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Logística e Suas

Tecnologias
Paulo Ney Alves Barata

Técnico em
Logística
Logística e Suas
Tecnologias
Paulo Ney Alves Barata

Curso Técnico em
Logística

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

1.ed. | fevereiro 2024


Professor Autor Secretária de Educação e Esportes de Pernambuco
Paulo Ney Alves Barata Ivaneide de Farias Dantas

Revisão Gerente Regional de Educação Recife Norte


Paulo Ney Alves Barata Iury Sousa e Silva

Coordenação de Curso Secretário-executivo do Ensino Médio e Profissional


Carlos Henrique Miranda da Silveira Gilson Alves do Nascimento Filho

Coordenação Design Educacional Gerente-geral de Educação Profissional


Hugo Cavalcanti Maria do Socorro Rodrigues dos Santos

Design Educacional Gestora de Educação a Distância


Fábia Barbosa Ana Pernambuco de Souza
Helisangela Maria Andrade Ferreira
Jailson Miranda Equipe de Gestão ETEPAC
José Eilton dos Santos Costa Arnaldo Luiz da Silva Junior
Raissa Saldanha Lima Pinto Gustavo Henrique Tavares Ribeiro
Washington Ferreira Maria do Rosário Costa Cordouro de Vasconcelos
Wilma Cavalcante

Diagramação
Washington Ferreira da Silva

Catalogação e Normalização
Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB


B226l
Barata, Paulo Ney Alves.
Logística e Suas Tecnologias: Curso Técnico em Logística: Educação a distância [recurso eletrônico] /
Paulo Ney Alves Barata. – Recife: Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
[ETEPAC], 2024.
17 p.: il.

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Inclui referências bibliográficas.

1. Desenvolvimento Organizacional. 2. Tecnologia da Informação. 3. I. Título.

CDU – 005.94

Elaborado por Hugo Carlos Cavalcanti | CRB-4 2129


Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 5

UNIDADE 01 | RECURSOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA UMA ORGANIZAÇÃO. ........... 9

1.1 As organizações como sistemas. .................................................................................................................9


1.2 O desdobramento da estratégia e os subsistemas da organização ......................................................... 13
1.2.1 – Requisitos Funcionais ......................................................................................................................... 14
1.3 O fluxo das informações das empresas. .................................................................................................. 18
1.4 - A gestão nas empresas versus sistemas de informação. ....................................................................... 21
1.5 - A necessidade de organização para a implantação do sistema de informação. ................................... 23
UNIDADE 02 | SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAIS CORPORATIVOS. ................................... 27

2.1 - Negócios eletrônicos. ............................................................................................................................. 27


2.2 - Sistemas Integrados de Gestão.............................................................................................................. 30
2.3 - CRM – Customer Relationship Management......................................................................................... 32
2.4 - ERP–Enterprise Resources Planning. ..................................................................................................... 37
2.5 - BI – Business Intelligence. ...................................................................................................................... 39
2.6 - EAI – Enterprise Application Integration. .............................................................................................. 43
2.7 – SPT - Sistemas de Processamento de Transações. ................................................................................ 44
2.8 - Sistemas de colaboração empresarial (Social Business). ....................................................................... 46
2.9 SCM – Supply Chain Management. .......................................................................................................... 47
UNIDADE 03 | SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ESPECÍFICOS DA ATIVIDADE LOGÍSTICA. ................... 51

3.1 - Sistemas de previsão de vendas. ........................................................................................................... 51


3.2 - MPS – Master Production Schedule. ..................................................................................................... 53
3.3 - MRP – Material Requirements Planning. ............................................................................................... 56
3.4 - EDI – Electronic Data Interchange. ........................................................................................................ 59
3.5 - WMS – Warehouse Management System. ............................................................................................ 61
3.6 - TMS – Transportation Management System. ........................................................................................ 62
3.7 - RFID – Radio Frequency Identification................................................................................................... 64
3.8 - IMS – Inventory Management System................................................................................................... 65
3.9 - Códigos de Barras. ................................................................................................................................. 66
3.10 - GPS – Global Positioning System. ........................................................................................................ 67
3.11 - A Logística na Era da Inteligência Artificial (IA). .................................................................................. 68
CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 71

REFERÊNCIAS.............................................................................................................................. 72

MINICURRÍCULO DO PROFESSOR ................................................................................................ 73


INTRODUÇÃO
Olá, Estudante!
No decorrer dessa nova etapa dos seus estudos sobre a Logística Empresarial, nós, os
professores da ETEPAC, seremos seus facilitadores nesta jornada que se inicia!
Seja bem-vindo (a) ao conhecimento.
Você está preparado (a)? Então, vamos lá!
Você já parou para pensar no grau de desenvolvimento tecnológico que nós alcançamos?
Como esse desenvolvimento tecnológico influencia a nossa vida moderna?
Mas, afinal de contas, como chegamos a esse estágio de desenvolvimento tecnológico?
É uma história longa. Vamos tentar abreviar essa jornada a partir de agora!
Desde sempre, ainda na pré-história, o ser humano se destacou dentre os outros animais
por inventar, criar, e construir na tentativa de garantir a sua subsistência. E ao que parece, tem dado
certo.
Ao longo dos últimos milhares de anos, o ser humano conquistou uma grande vantagem
competitiva em relação a capacidade de sobrevivência, por ter um cérebro maior, ter a capacidade
de aprender e de manusear ferramentas além de conviver mais facilmente em estruturas sociais
complexas dos que todos os outros animais no planeta Terra.
Desde esses tempos, nos primórdios da civilização, aprendemos a dominar o fogo e a
construir ferramentas, além de desenvolvemos uma capacidade superior de se comunicar, assimilar
e criar, num momento da história que ficou conhecido como a Revolução Cognitiva e, depois disso,
não paramos de criar técnicas cada vez mais sofisticadas para construir artefatos, o que nos colocaria
numa posição de destaque entre os seres vivos habitantes do planeta Terra.
Especialmente o controle do fogo garantiu ao ser humano uma força elementar,
obediente e praticamente ilimitada. Nenhum outro ser vivo no planeta possuía esse poder.
A partir daí, passamos a caçar melhor e conseguir alimentos mais ricos em energia para o
nosso cérebro maior como também, a nos proteger melhor dos nossos predadores.
Milhares de anos depois...
A história da tecnologia foi marcada por uma série de revoluções anteriores que mudaram
completamente a forma como vivemos e o entendimento do mundo à nossa volta.

5
A palavra tecnologia remonta aos vocábulos gregos tekhné que significa arte, indústria ou
habilidade e logos que significa argumento, discussão ou razão. Portanto a tecnologia pode ser
entendida como sendo um conjunto de conhecimentos e saberes, argumentos e razões em torno de
uma arte ou de um ofício. Simplificando, tecnologia é o estudo sistemático para o aperfeiçoamento
de uma técnica para desenvolver uma atividade qualquer.
A era do Renascimento, período conhecido entre os séculos XIV a XVI, ficou marcada na
história da tecnologia como um momento em que a disseminação do conhecimento passou a ser
institucionalizada e pelo fortalecimento das relações comerciais entre as cidades. Ficou conhecida
também como o período que dividiu a Idade Média da Idade Moderna, que viria a promover um salto
significativo em direção a uma nova era onde a tecnologia se tornaria a força motriz por trás das
transformações sociais, econômicas e culturais.
Durante o Renascimento, as discussões mais acentuadas ocorreram nas ciências da
natureza, com os cientistas passando a questionar teorias milenares, como por exemplo, a
substituição do geocentrismo ptolomaico (a Terra como centro do Universo) pelo heliocentrismo (o
Sol como centro do Universo), o que num futuro próximo seria contestado novamente.
Somente para ilustrar a importância dessa era, podemos citar alguns dos pensadores que
mais se destacaram: Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e Johann Kepler.
A história da civilização humana foi marcada por episódios que se destacaram como saltos
quânticos de desenvolvimento: a Revolução Cognitiva, a Descoberta do Fogo, a Construção de
Ferramentas com a utilização dos metais, a Revolução Agrícola e a Revolução Tecnológica,
principalmente a partir da Revolução Industrial.
Ao longo da Revolução Industrial, no século XVIII, descobrimos o poder das máquinas a
vapor, a utilização da energia elétrica, do telefone, o poder dos combustíveis fosseis e da energia
atômica, entre outras descobertas conquistadas principalmente durante o século XX.
Após o final da 2ª Guerra Mundial, começamos a aprimorar o desenvolvimento da
eletrônica com grandes avanços na utilização dos transístores, dos circuitos integrados e dos
semicondutores, o que nos levou aos primórdios da era das telecomunicações e dos computadores.
Os primeiros passos da computação se iniciaram ainda no século XIX, com as pesquisas
relacionadas à construção de uma máquina programável analítica pelo cientista, matemático,

6
filósofo, engenheiro mecânico e inventor inglês Charles Babbage que originou o conceito de um
computador programável junto à Condessa de Lovelace, Augusta Ada King, em Londres na Inglaterra.
A Condessa de Lovelace, ficou conhecida como a primeira programadora da história da
tecnologia, criadora do primeiro algoritmo1.
Já, no século XX, durante a 2ª Guerra Mundial, o cientista inglês Allan Turing continuando
os estudos realizados por Charles Babbage e a Condessa de Lovelace, desenvolveu uma máquina
denominada The Bombe, que permitia a decodificação das mensagens nazistas. A principal
contribuição de Alan Turing para a computação moderna foi a construção da Máquina de Turing que
influenciou fortemente na forma de construção dos computadores modernos.
O ENIAC (Eletronic Numerical Integrator and Computer) foi considerado o primeiro
computador eletrônico da história, pois, nessa época, os computadores eram construídos com peças
mecânicas. Nesse sentido, o ENIAC foi o primeiro computador digital eletrônico da história.
O ENIAC ocupava um espaço de 180 m2, pesando cerca de 30 (trinta) toneladas e seu
objetivo principal era fazer cálculos para determinar a melhor trajetória no lançamento de bombas.
A partir de então, os computadores começaram a diminuir de tamanho e invadiram as
universidades e grandes empresas. Entre as décadas de 1970 e 1990, eles se tornavam ferramentas,
cada vez mais requisitadas para a pesquisa e para as aplicações empresariais.
Em paralelo, as pesquisas na área das telecomunicações também caminhavam a passos
largos com a criação e utilização comercial da Internet, que seria responsável pela façanha de
promover a comunicação entre as máquinas. A partir de então, os computadores passariam se
comunicar entre si e transmitir informações em tempo real.
A partir do início do século XXI, diversas pesquisas nas mais diferentes áreas trouxeram
novidades importantes para o mundo da tecnologia, como por exemplo: maior oferta de
comercialização da internet de banda larga, aumento significativo do poder de processamento dos
computadores, a revolução promovida por smartphones e tablets, além de inovações relacionadas a
internet das coisas (IOT – internet of things). Essas e outras inovações tecnológicas possibilitaram a
alavancagem da integração dos sistemas de informação, transformando-os em sistemas integrados
que ultrapassaram os muros das organizações modernas, possibilitando a integração entre empresas,

1
Algoritmo é uma sequência de instruções ou comandos realizados de maneira sistemática com o objetivo de resolver
um problema ou executar uma tarefa.

7
desde fornecedores de matérias-primas, fabricantes, distribuidores, atacadistas, varejistas até o
cliente final, como também o desenvolvimento e ampla utilização do e-comerce. Essa integração
tornou-se tão necessária, que passou a ser percebida como uma vantagem competitiva no mundo
dos negócios, além de mudar quase que completamente o panorama da nossa vida cotidiana.
Diante desse contexto, nessa jornada de três semanas, vamos aprender conceitos
relacionados ao funcionamento das organizações como sistemas, ao desdobramento da estratégia e
os subsistemas da organização, ao fluxo das informações das empresas, a gestão nas empresas versus
sistemas de informação, a necessidade de organização para a implantação de sistemas de
informação, aos negócios eletrônicos, aos sistemas integrados de gestão, aos principais sistemas de
tecnologia da informação, além dos principais aspectos relacionados à utilização da Inteligência
artificial na logística moderna.
Bons estudos!

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UNIDADE 01 | RECURSOS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO PARA UMA
ORGANIZAÇÃO.

1.1 As organizações como sistemas.

Olá, estudante!
Iniciaremos agora uma abordagem sobre os mais novos conceitos de organizações
empresariais funcionando como sistemas.
Você já parou para pensar no que é um sistema?
Um estudo proposto por um eminente cientista austríaco, na área de biologia, conhecido
como Ludwig von Bertalanffy, no final da década dos anos de 1930, iria revolucionar a definição de
sistemas.
Amplamente divulgada como sendo a Teoria Geral dos Sistemas, ela oferecia uma
abordagem mais abrangente para compreender a verdadeira complexidade dos sistemas,
enfatizando a interconexão e a interdependência de seus componentes.
A teoria encontrou aplicação em diversas áreas do conhecimento, incluindo a
administração e as organizações empresariais. Nesse sentido, ao examinar as operações
organizacionais, percebemos que elas representam sistemas entrelaçados, nos quais cada elemento
desempenha um papel vital para o atingimento dos objetivos globais.
Da mesma forma como os sistemas biológicos (seres vivos), as empresas também são
compostas por partes inter-relacionadas, como as áreas funcionais, departamentos, equipes de
pessoas e processos. A visão sistêmica, então, proposta por Bertalanffy, destacava a importância da
compreensão não apenas as partes isoladas, como também as relações entre elas. Na logística
empresarial, por exemplo, a eficiência na cadeia de suprimentos está intimamente relacionada à
colaboração entre as diferentes unidades organizacionais, desde o fornecimento de matérias primas,
passando pela produção até a distribuição do produto acabado, até o consumidor final.
Ainda assim, a Teoria Geral dos Sistemas entrega uma perspectiva valorosa para a
resolução de problemas organizacionais, analisando os desequilíbrios ou ineficiências sob uma visão
sistêmica ou holística2, proporcionando aos gestores a identificação das causas subjacentes e a

2
Visão holística - observar ou analisar algo ou alguma área de atuação ou vivência de forma panorâmica.

9
implementação de soluções mais completas. Nesse sentido, a abordagem sistêmica incentiva a busca
por sinergias e a otimização em toda a organização, levando, consequentemente a melhorias
contínuas e sustentáveis, além de facilitar a promoção das adaptações contínuas às mudanças
ambientais.
A Teoria Geral dos Sistemas veio oferecer um paralelo revelador para a compreensão das
complexidades organizacionais, ao promover a reflexão e o reconhecimento das interconexões e
interdependências dentro das empresas. Seus profissionais, agora, podem aprimorar suas
estratégias, passando a utilizar uma abordagem mais eficiente e flexível no enfrentamento dos
desafios ambientais do cenário extremamente competitivo do mundo dos negócios.
Segundo Bertalanffy (1975), um sistema pode ser definido como um conjunto de
elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo onde cada um
dos elementos componentes comporta-se, por sua vez, como um sistema cujo resultado é maior do
que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente.
Sendo assim, podemos concluir que as organizações modernas funcionam como sistemas
abertos, inicialmente buscando matéria-prima, informações, mão de obra, tecnologias e outros
insumos no ambiente externo e utilizando seus departamentos internos para o processamento
desses insumos (pelos seus clientes internos), transformando-os em um produto ou serviço que
atende a necessidade novamente do ambiente externo, dessa vez representado pelos agentes de
mercado e seus clientes externos, o que promove uma nova alimentação para outros sistemas, como
pode ser observado na figura abaixo.

10
Figura 1 – Adaptado pelo autor de MAXIMIANO (2017).
Descrição da imagem: Figura com três grandes retângulos, o primeiro da esquerda representando o ambiente externo,
onde as empresas conseguem matéria-prima com seus fornecedores, na sequência, o retângulo do meio, que
representa o processo de transformação da matéria-prima em produto acabado pelas empresas e finalmente o
retângulo da direita que representa novamente o ambiente externo, desta vez representando os agentes de mercado e
os clientes. Na parte inferior, uma seta no sentido da direita para a esquerda, representando a retroalimentação do
sistema e ao redor dos três retângulos as variáveis ambientais do mundo externo. Fim da descrição.

Qualquer sistema complexo pode ser mais bem concebido se for dividido em
subsistemas menores, para que possam ser mais facilmente analisados e
compreendidos, e, posteriormente, recombinados formando um sistema que
representa o todo.

De acordo com a teoria geral dos sistemas, um sistema organizacional está em constante
interação com seu meio interno e com seu meio externo, ou seja, a alteração em um dos elementos
poderá provocar mudanças nos demais ou em todos os elementos do sistema, portanto, os sistemas
organizacionais para serem viáveis no longo prazo, precisam perseguir com clareza seus objetivos, ter
como foco de atenção os seus objetivos e serem flexíveis para as adaptações necessárias às mudanças
ambientais.

11
Aproveite o vídeo agora e aprenda um pouco mais sobre como as organizações
funcionam como sistemas.
https://www.youtube.com/watch?v=TlwpY5pHveM

E agora, reforçando o conteúdo que você assistiu no vídeo, podemos deduzir que a
logística empresarial é uma das funções organizacionais que tanto interage com o ambiente interno,
dependendo dos relacionamentos com outros fluxos físicos e de informações entre as áreas
funcionais de produção e/ou Serviços, marketing, finanças, recursos humanos, jurídico-legal entre
outras, quanto com outros agentes do ambiente externo, tais quais: ambiente econômico, ambiente
jurídico/legal, ambiente político, governos municipais, estaduais e o próprio governo federal,
aspectos demográficos da sociedade, ambiente natural, ambiente cultural, entre outros. O que torna
o ambiente funcional de atuação da logística muito mais diverso e complexo.
Diante desse cenário, os sistemas organizacionais ou empresariais, analógicos ou digitais,
precisam ser concebidos diante das complexidades tanto dos relacionamentos internos, quanto dos
relacionamentos externos, para que os processos organizacionais possam ser formulados de tal
forma que possam funcionar da forma mais eficiente possível no sentido do atingimento os objetivos
estabelecidos no planejamento.

Dê um tempinho na leitura agora e aproveite para assistir a nossa videoaula.

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1.2 O desdobramento da estratégia e os subsistemas da organização

Vamos pensar um pouco...


Você sabe o que significa estratégia?
Eu sei que sim, mas vamos lembrar melhor.
O termo “Estratégia” é bastante utilizado no dia a dia corporativo, porém o termo
estratégia não se limita só a este ambiente tendo em vista que é muito comum ouvi-lo em bate papo
de esquina, verdadeiros debates sobre jogos de futebol além de vários outros assuntos corriqueiros,
no entanto, o mais interessante e que deve ser destacado é o verdadeiro mistério que existe em torno
do termo, porque muito embora esteja sendo usado vulgarmente, quem usa na maior parte das vezes
não consegue entender e expor seu devido significado ou conceito, talvez porque ele seja um pouco
mais complexo do que normalmente imaginamos. Somente para que tenhamos uma ideia até
mesmos grandes teóricos antigos e modernos compartilham dessa mesma dificuldade.
Estratégia é um conceito que vem da área militar, isso mesmo. E o que existe de comum
entre administrar bem uma organização moderna e vencer uma guerra? Pois é, existem muito mais
coisas em comum entre organizações comerciais e organizações militares do que você pode imaginar.
A administração moderna utiliza-se de vários conceitos pensados, criados e utilizados
desde a antiguidade. O conceito de estratégia é um deles.
Segundo o dicionário, estratégia é um substantivo feminino que pode significar arte de
coordenar a ação das forças militares, políticas, econômicas e morais implicadas na condução de um
conflito ou na preparação da defesa de uma nação ou comunidade de nações.
O termo estratégia é originário do grego antigo “STRATEGOS”, que significa em termos
atuais, a arte do general.
Em termos mais simples, a estratégia pode ser entendida como o caminho que pode levar
as organizações até o atingimento dos seus objetivos. Uma organização pode se utilizar de várias
maneiras para atingir seus objetivos e a sua estratégia é o que vai direcionar os esforços no sentido
do atingimento desses objetivos.
Segundo Oliveira (2004), estratégia é caminho, maneira, ou ação formulada e adequada
para alcançar, de maneira diferenciada, os objetivos e desafios estabelecidos, no melhor
posicionamento da empresa perante o seu ambiente.

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Dentro das empresas, o enfoque atual dos sistemas está principalmente na estratégia do
negócio empresarial e no objetivo de auxiliar os respectivos processos decisórios. Em geral, os
sistemas procuram atuar como:
Ferramentas para exercer o funcionamento das empresas e de sua intricada abrangência
e complexidade;
Instrumentos que possibilitam uma avaliação analítica e, quando necessária, sintética das
empresas;
Facilitadores dos processos internos e externos com suas respectivas intensidades e
relações;
Meios para suportar a qualidade, produtividade e inovação tecnológica organizacional;
geradores de modelos de informações para auxiliar os processos decisórios empresariais;
produtores de informações oportunas e geradores de conhecimento;
valores agregados e complementares à modernidade, à perenidade, à lucratividade, à
competitividade e à inteligência empresarial ou organizacional.

1.2.1 – Requisitos Funcionais

Os requisitos funcionais podem ser definidos como as funções ou atividades que o sistema
faz (quando pronto) ou fará (quando em desenvolvimento). Devem ser definidos claramente e
relatados explicitamente. Podem ser elaborados com base no relato das necessidades do cliente e/ou
usuário, em que uma equipe de projeto pode especificar efetivamente um sistema de informação,
suas funções, desempenho, interfaces, restrições etc., conforme as fases e subfases de uma
metodologia de desenvolvimento de sistemas ou de software.
Os requisitos do sistema ou de um software são condições ou capacitações que devem
ser contempladas pelo software, geralmente necessitadas pelo cliente e/ou usuário para resolver um
problema ou alcançar um objetivo. São fundamentais para elaborar um sistema que atenda e
satisfaça plenamente aos anseios do cliente e da equipe desenvolvedora do projeto.
Para facilitar a compreensão dos requisitos funcionais, pode ser relatado como exemplo,
um sistema para controlar uma loja de aluguel de veículos:

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• manutenção de clientes;
• manutenção dos veículos;
• locação dos veículos;
• venda de veículos;
• venda de “outros itens”;
• geração de relatórios gerenciais.

Estes são chamados requisitos funcionais operacionais, pois os gerenciais agregam o


conceito de informação gerencial ou tática, que tratam os dados de forma agrupada ou sintética.
Considera-se como “manutenção” as atividades de incluir, alterar, excluir e consultar dados de uma
determinada base de dados, arquivo ou cadastro. Se a loja de locação de veículos optar por vender
outros itens além dos filmes, tais como revistas, lanches, café, doces etc., deve ser explicitamente
relatado no sistema o requisito funcional “venda de outros itens” e posteriormente documentado
num dicionário de dados com seus respectivos detalhamentos.
A elaboração da análise dos requisitos parte dos requisitos funcionais desejados pelo
cliente na fase preliminar do sistema proposto e dos requisitos funcionais existentes na fase da
análise do sistema atual, para gerar os requisitos funcionais reais ou exequíveis.
A análise dos requisitos se inicia com as necessidades funcionais desejados pelo cliente
durante a fase preliminar do sistema proposto, além dos requisitos funcionais já existentes durante
a análise do sistema atual. O objetivo é gerar requisitos funcionais reais e viáveis.

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Figura 2 – Principais funções da organização e unidades de trabalho correspondentes.
Fonte: Adaptado de Maximiano (2007).
Descrição: A imagem apresenta um organograma hipotético composto por um conjunto de funções especializadas que
interagem entre si e trocam informações a fim de realizar o trabalho da organização com o intuito de atingir os
objetivos institucionais. Fim da descrição.

Os passos seguintes geralmente incluem:


1. Documentação dos requisitos: os requisitos funcionais devem ser documentados
de forma clara e completa, incluindo detalhes sobre o que o sistema deve fazer,
quais funcionalidades são necessárias e quais são as restrições e limitações.
2. Análise e validação dos requisitos: os requisitos devem ser analisados e validados
para garantir que atendam às necessidades e às expectativas do cliente. Isso
significa revisar os requisitos com todas as partes interessadas e obter as
aprovações necessárias para a continuidade do processo.
3. Priorização e definição de requisitos: os requisitos devem ser priorizados com base
na sua importância e impacto no sistema. A definição do impacto ajuda na
determinação de quais requisitos precisam ser implementados com prioridade e
quais podem ser adiados para períodos posteriores.
4. Design do sistema: com base nos requisitos funcionais, é feito o design do sistema,
onde são definidas as soluções técnicas para atender aos requisitos. Isso
normalmente inclui a elaboração de diagramas, fluxogramas e outros artefatos

16
que colaboram para uma melhor visualização, planejamento e implementação do
sistema.
5. Desenvolvimento e implementação: com o design do sistema em mãos, o
processo de desenvolvimento e implementação começa. Os requisitos funcionais
são escritos em uma linguagem de programação (código ou algoritmo) e o sistema
é construído por etapas, de acordo com as necessidades e prioridades
estabelecidas.
6. Testes e validação do sistema: após o desenvolvimento, os testes são realizados
para verificar se o sistema atende aos requisitos funcionais estabelecidos. Nessa
etapa, são realizados testes funcionais, testes de integração e outros testes na
tentativa de minimizar o risco de que o sistema não funcione de maneira
adequada.
7. Testes e melhorias: durante o processo de testes e validação, podem ser
encontrados problemas ou sugestão de melhorias nos requisitos funcionais
definidos. Nessa fase, torna-se necessário repetir os testes e fazer os ajustes
necessários nos requisitos, no design e no próprio desenvolvimento do sistema.
Vale a pena ressaltar que esses todos esses passos podem variar dependendo da
metodologia de desenvolvimento de software aplicado e das especificidades do projeto. Contudo,
em geral, a execução dessas etapas contribui para garantia de que todos os requisitos funcionais
sejam entendidos de maneira adequada, implementados e validados durante o processo de
desenvolvimento do sistema.

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1.3 O fluxo das informações das empresas.

Apenas o entendimento do conceito de organização, para fazer com que os dados


disponíveis e os sistemas da empresa estejam automatizados, necessariamente não garante um bom
fluxo interno das informações.
De acordo com Abreu e Rezende (2013), “todo sistema usando ou não recursos de
Tecnologia da Informação (TI), que manipula e gera informação podem ser genericamente
considerados Sistema de Informação”.
Observe a figura abaixo.

Figura 3 – Fluxo das Informações e dos Materiais.


Fonte: Criação do professor-autor (2024).
Descrição: A imagem representa um diagrama do fluxo das informações e dos materiais de uma organização, em oito
quadros. O quadro do canto superior direito é simbolizado pelo cliente, e é o quadro de número 1, afinal ele é o ponto
de partida para dar início ao fluxo. O cliente realiza um pedido mensal se comunica com a área de vendas, representado
pelo segundo quadro. A área de vendas, por sua vez, se comunica coma a área responsável pelos pedidos de compra e
produção (Planejamento, Programação e Controle da Produção) representados pelo terceiro quadro. Os pedidos de
compra para a produção comunicam-se com três diferentes quadros: aos fornecedores de matérias-primas, que são
representados no quarto quadro, por via de um pedido de compras. E, ao controle da produção representado no
quadro seis, através da programação de produção. Os fornecedores de matérias-primas (quarto quadro) se ligam ao
recebimento e análise de matérias-primas, que é o quinto quadro, por via dos insumos. O controle de produção liga-se a
expedição, o oitavo e último quadro. Por fim, a expedição gera um produto acabado que é direcionado para o cliente. O
fluxo das informações sempre parte do cliente para a organização e o fluxo dos materiais sempre parte da organização
para o cliente e são representados através de grandes setas vermelhas acima e abaixo do diagrama. Fim da descrição.

18
Aproveite agora e aprenda um pouco mais a respeito do fluxo de informações na
cadeia de suprimentos.
https://www.youtube.com/watch?v=K38OYB_RwUM

Note que todo o fluxo inicia do lado direito da figura, no Cliente. A primeira informação
emitida é o pedido mensal, que segue direto para a área de Vendas. Consideraremos neste exemplo,
que o cliente envia o pedido diretamente para a área de Vendas da organização.
Na sequência, a área de Vendas recebe o pedido e o analisa transformando-o em pedidos
semanais. Esses pedidos semanais são enviados para o PPCP – Planejamento, Programação e Controle
de Produção da empresa, que é a área responsável por programar a produção dos itens solicitados.
Observe ainda que estamos na análise de apenas três caixas do fluxo da figura (Clientes,
Vendas e PPCP) e a única informação recebida foi o pedido de compra mensal do cliente, que já sofreu
uma alteração (foi transformado de pedido mensal para pedidos semanais) e será transformado
novamente pelo PPCP.
O responsável pelo planejamento, programação e controle da produção recebe o pedido
semanal e o desmembra em pedidos de programação diária e na sequência em programações por
turnos ou jornadas de trabalho.
Para dar continuidade ao processo, torna-se necessária a avaliação da existência de
matéria-prima suficiente, à disposição dos estoques. Essa avaliação pode ser feita utilizando-se de
consulta física (indo ao depósito pessoalmente) ou realizando uma consulta do saldo contábil do
estoque, no sistema utilizado para gestão de estoques da empresa.
Como já dissemos antes, verifique que o acesso às informações não necessariamente se
dá apenas com o uso de sistemas informatizados. O uso de sistemas de gestão visual ou manual
também pode representar a existência de sistemas de informação em uma organização.

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Em seguida, veremos que, após checar a existência de estoque suficiente de matérias-
primas, caso seja necessário, o PPCP gera o pedido de compra a qual deve ser enviada aos
fornecedores.
Essa ligação do fluxo também é responsável por receber tal pedido e providenciar a
separação dos materiais que estão armazenados nos seus depósitos para que sejam expedidos e
transportados até o cliente que necessita do insumo.
Observe que agora o fluxo de informações fez com que fosse criado um sinal para que
uma ação de fornecimento de suprimentos e consequente movimentação de materiais fosse iniciada.
Para o fornecedor de matérias primas, o recebimento da informação do pedido de
compra é só o começo. Ou seja, na verdade, esse processo de fluxo de informações com o fornecedor
começou antes mesmo do primeiro pedido de compra ser emitido. Antes de tudo, foi necessário que
houvesse uma negociação prévia entre a área de Compras do cliente com a área de Vendas do
fornecedor, para saber se o fornecedor poderia atender aos pedidos previstos.
Ora, mas o que isso afeta nos Sistemas de Informação? Os sistemas de informação são
fundamentais para que os produtos e serviços fluam em um certo grau de normalidade nas cadeias
de suprimentos. Sem a informação inicial do preço, da qualidade etc. do insumo do fornecedor, a
área de Compras do cliente não poderia saber se teria condições de fechar o pedido. Também não
seria possível que a área de distribuição do fornecedor emitisse a nota fiscal de faturamento sem
saber quais foram as condições acordadas entre o vendedor e o comprador.
A emissão da nota fiscal é exatamente o próximo passo do fluxo que está sendo analisado
neste exemplo imaginário. A nota fiscal é enviada ao cliente junto com o produto e ao recebê-la o
cliente necessita “conferir” as informações. Essa conferência garante que a quantidade mencionada
na nota está de acordo com a quantidade entregue ao cliente. Logo depois, esse produto será
analisado pelo laboratório de análise de matérias-primas e, caso esteja em conformidade, será
liberado para ser usado pela área de produção.
Todavia, a área de produção não utilizará o material imediatamente, até que o laboratório
ponha uma etiqueta que confere a qualidade acordada (“Material Conforme”).
Observe a quantidade de informações que já passaram por um simples fluxo hipotético!
Logo depois, caso exista, na programação de produção, ordens de produção agendadas,
a área de controle de produção informa a produção quais itens e quando deverão ser produzidos.

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Por fim, a expedição, ao receber o produto acabado na área de Recepção do depósito,
sabe que está na hora de armazená-lo, para na sequência , de acordo com a programação
anteriormente realizada, quando o produto for faturado para o cliente, separá-lo e, expedi-lo.
Todo esse fluxo acontece com a participação de várias áreas da empresa de várias
pessoas, que podem ter ou não autonomia para tomar decisões sobre os problemas que
eventualmente surgirem, ou pode também ser realizado por poucas pessoas, que centralizam o
controle das operações.

Aproveite agora e ouça o PODCAST desta unidade.

1.4 - A gestão nas empresas versus sistemas de informação.

Inicialmente, precisamos pensar um pouco sobre os conceitos relacionados à construção


da informação.
O que é informação?
Do que ela é feita? Como se constrói uma informação confiável?
Gestores tomam decisões baseados em quê?
Qual a importância da informação para o processo decisório?
Primeiramente, precisamos entender a diferença entre dado e informação. O que
diferencia um dado ou um conjunto de dados de uma informação que pode auxiliar no processo
decisório é o conhecimento que a informação propicia no processo de tomada de decisões.
Para entendermos melhor os conceitos de dado, informação e de sistema de informação,
veremos algumas definições a seguir:
• Dado é qualquer elemento identificado em sua forma bruta que por si só não conduz à
compreensão de determinado fato ou situação (OLIVEIRA, 2007);

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• Informação é o dado trabalhado que permite ao executivo tomar uma decisão (OLIVEIRA,
2007);
• Sistema de informação é o processo de transformação de dados em informações
(OLIVEIRA, 2007);
• Sistemas de Informações Gerenciais é o processo de transformação de dados em
informações que são utilizadas no processo decisório de uma empresa (OLIVEIRA, 2007).

Podemos resumir a informação como sendo a matéria-prima, a fundação, a base para a


tomada de decisões eficazes.
Imagine se você estivesse sozinho e preso em um labirinto: sem um mapa, cada passo
que você desse seria impreciso, cada escolha poderia lhe induzir a um caminho, que levaria você para
lugar algum e você continuaria preso até a sua próxima escolha e assim sucessivamente. Do ponto de
vista da solução do caminho que poderia lhe tirar do labirinto, a informação seria um mapa confiável,
que poderia lhe guiar até a saída.
De uma forma em geral, a informação transforma dados brutos em conhecimento útil.
Agora, imagine um mar de números, uma mistura aleatória de dados sem sentido. De que serviria? O
processo de construção da informação organiza, interpreta e dá sentido a todos esses dados,
revelando, assim, padrões e tendências indispensáveis para o processo de tomada de decisão.
A forma como cada empresa é gerida faz muita a diferença na determinação dos sistemas
de informação a serem utilizados por dela.
Primeiramente, é importante ressaltar que as informações que são mais importantes para
cada uma das funções devem ser definidas e divulgadas de forma clara aos envolvidos que
necessitarão dela. Esse é um trabalho fundamental da gestão das áreas funcionais das organizações
para que, posteriormente, ações mais complexas, como por exemplo, a definição de indicadores de
desempenho dos departamentos, possam ser executadas sem maiores problemas. Somente depois,
é possível que seja definida, a forma como os sistemas de informação da organização recebe as
respectivas programações de cálculo desses indicadores.
Em uma organização com um estilo de liderança autocrata ou autoritário, na qual as
informações são centralizadas, não é incomum encontrar áreas nas quais apenas o gestor tem acesso
aos sistemas automatizados. Esse estilo de gestão impossibilita que as pessoas acessem as
informações de que necessitam dificultando o próprio trabalho e consequentemente a execução das

22
operações organizacionais. Os sistemas de informação, nesse caso, são fechados (ABREU, REZENDE,
2013).
Por sua vez, no estilo de gestão democrata ou democrática, os integrantes da equipe
costumam participar das tomadas de decisão. Isso não significa, contudo, que as pessoas tenham
acesso ao sistema automatizado. Comumente, a consulta é uma forma de obter informações e
direcionamentos que auxiliem na tomada de decisão, no entanto, o acesso continua restrito ao gestor
da área (ABREU, REZENDE, 2013).
Na gestão participativa, os sistemas de informação são abertos. Os membros das diversas
equipes não só participam do processo de tomadas de decisão, como também têm autonomia para
decidir dentro das organizações.
Em outro modelo de gestão, o situacional, a atuação da alta administração ou da própria
gestão tática ocorre, normalmente, desvinculada das políticas e regras definidas. Significa que, não
há regra para definir se as pessoas terão acesso ou não aos sistemas de informações. Esse acesso
dependerá da situação momentânea pela qual a organização passe e então decida.

1.5 - A necessidade de organização para a implantação do sistema de informação.

Agora você aprenderá a respeito das necessidades prioritárias de se organizar previamente para que
a empresa esteja pronta para a implantação de um sistema de informações.
De acordo com Abreu e Rezende (2013), os autores elencam uma série de ações que devem ser
realizadas antes mesmo de qualquer ação de implantação de um sistema de informação, observe que
esses cuidados servem para a implantação de um sistema de informações informatizado ou não, quais
sejam:

• elaboração de modelos de estruturação organizacional;


• ajustes nos leiautes de processos e procedimentos;
• elaboração de metodologias de trabalho, normas e políticas;
• atividades complementares de construção, manutenção e implementação de
sistemas de informação;
• levantamento de dados para tratamento e geração de informações;
• pesquisas com concorrentes e/ou empresa com serviços semelhantes;
• confecção de desenhos ou leiautes de telas e/ou relatórios de Sistemas de
Informação;

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• auxílio nos projetos de qualidade e produtividade, vinculados à melhoria de
processos dos negócios da empresa.

A implantação de qualquer sistema de informações e até mesmo de uma ferramenta de


tecnologia da informação exige a organização e otimização prévia dos dados e de todos os processos
envolvidos.
Vale a pena destacar as principais diferenças entre dado e informação. A informação é
normalmente o dado ou um conjunto de dados trabalhado, contextualizado e com utilidade para o
usuário. Já o dado é o elemento básico, fundamental da informação, no qual, se for apresentado
sozinho ou não trabalhado, nem contextualizado, não terá utilidade para seu usuário, nem valor
agregado em si (ABREU, REZENDE, 2013).
A relação com as ações vistas anteriormente deve ser preparada e realizada antes da
execução da implantação de qualquer ferramenta de tecnologia da informação. Se os dados a serem
colecionados no sistema informatizado não estiverem previamente organizados, não seria razoável
nem possível a extração das informações necessárias e, por conseguinte, nem mesmo gerar
conhecimento a partir delas.
Mais um ponto imprescindível para o sucesso da implantação de uma ferramenta de
tecnologia da informação é a “política de processamento de dados a ser implantada na organização”
(FOINA, 2013).
De acordo com (FOINA, 2013), torna-se necessário para a organização, saber quais as
pessoas terão acesso às informações, ou seja, quem terá acesso a quais informações:
se as informações serão compartilhadas pelos departamentos e filiais/sucursais ou se
serão centralizadas;
se serão utilizados equipamentos próprios ou se serão utilizados equipamentos de
terceiros;
se a arquitetura de processamento ficará sob o comando apenas do setor de tecnologia
da informação ou se será descentralizada entre os outros demais setores;
se o nível de integração entre as centrais de processamento deverá “suportar a velocidade
necessária para a consolidação dos dados (exigindo assim tecnologia com linhas de comunicação de
alto desempenho e com alta disponibilidade).

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Todas essas decisões, em vários momentos ao longo do tempo, serão centralizadas pela
gestão da organização. Os integrantes da equipe, porém tais como os técnicos de logística, que podem
ser analistas e operadores que trabalham ligados diretamente à execução das operações, podem ser
consultados eventualmente para sugerirem soluções em relação ao que eles consideram melhorias
para a organização como um todo e para a operação em si.
Analise melhor como se passaria um cenário de implantação de um ERP (Entreprise
Resource Planning ou Planejamento de Recursos Empresariais em tradução livre para o português,
que são softwares ou sistemas de gerenciamento de informações utilizados para gerir as informações
e processos das organizações) em uma empresa hipotética.
Tente imaginar uma situação para entendermos melhor os problemas que podem ser
gerados pela implantação de um sistema de informações, sem atentar para todas as ações vistas
anteriormente como necessárias.
Imagine que a empresa hipotética, TUDO CERTO ML, esteja pensando em implantar um
novo sistema ERP. Existem alguns ERP’s bastante conhecidos no mercado corporativo, como por
exemplo, o sistema SAP que nada mais é do que um software criado por uma empresa alemã com o
intuito de otimizar a gestão empresarial. A sigla é uma abreviação para "Systeme, Anwendungen und
Produkte in der Datenverarbeitung", em alemão, o que em português, significa "Sistemas, Aplicativos
e Produtos para Processamento de Dados".
O SAP é um tipo de ERP que integra perfeitamente todas as áreas funcionais ou todos os
departamentos da empresa de uma maneira geral, integrando desde a área de Recursos Humanos -
RH até a emissão de nota fiscal de um produto vendido pela área de vendas. Esse sistema disponibiliza
soluções que podem ser eventualmente customizadas para qualquer tipo de indústria funcionando
através da implantação de módulos.
Continuando com o exemplo, imagine agora que essa empresa é uma indústria produtora
de tintas que distribui seus produtos pela região nordeste do Brasil. Imagine também que a
implantação do ERP é algo muito esperado por todos que compõem a empresa, principalmente
porque as outras unidades do Brasil já o fizeram.
Os módulos do ERP a serem instalados em todos as áreas funcionais ou todos os
departamentos, desde a área de Vendas até a Distribuição, incluindo a Produção e os Laboratórios
de análise, que são os mesmos instalados nas outras unidades da indústria.

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Passando pelo período de simulação de utilização de cada um dos módulos, os integrantes
da equipe de Armazenamento e Distribuição concluíram que, na geração dos relatórios de inventários,
o mesmo sistema não gerava os cartões respectivos de contagem dos itens de forma automática.
Todos os integrantes da equipe de armazenamento e distribuição estavam familiarizados
a fazerem inventários mensais e gerais há muitos anos. No sistema ERP anterior, os analistas e os
técnicos geravam esses relatórios e de uma maneira automática o sistema anterior gerava os cartões
para cada um dos itens do portfólio/catálogo da TUDO CERTO ML. Sendo assim, todos os funcionários
ficaram preocupados com a mudança, visto que a cada realização de qualquer inventário, os mesmos,
teriam que passar a preencher manualmente mais de 4.000 (quatro mil) cartões de contagem.
Quando se precisa realizar uma operação que é relativamente fácil de fazer, ninguém quer voltar a
executá-la de uma maneira mais difícil e altamente propensa a erros.
Pode-se, então, perceber que no nosso exemplo hipotético da indústria de TUDO CERTO
ML, que, muito embora em muitos casos nas organizações modernas, a decisão normalmente é
tomada no nível estratégico e/ou tático, é no nível operacional que a organização mais sente a pressão
e os impactos das mudanças de uma ferramenta de tecnologia da informação.

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UNIDADE 02 | SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAIS CORPORATIVOS.
Olá, estudante!!!
Você já imaginou em como grandes organizações globais funcionam? Como processos tão
complexos podem ser gerenciados e tudo funcionar com quase perfeição?
Você já deve ter ouvido falar sobre sistemas informatizados que funcionam de forma
corporativa.
Vamos aprender mais um pouco sobre esses sistemas...

2.1 - Negócios eletrônicos.

O que lhe remete quando se fala em negócios eletrônicos?


Se você pensou em e-commerce, acertou!!!
O comércio eletrônico entre pessoas físicas e entre pessoas físicas e pessoas jurídicas, se
transformou em um tipo de transação comercial tão comum na atualidade que é a primeira coisa em
que pensamos, portanto, tudo aquilo que faz uso de um meio eletrônico qualquer para realizar uma
transação comercial pode ser chamado de negócio eletrônico.
O Comércio eletrônico, ou e-commerce, pode ser entendido como sendo a utilização da
rede mundial de computadores, a Internet, para conduzir negócios eletrônicos. Se quisermos ser mais
formais podemos definir o comércio eletrônico como sendo as transações comerciais realizadas
digitalmente entre organizações e clientes ou entre duas ou mais organizações, isso significa que as
transações de troca acontecem através da Internet.
De acordo com Laudon e Laudon (2014), transações comerciais envolvem a saída de
valores (por exemplo, dinheiro) das fronteiras individuais ou organizacionais em troca de produtos e
serviços.
As atividades do e-commerce tiveram seu início em meados da década de 1990, quando
do lançamento de um dos primeiros navegadores da internet, o Netscape, que foi o pioneiro na
apresentação de anúncios de grandes organizações, o que de certa forma popularizou o conceito de
que internet poderia ser utilizada como uma mídia inovadora para as funções de publicidade e de
vendas.

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Naquele momento, ninguém poderia imaginar de que forma a taxa de crescimento das
vendas no varejo virtual ou varejo eletrônico aconteceriam, dobrando e triplicando nos anos
posteriores. O e-commerce conseguiu manter sua taxa de crescimento de forma consistente até o
período da crise financeira dos anos 2008-2009, motivo pelo qual o crescimento desacelerou pela
primeira vez. No ano de 2009, as receitas de vendas do e-commerce se mantiveram em um grau de
estabilidade, o que não era considerado um aspecto negativo, visto que o varejo tradicional
apresentava queda na sua taxa de receitas de vendas na faixa dos 5% ao ano. Durante esse período
de recessão, o comércio eletrônico foi o único segmento que conseguiu se manter num patamar de
estabilidade no varejo.
De forma semelhante a outras inovações tecnológicas, tais quais: o telefone, o rádio e a
televisão, a rapidez com que a taxa do crescimento do comércio eletrônico nos seus primórdios
evoluiu, fez surgir uma bolha no mercado global de ações, que se estabilizou após os primeiros anos
do século XXI. A partir dos anos 2006, a soma das receitas do comércio eletrônico experimentou um
novo e sólido crescimento passando a se tornar a forma de venda de varejo preferida e a que mais
crescia nos continentes Norte-Americano, Europeu e Asiático.
Após esse período de provas, o comércio eletrônico passou a investir em se tornar mais
social, móvel e local. Nascia os primeiros conceitos do marketing on-line, ou marketing digital.
As propagandas exibidas no mundo virtual no início da Internet, eram todas baseadas nos
tradicionais anúncios televisivos, onde as mensagens da marca eram apresentadas por uns segundos
para milhões de usuários ao mesmo tempo.
Vamos pensar mais um pouco...
Por quais motivos o comércio eletrônico vem crescendo tão rapidamente?
Poderíamos entender que a resposta está diretamente relacionada com a natureza única
da Internet, ou seja, as tecnologias disponíveis na Internet e no comércio eletrônico são muito mais
versáteis e poderosas do que as revoluções promovidas pela tecnologia nos períodos anteriores,
como o rádio, a televisão e o telefone.
Podemos classificar as transações de comércio eletrônico de maneiras diferentes levando
em consideração a natureza dos participantes nas transações. Baseados nessa premissa, as três
principais categorias de e-commerce são: o comércio eletrônico empresa-consumidor (B2C); o
comércio eletrônico empresa-empresa (B2B); e o comércio eletrônico consumidor-consumidor (C2C).

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• Transações eletrônicas empresa-consumidor (B2C) – são definidas pela venda de
produtos e serviços no varejo diretamente a consumidores finais.
• Transações eletrônicas empresa-empresa (B2B) – são definidas pela venda de
bens e serviços entre empresas.
• Transações eletrônicas consumidor-consumidor (C2C) – são definidas pela venda
eletrônica de bens e serviços por consumidores diretamente a outros
consumidores.
A outra forma de classificar as transações comerciais eletrônicas está relacionada às
diferentes plataformas utilizadas pelos participantes das transações. Durante muitos anos, quase
todas as transações do comércio eletrônico aconteciam com a utilização de computadores pessoais
conectados à Internet por meio de cabos. A partir de um determinado momento, surgiram várias
alternativas móveis sem fio de operadoras de telefone: smartphones, tablets tais como o iPads, os e-
readers dedicados como o Kindle, além de outros smartphones e tablets que utilizam redes sem fio
Wi-Fi.
A compra de bens e serviços em qualquer lugar com a utilização de equipamentos
portáteis sem fio passou a ser conhecida como comércio móvel (mobile commerce) ou m-commerce.
Portanto, podemos definir que todas as transações empresa-empresa, bem como as empresa-
consumidor se utilizando do e-commerce podem ser realizadas pela tecnologia m-commerce.
Como já vimos antes, o comércio eletrônico B2B diz respeito às transações comerciais que
acontecem entre empresas. Boa parte dessas transações B2B ainda se baseia em sistemas próprios
para troca eletrônica de dados.
O intercâmbio eletrônico de dados (EDI — Electronic Data Interchange) permite a troca
entre computadores de documentos padronizados, como faturas, conhecimentos de embarque,
agendamentos de expedição ou pedidos de compra entre duas organizações. A troca de informações
automáticas de um sistema de informação a outro, funciona através de uma rede de
telecomunicações, dispensando a impressão e a manipulação de papéis por uma organização e a
manipulação de dados como entrada pela outra. Inicialmente, o EDI automatizou a troca eletrônica
de documentos para - pedidos de compra, faturas e notificações de expedição.
Muito embora muitas organizações façam uso do EDI para a automação de troca de
documentos, as empresas que utilizam a produção contínua e a reposição de estoques just-in-time,

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utilizam o EDI como um sistema auxiliar na reposição contínua de seus estoques. Os seus
fornecedores passam a ter acesso em tempo real a determinadas etapas da programação de entrega
e produção da empresa compradora, facilitando o envio de materiais e produtos automaticamente
para atender a programação planejada, sem que seja necessária a intervenção de funcionários da
empresa compradora.

Aprenda um pouco mais com esse vídeo curtinho que eu encontrei para você. É
só clicar. Vamos lá?
https://www.youtube.com/watch?v=OrDcVj1hTGc

Dê um tempinho na leitura agora e aproveite para assistir a nossa


VIDEOAULA.

2.2 - Sistemas Integrados de Gestão.

A evolução da tecnologia está impulsionando os mais diversos setores e seus gestores a


atualizar os seus modelos de negócios no mundo inteiro. As organizações progressivamente
migrando para o mundo totalmente conectado em função da necessidade de atualizações
instantâneas, pois, nesse novo mundo, a necessidade de adaptação está cada vez mais veloz e
urgente e isso pressiona cada vez mais o processo da tomada de decisões.
Em um mundo globalizado e com economias tão competitivas, tornam-se necessárias a
qualquer gestor reações cada vez mais rápidas aos atrasos de uma entrega ou o cancelamento de um
grande pedido, além disso, faz-se necessário entender os mais diversos impactos que esses eventos
podem promover em outras áreas funcionais da empresa bem como conhecer como anda o
desempenho da empresa em períodos cada vez mais curtos. Estas são as principais funcionalidades
dos sistemas integrados.

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Imagine agora, que você necessite gerir uma empresa com base em informações
constantes em dezenas, de diferentes bancos de dados, que não sejam capazes de se comunicar entre
si. Agora vamos incluir nesse cenário a possibilidade de sua empresa possuir dez grandes linhas de
produtos, onde cada uma delas seja produzida em uma planta fabril diferente, e que cada uma dessas
fábricas tenha uma série de conjuntos independentes de sistemas que não conversam entre si e que
controlam a produção, o armazenamento nem a distribuição. Em uma situação como essa, sem
sistemas integrados, o processo de tomada de decisões deve ser baseado em relatórios impressos,
frequentemente obsoletos, o que transforma o processo em algo muito difícil de entender.
Diante desse cenário, vejamos alguns problemas provocados pela gestão empresarial sem
sistemas integrados:
• a área de vendas terá dificuldades em se certificar de que os produtos solicitados
em um pedido, estarão disponíveis em estoque;
• a área de produção terá dificuldades em utilizar as informações de vendas para
projetar a demanda futura, que servirá como base para o planejamento da
produção.
Talvez agora fique claro o motivo pelo qual as organizações precisam de sistemas
especiais que permitam a integração e disponibilização das informações.
Os sistemas integrados, de uma maneira em geral, fundamentam-se em um conjunto de
módulos de softwares integrados utilizando-se de um banco de dados único. Esse banco de dados
reúne dados de todas as divisões e dos departamentos da empresa, além de muitos outros processos
de negócios centralizados nas áreas de produção, finanças e contabilidade, marketing e vendas, e
recursos humanos etc. Esse mesmo banco de dados centralizado torna disponíveis para todas as
aplicações utilizadas em todas as atividades internas da organização.
Sempre que qualquer processo acrescenta novas informações, estas se tornam
automaticamente disponíveis para todos os outros processos de negócios, como pode ser observado
na figura abaixo.

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Figura 4 – Como funcionam os sistemas integrados.
Fonte: Adaptado de Laudon e Laudon (2014).
Os sistemas integrados apresentam um conjunto de módulos e softwares integrados e um banco de dados centralizado
– este permite que as informações sejam compartilhadas pelos diversos processos de negócios e pelas áreas funcionais
da empresa.
Descrição da figura: A figura possui quatro retângulos ao redor de um cilindro. Cada retângulo representa uma área
funcional: o da esquerda representa a parea de vendas e marketing, o da direita representa a área de RH, o de cima
representa a áea de finanças e contabilidade e o de baixo representa a área de manufatura e produção. O cilindro no
centro por sua vez funciona como um banco de dados único e centralizado que engloba todas as informações das áreas
funcionais. Fim da descrição.

2.3 - CRM – Customer Relationship Management.

Pense em uma empresa que precisa construir e cultivar relacionamentos sólidos e


duradouros com seus clientes, em uma economia globalizada e com mercados extremamente
competitivos.
Que tipo de informação seria necessário para a conquista e a manutenção desses
relacionamentos?
Para o início na tentativa de solucionar esse desafio, você precisaria das informações
necessárias para traçar o perfil de comportamento e de consumo de cada um deles e como encontrá-
los.

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• Você precisaria saber exatamente quem são eles;
• Como contatá-los;
• Se é oneroso atendê-los;
• Em quais tipos de produto e serviços eles estão interessados;
• Quanto dinheiro eles estão dispostos a gastar com sua empresa.
Ainda seria interessante, se possível:
• Conhecer bem cada um de seus potenciais compradores, tal como se
administrasse uma lojinha de cidade pequena;
• Também seria útil fazer os melhores clientes se sentirem especiais.
Em uma empresa pequena, o dono e seus funcionários conhecem os clientes
pessoalmente, no entanto, em uma empresa maior que atual numa escala muito mais abrangente
fica inviável conhecer todos os clientes da mesma forma!
Para esses tipos de negócios (grandes empresas), existe uma quantidade enorme de
clientes que estão interessados em comprar, ou de manter algum tipo de interação através dos
diversos meios de comunicação disponíveis (site da internet, telefone, e-mail, redes sociais etc.). Em
função da grande quantidade de clientes e da sua dispersão geográfica, essa tarefa torna-se
extremamente difícil.
Uma organização de um porte maior, invariavelmente se envolve com vendas, serviços
de marketing de forma compartimentada o que dificulta o compartilhamento das muitas informações
necessárias sobre seus clientes.
A partir dessa necessidade, foram desenvolvidos os Sistemas de Relacionamento com o
Cliente, mais conhecido como CRM – do inglês, Customer Relationship Management. A função desses
sistemas é capturar e integrar dados consolidados dos clientes, relacionados a todas as atividades
empresariais que servirão para auxiliar no processo decisório associado às atividades de marketing,
em especial; as atividades de manutenção do relacionamento com o cliente.
Os sistemas de relacionamento com o cliente mais eficazes são aqueles desenhados para
fornecer dados e ferramentas analíticas capazes de responder perguntas do tipo:
• Qual é o valor de determinado cliente para a empresa, em um determinado
período?
• Quais são os mais fiéis?

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• Quanto mais caro é o custo de vender para um cliente novo em relação aos
clientes existentes?
• Quais são os clientes mais lucrativos? E o que eles desejam comprar?
Com essas informações em mãos, as empresas podem estudar uma melhor maneira de
conquistar novos clientes, personalizar os seus níveis de serviços e seu suporte, suas ofertas,
oferecendo, dessa forma, mais valor na relação com seus clientes, especialmente os mais lucrativos.
As organizações que conseguem utilizar sistemas eficientes e eficazes de gestão do
relacionamento com o cliente, conseguem alguns benefícios, tais quais:
• maior satisfação de seus clientes;
• redução dos custos de marketing direto;
• estratégias de marketing mais eficientes e;
• menores custos na conquista e retenção de novos clientes.
Clientes, na visão de muitos autores, fazem parte do principal patrimônio para a
organização. Conquistar novos clientes, reter os clientes atuais e assegurar a rentabilidade do negócio
é um objetivo comum a muitas organizações. Todavia, a questão principal é: como fazer isso,
considerando que atualmente, os clientes possuem tanto poder que podem praticar a sua
infidelidade com muito mais facilidade devido ao rápido acesso a informações a respeito dos mais
variados tipos de produtos com uma única pesquisa? Melhor ainda, como manter clientes fiéis com
o uso maciço das redes sociais, com a divulgação de informações positivas ou negativas acerca da
empresa, ou do último caso relatado pela cliente insatisfeita?
O CRM captura e integra dados do cliente provenientes de toda a organização,
consolidam e analisam essas informações, e depois distribuem os resultados para vários sistemas e
pontos de contato com o cliente espalhados por toda a empresa, visando a uma oportunidade para
a entrega de valor ao cliente.
O CRM cria toda uma estrutura de bancos de dados preparados para fornecer o material
necessário para a geração rápida de informações sobre os clientes, assim como fornecem capacidade
de fornecimento de serviços aos clientes de maneira ágil, precisa e segura (MARAKAS, O’BRIEN,
2013). O CRM é formado pelos componentes apresentados na figura abaixo:

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Figura 05 – Principais Grupos na Aplicação da Gestão do Relacionamento com o Cliente.
Fonte: Adaptado de Marakas e O’Brien (2013).
Descrição da Imagem: A imagem apresenta os principais grupos de aplicação na gestão do relacionamento com o
cliente utilizando-se de um diagrama. No centro do diagrama está o cliente atual ou potencial, que através qualquer
meio de comunicação tais como: fax, telefone, e-mail ou Web mantém relacionamento com as áreas de: vendas,
gerenciamento de contas e contratos, programas de retenção e fidelidade, suporte e atendimento ao cliente e
marketing e atendimento aos pedidos. Fim da descrição.

Marakas e O’Brien (2013) especificam os diversos componentes do CRM conforme


abaixo:
• o módulo de gestão de contas e contratos do CRM faz com que as empresas
resgatem históricos de informações a respeito de todas as interações dos clientes,
tais como suas compras e do seu comportamento de pagamento.
• o módulo de vendas, além de ter acesso às informações contidas nas contas e nos
contatos dos clientes, pode obter os cruzamentos de informações do histórico
de compras do cliente a fim de facilitar a geração de valor na próxima negociação
com o cliente. Essas informações podem ser utilizadas para contatos futuros, no
caso de possível oferecimento de novos produtos que sejam compatíveis com o
comportamento de compra verificado do cliente em questão.
• o módulo de marketing do CRM usa as informações dos bancos de dados para a
criação de campanhas publicitárias relacionadas a determinados segmentos de

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clientes, compatível com o seu comportamento de compra, informações de renda
e características personalizadas cadastradas (endereço e histórico de trabalho, por
exemplo). O cálculo do valor do cliente também pode ser realizado com base nos
dados fornecidos pelo sistema.
• o sistema CRM possibilita também a disponibilização de serviços de suporte aos
clientes, no pós-venda, inclusive.
Para a Logística, ter à disposição sistemas que permitam o oferecimento de suporte aos
clientes, não só em relação às falhas no fornecimento, mas sempre que ele precisar, faz toda
diferença.
É de conhecimento de todos que falhas acontecem na realidade. No ambiente logístico,
a recuperação de quaisquer falhas depende fundamentalmente do tipo de sistema disponibilizado
para coletar todos os dados a respeito dos clientes.
Pode-se classificar em três as fases de relacionamento com o cliente:
• a primeira é a fase da tentativa de conquista do cliente. Dessa forma, fica fácil
imaginar como um sistema CRM pode colaborar com a empresa nesse momento.
O CRM pode ajudar a empresa a gerenciar mais eficientemente os contatos de
possíveis ou potenciais clientes.
• a segunda fase é quando o cliente já faz parte da carteira das empresas. Elas
precisam atendê-lo de forma a agregar valor à relação ou ao relacionamento.
Prestar os serviços com maior agilidade, facilitar o acesso às informações que o
cliente precisar ou desejar e ainda automatizar os trabalhos das equipes de vendas
são algumas das maneiras que o CRM pode ser utilizado para melhorar o
atendimento aos clientes.
• a terceira fase é a responsável pela retenção dos clientes, certamente é uma das
mais difíceis de se colocar em prática. O CRM pode servir para que as empresas
identifiquem seus melhores clientes e promovam as ações necessárias para o
reconhecimento deles.

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Aproveite agora e ouça o PODCAST desta unidade.

2.4 - ERP–Enterprise Resources Planning.

Como já vimos antes, a sigla ERP significa Enterprise Resource Planning, ou em um


português mais adequado, sistema de gestão integrado. Essa tecnologia ajuda os gestores das
empresas a otimizarem os processos internos, integrando as atividades de diferentes áreas e setores,
como vendas, finanças, estoque e recursos humanos.
Baseado na centralização das informações em uma plataforma única, o fluxo de dados
empresariais se torna mais eficiente sendo compartilhado com facilidade. Ao mesmo tempo, essa
solução pode mais facilmente eliminar a duplicidade de informações, ou de redundância.
Com isso, O ERP se mantém como uma base única e íntegra e o resultado disso é o acesso
a ideias valiosas, que contribuem para uma tomada de decisão mais precisa e acertada.
O sistema ERP pode ser considerado como um dos elos mais importantes de ligação com
os subsistemas dentro de qualquer empresa. Muitas organizações reivindicam a utilização de um
sistema integrado de gestão, como os ERP’s, a redução significativa de custo e de tempo de
processamento.
Os sistemas integrados, também conhecidos como sistemas de planejamento de
recursos empresariais (ERP — Entreprise Resource Planning), são utilizados para
integrar processos de negócio nas áreas de manufatura e produção, finanças e
contabilidade, vendas e marketing e recursos humanos em um único sistema de
software. Com isso, a informação, anteriormente fragmentada em sistemas distintos,
é armazenada em um único repositório de dados abrangente, a partir do qual pode
ser utilizada por muitas partes diferentes da empresa. (Laudon e Laudon, 2014).
O ERP é a espinha dorsal dos negócios eletrônicos, uma arquitetura de transações
que liga todas as funções de uma empresa, como processamento de pedido de
vendas, controle e gerenciamento de estoque, planejamento de produção e
distribuição e finanças. (MARAKAS, O’BRIEN, 2013).

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Um sistema ERP possui alguns componentes principais mostrados na figura abaixo:

Figura 06 – Principais Componentes de Aplicação do Sistema Integrado de Gestão (ERP).


Fonte: Adaptado de Marakas e O’Brien (2013).
Descrição da Imagem: A imagem apresenta os principais componentes de aplicação do sistema integrado de gestão, o
ERP, representado a abordagem interfuncional do sistema com a utilização de um diagrama. No centro encontra-se o
Cliente e os Funcionários que se interligam com as áreas: planejamento de produção, logística integrada, contabilidade e
finanças, recursos humanos e vendas, distribuição e gerenciamento de pedidos. Fim da descrição.
Os componentes apresentados na figura acima são os componentes ou módulos do ERP.
O módulo de vendas permite aos vendedores da empresa a visualizarem os preços, quais
produtos estão ativos ou obsoletos no catálogo de produtos e quais os prazos de entrega, além das
políticas de desconto que podem ser praticadas com os clientes.
No módulo de vendas, pode haver uma sistemática especial de política de crédito. A área
de Administração de Vendas, pode ajudar a identificar clientes bons pagadores ou os maus pagadores
e conduzir os vendedores para que as próximas negociações sejam mais eficazes.
O módulo de contabilidade e finanças auxilia a empresa no controle do plano fiscal das
operações da organização. Também pode fazer com que os responsáveis pelo controle das despesas
e receitas da organização verifiquem melhor os indicadores relacionados à rentabilidade das
operações empresariais, os seus custos e a saúde financeira da organização.
O módulo de recursos humanos facilita o trabalho dos responsáveis pela administração
dos cargos e salários e pela gestão dos benefícios oferecidos aos funcionários. Esse módulo possibilita
a criação de um controle da folha de pagamento.

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O módulo de logística integrada auxilia a empresa no controle dos pedidos e no
planejamento logístico, como por exemplo, a visualização das principais rotas dos melhores clientes
e do controle de avarias e das inversões nas entregas.
O módulo de planejamento da produção atua principalmente na programação da
produção, possibilitando a previsão das quantidades a serem produzidas em curto, médio e longo
prazo, permitindo também o planejamento das necessidades de materiais a serem adquiridos.

Assista o vídeo abaixo e aprenda um pouco mais sobre sistemas ERP’s.


https://www.youtube.com/watch?v=rYpsb6_6hlE

2.5 - BI – Business Intelligence.

De acordo com definição da própria Microsoft, O BI (business intelligence) tem como


principal objetivo, inspirar o gestor no processo de tomada de decisões estratégicas. As ferramentas
de business intelligence analisam dados históricos e atuais e apresentam as descobertas em formatos
visuais intuitivos que podem servir como suporte à decisão.
Atualmente as organizações necessitam, cada vez mais, de sistemas de inteligência cuja
função é fornecer informações qualificadas que servem de apoio para o processo decisório.
O termo “inteligência empresarial” é relativamente novo que começou a ser melhor
utilizado em meados da década de 1980, para identificar softwares especialmente desenvolvidos com
a funcionalidade de organizar, analisar e colocar à disposição dos gestores e de outros funcionários
da organização, dados e informações confiáveis, precisas e pertinentes, transformando o processo
decisório em uma atividade mais assertiva e eficaz.
De acordo com Laudon e Laudon (2014):
“Inteligência empresarial” (BI, do inglês Business Intelligence) é um termo usado por
fornecedores de hardware e software e consultores de tecnologia da informação
para descrever a infraestrutura para armazenamento, integração, elaboração de
relatórios e análise de dados que vêm do ambiente empresarial. A infraestrutura
básica coleta, armazena, limpa e torna os dados relevantes disponíveis para os
gestores.

39
Benefícios para as empresas:

• Gestão inteligente das informações;


• Possibilidade de identificar investimentos em destaque;
• Inspiração para oportunidades de novos negócios;
• Relatórios sempre atualizados com informações do mercado;
• Informações para ajustes de preços e portfólio;
• Direcionamento para atuação em serviço de atendimento ao cliente;
• Indicação de melhores fornecedores e parceiros;
• Dados para otimização de manufatura e logística.
Para que um sistema de inteligência empresarial funcione e entregue os objetivos
definidos, mais do que coletar, organizar e apresentar os dados, é preciso ter uma equipe
especialmente qualificada para interpretá-los e chegar aos caminhos que vão gerar os resultados na
prática.
O futuro do Business Intelligence (BI)
O business intelligence – BI está evoluindo constantemente, juntamente com tecnologia
e as novas necessidade das organizações. Partindo do princípio de que a inteligência artificial (IA) e o
aprendizado de máquina estão em franco crescimento, fazendo com que as organizações possam
integrar em seus bancos de dados as informações construídas pela inteligência artificial (IA) e
transformando esse novo conjunto de dados e informações em sua nova estratégia de BI. Na medida
que as organizações se empenham para se tornarem impulsionadas por dados, ações colaborativas e
de compartilhamento de dados devem continuar crescendo. O acesso e a visualização desses dados
será ainda mais necessária para que pessoas possam trabalhar unidas entre as diversas equipes e
departamentos.
Os sistemas apoiados pelo BI oferecem recursos para acompanhamento de vendas em
tempo real, permitindo aos usuários encontrarem informações a respeito do comportamento dos
clientes e antever oportunidades de lucros maiores. Os mais diversos setores, tais quais o varejo, o
setor de seguros e de combustíveis, já adotaram o BI, há mais tempo e os demais seguirão no mesmo
caminho cada vez mais, a cada ano.

40
Os mais novos sistemas de BI se ajustam às novas tecnologias e à inovação de seus
usuários.
Existem outros sistemas de inteligência empresarial, tais como os Sistemas de Apoio à
Decisão (SADs) que são construídos com o objetivo de responder a perguntas como:
• Qual seria o impacto na programação de produção se dobrássemos as vendas em
janeiro?
• O que aconteceria ao nosso ROI - que é a sigla em inglês para Return on
Investment (Retorno Sobre o Investimento), se a programação de determinada
fábrica atrasasse em seis meses?
Os SAD’s constantemente se utilizam de informações obtidas de outros sistemas, como
por exemplo, o valor corrente das ações ou os preços dos produtos de concorrentes. Esses sistemas
normalmente são utilizados por gerentes classificados como “superusuários” ou por analistas de
negócios que desejam usar métodos analíticos ou ainda modelos sofisticados de análise de dados
para a tomada de decisões.
Abaixo, segue um exemplo da utilização de um sistema de apoio à decisão, mencionado
no livro de Sistemas de Informações Gerenciais dos autores Laudon e Laudon (2014).
Um SAD interessante, pequeno, mas potente, é o sistema de estimativa de transportes
de uma subsidiária de grande empresa global, cuja principal atividade é transportar cargas a granel
de carvão, petróleo, minérios e produtos acabados para a empresa-mãe. A empresa é proprietária de
alguns navios, freta outros e oferece serviços de transporte geral de cargas no mercado aberto. Um
sistema de estimativa calcula os detalhes financeiros e técnicos do transporte. Os cálculos financeiros
incluem a relação de custo por navio/período de fretamento (combustível, mão de obra e capital), as
taxas de frete para vários tipos de carga e as despesas portuárias. Os detalhes técnicos incluem
diversos fatores, como a capacidade de carga e velocidade do navio, a distância dos portos, o
consumo de combustível e de água, e o esquema de montagem de carga (localização da carga para
desembarque em diferentes portos).
O sistema pode responder a perguntas como: dadas a programação de entrega de um
cliente e a taxa de frete oferecida, qual navio deverá ser designado para o transporte e que taxa
maximizaria os lucros? Qual seria a velocidade mais adequada de determinada embarcação para
otimizar seu lucro e, ao mesmo tempo, cumprir o cronograma de entrega? Qual é o melhor esquema

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de montagem de carga para um navio que parte da Malásia com destino à costa oeste dos Estados
Unidos?
Esse SAD de estimativa de transporte faz largo uso de modelos analíticos. Outros sistemas
de inteligência empresarial são mais orientados a dados, concentrando-se mais em extrair
informações úteis de grandes quantidades de dados. Por exemplo, as grandes empresas de resorts
de esqui, tais como Intrawest e Vail Resorts, coletam e armazenam grandes quantidades de dados de
clientes obtidos a partir dos call centers, das reservas de hospedagem, das escolas de esqui e das lojas
de aluguel de equipamento.
Eles utilizam um software especial para analisar esses dados e, assim, determinar o valor,
a rentabilidade potencial e a fidelidade de cada cliente. Com isso, os gerentes podem tomar decisões
mais atualizadas sobre como direcionar os seus programas de marketing.
A Seção Interativa sobre Organizações fornece mais detalhes sobre a forma como o Vail
Resorts utiliza esses dados para cultivar o relacionamento com os clientes e melhorar a experiência
deles no Resort.
À medida que lê este caso, tente identificar os problemas resolvidos pelos sistemas de
informação do Vail Resorts e como os sistemas melhoram as operações da empresa e a tomada de
decisão.

Figura 7 – Sistema de Apoio à Decisão para Cálculo de Transporte.


Esse SAD opera em microcomputadores de grande capacidade e é usado diariamente pelos gestores que precisam
desenvolver propostas para novos contratos de afretamento de navios.
Fonte: Adaptado de Laudon e Laudon (2014).
Descrição da Imagem: A imagem contém do lado direito computadores que podem ser utilizados para consultas on-line,
no centro um cilindro que representa um banco de dados de modelos analíticos, interligado com vários arquivos
representados por cilindros do lado direito com informações sobre o navio e sua capacidade de carga, restrições de

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atracamento, custos de consumo de combustível, histórico de custos de fretamento do navio e informações sobre a área
aduaneira. Fim da descrição.

Aproveite agora e ouça o PODCAST desta unidade.

2.6 - EAI – Enterprise Application Integration.

Os aplicativos empresariais integrados funcionam como uma estrutura composta por uma
seleção de tecnologias e serviços que passam a compor uma nova estrutura intermediária cujo
objetivo é permitir a integração de todos os seus sistemas e aplicativos.
A maioria dos softwares empresariais tais quais: Planejamento de Recursos Empresariais
– ERP, Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos – SCM, Gerenciamento do Relacionamento com
Clientes – CRM, Aplicativos de Inteligência Empresarial – BI, Sistemas de Gerenciamento de Armazéns
– WMS, Sistemas de Gerenciamento de Transportes – TMS, entre outros, não conseguem se integrar
para o compartilhamento de dados e informações que possam oferecer um melhor suporte para o
processo decisório. Nesse sentido, a falta de comunicação entre essas “ilhas de automação”, provoca
ineficiências ou redundâncias, fazendo com que dados idênticos sejam armazenados em vários locais
diferentes.
Na busca da integração desses aplicativos e softwares, nasce a tecnologia de integração
com o objetivo de simplificar a automação dos processos de negócios, sem que seja necessário
realizar alterações significativas nos aplicativos ou na estrutura de dados originais.
Os aplicativos de integração empresariais foram construídos com o objetivo de
proporcionar o compartilhamento de dados e processos de negócios entre quaisquer aplicações
conectadas ou fontes de dados da empresa.
Uma grande vantagem da utilização dos aplicativos de integração é que todos os sistemas
e aplicativos da organização, que necessitam ser integrados, podem funcionar em diversos sistemas
operacionais diferentes, usar várias soluções de bancos de dados ou até de linguagens de

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programação diferentes, permitindo que vários subsistemas difíceis de serem modificados,
continuem funcionando normalmente.

2.7 – SPT - Sistemas de Processamento de Transações.

Os gestores e supervisores de primeira linha necessitam de sistemas automatizados que


monitorem as transações relacionadas as atividades básicas da organização, tais quais: fluxos de
materiais no chão de fábrica, recebimentos, vendas, soma de depósitos em dinheiro, folha de
pagamento etc. Os sistemas de processamento de transações – SPT’s, fornecem as informações
necessárias. Trata-se de um sistema automatizado que registra as transações mais básicas
necessárias ao funcionamento das organizações.
Um dos principais objetivos desse tipo de sistemas é promover as respostas e
monitoramento do fluxo de transações internas à organização: qual a quantidade de componentes
em estoque; quais os problemas com o pagamento dos fornecedores etc. Para prestar esse tipo de
informações, elas precisam estar disponíveis, atualizadas e serem precisas.
A figura abaixo mostra um sistema de processamento de transações que foi desenvolvido
para o processamento da folha de pagamento, que administra o salário pago aos colaboradores. As
informações relativas a uma folha de horas, incluindo o CPF e o nome do empregado, juntamente
com a quantidade de horas trabalhadas no mês, caracteriza uma transação única no sistema. Uma
vez que o sistema receba a transação, o banco de dados que mantém as informações dos funcionários
é atualizado. O sistema combina os dados de maneiras diferentes possibilitando a criação de
relatórios personalizados para a gestão e os órgãos do governo, além de gerar a liberação dos
pagamentos dos funcionários.

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Figura 8 – Como os sistemas de informações gerenciais adquirem seus dados do SPT das organizações.
Na representação do sistema acima, três SPT’s fornecem dados resumidos de transações ao sistema de geração de
relatórios do SIG, após o término de um determinado período. Os gestores têm acesso aos dados organizacionais por
meio do SIG, que disponibiliza os relatórios de forma personalizada.
Fonte: Adaptado de Laudon e Laudon (2014).
Descrição da Imagem: A figura possui no canto superior esquerdo uma seta, que representa um fluxo de informações
que alimenta, com dados dos empregados, um sistema de folha de pagamento, representado por um retângulo central.
No canto esquerdo ao centro um banco de dados representado por um cilindro, verde, armazena todos os dados
referente aos funcionários. O sistema por sua vez, utiliza esses dados e disponibiliza consultas on-line, representada
pela imagem de um PC no canto inferior ao centro, e relatórios gerenciais bem como as informações para a as agências
governamentais e os cheques de pagamento dos empregados, representados por uma figura de um relatório à
esquerda e ao centro, um fluxo no canto inferior à esquerda e outro fluxo mais abaixo também no canto inferior à
esquerda, respectivamente. Fim da descrição.

Os gerentes precisam de SPTs para monitorar o andamento das operações internas, assim
como as relações da empresa com o ambiente externo. Os SPTs servem também como fonte de
informações para diversos sistemas e funções empresariais. Por exemplo, o sistema de folha de
pagamento ilustrado na figura acima, junto com outros SPTs contábeis, fornecem dados ao sistema
de livro-razão da empresa, que é responsável pelos registros de entradas e saídas e pela produção de
relatórios como demonstrações de resultados e balanço patrimonial. Ele pode fornecer também os
registros de pagamentos aos empregados, para fins de cálculo de seguro, pensão e outros benefícios
auxiliando na administração de recursos humanos da empresa, além disso também pode fornecer os
dados necessários pata o pagamento de empregado e para os órgãos do governo, como o imposto

45
de renda de pessoa física (IRPF), a contribuição ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e o
recolhimento ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Os sistemas de processamento de transações em geral são tão críticos para uma empresa
que, se deixarem de funcionar por algumas horas, podem causar o colapso e talvez danos às demais
empresas ligadas a ela. Imagine o que aconteceria à UPS - (Empresa Multinacional de Transporte de
Mercadorias) se o seu sistema de rastreamento de encomendas não estivesse funcionando! O que as
companhias aéreas fariam sem seus sistemas de reserva informatizados?

2.8 - Sistemas de colaboração empresarial (Social Business).

Para que as organizações atinjam seus objetivos e metas mais facilmente, é necessário
que todo o trabalho seja realizado de forma colaborativa e compartilhada. A colaboração funciona
principalmente através da realização de tarefas entre colaboradores de uma mesma organização ou
entre colaboradores de várias organizações. Você pode estabelecer o processo de colaboração
independentemente do lugar onde esteja, pessoas atualmente colaboram nas tarefas e missões
empresariais, simultaneamente mesmo estando em continentes diferentes. Você pode, por exemplo,
colaborar auxiliando contadores de uma empresa europeia, durante o atendimento de seus clientes
com problemas fiscais prestando consultoria jurídica, aqui mesmo, no Brasil.
Atualmente grande parte das organizações estão implementando a utilização das
ferramentas sociais corporativas (redes sociais corporativas) para engajar melhor seus funcionários,
clientes e até seus fornecedores. Essas ferramentas amplamente utilizadas pelo público em geral para
fins pessoais, permitem a configuração do seu perfil corporativo para a formação de grupos de
trabalho, permitindo a atualização em tempo real do andamento das atividades de cada um. A
finalidade do social business é permitir a análise profunda das interações entre grupos internos e
externos com a finalidade de agilizar o compartilhamento de informações e a tomada de decisões.
O segredo do social business é a comunicação. Colaboradores, clientes, gerentes e
fornecedores como também órgãos fiscalizadores conversam constantemente sobre problemas e
soluções para seus negócios, o que automaticamente fortalece os laços entre os envolvidos.
Para que funcione a contento, a utilização desse recurso exige uma certa dosagem de
transparência no compartilhamento de informações. Todos os envolvidos precisam usar o
compartilhamento de opiniões e fatos sem que haja o monitoramento nem a intervenção de

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executivos da organização. Dessa forma, os envolvidos, na geração de valor, aprenderão mais sobre
todos os outros.
Quando bem utilizado o ambiente pode impulsionar a eficiência operacional, estimulando
a inovação e oferecendo um melhor suporte ao processo decisório.
Para que as diversas equipes de colaboradores internos e externos das mais diferentes
localidades possam atuar juntos e de forma colaborativa, nos últimos anos foram disponibilizadas
várias suítes de softwares baseadas em plataformas multifuncionais. Os aplicativos mais utilizados
são os de videoconferência suportados pela internet, serviços de armazenamento em nuvem, como
por exemplo as ferramentas on-line do Google (Google Workspace), Microsoft Teams, Microsoft
OneDrive, Microsoft OneNote, MS Oficce 365, Lotus Notes, ferramentas de redes sociais corporativas
– WhatsApp, LinkedIn, Facebook, Instagram, X, Trello etc.

2.9 SCM – Supply Chain Management.

A falta de peças, o estoque excessivo de produtos acabados, a capacidade ociosa de


produção ou custos mais elevados de transporte, produzem ineficiência na cadeia de suprimentos,
normalmente ocasionadas por informações incorretas ou imprecisas. Esse efeito provoca uma piora
significativa no nível de serviço logístico que reflete diretamente no cliente final.
Podemos citar como exemplo, o excesso de peças nos estoques do fabricante somente
porque não sabem com precisão, quando receberão a remessa mais próxima dos seus fornecedores.
Por sua vez, fornecedores podem solicitar pedidos menores e insuficientes de matéria-prima por
desconhecer as informações necessárias sobre a expectativa de demanda.
Imagine que um fabricante qualquer conhecesse antecipadamente a expectativa de
compras de seus clientes. Consequentemente poderia planejar com alguma segurança a quantidade
e o tempo em que seus produtos precisariam ser fabricados. Sendo assim, seria possível montar uma
estratégia just-in-time - produzir o suficiente para atendimento da demanda, fazendo com que sua
operação funcionasse de uma forma muito mais eficiente. Assim, a matéria-prima poderia chegar no
momento exato em que seriam necessárias e os produtos acabados poderiam ser expedidos logo em
seguida, quando deixassem a linha de produção.

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No entanto, qualquer cadeia de suprimentos precisa estar preparada para lidar com as
incertezas, por conta de aspectos relacionados à previsão de demanda e à produção, que não podem
ser previstos com cem porcento de certeza, como por exemplo:
• demanda incerta;
• atraso nas remessas dos fornecedores;
• peças ou matérias--primas defeituosas, ou ainda;
• panes no processo de produção.
Para maximizar o nível de serviço ao cliente, os fabricantes precisam lidar
constantemente com essas incertezas ou eventos imprevistos que podem prejudicar o atendimento
das necessidades dos clientes.
Existem dois tipos de software de Supply Chain Management – Gerenciamento da Cadeia
de Suprimentos:
• o software que atua no processamento dos fluxos de planejamento da cadeia de
suprimentos;
• o software que atua no processamento dos fluxos de execução da cadeia de
suprimentos.
De uma forma em geral, o Supply Chain Management (Gestão da Cadeia de Suprimentos)
nada mais é do que um processo que consiste no gerenciamento dos fluxos, de bens, serviços,
finanças, informações de maneira estratégica entre várias empresas e consumidores finais, com o
objetivo de alcançar vantagens competitivas e criação de valor para os clientes.
Também pode-se entender a gestão da cadeia de suprimentos como explicam os autores
a seguir:
O Supply Chain Management é a interação de diferentes processos e atividades que
visam à criação de valor dos produtos e serviços para o cliente final, assim planejando
e controlando o fluxo de mercadorias, informações e recursos, visando à alimentação
de todo Lead Time, incluindo estratégias para focalizar a satisfação do cliente,
retenção dos atuais e obtenção de novos clientes. (CHING, 2010, p. 51).
Supply Chain Management tem representado uma nova e promissora estratégia
organizacional para obtenção de vantagens competitivas, assim trazendo para as
empresas uma nova mudança no desenvolvimento da visão de competição no
mercado, cujo objetivo final é maximizar os potenciais relacionamentos da cadeia
produtiva, de forma a encantar o consumidor final. (POZO, 2010, p. 16 e 17).

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O perfeito funcionamento de uma cadeia de suprimentos exige integração entre os seus
mais diversos elos. Esses elos, que vão desde os clientes até os fornecedores de matéria- prima
precisa transacionar informações entre si. Essas transações de informações atualmente têm sido
realizadas cada vez mais através dos meios eletrônicos.
A tecnologia da informação passa a ser utilizada como ferramenta essencial para otimizar
a gestão de dados, informações e de produtos que circulam entre os elos das organizações e entre as
próprias funções internas das empresas.
Veja a figura abaixo. Ela apresenta os processos tradicionais da cadeia de suprimentos e
como os softwares de gestão da cadeia de suprimentos podem auxiliar a execução de tais processos.

Figura 09 – Como um software de gestão da cadeia de suprimentos e a tecnologia da informação/internet auxiliam as


organizações a integrarem seus processos funcionais que otimizam o ciclo de vida da cadeia de suprimentos.
Fonte: Adaptado de Marakas e O’Brien (2013).
Descrição da Imagem: a imagem representa como o software de gestão de cadeia de suprimentos e a tecnologia da
internet ajudam as companhias a reformularem e integrarem os processos funcionais que auxiliam o ciclo de vida da
cadeia de suprimentos, através de um diagrama. O fornecedor, o fabricante, o varejista e o cliente estão representados
em blocos independentes que são a base do diagrama. Esses blocos se conectam, através da internet, com os seguintes
bancos de dados: atendimento colaborativo e dados compartilhados do mercado através do software de gestão de
cadeia de suprimentos. Daí é gerada a comunicação com os seguintes blocos: gerenciamento de transporte e entrega
que está no mesmo nível da logística de produção. No nível acima está a geração da rede de distribuição e
armazenagem. No nível acima está a pesquisa de fornecedores e requisição de compras estratégicas, que se desdobra
em: planejamento e previsão de demanda e atendimento do pedido do cliente/serviço. Acima de toda a representação
descrita, há quatro setas da esquerda para direita, apresentando a seguinte ordem: compromisso, programação,
execução e entrega.

49
Assista ao vídeo abaixo e aprenda um pouco mais sobre sistemas integrados e
SCM.
https://www.youtube.com/watch?v=jkdDryKZl_A

50
UNIDADE 03 | SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ESPECÍFICOS DA ATIVIDADE
LOGÍSTICA.
Olá, estudante!
Estamos chegando ao final dos conteúdos dessa disciplina.
Diante do atual estágio tecnológico no qual vivemos, não poderíamos deixar de pensar e
construir sistemas automatizados especialmente para aumentar a eficiência e controlar melhor os
processos logísticos.
Agora vamos aprender mais um pouco sobre os sistemas específicos para atividade
logística.

3.1 - Sistemas de previsão de vendas.

A construção ou utilização de um sistema de previsão de vendas requer, de uma empresa,


conhecimentos e habilidades em quatro áreas básicas:
• identificação e definição dos problemas a serem tratados na previsão de vendas;
• aplicação dos métodos de previsão de vendas;
• procedimentos para a seleção do método apropriado a situações particulares; e
• suporte organizacional para adaptar e usar os métodos de previsão de vendas
requeridos.
Qualquer sistema de previsão de vendas precisa estabelecer relações entre as previsões
realizadas pelas diversas áreas de gerenciamento. Por exemplo, um erro na projeção de vendas pode
provocar uma série de prejuízos a todas as áreas da organização.
A aplicação de um sistema de previsão de vendas depende dessas três condições:
• disponibilidade de informações históricas;
• transformação das informações históricas em dados numéricos; e
• hipótese da repetição dos padrões observados em dados passados para o tempo
futuro.
Esta última condição é também conhecida como suposição de continuidade.

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Essa condição torna-se um argumento básico para a utilização de métodos de previsão de
vendas, bem como de diversos métodos qualitativos. As técnicas de previsão de vendas variam
consideravelmente, tendo sido desenvolvidas com propósitos específicos. Cada técnica possui suas
características próprias, inclusive no grau de precisão e no custo de utilização, esse último deve ser
considerado na escolha de um método específico.
Segundo Corrêa et al (2006):
O sistema de previsão de vendas é um conjunto de procedimentos de coleta,
tratamento e análise de informações que visa gerar uma estimativa de vendas
futuras, medidas em unidades de produtos (ou famílias de produtos) em cada
unidade de tempo (semanas, meses etc.).

Informações são fundamentais para a criação, execução e a manutenção de um sistema


de previsão de vendas. Entre essas informações estão o histórico das vendas, ou seja, os volumes de
vendas registrados dos últimos períodos, informações de campanhas de vendas ou ainda informação
de outras variáveis que possam ter afetado ou afetar o comportamento das vendas.
Por mais que saibamos que os sistemas de previsões de vendas utilizam-se de softwares
(programas de computador) estatísticos e modelos matemáticos para se aproximar da previsão com
maior acurácia possível, existem variáveis externas mais difíceis de prever que interferem nas
previsões das quantidades a serem vendidas. A atuação da área de marketing, tais quais: os
lançamentos de novos produtos; as ações da área comercial como a divulgação antecipada de uma
nova tabela de preços, pode interferir nas expectativas de vendas.
Um sistema de previsão de vendas pode ser formado por várias partes, e nem todos eles
farão uso dos modelos estatísticos mais complexos. A figura abaixo apresenta um modelo genérico
dos componentes e do fluxo das informações em um sistema de previsão de vendas.

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Figura 10 – Sistema Genérico de Previsão de Vendas.
Fonte: Adaptado de Corrêa et al (2006).
Descrição da Imagem: A figura descreve o funcionamento de um sistema genérico de previsão de vendas utilizando-se
de um diagrama de blocos. Nos três blocos superiores temos: os dados de variáveis que explicam as vendas, os dados
históricos das vendas e as informações que explicam o comportamento atípico. Esses blocos interligam-se ao bloco
abaixo denominado de tratamento estatístico dos dados de vendas e outras variáveis. Esse bloco, por sua vez, interliga-
se na vertical ao bloco de reunião de previsão e comportamento das áreas envolvidas e ao bloco de tratamento das
informações disponíveis. Esses interligam-se ao bloco base do diagrama, denominado previsão de vendas. No entanto,
existem outros seis blocos que se conectam com a ligação destes dois blocos (tratamento estatístico dos dados de
vendas/outras variáveis e reunião de previsão e comportamento das áreas envolvidas e ao tratamento das informações
disponíveis), são eles: informações da conjuntura econômica, informações de clientes, decisões da área comercial,
informações de concorrentes e os dois últimos blocos representam outras informações do mercado.

3.2 - MPS – Master Production Schedule.

Otimizar a linha de produção na indústria moderna já não é uma opção, mas uma
necessidade que minimiza prejuízos e ajuda na garantia da lucratividade para as organizações.
O Plano Mestre de Produção (PMP), ou em inglês Master Production Schedule (MPS), é
um documento que tem como objetivo organizar o processo de produção ordenando, as quantidades
e os períodos em que os itens deverão ser produzidos.
Ele é fundamental para um planejamento de produção, definindo as datas de entrega dos
produtos e calculando as quantidades de unidades que podem ser fabricadas em um determinado

53
período de tempo. Geralmente, esses períodos cobrem umas poucas semanas, podendo chegar de
seis meses a um ano.
O Plano Mestre de Produção é uma etapa fundamental no planejamento da produção de
qualquer planta industrial. Ele funciona priorizando as ordens de fabricação mais importantes, define
prazos, a utilização de mão de obra necessária, os equipamentos necessários, o orçamento e a
utilização otimizada da capacidade de produção da planta fabril.
A área responsável por elaborar esse processo é a área de Planejamento, Programação e
Controle de Produção (PPCP) sendo, normalmente, uma área funcional ou um departamento de
desenvolvimento estratégico e de nível tático, que deve construir um MPS de médio prazo da
produção.
Para as novas indústrias que aplicam as mais modernas técnicas e metodologia de
produção, o Plano Mestre de Produção pode ser montado na área de PPCP com o objetivo de
acompanhar todo o processo da cadeia produtiva, analisando a produtividade por recurso utilizado e
avaliando os diversos materiais parados no estoque.
Para montar um Plano Mestre de Produção de uma organização, existem no mercado
vários softwares integrados de gestão que facilitam a sua utilização através da área de Planejamento,
Programação e Controle de Produção (PPCP).
O MPS (Master Production Schedule) geralmente é utilizado como um módulo ou uma
função de um sistema ERP. Esse módulo possui grande importância para a logística, pois é por meio
desse planejamento que são definidas a quantidade, prazos e itens que serão produzidos em quais
unidades de fabricação para atender a uma demanda qualquer.
No nível do planejamento estratégico, normalmente tratamos das receitas de vendas e
do retorno sobre os investimentos, já, no nível tático, deve-se definir quais são os planos que devem
ser executados a fim de que aqueles objetivos estratégicos sejam atingidos. O planejamento tático
funciona como uma forma de amenizar as variações que podem ser encontradas no nível estratégico.
Definida a meta de vendas de 36.000 unidades para todos os itens do catálogo de produtos da
empresa ao ano, não significa que serão fabricadas e vendidas 3.000 unidades ao mês.
O planejamento mestre de produção procura definir quais itens deverão ser produzidos,
em que momento no tempo, em qual unidade de produção, em qual linha de produção, com qual
frequência, qual o estoque que deverá ser mantido entre outras decisões não menos importantes.

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O módulo do ERP que trata do MPS está integrado, normalmente, ao módulo de vendas
ou do planejamento da demanda. Sendo assim, as informações que são registradas pela área
comercial ou de vendas no ERP são disponibilizadas para a área de produção responsável pelo MPS,
otimizando, dessa forma, o trabalho dos programadores de produção nas definições de volumes
previstos para serem produzidos.
O volume dos produtos que serão produzidos precisa ser planejado, levando em
consideração as necessidades de se manter uma quantidade mínima possível de estoques finais e o
mais aproximado que puder, ao máximo possível do nível de atendimento ao cliente em relação à
meta estabelecida para esse indicador de desempenho. Exemplificando: se a meta definida de
estoques é que o saldo final seja de 10 dias de giro, e a meta de atendimento aos clientes definida
seja de 95% dos pedidos em carteira, espera-se que o trabalho do programador seja orientado para
reduzir estoques em até 10 dias e elevar o nível de atendimento ao cliente para 95%. Caso o estoque
fique maior do que os 10 dias e o nível de atendimento ao cliente abaixo de 95%, o programador
precisará rever sua atuação e se é realmente possível anteder índice estipulado para o indicador de
atendimento ao cliente em 95% com um estoque inferior, ou se houve alguma sobra no estoque de
itens que não apresentaram a previsão de vendas como realizada. Em contrapartida, se o saldo ao
fim do mês do estoque for de 10 dias de giro, no entanto se o indicador de atendimento ficasse abaixo
dos 95%, poderia ser que fosse recomendado aumentar o estoque ou reavaliar as previsões de vendas
e de produção.
Muitos problemas podem acontecer para contribuir com o não alcance dos indicadores
planejados. Outro indicador que precisa de atenção em logística e que necessita de avaliação
constante é o da acurácia das informações que são cadastradas nos sistemas de informação. Para
isso, algumas perguntas precisam ser feitas:
• o saldo de estoque físico está igual ao saldo registrado no sistema?
• o histórico de vendas registrado está coerente com o realizado?
• os cadastros dos itens ativos e obsoletos foram atualizados recentemente?
Na sequência, você aprenderá mais um pouco a respeito de uma ferramenta essencial
para o perfeito funcionamento de um MPS, estamos falando do planejamento das necessidades de
materiais, do inglês MRP (Material Requirements Planning).

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Assista ao vídeo abaixo e aprenda um pouco mais sobre o MPS.
https://www.youtube.com/watch?v=lYAqNott5VA

Dê um tempinho na leitura agora e aproveite para assistir a nossa videoaula.

3.3 - MRP – Material Requirements Planning.

O sistema MRP (Material Requirements Planning – Planejamento das Necessidades de


Materiais), evoluiu a partir de um outro sistema conhecido pela sigla de BOM (do inglês, Bill of
Materials – ou Lista de Materiais, com tradução livre para o português).
O principal objetivo do MRP é o cálculo das necessidades de componentes para atender
as montagens previstas no PMP - Plano Mestre de Produção.
Atualmente, em um mercado cada vez mais competitivo, passa a ser fundamental que as
organizações produzam de tal forma que atendam às necessidades de seus clientes, com qualidade,
confiabilidade e menor custo possível. Nesse cenário, que depende cada vez mais do uso de
ferramentas de planejamento e controle de insumos e demandas de forma equilibrada, minimizando
os possíveis desperdícios e assim realizando gestão de estoques mais precisa. Todos esses processos
podem ser realizados de uma forma otimizada na etapa de Planejamento, Programação e Controle
da Produção (PPCP) utilizando um componente conhecido como sistema MRP (Material
Requirements Planning – Planejamento da Necessidade de Materiais, em tradução livre para o
português). Partindo do argumento de que é necessário equilibrar as quantidades de suprimentos
com a demanda, o MRP se apresenta como uma ferramenta que controla as estimativas futuras
estabelecendo, com a precisão desejada, o quanto e quando as matérias-primas serão necessárias
para a fabricação dos produtos, seguindo a uma lógica de programação de trás para frente.
Nesse sentido, o PPCP aplicado juntamente com a utilização do MRP tem como objetivo
calcular as quantidades necessárias de matérias-primas para produzir uma demanda qualquer,

56
realizando a programação e controle dos níveis estoques, a fim de que os processos não sejam
interrompidos, gerando informações para a tomada de decisão de quanto e quando produzir
(MARTINS; LAUGENI, 2015).
O MPS funciona calculando a produção para itens de demanda independente, ou seja,
são os produtos inteiros e acabados. Somente com a informação de previsão de vendas ou até mesmo
com o histórico de saída dos produtos é possível calculá-lo. Já o MRP, no entanto, depende dos
resultados dos cálculos do MPS para funcionar de forma correta, porque o MRP planeja as
necessidades dos materiais de demanda dependente.
A demanda dependente está relacionada à demanda de outros itens ou produtos que
existem em estoque.
Assim como foi visto no MPS, um dos vários fatores importantes para garantir a acurácia
dos cálculos desse sistema - que pode ser um módulo do ERP, ou como um sistema à parte – é a
precisão das informações. Falhas de registros das informações nos sistemas de informação e módulos
de cálculo de MRP são bastante comuns. Trata-se de itens que são frequentemente movimentados,
transportados, têm entrada e saída do estoque físico com muita frequência e, é muito comum que
essas movimentações não sejam atualizadas nos respectivos sistemas da empresa.
Tratando dos sistemas MRP deve-se frisar como um fator crítico, o registro das
informações das listas dos componentes dos itens a serem produzidos. Os itens são produtos inteiros
e acabados que são considerados itens pai. Já os insumos necessários, ou seja, os materiais
necessários para fabricá-los são chamados de itens filho.
Para apresentar essa árvore de pais e filhos, também conhecida como estrutura analítica
do produto apresentamos a figura abaixo:

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Figura 11 – Estrutura Analítica de um PRODUTO MESA.
Fonte: Adaptação do Autor.
Descrição da Imagem: A imagem representa a estrutura de produtos para uma produção de uma mesa através de uma
imagem e um diagrama de blocos, na parte superior direita está a figura de uma mesa, com destaque para os seus
componentes. No lado direito, está o diagrama de blocos que representa os componentes necessários para a produção
de uma mesa. Nesse diagrama na parte de cima, está o bloco denominado MESA, que se interliga na parte de baixo a
um grupo de blocos horizontais que são: perna, tampa e travessa, que por sua vez, são os itens filho.

Perceba na estrutura analítica do produto MESA quem são os itens pai e filhos?
Como a MESA é representada como o produto acabado, de demanda independente - para
saber quanto de mesas precisamos fabricar, é necessário apenas calcular o número de pedidos de
compra da previsão de demanda, afinal ela é o item pai. Em relação aos itens filho, nada mais são do
que os componentes necessários para a produção de cada mesa. A quantidade necessária desses
componentes dependerá da quantidade demonstrada na previsão de vendas.
Observe a questão dos itens dependentes (filho) e independentes (pai).
Para produzir uma mesa, serão necessários em estoque, uma tampa, quatro pernas e
quatro travessas. Vamos imaginar um pedido hipotético de quinhentas unidades, oriundo do sistema
de previsão de demanda. Para produzir essas 500 (quinhentas) mesas, serão necessários:
• 500 tampas;
• 2.000 pernas, e;
• 2.000 travessas.

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Observe ainda que não necessariamente esses componentes precisam estar disponíveis
em estoque. No plano mestre de produção, a programação de produção será feita levando em
consideração dois fatores: o tempo em que o pedido precisa ser entregue e a capacidade de produção
da unidade fabril, ou das unidades fabris. O MRP então calculará em função dessas informações e das
informações de estoque e de compras aos fornecedores, quanto em estoque precisa estar disponível
por dia, por semana, por mês. Fazendo com que a produção nunca pare e que os estoques estejam
sempre em níveis compatíveis com as necessidades de produção. Entendeu como o MRP funciona?
Ele otimiza a utilização de estoques, fazendo com que nem tenhamos mais do que o necessário para
o atendimento da demanda de produção, nem menos, apenas o necessário ao longo do tempo
planejado no MPS.

Assista ao vídeo abaixo e aprenda um pouco mais sobre o MRP.


https://www.youtube.com/watch?v=BrZFunJRdCY

3.4 - EDI – Electronic Data Interchange.

O EDI - Electronic Data Interchange (ou transferência eletrônica de dados) nada mais
é do que um sistema de envio e recebimento de documentos eletrônicos padronizados entre dois ou
mais parceiros comerciais. A partir dos dados das transações comerciais, esses documentos são
gerados e encaminhados eletronicamente aos parceiros interessados. Essas transações entre clientes
e fornecedores cobrem o envio e respectivo recebimento de documentos, tais como:
• avisos de embarque (Nota Fiscal);
• agendamento de entrega;
• solicitação de compra;
• confirmação e rastreamento de mercadorias;
• programações de entrega, além de;
• cotação e boleto bancário.

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A implantação de um sistema EDI traz inúmeros benefícios às empresas e aos parceiros
comerciais o que requer alguns cuidados, processos, softwares e uma tecnologia específica para cada
um dos envolvidos. Torna-se necessário, porém, analisar todos os processos administrativos internos
e suas respectivas integrações com os softwares para que a troca de documentos eletrônicos possa
ser compatível e adequada entre as organizações e devidamente interpretados, respeitando as regras
de cada negócio.
Na maioria dos casos, essas empresas são parceiras comerciais que trocam mercadorias
e serviços frequentemente como parte de suas redes de cadeias de fornecimento e business-to-
business (B2B).
De acordo com (MARAKAS, O’BRIEN, 2013), os dados formatados nas transações que são
realizadas, são enviados e recebidos por diversas redes de empresas no mundo inteiro.
O e-commerce é uma atividade que se beneficia com o uso desse software.
O mesmo acontece nas cadeias de suprimentos e nas redes de empresas que precisam da
atividade de logística de forma integrada. Atualmente, grande parte das operações logísticas de
empresas de grande porte, que movimentam milhares de produtos diariamente, só são possíveis
devido à utilização do EDI.
Pense um pouco!
Crie agora na sua imaginação o trabalho de produzir, armazenar, controlar, separar,
expedir e entregar produtos, executando as operações referentes à troca de informações entre várias
empresas, no mundo inteiro, de forma manual, usando papel e caneta. Seria muito difícil afirmar que
seria impossível, mas o nível de trabalho, quantidade de mão de obra e o esforço seria, certamente,
muito maior para isso tudo funcionar.

Assista ao vídeo abaixo e aprenda um pouco mais sobre o EDI.


https://www.youtube.com/watch?v=D7VbtDh6DWI

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3.5 - WMS – Warehouse Management System.

Um sistema de gerenciamento de armazém WMS (Warehouse Management System) é


um software que juntamente com uma série de processos permitem às empresas controlar e
administrar todas as operações dos armazéns desde o momento em que quaisquer bens ou materiais
dão entrada em um armazém até que, por qualquer motivo, se mudem. Todas as operações de um
armazém englobam necessariamente o gerenciamento de inventário, processos de seleção e
auditoria.
Um WMS pode fornecer, por exemplo, visibilidade do inventário de uma empresa em
qualquer tempo e localização, pode ser em uma instalação ou até de produtos ou materiais em
trânsito. Gerencia as operações da cadeia de suprimentos desde o fabricante ou atacadista para um
armazém e na sequência para um revendedor ou CD (centro de distribuição).
Um WMS é comumente utilizado de forma integrada com um sistema de gerenciamento
de transporte (TMS - Transportation Management System) ou um sistema de gerenciamento de
inventário. É importante reforçar que o sistema WMS também atribui informações da localização dos
veículos.
Segundo Dias (2012) o WMS, ou Sistema de Gerenciamento de Armazenagem é “um
sistema de automação e gerenciamento de depósitos, armazéns e linhas de produção”.
Normalmente são sistemas que funcionam à parte do ERP, fora do ERP utilizado pela
organização. É o WMS que gera todos os endereços e rotas de armazenagem e movimentação dentro
dos depósitos.

Aproveite agora e ouça o PODCAST desta unidade.

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Assista ao vídeo abaixo e aprenda um pouco mais sobre o WMS.
https://www.youtube.com/watch?v=p8TuvG3kP48

3.6 - TMS – Transportation Management System.

Um sistema TMS (Transportation Management Systems), na verdade, é uma ferramenta


que otimiza o gerenciamento da cadeia de suprimentos SCM (Supply Chain Management)
trabalhando mais especificamente com o planejamento, a execução e a otimização dos movimentos
físicos das mercadorias.
TMS é uma ferramenta logística que permite aos seus usuários a gerência e a otimização
das operações diárias das suas frotas de transporte, de forma integrada.
Normalmente, o sistema é desenvolvido e implantado em padrões independentes
podendo ser utilizado pelo cliente na medida da sua necessidade.
Diversas empresas têm buscado uma estratégia de diferencial competitivo, e esse
diferencial pode ser a razão do sucesso ou não da mesma. Vários casos estão diretamente
relacionados a logística desde a expedição até a entrega efetiva do produto. Com o uso de um
Transportation Management System (Sistema de Gerenciamento de Transportes), ou simplesmente
TMS, muitas dessas empresas se beneficiam das informações em tempo real gerenciadas e fornecidas
por esse sistema, se utilizando delas para a otimização do processo de distribuição.
Com a utilização dessas informações obtidas, as empresas se tornaram mais eficientes,
melhorando a comunicação entre o motorista da carga e o controlador do sistema.
A carga atualmente passa a ser monitorada de ponta-a-ponta, a partir do embarque na
doca de expedição até a recepção pelo cliente ou usuário. O sistema de gerenciamento de transportes
possui entre outras, as seguintes funcionalidades:
• controle Total da Operação, através da rastreabilidade;
• fim dos Desvios ou Extinção de Rotas Imprevistas;

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• comunicação em Tempo Real;
• monitoramento do Tempo que o Motorista Leva nas Paradas;
• controle Total do Veículo – O controlador de tráfego acompanha todos os
registros do sistema em tempo real, incluindo a velocidade do veículo. Esse
controle funciona para os casos de excesso de velocidade, possibilitando que
medidas preventivas sejam tomadas com o objetivo de evitar multas e acidentes,
e permite ainda o envio de comandos para o veículo, tais como: travamento do
baú, ligar e desligar a sirene de aviso, além do bloqueio do veículo (corte de
combustível), e;
• segurança.
O TMS passou a ser uma ferramenta que tem sido muito importante para a tomada de
decisão dos gestores de transporte de carga, pois eles necessitam trabalhar com números reais, e
para isso, nada melhor do que ter o controle de toda a operação interna e externamente.
“É um software utilizado para a melhoria da qualidade e produtividade de todo o processo
de transporte e distribuição; é também um roteirizador.” (DIAS, 2012, p. 333).
Permite a rastreabilidade das cargas considerando as informações de expedição, como
romaneio das cargas, e auxilia na execução da operação da programação de expedição.
Também auxilia no controle das tabelas de frete e conferências dos valores de frete
cobrados pelas transportadoras (DIAS, 2012).
Devido à função de roteirização, esse sistema proporciona redução de custos e de tempo
de entregas, uma vez que otimiza as rotas de entregas aos clientes. Isso impacta positivamente sobre
os níveis de serviço oferecidos aos clientes (DIAS, 2012).
Você já ouviu falar em veículos autônomos? Não? Então dê uma olhadinha nessa matéria
que eu separei para você e trata do atual estágio de desenvolvimento dessa tecnologia que pode
mudar em muito a nossa vida cotidiana. Imagine na logística! Veículos que se movem durante várias
horas para fazer entregas em vários lugares do mundo, sozinhos, sem ninguém.
A OTTO, uma subsidiária da UBER, fez a primeira entrega comercial de uma carga de
cerveja da Budweiser, usando um caminhão autônomo em outubro de 2016. Você sabia disso? Outros
fabricantes como a Daimler AG e a Volvo também estão trabalhando nesse mesmo conceito.

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Assista ao vídeo abaixo e aprenda um pouco mais sobre o TMS.
https://www.youtube.com/watch?v=1ctVeTzM_ZI

3.7 - RFID – Radio Frequency Identification.

A sigla em inglês quer dizer Radio Frequency Identification (Identificação por Rádio
Frequência). Essa tecnologia fornece meios para a identificação de forma individual, cada produto,
além de registrar as suas informações técnicas, facilitando o seu rastreamento. O seu funcionamento
depende de:
• impressoras;
• etiquetas anexadas aos materiais;
• antenas e leitores posicionados estrategicamente;
• sistema de gestão para o gerenciamento das informações.
As etiquetas são fixadas nos mais diversos materiais. Produtos e embalagens possuem
componentes eletrônicos que podem registrar o número de série, o modelo e dados do fabricante. O
leitor é a ferramenta usada para capturar as informações codificadas e enviadas pelas etiquetas.
Dessa forma, ocorre a leitura, o processamento e o armazenamento por meio do sistema instalado.
É necessário que se faça a integração entre as ferramentas de controle de estoque, (WMS,
por exemplo) documentando as entradas e saídas.
Segundo (DIAS, 2012), trata-se de uma etiqueta que contém as informações referentes à
carga permitindo o monitoramento do transporte da carga por meio da emissão dos sinais de rádio.

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Assista ao vídeo abaixo e aprenda um pouco mais sobre o RFID.
https://www.youtube.com/watch?v=sZVE66F1ZX0

3.8 - IMS – Inventory Management System.

Esse sistema gerencia essencialmente os estoques e/ou inventários. Nesse tipo de


sistema, as informações de entrada e saída dos estoques são registradas e acompanhadas, além do
valor de compra. O sistema também pode sugerir quais itens devem ser movimentados primeiro
conforme as metodologias FIFO – First In First Out (primeiro a entrar será o primeiro a sair) e LIFO –
Last In First Out (primeiro a sair é o último a entrar), cadastradas no sistema (DIAS, 2012).
O principal objetivo de um IMS está focalizado na gestão do estoque geral de uma
organização, visando a disponibilidade de itens de estoque para o atendimento das necessidades dos
clientes.
Os principais recursos de um IMS incluem:
• rastreamento dos estoques: um IMS monitora e rastreia os níveis de estoque em
vários locais ou armazéns.
• gerenciamento de novos pedidos: um IMS automatiza os processos de
reordenamento de itens de estoque visando a manutenção dos níveis ideais de
estoque, gerando pedidos de compra, rastreando entregas e gerenciando
relacionamentos com os fornecedores.
• previsão de demanda: um IMS pode suportar recursos de previsão de demanda
analisando dados históricos e prevendo padrões de demanda futuro, contribuindo
para o planejamento e para a otimização dos estoques.
• classificação dos estoques: um IMS calcula o valor do estoque baseado em fatores
de custo, tais como custo de compra ou do custo médio.

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3.9 - Códigos de Barras.

O código de barras é uma aplicação de hardware, normalmente impressa numa etiqueta


que, por meio da colocação de códigos legíveis pelo computador, facilita o controle das operações
nos pontos de venda, na expedição como também no recebimento de mercadorias, pois permite a
sua leitura de forma universal pelo computador com o uso de um sensor (DIAS, 2012).
A utilização dessa tecnologia disseminou uma padronização mundial na codificação de
produtos e depende da organização escolhida para a sua utilização, o Brasil escolheu a codificação
EAN-13.
O Código EAN 13 é uma combinação única de números com 13 dígitos que serve para a
identificação de um objeto ou produto com base no sistema europeu EAN - significa: European Article
Number, ou seja, numeração Europeia de Artigos na tradução livre para o português).
Atualmente também é conhecido como GTIN (Global Trade Item Number) 13 (GTIN-13)
na nova nomenclatura em que é utilizada.
O código EAN é utilizado no mundo inteiro para registrar produtos de varejo.
O código de barras EAN-13, utilizado no Brasil, contém todas as informações relevantes
sobre um produto que são divididos da seguinte maneira:
• identificação de Distribuição – 1º dígito (1 dígito);
• país de origem – 2º e 3º dígitos (2 dígitos);
• empresa Fabricante – 4º , 5º, 6º e 7º dígitos (5 dígitos);
• produto por ela produzido – 8º, 9º , 10º , 11º e 12º dígitos (5 dígitos);
• digito verificador – 13º dígito (1 dígito).

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Figura 12 – Código de Barras EAN 13
Fonte: https://comprarcodigos.com.br/saiba-tudo-sobre-codigos-de-barras-ean-13/

Assista ao vídeo abaixo e aprenda um pouco mais sobre o CÓDIGO DE


BARRAS.
https://www.youtube.com/watch?v=1uJttCNfjLA

3.10 - GPS – Global Positioning System.

O Sistema de Posicionamento Global, mais conhecido como GPS (Global Positioning


System ou Geolocalização por Satélite na tradução livre para o português), é um sistema global de
navegação via satélite que permite obter a informação da posição de um veículo, de uma pessoa ou
de outro objeto qualquer, com uma precisão de poucos metros, ou de centímetros.
Inicialmente, o GPS foi utilizado na área militar para o correto direcionamento de vários
tipos de armas de precisão. Atualmente, esses armamentos inteligentes são guiados na direção dos
seus alvos por um sistema misto com a utilização conjunta de um GPS.
Esse tipo de sistema pode ser utilizado em qualquer condição de clima garantindo um
grau de acertos muito acurado. O GPS também é aplicado à aviação geral e comercial, navegação
marítima, em pessoas e/ou objetos.
Atualmente é amplamente utilizado não só pelas empresas, mas também por pessoas
físicas que desejam se localizar.
Você sabe onde tem o GPS bem perto de você?

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No seu smartphone. Ele possui essa tecnologia embarcada de fábrica.
Isso significa que seu smartphone pode armazenar as informações privadas de onde você
está em dado momento, onde você esteve em um determinado período de tempo, onde você
costuma ir em determinado dia da semana, ou do mês, em determinado horário.
O GPS é uma tecnologia difundida mundialmente. Dias (2012) o define como um “sistema
de posicionamento global que possibilita ao usuário determinar a sua posição tridimensional em
qualquer lugar do mundo e é muito utilizado para rastreamento de frotas.”

Assista ao vídeo abaixo e aprenda um pouco mais sobre o GPS.


https://www.youtube.com/watch?v=qzOA41vA8Qw

3.11 - A Logística na Era da Inteligência Artificial (IA).

A utilização cada vez mais intensa da tecnologia na logística empresarial, vem se


transformando numa área do conhecimento que evolui e cresce mais e mais a cada ano, promovendo
oportunidades de inovação e o aumento da eficiência nas operações empresariais.
Em um mercado globalizado e cada vez mais competitivo, a capacidade de inovação e de
adaptação rápida torna-se essencial para o sucesso empresarial. Nesse sentido, a utilização da
inteligência artificial (IA) combinada com a internet das coisas (IoT) e a análise de big data, no universo
da logística empresarial, representa uma evolução significativa, transcendendo a mera adoção de
novas tecnologias para se tornar um modelo novo e abrangente de eficiência, sustentabilidade e
competitividade. Essa abordagem transformadora visa otimizar todas as perspectivas da cadeia de
suprimentos, redefinindo seus padrões de excelência operacional.
A integração tecnológica na logística contemporânea significa muito mais do que
simplesmente adotar tecnologias isoladas. Trata-se de integrar essas tecnologias de maneira a criar
um ecossistema logístico consistente e altamente eficiente. A inteligência artificial, por exemplo,
pode ser aplicada para a previsão de demanda, otimização de rotas de transportes e a realização de
manutenção preditiva de máquinas e equipamentos, ao mesmo tempo em que a internet das coisas
(IoT) permite a conexão e a comunicação entre os mais diferentes dispositivos, promovendo uma

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visão mais abrangente (holística) e em tempo real de toda a cadeia de suprimentos. Além disso, a
análise de big data permite inspirações valiosas que podem colaborar para a orientação do processo
de decisões estratégicas, identificando padrões, tendências e oportunidades de melhoria.
O futuro da logística segue caminhando rumo a uma abordagem mais inteligente,
integrada e sustentável. Com o avanço da tecnologia e a crescente conscientização geral sobre as
questões ambientais, esperamos que as empresas, muito em breve, incrementem seus esforços para
integrar cada vez mais as tecnologias avançadas e as práticas sustentáveis em suas operações
logísticas. Essa atitude mais inteligente e sustentável impulsionará a eficiência e a competitividade
das organizações, bem como, contribuirá para a garantia de que teremos um mundo mais equilibrado
e resiliente.
A capacidade de calcular e gerenciar as operações em tempo real, torna-se uma medida
essencial para o sucesso das operações logísticas. A transparência das transações em tempo real
permite às organizações a identificação rápida dos problemas, a antecipação de situações e desafios,
além de proporcionar a tomada de decisões ágeis com o objetivo de otimizar o desempenho de toda
a cadeia de suprimentos.
A utilização de robôs e a automação de processos estão transformando drasticamente os
armazéns, centros de distribuição (CD’s) e as próprias operações logísticas. Desde a recepção
incluindo a expedição de mercadorias, as empresas estão utilizando cada vez mais tecnologias
avançadas com o objetivo de aumentar a eficiência e a precisão dos seus processos e
automaticamente reduzindo custos e tempo de ciclo.
A aplicação de soluções incorporadas com a inteligência artificial (IA) na logística
empresarial excede os limites das operações individuais estendendo as suas repercussões ao longo
de toda a cadeia de abastecimento. Além de melhorar a eficiência operacional, essa nova abordagem
promove uma série de benefícios que transformam na sua essência a maneira como os produtos são
gerenciados e movimentados em toda a cadeia de suprimentos.
Uma das funções em que essa nova abordagem provoca um impacto significativo é na
gestão de estoques. Com a utilização dessa integração de tecnologias avançadas, tais como: sistema
de rastreamento com a utilização de etiquetas inteligentes (RFID) e análise preditiva, as empresas se
beneficiam obtendo sempre que necessário um panorama em dos seus níveis de estoque em tempo
real e das demandas do mercado consumidor, o que possibilita uma reposição precisa e oportuna

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dos itens de estoque, inibindo tanto a falta quanto o excedente de itens de estoques, resultando em
uma cadeia de abastecimento mais eficiente e econômica. Assim sendo, a logística inteligente torna-
se uma forte aliada na redução significativa de desperdícios ao longo da cadeia de abastecimento. A
utilização de processos tais como a roteirização otimizada possibilita uma distribuição mais eficiente
dos produtos, reduzindo além do tempo de espera, os custos associados ao armazenamento
exagerado. Essa utilização, não apenas reduz o desperdício na utilização de recursos, como também
colabora para a manutenção de uma cadeia de abastecimento sustentável.
Podemos observar como sendo um outro benefício da logística inteligente, o
aprimoramento na eficiência do fluxo de produtos ao longo da cadeia de abastecimento. Os sistemas
de gerenciamento de transporte e de roteirização, quando integrados com a inteligência artificial (IA),
colaboram para garantir que os produtos se movimentem de forma mais veloz e eficaz desde o ponto
de origem até o ponto de destino, fazendo com que os tempos de entrega sejam reduzidos como
também melhoram a percepção e satisfação dos clientes o que resulta em uma cadeia de
suprimentos mais atenta e ágil em relação às demandas dos mercados.
Tendo em vista todas as vantagens oferecidas pela integração da inteligência artificial
com a logística moderna, podemos constatar que não se trata apenas de uma busca pela eficiência
operacional e sim pela promoção de uma nova cadeia de suprimentos, mais econômica, mais
eficiente e mais atenta ao atendimento cada vez mais exigente das necessidades de atendimento do
mercado consumidor.

Assista ao vídeo abaixo e aprenda um pouco mais sobre a utilização da


inteligência artificial na logística 4.0.
https://www.youtube.com/watch?v=IjU6kUXM1_E

70
CONCLUSÃO
Caro(a) estudante(a),
Espero que você tenha aproveitado bastante o nosso conteúdo.
Você aprendeu uma série de assuntos relacionados à utilização da tecnologia da
informação aplicada a logística empresarial, passando pelo conceito de empresas como sistemas
abertos, dado e informação, estratégias empresariais, ferramentas de logística utilizadas com
sistemas corporativos, ferramentas de logística utilizadas fora de sistemas corporativos, enfim, você
aprendeu muito a respeito do tema proposto.
Percebeu que uma ferramenta tecnológica, bem empregada, em um ambiente
organizacional pode tornar-se uma grande aliada no que se refere às vantagens competitivas, e que
esse recurso tecnológico é fundamental para o acompanhamento dos diversos processos que
envolvem a logística.
Como foi visto em nossos estudos, a tecnologia da informação está evoluindo em ritmo
acelerado, gerando reduções significativas de custos e otimizando os processos. Nos dias atuais,
percebe-se uma vasta existência de opções tecnológicas para auxiliar as operações logísticas, no
entanto é indispensável saber quais delas se adequam a realidade de cada empreendimento.
Esperamos que o aprendizado adquirido nesta disciplina possa contribuir, não só para sua
formação enquanto estudante, mas para o seu desenvolvimento e crescimento enquanto profissional
de logística, pois os recursos tecnológicos nos processos logísticos são os principais responsáveis pela
otimização do trabalho de gestores e colaboradores, além de facilitar o gerenciamento das atividades
cotidianas desse setor.
Continue seus estudos e lembre-se sempre da importância do conhecimento para a sua
vida.

Ficamos por aqui, por enquanto!


Nos encontraremos em breve...

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REFERÊNCIAS

ABREU, A. F.; REZENDE, D. A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA A SISTEMAS DE


INFORMAÇÃO EMPRESARIAIS, ATLAS - 2016.

ABREU, A. F.; REZENDE, D. A. Tecnologia da Informação aplicada a sistemas de informação


empresariais. São Paulo: Atlas, 2013.

BERTALANFFY, Ludwig Von. Teoria Geral dos Sistemas 2 ed. 1975. Petrópolis: Editora Vozes.

CHING, Hong Yuh, Gestão de Estoques na Cadeia de Logística Integrada – Supply Chain. 4. Ed. São
Paulo: Atlas, 2010.

CORRÊA, H. L.; GIANESE, I. G. N.; CAON, M. Planejamento, programação e controle de produção.4ª


edição. São Paulo: Atlas, 2006. 452 p.

DIAS, M. A. P. Logística, Transporte e infraestrutura: armazenagem, operador logístico, gestão via TI.
São Paulo: Atlas, 2012.

FOINA, Paulo Rogério. Tecnologia de informação: Planejamento e Gestão. SP: Atlas, 2013.

LAUDON, K. C..; LAUDON, J. P., Sistemas de Informações Gerenciais, São Paulo - Editora Pearson -
2014.

MARAKAS, G. M.; O´BRIEN, J. A. Administração de Sistemas de Informação. São Paulo: Mcgraw Hill
Brasil, 2013.

MARTINS, Petrônio Garcia; LAUGENI, Fernando Piero – Administração da Produção – 3ª Edição -


Editora Saraiva – 2015.

MAXIMIANO, Amaru, Antônio Cesar. Introdução à Administração. Editora ATLAS, 7ª Edição, 2007.

MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Teoria Geral da Administração – Da revolução urbana à


revolução Digital. Editora GEN – 2017.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologia e Prática.


São Paulo: Atlas, 2007.

POZO, Hamilton. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. 6.


Ed. São Paulo: Atlas, 2010.

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MINICURRÍCULO DO PROFESSOR

Paulo Ney Alves Barata

Bacharel em Administração de Empresas e Especialista em Logística Empresarial, atuo


como Professor de Ensino Superior desde 2005, nas Áreas de Administração de Empresas,
Administração de Marketing, Logística Empresarial, Administração Financeira e Orçamentária, entre
outras. Atuo também na Pós-Graduação nas grandes áreas do conhecimento de Administração de
Empresas, bem como Professor do Ensino Médio Técnico em Logística desde 2012.

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