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Administração em
Bibliotecas
Isabelle Domingos dos Santos
Técnico em
Biblioteconomia
Introdução à
Administração em
Bibliotecas
Isabelle Domingos dos Santos
Curso Técnico em
Biblioteconomia
Educação a Distância
Recife
Design Educacional
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger Secretaria Executiva de
Helisangela Maria Andrade Ferreira Educação Integral e Profissional
Jailson Miranda
Roberto de Freitas Morais Sobrinho Escola Técnica Estadual
Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Diagramação
Jailson Miranda
Gerência de Educação a distância
Catalogação e Normalização
Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)
Sumário
Introdução ................................................................................................................................... 5
REFERÊNCIAS.............................................................................................................................. 40
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de atuação e promove, com excelência, soluções para os(as) seus/suas usuários(as), para os suportes
com que trabalha, para a Unidade de Informação e, consequentemente, para uma sociedade mais
bem informada e igualitária. Vamos lá, então!
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UNIDADE 01 | FUNDAMENTOS DAS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO
Esta Unidade que se inicia representa uma das duas partes que compõem toda a
disciplina, ou seja, serão duas Unidades. Nesta primeira, você terá a oportunidade de conhecer um
pouco sobre os fundamentos das teorias da Administração.
A expectativa é que você possa compreender o máximo possível de tudo o que se explana
aqui, pois estes conhecimentos básicos sobre Administração serão essenciais na sua atividade
profissional, desde o entendimento da estrutura do local de trabalho até o apoio efetivo que você
poderá prestar à Gestão da Unidade de Informação. Além disso, estes conhecimentos podem lhe
garantir mais sucesso no dia a dia das funções e também lhe diferenciar positivamente de outras (os)
profissionais. Por isso, é importante compor à leitura do e-book, as videoaulas e os demais materiais
complementares disponibilizados no Ambiente Virtual de Aprendizagem para um desempenho mais
significativo.
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Antes de partir para as Teorias da administração que tal pensar um pouco sobre o que já
se conhece sobre o assunto? Certamente você já ouviu sobre Administração no seu dia a dia de
formas diferentes e em relação a situações ou coisas diferentes.
ALGUMAS SITUAÇÕES EM QUE VOCÊ PODE TER OUVIDO FALAR SOBRE ISSO:
• Administrar o tempo... (quando se tenta organizar bem as atividades para que elas
possam caber no tempo disponível);
• Administrar a imagem... (quando se escolhe uma roupa e não outra para ir a uma
festa, por exemplo, para parecer elegante, formal, se destacar, ou ser discreta (o);
• Administrar bem um remédio... (quando se fala em aplicar a dose correta de alguma
medicação);
• Administrar uma situação... (quando se fala em saber lidar bem com uma
determinada situação que precise de uma boa saída ou alternativa);
• Administrar empresas ou negócios... (quando se trata de conduzir bem negócios ou
empresas para alcançar bons resultados);
• Administrar bem o salário... (quando se trata de controlar bem o salário que recebe
pagando as contas, suprindo as necessidades básicas como alimentação, por
exemplo, e as possibilidades de investimentos).
Além desses poucos exemplos, você com certeza já ouviu falar sobre Administração em
cenários diferentes e situações bem distintas. Isso porque é evidente que “administrar” é o ato
constante das pessoas, mesmo que elas não tenham entendimento técnico ou teórico profundo
sobre as Correntes Clássicas da Administração como um campo de estudo.
Certamente você já pensou em planejar alguma atividade, passeio, estudo, ou mesmo
planejar a hora de acordar no dia posterior e, assim, implicar diretamente na hora de dormir. Isso,
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sem dúvida é sobre ADMINISTRAÇÃO, só que numa perspectiva bem individual, pessoal e reduzida.
Mas é exatamente o princípio de uma administração mais alargada, com maior amplitude e aplicada
às Organizações, como Bibliotecas e Arquivos, por exemplo.
Se o ponto de partida for o Dicionário da Língua Portuguesa, você verá que ADMINISTRAR
é “gerir, governar, dirigir algo próprio ou não; atuar como administrador(a)”. De um modo simples,
isso diz respeito a ter algum negócio (público ou privado) sob a responsabilidade de um indivíduo ou
grupo de indivíduos, cabendo compreender ainda que para que o negócio funcione bem é preciso
que haja a articulação de um conjunto de fatores que possam proporcionar esse bom funcionamento.
Por sua vez, a Administração seria o “ato, processo ou efeito de Administrar; governo ou gerência de
negócios públicos ou particulares; o modo como se rege”.
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Figura 2: Administrador em uma empresa.
Fonte: encurtador.com.br/blxD0
Descrição da figura: fotografia de um homem administrador negro com cabelo baixo, em traje formal, em pé, com
tablet nas mãos. É visto da cintura para cima. Atrás, embaçado, há uma mulher e um homem sentados à mesa também
em trajes formais.
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são fundamentais para a profissão. Antes de abordar essas teorias, é interessante refletir sobre o
conhecimento técnico profundo que se tem sobre administração.
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Figura 3: variáveis de uma organização e as suas interações.
Fonte: Chiavenato, 2003.
Descrição da figura: Apresentação de um quadro demonstrando a relação que as variáveis de uma Organização: ao
centro está a ORGANIZAÇÃO e ao redor fazendo uma relação complexa de interdependência estão: COMPETITIVIDADE,
PESSOAS, AMBIENTE, TAREFAS, ESTRUTURA, TECNOLOGIA.
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Frederick Taylor propôs a divisão de tarefas e a remuneração financeira como forma de
aumentar a produtividade. Já Henri Fayol defendeu que a lógica deveria ser de cima para baixo, com
a preocupação fundamental voltada para a estrutura organizacional. A teoria da burocracia de Weber
visava a organização da atividade humana e a criação de uma fluidez que ajudasse a instituição a
alcançar seus objetivos, com uma remuneração justa e sem disparidade.
A teoria de Taylor acreditava que a divisão de tarefas poderia ser feita hierarquicamente,
sem a necessidade de as pessoas pensarem, com a lógica de baixo para cima e a remuneração
financeira como incentivo à produtividade. Fayol, por outro lado, defendia uma lógica que poderia
ser por setores, desde que todos integrassem o objetivo maior da empresa, seguindo de cima para
baixo. A teoria de Weber visa a organização da atividade humana, com a criação de uma fluidez que
ajude a instituição a alcançar seus objetivos, com uma remuneração justa e sem disparidade.
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Teoria Administrativa | Henri Fayol
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deveres delimitados por regras e regulamentos, uma hierarquia definida por regras explícitas e as
prerrogativas de cada cargo e função definidas legalmente, recrutamento feito por regras
previamente estabelecidas para garantir igualdade na contratação, remuneração igual para o
exercício de cargos e funções semelhantes, avanço na carreira regulado por normas e uma separação
completa entre a função e as características pessoais do indivíduo que a ocupa.
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PARA SER BEM PONTUAL:
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do profissional). Trata-se da Teoria Geral dos Sistemas que foi pensada e desenvolvida por Ludwig V.
Bertalanffy (ou só Bertalanffy mesmo =D que é esse na imagem abaixo).
Ele percebeu que o mundo é configurado por várias partes, várias estruturas que
compõem um sistema ainda maior que a junção destas partes. Com base nisso propôs algumas
alternativas para compreensão dessa teoria.
Se você começar a avaliar o mundo ao seu redor, perceberá a ligação que as coisas, as
pessoas, os processos, os resultados têm. Por exemplo, quando você precisa se alimentar você busca
algum estabelecimento que trabalhe com os produtos que você deseja adquirir para suprir a sua
fome; correto?
Imagine que em um determinado dia você precisa de dois quilos de feijão, você vai até ao
mercado mais próximo e compra. Trabalho feito com sucesso! Mas imagine que em outro
determinado dia você procura os mesmos dois quilos de feijão não só no mercado mais próximo,
como também em todo o comércio da cidade e não encontra. O que você pode fazer para ter feijão
nesse momento? A resposta é: “praticamente nada”!
Não dá pra plantar feijão quando precisa dele naquele exato momento, nem mesmo se
aprende no cotidiano a cultivar o melhor solo, nem de repente se torna uma(um) especialista em
irrigação adequada, iluminação e temperatura ideais.
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Pois bem, por isso que há uma relação de produção e comercialização antes mesmo de o
feijão chegar até a sua casa: alguém com vastas terras, planta, outra pessoa estuda as caraterísticas
do solo e do ambiente em geral e promove cuidados com a plantação, outra pessoa colhe, outra
embala, outra faz a logística com entrega nos pontos de venda; daí outra pessoa recebe e paga por
ele, outra organiza na loja, outra vende e você compra.
O exemplo do feijão para por aí, mas mesmo depois que você o compra, alguém vai
cozinhar (em panelas que outras pessoas produziram e comercializaram), num fogão, numa casa, com
uso de talheres e pratos, e depois vai naturalmente ser expelido pelo corpo, que vai para um sistema
de esgoto construído e mantido por outras pessoas, e assim por diante.
Você consegue perceber que essa estrutura interliga várias pessoas, vários processos e
vários contextos? Isso mesmo: é uma formação conjunta, com mais de uma pessoa ou instituição
envolvida. É como se houvesse uma teia interligando todo o processo, desde o seu ponto inicial até
o ponto final.
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Quando se fala de uma estrutura com mais de uma unidade envolvida, se fala sobre uma
estrutura com complexidade, um sistema. E essas unidades não são exclusivamente pessoas, mas
também organizações públicas, privadas e outras que nem são públicas nem privadas.
Dos estudos de Bertalanffy em diante, os pensadores e estudiosos da Administração
também perceberam que a as organizações (privadas ou não) são complexos de elementos
interligados com o ambiente (recursos naturais, recursos humanos, recursos materiais, etc.) Assim
sendo, as organizações devem se adaptar ao seu ambiente.
Veja que isso é diferente do que foi visto na Unidade 1, pois nas Teorias Clássicas da
Administração as preocupações das organizações estavam ligadas aos seus processos internos e não
exatamente com o seu meio ambiente (que inclui todo o externo).
A Revolução Industrial (em suas fases) e a Segunda Guerra Mundial auxiliaram no
fortalecimento desse pensamento. E, assim, da mesma forma como você percebeu que o ciclo do
feijão (do nosso exemplo anterior) é composto por diversas partes interdependentes, nessa época os
diversos países compreenderam que dependiam uns dos outros.
E isso deixa mais claro, também, o que tanto se ouve nos jornais do dia a dia falando sobre
importações e exportações de produtos e serviços. Esse entendimento de interdependência deixava
mais evidente as relações entre organizações num todo e partes de uma organização, como uma
brincadeira de “torre de cartas” (se tirar uma, compromete toda a estrutura, pois uma depende
diretamente da outra, e tudo cai).
Perceba como essa explicação potencializa a percepção das relações que você tem com
as empresas, mesmo que indiretamente, pois quando uma empresa ou um grupo de empresas passa
por uma crise, todas as cadeias de produção que ligam aos produtos e serviços são afetadas. E o
consumidor final (que é você) também é afetado, seja no preço final do produto ou na falta dele nas
prateleiras.
Um bom exemplo disso que se está sendo colocado é a Crise Econômica Mundial que
ocorreu entre 2008/2009, que afeta o mundo, as economias dos países até hoje.
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Isso tudo – toda essa carga de informação – pode até assustar um pouco, pois
dilata a visão de mundo que se tem; e caso provoque alguma estranheza, saiba
que isso realmente é compreensível. A dimensão que o mundo tem como
sistema, como algo complexo, certamente é imenso.
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• Gerar e atingir objetivos: estabelece metas e objetivos e implementação de meios
(sistema burocrático, de organização) visando atingi-los;
• Adaptação: organização busca recursos para a sua sobrevivência.
Em especial, a ADAPTAÇÃO nas organizações permite vê-las como “sistemas abertos” que
admitem a entrada de elementos (a “alimentação”) como informação, recursos materiais e humanos,
por exemplo. A partir disso as organizações ofertam os seus serviços e produtos e ponderam as
avaliações dos consumidores; sendo possível corrigir os equívocos e se “retroalimentar”, criando um
processo constante de alimentação, oferecimento, retroalimentação.
Eu sei que é muitaaaa informação, mas faz aquela pequena pausa e volta com todo gás,
beleza?
Em complemento à Teoria dos Sistemas Abertos, a Teoria Contingencial apresenta a
adaptação de forma contínua nas organizações. Isso porque todas as organizações (de qualquer tipo),
precisam estar atentas às novas exigências do mercado, incluindo as questões jurídicas, técnicas,
tecnológicas, e as demais possíveis para que mantenha o nível de competitividade no mercado e até
mesmo aumentar essa potência competitiva. Ou seja, as empresas precisam se reinventar, se reciclar
para manter o seu nível de crescimento.
Se você analisar bem, verá que muitas empresas necessitaram se adaptar após o Covid-
19. Muitas delas que não faziam entregas precisaram adotar o sistema “delivery” para não reduzir as
vendas e manter o nível funcionamento, por exemplo.
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Figura 6: recrutamento online
Fonte: https://factorialhr.com.br/blog/recrutamento-selecao-online/
Descrição da figura: Imagem de uma mulher branca, de camisa branca, fazendo recrutamento online com rapaz branco
de terno azul.
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Ó, pra não deixar você solta/o nessas reflexões, aqui estão alguns materiais que
foram produzidos por pessoas incríveis da área, que tocam exatamente nesses
pontos. Saca só:
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Figura 07: estrutura hierárquica de uma biblioteca
Fonte: http://www.uel.br/bc/home/pages/historico/organograma.php
Descrição da figura: subdivisão da estrutura hierárquica de uma empresa em retângulos verdes, do mais alto cargo ao
mais inferior na linha de comando.
Não há um modelo que possa ser atribuído como único ou mais coerente para as
empresas no geral, pois as condições são distintas de uma para a outra, assim como o ramo de
atuação, os seus produtos ou serviços. Contudo, um caminho possível é compreender o ambiente e
adequar a estrutura da empresa a ele, a este ambiente. É importante destacar que a administração
de bibliotecas deve ser feita com base nessas teorias, mas também considerando as particularidades
da biblioteca em questão e a realidade local. Além disso, é essencial que o gestor esteja sempre
atualizado, participando de eventos e mantendo-se em contato com outros profissionais da área.
Muito bom que você tenha avançado até aqui. Na próxima Unidade vamos conhecer
noções do planejamento estratégico e das teorias comportamentais na organização. Não esquece de
aparecer nos fóruns e de acessar nossas atividades semanais, combinado? Até lá!
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UNIDADE 02 | NOÇÕES DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E DAS TEORIAS
COMPORTAMENTAIS NA ORGANIZAÇÃO
Você avançou mais uma etapa! Parabéns por ter chegado até aqui! Já estamos na segunda
e a última unidade da nossa disciplina. Não se esqueça de assistir também as Videoaulas, pois elas
complementam todo o aprendizado do e-book.
Como o título já prevê, o ponto central da semana de estudos é o PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO e TEORIAS COMPORTAMENTAIS NA ORGANIZAÇÃO.
Agora que você já ouviu nosso Podcast, vamos com tudo na leitura?
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UMA BIBLIOTECA TRAÇOU DOIS GRANDES OBJETIVOS
ESTRATÉGICOS PARA O PERÍODO DE DOIS ANOS:
1. Ampliar a oferta de informações para seu usuário;
2. Ampliar o número de usuários.
Tendo em mente estes dois objetivos, os projetos e ações organizacionais agora têm
um foco determinado.
Para o objetivo 1, pode-se: realizar compra de livros, revistas e mídias digitais. Pode-se
também assinar com bases de dados digitais. Veja que estas ações estão interligadas e juntas darão
mais força para a ampliação da oferta de informações.
Já para o objetivo 2, pode-se: criar eventos de exposição, rodas de leitura, exibição de
filmes, por exemplo.
Veja que se a gestão da biblioteca conseguir realizar estas ações, de fato, vai atrair o
público à biblioteca, possibilitando ampliar o número de usuários.
(SILVA JUNIOR, 2016, p.37)
PLANEJAMENTO
Este é o processo de definir objetivos, atividades e recursos. Neste momento a
organização precisa determinar o que se pretende alcançar. É importante a clarificação dos
objetivos, pois eles devem ser reais e atingíveis, mesmo que não seja algo concreto (físico) a ser
alcançado. É preciso saber, exatamente, o que se pretende alcançar. Com isto, definir as atividades
que precisarão ser executadas para que este objetivo seja atingido de maneira mais eficiente. É
importante, também, identificar os recursos necessários para as atividades que serão executadas.
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Deve ser conduzida por um gestor da organização, mas com a participação direta de colaboradores
de diversos cargos e níveis. No caso de uma Biblioteca seria a(o) Bibliotecária(o) chefe, as(os)
Técnicas(os) em Biblioteconomia e as(os) demais funcionárias(os) da unidade.
ORGANIZAÇÃO
Este é o processo de dispor os recursos em uma estrutura que facilite a realização dos
objetivos. É criar os meios para que as definições do planejamento possam ocorrer. Seja no aspecto
humano ou nos recursos materiais.
EXECUÇÃO
Consiste na realização das atividades conforme planejado, por meio da aplicação dos
recursos tangíveis e intangíveis (que podem ser palpáveis, tocáveis ou não palpáveis, não tocáveis).
É onde todos os envolvidos irão executar as atividades que lhe cabem, dentro do prazo e
expectativa de desempenho definidos. Neste momento, é importante manter o foco no que foi
planejado. De fato, procurar executar a atividade conforme definido nas etapas anteriores, pois,
muitas vezes, no momento da execução as pessoas tendem a deixar de lado o que foi definido e
executar as atividades de maneira aleatória. Depois, vão dizer que o planejamento não dá certo...
Então, procure ser o mais fiel ao planejado.
Mas, e se houver mudanças não planejadas e que requerem modificações nas
atividades? Bom, sobre isto vamos discutir na etapa seguinte.
CONTROLE
No Controle procura-se assegurar a realização de objetivos, através da comparação
entre as atividades realizadas com as planejadas. E se forem requeridas mudanças nas atividades
estas podem ser feitas, mas vale refletir sobre o porquê das mudanças. Será que foi o contexto que
mudou ou que o planejamento inicial não previu muitas coisas? Assim se faz uma checagem para
identificar se as ações executadas estão ocorrendo dentro dos parâmetros determinados e se
outros problemas ou oportunidades não identificadas estão acontecendo. Com isso, podem-se
fazer alterações necessárias para dar andamento às ações.
LIDERANÇA
O papel da Liderança compreende a coordenação, direção, motivação, comunicação
das pessoas para possibilitar a realização dos objetivos organizacionais. Ele é de imensa
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importância. Sem alguém para guiar a organização, os objetivos e as responsabilidades ficarão
confusos, de modo que os resultados alcançados nunca serão os mesmos.
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Figura 8: missão, visão, valores.
Fonte: https://empresasecooperativas.com.br/missao-visao-valores/
Descrição da figura: imagem de três bolas em três cores (vermelho, verde e amarela) com as divisões para as palavras:
Valores, missão e visão
Além disso, as organizações devem configurar a sua VISÃO, MISSÃO e identificar os seus
VALORES.
A VISÃO projeta as pretensões em relação ao mercado como um todo num momento
futuro (por exemplo, em cinco anos oferecer serviços tecnológicos em salas de robótica). Já a MISSÃO
refere-se à razão de ser da organização, com apresentação daquilo que se tem a oferecer ao seu
público (por exemplo, serviços de informação, consulta, pesquisa, salas para reuniões, auditórios para
eventos relacionados à arte e educação, jardins de descanso, etc.).
E por falar nessa variação de serviços possíveis que engloba a missão de uma biblioteca,
convido você a conhecer uma perspectiva possível acerca das bibliotecas e as suas diversas funções,
assim, podendo perceber a potência de uma Unidade de Informação:
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profissional da informação, como também na função da biblioteca em si de armazenadora de
informações e até mais recente na sua função como espaço de exercício cultural e não mais
exclusiva de acesso a informações.
Com a evolução da tecnologia digital e a sua constante inserção no espaço das
bibliotecas, algumas discussões têm ganhado ampla proporção. Alguns defendem o fim próximo
das bibliotecas; outros afirmam que elas já não existem mais e que caminhamos sobre um cemitério
de livros em papel. O fato é que as bibliotecas existem! E mais que isso: elas funcionam! O que não
existe mais são as funcionalidades restritas ao armazenamento e recuperação de informações.
Com o passar do tempo as bibliotecas receberam novas e amplas demandas, o que
naturalmente acarretou (e acarreta) em novas funções aos bibliotecários. Problemas de acesso às
informações foram sendo supridas por tecnologias digitais, e mais precisamente de acesso rápido
e remoto. E isso não sinaliza o fim das bibliotecas, tampouco o fim da profissão do bibliotecário,
mas sim algumas novas atribuições que estes profissionais têm de ser resilientes.
A partir disso, é bem evidente que as bibliotecas não estão se findando, nem se
reduzindo as atividades informacionais. Na verdade as bibliotecas têm ganhado novas funções,
novos formatos, novos desafios e problemas a serem gerenciados com a maturidade que a profissão
de bibliotecário exige. Contudo é inegável que a questão “tecnologia digital” ainda perturba
bastante os profissionais da informação, mas o caminho não pode ser outro: resiliência é a palavra
de ordem.
Não se pode esperar a existência de atividades tecnicistas, como a catalogação em
fichas de papel, quando programas de computador executam a mesma ação de forma mais eficaz
e em um grau de compartilhamento remoto imensamente mais abrangente.
Cabe ao profissional bibliotecário compreender que essas mudanças já estão
ocorrendo, e em uma velocidade indizível. Aquele que não conseguir enxergar a biblioteca como
um espaço complexo, educativo, cultural e digital ficará para trás, será ultrapassado. A biblioteca
com suas novas funções exige visão, exige ação, exige comunicação com outras áreas.
Por ser a profissão naturalmente tecnicista, a Biblioteconomia nunca deixou de
questionar o seu papel efetivo e mais recentemente nas últimas décadas pela grande expansão
informacional tecnológica a busca pelas informações em bibliotecas tem sido menos expressiva. E
isso é um indicativo importante quando analisadas as multifunções que as bibliotecas exercem.
Atualmente, além de serem locais de armazenamento e disseminação de informações,
as bibliotecas também funcionam como espaços de lazer, encontros para reuniões, atividades
profissionais, locais de exercício cultural, exposições, ou até mesmo para alguns, apenas local onde
se acessar wi-fi livre. Algumas bibliotecas vão além dessas funções e possuem hortas, salas de
atividades artísticas e espaços musicais, que é o caso de algumas bibliotecas comunitárias.
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Como você pode perceber, as bibliotecas estão vivas, são organismos vivos na sociedade
e são configuradas como organizações que precisam se direcionar de modo assertivo e consistente,
se apoiando também em princípios fundamentais da administração para a sua organização,
funcionamento e sucesso.
Portanto, é fundamental para as bibliotecas terem um planejamento estratégico bem
definido, que abranja objetivos claros, metas realistas e prazos viáveis, além de uma estratégia de
execução que envolva todos os departamentos e funcionários da biblioteca. Isso garantirá que a
biblioteca atenda às necessidades dos seus usuários e cumpra sua missão de disseminar o
conhecimento e a cultura. Lembre-se de que o planejamento é uma ferramenta essencial para
alcançar o sucesso em qualquer empreendimento, incluindo a administração de bibliotecas. Quando
se analisa a evolução histórica das Bibliotecas como instituições, organizações e equipamentos
sociais, percebe-se que seus objetivos mudaram ao longo do tempo, pois as funções das Bibliotecas
estão diretamente relacionadas ao público, suas necessidades e objetivos sociais. A Biblioteca assume
um papel fundamental no exercício sociocultural das cidadãs e dos cidadãos, incluindo educação,
memória, história, acesso à informação, exercício de coletividade e lazer.
Essa variação de serviços possíveis engloba a missão de uma biblioteca. É importante
conhecer uma perspectiva possível acerca das bibliotecas e suas diversas funções para perceber a
potência de uma Unidade de Informação. A Biblioteca deve ser vista como um espaço democrático
que oferece serviços e informações de qualidade, com acesso para todos. Ela deve ser gerenciada de
maneira eficiente e sustentável, com uma equipe capacitada e tecnologia de ponta, para atender às
necessidades dos usuários e promover a disseminação do conhecimento.
O universo das bibliotecas é composto por diversos aspectos administrativos que são
cruciais para o bom funcionamento dessas instituições. Uma das unidades mais importantes é a
capacidade de gerir o fator humano, o que envolve motivar e oferecer condições favoráveis para a(o)
trabalhadora(or) se sentir satisfeita(o) e executar suas funções de forma eficiente.
Em um mundo cada vez mais informacional, é essencial que as organizações tenham
colaboradoras(es) capazes de identificar e solucionar problemas de forma rápida e eficiente,
utilizando tanto a inteligência emocional quanto a capacidade de análise. Para isso, é importante
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valorizar o trabalho em equipe e incentivar a formação de grupos interdisciplinares, de modo a trazer
perspectivas diferentes para a solução de problemas.
Para que o trabalho em equipe seja eficiente, é preciso que as(os) colaboradoras(es)
estejam satisfeitas(os) e entrosadas(os) com os pares. Para isso, a empresa precisa manter um
modelo de gestão favorável, oferecendo benefícios que vão além da remuneração, como boas
condições de trabalho e incentivos sociais e psicológicos.
Os estudos sobre motivação no trabalho passaram a focar na investigação sobre o que
instiga as pessoas a agirem para obtenção de um melhor desempenho das capacidades humanas nas
organizações. Um dos estudos precursores sobre o tema foi o de Maslow (1943) sobre o
entendimento e as formas de motivação humana para a gestão de pessoas e a busca por eficiência
na organização.
Maslow afirma que a motivação do indivíduo depende do atendimento às necessidades
humanas. Primeiro das mais básicas, depois das mais complexas.
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necessidades sociais. Depois, procura ser respeitado e se sentir importante dentro destes grupos, que
são as necessidades de estima. E por fim, no topo da pirâmide, são as chamadas necessidades de
autorealização, poder fazer e sentir-se bem com suas próprias escolhas.
Ao observar a pirâmide por completo, percebe-se que o indivíduo tem necessidades
ligadas ao ego, ao desenvolvimento pessoal e à sua realização. E, ao buscar sua autorealização, o
indivíduo é capaz de se envolver mais com o trabalho e assim passa a vê-lo como o seu principal meio
de inserção na sociedade, dando o sentido para as suas ações e sendo a medida do seu valor social.
Mais tarde o autor Frederick Herzberg formulou a Teoria dos Fatores Motivacionais e
Higiênicos. Ele realizou pesquisas e entrevistas com contadoras(es) e engenheiras(os) para descobrir
quais fatores as(os) fariam gostar ou desgostar dos seus trabalhos e concluiu que aquelas(es) que
gostavam do trabalho atribuíam esta situação à realização, reconhecimento, responsabilidade e
promoção. Em contrapartida, aquelas(es) que não gostavam do que faziam indicaram como causa a
supervisão cerrada, a falta de unidade da supervisão e as poucas condições de trabalho.
VOCÊ SABIA?
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Figura 10: fatores de Herzberg.
Fonte: encurtador.com.br/duwWZ.
Descrição da figura: duas colunas, lado a lado, a primeira listando os fatores motivacionais e a da direita listando os
fatores higiênicos. Abaixo de cada uma das colunas há um eixo indicando a variação para a não satisfação e a satisfação.
A Teoria dos Fatores de Herzberg mostra que devem ser dadas responsabilidades à(ao)
colaboradora(or), a fim de ela(e) se interessar pelo trabalho. Teoria esta que se opõe à Escola Clássica,
em que o indivíduo deveria apenas executar as tarefas dadas. Logo, quando a(o )colaboradora(or) é
convidada(o) a ser um pouco mais autônoma(o) no seu trabalho, ela(e) acaba se identificando mais
com sua função e assim com sua empresa como um todo.
Outro autor chamado McGregor (1999) propôs dois pressupostos sobre a natureza
humana e afirmou que as motivações correspondem a diferentes estilos de liderança. Na concepção
da Teoria Y revela o fato de que a colaboração humana na organização é a capacidade das(os)
gestoras(es) em descobrir como as(os) colaboradoras(es) podem contribuir da melhor maneira nas
organizações.
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Figura 11: Douglas McGregor
Fonte: https://www.eximia.co/a-dificuldade-do-trabalho-remoto-e-as-teorias-x-e-y-de-douglas-mcgregor/
Descrição da figura: Imagem de Douglas McGregor com terno e sorrindo.
Quadro 2: Teoria X e Y
Fonte: baseado nos estudos de McGregor (1999).
Descrição: Cada colina apresenta 4 linhas contendo informações sobre as teorias X e Y.
Relacionando a motivação à liderança e ainda sobre forte influência das escolas clássicas
da administração, McGregor afirmou que:
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Uma das tarefas essenciais dos dirigentes é organizar o esforço humano a serviço dos
objetivos organizacionais. Nesta visão, uma gestão eficiente é hábil em prever e orientar o
comportamento humano. Afirma que a maior parte dos indivíduos deseja a aprovação social dos
grupos informais e desistirá de incentivos econômicos para satisfazer tal necessidade. Um bom plano
de estímulo individual poderá permitir um aumento moderado de produtividade, mas alerta que
também pode gerar atitudes defensivas por parte dos empregados. Esta dificuldade é gerada pela
escolha errada dos métodos de controle, pois a ênfase na autoridade como método de influência
torna difícil a aceitação dos subordinados ao chefe (MCGREGOR, 1999).
Diversas (os) autoras (es) e linhas de pensamento contribuíram para teorizar o que é
motivação no ambiente de trabalho, sendo assim um modelo motivacional não pode ser visto com
uma teoria isoladamente. Pois ao determinar um sistema administrativo, uma empresa deve
considerar a associação entre as pessoas na organização, suas potencialidades, seus motivos e
desejos; as tarefas organizacionais; o ambiente externo, a organização e as exigências que ele a faz;
e a cultura organizacional, determinado pelo estilo de gestão e estrutura da organização.
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esperam das (os) colaboradoras(es), criando condições para que o desenvolvimento profissional e
pessoal delas(es) aconteça.
VOCÊ SABIA?
Chris Argyris foi um psicólogo americano, professor de Harvard, considerado
uma autoridade mundial na área de comportamento organizacional. Ele foi o
precursor do
conceito de aprendizagem dupla, base para que as empresas aprendam
continuamente. Saiba mais em
www.historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/44-chris-argyris.
Argyris (1992) afirma que a organização precisa incentivar a participação dos indivíduos
nas decisões, integrando os diferentes grupos da organização, a fim de permitir uma integração
horizontal. Este modelo ajuda o ser humano a intensificar seu próprio desenvolvimento no cargo e a
criar organizações com boa capacidade de analisar problemas, sendo por fim, mais eficientes. O que
também permite mais ajustes em processos de ação e inovações.
Por fim, um último desafio propositivo de reflexão para que você avalie ainda mais e faça
as suas análises específicas:
PARA PENSAR:
Como você analisa sua motivação para desenvolver atividades como
Técnica(o) em Biblioteconomia? Quais as ações que te ajudariam a se manter
motivado e quais ações você faria para auxiliar na motivação?
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Figura 13: Técnicos (a) em biblioteca em momento descontraído.
Fonte: https://www.cps.sp.gov.br/projeto-biblioteca-ativa-agrega-comunidade-escolar-em-tempos-de-pandemia/
Descrição da figura: Imagem de um rapaz de costas e uma moça sorridente num ambiente de biblioteca.
Deixa de aparecer não, yoda nossa equipe ficará bastante feliz em te ajudar!
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CONCLUSÃO
O objetivo desta disciplina foi discutir os conceitos de administração no contexto do
trabalho do Técnico em Biblioteca. Para isso, foram abordadas as teorias da administração, que
forneceram uma visão sobre as primeiras ações organizacionais estruturadas, bem como sobre o que
se pensa e se faz atualmente em relação à administração.
Ao estudar o planejamento estratégico e suas ferramentas, bem como as teorias
comportamentais dentro das organizações, notamos que a administração vai além de uma
abordagem tecnicista, envolvendo a gestão, a articulação da estrutura humana e material, e requer
habilidades intelectuais.
Esperamos ter despertado em vocês a curiosidade sobre este tema fascinante. Como
futuros profissionais da informação, Técnicos em Biblioteconomia, é fundamental que desenvolvam
suas capacidades teóricas e práticas para aplicar na vida profissional. Cada um de vocês tem um papel
importante a desempenhar nessa jornada, e esperamos ter indicado o caminho para o seu sucesso.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2010: características
gerais da população, religião e pessoas com deficiência. 2010. Disponível em:
http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/94/cd_2010_religiao_deficiencia.pdf. Acesso
em: 10 out 2019
BRASIL. Lei nº 4.084 de 30 de junho de 1962. Dispõe sobre a profissão de bibliotecário e regula seu
exercício. Brasília, 1962. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-
1969/L4084.htm. Acesso em: 10 mar. 2020.
CARVALHO, D. O. As Bibliotecas e suas diversas funções. Revista Biblioo. v. 6, 2016. Disponível em:
https://biblioo.cartacapital.com.br/as-bibliotecas-e-suas-diversas-funcoes/. Acesso em 30 abr. 2020.
DRUCKER, Ferdinand P. A Profissão de Administrador. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 1998.
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2000.
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http://www.brapci.inf.br/index.php/res/v/2443. Acesso em: 29 abr. 2020.
RADOS, G. J. V.; VALERIM, P.; BLATTMAN, U. Valor agregado a produtos e serviços de informação.
Informativo CRB 14/ACB, Florianópolis, v. 9, n. 1, p. 11-12, jan./mar. 1999.
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MINICURRÍCULO DO PROFESSOR
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