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Gestão Aplicada à Saúde e

Segurança no Trabalho
Audennille Marinho de Almeida
Eraldo de Jesus Argôlo

Curso Técnico em
Segurança do Trabalho
Gestão Aplicada à Saúde e
Segurança no Trabalho
Audennille Marinho de Almeida
Eraldo de Jesus Argôlo

Curso Técnico em
Segurança do Trabalho

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

2.ed. | maio 2023


Professor Autor Catalogação e Normalização
Audennille Marinho de Almeida Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)
Eraldo de Jesus Argôlo
Coordenação Executiva (Secretaria de Educação
Revisão e Esportes de Pernambuco | SEE)
Audennille Marinho de Almeida Ana Cristina Cerqueira Dias
Eraldo de Jesus Argôlo Ana Pernambuco de Souza

Coordenação de Curso Coordenação Geral (ETEPAC)


Alcione Moraes de Melo Souza Arnaldo Luiz da Silva Junior
Gustavo Henrique Tavares
Coordenação Design Educacional Maria do Rosário Costa Cordouro de Vasconcelos
Deisiane Gomes Bazante Paulo Euzébio Bispo

Design Educacional
Secretaria Executiva de
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger
Educação Integral e Profissional
Helisangela Maria Andrade Ferreira
Jailson Miranda
Escola Técnica Estadual
Roberto de Freitas Morais Sobrinho
Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Diagramação
Gerência de Educação a distância
Jailson Miranda
Sumário
Introdução ................................................................................................................................... 5

1.Competência 01 | Conhecer as Técnicas para Trabalhar em Equipe de Forma Organizada,


Metódica e Sistemática, Mantendo a Ética Profissional e Facilitando as Relações Interpessoais .... 8

1.1 Gestão de segurança e ergonomia .......................................................................................................... 12


1.2 O ciclo do PDCA ........................................................................................................................................ 13
1.3 Comunicação no trabalho ........................................................................................................................ 16
2.Competência 02 | Desenvolver o Perfil de Liderança Visando à Produtividade da Equipe Liderada
e o Autodesenvolvimento Profissional ........................................................................................ 20

2.1 Inteligência emocional ............................................................................................................................. 21


2.1.1 Autoconsciência .................................................................................................................................... 22
2.1.2 Autocontrole ......................................................................................................................................... 23
2.1.3 Motivação ............................................................................................................................................. 24
2.1.4 Empatia ................................................................................................................................................. 28
2.1.5 Habilidades sociais ................................................................................................................................ 29
2.2 Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho (SST)..................................................................................... 30
3.Competência 03 | Conhecer as Técnicas para Cálculo de Custos Decorrentes de Acidentes de
Trabalho e Óbitos ....................................................................................................................... 33

3.1 Acidente de trabalho................................................................................................................................ 35


3.2 Comunicação dos acidentes de trabalho (CAT) ....................................................................................... 36
3.3 Causas dos acidentes de trabalho ............................................................................................................ 38
3.3.1 Condição insegura ................................................................................................................................. 39
3.3.2 Fator pessoal de insegurança......................................................................................................... 40
3.4 Tipos de acidente de trabalho ................................................................................................................. 42
3.5 Consequências dos acidentes de trabalho ............................................................................................... 43
3.5.1 Incapacidades laborais ................................................................................................................... 44
3.6 Investigação dos acidentes de trabalho ................................................................................................... 46
3.7 Cálculos estatísticos ................................................................................................................................. 47
Conclusão................................................................................................................................... 54

Referências ................................................................................................................................ 55

Minicurrículo do Professor ......................................................................................................... 57


Introdução
Estimado estudante,
Bem-vindo à disciplina de Gestão Aplicada à Saúde e Segurança do Trabalho!

Neste material, você irá estudar como pode ser empregado os modelos/sistemas de
Gestão Aplicados à Saúde e Segurança do Trabalho nas empresas, assim como alguns requisitos e
exemplos de indicadores, que servirão para identificar os principais motivos que devem ser
considerados pelas empresas para investir em Segurança e Saúde do Trabalho, bem como apresentar
algumas boas práticas relacionadas a este tema que justifiquem investimentos nesta área. Desta
forma, é de suma importância que você como futuro Técnico em Segurança do Trabalho conheça
quais são as atividades que você pode ou deve executar conforme estabelecido pela Portaria MTb nº
3.275 de 21/09/1989.

Acesse o link a seguir e veja suas futuras atribuições:


https://www.normasbrasil.com.br/norma/portaria-3275-1989_180582.html

A grande concorrência entre as empresas tem feito com que muitos gestores não
concentrem suas atenções quanto ao ambiente de trabalho oferecido a seus funcionários e,
consequentemente, deixando estes de terem a percepção dos possíveis danos a que possam estar
expondo seus funcionários em seu meio de trabalho, ao meio ambiente e às comunidades. Neste
sentido, para ser um profissional competitivo e qualificado no mercado de trabalho, você deve saber,
além das aplicações das normas regulamentadoras (NR’s), legislações e decretos da área de
segurança do trabalho; saber também como trabalhar em equipe e a importância de se ter uma boa
comunicação no local de trabalho, estas últimas trarão certamente um ambiente de trabalho mais
atrativo e agradável.

Esta disciplina contempla três competências, onde, na 1ª semana (Competência 1), você
irá conhecer algumas orientações para trabalhar em equipe de forma organizada, metódica e

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sistemática, mantendo a ética profissional e facilitar as relações interpessoais. Na 2ª semana
(Competência 2), será apresentado a você como desenvolver o perfil de liderança visando à
produtividade da equipe liderada e ao autodesenvolvimento profissional. Por fim, na 3ª semana
(Competência 3) conhecerá como realizar o cálculo de custos decorrentes dos acidentes de trabalho
e óbitos.
Lembre-se, você enquanto estudante tem algumas atribuições e demandas, entre elas
pode-se destacar, realização das atividades semanais e aulas atividades, realização da avaliação da
disciplina, participação nos fóruns de dúvidas e discussões, participação nos debates dos destaques,
participação no chat, etc. Para o sucesso do seu curso, uma ferramenta importantíssima é conhecer
como funciona na íntegra todo o curso, desta forma siga a orientação abaixo.

Acesse a sala do estudante e sala de acolhimento e baixe o Guia do


Estudante, assim como o calendário escolar, etc, eles te darão um apoio
nessas demandas.

Um aspecto muito importante no sucesso de um curso a distância é de como gerenciar


seu tempo com relação aos estudos. Para isto segue excelentes dicas: a primeira é a “Técnica
Pomodoro” (Figura abaixo), a segunda é o vídeo “O Aluno em Educação a Distância” e a terceira
também é um vídeo “Transforme o celular em ferramenta de estudo”. Através delas você pode fazer
a gestão do seu tempo de estudo e desta forma atingir as metas desejadas. Para isto, acesse os links
disponibilizados abaixo.

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Figura 01 – Técnica Pomodoro
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:La_Tecnica_del_Pomodoro_-_pt.svg
Audiodescrição da figura: A imagem está dividida em seis retângulos, onde: no primeiro retângulo está escrito”técnica
pomodoro”. No segundo, está indicando o primeiro passo da técnica pomodoro, que é “decida a tarefa a ser
executada”. O segundo passo é “acione o cronômetro”. O terceiro passo é “trabalhe na tarefa até que o alarme toque”e
no item 3.1, diz que “se ocorrer uma interrupção, anote”. O quarto passo é “faça uma marca”. O quinto passo é “uma
pequena pausa”. O sexto passo é “repita desde o segundo passo (quatro vezes)”. E, o sétimo passo é “pausa longa”.

Técnica Pomodoro
O Aluno em Educação a Distância:
https://www.youtube.com/watch?v=zkR0XK5YAAQ
Transforme o celular em ferramenta de estudo:
https://www.youtube.com/watch?v=QVjn1bgQQ20

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1.Competência 01 | Conhecer as Técnicas para Trabalhar em Equipe de
Forma Organizada, Metódica e Sistemática, Mantendo a Ética Profissional
e Facilitando as Relações Interpessoais
Olá estudante!

Nesta 1ª competência você terá a oportunidade de conhecer os diversos tipos de sistemas


de gestão de segurança e saúde ocupacional que as empresas podem adotar como medidas de
prevenção na saúde e segurança dos seus trabalhadores, assim como também verificar algumas das
ferramentas de gestão que podem ser aplicadas para otimizar os sistemas de gestão.

Estudante, antes de iniciar a leitura desta competência, confere lá o nosso


podcast sobre o vai rolar nesta semana ok!!

Um dos principais papéis que as empresas têm, é assegurar que suas operações e
atividades sejam realizadas de maneira segura e saudável para os seus funcionários, de forma que
sejam atendidas as exigências legais de saúde e segurança, atendendo assim o que dizem a
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e Normas Regulamentadoras que tratam de Segurança e
Saúde ocupacional. Neste sentido, um sistema de gestão eficaz traz vários benefícios tanto do ponto
de vista financeiro quanto do ponto de vista motivacional.
Os principais objetivos de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde Ocupacional são:

● Identificar os riscos e perigos das atividades da empresa, de forma a atuar


preventivamente na saúde e segurança do funcionário, por meio da promoção de
um ambiente de trabalho seguro com aplicação de medidas e procedimentos
preventivos;
● Elaborar ações que possam despertar o processo de conscientização nos
funcionários e todos aqueles que possam exercer atividades ciente das
consequências de suas ações para com a saúde e integridade física de todos.

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Existem algumas normas que ajudam as empresas a implementarem um sistema de
gestão em segurança e saúde ocupacional, sendo uma delas a norma internacional ISO 45001:2018,
a qual veio substituir a OHSAS 18001:2007 que durante muito tempo, foi a norma utilizada para
compor os sistemas de gestão das empresas por não ter uma norma ISO com esse escopo. As
empresas teriam até março de 2020 para fazer essa transição, porém o novo prazo para a migração
do sistema da OHSAS 18001:2007 para a ISO 45001:2018 foi estendido até 2021. Vale ressaltar que,
os certificadores quando fazem auditoria e encontram uma não conformidade, dão um prazo para a
empresa implementar as primeiras ações de correção e acompanham o andamento do processo.

ISO significa International Organization for Standardization (Organização


Internacional de Normalização), seu objetivo é promover o desenvolvimento
de normas, testes e certificação, com o intuito de encorajar o comércio de
bens e serviços. Esta organização é formada por representantes de 91 países,
cada um representado por um organismo de normas, testes e certificação.
Aqui no Brasil, a representante da ISO é a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), nela você pode ter acesso as Normas ISO comprando-as.

Como forma de maior aprendizado e fixação sobre os sistemas de gestão


em
saúde e segurança do trabalho, acesse os links indicados.
ISO 45001:2018 - SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA
OCUPACIONAL – tópicos: https://www.youtube.com/watch?v=AjqYruy-pIA
10 passos para gestão da Segurança do Trabalho:
https://www.youtube.com/watch?v=HeKSc9mcCcA

Caro estudante, agora que você assistiu aos vídeos sobre a ISO 45001:2018 e os sistemas
de gestão em SST (Saúde e Segurança do Trabalho), pode verificar os benefícios de se implementar
esta norma, aos quais pode-se destacar que com a sistematização das atividades você acaba
reduzindo o número de acidentes; outra vantagem é que conhecendo melhor a legislação e tendo
mais acesso a mesma, você consegue evitar possíveis riscos de passivos no trabalho; mais visibilidade
para a empresa já que esta mostra-se comprometida com a saúde e segurança dos seus funcionários

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e também aumentando a motivação dos mesmos já que passam também a fazer parte deste sistema
de gestão.
Outra coisa que contribui para que as empresas tenham sucesso num sistema de gestão,
são profissionais que tenham e entendam o conceito de liderança. Sendo assim, para a elaboração
de um processo operacional eficaz, torna-se fundamental termos uma equipe bem entrosada,
democrática, construtiva e comprometida com o principal objetivo da empresa, que é produzir e
atender o cliente com qualidade de serviço. Neste sentido, alguns parâmetros podem contribuir de
forma fundamental, como por exemplo, a escolha de uma equipe bem definida entre aquele que
coordena a equipe e os coordenados, lembrando que muitas vezes isso não ocorre com frequência
no dia a dia de uma rotina de trabalho. No ambiente de trabalho, todos os funcionários têm que estar
pensando de forma conjunta, isto é coletivamente, com respeito e união.
Porém, é importante lembrar que no passado, era o chefe que tinha todas as
responsabilidades e a missão de concentrar todas as decisões, e só cabiam aos funcionários executá-
las.
Veja, através da figura abaixo, como deve se portar um bom líder.

Figura 02 – Comportamento de um líder


Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/funcionarios-dando-as-maos-e-ajudando-os-colegas-a-subir-as-
escadas_7732609.htm#page=1&query=l%C3%ADder&position=2
Audiodescrição da figura: A imagem possui três pessoas em cima de blocos. O bloco maior, possui uma pessoa que

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estende suas mãos para a pessoa do bloco médio, que por sua vez, estendo suas mãos para a terceira pessoa do bloco
menor, ou seja, todos estão se ajudando.

Através da imagem acima, pode-se perceber que a liderança tem relação com o modo
eficiente de lidar com as outras pessoas, ou seja, um líder pode contribuir também com os
funcionários para que determinada atividade seja realizada de maneira a incentivá-los a realizar um
bom trabalho e dar o seu melhor não utilizando assim de prestígio algum por exercer um cargo ou
posição superior aos seus funcionários.
O líder sempre caminha junto com seus funcionários, identificando seus anseios
profissionais e desta forma ajudando-os no crescimento tanto pessoal quanto da empresa em si.
De acordo com o autor Chiavenato (2005), ser líder requer habilidades, paciência,
dedicação, determinação, respeito, compromisso e outras características primordiais.
Neste contexto, caro estudante, o líder aparece como um meio para o alcance dos
objetivos desejados e o comportamento de liderança ajuda na realização dos objetivos e na satisfação
das necessidades. Existem pessoas que serão melhores líderes que outras, porém qualquer pessoa
que age em uma posição de liderança pode tornar-se mais dominante e eficiente. Ou seja, os líderes
trabalham como uma pessoa que facilita e orienta o grupo, auxiliando na definição dos problemas e
soluções e também coordenando as atividades e apresentando ideias (CHIAVENATO, 2005).
Chiavenato (2005), defende o líder usando três estilos de liderança em determinadas
situações, com as pessoas e com cada tarefa a ser executada:

1. liderança autocrática – acontece pela imposição de ideias do líder e suas decisões


sobre o grupo, sem que ocorra a participação
2. dos funcionários, ou seja, a ênfase está no próprio líder;
3. liderança liberal - aquela em que o líder diz que as decisões a serem tomadas deve
ser pelo grupo e sua participação é mínima e o grupo é destacado, ou seja, o líder
não se impõe aos seus subordinados e oferece total liberdade para o grupo tomar
as decisões;
4. liderança democrática – aquela em que o líder orienta o grupo e os incentiva a
participar, assim a troca de ideias entre eles melhoram a satisfação dos liderados,

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ou seja, o líder democrático busca distribuir as tarefas para que as decisões sejam
tomadas em grupo com ênfase em ambos.

Depois de ter apresentado alguns estilos de liderança, você deve estar se


perguntando: “Qual o melhor estilo de liderança?”. Segundo alguns autores
o melhor estilo é o de Liderança Situacional. Acesse o link abaixo e conheça
melhor como funciona esse estilo.
https://www.youtube.com/watch?v=nGmnBe8qpx8

Ser um bom líder, pode apresentar uma série de vantagens, como por exemplo, ter a
participação e colaboração espontânea dos funcionários nas elaborações e cumprimentos das metas
estabelecidas pelas empresas, como também nas atividades que extrapolam as suas atribuições.
Além do mais, ter maior harmonia no ambiente de trabalho, impactando de forma positiva na
eficiência e qualidade de produção da empresa.
Então, você como futuro Técnico em Segurança do Trabalho, visando melhorar o
ambiente de seu trabalho, pode implementar durante sua gestão, ações ligadas a Psicologia do
Trabalho, que venham satisfazer e incentivar os funcionários no local de trabalho.

Para melhor entendimento entre a diferença de liderar e chefiar assista o


seguinte vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=Jp-0r2MJ7AY

1.1 Gestão de segurança e ergonomia

Neste momento, você pode estar se questionando, qual é a relação de uma boa gestão
de saúde e segurança do trabalho e os riscos ergonômicos, presente no campo e nas execuções das
atividades no ambiente de trabalho? Então vamos lá: a ergonomia é uma importante ferramenta que
influencia diretamente na capacidade produtiva e na saúde do trabalhador. Valorizar seus
funcionários é essencial e indispensável, deixar de lado o bem-estar e a saúde destes, certamente é

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colocar em risco investimentos e resultados. São exemplos de riscos ergonômicos: levantamento e
manuseio de cargas, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada.
No caso de repetitividade dos movimentos e das atividades de trabalho pode provocar
fadiga e desgaste, tanto físico quanto psicológico, dos funcionários.
Já uma postura incorreta pode ocasionar lesões, fadiga e enfraquecimento de certas
regiões do corpo como pulso, ombros, coluna e lombar. Assim, há um comprometimento do sistema
osteomuscular, que pode desencadear o surgimento de distúrbios osteomusculares relacionados ao
trabalho.

Caro estudante, vamos conhecer um pouco dos distúrbios osteomusculares


relacionados ao trabalho assistindo o filme no link que segue.
Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho: principais
acometimentos:
https://www.youtube.com/watch?v=K6kWaAGBp_8

Neste sentido caro estudante, evitar e prevenir os riscos ergonômicos não é só uma
necessidade, mas também uma exigência da legislação trabalhista brasileira. Para isso, foi criada uma
norma regulamentadora específica para a ergonomia: a NR-17, a qual estabelece alguns parâmetros
que garantam condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo
a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Para que isso aconteça,
a legislação exige que seja feita a Análise Ergonômica do Trabalho (AET).
Então, além dos parâmetros exigidos por lei, um técnico em segurança do trabalho tendo
como objetivo proporcionar um ambiente saudável, é fundamental também que ele esteja disposto
a proporcionar para os seus funcionários um ambiente harmônico, com muita paz e realizações das
metas propostas, pela equipe em conjunto com a empresa.

1.2 O ciclo do PDCA

Visto que você estudou e analisou a respeito das diferenças entre os modelos de gestão
centralizadora e o de liderança, agora irá conhecer uma ferramenta de gestão, que pode auxiliá-lo na
implementação e no gerenciamento da saúde e segurança do trabalho, o PDCA.

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PDCA – Plan (Planejar), Do (Fazer), Check (Verificar), Action (Agir). O ciclo
PDCA é um método de gerenciamento com foco na melhoria que tem como
objetivo controlar e melhorar os processos e produtos de uma forma
contínua. Também é conhecido como Ciclo de Shewhart ou roda de Deming.
É utilizado na resolução de problemas crônicos com causas variadas onde
não se sabe bem o que fazer.

O PDCA é uma das ferramentas de gestão da Segurança e Saúde Ocupacional mais


utilizadas pelas as empresas, visando sempre a busca da melhoria continuada, da eficiência e da
qualidade dos serviços prestados pela equipe, por meio de um planejamento, de uma boa execução,
da análise do trabalho e da ação da equipe. Esse método tem a função de garantir que a empresa
organize seus processos, não importando a sua natureza.

Figura 03 – Ciclo do PDCA


Fonte: https://viridis.energy/pt/blog/o-ciclo-pdca-na-gestao-de-energia-e-utilidades
Audiodescrição da figura: A imagem trata-se do ciclo do PDCA. Ele está representado por um círculo dividido em quatro
partes iguais, sendo cada área em cor diferente. O primeiro quadrante do círculo está na cor roxa com a letra P escrita
no centro e representa quatro etapas: a primeira é a “identificação do problema”, a segunda é “análise de fenômeno”, a
terceira “análise de processo” e a quarta “plano de ação”. O segundo quadrante está na cor azul claro e ao meio tem a
letra D e representa a quinta etapa chamada de execução. O terceiro quadrante está na cor laranja e ao meio tem a

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letra C, esta etapa contempla o sexto passo que é o de “verificação”. No quarto e último quadrante está na cor
vermelha e ao centro tem a letra A, representa duas etapas, a sétima que é a “padronização” e oitava a “conclusão”.

Para que os objetivos do PDCA sejam alcançados, deve-se seguir algumas etapas. A
primeira, consiste na análise do planejamento, da execução e validação, de como a atividade será
executada e os recursos necessários. A segunda, será como irá ser implantada/realizada a atividade.
Já a terceira etapa, será a da validação, ou seja, da conclusão do sucesso do trabalho em equipe.
Lembrando que no ciclo do PDCA se faz necessário, agir sempre de forma corretiva.
Um dos pilares da segurança do trabalho é a medida de prevenção, que tem por objetivo
evitar acidentes graves ou fatais no ambiente de trabalho. Neste sentido, as consequências destes
acidentes abrangem não só a gerência da empresa, que além de perder em força de mão de obra,
pode sofrer processos judiciais, devido a possíveis negligências por parte da instituição. Sendo assim
caro estudante, o PDCA tem uma grande importância na segurança do trabalho, pois além de
preservar a integridade física de funcionários, evita futuros prejuízos financeiros.
Na etapa do planejar, podemos adotar programas e medidas de prevenção de acidentes
e realizar a divulgação na empresa para que os funcionários tomem conhecimento dos riscos a que
estão expostos.
Na etapa de execução, a adoção de placas de sinalização, a distribuição de folhetos
servindo como lembretes também ajudam. Assim como, a implantação de equipamentos,
procedimentos e programas que contribuam para evitar acidentes. Ainda nesta fase, quando
necessário, pode-se estabelecer advertências e punições para aqueles que descumprirem as regras
de segurança do trabalho.
Na etapa de controlar, é necessário conferir e controlar os resultados obtidos, medir e
checar o indicador eleito por meio do tempo. Para isso, você deve analisar os resultados e fazer as
reavaliações que forem necessárias para o plano.
Na etapa agir, para você padronizar as ações, caso a meta tenha sido alcançada, é
necessário que você execute as ações que foram levantadas. Mas se isso não ocorreu, o ideal é que
você corrija os erros por meio de um “novo ciclo do PDCA”, caso os resultados não tenham sido como
os esperados.
O ciclo PDCA na segurança do trabalho vem a ser o guia para a preservação da vida. A
padronização de processos e a busca contínua pela melhoria resulta em excelentes resultados na
empresa, por isso que a importância do PDCA na segurança do trabalho deve ser valorizada.

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Por fim, num sistema de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho, ao utilizar o ciclo do
PDCA cada processo realizado origina-se em um novo processo até que o produto ou serviço chegue
ao cliente, sendo assim, como cada etapa é analisada, este ciclo está sempre se renovando e
melhorando.

Que tal você assistir o vídeo com um exemplo simples sobre o ciclo do
PDCA. https://www.youtube.com/watch?v=jE-h19_4AXU

“Então, outra sugestão é após ter assistido ao vídeo acima, reflita um pouco e
veja como você poderá aplicar a ferramenta do PDCA no seu dia a dia”.

1.3 Comunicação no trabalho

Visando a saúde de toda equipe de trabalho e um ambiente ergonomicamente saudável,


torna-se necessário o respeito e uma boa comunicação, entre todos os funcionários da empresa. É
de responsabilidade não só da empresa, mais também de todos funcionários, divulgar, comunicar e
promover a ideia de que a saúde e segurança do trabalhador é responsabilidade de todos na empresa,
e não somente dos participantes diretos do Sistema de Gestão (gerentes, engenheiros, técnicos e
supervisores). Isto é, a união faz a força.
Normalmente as empresas têm uma comissão permanente ou um departamento
exclusivo dedicado a garantir que todas as normas de segurança sejam cumpridas. Porém, existem
algumas formas de comunicação num ambiente de trabalho que um profissional de saúde e
segurança do trabalho deve manter na execução das suas atividades de trabalho, pode ser, por
exemplo, durante os treinamentos, palestras de saúde e segurança do trabalho, ou mesmo por meio
de cartazes ou vídeoaulas, etc.

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Agora veja abaixo, mais uma das formas de comunicação visual que pode ser utilizada nas
empresas.

Figura 04 - Comunicação visual na segurança no trabalho


Fonte: http://www.totemhouseprint.com.br/placas-de-sinalizacao-de-seguranca/
Audiodescrição da figura: A imagem mostra diversas placas de sinalização que são utilizadas no ambiente laboral como
forma de prevenção de acidentes de trabalho ou mesmo de como se deve realizar determinada atividade naquele local.

Por outro lado, é frequente encontrarmos gestores que não dão importância ao tema
comunicação. Assumem que já se comunicam bem o suficiente e que fazem isso o tempo todo.
Porém, este é um grave erro que pode levar a um custo de uma falha ou da falta de comunicação,
um grave acidente ou até mesmo a morte de uma pessoa.
Lembre-se sempre, como já foi citado, ter uma boa comunicação é sempre necessário,
pois saber usar bem em todo o momento, esta ferramenta é fundamental para que o profissional de
saúde e segurança do trabalho consiga atingir os resultados desejados. Como por exemplo, no uso
das redes multimídias de mensagens como, respostas dos e-mails e WhatsApp; nas reuniões da CIPA
(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho); nos treinamentos de segurança do

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trabalho; na solicitação de documentos à equipe de trabalho, nas liberações das ordens de serviços,
APR, etc.
A comunicação por uso das redes multimídias de mensagens como, respostas dos e-mails
e WhatsApp, hoje em dia são as formas mais utilizadas nos locais de trabalho, sendo que ainda é mais
aconselhado, não substituir a comunicação por via oral, verbal e não verbal. O fato de que as redes
multimídias de mensagens sejam bastante utilizadas, nunca devemos deixar de nos expressar da
forma mais direta, mostrando todos os nossos sentimentos, pois através deles podemos evitar até
situações constrangedoras ou mal interpretadas. Além disso, deve-se sempre ter o cuidado, quando
o assunto for delicado ou de natureza privada, como por exemplo, um colaborador que se recusa a
seguir normas de segurança, a recusa da assinatura ou liberações das ordens de serviços – APR, tanto
por parte do colaborador ou do seu supervisor, na realização de atividades de alto grau de risco.
Lembro que é um direito de todo trabalhador se recusar a participar de alguma atividade de alto grau
de risco de acidente, por falta de condições de segurança ou por falta de treinamento adequado, para
a realização da atividade solicitada ou por não apresentar boas condições ergonômicas, como por
exemplo: falta de condições físicas ou psíquicas. Caso o mesmo seja obrigado ou coagido a realizar a
atividade, por medo da perda do seu emprego, e venha a ocorrer um acidente, o empregador e o
profissional de saúde e segurança do trabalho, pode ser responsabilizado de forma civil ou até
criminal, caso o sinistro leve a uma lesão permanente ou a morte do trabalhador. Lembrando que a
empresa também poderá ser punida, pelo delegado ou fiscal do trabalho, com a interdição
temporária ou permanente de suas atividades.
Ao se utilizar as multimídias de mensagens como e-mails e WhatsApp, o usuário deve
lembrar que estes meios de comunicação possuem arquivos de registros, que podem conter
conteúdos de ordem comprometedoras, tanto para a empresa tanto para o trabalhador, que pode
comprometer o sucesso de toda a equipe.

Tendo em vista a importância sobre os meios de comunicação utilizados como


forma de trabalho num ambiente de trabalho, acesse a página indicada abaixo
e veja algumas dicas.
https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/602064981/meu-
whatsapp-web-pode-ser-monitorado-pela-empresa-que-eu-trabalho

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Então, definir a política das medidas de saúde e segurança da sua empresa, assim como
sua missão, ajuda na hora de delimitar e comunicar a direção dos processos nessa área, e pode até
se tornar uma referência nas tomadas de decisão.

Acesse aos vídeos indicados a seguir sobre a importância da comunicação no


ambiente de trabalho.
A Importância da Comunicação no Ambiente de Trabalho:
https://www.youtube.com/watch?v=sSQL5BCaCzE Comunicação no
ambiente de trabalho: https://www.youtube.com/watch?v=mgSGIgUjjYc

É isso estimado estudante, nesta competência você teve a oportunidade de estudar


alguns modelos de gestão como ferramentas fundamentais no ambiente profissional. Aprendeu
como é importante ter um bom planejamento, comunicação e ética, com a finalidade de obter o
sucesso no trabalho em equipe dentro da empresa. Teve ainda a oportunidade de, dentro de um
determinado processo, utilizar ferramentas como o ciclo do PDCA que estabelece etapas a serem
estudadas de acordo com a necessidade e prioridade do problema.

Agora que você já estudou a competência 1, assista a vídeoaula desta


competência, para aprofundar seus conhecimentos neste assunto.

Não esqueça de tirar suas dúvidas no fórum de dúvidas da disciplina e da


competência e de também compartiplhar seus conhecimentos com seus
colegas no fórum!

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2.Competência 02 | Desenvolver o Perfil de Liderança Visando à
Produtividade da Equipe Liderada e o Autodesenvolvimento Profissional
Olá estudante!
Nesta 2ª competência, você terá a oportunidade de desenvolver habilidades para criar
um ambiente saudável, produtivo e eficiente, com maior participação e envolvimento de todos
trabalhadores no processo de produção e administração da empresa em que você como futuro
Técnico em Segurança do Trabalho estará atuando.

Ah estudante, esta semana tem uma série de coisas novas pra você conferir,
como o nosso podcast, ele tá cheinho de novidades, não esquece de conferir
ok!!!

Segundo o autor Florentino (2005, p.06) para um bom desempenho de uma empresa, seja
qual for o ramo de sua atividade, a liderança torna-se um fator essencial para tal acontecimento.
Neste sentido, o papel desempenhado pelo líder “pode influenciar no estabelecimento da motivação
de diversas maneiras, de acordo com a necessidade ou tipo de pessoa componente do seu grupo,
sendo que, este necessita antes de liderar os outros, ser o exemplo maior e ser capaz de se
autoliderar”.
Voltando um pouco aos conceitos vistos na competência 1, o líder deve levar em
consideração também o trabalho em equipe, sendo este, de suma importância para gestão da saúde
e segurança do trabalho. Para esta competência 2, você irá aprimorar esse perfil de liderança,
partindo do principal objetivo que é formar uma boa equipe de trabalho, visando um ambiente
saudável, produtivo e eficiente, com maior participação e envolvimento de todos os funcionários no
processo de produção e administração da empresa.
É muito importante que haja interação entre a liderança e os liderados tendo em vista
que o não comprometimento entre as partes com o desenvolvimento e o processo de transformação
pelo qual passamos, não adiantam, mesmo que haja investimentos maciços, máquinas e
equipamentos, tecnologia, processos e ferramentas administrativas revolucionárias.

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Um aspecto bem relevante no papel de liderança num ambiente de trabalho, é a
administração das emoções. Pois, deve-se sempre lembrar de que pessoas são os recursos mais
importantes dentro de um sistema produtivo, já que elas pensam, agem e monitoram suas atitudes
de acordo com o ambiente em que estão inseridas.
Assim como no núcleo familiar existe um líder que gerencia a rotina do lar, numa empresa
a atuação do líder não é diferente. Ele deve lembrar que suas decisões atingirão a todos. Sendo assim,
ele também deve gerir as emoções de sua equipe no sentido de que deve ajudar a resolver seus
problemas com bom senso, administrando suas reações em cada situação.
A capacidade emocional do líder assim como sua capacidade de administrar conflitos, é
determinada por suas habilidades individuais e capacidade de influenciar os membros de sua equipe
de trabalho. A liderança requer prática. Para isso, o líder deve ter a capacidade de gerir as suas
próprias emoções e também gerir as emoções da equipe. Neste sentido, existe um novo conceito de
gestão emocional que ajuda o indivíduo a desempenhar um bom papel de liderança os quais você
verá nos subtópicos a seguir:

2.1 Inteligência emocional

Você agora deve estar se perguntando “o que é inteligência emocional e o que ela tem a
ver com o papel de um líder”, então faça agora esta conexão. Pela definição, inteligência envolve dois
aspectos que são intimamente relacionados a capacidade de liderar uma equipe, que é o equilíbrio e
conhecimento de causa (GOLEMAN, 2001).
De forma mais clara, ainda segundo o autor Goleman (2001), a inteligência emocional é a
capacidade de reconhecer seus sentimentos e dos demais, sabendo lidar com eles ao trabalhar com
o outro. Para Goleman (2001), a inteligência emocional sendo bem utilizada, leva o líder a ter uma
melhor habilidade para o trabalho em equipe, exercitando assim o diálogo e a autoanálise entre
todos, permitindo ao sujeito manter-se em equilíbrio consigo mesmo e com os outros.
Desta forma, o líder que fizer um bom uso da inteligência emocional, terá uma série de
vantagens como: interação com os demais; trabalho em grupo; tolerância em situações difíceis e de
conflito; fortalecimento de vínculos afetivos; estabelecimento da empatia; controle dos impulsos; e
por fim, manter níveis adequados de humor.
Veja agora alguns domínios sobre a inteligência emocional:

21
2.1.1 Autoconsciência

Pode-se dizer que a autoconsciência é a base da inteligência emocional. Veja alguns


conceitos:
● Autoconsciência emocional: é você ser capaz de fazer uma análise de suas
próprias
● emoções e de identificar os seus efeitos; usar o “instinto” para guiar suas as
decisões;
● Auto avaliação: conhecer as suas próprias forças e os seus próprios limites;
● Autoconfiança: conhecer seu próprio valor e das suas próprias habilidades.

Neste sentido, um bom líder será aquele que consegue conhecer a si próprio, enquanto
ser emocional, o que facilita o conhecimento dos outros e as suas emoções. Também aquele que
consegue fazer uma conexão entre a autoconsciência e os projetos traçados para ele e para sua
equipe, que acredita em si e nas suas capacidades, enfrentando as dificuldades com otimismo.

Como podemos reconhecer a autoconsciência?


A princípio, isso pode ser entendido por algumas pessoas como uma
franqueza e uma capacidade de se auto avaliar de verdade. Porém, a pessoa
que possui uma autoconsciência elevada é capaz de falar de si e de suas
atitudes com relação ao trabalho com mais precisão e abertamente, sem que
para isto fique confusa ou temerosa.

Pessoas autoconscientes são:


Capazes de reconhecerem suas limitações e forças se sentido à vontade para
conversar sobre elas e tendo uma melhor aceitação a críticas construtivas;
Não vêm como ameaça ou fracasso as críticas;
São autoconfiantes.

Veja abaixo uma imagem que retrata a autoconsciência, ou seja, conheça você mesmo.

22
Ei, sou eu!

Figura 05 – Autoconsciência
Fonte: Adapatada https://br.freepik.com/vetores-gratis/mulher-jovem-em-frente-ao-espelho-motivada-e-confiante-de-
que-voce-pode-fazer-isso-ilustracao-
vetorial_10108732.htm#page=1&query=na%20frente%20do%20espelho&position=4
Audiodescrição da figura: A imagem ilustra uma muher de cabelo curto preto vestindo blusa branca sobreposta por
blaiser azul e saia preta, na frente de um espelho, ao qual está escrito a frase: Ei, sou eu!

Agora, para entender melhor e aprender a desenvolver a autoconsciência


emocional, assita ao vídeo indicado a seguir:
Como desenvolver a inteligência emociaonal:
https://www.youtube.com/watch?v=KIrL1k7zLBg

2.1.2 Autocontrole

Um outro pilar da inteligência emocional é o autocontrole que faz com que uma pessoa
não se torne "refém" dos próprios sentimentos. Para um líder, este aspecto é de suma importância,
pois um indivíduo que está no controle de seus sentimentos e impulsos torna-se mais capaz de
produzir um ambiente mais seguro e equilibrado, e de acompanhar as mudanças diárias. Sendo assim,
o autocontrole aumenta a forma correta de como lidar com as situações e faz com que isso seja
replicado à toda equipe.

23
Como saber se uma pessoa possui o autocontrole?

Normalmente as pessoas que tem autocontrole apresentam algumas destas


características:
Transparência – integridade, honestidade, ser uma pessoa de confiança;
Adaptação à mais de uma situação e mudanças;
Autodomínio emocional - uma capacidade de dizer não aos impulsos.

Agora, para entender melhor e aprender a lidar com suas próprias


emoções, assita ao vídeo indicado a seguir:
Autocontrole – Lidando com suas próprias emoções:
https://www.youtube.com/watch?v=wierB4dZjPQ

2.1.3 Motivação

Com relação ainda a inteligência emocional, a motivação está ligada às nossas


preferências, ou seja, para atingir um objetivo na empresa podemos utilizar a nossa preferência mais
profunda.

Veja agora alguns conceitos para descrever motivação:

“A motivação é uma situação indispensável para o alcance de objetivos e metas


pessoais, do trabalho, das organizações e dos países.”

(GIL, 2001).

“A palavra motivação é derivada do latim motivus, movere, que significa mover, a


qual engloba um conjunto de ações, onde o indivíduo é estimulado, incentivado,

24
através do comportamento humano, a alcançar um objetivo, ou seja, é um processo
essencial na vida de qualquer ser humano.”

(MAXIMIANO, 2002).

É difícil definir exatamente o conceito de motivação, uma vez que tem sido utilizado
com diferentes sentidos. De modo geral, motivo é tudo aquilo que impulsiona a
pessoa a agir de determinada forma, ou pelo menos, que dá origem a uma propensão
a um comportamento específico.”

(CHIAVENATO, 2005)

Processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma


pessoa para o alcance de uma determinada meta.”

(ROBBINS, 2008).

Um aspecto importante quando falamos em motivação é que ela pode acontecer de


forma diferente em cada pessoa, considerando seu contexto e suas experiências.
A ideia de que a motivação se relaciona com os desejos, aspirações e necessidades que
influenciam a escolha de alternativas de cada pessoa, vem do fato de que ao motivar, estimular e
incentivar um indivíduo ajuda o mesmo a obter melhores resultados no trabalho e, um expressivo
crescimento no mercado globalizado que se mostra cada vez mais competitivo (DE LIMA E GOUVEIA,
2013).

Entenda um pouco mais sobre motivação através do seguinte vídeo:


https://www.youtube.com/watch?v=CQrReSazH6w

25
Estudante, assita ao vídeo indicado a seguir sobre como ter açoes
motivacionais no ambiente de trabalho:
Como ter motivação no trabalho em 4 passos infalíveis:
https://www.youtube.com/watch?v=Aavuv0xUzS8&list=RDCMUCcmoSeKTo
o-Xd-gaeip3TOg&start_radio=1&rv=Aavuv0xUzS8&t=350

Normalmente, a responsabilidade pelo desenvolvimento das pessoas fica sobre a pessoa


do líder e isso significa mais do que apenas ajudá-las a adquirir habilidades profissionais. Os melhores
líderes ajudam os liderados não só em relação à carreira, mas também em relação à vida pessoal,
ajudam a se tornar pessoas melhores e, não apenas bons profissionais. A liderança potencializa o
resultado dos liderados (MAXWELL, 2008).
De acordo com o autor Chiavenato (2006), no início da década de 1940, Abraham Maslow
(1970) desenvolveu sua teoria sobre a hierarquia das necessidades, a partir dela é possível definir
quais são os principais pontos da motivação de um homem. Para Maslow (1970), as necessidades
satisfeitas são o que motivam as pessoas, são essas necessidades que criam fatores de esforços para
que elas possam se sentir realizadas.
Para representar essa teoria, Maslow (1970) criou uma pirâmide para apresentar a
posição das necessidades humanas em uma hierarquia. A Pirâmide de Maslow (1970), no entanto,
tornou-se um importante modelo explicativo de psicologia organizacional. Algumas empresas
preocupadas em preservar seus executivos de maior sucesso procuram, além de recompensá-los
financeiramente, oferecer a eles condições que atendam suas necessidades de expressar sua
criatividade e ideias, como oportunidade de organizar diferentes programas que agregam uma
importante imagem para a organização.

Veja abaixo como funciona a pirâmide de Maslow.

26
Figura 06 – Hierarquia de necessidades de Maslow
Fonte: Adaptada de https://br.freepik.com/vetores-gratis/pessoas-minusculas-perto-de-ilustracao-em-vetor-plana-
piramide-de-maslow-piramide-do-triangulo-dos-desenhos-animados-com-niveis-de-hierarquia-grafica-teoria-da-
sociologia-e-conceito-de-medicao-de-bem-
estar_10613726.htm#page=1&query=pir%C3%A2mide%20de%20maslow&position=13
Audiodescrição da figura: A imagem tem como título “Pirâmide de Maslow”. Abaixo do título e ao centro da imagem
tem uma pirâmide dividida em cinco partes, onde a base tem escrito “fisiológicas” e tem símbolos copo com água, sacos
de alimentos, sexualidade, etc. Em cima da base da pirâmide tem outra divisão que representa “segurança”, e contém
símbolos como dinheiro, casa, cadeado, etc. Em cima desta divisão tem
outra que representa as necessidades “sociais”, e contém símbolos como corações, grupo de amigos, família, etc. Em
cima das necessidades sociais, tem a divisão que representa a “estima”, contendo símbolos como taça e medalha de
premiação. E, por fim no topo da pirâmide a necessidade que representa a “auto realização”, com o símbolo de uma
pessoa. Do lado esquerdo da pirâmide tem uma seta vermelha apontada para cima.

Através da imagem da pirâmide apresentada acima, você pode verificar que sua base é a
necessidade fisiológica, depois as necessidades de segurança, sociais, estima e por fim a
autorrealização. Nela, à medida que um nível é satisfeito, as necessidades do nível seguinte se
manifestam.

Ainda de acordo com Maslow (1970), “quanto mais saudáveis somos emocionalmente,
mais importantes se tornam nossas necessidades de preenchimento criativo no trabalho. Ao mesmo
tempo, menos tolerável a violação de nossas necessidades para tal preenchimento.”

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Agora acesse este outro vídeo sobre motivação também e reflita sobre os
desafios a serem enfrentados por um TST (Técnico em Segurança do
Trabalho).
O Gladiador vídeo Motivacional para se emocionar (Cenas do filme):
https://www.youtube.com/watch?v=2chrgIGPrUw

2.1.4 Empatia

Sendo mais um dos pilares da inteligência emocional, a empatia no processo de liderança


se enquadra na forma de compreender o lado emocional dos outros, tratando as pessoas de acordo
com as reações emocionais esperadas, formando assim profissionais talentosos dentro de um
ambiente de trabalho com vários pensamentos diferentes, mas que eles conseguem lidar com
facilidade, utilizando as diferenças para unir ao invés de separar.
A prática da empatia faz com que o líder possa se colocar no lugar do outro antes de
cobrar ou solicitar algo.
Neste sentido caro estudante, é muito importante que você como Técnico em Segurança
do trabalho, responsável por liderar uma equipe, esteja sempre atento ao comportamento dos seus
trabalhadores, procurando identificar se alguém apresenta alguma diferança dos outros dias, pois ele
pode estar com problemas fora da empresa que acabam, inevitavelmente, influenciando no seu
desempenho profissional. E, você como um bom líder, poderá auxila-lo neste momento de
dificuldade se mostrando empático com ele.
Veja, através da imagem a seguir uma prática de empatia no ambiente de trabalho.

28
Figura 07 – Prática da empatia
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/mulher-triste-que-grita-ao-lado-de-seu-
terapeuta_861190.htm#page=1&query=empatia&position=17
Audiodescrição da figura: A imagem ilustra uma mulher de cabelos curtos na cor castanho claro, com a cabeça baixa e
vendando o rosto e sendo abraçada por outra mulher de casaco cinza e óculos de grau.

Agora acesse o vídeo e faça uma reflexão sobre determinadas atitudes


empáticas que podem ser tomadas numa equipe.
A importância de cada um no grupo e o respeito:
https://www.youtube.com/watch?v=vb-3NdH75d0

2.1.5 Habilidades sociais

Finalizando os pilares da inteligência emocional, veja o último deles, as habilidades


sociais. Ela vem fortalecer o fato de como o indivíduo pode lidar bem com as emoções nos
relacionamentos e ler com precisão situações sociais e redes de contatos ou relacionamentos; de
como a pessoa pode interagir com facilidade.
A habilidade social está diretamente ligada aos outros pilares da inteligência emocional.
Neste sentido, por exemplo, uma pessoa tende a ser muito eficaz na gestão de relacionamentos

29
quando consegue entender e controlar suas próprias emoções e demonstrar empatia pelos
sentimentos dos outros.
Por fim, as características abordadas na inteligência emocional, tornam-se ferramentas
muito importantes para uma boa gestão e as práticas de liderança nos mais diversos ambientes de
trabalho.

Agora, alinhado aos conhecimentos adquiridos sobre liderança, veja um


pouco das ações que você como um futuro Técnico em Segurança do
Trabalho pode implementar, no sentido de não só está cumprindo com as
obrigações legais, mas investindo na saúde e no bem-estar dos profissionais
e com isso auxiliar na redução de custos operacionais e aumento na
produtividade na empresa. Você deve estar se perguntando como isso pode
acontecer? Veja: através da redução do absenteísmo, das doenças
ocupacionais e acidentes, as empresas verificam que seus custos diminuem
e passam a ver que estas ações se tratam de um investimento que deve ser
gerido da forma mais eficiente possível.

2.2 Gestão da Saúde e Segurança no Trabalho (SST)

Torna-se imprescindível o desenvolvimento da gestão aplicada à saúde e segurança do


trabalho, bem como sua importância, pois fornece a base para minimizar os riscos que podem causar
doenças prejudiciais à saúde e aos acidentes; melhorar também as condições de segurança e higiene
dos empregos. Essa gestão proporciona um melhor desempenho das atividades e processos,
alcançando excelentes resultados em termos de qualidade do produto ou serviço prestado pela
entidade, o que favorece a imagem do mesmo perante a comunidade e o mercado, além da redução
de custos devido a acidentes ou perdas do produto ou serviço, o que gera benefícios.
A gestão da saúde e segurança no trabalho é a atividade que permite melhorar as
condições de trabalho, bem como reduzir os riscos ocupacionais máximos, a fim de reduzir acidentes
de trabalho. Possui uma série de ferramentas que permitem a eficiência da atividade executando um
conjunto de ações, melhorando o processo.
Desta forma, vários são os campos de atuação da gestão da saúde e segurança do
trabalho. Abaixo, seguem algumas sugestões para a implementação de tal gestão:

30
● A promoção e manutenção do mais alto nível possível de bem-estar físico, mental
e social dos trabalhadores, qualquer que seja a função ou cargo que o trabalhador
ocupe;
● A prevenção entre os trabalhadores das consequências negativas que suas
condições de trabalho podem ter sobre a saúde;
● A proteção dos trabalhadores em seu local de trabalho contra os riscos que
podem ser causados por fatores negativos de saúde;
● A colocação e manutenção de trabalhadores em um ambiente de trabalho
adaptado às suas necessidades físicas ou mentais;
● A adaptação das atividades no ambiente de trabalho aos seres humanos.

Como mencionado anteriormente, acidentes e doenças aumentam as despesas de custos


médicos e indenizações, passando por perda de produtividade e desgaste da imagem da empresa na
sociedade. Neste sentido, seguem mais algumas ações que podem ser tomadas pela empresa como,
por exemplo, realizar um mapeamento das necessidades dos empregados para combater os
problemas de saúde mais recorrentes entre a força de trabalho. E, depois disso, deve investir em
programas de promoção da saúde dos seus profissionais.
Um caso prático que pode ser implementado na empresa, é se identificado um número
significativo de pessoas obesas, pode-se implementar um programa de reeducação alimentar e
prática de esportes. Essas iniciativas, além de melhorarem a saúde dos trabalhadores, contribuem
para o bem-estar e a melhoria da saúde dos profissionais.
Você deve estar também sempre atento aos riscos relacionados a cada atividade
desenvolvida pelos funcionários e adotar medidas de prevenção como, por exemplo, o uso de EPI
(Equipamento de proteção individual) para tal atividade. Quando o assunto é a defesa da vida e da
saúde do trabalhador, estes dispositivos são essenciais.
Algumas medidas como a organização e ritmo de trabalho, pausas para recuperação e
descanso, redução do tempo de exposição, bem como adequação do mobiliário, do ambiente e das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores também são formas que
contribuem para uma boa gestão.

31
Por fim, deve estabelecer os requisitos mínimos de avaliação, controle e monitoramento
dos riscos para a saúde e a segurança do trabalhador.
Lembre-se que os funcionários devem ser treinados e encorajados a agir sempre de forma
segura.
Veja, através da figura abaixo três passos que poderão te auxiliar na gestão da SST (Saúde
Segurança do Trabalhador).

Diagnóstico e
Planejamento

Gestão em
Segurança
e saúde do
Trabalho
Controle e
Melhoria e
Acompanha
Capacitação
mento

Figura 08 – Passos para uma boa gestão em SST


Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.
Audiodescrição da figura: A imagem trata-se de uma mandala com três setas em sentido horário. O 1º balão na cor azul
com as palavras diagnóstico e planejamento que é o 1º passo para a gestão da SST; o 2º balão na cor verde escrito com
as palavras melhoria e capacitação, representa o 2º passo e o 3º balão na cor verde laranja com as palavras controle e
acompanhamento. No centro da mandala contém um balão na cor lilás, que está escrito no seu interior a frase “Gestão
em Segurança e Saúde do Trabalho”.

Agora que você estudou os conteúdos abordados nesta segunda


competência, assista a videoaula e vá até o fórum desta competência para
compartilhar sua opinião sobre os conteúdos abordados aqui com os demais
colegas.

32
3.Competência 03 | Conhecer as Técnicas para Cálculo de Custos
Decorrentes de Acidentes de Trabalho e Óbitos
Prezado estudante, você está iniciando neste momento a terceira competência. Nela será
abordada os conceitos e técnicas referentes aos acidentes de trabalho.
Mas, você teve a oportunidade nas competências anteriores, de conhecer como deve ser
feita uma boa gestão a partir do que foi mostrado sobre a diferença entre uma gestão feita por um
líder e uma gestão feita por um chefe. Teve a oportunidade de verificar as vantagens de ser bom líder
e obter melhores resultados com esse tipo de perfil de liderança, sem contar de como você pode
fazer para chegar nesse tipo de gestão através dos pilares da inteligência emocional. Pois bem, veja
agora como pode ser feita a gestão da saúde e segurança do trabalho com relação à investigação e
controle dos acidentes e doenças ocupacionais.

Estudante, esta semana tem uma série de coisas novas pra você conferir,
como o nosso podcast, ele tá cheinho de novidades, não esquece de conferir
ok!!!

Os acidentes relacionados ao trabalho podem causar lesão físicas aos trabalhadores,


causar sofrimento para seus familiares, como também gerar um custo elevado para as
empresas e para a sociedade.
Por isso é importante que você tenha acesso a alguns assuntos e conceitos que estão
intimamente ligados quando tratamos de acidente de trabalho como, por exemplo, comunicação dos
acidentes de trabalho, causas dos acidentes de trabalho, condição insegura, acidente de trabalho,
doenças ocupacionais, cálculos estatísticos, etc.
Aprender sobre o que pode ocorrer num ambiente de trabalho é essencial para a
prevenção de acidentes e efetuar boas análises que possibilitem compreender os riscos, solucionar
problemas e proteger pessoas.
Os acidentes de trabalho precisam ser devidamente registrados, sendo assim, o
profissional da área de saúde e segurança do trabalho deve ter como base a Norma Brasileira NBR

33
14.280 que trata de Cadastro de Acidente do Trabalho – Procedimento e Classificação.
Seu principal objetivo é adotar critérios para o registro, comunicação, estatística e análise de
acidentes do trabalho, suas causas e consequências, aplicando-se a quaisquer atividades relacionadas
ao trabalho.

Estudante, para ter acesso a todo o conteúdo sobre todos os critérios adotados
pela NBR 14.280 com relação ao registro de acidentes de trabalho e novas
diretrizes sobre tal, acesse o link a seguir:
https://seguranca-e-medicina-do-trabalho.webnode.page/products/nbr-14280-
cadastro-de-acidentes-do-trabalho-procedimento-e-
classifica%C3%A7%C3%A3o/

Veja também este vídeo a seguir sobre a NBR 14.280.


https://www.youtube.com/watch?v=6vBfODNT9gI

É importante saber que nos locais de trabalho existem riscos e medidas de controle, as
quais devem ser adotadas para eliminá-los ou reduzi-los a fim de prevenir acidentes e doenças. A
ocorrência de um evento adverso indica que as medidas de controle de risco foram inadequadas ou
insuficientes.
As informações sobre acidentes e incidentes de trabalho permitem que se melhorem e
atualizem:
● Normas de segurança e saúde no trabalho;
● Concepções e projetos de máquinas, equipamentos e produtos;
● Sistemas de gestão das empresas;
● Desenvolvimento tecnológico;
● Condições de trabalho;
● Confiabilidade dos sistemas.

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Acidente: é a ocorrência que resulta em danos à saúde ou integridade física
de
trabalhadores ou de indivíduos em geral.
Exemplo de acidente: um andaime cai sobre a perna de um trabalhador que
sofre fratura da tíbia.
Incidente: é a ocorrência que sem ter resultado em danos à saúde ou
integridade física de pessoas, tinha potencial para causar tais danos.
Exemplo de incidente: um andaime cai próximo a um trabalhador que
consegue sair a tempo e não sofre lesão.

3.1 Acidente de trabalho

De acordo com a origem da palavra acidente, podemos dizer que significa qualquer
evento não planejado, fortuito, imprevisto e fruto do acaso. Mais popularmente, um acidente é algo
maléfico e aleatório que provoca danos ou prejuízos.
Já de acordo com a NBR 14.280, entende-se por acidente:

“Ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o


exercício do trabalho, de que resulte ou possa resultar lesão pessoal.”

Um outro aspecto abordado na NBR 14.280 e muito importante é:

NOTA

1 - O acidente inclui tanto ocorrências que podem ser identificadas em relação a um


momento determinado, quanto ocorrências ou exposições contínuas ou
intermitentes, que só podem ser identificadas em termos de período de tempo
provável. A lesão pessoal inclui tanto lesões traumáticas e doenças, quanto efeitos
prejudiciais mentais, neurológicos ou sistêmicos, resultantes de exposições ou
circunstâncias verificadas na vigência do exercício do trabalho. 2

35
- No período destinado a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras
necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o
empregado é considerado no exercício do trabalho.

Como visto acima na NOTA 1 da NBR 14.280, os acidentes podem trazer sérias
consequências como, por exemplo, mutilações, invalidez permanente, entre outros danos, que não
se limitam ao corpo físico do trabalhador, afetando também sua integridade psicológica, chegando
até a causar a morte do trabalhador o que levará a repercussões também para seus familiares,
inclusive para a sociedade de modo geral bem como para os cofres públicos.
Em regra todos perdem com os acidentes do trabalho, e se todos sofrem prejuízos visíveis,
é possível concluir pela lógica que investir em prevenção de acidentes proporciona diversos
benefícios, como retorno financeiro para o empregador, decorrente da diminuição do seu passivo no
que diz respeito aos gastos com verbas indenizatórias concedidas pela via judicial a trabalhadores
acidentados no desempenho de seu trabalho, no reconhecimento dos trabalhadores pelo padrão
ético das empresas, sobretudo melhoria das contas da Previdência Social. O que nem sempre é
facilmente perceptível aos olhos de alguns empresários.
É importante entender que os acidentes sempre fizeram e sempre farão parte dos
eventos ocorridos em sociedade e isto pode explicar, em parte, o porquê de eles poderem ser
considerados também como um problema social. Apesar de alguns acidentes serem dramáticos nas
consequências que produzem, eles por definição são eventos relativamente raros, visto que
representam desvios à normalidade.

Via de regra, as lesões quando são caracterizadas pela atividade de trabalho, devem ser
obrigatoriamente informadas através da emissão da CAT – Comunicação de Acidente do Trabalho.

3.2 Comunicação dos acidentes de trabalho (CAT)

A CAT é um documento emitido para reconhecer tanto um acidente de trabalho ou de


trajeto bem como uma doença ocupacional.

36
Veja os conceitos de acidente de trabalho ou trajeto e doença ocupacional
de acordo com o Ministério do Trabalho – INSS – Instituto Nacional do
Seguro Social.
Acidente de trabalho ou de trajeto: é o acidente ocorrido no exercício da
atividade profissional a serviço da empresa ou no deslocamento residência /
trabalho / residência, e que provoque lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a perda ou redução – permanente ou temporária – da
capacidade para o trabalho ou, em último caso, a morte;
Doença ocupacional: é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação
elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.

A empresa é obrigada a informar ao INSS – Instituto Nacional de Seguro Social, todos os


acidentes de trabalho ocorridos com seus empregados, mesmo que não haja afastamento das
atividades, até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência.
Em caso de morte, a comunicação deverá ser imediata.
A empresa que não informar o acidente de trabalho dentro do prazo legal estará sujeita
à aplicação de multa, conforme disposto nos artigos 286 e 336 do Decreto nº 3.048/1999.
Não necessariamente só a empresa pode fazer o registro da CAT, mas o próprio
trabalhador, seu dependente, o sindicato, o médico ou até mesmo a autoridade pública (magistrados,
membros do Ministério Público e dos serviços jurídicos da União e dos Estados ou do Distrito Federal
e comandantes de unidades do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, do Corpo de Bombeiros e da
Polícia Militar) poderão efetivar a qualquer tempo o registro deste instrumento junto à Previdência
Social, o que não exclui a possibilidade da aplicação da multa à empresa.

Registro da CAT on-line

A emissão da CAT é realizada totalmente via internet. Não é necessário o deslocamento


do usuário as agência do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), a não ser em caso de alguma
comprovação.

37
Através do site do INSS: https://www.gov.br/inss/pt-br/saiba-
mais/auxilios/comunicacao-de-acidente-de-trabalho-cat , você encontrará o
formulário de emissão e os documentos necessários para preencimento da
CAT.

O formulário da CAT deve estar preenchido e assinado corretamente, principalmente os


dados referentes ao atendimento médico.

Documentos necessários
Para ser atendido nas agências do INSS, no mínimo deverá ser apresentado
um documento de identificação com foto e o número do CPF.
Tanto para registro da CAT online como nas agências do INSS, deverão ser
emitidas quatro vias sendo:
1ª via ao INSS;
2ª via ao segurado ou dependente;
3ª via ao sindicato de classe do trabalhador;
4ª via à empresa.

3.3 Causas dos acidentes de trabalho

Compreender bem quais as principais causas de acidentes de trabalho é muito importante


para que você possa preveni-los e, assim, promover mais segurança, saúde e qualidade de vida aos
trabalhadores.
O acontecimento dos acidentes está ligado a uma série de causas, muito dificilmente a
uma única, por isso, normalmente, a pessoa que irá investigar as causas do acidente, utiliza uma ou
mais ferramentas de gestão para fazer a análise de causas como, por exemplo, o método da árvore
de causas para avaliar a ocorrência de acidentes do trabalho.
De forma geral, as causas dos acidentes podem estar relacionadas ao fator humano,
tecnológico e organizacional. Veja alguns exemplos abaixo:

● Não utilização do Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado;

38
● Negligência na instrução ao trabalhador, ou seja, a empresa não repassa as
informações necessárias para a atividade a ser realizada pelo trabalhador;
● Falta de conhecimento técnico pelo trabalhador;
● Atitudes imprudentes;
● Ausência ou negligência na fiscalização;
● Não-cumprimento de leis trabalhistas;
● Negligência aos direitos dos trabalhadores;
● Não-manutenção ou não-reposição de maquinários.

Pode-se destacar também algumas atitudes puramente ligadas ao comportamento do


trabalhador no ambiente de trabalho como:
● Atender ao celular durante o expediente ou em trânsito;
● Discussões sobre futebol;
● Fofocas no ambiente de trabalho;
● Término de uma obra;
● Manter encarregados que não se relacionam bem com a equipe;
● Mudanças inesperadas de turno no trabalho.

Neste sentido, veja agora alguns conceitos que são muitos utilizados para relacionar as
causas dos acidentes.

3.3.1 Condição insegura

De acordo com a NBR 14.280, condição insegura é:

“Condição do meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrência.”

Entende-se como meio ambiente desde a atmosfera do local de trabalho até as


instalações, equipamentos, substâncias utilizadas e métodos de trabalho empregados.

39
Fazendo um breve resumo do que é uma condição insegura, pode-se dizer que é quando
o trabalhador estar executando suas atividades em meio a situações que lhe fornecem risco a sua
saúde e a sua integridade física.
Sendo assim, é muito importante que as empresas e seus gestores deem especial atenção
as condições inseguras de trabalho, pois ao serem eliminadas a chances de uma condição insegura, o
risco do trabalhador se acidentar reduz significativamente.

Veja abaixo alguns exemplos de condições inseguras mais comumente conhecidas:


● Falta de proteção em máquinas e equipamentos;
● Deficiência de maquinário e ferramental;
● Passagens perigosas;
● Instalações elétricas inadequadas ou defeituosas;
● Falta de equipamento de proteção individual;
● Nível de ruído elevado;
● Proteções inadequadas ou defeituosas;
● Má arrumação/falta de limpeza;
● Defeitos nas edificações;
● Iluminação inadequada;
● Piso danificado;
● Risco de fogo ou explosão.

3.3.2 Fator pessoal de insegurança

Está relacionado aos fatores externos que influenciam o comportamento humano e


podem levar a ocorrência dos acidentes de trabalho ou incidentes.

40
Incidente: Ocorre de maneira inesperada, mas não gera consequências e não
prejudica o trabalhador e nem a empresa. É um evento que poderia causar
danos ou lesões, mas não causa. É considerado um quase acidente.

Os fatores externos podem estar relacionados à hereditariedade, o meio social e familiar


de cada indivíduo. Pode-se destacar alguns como: fobias, nervosismo, utilização de medicamentos,
stress, motivação imprópria, temperamento, insônia, depressão, irritabilidade, inaptidão, que pode
ser chamado de fator pessoal inseguro.
Veja abaixo alguns exemplos dos comportamentos ou aspectos que explicam o porquê,
ou o que pode propiciar o acidente do trabalho:

a) Inaptidão para o trabalho devido as dificuldades de aprendizagem, aspectos de


conhecimento para o desempenho da atividade ou sem a possibilidade de
adequação na execução da tarefa;
b) Temperamento: alteração repentina de humor, sentimento de sentir-se mais ou

menos seguro na atividade que exerce, de pessoas que não aceitam ordens,
pessoas irritadiças, entre outros;
c) Stress: são as preocupações, os problemas domésticos, financeiros ou
expectativas que alteram o estado emocional das pessoas;
d) Motivação imprópria: é a percepção da pessoa que desconhece a importância do
seu trabalho, ou possui baixo grau de orgulho no desempenho da atividade.

Uma outra abordagem quando se fala em comportamento humano, é como as pessoas


tendem também a agir quando se deparam frente ao risco. Primeiro elas tendem a agir de forma
consciente quando sabem que estão se expondo ao risco; a segunda forma é inconsciente onde elas
desconhecem o perigo a que se expõem; e na terceira forma é circunstancial onde as pessoas podem
conhecer ou desconhecer o perigo, mas algo mais forte as leva à prática da ação de insegurança
(ZOCCHIO, 2002).

41
Na figura abaixo, você pode verificar uma típica situação de stress no trabalho. O
trabalhador não consegue se manter calmo e acaba quebrando ao meio o lápis grafite que está em
suas mãos.

Figura 09 – Fator pessoal de insegurança (Stress)


Fonte: https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI33425,41046-Stress+no+ambiente+de+trabalho
Descrição da imagem: A imagem mostra o tronco de um homem que está com seus braços apoiado numa mesa. Abaixo
de seus braços tem uma folha de papel em branco e em cada mão ele segura um lápis grafite quebrado ao meio.

3.4 Tipos de acidente de trabalho

Os acidentes de trabalho podem ser caracterizados como:

● Acidente sem lesão: Acidente que não causa lesão pessoal;


● Acidente de trajeto: Acidente sofrido pelo empregado no percurso da residência
para o local de trabalho ou do trabalho para casa, qualquer que seja o meio de
locomoção, inclusive veículo de propriedade do empregado, desde que não haja
interrupção ou alteração de percurso por motivo alheio ao trabalho;
● Acidentes típicos: decorrentes da característica da atividade profissional;
● Atípicos (ou doença do trabalho): ocasionados por qualquer tipo de doença
peculiar a determinado ramo de atividade. Por exemplo: problemas auditivos por
trabalhar diariamente com barulhos muito altos;
● Acidente impessoal: Acidente cuja caracterização independe de existir
acidentado, não podendo ser considerado como causador direto da lesão pessoal;

42
● Acidente pessoal: Acidente cuja caracterização depende de existir acidentado;

Figura 10 – Acidente de trajeto


Fonte: http://dsseguranca.eng.br/o-acidente-de-trajeto-retirado-do-fap/
Audiodescrição da figura: A imagem mostra a frente de um ônibus e embaixo dele uma motocicleta.

No caso do acidente de trajeto os custos não são contabilizados como acidentes do


trabalho da empresa. Porém é de extrema importância registrá-lo para que ações de prevenção a
acidentes como, por exemplo, campanhas inseridas na SIPAT (Semana Interna de Prevenção de
Acidentes do Trabalho), ganhem força junto aos funcionários.

3.5 Consequências dos acidentes de trabalho

Como pôde ser visto, os acidentes de trabalho causam lesões físicas, perda de
produtividade, até consequências psicológicas.
Com relação as lesões físicas ou pessoais: é qualquer dano sofrido pelo organismo
humano, como consequência de acidente do trabalho. Alguns fatores devem ser considerados neste
tipo de lesão como: natureza da lesão, localização da lesão, se a lesão é imediata ou mediata (lesão
tardia).
Ainda destaca-se como consequências do acidente de trabalho os seguintes casos:

43
● Morte: Cessação da capacidade de trabalho pela perda da vida,
independentemente do tempo decorrido desde a lesão;
● Lesão com afastamento (lesão incapacitante ou lesão com perda de tempo):
Lesão pessoal que impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao
do acidente ou de que resulte incapacidade permanente;
● Lesão sem afastamento (lesão não incapacitante ou lesão sem perda de tempo):
Lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato
ao do acidente, desde que não haja incapacidade permanente.

3.5.1 Incapacidades laborais

Este é um termo utilizado para expressar à perda ou redução da capacidade do indivíduo


desempenhar as funções referentes à sua ocupação profissional, seja de maneira parcial ou
permanente. Esta é uma condição que pode ser ocasionada por alterações patológicas provocadas
por doenças ou acidentes.
A incapacidade compreende, para melhor análise, os seguintes parâmetros: o grau, a
duração e a abrangência da tarefa desempenhada.

Quanto ao grau
● Incapacidade laborativa parcial: permite o desempenho das atribuições do cargo,
desde que sem risco de vida ou agravamento da situação. No caso, o trabalhador
poderá continuar exercendo sua atividade profissional, mas não com o mesmo
esforço;
● Incapacidade laborativa total: ocasiona impossibilidade de desempenhar as
atribuições do cargo, não permitindo atingir a média de rendimento alcançada em
condições normais pelos servidores detentores de cargo, função ou emprego.

Quanto à duração

44
● Incapacidade laborativa temporária: incapacidade que pode esperar recuperação
dentro de prazo previsível. Na incapacidade temporária, tem-se o exemplo do
benefício de auxílio doença previsto no artigo 59 da Lei nº 8.213/1991;

● Incapacidade laborativa permanente: impossível de recuperação com os recursos


da medicina disponíveis. Um exemplo de benefício cedido pelo INSS por esta
incapacidade é a aposentadoria por invalidez.

Quanto à abrangência da tarefa desempenhada


● Incapacidade laborativa uniprofissional: o trabalhador fica impedido de trabalhar
em apenas uma atividade específica do cargo, função ou emprego;
● Incapacidade laborativa multiprofissional: aquela em que o trabalhador fica
impedido de exercer seu trabalho com relação a diversas atividades do cargo,
função ou emprego que ocupa;
● Incapacidade laborativa omniprofissional: implica a impossibilidade de trabalhar
em toda e qualquer atividade de valor econômico.

Auxílio-acidente: O Auxílio-Acidente é um outro benefício de natureza


indenizatória pago ao segurado do INSS quando, em decorrência de
acidente, apresentar sequela permanente que reduza sua capacidade para o
trabalho.
Essa situação é avaliada pela perícia médica do INSS.

Os benefícios de auxílio-doença, auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez são


concedidos àqueles que deles necessitam, em razão de não ter condições físicas ou psicológicas para
o exercício de atividade remunerada, ou seja, que possam ser pagas ao trabalhador pela empresa.

45
3.6 Investigação dos acidentes de trabalho

Agora que você estudou os tipos de acidentes, causas e consequências, veja a importância
de se investigar os acidentes de trabalho.
A investigação do acidente de trabalho não se trata de achar o responsável ou de uma
punição. Esta ação serve para evitar que acidentes parecidos, ou até mais graves aconteçam.
Veja o que a legislação fala sobre a investigação dos acidentes de trabalho:

A NR 4:

4.12. Compete aos profissionais integrantes dos Serviços Especializados em


Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT):

h) analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na


empresa ou estabelecimento, com ou sem vítima, e todos os casos de doença
ocupacional, descrevendo a história e as características do acidente e/ou da doença
ocupacional, os fatores ambientais, as características do agente e as condições do(s)
indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s);

A NR 5:

5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

b) metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;

A NBR 14.280 traz em seu texto o conceito das Taxas de Frequência e Gravidade. Elas não
são relacionadas diretamente a investigação, mas, são importantes porque tem ligação com a
quantidade de acidentes ocorridos na empresa.

46
Veja alguns conceitos sobre acidente de trabalho e como proceder uma
investigação de acidente através dos seguintes vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=CVQhM22UBIg
https://www.youtube.com/watch?v=WtuT_i94oak

3.7 Cálculos estatísticos

Os cálculos estatísticos dos acidentes têm os seguintes objetivos na Segurança do


Trabalho:

1. Nortear a empresa sobre o desempenho de seus programas de Segurança do


Trabalho, através de comparações de índices de acidentes ocorridos entre os seus
diversos setores ou entre empresas de mesmo ramo de atividades na mesma ou em
diferentes regiões do país ou no mundo;
2. Fornecer dados para estudos referentes ao custo de acidentes, verificando assim

o quanto custa um acidente de trabalho. E neste sentido, saber o quanto é


importante para a empresa investir na prevenção de acidentes;
3. Disponibilizar aos órgãos públicos e particulares dados concretos e atualizados da
estatística acidentária – nesse caso os interessados teriam parâmetros para avaliar
a necessidade ou não de intervenção nos programas de segurança desenvolvido
pelas empresas;
4. Desenvolver programas que visem à redução de acidentes do trabalho e assim
permitir que a empresa gaste menos com valores pagos aos acidentados através
do seguro de acidente do trabalho.

Veja agora alguns conceitos primordiais para o cálculo do COEFICIENTE DE FREQUÊNCIA


ou TAXA DE FREQUÊNCIA DO ACIDENTE (FA) e TAXA DE GRAVIDADE DO ACIDENTE (G). Porém, o

47
cálculo das taxas devem ser realizados por períodos mensais e anuais, podendo-se usar outros
períodos quando houver conveniência.

1. Empregado: são todas as pessoas que prestam serviços na área de trabalho da


empresa considerada, incluídos de estagiários a dirigentes, inclusive autônomos;
2. Horas-homem de exposição ao risco: é o somatório das horas durante as quais os
empregados ficam à disposição da empresa, em determinado período – dias,
semanas, meses, ano, etc.
a) As horas de exposição devem ser extraídas das folhas de pagamento ou quaisquer
outros registros de ponto, e devem ser consideradas apenas as horas
trabalhadas.
b) Quando não se puder determinar o total de horas realmente trabalhadas, elas
deverão ser estimadas multiplicando-se o total de dias de trabalho pela média
do número de horas trabalhadas por dia.
c) Na impossibilidade absoluta de se conseguir o total de homem-hora de exposição
ao risco, estipula-se em 2000 horas-homem anuais a exposição do risco para
cada empregado.
d) As horas pagas, porém não realmente trabalhadas, sejam reais ou estimadas, tais
como as relativas a férias, licença para tratamento de saúde, feriados, dias de
folga, licença casamento, luto, convocações oficiais não devem ser incluídas no
total de horas trabalhadas, isto é, horas de exposição ao risco.
e) Só devem ser computadas as horas durante as quais o empregado estiver
realmente a serviço do empregador.
f) Para dirigente, viajante ou qualquer outro empregado sujeito a horário de trabalho
não definido, deve ser considerado no cômputo das horas de exposição, a média
diária de 8 horas.
g) Para empregados de plantão nas instalações do empregador, devem ser
consideradas as horas de plantão.
3. Dias perdidos: são os dias corridos de afastamento do trabalho em virtude de
lesão pessoal, exceto o dia do acidente e o dia de volta ao trabalho.

48
4. Dias debitados: são os dias que se debitam, por incapacidade permanente ou

morte, para o cálculo do tempo computado.


5. Tempo computado: Tempo contado em “dias perdidos, pelos acidentados, com
incapacidade temporária total” mais os “dias debitados pelos acidentados vítimas
de morte ou incapacidade permanente, total ou parcial”.
6. Número de acidentes, com e sem perda de tempo ocorrido no mês.

Taxa de frequência de acidentes


É o número de Acidentes por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em
determinado período. Deve ser expressa com aproximação de centésimos e calculada pela seguinte
expressão:

FA = N × 1.000.000
H

Em que:

FA → taxa de frequência de acidentes

N → número de acidentes

H → horas-homem de exposição ao risco

A fórmula utilizada para o cálculo da taxa de frequência de acidentes é a


mesma para acidentes com afastamento e sem afastamento.

Taxa de Gravidade

É o tempo computado por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em


determinado período. Deve ser expressa em números inteiros e calculada pela seguinte expressão:

49
G = T × 1.000.000
H
Em que:

G → taxa de gravidade

T → tempo computado

H → horas-homem de exposição ao risco

Veja como calcular a taxa de frequência e a taxa de gravidade


https://www.youtube.com/watch?v=yEBpHZgKQHE
https://www.youtube.com/watch?v=v9cUffUNlD0

Veja abaixo um quadro com os números médios de dias trabalhados

Descrição Números
médios
Horas trabalhadas por dia 8h/dia
Dias trabalhados por mês 25 dias/mês
Horas trabalhadas por mês 200 h/ mês (8x25)
Dias trabalhados por ano 300 dias /ano (25x12)
Horas trabalhadas por ano 2.000 h/ano

Quadro 01 – Números médios de dias trabalhados


Fonte: TAVARES, 2019.

Exemplo:
Uma indústria do ramo de estofados teve 10 trabalhadores acidentados ano passado. Esta
indústria possui 100 funcionários no total, os quais trabalharam 40 horas por semana. Neste caso,
ocorreram 10 acidentes com afastamento no ano passado e foram trabalhadas 200.000 horas-
homens durante o ano (Veja, isso equivale a 2.000 h/ano multiplicado por 100 funcionários). Logo,
calculando a taxa de frequência de acidentes, temos:

50
FA = N × 1.000.000
H
N (número de acidentes) = 10; H (horas-homem de exposição ao risco) = 200.000

F = 10 × 1.000.000 = 50
200.000

Isso significa que, durante o ano, os trabalhadores desta indústria sofreram lesões que
provocaram uma perda de tempo à razão de 50, por cada milhão de horas que trabalharam.

Cálculo da Taxa de Gravidade


As 10 lesões, ou seja, os 10 acidentes ocorridos nesta empresa, provocaram um total de
200 dias perdidos, assim, com a fórmula da Taxa de gravidade, obteremos o valor de dias perdidos
com acidentes para cada 1.000.000 horas trabalhadas:

G = T × 1.000.000
H

T (tempo computado) = 200; H (horas-homem de exposição ao risco) = 200.000

G = 200 × 1.000.000 = 1000


200.000

Isto é, o tempo perdido devido aos acidentes ocorridos na empresa, no ano passado, foi
de 1.000 dias para cada 1.000.000 horas-trabalhadas. Supondo-se que cada empregado trabalhou
2.000 horas por ano, a média de tempo perdido foi de 2 (dois) dias por homem, por ano.
Há situações em que o acidentado perde alguma parte de seus membros como, por
exemplo, os braços. Para esta situação, é usado a expressão “Dias Debitados”, ou seja, todo acidente
do trabalho com perdas de membros resulta em dias debitados que é a indenização referente à perda
de parte do corpo.
Veja, através da tabela da PORTARIA N° 33, DE 27 DE OUTUBRO DE 1983, anexo QUADRO
1A, quantos dias são debitados para cada parte de membro perdido.

51
Figura 11 – Tabela de Dias Debitados
Fonte: https://segurancadotrabalhoacz.com.br/tags/dias-debitados/
Audiodescrição da figura: A imagem mostra uma tabela representando os dias debitados por acidente de trabalho. Tem
uma tabela dividida em três colunas, sendo a primeira várias imagens que são descritas na coluna dois e a coluna três
que são os dias. A primeira imagem representa a morte e são 6000 dias debitados; a segunda é uma cadeira de rodas e
representa incapacidade permanente sendo 6000 debitados; até chegar a última imagem que é uma orelha e apresenta
a perda de audição com 3000 dias debitados.

Se no nosso exemplo incluirmos uma lesão da qual resultou a perda de 2 dedos da mão,
a carga correspondente é de 750 dias, os quais, acrescidos à perda de tempo proveniente das 9 lesões
restantes, que equivalem a 180 dias, nos dá um total de 930 dias, e a Taxa de gravidade será:

52
G = (T1 + T2) × 1.000.000
H

T1(tempo computado um) = 180; T2 (tempo computado dois) = 750; H (horas-homem


de exposição ao risco) = 200.000

G = (180 + 750) × 1.000.000 = 4.650


200.000

O tempo perdido devido aos acidentes foi de 4.650 para cada 1.000.000 de horas-homem
trabalhadas, fato esse agravado pelo acréscimo dos dias debitados referentes à perda de dois dedos
da mão. Ou seja, o tempo perdido antes tinha sido 1.000 para cada 1.000.000 horas-homem
trabalhadas, e com o agravo da perda de dois dedos, passou a ser de 4.650 para cada 1.000.000 de
horas-homem trabalhadas.

Com este exemplo, finaliza-se esta competência. Lembre-se, você deve


assistir a videoaula para realizar a atividade semanal, a aula atividade e a
avaliação da disciplina, assim como interagir no fórum de dúvidas com os
demais colegas.

Sucesso e bons estudos!!!

53
Conclusão
Prezado Estudante,
Esta disciplina foi iniciada abordando as técnicas/ferramentas utilizadas na gestão da
saúde e segurança do trabalho, onde foi demostrado o Ciclo do PDCA como ferramenta de melhoria
contínua no ambiente de trabalho. Já na Competência 2, foi apresentado a você como desenvolver o
perfil de liderança visando à produtividade da equipe liderada e o autodesenvolvimento profissional.
E para finalizar, foi mostrado a você, os conceitos gerais e as técnicas para o cálculo de custos
decorrentes de acidentes de trabalho.
Desta forma, é esperado que você como um futuro Técnico em Segurança do Trabalho
(TST) desenvolva todas as capacidades técnicas inerentes à sua nova profissão com relação a Gestão
em Saúde e Segurança do Trabalho.

Bons estudos e sucesso!

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Referências

ZOCCHIO, A. Prática da Prevenção de acidentes. ABC da Segurança do Trabalho. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.

TAVARES, C. R. G. Estatística de Acidentes. Segurança do Trabalho I. Curso Técnico em Segurança do


Trabalho. Governo Federal. Ministério da Educação. Equipe SEDIS - Universidade Federal do Rio
Grande do Norte - UFRN, 2019.

NAKAI, Z. P. Gestão Aplicada à Saúde e Segurança no Trabalho, 2018. Curso Técnico em Segurança
do Trabalho: Educação a distância. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional de
Pernambuco, 2018. 49 p.: il.

GOLEMAN, D. Trabalhando com a inteligência Emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.


FLORENTINO, M. S. A influência da motivação na dinâmica das organizações. Rio de Janeiro: Projeto

“A vez do mestre” da Universidade Cândido Mendes, 2005.

DE LIMA, D. V. P., & GOUVEIA, O. M. W. C. A influência da motivação no desempenho organizacional


no contexto contemporâneo, 2013.

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MONTEIRO, A. L.; BERTAGNI. R. F. S. Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais – 9. ed. – São


Paulo: Saraiva Educação, 2019.

CHIAVENATO, I. Gerenciando com as Pessoas. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005.

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MAXIMIANO, A. C. Administração de Projetos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. ROBBINS, S. P.


Comportamento organizacional. 11. ed. São Paulo: 2008.

BUSKI, C. R. B.; KIEPER, M.; BATIZ, E. C.; MARTÍNEZ, R. C. M. Gestão comportamental na Saúde e
Segurança no Trabalho. CONEPRO-SUL. 3º Congresso de Engenharia de Produção da Região Sul,
Joinville/SC, 2014. Disponível em:

<https://www.researchgate.net/profile/Eduardo_Batiz/publication/327142810_Gestao_comporta
mental_na_Saude_e_Seguranca_no_Trabalho/links/5b7cab204585151fd12685cc/Gestao-
comportamental-na-Saude-e-Seguranca-no-Trabalho.pdf>. Acesso em: 22 de out. 2019.

55
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ohsms?gclid=Cj0KCQjwiILsBRCGARIsAHKQWLN95V7ZPAqmbH7utIk23Q_KfL3DcK_ganzyyHGXzWPO
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<https://monografias.brasilescola.uol.com.br/administracao- financas/o-que-iso.htm>.
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CONCEITO ZEN. Disponível em:< https://www.conceitozen.com.br/diferenca-entre-acidente-e-


incidente-de-trabalho.html>. Acesso em: 22 de out. 2019.

56
Minicurrículo do Professor

Audennille Marinho de Almeida


Mestra em Engenharia Mineral pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Pós-
Graduada em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Faculdade Joaquim Nabuco – FJN. Graduada
em Engenharia de Minas pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE.

Eraldo de Jesus Argôlo


Doutor em Engenharia Química pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Pós-
Graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho pela Faculdade Joaquim Nabuco – FJN. Graduado
em Engenharia Química pela Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP.

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