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MANUAL

DE PUTARIA
CONSENTIDA
Joseildo H. Conceição
Copyright © 2020 Joseildo H. Conceição

Título: Manual de putaria consentida


Preparação e revisão: Joseildo H. Conceição
Capa, projeto gráfico e editoração: Joseildo H. Conceição

conceicaojoseildohenrique@gmail.com
Fone: (81)996725058
Sumário
1. CAPA
2. MANUAL DE PUTARIA CONSENTIDA
1. Noite fria
2. Abstinência
3. Orgasmo poético
4. Liquidez
5. Salada de sabores
6. Roteiro I
7. Ato
8. Roteiro II
9. Sorte
10. Efemeridade
11. Felação
12. Potro adulto
13. Fome
14. Gang-Bang
15. De ladinho
16. Sentado
17. Poema Desabafo
18. Braço forte, mão amiga
Noite fria
carinho de dedo
nos pelinhos do peito
aqueles fios emaranhados
encaracolados
que desce em uma trilha
ao comum de dois

a perna enlaçada
na outra perna
e o lençol nos cobrindo
levemente adormecidos

noite de frio em Recife


vinte e seis graus celsius
Abstinência
tire os sapatos antes de entrar
venha de mansinho em meu ouvido
pode sussurrar
palavras safadas
sem pudor
descaradas
roupas no chão
respiração arrastada
esperei tanto tempo
não vou dizer não
Orgasmo poético
beira a vertigem
o spot de luz queimando os traços
a letra saltando o papel
e a baba fluindo
até o gozo sujar o papel
ou fazer piscina no umbigo

a palavra tem poder


Liquidez
é isso?
só isso mesmo?
porque já passou
acho que acabou depois que eu gozei
Salada de sabores
ainda sofro com o forte
gosto de aspargos e anchovas
no canto direito da boca,
o amargo da desilusão
ferindo o canto oposto
e na ponta da língua
o sabor insosso

é nisso que dá escolher no tato


o que deveria ser escolhido com o paladar
Roteiro I
protege-me com tua pele
guarda-me embaixo da tua asa
até melhorar dessa ressaca
beija-me como se minha saliva
fosse teu álcool tua bebida
Ato
princípio eruptivo desponta no topo
da alta montanha do prazer masculino
a seiva escorre lenta como lava
a mercê do mínimo toque íntimo

natural lubrificação que abre caminho


para espasmos de tesão e gozo
deleite de frações de segundo
ao ápice de explosão do fluido majestoso

a maçã tem gosto de fruto proibido


quando a boca entra em contato com órgão
na sucção, o tesão desprende o gosto
e percorre a língua como em uma expedição

beijos calorosos escurecem a visão


vejo estrelas, constelações e supernovas
fora de mim em um prazer intenso
e retorno ao entrar em um buraco de minhoca

desbravar o mundo que existe em ti


é um processo lento e delicado
várias idas e vindas repetitivas
com fascínio de explorador inexplicável

gemidos sussurrados incentivam estocadas


até o ponto limite da viagem de descoberta
a pele sua em contato com a pele minha
e as gotas se perdem na mata não muito alta

sensação de umidade relativa que aumenta


na escalada do mais grosso tronco
é seiva que não para de escorrer quente
seringueira que não para de jorrar

até a fadiga física se fazer presente


o corpo em brasa cair paralelo ao outro
lava pelando que se converte em rocha
rocha que também ferve em gozo
Roteiro II
aquece-me com tua pele
roça teus pelos crespos no meu corpo
deixe-me guardar teu órgão duro
até despejar toda seiva
aproveita que guardei pra ti
a melhor parte de mim
vem e me beija

lambe cada parte do meu dorso


até ficar inteiramente úmido
penetra-me por trás com vontade
como só você faz único
e mira meus olhos pelo espelho
agarra-me amassa me bate
por você eu removo meu escudo

quero ouvir teu gemido surdo


e sentir teu pau quente
aumentar a temperatura do meu corpo
até expelir latente
no meu peito na minha boca no meu rosto
deixa eu sentir teu gosto
enquanto admiro teu riso contente
Sorte
sorte do chuveiro
que te vê pelado no banho
sorte da água
que percorre o nu do teu corpo
Efemeridade
passa o sal antisséptico
com dois dedos na ferida
abra bem até deixa-la exposta
gire as falanges, profunda
até o último sopro de vida
Felação
dê-me um sopro de vida
uma carícia crescente que
no afago dos teus lábios
enrijece e endurece regozijante

é que só a tua saliva


tem os nutrientes necessários
e tua boca sabe bem
como deixar-me farto

acomode bem esse palmo


de pele solta sobre o músculo
até os pontos sensíveis
entrarem em fricção com o palato duro

o vai e vem da mão


são apenas artifícios mecânicos
ignição manual da caldeira
para o início do processo de produção
Potro adulto
ferradura
ferramentas
ferro duro
bem quente
amarra bem
as patas
para ferrar
o potro adulto
mas ferra com vontade
ferro não é enfeite
se relinchar
estapeia o rabo dele
Fome
estou faminto
e minha alma clama
por aconchego
por outro corpo
dividindo a cama
marcando o lençol com a melanina
da minha pele escura
e risco de giz da tua alva
compartilhar a mesinha de cabeceira
onde deixo Hilst
com o seu Bandeira
Gang-Bang
dava para sentir o cheiro do corredor
todos me esperavam excitados
a mão esquerda no mamilo
direita no mastro hasteado

pude contar
no mínimo doze mãos
de inúmeras texturas, pressões e calos
com a vista turva na imensidão de machos

meia dúzia de hastes


dos mais flácidos aos mais duros
tamanhos e curvaturas diversas
só queria que estivesse menos escuro

não posso dizer que estive no céu


e não mentirei chamando de inferno
chamemos então de limbo
ou de infernal gozo divino
De ladinho
erga a perna dele
num ângulo de 45º graus
escorrega delicado
até o pelo amortecer
acaricie a pele
e comece de início
um movimento articulado
até a tensão ceder
uma mão no rabo
a outra no falo
em um ato sincronizado
até sentir o suado
e gemidos crescentes
tornarem-se urros
contrações, espasmos
ritmo acelerado
impacto profundo
extermínio do prazer velado
leite ejaculado
Sentado
sentado-se no sofá após o banho
cheiroso e com fome
no rosto um sorriso malicioso
enquanto converso com você ao telefone

sentado-se na cama escolhendo o que vestir


tudo que que tenho encontra-se espalhado pelo quarto
na busca por algo fácil de despir

sentado-se à mesa escolhendo o que comer


quais alimentos dão mais energia
para serem gastos transando com você

sentado-se no banco do carro dirigindo


piso fundo com o pé descalço no acelerador
pensando se estarás pronto
para a nossa noite de amor

sentado-se na cama encontro seu corpo


pele sedosa exalando aroma adocicado
que me deixa louco

sentando-se em você até você gozar


entre gemidos e murmúrios
esperando loucamente sua vez de sentar-se

sentando-se em mim com as mãos


percorrendo a própria pele
suor escorrendo pelas costas côncavas
quanto mais escorre mais expele

de pé no chuveiro para a segunda vez


as mãos estateladas na parede
e em movimentos ritmados
nossos corpos se tornam um, mais uma vez

deitados na cama conversando sobre rotinas


cabeça no peito, cafuné no cabelo
adoraria transformar em pintura
essa cena linda
Poema Desabafo
incrível o estrago
que se faz com os dedos
no prelúdio dos desejos
que arde, estremece
e esquenta bem o estreito
como minhoca que prepara a terra
para fincar a raiz gimno(esperma)
incrível o estrago que faz
um cu bem preparado
ante o ato premeditado
poucos dominam
a arte de receber
e acomodar de bom grado
um corpo desejado por buracos
não tenho neura
com cus apertados
engana-se quem resume prazer ao não elástico
cu gostoso é cu relaxado
que celebra pomposo quando bem cutucado
por uma torpe espada sinuosa
exprima alto, se fores corajoso e insulso
que pau não encaixa bem no cu
juro que cortarei fora tua língua
e teu falo sujo e cru
Braço forte, mão amiga
braço forte
mão amiga
bate forte
esse bolo
tenho fome
de comida
braço forte
mão amiga
só carinho
entre amigos
tira a farda
deixa botina
que tenho tara
braço forte
mão amiga
no ranger
do beliche
o barulho
não acorda
nem rato
no forro
braço forte
mão amiga
tire o lençol
do beliche
pra ninguém
desconfiar
braço forte
mão amiga
sente só
como estou quente
hoje é meu dia
eu fico por cima

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