Você está na página 1de 29

BROCHURA SINTETIZADA DE TÉCNICAS DE ESTUDOS

APRENDER É COMO REMAR CONTRA A MARÉ, SE VOCÊ NÃO


AVANÇAR, ESTARÁ RECUANDO .

Autor: Adelino Calala

Nome artístico: Asanac

Edição 2024
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

Notas sobre o autor:

Adelino Sandulo Namesse Calala, com nome artístico de Asael Asanac , é


um estudante do curso de enfermagem, pesquisador de neurociência de
aprendizagem, e desenvolvimento pessoal.

Nasceu aos 04/05/2004 , no município de Nharêa , Província do Bié.

Durante o seu percurso como aluno do ensino secundário, deparou-se


com um dilema, que o motivou a estudar técnicas de estudos, e que de
forma inocente , a sua curiosidade levou a ingressar no mundo das
neurociências durante cinco anos, vindo-se obrigado a estudar o
funcionamento da mente humana, usando como base , a Anatomia e
fisiologia do Sistema Nervoso e a Psicologia Geral com mais ênfase nos
tipos de atenção e no estudo da memória e do esquecimento.

1
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

Introdução

O baixo nível de rendimento acadêmico, moveu o aluno, Adelino Sandulo


Namesse Calala, a desenvolver e sintetizar esta pequena brochura que se
encontra numa fase ainda incipiente, para ajudar todos estudantes que
estão com dificuldade de aprendizagem , e a saberem adaptarem-se às
novas metodologias de estudos, aprimorando assim o seu
desenvolvimento acadêmico.

Logo, você que se encontra nessa situação , saiba que ainda não é tarde
para começar, o meu objetivo como pesquisador de neurociência de
aprendizagem, é ajudar você nessa caminhada, a tornar–se de aluno para
estudante, de estudante para autodidata.

2
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

Como estudar e obter bons resultados?


Essas 13 estratégias e o sistema de revisão
espaçada vão te ajudar!
Índice

1. Preste atenção nos momentos de aulas


2. Monte uma agenda
3. Defina seus horários de estudo
4. Encontre um local para estudar
5. Conheça o seu estilo de aprendizagem
6. Crie um ritual pré-estudo
7. Faça pequenas pausas
8. Minimize as distrações
9. Invista em uma boa conexão com a internet
10. Não tenha medo de fazer perguntas
11.Trace metas realistas
12. Durma bem
13. Pratique meditação

Parte II Tipos de Leituras e diferentes níveis de leituras.

Técnicas de retenção de leitura

Parte lll Sistema de repetição espaçada

3
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

1. Preste atenção nos momentos de


aulas
Em uma aula presencial, você precisa se deslocar todos os dias até a
instituição de ensino. Cada aula segue um cronograma e apresenta um
conteúdo novo.
Por isso, preste atenção aos prazos e aos conteúdos apresentados e
propostos pelos professores. A partir disso, organize-se para evitar
surpresas! Evite conversar com os colegas no momento que o professor
explicar, para ajudá-lo a entender melhor o que é explicado durante as
aulas.

Anote essas datas e distribua seu tempo para estudar e revisar os


assuntos. Não deixe tudo para última hora, pois isso gera sobrecarga e
desmotivação.

2. Monte uma agenda


Para estudos individuais a organização é fundamental. Uma boa ajuda
para se organizar melhor é adotando uma agenda. Pode ser física ou
online, em plataformas como o Google Calendar, o Trello ou o Notion.
O importante é você escolher uma ferramenta que vai acessar sempre
para anotar suas tarefas diárias e lembrar de suas atribuições.
Anote datas importantes, como:

● Data de início e término do trimestre;


● Data das provas e avaliações;
● Feriados e compromissos;
● Dias reservados para o lazer.

3. Defina seus horários de estudo


Na sua agenda, é importante elencar quais horários você tem disponível
para estudar. Caso você trabalhe durante o dia, reserve um horário à noite
para os estudos.

4
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

Em sua agenda, procure listar todos os seus compromissos diários para


perceber em quais espaços de tempo você pode se dedicar.

🔵
Portanto defina os seus horários de estudos.
Leia também: O que fazer para voltar a estudar? Veja 5 dicas!

4. Encontre um local para estudar


Você precisa estar em um ambiente com pouca ou nenhuma distração
para manter a sua concentração nos estudos.
Destine um espaço na sua casa para estudar. Garanta que esse espaço
seja confortável, limpo e com uma boa cadeira para você manter a sua
postura. Ele precisa ser, ainda, bem iluminado para não causar cansaço
visual ou fadiga.
Caso você more com outras pessoas, avise para elas que você não pode
ser incomodado naquele momento. Também evite atender telefonemas e
mensagens. Deixe o celular silencioso. A colaboração de amigos e
familiares é essencial.

5. Conheça o seu estilo de


aprendizagem
Quando você sabe qual o estilo de aprendizagem que melhor funciona
para você, é possível determinar como estudar, quais técnicas funcionam
para otimizar os estudos e o que pode distrair você.

👁️
Há, basicamente, quatro formas de aprendizagem:
Visual: aprendizado com imagens, mapas mentais, gráficos e

🔊
diagramas;

✏️
Auditivo: aprendizado com sons, como podcasts e músicas;
Cinestésico: aprendizado com movimentos corporais e tato, escrever

📖
à mão e grifar textos;
Leitura: aprendizado com a leitura de livros, resumos, artigos e
apostilas.
Caso você ainda não conheça a sua preferência, sugerimos o questionário
VARK.
A sigla “VARK” vem do inglês "Visual, Auditory, Reading and Kinesthetic",
que significa "visual, auditivo, leitor e cinestésico".
Após responder 16 perguntas, o teste fornece um resultado neste formato:

5
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

● V 3 (visual)
● A 4 (auditivo)
● R 4 (leitor)
● K 5 (cinestésico)

Conforme o exemplo, observamos que a pessoa aprende melhor de forma


cinestésica.

6. Crie um ritual pré-estudo


Muitas vezes, nosso cérebro tem dificuldade em compreender que é o
momento de começar a estudar. Um ritual pré-estudo pode ajudar nesse
momento.
Antes de qualquer coisa, prepare o seu espaço de estudo. Verifique se
todos os materiais que você precisa estão na mesa, como livros, canetas,
computador, mouse e fones de ouvido.
Aqui também é o momento de pegar uma xícara de café ou um copo de
água para acompanhar o seu período de estudos.

7. Faça pequenas pausas


Procure não estudar por tempos muito longos sem fazer pausas. Esses
momentos de descanso, por mais pequenos que sejam, ajudam o nosso
cérebro a espairecer e, depois, retomar a concentração plena.
Uma boa dica é tentar praticar a Técnica Pomodoro. Desenvolvida no
final da década de 1980 pelo italiano Francesco Cirillo, essa técnica
promete ajudar a manter o foco e a produtividade, distribuindo os seus
afazeres por ciclos.
Primeiro, você escolhe uma tarefa essencial. Depois, você a desenvolve
com foco pleno durante 25 minutos. Após esse tempo, você faz uma pausa
de cinco minutos. E vai repetindo esse jogo de “25 minutos desenvolvendo
a tarefa + 5 minutos de descanso” até quatro vezes. Ao final desse ciclo,
você faz uma pausa mais longa de 15 a 30 minutos.
Há vários sites e aplicativos gratuitos que você pode usar para

🍅
cronometrar esse tempo. Os mais populares são:

🍅
TomatoTimer

🍅
Pomello
Focus To-Do

6
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

8. Minimize as distrações
Evite abrir redes sociais, como Instagram e TikTok, e checar mensagens
no WhatsApp enquanto estiver estudando. Também evite estudar com a
televisão ligada.
Essas distrações podem atrapalhar o seu foco e a sua capacidade de
absorver o conteúdo.
Minimizar não significa, contudo, proibição. Caso precise acessar o AVA,
pesquisar uma videoaula ou realizar uma pesquisa específica, acessar a
internet é uma necessidade.
O segredo é manter o foco e direcionar nossos esforços para aquilo que é
necessário no momento.

9. Invista em uma boa conexão com


a internet
Não é possível assistir às aulas online e pesquisar matérias sem acesso à
internet. Afinal, vídeos são ótimos recursos de aprendizagem, porém
consomem muitos dados.
Por isso, veja se é possível garantir um bom pacote de internet e aproveite
as promoções das operadoras. Se não for possível ter internet banda larga
em casa ou um pacote de dados robusto em seu smartphone, use a
infraestrutura das mediatecas. Lá você terá computadores conectados à
internet disponíveis para uso dos estudantes.

10. Não tenha medo de fazer


perguntas
É muito importante que, durante o estudo, você anote todas as suas
dúvidas e irá expô-las ao professor ou a um colega que entende sobre o
assunto apresentado durante as aulas. Você também pode compartilhá-las
com os colegas nos fóruns de discussão.

7
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

Estudar de forma individual não implica falta de contato com algum


mediador. Os Professores estão sempre disponíveis para responder às
perguntas dos estudantes.

11. Trace metas realistas


É muito importante traçar metas. Porém, elas precisam ser realistas.
Não prometa ler um livro todo em apenas um único dia. Completar a tarefa
é até possível, mas, o primordial é: o quanto você aprendeu com o
conteúdo?
A balança entre quantidade e qualidade deve estar sempre em pauta. Ao
traçar metas realistas, você otimiza melhor o seu tempo e aprende com
qualidade.
Voltando ao exemplo do livro: procure distribuir os capítulos por dias. Ao
concluir cada um deles, procure refletir sobre os conhecimentos
proporcionados. Faça resumos, aprofunde o conhecimento com pesquisas
complementares.
Encare o aprendizado como uma construção diária. Você verá que, aos
pontos, o ato de estudar vai ser incorporado na sua rotina e as coisas vão
ficar mais leves.
Se você está com dificuldade em estabelecer suas metas, tente
experimentar o método SMART.
A palavra SMART reúne cinco princípios:

● S (específica)
● M (mensurável)
● A (atingível)
● R (relevante)
● T (temporal)

Vamos a um exemplo:

● S (específica): Defina o que você quer atingir de um modo claro e


preciso. Ex.: Ler o capítulo 1 do livro de Teoria da Administração.
● M (mensurável): O que determina que você atingiu o seu objetivo?
Como você pode medir o seu progresso? Ex.: Concluir o capítulo 1
do livro de Teoria da Administração até sexta-feira à tarde.

8
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

● A (atingível): A meta é realista e está ao seu alcance? Ex.:


Certifique-se de que você tem tempo hábil para concluir o capítulo 1
até sexta-feira à tarde. Caso você tenha diversos compromissos
para cumprir, provavelmente o prazo não será respeitado.
● R (relevante): Porque concluir essa meta é importante? Ex.: É
importante para fazer as atividades propostas para a disciplina do
curso de ADM.
● T (temporal): Em quanto tempo você consegue atingir a meta? Ex.:
Até sexta-feira à tarde.

Para tarefas muito longas, a dica é dividi-las em partes menores e mais


gerenciáveis.

12. Durma bem


Ir para a cama no mesmo horário todas as noites ajuda o seu corpo a
estabelecer uma rotina. Especialistas recomendam que um adulto tenha
de sete a oito horas de sono por dia.
Uma noite de sono mal dormida pode causar estresse e atrapalhar seu
momento de estudo.
Confira algumas dicas para dormir melhor:

● Crie um local aconchegante para dormir, com luz baixa;


● Evite usar aparelhos eletrônicos antes de dormir, como o celular;
● Não assista televisão antes de dormir, pois os sons vão fazer com
que o organismo entre em estado de alerta, dificultando a fase mais
profunda do sono;
● Dê preferência em alimentos leves no jantar, evitando comidas muito
gordurosas, pois durante a noite a digestão é mais lenta;
● Evite bebidas com cafeína à noite, pois elas provocam um efeito
estimulante.

13. Pratique meditação


Mente e corpo caminham juntos. Muitas vezes é difícil se desconectar do
mundo exterior e parar de pensar nos problemas que aconteceram ao
longo do dia. E isso, com certeza, acaba se tornando um empecilho na
hora de estudar.

9
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

Uma boa dica é a meditação. A prática pode ajudar a reduzir o estresse e


a ansiedade, potencializar o autoconhecimento, melhorar o sono, ampliar
as emoções positivas e o desenvolvimento do foco.
Uma meditação típica consiste em concentrar toda a atenção na
respiração. Há diversas técnicas que podem ser encontradas em vídeos
no Youtube ou em livros, como "Atenção Plena: Mindfulness", dos autores
Danny Penman e Mark Williams.
Confira um exemplo de “Meditação de um minuto” encontrada no livro:

1. Sente-se ereto em uma cadeira com encosto reto. Se possível,


afaste um pouco as costas do encosto da cadeira para que sua
coluna vertebral se sustente sozinha. Seus pés podem repousar no
chão. Feche os olhos ou abaixe o olhar.
2. Concentre a atenção em sua respiração enquanto o ar flui para
dentro e para fora de seu corpo. Perceba as diferentes sensações
geradas por cada inspiração e expiração. Observe a respiração sem
esperar que algo de especial aconteça. Não há necessidade de
alterar o ritmo natural.
3. Após alguns instantes, talvez sua mente comece a divagar. Ao se
dar conta disso, traga sua atenção de volta à respiração,
suavemente. O ato de perceber que sua mente se dispersou e
trazê-la de volta sem criticar a si mesmo é central para a prática da
meditação da atenção plena.
4. Sua mente poderá ficar tranquila como um lago – ou não. Ainda que
você obtenha uma sensação de absoluta paz, poderá ser apenas
fugaz. Caso se sinta irritado ou entediado, perceba que essa
sensação também deve ser fugaz. Seja lá o que aconteça, permita
que seja como é.
5. Após um minuto, abra os olhos devagar e observe o aposento
novamente.

10
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

PARTE 2.

A LEITURA DINÂMICA E OS DIFERENTES NÍVEIS DE LEITURAS

11
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

O QUE É A LEITURA DINÂMICA

Leitura dinâmica pode ser definida como uma técnica ou processo de


reconhecer e absorver conteúdos através de métodos que buscam
aumentar a velocidade da leitura sem comprometer a compreensão e a
retenção de informações. E por que é tão importante? A quantidade de
informações que devemos processar é gigante, o que demanda rapidez e
eficiência na leitura. A pressão por absorver tantas informações é gigante
e, por mais que tentemos filtrar os conteúdos mais importantes, ainda é
difícil ler e compreender tudo. E isso tem uma explicação científica. A
maior parte das pessoas lê em média uma taxa de 150 palavras por
minuto e, ainda, há quem leia mais rapidamente que outros. Há vários
métodos diferentes de leitura dinâmica, mas todos têm o objetivo de ler de
maneira clara, porém mais rápida. Dicas para boa leitura dinâmica Um dos
passos para proceder com a leitura dinâmica consiste em controlar a ideia
de ser obrigado a entender o texto em sua totalidade. O intuito é que o
leitor compreenda a média de 80% do texto, o que significa não ser
necessário retornar ao começo da página toda vez que não entender uma
linha. Afinal, a releitura pode levar muito tempo, justamente o que deve ser
evitado. Outra dica importante é não interromper a leitura para consultar o
dicionário. Se estiver muito curioso sobre o que determinado vocábulo
quer dizer, anote-o para buscar depois. Só não abandone o texto para
folhear o dicionário, pois, quando retomar, vai levar ainda mais tempo para
seguir o ritmo de leitura. Tente entender pelo contexto - mesmo que não
absorva o significado exato, será o suficiente para compreender a
mensagem que o autor quis passar. Ainda é interessante eliminar a prática
negativa de pronunciar as palavras em voz alta durante a leitura. O hábito
impede o desenvolvimento de uma leitura dinâmica, pois significa,
literalmente, ler palavra por palavra. A velocidade diminui, bem como a
capacidade de compreensão. Afinal, como o cérebro estará ocupado com
a pronúncia, não será possível conseguir se concentrar na interpretação
do que está lendo.

12
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

DIFERENTES NÍVEIS DE LEITURA

Ler é uma atividade muito mais complexa do que a simples


interpretação de símbolos gráficos e códigos. Isso significa que o
indivíduo seja capaz de interpretar o material lido, comparando-o e
incorporando-o à sua bagagem pessoal. Assim, ele mantém um
comportamento ativo diante da leitura. De uma forma geral,
passamos por diferentes níveis ou etapas até termos condições de
aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis são
cumulativas e vão sendo adquiridas pela vida, estando presente em
praticamente toda a nossa leitura.

O primeiro nível é chamado de leitura elementar. Nela, há pouco


envolvimento intelectual e emocional. Por isso, geralmente são
leituras rápidas e de fácil entendimento, como propagandas e
banners. Nessa fase, o leitor é capaz de responder qual é o
conteúdo do texto, mas sem se aprofundar mais. Em outras
palavras, é um nível elementar e diz respeito ao período de
alfabetização. Ler é uma capacidade cerebral muito sofisticada e
requer experiência. Não basta conhecermos os códigos, a
gramática, a semântica: é preciso que tenhamos um bom domínio da
língua.

SEGUNDO NÍVEL É a pré-leitura, leitura de inspeção ou leitura


inspecional. Nesse patamar, o leitor age como um detetive: lê mais
de uma vez, analisa as frases, entende o contexto, etc. A pessoa
ainda não está totalmente envolvida com a leitura, mas já se
aproxima mais do conteúdo do texto.Tem duas funções específicas:
primeiro, prevenir para que a leitura posterior não nos surpreenda e,
segundo, para que tenhamos chance de escolher qual material
leremos, efetivamente. Trata-se da primeira impressão sobre o livro.
É a leitura que comumente desenvolvemos “nas livrarias”. Nela, por
meio do salteio de partes, respondem basicamente às seguintes
perguntas: Por que ler este livro? Será uma leitura útil? Dentro de
que contexto ele poderá se enquadrar? Essas perguntas devem ser
revistas durante as etapas que se seguem, procurando usar de

13
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

imparcialidade quanto ao ponto de vista do autor, e o assunto,


evitando preconceitos. Se você se propuser a ler um livro sem
interesse, com olhar crítico, rejeitando-o antes de conhecê-lo,
provavelmente o aproveitamento será muito baixo.

Ler é considerar os seguintes pontos:

armazenar informações;

desenvolver;

ampliar horizontes;

compreender o mundo;

comunicar-se melhor;

escrever melhor;

relacionar-se melhor com o outro.

Pré-leitura: nome do livro autor dados bibliográficos ,prefácio (é


escrito por terceiros ou pelo próprio autor, referindo-se ao tema
abordado no livro e muitas vezes também tecendo comentários
sobre o autor) e índice prólogo (comentário feito pelo autor a respeito
do tema e de sua experiência pessoal) e introdução (escrita também
pelo autor, referindo-se ao livro e não ao tema)

Os passos da pré-leitura:

O primeiro passo é memorizar o nome do autor e a edição do livro,


fazer um folheio sistemático (ler o prefácio e o índice ou sumário),
analisar um pouco da história que deu origem ao livro, ver o número
da edição e o ano de publicação. É muito importante verificar estes
dados para enquadrarmos o livro na cronologia dos fatos e na
atualidade das informações que contém. Verifique detalhes que
possam contribuir para a coleta do maior número de informações
possível. O segundo passo é fazer uma leitura superficial. Pode-se,
nesse caso, aplicar as técnicas da leitura dinâmica.

14
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

TERCEIRO NÍVEL É conhecido como analítico. Neste nível, o leitor


já está completamente envolvido com a leitura. Além de conhecer a
história, ele entende o que o escritor quer dizer, compreende a
estrutura do texto e consegue conectar esse conhecimento com
outras informações já conhecidas por ele. Dessa forma, já é possível
ter uma opinião formada sobre a leitura.

Depois de vasculhar o livro na pré-leitura, o analisamos. Para isso, é


imprescindível que saibamos em qual gênero o livro se enquadra -
trata-se de um romance, um tratado, um livro de pesquisa e, neste
caso, existe apenas teoria ou são inseridas práticas e exemplos. No
caso de ser um livro teórico, que requeira memorização, procure
criar imagens mentais sobre o assunto. A leitura efetiva vai
acontecer nesta fase e a primeira coisa a fazer é ser capaz de
resumir o assunto do livro em duas frases. Já temos algum conteúdo
para isso, pois o encadeamento das idéias já é de nosso
conhecimento.

QUARTO NÍVEL É o denominado de controle ou leitura sintópica.


Nela, o leitor consegue, além de ler o livro, comparar a obra com
outras que ele já leu e, com isso, visualizar o assunto por diversos
ângulos. Dessa forma, o leitor pode chegar a novas conclusões que,
muitas vezes, não se encontram nem nos próprios livros. Trata-se de
uma leitura com a qual vamos efetivamente acabar com qualquer
dúvida que ainda persista. Normalmente, os termos desconhecidos
de um texto são explicitados, à medida em que vamos adiantando a
leitura. Um mecanismo psicológico fará com que fiquemos com a
dúvida incomodando-nos até que tenhamos a resposta. Caso não
haja explicação no texto, será na etapa do controle que lançaremos
mão do dicionário. A esta altura, já conhecemos bem o livro e o ato
de interromper a leitura não vai fragmentar a compreensão do
assunto como um todo. Será, também, nessa etapa que
sublinharemos os tópicos importantes, se necessário.

QUINTO NÍVEL É a etapa da repetição aplicada. Quando lemos,


assimilamos o conteúdo do texto, mas aprendizagem efetiva vai

15
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

requerer que tenhamos prática, experiência do que foi lido na vida.


Você só pode compreender conceitos que tenha visto em seu
cotidiano. Na leitura, quando não passamos pela etapa da repetição
aplicada, ficamos muitas vezes sujeitos àqueles brancos quando
queremos evocar o assunto. Para evitar isso, faça resumos. Observe
os trechos sublinhados do livro e os resumos de cada capítulo, trace
um diagrama, esforce-se para traduzi-lo com suas próprias palavras.
Procure associar o assunto lido com alguma experiência já vivida ou
tente exemplificá-lo com algo concreto, como se fosse um professor
e o estivesse ensinando para uma turma de alunos interessados.

TÉCNICAS DE RETENÇÃO DE LEITURA

Existem diversas técnicas de retenção de leitura que devem ser


adequadas às diferentes situações que surgem quando lemos.

Repetir a leitura mecanicamente: ler e reler um texto mecanicamente com


o objetivo de retê-lo. É o mesmo que decorar, e por esse motivo, repetir a
leitura mecanicamente é uma técnica com característica de utilização de
informações em número reduzido, num período de curto prazo, podendo
ser posteriormente esquecidas. Sendo assim, não é recomendada para
estudo pelo risco do famoso “branco.” Além de que, quando se apenas
decora e ocorre o esquecimento de um fragmento da informação, todo o
restante fica comprometido.

Recitação: significa repetir o contexto do que foi apreendido na leitura com


suas próprias palavras. A repetição pode ser verbal ou mental. É uma
técnica que pode ser utilizada para exercitar a memória, reforçar um
aprendizado recente e também nos estudos, quando o objetivo é reter para
a construção do saber. A recitação é um processo de síntese, portanto, só
é possível recitar aquilo que você conhece , compreende e analisa.

Memória visual: desempenha um papel importante na evocação das


informações de um texto. Você pode utilizá-la como referencial para a
localização de ideias principais que facilitam a evocação das informações
de um texto e também como auxílio à recitação. Porém, fique atento

16
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

quanto a esta técnica, pois a memória visual depende do nível de atenção


e observação do leitor.

Copiar partes do texto e reler somente as anotações. Esta prática requer


cuidado porque a mesma anotação que, realizada tecnicamente auxilia na
retenção, de forma não estruturada prejudica o próprio entendimento do
texto. Evite fazer anotações durante a leitura, pois quando você para de ler
e faz anotações, interrompe a linha de raciocínio e prejudica a
compreensão. Cuide para que as anotações copiadas sejam realmente
úteis e objetivas.

Sinais gráficos: setas, chaves, asteriscos, grifos e demais sinais gráficos,


tem como função dar destaque às informações a serem memorizadas ou
como referencial para uma revisão. Uma dica é usar o marcador de texto
na cor amarela para realizar os seus grifos, pois esta cor não é
reproduzida nas fotocópias, e se for necessário você pode recuperar o
texto sem grifos posteriormente.

Sistemas de memorização: os sistemas de memorização (mnemônicos)


podem ser usados com excelentes resultados para auxiliar na
memorização de textos. A utilização de sistemas mnemônicos vem sendo
feita desde a Grécia antiga, mas a sua essência permanece inalterada - a
associação de idéias. Para a memorização de textos, as associações
podem ser feitas com base nas ideias principais ou nas palavras-chave.
Quando se faz o uso de sistemas mnemônicos, o objetivo maior não é
reter o texto palavra por palavra, mas registrar o seu conteúdo ou as
partes tidas como fundamentais, de forma que permita a evocação
posterior com suas próprias palavras. Os sistemas mnemônicos admitem
várias formas de associações. Na verdade, o limite para elaborar as
ligações é a própria criatividade.

17
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

PARTE lll

SISTEMA DE REPETIÇÃO ESPAÇADA

18
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

O Sistema de Repetição Espaçada (SRS)

Estudar e não revisar. Esse é um erro cometido por vários estudantes quando pretendem
lembrar de uma informação a longo prazo. O cérebro humano trabalha com as informações a
curto prazo de forma limitada, semelhante a memória ram dos computadores. Com o decorrer
do tempo, os dados que não são utilizados com frequência são considerados sem importância
para o cérebro e esquecidos. Porém, a demanda que temos para aprender novas informações e
mantê-las na memória é cada vez mais exigida.

Então, como solucionar esse dilema ?

É nesse ponto que entram as revisões espaçadas. Manter as informações armazenadas de


conteúdos extensos, por um longo período, é muito importante para provas de vestibulares,
concursos, Enem, idiomas e certificações profissionais.

As revisões mantêm o mecanismo de memorização ativo no cérebro.

19
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

A Curva de Esquecimento

O conceito do sistema de repetição espaçada, conhecido como SRS (Spaced Repetition


System), foi obtido a partir de estudos científicos. Hermann Ebbinghaus, psicólogo e professor
universitário na Alemanha, iniciou no século XIX uma série de experimentos nessa área.

Um dos métodos utilizados para o estudo do esquecimento consistia em avaliar a capacidade e


o tempo de armazenamento de uma lista extensa de sílabas aleatórias, frequentemente
chamadas de trigramas. Cada trigrama consistia de duas consoantes separadas por uma vogal,
como MIB ou CAP. Publicado em alemão como Über das Gedchtnis e posteriormente traduzido
para o inglês como Memory: A Contribution to Experimental Psychology, esta monografia foi um
marco da pesquisa acadêmica em processos mentais de aprendizagem.

A partir dos dados obtidos nos experimentos, Ebbinghaus organizou tabelas que relacionavam o
nível de retenção das informações na memória com o tempo decorrido. Mais tarde, essa
abordagem deu origem à Curva do Esquecimento.

A Curva de Esquecimento de Ebbinghaus.

20
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

A Importância das Revisões Sucessivas

A maioria das pessoas, ao aprender um novo assunto para uma prova, normalmente, fazem
uma leitura do material, praticam algumas questões e depois param. Para conteúdos
programáticos extensos como editais de concursos e vestibulares, o conhecimento será perdido
como podemos observar no gráfico abaixo.

Uma única revisão no dia seguinte aumenta a retenção da memória, por um curto período de
tempo. Ela é importante, pois nas primeiras 24 horas após o primeiro estudo, ocorre o maior
declínio da retenção do conhecimento. No entanto, devido à continuidade da queda exponencial
do esquecimento, uma única recordação não será suficiente. Se o contato com o material de

21
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

estudo for, apenas, uma ou duas vezes, os conceitos estudados tenderão a cair no
esquecimento rapidamente.

Hermann Ebbinghaus, através da avaliação dos resultados de sua pesquisa, concluiu que as
informações devem ser revisadas com regularidade, para que permaneçam na memória de
longo prazo. Ele descobriu que a distribuição do aprendizado ao longo do tempo é mais eficaz
do que a prática em uma única sessão.
Portanto, as revisões devem ser feitas de forma sistemática e sucessiva.

Mas como saber qual o melhor momento para revisar o material?

Os intervalos espaçados devem ser uniformes ou são variáveis?

Os Intervalos de Revisão
Tentando encontrar as respostas para as perguntas do tópico anterior, o polonês, Piotr Wozniak,
conseguiu calcular intervalos ótimos na sua tese de mestrado intitulada de “Optimization of
learning". A new approach and a computer application”, concluída em 1990. Wozniak
estabeleceu a existência e a natureza matemática das repetições espaçadas. Dessa forma, ele
conseguiu encontrar os períodos de tempo ideais entre uma revisão e outra. Concluiu que as
informações devem ser revistas várias vezes, em intervalos cada vez maiores, para manter tudo
na mente, conforme o gráfico a seguir:

22
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

Intervalos das revisões espaçadas. Fonte: https://www.supermemo.com/pt-br

Observamos no gráfico que, a cada revisão do material de estudo, a curva de esquecimento se


encurta e o tempo até esquecermos se torna mais e mais longo. A 1º revisão deve ocorrer no
intervalo de 24 horas após o primeiro estudo. A 2º repetição ocorrerá entre 7 a 10 dias. A 3º
repetição virá em um intervalo mais longo, por volta dos 30 dias. Assim, os espaçamentos vão
se ampliando de forma progressiva.

Otimizando o Tempo de Estudo

Fazer as revisões na periodicidade necessária é uma maneira de gerenciar o nosso tempo para
manter o que já foi visto e continuar a aprendizagem de outros materiais.

Os intervalos maiores do que o sugerido submeteriam a informação à perda e seria necessário


reaprendê-la. Já os intervalos fixos, por exemplo de 5 em 5 dias durante um mês, levaria a
revisões excessivas. Diante do grande volume de informações que precisamos aprender,
trabalhar com repetições muita curtas, de certa forma, inviabiliza o nosso tempo para adquirir
novos conhecimentos.

23
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

Com a intenção de automatizar o processo de revisão, Wozniak criou um algoritmo, denominado


de Supermemo. A finalidade do algoritmo era apresentar os conceitos que deveriam ser
revisados, seguindo os intervalos ótimos de revisão e o princípio da dificuldade desejável. Esse
princípio considera que relembrar um fato quando estamos na iminência de esquecê-lo, faz com
que ele seja reforçado. Além disso, o algoritmo do sistema é adaptável às particularidades de
aprendizagem de cada usuário e ao nível de dificuldade da informação a ser memorizada.

24
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

Conclusão

Portanto , em função do que foi debruçado, nessa pequena


brochura, espero que esse material possa ajudá-lo na
jornada académica, e superando as dificuldades.

Lembre-se: Errar não é pecado é apenas um diagnóstico, de que você ainda não aprendeu
o suficiente, portanto precisa se dedicar mais.

25
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://comunidade.rockcontent.com/leitura-dinamica/
https://exame.abril.com.br/ciencia/2-exercicios-eficientes
-para-treinar-leitura-dinamica/
https://super.abril.com.br/cultura/como-fazer-leitura-dina
mica/
http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/emilio/auto
ria/artigos2009/artigo-mauricio-2009.pdf
http://www.ibpan.com.br/images/stories/Downloads/Estu
dos_Biblicos/Curso%20de%20Leitura%20Dinamica.pdf
https://mude.vc/leitura-dinamica/
https://canaldoensino.com.br/blog/passo-a-passo-para-v
oce-fazer-uma-sintese-de-qualidade
https://www.lendo.org/como-fazer-um-resumo/
https://www.cpt.com.br/cursos-treinamentoprofissional/a
rtigos/exercicios-de-leitura-dinamica-para-corrigir-aleitur
a-silabica-a-vocalizacao-e-a-subvocalizacao
https://viacarreira.com/como-fazer-uma-sintese-163355/
https://pt.scribd.com/doc/45236569/Estrategias-de-leitura
https://engenheiroconcurseiro.com/wp-content/uploads/2
016/02/exerc%C3%ADcio-para-leituradin%C3%A2mica-1.
pdf
https://www.produtividademaxima.com/o-que-e-leitura-di

26
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

namica/
https://pt.scribd.com/doc/45236569/Estrategias-de-leitura

Estudos Acadêmicos sobre o SRS

O SRS (Spaced Repetition System) é um método de aprendizagem com eficácia cientificamente


comprovada. Atualmente, esse assunto vem ganhando mais relevância no meio acadêmico.
Algumas pesquisas recentes abordam o tema da repetição espaçada de diferentes perspectivas.

Sean H.K. kang, professor de psicologia cognitiva aplicada (Dartmouth College, EUA), publicou
o estudo “Spaced Repetition Promotes Efficient and Effective Learning: Policy Implications for
Instruction”. O psicólogo afirma:

“centenas de estudos em psicologia cognitiva e educacional demonstraram que o


espaçamento de encontros repetidos com o material ao longo do tempo produz
aprendizado a longo prazo de forma superior. A revisão ou prática ampliada aumenta
as diversas formas de aprendizado, incluindo a memória e a solução de problemas”.

Um outro estudo relevante, intitulado de “Unbounded Human Learning: Optimal Scheduling for
Spaced Repetition” foi publicado por pesquisadores do Departamento de Ciência da
Computação da Universidade de Cornell, em Nova York (EUA). Os autores do estudo ressaltam
o papel crucial que os softwares educacionais devem possuir entre a concepção do ensino de
material novo e a revisão do que já foi ensinado, utilizando o equilíbrio promovido pela repetição
espaçada.

Em 2015, foi publicado por pesquisadores do Departamento de Psicologia da Universidade da


Califórnia, em Los Angeles (EUA), o artigo “The Critical Importance of Retrieval and Spacing
for Learning”, que analisou o impacto dos estudos repetidos no longo prazo. O artigo conclui
que o controle das diferenças do espaçamento das revisões melhoraram o aprendizado. Além
disso, a memorização dos alunos foi aprimorada em relação aos tópicos estudados.

27
Adelino S.N.Calala. Asael Asanac

Nota. Qualquer dúvida , sobre o material , podes ligar ou enviar uma mensagem
para o seguinte terminal:925180327

Email: adelinocalalacalala85@gmail.com

28

Você também pode gostar