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Fundamentos de finanças

corporativas
Juliana Karla Rodrigues de Souza Santos

Curso Técnico em
Administração
Fundamentos de finanças
corporativas
Juliana Karla Rodrigues de Souza Santos

Curso Técnico em
Administração

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

2.ed. | Julho 2023


Professor Autor Catalogação e Normalização
Juliana Karla Rodrigues de Souza Santos Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)

Revisão Coordenação Executiva (Secretaria de


Juliana Karla Rodrigues de Souza Santos Educação e Esportes de Pernambuco | SEE)
Dayvson Ricardo Rufino da Silva Ana Cristina Cerqueira Dias
Ana Pernambuco de Souza
Coordenação de Curso
Dayvson Ricardo Rufino da Silva Coordenação Geral (ETEPAC)
Arnaldo Luiz da Silva Junior
Coordenação Design Educacional Gustavo Henrique Tavares
Deisiane Gomes Bazante Maria do Rosário Costa Cordouro de
Vasconcelos
Design Educacional Paulo Euzébio Bispo
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger
Helisangela Maria Andrade Ferreira
Secretaria Executiva de
Jailson Miranda
Educação Integral e Profissional
Roberto de Freitas Morais Sobrinho
Escola Técnica Estadual
Diagramação
Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Jailson Miranda
Gerência de Educação a distância
Sumário
Introdução ................................................................................................................................... 5

1.Competência 01 | Conhecer os conceitos e estabelecer as diferenças entre custos, despesas e


investimentos. ............................................................................................................................. 6

1.1 Definição de custos, despesas, perdas e investimentos. ............................................................................6


1.2 Classificações dos custos e das despesas....................................................................................................9
1.2.1 Custos diretos e indiretos ........................................................................................................................9
1.2.2 Custos e despesas fixos e variáveis ....................................................................................................... 10
1.3 Custo fixo, lucro e margem de contribuição ............................................................................................ 12
1.4 Relações custo/ volume/ lucro ................................................................................................................ 14
1.5 Informações de custos para a tomada de decisões ................................................................................. 18
1.5.1 Métodos de custeio .............................................................................................................................. 20
2.Competência 02 | Elaborar um plano de contas empresariais, considerando os centros de custos
e lucros ...................................................................................................................................... 22

2.1 Plano de contas empresariais .................................................................................................................. 22


2.1.1 Método das partidas dobradas ............................................................................................................. 23
2.2 Balanço patrimonial ................................................................................................................................. 28
2.3 Demonstração do Resultado do Exercício – DRE ..................................................................................... 33
3.Competência 03 | Elaborar um plano de viabilidade financeira para um empreendimento ....... 39

3.1 A Função Financeira na Empresa ............................................................................................................. 39


3.2 Controle de fluxo de caixa........................................................................................................................ 41
3.3 Capital de giro e Gerenciamento de estoques ......................................................................................... 44
3.4 Métodos de Avaliação de Investimentos ................................................................................................. 46
3.4.1 Payback ................................................................................................................................................. 47
3.4.2 Valor presente líquido (VPL) ................................................................................................................. 49
3.4.3 Taxa Interna de Retorno (TIR) ............................................................................................................... 51
4.Competência 04 | Ler e compreender indicadores financeiros.................................................. 53

4.1 Dados do mercado financeiro .................................................................................................................. 53


4.2 Análise de índices financeiros ................................................................................................................. 56
4.2.1 Índices de liquidez ................................................................................................................................ 56
4.2.2 Índices de endividamento .................................................................................................................... 59
4.2.3 Índice de rentabilidade ........................................................................................................................ 62
4.2.4 Índices de mercado .............................................................................................................................. 63
4.3 Oportunidades que geram novos negócios ............................................................................................. 64
Conclusão................................................................................................................................... 67

Referências ................................................................................................................................ 68
Introdução
Olá, cursista!
Seja bem-vindo (a) a disciplina de fundamentos de finanças corporativas. Preparado (a)
para se familiarizar com o mundo das finanças? Então venha comigo!
Você já imaginou como seria a vida caso você não soubesse administrar bem seu
dinheiro? Agora imagina uma empresa vivendo essa situação? Seria um grande problema. Ainda mais
no cenário de ampla competitividade e incerteza onde estão situados a maioria dos
empreendimentos. Pense comigo, uma empresa é responsável por gerar diversos empregos e renda
para população, o departamento financeiro é o que dará suporte a todos os outros departamentos
pois ele que irá liberar capital para o pagamento de fornecedores, salários dos funcionários, aquisição
de equipamentos entre outras atividades. Isso quer dizer que uma má gestão financeira impactará
negativamente a empresa por completo.
Por isso, nesta disciplina você irá aprender como lidar melhor com os recursos financeiros
das instituições, buscando preservar seu patrimônio, assegurar o capital de giro, expandir seus
investimentos, e compreender melhor os demonstrativos financeiros e contábeis. Mas não fique
ansioso (a), vamos conversar bastante sobre isso ao longo da disciplina!
Perceba que você pode utilizar os conhecimentos desta matéria para conduzir melhor seu
próprio negócio, entender mais sobre o departamento financeiro das empresas e até mesmo
organizar suas contas pessoais. Para isso, ao longo deste e-book você irá desenvolver quatro
competências fundamentais, são elas:
• Competência 01 - conhecer os conceitos e estabelecer as diferenças entre custos,
despesas e investimentos;
• Competência 02 - elaborar um plano de contas empresariais, considerando os
centros de custos e lucros;
• Competência 03 - elaborar um plano de viabilidade financeira para um
empreendimento;
• Competência 04 - ler e compreender indicadores financeiros.
Conto com o seu comprometimento para aproveitar ao máximo os conteúdos
compartilhados.
Bons estudos!

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1.Competência 01 | Conhecer os conceitos e estabelecer as diferenças
entre custos, despesas e investimentos.
Agora que você já tem a ideia geral do que iremos trabalhar neste e-book, vamos
conversar brevemente sobre o que será abordado nesta competência? Então, esta competência irá
lhe ajudar a entender a diferenciação entre custos, despesas, lucro e investimentos, classificação dos
custos, relações custo/volume lucro e informações para tomada de decisão.

Para começar bem, escute o podcast que sintetiza os principais pontos desta
competência.

1.1 Definição de custos, despesas, perdas e investimentos.

Custos, despesas, perdas e investimentos são gastos. Mas o que seria um gasto? Você
tem ideia? Gasto é um termo geral utilizado para indicar todo esforço financeiro realizado por uma
instituição para obter um bem ou serviço, não importando se o valor desembolsado foi na área de
fabricação, comercialização ou administrativa (GUIMARÃES NETO, 2009).
Os custos referem-se aos gastos na aquisição de bens e serviços para fabricação de outros
produtos e serviços, ou seja, são gastos realizados com o processo produtivo da empresa. Exemplo:
em uma fábrica de roupas, a matéria-prima usada para confecção das peças, os salários dos
funcionários da produção, a energia elétrica consumida pelas máquinas no processo produtivo e a
manutenção do maquinário são considerados custos. (MARTINS, 2003). A figura a seguir demonstra
a produção de peças de roupa em uma confecção.

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Figura 1 - Produção em confecção de roupas
Fonte: http://www.maquinasuniao.com.br/saiba-quais-sao-as-etapas-da-confeccao-de-uma-roupa/
Audiodescrição da figura: retrata uma mulher costurando uma peça de roupa com uma máquina industrial. Fim da
audiodescrição.

Compreendeu na imagem como as peças de roupas são produzidas? Já as despesas dizem


respeito aos gastos administrativos, comerciais ou financeiros que não estão diretamente ligados ao
processo de fabricação do produto. Porém, visam a manutenção da empresa e obtenção da receita
(dinheiro). Exemplo: na fábrica de roupas o pagamento dos salários da administração, materiais de
escritório, gastos com propaganda/publicidade e tarifas bancárias são categorizados como despesas
(MARTINS, 2003; GUIMARÃES NETO, 2009). Observe alguns materiais de escritório na figura a seguir.

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Figura 2- Materiais de escritório
Fonte:https://www.institutomix.com.br/blog/carreira/auxiliar-administrativo-2/
Audiodescrição da figura: representa uma mulher com seis braços. Com um dos braços ela toca seus óculos. Em cada
um dos outros braços ela segura um material de escritório: lápis, pastas, pranchetas, caneta e caneca. Fim da
audiodescrição.

O que achou dos materiais de escritório apresentados na figura? Lápis, pastas,


pranchetas, caneta e caneca são despesas bem fáceis de serem identificadas no cotidiano
empresarial, não é mesmo?
Agora as perdas são gastos que acontecem de forma inesperada, anormal ou não
rotineira. Exemplo: vamos supor que ocorreu um incêndio na fábrica e vários tecidos foram
queimados, sendo contabilizado como perda (MARTINS, 2003). Por outro lado, os investimentos são
gastos que visam retorno futuro. Exemplo: compra de imóveis, terrenos e aplicações financeiras
(GUIMARÃES NETO, 2009).

Que tal assistir um vídeo que resume a diferença entre custos, despesas e
investimentos?
https://www.youtube.com/watch?v=7_U4FNJRaIo

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Apreciou o vídeo? Sintetiza bem tudo que acabei de te explicar, concorda? Mas agora que
você já sabe a diferença entre custos e despesas, perdas e investimentos é necessário ficar atento às
classificações dos custos e das despesas.

1.2 Classificações dos custos e das despesas

Se tratando de custos e despesas existem algumas particularidades que precisam ser


conhecidas para a adequada categorização dos gastos institucionais. E para facilitar seu aprendizado
vou começar falando sobre a diferença entre custos diretos e indiretos.

1.2.1 Custos diretos e indiretos

Inicialmente os custos podem ser divididos em diretos e indiretos. Os custos diretos são
aqueles que estão relacionados de forma direta com o processo de produção dos bens ou serviços e
que são facilmente quantificáveis. No caso da fábrica de roupas a matéria-prima (tecidos, linhas,
botões...), o material para embalagem de produtos (papel, plástico...) e as horas trabalhadas pelas
costureiras que estão diretamente ligadas à produção são exemplos de custos diretos (SANTOS,
2018).
Já os custos indiretos, ainda conforme a autora, são aqueles que não estão ligados
diretamente ao processo de fabricação do bem ou serviço e, portanto, é mais difícil de quantificar
corretamente. Por exemplo, quanto foi gasto de energia elétrica para fabricar uma blusa? Ou quanto
do dinheiro pago no aluguel da fábrica foi gasto para produzir uma calça?
Mesmo que você divida o valor da conta de energia pela quantidade de blusas fabricadas
ou divida o valor do aluguel da fábrica pela quantidade de calças confeccionadas no mês, estes
resultados não são totalmente exatos pois não é só na produção das peças que se gasta energia
elétrica em uma fábrica de roupas, nem apenas as costureiras que produzem as peças que utilizam
as instalações fabris (MARTINS, 2003). Interessante não é estudante? Também podemos classificar
os custos em fixo e variáveis como você pode ver a seguir.

9
1.2.2 Custos e despesas fixos e variáveis

Segundo Berbel (2017) os custos fixos são os gastos que não se alteram em função da
quantidade de bens ou serviços produzidos, por exemplo: aluguel da fábrica. Ou seja,
independentemente da quantidade de peças produzidas na fábrica o aluguel precisa ser pago e
permanece o mesmo. Agora você deve estar se perguntando: mas o valor do aluguel não pode mudar
com o passar dos anos? Pode sim, mas caso ele mude será por outros motivos não exatamente
porque você produziu mais em algum mês específico no ano. Entendeu agora cursista?
Você também pode questionar: mas professora o aluguel não é um custo indireto? É sim,
um custo indireto e também um custo fixo. Outros exemplos de custos fixos são o seguro da fábrica
e depreciação do maquinário.

Você sabia?
A depreciação refere-se ao desgaste, perda de valor do bem com o passar do
tempo (DICIONÁRIO FINANCEIRO, 2021).

Já os custos variáveis, são aqueles gastos que se alteram em função da quantidade


produzida em igual proporção. Ex.: matéria-prima e embalagens. Você concorda que quanto mais
peças de roupa uma fábrica produzir, mais tecidos, linhas, botões e embalagens serão necessários
adquirir? Eu também concordo. Mas perceba que a matéria-prima e as embalagens além de serem
um custo variável, também podem ser classificadas como custo direto como mencionei
anteriormente (BERBEL, 2017).
Vale ressaltar que é importante manter o equilíbrio na administração dos custos para que
a empresa possa prosperar. Observe a figura a seguir.

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Figura 3 - Equilíbrio entre custo fixo e variável
Fonte: https://images.app.goo.gl/X9TC3t9yjZq47Euz8
Audiodescrição da figura: demostra uma balança, no lado esquerdo da balança estão os custos fixos e no outro os
custos variáveis. Fim da audiodescrição.

Percebeu, o quanto esse equilíbrio é importante? Pois é, mesmo os custos variáveis


podendo mudar de acordo com a quantidade produzida, é importante que eles fiquem dentro dos
valores esperados. Assim como os custos, as despesas também podem ser divididas em fixas e
variáveis. As despesas fixas são aquelas que não se alteram em função da quantidade vendida. Como
é o caso dos gastos com propaganda, o pagamento da parte fixa da remuneração dos vendedores,
juros e encargos de empréstimos. Já as despesas variáveis são aquelas que se modificam em função
da quantidade vendida. A exemplo das despesas com comissão de vendedores e despesas de
entregas (MARTINS, 2003).

Para saber mais sobre as diferenças entre custos e despesas fixas e variáveis
acesse: https://www.youtube.com/watch?v=cLdUr5iLSf4

Depois de assistir o vídeo essas diferenças ficaram mais claras? Agora que você já
aprendeu a classificação dos custos e das despesas, chegou o momento de entender a relação custo
fixo, lucro e margem de contribuição.

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1.3 Custo fixo, lucro e margem de contribuição

A margem de contribuição refere-se ao ganho bruto sobre as vendas e aponta o


quantitativo necessário para cobrir os custos e despesas fixas e obter lucro (BERBEL, 2017; SEBRAE,
2016). Para isso, a margem de contribuição considera em seu cálculo a subtração entre o preço de
venda do item e a soma dos custos e despesas variáveis (PEREZ JUNIOR, et al. 2003).
Observe os elementos que compõem a fórmula da margem de contribuição unitária
(BERBEL, 2017; SEBRAE, 2016):

MCu = Margem de Contribuição Unitária


PVu = Preço de Venda Unitário
CVu = Custos variáveis Unitários
DVu = Despesas variáveis Unitárias

Veja a fórmula estruturada:

MCu= PVu - ( CVu + DVu)

Ainda conforme os autores, também é possível calcular a margem de contribuição total.


Leia os elementos da fórmula da margem de contribuição total:
MCt = Margem de Contribuição Total
VTv = Valor Total das Vendas (receita de venda)
CVt = Custos variáveis Totais
DVt= Despesas variáveis Totais

Verifique a fórmula estruturada:

MCt= VTv - ( CVt +DVt )

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Veja os exemplos! A sorveteria Polar vendeu 100 sorvetes ao preço unitário (PVu) de R$
4,00 cada unidade. Os custos variáveis (CVu) para produzir cada sorvete foram de R$ 1,00 e as
despesas variáveis (DVu) também de R$ 1,00 por unidade. Calcule a margem de contribuição unitária.
Resolução da margem de contribuição unitária:

MCu = PVu - ( CVu + DVu)


MCu = 4,00 - (1,00 + 1,00 )
MCu = 4,00 - 2,00
MCu = 2,00

Agora considere que a sorveteria Polar vendeu (VTv) R$ 400,00 em sorvetes. Os custos
variáveis totais (CVt) para essa produção foram de R$ 100,00 e as despesas variáveis totais (DVt)
também de R$ 100,00. Calcule a margem de contribuição total.

MCt = VTv - ( CVt + DVt)


MCt = 400,00 - ( 100,00 + 100,00)
MCt = 400,00 - 200,00 = 200,00

Atenção!
Ter conhecimento dos valores referentes a margem de contribuição é
fundamental para o processo decisório na empresa (SEBRAE, 2016).

Então cursista, a princípio pode parecer confuso, mas perceba que só utilizamos até o
momento as operações de subtração e adição. Quando a margem de contribuição é suficiente para
cobrir os custos fixos e ainda gerar lucro, é um indício que a empresa está caminhando bem
financeiramente. O valor da margem de contribuição vai ajudar no cálculo do ponto de equilíbrio a
partir da compreensão custo/ volume/ lucro detalhada no tópico seguinte.

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1.4 Relações custo/ volume/ lucro

Até aqui foi possível perceber que quanto maior o volume de produção e de vendas, maior
o aumento dos custos e despesas, que se não forem devidamente ajustados podem impactar nos
lucros.
Mas você já pensou como é possível calcular o volume de vendas necessário para atingir
o ponto do lucro zero? Sim, você leu corretamente, lucro zero mesmo. Segundo o SEBRAE (2021a) o
cálculo do ponto de equilíbrio ajuda a verificar o volume mínimo de receita necessário para que a
instituição não tenha prejuízos. Ou seja, o valor necessário para que o faturamento se iguale aos
custos e despesas, não gerando lucros nem prejuízos. Essa relação é exemplificada na figura a seguir.

Figura 4 - Ponto de equilíbrio


Fonte: Martins (2003, p. 186)
Audiodescrição da figura: retrata graficamente o momento do ponto de equilíbrio, que ocorre quando o lucro se
equipara com as obrigações totais. Fim da audiodescrição.

Observe que o ponto de equilíbrio ocorre justamente no momento em que o lucro se


iguala às obrigações totais. Sendo assim, a quantidade vendida além deste ponto é lucro e a abaixo
deste ponto prejuízo.
Mas você acha que existe uma única forma de contabilizar o ponto de equilíbrio? A
resposta é não. E dependendo da fórmula utilizada o valor do equilíbrio é diferente. Temos o ponto
de equilíbrio contábil, financeiro e econômico. Veja no quadro a seguir as fórmulas de cada um deles:

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Ponto de Equilíbrio 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 + 𝑑𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑎𝑠 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠
ou
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎
Contábil (PEC)

Ponto de Equilíbrio 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 − 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑛ã𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑏𝑜𝑙𝑠á𝑣𝑒𝑖𝑠


𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎
Financeiro (PEF)

Ponto de Equilíbrio 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 + 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒


Econômico (PEE) 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎

Quadro 1 - Fórmulas do ponto de equilíbrio


Fonte: Elaborado com base em: https://sebrae.ms/gestao-financeira/ponto-de-equilibrio-como-e-por-que-calcular/#

A primeira fórmula retrata como é possível calcular o ponto de equilíbrio contábil. Que
nada mais é do que dividir os gastos fixos pela margem de contribuição unitária. Imagine que uma
instituição apresentou os seguintes resultados:
• Custos fixos= R$ 200,00
• Despesas fixas= R$ 300,00
• Margem de contribuição unitária= R$ 50,00

Qual seria o ponto de equilíbrio contábil? Lembre-se que os gastos fixos incorporam os
custos e despesas fixas.

𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠
𝑷𝑬𝑪:
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎

200 + 300
𝑷𝑬𝑪:
50

500
𝑷𝑬𝑪: = 10 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
50

Agora veja outro exemplo. Uma fábrica obteve os seguintes resultados:


• Custos variáveis = R$ 200,00
• Despesas variáveis =R$ 100,00

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• Custos fixos = R$ 350.000,00
• Despesas fixas = R$ 250.000,00
• Preço de venda = R$ 700,00 por unidade

Neste caso, qual seria o ponto de equilíbrio contábil? Observe que a margem de
contribuição não foi dada, é preciso começar descobrindo seu valor.

MCu= PVu - ( CVu + DVu)


MCu = 700 - (200 + 100)
MCu = 700 -300 = 400

𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠
𝑷𝑬𝑪:
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎

350.000 + 250.000
𝑷𝑬𝑪:
400

600.000
𝑷𝑬𝑪: = 1.500 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
400

Agora que você já sabe calcular o PEC, é hora de saber mais sobre o ponto de equilíbrio
financeiro (PEF). No PEF são considerados os gastos fixos menos os gastos não desembolsáveis,
divididos pela margem de contribuição unitária. Mas você deve estar se perguntando, o que são
gastos não desembolsáveis? São aqueles gastos que não exigem desembolso, como a depreciação
dos equipamentos. Os equipamentos perderem o valor é um gasto, concorda? Porém não se paga
um boleto destinado a depreciação todo mês (SEBRAE, 2021b). Entendeu estudante?
Veja um exemplo prático de aplicação do ponto de equilíbrio financeiro. Para isso,
considere que uma fábrica de sapatos obteve:

• Custos e despesas fixas = R$ 20.000,00

16
• Depreciação = R$ 2.000,00
• Margem de Contribuição unitária = R$ 150,00

Quanto você acredita que seja o valor do PEF? Vamos conferir!

𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 − 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑛ã𝑜 𝑑𝑒𝑠𝑒𝑚𝑏𝑜𝑙𝑠á𝑣𝑒𝑖𝑠


𝑷𝑬𝑭:
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎

20.000 − 2.000
𝑷𝑬𝑭:
150

18.000
𝑷𝑬𝑭: = 120 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
150

Por outro lado, o ponto de equilíbrio econômico (PEE) considera a soma dos gastos fixos
com o custo de oportunidade divididos pela margem de contribuição unitária. Nesse caso, o custo de
oportunidade refere-se ao valor que a instituição poderia ter recebido caso tivesse investido em outra
oportunidade. É uma espécie de lucro desejado (SEBRAE, 2011b).
Observe o exemplo. Uma camisaria apontou os seguintes dados:

• Custos fixos: R$ 15.000, 00


• Despesas fixas: R$ 10.000,00
• Custo de oportunidade: R$ 35.000,00
• Margem de contribuição unitária: R$ 600,00

Agora calcule o PEE.

𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑓𝑖𝑥𝑜𝑠 + 𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒


𝑷𝑬𝑬:
𝑀𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎

15.000 + 10.000 + 35.000


𝑷𝑬𝑬:
600

17
60.000
𝑷𝑬𝑬: = 100 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠
600

Confira mais exemplos do cálculo do ponto de equilíbrio contábil, econômico e


financeiro em:
https://www.youtube.com/watch?v=L8sXEnB-LA0

Após assistir o vídeo ficou ainda mais claro, não foi? Exemplos ajudam a entender melhor
os assuntos mesmo.
Então estudante, como você viu ao longo desse tópico a relação Custo/ Volume/ Lucro
pode ser percebida por meio do cálculo do PEC, PEF e PEE. No próximo tópico vou falar sobre
informações de custos para a tomada de decisões.

1.5 Informações de custos para a tomada de decisões

A contabilidade de custos envolve toda parte de planejamento, coleta de dados e


informações gerenciais (LEONE, 2019) que contribuem para o processo de tomada de decisão nas
empresas. A etapa inicial para elaboração de um bom controle financeiro é o entendimento dos
conceitos e classificações dos gastos, seguido do cálculo da margem de contribuição e do ponto de
equilíbrio (MAGALHÃES et al., 2019).

Resumindo!
Os principais gastos são custos e despesas. Os custos podem ser diretos,
indiretos, fixos e variáveis. E as despesas podem ser fixas e variáveis. Sabendo
o valor do preço de venda unitário do produto e dos gastos variáveis é possível
calcular a margem de contribuição. A margem de contribuição compreende o
ganho bruto das vendas, que servirá para pagar os gastos fixos e obter lucro.
Já o ponto de equilíbrio refere-se ao quantitativo exato que a empresa precisa
produzir para quitar seus gastos. O cálculo do ponto de equilíbrio pode ser
realizado sobre a ótica contábil, financeira ou econômica (BERBEL, 2017;
MARTINS, 2003; SEBRAE, 2016; SEBRAE, 2021a; SEBRAE, 2021b)

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E é a boa gestão dos indicadores financeiros/contábeis que irá contribuir para um bom
gerenciamento de custos. Segundo SEBRAE (2020a), um gerenciamento de custos eficiente contribui
para o bom desempenho financeiro, que perpassa pelo devido controle de gastos. Considera-se que
a empresa tem um bom controle de seus gastos quando é possível avaliar se eles estão dentro do
desejado, administrar as divergências e adotar medidas que busquem sua estabilização. Também é
necessário ficar atento à lucratividade pois no cenário de ampla competição dificilmente intuições
com contas desequilibradas conseguem sobreviver (MAGALHÃES et al., 2019).
Pensando na sobrevivência empresarial, para gerar um apanhado de informações
confiáveis que possam gerar relatórios claros e objetivos para dar suporte ao processo de tomada de
decisão, se faz necessário que o empresário e/ou profissional responsável tenha conhecimento global
dos departamentos da empresa (CARVALHO; CALDAS NETO; ARAÚJO, 2006). Como pode ser visto na
figura a seguir.

Figura 5 - Empresário
Fonte: https://setting.com.br/blog/gestao-empresarial/gestao-de-custos-nas-empresas/
Audiodescrição da figura: ilustra um homem realizando análise dos relatórios de custos. Fim da audiodescrição.

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O que achou do empresário realizando a análise dos relatórios de custos? Já se imaginou
exercendo essa função?
Para facilitar a análise desses relatórios muitas empresas utilizam planilhas e registros
sistemáticos dos dados financeiros (SEBRAE, 2020). Outras adotam sistemas de informação
(softwares) que também podem auxiliar na avaliação dos custos e facilitar o processo decisório
institucional (PEREIRA; WANDERLEY, 2012)
De toda forma, são os dados coletados nesses monitoramentos cotidianos que geram
informações importantes para a gestão do negócio (ENDEAVOR BRASIL, 2021). Assim, para
desenvolver uma análise estratégica de custos dentro das empresas é necessário conhecer os
métodos de custeio, que serão apresentados no próximo tópico (CARVALHO; CALDAS NETO; ARAÚJO,
2006).

1.5.1 Métodos de custeio

Os métodos de custeio referem-se ao modo pelo qual a empresa vai calcular o custo do
produto. Sabendo o custo do produto fica mais fácil decidir o preço de venda. Por adotarem
metodologias distintas, o valor do custo do produto pode ser diferente a depender do custeio
empregado. Segundo Carvalho, Caldas Neto e Araújo (2006), os principais métodos são custeio por
absorção, custeio variável e custeio baseado em atividades (ABC).

Atenção!
É importante que as decisões sobre os preços dos produtos e serviços não
levem em consideração apenas os custos, mas também o valor de mercado
(MARTINS, 2003).

No Brasil, o custeio por absorção é o mais utilizado, pois é o único aceito pela legislação
(BERBEL, 2017). Então você pode se perguntar: se o custeio por absorção é o único que a legislação
aceita porque a empresa utilizaria outros? E a resposta é que ela pode utilizar as outras formas para
controle interno do negócio.
Então, o custeio por absorção se apropria de todos os custos (fixos, variáveis, diretos e
indiretos) direcionados para elaboração do produto. Ou seja, todos os custos são absorvidos pelos

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itens produzidos. Os custos variáveis são distribuídos diretamente ao produto e os custos indiretos
são rateados por meio de critérios decididos pelos gestores (MARTINS, 2003). Nesse método as
despesas não são consideradas para o cálculo do custo do produto (BLR BRASIL, 2018).

Você sabia?
Rateio refere-se à ação de dividir de forma adequada (DICIONÁRIO DE
PORTUGUÊS ONLINE, 2001).

Já o custeio variável é bem simples e considera apenas os custos variáveis de fabricação,


sejam eles diretos ou indiretos. Nesse método os custos fixos são considerados como despesas e não
são contabilizados para o cálculo do custo do produto (BLR BRASIL, 2018). Esse custeio contabiliza os
itens por margem de contribuição (BERBEL, 2017).
Por outro lado, no custeio ABC entende-se que os produtos ou serviços geram atividades
(processos), e essas atividades são responsáveis por consumir os recursos, gerando custos. São
exemplos de atividades: adquirir matéria-prima, contratar mão de obra e pagar fornecedores. O
pressuposto desse método é inicialmente determinar os custos das atividades e em seguida distribuir
os custos dessas atividades aos produtos ou serviços do negócio (MARTINS, 2003).
Em síntese, nesta competência te apresentei alguns conceitos básicos da contabilidade
de custos como: investimentos, definição e classificação de custos e despesas, margem de
contribuição, ponto de equilíbrio e métodos de custeio.
E te parabenizo por ter chegado até aqui. Mas estamos só começando! Te convido a
assistir a videoaula no ambiente virtual de aprendizagem (AVA) e concluir as atividades relativas a
esta competência.
Na próxima competência vou demonstrar como funciona o plano de contas empresariais.
Corre lá que está imperdível!

21
2.Competência 02 | Elaborar um plano de contas empresariais,
considerando os centros de custos e lucros
Olá cursista, na competência passada você aprendeu conceitos introdutórios da
contabilidade de custos. Agora chegou o momento de conhecer mais sobre a contabilidade geral
envolvendo o plano de contas (demonstrações contábeis/financeiras).

Inicie ouvindo o podcast que resume os principais aspectos desta competência.

2.1 Plano de contas empresariais

Você já parou para pensar o que é um plano de contas? Na área contábil o plano de contas
envolve todas as contas essenciais para elaborar os registros contábeis de uma empresa (OLIVO;
BOSCHILIA, 2012). Segundo Cordeiro (2006) o plano de contas é fundamental pois é a base para
elaboração de relatórios e registros contábeis. Para serem facilmente visualizadas, a lei exige que elas
respeitem um padrão. Dessa forma, as contas são divididas em contas patrimoniais e contas de
resultado (OLIVO; BOSCHILIA, 2012).

22
Se liga!
As contas patrimoniais envolvem o ativo, passivo e também o
patrimônio líquido; e as contas de resultado as despesas, custos e receita.
Sobre as patrimoniais, no ativo estão as contas consideradas positivas,
aquelas que geram ganhos para instituição, que envolvem os bens e direitos.
Como por exemplo, contas a receber, estoque de produtos acabados,
máquinas e equipamentos e prédios próprios. Já no passivo estão as
obrigações empresariais (dívidas com terceiros), como contas a pagar, salários
e empréstimos a pagar. Por fim, o patrimônio líquido é o resultado da
diferença entre o ativo e o passivo (OLIVO; BOSCHILIA, 2012; POLIZEL;
VILLALVA; SANTOS, 2015).
A respeito das contas de resultado, conforme o Dicionário Financeiro
(2021b), a receita refere-se aos valores recebidos pela comercialização de
bens e serviços; as despesas envolvem os gastos que não estão diretamente
ligados ao processo de fabricação do produto, mas que contribuem para que
a instituição possa se manter e ganhar mais receita; e os custos abrangem os
gastos relacionados ao processo de elaboração dos bens ou serviços
(MARTINS, 2003; GUIMARÃES NETO, 2009)

Alinhado ao plano de contas está o método das partidas dobradas que será abordado no
próximo tópico.

2.1.1 Método das partidas dobradas

Você já ouviu falar sobre o método das partidas dobradas? Para que ele serve? Não se
preocupe que vou te explicar! O método das partidas dobradas ganhou visibilidade com o Frei Italiano
Luca Pacioli, que nasceu no século XV (MUNIZ; RAMOS, 2015). Este método indica que “para cada
débito, há um crédito de igual valor. Assim ele mostra o equilíbrio contábil no momento do registro”
(POLIZEL, VILLALVA; SANTOS, 2015, p. 83).

23
Atenção!
Na contabilidade as definições de débito e crédito são diferentes das
vivenciadas no cotidiano, portanto desconsidere a visão de que crédito é algo
bom e que débito é algo ruim (POLIZEL; VILLALVA; SANTOS, 2015).

Dessa forma, o somatório dos “valores debitados deve ser sempre igual à soma dos
valores creditados” (MUNIZ; RAMOS, 2015 p. 11). Para lançar os débitos e os créditos nos registros
contábeis se desenvolveu os razonetes, que possuem formato de “T”. No centro dos razonetes ficam
o nome da conta, no lado esquerdo os débitos e no lado direito os créditos (OLIVO; BOSCHILIA, 2012).
Veja a figura a seguir.

Figura 6 - Estrutura do Razonete


Fonte: https://www.valor.srv.br/artigo.php?id=427&titulo=razonetes-contabilidade
Audiodescrição da figura: retrata a estrutura de um razonete que tem o formato da letra “T”, na parte superior do “T”
está escrito a palavra conta, do lado esquerdo a palavra débito e do lado direito a palavra crédito. Fim da
audiodescrição.

Percebeu na figura acima como se estrutura um razonete? Essa é uma informação


importante para apurar os saldos das contas na contabilidade. A contabilização das contas ocorre por
meio de lançamentos que são realizados nos razonetes.
Para lançar o débito e o crédito corretamente nos razonetes é necessário atentar para as
informações do quadro 2 apresentado a seguir. Essas informações vão te ajudar bastante, preste
atenção estudante!

24
Grupo de contas Aumenta Diminue
Ativo Débito Crédito
Passivo e Patrimônio Líquido Crédito Débito
Receitas Crédito ----
Despesas Débito ----

Quadro 2 - Regras de lançamento de débito e crédito


Fonte: Adaptado de PolizeL, Villalva e Santos (2015, p. 45)

O quadro acima indica que o ativo aumenta no débito e diminui no crédito; o passivo e o
patrimônio líquido aumentam no crédito e diminuem no débito; a receita aumenta no crédito e as
despesas aumentam no débito. Ficou claro estudante? Ainda não? Não se preocupe que preparei um
exemplo prático com base em Muniz e Ramos (2015) para que você possa entender na prática essas
relações. Imagine que uma instituição comprou em 05/03 um equipamento por R$ 2.000,00 à vista.
Como seria o registro contábil?
Para responder essa questão, preciso te perguntar: você se lembra que no método das
partidas dobradas para cada débito existe um crédito? Então, é necessário abrir um razonete para
cada conta. Na resolução da questão foi aberto um razonete para colocar o valor do equipamento e
um razonete para colocar o valor retirado do caixa pois o pagamento foi à vista. Você também viu
que o conceito de débito e crédito na contabilidade é diferente do que usamos no cotidiano.
Então vamos lá, o equipamento é um bem, portanto é um ativo. Como visto no quadro
2, o ativo aumenta no débito. E em que lado fica o débito nos razonetes? Isso, no esquerdo. Muito
bem! R$ 2.000,00 debitado na conta “equipamentos”.
Agora perceba que o valor de R$ 2.000,00 saiu do caixa que também é uma conta do
ativo, se saiu dinheiro a conta diminuiu, concorda? Portanto, segundo o quadro 2, o ativo diminui no
crédito. E em qual lado do razonete fica o crédito?Exato, no direito. Parabéns! R$ 2.000,00
creditados na conta “caixa” . Então observe que para o débito de 2.000,00 ocorreu um crédito de
igual valor!

25
Equipamentos Caixa

2.000,00 2.000,00

Agora considere que em 08/03 a mesma empresa pagou uma conta no valor de R$
1.000,00 à vista. Como ficarão os lançamentos agora? Lembre que já tem R$ 2.000,00 creditado no
caixa, você não pode esquecer dele.
Portanto, seguindo o mesmo raciocínio do lançamento anterior, foi creditado no caixa o
valor de R$ 1.000,00. Já contas a pagar é uma conta do passivo, que diminui no débito, devido a isso
foi debitado R$ 1.000,00 em contas a pagar.

Caixa Contas a pagar

2.000,00 1.000,00

1.000,00

Ainda na dúvida sobre onde debitar e creditar as contas, estudante? Consulte o quadro 2
e em seguida veja o próximo lançamento.
Em 15/03 os sócios decidiram investir R$ 20.000,00 no negócio.
Olha só, isso quer dizer que vai entrar mais dinheiro no caixa, concorda? E como o caixa
aumenta no débito foram debitados R$ 20.000,00 na conta “caixa”. Já o capital social é uma conta do
patrimônio líquido e portanto aumenta no crédito sendo os R$ 20.000,00 creditados nela.

Caixa Capital social

20.000,00 2.000,00 20.000,00

1.000,00

26
Em 20/03 foi realizada a compra de equipamento no valor de R$ 3.000,00 a prazo. Não
esqueça que já tinha valores lançados na conta de “equipamentos” e em “contas a pagar”, é preciso
considerá-los.
O valor de R$ 3.000,00 foi debitado em equipamentos, pois eles pertencem ao ativo e
aumentam no débito, conforme as orientações do quadro 2. O mesmo valor foi creditado em contas
a pagar, pois pertence ao passivo e portanto aumenta no crédito.

Equipamentos Contas a pagar


2.000,00 1.000,00 3.000,00
3.000,00

Por fim, em 22/03 a empresa realizou um empréstimo no valor de R$ 10.000,00.


Sim, eu sei que você já sabe. Mas eu vou repetir! O caixa é uma conta do ativo e portanto
aumenta no débito. Dessa forma, foi debitado R$ 10.000,00 no caixa. Já o empréstimo é uma conta
do passivo e portanto aumenta no crédito, portanto foi creditado R$ 10.000,00 na conta empréstimo.

Caixa Empréstimo

20.000,00 2.000,00 10.000,00

10.000,00 1.000,00

10.000,00

Após os lançamentos, é hora de fechar os saldos das contas. Certo estudante? Vamos lá!

Caixa Capital social

20.000,00 2.000,00 20.000,00

10.000,00 1.000,00

Saldo: 27.000,00 Saldo: 20.000,00

27
Equipamentos Contas a pagar

2.000,00 1.000,00 3.000,00


3.000,00

Saldo: 5.000,00 Saldo: 2.000,00

Empréstimo

10.000,00

Saldo:10.000,00

O cálculo dos saldos é feito por meio da diferença entre os débitos e créditos das contas.
Também é válido ressaltar que o saldo do ativo sempre será devedor, pois se eleva no débito e o
saldo do passivo e patrimônio líquido sempre credor, pois se elevam no crédito.

Para saber mais sobre débito e crédito acesse:


https://www.youtube.com/watch?v=zjKSEwcM6JY

O que achou do vídeo? Agora ficou ainda mais claro como os lançamentos devem ser
realizados, não foi? A apuração dos saldos das contas após os devidos lançamentos é fundamental
para montar o balanço patrimonial que será detalhado no tópico seguinte.

2.2 Balanço patrimonial

O balanço patrimonial é uma demonstração financeira do patrimônio da instituição


(OLIVO; BOSCHILIA, 2012). Essa demonstração apresenta como a empresa se comporta durante o

28
exercício social e em parceria com outros indicadores, que você também verá neste e-book (DRE e
fluxo de caixa), auxilia os empresários a avaliarem se a empresa está bem financeiramente
(ACCOUNTFY, 2021).

Atenção!
O exercício social diz respeito ao período de um ano, no qual as instituições
têm a obrigatoriedade de apresentar as demonstrações financeiras/contábeis
(PORTAL DA CONTABILIDADE, 2021a).

Conforme Olivo e Borschilia (2012) de forma geral o balanço é composto por ativo(A) ,
passivo (P), patrimônio líquido (PL) e visa a igualdade dos valores do ativo e passivo + patrimônio
líquido. Como pode ser visualizado na figura a seguir.

Figura 7 - Equilíbrio entre as contas do balanço patrimonial


Fonte: https://www.socontabilidade.com.br/conteudo/BP.php
Audiodescrição da figura: representa uma balança que está com os dois lados em equilíbrio, do lado esquerdo da
balança tem a letra “A” que refere-se ao ativo e do lado direito a letra P que diz respeito ao passivo,o sinal de adição e
as letras “PL” que significa patrimônio líquido. Fim da audiodescrição.

29
Na figura acima você conseguiu compreender que para que o balanço patrimonial possa
alcançar o equilíbrio é necessário que a soma do valor das contas do ativo sejam iguais a soma das
contas do passivo + patrimônio líquido? Vamos adiante então.
Para elaborar o balanço patrimonial é necessário realizar os registros contábeis de acordo
com o método das partidas dobradas. Em seguida as contas são distribuídas e contabilizadas em seus
respectivos grupos (OLIVO; BOSCHILIA, 2012).
Também vale destacar que as leis 11.638/2007 e a LEI Nº 11.941/2009 indicaram
mudanças na estrutura do balanço patrimonial, observe no quadro a seguir como as contas devem
ser organizadas.

Estrutura do Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Circulante é uma referência aos bens e Passivo Circulante são as Obrigações ou
direitos que a empresa tem a receber e que Exigibilidades que deverão ser pagas no
podem ser convertidos em dinheiro em curto decorrer do exercício seguinte (dentro de um
prazo (máximo em um ano). Exemplo: as contas ano), após o levantamento do balanço.
caixa , banco, estoques e contas a receber em Exemplo: fornecedores, duplicatas a pagar,
curto prazo. salários a pagar e provisão para férias.
Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante

Ativo realizável a longo prazo Passivo exigível a longo


Prazo
São relacionadas nesta conta os bens e direitos Compreende as obrigações exigíveis que serão
realizáveis (em dinheiro), após o término do liquidadas ao final do exercício seguinte, com
exercício seguinte. Ou seja, superiores a um ano. prazo superior a um ano. Dívidas de longo prazo.
Exemplo: contas a receber a longo prazo e Exemplo: empréstimos bancários e
empréstimos feitos para outras instituições. financiamentos.

Investimentos Patrimônio Líquido


São todas as aplicações de recursos que não têm Patrimônio Líquido: o patrimônio líquido
por finalidade o objetivo principal da entidade. representa os valores que os sócios ou
Exemplos: imóveis para aluguel, terrenos para acionistas têm na empresa em um determinado
expansão, ações em outras empresas. momento. No balanço patrimonial, a diferença
Imobilizados entre o valor dos Ativos e dos Passivos
Representa as aplicações de recursos em bens representa o PL (Patrimônio Líquido). E ele
instrumentais que servem de meios para que a envolve: “capital social, reservas de capital,

30
entidade alcance seus objetivos. Exemplos: ajustes de avaliação patrimonial, reservas de
veículos, máquinas e equipamentos, imóveis, lucros, ações em tesouraria e prejuízos
embarcações. acumulados” (LEI Nº 11.941/2009).
Intangíveis
Também são chamados de bens impalpáveis,
tais como as marcas e patentes.

Quadro 3 - Estrutura do balanço patrimonial


Fonte: Adaptado de Olivo e Boschilia (2012, p.20, 22-27)

Perceba que o ativo é dividido em circulante e não circulante (realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizados e intangíveis), assim como o passivo que se decompõem em circulante
e não circulante (exigível a longo prazo). Já o patrimônio líquido segundo a lei n° 11.941/2009 “se
divide em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros,
ações em tesouraria e prejuízos acumulados”.

Você sabia?
O capital social são os recursos (financeiros ou materiais) investidos pelos
sócios na empresa (SEBRAE, 2020b). Já as reservas de capital referem-se aos
valores que a instituição recebeu e que não perpassa pelos resultados, pois
não dizem respeito a entrega de bens/serviços (PORTAL DA CONTABILIDADE,
2021b). Por outro lado, o ajuste de avaliação patrimonial compreende o
reajuste dos valores dos itens do ativo e passivo considerando um valor justo
(LUNELLI, 2021a).
As reservas se lucro incorporam os valores obtidos pela lucratividade da
empresa e que ainda não foram divididos com os sócios (CAPITAL, 2019). Já as
ações em tesouraria referem-se a recompra de ações da própria empresa no
mercado financeiro, ou seja, a empresa recompra do mercado algumas de
suas ações para que elas fiquem sob sua custódia (ONZE, 2021a). Por fim, os
prejuízos acumulados são prejuízos que se acumularam em um período
específico e que ainda não foram totalmente incorporados no lucro (CAPITAL,
2020).

Compreendeu a estrutura do balanço patrimonial, estudante? Ainda não? Então


considere os saldos dos lançamentos que te apresentei no começo desta competência e observe
como ficou o balanço patrimonial no quadro a seguir.

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Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
Ativo Circulante Passivo Circulante
Caixa R$ 27.000,00 Contas a pagar R$ 2.000,00
Passivo Não Circulante
Ativo Não Circulante Empréstimo R$ 10.000,00
Equipamentos R$ 5.000,00 Patrimônio Líquido
Capital Social R$ 20.000,00
Total Ativo R$ 32.000,00 Total Passivo + PL R$ 32.000,00

Quadro 4 - Exemplo de balanço patrimonial


Fonte: elaborado pela autora (2022)

Perceba que todas as contas do quadro acima foram agrupadas respeitando os critérios
indicados pelo quadro 3. No ativo circulante ficou a conta caixa no valor de R$ 27.000,00, no ativo
não circulante ficou a conta equipamentos no valor de R$ 5.000,00. Já no passivo circulante ficaram
as contas a pagar no valor de R$ 2.000,00 e no ativo não circulante a conta empréstimo no valor de
R$ 10.000,00. Por fim, no patrimônio Líquido, ficou a conta capital social no valor de R$ 20.000,00.
Observe que o valor total do ativo (ativo circulante + ativo não circulante) deu R$
32.000,00, igualmente a soma total do passivo (passivo circulante + passivo não circulante) com o
patrimônio líquido deu R$ 32.000,00 , o que indica que o balanço fechou corretamente.
Confira outro exemplo de balanço patrimonial no quadro abaixo:

Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + Patrimônio Líquido
Ativo Circulante R$ 20.000,00 Passivo Circulante R$ 3.000,00
Caixa R$ 10.000,00 Contas a pagar R$ 3.000,00
Estoque R$ 10.000,00 Passivo Não Circulante R$ 35.000,00
Ativo Não Circulante R$ 30.000,00 Financiamento R$ 35.000,00
Tereno R$ 25.000,00 Patrimônio Líquido R$ 12.000,00

32
Maquinário R$ 5.000,00 Capital Social R$ 12.000,00
Integralizado

Total Ativo R$ 50.000,00 Total Passivo + PL R$ 50.000,00


Quadro 5 – Exemplo de balanço patrimonial
Fonte: Muniz e Ramos (2015, p. 36)

Assim como no exemplo anterior, neste exemplo as contas foram agrupadas respeitando
a ordem proposta pelo quadro 3. Para calcular o total do ativo circulante se somou R$ 10.000,00 da
conta caixa com R$ 10.000,00 da conta estoque dando o total de R$ 20.000,00. O total do ativo não
circulante ocorreu por meio da soma de R$ 25.000,00 da conta terreno com R$ 5.000,00 da conta
maquinário, finalizando no valor de R$ 30.000,00. A soma dos R$ 20.000,00 do ativo circulante com
R$ 30.000,00 do ativo não circulante deu um total de R$ 50.000,00 para conta ativo.
Já no passivo e patrimônio líquido, como só tinha uma conta em cada subgrupo o passivo
circulante ficou no valor de R$ 3.000,00 , o passivo não circulante no valor de R$ 35.000,00 e o
patrimônio líquido no valor de R$ 12.000,00. Desta forma, o total dos valores do passivo +
patrimônio líquido também foi de R$ 50.000,00 , fechando o balanço corretamente.
Viu que é mais fácil do que parece? Agora que finalizei a explicação sobre as contas
patrimoniais, no tópico seguinte vou te apresentar a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
que é uma conta de resultado.

2.3 Demonstração do Resultado do Exercício – DRE

Você sabe o que é uma DRE? A Demonstração do Resultado do Exercício, conhecida por
DRE é um demonstrativo do grupo de contas de resultados como eu já havia mencionado no tópico
anterior. As contas de resultados envolvem as subcategorias custos, despesas e receitas (POLIZEL,
VILLALVA; SANTOS, 2015).
De forma mais específica a DRE é um registro contábil que indica como a empresa está
operando. Ela contempla toda a movimentação da instituição, considerando as despesas/custos e
receitas que ela obteve no exercício e apresentando ao final da análise a apuração do lucro ou
prejuízo institucional (MUNIZ; RAMOS, 2015).

33
Olivo e Boschilia (2012) evidenciam que a DRE tem como finalidade demonstrar o lucro
líquido de um exercício social, com base no regime de competência contábil.

Atenção!
Na contabilidade o princípio do regime de competência aponta que as
movimentações financeiras/contábeis devem ser registradas no momento em
que elas ocorrem, independente de terem sido recebidas ou pagas (PORTAL
DA CONTABILIDADE, 2021c).

Para fins de obrigatoriedade legal a DRE deve ser elaborada anualmente, entretanto nada
impede que algumas empresas optem por elaborá-la mês a mês ou trimestralmente apenas para
monitoramento administrativo (OLIVO; BOSCHILIA, 2012). A estrutura da DRE é autoexplicativa e,
portanto, fácil de ser compreendida (MUNIZ; RAMOS, 2015). Veja no quadro a seguir essa estrutura
simplificada.

34
RECEITA BRUTA DE VENDA DE BENS E SERVIÇOS
(-) Impostos sobre Vendas
(-) Devoluções, Descontos Comerciais
(=) RECEITA LÍQUIDA
(-) Custo dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos
(=) LUCRO BRUTO
(-) Despesas de Vendas, administrativas e Gerais
(+/-) Outras Receitas e Despesas Operacionais
(+/-) Resultado de Equivalência Patrimonial
(=) RESULTADOS ANTES DAS RECEITAS E DAS DESPESAS
FINANCEIRAS
(+) Receitas Financeiras
(-) Despesas Financeiras
(=)LUCRO ANTES DO IR/ CSLL
(-) Despesas com tributos sobre o lucro
(=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

Quadro 6 - Estrutura da DRE simplificada


Fonte: Assaf neto (2014, p.211)

Achou interessante cursista? Vai ficar ainda melhor, pois vou me basear nos autores Assaf
Neto (2014) e Polizel, Villalva e Santos (2015) para explicar esses componentes da DRE. Venha
comigo!
Vamos começar pela receita bruta de vendas. Você imagina o que pode ser? A receita
bruta é uma quantia que a instituição tem para embolsar originária do seu processo produtivo. Essa
receita pode ser referente a mercadoria (no caso do comércio), produto (no caso da indústria) ou
serviço vendido a depender do que a empresa comercializa.
Da receita bruta são deduzidos os impostos sobre a venda, devoluções, descontos
comerciais e abatimentos sobre a venda para se achar o valor da receita líquida. Da receita líquida
são debatidos o custo dos produtos (indústria), mercadorias (comércio) ou serviços vendidos,
também a depender se é uma instituição comercial, industrial ou que presta serviços.

35
Após a retirada do custo, temos o lucro bruto. Do lucro bruto se deduz as despesas de
vendas, administrativas e gerais. Em seguida é descontada a diferença entre receitas e despesas
operacionais que podem ter saldo positivo ou negativo. Caso exista mais receitas que despesas o
valor será positivo, já se houver mais despesas do que receitas o saldo será negativo.
O mesmo raciocínio serve para o Resultado de Equivalência Patrimonial, se os
investimentos apresentarem lucratividade o resultado será positivo, se apresentarem prejuízo o
resultado será negativo. Depois disso, chega-se aos resultados antes das receitas e das despesas
financeiras.

Você sabia?
A equivalência patrimonial diz respeito a análise dos investimentos realizados
em outras instituições (REIS, 2019a)

A partir dessa etapa, são contabilizadas as receitas financeiras (positivas) e as despesas


financeiras(negativas), até alcançar o lucro antes do Imposto de Renda(IR) e contribuição social
sobre o lucro líquido (CSLL). O próximo passo é deduzir as despesas com tributos sobre o lucro para
achar o Lucro Líquido do Exercício.
Ficou claro estudante? Ainda não? Veja este exemplo então. Um comércio apresentou os
seguintes resultados:
• Receita bruta de vendas: R$ 100.000,00
• Custos da mercadoria Vendida (CMV): R$ 600,00
• ICMS (Imposto sobre circulação de Mercadorias e serviços): R$ 18.000,00
• Despesa administrativa: R$ 500,00
• Despesas financeiras: R$ 400,00
• Tributos de IR e CSLL: R$ 4.000,00

Como ficaria a DRE? Observe o quadro abaixo.

36
DRE
Receita bruta de venda 100.000,00
(-)ICMS (18.000,00)
(=) Receita Líquida das vendas 82.000,00
(-) CMV (600,00)
(=) Lucro Bruto 81.400,00
(-) Despesas administrativas (500,00)
(=) Resultados antes das receitas e das 80.900,00
despesas financeiras
(-)Despesas financeiras (400,00)
(=)Lucro antes do IR/CSLL 80.500,00
(-)Tributos de IR e CSLL (4.000,00)
(=) Lucro Líquido do Exercício 76.500,00

Quadro 7- Exemplo de DRE


Fonte: elaborado pela autora (2022)

Iniciei lançando R$ 100.000,00 de receita bruta de vendas, em seguida deduzi


R$18.000,00 do ICMS que resultou no valor de R$ 82.000,00 em receita líquida de vendas. Logo
depois fiz o abatimento de R$ 600,00 do CMV, que gerou o valor de R$ 81.400,00 em lucro bruto.
Do lucro bruto, retirei R$ 500,00 de despesas administrativas, que resultaram em R$ 80.900,00 antes
das receitas e das despesas financeiras.
Em seguida deduzi R$ 400,00 de despesas financeiras, que deu R$ 80.500,00 de Lucro
antes do IR/CSLL. Por fim, retirei os R$ 4.000,00 de Tributos de IR e CSLL, chegando ao valor de R$
76.500,00 de lucro líquido do exercício. Perceba que a empresa de fato teve lucro, porém se o
resultado final fosse negativo a empresa estaria em prejuízo.
Para finalizar, gostaria de te lembrar que nesta competência você viu como funciona o
método das partidas dobradas, e que o plano de contas é composto por contas patrimoniais e de
resultado. O demonstrativo que engloba as conta patrimoniais é o balanço patrimonial e a
demonstração que comtempla as contas de resultado é a DRE.

37
Agora é hora de te parabenizar por ter finalizado mais uma competência. Você já chegou
a metade do caminho! E para encerrar da melhor forma possível te convido a assistir a videoaula
desta competência no ambiente virtual de aprendizagem (AVA), assim como realizar as atividades da
semana.
Na próxima competência você verá como elaborar um plano de viabilidade financeira
para um empreendimento.

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3.Competência 03 | Elaborar um plano de viabilidade financeira para um
empreendimento
Na competência anterior você aprendeu como realizar algumas demonstrações
contábeis/financeiras como balanço patrimonial e DRE. E também como funciona o método das
partidas dobradas que orienta o pensamento contábil.
Nesta competência, o foco será a elaboração de um plano financeiro. Para isso, você
precisará compreender como opera a função financeira na empresa e quais contas precisam ser
administradas. Mas não fique ansioso(a) vou te mostrar tudo que você precisa saber!

Inicie ouvindo o podcast que resume os principais aspectos desta competência.

3.1 A Função Financeira na Empresa

Você sabe o que faz a função financeira na empresa? Se você pensou que envolve a
administração de dinheiro , acertou. Mas não é só isso! A função financeira compreende o registro e
o gerenciamento das informações relacionadas às finanças empresariais. Com a finalidade de facilitar
o processo de tomada de decisão e realizar os ajustes necessários para que a empresa possa
prosperar cada dia mais (SEBRAE, 2017).
Todas as empresas, independente do tamanho e forma jurídica, necessitam executar um
bom gerenciamento financeiro. Por isso, elas geralmente designam uma pessoa para ficar
responsável pela administração das finanças corporativas. Essa pessoa tem como função realizar a
administração do fluxo de caixa, dos investimentos, levantamento de recursos, previsões financeiras
entre outros (GITMAN, 1997). E geralmente são chamados de gestores(as) financeiro(ra) . Veja a
figura a seguir.

39
Figura 8 – Gestora financeira
Fonte: https://ead.thinkr.com.br/posts/ver/36/quero-vender-cursos-online-preciso-ter-um-cnpj
Audiodescrição da figura: mulher sentada de frente para o computador analisando dados financeiros. Fim da
audiodescrição.

Observou na imagem a gestora financeira analisando as finanças empresariais? Que


ótimo. Mas será que aqui no Brasil todas as empresas priorizam a administração financeira no
gerenciamento dos seus negócios? A resposta é não. Segundo Sebrae (2015), em diversas instituições
os donos dos negócios priorizam atividades cotidianas de produção e comercialização de produtos,
ao invés da organização financeira. Isso não significa que essas atividades não sejam importantes.
Elas são importantes sim, e merecem monitoramento. Mas gerir as finanças corporativas também
merece atenção, não acha?
É bem fácil localizar proprietários de pequenos empreendimentos que não sabem os
valores exatos do quantitativo apurado no dia. Alguns perdem bastante tempo procurando essas
informações que foram registradas em lugares diferentes e outros não têm nenhum tipo de controle
que permita checar adequadamente a movimentação do caixa durante o dia (SEBRAE, 2015).
Destaco que não tem problema realizar esses registros de forma manual, por meio de
planilha ou softwares. O importante é que o registro seja feito de forma correta e organizada,
entendeu estudante ? (SEBRAE, 2017).

40
Pois quando o proprietário do negócio não consegue mensurar esses resultados, fica
impossível realizar o gerenciamento financeiro. E sem conseguir monitorar os resultados, a
necessidade de capital de giro e a movimentação do caixa é comum cair na armadilha de acreditar
que se tem bastante dinheiro no caixa a empresa tem boa saúde financeira, caso contrário ela está
indo mal (SEBRAE, 2017). E pelo que você já viu até aqui, não é apenas isso que contribui para uma
boa administração financeira, não é mesmo?

Atenção!
Sem organização não é possível realizar uma boa gestão financeira no longo
prazo.

De forma geral, a função financeira nas empresas contempla o planejamento e avaliação


das finanças, o bom uso dos recursos financeiros (métodos de análise, negociação e aplicação),
controle de fluxo de caixa e administração de contas a pagar e a receber, capital de giro e
gerenciamento de estoques (SEBRAE, 2015; SEBRAE, 2017). Além dos demonstrativos financeiros/
contábeis que você já viu (margem de contribuição, ponto de equilíbrio, balanço patrimonial, DRE...).
Assim, é possível ter uma visão geral das finanças da empresa no presente e também no
futuro, o que facilita o processo de tomada de decisão organizacional (SEBRAE, 2017). Conseguiu
perceber o quanto a função financeira é importante para longevidade das empresas estudante? Pois
bem, agora vou te explicar melhor o que é o controle de fluxo de caixa.

3.2 Controle de fluxo de caixa

Você concorda que nas empresas todas as operações financeiras deveriam ser registradas
no caixa? Então, é justamente por isso que ele é o primeiro controle que as instituições devem
realizar. O controle do caixa é requisito básico para o gerenciamento financeiro, portanto é
importante arquivar e ordenar todos os recibos das operações financeiras ( SEBRAE, 2017).
Ainda conforme o autor, esse controle permite a conferência diária de vendas e saldo do
caixa. E para realizá-lo pelo método direto é necessário somar o saldo inicial com a diferença entre
o total de todas as entradas de dinheiro (recebimentos à vista ou a prazo. Ex: em espécie, cartões de

41
débito e crédito) e o total de todas as saídas de dinheiro (pagamentos à vista ou a prazo. Ex:
fornecedores, salários, aluguel e energia elétrica).

Atenção!
Nesta competência o foco é na administração financeira, portanto na
contabilização do saldo do fluxo de caixa as entradas são contas positivas e
saídas contas negativas.

Veja um exemplo simplificado de fluxo de caixa no quadro a seguir.

Movimentações DIA 1 DIA 2 DIA 3


financeiras
Saldo inicial R$ 2.000,00 R$ 5.000,00 R$ 6.500,00
Recebimentos R$ 10.000,00 R$3.000,00 R$ 5.000,00
Salários (R$ 5.000,00) ---- ----
Fornecedores (R$ 2.000,00) ---- (R$3.000,00)
Aluguel ---- ( R$ 1.500,00) ----
Saldo final R$ 5.000,00 R$ 6.500,00 R$ 8.500,00
Quadro 8 - Exemplo simplificado de fluxo de caixa
Fonte: elaborado com base em Fabri (2016)

Observe que no quadro acima, no dia 1, o saldo inicial do caixa era de R$ 2.000,00.
Durante esse dia se recebeu R$ 10.000,00 em vendas, porém se pagou R$ 5.000,00 em salários e
R$2.000 para os fornecedores. Dessa forma o saldo final do dia 1 foi calculado da seguinte forma:

Saldo final = (R$ 2.000,00 + R$ 10.000,00 - R$ 5.000,00 - R$ 2.000,00)


Saldo final = R$ 5.000,00

42
Já no dia 2, o caixa começou com R$ 5.000,00 que foi o que restou do dia 1. No dia 2, se
recebeu R$3.000,00 , mas se pagou R$ 1.500,00 de aluguel. Assim, o saldo final do dia foi
contabilizado do seguinte modo:

Saldo final = (R$ 5.000,00 + R$ 3.000,00 - R$ 1.500,00 )


Saldo final = R$ 6.500,00

No dia 3, o saldo inicial era de 6.500,00 que foi o que restou do dia 2. Durante o dia 3,
se recebeu R$ 5.000,00 de vendas e se pagou R$3.000,00 dos fornecedores. Veja como ficou o
saldo final desse dia:

Saldo final = (R$ 6.500,00 + R$ 5.000,00 - R$3.000,00)


Saldo final = R$ 8.500,00

Entendeu estudante? No registro das entradas e saídas você também pode agrupar as
contas e categorizá-las em despesas comerciais, operacionais, de recursos humanos, recebimentos
comerciais e de investimentos, por exemplo (SEBRAE, 2017).

Veja outro exemplo de fluxo de caixa em:


https://www.youtube.com/watch?v=seJEU24mPi4

O que achou do vídeo? Mostrou outro exemplo ainda mais prático, não foi?Pois é, o
controle de caixa pode ser utilizado não só no cotidiano das empresas, mas também na organização
das finanças pessoais. Como você viu ele envolve administração dos pagamentos e recebimentos,
buscando um equilíbrio saudável entre as contas a pagar e a receber.
Reforço que o controle do fluxo de caixa (CFC) pode ser realizado manualmente, por
planilha ou software a depender do objetivo, tipo ou tamanho do negócio. O importante é que tudo
seja registrado corretamente! Agora, quanto maior for a empresa, mais sofisticado e detalhado tende
a ser o CFC (SEBRAE, 2017).

43
Também é importante destacar que quando o fluxo de caixa está com saldo positivo e
há um bom gerenciamento de estoques a tendência é reduzir a necessidade de uso de capital de giro
para fazer a empresa operar. O que é um bom indicativo financeiro (SEBRAE, 2017). Vou te falar mais
sobre o capital de giro e o gerenciamento de estoques a seguir.

3.3 Capital de giro e Gerenciamento de estoques

Chegou a hora de falar sobre o capital de giro estudante. Você tem ideia do que ele é? O
capital de giro é a quantia que a instituição deve ter para suprir suas despesas cotidianas (ENDEAVOR,
2021b). Ou seja, ele é a diferença entre os valores disponíveis no caixa e o somatório das despesas e
contas a pagar (SEBRAE, 2021c). Em outras palavras, é ele que faz a empresa girar (funcionar),
enquanto não se recebe os pagamentos dos clientes (SEBRAE, 2017).

Para entender melhor, assista o vídeo:


https://www.youtube.com/watch?v=V_Ww_NEmU_4

Observou no vídeo o quanto o capital de giro é importante? Pois é, ele é fundamental


para cobrir o ciclo financeiro da empresa. Mas você deve está se perguntando, o que é ciclo
financeiro professora? Bem, o ciclo financeiro também conhecido como ciclo de caixa ou ciclo de
conversão de caixa, compreende o período entre o pagamento dos fornecedores até o recebimento
dos valores da compra pelo cliente (SEBRAE, 2017; WAY BACK, 2020). Entendeu estudante?
De acordo com o Sebrae (2017), também existe o ciclo operacional, que contempla o
prazo médio de estoques (PME) e o prazo médio de recebimentos (PMR). Este ciclo se inicia no
momento da compra da matéria-prima ao fornecedor, envolve a comercialização do produto até o
recebimento das vendas que podem ser à vista e/ou a prazo. E o ciclo econômico, que envolve o
prazo médio de pagamentos (PMP), este ciclo se inicia na compra de mercadorias ao fornecedor até
o momento da comercialização do produto, incluindo apenas os pagamentos à vista. Para calcular o
ciclo financeiro, você precisará dos valores de PME, PMR E PMP, veja a estrutura da fórmula do ciclo
financeiro.

44
Ciclo Financeiro = PME + PMR – PMP

Agora observe o exemplo elaborado com base no autor supracitado para entender como
aplicar a fórmula na rotina empresarial. Uma instituição tem um prazo médio de estoques (PME) de
30 dias, o prazo médio de recebimento (PMR) das vendas de 45 dias e o prazo médio de
pagamento(PMP) dos fornecedores de 30 dias. De quanto seria o ciclo financeiro?

Ciclo Financeiro = 30 + 45 – 30
Ciclo Financeiro = 45 dias

Como você já sabe que precisará suprir as necessidades financeiras da empresa por 45
dias, antes do dinheiro entrar no caixa é fundamental contabilizar a necessidade de capital de giro
(NCG) para esse período. Para isso, é necessário multiplicar o quantitativo de dias do ciclo financeiro
pela média de custos e despesas por dia. Veja a estrutura da fórmula do NCG (SEBRAE, 2017).

NCG = ciclo financeiro x média diária de custos e despesas

Agora, imagine que uma empresa tem um ciclo financeiro de 45 dias e que o valor dos
custos e despesas diários são de R$ 600,00. Qual seria o valor do NCG?

NCG = 45 x 600,00 = R$ 27.000,00

Viu como é fácil?

Para entender melhor, assista o vídeo:


https://www.youtube.com/watch?v=9XY4sCNixH0

45
O vídeo resumiu bem o que falamos até o momento, concorda? Ficou claro para você que
para calcular o capital de giro é necessário conhecer os ciclos e prazos da empresa? Que bom! Outra
informação importante é que os gestores devem buscar eliminar o excesso de estoques na empresa.
Mas você deve está se perguntando, por qual motivo devo reduzir estoques, professora?
Pense comigo, o gerenciamento de estoques faz parte do ciclo operacional. Quanto menor o ciclo
operacional, menor o ciclo financeiro. Quanto menor o ciclo financeiro, menor a quantidade
necessária de capital de giro (NCG). E quanto menor a NCG, menos dinheiro é necessário para fazer
a empresa operar (SEBRAE, 2017). Ficou claro estudante?

Se liga!
Para saber mais sobre o fluxo de caixa realize o curso gratuito de gestão
financeira com direito a certificado em:
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/cursosonline/gestao-
financeira,7370b8a6a28bb610VgnVCM1000004c00210aRCRD

Outra informação importante é que o Prazo Médio de Estocagem (PME), Prazo Médio de
Recebimento dos Clientes (PMR), Prazo Médio de Pagamento (PMP) também podem ser chamados
de índices ou indicadores de atividades (REIS, 2018). Mas agora que você já está por dentro do
gerenciamento do fluxo de caixa, estoques e do capital de giro, que tal adquirir conhecimentos sobre
os métodos de investimentos? Vai ser ótimo, vamos juntos!

3.4 Métodos de Avaliação de Investimentos

Você concorda que no mundo dos negócios sempre aparece uma série de oportunidades
de investimentos? Eu também concordo! E como é possível avaliar se esses investimentos são bons
ou não para empresa? Por meio dos métodos de avaliação de investimentos (DENNIS, 2021).
Esses métodos se baseiam em análise de viabilidade financeira que tem como finalidade
avaliar se um investimento pode alcançar o resultado desejado ou não. Preciso te alertar que existem
vários métodos de avaliação de investimento no mercado, mas vou te mostrar os mais utilizados que
são: Payback, Valor Presente Líquido - VPL e Taxa Interna de Retorno – TIR (DENNIS, 2021).

46
3.4.1 Payback

Então estudante, o payback ou payback simples é um método de avaliação de


desempenho bem fácil de entender. Ele busca contabilizar a quantidade de tempo necessário para
obter o retorno do investimento inicial do negócio e para isso faz a estimativa do fluxo de caixa do
período(DENNIS, 2021; FIA, 2020).
Porém ele não leva em consideração “o valor do dinheiro no tempo” (FIA, 2020). Mas o
que isso quer dizer? Pense comigo, imagine que você tem R$ 1.000,00 disponíveis para comprar o
que você quiser hoje, você acredita que daqui a 3, 4 ou 5 anos você conseguiria comprar as mesmas
coisas com esse mesmo dinheiro? A resposta é não! Pois com o passar do tempo o dinheiro vai
perdendo valor, devido a inflação.

Você sabia?
A inflação refere-se à elevação dos preços dos produtos e serviço, resultando
na redução do poder de compra do dinheiro (BCB, 2021a).

Agora que tal ver um exemplo de aplicação do payback para você entender melhor como
ele funciona? Imagine que você tem R$ 100.000,00 para investir em um negócio. E precisa decidir se
os R$ 100.000,00 vão para a doceria doce sonho ou para a sorveteria polar. Considere que para
doce sonho a previsão do fluxo de caixa para o primeiro ano foi de R$ 30.000,00 , no segundo R$
35.000,00 , no terceiro também R$ 35.000,00 e no quarto R$ 40.000,00. E a sorveteria polar estimou
um fluxo de caixa de R$ 20.000,00 no primeiro ano, R$ 30.000,00 no segundo, R$ 40.000,00 no
terceiro e R$ 50.000,00 no quarto. Em qual dos empreendimentos você investiria? Use o payback
para decidir.
Para facilitar seu entendimento, vou colocar a resolução da questão no quadro a seguir.

47
Payback
Investimento Inicial: 100.000,00
Doceria Doce Sonho Sorveteria Polar
Ano 0 ( 100.000,00) Ano 0 ( 100.000,00)
1º ano 30.000,00 ( 100.000,00) + 30.000,00 1º ano 20.000,00 (100.000,00) + 20.000,00
= ( 70.000,00) = ( 80.000,00)
2º ano 35.000,00 (70.000,00) +35.000,00= 2º ano 30.000,00 (80.000,00) + 30.000,00
( 35.000,00) = (50.000,00)
3º ano 35.000,00 ( 35.000,00) + 35.000,00 = 3º ano 40.000,00 (50.000,00) + 40.000,00
0 = (10.000,00)
4º ano 40.000,00 0 + 40.000,00 = 4º ano 50.000,00 (10.000,00) + 50.000,00
40.000,00 =40.000,00

Quadro 9 – Exemplo de Payback simples


Fonte: elaborado com base em Chaves (2019)

Perceba no quadro acima que no ano 0, o fluxo de caixa tanto para Doce sonho, quanto
para Polar estariam com fluxo de caixa negativo de R$ 100.000,00. Negativo pois saiu R$ 100.000,00
do caixa. Pois bem, no 1º ano entrará R$ 30.000,00 no caixa, restando ainda R$ 70.000,00 a serem
retornados, por isso ele está negativo no quadro, fazendo menção a “dívida a ser paga”. No 2º ano,
serão pagos mais R$ 35.000,00 , restando R$ 35.000,00 a serem devolvidos e portanto negativos no
fluxo de caixa, no 3º ano entrará mais R$ 35.000,00 e a “dívida” chegará a 0.
Dessa forma, 3 anos é o valor do payback da doce sonho. Que é justamente quando você
receberia o total dos valores investidos inicialmente. No 4º ano o valor de R$ 40.000,00 já seria
excedente . Até aqui entendeu o raciocínio estudante?
Então vamos lá, no 1º ano da Polar entrará 20.000,00 no caixa e a “dívida” irá diminuir
para 80.000,00. Os 80.000,00 estão negativos no quadro 9 pois, de forma didática, é como se fosse
um saldo que estão “devendo ao caixa”. Certo? No 2º ano você receberá mais 30.000,00, restando
50.000,00 negativos a serem devolvidos. No 3º ano irá retornar mais 40.000,00 , faltando 10.000,00
(negativo). Apenas no 4º ano se receberia o retorno do investimento inicial (payback), mais 40.000,00

48
excedentes. Desse modo, seria mais vantajoso investir na doceria doce sonho, pois o retorno do
investimento seria mais rápido. Conseguiu entender cursista? Ainda não?

Veja outro exemplo do cálculo do payback:


https://www.youtube.com/watch?v=RvTPPhijp9k

Gostou do vídeo? Bem simples e direto não foi? Acredito que agora tenha ficado mais
claro. Considerando que você já compreendeu como funciona o payback, vou te falar no próximo
tópico sobre o Valor Presente Líquido (VPL).

3.4.2 Valor presente líquido (VPL)

Cursista, o VPL é a metodologia de avaliação de investimento que considera o dinheiro no


tempo (FIA, 2020). Ou seja, engloba os valores presentes de um conjunto de fluxos de caixa, a uma
certa taxa de retorno, deduzindo o investimento inicial (DENNIS, 2021). Mas não se preocupe que
vai ficar mais fácil de entender quando eu te mostrar um exemplo.
Porém, antes você precisa saber que quando o VPL é maior (>) que zero o investimento
é classificado como viável. Quando ele é igual a zero, não trará prejuízo nem lucratividade para
empresa. Por fim, se o valor do VPL for menor (<) que zero o investimento é inviável (FIA, 2020).
Veja a fórmula do VPL segundo Warren (2020, não paginado):

𝐹𝐶1 𝐹𝐶2 𝐹𝐶𝑛


𝑽𝑷𝑳: ሺ 𝐹𝐶0ሻ + 1
+ 2
+ ⋯+
ሺ1 + 𝑇𝑀𝐴ሻ ሺ1 + 𝑇𝑀𝐴ሻ ሺ1 + 𝑇𝑀𝐴ሻⁿ

Eu sei, a fórmula parece assustadora. Mas te garanto que é mais fácil do que do que
você imagina. Ainda conforme o autor:

• O VPL é o somatório dos fluxos de caixas com valores presentes estimados que irão
avaliar se o investimento é ou não viável.

49
• FC0 é o fluxo de caixa inicial, referente ao investimento inicial. O valor do FC0 deve
ficar negativo pois saiu o investimento inicial do caixa.
• FC1 é o fluxo de caixa do 1° período.
• FC2 é o fluxo de caixa do 2º período.
• FCn é o enésimo (último) fluxo de caixa do período, que poderá ser 3, 4 , 5... a
depender da quantidade de períodos estipulados.
• A TMA refere-se a taxa mínima de atratividade (percentual mínimo esperado pelo
investidor em relação aos valores investidos) que é entendida como uma taxa de
desconto.
Agora preste atenção ao exemplo elaborado com base em Warren (2020) para
compreender a aplicação prática do VPL. Suponha que você está pensando em investir R$ 20.000,00
em uma loja de sapatos, e que o fluxo de caixa estimado para o 1ºano é de R$ 6.000,00 , para o 2º
ano R$ 8.000,00 e para o 3º ano R$ 12.000,00. Considerando uma TMA de 20% ao ano. Qual será o
valor do VPL? Lembre que a taxa deve ser transformada em número decimal, portanto é preciso
dividí-la por 100.
20
Vou começar transformando a taxa: 20% = 100 = 0,2

Agora vou resolver a questão. Confira!

6.000,00 8.000,00 12.000,00


𝑽𝑷𝑳: ሺ− 20.000,00ሻ + + +
ሺ1 + 0,2ሻ1 ሺ1 + 0,2ሻ2 ሺ1 + 0,2ሻ³

6.000,00 8.000,00 12.000,00


𝑽𝑷𝑳: ሺ−20.000,00ሻ + 1
+ +
ሺ1,2ሻ ሺ1,2ሻ2 ሺ1,2ሻ³

6.000,00 8.000,00 12.000,00


𝑽𝑷𝑳: ሺ−20.000,00ሻ + + +
1,2 1,44 1,728

𝑽𝑷𝑳: ሺ−20.000,00ሻ + 5.000,00 + 5.555,6 + 6.944,4

𝑽𝑷𝑳: ሺ−20.000,00ሻ + 17.500,00

𝑽𝑷𝑳: ሺ−20.000,00ሻ + 17.500,00

50
𝑽𝑷𝑳: R$ − 2.500,00

O VPL deu negativo (menor que zero), portanto o investimento não é viável.
Compreendeu estudante?

Aproveite e observe como realizar o cálculo do VPL no Excel:


https://www.youtube.com/watch?v=O9rFx9DryTQ

Percebeu no vídeo o passo a passo para realizar o cálculo do VPL no Excel? Muito mais
rápido e prático, não é? Foi uma dica de ouro que te passei hein? Mas vamos adiante que ainda tem
mais! No tópico a seguir vou te explicar o que é a Taxa Interna de Retorno (TIR).

3.4.3 Taxa Interna de Retorno (TIR)

Então estudante, o que é a TIR? Você sabe? Apesar do nome ser taxa interna de retorno,
a TIR é encontrada quando o valor do VPL chega a zero. Assim ela indica o percentual de desconto
que necessita ser aplicado ao fluxo de caixa estimado para que o VPL se iguale a zero (WARREN,
2021). Dessa forma, observe que ela funciona como um complemento a avaliação do VPL (FIA, 2020;
LUNELLI, 2021b).
Entretanto, a TIR é calculada com a ajuda do excel ou de uma calculadora científica, pois
sua contabilização envolve cálculos matemáticos avançados. E para saber se vale a pena ou não
investir em um negócio é preciso observar se o valor da TIR é maior que a TMA (taxa mínima de
atratividade). Caso ela seja maior, é considerado um bom investimento. Caso a TIR seja menor que a
TMA, não é um bom negócio (FIA, 2020).

Veja como calcular a TIR no Excel:


https://www.youtube.com/watch?v=VAyX4F8XOSw

51
Percebeu no vídeo que com a ajuda do excel é simples calcular a taxa interna de retorno,
não é? Então estudante, os métodos de avaliação de investimentos vistos até aqui são
complementares. Ou seja, é interessante utilizar todos quando for avaliar se vale a pena ou não
investir em um negócio (FIA, 2020; LUNELLI, 2021b, WARREN, 2021). Se tratando de dinheiro é melhor
assegurar de todos os lados, concorda?
Ah professora então quer dizer que se eu fizer todos esses cálculos é 100% de certeza que
o investimento vai valer a pena? A resposta é não. Lembre que os métodos de avaliação de
investimentos são baseados em estimativas/projeções, ou seja, na prática pode ocorrer mudanças
nos valores projetados. Mas pode ter certeza que aplicando esses conhecimentos suas chances de
sucesso são bem maiores.
Nesta competência você viu como elaborar um plano financeiro considerando controle
do fluxo de caixa, capital de giro, gerenciamento de estoques e métodos de avaliação de
investimentos (payback, VPL e TIR). Foi muita informação, eu sei!
Mas prepara o coração que eu tenho uma notícia ótima para te dar: assim que você
assistir a videoaula e responder as atividades referentes a esta competência no ambiente virtual de
aprendizagem (AVA) você terá avançado 75% da disciplina. É isso mesmo, 75%. Parabéns! Respira
fundo e mantém o ritmo para terminarmos da melhor forma possível os 25% que faltam. Na próxima
competência vou te falar sobre como ler e compreender indicadores financeiros. Você vai adorar!

52
4.Competência 04 | Ler e compreender indicadores financeiros
Na competência anterior você aprendeu como montar um plano de viabilidade financeira para
uma empresa, compreendendo o funcionamento do fluxo de caixa, dos prazos e ciclos empresariais e também
os métodos de análise de investimentos. Agora chegou o momento de saber como é possível ler e
compreender os indicadores financeiros. E vou começar te apresentando alguns dados do mercado financeiro.

Para começar bem, escute o podcast que sintetiza os principais pontos desta
competência.

4.1 Dados do mercado financeiro

O que é mercado financeiro estudante? É o meio no qual acontece a comercialização de


itens financeiros como títulos e ações (EXAME INVEST, 2021a). E você já deve imaginar que esse
mercado é bem grande, não é? Por isso ele é categorizado em quatro subgrupos, são eles: mercado
de crédito, mercado de câmbio, mercado monetário e mercado de capitais (PORTAL DO
INVESTIDOR, 2021a; EXAME INVEST, 2021a).
Que tal entender um pouco mais sobre esses subgrupos? Fique atento(a) a explicação
abaixo elaborada a partir de Portal do Investidor (2021a) e Exame invest (2021a):

• O mercado de crédito é onde ocorre a liberação de crédito como por exemplo


empréstimos realizados por instituições bancárias no médio, curto e longo prazo;
• O mercado de câmbio envolve a comercialização de valores estrangeiros (transações
internacionais);
• O mercado monetário incorpora transações de empréstimo de curto prazo (máximo
um ano) com finalidade de assegurar a liquidez econômica;
• O mercado de capitais engloba as operações de médio e longo prazo referente a
comercialização de títulos e valores imobiliários (exemplo ações). Entendeu
estudante?

53
Se liga!
As ações são consideradas as partes mínimas do capital social de uma
corporação ou sociedade anônima. Dessa forma, funciona como um título
patrimonial que confere ao acionista direitos e obrigações de sócio,
proporcionais as ações adquiridas (PORTAL DO INVESTIDOR, 2021b).

Os agentes que têm a função de executar as transações comerciais no mercado


financeiro são os emissores, intermediários e investidores. Os emissores são as instituições
responsáveis por oferecer os títulos no mercado. Os títulos de origem governamental são
considerados títulos públicos e os oferecidos por instituições privadas são considerados títulos
privados. Um exemplo de título público é o tesouro direto e de título privado o CDB - Certificado de
Depósito Bancário. Já os intermediários são empresas que têm como função fazer o paralelo entre
os investidores e os emissores como por exemplo bancos e corretoras. Por fim, os investidores são
indivíduos ou empresas que concedem valores monetários para os emissores com intuito de receber
rendimentos (EXAME INVEST, 2021a).

Você sabia?
Os CDBs são considerados investimentos de baixo risco, com ganhos diários e
que podem ser resgatados a qualquer momento (BCB, 2021b).

Em pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro
e de Capitais (ANBIMA) com apoio da Datafolha nas regiões norte, nordeste, centro oeste, sul e
sudeste do Brasil, 40% da população entrevistada realizava investimentos em produtos financeiros.
Desse quantitativo a maior parte dos investidores estavam situados no sudeste (48%), seguidos do
Nordeste (17%), Sul (15%), Centro Oeste 14% e Norte (6%). 86% dos investidores trabalhavam, 48%
estavam situados na classe C, 55% eram homens e 45% mulheres (ANBIMA, 2020).
E embora hoje em dia haja controvérsias se de fato a poupança ainda pode ser
considerada um investimento ou não. Ainda conforme a autora, dos 53% dos brasileiros que

54
investiram em produtos financeiros, 29% empregaram dinheiro na poupança. Apesar dela ainda estar
no topo da preferência dos brasileiros, se observou uma redução do quantitativo de pessoas que
investiram na poupança no ano de 2020 em relação a anos anteriores.
Durante esse período 64 % dos brasileiros não conseguiram economizar, dos que
conseguiram 56% declararam que o motivo foi porque deixaram de sair de casa, 24% porque
decidiram evitar comprar itens desnecessários, 11% focaram em guardar um quantitativo do salário
todo mês, 19% optaram por controlar as despesas e 7% conseguiram economizar porque trabalharam
mais durante esse tempo (ANBIMA, 2020). Percebeu que 2020 foi o ano em que a pandemia ganhou
força aqui no Brasil? E que ela influenciou nos resultados? Pois é, como mencionado anteriormente
muitas pessoas não conseguiram economizar e as que conseguiram o principal motivo foi não sair de
casa.

Saiba mais!
Para consultar os dados da pesquisa na integra acesse:
https://www.anbima.com.br/pt_br/especial/raio-x-do-investidor-2021.htm

Além disso, os produtos financeiros podem ser agrupados em renda fixa e variável. Os
produtos de renda fixa ofertam uma previsão de rentabilidade na hora que o investimento é realizado
e também são classificados como mais seguros (Ex.: tesouro direto e LCIs). Por outro lado, os produtos
de renda variável não permitem a possibilidade de visualizar a estimativa de rentabilidade na hora
que o investimento é realizado (Ex.: ações). Devido a isso, são classificados como de risco elevado,
porém com maior chance de rentabilidade (EXAME INVEST, 2021a).

Se liga!
O tesouro direto refere-se à comercialização de títulos públicos federais para
indivíduos (TESOURO NACIONAL, 2021). Por outro lado, as Letras de Crédito
Imobiliário (LCIs), como o próprio no já sugere é um investimento oferecido
por bancos e outras entidades financeiras para prestar suporte ao segmento
imobiliário (EXAME INVEST, 2021b).

55
Agora que você já sabe alguns dados importantes sobre o mercado financeiro, o que acha
de se aprofundar um pouco mais? Vou te apresentar os principais índices financeiros para que você
possa se familiarizar ainda mais com o mundo das finanças.

4.2 Análise de índices financeiros

Vamos lá estudante, o que você acha que os índices financeiros podem fazer por uma
organização? Bem, eles contribuem para que as empresas possam mensurar/analisar o desempenho
organizacional. São ótimos recursos para apoiar os administradores no processo de tomada de
decisão e gestão empresarial. Isso quer dizer que esses índices colaboram tanto para o
monitoramento diário, quanto para o planejamento de melhorias futuras no empreendimento (FIA,
2021). Neste e-book vou te falar sobre os índices de liquidez, índices de endividamento, índice de
rentabilidade e índices de mercado.

4.2.1 Índices de liquidez

Os gestores de finanças que valorizam o bem-estar da instituição asseguram a liquidez


empresarial. Mas o que isso significa estudante? Bem, assegurar a liquidez significa que os valores
recebidos no caixa são suficientes para quitar as contas organizacionais (OLIVEIRA et al., 2013). Ou
seja, esses índices ajudam a verificar a capacidade que a organização tem de cumprir com suas
obrigações com terceiros (DICIONÁRIO FINANCEIRO, 2021c).
E eu tenho uma notícia ótima para você, todos os dados necessários para contabilizar os
índices de liquidez estão presentes no balanço patrimonial. Estando com o balanço organizado fica
mais fácil encontrar a liquidez empresarial. Mas vou logo te avisando que do ponto de vista contábil
podemos calcular quatro índices de liquidez, são eles : índice de liquidez corrente, seca, geral e
imediata (DICIONÁRIO FINANCEIRO, 2021c).
E vou me basear no dicionário financeiro (2021c) e Zanluca (2021) para te explicar o
Índice de Liquidez Corrente (LC). Ok? Esse índice é contabilizado a partir da divisão do Ativo
Circulante(AC) pelo Passivo Circulante(PC). Dessa forma, ele avalia a capacidade de quitar as
obrigações organizacionais no curto prazo. Veja a fórmula da LC estruturada.

56
Ativo CirculanteሺACሻ
Liquidez CorrenteሺLCሻ =
Passivo Circulante ሺPCሻ

Para interpretar esse índice, ainda conforme os autores, é necessário que você saiba que:

• Quando a LC for superior a 1 indica que a empresa tem capacidade suficiente para
pagar todas as obrigações de curto prazo (caso seja necessário) e ainda “sobrar
dinheiro”.
• Por outro lado, quando a LC é inferior a 1 indica que a empresa não tem viabilidade
para pagar as contas de curto prazo (caso seja necessário).
• Já quando a LC é igual a 1, o capital disponível da empresa e suas obrigações se
igualam.

Lembra do exemplo do balanço patrimonial que te mostrei na competência 2, quadro 5?


Os valores totais do ativo circulante foram R$ 20.000,00 e o total do passivo circulante, R$ 3.000,00.
E quanto será a Liquidez Corrente (LC)? Veja o cálculo.

20.000,00
Liquidez CorrenteሺLCሻ = = 6,67
3.000,00

Observe que nesse exemplo a liquidez foi bem maior que 1, o que indica que a empresa
é perfeitamente capaz de honrar as obrigações de curto prazo caso seja necessário. Tranquilo até
aqui, estudante?
Agora vou te falar sobre a Liquidez Seca (LS). Segundo Sebrae (2019), a liquidez seca é
bem parecida com a LC, contudo não leva em consideração a contabilização dos estoques na fórmula.
Ou seja, avalia se a empresa tem capital suficiente para pagar as obrigações mesmo que não venda
os produtos em estoque. Interessante, não é? Veja a fórmula da LS (SEBRAE, 2019).

57
Ativo CirculanteሺACሻ − EstoquesሺEሻ
Liquidez Seca ሺLSሻ =
Passivo Circulante ሺPCሻ

O valor desse índice tem uma tendência a apresentar resultados menores que os da LC.
Você deve estar se perguntando, como assim professora? Preste atenção, vou considerar os mesmos
valores do exemplo anterior, porém vou adicionar o valor dos estoques. Assim, o valor do ativo
circulante será de R$ 20.000,00, o passivo circulante R$ 3.000,00 e estoques R$ 10.000,00. Observe
a aplicação da fórmula:

ሺ20.000,00 − 10.000,00ሻ 10.000,00


Liquidez SecaሺLSሻ = = = 3,33
3.000,00 3.000,00

Perceba que apesar do resultado da LS ser menor que o da LC a empresa ainda tem
capacidade de honrar as dívidas no curto prazo (caso exista necessidade) e sem contar com os
estoques (SEBRAE, 2019). Entendeu estudante?
O próximo índice é o de liquidez imediata, e o próprio nome já dá uma dica, não é? O
índice de liquidez imediata refere-se apenas aos valores disponíveis de forma imediata (exemplo:
dinheiro do caixa e saldo de conta bancária), divididos pelo Passivo Circulante (PC). Entretanto, como
essas contas se movimentam com muita rapidez, a situação dos valores disponíveis pode mudar com
facilidade. Veja fórmula (SEBRAE, 2019):

Disponível ሺDሻ
Liquidez ImediataሺLIሻ =
Passivo Circulante ሺPCሻ

Agora imagine que no balanço patrimonial da empresa Estrelar o valor do caixa é de R$


5.000,00, da conta bancária R$ 10.000,00, de investimentos financeiros com liquidez imediata de R$
5.000,00 e R$ 10.000,00 de passivo circulante. Veja como calcular o LI.

5.000,00+10.000,00+5.000,00 20.000,00
Liquidez ImediataሺLIሻ = = 10.000,00 = 2
10.000,00

58
Caso o resultado da LI seja muito alto, a empresa pode apresentar bastante liquidez, que
inclusive pode ser considerada desnecessária (DICIONÁRIO FINANCEIRO, 2021c). Compreendeu
estudante?
O último índice de liquidez, é o de liquidez geral. Aqui se avalia a viabilidade financeira da
empresa para quitar as obrigações de longo prazo. Observe a fórmula da liquidez geral (SEBRAE,
2019):

Ativo CirculanteሺACሻ + Realizável a Longo Prazo ሺRLPሻ


Liquidez GeralሺLGሻ =
Passivo Circulante ሺPCሻ + Passivo Não CirculanteሺPNCሻ

Entendeu estudante? Agora considere que o AC de uma empresa é R$ 40.000,00, RLP R$


20.000,00, PC 30.000,00 e PNC R$ 15.000,00. Em seguida confira o valor da LG.

40.000,00 + 20.000,00 60.000,00


Liquidez GeralሺLGሻ = = = 1,33
30.000,00 + 15.000,00 45.000,00

Olha só, esse índice não é recomendado que seja avaliado de forma isolada. Mas que seja
observado o histórico da LG da instituição para verificar se ela está elevando ou reduzindo a
capacidade de pagar as obrigações empresariais (SEBRAE, 2019). Compreendeu? Vou te explicar
agora os índices de endividamento.

4.2.2 Índices de endividamento

Você imagina o que são índices de endividamento? Antes de falar sobre eles preciso te
alertar que a análise do endividamento das empresas é bem importante para assegurar os bons
resultados financeiros da organização. Inclusive a Serasa Experian no ano de 2018 realizou uma
pesquisa aqui no Brasil que identificou que existiam 5 milhões de micro e pequenos negócios
endividados (SEBRAE, 2019). Em 2019 o número subiu para aproximadamente 5,4 milhões (SERASA
EXPERIAN, 2021). Achou muito?

59
Se liga!
Do ponto de vista financeiro temos dívida boa e ruim. A dívida boa é aquela
que é contraída visando um retorno futuro, ou seja, com chances de reaver o
valor investido. Ex.: aumento da capacidade produtiva da fábrica. Por outro
lado, a dívida ruim é aquela que não trará benefício financeiro para empresa.
Ex.: adquirir um empréstimo para realizar uma confraternização de fim de ano
da empresa (SEBRAE, 2019).

Então estudante, é natural que as instituições em certos momentos recorram à capital de


terceiros para manter suas atividades, mas é importante que esse nível de endividamento seja
moderado. Pois se ele ficar muito elevado a instituição pode fechar (SANT’ANNA, 2020).
É justamente por isso que existem os índices de endividamento. E o primeiro que vou te
mostrar é o Índice de Endividamento Geral (EG). Como o próprio nome sugere, o EG demonstra o
percentual de endividamento global da empresa, ou seja, quanto da instituição está sendo financiada
por capital de terceiros. Considerando a divisão da soma do passivo circulante e não circulante pelo
total do ativo. Veja a fórmula estruturada (DICIONÁRIO FINANCEIRO, 2021d; REIS, 2019b; SERASA
EXPERIAN, 2021):

Passivo Circulante ሺPCሻ + Passivo Não CirculanteሺPNCሻ


Endividamento GeralሺEGሻ = 𝑋 100
Total do Ativo ሺTAሻ

E é claro que eu não deixaria de te dar um exemplo de aplicação da fórmula, não é? Então
imagina que em uma instituição o total do passivo (circulante e não circulante) é de R$ 80.000,00 e o
total do ativo é R$ 120.000,00. Observe o percentual de EG da empresa (DICIONÁRIO FINANCEIRO,
2021d).

80.000,00
Endividamento GeralሺEGሻ = 𝑋 100 = 66,7%
120.000,00

60
Neste exemplo aproximadamente 66,7% da instituição é composta por capital de
terceiros e somente 33,3% de capital próprio (DICIONÁRIO FINANCEIRO, 2021d). Entendeu
estudante? Ainda não?

Confira outro exemplo do cálculo do EG:


https://www.youtube.com/watch?v=8o9nlVjxMzE

O que achou do vídeo? Compreendeu melhor agora, não foi? Mas calma que vou te
mostrar mais um índice importante, que é o de Composição de Endividamento (CE). Este índice ajuda
os gestores a avaliarem o percentual do endividamento no curto prazo em comparação ao total das
obrigações gerais da empresa. Para isso, é necessário realizar a divisão do Passivo Circulante (PC) pelo
total da soma do Passivo Circulante (PC) mais o Passivo Não Circulante (PNC), vezes 100. Observe a
fórmula (REIS, 2019c):

𝑃𝐶
Composição do endividamentoሺCEሻ = 𝑋 100
PC + 𝑃𝑁𝐶

Agora considere que ao examinar o balanço patrimonial de uma empresa, você percebeu
que o passivo circulante é de R$ 70.000,00 e que o passivo não circulante é de R$ 50.000,00. Qual
seria a CE desta empresa? Confira!

70.000
Composição do endividamentoሺCEሻ = 𝑋 100 = 58,3%
70.000 + 50.000

Os resultados apontaram que aproximadamente 58,3% das obrigações empresariais


precisam ser quitadas no curto prazo. Caso os valores do ativo circulante dessa empresa estejam
baixos, a instituição estará com um grau de endividamento preocupante. Entendeu estudante?

61
Pois bem, você aprendeu os dois principais indicadores de endividamento. E o passo
seguinte é conhecer o índice de rentabilidade.

4.2.3 Índice de rentabilidade

O que você acha que é o índice de rentabilidade? Será que esse índice está relacionado à
lucratividade da organização? A rentabilidade busca analisar se o empreendimento oferece
rendimentos, ou seja, ela está diretamente relacionada à lucratividade empresarial (SEBRAE, 2019).
Esse índice tem a responsabilidade de indicar ao empresário o percentual de rendimento
do investimento, considerando um tempo determinado. Com essas informações ao seu alcance, fica
mais fácil para o proprietário do negócio tomar decisões mais adequadas. Porém, atenção!
Geralmente quanto maior o percentual de rentabilidade maior o risco do investimento (ONZE,
2021b). Observe a figura abaixo.

Figura 9 – Rentabilidade
Fonte: https://www.campal.com.br/site/app/webroot/blog/o-guia-da-renda-passiva-como-funcionam-os-fundos-
imobiliarios-e-as-acoes-que-pagam-bons-dividendos/
Audiodescrição da figura: quatro colunas de moedas em ordem crescente, com galhos de folhas que ficam maiores à
medida que as fileiras de moedas aumentam. Indicando que os rendimentos financeiros fazem o dinheiro crescer. Fim
da audiodescrição.

62
Percebeu na figura que o dinheiro também pode crescer? E o índice de rentabilidade vai
ajudar a analisar o percentual desse crescimento/rendimento. Veja a fórmula para calcular este
índice (SEBRAE, 2019; ONZE, 2021b).

Lucro LíquidoሺLLሻ
Índice de Rentabilidade ሺIRenሻ = 𝑋 100
Valor do Investimento ሺVIሻ

Confira um exemplo! Considere que você investiu R$ 50.000,00 em uma aplicação


financeira, durante 1 ano. Após esse período você teve um Lucro líquido de R$ 2.000,00 em relação
ao valor investido inicialmente. Calcule o índice de rentabilidade desse investimento (ONZE, 2021b).

2.000,00
Índice de Rentabilidade ሺIRenሻ = 𝑋 100 = 4%
50.000,00

Entendeu estudante? É bem tranquilo calcular a rentabilidade, não é? Mas ainda não
acabou! Vou te apresentar agora os índices de mercado.

4.2.4 Índices de mercado

Você já ouviu falar sobre os índices de mercado? Esses índices são usados no mercado de
ações para ajudar os investidores a analisarem os investimentos e optarem por aqueles que podem
lhe oferecer maior rendimento (ONZE, 2021c). Segundo Portal do Investidor (2021c), no Brasil
existem diversos índices, mas neste e-book vou te explicar brevemente sobre o índice BOVESPA,
Índice Brasil 100 (IBrX- 100) e o índice Brasil 50 (IBrX- 50).
O índice Bovespa apresenta as flutuações dos valores das ações, assim como o resultado
da distribuição dos ganhos, atuando como um importante indicador de desempenho das ações
negociadas na bolsa de valores. Destaco que esse índice agrupa as instituições mais relevantes do
mercado de capitais do país (B3, 2021a; PORTAL DO INVESTIDOR, 2021c).
Já o Índice Brasil 100 (IBrX 100), avalia o retorno total da cotação das 100 ações de maior
negociação e reconhecimento na bolsa de valores. Por fim, o índice Brasil 50 (IBrX- 50) avalia o

63
retorno total da cotação de 50 ações também de elevada negociação e visibilidade na bolsa (B3,
2021b; B3, 2021c; PORTAL DO INVESTIDOR, 2021c).
Em outras palavras, as análises desses índices ajudam a empresa avaliar se está investindo
nas ações mais rentáveis ou não (ONZE, 2021c). Entendeu estudante? E já que estamos falando de
rendimentos/lucratividade, que tal saber um pouco mais sobre oportunidades que geram novos
negócios? É o que vou te falar no próximo tópico.

4.3 Oportunidades que geram novos negócios

Para começo de conversa, me diz uma coisa. Você sabe o que é uma oportunidade? No
mundo dos negócios, uma oportunidade ocorre quando uma ideia tem chances de suprir uma
carência de mercado, em um espaço de tempo específico. É aquela velha história, se esperar demais
a oportunidade passa! Assim, para se manterem competitivas no mercado, as instituições aproveitam
uma oportunidade atrás da outra (SEBRAE, 2011).
Para facilitar o encontro dessas oportunidades que podem gerar novos negócios, é
importante ter uma postura proativa. Buscando participar de diversas atividades ligadas ao
empreendimento (Ex. feiras e eventos), analisar concorrentes, conversar com pessoas da área,
estudar o mercado, entender o momento econômico do país e usar as redes sociais a seu favor,
criando e fortalecendo os laços com os consumidores e também favorecendo as vendas (SEBRAE,
2011; SERASA EXPERIAN, 2018).
Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae no ano de 2020, 70% dos empreendedores
entrevistados adotaram alguma ferramenta digital para comercializar seus produtos, como por
exemplo WhatsApp e Instagram. Percebeu o quanto a tecnologia está presente no cotidiano das
empresas? (SEBRAE, 2021d).
Além disso, é importante conhecer bem seu público-alvo, isso envolve não apenas as
caraterísticas da população que você busca atender (Ex.: idade e renda), mas também seus hábitos
de consumo/compra. Compreender a forma que os clientes pensam também é importante, buscando
produtos e serviços que ofereçam praticidade, facilitando a vida das pessoas que os compram. E claro,
expandindo sua rede de relacionamento, colocando em prática o famoso “networking” (SERASA
EXPERIAN, 2018).

64
Você sabia?
Networking refere-se a estabelecer uma rede de contatos profissionais que
possam colaborar na troca de informações e crescimento da carreira e dos
negócios. Sabe aquela parceria que você queria fazer faz tempo? Ter uma boa
rede de contatos (networking), pode te ajudar a conseguir (EAD UCPEL, 2020).

Inovação e criatividade também são fundamentais para enxergar e até criar


oportunidades de negócios. Foi o que aconteceu com várias empresas nesse período de pandemia.
Elas utilizaram a inovação e criatividade para se reinventar. Observe a imagem abaixo.

Figura 10 – Pensando fora da caixa


Fonte: https://oasislab.com.br/core-clareza-confianca-pandemia/
Audiodescrição da figura: ilustra uma lâmpada com um cérebro dentro saindo de uma caixa. Fim da audiodescrição.

Percebeu que a figura sugere a importância de pensar fora da caixa? Pois é, quando se
abre espaço para inovação fica mais fácil pensar em novas possibilidades para o futuro e neste caso,
novas oportunidades de negócios.
Inclusive o Sebrae já elaborou um curso para discutir a “inovação pós-pandemia” e a
tendência é o aumento do serviço de delivery, busca de entretenimento on-line, crescimento do

65
home office (trabalho remoto), aumento da telemedicina (atendimento médico remoto), elevação
do ensino remoto e à distância, e também maior exigência de flexibilidade e adaptabilidade dos
profissionais para atuar no mercado (SEBRAE, 2021d).

Quer saber mais?


Realize o curso gratuito “inovação pós-pandemia”, com direito a certificado na
página do Sebrae:
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/cursosonline/inovacao-pos-
pandemia,f6fcadea33c4c710VgnVCM100000d701210aRCRD

Pois é estudante, o cenário que você está vivenciando vai exigir muita adaptabilidade,
cooperação, resiliência e também administração de fluxo de caixa e estoques (SEBRAE, 2021d). Isso
mesmo, administração de fluxo de caixa e estoques sim, uma vez que você aprendeu neste e-book
que a gestão financeira é fundamental para vida empresarial e também pessoal, não é?
Nesta competência você viu como ler e compreender os indicadores financeiros. Para
isso, foi necessário compreender dados básicos do mercado financeiro, análise de índices e novas
oportunidades de negócio.
Parabéns por ter chegado até aqui! Viu que o mundo das finanças é mais divertido do que
parece? Agora para completar 100% da disciplina de fundamentos de finanças corporativas você
precisa assistir à videoaula desta competência e realizar as atividades da semana no Ambiente virtual
de aprendizagem (AVA).

66
Conclusão
Então estudante, chegamos ao fim da disciplina de fundamentos de finanças corporativas,
espero que você tenha apreciado todos os conhecimentos adquiridos e compreendido o quanto a
boa organização das finanças pode ajudar a melhorar a vida e também as empresas.
Na competência 1, você aprendeu a diferenciar custos, despesas, lucro e investimentos;
classificar os custos, relacionar custo/volume lucro e valorizar as informações para tomada de
decisão. Na competência 2, você se familiarizou com o plano de contas empresariais. Entendendo o
funcionamento das contas patrimoniais e de resultados, além do método das partidas dobradas que
embasa o pensamento contábil.
Na competência 3, você compreendeu como elaborar um plano financeiro, percebendo a
importância do controle do fluxo de caixa, capital de giro, gestão de estoques e métodos de avaliação
de investimentos.Por fim, na competência 4, foi o momento de aprender a ler e compreender
indicadores financeiros e como gerar oportunidades de novos negócios.
Nossa! Quanto aprendizado, não acha? Agora me despeço desejando uma ótima
trajetória profissional para você. Até logo!

67
Referências

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<https://www.accountfy.com/blog/balanco-patrimonial-o-que-e-e-qual-sua-importancia>. Acesso
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https://www.anbima.com.br/pt_br/especial/raio-x-do-investidor-2021.htm>. Acesso em: 12 nov.
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Minicurrículo do Professor
Juliana Karla Rodrigues de Souza Santos

Graduada em administração pela


Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Mestra em administração pela Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE). Possui experiência docente no
ensino técnico (modalidade presencial e EAD) e superior
(modalidade presencial).

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