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765/2021-7
RELATÓRIO
Adoto, como relatório, instrução cuja proposta foi acolhida pelo escalão dirigente da
Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog):
A. IDENTIFICAÇÃO DO PROCESSO
B. HISTÓRICO
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 014.765/2021-7
À Prefeitura de José de
Ofício 58086/2021-TCU/Seproc, de 7/10/2021 (peças 42 e 44)
Freitas/PI
À Prefeitura de Demerval
Ofício 58088/2021-TCU/Seproc, de 7/10/2021 (peças 41 e 45)
Lobão/PI
À Prefeitura de Palmeirais/PI Ofício 8416/2022-TCU/Seproc, de 2/3/2022 (peças 58 e 60)
Ao Tribunal de Contas do Estado
Ofício 58097/2021-TCU/Seproc, de 7/10/2021 (peças 38 e 43)
do Piauí
Ao Sr. Reginaldo Soares Veloso Ofício 8417/2022-TCU/Seproc, de 2/3/2022 (peças 57 e 59); e
Júnior Ofício 8421/2022-TCU/Seproc, de 2/3/2022 (peças 55 e 61)
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 014.765/2021-7
E. EXAME TÉCNICO
Item 28.1: Reiterar a diligencia à Prefeitura Municipal de José de Freitas/PI para que encaminhe cópia
dos seguintes documentos e/ou esclarecimentos: a) contrato firmado com a empresa Lira e Melo Ltda,
CNPJ 10.972.910/0001-90, e respectivos aditivos, em decorrência do Pregão Presencial 3/2017, que teve
por objeto o gerenciamento de locação de máquinas, acompanhado da relação de todas as contratações
feitas com base neste ajuste; b) documentação relativa à execução do contrato 4/2018-PMJF/PI, firmado
com a Conex Consultoria em gestão empresarial EIRELLE —EPP, CNPJ: 28.008.410/0001-06, para a
prestação de serviços de gerenciamento por sistema informatizado e integrado via web ou cartão
magnético, para locação de maquinas pesadas, abastecimento de veículos, manutenção preventiva e
corretiva de veículos (rede de estabelecimentos credenciados para a prestação dos serviços, relatórios do
sistema com as cotações realizadas para escolha do prestador de serviço, notas de empenho, liquidação e
pagamento, notas fiscais emitidas pela empresa gerenciadora e pelas empresas prestadoras dos serviços,
comprovantes de pagamento, extratos bancários das contas pelas quais foram realizados os pagamentos,
relativos aos exercícios em que os serviços foram contratados, etc.); c) demais informações que julgar
necessárias; e d) designação formal de interlocutor que conheça da matéria para dirimir eventuais
dúvidas, informando nome, função/cargo, e-mail e telefone de contato.
Manifestação da Unidade Jurisdicionada
8. A entidade, mais uma vez, não apresentou qualquer manifestação ou documento.
Análise:
9. A Prefeitura Municipal de José de Freitas/PI não encaminhou qualquer dos
documentos ou informações solicitados, tampouco apresentou justificativas para sua omissão.
10. Ambas as diligências, portanto, restaram infrutíferas na obtenção de documentos que
são essenciais à análise das irregularidades relatadas nesta instrução, cuja ausência impede esta
Corte de Contas de manifestar-se de forma conclusiva sobre os indícios de irregularidade
relatadas nesta representação.
11. Ocorre que em resposta à solicitação de informações desta Corte de Contas, o
TCE/PI comunicou que foi realizada análise do processo de contratação decorrente do PP
1/2018, objeto desta representação, relatando a detecção das seguintes irregularidades,
conforme consta do item 2.5 – Sistema de Gerenciamento de Frota, do Relatório de Gestão de
Contas à peça 47, p. 35-43, in verbis:
11.1. Licitação única para objetos diferentes (peça 47, p. 36):
Além dos serviços típicos de implantação de monitoramento, o Instrumento Convocatório
aglutina no mesmo objeto os serviços de locação de máquinas pesadas no item 5.3 do Termo
de Referência. Contudo, em regra, a Administração não pode juntar na mesma licitação/lote
objetos de natureza distinta, exceto caso tenha justificativa expressa no processo licitatório.
O monitoramento é executado por empresas que atuam exclusivamente com esse segmento
como atividade-fim. Da mesma forma, a solução relativa à locação de máquinas também é
realizada por empresa com know-how específico e exclusivo. Ocorre que a unificação desses
serviços em um único objeto excluirá indevidamente do certame as empresas prestadoras
exclusivamente de um dos serviços, razão pela qual impera que seja determinado o
fracionamento do objeto.
A junção de objetos de natureza distinta restringe o universo de participantes vilipendiando
o princípio da competitividade (...).
11.2. Não parcelamento do objeto da licitação (peça 47, p. 37-39):
o item 5.5 do Termo de Referência abrange na licitação os serviços especializados de
transporte por guinchamento em suspenso para remoções e socorro mecânico. Ocorre que a
Lei nº. 8.666/93, ao regulamentar o art. 37, XXI, da CF/88, institui, nos §§ 1º e 2º do art. 23,
a obrigatoriedade de parcelamento do objeto licitado com finalidade de garantir a
ampliação da competitividade, devendo ocorrer a divisão dos serviços em tantas parcelas
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no Pregão Presencial 1/2018, e no Contrato 4/2018, dele decorrente, tais como a restrição à
competitividade, ausência de rede credenciada, com possível direcionamento dos serviços a
empresas pré-determinadas, foram detectadas pela auditoria realizada pelo TCE/PI, que já vem
realizando a devida apuração das responsabilidades, tendo sido citado o prefeito de José de
Freitas/MA, o Sr. Roger Coqueiro Linhares, para apresentar suas alegações de defesa quanto às
irregularidades detectadas, conforme proposto no Relatório de Gestão de Contas da referida
municipalidade (peça 47, p. 53).
13. Na instrução inicial, à peça 12, fixou-se a competência do TCU, pois foram
identificados alguns pagamentos dos serviços prestados por meio do Contrato 4/2018, decorrente
do PP 1/2018, com recursos do SUS, do Fundeb e do FNAS, conforme notas de empenhos
coletadas no portal da transparência da Prefeitura Municipal de José de Freitas/PI (peça 9).
14. A contratação em questão tinha por objetivo suprir as necessidades de toda a
Prefeitura, portanto presume-se que apenas parcela dos pagamentos dos serviços prestados por
meio do Contrato 4/2018 tenham sido custeados com recursos federais, fazendo ressalva que, em
relação aos recursos do SUS, há competência concorrente do TCU e do TCE na fiscalização da
aplicação dos recursos, em razão do cofinanciamento do SUS com recursos federais, estaduais e
municipais, bem como que, em relação ao Fundeb, a parcela de recursos federais que atrai a
competência do TCU é ainda menor, relacionada apenas à complementação da União.
15. Nas notas de empenho coletadas no portal da transparência da Prefeitura Municipal
de José de Freitas/PI (peça 9), constatou-se o pagamento de apenas R$ 47.178,14 com recursos
do SUS, R$ 14.883,44 com recursos do Fundeb e R$ 5.000,00 com recursos do FNAS. Portanto a
materialidade dos recursos federais envolvidos não é alta. A maior parte dos pagamentos
parece, de fato, ter sido custeada com recursos próprios.
16. Nos termos do art. 106 da Resolução TCU 259/2014 (alterada pela Resolução TCU
323/2020), caso se façam presentes os requisitos de admissibilidade, as unidades técnicas
realizarão exame sumário acerca do risco para o órgão ou entidade jurisdicionada, da
materialidade e da relevância dos fatos noticiados na denúncia ou representação e da
necessidade de atuação direta do Tribunal no caso concreto.
17. No caso ora em análise, não se vislumbra risco à Unidade Jurisdicionada,
materialidade ou relevância dos fatos noticiados, como requer o art. 106 da Resolução TCU
259/2014, na medida em que a irregularidade noticiada, se confirmada, já foi consumada, sem a
possibilidade de reversão.
18. Da mesma forma, como dito acima, não há materialidade na parcela de recursos
federais aplicados na execução do contrato, bem como não há necessidade de atuação direta do
Tribunal, pois entende-se que a atuação corretiva do TCE/PI é suficiente para dar o adequado
tratamento ao fato noticiado, sem esquecer que os recursos federais aplicados também estão
sujeitos à fiscalização das pastas responsáveis pelos repasses dos recursos e do órgão de controle
interno.
19. Neste sentido, considerando que a documentação carreada aos autos não permite a
manifestação conclusiva das irregularidades relatadas no Pregão Presencial 1/2018, e no
Contrato 4/2018; considerando que o TCE/PI já realizou a apuração das referidas
irregularidades em suas ações de fiscalização e já está promovendo a devida responsabilização
dos gestores envolvidos, com a proposição de recomendações para evitar a reincidência dos
fatos; considerando que a presente representação não atende aos requisitos previstos no exame
sumário disposto no art. 106 da Resolução-TCU 259/2014, entende-se que deve ser considerada
prejudicada a continuidade do exame da representação por este Tribunal, diante do baixo risco,
da baixa relevância e da baixa materialidade de seu objeto, autorizando o arquivamento do
presente processo após a representação ser levada ao conhecimento do Departamento Nacional
de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus), do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE) e do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) para a adoção das
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Análise:
39. O Sr. Reginaldo Soares Veloso Júnior não encaminhou qualquer dos documentos ou
informações solicitados, tampouco apresentou justificativas para sua omissão.
40. Tal comportamento denota desídia do gestor com dever constitucional de prestar
contas dos recursos públicos por ele aplicados, a que se encontra obrigado por força do
parágrafo único, do art. 70, da CF/1988, o que pode ensejar a imputação de débito e aplicação
de multa pela omissão no dever de prestar contas em eventual processo de tomada de contas
especial. Todavia, não é cabível a aplicação da multa prevista no art. 58, IV, da Lei 8.443/1992,
já que ele, na condição de ex-gestor, não está obrigado a atender à diligência deste Tribunal.
Item 45.5: Reiterar a solicitação ao Tribunal de Contas do Estado do Piauí que informe, se possível, a
respeito da existência de eventuais ações de controle/fiscalização sobre o Pregão Presencial 1/2018,
realizado no âmbito da Prefeitura Municipal de José de Freitas/PI, encaminhando cópia de documentos e
informações que entenderem pertinentes, mediante o instituto do compartilhamento de provas, sem
prejuízo da manutenção do sigilo por parte desta Corte de Contas.
Manifestação do TCE/PI:
41. A Entidade encaminhou o Relatório de Gestão de Contas da Prefeitura Municipal de
José de Freitas/PI, referente ao exercício de 2019 (peça 47, p. 2-56); cópia do Processo
Administrativo 278/2017-PMJF/PI, relativo ao Pregão Presencial 1/2018-PMJF/PI (peça 47, p.
57-286); e Manifestação da Divisão de Apoio aos Jurisdicionados (DAJUR), com informações
solicitadas pelo TCU (peça 47, p. 287-288).
42. Na folha de informação à peça 47, p. 287, o TCE/PI informa que foi realizada
análise do referido procedimento licitatório, com a detecção de irregularidades, conforme consta
do item 2.5 – Sistema de Gerenciamento de Frota, do Relatório de Gestão de Contas à peça 47,
p. 35-43.
Análise:
43. A documentação encaminhada pelo TCE/PI nos permitiu verificar que a entidade já
analisou o Pregão Presencial 1/2018 e o contrato dele decorrente, na prestação de contas de
2018, do Município de José de Freitas/PI, conforme consta do item 2.5 – Sistema de
Gerenciamento de Frota, do Relatório de Gestão de Contas à peça 47, p. 35-43.
44. As análises e implicações das informações prestadas pelo TCE/PI estão dispostas na
análise da diligência realizada ao município de José de Freitas/PI (ver parágrafos 11 a 18 desta
instrução).
Outras considerações
45. Após o início da instrução processual, a empresa representante encaminhou duas
novas petições que foram acostadas aos autos às peças 48 e 50.
46. Na primeira, datada de 10/12/2021, apresenta as seguintes informações (peça 48):
46.1. Um representante da Link Card compareceu ao Município de Palmeirais/PI, para tentar
obter cópias da execução firmada com a Bamex, mas na oportunidade foi dito que os arquivos
sumiram.
46.2. Os dados bancários, no entanto, poderiam ser consultados, afinal, permanecem nos
registros da instituição bancária, assim como bastaria solicitar à Bamex os relatórios extraídos
do sistema referente a cada mês, com os dados das manutenções feitas, veículos, valores gastos,
data e os estabelecimentos credenciados responsáveis por realizarem as vendas à Prefeitura.
46.3. Em que pese o incontroverso problema envolvendo a execução dos contratos oriundos da
contratação de José de Freitas e a recalcitrância dos órgãos e da Bamex em apresentar
documentos, a empresa tem se utilizado dos atestados de capacidade técnica fornecidos por esses
locais para comprovar qualificação técnica.
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46.4. Segundo a representante há indícios de que estes atestados contêm informações falsas,
citando o comparativo com contratos celebrados por outras municipalidades, de forma a
demonstrar desproporcionalidade nos valores apresentados nestes atestados de capacitação
técnica.
47. Na segunda petição, datada de 28/1/2022, relata o seguinte (peça 50):
47.1. Há evidências de falsidade no atestado de capacidade técnica apresentados pela
Bamex no Pregão Eletrônico 60/2021 (peça 51), realizado pela Prefeitura Municipal de
Timon/MA, destinado a contratação dos serviços de gerenciamento dos abastecimentos
(combustíveis) e manutenções preventivas/corretivas/substituição de peças para veículos, para
atender as demandas futuras da municipalidade.
47.2. Segundo a representante, os atestados apresentados foram emitidos pelas Prefeituras
Municipais de José de Freitas/PI, Demerval Lobão/PI e Palmeirais/PI, no entanto, os serviços
relatados nos atestados não são compatíveis com os contratos de serviços assinados com aquelas
municipalidades.
47.3. Do cotejamento entre os atestados e os contratos assinados, verifica-se que os
atestados possuem sérios indícios de conterem dados inverídicos, afinal, contemplam a
disponibilização de TAG RFID, embora nos seus respectivos contratos não tenham tais
exigências (peça 50, p. 3-6, e peça 51).
47.4. De acordo com a representante esta informação deve ter sido indevidamente inserida
nos atestados para atender às exigências do certame da Prefeitura Municipal de Timon/MA, que
prevê o fornecimento de sistema informatizado e integrado, com a utilização de etiqueta com
tecnologia RFID.
Análise:
48. A representante traz aos autos denúncia de irregularidades ocorridas em processo
licitatório promovido por outra municipalidade, o município de Timon/MA.
49. Segundo a representante, a Conex teria apresentado na licitação atestados de
capacidade técnica adulterados, posto que em desconformidade com os contratos que os
suportam.
50. Entende-se não ser o caso de analisar, no presente processo de representação, esse
novo certame realizado pelo município de Timon/MA, seja porque não foram encaminhados
indícios suficientes concernentes às irregularidades relatadas, como o edital do certame por
exemplo, seja porque não restou clara a competência do TCU.
51. Na verdade, a representante parece ter tido a intenção de trazer novos elementos
acerca das irregularidades já relatadas na inicial, no sentido de caracterizar a ocorrência de
contínuas irregularidades praticadas pela Conex e seu grupo econômico.
CONCLUSÃO
52. De acordo com o quadro apresentado pela representante, uma empresa, a Conex
consultoria (ou Bamex Consultoria) estaria apresentando atestados de capacidade técnica falsos
para se habilitar em processos licitatórios para prestação de serviços de gerenciamento de
frotas, e nos contratos celebrados estaria cometendo uma série de irregularidades, como o não
fornecimento de sistema de gerenciamento de frotas e rede credenciada, com direcionamento dos
serviços de reparo e manutenção veicular para oficinas ligadas ao seu proprietário, sem que
houvesse uma efetiva pesquisa de mercado para a contratação dos serviços de manutenção.
53. A inserção de serviços de locação de máquinas pesadas no mesmo processo
licitatório para contratação de serviços de gerenciamento de frotas restringindo o caráter
competitivo do Pregão Presencial 1/2018; a habilitação indevida da Conex na referida licitação,
posto que não apresentou sua DRE ou qualquer outra demonstração contábil relativa ao
exercício de 2017, mas apenas seu balanço patrimonial de abertura (peça 12, p. 8); a negativa
das entidades contratantes em apresentar a documentação relativas às referidas contratações,
em resposta às diligências desta Corte de Contas, a desconformidade dos atestados de
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capacidade técnica com os contratos que lhe deram fundamento (peça 51); a inexistência de um
sistema informatizado (software) para gerenciamento de frota, constatada pelo TCE/PI na
execução do Contrato 4/2021 (peça 47, p. 41); a negativa da Prefeitura de José de Freitas em
apresentar a lista de credenciadas pela empresa Bamex Consultoria ao TCE/PI (peça 47, p. 42);
e o fato de apenas e tão somente a empresa Aro Sport, vinculada ao proprietário da Conex, ter
realizado os serviços de reposição e manutenção automotiva, contratados no Contrato
Administrativo 64/2018-PMDL/PI, celebrado com a Prefeitura de Demerval Lobão (peças 5 e 6),
são indícios de que as irregularidades relatadas pela representante tenham de fato ocorrido.
54. Embora todos estes elementos indiquem que a Bamex foi indevidamente habilitada
no PP 1/2018, que contou com cláusulas restritivas de competitividade, e na execução do
contrato celebrado, 4/2018, a empresa não prestou os serviços na forma contratada, posto que
não forneceu software de gerenciamento de frota, e a rede credenciada de prestadores de serviço,
com direcionamento de serviços para oficinas ligadas ao grupo, esta Corte de Contas não dispõe
de elementos suficientes para manifestação conclusiva acerca da ocorrência das referidas
irregularidades, e tampouco, para eventual responsabilização dos gestores envolvidos,
especialmente pela negativa das entidades diligenciadas em encaminhar os documentos e
informações solicitados, e por restarem infrutíferas as pesquisas realizadas na rede mundial de
computadores, em especial, na página de transparência da municipalidade.
55. O mesmo ocorre em relação aos contratos firmados pela adesão à Ata de Registro de
Preços decorrente do PP 1/2018, Contrato 64/2018-PMDL/PI, firmado entre a Prefeitura
Municipal de Demerval Lobão/PI com Conex Consultoria, e o Contrato 6/2018, celebrado entre
a Prefeitura Municipal de Palmeirais/PI e a referida empresa.
56. No caso do Contrato 6/2018, a documentação encaminhada pelo atual prefeito de
Palmeirais/PI permite inferir a presença de recursos municipais e federais na sua execução, mas
se trata de documentação incompleta e esparsa, que não possibilita um pronunciamento
conclusivo acerca da regularidade da execução do ajuste (ver parágrafos 30 a 36 desta
instrução).
57. No caso do Contrato 64/2018-PMDL/PI, não se pode inferir nem mesmo a
competência desta Corte de Contas, uma vez que os comprovantes de transferência à peça 5, p.
25, 30 e 34, denotam que os pagamentos foram realizados com recursos do Fundo de
Participação dos Municípios, cuja fiscalização está a cargo Tribunal de Contas do Estado do
Piauí (ver parágrafos 22-25 desta instrução).
58. Diante deste quadro, considerando que não foram obtidos os elementos necessários
para que esta Corte de Contas apresente manifestação conclusiva acerca das irregularidades
nesta representação; considerando que o Tribunal de Contas do Piauí já está realizando a
apuração das referidas irregularidades ocorridas no PP 1/2018, e no Contrato dele decorrente
4/2018, em processo de prestação de contas do Município de José de Freitas/PI, no qual está
promovendo a devida responsabilização dos gestores envolvidos, e adotando medidas para evitar
a repetição das ocorrências detectadas, conforme descrito nos parágrafos 11 a 18 desta
instrução; considerando que o TCE/PI tem competência para fiscalizar todas as contratações em
comento, considerando que as municipalidades envolvidas nas contratações apresentam suas
prestações de contas ao TCE/PI; considerando que a presente representação não atende aos
requisitos previstos no exame sumário disposto no art. 106 da Resolução-TCU 259/2014;
entende-se que a medida mais adequada neste momento processual é considerar prejudicada a
continuidade do exame da representação por este Tribunal, diante do baixo risco, da baixa
relevância e da baixa materialidade de seu objeto, autorizando o arquivamento dos autos após a
representação ser levada ao conhecimento do Denasus, do FNDE e do FNAS para a adoção das
providências de suas alçadas e armazenamento em base de dados acessível ao Tribunal, com
cópia para o respectivo órgão de controle interno, nos termos do art. 106, § 4º, inciso II, da
Resolução-TCU 259/2014, alterada pela Resolução-TCU 323/2020, bem como encaminhamento
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de cópia da presente representação ao TCE/PI, para que adote as medidas que julgar pertinentes
em relação aos relatos de irregularidade na execução dos Contratos 64/2018-PMDL/PI, firmado
entre a Prefeitura Municipal de Demerval Lobão/PI, com a Conex Consultoria, e 6/2018,
celebrado entre a Prefeitura Municipal de Palmeirais/PI e a referida empresa.
59. Por fim, considerando que a não apresentação de documentos imprescindíveis à
apuração de irregularidades tratadas em processo de controle externo, expressamente cobrados
em diligência, sujeita o responsável à aplicação da multa prevista no art. 58, IV, da Lei
8.443/1992, e que a aplicação de multa por não atendimento a diligência do TCU prescinde de
realização de prévia audiência quando constar na comunicação processual encaminhada ao
responsável advertência de que o não cumprimento à diligência pode ensejar a aplicação da
referida penalidade (Acórdãos 2202/2011-TCU-Primeira Câmara, Min. Rel. Ubiratan Aguiar, e
Acórdão 3015/2019-Primeira Câmara), será proposta a aplicação de multa ao Sr. Roger
Coqueiro Linhares, Prefeito Municipal de José de Freitas/PI.
60. O arquivamento do presente processo só deve ocorrer após o efetivo recolhimento da
eventual multa aplicada e sua quitação.
F. IMPACTO DOS ENCAMINHAMENTOS PROPOSTOS
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VOTO
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1. Processo nº TC 014.765/2021-7.
2. Grupo II – Classe de Assunto VI: Representação.
3. Interessados/Responsáveis:
3.1. Interessado: Reginaldo Soares Veloso Junior (004.148.363-40).
4. Órgão: Prefeitura de José de Freitas - PI.
5. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues.
6. Representante do Ministério Público: não atuou.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog).
8. Representação legal: Omar de Alvanez Rocha Leal (12437/OAB-PI).
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de representação;
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira
Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1. conhecer da representação, preenchidos os requisitos de admissibilidade constantes no
artigo 113, § 1º, da Lei 8.666/1993, c/c o artigo 237, inciso VII e parágrafo único, do Regimento
Interno/TCU, e no artigo 103, § 1º, da Resolução - TCU 259/2014;
9.2. considerar prejudicada a continuidade do exame da representação por este Tribunal,
diante do baixo risco, da baixa relevância e da baixa materialidade de seu objeto;
9.3. dar ciência deste acórdão, bem como do relatório e do voto que o acompanham ao
Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus), ao Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) e ao Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), para
adoção das providências internas de sua alçada e armazenamento em base de dados acessível ao
Tribunal, com cópia para a Controladoria Geral da União;
9.4. encaminhar cópia da representação, bem como deste acórdão, do relatório e do voto ao
Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE/PI), para adoção das medidas que julgar pertinentes em
relação aos relatos de irregularidade na execução dos Contratos 64/2018-PMDL/PI e 6/2018, firmados
entre a empresa Conex Consultoria e, respectivamente, as Prefeituras de Demerval Lobão/PI e
Palmeirais/PI;
9.5. dar ciência às Prefeituras de José de Freitas/PI, Demerval Lobão/PI e Palmeiras/PI e
ao representante do acórdão proferido, assim como do relatório e do voto que o fundamentam.
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Fui presente:
(Assinado Eletronicamente)
PAULO SOARES BUGARIN
Subprocurador-Geral
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