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1.

0 COMO PLANEJAR E ORGANIZAR O ESTUDO

A ideia de que chega assistir às aulas, para se saber a matéria, não é verdade. É necessário estudar
em casa, copiar os apontamentos das aulas, saber consultar os manuais ou outros livros auxiliares.
Não devemos estudar, apenas para as disciplinas de que mais gostamos, nem devemos estudar, só
nas vésperas das avaliações, mas se não houver alternativa, existem algumas regras que poderão tornar
uma noite de estudo relativamente bem-sucedida.
Deve evitar-se de estudar, muitas horas seguidas antes dos testes, porque, devido à falta de tempo,
e consequentes ansiedade e insegurança, começa a ter-se dificuldades de concentração e de memorização
para organizar toda a informação estudada.
Se fores capaz de estabelecer horários de estudo adequados, e organizar os teus momentos de
estudo, obterás melhores resultados escolares, porque terás tempo para organizar e rever as matérias
estudadas. Desta forma, vais sentir-te mais confiante e seguro dos teus conhecimentos quando tiveres
avaliações.
Antes de organizares os teus momentos de estudo reflita sobre o ambiente de estudo que seria ideal para
ti:
• Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar?
• Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins de semana/ao longo da semana? Estudo melhor
• sozinho/com amigo/em grupo?
•• Estudo melhor sob pressão ou antecipadamente?
•• Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento?
• Preciso de um intervalo de 40 em 40 minutos ou até 1 hora e 20 minutos/sem interrupção?

1.1 MANTER ATENÇÃO

Talvez tu também sejas um daqueles alunos que se queixa de falta de atenção e concentração
durante o estudo e aulas.
É importante teres um local destinado exclusivamente ao estudo, que seja confortável e com boa
iluminação, a cadeira macia para aguentares muitos minutos sem te levantares, e não tanto quanto um
sofá, para não dormires, a iluminação de preferência em arandela florescente branca, e acima do livro.
Ter todo o material necessário no local de estudo antes de começares a estudar é muito importante, para
não te estares constantemente a levantar e a interromper a tua concentração. Assim, deves ter perto de ti
os livros, os cadernos, o dossiê, as canetas, os dicionários, qualquer coisa para ir trincando ou chupando se
fores daqueles que estão sempre a interromper o estudo para ir comer, etc.
Não deves ter perto de ti tudo àquilo que já sabes que te distrai, como o rádio, a televisão, os livros
de gibi, os jogos de computador, entre outros.
Para evitares ser interrompido por outras pessoas podes colocar um aviso na porta para não seres
incomodado.
Na sala de aula deves evitar fazer barulho, falar com colegas ou estar a “sonhar acordado”. Por
outro lado, deves procurar manter o interesse pela matéria participando na aula.
A inclinação do livro é muito importante, mande fazer uma pequena prancheta para suporte do mesmo,
com inclinação de 45°, isso facilitará a leitura e terá maior aderência do conteúdo estudado.
1.2 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

O estudo é uma atividade importante, ao aprendermos a estudar melhoramos o nosso desempenho


na vida escolar, nas avaliações e na vida profissional. A sociedade em que vivemos está cada vez mais
seletiva, isto tem feito com que as exigências em relação ao nível de capacitação sejam ascendentes tanto
em relação às capacidades individuais, tais como falar um idioma estrangeiro, ter noções de informática
ou expressar-se bem em público, como também em relação à titulação.
O estudo é, portanto, que já era uma atividade presente na vida de todos nós, passa a ter sua importância
redobrada, não sendo possível hoje em dia abrir mão das oportunidades de aprendizagens novas.

1.3 MÉTODOS DE ESTUDO

Muitas pessoas se dizem “estudantes”, mas na verdade desconhecem o verdadeiro sentido da


palavra ESTUDAR.

1.3.1 ESTUDAR É TRABALHAR!!!

Não é somente reler um texto na última hora, um dia antes da prova e depois de obter o retorno,
em forma de notas baixas, reclamar para si mesmo: - Puxa! Eu estudei tanto!!!

1.3.2 ESTUDAR É IR À PROCURA DA VERDADE!!!

A meta do estudante deve ser: chegar a aprender, enxergar com seus próprios olhos. Quando uma
pessoa estuda algo, ela chega a ter uma opinião própria sobre determinado assunto não dependendo de
opiniões alheias para tirar suas conclusões.

1.3.3 ESTUDO É TRABALHO DURO, PENOSO E EXAUSTIVO QUE REQUER EMPENHO,


DEDICAÇÃO E PERSEVERANÇA
Mas afinal de contas: como estudar? Existem algumas técnicas que auxiliam o estudante a alcançar
seus objetivos. Se estas técnicas forem seguidas, seguramente o sucesso será alcançado e o próprio aluno
perceberá que pode ultrapassar seus limites…

1.3.4 TÉCNICAS ADEQUADAS:

Tão melhor é a retenção de informações na memória, quanto mais forte forem os elos de ligação
entre as informações e a memória. Eis porque é fundamental você utilizar as técnicas de memorização nos
seus estudos cotidianos, elas servem como pregos, fixando as informações no seu cérebro.

1.3.4.1 ATITUDE FACE ÀS AULAS

O insucesso escolar é fortemente afetado pela forma como o aluno permanece na aula, isto é, a sua
atitude em termos de expectativa e a maneira como reage aos acontecimentos. Devemos ter em atenção os
seguintes aspectos essenciais:

1.3.4.2 ATITUDE POSITIVA

Acreditar que o estudo dos assuntos das diversas disciplinas contribui para o desenvolvimento das
nossas capacidades em geral.
Ter autoconfiança, pois um desempenho médio está ao alcance de qualquer aluno.

1.3.4.3 ESPÍRITO DE TRABALHO

A quebra de atenção devido a sucessivos acontecimentos perturbadores diminui bastante a eficácia


do nosso trabalho.
Evitar brincadeiras, conversas ou a concentração em assuntos diferentes dos que estão a ser estudados.
1.3.4.4 ESPÍRITO CRÍTICO

Não basta olhar para ver, não basta ouvir para escutar.
A compreensão dos assuntos implica uma permanente atitude crítica sobre aquilo que se ouve ou
vê. Esta atitude crítica exerce-se relacionando aquilo que está a ser estudado com aquilo que já
conhecemos e com as opiniões que temos sobre o assunto. Usamos este espírito crítico para descobrir
aquilo que é (ou parece ser) o essencial dos assuntos estudados, as ideias principais, o “sumo da questão”.
Uma boa forma de exercitar o espírito crítico é, de vez em quando, estudar um assunto antes de ele ser
abordado pelo professor na aula.

1.5 TÉCNICAS DE ESTUDO

Prepare um ambiente adequado para estudar, reúna o material necessário, planeje o quanto
estudará nesse dia e que sejam compatíveis com as metas semanais propostas. Focalize toda sua atenção
na sessão de estudo que vai começar. Programe-se para a cada 50 minutos de estudo, fazer um intervalo
de 10 minutos, procurando movimentar-se a fim de fazer circular o sangue no corpo, e principalmente no
cérebro, nos livros de aprendizagem, fala-se que este horário pode variar de 40 minutos a 1 hora e 20
minutos, para crianças aconselha-se menos tempo(40 minutos.) já nos adultos em torno de 50, nunca
passe de 1 hora e 20 minutos, pois cai muito o rendimento, nem se levante antes de completar um
intervalo de estudo.
Para maior retenção, também aconselha-se, que estude a mesma disciplina em dois intervalos
consecutivos de estudo, no terceiro mude para outra disciplina.
Este Intervalo é o tempo adequado para o seu cérebro processar toda a matéria até ali estudada e
com isso ter um maior rendimento, ou seja, poderá estudar mais horas por dia, sem com isso “cansar” a
sua cabeça e prejudicar o seu desempenho.
Antes de cada sessão de estudo procure dar uma vista de olhos no que vai estudar, de forma a
estruturar dentro da sua cabeça, organizada por item e subitens.
Faça resumos da matéria de uma forma “não linear”, ou seja, utilize palavras-chaves, cores,
desenhos. Procure montar um resumo o mais “visual” possível, pois desta forma vai utilizar
equilibradamente os dois hemisférios cerebrais (esquerdo e direito), com isso o cérebro poderá trabalhar
melhor, pois este tipo de alternância auxilia rendimento e compreensão maiores. Utilize também no seu
material de estudo, cores, itens sublinhados e destaques visuais com o mesmo propósito. Esta técnica
funciona particularmente bem para aqueles que têm uma grande visual.
1.6 FATOR EXTERNO

1.6.1 AMBIENTE

O ambiente propício para o estudo deverá ser:


• Sossegado;
• Com boa iluminação, de preferência com lâmpada fluorescente branca, em arandela na parede
• frontal;
•• Sem música.
• Com uma mesa – somente com os materiais básicos para o estudo para que não haja distração com
• outras coisas do tipo: fotos, revistas, etc,
• Uma cadeira confortável (para se manter uma boa postura durante o estudo), Um bom dicionário
não pode faltar.

1.6.2 AMBIENTE ADEQUADO

Só num ambiente adequado, onde nos sentimos bem e nada nos perturba, poderemos ter
concentração suficiente para estudarmos. O ambiente deve ser organizado. Um local onde você se sinta à
vontade, encontrando silêncio, onde você possa deixar seu material de estudo sem que ninguém o
atrapalhe. Se você não dispuser de um ambiente assim onde você mora, por falta de espaço ou excesso de
pessoas, aconselhamos que faça seus estudos em uma biblioteca, onde o ambiente é propício. A
organização do ambiente reflete-se em nossa mente. Não se esqueça disso.

1.7 FATOR INTERNO

1.7.1 MOTIVAÇÃO E AUTODISCIPLINA

“Um homem sem objetivos não sabe para onde vai”


Um fator que determina o bom estudo é a vontade de querer saber mais, sem esta vontade o aluno não
chegará a nenhum lugar. Para que isto aconteça o aluno deve saber onde quer chegar, enfim, ter os seus
objetivos bem definidos!!!
A autodisciplina entra aí como um auxiliar do estudante que deve treinar-se para ter domínio sobre
a fantasia, imaginação, emoções e impulsos.
A constância vence as impressões de falso cansaço que frequentemente nos assaltam.
Almeje a distinção, tirar 10 em tudo, de cabo a rabo e ainda orientar os colegas, escreva um
banner bem grande com seu objetivo, exemplos: eu vou tirar dez em tudo ou eu vou passar no
vestibular, e o pregue em seu local de estudo, todos os dias antes de estudar leia-o. Mesmo não vencendo
alguma batalha, não desista da guerra pois aproximar-se a de seu objetivo.

1.7.2-TÉCNICAS DE CONCENTRAÇÃO:

É Mais fácil memorizar sem ouvir música ou ver televisão, sem pensar na namorada ou nas contas a
pagar. Devemos manter nossa atenção voltada ao estudo, isto aumenta nosso rendimento. Quando
estudamos, devemos esquecer das outras coisas e focar nosso objetivo em aprender aquilo que está à
nossa frente.
Ao contrário do que se pensa, a capacidade de concentração não é uma característica genética de
cada um. Assim como a memória, a concentração é uma habilidade que deve ser exercitada. Os
exercícios de concentração se consistem no desenvolvimento de cada um dos três canais de
comunicação, procurando o equilíbrio entre eles.
Os exercícios abaixo não precisam ser feitos na ordem em que estão estipulados.
Também não é necessário treinar todos diariamente. O importante é: criar o hábito de exercitar-
se sempre.
Cada exercício acompanha um quadro de práticas diárias. A cada prática você deve fazer um X
em um quadrinho. Assim você cria um controle sobre suas práticas. É importante variar os sentidos
usados em cada treino. Se por exemplo você tem feito muitos exercícios de recepção visual e poucos de
recepção auditiva, é sinal de que você deve fazer mais exercícios de recepção auditiva. Um dos princípios
dos exercícios de concentração é tentar igualar sua sensibilidade em todos os seus sentidos.
Durante a execução de cada exercício, você deve anotar em um papel a parte o seu número de
distrações. Vamos supor que você está fazendo um exercício que se consiste em imaginar apenas o seu
relógio. Se por algum momento surgir algum pensamento ou atitude contrários ao que está sendo
exercitado, anote um traço representando uma distração. A cada distração você coloca em seu pedaço de
papel mais um traço. Assim, você pode contabilizar ao final do exercício o seu número de distrações.
Após isso, preencha o gráfico de distrações X práticas.

1.7.2.1 RECEPÇÃO VISUAL:


Escolha um objeto com muitos detalhes visuais. Feche os olhos e fique por 3 minutos
pensando exclusivamente nele. Durante o exercício, pense apenas no objeto visualizado,
anotando as distrações.
Práticas diárias

Controle das distrações:

1.7.2.2 RECEPÇÃO AUDITIVA:

Escolha uma música que tenha uma grande variedade de instrumentos musicais (músicas clássicas
são ótimas para o exercício). Escolha um instrumento qualquer e procure ouvi-lo separadamente. Em
práticas futuras, escolha instrumentos menos visíveis da música.
Práticas diárias
Controle das distrações:

1.7.2.3 RECEPÇÃO TÁCTIL:

Sentado em uma posição confortável, apalpe objetos de maneira imaginária. Mais tarde, com os
olhos ainda fechados imagine o contato de cada parte do seu corpo com cada objeto.
Práticas diárias

Controle das distrações:

1.7.2.4 RECEPÇÃO OLFATIVA:


Coloque sobre a mesa algumas substâncias que exalem cheiro forte (álcool, vinagre, queijo….)
e procure identificar o odor de cada uma delas, anulando os demais. Duração: quatro minutos.
Práticas diárias

Controle das distrações:


1.7.2.4 RECEPÇÃO GUSTATIVA:

Durante alguma refeição, reserve umas três garfadas para treinarmos esse exercício. Procure a
cada garfada se concentrar apenas no gosto do alimento, aproveitando toda a extensão da língua para
sentir o azedo, amargo, doce e ácido.

1.7.3 EXERCÍCIOS DE EMISSÃO:

1.7.3.1 Com a ponta do dedo faça um desenho imaginário e abstrato sobre uma folha de papel em
branco. Procure reter o maior tempo possível a imagem formada. Com o passar do tempo, será possível
exercitar-se com figuras mais complexas.

Práticas diárias

Controle das distrações:


Observe o cubo abaixo. Ele está preso no teto ou está no chão? Alterne o cubo entre as duas posições por
três minutos.

Práticas diárias
Controle das distrações:

Fixe seus olhos no ponto preto da figura abaixo. Concentre-se nesse ponto até que os círculos
concêntricos se tornem invisíveis.

Práticas diárias

Controle das distrações:


Em uma noite estrelada, fixe seu olhar em apenas uma estrela. Concentre-se nela, até que as outras
estrelas se tornem invisíveis.

Controle das distrações:

Siga o ponteiro dos segundos em um relógio mantendo-se concentrado só nele, caso se distraia comece
outra vez até completar dois minutos.
Controle das distrações:
Exercício respiratório:

Toda vez que precisar usar técnicas de concentração ou memorização, comece pelo exercício
respiratório.
Instale-se num lugar onde possa ficar isolado, sem ser perturbado. Dê preferência escureça o local. A
Ausência de luminosidade e de ruídos evita que a atenção seja desviada por objetos, movimentos ou focos
De luz que possam chamar sua atenção.
Exercício
1° inspire livremente e prenda contando até dez e depois expire livremente, faça quatro vezes.
2° inspire contando até dez, depois prenda até dez, depois expire contando até dez, repita, faça quatro
vezes.
3° ° inspire contando até dez, depois prenda até dez, depois expire contando até dez, e depois prenda,
repita faça quatro vezes.

1.8 PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO

1.8.1 TEMPO

É importante que o aluno separe um tempo para estudar.


A escolha deste período é individual, pois cada pessoa tem os seus compromissos pessoais no decorrer da
semana. Mas se faz necessário um empenho por parte do estudante para descobrir seus horários vagos e se
dedicar ao estudo.
1. Acorde bem cedo, nunca passe da meia-noite ao dormir, dê preferência a levantar cedo, do que
ficar até tarde estudando, exija-se ao máximo, levantando às quatro da manhã e dormindo antes da
meia-noite.
2. Divida seu dia inteiro em uma hora, fazendo um horário no papel(escrito), e encaixe aí todos os
seus horários de estudo, curso de inglês, academia etc…. e siga-o regularmente.
3. Sempre depois das aulas faça uma revisão do que o professor ministrou naquele dia. Depois estude
seus horários regulares ou durma se for noite(meia-noite).
4. No seu mapa de estudo de preferência no mesmo dia para as disciplinas que foram estudadas
naquele dia, não deixe acumular.

1.8.2 COMO ORGANIZAR O TEMPO DE ESTUDO.

É Muito comum encontrarmos jovens que não sabem distribuir adequadamente o tempo de que dispõem
para o estudo. A prática mais comum consiste em ir acumulando tudo e estudar às vésperas das provas.
Dependendo do aluno, isto talvez seja suficiente para safar-se da recuperação, mas não o será para
produzir a fixação adequada do conteúdo e este será esquecido pouco tempo após as provas.
A prática correta está em estudar um pouco todos os dias. Mesmo que não seja um estudante do tipo
“fera”, daqueles que cumprem um outro expediente de estudo em casa, valerá muito mais distribuir o
número de horas que estudar às vésperas das provas pelos dias de estudo diário. Em outras palavras,
estudar e sua aprendizagem dar-se-á de maneira mais sólida e com maior consistência.
Para conseguir fazer isso com sucesso, aconselhamos que o educando organize cuidadosamente o seu
mapa de estudo. Ele pode começar colocando uma hora de estudo por semana para cada disciplina.
Assim, se é aluno do turno da manhã e na segunda-feira teve aulas de matemática, física, química,
história e biologia, e, se dispuser de cinco horas à tarde ou à noite para estudar, fica simples, é só colocar
um tempo para cada disciplina de que teve aula pela manhã e está tudo bem.

1.8.3 HORÁRIO DE ESTUDO

A maior parte dos nossos alunos acredita que deve estudar mais do que faz. Muitos chegam a ficar
com o sentimento de culpa quando interrompem o estudo para bater um papo ou ver televisão. Mas o que
desconhecem é que aqueles que tiram notas altas não estudam necessariamente mais tempo do que
aqueles que não as tiram; simplesmente sabem estudar de maneira mais eficiente. O segredo está em
descobrir qual é a forma eficiente de estudar.
Em geral, o aluno acha que o tempo passa muito depressa e, no fim do dia, tem sensação de que
não realizou quase nada. Isto acontece devido a uma falta de planejamento do que fazer. Se não há um
plano, tudo parece importante.
Saber utilizar o tempo eficientemente deve-se mais a uma repetição contínua de uma sequência de
atividades do que a ter uma grande força de vontade, como acredita a maioria das pessoas. Em outras
palavras, basta criar o hábito de realizar as mesmas tarefas nos mesmos locais, à mesma hora e, ao
se criar uma rotina, tudo transcorre de forma natural e facilmente, como o comer, o dormir, e defecar etc.
É preciso estabelecer um horário certo para o estudo.
Eis algumas dicas para uma melhor elaboração do horário de estudo:
1. Colocar no mapa de estudos todas atividades que já são habituais e que obedecem a um horário. Ex.
almoço, jantar, inglês, computação, ginástica, defecar etc.
2. Especificar o horário de aulas do colégio.
3. Reservar pelo menos quatro horas de estudos diários.
4. Procurar estudar as matérias dadas pelo professor o mais cedo possível após a aula.
5. Estudar primeiramente as matérias mais difíceis.
6. Ao estudar uma matéria, esquecer por completo as demais.
7. Não esperar sentir vontade para começar a estudar na hora marcada.
8. Só terminar de estudar quando esgotar o tempo estabelecido, mesmo que aparentemente tenha
aprendido tudo.
9. Seguir o plano de estudo até formar hábito.
10. Não estudarem em sequência as matérias com raciocínios semelhantes.
11. Procurar estudar alternadamente matérias onde haja mais e menos dificuldade.
12. Eleja um dia da semana para descanso, sábado ou domingo, neste dia divirta-se, vá ao shopping, visite
um parente doente, vá a casa de um amigo, reze bastante, assista o DVD ou TV, vá a reunião de uma
ONG, não trabalhe pois até Deus descansou por um dia, nós somos apenas humanos. Curioso é
observarmos que, à medida que o estudante vai sistematizando seu estudo, isto é, fixando metodicamente
cada conteúdo visto em sala e rememorando cada assunto às vésperas das aulas, ele vai aos poucos
diminuindo o tempo de que necessita para estudar cada disciplina. Desse modo, com a regularidade da
prática, o jovem observa dentro de pouco tempo com a matéria em dia e tendo assistido com a devida
atenção às aulas, ele necessitará dedicar algo em torno de uma hora, apenas, para cada disciplina no dia
em que teve contato com a mesma. Um equívoco muito frequente em jovens desavisados consiste em
estudar somente as matérias das quais gostam. Se estudamos apenas as matérias com que temos mais
afinidade, vamos aumentar cada vez mais a distância entre nós e as disciplinas com que não nos afinamos.
Ao organizar seu horário de estudos, o educando não deve esquecer de colocar tempo para leitura de
revistas e jornais; é aconselhável reservar também uma faixa de horário para assistir a um telejornal.
Julgamos desnecessário insistir na importância de seguir à risca a programação de estudo estabelecida
pelo próprio jovem. Caso ele comece a relaxar no cumprimento do mapa de estudos, a tendência será
desrespeitá-lo sempre. É preciso não esquecer de deixar espaço para o lazer(sábado ou domingo), algumas
atividades lúdicas, como passeios e jogos, são importantes para manter o equilíbrio físico e mental,
necessário ao nosso intelecto. O cumprimento desta prática de estudos produz resultados saudáveis e a
curto prazo. Vale a pena vivenciá-la.

1.8.4 PEQUENOS INTERVALOS:

O cansaço e a fadiga são prejudiciais à memorização, por isso, devemos descansar antes de
ficarmos cansados, e você saberá a hora de fazê-los, pois, começará a sentir-se irritado e desatento, aí
então, é benéfico o descanso e, ao contrário do que pensam alguns, não quebrará o ritmo, nem causará
dispersão, e sim, lhe dará nova disposição, fique atento para não confundir com falta de concentração.

1.8.5 ESTUDO CONSTANTE:

1.8.5.1 IMPORTANTE: FAÇA DO ESTUDO UM HÁBITO.

É claro, pois, o maratonista não treina somente antes das competições.


1.8.5.2 ANOTAÇÕES EM SALA DE AULA

As anotações em sala de aula são muito importantes para o estudo, pois elas são pessoais, ou seja,
o aluno escreve com suas palavras o que está entendendo da aula, quando nós anotamos algo estamos
usando não somente as memórias visual e auditiva. Quando escrevemos algo memorizamos mais!!!!!
Prepare um caderno para anotações ou utilize o próprio caderno da matéria a ser estudada, porque quando
fazemos anotações em qualquer folha corremos o risco de perdê-la!!!
Crie o hábito de rever as anotações quando chegar em casa, ao revê-las podemos relembrar coisas
importantes que deixamos de anotar durante a aula.
As anotações também podem ser feitas em forma de “MIND MAPPING”

Obs.: Estas anotações são muito úteis também para serem usadas durante: Palestras, Exposições de
Trabalhos, Vídeos, etc.

1.8.5 TIRAR BONS APONTAMENTOS

É fundamental tirar apontamentos a partir das explicações do professor. Provérbio chinês: a tinta
mais pálida é melhor que a memória mais fiel.
O interesse dos apontamentos reside na possibilidade de revermos e reconstruirmos mais tarde o
estudo que foi feito na aula.
Porém, tirar bons apontamentos não significa registrar sistematicamente tudo o que é dito ou
mostrado pelo professor.
Pelo contrário, um primeiro passo para o sucesso é registrar apenas aquilo que o nosso espírito
crítico classifica como essencial para ser revisto mais tarde, mas se possível anote tudo.
Os apontamentos não devem resumir-se a texto. Por vezes um esquema imaginado no momento
por nós é mais expressivo que trinta palavras.

1.8.6 ESTUDANDO EM CASA

Com o hábito saudável de estudar com uma certa constância você nunca estará com muitas
matérias “difíceis” para “tentar decifrar”!
Tudo será uma grande REVISÃO deixando o estudante mais despreocupado, pois ele tem o domínio da
matéria!!!

1° Passo
Ler o conteúdo a ser estudado despreocupadamente.

2° Passo
Ler o conteúdo sublinhando o que você está achando mais importante no texto.
3° Passo
Fazer um questionário sobre o que foi lido. (lembre-se que este material é seu por isso tente abordar todos
os aspectos do texto!!!! Não seja um traidor de si mesmo!!)

4° Passo
Fazer um “Mapa Mental” do material (observando cores diferentes para as ramificações)

5° Passo
Se houver exercícios para serem feitos a hora é agora. Depois de ter seguido todos estes passos você não
encontrará dificuldades em resolvê-los.
Uma técnica muito eficiente é chamada de 4 (Quatro) erres:

1-Ler (do inglês read).


2-Reler
3-Resumir.
4-Relembrar.

1.8.7 DICA DE APROFUNDAMENTO

Muitos alunos ficam apenas com o que o professor aborda em sala de aula e por este motivo,
muitas vezes, não chegam a compreender o conteúdo.
Uma dica legal para que o estudante finalmente se liberte e possa discutir e analisar os fatos com
mais profundidade é a PESQUISA.
Muitas vezes atitudes simples nos ajudam a ter mais conhecimento sobre fatos e, por este motivo,
ser vista como uma pessoa “interessada”. Levar para a sala de aula um recorte de jornal, ou de uma revista
sobre o tema estudado é um modo simples de aprofundamento. Quando a matéria requer exercícios,
como, por exemplo, matemática, o estudante deve procurar em livros de outros autores exercícios
diferentes, e a partir destes, o próprio aluno poderá criar os seus. Caso tenha acesso à internet pesquise
sobre o assunto você vai se surpreender, com a riqueza histórica e de conteúdo dos assuntos.

1.8.8 CONDIÇÕES FÍSICAS

As condições físicas do aluno e as do seu ambiente de estudo devem ser favoráveis, possibilitando
o trabalho atento e tranquilo. Criar melhores condições de estudo é melhorar o rendimento. Para tanto,
observe o seguinte:
-Conservar as boas condições de saúde.
-Cuidar dos problemas físicos existentes e que dificultam o estudo: visão e audição deficiente, adenoides,
Respiração nasal obstruída, problemas dentários.
-Cuidar da higiene pessoal para manter a saúde.
-Procurar melhorar as condições do local de estudo, bem ventilado e boa insolação pela manhã.
-Antes de iniciar o estudo, providenciar todo o material de que vai necessitar.
-Adquirir o hábito de estudar no mesmo local de sempre.
-A prática de esporte é essencial para uma vida saudável, além de que é uma janela para que você se
destaque na sociedade, e consiga uma independência mais cedo.
1.8.8.1 ALIMENTAÇÃO

Durante as sessões de estudo, procure comer frutas e beber bastante água, evite alimentos ricos em
hidratos (carbono, tais como: bolachas, pão, bolos, etc, pois estes induzem à produção de hormonas
facilitadoras do sono). Lembre-se que o cérebro é o órgão do corpo humano que mais utiliza sangue e que
mais consome energia. Alimente-se adequadamente.
Se for almoçar ou jantar massas e carnes, opte por comer carne no almoço e massas à noite, pois a
carne (proteína) induz a produção de hormonas inibidoras do sono, e a massa (hidratos de carbono)
hormonas facilitadoras do sono.
Mas antes de fazer algum exercício físico é aconselhável que se coma algumas bolachas(massa).

1.8.8.2 SONO

Procure dormir adequadamente, ou seja, cerca de quatro a oito horas diárias, não invada a
madrugada a estudar, pois, desta forma está a prejudicar várias funções importantes, tanto cerebrais
quanto de recuperação celular.
O sono não é perda de tempo, ele é muito importante no desempenho global; pois a “sua máquina”
precisa render ao máximo, e o que se consegue cuidando bem dela. Conheça-se bem, a si e aos seus
ritmos e limites, procure respeitá-los.

1.8.8.3 BOA SAÚDE:

“'Mens Sana in Corpore Sano”; se estamos doentes ou enfraquecidos, com problemas de saúde,
não estaremos predispostos ao estudo. Portanto, mais do que nunca, devemos manter uma alimentação
balanceada, respeitando o horário certo de dormir. Faça seus horários de tal modo a não sacrificar suas
noites de sono. Insisto que isto é muito importante para manter sua saúde em bom estado.

1.8.8.4 LAZER

Procure reservar um tempo para fazer atividades desestressantes, que goste e que lhe reponham o
equilíbrio diário. O ideal seriam atividades físicas, como andar a pé, ginástica, ou seja, atividades
aeróbicas em geral, forma consegue “aliviar” a sua cabeça ao mesmo tempo em que fará circular mais
sangue no seu cérebro.
2.0 COMPREENDER E RETER O QUE LEMOS

Existem três formas de leitura:

2.1 LEITURA NA DIAGONAL

É Um tipo de leitura rápida, em que o objetivo é procurar uma informação específica ou identificar as
ideias principais de um texto, que te vai permitir organizar melhor o teu estudo.
A leitura “em diagonal” é uma observação “por alto” do material escrito, com o objetivo de formarmos
rapidamente uma ideia global do seu conteúdo. Esta observação dá atenção aos índices, títulos, subtítulos,
e partes do texto que se encontrem em destaque. Devem ser lidos alguns parágrafos e frases ao acaso, no
início, no meio e no fim do texto. Um texto com 10 páginas pode ser lido desta forma em apenas 3 a 6
minutos.
Embora este tipo de leitura seja normalmente usado quando não temos muito tempo disponível, também
devemos usar esta técnica como primeira leitura de um texto que pretendemos estudar em profundidade.

2.2 LEITURA CRÍTICA

É Um tipo de leitura mais pormenorizado, em que se procura distinguir e relacionar ideias e conceitos.
Estudar não é apenas ler. Enquanto que a leitura completa se faz sem paragens, a leitura em estudo é
interrompida constantemente para que possamos analisar certos pormenores, ou seja, para pensar,
comparar, relacionar, criticar, avaliar, memorizar e efetuar registros relativamente àquilo que estamos a
ler.

2.3 LEITURA ESTÉTICA OU DE PRAZER

Trata-se da leitura completa do texto, de forma corrida e sem grandes interrupções. É o tipo de
leitura
Usada para ler uma notícia de jornal ou uma obra literária. Mas também vários textos de estudo
requerem este tipo de leitura. Os principais fatores a ter em conta para a eficácia da leitura completa são
os seguintes:
Faz-se por entretenimento ou simplesmente para apreciar o estilo e talento de um autor.

As estratégias mais importantes que nos ajudam a compreender e a reter o que estudamos passam
por:
1. Uma leitura eficaz;
2. Saber identificar as ideias principais, organizá-las e relacioná-las com as anteriores;
3. Colocar notas na margem do texto;
4. Clarificar;
5. Sublinhar;
6. Parafrasear;
7. Resumir.

2.3.1 LEITURA QUE PERMITE UMA APRENDIZAGEM EFICAZ

Faz uma leitura na diagonal, isto é, dá uma vista de olhos pela matéria para teres uma ideia geral
da informação que contém. Em seguida lê atentamente os conteúdos referentes à informação que
te interessa, sublinhando e tomando notas nas margens do livro ou numa folha de caderno.
Escreve as definições dos conceitos que consideras essenciais para compreenderes a matéria.
Escreve perguntas e respostas que julgues importante, para te facilitar a aquisição dos
conhecimentos.
Anota todas as dúvidas que tiveres e tenta esclarecê-las junto dos professores, pais, colegas ou
consultando bibliografia específica que possa ajudar-te a clarificar essas questões.
Não passes de uma parte para a outra de um texto sem que a primeira esteja bem compreendida.
Não te esqueças que existe normalmente um fio condutor num texto.

2.3.2 IDENTIFICAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DAS IDEIAS PRINCIPAIS

É importante identificar as ideias principais de um texto, quer seja de Português, de História ou


Geografia, pois pode ser uma vantagem para o estudo das matérias escolares.
Os textos que tens de estudar não são todos como os de Português, onde é necessário identificar as
situações, as personagens e as ações. Nos textos expositivos é importante que sejas capaz de relacionar e
organizar as ideias e os conceitos expressos nos textos das diferentes disciplinas. Estes textos podem fazer
apelo a diferentes pontos de vista, sendo importante não só compreenderes as razões inerentes a cada um
deles, como formulares o teu próprio ponto de vista.

2.3.3 ESCREVER NOTAS NA MARGEM DOS TEXTOS

Para evidenciar a estrutura de um texto, poderás tomar notas na sua margem. Podes escrever
conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, etc.
A colocação de notas nas margens pode-te ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais
fácil identificares as partes que estás a estudar.
Podes ainda colocar setas, ou outros sinais gráficos, para relacionar ideias que se encontram
dispersas nos textos.
Podes também utilizar a margem para colocares comentários teus relacionados com o que estás a
ler.
Na margem ou sobre as frases ou palavras que não compreendeste podes colocar um ponto de
interrogação, para não te esqueceres de esclareceres a tua dúvida e para uma mais fácil identificação da
mesma.

2.3.4 O CLARIFICAR

Não deves tentar decorar as palavras exatas de um texto, quando não as compreendes. Deves
sempre tentar compreender o que estás a ler, clarificando as palavras ou os conceitos que não conheces.
Depois de identificares as palavras que não compreendes, deves tentar inferir o seu significado
através do contexto ou usar outros elementos do texto, como gráficos, figuras, mapas ou imagens que o
acompanhem. Se mesmo assim não conseguires, recorre a outras ajudas, nomeadamente consultando um
dicionário ou perguntando a outra pessoa.
O clarificar vai ajudar-te a reter e a compreender melhor as matérias que estudares.

2.3.5 O SUBLINHAR

A maior parte das pessoas conhece a estratégia de sublinhar os aspectos importantes com cores,
mas poucas sabem como e quando a devem utilizar. São várias as vantagens do sublinhar:
• Ajuda-te a estar mais atento, facilitando a elaboração de resumos e esquemas. Permite fazer
revisões em menos tempo.
•• Ajuda-te a desenvolver a capacidade de análise, facilitando o processo de aprendizagem.
• Serve para te chamar a atenção e reforçar os aspectos principais dos textos, salientando
visualmente os aspectos importantes do texto do acessório, facilitando a sua compreensão.

2.3.6 O PARAFRASEAR

O parafrasear consiste em repetires por palavras tuas o texto que acabaste de ler, tendo como
principais vantagens:
•• Ajuda-te a reter melhor a informação lida;
• Ajuda-te a compreender melhor os textos; Facilita-te na elaboração dos resumos;
• Promove a focalização da atenção e concentração no conteúdo programático a estudar.
2.3.7 O RESUMIR

• O resumo consiste em escrever por palavras tuas, de uma forma sintética e com sentido, as partes
essenciais de uma determinada matéria.
• São várias as vantagens de fazeres eficazmente um resumo:
• Facilita a aprendizagem;
•• Melhora as tuas capacidades de expressão oral e escrita; Ajuda na organização da matéria;
• Permite uma melhor memorização e assimilação da matéria; É uma forma de selecionares informação
importante;
•• Aumenta a tua capacidade de concentração.
• Facilita a reorganização dos teus conhecimentos; Permite revisão mais fácil da matéria;
• Ajuda à integração e à prática do conjunto das restantes técnicas de estudo.
3.0 Técnicas de leitura

A leitura dinâmica: procurar a palavra-chave na página inteira, saltar os olhos.


Apesar da crescente diversificação dos suportes informativos, a maior parte do estudo continua a
fazer-se recorrendo à informação escrita em livros. Esta secção trata de técnicas que permitem aumentar a
eficácia da leitura.
Nem todos os textos são lidos da mesma maneira. Uma novela ou um manual escolar são textos
diferentes que requerem diferentes abordagens de leitura.
Podemos distinguir três tipos básicos de leitura.

3.1 Leitura diagonal


3.2. Leitura normal
3.3. Leitura em estudo
.
Os três tipos de leitura implicam técnicas distintas. Mas, em termos globais, podemos considerar
os seguintes aspectos praticamente comuns a todos eles:

3.4 CONCENTRAÇÃO

A leitura necessita de ser feita em ambiente calmo e sem elementos perturbadores da nossa
concentração (rádio, televisão, conversas, entrada e saída de pessoas).
A leitura em estudo deve ser feita numa mesa, de forma a podermos usar facilmente diversos
materiais (outros textos, cadernos, papel de rascunho, canetas, lápis, borracha, etc.).

3.5 ESPÍRITO CRÍTICO

Não basta soletrar para ler. A compreensão dos assuntos implica uma permanente atitude crítica
sobre aquilo que se lê.
Esta atitude crítica exerce-se relacionando aquilo que está a ser lido com aquilo que já
conhecemos e com as opiniões que temos sobre o assunto.
3.6 VELOCIDADE DE LEITURA

A velocidade de leitura deve ser adaptada à natureza dos textos. Será mais lenta quanto mais
complexos eles forem.
A leitura deve ser feita com a cabeça imóvel (apenas os olhos se deslocam), sem acompanhar as
palavras com o dedo ou um lápis.
A leitura deve ser puramente «visual», isto é, não devemos pronunciar as palavras, nem sequer
mentalmente (procure evitar a subvocalização).

A leitura não deve ser feita palavra a palavra, mas sim por grupos de palavras abarcadas de uma só
vez em cada movimento dos olhos.
Ao contrário daquilo que muitas pessoas pensam, que a leitura não deve ser feita de forma pausada
e com lentidão, mas sim de forma decidida ou mesmo rápida. O leitor rápido, além de poupar tempo,
compreende melhor o sentido daquilo que lê. No caso de a velocidade ter sido excessiva para a
compreensão de alguma frase, deve reler essa passagem mais lentamente.
Por vezes, também temos de voltar atrás para reler uma ou mais frases, pois o contexto
inicialmente percebido (encadeamento de ideias) pode necessitar de ser revisto.

TESTE
Qual a sua velocidade de leitura?

Experimente ler (em silêncio, sem soletrar as palavras) o seguinte texto, contando o tempo que
leva para o fazer (em segundos):

Quantos planetas há no Sistema Solar? Qualquer pessoa responde com facilidade: nove. Todavia,
para chegar a esta simples conclusão, o mundo da astronomia teve de percorrer um longo caminho de
descobertas, pistas falsas e erros.
A família planetária conhecida começava com Mercúrio e acabava com Saturno, até que, em 1781,
William Herschel descobriu, de forma acidental, um novo membro da família, Urano, através do
telescópio instalado no seu jardim, em Bath (Inglaterra). A descoberta valeu-lhe fama imediata e uma
pensão vitalícia do rei.
Espicaçados pelo êxito de Herschel, outros astrônomos dedicaram-se de imediato a estabelecer as
bases de uma nova disciplina, a caça aos planetas, mas foi preciso mais de meio século para localizarem a
primeira presa. Neptuno foi registrado em 1846, embora a sua existência já antes tivesse sido demonstrada
no papel: os astrônomos tinham reparado em ligeiras irregularidades na órbita de Urano, apenas
explicáveis pela atração gravitacional provocada por outro corpo de grandes dimensões.
Generalizou-se assim entre os cientistas, a esperançosa ideia de que os mundos invisíveis podiam ser
descobertos observando meticulosamente os subtis movimentos orbitais dos planetas conhecidos.

Agora compare o tempo gasto na leitura com a seguinte tabela:


30 segundos leitor rápido
45 segundos leitor médio
60 segundos leitor lento
90 segundos leitor muito lento

3.7 AÇÕES COMPLEMENTARES À LEITURA


3.7.1 SUBLINHADOS

Os sublinhados ajudam-nos a reler rapidamente o essencial de um texto sem efetuar uma leitura
completa. Devem, por isso, ser usados com critério, apenas nas palavras ou frases fundamentais. Se várias
frases ou mesmo parágrafos merecem ser sublinhados integralmente, o sublinhado pode ser substituído
por traços verticais nas margens, ao lado do texto que se pretende destacar. Esta alternativa permite usar
vários tipos de traços que podemos convencionar, como, por exemplo, traços duplos para parágrafos
muito importantes, linhas onduladas para exemplos, etc.

3.7.2 APONTAMENTOS

Os apontamentos em caderno próprio permitem rever o assunto algum tempo depois, sem haver
necessidade de voltar a ler o texto completo. Os apontamentos não devem ser meras transcrições de partes
do texto, mas sim resumos produzidos por nós. Poderão ser constituídos por frases ou por esquemas
gráficos que sintetizem relações (setas, desenhos, símbolos diversos). O resumo:

•• Abrevia o texto inicial


• Conserva as ideias principais do texto inicial
• Utiliza palavras ou símbolos originais de quem resume misturada com palavras-chave do
texto inicial.
Qualquer resumo é apenas um de entre vários que é possível fazer. Elaborar resumos treina a
capacidade de síntese e desenvolve uma maior facilidade de expressão. Mas o principal interesse dos
apontamentos reside noutro fato: é que o esforço gasto na sua execução ajuda a compreender as ideias
contidas no texto estudado e contribui de forma decisiva para a sua memorização. Conclui-se esta secção
com um exemplo de elaboração de um apontamento resumido a partir da leitura.

1. Sendo o exemplo feito a partir de um texto curto, não será feita a leitura “em diagonal”. Assim, leia o
seguinte texto de forma corrida (leitura completa):
Se convidarem as pessoas para dizerem o que lhes vier à cabeça sobre a paciência, obterão respostas do
tipo: «Uma mulher resignada, um boi, uma pessoa de idade que deixa passar o tempo». Por outro lado,
a impaciência: «Um jovem ativo, um chefe que dá ordens de forma arrogante, uma mulher bela e
caprichosa». Há, portanto muita gente que considera a paciência e a impaciência duas qualidades
inatas, como a cor dos olhos ou o comprimento do nariz. Alguns vangloriam-se até da impaciência do
marido ou da mulher. «Não consegue estar quieta um momento, não suporta demoras», dizem, como se
fosse uma demonstração de vivacidade intelectual ou força de caráter.
Estou, no entanto, convencido que a paciência é uma virtude fundamental. E, para começar, não é
realmente inata. A paciência aprende-se, constrói-se com o exercício pertinaz da vontade. A criança
é impaciente. Quando tem fome, chora, se a mãe não está, fica desesperada. O adolescente é
impaciente, para ele é um castigo estar fechado umas horas na escola. Mas também a criança,
também o jovem, se quiserem conseguir alguma coisa num desporto, do futebol à pesca, têm de
começar por disciplinar os seus impulsos. Têm de aprender a estar quietos, atentos, e depois
explodir quando for o momento, nem antes, nem depois. Têm de repetir pacientemente centenas de
vezes o mesmo gesto para o aperfeiçoarem.
Francesco Alberoni, O optimismo

2. Para um leitor experimentado, esta primeira leitura deixa uma ideia global do conteúdo do texto.
Porém, diversos leitores não terão atingido uma compreensão mínima satisfatória, até porque talvez
existam algumas palavras de significado obscuro.

3. O estudo será feito com o auxílio de um dicionário para compreender o significado de palavras difíceis.
Vamos supor que havia as seguintes dúvidas:

Resignação – paciência com que se sofrem os males, cedência voluntária, conformismo inato – que
nasce com o individuo e não resulta da aprendizagem ou da experiência vangloriar-se – orgulhar-se,
manifestar vaidade.

Pertinaz – tenaz, teimoso, que demonstra firmeza

4. Efetue uma leitura de estudo, introduzindo os significados das palavras obscuras e tentando identificar
as ideias fundamentais expressas no texto. Registrar essas ideias fundamentais num esquema. (Mesmo
que tenha compreendido o texto, sugerimos que releia o texto neste momento. Verifique que a segunda
leitura aviva o sentido do texto)

5. Um esquema das ideias fundamentais resultantes da leitura em estudo poderá ser o seguinte:

Opinião corrente:
Paciência = inatividade, fraqueza
Impaciência = atividade, vivacidade, força
Qualidades inatas
Realidade:
Paciência = virtude
qualidade não inata (crianças são impacientes)
Sucesso > > > atenção e repetição pacientes

6. O esquema anterior pode ser transformado num apontamento resumido. Eis dois exemplos possíveis:
É opinião corrente que a paciência é um sinal de fraqueza e de inatividade, enquanto a impaciência
revela uma atividade intensa e uma personalidade forte, sendo atributos que nascem com a pessoa e
definem o seu carácter. Na realidade, todas as crianças são impacientes e ser paciente é uma virtude, um
sinal de maturidade. Para atingir o sucesso em qualquer atividade é necessário um carácter forte, tendo
paciência para estar com atenção e para repetir centenas de vezes o mesmo gesto até ele estar perfeito.
A opinião corrente associa a paciência a uma fraqueza inata das pessoas inativas. Mas todas as
crianças são impacientes, verificando-se que qualquer atividade, para ser feita com perfeição, exige uma
aprendizagem paciente, só possível a quem tem força de vontade. Então, a paciência é uma virtude
fundamental.

3.7.3 ELABORAÇÃO DAS RESPOSTAS

Aqui é importante que o aluno se empenhe nas aulas de português, no curso de redação, para a
disciplina de física é pertinente que se comece a resolução do problema com a retirada dos dados
fornecidos e o que se pede na questão.
Parte do insucesso do aluno começa na forma pouco cuidada com que elabora as suas respostas nos testes
escritos. Eis algumas ideias básicas para melhorar a qualidade das respostas:
• Alguns alunos elaboram a resposta partindo do princípio que ela vai ser lida por uma
pessoa que conhece o assunto (o professor). No entanto, a qualidade da resposta tende a
aumentar se o aluno elaborar a resposta fingindo que ela se destina a ensinar alguém que
desconhece o assunto. Experimente redigir as respostas como se o destinatário fosse um
• aluno mais novo.
• As frases curtas são mais fáceis de escrever (e de ler) do que as longas. Porém, os alunos
que revelam maiores dificuldades de expressão insistem em construir frases longas. Se tem
• dificuldades em se exprimir, use e abuse do ponto final.
• Na maior parte das questões dos testes é esperada uma resposta curta, clara e objectiva.
Assim, elabore uma primeira resposta em rascunho e depois tente dizer o mesmo de forma
• mais direta e com menos palavras.
• As ideias devem ser expressas em progressão lógica. Uma forma fácil de o fazer é usar
expressões de é associação ou contraste, regra geral no início das frases, como: além de,
embora, contudo, porém, no entanto, por outro lado, assim, etc. Os tópicos anteriores são
• exemplos desta técnica.
• A qualidade da escrita melhora com a leitura de bons textos publicados em livros, revistas
e jornais. Para praticar a escrita, experimente copiar textos interessantes (parágrafos,
pensamentos, poemas...) ou elaborar um diário pessoal onde se registrem ideias,
experiências e sentimentos.

Apresentam-se seguidamente alguns exemplos extraídos de respostas reais.


Exemplo 1 (Tecnologias de Administração – 10° Ano)

Texto original
Há um grupo de pessoas que gostam mais das características de um programa televisivo e outro grupo
que gosta de ver outros com características diferentes da anterior.

Texto alternativo
Há pessoas que preferem um tipo de programas televisivos. Outras preferem programas com
características diferentes
Comparação:
Texto original – 1 frase, 27 palavras, confusão de sentido com a colocação próxima das palavras “outro”
e “outros”, discordância singular plural.

Texto alternativo – 2 frases, 15 palavras.

Exemplo 2 (Tecnologias de Administração – 10° Ano)

Texto original
Uma empresa é um conjunto de pessoas isto é, sócios que se juntam de modo a formar uma empresa, com
a finalidade de prestar bens ou serviços à comunidade, de modo a que uma empresa possa ser viável. A
empresa pode ser com ou sem fins lucrativos neste último caso trata-se das cooperativas que são
empresas criadas para prestar serviços à comunidade e que não têm fins lucrativos.

Texto alternativo
Uma empresa é um conjunto de pessoas que se juntam com a finalidade de produzir bens ou serviços
para a comunidade. A empresa pode ter ou não fins lucrativos. Exemplo deste último caso são as
cooperativas.

Texto original – 2 frases, 68 palavras, deficiente pontuação, repetição de expressões como “empresa” (5
vezes), “prestar serviços à comunidade” (2) e “fins lucrativos” (2).

Texto alternativo – 3 frases, 36 palavras.


4.0 TÉCNICAS DE MEMORIZAÇÃO PARA ESTUDANTES

Todas nossas ações e pensamentos nada mais são que fruto da memória, são apenas lembranças.
Aprendemos a andar e depois o fazemos porque memorizamos seu mecanismo. A nossa comunicação
depende da memória, pois, repetimos sons que fazem sentidos e têm algum significado para nós.
Normalmente, utilizamos muito pouco da nossa capacidade de memorização. Mas podemos, através de
métodos simples e eficazes, aumentar grandemente nosso poder de memorização, e como isso é
importante na vida do estudante. Quantas vezes você, caro leitor, foi mal numa prova ou até reprovou em
alguma disciplina, apenas porque se esqueceu de uma fórmula matemática, ou de algum dado geográfico,
ou, ainda, datas e acontecimentos históricos.
De agora em diante, você vai enterrar de vez o infortúnio do esquecimento, aquilo que for
importante será lembrado, através das técnicas que veremos a seguir. O estudo regular e o uso constante
das técnicas aqui apresentadas trarão a você segurança e sucesso nas provas.
Se estamos nos preparando para um vestibular ou mesmo um concurso público e queremos alcançar a
felicidade da aprovação, devemos, então, organizar nossa vida para isso. Um maratonista não cruzará a
linha de chegada, percorrendo 42.195m, se não tiver treinado o suficiente. E quão exaustivo for seu
treinamento, quão dedicado e organizado, tanto melhor ser sua classificação ao final da prova. Devemos
ter em mente o seguinte: em nosso dia, deverá haver hora para assistirmos às aulas, hora para nos
alimentarmos adequadamente, hora para nosso estudo em casa e a hora do importantíssimo descanso pelo
sono. Não podemos deixar de lado o lazer e a prática esportiva, devidamente encaixados na semana, de tal
modo que não atrapalhem o estudo. Lembre-se: "Mens Sana in Corpore Sano”.'
Devemos salientar que as técnicas aqui apresentadas não têm a pretensão de afastar o estudante
dos estudos, mas sim, a de que ele tenha eficiência muito maior nos seus rotineiros estudos, firmando e
ratificando de forma inequívoca a matéria estudada, de tal forma que mesmo o que foi estudado em março
ou abril, seja lembrado facilmente ao final do ano. As técnicas de memorização basicamente são:
repetição, associação, empilhamento, alfabeto fonético e palavras-chave. De tudo isso, o que normalmente
usamos é a técnica da repetição, quando ficamos lendo e relendo textos, por horas e horas, para podermos
memorizar algo. Poderíamos conseguir enorme vantagem se utilizássemos também as outras técnicas,
com a segurança de que tais estudos não seriam mais esquecidos.

4.1 MÉTODO DA REPETIÇÃO

Muito conhecido, é geralmente o método utilizado pelo estudante. Consiste em você ler e reler
várias vezes um texto para poder lembrar-se dele depois. É um método importante, porém, você já deve
ter percebido várias vezes que mesmo após horas de estudo, ao chegar na hora da prova, você não
consegue se lembrar do que estudou. Isso, de agora em diante, vai acabar, pois você associará em seus
estudos métodos mnemônicos poderosos.
Aqui vale, ainda, lembrar algumas dicas importantes:
Analisando uma curva do esquecimento, podemos ver que determinado conhecimento, adquirido pelo
método da repetição, não chega a ser 20% do original, ao cabo de uma semana.
4.2 MÉTODO DA ASSOCIAÇÃO

Neste método nós associaremos algo que queremos lembrar, e que é para nós desconhecido, com
alguma coisa que nos é familiar, ou que apresenta uma rima com a palavra de origem. Ou seja,
associamos algo difícil de lembrar com algo fácil de lembrar, de modo que tenham uma relação entre si.
Podemos fazer associação por uma fusão de duas imagens mentais, por semelhança entre fonemas.
Vejamos alguns exemplos esclarecedores: queremos lembrar que a capital da Austrália é Camberra, então
fazemos uma frase associada:
AUSTRÁLIA CAMBERRA / na estrada ali o cão berra.
Dessa forma ligamos algo desconhecido a uma frase de apoio, através da semelhança de fonemas,
que nos faz lembrar o que queremos.
Outro exemplo: se quisermos memorizar a maior obra literária do escritor Júlio Ribeiro – “A
Carne” - da época do realismo brasileiro, podemos associar com a frase: JÚLIO RIBEIRO A CARNE /
Engoliu primeiro a carne
Podemos utilizar esse método e recordar fórmulas matemáticas, por exemplo: a fórmula do
trabalho realizado, na física, é:
t =F.x.cos a onde t é a letra grega “tal”.
Olhando a figura, podemos imaginar o rapazinho que faz a força para arrastar a caixa, dizendo: “Tal
flecha coça, onde os sons consonantais nos lembram: t =F.x.cos a

Ou ainda, o conhecido Que MaCeTe e que exprime a fórmula do calor sensível da termologia:
Q = M.C.T

Aqui cabe ressaltar, amigo leitor, que alguns estudantes mais desavisados acham que não precisam
de frases mnemônicas, pois, por verem repetidas vezes determinada fórmula, na prática dos exercícios
diários, acham que nunca mais vão esquecer ou ter dúvidas sobre a composição das variáveis da fórmula.
Ledo engano. Afirmamos que aquele que estiver se preparando para um vestibular, ao final de meses de
estudo, com a cabeça cheia de informações, na hora da prova, terá dificuldades para se lembrar de
fórmulas. Aí é que as frases mnemônicas nos auxiliam a tirar dúvidas sobre a composição de
determinadas variáveis numa fórmula, e mesmo, a nos fazer lembrar de fórmulas inteiras. Quanto mais
preparados estivermos, menos nervosos ficaremos e até isso nos auxiliará a clarear a nossa memória. Toda
frase mnemônica serve como a isca do anzol para agarrar um peixe. Você até pode pegar um peixe sem
isca, mas é bem mais difícil. Agora, não tenha dúvidas que, com a devida isca, a pesca será mais
proveitosa. Não se preocupe em ter que lembrar da fórmula e da frase. A fórmula você deve conhecer e
ter na mente tão clara quanto possível, e você consegue isto através da indispensável prática dos
exercícios. Já a frase ou palavra mnemônica, você deve memorizá-la por associação, de tal forma que, na
hora da prova, a lembrança da fórmula e a lembrança da frase se somam. O efeito é surpreendente.
Algumas vezes, dependendo da técnica usada ou mesmo da habilidade em formar as fórmulas
mnemônicas, você lembrará instantaneamente da frase e dela tirar é uma fórmula ou outra informação
como datas e nomes, e verá que seria impossível ter lembrado sem o auxílio das técnicas mnemônicas.

4.3 MÉTODO DO EMPILHAMENTO

É o método mais poderoso, o importante deste método é associar a primeira figura a algo ou a alguma
parte do corpo que consiste no disparo das sequências imaginadas.
Neste método damos vida àquilo que queremos lembrar, fazendo cada item a ser lembrado aparecer
representado em nossa memória por uma figura, utilizando muita irreverência, cor, exagero e movimento.
Vamos então empilhando, literalmente, uma figura sobre a outra, através de algum detalhe, aquele que lhe
pareça mais interessante.

-Vejamos um exemplo:

Queremos memorizar (para não esquecer mais) as 13 maiores obras do escritor José de Alencar, da época
romântica da literatura brasileira (1836-1881):
O Guarani / Cinco Minutos / As Minas de Prata / Lucíola / Iracema / O Gaúcho / A Pata da Gazela / O
Tronco do Ipê / Sonhos D'ouro / Ubirajara / Senhora / O Sertanejo.

Começamos imaginando a figura de um índio, para representar a obra O Guarani, colocando todos
os detalhes que imaginarmos; um índio com tanga de couro, pintado, usando cocar e segurando arco e
flecha. Pois bem, esse é (Guarani. Na mão do índio, um relógio, pode ser um relógio de pulso, pode ser
até o seu relógio, mas que marca apenas cinco minutos, e isto nos lembrará o nome da segunda obra.
Empilhadas em cima do relógio, várias moedas de prata, muito reluzentes, tão pesadas que estão
quebrando o visor do relógio, para então lembrarmos de As Minas de Prata. Sentada em cima das moedas,
quase escorregando, vemos a figura de uma mulher muito iluminada, que nos lembrará Lucíola. Veremos,
então, Lucíola de braços dados com uma índia nua; será Iracema.
Vejamos o que temos até o momento: pense um minuto e tente relembrar as obras já memorizadas.
Temos um índio (O Guarani), em sua mão um relógio que só marca cinco minutos (Cinco Minutos) e
equilibrando-se sobre relógio temos moedas de prata (As Minas de Prata), sentada sobre as moedas temos
uma mulher iluminada (Lucíola) de braços dados com uma índia nua (Iracema). Funciona, não?
Prossigamos. A índia está tomando uma cuia de chimarrão, que nos lembrará O Gaúcho. Comendo
a erva da cuia do chimarrão, vemos uma gazela, com a pata afundada no chá, para então lembrarmos A
Pata da Gazela. Na galhada da gazela vemos o Tronco do Ipê e sobre esse tronco, flores douradas para
lembrarmos Sonhos D'ouro, e repousado sobre o pólen da flor vem um Til (imaginemos o sinal gráfico
como se fosse uma borboleta). Não percamos o fôlego e vamos adiante, deitados no til, como se estivesse
num divã, vemos outro índio, Ubirajara. O índio está sonhando com uma mulher – Senhora - com todos
os apetrechos de uma dama do século XIX. Mas quem segura a sombrinha da dama é um Sertanejo. Muito
bem, vamos rever tudo: - imaginamos um índio segurando um relógio (que só marca cinco minutos) e
sobre o relógio muitas moedas de prata. Sentada sobre as moedas uma mulher iluminada, de braços dados
com uma índia nua que toma chimarrão e sobre a cuia uma gazela com a pata enterrada no chá. Sobre a
galhada da gazela um tronco de ipê e florescendo no ipê botões dourados, que têm pousado no seu pólen,
como borboleta, um til. Deitado no til, um índio sonhando com uma senhora que tem um sertanejo
segurando sua sombrinha. Evidente que toda essa explicação é muito demorada e mais complicada que é
realização da técnica elaborada com suas próprias ideias, e o leitor verificará logo, com um pouco mais de
prática como é simples e eficiente o método. A grande vantagem é que essas informações estão agora
inseridas nos arquivos de sua memória, de maneira sólida, à sua disposição.

4.4 MÉTODO DO ALFABETO FONÉTICO

Trata-se de um poderoso método mnemônico, e consiste em associar números a fonemas. Primeiro


teremos que aprender o alfabeto fonético, que consiste de dez sons consonantais: O som correspondente
ao n. 1 será o T ou o D
O som correspondente ao n. 2 será o N ou NH
O som correspondente ao n. 3 será o M
O som correspondente ao n. 4 será o R ou RR
O som correspondente ao n. 5 será o L ou LH
O som correspondente ao n.6 será o J, CH, X ou G brando (como em giz)
O som correspondente ao n. 7 será o K, QU, C forte (como em cão) ou G forte (galo)
O som correspondente ao n. 8 será o F ou V
O som correspondente ao n. 9 será o P ou B
O som correspondente ao n. O será o Z, ç, S, SS, C brando (como em saci) ou SC

Agora, veja o quadro geral e memorize através das dicas:


1 = T, D (o t tem uma vertical)
2 = N, NH (o n tem duas verticais)
3 = M (o m tem três verticais)
4 = R, RR (o rr tem quatro perninhas)
5 = L, LH (cinquenta em romanos é L)
6 = J, CH, X, G brando (o j ao contrário parece o 6)
7 = K, C forte, G forte, Q (Lembre-se de fita “K-7”)
8 = F, V (o f manuscrito é parecido com o oito)
9 = P, B (o P ao contrário parece o nove)
0 = Z, S, SS, SC, C brando, ç (a palavra zero inicia pela letra z)

É Preciso estarmos acostumados com esse alfabeto para podermos continuar nossos estudos. Utilizaremos
esses conceitos nos capítulos seguintes.
Veja, agora, como podemos utilizar esse método:
Reportemo-nos à geografia. Se estivéssemos estudando os oceanos, precisaríamos, com certeza, saber a
área de cada um deles:
Oceano Pacífico: 164.316.900 km2
Oceano Atlântico: 85.555.200 km2
Oceano Índico: 72.577.280 km2
Ora, memorizar isso significa memorizar um número com 25 algarismos: 1643169008555520072577280.
Você diria: impossível memorizar esse número! (e quando falo em memorizar significa lembrar
não apenas agora, mas, também, daqui a meses). Com o alfabeto fonético isto se torna tarefa simples, cada
número terá um correspondente fonema, com o que poderemos formar palavras ou frases: Oceano
Pacífico: 1 6 4 3 1 6 9 0 0
Fonemas correspondentes escolhidos
TCHRMDCHPSS.
Agora, com o acréscimo de vogais, formaremos palavras:
ToCHa; RaMo; DuCHa; PeSoS.

Oceano Atlântico:
85555200
F L L L L N S C brando
Fila LuLa LoNa Saci
Palavras que podem ser facilmente memorizadas através de uma das técnicas já vistas, como o
empilhamento. Ou podemos, ainda, como no caso adiante (oceano índico), formar uma única frase. Será
uma única frase, com certo sentido, o que bastará para nós a memorizarmos:
72577280 / CNLCCNVS

Colocando vogais, vem:


CaNeLa e CôCo No VaSo

“Canela e coco no vaso” é uma frase que por si só nos mostra um único quadro mental. Você pode, então,
optar pela técnica que mais lhe agradar.

4.5 MÉTODO DA PALAVRA-CHAVE

Neste método usaremos quadros mentais preestabelecidos, os quais nos auxiliarão na


memorização; poderão se do tipo alfanumérico ou com palavras rimadas. Vamos entender mais, indo
adiante.

4.5.1 PALAVRA-CHAVE ALFANUMÉRICA

Já estamos familiarizados com o alfabeto fonético, então voltemos a ele, formando palavras que
representem O! Números de 1 a 10:

1. Dia / 2. Anão / 3. Mão / 4. Rio / 5. Lã / 6. Chá / 7. Cão / 8. Uva / 9. Baú / 10. Taça

São palavras que possuem consoantes que representam um número, pois você, caro leitor, já sabe que as
vogais não representam números neste alfabeto, apenas dão corpo à palavra. Imaginemos um quadro
mental para cada palavra:
- Dia: imagine alguma paisagem que você gosta, ou mesmo, a visão da janela da sua casa.
- Anão: pense num anãozinho que você conhece, ou algum dos sete anões da Branca de Neve.
- Mão: pode ser a sua, ou mesmo, uma mão gigante maior que sua casa.
- Rio: pense num rio e tente até ouvir o barulho das águas.
- Lã: pode ser um novelo ou um casaco de que você gosta.
- Chá: imagine uma xícara de chá, com saquinho, colherinha e tudo mais.
- Cão: pense num que você tem ou já teve, ou então, algum de que você goste.
- Uva: pense em você comendo um cacho de uva, ou mesmo pessoas colhendo uva nos parreirais.
- Baú: imagine um bem grande e com muitos detalhes.
-Taça: pode ser uma taça de campeão ou aquela para beber champagne.
Já falamos, mas vamos ressaltar mais uma vez que sua imagem mental deve ser sempre irreverente,
ilógica extravagante e mesmo ridícula, isso favorecerá a memorização.
Vamos agora a uma aplicação desse método. Estudando biologia, mais precisamente zoologia,
precisaríamos memorizar, na classe dos mamíferos, a ordem dos Ungulados Artiodátilos, que são os
mamíferos de casco com dedos pares (2 ou 4):

1-Boi / 2-Porco / 3-Camelo(dromedário) / 4-Carneiro / 5-Girafa / 6-Hipopótamo /


7-Búfalo / 8-Cabra / 9-Lhama / 10-Alce (antílope, veado)

Para memorizarmos, basta fundirmos no quadro mental preestabelecido, aquilo que queremos
lembrar.
Vejamos:
1-Dia / Boi: veja aquela paisagem preestabelecida e imagine nela um boi pastando, comendo tanto que vai
até sumindo um pouco da paisagem.
2-anão / Porco: veja, em vez de um porco, um anãozinho – coitado – numa bandeja, tostadinho e com uma
maçã na boca. É uma imagem absurda, mas é assim que lembraremos que o segundo item refere-se ao
porco.
3-Mão / Camelo: imagine uma grande mão apertando a corcova do camelo.
4-Rio / Carneiro: pense num carneiro que atravessou um rio e saiu do outro lado “magrinho” por ter
molhado seu pelo. Acrescente tantos detalhes quantos você imaginar, isso enriquece o quadro mental,
ajuda-o a fixar a imagem na memória.
5-Lã / Girafa: imagine o monte de novelos de lã que seria necessário para fazer um casaco para uma
girafa.
6-Chá / Hipopótamo: tínhamos aquele quadro mental da xícara, agora veja dentro dela um hipopótamo
tomando banho.
7-Cão / Búfalo: pense que aquele cão, que você já tem no seu quadro mental preestabelecido, está
cuidando de uma manada de búfalos.
8-uva / Cabra: imagine o quadro mental das uvas e veja a cabra comendo essas uvas, e, em vez de leite, de
suas tetas sairá vinho.
9-Baú / Lhama: você pode imaginar um baú em formato de Lhama.
10-Taça / Alce: pense num alce bebendo água numa taça de cristal. Isso, se você usou a taça de cristal no
seu quadro mental preestabelecido. É sempre bom evitar a mudança do quadro mental preestabelecido
para não gera confusão.

Naturalmente você pode ampliar o número de quadros mentais pré-determinados para tantos
quantos você queira Sempre com a mesma fórmula, a mesma estratégia, em que o número vai lhe lembrar
uma palavra, através de alfabeto fonético, e a palavra lhe traz à lembrança um quadro mental, onde se
funde aquilo que você quer lembrar Fascinante, não!
Adiante temos algumas sugestões para palavras-chave até o número trinta:
11-TaTu / 12-TiNa / 13-DaMa / 14-TeRRa / 15-Tela / 16-DuCHa / 17-TaCo / 18-TuFão / 19-Tubo /
20-NoZ / 21-NoTa / 22-NeNê / 23-NeMo / 24-NeRo / 26-NaJa / 27-NuCa / 28-NaVe / 29-NaiPe /
30-Moça

4.5.2 PALAVRA-CHAVE RIMADA

Funciona da mesma forma que o método anterior (7.1), porém, aqui não utilizamos nenhum
conhecimento sobre o alfabeto fonético, mas sim, fazemos o vínculo, entre o número e a palavra-chave,
através da rima. Veja algumas sugestões para trinta palavras-chave:
1-Bum(estouro, explosão) / 2-Bois / 3-Reis / 4-Quadro / 5-Trinco / 6-Leis / 7-Cheque / 8-Porto / 9-
Chove / 10-Pés / 11-Monge / 12-Pose (fotografia) / 13-Tese trabalho científico, livro) / 14-Foice / 15-
Lince (animal) / 16-Freguês / 17-Patinete / 18-Biscoito / 19-Automóvel / 20-Ouvinte / 21-Atum / 22-
Arroz / 23-Chinês / 24-Pato / 25-Cinto / 26-Camponês / 27-Marionete / 28-Doido / 29-prove(do verbo
provar) / 30-Tinta.

Agora, você já tem condições de bolar os seus próprios quadros mentais, sem o menor problema,
mas, aí vão algumas dicas para os dez primeiros:
1-Bum: pense num estouro, numa explosão, aí você inclui aquilo que vai memorizar neste quadro mental.
Aqui você pode fazer, também, que o próprio objeto de memorização exploda, trazendo com isso um
riquíssimo quadro mental.
2-Bois: imagine um boi cravando seus chifres naquilo que você quer memorizar.
3-Reis: pense num quadro mental com os três reis magos.
4-Quadro: imagine um quadro, com bela moldura, assinado por um pintor de renome, que contém o que
você que memorizar nele.
5-Trinco: pense que aquilo que você quer memoriza pode fazer parte de uma porta, ou mesmo, ser a
própria porta e você, com a mão no trinco, abre e fecha essa porta. Imagine o que aconteceria.
6-Leis: pense num tribunal como quadro mental, com júri, assistência, advogados, réu, juiz, etc. O objeto
de memorização pode estar na cadeira do réu, na mesa do juiz. (imagine o juiz batendo o martelinho no
objeto) ou então, ser o próprio juiz.
7-Cheque: imagine você assinando seu cheque com o que você quer memorizar.
8-Porto: Agora, você pode pensar que aquilo que você quer se lembrar está atracando no porto como se
fosse um navio.
9-Chove: aqui, o seu próprio tema de memorização – aquilo que você quer memorizar – chove como se
fosse água imagine, então, o que acontece quando o objeto se espatifa no chão, ou cai na sua cabeça.
10-Pés: agora, o seu pé, ou outro qualquer, pisa o que você está memorizando, aí então, você terá
determinadas reações, dependendo do que seja. É uma forma eficaz de memorizar.

5.0 MATERIAL ADICIONAL SOBRE ESTE ASSUNTO

Sobre métodos e técnicas de estudar poderão ser consultados os seguintes elementos:


Na biblioteca da Escola Secundária de Tondela

Aprender a Estudar – Um guia para o Sucesso na Escola


António Estanqueiro
Texto Editora, 7a edição, 1998, 119 pp.

Na Internet
Porto Editora / Sapo – Estudante / Centro Educacional Vitória Régia – Brasil
Soma – Brasil / Micmac – Brasil / Desidério Murcho (Filosofia)

Outros livros
Aprender a Dominar a Escrita
Fernanda Afonso e Esmeralda Lopes / Texto Editora

Aprender a Ter Sucesso na Escola


Vítor Alaiz e João Barbosa / Texto Editora

Como Estudar Melhor


P. O'Meara, D. Shirley, R. D. Walshe / Editorial Presença

Como Ensinar a Estudar


Ana Carita, Ana Cristina Silva e outros / Editorial Presença
Eficácia no Estudo
Rafael Benet e outros / Editorial ASA

Saber Estudar e Aprender


Maria Teresa Serafini / Editorial Presença

INSTRUTOR

MARCOS COIMBRA – Titular de Economia nas Faculdades Cândido Mendes, há 25 anos. Professor de
Leitura Dinâmica junto a Casa Nossa Senhora da Paz, Banco do Brasil, Universidade Federal Fluminense,
Faculdade de Filosofia e Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ, Colégio Arte e Instrução, BNH,
Instituto de Educação, Círculo Militar da Praia Vermelha, Eletrosul, Confederação Nacional do Comércio
e outras.

Institutos para cursos

Grupo Catho
IADI
FUNDAÇÃO CASTELO BRANCO
DIREITO

ANTÔNIO CÉSAR RIBEIRO SPERANDIO

COMO ESTUDAR

COLATINA – ES
2023
Antônio César Ribeiro Sperandio

COMO ESTUDAR

Artigo voltado a melhorar a eficácia nos estudos, com a aplicação de técnicas


voltadas a melhorar o aprendizado baseado na forma correta de se estudar.

Organizado por: Antônio César Ribeiro Sperandio

COLATINA – ES
2023

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