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Recursos Financeiros na

Escola
Eduardo Augusto de Santana

Curso Técnico em
Secretaria Escolar
Recursos Financeiros na
Escola
Eduardo Augusto de Santana

Curso Técnico em
Secretaria Escolar

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

1.ed. | Maio 2022


Professor Autor Catalogação e Normalização
Eduardo Augusto de Santana Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)

Revisão Diagramação
Eduardo Augusto de Santana Jailson Miranda

Coordenação de Curso Coordenação Executiva


Iracema Cristina Batista da Silva George Bento Catunda
Renata Marques de Otero
Coordenação Design Educacional Manoel Vanderley dos Santos Neto
Deisiane Gomes Bazante
Coordenação Geral
Design Educacional Maria de Araújo Medeiros Souza
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Maria de Lourdes Cordeiro Marques
Helisangela Maria Andrade Ferreira
Izabela Pereira Cavalcanti Secretaria Executiva de
Jailson Miranda Educação Integral e Profissional
Roberto de Freitas Morais Sobrinho
Escola Técnica Estadual
Descrição de imagens Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Sunnye Rose Carlos Gomes
Gerência de Educação a distância
Sumário
Introdução .................................................................................................................................... 5

1.Competência 01 | Conhecer o Funcionamento das Unidades Executoras .................................... 6

1.1 Assembleia Geral Ordinária da UEx ......................................................................................................... 12


1.2 Assembleia Geral Extraordinária da UEx ................................................................................................. 13
2.Competência 02 | Conhecer os Documentos Específicos de Cada Recurso Financeiro ............... 18

2.1 Identificação dos recursos financeiros na escola .................................................................................... 18


2.1.1 Recursos Estaduais – suprimento institucional .................................................................................... 20
2.1.2 Recursos federais – Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE........................................................ 20
2.2 - Documentos específicos dos recursos financeiros ................................................................................ 23
2.2.1 Suprimento institucional – recurso estadual........................................................................................ 23
2.2.2 Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) – Recurso Federal........................................................... 25
2.2.2.1 Ações - Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)......................................................................... 32
3.Competência 03 | Conhecer os Processos de Planejamento dos Recursos Financeiros Escolares
................................................................................................................................................... 38

3.1 Conceito .................................................................................................................................................. 38


3.2 Etapas de um bom planejamento ........................................................................................................... 40
3.2.1 Definição de prioridades ...................................................................................................................... 44
3.2.2 Elaboração de um plano de ação ......................................................................................................... 45
3.2.3 Cronograma de planejamento da execução de despesa...................................................................... 46
3.2.3.1 Modelo de planilhas .......................................................................................................................... 47
4.Competência 04 | Planejar a Aplicação e Execução dos Recursos Financeiros Escolares ............ 50

5.Competência 05 | Entender a Prestação de Contas ................................................................... 60

Conclusão .................................................................................................................................... 70

Referências ................................................................................................................................. 71

Minicurrículo do Professor .......................................................................................................... 72


Introdução
Prezado (a) discente, seja bem-vindo (a) à disciplina Recursos Financeiros na Escola, do
Curso de Secretaria Escolar! Juntos iremos ampliar, ainda no decorrer da primeira competência, o
entendimento da necessidade de que haja a motivação de participação efetiva da comunidade
escolar, no dia do espaço escolar, por meio da criação da Unidade Executora (UEx). Onde você terá a
oportunidade também de tomar conhecimento do que significa uma UEx; como a mesma é criada na
escola; como se organiza, bem como, sua finalidade e importância.
Mais adiante, ao longo da segunda competência, você vai conhecer as formas de
transferências dos Recursos Públicos para as escolas, como os Recursos Estaduais que são
transferidos às mesmas, através de Suprimento Institucionais e também os Recursos Federais, através
do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE. Tais transferências de recursos estão baseadas nos
princípios constitucionais de participação da sociedade civil na gestão e fiscalização dos recursos
públicos, estes, repassados para as escolas públicas através do Fundo Nacional de Desenvolvimento
(FNDE). Saiba de antemão que os recursos financeiros são repassados de maneira suplementar para
as escolas das redes públicas que atuam na educação básica. No terceiro momento é a oportunidade
de aprofundar o saber a respeito dos documentos específicos desses recursos, especialmente os
oriundos ao PDDE. Nesse contexto, estudamos como tais recursos podem ser utilizados pelas
instituições e também sobre como deve ser o seu planejamento. Em seguida, compreenderemos
quais os tipos de recursos são repassados e como ocorre a sua aplicação na execução dos repasses
financeiros. Por fim, entenderemos a importância da Prestação de Contas dos recursos recebidos pela
Unidade Escolar.
Vale salientar que para consolidar esse processo de modo democrático e correto, é
imprescindível que sejam utilizados mecanismos de participação, tornando a gestão dos recursos
públicos mais transparentes, primando sempre pela eficiente busca da melhoria da qualidade da
educação em nosso país. Espero que os estudos que permeiam este caderno possam lhe mobilizar,
que você participe dos diversos recursos disponíveis no ambiente virtual em sintonia com a proposta
de um saber acessível, democrático e dialógico que o nosso curso busca oferta a você. Vamos
construir um caminho de fomento ao processo de ensino e aprendizagem duradouro e que contribua
para uma educação democrática e plural para todo o povo brasileiro.

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1.Competência 01 | Conhecer o Funcionamento das Unidades Executoras
Caro (a) estudante, desejo que você seja muito bem-vindo (a) à nossa primeira semana
de aprendizagem. Nesse primeiro momento trataremos da criação da UEx ou Unidades Executoras
bem como das suas particularidades. Trata-se de assunto simples, mas que requer atenção às
minúcias do tema para compreender a importância desse conteúdo para a sua atuação da secretaria
escolar.
Vamos nessa então?

Mas, enfim, o que são Unidades Executoras? E como elas funcionam?

Antes de mais nada te convido para ouvir o Podcast foi que prepara
especialmente para este momento inicial de nossa disciplina. Vamos lá!!!

Um breve histórico sobre o tema


Ao longo desta semana você irá obter respostas para essas e outras questões que
permeiam o tema. Mas antes de ampliarmos essa reflexão iremos fazer um breve resumo histórico
do tema para em seguida entrarmos nas definições sobre a UEx.
Conforme Lemos (2017), foi a partir de 1995, que foi criado o Programa Dinheiro Direto
na Escola (PDDE). O referido programa tem a finalidade de prestar assistência financeira, em caráter
suplementar, às escolas públicas da educação básica das redes estaduais, municipais e do Distrito
Federal e às escolas privadas de educação especial mantidas por entidades sem fins lucrativos,
registradas no Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) como beneficentes de assistência
social, ou outras similares de atendimento direto e gratuito ao público.
O que configura o princípio básico de uma UEx é ser uma entidade que agrupe pais,
estudantes, funcionários da escola, professores e representantes da comunidade, com o objetivo de

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promoção da cooperação e a integração entre escola e comunidade nas ações sócio educacionais.
Vale salientar que cabe a unidade escolar criar a UEx com a denominação que lhe convier. Ainda para
Lemos, com esta denominação de “UEx”, o MEC buscou sistematizar e tornar homogênea a
organização das estruturas colegiadas já existentes, visto que sua principal função, dentre outras, já
vinha sendo a de recepção, gerenciamento e a geração de recursos financeiros para a escola.

E o que seria uma UEx?

Conforme diz Oliveira (2017), a Unidade Executora (UEX) tem a finalidade de gerenciar
os recursos financeiros destinados às escolas públicas das redes estaduais ou municipais, além disso,
cabe a UEx a administração de verbas, também é responsável por manter e conservar os
equipamentos e a estrutura física da instituição além, é claro, de manter a integração entre a
comunidade e a escola, colaborando assim, para um maior envolvimento e participação da família na
construção do conhecimento dos estudantes. Seus representantes deveriam ser os mesmos que
formam o Conselho Escolar, pais, estudantes, professores, funcionários e o diretor. Todavia, ocorre
que infelizmente, percebemos que ao transformar o Conselho Escolar em UEX, não houve de forma
absoluta em todas as escolas, a preocupação em inserir os membros da comunidade na administração
dos assuntos relacionados à escola.

Observe que de acordo com o manual da criação de uma UEx do Ministério da


Educação, é possível afirmar que: A UEX é uma sociedade civil com
personalidade jurídica de direto privado, sem fins lucrativos, que pode ser
instituída por iniciativa da escola, da comunidade ou de ambas. Necessário
dizer, contudo, que existem várias nomenclaturas que são utilizadas para
denominar Unidade Executora (UEx), como por exemplo, Caixa Escolar,
Associação de Pais e Professores, Associação de Pais e Mestres, Círculo de Pais
e Mestre Unidade Executora.

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Observe que independentemente da denominação escolhida pela escola e a comunidade,
a ideia da participação de todos os que compõe a comunidade escolar é fundamental na sua
constituição e gestão pedagógica, administrativa e financeira. O importante é que ao constituir sua
Unidade Executora, como já foi dito, a escola deverá ser capaz de congregar todos os envolvidos no
processo educativo, quais sejam: pais, estudantes, funcionários, professores e membros da
comunidade, de modo que esses segmentos sejam representados em sua composição. Contribuindo,
assim para uma gestão escolar democrática e transparente.

Mas e você! Tem ideia de quais são as atribuições legais de uma Unidade
Executora?

Figura 1: Carinha emoticon do WhatsApp dúvida


Fonte: https://www.istockphoto.com/br/ilustra%C3%A7%C3%B5es/emoji-confuso
Audiodescrição da figura: Carinha redonda na cor amarela em fundo branco

Atribuições das UEx


Para que você se aprofunde nessa compreensão, leia abaixo quais são as principais
atribuições das Unidades Executoras.
Porém, antes de mais nada, é bom frisar que de forma geral a função básica da UEx é
administrar recursos transferidos por órgãos federais, estaduais, distritais e municipais que irá se dá
da seguinte maneira:
• Gerir recursos advindos de doações da comunidade e de entidades privadas;
• Controlar recursos provenientes da promoção de campanhas escolares e de outras
fontes;

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• Fomentar as atividades pedagógicas, a manutenção e conservação física de
equipamentos e a aquisição de materiais necessários ao funcionamento da escola;
• Prestar contas dos recursos repassados, arrecadados e doados.

Além das informações, listadas acima, você precisa entender que para a constituição de
uma UEx, faz-se necessário levar em consideração alguns aspectos pertinentes a essa decisão, desse
modo vamos aprender agora quais são os aspectos e como eles se explicitam como ação:

1 – Motivando a comunidade
Primeiro ponto que merece destaque é o fato de existir a Motivação da Comunidade para
criar a referida UEX, assim vale salientar que para que seja constituída a Unidade Executora própria,
é imperioso o envolvimento de todos para buscar a integração entre a escola e a comunidade. Desse
modo, o gestor da escola ou outro membro da comunidade que tomar a iniciativa deve comunicar e
esclarecer aos pais, estudantes, professores e servidores da escola, quanto à finalidade da
constituição da entidade e aos benefícios proporcionados por uma UEX.
A divulgação deve ser feita pelos meios de comunicação existentes e que possam alcançar
a maioria dos interessados. As mídias diversas devem ser exploradas com essa finalidade (rádio
comunitária, jornal, redes sociais, associação de moradores local, cartazes, alto-falante etc.), pois a
comunicação é primordial nesta fase. A promoção de encontros, palestras e reuniões com pequenos
grupos, com informações sobre a importância e à necessidade da fundação de uma Unidade
Executora.
2 – Convocando assembleia geral para discutir a criação da UEX
Tendo visto que as assembleias são atividades comuns enquanto ações necessárias as
UEXs, de modo que as pessoas envolvidas na criação da UEX deverão fazer a convocação de uma
Assembleia Geral para participação de todos os envolvidos: professores, pais, estudantes, servidores
e demais membros da comunidade interessados no desenvolvimento das atividades pedagógicas,
administrativas e financeiras da unidade escolar. A convocação, assim como a etapa de motivação
poderá usar os recursos diversos de comunicação: rádio, jornal, redes sociais, cartazes, alto-falante
etc., além de convites de forma direta como e-mail ou outra correspondência usada oficialmente pela
escola.

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O objetivo da realização da assembleia para a criação da UEx é a concretização da
discussão e aprovação de um estatuto da UEX. Também caberá na ocasião, a eleição e posse da
Diretoria, do Conselho deliberativo e do Conselho Fiscal lavrando ao final a ata (feita pelo secretário
da Assembleia Geral de constituição da UEx com assinaturas dos participantes da reunião). Caso
existam dificuldades financeiras ou operacionais para a formação da UEx, a escola poderá buscar
assessoria técnica e apoio financeiro do Estado ou município, de acordo com a rede de ensino que a
instituição esteja vinculada.

Todavia, antes de você entrar na etapa seguinte, de estudo, é importante


destacar que e o cargo de presidência da UEX poderá ser ocupado por
quaisquer dos participantes envolvidos na mesma, não havendo nesse caso
necessidade ou obrigatoriedade de ter no cargo apenas o diretor ou servidores
públicos.

3 – Registrando uma Unidade Executora


Como você pode ver, o presidente pode ser qualquer um dos participantes da UEX. Para
registrá-la caberá ao presidente solicitar o registro do estatuto no Cartório de Registro Civil de
Pessoas Jurídicas que responda pelo atendimento do município no qual a entidade está situada. Instar
dizer que, como há toda uma questão legal envolvida nesse processo, geralmente os cartórios vão
requerer a apresentação de documentos como os descritos abaixo:
- Requerimento, dirigido ao Oficial do Registro Civil de Pessoas Jurídicas, solicitando o
registro do estatuto da UEx, com firma reconhecida do presidente; dois exemplares do estatuto, com
todas as folhas rubricadas e assinadas no final pelo presidente que deverão conter o visto de um
advogado com o respectivo número de inscrição na Ordem dos Advogados (OAB), conforme a Lei nº
8.906, de 4 de julho de 1994;
- Livro Ata que contenha o registro escrito da fundação da UEx.

4 - Inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ)


Para a Unidade Executora Própria ter uma conta bancária e ter acesso aos benefícios
devidos, como: subvenções, assinatura de convênios com órgãos governamentais, recebimento dos
recursos do PDDE, e/ou outros, é imperativo que seja incluída no Cadastro Nacional de Pessoas

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Jurídicas (CNPJ), do Ministério da Fazenda. O Presidente da Unidade Executora Própria, de posse do
registro, deve apresentar-se à Delegacia, Agência ou Inspetoria da Receita Federal, em data
previamente agendada no sítio www.receita.fazenda.gov.br, apresentando os seguintes
documentos:
a) Ficha de inscrição do estabelecimento em 03 vias (formulário próprio da Receita
Federal, adquirido em livrarias);
b) Ata da Assembleia Geral de constituição da Unidade Executora Própria (posse da
Diretoria);
c) Registro da Unidade Executora Própria no Cartório;
d) CPF do Presidente;

5 - Abertura de Conta Bancária


No que diz respeito ao PDDE, a Unidade Executora Própria (UEx), quando da formalização
do cadastro junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), indicará qual agência
e banco de sua escolha para a abertura de conta, pelo FNDE, específica para o programa. A relação
de bancos parceiros está disponível no site www.fnde.gov.br.
Ainda a respeito, importar dizer que a movimentação de recursos na referida conta é feita
de forma EXCLUSIVA pela UEX, sendo proibida a transação de recursos próprios por meio de
depósitos, transferências, doações ou saques.

Administração da UEx
Sobre a administração da Unidade Executora
Como você já deve ter notado, a UEx é composta por todos os associados e a sua
administração é realizada pela Assembleia Geral, pela Diretoria e pelos Conselhos Deliberativo e
Fiscal. Agora vamos entender melhor as definições dos termos, os seus contextos e aplicação, além
das funções e papéis na administração da Unidade Executora.

1 - Assembleia Geral da UEx

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É a reunião de todos os sócios podem participar e deliberar acerca dos assuntos que dizem
respeito ao funcionamento da Unidade Executora. É convocada e instalada na forma da lei (Código
Civil - Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002) e do estatuto escolar.

Sendo assim, o papel da Assembleia Geral se delineia da seguinte maneira:


a) Fundar a Unidade Executora Própria;
b) Eleger e dar posse à Diretoria e aos Conselhos Deliberativo e Fiscal;
c) Nomear e destituir os membros da Diretoria, dos Conselhos Deliberativo e Fiscal;
d) Analisar anualmente as contas da Diretoria e deliberar sobre o balanço por ela
apresentado;
e) Alterar ou reformular o estatuto;
f) Examinar outros assuntos de interesse da Unidade Executora Própria e da escola.
g) Quanto às assembleias podem ser:

1.1 Assembleia Geral Ordinária da UEx

A Assembleia Geral Ordinária será convocada pelo presidente, segundo o prazo


estabelecido pelo estatuto, e deve deliberar sobre eleições, relatórios de atividades e prestação de
contas. Compete também à Assembleia, a prestação de contas da Diretoria e o balanço juntamente
com o parecer do Conselho Fiscal.

Quando couber, a Assembleia elegerá a nova Diretoria e o Conselho Fiscal,


podendo também preencher cargos vagos ou criar novos, se o estatuto assim
permitir.

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1.2 Assembleia Geral Extraordinária da UEx

A Assembleia Geral extraordinária é convocada apenas em casos especiais, para que esta
ocorra deverá contar com a presença da maioria simples dos sócios para deliberar a respeito de
situações não previstas no estatuto, como por exemplo, mudança do nome da escola, transformação
da escola, alteração do estatuto, e substituição de membros da Diretoria e dos Conselhos Deliberativo
e Fiscal.
1. O Conselho Deliberativo da UEx
O Conselho Deliberativo deverá ser constituído por no mínimo sete membros, escolhidos
democraticamente, por meio de processo eleitoral, e na sua composição deverá incluir
obrigatoriamente: · presidente; · secretário; e conselheiros (no mínimo cinco, podendo variar esse
número quando a UEx não dispuser de membros suficientes para tal formação).

Dentre as suas atribuições o Conselho Deliberativo poderá deliberar sobre:


• Apreciar a programação anual, o plano de aplicação de recursos e os balancetes;
• Promoção de sindicâncias, caso necessário;
• Emissão de pareceres de mérito em assuntos de sua apreciação;
• Convocação de Assembleias.

3. O Conselho Fiscal da UEx


O Conselho Fiscal deverá ser constituído de acordo com o estatuto da entidade.
Geralmente na constituição do referido conselho estão presentes os seguintes membros efetivos:
01 (um) presidente, 02 (dois) titulares e seus respectivos suplentes, escolhidos por meio
de processo eleitoral.
As funções do Conselho fiscal são:
• Fiscalizar a movimentação financeira da Unidade Executora Própria como a entrada,
saída e aplicação de recursos;
• Examinar e julgar a Programação Anual, sugerindo alterações, se necessário;
• Analisar e julgar a prestação de contas da Unidade Executora Própria.

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4. A Diretoria da UEx
De acordo com o estatuto da entidade e com o tamanho da escola, a Diretoria é
comumente constituída por presidente, um vice-presidente, um secretário e um tesoureiro. Observe
que todos os seus membros deverão ser escolhidos por meio de um processo eleitoral.

Segue abaixo as funções de cada um dos membros da diretória da UEx:

Caberá ao Presidente
• Convocar e presidir reuniões e Assembleias;
• Administrar, juntamente com o tesoureiro, os recursos financeiros da entidade;
• Promover o entrosamento entre os membros da Unidade Executora Própria,
acompanhando o desempenho de suas funções.

Caberá ao Vice-Presidente
• Auxiliar o presidente nas atribuições pertinentes ao cargo e, quando necessário,
responder pela UEx.

Caberá ao Secretário
• Elaborar toda a correspondência e documentação: atas, carta, ofícios, convocações,
estatuto etc.;
• Fazer a leitura das atas em reuniões e Assembleias;
• Manter a organização e a atualização de arquivos e livros de atas;
• Elaborar, em conjunto com a Diretoria, o relatório anual.

Caberá ao Tesoureiro
• Assumir a responsabilidade de toda a movimentação financeira (entrada e saída de
valores);
• Assinar, junto com o presidente, todos os cheques, recibos e balancetes;
• Prestar contas (no prazo estabelecido pelo estatuto) à Diretoria e ao Conselho Fiscal
e, anualmente, em Assembleia geral, aos associados;

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• Manter os livros contábeis (caixa e tombo) em dia e sem rasuras.

Além desses membros, a Unidade Executora Própria será constituída com número
ilimitado de sócios. Tais sócios serão pertencentes às categorias de Efetivos – serão sócios efetivos,
os pais de estudantes, o diretor e o vice-diretor do estabelecimento de ensino, os professores e os
estudantes;
Sócios - Colaboradores – serão sócios colaboradores o pessoal técnico administrativo, os
pais de ex-estudantes, os ex-diretores do estabelecimento de ensino, os ex-professores, os ex-
estudantes e os demais membros da comunidade, desde que interessados em prestar serviços à
unidade escolar ou acompanhar o desenvolvimento e suas atividades pedagógicas, administrativas e
financeiras.
Na condição de membros, os sócios terão assegurados os seguintes direitos:
• Votar e ser votado;
• Participar de atividades sociais e culturais promovidas pela escola;
• Apresentar sugestões e oferecer colaboração à Unidade Executora Própria;
• Solicitar, em Assembleia Geral, esclarecimentos sobre as atividades da Unidade
Executora e sobre os atos da Diretoria e dos Conselhos Deliberativo e Fiscal.

Organização da UEx
Na organização da UEx, em suas atividades enquanto Unidade Executora Própria, deverão
ser realizadas de forma organizada e mantendo os registros nos seguintes Livros:
Livro Ata: trata-se de um importante documento onde são registradas as reuniões
ordinárias e as Assembleias Gerais da Unidade Executora Própria, como dito anteriormente, caberá
ao Secretário à lavratura das referidas atas. É necessário, entretanto, que essa documentação no
formato de Ata apresente sempre uma redação clara, sem rasuras, sem espaços em branco e os
números escritos por extenso. Após lavrada, as Atas deverão conter a assinatura de todos os
participantes presentes na Reunião.
Livro Caixa: É o livro em que se registram todas as entradas (receitas) e saídas (despesas)
dos recursos financeiros que estão sob a responsabilidade e gestão da Unidade Executora Própria,
não sendo permitido que esse documento contenha qualquer tipo de rasuras.

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Livro Tombo: É o livro utilizado para registro do patrimônio sob a responsabilidade da
Unidade Executora Própria, como equipamentos (televisões, Datashow, computadores, som estéreo
entre outros) e móveis (armários, mesas, cadeiras, birôs, carteiras escolares entre outros), e para
registrar baixas, desde que sejam devidamente comprovadas, caso haja trocas, descarte por
inutilização ou perda de bens. Tais registros devem ser efetuados pelo Tesoureiro.

Competência da UEX
Para atingir as suas finalidades, a UEx precisa garantir o cumprimento das suas
competências, entre elas cabe aqui destacar alguns aspectos relacionados:

• Participação da Comunidade, pois cabe a UEX garantir a participação sistemática e


efetiva nas decisões colegiadas, afixar a relação dos membros da UEX; demonstrativo
da execução e informações referentes à aplicação dos recursos.
• Acompanhamento e Fiscalização: garantir o livre acesso às suas dependências aos
representantes de órgãos oficiais, quando em missão de acompanhamento,
fiscalização e auditoria.
• Eleições: verificar prazos de mandatos dos membros, conforme o estatuto.
• Monitoramento da Conta Corrente
• Cumprir as suas obrigações fiscais e trabalhistas.

Providências de competência da UEx


Algumas atividades deverão ser programadas e realizadas pelas UEX, sendo, no entanto,
indispensável o envolvimento de toda a comunidade educativa como já foi dito anteriormente. Entre
as providências de competência da Unidade Executora destacamos as seguintes:
Programação Anual – caberá a UEx, conjuntamente com todos os membros ou a maior
parte deles e também em conjunto com a escola, fazer a programação das suas atividades anuais
relacionadas às ações nas áreas financeira, administrativa, pedagógica e social, contemplando os
interesses da comunidade escolar e local.

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Plano de Aplicação De Recursos- Trata-se de documento a ser elaborado tomando como
base a Programação Anual, contendo assim quais as ações previstas a serem realizadas, registrando
também as estimativas de custos.
Relatório Anual – Ao final de cada ano letivo, a UEx, ao encerrar suas atividades, caberá a
elaboração de um relatório onde serão registradas as ações e atividades realizadas, bem como
registro das possíveis dificuldades que impediram a efetivação da programação. O referido relatório
deverá ser apresentado à Assembleia Geral para apreciação e julgamento.

E ai! Gostando do tema desta competência? Te convido agora para assistir a


videoaula que foi especialmente preparada para você.
Aproveite...

Dissolução da UEx
Para fazer a dissolução da UEx caberá aos envolvidos, uma vez acordado tal decisão,
cumprir alguns passos com vistas a efetivar a ação de extinção da UEX, onde deverão realizar os
seguintes procedimentos:
a) Realizar assembleia para essa ação;
b) Obter certidões negativas: INSS, FGTS e de tributos Federais;
c) Legalizar documentação em Cartório e Receita Federal.
Prezado (a) estudante, estamos apenas começando nossa disciplina, nessa primeira
semana, e é muito importante que esteja motivado e se mobilize para abraçar essa gama de saberes
que lhe está sendo ofertada. Assim, com vistas a assegurar que tenha uma boa apreensão do
conteúdo estudado, peço que busque se apropriar das leis que regem os Recursos Financeiros na
Escola, seus processos e protocolos. Siga perseverante e verá, mais adiante, que terá feito um
excelente investimento em seu futuro profissional.
Estamos juntos nessa jornada!
Abraços e até a próxima competência.

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2.Competência 02 | Conhecer os Documentos Específicos de Cada Recurso
Financeiro
Prezado (a) estudante, ao longo dessa competência você irá estudar e compreender quais são
as características e funções da documentação relativa aos Recursos Financeiros na Escola. A esse
respeito irá entender como se dá o repasse, às unidades públicas de ensino, dos recursos Estaduais e
Federais, destinados ao custeio da educação, bem como quais documentos específicos de cada
recurso financeiro repassado para as escolas.

Vamos dá uma para dá uma paradinha e escutar este Podcast, sobre a


competência desta semana, que está muito legal

Figura 2: As responsabilidades do Conselho Escolar na gestão dos recursos financeiros


Fonte: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1695/blog-direcao-certa-gestao-financeira
Audiodescrição da figura: seis pessoas reunidas em volta de uma mesa quadrada preta com a imagem de um porquinho
azul no centro da mesa.

2.1 Identificação dos recursos financeiros na escola

As instituições de ensino, sejam elas públicas ou privadas, necessitam de recursos


financeiros para que possam custear as suas despesas. E, para isso, é necessário que haja
investimento que garantam o seu funcionamento. Podendo assim, ter os meios necessários para fazer

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frente ao custeio de material escolar, internet, funcionários, alimentos, materiais de expediente,
consertos, limpeza entre outros. Entretanto, as instituições públicas de ensino, ao contrário, das
escolas privadas, são dependentes do repasse de recursos públicos para que tenham os meios
necessários para manter a estrutura da unidade ensino funcionando.
Ainda a respeito desses recursos públicos, é importante que se diga que eles provem do
dinheiro decorrente dos impostos que todo cidadão deste país paga. Sejam, esses impostos pagos
diretamente com desconto em folha de pagamento ou aqueles que estão embutidos nas
mercadorias, serviços e bens consumidos cotidianamente. Dessa maneira, esses recursos são
fundamentais para que a rede pública de ensino, de qualquer nível ou região do país, possa continuar
a ofertar uma educação pública e de qualidade como deve ser.
Contudo é importante destacar que a gestão financeira, bem como as outras gestões da
escola, deve sempre estar alinhada com o PPP. E para que isso, de fato ocorra, o gestor escolar deve
focar no que a escola tem como objetivo para os estudantes da sua unidade de ensino, e, com base
nisso, refletir sobre como aplicar seus recursos.
Uma das forças pelas quais os recursos chegam até as escolas públicas é por meio do
Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), do Governo Federal, que se caracteriza como uma
assistência financeira suplementar a rede pública de ensino de todo o Brasil.

Figura 3: Logo marca do PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola


Fonte: https://www.fnde.gov.br/programas/pdde
Audiodescrição da figura: Logo marca do PDDE com quatro crianças e fundo azul

Os recursos destinados ao financiamento do ensino público são provenientes de duas


fontes financiadoras (federal e estadual) que fazem o repasse do dinheiro público para ser utilizado

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nas necessidades da Instituição escolar. Quanto a esses recursos, você agora irá entender como se
dão os recebimentos de Recursos Estaduais através do suprimento Institucional e os Recursos
Federais através do Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE.

2.1.1 Recursos Estaduais – suprimento institucional

Os recursos estaduais, destinados ao custeio do ensino público da sua rede, são


repassados às instituições de ensino por meio do chamado Suprimento Institucional (S.I). Esse
suprimento consiste na transferência de valores financeiros a cada escola que compõe a rede de
ensino daquele Estado. Esse repasse, por sua vez, é sempre precedida de empenho na dotação
própria, submetida a regime especial de execução de despesa e da prestação de contas. É necessário
esclarecer, contudo, que esses valores são recursos destinados às instituições de ensino que não
contam com orçamento próprio e, por esse motivo, recebem esse financiamento via transferência de
Suprimento Institucional da Secretaria de Educação do seu Estado.
Ainda a esse respeito, os recursos estaduais - Suprimento Institucional prescinde um gestor,
um servidor (diretor da escola) que é designado por ato específico para ser responsável pela unidade
escolar para manutenção da escola, descentralizando a forma de aplicação dos recursos. Dando,
assim, mais autonomia a escola para aplicar, dentro dos limites estabelecidos por lei e demais
normativas da sua respectiva Secretaria de Educação Estadual, os valores na obtenção de bens e
serviços imprescindíveis ao funcionamento da unidade.

2.1.2 Recursos federais – Programa Dinheiro Direto na Escola – PDDE

Por outro lado, os recursos provenientes do governo federal do Programa Dinheiro Direto
na Escola é uma verba que é repassada às unidades de ensino por meio do FNDE - Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação – FNDE. A esse respeito, logo mais abaixo, você poderá visualizar e
avaliar algumas imagens que fazem referência a página do FNDE e a ações ligadas ao PDDE. Ou seja,
irá visualizar alguns ícones que fazem referência direta a maneira como esses recursos podem ser
requeridos junto ao FNDE.

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Figura 4: Imagem da página do FNDE
Fonte: https://www.gov.br/fnde/pt-br
Audiodescrição da figura: Página FNDE contendo vários links sobre o site

Conforme consta na página do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o


Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) foi criado, com o objetivo de garantir a assistência
financeira para manutenção e melhoria da infraestrutura física e pedagógica das escolas públicas –
Resolução CD FNDE nº 12, alterada pela Medida Provisória nº 1.784/1998. Buscando garantir, dessa
maneira, a manutenção e melhoria da infraestrutura física e também pedagógica das escolas públicas
brasileiras. Sem tirar de vistas a elevação do desempenho escolar, a participação da sociedade na
tomada das decisões a respeito do uso desses recursos e a auto-gestão escolar. Favorecendo, assim,
uma maior integração entre a sociedade e a comunidade escolar.

21
Já de acordo com a Resolução nº 6, de 27 de fevereiro de 2018, esses repasses as
instituições de ensino devem ocorrer duas vezes ao ano. Sendo a primeira efetivamente feita até o
dia 30 de abril e o da segunda até o dia 30 de setembro de cada exercício às EEx, UEx e EM, desde
que tenham cumprido as exigências de atualização cadastral até a data de efetivação dos pagamentos
supracitados acima.
É importante também destacar que o governo federal, através do Conselho Deliberativo
do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação, órgão integrado do Ministério da Educação e
Cultura – MEC, por meio da Resolução Nº 15, de 16 de setembro de 2021, dispõe sobre as
orientações do apoio técnico e financeiro, fiscalização e monitoramento na execução do Programa
Dinheiro Direto na Escola – PDDE, em cumprimento ao disposto na Lei nº 11.947, de 16 de junho de
2009. Com essa medida, buscou-se estabelecer uma série de critérios e procedimentos para o uso e
fiscalização a respeito da aplicação desses recursos. Tornando, a partir dessa medida, muito mais
rígida e eficiente a fiscalização dos recursos públicos por parte das unidades de ensino beneficiadas.
É importante que seja dito que as ações agregadas ao PDDE estejam agrupadas e
nomeadas, respectivamente, de PDDE, conforme quadro ilustrado abaixo: PDDE Integral, PDDE
Estrutura e PDDE Qualidade. Dessa maneira temos a seguinte estrutura dos programas que são
vinculados a cada uma delas:
PDDE Integral PDDE Estrutura PDDE Qualidade
Mais Educação Escola Acessível Ensino Médio
Novo Inovador
Mais Educação Água na Escola Atleta na Escola
Escola no Campo Mais Cultura na
Escola
Escolas Mais Alfabetização
Sustentáveis

Quadro 1: Ações Agregadas do PDDE


Fonte: https://www.gov.br/fnde/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/programas/pdde
Audiodescrição da figura: Tabela quadro Ações agregadas PDDE.

22
2.2 - Documentos específicos dos recursos financeiros

2.2.1 Suprimento institucional – recurso estadual

Nesse item você irá conhecer mais a fundo quais são os documentos específicos
relacionados aos recursos estaduais, destinados ao custeio da sua rede de ensino.
Compreendendo quais são as especificidades do Suprimento institucional – os recursos
estaduais que serão representados por meio dos estágios da despesa pública. Assim, observe
atentamente a correspondência dos exemplificados abaixo com seu respectivo estágio de despesa
pública:
1 - Empenho: o empenho da despesa é especificamente o ato emanado de autoridade
competente que cria para o Estado obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de
condição. (Artigo 58 da Lei 4320/64). A esse respeito veja e análise o modelo abaixo:

23
Figura 5: Nota de empenho serviço público
Fonte: https://reitoria.ifpr.edu.br/wp-content/uploads/2014/06/NOTA-T%C3%89CNICA-PREENCHIMENTO-SRE.pdf
Audiodescrição da figura: Modelo de Nota de Empenho Instituto Federal do Paraná.

24
Observe que o documento inserido acima, é o modelo de uma nota de empenho emitido pelo
Instituto Federal do Paraná referente a despesas com o fornecimento de energia elétrica contraídas
junto a companhia de energia elétrica responsável pelos serviços a sua unidade de ensino localizada
nos campos do município de União da Vitória, no Estado do Paraná. No modelo apresentado é
possível verificar por meio da nota de empenho (NE), qual o tipo de despesa que foi autorizada e
observar qual o elemento de despesa constante no referido documento.

2 - Liquidação: Esse documento faz alusão ao segundo estágio da despesa. Ele se refere a
verificação do direito adquirido pelo credor. Esse direito ao recebimento, por parte do credor, tem
por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito conforme determina o Artigo
63 da Lei 4320/64. É, em suma, a comprovação dada pela Administração pública, de que o referido
credor realizou todas as obrigações constantes do empenho.

3 - Pagamento: Já no terceiro e último estágio da realização da despesa consiste na


quitação do valor devido ao credor. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado
após a sua regular liquidação. Ou seja, quando toda a documentação comprobatória referente a
contratação do débito estiver ordenada e passível de verificação de sua veracidade por quem de
direito.

2.2.2 Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) – Recurso Federal

Figura 6: Quadro com fundo verde com destaque, em Amarelo, das letras P,D,D,E.
Fonte: http://timon.ma.gov.br/site/?p=20447
Audiodescrição da figura: Quadro contendo as siglas PDDE, com os dizeres Escola Acessível e, logo abaixo, a

25
representação de cinco crianças deficientes de ambos os sexos.

A respeito das instituições de ensino que têm direito, conforme a legislação vigente, e
podem participar do rateio do PDDE é importante que se diga que há alguns anos atrás, esse
programa abrangia apenas escolas públicas de ensino fundamental. Porém, de acordo SANTOS (2020.
p.24) após algumas modificações na legislação, o PDDE passou a ter um alcance maior e, dessa forma,
uma maior abrangência. Passando a destinar-se também às escolas públicas da educação básica das
redes estaduais, municipais e do Distrito Federal, bem como as escolas privadas de educação especial
mantida por entidades sem fins lucrativos e registradas no Conselho Nacional de Assistência Social
(CNAS) como beneficentes de assistência social, ou outras similares de atendimento direto e gratuito
ao público e aos polos presenciais do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) que, por sua vez,
ofertem programas de formação inicial ou continuada a profissionais da educação básica.
Além do mais, uma vez recebidos os recursos do PDDE, a instituição beneficiada terá
como próximo passo fazer uso dos recursos recebidos para custear os serviços ou realizar as compras
para as quais os recursos foram destinados.
Entretanto, para que os recursos sejam utilizados de maneira eficaz, segura e
transparente é necessário que, o seu uso, seja prescindido de um levantamento técnico que possa
indicar quais as áreas onde esses recursos devem ser prioritariamente utilizados. Definindo, assim, o
que de mais urgente deve ser contemplado.
Além do mais, para que se possam atender de forma mais adequada as necessidades da
escola e realizar um bom investimento do recurso é importante realizar algumas das etapas listadas
abaixo:

a) Pesquisa de Preços para a UEx:


A pesquisa de preço é um levantamento para a escolha da proposta mais vantajosa,
levando em consideração o seu custo-benefício, cabendo a Unidade Executora analisar e acolher o
orçamento que for mais vantajoso para a necessidade que se apresenta naquele momento. O que
você precisar entender é que o sistema de pesquisa de preço deve abranger o maior número possível
de fornecedores e prestadores de serviços. E que esse levantamento deve ser realizado por meio da
análise de, pelo menos, 3 (três) orçamentos distintos.

26
Figura 7: Planilha MEC/FNDE/PDDE
Fonte: FNDE - http://www.fnde.gov.br
Audiodescrição da figura: Modelo do formulário de pesquisa de preços para a UEx.

b) Consolidação de Pesquisa de Preço: Esse é o documento que deverá conter os valores


levantados na pesquisa de tomada de preço, dos bens ou serviços a serem adquiridos. Nesse
documento é indicado o menor orçamento obtido para cada item pesquisado.

27
BLOCO I - IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE EXECUTORA PRÓPRIA (Uex)
01 - Razão Social 02 - CNPJ

BLOCO II - IDENTIFICAÇÃO DOS PROPONENTES (Fornecedores de produtos ou prestadores de serviços)


03 - Razão Social do Proponente (A) 03 - Razão Social do Proponente (B) 03 - Razão Social do Proponente (C)

04 - CNPJ do Proponente (A) 04 - CNPJ do Proponente (B) 04 - CNPJ do Proponente (C)

BLOCO III - PROPOSTAS (R$ 1,00)


05 - Item 06 - Descrição dos Produtos e Serviços 07 - Unid. 08 - Quant. 09 - Valor Proponente (A) 10 - Valor Proponente (B) 11 - Valor Proponente (C)

Proponente (A) Proponente (B) Proponente (C)

12 - Valor Total da Proposta

13 - Valor Total da Proposta com Desconto

BLOCO IV - APURAÇÃO DAS PROPOSTAS


14 - Itens de Menor Valor 15 - Valor Total dos Itens de Menor Valor

Proponente (A)
Proponente (B)
Proponente (C)

16 - Valor Total

BLOCO V - AUTENTICAÇÃO
17 - Local e Data 18 - Nome do Dirigente ou do Representante Legal da UEx 19 - Assinatura do Dirigente ou do Representante Legal da UEx

Figura 8: Formulário Pesquisa de Preço


Fonte: https://www.fnde.gov.br/fndelegis/action/UrlPublicasAction.php?acao=abrirAtoPublico
&sgl_tipo=RES&num_ato=00000009&seq_ato=000&vlr_ano=2011&sgl_orgao=CD/FNDE/MEC
Audiodescrição da figura: formulário da consolidação de pesquisa de preço

c) Conciliação Bancária: A Conciliação Bancária diz respeito a uma conferência comparada


de informações sobre cheques emitidos, saldos e valores de aplicações apresentados no extrato
bancário com o intuito de comprovar divergências de saldos. Logo abaixo, veja e analise um exemplo
desse tipo de formulário:

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FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA FINANCEIRA
COORDENAÇÃO-GERAL DE CONTABILIDADE E ACOMPANHAMENTO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS PRESTAÇÃO DE CONTAS

BLOCO 1 – IDENTIFICAÇÃO
01 – Programa/Ação 02 – Exercício

03 – Nome 04 – N.º do CNPJ

05 – Endereço 06 – Município 07 – UF

BLOCO 2 – IDENTIFICAÇÃO BANCÁRIA E SALDO


08 – Banco 09 – Cód. da Agência 10 – Nº da Conta Corrente 11 – Saldo do Extrato Bancário
Data: Valor (R$)

__________/___________/___________

BLOCO 3 – DEMONSTRAÇÃO CONTÁBIL / FINANCEIRA


12 – Créditos não Demonstrados no Extrato 13 – Débitos não Demonstrados no Extrato 14 – Restos a Pagar Processados 15 – Saldo Contábil
Histórico Valor (R$) Histórico Valor (R$) Histórico Valor (R$) (11+12) – (13+14)

16 – Total
BLOCO 4 - AUTENTICAÇÃO

________________________________________________
___________________________________________________________ ________________________________________________________
Local e Data

Figura 9: Conciliação Bancária


Fonte: http://www.fnde.gov.br/arquivos/file/411-conciliacao-bancaria
Audiodescrição da figura: formulário da Conciliação bancária.

d) Relação de bens adquiridos ou produzidos: Neste documento específico é possível


delinear e identificar os bens que foram adquiridos com os recursos repassados pelo FNDE. É muito
importante que ele seja preenchido pela entidade que recebe e executa os recursos financeiros.

29
FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA FINANCEIRA
COORDENAÇÃO-GERAL DE CONTABILIDADE E ACOMPANHAMENTO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS PRESTAÇÃO DE CONTAS

RELAÇÃO DE BENS ADQUIRIDOS OU PRODUZIDOS


BLOCO 1 – IDENTIFICAÇÃO
01 – Programa/Ação 02 – Exercício

03 – Nome 04 – N.º do CNPJ

05 – Endereço 06 – Município 07 – UF

BLOCO 2 – IDENTIFICAÇÃO DOS BENS ADQUIRIDOS OU PRODUZIDOS


08 – Documento 11 – Valor (R$)
09 – Especificação dos Bens 10 – Quantidade
Tipo Número Data Unitário Total

12 - TOTAL
BLOCO 3 - AUTENTICAÇÃO

______________________________________________________ _________________________________________________________
________________________________________________
Nome do(a) Dirigente ou do Representante Legal da Unidade Assinatura do(a) Dirigente ou do Representante Legal da Unidade
Local e Data
Executora Própria ou Entidade Mantenedora Executora Própria ou Entidade Mantenedora

Figura 10: Relação de Bens Adquiridos ou Produzidos


Fonte: http://www.fnde.gov.br/arquivos/file/442-relacao-bens-adquiridos-ou-produzidos
Audiodescrição da figura: formulário da relação de bens adquiridos ou produzidos.

e) Termo de doação: É um instrumento que está alinhado com a legislação do PDDE e


cujo documento é utilizado em situações relacionadas à doação, ao tombamento e a incorporação de
bens ao patrimônio escolar.

30
T E R M O DE D O A Ç Ã O

Pelo presente instrumento o Conselho Escolar ________________________________, da Escola ________________________________


faz, em conformidade com a legislação aplicável ao Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e demais normas pertinentes à matéria, a doação
dos bens, conforme discriminados abaixo, adquiridos ou produzidos com recursos do referido Programa, à Secretaria ____________________
para que sejam tombados e incorporados ao seu patrimônio público e destinado à escola acima identificada, à qual cabe a responsabilidade pela
guarda e conservação dos mesmos.
NOTA FISCAL VALOR (R$)
N.º ORD. DESCRIÇÃO DO BEM QTDE.
N.º DATA UNITÁRIO TOTAL

TOTAIS:

_____________________________________________
Local e Data Nome do(a) Responsável pela UEx Assinatura do(a) Responsável pela UEx

Figura 11: Termo de Doação


Fonte:http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:7hgexKQilrIJ:www.fnde.gov.br/arquivos/category/207
-boletim-informativo%3Fdownload%3D10065:termo-de-doacao+&cd=1&hl=ptBR&ct=clnk&gl=br
Audiodescrição da figura: formulário padrão para o Termo de Doação

f) Demonstrativo da execução da receita e da despesa de pagamentos efetuados: Este


é o documento utilizado para sintetizar os valores dos recursos recebidos e as despesas executadas.

31
FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA FINANCEIRA
COORDENAÇÃO-GERAL DE CONTABILIDADE E ACOMPANHAMENTO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS PRESTAÇÃO DE CONTAS
DEMONSTRATIVO DA EXECUÇÃO DA RECEITA E DA DESPESA E DE PAGAMENTOS EFETUADOS
BLOCO 1 – IDENTIFICAÇÃO
01 – Programa/Ação 02 – Exercício

03 – Nome 04 – Número do CNPJ

05 – Endereço 06 – Município 07 – UF

BLOCO 2 – SÍNTENSE DA EXECUÇÃO DA RECEITA E DA DESPESA (R$)


08 – Saldo Reprogramado do Exercício Anterior 09 – Valor Creditado pelo FNDE no Exercício 10 – Recursos Próprios 11 – Rendimento de Aplicação Financeira 12 – Devolução de Recursos ao FNDE (-)
Custeio Capital Custeio Capital Custeio Capital Custeio Capital Custeio Capital

15 – Saldo a Reprogramar para o Exercício Seguinte 16 – Saldo Devolvido 17 – Período de Execução 18– Nº de Escolas
13 – Valor Total da Receita 14 – Valor da Despesa Realizada (-)
Atendidas
Custeio Capital Custeio Capital Custeio Capital Custeio Capital
_____/_____/_____ a

_____/_____/_____

BLOCO 3 – PAGAMENTOS EFETUADOS


25 – Documento 26 – Pagamento
19 – 22 – Tipo de Bens e Materiais Adquiridos ou Serviços 23 – Origem 24 – Nat.
20 – Nome do Favorecido 21- CNPJ ou CPF 27 – Valor (R$)
Item Contratados R$ (*) Desp Tipo Número Data Nº Ch/OB Data

28 – TOTAL

BLOCO 4 – AUTENTICAÇÃO

_________________________________________ ________________________________________________ ______________________________________________________


Local e Data Nome do(a) Dirigente ou do Representante Legal Assinatura do(a) Dirigente ou do Representante Legal

Figura 12: Demonstrativo da Execução da Receita e da Despesa de Pagamentos Efetuados


Fonte: http://www.fnde.gov.br/prestacao-de-contas/prestacao-de-contas-formularios
Audiodescrição da figura: documento especifico que demonstra a execução da receita e da despesa

Prezado (a) estudante, ao longo das páginas anteriores foram apresentadas as diversas
ações agregadas ao PDDE que são elegíveis para o recebimento dos recursos nos moldes operacionais
do programa. Perceba que é a partir do repasse desses recursos que o programa busca garantir que
as escolas tenham os meios financeiros necessários para realizar compras, assim como adquirir
serviços com vistas a adequar a sua estrutura as necessidades requeridas pela sociedade. Militando,
assim, para garantir uma educação a altura dos desafios impostos pela era do conhecimento.

2.2.2.1 Ações - Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)

Conforme foi dito nos tópicos anteriores, existem alguns programas que definem
aspectos efetivos de uso dos recursos, bem como deve se dá o atendimento através de tais

32
programas. Desta forma, nesse tópico você irá conhecer um pouco a respeito de cada um desses
programas.

Mais Educação – Por uma educação integral


De acordo com o MEC o Programa Mais Educação, foi criado em 2007 por meio do
Decreto 7.083/10 e constitui-se como estratégia do Ministério da Educação para indução da
construção da agenda de educação integral nas redes estaduais e municipais de ensino que amplia a
jornada escolar nas escolas públicas, para no mínimo 7 horas diárias, por meio de atividades optativas
nos macro campos: acompanhamento pedagógico; educação ambiental; esporte e lazer; direitos
humanos em educação; cultura e artes; cultura digital; promoção da saúde; comunicação e uso de
mídias; investigação no campo da ciência da natureza e educação econômica.
O detalhamento de cada atividade em termos de ementa, de recursos didático-
pedagógicos e financeiros previstos é publicado anualmente em manual específico relativo à
educação integral, que acompanha a resolução do Programa Dinheiro Direto na Escola do FNDE.
O Programa conta, em sua estrutura, com Comitês Metropolitanos ou Regionais,
constituídos por representantes das secretarias, gestores escolares e outros parceiros, entre os quais
as universidades, e Comitês Locais, formados por sujeitos do Programa Mais Educação na escola e
representantes da comunidade escolar e do entorno.
De acordo com SANTOS (2020. p. 28):
A definição de um paradigma contemporâneo de educação integral entende que o
território da educação escolar pode expandir-se para além dos muros da escola,
alcançando seu entorno e as cidades em suas múltiplas possibilidades educativas. O
Programa Mais Educação é coordenado pela Secretaria de Educação Básica (SEB
/MEC), em parceria com as secretarias estaduais e/ou municipais de Educação.

Programa Novo Mais Educação


De acordo com o portal do MEC, O Programa Novo Mais Educação, foi criado pela Portaria
MEC nº 1.144/2016 e é regido pela Resolução FNDE nº 17/2017. Ele se define como uma estratégia
do Ministério da Educação de melhoraria da aprendizagem em língua portuguesa e matemática no
ensino fundamental, por meio da ampliação da jornada escolar de crianças e adolescentes,
otimizando o tempo de permanência dos estudantes na escola.

33
As ações desse programa irão focar na realização de acompanhamento pedagógico em
Língua Portuguesa e Matemática e no desenvolvimento de atividades nos campos de artes, cultura,
esporte e lazer, impulsionando a melhoria do desempenho educacional mediante a complementação
da carga horária em cinco ou quinze horas semanais no turno e contra turno escolar.

O Programa tem por finalidade contribuir para a:


I - Alfabetização, ampliação do letramento e melhoria do desempenho em língua
portuguesa e matemática das crianças e dos adolescentes, por meio de
acompanhamento pedagógico específico;
II - Redução do abandono, da reprovação, da distorção idade/ano, mediante a
implementação de ações pedagógicas para melhoria do rendimento e desempenho
escolar;
III - Melhoria dos resultados de aprendizagem do ensino fundamental, nos anos iniciais e
finais – 3º e o 9º ano do ensino fundamental regular.
IV - Ampliação do período de permanência dos estudantes na escola.

O Programa Novo Mais Educação tem como alvo as escolas públicas de ensino
fundamental, por meio de articulação institucional e cooperação com as secretarias estaduais, do
Distrito Federal e secretarias municipais de educação, mediante apoio técnico e financeiro do
Ministério da Educação - MEC.

Programa Escola Acessível - Por uma escola acessível e inclusiva


Foi através do Decreto nº 6.571/2008 o Ministério da Educação passou a prestar apoio
técnico e financeiro para a adequação arquitetônica de prédios escolares, elaboração, produção e
distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade. Garantindo com isso condições de acesso,
participação e aprendizagem, no ensino regular, dos estudantes da educação especial. O Programa
Escola Acessível conforme previsto no Manual de Escola Acessível pretende:

34
Promover a acessibilidade e inclusão de estudantes com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação
matriculados em classes comuns do ensino regular, assegurando-lhes o direito
de compartilharem os espaços comuns de aprendizagem, por meio da
acessibilidade ao ambiente físico, aos recursos didáticos e pedagógicos e às
comunicações e informações.

Como ficou bastante claro, o programa visa à promoção de maior acessibilidade aos
estudantes ingressos na rede pública de ensino regular. São estudantes que apresentem algum tipo
de deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação e devem
ser incluídos por direito de acesso aos espaços comuns de aprendizagem, por meio da acessibilidade
ao ambiente físico, através da adaptação arquitetônica aos recursos didáticos e pedagógicos e às
informações.

Programa Ensino Médio Inovador


Esse programa foi instituído pela portaria 971/2009 – O programa Ensino Médio Inovador
– EMI – e ele tem como objetivo apoiar e fortalecer os Sistemas de Ensino Estaduais e Distrital no
desenvolvimento de propostas curriculares inovadoras nas escolas de Ensino médio, oferecendo
apoio técnico e financeiro, trazendo em sua essência a ideia de disseminação da cultura de modo
dinâmico, flexível, que atenda as expectativas e necessidades dos estudantes e demandas da
sociedade atual.
Ele busca fomentar o desenvolvimento e a formação integral dos estudantes, por meio
do fortalecimento do protagonismo juvenil. Isso, a partir de uma relação de teoria e prática com
utilização de novas tecnologias e metodologias criativas e emancipadoras.
Nas ações propostas pelo programa “Ensino Médio Inovador” são contempladas diversas
áreas do conhecimento, a partir do desenvolvimento de atividades nos Campos de Integração
Curriculares indicadas pelo MEC conforme listadas abaixo:
I - Acompanhamento Pedagógico (Língua Portuguesa e Matemática);
II - Iniciação Científica e Pesquisa;
III - Mundo do Trabalho;

35
IV - Línguas Adicionais/Estrangeiras;
V - Cultura Corporal;
VI - Produção e Fruição das Artes;
VII – Comunicação, Uso de Mídias e Cultura Digital;
VIII - Protagonismo Juvenil.

Programa Atleta na Escola


O Programa Atleta na Escola: Objetiva o incentivo a prática desportiva nas escolas, além
de democratizar o acesso ao esporte em busca de desenvolvimento e difusão de valores olímpicos e
paraolímpicos entre os estudantes da educação básica, bem como estimular a formação do atleta
escolar e identificar e orientar jovens talentos.

O Programa Atleta na Escola, integrante do plano de ações do PDDE Qualidade, visa:

1. difundir a prática desportiva entre os estudantes brasileiros;


2. desenvolver valores olímpicos e paraolímpicos entre os jovens e adolescentes;
3. favorecer a identificação de jovens talentos numa perspectiva de formação
educativa integral que concorra para a elevação do desempenho escolar e esportivo
dos estudantes;
Também é importante destacar que os recursos, a serem disponibilizados nos moldes do
PDDE, destinam-se às escolas públicas municipais, estaduais e distritais, que tenham a partir de 10
(dez) estudantes matriculados na faixa etária de 12 a 17 anos, cursando o ensino fundamental e/ou
médio, de acordo com informações do censo escolar do ano anterior ao do atendimento.
Desta maneira os recursos financeiros deverão ser empregados na aquisição de materiais
e/ou contratação de serviços para realização de reparos e/ou pequenas adequações que favoreçam
a manutenção, conservação e melhoria das instalações físicas da escola para realização de atividades
educativas e esportivas e no desenvolvimento dessas atividades que concorram para a elevação do
desempenho escolar e esportivo dos estudantes.

36
A execução dos recursos deverá ocorrer até 31 de dezembro do ano do
recebimento do crédito. Os saldos de recursos financeiros, como tais
entendidas as disponibilidades existentes em 31 de dezembro nas contas
específicas, poderão ser reprogramados pelas UEx, para aplicação no exercício
seguinte, com estrita observância de seu emprego nos objetivos da ação
programática. Na hipótese de o saldo disponível em 31 de dezembro ultrapassar
a 30% (trinta por cento) do total de recursos disponíveis no exercício, a parcela
excedente será deduzida de eventual repasse ao qual a UEx fizer jus no exercício
subsequente, voltado à ação PDDE Qualidade.

Prezado (a) estudante, chega ao fim a segunda competência e segunda semana de


estudos, deste caderno, onde você foi exposto a informações bastante relevantes e que irão ser
bastante relevantes para o seu desenvolvimento profissional e, sobretudo, ao longo de sua prática
profissional.

E que tal agora você assistir a videoaula desta competência! Vamos nessa...

Continue focado em seus objetivos e prepare-se, pois, agora você irá adentrar na terceira
competência.
Vamos lá?

37
3.Competência 03 | Conhecer os Processos de Planejamento dos Recursos
Financeiros Escolares

3.1 Conceito

O conceito de planejamento consiste no ato de criar e conceber antecipadamente uma


ação, desenvolvendo estratégias programadas para atingir determinado objetivo. De acordo com
esse entendimento, o planejamento funciona como uma forma de identificar um alvo específico, com
a intenção de organizar e aplicar as melhores maneiras para atingi-lo.
O planejamento é algo que faz parte, ou deveria fazer, da vida de todas as pessoas e
instituição, pois sem planejamento fica bastante difícil obter êxito na execução das tarefas mais
simples ou projetar muita coisa para o futuro. Note que se vive planejando coisas, estudos, a viagem
das férias, o orçamento mensal, carreiras, compras, família, negócios entre outros.
No entanto, as ações exemplificadas acima, são parte do chamado planejamento
informal. Já o outro tipo de planejamento, chamado planejamento formal, está mais relacionado às
áreas de conhecimento e setores técnicos e profissionais. A esse respeito, segundo diz BARBOSA
(2001), planejamento é: Ato de relacionar e avaliar informações e atividades – de forma ordenada e
com lógico encadeamento entre elas – a serem executadas num prazo definido, visando à consecução
de objetivos predeterminados.

E que tal já começarmos está competência escutando este Podcast preparado


especialmente para você? Vamos lá...

Observe a baixo a imagem que faz referência ao processo de planejamento.

38
Figura 13: Pilares de um planejamento estratégico
Fonte: http://contabilidadestar.com.br/saiba-como-elaborar-um-bom-planejamento-estrategico-para-a-sua-empresa-
em-itumbiara/
Audiodescrição da figura: Quadro fundo laranja com diversos ícones - se referindo ações como: estratégia,
conhecimento, plano, inovação, análise e equipe - dispostos entorno de uma esfera que contém um fundo branco e
cujo interior está o termo Planejamento Estratégico. Fim da audiodescrição.

É necessário que você entenda que o planejar precede uma ação. Ou seja, ele deve vir
antes da execução de qualquer tarefa. Desse modo, por vir antes é o planejamento quem preside e
norteia toda a ação.
Assim, o planejamento é algo utilizado por indivíduos ou empresas com a finalidade de
orientar ações e estratégias para alcançar metas e garantir objetivos que se deseja alcançar. Outro
aspecto a se considerar é o fato de que no planejamento se relaciona e se avaliam informações de
forma ordenada por meio de um encadeamento lógico de ideias e proposições, ou seja, exige método
e capacidade de reunir as informações que são de fato relevantes para um determinado objetivo ou
para que uma meta seja alcançada. Sendo uma ferramenta indispensável para a organização de ações
e declaração de estratégias.

39
Assim, o planejamento é uma ferramenta importante, mas que requer raciocínio intenso,
capacidade de organização de informações, sistematização dos mais variados recursos financeiros e
materiais. Contudo, importa dizer que existem diversos modelos ou formas de planejamento que
podem variar de procedimento, mas alguns elementos serão indispensáveis e comuns a boa parte
deles.
E que tal agora conhecer algumas das principais fases necessárias a um bom
planejamento? Vamos lá...

3.2 Etapas de um bom planejamento

Passos a passo de como se fazer um bom planejamento!!!

De acordo com KUNSH (1986), alguns elementos são mais comuns à maioria das
estratégias de planejamento:
• Identificar a situação: Conhecer a realidade dos fatos, do ambiente, do contexto,
levantando-se, para tanto, o máximo de informação possível;
• Determinar objetivos: Estabelecer os resultados desejados, aonde se quer chegar, o
que se quer obter, partindo-se do conhecimento da realidade, e estabelecendo
prioridades;
• Escolha das estratégias: Identificar as melhores maneiras para se alcançar os
objetivos estabelecidos;
• Definir recursos: Identificar os recursos (materiais, humanos e financeiros)
necessários para a realização das estratégias definidas;
• Implantar o planejamento: Aplicar e realizar tudo o que foi planejado;
• Controle: Estabelecer mecanismos de acompanhamento de todo o processo de
planejamento, comparando resultados, identificando desvios, corrigindo percursos;

40
As ações estratégias, descritas acima, também podem ser empregadas do decorrer do
planejamento de ações visando o emprego dos recursos financeiros recebidos pela escola. É
importante, no entanto, que essas ações sigam à risca o que está previsto no Projeto Político
Pedagógico, buscando dar prioridade ao contexto real vivenciado pela comunidade escolar.
Garantindo, assim, o emprego racional dos recursos visando atender as demandas efetivas da
unidade de ensino.

Mas, como fazer o planejamento financeiro na escola?

Figura 14: Imagem de uma pessoa utilizando uma calculadora científica


Fonte: https://www.contabeis.com.br/artigos/6760/entenda-a-importancia-da-gestao-e-do-controle-financeiro-para-
as-micro-e-pequenas-empresas/
Audiodescrição da figura: Imagem de uma pessoa, supostamente uma mulher, negra vestindo uma blusa branca
sentada de frente a uma banca digitando em uma calculadora científica. Fim da audiodescrição.

Para que se tenha uma escola pública de qualidade é necessário que bons professores
façam parte do seu quadro, bem como se construa um ambiente de convivência harmonioso que
possibilite que todos possam cumprir com as suas atribuições e favoreçam o processo de ensino e
aprendizagem contínua. Além do mais, também é necessário que se tenha um bom planejamento
financeiro, adequado para alcançar um efetivo funcionamento de toda a estrutura escolar.

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Garantindo-se, desta forma, que através de uma gestão apropriada dos recursos
financeiros que se alcancem os aspectos pedagógicos imprescindíveis a uma boa qualidade de ensino
e a manutenção da infraestrutura da instituição.

Logo mais, abaixo, estão listados alguns tópicos que indicam caminhos para garantir
uma boa gestão dos recursos destinados as escolas públicas:

• Definir metas e prioridades


Definir as metas e prioridades consiste em desde o início ser capaz de definir formas de
controle financeiro sobre a escola. Desta forma, pode-se estabelecer metas e reservas mensais
destinadas a satisfazer as necessidades e também os imprevistos. Cabe ressaltar que as metas devem
ser bem realistas, ou seja, deve ter em vista os recursos disponíveis em caixa e, também, levar em
consideração as necessidades de gastos já previamente planejadas.

• Fazer um levantamento dos recursos


Uma vez definidas as metas, é de suma importância verificar os recursos disponíveis. E se
os recursos ainda não estejam disponíveis o planejamento financeiro é ainda mais relevante. Sendo
assim, é necessário ter total clareza das condições financeiras antes de definir as metas.
E como foi demonstrado na competência de sistemas de informação gerencial, é muito
importante que a escola faça uso de um sistema integrado de gerenciamento enquanto ferramenta
essencial a boa gestão dos seus recursos financeiros disponíveis. Sendo, como já foi dito
anteriormente, uma tecnologia que permite a gestão centralizada das atividades, dos gastos e das
receitas da instituição, permitindo ao gestor investigar o panorama com um número considerável de
dados em mãos.

• Considerar os diferentes cenários


A experiência com o que foi vivenciado em anos anteriores sempre será um bom
professor, entretanto se ocorrer mudanças na legislação, na estrutura da escola e no número de
alunos, por exemplo, essa realidade requerer um novo olhar.

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• Reduzir os gastos secundários
Um tema delicado como cortes na educação é um ponto temerário para todo o conjunto
da sociedade, visto a importância da educação, sobretudo para um país como o Brasil com tantos
fossos sociais e tantas dividas históricas para com boa parte de sua população, apesar disso é
necessário ter equilíbrio em alguns gastos. Buscando, sempre que necessário realizar cortes, definir
onde os cortes são menos prejudiciais para os estudantes e a qualidade do ensino.
Ainda sobre esse tema, insta dizer que é papel do gestor estar atento em seu
planejamento para identificar possíveis gastos desnecessários. Outro ponto é que gastos
emergenciais para resolver danos na infraestrutura ou realizar concertos sempre irão ocorrer,
contudo é função da gestão escolar se resguardar contra eles e, na medida de suas possibilidades,
fazer um reservar para fazer frente a essas despesas extras.

Dicas para evitar o desperdício com gastos secundários em sua escola:


a. Tornar virtuais os processos e evitar a impressão excessiva de papel;
b. Trocar lâmpadas comuns por lâmpadas de LED;
c. Utilizar torneiras automáticas;

• Respeitar os aspectos pedagógicos


Os aspectos pedagógicos indicam a necessidade de se investir na organização e conforto
da escola e nas formas de ensino e aprendizagem propriamente, uma vez que cada disciplina tem
suas particularidades e precisam de ambiente e materiais específicos para o bom andamento
pedagógico por assim dizer. Ex: um laboratório de química requer instrumentos específicos. Ou uma
sala temática de história e geografia que precisa de mapas temáticos, mapas históricos, réplicas de
artefatos históricos entre outros.

• Usar a tecnologia
A tecnologia como já foi dito é um forte aliado na administração e tentar administrar tudo
“à moda antiga” significa perde tempos e recursos. A tecnologia é uma ferramenta importante
à gestão financeira escolar, e favorece bastante o cumprimento das metas e a fiscalização do
emprego dos recursos.

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A esse respeito, diversos softwares são ferramentas bastante úteis para a realização
dessas tarefas. Um exemplo disso, são as planilhas de Excel. Sendo este um programa que admite
fórmulas automatizadas e acessíveis, o programa é uma boa escolha e importante ferramenta para
gerenciar recursos.
Além do mais, os sistemas de gestão integrados são capazes de automatizar atividades
burocráticas, permitindo assim que os servidores cumpram outras atribuições mais necessárias ao
funcionamento da unidade de ensino.

3.2.1 Definição de prioridades

Conforme já foi demonstrado o conceito norteador de todas as ações do planejamento é


a ideia de garantir a participação de todos os envolvidos, assim com a definição das prioridades não
deve ser diferente. É necessário que haja a participação de todos os segmentos da comunidade
escolar, haja vista que o planejamento participativo na gestão da equipe da UEx precisa demonstrar
o conhecimento das necessidades da instituição escolar.
A esse respeito observe o quadro abaixo onde algumas questões que podem ajudar a
definir as prioridades para a escola como um todo estão listadas. As questões delineadas no quadro
baseiam-se em dois principais pontos: 1 – Necessidades e 2 – Prioridades:

1 - Identificando Necessidades

Liste tudo que lhe vem à cabeça, sem muita preocupação com antecipar a
prioridade;

A cada necessidade listada caberá analisar se o que foi apontado como


problema é realmente a origem ou apenas consequência;

Tal análise é de grande importância, porque tem sido comum o desperdício de


esforço e recursos sem atingir uma solução do problema, porque não combateu a
causa e sim, o sintoma;

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Logo, o problema de ser vencido em sua origem, evitando assim frustrações e
desperdícios de recursos necessários.

Quadro: 2: Identificando Necessidades


Fonte: o autor

Quanto às prioridades, elas podem obedecer, conforme, diz NEUMA (2018), critérios que
envolvam definir quanto ao problema apresentado, verificando os que possuem a maior gravidade,
urgência e tendência, colocando em ordem de prioridade para atuação. Facilitando assim, a
intervenção e tomada de decisões mais assertivas na gestão desses recursos.

A esse respeito analise atentamente o quadro abaixo:

2 – Prioridades

Gravidade: Avalia o dano ou prejuízo que pode decorrer. O problema afeta


profundamente o resultado da escola/entidade? Então ele é considerado muito
grave

Urgência: Avalia se com o passar do tempo o dano ou prejuízo tende a se


agravar. Tenho que tomar uma ação bastante urgente para que o dano não se
agrave com o tempo? Então, o problema é bastante urgente.

Tendência: Avalia se o estado em que a situação se apresenta tende a piorar


exponencialmente se não forem efetivados esforços e recursos. Se nada for feito em
relação ao problema a situação vai piorar muito? Então a resolução do problema
precisa ser priorizada.

Quadro: 3: Identificando Necessidades


Fonte: o autor

3.2.2 Elaboração de um plano de ação

O plano de ação escolar é um planejamento escrito de atividades. Ou seja, é o seu


delineamento detalhado. Nesse documento, os seus autores, irão descrever como a instituição de

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ensino vai traçar suas metas a fim de alcançar seus objetivos, desenvolvendo projetos para sanar os
problemas existentes. Ele é crucial para definir e direcionar as ações a serem realizadas ao longo de
um determinado período. Estabelecendo, assim, as metas a serem alcançadas e quais as estratégias
que serão utilizadas para alcançar os objetivos traçados.
Uma vez identificadas as necessidades e a prioridade de cada uma delas, caberá elaborar
um plano de ação para definir:
• 1 - As ações necessárias (O Quê),
• 2 – O responsável pela execução (Quem),
• 3 - O prazo de realização (Quando),
• 4 - A forma de atuação (Como) e o status da execução (Situação)

Antes de seguir adiante, com os seus estudos, relembre os critérios vistos acima:

Gravidade - Custo por não agir • Qual a gravidade do prejuízo ou da dificuldade?


Urgência - Prazo necessário para agir • Qual a urgência da ação?
Tendência - Grau de propensão em agravar • Qual a tendência de agravamento do
problema se nada for feito?

3.2.3 Cronograma de planejamento da execução de despesa

Mas, como é possível planejar a aplicação dos recursos???

Para responder a essa questão você deverá considerar as prioridades já definidas,


tomando como base a previsão das transferências e os recursos que serão recebidos no ano. Desse
modo, será possível organizar as atividades e ou serviços ao longo do exercício financeiro planejando
também as aquisições para o ano.

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Ainda sobre isso, é interessante criar uma planilha que possa contemplar um cronograma
mensal ou anual de execução. Servindo assim para definir a frequência dos serviços que serão
efetivados.

Figura 15: Planilha do Excel com a inserção de gráficos


Fonte: https://br.pinterest.com/pin/550213279481562333/
Audiodescrição da figura: Tela do Excel em fundo branco a inserção de dados com tarjas verdes e gráficos em
coloração azul.

A planilha permite uma visualização de toda a comunidade de forma antecipada o que


será feito quando o recurso for recebido, evitando que o planejamento seja feito às pressas e de
modo equivocado distante das reais necessidades.

3.2.3.1 Modelo de planilhas

As planilhas são instrumentos que podem facilitar o planejamento e a visualização do


mesmo por todos os envolvidos e interessados nesse processo.
A esse respeito um modelo bastante simples de planilha lembrando, contudo, que existe
número bastante variável de planilhas que também podem ser utilizadas na execução dessa tarefa.

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Figura 16: Planilha do Excel com a inserção de gráficos
Fonte: https://www.mobills.com.br/blog/planilha-de-gastos-imprimir/
Audiodescrição da figura: Tela do Excel com planilha de Orçamento Familiar com cabeçalho com fundo azul e quadro
em fundo branco com tabela inserida onde estão dispostos dados orçamentários e gastos.

E que tal agora você ir a campo e pesquisa outros modelos de planilhas


específicos para o planejamento dos recursos financeiros na escola.
Vamos lá....

E que tal agora aprofundar aprender um pouco mais através da videoaula


desta semana? Te aguardo por lá....

Prezado (a) estudante, chega ao fim à terceira competência deste caderno, bem como a
sua terceira semana de estudos.
Certamente você aprendeu um pouco mais a respeito de como deve se dá o planejamento
do emprego dos recursos financeiros destinados a escola.
Além disso, é muito importante que os conteúdos aqui trabalhados possam ter
contribuído para a reflexão a respeito dos objetivos basilares desta disciplina.

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É isso ai! Agora é o momento de você adentrar nos estudos da quarta competência que
irá se iniciar na sequência.
Bons estudos!!!

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4.Competência 04 | Planejar a Aplicação e Execução dos Recursos
Financeiros Escolares
Prezado (a) estudante, essa é a quarta competência, deste livro, e penúltima semana de
estudos. E, a partir desta etapa você irá estudar e analise como se dá o planejamento, aplicação e o
uso correto dos recursos financeiros destinados a escola.
Lembre-se que o direito a educação é um direito previsto e assegurado pela Constituição
Federal de 1988, onde prevê a obrigação de cada ente federado em se responsabilizar pela educação
como a União, estados, o Distrito Federal e os municípios, determinando ainda o percentual de
recursos de que cada esfera governamental deverá aplicar na Manutenção e Desenvolvimento da
Educação.

Antes de darmos continuidades a discussão do tema desta competência vamos


dá uma olhada em nosso Podcast

A Educação como Direito Social na Constituição Federal reza no seu Art. 6º,
que são direitos sociais: a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança,
a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados. No Art. 205: A educação, direito de todos e dever do Estado e
da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho. (Fonte:
https://educador.brasilescola.uol.com.br/politica-educacional/o-direito-
educacional-direito-educacao.htm.

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A esse respeito, observe o que diz o texto que está definido na Constituição de 1988, em
relação aos percentuais informados acima, quanto ao compromisso de cada ente federativo com o
investimento na manutenção da educação:
Caberá a União aplicar no mínimo 18% e os estados, município e o Distrito Federal, 25%
sobre as alíquotas que incidem sobre a receita líquida dos impostos voltados à educação.
Por outro lado, visando ajudá-lo a compreender mais claramente a respeito de como se
dá a execução dos recursos financeiros, se faz imperativo se aproprie das leis e normativas que regem
os orçamentos públicos e também qual o conceito do mesmo. Desta forma, as leis que contemplam
o orçamento e a gestão dos recursos são: leis federais de Direito Financeiro (4.320/64) e pela Lei de
Licitações (8.666/93) e pela Lei de Responsabilidade Fiscal (101/2000) Orçamento Público.
Além disso, o fluxograma apresentado abaixo traz um resumo detalhado de alguns pontos
que representam os princípios da administração pública, bem como as diversas interligações que
permeiam os aspectos da gestão dos recursos financeiros:

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Figura 17: Fluxo Grama
Fonte: https://cmapspublic.ihmc.us/rid=1K26YJ332-2D36QJL-2LJK/Recursos%20Financeiros.cmap?rid=1K26YJ332-
2D36QJL-2LJK&partName=htmljpeg. In: SANTOS, 2020. p. 44.
Audiodescrição da figura: Fluxograma sobre princípios da administração pública em suas relações com a gestão dos
recursos financeiros.

De acordo com Lemos (2018), é a lei orçamentária que prevê todas as receitas e todas as
despesas públicas correspondentes ao período de um ano. Assim, no orçamento, seja da União,
Estado, Distrito Federal ou Município, devem estar descritas e detalhadas de onde virão os recursos
destinados educação (impostos, transferências, salário-educação e outras) e todas as despesas que
serão realizadas – compreendendo os gastos com pessoal, material, serviços, obras, equipamentos e
entre outros.
Como você pode notar a legislação é o aspecto base de todas essas reflexões que ora
trazemos quanto aos recursos financeiros destinados a escola. A esse respeito, veja, no quadro
abaixo, alguns indicativos de algumas especificações sobre o que versa cada lei citada, bem como os
links das mesmas para que você possa acessar e assim se aprofundar no tema.

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Lei Número Tema Especificações
Estatui normas gerais de direito financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e
4.320/64* Direito financeiro balanços da União, dos Estados, dos Municípios
e do Distrito Federal, de acordo com o disposto
no art. 5º, inciso XV, letra b, da Constituição
Federal.
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal, institui normas para
8.666/93** Licitações e contratos
licitações e contratos da Administração Pública
e dá outras providências.
Estabelece normas de finanças públicas
101/2000*** Responsabilidade Fiscal voltadas para a responsabilidade na gestão
fiscal e dá outras providências.

Quadro 04 - Indicativos de algumas especificações lei orçamentária


Fontes: https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109228/lei-de-normas-gerais-de-direito-financeiro-lei-4320-
64, https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11319991/lei-n-8666-de-21-de-junho-de-1993?ref=serp-featured,
https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/102628/lei-de-responsabilidade-fiscal-lei-complementar-101-00

Desta maneira, caro estudante, antes de dá seguimento aos seus estudos sobre Receitas
e Despesas Públicas, no nosso próximo tópico, é muito importante que acesse os links acima para
saber mais sobre as leis que regem os recursos financeiros voltados para a educação.
Lembre-se que os recursos financeiros são repassados através de duas formas, ou seja, através
dos Suprimentos Institucionais relativos aos repasses dos Estados, e do PDDE – Programa Dinheiro
Direto na Escola. Recordou?
Então sigamos!

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Figura 18: Controle financeiro
Fonte: http://www.lumeonline.com.br/wp-content/uploads/2018/08/Controle_financeiro.jpg
Audiodescrição da figura: Punho masculino de terno segurando um celular; mala, carteira engrenagem, saco de
dinheiro, tablete, cofre em forma de porquinho, lápis borracha e calculadora todos nas cores azul e amarelo.

Sendo assim, com vistas a atender as demandas da escola, previstas no seu Planejamento,
enquanto Plano de Ação, os recursos são recebidos através do repasse mencionado acima. No
entanto, para que isso seja possível deverá haver uma previsão de gastos no orçamento público. Para
que você entenda melhor essa questão é importante que entenda conceituação de Receitas Públicas
e Despesas Públicas previstas para a manutenção da educação brasileira.

Sendo assim, entende-se por receitas públicas como sendo: “ Todo


recebimento ou ingresso de recursos arrecadados pela entidade pública, com
a finalidade de ser aplicado em gastos operacionais da administração, isso é,
todo recurso obtido pelo estado para atender as despesas públicas”.

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Figura 19: Balança azul com pratos vermelhos
Fonte: http://www.gestaopublica.net/blog/wp-content/uploads/2012/02/CONTROLE-DAS-FINAN%C3%87AS-
P%C3%9ABLICAS-300x171.jpg
Audiodescrição da figura: Balança azul com pratos vermelhos em cada prata escrito uma palavra: 1 – Receita 2 -
Despesa.

Por sua vez, Despesas públicas são definidas como sendo: “O gasto, ou seja, o
dinheiro utilizado pelo governo ou administrador para a implementação das
ações administrativas ou governamentais. É tudo aquilo que se refere ao ato
de despender, financeiramente falando.

Agora, a partir da análise do quadro abaixo, você tomará conhecimento dos tipos de
recursos repassados para serem utilizados nas unidades escolares, pois é tudo previsto em lei, nesse
caso na portaria nº 488 da Secretaria do Tesouro Nacional - STN. Assim os recursos financeiros
repassados para as escolas poderão ser legalmente investidos do seguinte modo:
Recursos de Custeio: equivale ao Recursos de Capital: equivale ao
investimento na aquisição de materiais investimento utilizado com as despesas
de consumo e serviços que garantam a com a aquisição de material
efetiva manutenção da escola. Veja os permanente e aquisição de
exemplos abaixo: equipamentos para a escola
Materiais didáticos e de expedientes Materiais e aquisição de geladeira,
como: jogos pedagógicos, papel, bebedouro, ventilador, armário, mesa,
cartolina, blocos lógicos, giz entre outros; fogão, cadeira e outros;

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Materiais de limpeza e de manutenção da Aquisição de equipamento de
rede física, como tinta de parede, informática, projetor de slides,
material para manutenção e pequenos retroprojetor, mimeógrafos e outros.
reparos das instalações hidráulicas e
elétricas e outros; além de contratação de
mão de obra para pequenas pinturas,
pequenos reparos das instalações
elétricas, hidráulicas, reparo de
equipamentos e outros serviços.

Quadro 05 - tipos de recursos repassados para as unidades escolares


Fonte: o Autor

Ainda vale ressaltar que em relação aos recursos federais repassados pelo FNDE, a
Unidade executora - UEx, no momento do seu cadastramento, terá por obrigação registrar uma
programação e no formulário de cadastramento informar o percentual de recursos de custeio e de
capital que deseja receber no ano seguinte.
Veja, logo mais abaixo, um bom exemplo de Unidade Orçamentária e Receitas:

Figura 20: Planilha


Fonte: http://www.transparencia.mg.gov.br/estado-receita/receita-consulta/2016/01/08/1/3504/

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Audiodescrição da figura: Planilha de unidade orçamentária

A respeito de como deve ser a correta movimentação financeira dos recursos, destinados
a unidade de ensino, entenda que os Suprimentos Instrucionais são destinados ao custeio da Unidade
Escolar, já os do PDDE serão destinados tanto para custeio quanto para o capital.

Agora, quanto de recursos de custeio e de capital as escolas podem receber do


valor a ser repassado pelo PDDE?

Já com relação aos percentuais estes deverão ser utilizados da seguinte forma:

30% de capital e 70% de custeio, ou 100% de custeio, ou 100% de capital, ou


qualquer outra combinação, de acordo com a programação da escola.

Um outro importante aspecto a ser destacado diz respeito ao manuseio desses recursos,
haja vista que se referem ao modo como eles serão movimentados, pois a sua movimentação deverá
se dá por meio da movimentação de uma conta, visto que todos os recursos financeiros recebidos
são disponibilizados em uma conta corrente.
Além do mais, esses recursos serão movimentados em duas contas distintas. Sendo que
quando se tratar dos recursos federais, o FNDE abrirá em nome da UEx uma conta corrente que será
movimentada pelos responsáveis pela UEx. Já quando os recursos forem de origem estadual, a
Secretaria Estadual abrirá uma conta corrente em nome da Unidade Escolar, onde a mesma será
movimentada pelos 2 (dois) ordenadores de despesa, no caso, o gestor (diretor) em conjunto com
outro servidor (tesoureiro).
É importante que se diga que essas contas gozam de livre isenção de taxas e tarifas
bancárias, previsto em termos dos acordos de Cooperação Mútuos com as instituições financeiras,
nos dois casos, a execução dos recursos só será possível através de movimentação da conta bancária
por meio de Cheque Nominal.

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Figura 21: Folha de talão de Cheque
Fonte: https://zuretaconcursos.files.wordpress.com/2016/04/cheque_ao_portador.jpg
Audiodescrição da figura: Folha de Cheque do Banco Exemplo S.A, preenchido no valor de 82,00.

Curiosamente, apesar do uso do cheque impresso está cada vez em desuso, em razão da
informatização do sistema bancário e do maior letramento digital da maior parte da população, o
cheque nominal pela natureza da operação e necessidade de transparência no repasse ainda é uma
prática comum. Assim, o cheque nominal como o próprio nome já anuncia é um cheque que consta
o nome do portador/fornecedor que poderá descontar o mesmo junto ao sistema bancário.
Outro ponto que você precisar ficar atento tem relação com as chamadas Particularidades
de Execução.
A esse respeito, veja abaixo, algumas situações que poderão ocorrer durante o
processamento de execução da despesa:

Caso 1 – Reprogramação dos saldos existentes na conta corrente – trata-se da situação


em que a Unidade Executora recebe um montante de recursos financeiros repassados pelo FNDE e
os mesmos não são gastos no decorrer do ano em sua totalidade, deixando de utiliza-lo dentro do
ano financeiro vigente, em casos assim, os valores poderão ser reprogramados para uso no próximo
ano, o ano seguinte ao exercício. No entanto, há uma exigência de apresentar uma justificativa para
essa reprogramação dos saldos.
Caso 2 – Devolução de Recursos – refere-se à situação onde os saldos não foram
utilizados nem reprogramados, devendo-se proceder neste caso à devolução do recurso ao FNDE a

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partir do preenchimento e recolhimento via GRU, ou Guia de Recolhimento da União pagável no
Banco do Brasil. Além disso, será necessário que a Unidade Executora comunique ao FNDE da
devolução. Ressalta-se, entretanto, que em situações assim os recursos serão devolvidos para a
unidade administrativa, que no caso é a Secretaria de Educação.
Prezado (a) estudante, nesta competência você estudou sobre os aspectos relativos ao
planejamento, aplicação e execução dos recursos financeiros da escola em busca de compreender
seus processos e particularidades. “Carregamos na tinta”, por assim dizer, para chamar à atenção a
base legal que norteia esse tema tão importante para a nossa sociedade.

E que tal agora você assistir a videoaula desta competência! Vamos nessa...

É isso aí, tomará que tenha gostado do que viu, nesta semana, e tenha se apropriado do
saber aqui veiculado.
Até a próxima competência então

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5.Competência 05 | Entender a Prestação de Contas
Prezado (a) estudante, seja bem-vindo (a) à quinta e última semana de estudos referentes
à disciplina Recursos financeiros na Escola. Nesse momento, é importante que fique a tento a reflexão
sobre a Prestação de Contas dos recursos repassados para as Escolas. Mantenha-se atento aos
pormenores dessa competência, para que possa finalizar os seus estudos desta disciplina com uma
aprendizagem valiosa no contexto de secretaria escolar.

E que tal, ante de você iniciar o estudo deste caderno, assistir o Podcast que
foi especialmente preparado para este momento! Vamos lá então...

Veja a seguir uma pequena síntese para lhe recordar que nesta disciplina ao longo da
primeira competência você conheceu o que são as unidades executoras, as chamadas UEx; na
segunda competência você tomou conhecimento a respeito dos documentos específicos dos recursos
financeiros; na terceira competência você estudou sobre os processos de planejamento dos referidos
recursos; já na quarta competência você estudou como se dá o planejamento para a aplicação e
execução dos recursos. Enfim, nesta quinta e última competência da disciplina você irá ter o
entendimento sobre como deve ser feita a prestação de contas dos recursos públicos destinados as
unidades de ensino.

Figura 22: Quadro prestação de contas


Fonte:https://mbiasioli.adv.br/prestacao-de-contas-de-entidades-do-terceiro-setor/
Descrição Imagem: Quadro com fundo cinza claro com homem segurando um Smartphone e ao seu lado diversos
ícones (tela de computador, engrenagens, bandeiras, maleta, quadro com homem, entre outros) dispostos em espiral.

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Mas enfim, o que é afinal a prestação de contas?

Segundo o Ministério da Educação – MEC, a prestação de contas é definida como sendo


a demonstração de como foram utilizados os recursos públicos recebidos por uma entidade em
determinado período de tempo, ou seja, consiste assim na apresentação a comunidade escolar e aos
órgãos competentes os valores recebidos num certo ano, às despesas e os possíveis saldos a serem
reprogramados para uso no ano seguinte, para comprovar que os recursos tiveram seu destino
correto, tendo assim atingindo plenamente os seus objetivos.

Veja abaixo, às situações em que é exigida a prestação:


1 - Sempre que tiverem recebido recursos do PDDE* ou de qualquer ação naquele
ano.
2 - Quando houver saldos de recursos que foram reprogramados de anos anteriores.

No entanto, é importante que se diga que há obrigatoriedade da prestação de contas


mesmo quando os recursos não foram usados naquele período, informando apenas que os recursos
disponíveis não foram utilizados e registrando a sua reprogramação.
Veja também, logo mais adiante, quais são os documentos que, de acordo com o site do
FNDE*, que deverão ser enviados, a secretaria de estado da educação, para a prestação de contas:

a) do Demonstrativo da Execução da Receita e da Despesa e de Pagamentos Efetuados;


b) da Conciliação Bancária, no caso de terem ocorrido despesas, cujos débitos na conta
bancária ainda não tenham sido lançados até 31 de dezembro.
c) dos extratos bancários da conta corrente em que os recursos foram depositados,
assim como das aplicações financeiras;

61
d) outros documentos que concorram para a inequívoca comprovação da destinação
dada aos recursos (como atas de reuniões do colegiado escolar, pesquisas de preços,
notas fiscais, recibos, cópias de cheque, etc.).
Quadro 06 - documentos para prestação de contas - FNDE
Fonte: o Autor

Após serem encaminhados, os documentos da prestação de contas serão analisados e


julgados baseados em alguns critérios previamente estabelecidos em legislação específica. As análises
vão desde a tradicional averiguação contábil das contas, onde se avalia a correção dos registros das
receitas e despesas comparando as informações dos formulários com extratos bancários e outros
documentos comprobatórios. Além disso, é averiguado se os procedimentos para execução dos
recursos cumpriram com as normas estabelecidas pelo FNDE, como por exemplo, a verificação se as
despesas realizadas contribuíram para o alcance dos objetivos do programa/ação, e se foram
promovidos benefícios ao seu respectivo público alvo.

Para entender mais a respeito das normas para prestação de contas do FNDE
acesso: https://www.fnde.gov.br/index.php/programas/pdde/perguntas-
frequentes/item/10736-pf-sobre-presta%C3%A7%C3%A3o-de-contas

Como você já pode constatar é dever do poder público prestar contas de como cada
recurso foi usado, ou seja, como os recursos foram gastos, se cumpriram efetivamente os aspectos
legais que lhes foi devido. Para ocorrer à prestação de conta, caberá à instituição fazer a coleta e
apresentação dos documentos comprobatórios quanto à aplicação dos recursos recebidos.
Para prestar contas é necessário o cumprimento de aspectos e exigências legais;
Contábeis e Sociais:

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Relaciona-se ao fato de que os recursos
Legais: são autorizados por lei que fixam normas
e orientações para sua aplicação.
Refere- se à documentação
comprobatória dos gastos que reunida no
Contábeis: processo é encaminhada ao órgão
competente para sua análise e devida
contabilização.
Trata-se da documentação da aplicação
dos recursos públicos é disponibilizada
Sociais: para consulta da sociedade, de forma a
apresentar a destinação do dinheiro
público.

Quadro 07 - documentos para prestação de contas - FNDE


Fonte: o Autor

Cabendo assim, as instituições, em relação à prestação de contas dos recursos repassados,


cumprir e valorizar cada um desses aspectos, visto que o direito a educação, que passa também pela
manutenção e pelo bom funcionamento da escola e, conforme diz a Constituição Federal de 1988,
um direito de todos.

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Figura 22: Constituição da República Federativa do Brasil de 1988l
Fonte: https://novaescola.org.br/conteudo/12669/constituicao-federal-muito-falada-pouco-conhecida
Audiodescrição da figura: Dois exemplares da Constituição Brasileira de 1988, quadro com fundo branco gelo, os
exemplares têm suas capas imagem de parte da bandeira brasileira colorida.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 70, parágrafo único, determina


que “prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores
públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária”.

Para aprender mais sobre o fluxo de prestação de contas dos recursos repassados pelo
FNDE, é importante que você atente para alguns pontos, citados logo mais abaixo, que devem ser
levados em consideração:
Com relação aos recursos financeiros do Programa PDDE e suas ações agregadas é dever
da escola encaminhar sua prestação de contas à Gerência Regional de Educação (GRE) a qual se
encontra vinculada. Após isso, a Secretária, após realizar uma minuciosa conferência dos documentos
recebidos deverá encaminhá-los para a Secretaria de Educação e, em seguida, para o FNDE.
Vale lembrar que a prestação de contas dos recursos do FNDE é obrigatória, sendo
também um exercício importante, que figura como oportunidade para que você e sua comunidade
escolar aprendam a desenvolver a cidadania, controle social e a criatividade com o objetivo de
empregar tais recursos com qualidade e com efetividade na busca em promover uma educação de
qualidade e democrática.

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Figura 23: Desenho de várias pessoas, imagem em preto e branco, usando um lápis como um mastro onde está posta
a bandeira do Brasil, também em preto e branco.
Fonte: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=286&evento=7
Descrição Imagem: Desenho de várias pessoas – homens, mulheres, um deficiente visual e um cadeirante - com
fenótipos que remetem aos vários grupos étnicos que formam o povo brasileiro, juntos, levantando um lápis no qual
está hasteada a bandeira do Brasil. A imagem tem fundo branco e na sua base está os seguintes dizeres: “Só a educação
produz cidadania”

Desta maneira, e sempre reforçando o ideal coletivo para o contexto formativo


educacional, é imperativo que haja a participação de todos ao longo do processo, pois como você já
viu no início da disciplina, tanto no momento da prestação de contas, como também na tomada de
decisões e planejamento para que assim se possa garantir a gestão racional e transparente dos
recursos financeiros repassados para a escola.

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Figura 24: Desenho de duas mãos se cumprimentando.
Fonte: https://www.istockphoto.com/br/vetor/%C3%ADcone-de-colabora%C3%A7%C3%A3o-elemento-de-
desenvolvimento-de-software-assina-com-nome-para-o-gm1165120196-
Audiodescrição da figura: Desenho de duas mãos, uma totalmente branca e outra totalmente negra se
cumprimentando em sinal de colaboração e parceria.

É de suma importância que, além da participação coletiva, haja uma eficiente organização
da equipe da gestão escolar para que de fato se obtenha um eficaz gerenciamento e prestação de
contas dos recursos do PDDE destinados a unidade de ensino.
Na listagem abaixo, você poderá analisar a documentação necessária para compor a
Prestação de Contas dos Recursos Federais – PDDE.

• Ata do conselho escolar;


• Declaração do Conselho Escolar;
• Cadastro da UEx do ano vigente;
• Demonstrativo da Execução da receita e despesa e pagamentos efetuados;
• Relação dos Bens adquiridos;
• Termo de doação;
• Nota Fiscal Eletrônica e Recibos (devidamente atestados);
• Cópias dos cheques emitidos nominais;
• Pesquisas de preços;
• Consolidação da pesquisa de preço;
• Extrato bancário do período de janeiro a dezembro;

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• Extrato bancário das Aplicações Financeiras;
• Declarações: Declaração de Informações Econômico-Fiscal da Pessoa Jurídica (DIPJ);
• Relação Anual de Informações Sociais (RAIS);
• Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais;
• (DCTF), Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF) e Guia de
Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (GFIP);
• Carimbo dos programas nas notas fiscais e recibo;
• Plano de Aplicação dos Recursos;

Lembre-se que caso a Unidade Executora - UEx não seja capaz de realizar com bom
desempenho no momento da execução dos recursos, as suas prestações podem ficar prejudicadas,
interferindo no recebimento de novos recursos financeiros o que inviabilizará as ações e
funcionamento adequado da escola. Colocando a perder, desta forma, todo um trabalho de
planejamento e a própria manutenção da escola.
Uma outra coisa questão para a qual você deve se atentar, tem relação com os prazos,
pois tais prazos podem fazer grande diferença no recebimento dos recursos, haja vista que isso
permitirá que as Prefeituras ou Secretarias Estaduais de Educação tenham tempo hábil para analisar
e consolidar as informações e encaminhá-las ao FNDE até 28 de fevereiro do ano subsequente. Assim,
as Unidades Executoras – UEx devem prestar contas até 31 de dezembro do ano do repasse.

Mas, e para fazer o fluxo da prestação de contas do Suprimento Institucional?

No que diz respeito aos processos de prestação de contas do Suprimento Institucional,


cabe recordar que os mesmos deverão ser encaminhados a gerencia Regional de Educação que a
escola está vinculada. Deixando claro, desta maneira, que será de responsabilidade da Gerencia
Regional os procedimentos de análise e envio de uma cópia à Unidade de prestação de Contas da
Secretaria de Educação para o arquivamento, ou seja, a guarda da referida prestação.

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Já com relação aos prazos da prestação de contas dos recursos institucionais estaduais –
Suprimentos Institucionais - o prazo total é de 90 dias, sendo o mesmo dividido da seguinte forma:

I. 45 dias para a escola executar e prestar contas dos recursos recebidos para a Gerência
Regional de Educação - GRE;
II. 15 dias para a Gerência Regional de Educação – GRE Proceder a análise e encaminhar
o processo de prestação de contas a Unidade de Prestação de Contas da Secretaria de
Educação;
III. 30 dias para Unidade de Prestação de Contas/Secretaria de Educação efetuar os
procedimentos necessários e arquivamento do processo;

Insta dizer ainda que, para realizar a prestação de conta dos Recursos Institucionais a
escola deverá apresentar, a documentação indicada abaixo, e também deverá cumprir alguns dos
prazos conforme descrito acima:
Veja abaixo a lista de documentação exigida no caso de Recursos Institucionais:

• Cópia da Nota de Empenho, Liquidação;


• Extrato bancário (Entrada e saída dos cheques);
• Nota Fiscal Eletrônica e recibos nominais a escola (devidamente atestada);
• Cópia do cheque nominal à empresa/fornecedor;
• Planilha de pesquisa de preço;
• Cópia dos recolhimentos dos Impostos: Imposto Sobre Serviços (ISS), Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) e Imposto de Renda Retido Na Fonte (IRRF);

Sendo assim, caberá aos envolvidos nesse processo se organizar de modo a estar sempre
atento aos prazos e a entrega da documentação especifica.

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Te convido agora para assistir a última videoaula desta disciplina. Espero que
tenha gostado. Boa aula...

Figura 25: Desenho de um prédio onde funciona uma escola com os espaços internos de suas salas de aula.
Fonte: https://germinai.wordpress.com/2009/02/16/arquitetura-escolar-e-aprendizagem-criativa/
Audiodescrição da figura: Desenho de quadro com pintura ao fundo representando um dia de sol. Há também
de um sobrado de dois antes onde funciona escola. A sua coberta é feita em duas águas com telhas de cerâmica
marrom, parede frontal com portal de acesso encima por duas janelas de vidro. Já no seu interior é possível visualizar a
biblioteca com vários alunos estudantes, no térreo, e na parte superior duas aulas de aulas com professores
ministrando aula para alunos sentados em bancas voltados para o professor (a).

É de fundamentação importância recorda que é fundamental que se aproprie do


conhecimento fomentado ao longo desta competência, uma vez que, ele servirá, entre outras coisas
para garantir a realização do planejamento e cumprir todos esses aspectos de forma assertiva e
responsável na movimentação relacionada aos recursos financeiros repassados a sua escola.

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Conclusão
Caro (a) estudante, você percorreu todo o conteúdo desta obra, chegando enfim ao final
do último tema desta produção em texto, que encerra nesse material os estudos propostos para esta
disciplina. É muito importante que você se sinta contemplado, em suas necessidades estudantis, ao
longo das páginas que deste e-book. Tendo, desta maneira, se sentido mobilizado a reconhecer a
pertinência do assunto para o seu desempenho profissional e o exercício de sua cidadania.
Certamente a apreensão que teve ao longo de suas leituras irá trazer significativas reflexões
a respeito do tema da disciplina Recursos Financeiras na Escola do Curso Secretaria Escolares.
Recapitulando Alguns dos principais tópicos norteadores desta disciplina, atente para os
tópicos listados abaixo:

• Como se dá a criação de uma UEx;


• Quais os tipos de recursos financeiros;
• Documentos específicos;
• Importância de gerir bem todos os recursos recebidos;

Além disso, é salutar que você tenha compreendido o papel do planejamento, a


necessidade de execução e a prestação de contas dos recursos financeiros transferidos para a escola.
Reconhecendo, ainda, o valor das atividades desenvolvidas pela equipe da escola, conjuntamente
com a comunidade, para o alcancem dos seus objetivos, contribuindo para o aperfeiçoamento da
gestão escolar e melhoria na qualidade da educação do nosso país.
Parabéns por ter chegado até aqui através do seu empenho e motivação construído ao
longo dessas cinco semanas de estudos. Possibilitando a efetiva consolidação do processo de ensino
e aprendizagem nesse percurso.
Um forte abraço e até a próxima!

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Referências

As responsabilidades do Conselho Escolar na gestão financeira – In: BARBOSA, Maria Maura Gome.
Revista Nova Escola. 10 de agosto de 2016. Acesso em 18 de fevereiro de 2022. Disponível em:
https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1695/blog-direcao-certa-gestao-financeira

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.


Acessado em 27 de fevereiro de 2022. Disponível em: http://portal.mec.gov.br.

BRASIL, FNDE. Disponível em: < http://www.fnde.gov.br/> Acesso em 15 de março de 2022.

BRASIL. Ministério da Educação - Secretaria de Educação Básica - Conselho Escolar e o financiamento


da educação no Brasil. 2010.

FNDE:
https://br.search.yahoo.com/search?fr=mcafee&type=E211BR739G0&p=MANUAL+DE+ORIENTA%C
3%87%C3%83O+PARA+CONSTITUI%C3%87%C3%83O+DE+UNIDADE+EXECUTORA+PR%C3%93PRIA.
Acesso em 23 de março de 2022.

INFO ESCOLA, Disponível em: https://www.infoescola.com/educacao/financiamento-da-educacao/


acesso em 03 de fevereiro de 2022.

LEMOS, N, Recursos Financeiros na Escola: Curso Técnico em Secretaria Escolar: Educação a distância
/ Neuma Lemos. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional de Pernambuco, 2018. 56 p.:
il.

MEC - https://www.gov.br/mec/pt-br acesso em 16 de marços de 2022.

Resolução Nº 15, de 16 de setembro de 2021. Acesso em: 21 de fevereiro de 2022. Disponível em:
https://www.gov.br/fnde/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/programas/pdde/media-
pdde/RESOLUOPDDEN15DE16DESETEMBRODE2021.pdf.

SANTOS, Gildete Rodrigues dos. Recursos Financeiros na Escola. Curso Técnico em Secretaria Escolar
(Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa – Educação a Distância. 1ª ed.
Recife-PE, 2020.

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Minicurrículo do Professor

Eduardo Augusto de Santana


Doutorando em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade
Federal Rural de Pernambuco – UFRPE. Mestre em História pela UFRPE (2014), Especialista em Gestão
e Tutoria em EaD pela Faculdade Integrada de Gestão e Meio Ambiente – FACIG (2020).
Aperfeiçoamento em Tecnologias Digitais na Educação pela Universidade Federal do Ceará - UFC
(2021), Aperfeiçoamento em Estudos Africanos e Afro-Brasileiros em perspectiva: produção de
conhecimento pela Universidade Federal do Maranhão - UFMA (2020), Aperfeiçoamento em
Educação, Pobreza e Desigualdade Social pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (2019) e
Graduação em Licenciatura Plena em História pela UFRPE (2010). Está atuando como Professor
Auxiliar Substituto do Curso de Licenciatura em História da Universidade Pernambuco – UPE (Campos
Mata Norte), Professor pesquisador I do curso de Licenciatura Plena em História, na modalidade EaD,
da UFRPE e Professor Formador e Conteudista do Curso Técnico profissionalizante de Secretaria
Escolar, na modalidade EaD, da Secretaria de Educação de Pernambuco. Em relação à pesquisa e a
produção acadêmica atua como Pesquisador Associado I do Instituto de Estudos da África IEAF-UFPE,
Integrante do Corpo Editorial da Editora Mnemosine e do Corpo Editorial da Editora Típica. E ainda
como Parecerista da PRACS Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da
UNIFAP e da EmRede - Revista de Educação a Distância. Desenvolve trabalhos de pesquisas nos
seguintes Campos: Patrimônio Histórico e Cultural, Simbolismo e Representações Sociais, Ensino e
Pesquisa de História, Racismo e Desigualdade Social, Educação Emancipadora.
Link do Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1097814777267022

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