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SERVIÇO PÚBLICO ESTADUAL

Processo n°: E-01/060.4217/2016


Data: 04/10/2016 Fls.
Rubrica: ID.5084724-
Governo do Estado do Rio de Janeiro 4
Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão
Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro - Rioprevidência

Parecer/RIOPREV/CCN n.º 247/2016 - APBS

EMENTA: Direito Administrativo. Contratação


direta de instituição especializada em recrutamento
e seleção, para fins de estágio, de estudantes de
níveis médio e superior. Hipótese de dispensa de
licitação cabível. Art. 24, XIII, da Lei federal nº.
8.666/93. Justificativa da contratação direta, em
autos específicos para tanto, nos termos do art. 26,
da Lei federal nº. 8.666/93.

Senhor Diretor Jurídico,

Trata-se de consulta (fls. 42/43) formulada pela Coordenadoria de Compras e Atos


Administrativos (CCA) acerca da viabilidade jurídica de contratação direta, mediante
dispensa da licitação, de empresa especializada no recrutamento e seleção, para fins de
estágio, de estudantes de nível médio e superior de instituições reconhecidas pelo Ministério
da Educação (MEC).

O presente processo envolve a referida consulta em tese, eis que o processo


administrativo próprio para a licitação (E-01/060.3626/2016) segue sua tramitação natural nos
órgãos desta Autarquia. Assim, caberia, nesta oportunidade, apenas analisar se a contratação
direta do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) se trata de uma alternativa viável, ao
menos do aspecto jurídico, de modo que a CCA já tenha em perspectiva todas as
possibilidades de atuação.

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É o brevíssimo relatório. Passo à fundamentação.

Apesar de se tratar de algo aparentemente novo no âmbito do RioPrevidência, a


contratação direta de instituições sem finalidade lucrativa para recrutamento e seleção, para
fins de estágio, de estudantes de níveis médio e superior tem ocorrido com certa frequência no
Estado do Rio de Janeiro, envolvendo, inclusive, o próprio CIEE. Como exemplo disso, tem-
se a cópia do “convênio” firmado pelo Ministério Público Estadual com a referida instituição
(fls. 11/15) para a prestação do mesmo serviço.

A hipótese de contratação direta aqui ventilada encontra respaldo no art. 24, XIII, da
Lei federal nº. 8.666/93, cuja redação é a seguinte:

Art. 24. É dispensável a licitação:


XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou
estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento
institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso,
desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-
profissional e não tenha fins lucrativos;

A partir da leitura do dispositivo, nota-se que a contratação direta, em casos como o


presente, somente ocorrerá se preenchidos os três requisitos previstos na legislação, quais
sejam: (i) instituição brasileira incumbida estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do
desenvolvimento; (ii) inquestionável reputação ético-profissional; e (iii) ausência de fins
lucrativos.

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De modo bastante objetivo, vejo preenchidos todos os três requisitos no presente caso,
conforme se depreende do próprio estatuto do CIEE (fls. 16/41). Trata-se, portanto, de acordo
com o citado estatuto, de entidade brasileira sem fins lucrativos (art. 1º), com reconhecida
reputação ético-profissional (vide a contratação pelo MPE/RJ) e que tem o ensino (lato sensu)
como área de atuação (arts. 3º e 4º).

Nesse mesmo sentido, cito casos semelhantes analisados pelo Tribunal de Contas do
Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ), envolvendo, inclusive, a contratação do próprio CIEE por
outros órgãos estaduais, oportunidade em que a dispensa da licitação foi expressamente
autorizada por aquele Tribunal. O referido entendimento pode ser encontrado, por exemplo,
nos processos administrativos TCE/RJ nº. 115.628-5/2012 (DETRAN) e nº. 101928-9/2015
(CEDAE).

Dessa forma, vejo como possível a contratação direta do CIEE, mediante


dispensa de licitação, com base no art. 24, XIII, da Lei federal nº. 8.666/93, para o
recrutamento e seleção, para fins de estágio, de estudantes de níveis médio e superior.

Por fim, destaco que, para a contratação direta, deve ser observado o que disposto no
art. 26, da Lei federal nº. 8.666/931, que é responsável por trazer a forma pela qual se dará a
justificativa da dispensa. Assim, far-se-á, nos autos do processo administrativo instaurado

1
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2o e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de
inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo
único do art. 8o desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para
ratificação e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.
Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto neste artigo, será
instruído, no que couber, com os seguintes elementos:
I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;
II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
III - justificativa do preço.
IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados.
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especificamente para a contratação da instituição responsável pela prestação do serviço, a


exposição dos motivos que levaram (ou levarão) à dispensa da licitação, com especial
destaque para a justificativa do preço (art. 26, parágrafo único, III) e para a razão de
escolha do fornecedor ou executante (art. 26, parágrafo único, II).

Sendo o que me cabia analisar, submeto a consulta à elevada apreciação de V.Sa.

CCN, 19 de outubro de 2016.

Arthur Pinel B. da Silva


Coordenadoria de Consultoria Jurídica
Matr. 100.414-2

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