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7 poemas das Virgens e 14 da mulher
7 poemas das Virgens e 14 da mulher
Procurar-te cego
Sentir suas mãos
Beijar tua boca
Seu umbigo
Perder a cabeça
No entrelaçar de braços
Abrir-te as pernas
Beijar o sexo
Tomar seu suor
Lamber-me a nuca
De amores loucos
Gemer baixinho
Nos lençóis limpos
Nos sentirmos sujos
E no amor nosso
Arrancar cabelos
Arrancar-me o pênis
Para sempre tê-lo
Humilhar-me homem
E retirar de si
Parte de seu corpo
Sendo a própria pele
A me encobrir…
No amor final
Como a própria morte
Saber que em qualquer parte
Seja sul ou norte
Retornaremos a nos ver.
XXX
Eu homem o desejo
Em meu tórax peludo
Aconchego sua face
A minha mão lhe segura a nuca
Ereto feito uma espada
Que lhe fere o abdômen
O pênis incomoda os pensamentos
Num corpo frágil reprimido
Pelas leis… pelos costumes
A modernidade dos civilizados
E a falta de carinho dos bárbaros…
As coxas largas e duras
O suor inodoro dos poros
E o que mais a excita
A penugem rala das nádegas
No abraço forte do coito…
XXX
Um corpo de mulher
O desejo a devassidão
O tocar tímido determinado
O sexo em cada gesto
O coito o carinho
O calor da paixão
Feito em carne e sangue
Sobre os ossos e unhas
Agarrando-se ao desespero
E sorrir em meio as lágrimas
Chorar com tanta alegria
Seu gosto, a boca, o beijo
E nas coxas suadas nuas
A marca de que eras virgem
XXX
Se eu pudesse
Reescrever minha vida
Dos amores que eu tive
Das vezes que eu não tive
O amor
O amor vizinho da infância
Amor loiro imenso
As mãos pequenas
Imensos os pés
O amor do mesmo tamanho
Pequenino como uma rosa
Esquecida à entrada
O amor ambidestro
Como uma imagem de espelho
Ou nas igrejas, prova maior
Puro e abelardiano
Como a distância
Seria encontrada a rosa
Cresceria em afagos
Seria um pecado
E na proximidade
De uma imagem em carne
E seria amor
Na adolescência o desejo
Uma menina da competição
Ou a musa de short
De olhos verdes e tímida
O desejo de lha ver
Posar nua frente a tela
Ou o desejo musical
Moreno em ritmo de despedida
Um anjo de olhos verdes
A tentação endemoniada
Seria o vencedor
Pintaria com todas as cores
A melodia das horas
No calor ardente
Dos carinhos na escuridão
O amor artístico e mágico
O amor ideológico e o sentimento
O desejo de consumar o ato
Virgem como o desespero
Ou atraiçoado como a solidão
De querer amar e retornar
Ao passado que no abandono
Feita a história que é escrita
E aos poucos é esquecida
Na realidade concreta
Desvirginar-te no prazer
Da fidelidade do desejo
Unido seguir sempre
No futuro ser um referencial
E marcar os tempos
Ou no verão deixar
De possuir teu corpo pintado
Ruivo como o fogo
Ou a ilusão da lua solitária
A mulher como um bicho
Que espera a caça
O pêssego já mordido.
Na carne louca
Ou o amor psicológico
Que não tem idade
Amor marinheiro
Que busca as sereias no nada
Ficar em brasas a beira mar
Retirar sua pele, devorar inteira
A maçã de eva, repartir ao meio
Morena, loira, ruiva ou amarela
Amar como quem descobre
A cada instante na primeira vez…
A cada vez como a primeira
O tudo em um só instante
O triunfo, a realização…