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Meu tesouro

Acordei no mundo
Meu desejo foi ter uma casa
Fiz-me um castelo de ouro
Das portas às maçanetas
Eram em brilhantes, alexandritas…
Resolvi passear pelas ruas
O chofer parou o rolls royce
Transparente feito de cristal
O piso um tapete da dinastia Sassânidas…
Nas ruas crianças lindas
Gente que sorria e cumprimentava a todos
Ganhei inúmeros presentes nas lojas
Não me deixavam comprar
Pensei numa mulher bonita
Um séquito de ninfas virgens
Abraçavam-me e fizeram amor…
Fiz amor sem saber quantas vezes
Parei para ver um museu
E a escultura na porta disse…
“bom dia senhor ilusório!”
Conheci lá dentro a carochinha…
Helena de Troia e a própria eva…
Lindas mulheres e cultas…
Mas de todas a que mais gostei
Foi a mente da Vênus de milu…
De encantadora perversão
Bem… a monotonia de ganhar…
Prefiro sair e gastar… a ganhar…
O inesgotável tesouro da ilusão!
Nó em pingo d’água

O empresário sem concorrentes


Ganhei nas bolsas milhões
Montei firmas de vendas
E o preço do produto
Subiu no mercado futuro
Vendo ações ordinárias
E fico com as extraordinárias
Especialmente dos sócios
Que faço a todo instante
Todas as frentes eu abro
Projetos, inovadores sensatos
O mundo é o melhor lugar!…
Onde as pessoas produzem
Gente forte nas indústrias
No comércio que subscritam
A razão do dia a dia
São fortes a trabalhar comigo
Dirigem diretorias e filiais
Acreditam no sucesso alheio
Com a garra da competição!
Vendo para clientes externos
Aos portos de todo mundo
Acredito no good will
Do crash da insuflação
Especulada com lastro bigode
Para vender na exportação
O produto da maior ilusão
Mundo pequeno

Elas gosta de mim


As meninas são lindas
Todas gordinhas famintas
Para ganhar um beijo meu
Em suas bochechinhas gordinhas
Vivem no meu mundo
É só meu de mais ninguém
As casas são minhas
As praças são minhas
Todas me namoram sorrindo
Não preciso conversar com elas
Já me ouvem conversando
As coisas sérias que faço
No parquinho do play ground
Vejo voar pelo céu imagens
Figuras em todas as nuvens
Que a terra escreveu no céu
Para minha diversão somente
E quando estou com fome
Trazem minha comida pronta
Pois se faminto sou… berro!
Aos ouvidos de quem está perto
E logo me fartar de tudo
Sei que todos me amam
E não estou aqui ao acaso
Para algo fui escolhido
Motivo de um mundo viril
Na doce ilusão infantil
Banda podre

O bom policial que sou


Vigio todo mundo
Recebi umas boladas
São os bicos do galo
Ossos do ofício…
Suborno mesmo, nunca!
Soltar bandido… nem pensar!
Quem é o bandido?
Isso não existe é da profissão
Bom mesmo é averiguar…
Batida em casa de prostituição
Com camisinha… se tem tudo!
Dar batida em motel…
Foder nas filhas de família
É puro amor sem guerra!
Fico na ronda fazendo
Ameaças noturnas… extorsão!
Tirar aplausos, prestígio…
O mundo a cada dia
Vai melhorar e eu vou
Com isso tudo perder…
Meu ganha pão…
E os prazeres da vida!
E a minha família
Sente-se totalmente segura
Nessa ilusão policial…
Antítese da sabedoria

Nada melhor na vida


Do que a bebida pura
Cocaína pura o ópio
O languidão da maconha
O prazer das drogas
O crack na cabeça
Viver doidão, maluco
Não me faz mal
Eu sou um super-homem
Posso voar pelos ares
Estar em todos os lugares
Saltar dos viadutos
Pular dos edifícios
Ser passarinho livre
Não tenho dependências
Sou independente de tudo
Não preciso de ninguém… ou nada!
Prostituir as meninas
E oferecer drogas
E os outros foderem nelas
Para que eu me case
E tenha filhos retardados
Com uma esposa prostituta
Em meu ambiente social
Eu sou o máximo
Tenho muito dinheiro…
A droga vende bem
E meu negócio é negócio!
Adoro as virgens pequenas
Que vão ser sempre virgens
E viver lambendo pirulito
Inclusive minha filha!
Ilusão da realidade drogada.
Bem público

Eu existo! E faço as leis do mundo!…


Sou eu quem representa o povo…
E como representante, dito, executo e julgo!…
A natureza me obedece, faço chuva
Faço milagres aos pobres ou ricos…
Não cometo nada de errado suponho…
Mesmo tendo só uma bolsa ao ladrão
Recrio a física da mecânica neewtoniana
Construindo castelos de areia cimentados
Com muito cuspe! É claro na lábia…
Dinheiro! Eu faço dinheiros precatórios
Eu desfaço dinheiro! Previsões orçamentárias…
Que não se realizam e desaparecem…
O dinheiro entrou no triângulo das bermudas!
É o maior paraíso fiscal da terra!
Sumiu até navio, avião! Foi marciano!
Sou as vezes mais tradicional…
Suíça dielchtenstein… mônaco… ganhei no bicho…
Na loteria federal… doação de campanha
Construí obras nas selvas, nos céus,
No mar e no morro e outras no mato!
Túneis, metrôs, frangos e inflação,
O petróleo, a água, o ouro, a eletricidade
O estado possui inúmeros bens
Que devo privatizar no prazo…
O mais caro, invendível, sem preço
Será o último a ser oferecido
O tesouro nacional da ilusão do povo!
Anonimato

Na Convivência Das Noites!


Casas Noturnas Com Musica
Vejo As Pessoas, Olhando-Se
Na Face Dos Que Conversam
No Espelho Do Copo De Bebida!
Nos Olhos Dos Que As Amam
Só Naquele Estreito Instante
Uns Com Seus Interesse Financeiros
Empresas… Maridos… Mulheres… Propriedades…
Compra… Venda… No Conversar Projetos
Alguns Escondidos Por Força Do Destaque
Alguns Com O Escândalo Da Vergonha
Convivendo Com A Indecência… Encoberta!
Outros Fazem Um Teatro Diário
Para Agradar Seu Próprio Desagrado
Mulheres Hoje Lindas Deslumbrantes!
Hoje Velhas Foscas Pelo Hábito
De Fazerem As Pessoas Sentirem-Se Assim
Alguns Com Muitas Ideias… Ideais!
A Honra De Arma Em Punho Exaltada
A Honra Embaixo Dos Lenços Avessos
A Velocidade Dos Momentos Tortos
A Rapidez Da Locomoção Dos Veículos…
E Nas Horas De Falta Material
Sublimar O Próprio Ser Real
Para Obter Favores, Perspectivas
Uma Conversa Amiga A Satisfação…
Uma Conversa Realiza Qualquer Coisa!
Na Doença Descobrir O Salvador
Que Perdoa Os Pecados Da Ganância!
Esperando Levar Tudo Isso Ao Mundo
Do Além Que Está Por Vir…
Na Ilusão Das Quimeras Do Dia A Dia!
Estrelar domínio

Eu guerreiro do universo
Luto contra tudo e todos
Junto aos pacifistas dominaremos
Extraterrenos e terráqueos
Todos os universistas serão
Colocados sob o jugo meu
Nos confins do universo
Lanço minha mensagem
Através de minha antena parabólica
Aculturarei a todos ao entenderem
As coisas que eu produzo
Tenho as estrelas como faróis
E dentro de mim ilumino
As galáxias e os planetas
Não tenho escolhas… reino!
E posso ficar tão grande
Que os planetas se sentem pequenos
E tão pequenos que as sub-subalternas
Partículas da matéria dividida
Não me encontraria… conversando…
E posso criar o amor do nada
Do nada… amar o poder!
E perceber a semiótica humana
Ao ver o dia a dia em rotinas…
E nas rotinas recriar o dia a dia
Fazer o mundo em cores belas
Vibrar a alma dos minerais
E colher nos desertos espaciais
As miragens da minha ilusão
O louco

Meu mundo terreno


Existe alguém igual a mim
Sou eu muito são
Sou eu juiz de deus
Possuo a sabedoria
A todos os meus descendentes
Com ela viverão em mente
Sou rei na face da terra
E meus filhos todos serão!
Todas as mulheres me veem
E me desejam todo o corpo
E por dentro eu não digo
Pois sempre olho o umbigo
Tenho todo o ouro aos pés
Sou forte como os trovões
Meus desejos se realizam
Com a força dos leões
E quando sou amante
De amores me farto inteiro
Só faço amores com virgens
Pa lhes tirar os pesadelos
Sou eu superpotente e bom
Que me igualei ao criador
E dele fui quem a gênese fez
Para viver na obra sua
Com toda consciência suprema
De aqui estar no mundo da lua…
Confidente

Eu tenho todos os poderes


Nas horas de solidão me apoio
Em seu imenso e aconchegante
Mundo macio e quente
E nesse mundo ele me guia
Na realidade das ruas
Ele me protege… com suas garras!
E abraça minhas costas no perigo
Tem a força de muitos homens
Para lutar contra o mal
A noite me serve sua sopa
Quando não há alimentos…
Guarda dentro dele todo conhecimento
É quem mais me entende
Sabe de tudo com seus pensamentos
De penetrar pelas mentes humanas
Ele… ele… super.. super… faminto
Come muito, quando não há
Nenhum humano por perto
Seu coração pulsa pelas cidades
Nas faces e nas coisas inanimadas
As vezes chora ou sorri de alegria
Quando chega a hora de dormir
Aquece todas as camas…
Com sua imensa ilusão de pelúcia…
Ilusão do amante

A meu ver ininterrupto


Que caminhos seguirei…
Descaminhos da solidão
A companheira ao lado
E o mundo tão perto…
Com a face adornada
O amor não tem fim…
A grande vontade de morrer…
O gosto de terra na boca…
O calor a transpassar o corpo
A fidelidade figidia
Que se esconde em toda casa…
O pagode da vista chinesa…
A serra da traição…
O o fim do hálito adescoberto…
A lapidar seus diamantes…
Essa boca que te beija
Sendo o verme que te come…
Em casa o banana…
Cuidar a bananeira e da pesca
Visão segura do futuro conjugal…
Nós nos amamos muito…
Eu dou-te… tu me dás… nós nos damos!
A paixão desmedida, indimensa…
Não cabe na balança…
Doce choramingar, outro tijolo…
Os girassóis dos campos de neve…
Pequenina papoula do meu sono…
No banquete da sabedoria
Estar no sempre amando
Na terra ilusão de amar
A eternidade da ilusão do amor...

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