extremo relativo .

Sumário

Nesta Unidade Temática 7.2. estudamos:


1. Definição 1: da Função Crescente e respectivas Regiões/Intervalos
de crescimento;
2. Definição 2: da Função Derescente e respectivas Regiões/Intervalos
de decrescimento;
3. Definição 3: da Função estritamente crescente e respectivas
4.Regiões/Intervalos de crescimento;
5. Definição 4: da Função estritamente decrescente e respectivas 6.
Regiões/Intervalos de decrescimento;

201
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Exercícios

GRUPO 2 (Exercícios com respostas)

Exrcício 1 :
Seja: f(x) = x3 – 6x2 + 9x - 3
(a) Encontre os intervalos (Regiões) onde f é crescente e onde é
decrescente.
(b) Encontre e classifique os extremos relativos.
(c) Encontre o valor máximo absoluto da f no intervalo [ –1 , 2 ) .

Solução:

(a) Encontre os intervalos onde f é crescente e onde é decrescente .


Temos que

(b) Encontre e classifique os respectivos extremos.

(c) Encontre o valor máximo absoluto da f no intervalo [ –1 , 2 ) .


f é uma função polinomial , portanto contínua em IR . Em
particular, f contínua em [ –1 , 2 ) .

202
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

f ( 1 ) = 1 é o único extremo relativo no intervalo [ –1 , 2 ) e é um


valor máximo relativo f ( 1 ) = 1 é o valor máximo absoluto da
função neste intervalo .
Exercício 2:

Seja .
(a) Encontre os intervalos onde g é crescente e onde é
decrescente.
(b) Encontre e classifique os extremos relativos.
(c) Encontre o valor máximo absoluto da g no intervalo ( 3 , 5 ] .

Solução :
(a) Encontre os intervalos onde g é crescente e onde é
decrescente .

(b) Encontre e classifique os extremos relativos .

203
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

(c) Encontre o valor máximo absoluto da g no intervalo ( 3 , 5 ] . g


é definida por uma função polinomial no intervalo ( 3 , 5 ] ,
portanto contínua neste intervalo .
g ( 4 ) = –11 é o único extremo relativo no intervalo ( 3 , 5 ] e é
um valor mínimo
relativo g ( 4 ) = –11 é o valor mínimo absoluto da função neste
intervalo .

Unidade Temática 7.3. Regra de L´Hôpital


Introução

A regra de L'Hôpital, por vezes, também, designada por regra de


Cauchy, foi incorporada no primeiro livro de texto sobre cálculo
diferencial, publicado peli francês Guillaume François Antoine,
Marquês de l'Hôpital, em 1696. Seu objectivo é calcular o limite de
0 
frações nos casos em que há indeterminações do tipo ou .
0 
Actualmente sabe-se que a regra, com a designação de L´Hôpital, não
se deve ao francês Guillaume François Antoine, Marquês de l'Hôpital,
ou simplesmente Marquês, seu primeiro nome, mas sim a Johann
Bernoulli, um dos membros da célebre Família Bernoulli. A regra
integrou a obra do marquês, sendo também atribuída ao mesmo,

204
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

mediante um acordo entre ele e Bernoulli. Este facto foi descoberto


muito posteriormente.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Estabelecer: o encunciado da Regra de L´Hôpital;


Objectivos
▪ Fazer: Algumas das aplicações da Regra de L´Hôpital;
específicos
▪ Aplicar: os os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional;

Regra de L´Hôpital
Enunciado
Sejam e funções deriváveis num intervalo ou união de intervalos
, com .

Se ou

Então, se ,

com ou ou :

Com , , , ou .

É importante notar-se que esta é uma relação de sentido único (não é


uma equivalência) e que tem de existir (i.e: se o limite do quociente
das derivadas não existir, nada se pode concluir).

205
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Algumas Aplicações

A regra pode, ainda, ser estendida para calcularem-se limites tais como

aplicando a regra de L'Hôpital:

Ou, ainda, o limite fundamental onde se segue:

derivando...

206
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Demonstração
A prova da regra de l'Hôpital é simples no caso em que f e g são
continuamente diferenciáveis no ponto c e onde é encontrado um
limite finito após a primeira tentativa de diferenciação. Esta não é uma
prova geral para a regra l'Hôpital, pois é mais estrita, necessitando
tanto de diferenciabilidade das duas funções f e g, e que c seja um
número real. Uma vez que diversas funções comuns têm derivadas
contínuas (por exemplo, polinómios, seno e cosseno, função
exponencial), é um caso especial que merece atenção.

Suponha que f e g são continuamente diferenciáveis num número real


c, em que , e que . Então

Sumário

Nesta Unidade Temática 7.3.


Estudamos:
1. Enunciado do Regra/Teorema de L´Hôpital;
2. Demonstração da Regra de L´Hôpital e;
3. Algumas Aplicações

Exercícios

GRUPO 2 (com respostas)

Exercício 1
Alguns exemplos podem ser fornecidos

207
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Aplicando a regra de l'Hôpital

Exercício 2
A regra pode ainda ser usada para calcular alguns limites notáveis tais
como:

Aplicando a regra

Unidade Temática 7.4. Taxas Relacionadas


Introdução

Quando pensamos em executar uma actividade, geralmente trabalhamos


nela e pronto. Pelo menos é assim que pensamos que está sendo feito.
Porém, muitas vezes, para realizar uma tarefa é necessário, antes, realizar
uma primeira actividade a fim de preparar o caminho para a tarefa
verdadeira que pretendemos.

Por exemplo, se queremos cozinhar um ovo, colocamos a água para


ferver, e dentro da água o ovo. Na verdade estamos fervendo água e a
água é quem cozinha o ovo, não o fogo. Se pensarmos mais ainda, não é a
água que está no fogo, mas a panela. Então, a panela é que está sendo
aquecida pelo fogo, como consequência ferve a água e por último o ovo é
cozido.

208
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Perceba que o resultado é exactamente o que queremos, mas a acção não


é directa. Este é um exemplo de presso em cadeia, tal como acontecerá
com as taxas relacionadas, que é o principal objectivo desta Unidade
Temática.

Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de:

▪ Entender: o conceito de taxas relacionadas;


Objectivos
▪ Fazer Análise e Interpretação: das taxas relacionadas;
específicos
▪ Aplicar: os conhecimentos adquiridos na vida prática e profissional.

Taxas Relacionadas
Suponhamos que x e y estão relacionadas pela equação x2 + y2 = 1 e
que x = f (t) e y = g(t), onde t é um parâmetro (tempo). Então
derivando esta igualdade teremos (x2 + y2)´ = 1´ o mesmo que

dx dy dx dy
2x + 2y = 0; onde neste caso e dizemos que são taxas
dt dt dt dt
relacionadas, porque conhecendo uma podemos determinar a outra.

Outro exemplo: Quando queremos calcular uma área, precisamos


antes saber a geometria da superfície em questão. Da geometria
definimos a relação com as medidas necessárias.

Agora, imagine uma situação de calcular a área de um quadrado. De


imediato pensamos na figura e lembramos da fórmula necessária:

A = l²

Mas como fica o problema se o lado mudar de tamanho ao longo do


tempo? A variação da área com relação ao tempo não é percebida
diretamente, somente se passarmos pelo cálculo do lado
entenderemos o problema.

209
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Como assim?

Imagine uma chapa de metal, quadrada. Para piorar, imagine uma


chama constante em baixo da chapa aquecendo-a. Pense que o metal
tende a variar suas medidas sob a ação de calor. Assim, quanto mais
tempo passa, mais o calor influencia as medidas da chapa de maneira
que poderíamos expressar o problema da seguinte maneira:

A área depende do lado ao quadrado e o lado depende do tempo


segundo alguma regra.

Seja então o problema de calcular tal área para o caso do lado estar
variando segunda a regra

l = 4 – t²

Então para cada área que quisermos calcular, primeiro calcularemos o


lado e depois, tendo o valor do lado, calcularemos a área. Ocorre que
frequentemente estamos interessados em saber a taxa de variação de
uma grandeza com relação à outra. Por exemplo, taxa de variação do
espaço com relação ao tempo, usualmente chamada de
velocidade. Também, taxa de variação da velocidade com relação ao

tempo, conhecida por aceleração. Mas não é somente variação com


relação ao tempo, a taxa de variação pode ser medida com relação a
outras grandezas.

A taxa de variação é a derivada da função com relação a grandeza


pretendida. Como precisamos relacionar informações intermediárias
usa-se a regra da Cadeia (aos poucos vai entendendo o porquê de
aprender tais regras?)

Vamos calcular, então?

Dados:

▪ A = l²
▪ l = 4 – t²

210
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Queremos a variação da área com relação ao lado, mas o lado varia


com relação ao tempo, então calcularemos a variação da área com
relação ao tempo.

dA/dt = dA/dl x dl/dt Ora, dA/dl = 2 l, que é a derivada da função área


com relação ao lado.

E, dl/dt = -2 t, que é a derivada da função lado com relação ao tempo.

Pela regra da cadeia, faremos o produto das duas derivadas e


voltaremos a variável básica, no caso, o tempo t.

dA/dt = -4 l t, substituindo l teremos

dA/dt = -4 (4 – t²) t, ou dA/dt = -16 t + 4 t³

Repare agora que temos como conhecer a situação de variação da


área com relação a qualquer tempo desejado…

Por exemplo, poderíamos dizer que a velocidade de variação da área


na unidade de tempo t = 1 u.t. é de dA/dt = -16 x 1 + 4 x 1³ = -12 u.v.,
lembre-se u.v. É unidade de velocidade.

Porém, para t = 3 u.t. é de dA/dt = -16 x 3 + 4 x 3³ = 60 u.v..

Agora, é amadurecer o conceito e trabalhar os exercícios…

Sumário
Nesta Unidade Temática 7.3. estudamos:

Taxas Relacionadas e algumas de suas Aplicações.

211
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO
GRUPO 2 (Com respostas)

1. Duas variáveis x e y são funções de uma variável t e estão


relacionadas pela equação: y2 − 3xy + x2 = 25.
Se a taxa de variação de x em relação a t é igual a 1 quando x = 0 então
determine a taxa de variação de y em relação a t neste mesmo
instante.
RESPOSTA: Y(0) = 3

2.Um farol giratório completa uma volta em cada 15 segundos, visto


desde um ponto P a 60m em linha recta do farol.
Determine a velocidade com que um raio de luz do farol está se
movendo ao longo da praia num um ponto, Q, a 150m de P.
RESPOSTA:3480 m/min.

3. Um meliante evade-se de uma penitenciária sobre uma muralha


recta a uma velocidade de 4 m/s. Um holofote localizado a 20 metros
de distância da muralha, e a mesma altura que esta, focaliza o homem
em fuga. A que taxa o holofote girava quando o malfeitor se
encontrava a 15 metros do ponto da muralha que está mais próximo
do holofote?
16
RESPOSTA: rad/s.
125

4. Uma cidade x é atingida por uma certa epidemia do tipo êbola. Os


sectores de saúde calculam que o número de pessoas atingidas pela
pandemia, depois de um certo tempo t, medidos em dias, a partir do
primeiro dia, seja, aproximadamente, dada pela fórmula
t3
f (t) = 64t −
3

(a) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t = 4?


(b) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t = 8?
(c) Quantas pessoas serão atingidas pela epidemia a partir do quinto
dia?

5. Num aviário experimental, constatou-se que uma ave em


desenvolvimento pesa, em gramas, segundo a lei

20 + (t + 4) se 0  t  60
1 2

f (t) =  2
8t + 604
2
se 60  t  90

onde t é medido em dias. Pergunta-se:

212
UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

a) Qual a razão de aumento do peso da ave passados 50 dias?


b) Em quanto o peso de uma ave aumentará no quinto dia?
c) Qual a razão de aumento do peso quando t = 80?

6. Uma peça de carne foi congelada numa na câmara de uma geleira


no instante t = 0. Após o tempo t (medido em horas), notou-se que a
sua temperatura T (em graus Celcius ou oC) diminuía, segundo a lei
1
T (t) = 30 − 5t + , 0  t  5 . Urgiu razoável fazer-se a Pergunta:
t +1
Qual a velocidade de redução de sua temperatura
a) Volvidas duas horas?
b) Depois de uma semana?
c) Depois de um dia?

BIBLIOGRAFIA BÁSICA
• SANTOS, José Carlos. Introdução à Topologia. Departamento de
Matemática - Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Junho de 2010, 171 páginas. Disponível em:
<http://www.fc.up.pt/mp/jcsantos/PDF/Topologia.pdf>.
Acesso em: 12 de Setembro de 2014.
• Andraus, S. e Santos, U. P., Matemática no Ensino do Segundo
Grau, Volumes. 1, 2 e 3, Companhia Ed. Nacional, 1973.
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UnISCED ANÁLISE MATEMÁTICA I

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12. Agudo, F. R. Dias, Análise Real (3 volumes), Lisboa: Escolar
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