Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Etno poesia da escravidão amorosa
Etno poesia da escravidão amorosa
Senhora minha
Sou escravo de suas mãos
De seus beijos, olhares
E te perseguir nos lugares
Onde frequentas, onde vives
Suas roupas e lembranças
Deitado em minha cama
Dormir todos os dias
Sentindo a pele sua
De tão longe acorrentado
Ao sentir do leito quente
Em suores noturno na mente
Em loucuras diurna tórridas
Nós nos atamos à vida
Nossas vidas amarradas
Uma nau que afunda e fraga
No fundo do oceano imenso
E não ter vergonha moral
Não ter certo ou errado
Pois lá no fundo do mar
A âncora jamais usada
Estar preso a ti oh flor!
Como amante, esposa, namorada…
XXX
Oh criaturas! Oh criador!
Porque nos colocastes senhor!…
Famélicos retirados no oceano!…
Em tanto verde e desumano!…
Por essa nau ser dominado
Do lar retirado arrancado
Agradecemos aqui a tudo
Em silêncio escravo e mudo
Essa inseparável nossa senhoria
Senhora na noite e no dia…
E lá de cima o condor
A voar nos céus do amor
Escravo de seu próprio ninho
Com a fêmea pequenino passarinho
E saber que de voo tão alto…
Quebrar do papa o cetro falto
Como quem assina sua lei
Nos tempos inteiros escravo sei
Que enquanto aqui houver vida
O viver há de escravizar nossa partida…
XXX
Eu sou escravo
Em meu amargo doentio
Escravo da doença
Do bironismo tardio
Mulher loira louca
Mulher morena arrependida
Qual das duas dei a vida
Ainda escravo dos seus andares
Escravo dos seus amores
E escravo de seus lares
Etno poema