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Aula 5
Alinhamento entre a gestão de pessoas
e a estratégia organizacional
Meta
• Apresentar uma das principais funções do gestor escolar: alinhar o trabalho das
pessoas da escola às estratégias ou políticas organizacionais (governamentais
ou do SESI).
Objetivos
Após o estudo desta aula, você deverá ser capaz de:
1. distinguir as estratégias e políticas organizacionais (MEC, Secretaria
de Educação, SESI) das estratégias de gestão de pessoas no contexto
da cada escola;
2. identificar o papel do gestor no desdobramento das estratégias globais da
organização (governo e SESI) para a instância escolar.
Saiba mais
Lembre-se de que você tem uma disciplina, no seu curso, denominada “Gestão Estratégica”; então,
caso precise de mais informações sobre o tema, é só acessar o seu livro.
Muitas vezes, o gestor da escola, se sente em um tabuleiro de xadrez, não é?! Onde
ele não define as regras e, ainda, só joga com alguns poucos peões. Provavelmente, isso
acontece porque as regras da educação brasileira são definidas em outra instância,
algumas vezes, bem distante da realidade das escolas propriamente ditas.
Claro que “traduzir” algumas das políticas governamentais para educação para o
contexto da sua escola não deve ser nada fácil, estou certa?
Primeiro, você precisa se perguntar: que tipo de organização é essa na qual eu
trabalho? É importante que conheçamos, primeiro, o tipo de organização na qual
atuamos. Isto é, se a sua organização é uma escola, então, é bom que você conheça
algumas características básicas de uma burocracia profissional.
Mas o que vem a ser uma burocracia profissional?
É um tipo específico de organização, normalmente universidades, hospitais e,
também, as escolas, principalmente as públicas, embora não estejamos excluindo as
particulares. O que diferencia este tipo de organização das demais?
Yoshi Aka
Pergunta: Como você lida com esses problemas no dia a
dia?
Tudo bem; você pode responder só para você mesmo!
Saiba mais
O PDE tem o objetivo de efetivar os compromissos e metas estabelecidas no Plano Nacional de
Educação (PNE - instituído pela Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001) através de um regime de
colaboração e compromisso entre a União, os estados e os municípios, além da participação da
sociedade civil, em relação ao cumprimento das metas para a educação. O PNE define as diretrizes
gerais para a educação brasileira e o PDE estabelece os mecanismos concretos, baseado nos planos
do governo para colocar em prática os direcionamentos e objetivos apontados no PNE. O texto
integral da Lei nº 10172, que instituiu o PNE, está no site http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/leis_2001/l10172.htm. A relação completa dos programas do PDE pode ser encontrada no site
http://planipolis.iiep.unesco.org/upload/Brazil/BrazilGuiadosProgramasdoMEC.pdf, e um livro
que oferece informações detalhadas sobre o PDE, “Compromisso Todos pela Educação”, também
pode ser acessado no site http://sceweb.mec.gov.br/termo/action/livreto.pdf.
Atividade 1
Relacione algumas das políticas governamentais ou macro-organizacionais para educação (como
uma política da Rede SESI, por exemplo) àquelas que foram operacionalizadas na sua escola.
RESPOSTA COMENTADA
É provável que você tenha pensado no Projeto Pedagógico da sua escola, quando lembrou que a
última política governamental (mesmo do SESI) para educação é a “qualidade do ensino”, pois
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9.394/94 – em seu artigo 12, informa que
os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino,
devem elaborar e executar sua proposta pedagógica no sentido de atender as diretrizes do sistema
nacional de Educação e, ao mesmo tempo, atender as necessidades locais e específicas da escola
e, particularmente, à comunidade da escola. É através do projeto pedagógico, instrumento e
processo de organização da escola, que são desenhadas as estratégias da escola para atingir as
macroestratégias do SESI ou do MEC. É o projeto pedagógico que, de forma sistematizada, diz ao
gestor como enfrentar os desafios do cotidiano da escola. O modo como você operacionaliza o
seu projeto pedagógico ou outras ideias na sua escola são maneiras de transformar as políticas
organizacionais ou macro-organizacionais em realidade. Você deve ter inúmeros exemplos dessas
políticas.
• Como o gestor pode transformar estas políticas públicas, mais precisamente, os planos
governamentais, as estratégias governamentais, em estratégias operacionais da sua escola?
• Quais dificuldades devem ser enfrentadas pelo gestor escolar para definir as estratégias
operacionais de sua escola quando ele deve seguir as metas estabelecidas seja pelo MEC ou pelo
SESI Nacional, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)?
• Quais as primeiras práticas organizacionais que o gestor deve efetivar para adaptar as estratégias
governamentais e as políticas públicas ao seu contexto escolar específico?
Podemos relacionar, pelo menos, duas questões que devem ser encaradas pelos
gestores no que diz respeito ao seu contexto escolar para o alcance da melhoria da
qualidade de educação brasileira e que também são fatores limitadores da ação dos
diretores de escola:
a. A infraestrutura, ou seja, as condições que podem viabilizar a concretização
da meta proposta, que vão desde a quantidade e qualidade dos professores
disponíveis à própria estrutura física da escola, com bibliotecas, salas de
leitura, áreas de lazer, seus equipamentos, tais como computadores etc;
b. A dupla e, às vezes, tripla jornada dos professores que trabalham em duas ou
três escolas para obtenção de um salário que possa garantir suas condições
de vida.
É preciso lembrar que esta ferramenta é de auxílio para que o gestor possa ter
uma alternativa para priorizar as suas ações e de sua equipe ou distribuir a resolução
de problemas entre esta equipe, de acordo com sua ordem de prioridade.
Tabela 5.2: Exemplo prático de problemas que poderiam acontecer em uma escola da Rede SESI, para ao
quais você poderia usar a Matriz GUT para começar a tomar decisões.
Saiba mais
A Aula 5, Priorizando problemas em processos, da disciplina “Gestão de Processos”, apresenta a
Matriz GUT de forma mais abrangente e detalhada.
Saiba mais
A pesquisa “Education at a Glance 2010 OCDE - Nota para o Brasil” reúne informações dos 31 países
da OCDE – Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, República Tcheca, Dinamarca, Finlândia,
França, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Itália, Japão, Coreia, Luxemburgo, México,
Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, República Eslovaca, Espanha, Suécia, Suíça,
Turquia, Reino Unido e Estados Unidos e de mais oito países convidados: Brasil, Federação
Russa, Estônia, Eslovênia, Israel, China, Índia e Indonésia. A pesquisa completa pode ser obtida,
gratuitamente, no site http://www.oecd.org/dataoecd/45/39/45926093.pdf.
Que tal relacionar alguns desses dados no seu relatório e comparar com os dados
da sua escola? Comparar por turmas da pré-escola, do ensino fundamental (1º ao 5º
ano), das séries finais (6º ao 9º ano). Que tal perguntar a si próprio e ao seu grupo de
trabalho na sua escola: Como esperar bons desempenhos nacionais ou internacionais
se não vivemos sob as mesmas condições?
O gestor da escola também pode lembrar aos estrategistas (pensando no exemplo
da Rede SESI), definidores dos índices de desempenho que devem ser alcançados, que,
para garantir resultados, a área de recursos humanos, o próprio diretor da escola,
precisa atuar de forma proativa e empreendedora e que, exatamente por ter uma
visão fortemente focada nas necessidades da sua organização, ele precisa de mais
pessoal especializado, mais professores.
O gestor deve munir-se de informações, tais como as características das escolas
da mesma cidade, as características da escola da Rede SESI com melhor desempenho
Que tal dar uma olhadinha
no país, as características das escolas, em geral, com melhor desempenho no país,
nas suas aulas de Liderança
as competências que a sua própria escola já possui, os serviços que já oferece e as e Comportamento
necessidades e expectativas dos clientes/usuários da escola. Idealmente, o gestor Empreendedor? Lá, você
também deve apresentar uma planilha de custos e de ganhos em termos de serviços encontrará exemplos
a médio e longo prazos, mostrando que resultados a escola pode oferecer para a Rede de como estabelecer
SESI, por exemplo, bem como uma lista de indicadores que podem ser monitorados indicadores e como usá-los.
para a verificação do alcance (ou não) dos objetivos estabelecidos pela escola.
Atividade 2
1. Como aquelas políticas governamentais ou macro-organizacionais (como uma política da Rede
SESI, por exemplo) para educação que você relacionou na Atividade 1 foram operacionalizadas na
sua escola?
2. Quais os principais problemas organizacionais que a sua escola teve que enfrentar para tentar
alcançar as metas propostas pelas macroestratégias governamentais ou do SESI? Quais foram os
principais fatores limitadores da sua ação enquanto diretor da escola?
RESPOSTA COMENTADA
Provavelmente, são inúmeras as políticas organizacionais para educação que você operacionalizou
na sua escola. Mas suponhamos que, para atingir a “qualidade do ensino” proposta pelo Governo
ou para aumentar o número de alunos na sua escola, você elaborou um projeto pedagógico que
envolveu toda a comunidade diretamente na rotina da escola, como, por exemplo, um pai ou
mãe de cada estudante ser responsável, uma vez por ano, pela limpeza da escola ou por uma
tarde de aula de reforçoetc. Ainda, que para aumentar a quantidade de alunos na Rede SESI, você
procurou a prefeitura do seu município, descobriu o número de alunos em cada uma, mapeou
por série, descobriu a quantidade de vagas que a prefeitura vai ter que oferecer no ano seguinte
e decidiu oferecer, em parceria com a prefeitura, mais vagas na escola SESI. O SESI entra com as
vagas e a prefeitura com o transporte. Quanto aos fatores limitadores: será que a quantidade de
professores que você tem é suficiente? E o acesso aos dados da prefeitura? Será que o município
vai disponibilizar transporte para os estudantes mais distantes? O SESI vai se interessar por esta
sua medida para operacionalizar as estratégias?
Saiba mais
Sobre recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento, ver Aula 3.
Futuro/estratégico
foco
Administração Administração da
de Estratégia transformação e
de Recursos da mudança
Humanos
Processo Pessoal
Administração da Administração da
infraestrutura da contribuição dos
empresa funcionários
Cotidiano/Operacional
Foco
Figura 5.1: Os quatro papéis da Gestão de Pessoas. São papéis que exigem do gestor da escola novas
maneiras de pensar e fazer a gestão de pessoas.
Fonte: ULRICH, 2002.
Para a análise qualitativa, o gestor deve levar em conta todas as características dos
trabalhos que necessitam ser realizados; assim, deve começar a partir da descrição
das atividades, tarefas, funções e cargos a serem exercidos15:
Bibliografia consultada
1
MEC (Ministério da Educação). Protocolo de compromisso que entre si fazem o Ministério da
Educação, o Ministério do Trabalho e Emprego, o Ministério da Fazenda, a Confederação Nacional
da Indústria, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e o Serviço Social do Comércio, 2008.
Disponível em http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/protocolocni.pdf.
2
KATZ, R. L. Cases and Concepts in Corporate Strategy. New Jersey: Prentice-Hall Inc., 1970.
3
MINTZBERG, H. Opening up the definition of strategy. In: QUINN,J.B.; MINTZBERG, H.; JAMES,
R.M.(Ed.). The Strategic Process: concepts, contexts and cases. New Jersey: Prentice-Hall Inc.,
1988.
4
OLIVEIRA, Ricardo G. As Novas Estratégias das Empresas Privatizadas do Setor Elétrico
Brasileiro. Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE/UFRJ, 1999.
5
SOUZA, Bartolomeu José Ribeiro de. Os planos e a gestão da educação básica no Brasil:
o PDE em análise. Associação Nacional de Política e Administração da Educação – ANPAE.
Vitória/ Espírito Santo, 2009. Disponível em http://www.anpae.org.br/congressos_antigos/
simposio2009/49.pdf.
6
SAVIANI, Demerval. PDE só acontece com colaboração de gestores. Revista Nova Escola, n.
3, ago/set, 2009. Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/pde-
esta-cada-escola-500794.shtml.
7
IDEB 2005, 2007, 2009 e projeções para o Brasil. Disponível em http://sistemasideb.inep.gov.
br/resultado/.
8
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n. 3, ago/set, 2009. Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/
pde-esta-cada-escola-500794.shtml.
100 Oliveira, S. R., Moraes, J. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: SESI/UFF, 2011.
Aula 5 – Alinhamento entre a gestão de pessoas e a estratégia organizacional
9
MARANHÃO, Mauriti e MACIEIRA, Maria Elisa. O processo nosso de cada dia: modelagem de
processos de trabalho. Rio de Janeiro: Editora Qualitymark, 2004.
10
ARAÚJO, Felipe. Brasil tem 35,6 alunos por professor: proporção é a maior entre os países
pesquisados. Jornal Em Frente. 2004
11
BORGES, Priscilla. Número de alunos por sala cai, mas não qualifica boa Educação. Clube
Inteligente. Set., 2010. Disponível em http://www.clubeinteligente.com.br/2010/09/numero-
de-alunos-por-sala-cai-eag-2010.html.
12
SAVIANI, Demerval. PDE só acontece com colaboração de gestores. Revista Nova Escola, n.
3, ago/set, 2009. Disponível em http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/pde-
esta-cada-escola-500794.shtml.
13
ULRICH, Dave. Os campeões de recursos humanos. São Paulo: Editora Futura, 2002.
14
TACHIZAWA, Takeshi; FERREIRA, Victor C. P. e FORTUNA, Antônio A. M. Gestão com pessoas:
uma abordagem aplicada às estratégias de negócios. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004.
15
TACHIZAWA, Takeshi; FERREIRA, Victor C. P. e FORTUNA, Antônio A. M. Gestão com pessoas:
uma abordagem aplicada às estratégias de negócios. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004.
Oliveira, S. R., Moraes, J. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: SESI/UFF, 2011. 101
102 Oliveira, S. R., Moraes, J. Gestão de Pessoas. Rio de Janeiro: SESI/UFF, 2011.