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Índice

1. Introdução..................................................................................................................4

1.1 Objectivos...............................................................................................................4

1.2 Metodologia............................................................................................................4

2. Do Abaco a era digital: Surgimento dos Computadores............................................5

2.1 As Primeiras Ferramentas Para o Cálculo..............................................................5

2.1.1 A Primeira Calculadora de Bolso.......................................................................6

2.2 Da Régua de Cálculo ao Smartphone.....................................................................7

2.3 Surgimento e Evolução dos Computadores............................................................9

2.3.1 Mark I – Computador Electromecânico (Harvard/IBM) (1937-1944).............10

2.3.2 Computadores da 1.ª Geração (1946-1954)......................................................10

2.3.3 Computadores da 2.ª Geração (1955-1964)......................................................11

2.3.4 Computadores da 3.ª Geração (1965-1977)......................................................12

2.3.5 Computadores da 4.ª Geração (1977-1991)......................................................12

2.3.6 Computadores da 5.ª Geração (1992 até hoje)..................................................12

2.4 Charles Babbage (1791-1871)..............................................................................13

2.5 Hermann Hollerith (1860-1929)...........................................................................14

2.6 George Boole e os Fundamentos da Lógica Matemática e da Computação (1815-


1864) …………………………………………………………………………………..14

2.7 Alan Turing e o Colossos (1912-1954)................................................................15

2.8 Claude Elwood Shannon (1916-2001).................................................................16

3. Conclusão.................................................................................................................17

4. Referencia Bibliográfica..........................................................................................18
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1. Introdução

No presente trabalho irei abordar acerca do Ábaco à Era Digital:


Surgimento dos Computadores, segundo vários autores, a palavra ábaco deriva
etimologicamente do latim "abacus" que viria do grego "abakos". Esta era um
derivado da forma genitiva "abax" (tábua de cálculo).

Uma tecnologia que surge junto ao avanço das calculadoras é o


computador. A sua história se remete ainda ao início do século XIX, a partir da
Máquina de Diferenças (1822), Máquina Analítica (1837) ou a partir da
Máquina de Hollerith (1860). A geração moderna da informática se da com o
advento dos computadores que fazem uso de componentes electrónicos em sua
montagem.

Os primeiros computadores electrónicos foram desenvolvidos durante o


período da II Guerra Mundial como ferramentas de processamento de cálculos
matemáticos destinados aos problemas de balística e de decifração de códigos
criptografados (Carvalho, 2006; p. 111). O primeiro computador dessa geração
surgiu em 1946 e foi baptizado como ENIAC (Calculadora e Integrador
Numérico Electrónico). Pesava 30 toneladas e media 2,75 metros de altura. Esse
computador fora projectado inicialmente para fins militares pelo Departamento
de Material de Guerra do Exército Norte Americano e foi desactivado em 1955.

1.1 Objectivos
1.1.1 Geral
 Compreender o Surgimento dos Computadores a partir do Abaco até a era
Digital.
1.1.2 Específicos
 Conceitualizar Ábaco;
 Falar do surgimento dos computadores;
 Descrever as gerações que antecedem os computadores;
1.2 Metodologia

Para realização do presente trabalho foi mediante a consulta e revisão de certas


literaturas bibliográficas que abordam acerca da temática em questão. E, por fim, foi
levada acabo a componente referente a analise e compilação da informação.
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2. Do Abaco a era digital: Surgimento dos Computadores

Segundo vários autores, a palavra ábaco deriva etimologicamente do


latim "abacus" que viria do grego "abakos". Esta era um derivado da forma
genitiva "abax" (tábua de cálculo). Abax tinha também o sentido de tábua
polvilhada com terra ou pó, utilizada para fazer figuras geométricas. Alguns
linguistas especulam que tenha vindo de uma língua semítica (o púnico abak,
areia, ou o hebreu ābāq (pronunciado a-vak, areia) (Ifrah, 1997, p. 249).

Até chegarmos ao que estamos presenciando neste momento sobre o


avanço tecnológico, o ser humano, desde a pré-história, vem criando e fazendo
uso de tecnologias. Muitos utensílios e ferramentas foram criados em todas as
épocas da existência humana (Kenski, 2013; Marcondes Filho, 1994). “As
tecnologias são tão antigas quanto a espécie humana. Na verdade a
engenhosidade humana, em todos os tempos, que deu origem às mais
diferenciadas tecnologias” (Kenski, 2013, p. 15).

Os seres humanos da pré-história desenvolviam lanças para caça (e/ou


pesca), roupas construídas a partir de peles de animais para evitar o frio e o fogo,
que além de também proteger do frio, ajudavam no preparo de algumas
refeições. Em outras palavras, os seres humanos conseguiam garantir a
existência e supremacia de sua espécie, através de sua engenhosidade (Kenski,
2013, p. 15).

Assim, a partir dessa perspectiva, verificamos que as tecnologias estão


presentes em todos os lugares e em todas as actividades humanas. Altoé e Silva
(2005, p. 15) lembram que para executar qualquer actividade “ [...] necessitamos
de produtos e equipamentos, que são resultados de estudos, planeamentos e
construções específicas”.

2.1 As Primeiras Ferramentas Para o Cálculo

Uma importante Tecnologia Digital que antecedeu ao computador foi a


calculadora. O surgimento dessa tecnologia remonta ao desenvolvimento do
comércio entre os povos ainda no século VI a.C., quando surge o ábaco. Essa
tecnologia era considerada como uma das formas mais elementares de máquinas
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de calcular. Em meados do século XVII é inventada a Pascalina, a qual permitia


efectuar as operações de adição e subtracção. Embora as operações fossem
demoradas, podia-se também efectuar multiplicações e divisões pelo método das
adições sucessivas e subtracções sucessivas. A introdução da Pascalina no
mercado não foi um sucesso comercial porque era excessivamente cara. Foram
construídas apenas cerca de 50 Pascalinas, estando algumas delas expostas no
Conservatoir des Arts et Métiers em Paris e outras no Science Museum, em
Londres.

Não obstante as tecnologias próprias de cada civilização a mão humana


como “máquina de contar e de calcular” foi utilizada por todas as civilizações
em algum momento da sua história. A mão humana, com os seus cinco dedos, é
uma das primeiras calculadoras que se conhece, natural na sua constituição e na
sua natureza. (Ifrah, 1997, pp. XIX, 42, 43, 91, 92).

No entanto, como a necessidade de executar operações aritméticas


ultrapassa o número de dedos de uma mão de um ser humano, o recurso a
elementos da natureza tais como pedras, conchas do mar, galhos, entre outros,
tornou-se uma necessidade. O cálculo com recurso a pedras introduziu algum
tipo elementar de abstracção, mas o homem gradualmente percebeu que esse
método não era eficaz para satisfazer as necessidades verificadas em torno do
registo e do controlo comercial de bens alimentares, gado e terras e da
organização dos impostos.

Outros tipos de calculadora foram sendo inventadas, como a Roda


Graduada, criada por Leibniz (1671), por exemplo, mas a partir do final do
século XIX é que pesquisadores vão concebendo máquinas de calcular cada vez
menores e mais fáceis de utilizar. O desenvolvimento de sistemas electrónicos
de processamento de dados, em meados da década de 1950, deixou para trás as
calculadoras mecânicas. Os novos dispositivos electrónicos compactos deram
início à era das calculadoras de bolso e de mesa, no fim do século XX. Estas são
capazes de executar as funções matemáticas simples (por exemplo, as funções
trigonométricas normais e inversas), além de operações aritméticas básicas.

2.1.1 A Primeira Calculadora de Bolso


7

O ábaco romano de “bolso” (em bronze, inicio da era crista) (Ifrah, 1997, p. 443)
consiste numa tábua de metal com nove colunas de ranhuras paralelas. Fazendo uma
leitura, da esquerda para a direita:

 As primeiras oito colunas têm duas ranhuras cada uma, ranhuras superiores e
inferiores;
 A última coluna é diferente pois tem três ranhuras;
 Cada ranhura corresponde a uma ordem de números e nela deslizam os calculis;
 As sete colunas de ranhuras da esquerda representam as potências de 10 e as
restantes duas colunas da direita, serviam para marcar as unidades monetárias e
as suas subdivisões.

2.2 Da Régua de Cálculo ao Smartphone

Durante centenas de anos realizar cálculos complexos foi uma tarefa


laboriosa, demorada e, por vezes, acompanhada de erros. A invenção da Régua
de Cálculo, com as suas duas superfícies deslizantes, que se fazia valer de
escalas logarítmicas para fazer multiplicações e divisões como se fossem somas
e subtracções, veio simplificar algum desse trabalho tendo sido, até aos anos
1970, as calculadoras de bolso de milhares de estudantes do ensino secundário,
universitários e cientistas.

“ [Por volta de 1632, William Oughtred (1574 -1660) inventou a régua


de cálculo, composta por duas escalas logarítmicas que deslizam uma
relativamente à outra e permitem multiplicar ou dividir adicionando ou
subtraindo comprimentos. A régua de cálculo é uma “tabela de logaritmos
mecânica” que permite realizar multiplicações, divisões e outros cálculos
(extracção de raízes quadradas e cúbicas, cálculo dos valores das funções
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trigonométricas, etc.), com uma precisão de três dígitos significativos. Durante


350 anos, até ao aparecimento das primeiras calculadoras electrónicas portáteis,
as réguas de cálculo foram os instrumentos dos engenheiros e cientistas].”
(Lemos, 2012, pp. 81-82).

Na primeira metade do século XX, impulsionadas pela revolução


industrial, surgem inúmeras empresas, principalmente na Alemanha e nos EUA,
a fabricar milhões de calculadoras mecânicas, caixas registadoras, máquinas de
contabilidade, etc. Depois de 1960 as calculadoras mecânicas começaram a sua
jornada inevitável para as colecções de museus com o aparecimento das
calculadoras electrónicas de mesa.

Com o desenvolvimento dos circuitos electrónicos integrados que


passaram a congregar numa única peça centenas ou milhares de transístores
miniaturizados surge a primeira calculadora de bolso com um protótipo da Texas
Instruments a Cal Tech, comercializado alguns anos mais tarde pela Canon, com
o nome de Pocketronic. Em 1971 surge uma calculadora da responsabilidade da
empresa japonesa Buiscom, a "Buiscom Handy LE" que trazia a novidade de um
mostrador com LED.

Em 1972, surgiu a primeira calculadora portátil científica, a HP-35, da


Hewlett Packcard e com ela a régua de cálculo testemunhou o seu fim. Em 1973,
a Sharp inovava com um mostrador de cristal líquido (LCD), em 1974 já era
contabilizada a venda de mais de 10 milhões de unidades de calculadoras e em
1980 eram 100 milhões. Daí por diante, as calculadoras passaram a estar
presentes em relógios, agendas de mesa, porta-canetas, e tudo o mais que
pudesse ser usado numa mesa de trabalho ou mesa de sala de aula.

Em 31 de Dezembro de 2006, a Casio comemorou a venda da sua


bilionésima calculadora. Paralelamente ao desenvolvimento das calculadoras
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estiveram os computadores inicialmente mainframes que ocupavam uma sala


inteira, construídos para servirem propósitos militares e que impulsionados pela
substituição de válvulas pelos transístores e destes pelos microchips evoluíram
para minicomputadores e mais tarde computadores pessoais. De realçar que
segundo Ponte & Canavarro (1997, p. 111) não existe uma separação.

Paralelamente ao desenvolvimento da primeira calculadora científica


surge a 3 de Abril de 1973 o primeiro telemóvel do mundo de Martin Cooper,
director de pesquisa e desenvolvimento da Motorola, modelo DynaTAC tendo
revolucionado a forma como se comunicava na altura.

Durante os primeiros anos da ascensão dos telemóveis as suas principais


capacidades eram realizar chamadas, enviar SMS e tirar fotografias de
baixíssima qualidade, tudo isso começou a mudar com uma aproximação entre
telefones e computação em 1992 com o primeiro smartphone, a IBM Simon e
nos anos 2000, nomeadamente, a partir de 2007, quando o lançamento do
primeiro iPhone, com o sistema operativo iOS, deu protagonismo às capacidades
dos telemóveis mais avançados e inteligentes sendo lançado no ano seguinte o
primeiro telefone com sistema Android, do Google.

Actualmente os smartphones são verdadeiros microcomputadores, devido


às suas possibilidades de recursos, armazenamento e interface oferecendo muitas
possibilidades de utilização para fins educativos.

2.3 Surgimento e Evolução dos Computadores

Uma tecnologia que surge junto ao avanço das calculadoras é o


computador. A sua história se remete ainda ao início do século XIX, a partir da
Máquina de Diferenças (1822), Máquina Analítica (1837) ou a partir da
Máquina de Hollerith (1860). A geração moderna da informática se da com o
advento dos computadores que fazem uso de componentes electrónicos em sua
montagem.

Os primeiros computadores electrónicos foram desenvolvidos durante o


período da II Guerra Mundial como ferramentas de processamento de cálculos
matemáticos destinados aos problemas de balística e de decifração de códigos
criptografados (Carvalho, 2006; p. 111). O primeiro computador dessa geração
10

surgiu em 1946 e foi baptizado como ENIAC (Calculadora e Integrador


Numérico Electrónico). Pesava 30 toneladas e media 2,75 metros de altura. Esse
computador fora projectado inicialmente para fins militares pelo Departamento
de Material de Guerra do Exército Norte Americano e foi desactivado em 1955.
O EDVAC (Electronic Discrete Variable Computer), inventado em 1949, foi
considerado o sucessor do ENIAC. Era dotado de cem vezes mais memória
interna que o ENIAC, entretanto as dimensões e peso se assemelhavam.

A partir do desenvolvimento tecnológico e científico propiciou-se a


integração das potencialidades de recursos que resultaram na Internet, uma
estrutura global que interliga os computadores e outros equipamentos para
possibilitar o registro, produção, transmissão e recepção de informações e a
comunicação entre indivíduos independentemente da posição geográfica
(Capobianco, 2010; p. 54).

2.3.1 Mark I – Computador Electromecânico (Harvard/IBM) (1937-1944)

Nos Laboratórios de Computação de Harvard, Howard Aiken e alguns


engenheiros da IBM, em 1943 terminavam a primeira versão da IBM Automatic
Sequence Controlled Calculator (Harvard Mark I ou ASCC), o primeiro
descendente directo da máquina analítica de Babbage, que media cerca de 15
metros de comprimento por 2,5 metros de altura, tinha nada menos que 750 000
componentes ligados por aproximadamente 80 400 metros de fio e pesava cerca
de cinco toneladas (Eves, 2011; p. 76).

Este computador modificava instruções dinamicamente baseando-se nos


resultados obtidos durante o processamento, possuía unidades para decidir qual
o melhor algoritmo para execução de um cálculo através do argumento de uma
função, testava o conteúdo de registadores, etc. Diferenciava-se
fundamentalmente das máquinas anteriores por usar memórias separadas para
instruções e dados, o que ficou denominado como arquitectura de Harvard.
Quando terminado em 1944, foi imediatamente adoptado pela marinha
americana para fins militares e novas versões foram produzidas até 1952.

2.3.2 Computadores da 1.ª Geração (1946-1954)


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A primeira geração dos computadores é caracterizada pela utilização de


válvulas electrónicas. A válvula é um tubo de vidro, semelhante a uma lâmpada
fechada sem ar no seu interior, ou seja, um ambiente fechado a vácuo, e
contendo eléctrodos, cuja finalidade é controlar o fluxo de electrões. “As
válvulas aqueciam bastante e costumavam queimar com facilidade” (Farias,
2020; p. 87).

Segundo Filho (2007, p. 104), no início da Segunda Guerra Mundial foi


criado, na Moore School of Electrical Engineering, da Universidade da
Pensilvânia (Filadélfia, EUA), um grupo de pesquisa para o desenvolvimento de
projectos electrónicos para fins militares. Este grupo constituído por figuras
intelectuais de renome acabaram por ser os protagonistas na construção do
primeiro computador de uso geral que realmente funcionou como tal, o ENIAC
(Electronic Numerical Integrator and Computer) que acabou por ser o grande
salto no desenvolvimento dos computadores electrónicos. O formato do
computador era em U, dezoito metros de comprimento por dois metros e meio
de largura, pesava trinta toneladas, possuía 18000 válvulas, capacidade para
reter em memória setenta e quatro números de vinte e três algarismos, 5000
adições ou 300 multiplicações por segundo e mil vezes mais rápido que o Mark I
e encontra-se actualmente como peça de museu, no Smithsonian Institution, em
Washington D.C. (Eves, 2011; p. 76).

Em 1945 Neumann escreveu First Draft of a Report on the EDVAC


(Eletronic Discrete Variable Automatic Computerum), relatório que sugere a
utilização da linguagem binária e que os programas e outros dados devem estar
na memória interna do computador. Deste modo, com ele foi introduzida a
noção de “programação por software” ao colocar um programa na memória do
ENIAC, utilizando pela primeira vez a linguagem binária. O primeiro
computador construído comercialmente, o UNIVAC (de UNIVersal Automatic
Computer), foi colocado no Departamento de Estatística do governo dos EUA
em 1951 para efeitos de recenseamento. A General Electric foi o primeiro
utilizador industrial do computador (1954).

2.3.3 Computadores da 2.ª Geração (1955-1964)


12

Os computadores da segunda geração foram impulsionados pela


invenção do transístor que substituiu a válvula e cujo tamanho é 100 vezes
menor que esta. Comparados com os da primeira geração eram mais rápidos,
mais pequenos e com custos de produção mais baixos. Eram alocados em salas
especialmente preparadas com sistema de refrigeração, com apoio de operadores
profissionais e apenas grandes companhias, agências governamentais, ou
universidades, dispunham de condições para pagar um preço elevadíssimo por
essas máquinas (Sobral, 2015; p. 96). Por volta de 1956 apareceram também os
modernos dispositivos, tais como as impressoras, as fitas magnéticas, os discos
para armazenamento, etc.

2.3.4 Computadores da 3.ª Geração (1965-1977)

O uso de transístores passou a ser substituído pelo de circuitos integrados


(CI), unidades de encapsulamento semicondutoras que agrupam transístores,
resistores, díodos e outros componentes eléctricos interligados numa pastilha de
Silício e Germânio e que passaram a ser conhecidos como chips. As duas
variedades de circuitos integrados da terceira geração eram o SSI (Small Scale
Integration – Circuitos de pequena escala) com cerca de 10 transístores por chip
e os MSI (Medium Scale Integration - Circuitos de média escala) com cerca de
100 transístores por chip. Essa compactação nos componentes possibilitou a
diminuição do tamanho dos computadores, do aquecimento e do consumo de
energia. Estas características permitiram o aumento da velocidade de
processamento dos computadores, o aumento do número de operações
simultâneas e o surgimento das primeiras linguagens de programação, tais como
COBOL, FORTRAN e ALGOL (Sobral, 2015; p. 96).

2.3.5 Computadores da 4.ª Geração (1977-1991)

Com um aperfeiçoamento da tecnologia existente, proporcionando uma


optimização da máquina para os problemas do usuário, maior grau de
miniaturização, confiabilidade e maior velocidade, já da ordem de nano
segundos (bilionésima parte do segundo) surgem os computadores da quarta
geração. Esta geração surgiu com o decorrer da tecnologia dos circuitos
integrados LSI (Large Scale Integration), chips com milhares de transístores
num centímetro quadrado de silício e VLSI (Very Large Scale Integration)
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(Farias, 2020; p. 57). Enquanto o minicomputador da terceira geração tornou


possível um departamento de uma companhia ou uma universidade possuir o seu
próprio computador, os computadores com microprocessador em chip, com
capacidade de computação altamente interactiva, com excelentes facilidades
gráficas, tornaram possível a uma só pessoa ter o seu próprio computador
(computador pessoal) e, deste modo, fizeram crescer a indústria de produção de
software para computadores pessoais.

2.3.6 Computadores da 5.ª Geração (1992 até hoje)

Os computadores da quinta geração são caracterizados pela escala de


integração ULSI (Ultra Large Scale Integration), arquitecturas de 64 bits,
processadores que utilizam tecnologias RISC (Reduced Instruction Set
Computer) e CISC (Complex Instruction Set Computer), a utilização da
inteligência artificial (reconhecimento de voz, sistemas inteligentes, redes
neurais, robótica) e a conectividade proporcionada pelas redes de alta velocidade
(Sobral, 2015; p. 90-97).

Sobral (2015, p. 90-97) considera ainda uma sexta geração de


computadores que é a actual, caracterizada pela “nuvem computacional, ao
mesmo tempo com a computação móvel, pervasiva e ubíqua”.

2.4 Charles Babbage (1791-1871)

De todos os inventores que deram o seu contributo para o


desenvolvimento da computação, Charles Babbage foi o primeiro que quase
chegou a criar um computador. Daí que seja conhecido como o “Pai do
computador”.

Por volta de 1820 ou 1821, Charles Babbage iniciou o seu trabalho no


desenvolvimento de uma máquina de calcular de impressão. No final de 1822
acabou por construir um modelo dessa máquina, “a máquina das diferenças” ou
“máquina diferencial”. Trata-se de uma máquina capaz de resolver equações
polinomiais através das diferenças entre números, e consequentemente, de
efectuar os cálculos necessários para construir tabelas de logaritmos sem erros,
contrárias às que apareciam na época e que deixavam Babbage impaciente. A
14

máquina tinha a capacidade de receber dados, processá-los, armazená-los e


exibi-los (History-Computer, 2019; p. 66).

Num encontro realizado entre Babbage e o chanceler do Tesouro, em


1823, foi feito um acordo verbal bastante vago, segundo o qual o governo
concederia fundos no valor de 1500 libras, para a empresa de Babbage construir
a máquina de calcular, com um tempo previsto para a sua construção de 3 anos.
A máquina inteira deveria conter cerca de 25 000 peças e pesar mais de 2
toneladas, com dimensões de aproximadamente 260 cm de altura, 230 cm de
largura e 100 cm de profundidade, contudo, naquela época o protótipo ainda só
contemplava cerca de um terço da altura e metade da largura, ou seja, cerca de
um sétimo de todo o mecanismo de cálculo e continha cerca de 2000 peças de
bronze e aço (History-Computer, 2019; p. 66).

Augusta Ada King, Condessa de Lovelace (1815-1852), conhecida como


Ada Lovelace, Matemática e escritora inglesa, a primeira efectiva programadora
de computadores. Reconhecida hoje em dia principalmente por ter escrito o
primeiro algoritmo a ser processado pela máquina analítica de Charles Babbage.
Na juventude, os seus talentos matemáticos levaram-na a uma relação de
trabalho e amizade com o colega Charles Babbage e, em particular, o seu
trabalho sobre a Máquina Analítica. Entre 1842 e 1843, Ada Lovelace traduziu
um artigo do engenheiro militar italiano Luigi Federico Menabrea sobre a
máquina e complementou-o com Anotações (chamadas assim por Ada Lovelace)
de sua autoria. Nessas anotações encontra-se um algoritmo criado por si para ser
processado por máquinas. Ada Lovelace também desenvolveu uma visão sobre a
capacidade dos computadores de irem além do mero cálculo ou processamento
de números. Sua mentalidade da "ciência poética" levou-a a fazer perguntas
sobre a Máquina Analítica e a examinar como os indivíduos e a sociedade se
relacionam com a tecnologia como uma ferramenta de colaboração.

2.5 Hermann Hollerith (1860-1929)

Hermann Hollerith era funcionário do United States Census Bureau e


inventou, em 1880, uma máquina para processar os dados do recenseamento da
população baseada na leitura de cartões de papel perfurados em código BCD
(Binary Coded Decimal) e que efectuava contagens da informação referente à
15

perfuração respectiva, pioneira na utilização de electricidade para separação,


contagem e tabulação dos cartões. Em 1896 Hermann Hollerith juntou-se a
Thomas Watson e fundaram a Tabulating Machine Company (TMC) que em
1916 se torna a International Business Machine (IBM) (Sobral, 2015; p. 97).

Os 60 milhões de cartões perfurados no censo de 1890 nos Estados


Unidos foram alimentados manualmente em máquinas para processamento. Os
mostradores contavam o número de cartões com orifícios numa posição
específica. Um classificador à direita seria activado por determinadas
combinações de furos, permitindo a geração de estatísticas detalhadas (por
exemplo, o número de agricultores casados com mais de 40 anos de idade). Um
operador médio pode processar cerca de 7000 cartões por dia, pelo menos dez
vezes mais rápido que os métodos manuais (CHM, 2020; p. 87).

2.6 George Boole e os Fundamentos da Lógica Matemática e da Computação


(1815-1864)

De acordo com Sobral (2015, p. 97) a influência dos trabalhos de lógica


simbólica realizados por De Morgan e a tendência formalista dos matemáticos
ingleses levaram George Boole a escrever em 1854 “An Investigation of the
Laws of Thought” e, baseado neste trabalho em 1854, a álgebra booleana com
especial interesse para a Computação, devido à sua conceição acerca de um
sistema matemático baseado em duas quantidades, o ‘Universo’ e o ‘Nada’,
representados por ‘1’ e ‘0’ que o levou a inventar um sistema de dois estados
para a quantificação lógica em 1847. Uma das características importantes da
álgebra de Boole é que as operações lógicas podem ser colocadas juntas e
formar novas operações, com um sistema completo que permitia a construção de
modelos matemáticos para o processamento computacional. As álgebras
booleanas acabaram por ter aplicações na electrónica, alguns anos depois com os
interruptores (relés) posteriormente transformados em bits, no século XX, por
Claude Shannon. Segundo Filho (2007, p. 56) George Boole é considerado o
fundador da Lógica Simbólica.

2.7 Alan Turing e o Colossos (1912-1954)


16

Segundo Filho (2007, p. 74) a “revolução do computador começou


efectivamente a realizarse no ano de 1935, numa tarde de verão em Inglaterra,
quando Alan Mathison Turing (1912 - 1954), estudante do King’s College,
Cambridge tomou conhecimento do Entscheidungsproblem de Hilbert”. Alan
Turing foi influente no desenvolvimento da ciência da computação e na
formalização do conceito de algoritmo e computação com a máquina de Turing,
desempenhando um papel importante na criação do computador moderno. Foi
também pioneiro na inteligência artificial e na ciência da computação. É
conhecido como o pai da computação.

A Máquina de Turing é um dispositivo teórico conhecido como máquina


universal, muitos anos antes de existirem os modernos computadores digitais. É
um modelo abstracto de um computador, que se restringe apenas aos aspectos
lógicos do seu funcionamento (memória, estados e transições) e não à sua
implementação física. Numa máquina de Turing pode-se modelar qualquer
computador digital.

Segundo Filho (2007, p. 77), em 1940, durante a segunda guerra


mundial, Alan Turing fez parte de uma equipa de brilhantes mentes responsável
por decifrar mensagens codificadas do inimigo alemão através de uma máquina
chamada “Enigma”. Para isso Turing e a sua equipa tentaram construir réplicas
da máquina “Enigma” incorporando nelas as suas ideias abstractas. A sua ideia
principal era verificar todos os ajustes possíveis da Enigma até que o código
fosse descoberto. As máquinas britânicas construídas tinham dois metros de
altura e eram significativamente largas e possuíam relés (interruptor)
electromecânicos para verificar todos os ajustes possíveis da Enigma.

Quando a guerra terminou, Turing tinha ajudado a construir um


computador, o Colossus, uma máquina inteiramente electrónica com 1500
válvulas que eram muito mais rápidas do que os relés electromecânicos usados
nas bombas. O Colossus era um computador que tinha memória, podia processar
informação e os estados dentro do computador assemelhavam-se aos estados da
mente. Turing tinha transformado sua máquina imaginária no primeiro
computador legítimo.

2.8 Claude Elwood Shannon (1916-2001)


17

Segundo Filho (2007, p. 98) o engenheiro Claude E. Shannon47 com


apenas 22 anos deu uma grande contribuição à área da Computação. Em 1937
estabeleceu uma ligação entre os circuitos eléctricos e o formalismo lógico
mostrando um caminho para projectar máquinas baseadas na lógica algébrica
descrita um século antes por George Boole, aquela em que só havia dois valores
no sistema de cálculo lógico: 1 e 0. Se um valor é verdadeiro, ele pode ser
representado pelo valor 1 e, se falso, pelo 0. Nesse sistema, uma tabela de
verdade descreveria os vários estados lógicos possíveis.

Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, Shannon começou a


desenvolver uma descrição matemática da informação, dando origem a um ramo
de estudos conhecido como Teoria da Informação. Deu ainda importantes
contribuições na área da Inteligência Artificial.
18

3. Conclusão

Após a elaboração do presente trabalho conclui que a tecnologia do


passado não é a mesma da do presente, mas toda ela é dinâmica, possibilita a
interacção e poderá ser forte aliada na construção de aprendizagens
significativas.

Foi nos Laboratórios de Computação de Harvard, Howard Aiken e


alguns engenheiros da IBM, em 1943 terminavam a primeira versão da IBM
Automatic Sequence Controlled Calculator (Harvard Mark I ou ASCC).
Diferenciava-se fundamentalmente das máquinas anteriores por usar memórias
separadas para instruções e dados, o que ficou denominado como arquitectura de
Harvard. Quando terminado em 1944 foi imediatamente adoptado pela marinha
americana para fins militares e novas versões foram produzidas até 1952.

O primeiro “bug” (insecto, em inglês) de computador ocorreu em 1945


numa máquina Harvard Mark II e foi provocado por uma traça que entrou na
máquina e parou todo o sistema. Este incidente aconteceu a Grace Hoper, que
inicialmente não conseguia descobrir a razão pela qual o computador estava com
uma avaria, até que encontrou a traça nos contactos de um relé. Este facto deu
origem ao termo bug para designar erro na linguagem dos computadores.

As tecnologias surgiram e continuam surgindo a partir da necessidade e


da engenhosidade humana. Que a evolução social do homem confundiu-se com
a evolução das tecnologias e ainda que diferentes períodos da história podem ser
reconhecidos pela tecnologia presente na época. O avanço científico da
humanidade ampliou o conhecimento sobre os recursos tecnológicos, cada vez
mais sofisticados, moldando essas tecnologias enquanto as tecnologias criadas
iam moldando também esse comportamento social do ser humano.

A partir do desenvolvimento tecnológico e científico propiciou-se a


integração das potencialidades de recursos que resultaram na Internet, uma
estrutura global que interliga os computadores e outros equipamentos para
possibilitar o registro, produção, transmissão e recepção de informações e a
comunicação entre indivíduos independentemente da posição geográfica.
19

4. Referencia Bibliográfica

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emprego na educação. In: Educação e Novas Tecnologias. Maringá: Eduem, p. 13-
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Lemos, C. L. (2012). História da Matemática - Boletim da SPM. Os logaritmos e as


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