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APRESENTAÇÃO
Para atingir esses objetivos, é necessário adotar métodos inovadores, de baixo custo,
que disseminem, para todos os professores, os conhecimentos básicos para a gestão
democrática da escola.
Por esta razão, a Secretaria Municipal da Educação e Cultura organizou, este ano,
um programa de capacitação em Gestão Escolar utilizando tecnologia de Educação a
Distância, mas também possibilitando a todos que ainda tenham limitação de acesso
à Internet a possibilidade de receber os conhecimentos e participar.
O curso tem a duração equivalente a 80 horas/aula. Para que você possa fazer uma
estimativa, imagine estudar uma média de 15 páginas de conteúdo por dia. São
páginas curtas, de texto leve, ilustradas, preparadas para proporcionar a você uma
leitura confortável e de qualidade. E você poderá cursá-las seguindo seu próprio
ritmo, de acordo com os dias e horários que lhe sejam mais convenientes.
O conteúdo do curso foi elaborado especialmente para você, por uma equipe de
doutores do curso de Mestrado em Educação da UNEB, colegas que conhecem
profundamente a realidade da nossa rede.
A UNICED realizará cinco (5) Encontros Presenciais, em caráter opcional, com uma
equipe de tutores, para que você esclareça dúvidas sobre os conteúdos do Curso.
EQUIPE UNICED
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SUMÁRIO
Glossário................................................................................................................... 127
Referências................................................................................................................128
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Módulo 3: O Planejamento e os Instrumentos de Gestão Escolar
Assunto 3.1. O Planejamento Na Escola
Unidade: 3.1.0 Introdução
Olá, caro(a) aluno(a). Bem-vindo(a) a mais uma etapa do curso Gestão Escolar!
Parabéns por ter concluído com êxito as atividades finais do Módulo 2 e ter se
habilitado para o próximo módulo. Reafirmamos a nossa alegria por tê-lo(a) conosco.
Após concluir a unidade anterior (Aplicando o conhecimento), você fez uma visita à
rua da escola e acessou este módulo - O Planejamento e os Instrumentos de
Gestão Escolar para continuar o curso. Vamos retomar alguns pontos para
relembrá-lo(a).
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APRESENTAÇÃO PANORÂMICA
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Módulo 3 - O Planejamento e os Instrumentos de Gestão Escolar
COMENTÁRIOS
Continue mantendo o seu ritmo de estudo e fique atento (a) ao cronograma do curso.
O seu interesse, motivação, persistência são os principais ativos para o sucesso.
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Para presenteá-lo(a), selecionamos, para você, um material interessante sobre a
Cidade do Salvador, como já foi feito na unidade Introdução (assunto Contexto Legal
e Normativo, módulo 1) e na unidade Introdução (assunto As políticas Públicas
para a Educação , módulo 2). Lembra-se?
CONVITE
E quando a viola geme nas mãos do seresteiro na rua trepidante da cidade mais
agitada, não tenha, moça, um minuto de indecisão .Atende ao chamado e vem. A
Bahia te espera para sua festa quotidiana. Teus olhos se encharcarão de pitoresco,
mas se entristecerão também ante a miséria que sobra nestas ruas coloniais onde
começam a subir, magros e feios, os arranha-céus modernos.
...................................................................................................................
Os saveiros abrirão as velas e rumarão para o mar largo de tempestade. Do forte
velho virá música antiga, valsa esquecida que só o ex-soldado recorda.Os ventos de
Iemanjá serão apenas uma doce brisa na noite estrelada.O rio Paraguaçu murmurará
teu nome e os sinos das igrejas de repente tocarão Ave-Maria apesar de que o
crepúsculo já passou com sua desesperada tristeza.
.......................................................................................................................
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Vem e serei teu cicerone. Juntos comeremos no Mercado sobre o mar o vatapá
apimentado e a doce cocada de rapadura. Serei teu cicerone. Mas, não te levarei
apenas, aos bairros ricos, de casas modernas e confortáveis, Barra, Pituba,
Graça,Vitória, Morro do Ipiranga. Em ônibus superlotados iremos à Estrada da
Liberdade, bairro operário onde descobrirás a miséria oriental se repetindo nos
Casebres das ”invasões“ Massaranduba, Coréia, Cosme de Farias, Uruguai, iremos
aos cortiços infames, cruzaremos as pontes de lama dos Alagados.
Esse é bem um estranho guia, moça. Com ela não verás apenas a casca amarela e
linda da laranja. Verás igualmente os gomos podres que repugnam ao paladar. Porque
assim é a Bahia, mistura de beleza e sofrimento, de fartura e fome. De risos álacres e
de lágrimas doloridas.
Quando a viola gemer nas mãos do seresteiro, nascido na Bahia e cheio de sua
poesia, não reflitas sequer. A beleza habita nesta cidade misteriosa, moça, mas ela
tem uma companheira inseparável que é a fome.
..................................................................................................................................
Se és apenas uma turista ávida de novas paisagens, de novidades para virilizar um
coração gasto de emoções, viajante de pobre aventura, rica, então não queiras esse
guia. Mas se queres ver tudo, na ânsia de aprender e melhorar, se queres realmente
conhecer a Bahia, então, vem comigo e te mostrarei as ruas e os mistérios da cidade
do Salvador, e sairás daqui certa de que este mundo está errado e que é preciso
refazê-lo para melhor. Porque não é justo que tanta miséria caiba em tanta beleza.
AMADO. Jorge. Bahia de Todos os Santos. São Paulo. Livraria Martins Fontes,1970,
p.15-17.
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Texto 2
Dorival Caymmi
1 - Tipos de organização
2 - Do planejamento educacional ao planejamento da escola
Agora que você já sabe o que vai aprender, vamos à próxima unidade deste assunto.
Desejamos que você alcance os objetivos a que se propôs ao ingressar no curso.
Até lá!
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Módulo 3: O Planejamento e os Instrumentos de Gestão Escolar
Assunto 3.1. O Planejamento Na Escola
Unidade 3.1.1.Tipos De Organização
l
Olá, colega professor(a).
Esperamos que você tenha se deleitado com o texto Convite, do escritor Jorge
Amado (1912-2001) e cantado a canção Você já foi à Bahia? do compositor Dorival
Caymmi (1914). São duas manifestações de amor a Salvador, mas são o
reconhecimento da sua dura realidade. É neste clima de celebração à cidade, que
iniciaremos o nosso estudo.
Você já conhece o roteiro que irá seguir neste módulo. Vamos começar a percorrer
os caminhos da Unidade Tipos de organização, no âmbito do assunto O
Planejamento na Escola.
APRESENTAÇÃO PANORÂMICA
11
características extraídas da mesma fonte, ou seja, das organizações administrativas.
É disso que vamos tratar neste momento inicial desta unidade.
Reflita um pouco...
CURIOSIDADES
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muito, relacionamos todas as instituições; nos demais grupos, apenas os
resultados da confiança do jovem na escola.
Confio muito:
Poder Judiciário - 1.7 %
Família – 80.7%
Escola – 11.9%
Meios de Comunicação – 8.85
Partidos políticos – 0.5%
Instituições religiosas – 18.8%
Congresso Nacional- 1.5%
Confio
Escola – 59%
Confio pouco
Escola- 23.5%
Não confio
Escola- .5%
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TEORIA
Tipos de organizações
passos.
Organização hierárquica
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Após cursar os módulos anteriores, você pode afirmar que as organizações
educacionais, em nosso país, sofreram forte influência da teoria tradicional de
organização hierárquica, seguindo, durante muito tempo, esse tipo de teoria.
Organização aberta
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A escola passa por uma transição do modelo de administração e nesse processo de
transição é importante identificar as características de um ou de outro modelo de
organização. Atualmente procura-se investir e incentivar formas de gestão escolar
baseadas em grupos e equipes de trabalho (conselhos escolares), aproximando a
escola do modelo de organização aberta dotada de flexibilidade e
conseqüentemente maior grau de responsabilidade para os atores que nela atuam.
De outra parte, é importante considerar que “em qualquer estrutura, certa parcela de
hierarquia será necessário tanto a cada um dos membros como à organização inteira”
(Drucker, 1998, p.562).
Quadro esquemático
Para organizar seu conhecimento, analise a figura abaixo que demonstra os tipos
de organização que influenciam a organização da escola e, conseqüentemente, o
seu planejamento.
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Figura 1 – Influência das organizações administrativa na escola
PONTOS PRINCIPAIS
Com base na revisão feita nesta unidade, já podemos acessar a próxima etapa de
estudo. Você terá, então, à sua disposição a unidade Do planejamento
educacional ao planejamento da escola.
Espere um pouco...
“Há dois aspectos que a escola pode desenvolver e para os quais eu acho que ela
não tem, ainda, substituto: um é o fato de ser o espaço das relações- as relações
que as crianças e os adolescentes travam entre si e com os adultos- e o outro é ser
um espaço de crítica muito importante.”
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Módulo 3: O Planejamento e os Instrumentos De Gestão Escolar
Assunto 3.1. Planejamento Na Escola
Unidade 3.1.2. Do Planejamento Educacional ao Planejamento Da Escola
Você está chegando da sala de aula e, no quadro de avisos, acessou esta unidade
depois de concluir o estudo da unidade anterior Tipos de organização, onde
conheceu o que é uma administração administrativa. Vamos percorrer, agora, os
conteúdos selecionados para esta unidade com vistas a estabelecer a relação desses
conceitos com escola.
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APRESENTAÇÃO PANORÂMICA
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Novas concepções do planejamento em educação
20
Um marco do novo processo de planejamento no Brasil decorre da Conferência
Mundial de Educação para Todos (Tailândia) sobre a qual já falamos na
unidade Fenômenos que influenciaram mudanças na educação, passo 5,
assunto Reformas educacionais e a democratização da gestão da
educação, módulo2 . Essa Conferência promoveu, na agenda das políticas
educacionais dos países em desenvolvimento, na década de 1990, grande
influência. No caso do Brasil, tal influência ficou devidamente marcada a partir
do amplo processo de debates, encontros e seminários que dariam suporte à
elaboração do Plano Decenal de Educação para Todos.
TEORIA
21
O planejamento estratégico no âmbito da escola
22
Caracterizando o planejamento
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Caracterizando o planejamento estratégico
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(p.43). No caso da organização da escola, é importante considerar alguns
aspectos no processo de planejamento, tais como, “buscar parceiros, articular
os diferentes atores durante os processos de criação e escolha das estratégias,
descobrir novas alternativas, ampliar os meios para atender às necessidades
do setor” (PARENTE, 2001, p. 43).
Sintetizando...
ASPECTO PLANEJAMENTO
TRADICIONAL ESTRATÉGICO
Curto prazo Longo prazo
AMPLITUDE Setorial Global
Plano Missão
Centralizado Participativo
CONDUÇÃO Rígido Ajustável
Impositivo Negociação
Harmonia social Conflito
DINÂMICA Manutenção Mudança
Processo Processo técnico e político
Técnica
Observadores Participação
ATORES Executores Co-executores
Especialistas Facilitadores
CURIOSIDADES
Arte na escola....
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Ao entrar em contato com a obra de arte, o aluno desenvolve a sua
capacidade crítica e estabelece uma relação de aprendizagem com o que
vê/ouve.
“Não vês que o olho abraça a beleza do mundo inteiro?(...) É janela do corpo
humano, por onde a alma especula e frui a beleza do mundo, aceitando a
prisão do corpo que, sem esse poder, seria um tormento (...) Ó admirável
necessidade! Quem acreditaria que um espaço tão reduzido seria capaz de
absorver as imagens do universo? (...) O espírito do pintor deve fazer-se
semelhante a um espelho que adota a cor do que olha e se enche de tantas
imagens quantas coisas tiver diante de si.”
PONTOS PRINCIPAIS
Espera-se que você tenha aproveitado ao máximo. Agora é hora de uma pausa
nos estudos. Caminhe um pouco, respirando e com consciência corporal, isto
é, procurando perceber como está o seu corpo. Procure relaxar, conectando-se
com sua respiração. Assim que se sentir apto(a) e revigorado(a) retorne ao
estudo da nossa próxima unidade.
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Módulo 3: O Planejamento e os Instrumentos De Gestão Escolar
Assunto 3.2. Os Instrumentos Da Gestão Escolar
Unidade 3.2.1. O PPP – Projeto Político-Pedagógico Da Escola
Vamos percorrer juntos os caminhos que nos levarão a entender o PPP como
um instrumento e um mecanismo de construção da identidade e da
autonomia da escola.
Para refletir....
APRESENTAÇÃO PANORÂMICA
27
Para responder a esta questão, devemos lembrar que a escola é um espaço
de mediação de conflitos. Nela estão presentes diversos interesses e
diferentes forças sociais, e é no embate entre as idéias conservadoras e as
transformadoras que a escola educa as novas gerações. Como você deve
estar lembrado(a), já tratamos deste conteúdo nas unidades do assunto A
função social da escola e suas inter-relações ( Módulo 2) .
O PPP é, sem dúvida, uma inovação que vem sendo implantada nas escolas
públicas com uma grande expectativa de melhoria da qualidade da educação.
Não basta, contudo, inovar. É preciso discutir o tipo de inovação a ser
implantado com o PPP. Quando a escola o enxerga como mera
obrigatoriedade, pode resultar apenas em um documento formal ou idealizado,
que não reflete a identidade da escola. Mas, quando é um anseio da
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comunidade escolar, provavelmente será construído coletivamente, propiciando
a formação de sujeitos coletivos*, capazes de assegurar a autonomia da
escola. Por isso, o que valida ou confere legitimidade ao PPP é muito mais o
seu processo de construção do que os seus conteúdos.
Requisitos do PPP
Isso acontece quando o PPP é somente uma obrigação, introduzido na escola com
base em um modelo imposto de fora para dentro e a importância maior é dada ao
produto gerado. O simples fato de constituir-se em um modelo já revela uma intenção
de padronização, de uniformidade que contraria a formulação de uma identidade da
escola. Uniformizar é, em última instância, negar a importância das singularidades que
são justamente as que definem ou distinguem cada escola.
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Inovação emancipatória
A inovação emancipatória deve produzir rupturas e, sob essa ótica, ela procura
romper com a clássica cisão entre concepção e execução, uma divisão própria da
organização do trabalho fragmentado. (VEIGA, 2003, p.277)
Pode-se dizer que o PPP espelha a alma da escola; é o que dá vida, o que aponta o
caminho que se deve seguir. Ele conjuga as dimensões política e pedagógica, e
conforma a identidade da escola; é a condição essencial da autonomia. O PPP,
enquanto inovação emancipatória, é de natureza coletiva. Sem essa marca do
coletivo, o PPP não cumprirá sua função de inovação e não propiciará as condições
para a formulação da identidade da escola. Mesmo que seja elaborado apenas por
parte da comunidade escolar — levando-se em conta as dificuldades de participação
massiva que toda escola comporta — o PPP deve refletir o conjunto dos valores e
interesses coletivos.
SAIBA MAIS
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O PPP DIRECIONA O TRABALHO COLETIVO NA ESCOLA
31
; estabelecer, claramente, as diretrizes básicas da organização e do
funcionamento da escola de acordo com sua identidade;
ESTUDO DE CASO
Você vai conhecer, neste passo 8 e nos seguintes 9 e 10, duas diferentes
experiências de construção de PPP relatadas pelo Centro de Pesquisas para a
Educação e Cultura – CENPEC as quais evidenciam as estratégias mais gerais do
processo de construção do PPP que garantem sua natureza coletiva.
Î o diagnóstico;
Î as definições de princípios e finalidades políticas e pedagógicas da escola;
Îa concepção e organização do currículo (estrutura, conteúdos, tempo pedagógico e
avaliação);
Îa avaliação do próprio PPP.
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Em Recife, a elaboração dos projetos de escola é uma conseqüência do trabalho
desencadeado pela Secretaria de Educação e Cultura do município, que anunciou
como diretrizes gerais da política educacional: democratização do acesso à escola,
garantia de permanência, democratização da gestão e valorização do educador. Para
elaborar o projeto pedagógico para as escolas municipais, assentado nessas
diretrizes, a Secretaria produziu um documento norteador que foi discutido em todas
as escolas. Nessa ocasião, cada escola recebeu orientação para elaborar seu perfil,
em termos de:
Îcaracterização da escola,
Îdos educadores,
Îdo alunado e da comunidade;
Îcausa de baixo rendimento escolar;
Îrelações intra-escolares e intercâmbio com a comunidade.
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Em Ijuí, RS, a Escola Municipal Soares de Barros está construindo seu projeto de
escola com a participação de pais, alunos, professores e funcionários. Posicionando-
se a favor de uma educação democrática e transformadora, planejaram e começaram
a executar ações que atingem o funcionamento da escola como um todo.
COMENTÀRIOS
O PPP deve ser encarado como processo. Assim, acontece um movimento pela
democratização e pela autonomia da escola que mobiliza os diversos atores da
comunidade escolar. Nessa condição, o processo de elaboração do PPP pode incluir a
diversidade de interesses e a pluralidade de opiniões como elementos a seu favor, ao
contrário de entendê-las como dificuldades a superar. Como diz Veiga (2003):
34
TEORIA
A importância do diagnóstico
Partindo das visões que professores, alunos, pais, moradores do bairro e funcionários
têm sobre a escola, é que se faz necessário o diagnóstico da escola de forma
aprofundada. É preciso levantar informações que demonstrem quem são seus alunos
e respectivas famílias, suas condições de vida, suas aspirações e expectativas e, da
mesma forma, quem são seus professores e funcionários.
O retrato da escola...
35
revelam os principais problemas que devem ser atacados e são ainda o principal
elemento para o estabelecimento das metas da escola. Uma boa sistematização dos
registros escolares (freqüência, avaliação do rendimento dos alunos, alunos
concluintes etc.) garante a identidade da escola à medida que explicita seu
desempenho, socializa seus problemas e possibilita a reflexão coletiva sobre a forma
de superá-los.
Confira agora...
Esses princípios inspiram as definições da função social de cada escola, ou seja: suas
finalidades, seu currículo, a organização do ensino, a utilização do seu tempo
pedagógico e sua concepção de avaliação.
FINALIDADES DA ESCOLA
36
DEFINIÇÕES CURRICULARES
37
Estes questionamentos auxiliam na definição das diretrizes curriculares e na
organização dos tempos pedagógicos, pois organizar o tempo pedagógico também é
extremamente revelador das concepções adotadas pela escola. O calendário escolar
diz se a escola considera as especificidades locais ou não. É consenso entre os
pesquisadores que a duração do tempo pedagógico — a quantidade de horas que o
professor e os alunos permanecem em sala de aula trabalhando — é também um
importante fator de sucesso na aprendizagem. Isso não significa desqualificar (ou
diminuir a importância) das atividades extra-classe; é preciso apenas dosar bem a
distribuição do tempo dedicado às mesmas. Na questão do tempo pedagógico, deve-
se chamar a atenção sobre a distribuição da carga horária entre as diversas disciplinas
do currículo. Isso revela a ênfase e a articulação dos saberes e, em última instância,
expressa o cidadão que a escola quer formar.
Avaliação
A avaliação é outro elemento complexo do PPP. Talvez seja esse o mais difícil de
ser trabalhado no PPP. A avaliação é um elemento que vem sofrendo as mudanças
mais radicais no sistema de ensino. No módulo 4, estudaremos mais detidamente esta
questão. Logo você chega lá.
Î Muitas redes de ensino que têm investido na formação de seus professores, não
têm obtido respostas satisfatórias a respeito da avaliação.
38
EXEMPLO
PLANO DE AÇÃO
A parte mais concreta do PPP é o seu plano de ação cuja forma de elaboração é
bastante difundida nas escolas públicas. Entretanto, é comum encontrar nele uma
visão idealizada e, consequentemente, inadequada das ações propostas. Um exemplo
muito simples pode esclarecer essa nossa observação.
É preciso, nesse caso, alguma ação preliminar que suscite a motivação para
participar. O que motivaria os pais (e mesmo a comunidade escolar como um todo)
a integrarem as ações da escola? Isso a direção precisa saber. Como fazê-lo?
Buscando as lideranças? Visitando as casas? Formulando um questionário
aplicável pelos próprios alunos?
39
Comentários...
O PPP não pode prescindir de uma proposta para seu acompanhamento e avaliação.
A direção da escola ou o núcleo gestor precisa sustentar o PPP mediante uma
sistemática de avaliação determinada no próprio PPP. O ideal seria ter alguém com
essa atribuição específica e prioritária e que executasse ações para articular
professores, analisar seus respectivos planos de trabalho e construir instrumentos de
avaliação coletiva do trabalho docente; observar A sala de aula no sentido de
identificar as diferentes estratégias de consecução do PPP, para promover a troca de
experiências entre o professorado.
Não se deve insistir em fórmulas prontas ou receitas. O PPP para ser bem
sucedido precisa apenas adequar-se à realidade de cada escola.
Gostaríamos ainda de registrar uma advertência que Resende (1995, p. 92) faz quanto
às expectativas em relação ao PPP quando afirma que a construção adequada do
PPP não garante que as mudanças se dêem de forma mágica, mas ele é fundamental
para indicar os caminhos que a comunidade deve seguir.
40
Pontos principais
Chegamos ao final do estudo dos itens desta longa unidade. Sabemos de seu
interesse e esforço já demonstrados nas unidades anteriores. Completamos agora 28
unidades estudadas. Parabéns!
Agora, você precisa de um tempo para descanso. Feche os olhos e visualize o seu
lugar favorito, para onde costuma ir na imaginação. Veja-o com os olhos da emoção.
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Módulo 3: O Planejamento e os Instrumentos De Gestão Escolar
Assunto 3.2. Os Instrumentos Da Gestão Escolar
Unidade 3.2.2. Plano De Desenvolvimento Da Escola (PDE)
Por isso, é muito importante que exploremos as suas principais características. Para
tanto, vamos adotar o documento de José Amaral Sobrinho, “O Plano de
Desenvolvimento da Escola e a Gestão Escolar no Brasil: Situação Atual e
Perspectivas”, produzido pelo Ministério da Educação e pelo Banco Mundial em 2001.
É este documento de Sobrinho que nos fornece uma ampla visão a respeito do PDE.
Mas, afinal, o que é o Fundescola? Como ele funciona? Qual sua importância para o
bom andamento do PDE? É o que veremos nos próximos passos.
APRESENTAÇÃO PANORÃMICA
Fundescola é o fortalecimento da
Por isso, a forma como a escola se organiza – ou seja, a forma como a liderança da
escola e os professores se relacionam –, o clima escolar, a maneira como o currículo é
organizado, a metodologia de ensino utilizada, a clareza dos objetivos que a escola
busca alcançar e a forma como a escola se relaciona com os pais e a comunidade,
contribuem para garantir o sucesso da aprendizagem do aluno.
É nesse ponto que entra o PDE. O fortalecimento da escola se dá pelo seu processo
de desenvolvimento. E este inclui a elaboração e a implementação do Plano de
Desenvolvimento da Escola.
43
TEORIA
Características do PDE
Agora que você já tem uma noção geral do que é o PDE, sua importância para a
escola e sua relação com o Fundescola, vamos desdobrá-lo, começando por suas
características.
Você já imaginou que a escola é como uma empresa, que precisa de organização,
planejamento, métodos, objetivos e metas? E que a escola, também apresenta um
produto, igual a uma empresa? Pode parecer estranho, mas basta um olhar mais
aprofundado sobre as características do PDE para entender o que isso significa.
44
Vejamos o que diz Sobrinho:
45
O processo de implantação do PDE
46
Para Sobrinho (p.17) - um defensor da metodologia adotada para o PDE por acreditar
no sucesso que o planejamento vem conquistando no Brasil e também em outros
países -, o eixo do plano consiste numa visão estratégica.
TEORIA
Aplicação da metodologia
Sobrinho (p. 16-17) divide em quatro as etapas para aplicar a metodologia indicada
para a implantação do PDE. Essas etapas, contudo, têm algumas exigências para que
haja o repasse dos recursos diretamente para as escolas.
Assim, as quatro etapas requerem seleção e capacitação dos assessores técnicos, que
devem trabalhar com equipes de técnicos das Secretarias de Educação Estaduais - as
Gerências de Apoio à Escola (GAE) - e Municipais - os Grupos de Desenvolvimento da
Escola (GDE). São eles que vão garantir o suporte técnico às escolas.
“Embora a metodologia do PDE possa ser utilizada por escolas menores, as que
participam do programa devem ter acima de 200 alunos no ensino fundamental de
acordo com o censo escolar, condições materiais mínimas de funcionamento, um
diretor que exerça liderança na escola e, por fim, devem ser uma Unidade Executora
constituída junto ao Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE). A
seleção das escolas que participam do processo em determinado ano compete à
Secretaria de Educação estadual ou municipal”
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Esclarecidas as exigências para implantação da metodologia do Plano de
Desenvolvimento da Escola, vamos às etapas!
1. Etapa de Preparação
4. Etapa da Execução
Etapa em que os planos de ação da equipe escolar são colocados em prática.
ROTINA DE EXECUÇÂO
48
• A segunda parte trabalha em detalhe cada etapa do PDE. A capacitação torna-
se mais prática, com o efetivo envolvimento dos participantes em oficinas de
trabalho.
Todo esse trabalho, entretanto, precisa de recursos financeiros para se realizar. Por
isso, Sobrinho (2001, p.21-22) detalha como funciona o processo de financiamento
para o planejamento estratégico:
49
• A consolidação 2, que corresponde ao terceiro ano de financiamento, tanto para
as escolas da modalidade de implantação, como para as da expansão. Novamente as
escolas revisam o seu Plano para participar desse novo financiamento.
Assim, cada escola que entra no processo tem direito a financiamento por três anos
consecutivos.
Sobrinho (p. 22) explica para que serve o repasse de recursos para a escola:
PONTO PRINCIPAIS
Chegamos ao final do estudo do item proposto para esta unidade. Estudamos o Plano
de Desenvolvimento da escola- PDE- sob a ótica de sua importância para o
planejamento estratégico da escola. A nossa abordagem tem como base o
documento de autoria de José Amaral Sobrinho sobre a gestão escolar no Brasil,
situação atual e perspectivas.
51
Módulo 3: O Planejamento e os Instrumentos De Gestão Escolar
Assunto 3.2. Os Instrumentos Da Gestão Escolar
Unidade 3.2.3. O PDE e o PDDE
Reiniciamos aqui o estudo do item anterior sobre o PDE cujo estudo foi desdobrado
em duas unidades para facilitar a sua navegação. Vamos continuar enfocando o PDE,
etapas de acompanhamento e avaliação, os desafios para sua implantação nas várias
instâncias (escola, órgão central), os pilares de sustentação do PDE e o Programa
Dinheiro Direto na escola (PDDE).
Você, certamente, já conhece alguma obra do professor Pedro Demo, professor titular
da Universidade de Brasília, autor, entre outras obras, do livro “Ser Professor é Cuidar
da Aprendizagem do Aluno”, Ed. Mediação, Porto Alegre, 2005. Neste livro,
encontramos o seguinte texto;
APRESENTAÇÃO PANORÂMICA
Mas não são somente eles que terão de acompanhar os resultados. O outro nível de
acompanhamento vem da própria escola, com a criação da equipe escolar. Ela é
responsável por gerenciar e verificar a execução dos planos de ação e também por
adotar as medidas necessárias para resolver problemas relativos ao PDE.
52
• A Coordenação acompanha o trabalho dos Assessores e das escolas no
processo do PDE por meio de relatórios mensais enviados pelos mesmos e
contatos com a GAE e GDE dos Estados e Municípios.
Foram desenvolvidos também instrumentos que auxiliam as equipes das GAE e dos
GDE e Assessores Técnicos a monitorar o andamento dos trabalhos nas escolas, e
lhes fornecem, ao mesmo tempo, dados para acompanhar a atuação da equipe
envolvida.
Sobrinho registra (2001, p.26) que estudos e pesquisas desenvolvidos pelo Inep
(Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) em 1999 revelam alguns
resultados obtidos pelas escolas que implantaram o PDE:
• Melhor organização: A escola passou a ter rumo ao definir sua missão, visão,
objetivos estratégicos e metas e respectivas ações, com prazos para início e
término, resultados esperados, responsáveis por sua execução e custos. Como
o trabalho foi feito pela equipe escolar, todos sabem onde a escola quer chegar.
Os pais dos alunos também sabem o que ocorre na escola.
• Maior conhecimento por parte da equipe escolar: A escola faz sua auto-
avaliação. Ela passa a conhecer mais sobre onde estão seus pontos críticos,
sua dimensão e como se organizar para superá-los. O acompanhamento
bimestral do desempenho dos alunos ajuda muito o auto-conhecimento, a
identificação e o maior conhecimento de seus problemas, principalmente
pedagógicos.
53
• Decisões mais descentralizadas: Os diretores passaram a delegar
competências e perceberam que o trabalho coletivo não tira a autoridade, é
mais ágil e tem resultados mais eficientes.
Outros resultados...
Não são poucos os desafios que as escolas, seus diretores, professores e funcionários
passaram a enfrentar como efeito das reformas educacionais. Surgiram novas
demandas por mudanças que melhorem o rendimento das escolas em termos de
resultados.
54
Com a sua experiência, você sabe que o PDE pode ser um mecanismo capaz de
contribuir com o novo cenário da gestão escolar, à medida que proporciona aos atores
intervir organizadamente e de maneira positiva na escola.
Para Sobrinho, porém, cabem algumas indagações sobre o futuro do PDE. Vamos ao
próximo passo?
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• Focalizar políticas e estratégias no fortalecimento da escola: Embora as
Secretarias tenham o fortalecimento da escola em sua agenda, não há
consenso da equipe dirigente em torno de sua importância e de como
operacionalizá-lo. Nem sempre as decisões são acatadas e implementadas, já
que recebem orientações conflitantes em relação às políticas e estratégias.
CURIOSIDADE
A escola pode ter uma proposta de defesa e construção do lugar, de espaço para o
fortalecimento das oportunidades de aprendizado, da convivência social, da ampliação
do repertório cultural, da aquisição de informações, do acesso e uso de tecnologias e,
sobretudo, espaço de incentivo à participação na vida pública das comunidades em
que vivem esses educadores.
Sim – 36%
Não – 64%
Você acha que os dados referentes a esta pequena amostra refletem a situação geral
do professor quanto à vivência de experiências culturais? Analise e discuta com seus
colegas na escola, com amigos, familiares.
Trabalho conjunto
57
Todos na escola devem saber o que é o PDE, qual a participação de cada um no
processo e os resultados esperados e alcançados. O trabalho conjunto é um dos fatos
que levam a um maior envolvimento e compromisso da equipe escolar.
Resultados positivos
Sucesso dos alunos (melhores níveis de aprendizagem com a redução da taxa de
repetência, menor defasagem idade/série, menor taxa de abandono) e melhor
funcionamento da escola (rumo definido, metas a serem alcançadas,
58
Como a escola integra um sistema de ensino, e a Secretaria de Educação é
responsável por facilitar suas condições de funcionamento, fornecendo o apoio
necessário, o PDE deve adquirir uma dimensão que abranja também a Secretaria.
59
Cursos, reuniões de escolas para avaliar seus trabalhos, visita para troca de
experiências.
60
recursos, participação dos pais no funcionamento da escola devem ter algum
balizamento em normas definidas pelas Secretarias.
61
Quem se beneficia com o PDDE?
As escolas públicas com até 20 alunos recebem um valor per capita estipulado
anualmente pelo FNDE, em resolução publicada no Diário Oficial da União.
Em 2005, o valor per capita foi de R$ 24 para escolas das regiões Sul, Sudeste e do
Distrito Federal. Os estabelecimentos de ensino das regiões Norte, Nordeste e Centro-
Oeste (exceto Distrito Federal) receberam R$ 29 por aluno matriculado.
Irregularidades quanto à aplicação dos recursos podem ser denunciadas por qualquer
pessoa física ou jurídica ao FNDE, ao Tribunal de Contas da União, aos órgãos de
controle interno do Poder Executivo da União ou ao Ministério Público Federal.
62
Quanto à prestação de contas, devem-se observar os seguintes passos:
63
PONTOS PRINCIPAIS
Após uma longa caminhada, percorrendo os itens de estudo sobre o PDE, estamos
concluindo a abordagem sobre o Plano e o PPDE. Nesta unidade, trabalhamos os
aspectos relativos ao acompanhamento e avaliação do Plano, apresentamos alguns
resultados obtidos pelas escolas que o implantaram, assim como os imensos desafios
que representa a sua implantação para a escola e as secretarias de educação. O
PDDE é apresentado como mais um poderoso mecanismo de gestão no planejamento
escolar.
64
Módulo 3: O Planejamento e os Instrumentos De Gestão Escolar
Assunto 3.2. Os Instrumentos Da Gestão Escolar
Unidade 3.2.4. O Regimento Escolar
ALVES, José Helder Pinheiro. Poesia para jovens leitores In PRESENTE! Revista de
educação.CEAP. Ano13 dez 2005/2006, p.32.
65
APRESENTAÇÃO PANORÃMICA
O regimento escolar
O Regimento Escolar:
66
O clima democrático na escola
Dessa forma, percebe-se que o clima que deve se estabelecer no âmbito da escola é
a perspectiva democrática, tendo em vista que o princípio da convivência
democrática é estabelecido na própria LDB como finalidade maior da Educação e que
conduz a formação do cidadão, função última da escola. Além disso, neste momento
histórico da sociedade brasileira, as políticas públicas pautam-se pela diretriz da
gestão participativa dos espaços públicos, incorporando o cidadão como gestor.
67
Condutas e procedimentos democráticos
Tais regras, entretanto, não podem ser estabelecidas de forma artificial ou impositiva
ou ainda, meramente formal. Para que, de fato, elas sejam cumpridas, é necessário
que a comunidade escolar assuma sua autoria, pois essa é a única condição de
garantir sua adesão e compromisso com as mesmas. E quando nos referimos à
comunidade escolar, estamos incluindo todos seus atores: alunos, professores,
funcionários técnico-admnistrativos, funcionários de apoio administrativo e a direção.
68
Uma comunidade democrática dever ser um espaço de diálogo. Para conquistá-lo,
convém estabelecer mecanismos institucionais destinados a que todos seus membros
deliberem — de maneira sistemática ou ocasional —, sobre todas as questões que
lhes afetam.
Há, de fato, uma íntima relação entre democracia e diálogo. Mas, muitas vezes, os
conflitos existentes na escola são encarados como obstáculos ou impedimentos à vida
democrática; porém, quando eles são tomados como uma situação de aprendizagem,
o momento de estabelecer regras de convivência propiciará ao diálogo e a
negociação. Daí, a própria elaboração do Regimento Escolar torna-se um exercício de
convivência democrática.
A PRÁTICA DO DIÁLOGO E
DA NEGOCIAÇÃO.
69
Esses dois elementos são indispensáveis para o estabelecimento de regras de
convivência e devem ser explicitados antes que se inicie uma negociação. Uma
simples pergunta pode dar ao grupo a consciência desse compromisso:
70
Ao contrário do que se possa pensar, o diálogo cooperativo não é um procedimento
espontâneo; ao contrário, exige técnicas e habilidade específicas. Puig (1995) aponta
dois elementos essenciais ao diálogo: saber escutar e saber argumentar. Vamos
detalhar cada um deles:
Saber escutar
Implica compreender a fala do outro conforme os significados que o expositor atribui à
sua opinião. Não basta ouvir o que o outro diz; é preciso checar se o entendimento do
grupo corresponde à intenção comunicativa de quem emite a opinião (emissor).
Quando uma pessoa emite uma opinião e quem escuta (receptor) explicita o que
compreendeu, evita-se ruído na comunicação e, ao mesmo tempo, esse procedimento
contribui para as pessoas tomarem consciência das dificuldades da escuta. Quando a
intenção comunicativa do emissor encontra no receptor uma clara compreensão,
pode-se, então, trocar opiniões.
Saber argumentar
Significa construir um discurso cujas propostas tenham um grau de generalização
capaz de abranger a maioria dos interesses em debate
Para um indivíduo que não só tem interesses imediatos, mas que também apresenta
em seu discurso pretensões de correção e verdade, o diálogo — que tende a um
entendimento — é o único meio possível para conquistá-las; o único meio com que um
indivíduo racional conta para identificar se se encontra no caminho da correição e da
verdade intersubjetiva ou no do interesse subjetivo e da aparência. (CORTINA,1985
p.167)
Ainda nos resta, porém, perguntar como expressar isso de forma jurídico institucional
que deve ter o Regimento? Para esclarecer essa questão, recorremos, a seguir, ao
modelo interpretativo de Carlos Estevão (1996) que estudou diversas escolas da rede
pública de Portugal, comparando o projeto pedagógico e o Regimento escolar.
71
TEORIA
Após a pausa para descanso, vamos analisar com base em Estevão (1996),obra já
citada, os elementos estruturais de um Regimento. Acompanhe conosco.
72
PREVALÊNCIA DE NORMAS: se dos deveres ou dos direitos. O autor descobriu que os
deveres estão muito mais enfatizados que os direitos além de ocuparem um maior número de
unidades normativas (artigos). A quantidade de referências aos direitos e deveres e a análise
do mérito de ambos os elementos, distinguindo o que estava mais valorizado no texto
normativo, permitiu ao pesquisador traçar a tendência predominante no clima escolar.
ÂMBITO DOS DIREITOS E DEVERES: Outro enfoque do autor — ainda com relação aos
direitos e deveres — foi quanto ao âmbito a que diziam respeito: organização do ensino,
condutas disciplinares, relações interpessoais, atividades didáticas (em classe e extra-classe)
etc. O estudo da predominância de um âmbito sobre outro permitiu ao pesquisador perceber
como a escola se define enquanto comunidade de aprendizagem, que âmbito(s) privilegia para
formação do cidadão.
Enfim..
73
PONTOS PRINCIPAIS...
Cada instrumento introduzido nas escolas tem funções específicas e méritos próprios.
Porém, na prática eles não se comunicam e por isso não alcançam uma sistemática
de planejamento integrado e sistêmico que permita às escolas dar o salto de qualidade
esperado.
Espera-se que você tenha mergulhado neste assunto, visitado os sites sugeridos,
tirando, assim, um bom proveito. Agora é a hora de uma parada para o descanso.
Até lá. Contamos com o seu interesse e determinação para o sucesso do nosso curso.
74
Módulo 3: O Planejamento e os Instrumentos De Gestão Escolar
Assunto 3.3. O Colegiado Escolar
Unidade 3.3.1. O Bairro, a Escola: Duas Faces Da Mesma Comunidade
APRESENTAÇÃO PANORÂMICA
Antes de iniciarmos esta unidade, reflita sobre a letra da música Miséria no Japão, de
Pedro Luís. Quer ouvir a melodia? Acesse o endereço eletrônico abaixo.
* . http://www2.uol.com.br/neymatogrosso/hotsite/faixas_vivo.htm
“Por trás, pela Barros Reis, sobe a Ladeira Marquês de Maricá, vai direto que
desemboca no centro do Pau Miúdo. Já pela frente, pega os Dois Leões, passa pela
Baixa de Quintas, vai como se fosse para a Cidade Nova, mas não entra, segue
direto, sobe a Ladeira Rodrigo de Menezes, quando chegar na sinaleira, vira a direita,
pronto, chega no Pau Miúdo do mesmo jeito” (Danon).
75
“Informa um morador do bairro, na Estação da Lapa, aguardando o ônibus para chegar
em casa depois da missa dominical. Por trás, pela frente. Não existe explicação lógica
convincente para essas coordenadas geográficas. Entretanto, com precisão
matemática, tais termos circulam entre os moradores do Pau Miúdo quando
necessitam explicar a um “estrangeiro” como se chega ao bairro sem maiores
dificuldades. Ouvi essas referências várias vezes” (Danon).
ESTUDO DE CASO
76
Conhecendo a localização de Pau Míúdo 2
77
Pode-se afirmar que o CEMM (Colégio Estadual Marquês de Maricá) é uma escola de
bairro, buscada essencialmente pelos membros da comunidade local. Mas, já sofre
influência do sistema informatizado de matrícula, organizado pela Secretaria de
Educação. Esse programa prevê núcleos centrais para matrícula das redes municipal
e estadual. Tem se caracterizado por efetivar as matrículas mais em função das vagas
disponíveis nas escolas do que pelos interesses dos estudantes. Entre outras
conseqüências, várias escolas têm recebido alunos de diversas localidades da cidade.
No CEMM, não tem sido diferente; não raro, estudam na escola moradores de Paripe,
Periperi, Itapoã, Cajazeiras, bairros distantes em mais de quinze quilômetros da
escola.
Características culturais
Uma vendedora de acarajé que tem uma guia na Rua Marquês de Marica diz:
78
A noção de territorialidade associa-se à perspectiva conceitual de Santos (2000),
entendida como um espaço pluridimensional, que sintetiza grandezas físicas,
culturais, sociais, políticas e econômicas. O território, assim, modela-se como uma
referência à identidade do sujeito e do grupo social referido. Configura-se em um
campo de pertencimento e reconhecimento dos atores sociais que nele estabelecem
relações. Então, trata-se de um espaço de poder que constrói e reconstrói
identidades sociais. O Pau Miúdo, nesta direção, se reconhece e é reconhecido como
território negro.
A religiosidade de
matriz africana e os
grupos de capoeira
da presença cultural
negra no bairro.
A sede atual do CEMM, em outros tempos, foi terreiro de axé, o candomblé de Irineu.
Segundo contam, era muito conhecido no bairro por possuir uma grande orquestra
que encantava os moradores com apresentações memoráveis. Também, ao lado do
CEEM funciona a Escola Classe III, localizada onde, no passado, era o Terreiro de
Candomblé de Mata Carneiro.
79
Ao contrário da presença negra que é reconhecida e referida entre os moradores, os
dados de composição sexual são distantes dos habitantes locais.
Dessa forma, não existe uma movimentação política da comunidade mais direcionada
para as questões de gênero. As associações de cunho cultural e/ou social são cerca
de vinte no bairro, não desenvolvem nenhum trabalho com visibilidade expressiva,
defendendo as demandas específicas das mulheres.
SAIBA MAIS
• O bairro Pau Miúdo é uma zona bastante populosa. Representa, assim, uma
expressão ímpar de presença de mulheres na região metropolitana;
• Não falta salão de beleza no bairro. Elas fazem pés, mãos, cabelos...
80
Como foi a ocupação do Pau Miúdo?
Um quadro de violência
81
Ainda que esta pesquisa não se caracterize por uma definição precisa dos índices
demográficos por recorte de gênero, pode-se supor que um dos fatores para um
maior número de mulheres no bairro esteja associado às maiores taxas de
mortalidade masculina por violência.
Mesmo que o trabalho não avance nessa discussão, a distância entre o número de
mulheres no bairro, a partir da interpretação dos moradores, pode ser explicada, entre
outros fatores, pela violência urbana. Nos bairros periféricos, a violência tem alvo e
pontaria preferencial, atinge majoritariamente os homens, os negros e os jovens.
Começamos este passo com um depoimento do autor da pesquisa que utiliza uma
linguagem rara entre os pesquisadores. Confira.
“Muito pobre. Peço licença aos manuais científicos tradicionais que rejeitam o uso
de expressões superlativas na caracterização de um dado de pesquisa. Entretanto, o
termo muito é fundamental para dar conta do nível de pobreza material vivida no Pau
Miúdo. Os dados de renda do IBGE confirmam o que se anuncia a olho nu nas
entradas do bairro: infra-estrutura urbana precária, casas sem rebocos ou alvenaria,
esgotos a céu aberto...” ( DANON,2005) Dona Angelita era esperta. Inteligente
mesmo.
Dos 8.918 domicílios, 3.095 têm chefes com renda até um salário
mínimo
Dos 8.918 domicílios, 3.117 têm chefes com renda até 2 salários
mínimos.
RESUMINDO....
82
Informalidade, carinho explicam a
redução no tratamento que a
comunidade adota para referir-se ao
Colégio Estadual Marquês de Maricá.
Para saber mais sobre o Marquês de Maricá ou sobre qualquer outra personalidade
que tenha servido como referência para nomear a sua escola, pesquise no seguinte
site: http://www.pt.wikipedia.org. ou, se preferir, no http://www.google.com.br
O Marquês foi criado em 1971 e a sua primeira diretoria permaneceu 16 anos à frente
da escola, caracterizando-se com uma gestão bastante pessoal e autoritária. Nunca
mobilizou ou convocou a comunidade para participar da gestão escolar.
“Dona Angelita era esperta. Inteligente mesmo. A Escola estava sendo construída e
ela ia fazendo a matrícula dos alunos. Colocou mesa e cadeira embaixo da
mangueira e fez a matrícula só para alunos de 5ª série”, comenta a coordenadora
pedagógica da Escola.
O final dos anos 80 e início dos anos 90 foram marcados pela violência no bairro.
Uma quadrilha organizada exclusivamente por menores agia na região da Liberdade.
No ano letivo de 1989, o grupo ocupou a biblioteca do Marquês que passou a
funcionar como quartel general dos garotos. A política do medo e da ameaça
literalmente morava na Escola. Ainda assim, o ano letivo foi concluído. Muitos alunos
evadiram, mas os que resistiram juntos com os professores, conseguiram salvar o
período de estudos. A orientação do comando da Bebê a Bordo, como era conhecida
a gangue, permitia o funcionamento da Escola, restringindo apenas a circulação de
alunos, professores e funcionários no corredor de acesso à biblioteca. Estava, assim,
83
fechado o “acordo” para conclusão das aulas. Mas, não houve condições de
matrículas no ano seguinte.
• No final da década de 1990, houve uma baixa na procura pelo Marquês nos
turnos matutino e vespertino.
84
• A política de aceleração de estudos através de vários programas de suplência
reduziu significativamente a quantidade de alunos na Rede Pública.
SAIBA MAIS
PONTOS PRINCIPAIS
Você acompanhou conosco o relato dos resultados da pesquisa sobre uma escola
situada em um bairro da cidade de Salvador. Percorreu os caminhos da geografia,
história, economia e cultura desta comunidade guiados pelo olhar do pesquisador
Carlos Alberto Ferreira Danon. O que vimos foi que o bairro e a escola são faces da
mesma comunidade.
85
Módulo 3: O Planejamento e os Instrumentos De Gestão Escolar
Assunto 3.3. O Colegiado Escolar
Unidade 3.3.2. Na Mira Da Representação Comunitária
Colega, seja bem-vindo(a)! Como vai você? ( A pergunta o(a) faz lembrar da canção
de Roberto Carlos? Cantarole um pouco, como estamos fazendo agora aqui). Nós
sabemos do seu progresso, do esforço feito para alcançar, neste momento, mais uma
unidade, da disciplina para cumprir o cronograma do curso.
86
O termo mira é muito usual nas brincadeiras de crianças quando se tem um alvo a
atingir. Nos jogos de bola de gude, ao se acertar uma bola difícil, a molecada
comemora:
A bolinha de gude pode acertar ou não a outra. O namoro pode ou não acontecer. Em
todas as situações a mira foi apontada e será sempre avaliada pelo atirador.
87
E, também, é alvo porque muitas vezes quando este desejo foi frustrado, o Colegiado
passou a ser objeto de crítica severa. Então, nessa análise o termo mira sintetiza
esses dois sentidos: desejo e alvo.
(...) não tem discussão, vem a coisa pronta para gente dizer sim ou não. O colegiado
daqui a meu entender é sim ou não. (...). O PDE mesmo está aí para ser discutido, é
hoje, é amanhã. E quando a gente vem para discutir o PDE já está pronto.
(Representante de professores e professoras)
Olhe, para mim, eu acho assim que o Colegiado é uma coisa assim bem legal. (...)
Depois que eu entrei, não é que a gente desconfie das coisas, mas pelo menos fica a
par das coisas que acontece na escola. Às vezes as reuniões são vazias, as pessoas
vêm, vêm. Mas, se cansam. O que é discutido parece que não adianta. A coisa vai
para outro caminho. (Lídice, Representante das mães e pais)
APRESENTAÇÃO PANORÃMICA
88
escola recebe a verba do PDE, supostamente discutida e fiscalizada, o Estado, por
sua vez, garante formalmente o trâmite burocrático da ação executiva.
Este acordo tácito, então, fragiliza a ação autônoma dos sujeitos que constroem e
representam o Colegiado no cotidiano da Escola. Compromete a efetividade de uma
postura democrática compartilhada e co-responsável. O Estado assume um papel
central na condução da Escola, através de uma postura democrática tênue. Para
DANON(2005), esta é a prerrogativa que se tem verificado nos mol gerir do modelo
neoliberal. Busca-se uma imagem favorável que possa refletir uma opinião pública
positiva que sustente a governabilidade*.
AUTONOMIA
Faculdade de governar por si mesmo, direito de se reger por leis próprias.
(LIMA,1999)
APONTAMENTOS IMPORTANTES
89
)A independência foge da aprovação coletiva, permite ações vinculadas a vontades
diversas, sem o aval do grupo.
TEORIA
A implantação do colegiado
ALGUMAS PERCEPÇÕES:
90
As falas de Creuza e Lídice (representantes da comunidade), respectivamente,
ilustram esse cenário:
(...). A direção que mim indicou e os colegas mim elegeram. Foi engraçado porque eu não
sabia de nada, não sabia nem o que era Colegiado realmente. Não sabia. (...). Então,
foram as meninas que fizeram a campanha, torcendo... Foram à noite para pedi voto,
esse negócio todo.
Aqui quem mim indicou foi a própria Diretora. O pessoal, os funcionários já mim
conheciam. Eu vivia muito aqui. Da secretaria que era muito conhecida e ela me via aqui
na escola participando de tudo, aí ela mim indicou. Não só eu como outras mães também.
Porque foram cinco concorrentes, se eu não me engano. Aí eu ganhei em primeiro lugar.
Fiz campanha. Campanhei. Foi interessante porque foi mesmo. Pedi aos colegas das
minhas meninas. Quando eu não conhecia, eu ia na cara de pau. Porque eu sou muito
cara de pau. Aí eu dizia: Oh, gente se vocês tiverem candidato tudo bem que é uma coisa
secreta. Mas eu espero que vocês olhem naquela pessoa, pai ou mãe que está sempre
aqui na escola olhando as coisas. Porque eu acho assim, tem que ver quem trabalha.
Porque eu trabalhava todo tempo que tinha livre. Eu vinha. Eu fiquei até assim, surpresa
porque eu ganhei. Eu pensava de não ganhar, porque o tempo que eu tinha, eu vinha,
mas achava pouco. E minhas filhas, também, faziam campanha. Oh! Vote na minha mãe.
A falta de mobilização dos professores, alunos, funcionários e pais nas eleições reflete
a descrença no Colegiado, enquanto instituição democrática. Entretanto, Paro (2001)
alerta que, como todo processo de democracia, a participação e o envolvimento das
pessoas, enquanto sujeitos na condução das ações, é apenas uma possibilidade, não
uma garantia. A ausência de uma participação social tem favorecido a omissão dos
sujeitos em relação ao coletivo, transferindo suas obrigações para o dirigente
hierárquico maior. O monitoramento das eleições pela diretora chega a ser considerado
natural nas falas dos membros do Colegiado. Nenhum representante questiona esta
ação ou mesmo apresenta uma possibilidade de candidatura que surja das bases.
91
Contradições na implantação do colegiado
A escola é uma organização socialmente construída que vivencia, a partir das relações
estabelecidas entre seus membros, códigos e sistemas de ação que expressam
crenças, valores e sentimentos. Este modo de conceber, compreender e fazer as
coisas da e na escola constituem sua cultura organizacional, tecida muito mais no
imaginário social, nas relações internas entre seus membros do que no conjunto de
regras e regulamentos estabelecidos pelo estado. (MORGAN, 1996).
92
TEORIA
Diante da pergunta, várias foram as reações. Silêncio, riso, reflexão. Todos esses
elementos indicavam o desconforto com a provocação. Mais difícil, sobretudo, para os
atores que conduziam a entrevista com uma fala favorável ao Colegiado. Era como se
o pesquisador tivesse levantado algo que colocava tudo, até então dito, na berlinda.
A fragilidade democrática no Colegiado, para Olívia, encontra-se nos limites que são
impostos ao sistema de representação. A consideração inicial demonstra uma
sensibilidade para mediar as relações de poder. Olívia, inclusive, se considera a líder
dos estudantes. Sua ação política seria conduzida a partir da audição à sua base. No
cotidiano de funcionamento do Colegiado, ao perceber a engrenagem mover sem essa
interlocução, considera, a seguir, o Colegiado como uma instituição não democrática.
Ao se montar um ritmo funcional para o Colegiado, que prescinde do sentido de
representação, próprio da perspectiva democrática que se apresenta na
contemporaneidade, limita-se à ação participativa do ator representante. A
representação deixa de se comunicar com os representados para submeter-se a
diretrizes administrativas burocráticas
93
Desafios do colegiado escolar
94
E foi essa documentação que chegou da secretaria... Pedindo, informando todos os
passos que deveriam ocorrer para se concretizar uma eleição. E aí nós fomos fazendo
passo a passo. Só que o tempo realmente foi curto. Quando a gente recebe as
orientações não são aqueles prazos pré-estabelecidos na documentação. Às vezes
corre um pouquinho exatamente por isso. A gente tem que cumprir com as datas
certas e às vezes não condiz com o tempo que estava aqui realmente. Mas, acredito
que isso não foi dificultoso. Não que não teve nenhuma dificuldade para gente. E a
gente foi seguindo o cronograma que eles mandaram para agente, passo a passo (...).
(faltaram as aspas)
 Ainda que fosse considerado um estado de mobilização comunitário latente que pudesse
ser estimulado por demandas de administração formal, o tempo de dois dias é insuficiente
para organizar um pleito com mecanismos democráticos mínimos (formação de chapas,
promoção de debates, campanha eleitoral).
 De fato, observa-se a estrutura montada, desde o início, ainda no processo eleitoral, para
que o Colegiado Escolar se caracterize muito mais como um espaço que reflete os comandos
de poder da oficialidade do que dentro de um espaço de autonomia.
95
Ele (o Colegiado) veio para somar. Foi muito bom para a gestão. Foi criado para
somar. Para dividir responsabilidade. Amplia as visões. Cada um dá a sua opinião.
Fica melhor para a Diretora, para a gestão mesmo. Isto aí foi uma coisa muito boa.
COMENTÁRIOS
Para refletir....
A sua experiência como professor(a) confirma esses resultados da pesquisa? Troque
idéias com seus colegas de escola e/ou de outras escolas. Discuta, aprofunde a
análise.
DEPOIMENTO
Veja só, nós reunimos o Colegiado para... Vou dizer o que a gente fez aqui, fica mais
concreto. Nós tivemos a cantina, logo que eu assumi a direção, nós tínhamos um
problema muito grande que era o aluno fora do colégio, saíam dizendo que era para
merendar, terminava ficando lá fora. Esquecia de entrar para assistir as aulas. E aí se
distraindo por lá mesmo, ficava. E era uma preocupação muito grande, até a
comunidade dizia os alunos do Marquês só vivem na rua. Sempre do portão
terminavam indo para um barzinho. E isso me preocupava muito. Quando eu passava
na frente da escola que via aquilo ali, eu ficava muito, mas muito preocupada mesmo.
96
Com isso aí, nós não temos merenda que é Segundo Grau (Ensino Médio). E a
cantina não existia e era meio complicado colocar uma cantina na Escola. Porque é
muita gente, às vezes, que quer explorar, porque quando mexe com dinheiro já viu. E
era complicado para o diretor procurar alguém para botar nessa cantina. Depois foi
que eu sabendo que existia o processo de licitação, mas como tinha que escrever aí
demorava.
Como eu queria resolver o problema do aluno fora do colégio, fui na Secretaria (de
Educação), alguém lá me informou que era uma responsabilidade muito grande minha
colocar alguém para explorar, depois vinham em cima da Diretora. Me sugeriram, por
que você não reúne o Colegiado e faz um contrato lá interno, enquanto não escreve a
Escola para um processo de licitação? Mas como é emergencial isso aí que você quer
você pode fazer isso e a própria pessoa que depois que o colegiado escolher pode se
inscrever no processo de licitação. Foi quando a gente divulgou que estaríamos
fazendo este processo interno e quem quisesse explorar a cantina procurasse a
direção da Escola. Demos um prazo apresentamos propostas de qualidade e preço.
97
TEORIA
(...). Talvez, o que esteja claro, é sobre a relatividade desse “ponto ideal”
que dependendo do novo contexto e da criatividade dos membros do
grupo, altera-se.
98
Colegiado, monitorado pela direção, tomou uma decisão via consulta aos membros
representantes apenas como alternativa de legalidade e legitimidade da ação. Uma
vez que a justificativa para a atitude residia no argumento de segurança dos alunos,
nenhum questionamento público veio à tona. Excetuando, alguns alunos, o
encaminhamento foi recebido com louvor pela comunidade escolar. O trâmite para sua
aprovação foi naturalizado.
Entretanto, Olívia marca uma oposição que não encontra espaço para explicitar. O
Colegiado definiu-se mais uma vez em um espaço de consenso, onde o conflito é
evitado ou camuflado.
Eu nem falei. Não ia adiantar. Iam achar que eu queria ficar na rua.
Podiam dizer até que estava atrás de namoro, droga... Sei lá. Deus
me livre de ficar falada. Sem motivo fala. Imagine. Estudante,
representante do Colegiado Escolar irresponsável. Foi bom que foi
Gilmário que votou. Por que eu só voto quando ele não vai.
99
formal que modela o Colegiado e não coincide com a prática cotidiana da
Escola.
ENTREVISTA
Ah! Eles cobram mesmo, por sinal nós tivemos agora uma
avaliação de desempenho dos dirigentes. A gente preenche um
formulário enorme e depois vem uma espécie de inspetora, na
prática mesmo para saber como é. A primeira coisa que ela pediu
foram atas de reunião do Colegiado. Eles dão muita importância a
isso. Querem saber quantas reuniões do Colegiado ocorreram...
Qual a situação... Eles se preocupam muito com isso e cobram
também.
A existência desses Conselhos, de acordo com o espírito das leis existentes, não é o
de serem órgãos burocráticos, cartoriais e engessadores da dinamicidade dos
profissionais e administradores da educação ou da autonomia dos sistemas. Sua linha
de frente e, dentro da relação Estado e Sociedade, estar a serviço das finalidades
maiores da educação e cooperar com o zelo pela aprendizagem nas escolas
brasileiras (,Cury (2001, p.45) .
100
PONTOS PRINCIPAIS
Até lá.
101
Módulo 3: O Planejamento e os Instrumentos De Gestão Escolar
Assunto 3.3. O Colegiado Escolar
Unidade 3.3.3. A Gestão Democrática Circulante Na Escola
Colega professor(a), estamos alegres com a sua presença neste espaço de estudo.
É dessa forma que nos propomos a tratar este item do assunto. Vamos lhe apresentar
os estudos culturais que têm alertado para a necessidade de a escola se construir
como um espaço acolhedor da diversidade social, intercambiando* valores e idéias
que se cruzam no ambiente escolar e se comunicam através de linguagens diversas.
Lá no meu sertão
Pros caboclo lê
Têm que aprender
Um outro ABC
O jota é ji
O éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Têm nome de rê
Até o ypsilon, lá é pssilone
O eme é mê, o ene é nê
O efe é fê, o gê chama-se guê
Na escola é engraçado ouvir-se tanto “ê”
A, bê, cê, dê
Fê, guê, lê, mê
Nê, pê, quê, rê
Tê, vê e Zé...
102
APRESENTAÇÃO PANORÂMICA
CURIOSIDADES
Várias expressões que são habituais entre os alunos são desconhecidas pelos
professores, por exemplo. Você sabe o que significa E quico? Apenas uma professora
de língua portuguesa conhecia o significado da expressão no momento em que a
expressão foi empregada. Os demais professores, além de desconhecerem,
afirmavam a pobreza da fala dos alunos, considerando o uso de gírias como algo
menor e marginal da cultura popular. A expressão é uma gíria usual entre os alunos da
escola que significa e eu com isso? Estou me saindo. Fui.
103
Na direção inversa, os pais, mães, e alunos, no geral, não dominam a nova linguagem
relacionada aos trâmites oficiais da estrutura de gestão. As siglas são verdadeiras
incógnitas. Não se sabe o que significa PDE, FUNDEF, DIREC. Na sala de aula, na
É nesse ambiente que se percebe o elo entre linguagem e gestão. São comuns os
diálogos conflituosos que foram registrados no próprio Colégio Estadual Marquês de
Maricá. “Uma memória parece mais viva, talvez porque tenha um teor de tensão mais
crua. Penso que recontá-la sob a forma de diálogo, como de fato ocorreu, aguça mais
nossa sensibilidade. Peço desculpas pelos detalhes que ficaram no início do ano letivo
de 2003.”( DANON, 2003)
Aluno: Professora (coordenadora) estou vindo aqui, porque não fiz a prova de física e
professora disse que é a senhora que tem que dar uma autorização para eu fazer a 2ª chamada.
Aluno: Eu não tenho, eu não cai doente não. É que eu trabaio. E no dia eu tava trabaiano.
Coordenadora: Trabaiano?
Aluno: É.
Coordenadora: Trabaiano. Este menino, do 2º ano do Ensino Médio, não fez a prova de Física
porque estava trabaiano (Referindo-se a uma professora presente na coordenação em risos.).
104
Aluno: A senhora está gozando de mim porque estou falando errado. Eu sei que falo errado,
mas minha língua só acerta dizer assim.
105
TEORIA
A escola possui um perfil de gestão ímpar, à medida que abriga uma cultura
organizacional definida por Libâneo (2004, p. 97-8) como:
A comunicação oral, então, registra o mundo do sujeito e sua interação com o outro, a
que parece ser o ponto chave para a escola organizar sua gestão. A efetivação de
uma gestão democrática fundamenta-se, necessariamente, na expressão da
comunidade escolar, refletida na fala de seus atores, os quais devem, também, criar
mecanismos para garantir a escuta por parte da instituição escolar.
A gestão escolar assim entendida rompe com a tradição brasileira que historicamente
toma a administração em uma dimensão exclusivamente técnica que se efetiva
através de uma ação regulada burocraticamente.
106
Esta concepção de administração burocrática encontra eco no pensamento de Weber
apud Lima (2001, p. 21):
107
Sobre este item, confira o pensamento abaixo:
(...) em escala muito mais ampla, é preciso reconhecer grandes planos no que
poderíamos denominar a apropriação social dos discursos. Sabe-se que a educação,
embora seja, de direito, o instrumento graças ao qual todo indivíduo, em uma
sociedade como a nossa, pode ter acesso a qualquer tipo de discurso, segue, em sua
distribuição, no que permite e no que impede, as linhas que estão marcadas pela
distância, pelas oposições e lutas sociais. Todo sistema de educação é uma maneira
política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os
poderes que eles trazem consigo. Foucault (2000, p. 43-4
Na tela anterior (passo 6), você percebeu que os modelos administrativos interferem
diretamente na cultura escolar.
A pesquisa que está sendo apresentada aqui, então, se comunica com a concepção
de Fortuna (2001, p.112). Atente para o texto abaixo:
Não se pode desconsiderar a dimensão subjetiva das práticas desses atores, com
seus valores, suas concepções, suas imagens, seus desejos, seus fantasmas, enfim,
com toda a sua história de vida, que entra como o dote que cada um traz consigo
para o intercâmbio entre essas relações. Nessa troca, se inscreve a história coletiva,
se constrói, se forma o sujeito coletivo.
A gestão escolar refere-se e é referida por toda esta dinâmica que os atores sociais
expressam em coletividade. Contemplar as marcas identitárias do sujeito é perceber
os condicionantes subjetivos presentes na organização da escola. As marcas
individuais que, em geral, ficam camufladas ou são negadas no jogo operativo da
gestão escolar são os elementos essenciais que mobilizam uma gestão efetivamente
democrática. Assim, a gestão escolar democrática tem como foco e destino o
sujeito, e não a instituição em um contexto macro-social desfocada da realidade
sócio-histórica.
108
REFLEXÃO
(...), o discurso se relaciona dialeticamente com a estrutura social. Tal relação dialética é
compreendida do seguinte modo: em sentido amplo, o discurso é moldado pela estrutura
social no nível societal, pelas relações de classe social, gênero e etnia, bem como nos níveis
institucional e situacional, por normas e convenções discursivas e não-discursivas. A
determinação dos eventos discursivos varia de acordo com a instituição, como, por exemplo,
o direito, a educação, a mídia ou o domínio social específico.
109
A esse respeito Magalhães (2001, p. 214) salienta:
Assim, não basta à gestão escolar construir um espaço físico e legal para participação da
comunidade, a exemplo do Colegiado Escolar. Koch (2002) registra a necessidade de se criar
uma postura pedagógica culturalmente sensível que reconheça e valorize a fala do sujeito em
seu lugar de origem. Desta forma, pode-se construir um ambiente favorável à revelação de
interesses que serão negociados e discutidos democraticamente. A cristalização da
linguagem escolar como possibilidade única de comunicação ou como horizonte superior a
ser atingido artificializa o debate democrático em torno da gestão escolar.
110
(...) constatar e pensar a conjuntura atual
como deserto e desertificação é também
pensar a produção de um tipo de sujeito
humano que somente monologa num
universo mudo e destituído de sentido,
vivendo um solilóquio que passa a se
desenvolver a partir da infância atingindo
a idade adulta e aí permanecendo de
forma brutal, isolando as mentes e
corações nos seus mundos vividos, que
cada vez se tornam mais carentes, e
conseqüentemente cada vez mais
insatisfeitos, com um maior número de
necessidades produzidas.
COMENTÁRIOS
(...) A criança que não domina as habilidades privilegiadas pela escola não é vista
conforme seu desenvolvimento, mas conforme o que lhe falta para atingir o padrão
pressuposto pela escola, ou seja, o seu déficit. Daí que os pesquisadores busquem
analisar a história de letramento para averiguar o que faltou à criança e o que causou
esse déficit e não para apontar as características de letramento da comunidade e a
falha da escola ao não considerar essas características e a sobrepor a ela, ou a impor,
uma orientação diferente. Pressupõe-se com isso que os pesquisadores esperam que
a comunidade altere sua orientação para adequá-la à escola e não vice-versa.
Ao discutir o ensino de língua estrangeira, Lopes (1996, p. 38) ratifica esta posição:
112
Por que citar um autor cuja preocupação maior é com a aprendizagem de língua
estrangeira? Observe, colega. Nesta unidade, está sendo feita uma ligação entre a
gestão da escola e sua relação com o universo lingüístico da comunidade, enquanto
Lopes (1996) aborda os fundamentos políticos da docência de língua estrangeira. O
cruzamento é viável, pois esta discussão pauta-se na variedade lingüística circulante
no meio escolar. Nesta direção, comunidade e escola falam línguas diferentes, não
chegam a ser estrangeiras entre si, mas, guardam distância que validam esta ponte.
(...), processo que envolvia uma compreensão crítica do ato de ler, que não se
esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas
que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo
precede a leitura da palavra, daí que a posterior desta não possa prescindir da
continuidade da leitura daquele.
113
Gestão escolar e pluralidade lingüística: um encontro pela democracia
Democracia: processo conflituoso; seu alcance não se dá por meio de determinações oficiais
e legais para a escola caminhar em um ritmo que supere a cultura do mando e da burocracia.
É necessário criar uma cultura democrática e exercê-la, esta é a condição essencial para o
funcionamento da gestão escolar de maneira descentralizada. É na vida diária da escola que
esta cultura vai sendo alimentada e construída coletivamente a partir da contribuição de todos
os atores sociais que fazem e estão na escola.
No plano concreto, a gestão democrática pressupõe debate entre os diversos atores e isso
só pode ocorrer a partir da interação dos sujeitos sociais que trazem para a escola suas
referências de linguagem.
A escola configura-se como o campo que promove uma negociação, muitas vezes tensa,
entre os interesses comunitários. Para tanto, é fundamental patrocinar a comunicação entre
os diversos elos dessa cadeia, considerando as diferenças identitárias reveladas nos textos
falados, escritos ou representados pela comunidade escolar.
Não se deve perder de vista que na utilização da linguagem as culturas humanas elaboram
os significados e constroem as representações que conferem sentido à existência. É na
manifestação lingüística que o sujeito individual e coletivo vai adquirir as referências
significativas que validem sua identidade, passando a se reconhecer e ser reconhecido.
Nesse sentido, a escola precisa elaborar um plano de gestão que considere todas as
representações lingüísticas horizontalmente. Isto implica em explicar as diferenças de
comunicação pela própria diferença. Ao tempo que são diferentes, as culturas também são
incompletas. Então, é no debate de idéias e na construção de regras de coexistência que se
completam garantindo a vida. À escola cabe o desafio de promover uma gestão da
comunicação das diferenças.
114
Em busca da autonomia
115
Os sentidos da autonomia
116
O colegiado escolar como espaço democrático
COLEGIADO
Princípio referencial da ESCOLAR
escola para construção da (Território
AUTONOMIA democracia político para o
debate de idéias)
TEORIA
117
O Colegiado, enquanto agente da autonomia, reconhece e enfrenta as resistências e
os conflitos que caracterizam a Escola. Para tanto, se faz necessário romper com a
tradição burocrática que tem permeado a educação brasileira. A estrutura cartorial da
escola é um “fardo pesado”, que limita os ideais de uma educação projetada para a
liberdade, mas, no interior dessa escola vivida e sentida, torna-se possível construir
uma outra escola. A mudança de mentalidade ganha corpo quando os
direcionamentos de gestão são demandados na própria escola ou comunidade.
Essa concepção passa pela inversão de uma lógica que ainda sobrevive nas
instâncias hegemônicas de poder. O ritmo administrativo precisa ser tomado e
flexibilizado a partir das demandas das unidades educacionais concretas e não dos
órgãos oficiais vinculados ao Estado. Isso não que dizer que o Estado não deve ter
uma política de educação. Ao contrário, a política estatal deve se construir e se
orientar pelo movimento das escolas que compõem o sistema. A gestão democrática e
participativa se constitui, sobretudo, de atitude e método. O compromisso democrático
é necessário, mas insuficiente para horizontalizar a gestão escolar. Precisa-se,
também, de métodos democráticos, do efetivo exercício da participação e da
autonomia escolar.
118
 A perspectiva ideológica da escola, enquanto instituição social, que ambienta um
cruzamento cultural, um encontro ora tenso, ora negociado da diversidade parece consenso
nas mais diversas tendências pedagógicas. Entretanto, a discussão que esse caldo cultural
permite e se traduz em várias linguagens, que se cruzam na escola, estabelecendo discursos
que se comunicam ou não, é incipiente.
PARA REFLETIR
 No plano da gestão escolar, por exemplo, cria-se um vocabulário técnico restrito a poucos
membros do universo escolar. O uso desse idioma é reconhecido na escola como um
conhecimento que reflete o status de uma ordem a ser executada. O desconhecimento do
discurso impede ou intimida a oposição. Não existe possibilidade de questionamento no
mesmo nível simbólico. A língua afirma-se como um dos mais fortes instrumentos de poder,
perpetuando uma gestão autoritária.
119
QUADRO RESUMO
120
PONTOS PRINCIPAIS
Você merece um bom descanso, físico e mental. Realize os exercícios físicos que tem
utilizado nos vários momentos de estudo pelos conteúdos do curso. Nós iniciamos
esta unidade (passo 1) propondo-lhe recordar e cantar versos de Luiz Gonzaga como
estratégia de esquentamento para a abordagem do assunto.
Você vai receber um convite agora. É o Professor Paulo Lima, da Escola de Música da
UFBA e Presidente da Fundação Gregório de Mattos, quem nos diz: “ querem uma
sugestão de roteiro cultural?” E nos aproxima de “um verdadeiro sistema de elaborar
respostas criativas” em Escada, Coutos, Plataforma, Pirajá, Federação, Abaeté,
Engomadeira, Mussurunga, Liberdade, enfim, na Cidade De Salvador.
A palavra cultura guardou de seu trajeto de vida duas raízes poderosas: a mais antiga
vem da noção de cultivo, a qualidade do cultivo, e foi difundida pela palavra francesa
‘civilisation’, assumindo a perspectiva internacional daquilo que se estabelecia como
padrão, como ideal. De outro lado, algo bastante distinto – Kultur –, a partir da
herança germânica. Uma noção que privilegia a vinculação comunitária de hábitos e
sentidos compartilhados — estaria na origem dos desenvolvimentos que levaram ao
folclore e à antropologia.
Um dos desafios hoje é a busca de equilíbrio entre essas duas forças.
Salvador é um verdadeiro laboratório com relação a tal dilema ou encruzilhada.
Muito mais variado que o próprio relevo da cidade, aquilo que se pode chamar de um
sistema de cultura em Salvador abrange pelo menos três grandes domínios e suas
interações: 1) as tradições letradas de todas as linguagens artísticas — aí incluídos os
processos de formação em escolas e conservatórios, os códigos de bom gosto em
permanente namoro com as elites internacionais; 2) o impulso (muitas vezes violento)
na direção da formação de mercados para tudo que for possível vender como produto
cultural, através de mídias; 3) e, espalhada por centenas de micro-comunidades, a
memória de ancestralidades diversas, principalmente africanas, cuja situação atual já
é o resultado de uma série de interações.
121
É fácil e perigoso falar do ponto de vista de apenas um dos domínios. Se não houver
diálogo entre tradições letradas e mercados, vai prevalecer a inanição ou o
saudosismo.
E o que dizer do Grupo Pim, da Escola São Miguel em Coutos? Tem qualidade de
sobra com meninos de 4 a 6 anos de idade! Ou ainda o Instituto Roerich em
Plataforma, você já ouviu falar na santa-mazorra? Lá em Pirajá, cercado de verde tem
o Instituto Oyá onde Mãe Santinha, Elísio e Alberto Pitta lideram uma usina cultural
afro-brasileira (Cortejo Afro, Balé da Mata etc.). Joselito Crispim do Bagunçaço toda
hora está na Europa. E quem ainda não assistiu ao espetáculo ‘Brasil’ do ‘É ao
quadrado’, que trate logo com Elizete Cardoso, sua diretora. Sulivan e Ravine agitam
no subúrbio, Mestre Nelito e Queinho na Federação, Edvaldo Araújo no Ilê Fun-fun.
Temo Cen, o Conem, a Mulherada, Jorjão Bafafé, Mestre Sabiá, Prof. Narciso no
Abaeté. Cacau do pandeiro no Rio Vermelho.
E muito mais! Se a preferência for uma aula de angola: Mestre Esmeraldo Emetério, a
Makota Valdina o pessoal da Acbantu. Poesia de ótimo nível? Na Engomadeira:
Domingos Sergio articula. E logo ali perto tem Tina Bee e o grupo de Street Dance do
Cabula.
122
PAULO COSTA LIMA: Professor da Escola de música da UFBA e Presidente da
Fundação Gregório de Mattos
Até lá.
123
Módulo 2: A Escola Como Núcleo Da Gestão
Assunto 2.4. Aplicando Os Conhecimentos.
Unidade: 3.41. Atividades
Prezado(a) professor(a)
Você concluiu o estudo dos assuntos previstos para este módulo. Ao final de cada
módulo você terá acesso a um conjunto de atividades para que possa avaliar sua
aprendizagem e sua evolução ao longo do curso.
Fique atento(a)! Após a primeira atividade, você será solicitado(a) a responder a uma
avaliação sobre a sua experiência em cursar este módulo. Solicitamos que você
responda estas questões para que possamos garantir a melhoria do nosso curso.
Consideramos cada um dos nossos alunos como um parceiro valioso para o
aprimoramento do processo de formação de gestores escolares.
Nos próximos passos, você vai encontrar as atividades que lhe propomos
124
1ª Considerar a Escola como uma organização administrativa implica:
a) Afirmar que toda escola tem uma clientela que é seu alunado
b) Reconhecer que a escola tem finalidades comuns a toda organização
c) Admitir que toda escola presta serviços à população
125
GABARITO MÓDULO 3
Questão 1 – c)
Questão 2 – b)
Questão 3 – a)
Questão 4 – a)
Questão 5 – c)
126
GLOSSÁRIO (encontrar significado das palavras Intercambiando e Congruência)
Palavra Significado
Congruência
127
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 42. ed.
São Paulo: Cortez, 2001. (Coleção questões de nossa época, 13).
129
MAGALHÃES, I. Práticas discursivas de letramento: a construção da identidade em
relatos de mulheres. In: KLEIMAN, A. B. (Org.). Os significados do letramento: uma
perspectiva sobre a prática da escrita. Campinas: Mercado das Letras, 2001. p. 201 –
35.
DOCUMENTO ELETRÔNICO
BRASIL. MEC. Plano Nacional de Educação. Disponível em
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/pne.pdf. Acessado em 15.05.2006.
130