ESPECIAL CIBERSEGURANÇA

EXAME INFORMÁTICA
PARA QUEM GOSTA DE TECNOLOGIA

TESTE DE GRUPO
HEADPHONES
MAIO 2024 ○ N.° 346 ○ MENSAL ○ ANO 28 ○

VIVER
OS MODELOS COM
MELHOR QUALIDADE/PREÇO

10 0 A N O S
VIVER 100 ANOS (OU MAIS)

(OU MAIS)MOS MAIS E MELHOR

EXAMEINFORMATICA.PT ○ FACEBOOK.COM/EXAMEINFORMATICA ○

U E S A P A R A V I V E R
A CIÊNCIA PORTUG E N E S C I M E N T O C E L U L A R
S A D O R E J U V
A PROMES N A L O N G E V I D A D E
O S T A S M I L I O N Á R I A S
AS AP
COLONIZAÇÃO
DE MARTE
PORTUGUESES
ESTUDAM O IMPACTO
PACTO

HISENSE LASERR DA RADIAÇÃO SOBRE

OS
OS HUMANOS
ASUS ZEPHYRUS G14
AS
CINEMA PL1SE ULTRAPORTÁTIL PARA GAMING
HOME CINEMA ‘À SÉRIA’

XIAOMI 14 ULTRA
RA XIAOMI WATCH S3
XI
OP
PRIMEIRO SMARTWATCH
O NOVO REI NA FOTOGRAFIA
A COM HYPER OS
CO
346 MAIO 2024

PC MAIS
PRODUTIVO
PEÇA O SEU NA BANCA! ENSAIO: A TECNO
TECNOLOGIA QUE
€2,10
(CONT.)
ECH
IMPRESSIONA NO SCENIC E-TECH
NotíciasFlix
 05.2024

PARA QUEM GOSTA DE TECNOLOGIA

21 Teste de grupo a auscultadores:

JBL Live 770 NC, Trust GXT 490P
Fayzo, Sennheiser Accentum Plus
e Polly Voyager Surround 80
26 Xiaomi 14 Ultra: Uma máquina
fotográfica de bolso
29 Bose Ultra Open Earbuds
30 Sony A6700: Foto e vídeo
de grande qualidade
77
32 Huawei MatePad Pro (13.2)
33 Express VPN Aircove Go:
Um mini-router para viagens 55 Uplink: Um projeto para mudar
34 Razer Seiren V3 Chroma o acesso à internet
35 Resistência acessível 56 Estudo antecipa um dos problemas
com o Maxcom FW67 Titan Pro de uma viagem a Marte
36 Xiaomi Watch S3
37 Redes otimizadas
58 Proba-3: A dança de dois satélites
DIGITAL
com o Mercusys Halo H70X
38 Asus ROG Zephyrus G14 GA403UI 59 Cibersegurança COMO ACEDER
40 Corsair M75 Wireless Se é assinante digital da Exame Informática tem direito
a aceder à edição da revista (presente e passadas)
41 Simplicidade e preço acessível em exameinformaticadigital.exameinformatica.pt.
com o Samsung Galaxy A25 74 Renault Scenic E-Tech Iconic Tem ainda a possibilidade de ler os conteúdos exclusivos
que vamos antecipando para os assinantes no site
42 Monitor AOC 27B3CA2
exameinformatica.pt. Caso não se encontre registado,
43 Baseus Powercombo 5 em 1 por favor contacte-nos através do Apoio ao Cliente.
44 Cinema em casa com o 84 Consultório: Problemas na ligação
Hisense Laser Cinema PL1SE ao Android Auto?
21 870 50 50
(dias úteis das 9h às 19h)
46 Kit Trust GXT 794 Custo de chamada para a rede fixa, de acordo com o seu tarifário

47 Kit Trust ODY II (teclado + rato) loja.trustinnews.pt

48 Viver para lá dos 100:
As inovações portuguesas
para vivermos mais e melhor
77 Final Fantasy VII Rebirth
79 Princess Peach: Showtime
80 Dragon's Dogma II
82 LOL: Ctrl+Alt+Del,
Tiro ao Lado e Erro de Sistema

INSTANTÂNEOS

p56 p36 p48 p74

Muitas palavras poderiam
descrever estes quatro anos na
Exame Informática. Realização,
aprendizagem, camaradagem,
equipa, descoberta, alegria.
Mas há uma que resume tudo
isto: Liberdade. Obrigada aos
leitores e aos incríveis da
Exame Informática.
Sara Sá
Faço a minha estreia oficial na
Exame Informática a treinar o
‘músculo’ dos testes com muitos
gadgets e novidades pelo
caminho. Uma delas é o Xiaomi
Watch S3, um smartwatch com
um design clássico e
funcionalidades práticas, tudo
sem pesar muito na carteira.
Francisca Andrade
Todos temos duas idades. Segundo os
resultados do meu relógio inteligente,
pareço estar no bom caminho para chegar
a velhinho com força nas canetas. E depois
de ter aprendido mais sobre longevidade e
com tantos métodos promissores para
abrandar o envelhecimento,
a possibilidade de viver até aos 120 anos
parece cada vez mais fazível.
Rui da Rocha Ferreira
O Scenic E-Tech representa bem o
que é a ‘nova’ Renault, onde a
tecnologia é uma prioridade. Este
100% elétrico tem sistema operativo
Google e vários pormenores para
quem valoriza os gadgets, como o
suporte para smartphones e tablets
nos bancos traseiros e o tejadilho de
opacidade variável.
Sérgio Mago

3
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 EDITORIAL
SÉRGIO MAGNO | DIRETOR
BATERIAS PRECISAM-SE!
A
transição energética é uma necessidade. E têm sido dados
passos importantes, mesmo que a um ritmo ainda insu-
ficiente, em direção a uma economia livre das emissões
associadas aos combustíveis fósseis. Alguns dos melhores exemplos
estão no aumento da produção de energias de fontes sustentáveis.
Têm sido constantes as notícias de abertura de novos parques solares
e de novos recordes de produção de energia renovável. O que levou a
um acontecimento curioso: para evitar problemas técnicos na rede,
a REN (Redes Energéticas Nacionais) foi obrigada a ordenar o corte
de produção de fontes renováveis porque a produção ultrapassou o
consumo. Apesar de isto ter acontecido devido à conjugação rara
de vento forte, aumento de fluxo de água nas barragens e dias sola-
rengos, à medida que os muitos megawatts de produção renovável
planeados para os próximos tempos, sobretudo no solar, começarem
a ficar disponíveis na rede, maior será a probabilidade de a produção
ultrapassar a oferta. Há várias conclusões a tirar deste acontecimento
que será cada vez menos raro. Primeiro, é possível vivermos exclusi-
vamente de energias renováveis; segundo, como tem sido sentido por
quem tem contratos de energia indexados ao custo de produção, esta
é a energia mais económica (o custo energético no mercado ibérico
chegou a zero); terceiro, é imperativo tornar a rede mais inteligente
e criar mecanismos de acumulação de energia. Há várias soluções
para armazenar energia produzida em excesso, como sistemas de
bombeamento, que elevam a água para quotas mais altas para que
depois possa ser usada para gerar energia; produção de hidrogénio
verde através de eletrólise; ou, a mais eficiente e simples, a instalação
de baterias estacionárias. Neste aspeto, há duas boas notícias: há
sinais que a produção de baterias está, finalmente, a atingir o nível
da procura e, não menos importante, começam a existir baterias de
segunda vida em quantidade suficiente para este tipo de aplicação.
Uma coisa parece-me evidente: já não basta focarmo-nos apenas no
aumento da produção de energia renovável. É tempo de começarmos
a investir no armazenamento.
OBRIGADO E BEM-VINDOS
Esta edição marca uma mudança na equipa da Exame Informática.
Sara Sá e Paulo Matos optaram por iniciar novas carreiras e não
poderia deixar de agradecer-lhes a dedicação, a boa disposição e
o profissionalismo que demonstraram ao longo dos últimos anos.
Felizmente, continuarão a fazer parte da família Exame Informática.
A Sara com as suas sugestões sobre a área que sempre dominou, a
ciência. E o Paulo, agora como colaborador, com as suas análises de
produtos, sempre muito esclarecedoras. Também é tempo de dar as
boas-vindas à Francisca Andrade e ao Tiago Jorge Pereira, que vão
enriquecer a Exame Informática com novas ideias e conteúdos.
smagno@exameinformatica.pt facebook.com/sergio.magno
4
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
Proprietária/Editora: TRUST IN NEWS, UNIPESSOAL LDA.
Sede: Rua da Fonte da Caspolima – Quinta da Fonte nº 8, 2770-190, Paço de Arcos
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 1985
Lançamento da rede
nacional MULTIBANCO
de Caixas Automáticas

1987
Primeiro terminal
de pagamento
Metade do valor automático (TPA)
de compra do MB
Way pulse Solidário
(€7,5) vai para
instituições de
solidariedade

PAGAMENTOS
AO RITMO DA VIDA
Usar o smartphone para pagar é uma opção útil, sobretudo para
aquelas ocasiões em que se esquece da carteira em casa. Mas o
que acontece quando não tem nem smartphone, nem bateria, nem
uma ligação à Internet? O MB WAY Pulse quer ser a resposta e
promete facilitar o acesso à tecnologia de pagamentos contactless
sem necessidade de smartwatches ou outros equipamentos
Texto: Francisca Andrade Foto: D.R.

6
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 SIBS - 40 ANOS EM PORTUGAL
1991
Portagens Via Verde
1996
MB Phone
1992
Transferências por ATM
2001
MB NET
O
MB Way Pulse fez a sua estreia em
2023, para assinalar o 40º aniversário
da SIBS, e chega em quatro formatos
diferentes: uma pulseira, uma presilha para
relógio, um porta-chaves e um marcador
para fio ou outro dispositivo. Cada um destes
wearables permite realizar pagamentos em
todos os terminais de pagamento da Rede
Multibanco, à semelhança do que acontece
com o MB Way.
No interior do MB Way Pulse há um chip
NFC integrado. O wearable é ativado na apli-
cação do MB Way, sendo associado ao cartão
bancário. Para fazer compras, basta encostar
a um terminal de pagamento.
Como afirma a SIBS, o MB Way Pulse apre-
senta-se como uma opção descomplicada
para pagamentos de proximidade em maior
velocidade. O mesmo se aplica às situações
em que não tem o smartphone por perto,
quando não tem bateria, ou então quando
não consegue aceder à Internet.
Este ano, a ‘família’ MB Way Pulse ganhou
uma novidade com uma versão solidária.
Em formato de porta-chaves, esta versão
tem a forma do Multinho, o boneco da Rede
Multibanco, e foi concebida para apoiar as
instituições de solidariedade que fazem parte
da iniciativa ‘Ser Solidário’.
O MB Way Pulse pode ser pedido através da
aplicação do MB Way e conta com um pre-
ço de 14,99 euros. Quando compra a versão
solidária, 50% do valor reverte para uma
instituição de solidariedade à sua escolha,
de uma extensa lista disponível através do
website do MB Way. Esta versão pode também
ser adquirida presencialmente (e via código
2005
Ser solidário no ATM
2015
Criação do MB WAY
2007
MB Spot
2017
ATM
Express
QR) nas instituições de solidariedade que
participam na iniciativa. 2021
QR Code
MAIS OPORTUNIDADES Express
PARA CRESCER?
O conceito do MB Way Pulse não é totalmen-
2022
te uma novidade, incluindo em Portugal.
Veja-se, por exemplo, o caso da pulseira
BPI Cash. Lançada em 2016, surgiu de uma SIBS Tap
parceria entre o banco BPI e a espanho- on Phone
la MoneyToPay, especializada em cartões
pré-pagos. No entanto, seria necessário es-
2023
perar mais alguns anos até que o mercado
amadurecesse: seja nos wearables como nos
pagamentos contactless.
MB Pulse
Nos wearables, os mais recentes dados da
IDC mostram que o mercado registou um
crescimento modesto de 1,7% em 2023. O
segmento dos smartwatches continua a
crescer, com uma subida de 8,7% nos equi-
pamentos enviados para as lojas. Os anéis
inteligentes são outra das áreas que mostram
potencial, com um crescimento de 34,9%.
As perspectivas dos especialistas para o
próximo ano são positivas. Espera-se que, em
2024, o número de wearables enviados para
as lojas alcance a marca dos 559,7 milhões
de unidades, num crescimento de 10,5% em
comparação com 2023. visto como o factor-chave que impulsionará
Nos pagamentos contactless, um estudo de este crescimento.
2022 da Juniper Research previa que o valor Os pagamentos mobile e através de wea-
das transações a nível mundial alcançasse a rables são uma das áreas de maior destaque,
marca dos 10 biliões de dólares até 2027, num com os especialistas a esperarem um cres-
‘salto’ em relação aos 4,6 biliões registados cimento de 221% até 2027. A conveniência é
nesse ano. O investimento no ecossistema a principal força-motriz e é neste contexto
de pagamentos contactless, incluindo em que soluções como o MB Way Pulse poderão
terminais e no suporte dos dispositivos, é ganhar mais força. „
7
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 O Evnia 49M2C8900L
fica disponível já em maio

APPS
Merlin Bird ID
O Laboratório de
Ornitologia do
Laboratório de Cornell
GRATUITO tem uma aplicação
ANDROID para ajudar a identificar
iOS pássaros e outras aves.
Na Península Ibérica há
uma base de dados com
381 espécies. É possível
identificar pássaros pelo
som ou através de um
sistema passo a passo.

Sonos S2
A Sonos renovou
a aplicação que
permite controlar os
GRATUITO equipamentos da marca.
ANDROID A nova versão tem um
iOS motor de pesquisa capaz

AOC E EVNIA AO ATAQUE

de agregar informação
de vários serviços de
música e facilita o acesso
a artistas ou álbuns
favoritos.
Sabia que o segmento dos monitores de video- à venda no mercado (€699) e uma opção para
Fallout Shelter jogos está a crescer? Segundo dados da empresa jogadores profissionais de desportos eletrónicos.
O jogo não é novo, mas o
sucesso recente da série de análise Context, em 2023 foram vendidas A AOC anunciou ainda uma nova linha de
Fallout fez com que a 4,5 milhões de unidades na Europa, o que re- monitores – os Graphic Pro são destinados a
GRATUITO Bethesda tenha lançado presenta um crescimento de 20% face ao ano profissionais das áreas multimédia, como edição
(COMPRAS novas missões. Além
INTEGRADAS) anterior. A TP, empresa-mãe da AOC e da MMD de vídeo e fotografia, design de videojogos,
ANDROID
disso, é uma boa forma (responsável pelos monitores Philips), cresceu impressão e outras tarefas que envolvam a ne-
iOS de perceber melhor as
características únicas do
61% durante este período. Agora, ambas as cessidade de uma elevada precisão de cor. O
universo Fallout, através marcas querem reforçar a posição no mercado. destaque vai para o Q27U3CV (€349), que su-
da construção e evolução "Não há um monitor perfeito para todos. Mas porta o software (e hardware) de calibração de
de um Vault, num jogo de dependendo daquilo que gostas de jogar, temos cor da Calman, a empresa de referência na área.
estratégia viciante. um monitor perfeito para ti”, sublinhou César Já a linha de monitores Philips Evnia, aquela
Acosta, gestor de produto da AOC, durante um que tem um posicionamento mais premium,
WHOEyes
A Organização Mundial evento de apresentação à imprensa em Valência, continua a evoluir, em número de novos mo-
da Saúde (WHO) lançou Espanha, no final de abril. delos e nos preços. Uma das novidades para os
uma aplicação que A AOC apresentou um novo monitor topo de próximos meses é o lançamento de um monitor
GRATUITO permite, de forma rápida gama, o Agon Pro AG246FK. Está equipado com de 49 polegadas, com painel QD-OLED, mas que
ANDROID e simples, fazer um teste
um painel LED, tem 24,1 polegadas, 1920×1080 em vez de ter uma taxa de atualização de 240
iOS visual. Existe um teste
de curta distância e outro píxeis de resolução e é capaz de atingir os 540 Hz (como o modelo que testámos na EI nº 343),
de média distância. No Hz de taxa de atualização. O tempo de resposta tem uma taxa de 144 Hz. E este ‘pormenor faz
de curta, por exemplo, do ecrã é de apenas 0,2 milissegundos, o que com que o preço seja mais baixo, com o Evnia
é mostrada uma letra coloca este monitor como um dos mais ‘rápidos’ 49M2C8900L a custar 999 euros. R.R.F.
no ecrã que vai ficando
cada vez mais pequena e
temos de conseguir 'ver' a
orientação correta.

SL Benfica Official RUMOR

O clube de futebol tem

GRATUITO
uma nova aplicação
que permite agregar
os cartões de sócio,
IOS 18 COM FUNÇÕES DE IA GENERATIVA
(COMPRAS
INTEGRADAS)
comprar bilhetes, saber A próxima grande atualização do sistema operativo do iPhone deverá trazer muitas novidades
ANDROID os resultados em tempo
iOS real e ver o calendário da relacionadas com Inteligência Artificial. Segundo a agência de notícias Bloomberg,
equipa. A app também
agrega descontos dos a Apple vai usar grandes modelos de linguagem (LLM) aplicados a ferramentas como
mais de 1300 parceiros
que o SLB tem em
a assistente Siri, o sistema de pesquisa Spotlight e também no navegador de internet Safari.
diferentes áreas. O iOS 18 será anunciado a 10 de junho no evento anual de programadores da Apple.

8
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 PESSOAS

“É o assistente de Inteligência
Artificial mais inteligente
que podes usar gratuitamente”
MARK ZUCKERBERG
O assistente Meta AI, que está integrado
no WhatsApp e Instagram (mas não
disponível na UE), usa um novo grande Paulo Matos, da HP
modelo de linguagem chamado Llama 3 Portugal, no anúncio
z The Verge
das novas impressoras
e multifunções

IMPRESSÕES MAIS BARATAS

“Não vi provas da existência
de extraterrestres e com 6000
satélites a orbitar a Terra, acho que
saberia [se existissem]”
ELON MUSK
O multimilionário diz não acreditar em
teorias de que seres extraterrestres
existem e já estão a viver no planeta Terra
z X
“Vamos investir mais do que isso
[100 mil milhões de dólares]
ao longo do tempo”
DEMIS HASSABIS
O líder de IA da Google comentou desta
forma um novo projeto milionário que está
a ser preparado pelas rivais Microsoft e
OpenAI, chamado Stargate
z Bloomberg
A HP tem uma nova tecnologia de impressão a
laser – chama-se TerraJet e permite, segundo a
marca, melhorar em vários aspetos o formato e
o desempenho desta tipologia de impressoras. E
uma das vantagens está no valor. “O custo [de
impressão] por página vai baixar na ordem dos
10%”, anunciou Paulo Matos, responsável pelo
segmento de impressão da HP Portugal, num
evento de apresentação à imprensa.
A TerraJet é uma nova tecnologia na parte
dos consumíveis, neste caso do toner que foi
redesenhado. O novo desenho, mais compacto,
permite que o ponto de fusão no toner seja feito
a uma temperatura mais baixa, o que “permite
maior controlo no derretimento do próprio
toner”, explicou o porta-voz da empresa. Isto
permite ter partículas mais pequenas no toner
É FAZER AS CONTAS
239 milhões
que depois traduzem-se numa gama de cores,
já no papel, até 40% superior ao de impressoras
a laser de gerações anteriores.
Além da promessa da qualidade de impressão
superior, sobretudo na reprodução de cores, a
utilização da tecnologia TerraJet permite au-
mentar a velocidade de impressão de páginas
por minuto (até 25 ppm), permite criar impres-
soras que são 20% mais compactas em tamanho
e que são até 23% mais eficientes.
A tecnologia TerraJet vai estar disponível
na nova família de impressoras Color Laserjet
Pro Serie 3000 que terá duas séries: a 3200 (só
impressora) e a série 3300 (multifunções).
Os preços das Color Laserjet Pro Serie 3000
para o mercado português começam nos 329
euros e os modelos chegam já em maio. R.R.F.
2000 anos-luz

Número de subscritores do Spotify a nível Distância da Terra para o maior

mundial,o que representa uma subida de buraco negro estelar que existe
14% no último ano. O número total de na Via Láctea, chamado BH3, e que tem
utilizadores está agora nos 615 milhões. uma massa 33 vezes superior à do Sol.

750 000
“Não vejo que que a Digi vá trazer
nada de novo relativamente a isso.
(...) Estamos bem preparados para
receber novos operadores”
LUÍS LOPES
O diretor executivo da Vodafone Portugal
mostrou-se confiante numa altura em que
está a ser preparada a entrada de um Quantidade de robôs que a Amazon já ‘emprega’ nos armazéns e operações de logística,
quinto grande operador em Portugal três vezes mais do que usava em 2019. No mesmo período, o número de trabalhadores humanos
z Lusa baixou em 100 mil (mas a empresa continua a ser o segundo maior empregador dos EUA).

9
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
COMPREENDER O FUTURO
IA NO COCKPIT
Desde há alguns anos que várias companhias áreas, e
até reguladores, têm defendido o fim da obrigatoriedade
de os aviões comerciais serem controlados por dois
pilotos. O objetivo é reduzir os custos e evitar o
problema da falta de profissionais. Naturalmente, a
ideia não tem sido bem recebida por pilotos e há muitas
dúvidas sobre como os passageiros iriam encarar esta
mudança. Até porque há vários relatos de acidentes
potencialmente catastróficos que foram evitados por
existirem dois profissionais no cockpit.
Basta pensarmos no que aconteceria se o único piloto a
bordo ficasse incapacitado para se perceber que esta ideia
só poderá avançar se a tecnologia for capaz de, pelo menos
em larga medida, substituir o piloto.
F16 AUTÓNOMO
Ora se já existem vários aviões comerciais,
nomeadamente na aviação executiva, com sistemas
avançados de pilotagem automática, incluindo modelos
capazes de executar o processo de identificação de pista
e aterragem autónoma em caso de emergência, tudo é
mais complexo na aviação militar. Ainda mais quando
se trata de combate aéreo entre caças, mais conhecido
por dogfight. Mas foi exatamente isso que aconteceu
nos Estados Unidos, num projeto desenvolvido pela
Escola de Pilotos de Teste da Força Aérea dos Estados
Unidos e a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de
Defesa (DARPA).
Um caça F16 altamente modificado, o X62A Vista, foi
totalmente controlado por Inteligência Artificial (IA)
em combates com outros F16 pilotados por humanos. O
que até incluiu manobras de muito curta distância – os
aviões chegaram a estar a separados por 600 metros – e
manobras especialmente difíceis, como interceções
frente-a-frente a elevada velocidade, incluindo acima da
velocidade do som.
Segundo as poucas informações divulgadas, o X62A Vista,
uma plataforma de desenvolvimento de tecnologia, foi
sempre controlado por IA. Isto apesar de, por razões de
10
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
O X62A Vista é um
F16 transformado num
autêntico laboratório
para testar tecnologia.
Atrás dos pilotos
está um poderoso
computador, que
corre algoritmos de IA
capazes de pilotar este
avião em combate aéreo
segurança, o avião transportar dois pilotos no cockpit, que
podiam assumir o controlo a qualquer momento.
Antes destes voos reais, já tinham sido feitos muitos voos
digitais nos simuladores, onde foram utilizadas técnicas
de machine learning para formar a IA. Simulações onde
participaram vários pilotos com grande experiência, que,
desta forma, ajudaram a tornar a IA mais conhecedora
das técnicas de combate. Aliás, esta é uma das grandes
diferenças entre esta experiência e outros sistemas de
pilotagem automática: enquanto os pilotos automáticos
tradicionais operam sob um conjunto predefinido de
regras estabelecidas por humanos, no sistema agora
desenvolvido, a IA toma decisões de modo autónomo,
reagindo de forma ativa às manobras dos ‘inimigos’. E
como sempre acontece com o machine learning, o sistema
torna-se melhor com o treino.
Os investigadores do projeto consideram que a passagem
da simulação para a realidade traz muitos desafios, já
que, em ambiente real, há muitas variáveis que afetam o
comportamento da aeronave. Por exemplo, uma manobra
mais extrema feita pela IA na simulação poderia levar à
destruição do avião num voo real. E, por isto, foi garantido
que a IA teria de respeitar os mesmos parâmetros de
segurança que são impostos aos pilotos humanos.
Apesar de a experiência ter, aparentemente, corrido
muito bem, os responsáveis do projeto, parte do programa
Air Combat Evolution (ACE) da DARPA, garantem que o
objetivo não é criar caças autónomos. De acordo com Bill
Gray, piloto de teste, “optámos pelo desafio de resolver
o problema do combate aéreo porque se conseguirmos
resolver este problema, então será mais fácil que todos
tenham confiança no sistema para podemos começar a
testar sistemas de Inteligência Artificial autónoma no ar”.
De outro modo, a IA está ser desenvolvida em condições
de extrema dificuldade para que possa ser aplicada, em
segurança, em sistemas de apoio a pilotos humanos. Até
porque, na aviação, é habitual seguirem-se processos
evolutivos conservadores, dando sempre prioridade
máxima à segurança. Sérgio Magno
 CONTEÚDO PATROCINADO

É EMPREENDEDOR
NA ÁREA DAS
TECNOLOGIAS?
ESTE APOIO
É PARA SI
O programa de empreendedorismo
da ARTSOFT apoia profissionais
que estão a dar os primeiros passos
nas tecnologias com uma
especialização no software
de gestão da empresa

E
xclusivo a empreendedores, dos
jovens aos consultores liberais
com ou sem experiência, que
queiram iniciar negócio na área dos
ERPs, o programa de empreendedoris-
mo da ARTSOFT auxilia profissionais
no início da atividade nas tecnologias,
especificamente com software de ges-
tão ARTSOFT.
Este software de gestão completo para
PMEs e grandes empresas é integrado
e personalizável, foi desenvolvido para
se ajustar rapidamente às mudanças
empresariais, estruturais e governa-
mentais. Com o ARTSOFT as empresas
têm uma capacidade de resposta acima
da média, onde podem incorporar so-
luções à medida das suas necessidades,
explorar novas ideias, tecnologias e
modelos de negócios.
CAPACITAR CONSULTORES DA
TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Este programa de incentivos pretende
ajudar empreendedores a especializa-
rem-se neste ERP, que é um dos mais
completos do mercado português. São
selecionados profissionais que contam
com o apoio da tecnológica para se
especializarem, criarem o seu próprio
emprego, ou acrescentarem esta solu-
ção ao seu portfolio.
A iniciativa tem como objetivo dar
resposta ao mercado português das
microempresas e PMEs através de um
incremento de empreendedores à sua
rede de parceiros, e capacitá-los para
que se tornem consultores do processo
de transformação digital das empresas.
Qualquer pessoa com interesse em ERP
pode candidatar-se. Enquanto os estu-
dantes ou start-ups entrarão para um
programa de formação mais estágio,
empreendedores e profissionais libe-
rais que procuram especialização, terão
planos de formação ARTSOFT com
direito a carteira de leads. O ambiente
empreendedor promove uma cultura
de criatividade, onde os futuros profis-
sionais do software de gestão ARTSOFT
são incentivados a pensar de forma
inovadora e a contribuir com novas
ideias. O que pode levar a soluções
ainda mais criativas e eficazes para os
desafios tecnológicos.
UMA OPORTUNIDADE ÚNICA
Segundo a ARTSOFT, este é um pro-
grama de estímulo do empreende-
dorismo que acreditam marcar a di-
ferença na forma como é abordado o
mercado. Sentem que estão preparados
para formar estes profissionais com
os melhores técnicos, consultores e
parceiros, e criar, entre todos, um cli-
ma de coexistência único. Para estes
profissionais será uma oportunida-
de extraordinária de especialização a
praticamente custo zero, numa área
sempre em crescimento.
O empreendedorismo coloca um forte
foco no cliente e em resolver os seus
problemas. Empresas tecnológicas em-
preendedoras são capazes de desenvol-
ver produtos e serviços que atendem às
necessidades específicas dos clientes
de forma mais eficaz.
Para mais
informações,
contacte
a ARTSOFT
 FIGURA DO MÊS

POR ESSE
MUNDO FORA...
Câmara apontada
para o Espaço
Chama-se LSST, é capaz de captar
imagens com 3200 megapíxeis de
resolução e é a maior câmara digital
jamais feita para a área de investigação
astronómica. Vai ser instalada num
observatório no Chile, onde estará ao
serviço da descoberta de novos astros.

O SENHOR TEORIA
O juiz decidiu,
está decidido
Os EUA tornaram-se no primeiro
país a condenar uma pessoa pela
Na década de 1970, um grupo de investigadores descobriu que podia enriquecer violação de um smart contract (ou
contrato inteligente), num caso de
os algoritmos ao permitir-lhes algumas escolhas aleatórias durante o processo
pirataria informática que envolveu dois
de computação, tornando-os mais eficientes. E esse conceito manteve-se como mercados de criptomoedas e resultou
a referência durante alguns anos. no roubo de 12 milhões de euros.
Em 1974, Avi Wigderson assinou um estudo no qual explicou que apesar de Shakeeb Ahmed vai cumprir
poder ser útil, a aleatoridade não é uma necessidade e afirma que “todos os al- três anos de prisão.
goritmos probabilísticos que são eficientes podem ser substituídos por algoritmos
deterministas, pelo que não precisamos efetivamente da aleatoriedade”. Este
tornou-se num conceito fundamental numa altura em que a computação estava
a dar passos importantes rumo à democratização.
Avi Widgerson, que começou os estudos no Instituto de Tecnologia de Israel
(Technion), desenvolveu uma carreira de renome em torno de teorias fundamen-
tais da computação, tocando áreas como algoritmia
paralela, teoria dos grafos, criptografia, redes neurais
B.I. e computação distribuída. Foi agora galardoado com
o prémio Turing, conhecido como o 'Nobel' da com-
AVI WIGDERSON putação, um dos mais importantes prémios na área
Nascido em Haifa, da tecnologia. O que dizem
Israel, em 1956 Atualmente trabalha como cientista e matemático no os teus olhos?
(67 anos de idade),
Instituto de Estudos Avançados (IAS) da Universidade Investigadores da universidade
é filho de um engenheiro
de Princeton, nos EUA. É assumidamente um teórico, de Copenhaga, na Dinamarca,
e de uma enfermeira.
descobriram que o verme marinho
Estudou Ciências mas confessa-se orgulhoso quando vê as suas ideias
Vanadis usa os olhos, 20 vezes mais
da Computação no serem colocadas em prática por outros investigadores.
Technion. Em 1981 pesados do que a sua cabeça, para
mudou-se para
Conta com dezenas de artigos científicos publicados brilhar 'no escuro', mas apenas
Princeton, nos EUA, sobre teorias da computação, tem um livro que é re- no espectro ultravioleta, por forma
onde se doutorou. ferência na área (Mathematics and Computation) e já a ser detetado pela sua espécie
e não por predadores.
foi distinguido com uma dúzia de galardões ao longo
da sua carreira de investigação. R.R.F.

12
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 Publicidade

NOVA ALIANÇA ESTRATÉGICA:

INCENTEA, INVERBIS E A2AI ASSOCIAM-SE PARA MELHORAR
A GESTÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIO NA PENÍNSULA IBÉRICA
O Grupo inCentea, uma referência
no desenvolvimento de soluções
tecnológicas de gestão, com um
volume de negócios de 22,9 milhões
de euros em 2023, estabeleceu uma
parceria estratégica com a Inverbis.
Esta empresa espanhola, reconhecida
pela sua inovação em mineração
de processos, juntamente com
a consultora portuguesa A2AI,
especializada em otimização
operacional, prometem revolucionar
a gestão de processos de negócios
em toda a Península Ibérica.

CONHEÇA MENSALMENTE
TODAS AS NOVIDADES QUE
ESCOLHEMOS PARA SI!
HP ANUNCIA SOLUÇÃO ROBÓTICA HP SITEPRINT
PARA A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO EM PORTUGAL
FILA APRESENTA A SUA COLEÇÃO LIFESTYLE A HP anunciou a disponibilidade em Portugal do HP SitePrint – uma solução
robótica para a Indústria da construção, concebida para automatizar o processo
PARA ESTA PRIMAVERA-VERÃO 2024 de layout do local com uma precisão exata, numa fração do tempo que demora
Para a estação primavera-verão 2024, a FILA regressa às suas
manualmente.
raízes de simplicidade, forte identidade de marca e conquistas
históricas no campo e nas pistas. Continuando a ultrapassar os Até agora apenas disponível na
limites ao fim de mais de 100 anos de história para ser a principal América do Norte, Reino Unido
marca desportiva de desempenho autêntico, inspirada pelo e Irlanda, Alemanha, Áustria e Suíça,
estilo, elegância e paixão da herança italiana. Nesta estação a HP anunciou hoje a expansão
quente a marca revela uma coleção de lifestyle que bebe do seu da disponibilidade do HP SitePrint
vasto património, com peças inspiradas nos campos de ténis e na Suécia, Noruega, Finlândia,
basquetebol, branding arrojado e um esquema de cores suaves Dinamarca, Bélgica, Países Baixos,
dentro de verdes, cremes e amarelos. Luxemburgo, Espanha e Portugal.

CARBY CORPORATE PROMOVE CONFERÊNCIA

SOBRE MOBILIDADE ELÉTRICA E TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
Esta conferência representou um marco importante para a Carby, demonstrando o
compromisso da marca com a promoção de soluções inovadoras e sustentáveis no
setor automóvel, bem como com os seus clientes empresariais, apresentando assim
aos mesmos as tendências do mercado e soluções atualmente existentes.
O encontro forneceu insights valiosos sobre os desafios e as oportunidades em
constante evolução neste campo. Nas sessões, os oradores convidados abordaram
diversos tópicos centrais, como o impacto da fiscalidade na gestão de frotas, a
disponibilidade de veículos e soluções de carregamento para as empresas, entre outros.
 O XPENG 7 é um executivo
tecnologicamente evoluído e capaz
de acelerar dos 0 aos 100 km/h em
menos de cinco segundos

DIRECTIONS

O ‘SEGREDO’
DO SUCESSO
Até 2025, 35% das empresas
vão dominar a utilização de IA
Generativa para desenvolver
produtos e serviços digitais,
alavancando o crescimento da
receita para o dobro em relação

DEPOIS DA BYD,
aos concorrentes. O papel da
Inteligência Artificial (IA) Generativa
tem sido relevante, pois tem vindo
a ajudar no desenvolvimento de

SALVADOR CAETANO TRAZ

produtos e serviços digitais, de
modo a identificar oportunidades
de mercado e designar recursos

XPENG PARA PORTUGAL

da empresa. De acordo com o
estudo FutureScape: Worldwide
Generative Artificial Intelligence
2024 Prediction, a IDC prevê que,
até 2025, 35% das empresas vão
dominar o uso de IA Generativa para
Vamos ter uma nova marca automóvel rapidamente os automóveis elétricos tec-
desenvolver produtos e serviços
digitais, alavancando o crescimento
em Portugal ainda este ano: a chinesa nologicamente avançados da XPENG no
da receita para o dobro em relação XPENG, que chega ao nosso mercado e a mercado da Península Ibérica”.
aos concorrentes. Embora muitos Espanha pelas mãos da Salvador Caetano Ainda não foram divulgados preços para
casos de uso de IA Generativa Auto. Recorde-se que a empresa portu- Portugal. Mas, por exemplo, nos países da
estejam atualmente focados na guesa, historicamente associada à Toyota, Europa onde a XPENG já chegou, o P7 RWD
melhoria de processos internos, a
longo prazo, 58% dos executivos
já representava a BYD, outro fabricante Long Range tem um preço de cerca de 50
da C-suite acreditam que o chinês, no mercado ibérico. Brian Hongdi mil euros. Um valor bem acima do que é
crescimento da receita é resultado Gu, vice-presidente do conselho de admi- praticado na China. Em regra, as versões
de negócios que estão a tentar nistração e presidente da XPENG assegurou europeias dos modelos chineses têm dife-
alcançar com a IA Generativa, refere “estamos muito orgulhosos de ter a Salvador renças importantes, nomeadamente nos
o relatório Global C-Suite 2023 da
Caetano como nosso parceiro estratégico sistemas de segurança ativa.
IDC. As empresas que optarem por
utilizar a IA Generativa dessa forma em Espanha e Portugal, mercados muito A XPENG tem apostado na componente
vão conseguir desenvolver projetos importantes para a XPENG”. tecnológica. Por exemplo, este fabrican-
lucráveis com mais eficiência. Isso Sérgio Ribeiro, administrador executivo da te foi pioneiro na utilização de sistemas
vai levar a um crescimento mais Salvador Caetano Auto & CEO da distribuição LIDAR, um género de radar com base em
acelerado que a concorrência
automóvel internacional, considera que esta lasers, para detetar e identificar o ambiente
que não usa IA Generativa. A
automação é vista como uma forma é uma nova parceria de grande importância em redor do carro. Mais recentemente, a
de otimizar processos, reduzir para a empresa portuguesa: “Esta aliança XPENG fez um acordo com a Volkswagen
custos e aumentar a eficiência, e estratégica estabelece as bases para uma para desenvolver uma nova plataforma para
a IA Generativa pode automatizar parceria sólida entre a XPENG e a Salvador veículos elétricos, denominada China Elec-
tarefas repetitivas e complexas, Caetano Auto, que nos permitirá oferecer trical Architecture (CEA). S.M.
limitando tempo e recursos para
que as empresas se concentrem
em atividades estratégicas de
maior valor. As principais partes
interessadas, incluindo os líderes
empresariais e os utilizadores finais, RUMOR
devem receber formação sobre
a IA Generativa para que possam
utilizá-la de forma eficaz. A IDC
alerta que é importante garantir
KIA EV2 AVISTADO EM ESTRADA
que os outputs da IA Generativa
estejam alinhados com os valores
A Kia confirmou, ainda no ano passado, estar a trabalhar num veículo 100% elétrico exclusivo
da empresa e sejam alcançáveis. para a Europa. Agora, aquele que deverá ser o EV2 foi avistado em testes numa estrada
na Coreia do Sul. As informações sobre o preço, até aqui, têm sido contraditórias:
Gabriel Coimbra
IDC Group Vice President & Country Manager
há quem aponte um valor abaixo dos 30 mil euros e outras fontes dizem mesmo que será
inferior a 20 mil euros. O anúncio oficial do carro pode ser feito nos próximos meses.

14
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
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 A versão mais potente de sempre do Model 3 já
pode ser encomendada no site da Tesla Portugal,
com um preço base de €55 990. As primeiras
entregas deverão acontecer entre maio e junho

TWEETS
Meta ‘abre’ Quest OS
#Bingo A dona do Facebook
decidiu disponibilizar o sistema
operativo dos óculos Quest para
outras empresas. O objetivo é
fomentar a competitividade na
área da realidade aumentada e
virtual. Asus e Lenovo já estão
confirmadas como parceiros
que vão usar o novo software.

Actif certificada
pelo Infarmed
#HajaSaúdinha A plataforma
digital de exercício físico e

O MAIS DESPORTIVO
cognitivo foi certificada como
um dispositivo médico e vai
permitir a entrada da Actif em
mais unidades hospitalares e

uma redução do IVA para 6%
aos utilizadores. O sistema reúne
6.000 exercícios que ajuda,
sobretudo os idosos, a ter
uma vida mais ativa.
Lucros da Netflix
disparam
#TioPatinhas Atualmente com
270 milhões de subscritores, a
plataforma viu os lucros subirem
80% no primeiro trimestre, para
os 2,3 mil milhões de dólares.
A Netflix anunciou, no entanto,
que vai deixar de comunicar
o número de assinantes
do serviço aos mercados.
Startup contra
o desperdício
#GrãoAGrão A Seedsight está
a desenvolver uma tecnologia
que tem a capacidade de validar
informações de caracterização
de cereais através de análises
biomoleculares. Combina
tecnologia de blockchain,
técnicas de aprendizagem
aprofundada e sensores óticos
para identificar as melhores
espécies, origens e fornecedores
de sementes e grãos, a preços
mais competitivos.
DOS MODEL 3
Já se sabia que a Tesla estava a preparar uma
versão de alto desempenho da geração atual
do Model 3, o substituto natural do Model 3
Performance da geração anterior. Ao contrário
de alguns rumores, que indicavam que esta
nova versão seria denominada de Plaid, em
linha com o que acontece com os Model S e X,
o Model 3 mais poderoso de sempre continuará
a ser denominado Performance. De acordo
com o comunicado da Tesla, o novo Model 3
Performance “permite mais de 460 cavalos
de potência, passando de 0 a 100 km/h em
apenas 3,1 segundos e com uma velocidade
máxima de 262 km/h”. Valores conseguidos
graças a dois motores, que também garantem
tração integral. As diferenças entre o novo
Model 3 Performance e as restantes versões
parecem ser maiores do que anteriormente.
Por exemplo, o novo Model 3 Performance tem
bancos desportivos com maior apoio lombar e
suspensão adaptativa controlada por software.
Sobre esta última característica, a Tesla garante
BUZZWORD
que “este sistema de nova geração permite o
máximo desempenho de manobrabilidade
sem abdicar da facilidade de utilização”. O
comunicado refere, ainda, que foram im-
plementadas “atualizações importantes no
hardware do chassis para corresponder ao
desempenho melhorado dos sistemas de con-
dução e suspensão” e “o aumento da rigidez
estrutural, as molas, as barras estabilizadoras
e os casquilhos atualizados proporcionam um
chassis com maior capacidade de desempe-
nho e uma elevada capacidade de resposta
às intervenções do condutor”. O sistema de
infoentretenimento do Model 3 Performance
inclui o Modo de Pista V3, que permite ao
condutor personalizar “o equilíbrio da ma-
nobrabilidade, os controlos de estabilidade
e a travagem regenerativa”. No exterior são
visíveis algumas diferenças, como os difusor
e spoiler traseiro em fibra de carbono, a frente
mais agressiva e as novas jantes de 20 polega-
das em alumínio forjado. S.M.

TRANSSION
Funções de IA para todos
#Photoshopados
As ferramentas Photo UnBlur,
Magic Eraser e Magic Editor
(que até aqui custavam €20/ano)
vão ser gratuitas para todos os É uma das maiores empresas de smartphones do mundo e é provável que nunca tenha
utilizadores do Google Photos.
Estas ferramentas usam IA ouvido falar dela. A tecnológica chinesa é dona de marcas como a Itel, Tecno e Infinix.
generativa para facilitar a edição
das imagens, permitindo eliminar
Os mercados asiáticos e africanos são as maiores fontes de vendas, mas a empresa
objetos ou pessoas das fotos. está a aproximar-se da Europa, tendo marcado presença no Mobile World Congress.

16
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 INSCRIÇÕES ATÉ

31 maio

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 ZOOM

UMA MÁQUINA, MUITAS BEBIDAS

A De’Longhi Rivelia não é, apenas, uma máquina de café automática.
É o mais próximo que já vimos de termos um barista profissional em casa

RECEITAS NA APP
O ecrã tátil generoso permite criar e gravar as
suas próprias bebidas. Por exemplo, gostar de um
cappuccino com um café um pouco mais longo e
intenso e com uma espuma de leite um pouco menos
densa. Mas na app Coffe Link é possível ir ainda mais
longe na personalização e até controlar remotamente
a máquina – mas continuará a ter de ir buscar a
chávena com a bebida. Há, ainda, o Coffee Lounge, uma
plataforma digital dedicada aos amantes do café, onde
até há uma masterclass com um barista premiado.

UM TOQUE E JÁ ESTÁ
De base, há 16 bebidas possíveis, entre café,
leite e, claro, a mistura dos dois. Tudo é feito
automaticamente, deste a moagem do café à espuma
do leite. A máquina trata da mistura de acordo com as
receitas incluídas ou editadas pelo utilizador. Basta
escolher a bebida no ecrã tátil e esperar pelo serviço
completo. É fácil alternar entre perfis. Se preferir,
pode optar pela Rivelia sem reservatório de leite
(LatteCrema Hot Technology) e ficar com a versão
equipada com vaporizador manual (menos €100).

UM GÉNERO DE IA
A Rivelia traz duas novidades tecnológicas: o Bean
Switch System e o Bean Adapt. O primeiro permite
que o utilizador possa mudar o reservatório de grãos
TEXTO: SÉRGIO MAGNO FOTOS: D.R.

de café. Ou seja, já não precisa de ter de acabar

aqueles grãos mais torrados para alterar para um
café mais suave. Ou ter de estragar a noite com uma RECEITAS PREÇO ECRÃ

16 799 3 ,5
forte dose de cafeína, quando o que lhe apetecia era
um descafeinado após o jantar. O Bean Adapt ajusta
automaticamente o nível de moagem, a dose de café e
a temperatura de infusão aos grãos escolhidos. Tudo
para extrair o máximo de sabor possível.
DE CAFÉ E LEITE EUROS POLEGADAS

18
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
ET ROXO,
NÃO VERDE
Feche os olhos e tente imaginar como poderá ser
Dois satélites vão
um ser extraterrestre. A criatura que imaginou perseguir-se, à vez, em
é esverdeada? Além da imagem que se criou na plena órbita terrestre
cultura popular associada a personagens de séries
e filmes (como o ET), há uma razão científica para

EXERCÍCIO MILITAR
este enviesamento.
Na Terra, devido à clorofila que permite a
fotossíntese produtora de oxigénio, a vida está

EM ÓRBITA
associada geralmente ao pigmento verde. Foi
há 2,4 mil milhões de anos que umas peque-
nas algas azuis conhecidas por cianobactérias
começaram a usar a clorofila para colher a luz
solar e o dióxido de carbono, libertando depois
oxigénio. Mas antes, os microorganismos faziam
o mesmo processo com uma molécula de tom
roxo e conhecida por retinal. É por isso que agora
um grupo de investigadores da universidade de
Cornell, nos EUA, propõe que se procure também
por indicadores de vida roxos.
Da mesma forma que a vida na Terra já foi
dominada pelo roxo, se este componente existir
noutros mundos, os cientistas crêem que a sua
‘impressão’ notar-se-á através dos telescópios. E
isto implica uma mudança nos elementos que se
procuram quando se está a tentar encontrar vida
noutros planetas. Para produzir o novo catálogo,
os investigadores recolheram e fizeram crescer
bactérias a partir de diferentes locais na Terra,
modelando depois a informação para simular uma
variedade de planetas como a Terra, incluindo
mundos oceânicos, gelados e com atmosferas
rochosas semelhantes à nossa. R.R.F.
A Força Espacial dos EUA (USSF) está a preparar o primeiro exercício militar no Espaço
de que há registo. Para isso foram selecionadas duas empresas: a Rocket Lab e a True
Anomaly. A primeira vai colocar em órbita um satélite que irá perseguir um satélite
da outra empresa. "Os fornecedores vão testar um cenário realista de resposta a uma
ameaça num domínio orbital", referiu a USSF num comunicado. A demonstração
tecnológica foi apelidada de Victus Haze.
A missão tem como objetivo preparar as organizações norte-americanas para res-
ponderem prontamente em caso de ameaça espacial: “Quando outras nações colocam
um objeto no Espaço e não sabemos bem o que esse objeto é, não sabemos quais as
intenções, não sabemos quais as capacidades, temos a necessidade de ir lá acima e ver
o que é”, sublinhou o general Michale Guetlein, citado pela publicação ArsTechnica.
Ambas as empresas selecionadas para este exercício têm de ter os satélites prontos
até ao final de 2025. Depois, o primeiro satélite a ser lançado para o Espaço será o da
True Anomaly. Aí, o satélite da Rocket Lab estará em Terra, à espera de um sinal 'verde'
para iniciar a missão. Quando a validação do lançamento for dado, deve encontrar a
ameaça inimiga o mais rápido possível.
A USSF tem vindo a testar soluções de vários parceiros privados no domínio da
segurança no Espaço. “Já não temos o luxo do tempo, de esperar 10 ou 15 anos para
entregar algumas destas capacidades. Uma resposta taticamente relevante é agora
de algumas semanas, dias ou mesmo horas”, explicou o general. R.R.F.

VER MAIS À FRENTE

ROBOTAXI DA TESLA XPENG SERÁ UM QUEST OS CONQUISTA NOVOS IPAD
LANÇADO EM AGOSTO SUCESSO EM PORTUGAL FABRICANTES EM MAIO

9% 31% 66% 82%

PORQUE
Elon Musk anunciou que vai
mostrar o táxi autónomo da
Tesla a 8 de agosto. Mas tudo
indica que será, apenas, a
revelação de um protótipo
muito preliminar para tentar
animar os investidores.
PORQUE
Émais uma marca chinesa a
chegar a Portugal, mas num
mercado já saturado será
difícil a XPENG conseguir uma
quota de mercado importante,
sobretudo se a marca insistir
nos segmentos médio e alto.
PORQUE
A disponibilização, pela Meta,
do sistema operativo Quest
OS para terceiros deverá
ser aproveitada por algumas
marcas para criarem óculos
de RV sem precisarem de
investir em desenvolvimento.
PORQUE
A Apple enviou convites para
a imprensa para um evento
a 7 de maio, ilustrados
com uma mão a segurar um
Pencil. Como o iPad é o único
aparelho da Apple que usa
este acessório...

19
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 TOP TELEVISORES OLED
Os televisores são como os chapéus – há muitos. Mas os OLED, além de serem
a referência em qualidade de imagem, estão cada vez melhores
SIGNIFICADO
DAS ESTRELAS
Só classificamos produtos que cheguem
em versão final. A nota global é a
mais importante, porque representa a
classificação geral que damos ao produto.

SONY XR-55A95L EXCELÊNCIA

Produtos que obtiveram uma média final
€3499 mínima de 4,8, o que representa notas
Ao combinar o OLED com filtros quantum excelentes em todas as subclassificações.
dot (QD), este Sony dá-nos o melhor dos dois
mundos: contrastes excelentes, cores vibrantes
e um nível de brilho muito bom. A naturalidade
das imagens até dá vontade de lhes tocar.

RECOMENDADO
Produtos que conseguem obter bons
resultados em todas as subclassificações
SAMSUNG TQ55S95CATXXC e uma nota global mínima de 4,3.
€2499
É a referência na relação desempenho/preço.
Também usa um painel QD-OLED, tem um design
elegante e construção aprimorada, suporta
Dolby Atmos e a One Connect, caixa que permite
eliminar quase todos os cabos do televisor.
MELHOR DO TESTE
Apenas para testes de grupo,
atribuído ao produto com a melhor
classificação do grupo.

LG 55B36LA
€1099
É o televisor ‘rei’ para quem quer um OLED
por mil euros. Tem os pretos profundos típicos
destes modelos, suporta o formato HDR 10 Pro,
tem um sistema de melhoramento de imagem
DESEMPENHO
Apenas para testes de grupo,
baseado em IA e suporta VRR nos videojogos.
atribuído ao produto com a melhor
classificação nesta categoria.

LG 55G36LA
€1599
É o modelo de referência da LG, desenhado para QUALIDADE/PREÇO
ser instalado na parede, como um quadro vivo. Apenas para testes de grupo,
Tem o mais recente chip para processamento atribuído ao produto com a melhor
de imagem e dá os pretos profundos típicos dos classificação nesta categoria.
OLED da marca sul-coreana.

AS NOTAS DAS ANÁLISES

A nota global que atribuímos

SONY XR-55A80L aos produtos resulta da média

€2099
Para quem procura a 'afinação' de imagem da
Sony, mas num modelo mais em conta do que o
topo de gama já referido, esta é a opção. O chip
Cognitive XR ajuda no melhoramento do vídeo e
o som é projetado pelo ecrã.
aritmética das subclassificações
Desempenho (testes de hardware)
ou Interface (testes de software),
Características e Qualidade/preço.
As notas variam
de 0 (péssimo) a 5 (excelente).

20
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 FA L A M O S E S P E C I A L I S TA S

SOM, ESTILO
E CONFORTO AUSCULTADORES

A categoria dos pequenos auriculares sem fios pode estar em alta,

mas as marcas também continuam a investir forte nos ‘irmãos
maiores’, os auscultadores. Permitem perfis de som mais completos
e avançados, são ideais para experiências sonoras mais imersivas e
há opções específicas para os apreciadores de música, os que fazem
muitas videochamadas e até para os que gostam de jogar
Textos Rui da Rocha Ferreira

21
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 Só o painel do lado
direito é que suporta
comandos por toque. Há
ainda vários botões para
controlar a música
O C HA M
E R UÍD ADA
N C. D
S
CA
CO N TR O LO S
SOM
UT
A
O
AÇ Ã ONO
A PLIC MIA
PONTO DE EQUILÍBRIO
JBL LIVE 770 NC €179,99
No que ao som diz respeito, a JBL
sabe o que faz. Vimo-lo, em edições
recentes, com a coluna JBL Authentics
300 ou com os auriculares JBL Tour Pro
2. Mas há outro elemento que apreciamos
– existe também a preocupação do preço,
para que mais utilizadores possam ter
acesso à tecnologia da marca. Estes
auscultadores refletem isso mesmo –
não são, de todo, uns headphones topo
de gama, mas são competentes e uma
hipótese a considerar se tem limites de
orçamento definidos.
O primeiro elemento a destacar é o dos
materiais de construção. Temos uma
combinação de plástico nos cascos, com
almofadas generosas em pele e um aro
revestido a tecido. Ou seja, provocam logo
um primeiro impacto forte e fazem-nos
sentir que o investimento foi bem feito. Já
no campo do conforto, gostávamos que
o aro superior fosse mais almofadado,
pois ao fim de muito tempo de utilização
começamos a sentir a pressão no topo
da cabeça. Já as almofadas laterais são
generosas em tamanho e confortáveis.
Um ponto no qual não ficamos totalmente
convencidos foi nos botões escolhidos
para integrar o casco do lado direito.
A nossa experiência
aponta para 40 a 50
horas de utilização
numa única carga, em
linha com as promessas
da marca
São botões de um plástico diferente,
com um perfil solto e que não joga bem
com o resto da construção. E também
é necessário alguma habituação à
posição dos botões, mas pelo menos
dão-nos um controlo completo (volume,
assistente de voz, cancelamento de ruído
e emparelhamento), que é completado
por um painel sensível ao toque, de boa
precisão, do lado direito (no esquerdo não
existe). E terminando a usabilidade, vale
a pena referir que estes auscultadores
reconhecem automaticamente quando
os colocamos e retiramos da cabeça,
iniciando e pausando a música,
respetivamente, e o sensor de movimento
é muito eficaz.
PERFIL EQUILIBRADO
No que ao som diz respeito, o primeiro
elemento que notamos é que os graves
têm presença na música, mas são de baixo
A QUALIDADE DE SOM NÃO É
ARREBATADORA, MAS ESTES JBL
TÊM MUITAS FUNCIONALIDADES
E UMA BOA QUALIDADE DE CONSTRUÇÃO
22
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
NOTA FINAL
3,8
magnelusa.pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Frequências: 20 Hz – 20.000 Hz ○ Driver 40
mm ○ Impedância: 32 ohms ○ 2 microfones ○
Cancelamento Ativo de Ruído (ANC) ○ Suporte
para áudio espacial ○ Autonomia anunciada:
50 h reprodução (ANC), 65 h (sem ANC) ○
Bluetooth 5.3, USB-C ○ 256 g
impacto, não tendo um efeito de batida
e propagação como em modelos mais
avançados (e caros). Do lado dos agudos,
gostamos da definição apresentada,
mas é nos tons médios que estes
auscultadores se destacam – têm muita
nitidez, o que faz com que consigamos
ouvir bem muitos elementos sonoros ao
mesmo tempo, o que contribui para uma
maior riqueza das músicas e até de vídeos
que possamos ver. No entanto, temos a
destacar que estes auscultadores primam
por um perfil de som menos envolvente e
mais seco, dando a sensação que algumas
músicas estão ‘distantes’, quando o ideal é
ter uma maior sensação de proximidade.
Dito isto, reproduzimos diferentes estilos
musicais nestes auscultadores de forma
satisfatória.
Uma área na qual esperávamos mais
é no capítulo de cancelamento de
ruído. Mesmo com esta opção ativada,
conseguimos ouvir muito daquilo que
se passa à nossa volta. Já o sistema de
transparência de som, permite conversar
perfeitamente com outras pessoas com os
auscultadores colocados.
Se no capítulo do som a marca talvez
pudesse ter ido um pouco mais além, há
muitos outros elementos que ajudam a
equilibrar um pouco os pratos da balança.
Por exemplo, temos ligação multiponto,
permitindo ter dois equipamentos ligados
em simultâneo e com uma troca entre
eles sem ‘frisson’. E a aplicação da JBL,
continuamos a defender, é uma das mais
completas do mercado, com destaque
para o bom equalizador de som que
podemos ‘manipular’ exatamente
ao nosso gosto.
 NOTA FINAL

4,2
O C HA M
R UÍD
. DE ADA
O sistema de NC

S
CA
iluminação é
muito discreto,

CO N TR O LO S
mas dá um toque trust.com/pt

SOM
diferenciador
DESEMPENHO

UT

A
O
AÇ Ã ONO CARACTERÍSTICAS
A PLIC MIA

QUALIDADE/PREÇO

CARACTERÍSTICAS
Frequências: 20 Hz – 20.000 Hz ○ Driver 50
mm ○ Microfone destacável com filtro ○ USB-C,
dongle USB-A ○ Iluminação RGB ○ Bluetooth
5.3, USB-C ○ 290 g

vez, surpreendidos. Isto porque estes

O microfone é
destacável e
auscultadores tiram bem partido do
flexível, o que nos tamanho generoso para nos entregarem
dá uma grande um som com muita amplitude sonora.
comodidade na Enche o ouvido, tem detalhe, é generoso
utilização
na reprodução dos instrumentos. Para o
preço, é importante sublinhar. Mas quase
que arriscamos dizer que já testámos
auscultadores mais caros e que não

NO MUNDO DOS JOGOS soavam tão bem.

TRUST GXT 490P FAYZO €49,90
Os equipamentos especializados para
videojogos são, tipicamente, caros. Isto
porque as características adicionais
que fazem, por exemplo, um rato de
gaming distinguir-se de um rato comum
tornam o produto mais caro. Por isso
foi com espanto e um sorriso quando
olhamos para a ‘etiqueta’ do preço destes
auscultadores Trust.
A primeira palavra que nos vem à cabeça
para descrever este equipamento é
conforto. Os cascos de tamanho muito
grande, as almofadas generosíssimas, o
aro superior com uma esponja reforçada
ao centro, a leveza de todo o conjunto…
Pode começar a imaginar-se umas
quantas horas com estes headphones sem
problema. Exceto numa questão: sentimos
que a tipologia de almofadas escolhida
faz com que as orelhas aqueçam com
facilidade. Portanto se é alguém a quem
este elemento é um problema, então de
facto não são para si.
O que seria uma pena, pois de facto estes
headphones entregam muito por um
investimento que nos parece justíssimo.
Um dos destaques é o microfone
articulado e removível. No mundo dos
jogos, foi pensado para facilitar nas
partidas online, mas em videochamadas
também ajuda a dar mais corpo e direção
à nossa voz.
Outro elemento gamer, mas que até
consideramos que poderá fazer sucesso
junto de outros utilizadores, é a integração
de dois pequenos sistemas de iluminação
RGB no topo de cada casco. Dão um toque
diferenciador e divertido ao dispositivo,
mas sem ser excessivo. E temos ainda
duas opções de ligação: ou por cabo
de áudio de 3,5 milímetros ou sem fios,
através de um dongle USB-A fornecido.
De sublinhar que o sistema de luz RGB só
funciona quando estamos ligados através
do dongle.
QUEM ANDA AÍ?
O ‘preconceito’ do preço fez-nos ir de pé
atrás no som, mas acabamos, mais uma
UNS AUSCULTADORES DE GAMING COM
MUITO BOA RELAÇÃO QUALIDADE/PREÇO E
QUE SE DESTACAM PELA BOA AMPLITUDE
SONORA EM JOGOS
Os graves não são muito fortes,
sendo na realidade um pouco ‘secos’.
Mas conseguimos ainda assim sentir
quando a música está a vibrar ou
o carro a roncar na consola. Mas, uma vez
mais graças à amplitude, conseguimos
apanhar pequenos pormenores de som,
aqui e ali, que ajudam a enquadrar melhor
o que se passa à nossa volta, ideal,
por exemplo, para jogos como Fortnite,
no qual nunca se sabe onde espreita o
perigo.
Já os sons de frequências médias são
um pouco abafados, mas a questão da
amplitude sonora acaba por compensar
de certa forma. Quanto aos agudos têm
um perfil de boa qualidade, mostrando-se
sempre limpos e contidos.
Nos jogos, gostamos particularmente
de usar estes Trust em simuladores de
condução e em jogos de tiros, com o
equipamento a fazer-nos sentir ‘imersos’
na ação. Mas todos os jogos que tenham
um bom design de som acabam por
destacar-se, sobretudo pela forma como
ouvimos diferentes elementos à nossa
volta.
A autonomia é, no entanto, o ponto menos
convincente.Temos bateria para sessões
prolongadas de jogo, mas varia muito em
função do volume que estamos a usar.

23
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 O C HA M
R UÍD
. DE ADA
NC
S
CA
CO N TR O LO S
SOM
UT
A
O
AÇ Ã ONO
A PLIC MIA
CHEIO DE SUAVIDADE
SENNHEISER ACCENTUM PLUS €229,99
Subir um pouco na fasquia do preço
faz com que haja um salto notório do
desempenho sonoro dos auscultadores.
É o que acontece com estes Sennheiser,
que sendo mais caros do que os JBL,
também são melhores em vários aspetos.
O mais notório é, sem dúvida, o
cancelamento de ruído. Neste modelo
já notamos bastante a diferença entre o
modo ‘normal’ e o modo de cancelamento
de ruído no máximo. Não está ao nível
do melhor que se faz no mercado, mas
combinando o ANC com a reprodução de
música já é mais do que suficiente para
bloquear a esmagadora do ruído que
temos à nossa volta. Aliás, usamos estes
Accentum Plus numa viagem recente
de avião e conseguimos abstrair-nos
praticamente de todo o ruído ambiente.
Um extra é podermos ajustar, com
muita precisão, o nível de ruído ou de
transparência que queremos através
da aplicação móvel Sennheiser Smart
Control.
Em termos de reprodução de música,
há uma elevada harmonia e suavidade
na reprodução de diferentes estilos
musicais. O som é sempre equilibrado,
muito nítido e com boa amplitude sonora,
O sistema de
ajuste de tamanho
é bastante fluido
e dá-nos uma boa
precisão
A leveza e o
conforto do
conjunto são duas
características em
destaque
permitindo perceber não só diferentes
camadas de instrumentos, como aqueles
detalhes mais ‘escondidos’ nas músicas.
Além disso, são muito bons a reproduzir
voz, com destaque para a nitidez, ideais
para músicas mais vocais ou para quem
consome muitos podcasts. Nota ainda
para os agudos, reproduzidos de forma
muito contida e sem estridências. E se
nos JBL tínhamos criticado o som mais
frio e distante, aqui temos o oposto:
um som mais próximo do ouvido e mais
‘quente’, para uma experiência sonora mais
envolvente.
E para que a experiência seja ainda
mais do nosso gosto, na app temos
também acesso a um equalizador com
ganhos palpáveis em diferentes níveis de
frequências.
PACOTE COMPLETO
Os Accentum Plus têm também
funcionalidades ‘inteligentes’, como a
UNS AUSCULTADORES ELEGANTES,
COM UM BOM SISTEMA DE CANCELAMENTO
DE RUÍDO E UMA APLICAÇÃO COMPLETA
24
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
NOTA FINAL
4,2
magnelusa.pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Frequências: 10 Hz – 22.000 Hz ○ Driver 37
mm ○ Impedância: 95 ohms ○ 2 microfones ○
Cancelamento Ativo de Ruído (ANC) ○ Autonomia
anunciada: 50 h reprodução (ANC) ○ Codecs:
aptX HD ○ Bluetooth 5.2, USB-C ○ 227 g
possibilidade de termos os auscultadores
ligados a dois equipamentos em
simultâneo e sensores que reconhecem
automaticamente quando os tiramos ou
colocamos. Apesar de o sistema funcionar
globalmente bem, em determinadas
situações sentimos que é demasiado
‘sensível’, pois gestos mais bruscos com
a cabeça fizeram com que a música
parasse sem que tivéssemos tirado os
auscultadores.
Outra área na qual estes Accentum
Plus se destacam é na qualidade de
construção. Gostamos do plástico
suave que cobre praticamente todo
o equipamento, ainda que não seja o
mais durável, pois nos nossos testes
ganhou com facilidade alguns riscos. O
elemento que joga mais a favor destes
auscultadores acaba por ser o perfil mais
‘magro’, pois tanto os cascos como o aro
superior são mais finos do que noutros
headphones semelhantes. E gostamos do
sistema fluido de ajuste do tamanho dos
auscultadores, que facilita encontrarmos
a posição mais confortável para a nossa
cabeça. Por serem mais finos, são também
mais leves, pelo que em termos de
conforto a nota é praticamente máxima e
podemos passar longas horas com estes
auscultadores sem que se façam sentir.
Duas últimas notas. Uma para a
autonomia, de grande nível, também a
situar-se entre as 40 e as 50 horas com
o cancelamento de ruído ativado. E para
o facto de, na caixa, vir um estojo de
transporte dos auscultadores, que apesar
de não ser rígido, confere ainda assim
algum nível de proteção e que nos parece
um ‘mimo’ adequado para o nível de preço
em que joga.

O recorte ao
centro no aro
torna a utilização
prolongada mais
confortável
SUSSURRO AO OUVIDO
POLLY VOYAGER SURROUND 80 €454
Depois da aquisição feita pela HP,
prepare-se para ouvir falar muito mais
desta marca. Apesar de ser um produto de
perfil mais empresarial, a verdade é que
estes Poly são, na realidade, um híbrido,
pois mesmo em termos de aspeto são
parecidos a muitos headphones ‘de rua’
que existem no mercado.
Os materiais de construção são um
ponto a favor. Apesar de não terem um
perfil tão elegante como os Sennheiser, a
escolha por materiais suaves ao toques,
robustos e por almofadas generosas,
tornam estes auscultadores num
dispositivo bem construído. E essa boa
construção repercute-se depois ao nível
do conforto. Apesar de volumosos, são
confortáveis de usar, sobretudo pelo
aro acima da cabeça. Neste caso, a Poly
escolheu um acabamento em borracha
e fez um ‘corte’ ao centro, o que elimina
um dos principais problemas (a sensação
de pressão no topo da cabeça) dos
auscultadores.
Já ao nível de controlos, temos apenas
dois botões físicos (ligar/emparelhar e
ligar/desligar microfone), acompanhado
de um painel de toque no casco direito,
grande em tamanho e de boa precisão
O C HA M
R UÍD
. DE
NC
CA
SOM
O
AÇ Ã
A PLIC MIA
O botão vermelho
permite ativar/
desativar o
microfone nas
videochamadas
de forma simples
para pausar/iniciar a música ou diminuir/
aumentar o volume.
E estes acabam por ser uns auscultadores
indicados para quem faz muitas
videochamadas e viaja com regularidade,
já que nesse caso só precisa de levar um
equipamento. Para este efeito, na caixa
vem um estojo de transporte, rígido,
feito em alcântara, o que dá uma maior
proteção ao equipamento.
SEMPRE ‘ON’
A qualidade de som é globalmente boa,
com destaque para os graves de impacto
suave, para a boa amplitude sonora e para
a riqueza de detalhes, assim como para a
reprodução vocal. Apesar do desempenho
positivo, não podemos deixar de notar
que, neste nível de preço, estes Polly
Voyager já têm de se bater com alguns
dos melhores auscultadores do mercado
(como os Bose Ultra e os Sony XM5,
ainda que estes tenham um perfil mais
UNS AUSCULTADORES MAIS INDICADOS
PARA TRABALHAR, MAS QUE TÊM UM
DESEMPENHO COMPETENTE EM MÚSICA
25
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
ADA
S
NOTA FINAL
CO N TR O LO S
3,7
UT
A
ONO
hp.com/pt
DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
CARACTERÍSTICAS
Frequências: 20 Hz – 20.000 Hz ○ Driver 40 mm
○ 6 microfones ○ Cancelamento Ativo de Ruído
(ANC) ○ Autonomia anunciada: 21 h reprodução
(chamada), 25 h (música) ○ Certificado para
Microsoft Teams ○ Bluetooth 5.3, USB-C ○ 275 g
de consumo) e não está exatamente ao
mesmo nível.
Outra área no qual isso também se
faz notar é no cancelamento de ruído.
Apesar de ser eficaz a reduzir uma boa
parte do barulho que existe à nossa
volta, a verdade é que consideramos
que fica um pouco abaixo até daquilo
que conseguimos com os Sennheiser,
sobretudo em sons mais agudos.
Uma área na qual já notamos um
desempenho superior à concorrência foi
na qualidade dos microfones. A nossa
voz mostrou-se nítida e com presença
para quem nos ouvia do outro lado, além
de nos terem dito que os Polly fazem um
bom trabalho a eliminar o ruído que existe
à nossa volta. Por outro lado, apontaram
que palavras com letras mais sibilantes
e de impacto (como os S e P) faziam-se
sentir em demasia.
Uma última nota para a aplicação
Poly Lens, que permite ajustar vários
parâmetros de som no smartphone.
Gostamos muito da interface de utilizador,
pois é muito fluída e tem um aspeto
moderno, algo que, infelizmente, não
podemos dizer da aplicação de todos
os fabricantes. As opções estão bem
identificadas e segmentadas, é possível
ativar/desativar diferentes sinais sonoros
e notificações (importante para quem tem
uma vida sempre online), mas não existe,
por exemplo, uma opção de ajuste do
som através de um equalizador (o que um
equipamento deste nível de preço merecia).
Apesar de considerarmos que o preço
não é o mais competitivo, gostamos
bastante desta aposta mais ‘híbrida’ da
Polly e consideramos que estes são uns
auscultadores completos.
 Este novo modelo é O Xiaomi 14 Ultra está
capaz de captar até equipado com quatro
36% mais luz do que a sensores de imagem
versão do ano passado de 50 megapíxeis que
(13 Ultra), um fator garantem uma elevada
crítico para a qualidade qualidade fotográfica
das fotografias em diferentes modos

A
o contrário do habitual, este
Ultra não é apenas uma ver-
são com ecrã maior e com
uma câmara extra. Para quem valo-
riza as câmaras, o Xiaomi 14 Ultra é,
mesmo, significativamente diferente
do seu irmão mais pequeno. Mas co-
mecemos pelas semelhanças.
Não há mínima dúvida que a
Xiaomi quis fazer o melhor smar-
tphone possível. Como tal, não é de
estranhar que o Ultra utilize com-
ponentes de topo, que fazem com
que o 14 Ultra esteja, mais ponto,
menos ponto, entre os mais rápidos
do mercado. Com classificações si-
milares às obtidas por concorrentes
como o Samsung S24 Ultra e o Asus
Zenfone 11 Ultra. E, na maioria dos
testes, bem acima do conseguido
pelo melhor do ‘mundo da maçã’,
o iPhone 15 Pro Max.
Na prática, todas as apps correm
fluidamente neste smartphone.
Incluindo jogos exigentes, como é
o caso do Asphalt 9. Não se notam
‘soluços’ na comutação entre apps
abertas, mesmo depois de vários dias
de uso sem reiniciar. Mas se for ne-
cessário, há duas apps pré-instaladas
para otimizar o sistema, com opções
como limpeza da memória e da ca-

O MELHOR
che. Só não faz sentido que muitas
das funcionalidades destas duas apps
sejam redundantes. A Xiaomi deveria
conjugar as ferramentas das apps
Segurança e Limpeza numa única

‘CAMERAPHONE’
aplicação ou, melhor ainda, incluir
estas ferramentas nas próprias de-
finições de sistema. Aliás, uma das
poucas críticas que temos a fazer é
o número de apps pré-instaladas:
por exemplo, por que razão temos

DE SEMPRE
de ‘levar’ com o AliExpress?
Quanto ao desempenho da bateria,
não podemos dizer que impressio-
na. Mas consideramos a autonomia
satisfatória para o dia-a-dia. E, na-
queles dias de maior utilização, é
sempre possível recorrer ao carre-
gamento ultrarrápido de 90 watts.
XIAOMI 14 ULTRA + KIT FOTOGRAFIA PROFISSIONAL Em 10 minutos, carregámos 35%. E
sim, o carregador de 90 watts está
€1499 incluindo na caixa. Sérgio Magno

26
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
BOM AGARRAR
Apesar de não ser consensual, gostamos dos
boleados das margens do ecrã. Continuamos
a considerar que estes arredondados dão um
ar mais premium aos smartphones e tornam o
agarrar mais confortável. E como a curvatura
é muito suave, não afeta a visualização dos O efeito bokeh conseguido é muito realista, É impressionante como a câmara capta todas
conteúdos que aparecem junto à margem. com transições suaves entre a zona de foco as pequenas variações de cores nas faces e
Também os cantos são arredondados, outra e a zona desfocada apresenta imagens carregadas de detalhe
característica que ajuda no conforto – não se
sente aquele vincar na palma da mão quando
seguramos o smartphone.
Mas o mais diferenciador é mesmo o painel
traseiro coberto com pele sintética (disponível
em preto ou branco). Um material que também
é mais orgânico e menos frio ao toque.
Outra vantagem deste acabamento é que é
completamente à prova de impressões digitais.
Quanto à resistência de longo prazo a ‘agressões’
ambientais, como humidade e transpiração, só
mesmo o tempo é que conseguirá responder.
Mas a Xiaomi garante que o material escolhido
aguenta vários anos de utilização intensiva.
Mesmo a câmara de zoom consegue captar boas A fotografia em formato RAW permitiu

AGORA, A FOTOGRAFIA imagens noturnas. A forma como a lua, em fase

minguante, foi reproduzida é particularmente
uma edição posterior para ir buscar mais
informação ao céu, revelando algumas
impressionante estrelas
Ainda antes da análise da qualidade, uma
declaração importante: conseguimos fazer com

INSPIRAÇÃO LEICA
este smartphone fotos que nunca conseguimos
em qualquer outro smartphone. De outro modo, Como tem sido
a experiência de fotografar com o Xiaomi X14 hábito nos topos
de gama da Xiaomi, o ecrã Não é novidade que a Xiaomi recorre à ajuda
Ultra é muito próxima da experiência de usar uma
AMOLED de 6,73” é dos da Leica no desenvolvimento das lentes e no
câmara dedicada.
melhores que já vimos, processamento de imagem. Como referimos
O 14 Ultra estreia um novo sensor na câmara
sobretudo no que diz para o Xiaomi 14, os modos Vibrant e Authentic
principal, maior do que os sensores que equipam respeito ao brilho resultam em imagens detalhadas mas,
concorrentes como o Galaxy S24 Ultra ou e amplitude simultaneamente, suaves. O que é notório,
o iPhone 15 Pro Max. Como já várias vezes dinâmica por exemplo, nas tonalidades das faces ou na
referimos, quanto maior é a área do sensor, maior
progressividade da focagem: o muito badalado
é o potencial para captar luz, que é essência da
efeito bokeh é realista, não parecendo resultar
fotografia. Já o 13 Ultra tinha um sensor de área
de interpretações digitais.
idêntica (1 polegada), mas o novo sensor tem
Como, relativamente ao 14, a câmara principal
maior sensibilidade e melhor capacidade para
tem as valências que já indicámos, o estilo Leica
lidar com grandes amplitudes dinâmicas. Talvez
fica ainda mais reforçado. À falta de melhor
ainda mais importante, a lente associada a este
descrição, as fotos ficam com aquele look de
sensor é mais brilhante: F1.63 (o do 13 Ultra é
exposição fotográfica. Ainda mais quando se
F1.9). Ou seja, mais uma característica que ajuda
usa o filtro monocromático de alto contraste.
a levar luz para o sensor.
Voltando um pouco atrás, uma das vantagens de
Não menos impressionante, a abertura é variável
se fotografar em RAW é que podemos manter a
entre F1.63 e F4. Tem, mesmo, um diafragma
versão JPEG e, por exemplo, ter duas versões
que fecha e abre mecanicamente. O que dá
da mesma foto: preto e branco (para o JPEG) e a
um grande controlo ao fotógrafo para poder
cores (RAW).
fazer algumas coisas que não são possíveis
Quanto às restantes câmaras, apesar de
com aberturas digitais. Como um controlo mais
a qualidade não ser tão impressionante,
apurado sobre a profundidade de foco (desfocar
continuam a fazer um trabalho muito capaz.
o fundo, por exemplo) e, até, a possibilidade de
Gostámos, particularmente, dos retratos
alterar a forma como progridem os raios de luz
usando a câmara com zoom de 3,2x e de como
das lâmpadas.
a ultra grande angular consegue manter detalhe
O intervalo dinâmico é o melhor que já vimos.
nas zonas mais periféricas da imagem.
Os ficheiros JPEG já são muito bons, mas as
capacidades do sensor são mais evidentes
quando fotografamos em RAW (ficheiro DNG).
Isto porque áreas de fotos aparentemente sobre-
VÍDEO
expostas (totalmente a branco) ou subexpostas No vídeo, o tal sensor generoso continua a
(a negro) afinal revelaram ter informação quando garantir um acréscimo de qualidade e, para os fãs
editadas. Aliás, a grande amplitude dinâmica dos números, este smartphone consegue gravar
abre muitas possibilidades na edição. vídeos em 8K até 30 fps e 4K até 120 fps. Os

27
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 Nestas fotos noturnas, veja-se como a mudança manual da abertura (F)
permitiu alterar o efeito dos raios de luz emitidos pelo projetor de luz

modos Dolby Vision e Master Cinema fazem,
mesmo, diferença. O problema é que, às tantas,
não sabemos qual devemos usar porque são bons
a níveis diferentes. As mudanças de focagem são
suaves (cinematográficas) e há ferramentas úteis,
com destaque para a opção de adicionar um
teleponto ao ecrã.
Quando ativamos o estabilizador digital, a
resolução máxima passa a ser 1080p com
30 fps. A forma como são apresentados os
menus e opções podem levar a crer que não
há estabilização, a não ser que se ative o
concorrente que consideramos mais direto,
o Galaxy S24 Ultra, este Xiaomi perde em
produtividade. O estilete e o software da
Samsung fazem muita diferença. A proposta
da marca chinesa também perde na área da
IA. Há algumas funcionalidades de IA neste
14 Ultra, mas estão longe do que a Samsung
já disponibiliza e algumas ainda nem estão
disponíveis. Por exemplo, não conseguimos
testar a opção de adicionar legendas
automaticamente aos vídeos porque, quando
a ativamos, recebemos a mensagem “neste

estabilizador numa das opções de acesso rápido
da app Câmara. Até porque este menu permite
comutar entre Desligado, Estabilizador de vídeo
e Estabilizador de vídeo Pro. Mas, na verdade,
esta opção refere-se apenas ao estabilizador
extra digital, que não recomendamos –
nota-se algumas inconsistências, como ‘saltos’,
nos vídeos. Há um outro estabilizador, o ótico,
que é ativado/desativado nas definições gerais
da câmara. Ainda assim, neste capítulo, o S24
Ultra faz melhor.
VEREDICTO
PALPITAÇÕES
momento, não tens credenciais de Beta tester”.
Mas se o S24 Ultra é imbatível na
produtividade, o Xiaomi 14 Ultra leva a melhor
na fotografia. É, simplesmente, o melhor O melhor cameraphone do mercado
smartphone para fotografar que já testámos.
Todas as câmaras são muito boas e a câmara Design e construção
principal não tem rival; as opções de controlo
Ergonomia e funcionalidade
avançadas são bem implementadas; o estilo de
do kit de fotografia
imagem Leica é evidente, tanto a cores, como a
preto e branco; e o acessório Kit de Fotografia Desempenho de topo
Profissional torna este smartphone quase tão
ergonómico quanto uma câmara dedicada Carregamento rápido
profissional.
A conclusão é, portanto, óbvia: se procura um

Não será fácil para a Xiomi vender um
smartphone topo de gama de €1500. Até
porque o forte desta marca está no segmento
da qualidade/preço. Relativamente ao
IRRITAÇÕES
smartphone com desempenho topo de gama que,
simultaneamente, ofereça a melhor experiência
em fotografia, o Xiaomi 14 Ultra é o melhor que
pode comprar. Autonomia apenas q.b.

Preço um pouco exagerado

Alguns menus pouco intuitivos

IA ainda é apenas uma promessa

4,2
NOTA FINAL DESEMPENHO

CARACTERÍSTICAS

QUALIDADE/PREÇO

xiaomistore.pt

ISSO É UMA CÂMARA? CARACTERÍSTICAS

Ecrã AMOLED 6,73” (1440x3200 p, 120 Hz, HDR10+) ○
CPU Snapdragon 8 Gen 3 (8 núcleos), GPU Adreno 750
○ 16 GB de RAM e 512 GB de armaz. ○ Câmaras 50 MP

Durante o teste do Xiaomi 14 Ultra a marca estava a oferecer, via a Xiaomi Store, o Kit de Fotografia (23mm, f/1.6), 50 MP zoom 3,2x, 50 MP zoom 5x, 50 MP
ultrawide, 32 MP selfie ○ Bateria 5000 mAh ○ USB-C, WiFi
Profissional (PVP de cerca de €200). Uma oferta importante considerando as mais-valias deste
7, 5G ○ Android 14, HyperOS ○ 153x72x8 mm ○ 230 g
kit. Além de funcionar como uma capa protetora, permite usar o Xiaomi como se fosse uma câmara
dedicada. Inclui botão de obturador, botão para iniciar/parar a gravação de vídeo, roda de comando
(para acertar a exposição), stick de controlo de zoom e até encaixe para adicionar filtros de 67 mm CONSTRUÇÃO CÂMARAS AUTONOMIA ECRÃ
Excelente Excelente Satisfatório Excelente
em frente às lentes das câmaras. A ergonomia e a estabilidade do agarrar são muito melhoradas
quando a usar este acessório. Mais, este kit, que se encaixa facilmente e se liga à porta USB-C, tem
uma pequena bateria (1500 mAh), que adiciona um pouco mais de 20% de autonomia ao 14 Ultra, o BENCHMARKS
que pode ser importante num dia de utilização intensiva da câmara. Enquanto a Xiaomi oferecer este AnTuTu 1941817 z CPU 427886 z GPU 808288 z UX
kit, a relação qualidade/preço do 14 Ultra ganha alguns pontos importantes. 312706 z Memória 392937 z 3DMark Wild Life Extreme
4528 (27,1 fps) z PCMark Work 3.0 15839 z Autonomia
13h56 z Geekbench Single/Multi 2184/6539

28
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
OUVIR MÚSICA
(E O MUNDO)
SEM PAUSAS
BOSE ULTRA OPEN EARBUDS €379
C
om um design surpreendentemente confortável e controlos
fáceis de utilizar, os Bose Ultra Open Earbuds foram feitos
para quem se quer manter a par do mundo exterior sem ter
de retirar os auriculares. Estar fora da ‘bolha’ pessoal tem as suas
vantagens, mas há características importantes que deixam a desejar,
sobretudo, quando o preço é assim tão elevado.
„ Como prometido pela marca, os
Bose Ultra Open Earbuds permitem
ouvir música e outros conteúdos sem
perder noção do que se está a passar
no mundo exterior. Ao utilizar pela
primeira vez até pode sentir que as
pessoas à sua volta conseguem ouvir o
que está a ser reproduzido. Mas, graças
à tecnologia OpenAudio, as fugas de
som são, na maioria dos casos (e a um
volume normal), imperceptíveis para
quem está à volta. Ter a possibilidade
de perceber o que se está a passar
à nossa volta sem ter de retirar os
auriculares é útil para várias situações.
Por exemplo, para manter a segurança
quando vai correr ou dar um passeio,
ou para responder quando alguém
lhe faz uma pergunta. Uma vez que
os auriculares não ficam encaixados
no canal auditivo há uma redução na
intensidade das frequências sonoras.
„ Apesar disso, a experiência sonora é, de modo
geral, satisfatória, incluindo no modo ‘stereo’,
que está ativado por predefinição. Em espaços
públicos, sobretudo em ambientes movimentados,
notámos que o som é por vezes abafado pelos
ruídos exteriores quando o volume automático está
desativado. Esta funcionalidade permite aumentar
ou diminuir o volume automaticamente consoante
o ambiente em que o utilizador se encontra. O
modo imersivo, que recorre à tecnologia Bose
Immersive Audio, suporta áudio espacial, dando
ao utilizador a sensação de que o som está a ser
reproduzido no espaço onde se encontra. Este
modo chega com duas opções: uma ‘imóvel’ e outra
‘em movimento’. A primeira dá a sensação de que o
som está fixo numa posição específica, sendo mais
adequada para os momentos em que está parado.
A segunda faz com que o som se movimente
consigo para uma maior imersão.
Francisca Andrade
„ O formato ‘aberto’ pode parecer um pouco
estranho, com um aspeto que se assemelha a
um acessório de moda futurista. Os auriculares
foram concebidos para serem colocados como
uma espécie de ‘ear cuff’ (ou brinco de orelha) e
são mais fáceis de colocar do que parece. Para
os mais distraídos, a aplicação que acompanha
os auriculares (disponível gratuitamente
para Android e iOS) traz instruções visuais
úteis. Leves e compactos, estes auriculares
contam com um design confortável, mesmo
durante longos períodos de utilização, ao
ponto de nos esquecermos que os estamos
a usar. Inicialmente há alguma impressão de
desequilíbrio, pois a parte que fica atrás da
orelha, que contém a bateria, parece pender
mais para trás. Mas, com o passar do tempo,
essa sensação acaba por desaparecer. Os
auriculares ficam presos com segurança durante
as atividades do dia-a-dia, inclusive nas mais
vigorosas, e podem ser facilmente ajustados
para encontrar o melhor ângulo de audição. A
facilidade também se aplica ao emparelhamento
com o smartphone, sem processos de
configuração desnecessariamente complicados.
29
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
„ Os controlos integrados nos
auriculares permitem alternar
entre modos de audição. No
entanto, a app Bose Music torna-se
necessária para configurar as
diferentes opções de imersão,
assim como para ativar o volume
automático (que está desligado por
predefinição), ajustar o equalizador
e atualizar o firmware. Instalar mais
uma app no smartphone é chato,
mas, pelo menos, não é preciso criar
uma conta para a usar. Cada um dos
auriculares dispõe de 2 microfones
integrados que não ‘brilharam’
durante os testes. Em chamadas,
por exemplo, há dificuldade em
captar com clareza o que está a ser
dito. Quem está do outro lado da
linha queixa-se que o som parece
distante ou até mesmo abafado.
„ A autonomia da bateria cumpre em
grande medida as indicações da marca,
com até 7,5 horas de reprodução, que
descem para 4,5 horas com o modo
imersivo ligado. Com 10 minutos de
carregamento é possível dar um ‘boost’
de 2 horas à bateria e, com a caixa de
carregamento, a autonomia total é de
27 horas. Porém, quando comparados
com outros modelos de formato
‘aberto’, esta é certamente uma
categoria onde os Bose Ultra Open
Earbuds perdem terreno. Note-se
também que este modelo não suporta
carregamento wireless, mais uma
característica que seria de esperar que
estivesse incluída tendo em conta o
preço elevado do modelo.
COM UM DESIGN FORA DO
CONVENCIONAL, OS NOVOS
AURICULARES DA BOSE PERMITEM OUVIR
MÚSICA SEM PERDER O CONTACTO COM
O MUNDO EM REDOR. MAS NÃO SÃO
PARA TODAS AS CARTEIRAS
3,7
NOTA FINAL DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
gaplasa.com/bose/pt
CARACTERÍSTICAS
USB-C; Bluetooth (A2DP, BLE, HFP, AAC, SBC) ○ Codec aptX
Adaptive da Qualcomm ○ Resistência IPX5 ○ Autonomia: 27
horas (com carregamento na caixa) ○ 19x17x27 mm, 6,4 gramas
(por auricular) ○ Caixa de carregamento: 42x65x26 mm ○ 44 g
AUTONOMIA SUPRESSÃO DE RUÍDO QUALIDADE DE SOM ERGONOMIA
Satisfatório Mau Bom Muito Bom
 O punho
generoso
permite segurar
a câmara de
modo estável
VÍDEO
CINEMÁTICO
SONY A6700 €1700
F
oi preciso esperar cinco anos para a
Sony lançar uma substituta da A6600 e
voltar a atacar o segmento dos amado-
res entusiastas e semiprofissionais com uma
câmara avançada com sensor APS-C – sensor
um pouco mais pequeno que os sensores full
frame habitualmente usados nas câmaras
profissionais.
A A6700 não surpreende no design, man-
tendo as linhas ‘quadradas’ que associamos
à série. Mas que, ao contrário do que possa
parecer, não afetam negativamente a ergo-
nomia. Aliás, considerando a dimensão, esta
é uma câmara que permite um bom agarrar.
Quando se segura a câmara com a mão di-
reita, ficamos, naturalmente, com os dedos
médio e anelar a segurar no punho, que fica
apoiado sobre o dedo mindinho. O indicador
fica diretamente sobre os botões de disparo
(obturador), de ligar/desligar e de uma das
rodas de controlo. Com o polegar é fácil con-
trolar os restantes botões.
Como seria de esperar, a A6700 corrige as
principais lacunas da A6600, nomeadamente
a resolução e o efeito rolling shutter – distor-
ção de imagens em movimentos rápidos devi-
do à forma como o sensor capta a informação,
linha a linha. Aliás, a A6700 tem sido vista
como uma versão mais acessível da FX30, a
câmara compacta da Sony para o cinema.
Ou seja, apesar de a A6700 apresentar-se,
sobretudo, como uma câmara fotográfica, as
origens levam-nos a antecipar que terá um
bom comportamento em vídeo.
ADAPTADA AO UTILIZADOR
Como acontece com outras Sony, a A6700
também sofre de ‘personalidade’ dupla ou
até mesmo tripla. Isto porque inclui o já co-
nhecido botão que permite comutar entre
Fotografia, Vídeo e S&Q (câmara lenta e rá-
pida). Não se trata de uma simples mudança
de modo, na medida em que permite três
ambientes diferentes, com apresentação de
opções adequadas a cada um dos modos.
Ou seja, quando mudamos para Video, a in-
terface da máquina e os comandos são os
mais adequados à gravação de vídeo. Quan-
do mudamos para Fotografia, a ‘linguagem’
apresentada é a que estamos habituados em
câmaras fotográficas.
A interface de menus também foi aprimo-
30
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
A Sony parece ter
dado prioridade
à qualidade
de imagem em
detrimento da
resolução
rada, adotando o sistema mais lógico e intui-
tivo dos modelos full-frame mais recentes da
marca. Infelizmente, não há joystick, mas a
roda de comando traseira funciona bem. Até
podemos usar este dial em modo joypad para
definir o ponto de foco.
Ainda no que à ergonomia diz respeito,
esta é a primeira Alpha da série 6000 com
ecrã totalmente articulado. O que dá maior
liberdade nas tomadas de visa e permite man-
ter o ecrã protegido enquanto não está a ser
utilizado. Quanto ao visor digital, a resolução
fica um pouco aquém do esperado, o que pode
prejudicar a verificação de foco quando a usar
profundidades de foco mais apertadas.
NEM VI O PÁSSARO
É cada vez mais difícil encontrar um produto
sem alguma funcionalidade de IA. No caso
desta câmara, são usados algoritmos de IA
para identificar motivos, de modo a tornar
a focagem automática mais rápida e preci-
sa. Há, até, um chip dedicado para o efeito,
de modo a não sobrecarregar o processador
principal. O algoritmo é capaz de identifi-
car uma série de motivos: pessoas, animais
(incluindo pássaros), insetos, aviões, carros
e comboios. Mas cabe ao utilizador escolher
a que tipo de motivo quer dar prioridade. Na
prática, a capacidade de detetar motivos pode
ser adjetivada de incrível. Seja a fixar e seguir
uma cara de um humano ou o focinho de um
cão. De tal modo que, durante os testes, o AF
foi capaz de identificar e fixar um pássaro
Os botões de controlo
diretos e o punho generoso
ajudam na ergonomia

Apesar do dia estar nublado, esta foto apresenta
cores vivas e é muito rica em detalhe
que surgiu no enquadramento ainda antes
de o próprio fotógrafo. E é rápido e preciso,
até porque a focagem automática resulta de
uma mistura de deteção de contraste e de fase.
A identificação automática de motivos é
tão boa que quase nunca recorremos à se-
leção manual, mas há muitas opções para o
fazer, desde a zona de foco à dimensão dessa
mesma zona.
Não ficámos tão impressionados com o
desempenho da fotografia contínua. A velo-
cidade, que atinge as 11 fotos por segundo, é
perfeitamente satisfatória para a maioria dos
utilizadores. Mas há melhor na concorrência,
como é o caso da Canon EOS R7 que chega às
15 fps, o que pode ser importante para fotó-
grafos de desporto ou de natureza. Até porque
o buffer de memória só consegue armazenar
pouco menos de 20 fotos em formato RAW e
36 em JPEG. Depois, é preciso esperar alguns
segundos para as imagens serem transferidas
para o SD e só depois podemos voltar à ação.
Quanto ao efeito do rolling shutter criticado
na A6600, basta ativar o obturador mecânico
para evitar o problema quando fotografamos
motivos em movimento rápido.
PEQUENO INCREMENTO
Não se pode dizer que a subida de resolução
relativamente à antecessora seja importante.
São, apenas, mais dois megapíxeis. E 26 MP
está longe de ser uma referência num seg-
mento onde há câmaras com mais de 30 MP.
Mas nota-se uma melhoria na sensibilidade,
ou seja, na capacidade de conseguir captar
melhores fotos com menos luz ambiente. Em
fotografia noturna, A6700 impressiona pela
ausência de ruído. Só começámos a notar
perda de qualidade entre ISO 3200 e 6400 e,
se necessário for, consideramos as imagens
usáveis até ISO 102400. Um valor impensá-
vel há alguns anos. Preferimos ter, como é
o caso, bons 26 MP do que mais resolução e
menor velocidade. Mas alguns utilizadores,
como os que estão habituados a recorrer ao
crop durante a edição para reenquadrar a
imagem, poderão sentir falta de píxeis. Por
falar em edição, os ficheiros RAW provaram
ter muita informação para trabalhar, até por-
que utilizam cor de 14 bits. Mas se é daqueles
que não quer ou não tem tempo para editar as
Há jacks para auscultadores e microfone –
importante até porque o microfone embutido não
impressiona. Embora só tenha uma ranhura para
cartões, suporta UHS-II de alta velocidade
Uma foto noturna onde é evidenciada a
grande amplitude dinâmica do sensor da Sony
imagens, não se preocupe, já que os ficheiros
JPEG processados diretamente pela câmara
são muito ricos em detalhe, amplitude dinâ-
mica e cor. E até há alguns perfis de cor para
brincar, incluindo o preto e branco e sépia.
Ainda assim, parece-nos que a Sony deveria
O ecrã articulado é uma vantagem ergonómica incluir mais filtros e perfis. Ao fim de contas,
óbvia para pontos de vista baixos ou altos vivemos na era do Instagram.
É CINEMA!
No Exame Informática TV já tivemos um rea-
lizador que gostava de usar a expressão “É
cinema!” em tom de brincadeira quando os
planos saíam melhor que o habitual. Ora,
apostamos que este ex-colega iria gostar mui-
to da A6700. É capaz de gravar 4K a 60 ou 50
fps e 10 bits de cor. Com um pouco de crop, até
dá para chegar aos 120 fps, mantendo o vídeo
PALPITAÇÕES
Formato compacto cheio de estilo
em 4K, o que resulta em vídeos em câmara
lenta que, lá está, podem ser rotulados de “É
cinema!”. Há perfis de cor adequados para
ganhar tempo na edição, mas os especialistas
Sistema de focagem automática podem optar por diferentes perfis profissio-
Qualidade de vídeo 4K
nais, incluindo o (plano) S-Log3 para tratarem
a cor durante a edição. Há um meio-termo
Ecrã LCD articulado que apreciamos, o perfil S-Cinetone, que
dá um aspeto cinematográfico diretamen-
Interface intuitiva e personalizável
te. Quanto ao estabilizador de cinco eixos,
continua a ser um dos melhores do mercado,
IRRITAÇÕES
embora não tenhamos notado grande evolu-
ção relativamente à versão anterior.
Durante os testes de vídeo ficámos um
Aquecimento em vídeo 4K pouco alarmados com o aquecimento ex-
cessivo da câmara. Ao fim de 20 minutos de
Visor eletrónico ultrapassado
gravação, o corpo, incluindo o punho, estava
Velocidade de ‘disparo’ limitada muito quente. Não ao ponto de queimar, mas
consideramos que quem quer fazer vídeo
mais profissionalmente deverá optar pela
4,2
NOTA FINAL DESEMPENHO ‘mana’ FX30, que tem uma ventoinha no
corpo exatamente para evitar esta situação.
CARACTERÍSTICAS
VEREDICTO
QUALIDADE/PREÇO
A A6700 é, mesmo, uma FX30 mais acessível.
sony.pt
Apesar do problema do aquecimento, pare-
CARACTERÍSTICAS ce-nos que a A6700 vai agradar a videógrafos
Sensor APS-C de 26 MP ○ Objetivas Sony E ○ ISO 100-32000
(extensível 50-102400) ○ 759 pontos AF ○ Wi-Fi AC, BT, USB C
que procuram a qualidade cinematográfica
3.2, micro HDMI, Mic, Headphones ○ LCD articulável 3” ○ Vídeo da FX30 ou das full frame, mas têm um or-
4K até 120 fps ○ SD UHS-II ○ 122x69x64 mm ○ 493 g (só corpo)
çamento limitado. É, sem dúvida, a escolha
acertada para quem coloca o vídeo em pri-
QUAL. IMAGEM VÍDEO CONSTRUÇÃO VELOCIDADE
Muito bom Excelente Muito bom Bom meiro lugar, mas que também se dedica à
fotografia. Sérgio Magno
31
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA

QUASE UM ‘ALL IN ONE’
HUAWEI MATEPAD PRO (13.2) €999,90
A
mais recente geração do MatePad
Pro da Huawei tem quase tudo para
ser um tablet ‘All in One’. A marca
apresenta-o como uma máquina que promete
tratar das tarefas de produtividade, criativi-
dade e entretenimento. Porém, certos aspetos
ficam um pouco aquém das expectativas,
sobretudo para um modelo desta gama.
Usar o MatePad Pro com uma só mão é
complicado, dado à dimensão do ecrã (a
maior até à data num tablet da Huawei). Para
evitar ‘desastres’ o melhor é mesmo utilizar
o tablet numa superfície estável, idealmente
com um teclado, que é aliás um dos acessórios
que a Huawei disponibiliza, se bem que só na
versão espanhola.
O estilete M-Pencil, que tivemos oportu-
nidade de experimentar, é outra das opções,
sobretudo para quem quer expressar a sua
criatividade. O M-Pencil, na sua terceira
geração, desliza de forma fluida pelo ecrã
e sem falhas. O ‘segredo’ está na tecnologia
NearLink, que suporta mais de 10.000 níveis
de pressão.
Com 13,2 polegadas, o ecrã OLED é um dos
principais pontos de destaque do MatePad
Pro, numa experiência de visualização com
O ecrã OLED tem resolução 2.8K,
brilho máximo de 1.000 nits e taxa
de atualização até 144 Hz
Leve e fino, o MatePad Pro 13.2
tem um peso a rondar os 580 gramas
e uma espessura de 5,5 mm
qualidade, imagens nítidas e cores vibrantes.
Rodeado por uma moldura fina de 3,4 mm e
com um rácio ecrã-corpo de 94%, a resolução
é de 2.880 x 1.920 (2.8 K) e o brilho máximo
é de 1.000 nits. Além do suporte a 100% da
gama de cores DCI-P3, a taxa de atualização
até 144 Hz traz mais fluidez à experiência de
visualização.
O som deixa uma impressão positiva, com
um sistema equipado com seis altifalantes
multi-driver para uma experiência sonora
envolvente. A configuração de câmaras não
é propriamente impressionante, mas cumpre
o seu propósito para as videochamadas. A
bateria tem uma capacidade total de 10.100
mAh e suporta carregamento Huawei Su-
perCharge a 88W.
Tal como a autonomia, o desempenho não
traz surpresas desagradáveis, e até permite
equilibrar algumas tarefas em simultâneo,
mas fica para trás quando o comparamos
com outros tablets que fazem parte do mesmo
‘campeonato’.
3,7
NOTA FINAL DESEMPENHO
A falta de serviços da Google é um dos as-
CARACTERÍSTICAS petos que pode tornar o MatePad Pro menos
‘apetecível’. Para quem não está habituado,
QUALIDADE/PREÇO a experiência de utilização torna-se muito
consumer.huawei.com/pt menos prática. Há forma de ‘contornar’ a
questão, mas é preciso ter os conhecimentos
CARACTERÍSTICAS
Ecrã OLED 13,2”, 2880×1920 p, 144 Hz ○ Proc. Kirin 9000W, certos e estar disposto a gastar algum tempo
GPU Maleoon 910 ○ 12 GB RAM, 256 GB armaz. ○ Câmaras no processo de configuração das apps, que
13 MP (f/1.8) + 8 MP (f/2.2) | 16 MP (frontal) ○ 6x altifalantes, 4x
microfones ○ Bluetooth 5.2, Wi-Fi 6, USB-C (3.1) ○ HarmonyOS podem nem sempre funcionar como esperado.
4.0 ○ Bateria: 10.100 mAh ○ 289,1x196,1x5,5 mm ○ 580 g
É possível encontrar aplicações que não
estão disponíveis na App Gallery da Huawei
ECRÃ SOFTWARE CONSTRUÇÃO AUTONOMIA
Muito Bom Satisfatório Bom Bom através da Petal Search, que direciona os uti-
lizadores para plataformas lojas digitais de
BENCHMARKS terceiros. No entanto, este é um processo que
Antutu: 642904 z CPU 277925 z GPU 1029 z requer paciência e uma boa dose de atenção
UX 179770 z Memória 185209 z 3DMark: Wild Life 3949
(23,65 fps) z Wild Life Extreme 1067 (6,39 fps) z PCMark: para manter a segurança.
Work 3.0 10959 z Autonomia 7h39 z Geekbench: CPU
Single/Multi 1167/3618
A experiência de utilização perde tam-
bém pontos com a quantidade de aplicações
(muitas delas, desnecessárias) que chegam
já instaladas, ou então como propostas suge-
O HUAWEI MATEPAD PRO 13.2 ridas. Mas nem tudo é mau no HarmonyOS
BRILHA SOBRETUDO NO ECRÃ. que, na versão 4.0, inclui funcionalidades
que permitem trabalhar mais facilmente em
MAS A FALTA DE SERVIÇOS DA GOOGLE modo multitarefa, ainda que não ao mesmo
PODE TORNÁ-LO MENOS APETECÍVEL nível de um PC. Francisca Andrade
32
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
PROTEÇÃO
EM TODO O LADO
EXPRESSVPN AIRCOVE GO 169,99 DÓLARES
(SEM DESPESAS DE ENVIO E TAXAS)

E
ste pequeno router foi concebido para melhorar a segurança dos „ Se tivermos acesso a um „ Se viaja com frequência e
utilizadores que viajam com muita frequência, como é o caso dos cabo de rede, como muitas precisa de aceder à Internet a
vezes acontece em quartos partir de redes públicas, vai gostar
nómadas digitais. Além de compacto e com e tecnologia Wi-Fi 6, de hotéis, o processo é mais deste pequeno router, que permite
inclui suporte direto para a ExpressVPN, uma das VPN (Virtual Private fácil e o desempenho é melhor. criar uma rede sem fios privada
Network) mais reconhecidas do mercado. Isto significa que o Aircove Mas também é possível usar rapidamente, graças ao suporte
Go é, por exemplo, capaz de garantir a privacidade da navegação do este router para aceder a para a ExpressVPN. Recordamos
outra rede Wi-Fi através da que as VPN garantem uma ligação
utilizador através de uma ligação encriptada, que permite que o uti- funcionalidade Wi-Fi Link, encriptada através da Internet,
lizador possa simular que está a navegar a partir de uma localização em que o aparelho funciona neste caso entre os nossos
diferente daquela onde realmente está. Sérgio Magno como um género de repetidor dispositivos e os servidores da
wireless. Ou seja, por exemplo, ExpressVPN. O que aumenta
podemos usar o Aircove Go muito a segurança e possibilita
„ No que diz respeito ao desempenho, quando ligamos o para criar a nossa própria rede ‘mascarar’ a sua localização. Por
Aircove Go a uma rede de 500 Mbps, a velocidade baixou Wi-Fi segura usando, como exemplo, pode estar numa viagem
para cerca de 100 Mbps quando a usar a ligação por cabo ao base, uma rede Wi-Fi de um fora do país e aceder à Internet
modem do operador e cerca de 30 Mbps quando a usar o modo aeroporto ou centro comercial. como se estivesse em Portugal.
Wi-Fi Link. É um impacto grande no desempenho, sobretudo
no modo puramente Wi-Fi. Mas, ainda assim, são velocidades
elevadas quando consideramos que todo o tráfego está a ser
processado pelos servidores da ExpressVPN. Outra vantagem
é que tudo é feito via router, ou seja, todos os dispositivos que
acedem à Internet através do Aircove Go estão protegidos pela
ExpressVPN. Esta é, também, uma vantagem económica, já que
não é preciso licenças ExpressVPN em cada dispositivo.

„ O processo de configuração é relativamente simples: ligamos o

router à energia via cabo USB-C (é fornecido um ‘carregador’, mas
também é possível usar um powerbank), ligamos o smartphone ou
o computador ao Wi-Fi gerado pelo aparelho (código QR e senha
impressos na base) e acedemos à página web do router (www.
expressvpnrouter.com) para fazer a configuração. Os menus não
são os mais bonitos, nem os mais intuitivos para quem não percebe
nada de redes. Mas há alguma informação online para ajudar. Os
grupos de utilizadores são uma das melhores características.
Podemos usar regras diferentes de acesso à Internet para cada „ Um dos primeiros passos da configuração passa por introduzir os dados da
grupo. Por exemplo, os dispositivos associados ao grupo Crianças conta ExpressVPN. E aqui está a primeira má notícia: só temos direito a um mês
podem ter acesso bloqueado a “sítios para adultos” e horário em gratuito. O preço da subscrição da ExpressVPN começar nos cerca de €7/mês
que não podem usar a Internet. No grupo Streaming podemos ter para uma subscrição de um ano. Considerando o preço do router, esperávamos
um dispositivo com a VPN configurada para um país onde haja uns seis meses ou mesmo um ano de acesso gratuito. Este é um custo
mais conteúdo disponível no serviço de streaming utilizado. considerável que deve ser adicionado ao custo do aparelho porque, na verdade,
este router só faz sentido com a componente VPN – há outros routers portáteis
bem mais acessíveis. Claro que há utilizadores que já têm uma conta ExpressVPN,
caso em que a análise do custo ‘muda de figura’. Considere ainda o custo de envio,
já que não encontrámos este router em lojas nacionais, nem na Amazon ibérica.

3,7
NOTA FINAL DESEMPENHO

CARACTERÍSTICAS

QUALIDADE/PREÇO

expressvpn.com/pt/aircove

CARACTERÍSTICAS
Wi-Fi 6, 2,4 (600 Mbps) e 5 GHz (1200 Mbps) ○ 2x LAN e 1x
WAN, USB-C ○ Velocidade máxima via ExpressVPN: 180 Mbps

O AIRCOVE GO DA EXPRESSVPN É UMA SOLUÇÃO ○ Suporta até 5 grupos de dispositivos (até 5 localizações VPN)
○ 125x82x36 mm ○ 250 g

ROBUSTA E CONVENIENTE PARA QUEM VALORIZA A

PRIVACIDADE E A SEGURANÇA ONLINE EM MOVIMENTO. INSTALAÇÃO
Satisfatório
CONSUMO
Muio bom
CONECTIVIDADE
Bom
ALCANCE
Satisfatório

MAS O CUSTO É MAIS ELEVADO DO QUE APARENTA

33
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA

VOZES ‘ILUMINADAS’
RAZER SEIREN V3 CHROMA €149,99
Q
uer seja um streamer ou um criador
de conteúdo é importante assegurar
que o seu público o ouve adequada-
mente. O Seiren V3 Chroma da Razer
quer dar resposta a esta necessidade, embora
não seja dos microfones mais baratos e deixe
a desejar na capacidade de redução de ruído.
JOGO DE LUZES
Quando está desligado, o aspeto sóbrio do
Seiren V3 Chroma é das primeiras coisas que
saltam à vista. A construção é sólida e é pos-
sível usar o microfone diretamente na base
que o acompanha ou, estão, colocá-lo num
braço articulado. Mas não se deixe enganar
pelo minimalismo: a ‘magia’ acontece quando
liga o microfone ao computador.
A retroiluminação RGB Razer Chroma dá-
-lhe um toque arrojado. Os efeitos de luz rea-
gem ao que se está a passar, em transmissões
ao vivo e nos jogos. No entanto, sentimos que,
por vezes, a intensidade predefinida chega a
ser uma distração. No pior dos casos conse-
gue ser uma dor de cabeça, em especial para
quem tem mais sensibilidade a mudanças na
intensidade da luz.
É aqui onde o software Razer Synapse entra
em ação. Através dele é possível controlar a
A retroiluminação pode
ser controlada através
do software Razer
Synapse. Os efeitos de
luz reagem ao que se
passa nas transmissões
ao vivo e em jogos
intensidade da retroiluminação, assim como
os efeitos de cor apresentados. Contudo, para
aceder a opções de cor mais avançadas precisa
de instalar um módulo adicional.
O Seiren V3 Chroma é descrito como um
microfone condensador supercardioide, que
inclui um padrão de captação mais ‘apertado’.
Na teoria isto significa que tem uma maior
aptidão para captar o som à sua frente, mi-
nimizando os ruídos que surgem de outras
direções. E na prática?
É nos ambientes mais calmos onde o micro-
fone consegue melhores resultados, captando
vozes claras e com boa qualidade de som.
Registar os detalhes das vozes com um nível
adequado de precisão é outra das missões
cumpridas.
Por outro lado, o microfone também apa-
nha alguns ruídos em segundo plano, sobre-
tudo se estiverem nas suas proximidades. Por
FEITO PARA STREAMERS E CRIADORES,
O MICROFONE SEIREN V3 CHROMA NÃO É
DOS MAIS BARATOS, MAS, NAS CONDIÇÕES
CERTAS, CAPTA VOZES COM QUALIDADE
34
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
O Seiren V3 Chroma
é um microfone
condensador
supercardioide,
com um padrão de
captação de som
mais ‘apertado’
3,7
NOTA FINAL DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
razer.com/eu-en
CARACTERÍSTICAS
Microfone condensador supercardioide (cápsula de 16 mm) ○ Taxa
de amostragem: 96 kHz ○ Taxa de bits: 24 bits ○ Frequência de
resposta: 20 Hz - 20 kHz ○ Sensibilidade: -34 dB (1 V/Pa a 1 kHz)
* SPL MÁX 110dB ( DHT < 1 % at 1 kHz ) ○ Tipo de ligação: Cabo
USB-A para C ○ potência: 5V / 500 mA ○ Retroiluminação RGB
Razer Chroma
QUAL. DO ÁUDIO REDUÇÃO DE RUÍDO CONFIGURAÇÃO CONSTRUÇÃO
Bom Satisfatório Bom Muito Bom
exemplo, se usar o teclado ou o rato enquanto
está a gravar alguma coisa. Na maioria dos ca-
sos este tipo de ruído não se sobrepõe às vozes.
Porém, se quer uma gravação ou transmissão
mais ‘limpa’ terá de combinar o software da
Razer com outra solução de redução de ruído.
PLUG & PLAY
Para começar a usar o Seiren V3 Chroma
precisa apenas de ligá-lo ao computador. Já
o software Synapse é essencial para assegu-
rar o acesso às definições mais avançadas e
às opções de personalização. A instalação é
simples, mas as atualizações requerem, por
vezes, alguma paciência.
No que toca a controlos, o Seiren V3 Chro-
ma dispõe de opções físicas que podem ser
personalizadas através do Synapse. Há um
botão dedicado ao volume, tanto do micro-
fone como dos auscultadores que, para uma
maior facilidade no ajuste do áudio, podem
ser conectados diretamente ao equipamento.
No topo do microfone há ainda um botão que
coloca a captação de som em pausa com um
toque. O botão funciona também como forma
de mudar o aspecto da retroiluminação com
dois ou três toques seguidos.
O Synapse é um software competente,
com várias funcionalidades úteis que melho-
ram a experiência de utilização para strea-
mers, criadores de conteúdo e jogadores.
Com ele pode igualmente criar vários perfis
adaptados aos jogos que tem na sua coleção.
Porém, vai precisar de uma conta para fazer
uma cópia de segurança das configurações
dos perfis ou para usá-los em computadores
adicionais. Francisca Andrade
RESISTÊNCIA
‘LOW COST’
MAXCOM FW67 TITAN PRO €129,99
A
empresa polaca Maxcom, que entrou
no mercado português no final de 2023,
lança agora um relógio inteligente que se
destaca pelos materiais de construção, resistência
e pelo preço em conta. O software é simples e fácil
de utilizar, mas há vários aspetos no smartwatch
que precisam de melhorias. Tiago Jorge Pereira
„ Os smartwatches são cada vez mais
utilizados para a monitorização da saúde e
este FW67 oferece várias funcionalidades
para irmos acompanhando alguns parâmetros
do nosso corpo. Depois de termos dormido
várias noites com o relógio, a nossa avaliação
é positiva. Os tempos de sono foram
corretamente identificados e as fases de
sono (profundo, REM e leve) corresponderam
à nossa sensação de descanso. Em relação
ao controlo do ritmo cardíaco, o relógio
deixa algo a desejar. Por várias vezes não
apresentou os valores (medidos em bpm)
quando ligamos o ecrã. E quando deteta um
ritmo cardíaco mais elevado, não atualiza
automaticamente na tabela de valores
máximo e mínimo de batimentos cardíacos
por minuto. Numa outra experiência,
corremos com o relógio e os batimentos
cardíacos aumentaram imediatamente com
o intensificar do ritmo da corrida, o que
significa que o sensor tem uma resposta
rápida. Na medição dos passos diários
(de sublinhar que não tem GPS integrado)
existe alguma imprecisão, apresentando
uma distância maior do que aquela que foi
realmente percorrida. Já na medição da
pressão arterial, o relógio apresenta valores
próximos quando comparados aos de um
medidor de tensão arterial.
„ À primeira vista e tendo em conta que é o primeiro
relógio que testamos desta marca, a impressão
que fica é a de uma boa construção e conforto no
pulso. Com uma grande caixa de aço inoxidável e um
vidro com boa resistência a riscos e choques, este
relógio pode ser uma boa opção para quem gosta
de atividades ao ar livre e desportos mais radicais.
O relógio tem três botões de resposta vincada e
que estão bem enquadrados com o restante design.
Um dos botões funciona como atalho para iniciar
atividades desportivas, enquanto os outros dois
são de ligar/desligar e retroceder nos menus. Já a
bracelete de silicone é confortável mesmo tendo em
conta a robustez de todo o conjunto. O relógio tem a
particularidade de ter uma espessura considerável, o
que dificulta em certos momentos do dia-a-dia (como
vestir camisolas, camisas, etc).
„ Outro destaque é o som e
a qualidade das chamadas. O
FW67 tem uma boa coluna e,
quando testado em chamadas,
o som é perfeitamente audível e
de qualidade acima da média. Em
relação ao microfone, a avaliação
já não é tão boa, pois em diversas
situações nas quais o relógio não
esteve perto da boca, as outras
pessoas acabaram por ter alguma
dificuldade em ouvir-nos. Mas,
no geral, o relógio acaba por
corresponder ao que é pedido,
e, por exemplo, em chamadas ao
volante, foi possível termos uma
boa ligação. No exterior acaba por
ser preciso aproximar (e muito) o
relógio da boca.
„ A bateria deste relógio dá-nos uma autonomia boa,
quando comparada com relógios inteligentes de preços
equivalentes de outras marcas. Com uma utilização
diária, incluindo com a monitorização da saúde e alguns
exercícios, o smartwatch aguenta cerca de cinco dias e
UM RELÓGIO RESISTENTE QUE APELA À PRÁTICA
o tempo de carregamento, na totalidade, são cerca de DESPORTIVA, COM VÁRIAS FUNÇÕES DE
duas horas. A base de carregamento é bem fabricada
e em condições normais não existe o risco do relógio
MONITORIZAÇÃO DE SAÚDE E UM PREÇO EM
não carregar por algum mau contacto. Por fim, o preço LINHA COM A EXPERIÊNCIA QUE DISPONIBILIZA
– acaba por ser equilibrado para as características que
o relógio apresenta, sendo uma boa opção para quem
procura fazer desporto.
3,7
NOTA FINAL DESEMPENHO
„ Em termos de ecrã a avaliação é positiva. Além de CARACTERÍSTICAS
ter um painel grande, o brilho (que podemos ajustar
em vários níveis) também é muito bom no exterior,
QUALIDADE/PREÇO
mesmo em dias soalheiros. A qualidade de imagem
é convincente e o ecrã dá-nos bastante definição. maxcom.pl/en
O relógio responde rapidamente ao toque e o
software funciona razoavelmente bem. A aplicação CARACTERÍSTICAS
Caixa de aço inoxidável 44 mm ○ Ecrã 1,85”, 320x382 p, ○ 128
para o smartphone chama-se GloryFit, sendo fácil MB armaz. ○ Monitorização: ritmo cardíaco, oxigénio (SpO2),
de configurar o equipamento – em cinco minutos o Função SOS, sono, tensão arterial ○ Desporto: 70 modos ○
relógio está conectado e pronto a ser usado. Apesar Resistente à água e poeira (5 ATM/IP69) ○ Compatibilidade: iOS
e Android ○ Bateria 380 mAh ○ 55x44x14 mm ○ Peso: 60 g
de ser simples nas funções, a aplicação podia
estar melhor estruturada (há ecrãs e opções um
pouco confusos) e estar em português de Portugal MONITORIZAÇÃO CONFORTO SOFTWARE AUTONOMIA
(suporta apenas português do Brasil), pois há vários Bom Bom Satisfatório Bom
termos e palavras que dificultam a utilização.
35
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA

A moldura do
relógio ajuda a
proteger o ecrã
contra quedas
e é amovível
COMPANHEIRO DE PULSO
XIAOMI WATCH S3 €149,99
O
Watch S3 é um dos primeiros gadgets
a receber o HyperOS, o sistema ope-
rativo desenvolvido pela Xiaomi. Por
menos de 200 euros, é um smartwatch prático
para o dia-a-dia e com uma boa relação entre
qualidade e preço.
ESTILO CLÁSSICO
Com um estilo de inspiração clássica, o Xiaomi
Watch S3 é um modelo unissexo. A persona-
lização é um dos aspectos destacados pela
marca, dando aos utilizadores mais oportu-
nidades para combinarem o seu visual com o
aspecto do relógio. Braceletes e molduras estão
entre as opções anunciadas, mas, na loja oficial
ainda não há sinal delas. Por enquanto, pode
aproveitar para escolher um de mais de 180
mostradores gratuitos. A maioria está dispo-
nível através da app Mi Fitness da Xiaomi, que
é essencial para a experiência de utilização.
Este modelo é confortável e não pesa de-
masiado no pulso. Além disso, não causa
incómodo quando é usado durante o sono.
O ecrã circular apresenta imagens nítidas, é
legível sob luz solar e responde rapidamen-
te aos toques. A navegação pelas diversas
funcionalidades é fácil e intuitiva, incluindo
nos dois botões físicos, ambos programáveis.
FOCO NA SAÚDE E EXERCÍCIO
Ritmo cardíaco, nível de oxigénio do sangue,
stress e sono são as principais métricas de
saúde que o Xiaomi Watch S3 permite mo-
nitorizar. É possível configurar o relógio para
registar as três primeiras ao longo do dia, em
intervalos de 10 ou 30 minutos. Consideramos
que esta é uma opção mais vantajosa do que
as medições manuais, embora consuma mais
A Xiaomi aposta na personalização com estilos
diferentes de braceletes e molduras
bateria. Toda a informação de saúde pode ser
consultada com mais detalhe através da app
que acompanha o smartwatch.
Durante o nosso teste não registámos gran-
des falhas nas medições de saúde, mas verifi-
cámos algumas imprecisões na monitorização
de situações de stress mais elevado e durante
o sono, algo que tem tendência a se complicar
para quem se mexe muito enquanto dorme.
Variedade não falta nos tipos de atividades
físicas suportadas pelo Xiaomi Watch S3. De
uma simples caminhada ou corrida a des-
portos mais radicais: com 150 modalidades
disponíveis há muito por onde escolher. Uma
funcionalidade que apreciamos é a utilização
de um sistema de satélite, que escusa a utili-
zação do smartphone por perto para registar
os percursos que faz nas atividades ao ar livre.
Tal como na monitorização de saúde, não
4,2
NOTA FINAL DESEMPENHO
nos deparámos com problemas de maiores
CARACTERÍSTICAS dimensões. Porém, notámos imprecisões no
registo dos percursos, no nosso caso em cami-
QUALIDADE/PREÇO nhada. Note também que a deteção automáti-
xiaomistore.pt ca de exercício está desligada por predefinição.
CARACTERÍSTICAS
Caixa em liga de alumínio ○ Ecrã AMOLED 1,43”, 466×466, APPS E AUTONOMIA
326 ppi, 600 nits (máx.) ○ Monitorização: ritmo cardíaco, Para lá do desporto e da monitorização de
oxigénio (SpO2), stress ○ Sono: Total de horas dormidas, sono
profundo, leve, REM ○ Resistente à água (5 ATM) ○ BT 5.2, saúde é possível encontrar no Xiaomi Watch
GPS, GLONASS, GALILEO, BDS, QZSS ○ Bateria 486 mAh ○
Altifalante e microfone ○ 47x47x12 mm ○ 44g S3 uma variedade de apps. Umas são mais
úteis do que outras, mas a navegação é simples
MONITORIZAÇÃO CONFORTO SOFTWARE AUTONOMIA e há também oportunidade para organizar fa-
Bom Muito Bom Bom Bom
cilmente os widgets para aceder à informação
necessária mais rapidamente.
O smartwatch permite atender ou rejeitar
chamadas, desde que esteja ligado via Blue-
tooth ao smartphone, pois este modelo não
suporta e-Sim. Notificações das apps que
tem no smartphone também são recebidas,
porém, as interações são limitadas.
A autonomia anunciada do Xiaomi Wat-
ch S3 é de 15 dias. Mas este é um valor que
representa um consumo muito moderado e
com poupança de energia ativada. Para um
cenário de utilização com funcionalidades
de monitorização diárias ativas, a autonomia
ronda 4-5 dias, um valor que desce mais se
usar o modo Always-On Display.
A marca afirma que com um carregamento
de apenas cinco minutos é possível dar um
‘boost’ até dois dias à bateria. Tendo em
conta a nossa experiência não vamos tão
longe, embora apreciemos o carregamento
relativamente rápido, demorando cerca de
Toda a informação de saúde e exercício
pode ser consultada com mais detalhe uma hora para carregar totalmente o relógio
na app Mi Fitness a partir dos 0%. Francisca Andrade
36
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
MESTRE DAS REDES
MERCUSYS HALO H70X €179,99

C
ronometrámos menos de 10 minutos desde a abertura
da caixa até à criação da rede mesh com três pontos de
acesso. E boa parte deste tempo deveu-se ao download da
app e registo da conta de utilizador. Uma demonstração que este
é um kit muito fácil de instalar. O preço é atrativo, considerando
que se trata de um pacote com três routers com Wi-Fi 6, capaz
de criar uma rede sem fios com grande cobertura. Mas será que
o desempenho é convincente? Sérgio Magno
„ Os módulos são todos iguais, compactos e têm um design minimalista.
Isto ajuda a integrar estes aparelhos na casa, sem que deem nas vistas.
Há três portas de rede de 1 Gbps, que tanto podem ser usadas para
garantir uma ligação mais robusta entre os módulos (com cabo de
rede), como para ligar aparelhos sem Wi-Fi. Como NAS (sistemas de
armazenamento em rede) e PC desktop. Outra vantagem da ligação
de cabo é que permite garantir velocidade de acesso e fiabilidades
máximas. No nosso caso, usámos uma destas portas para ligar o televisor
principal da casa, onde é habitual usar-se serviços de streaming.

„ Já estamos habituados à
facilidade de instalação dos kit
Mesh. Mas um novo recorde de
facilidade foi batido por este kit.
Bastou ligar um dos aparelhos
ao router do operador (por cabo),
instalar a app e seguir os poucos
passos apresentados. Ainda menos
habitual: bastou ligar os outros
„ Os kits Mesh permitem criar redes
dois aparelhos do kit a tomadas
Wi-Fi com grande cobertura, simplicidade
elétricas para que aparecessem
e, normalmente, velocidade elevada.
imediatamente na app. Nem
De uma forma muito simplificada, nas
precisámos de fazer o habitual
redes Mesh podem existir diferentes
processo de ‘pesquisa + adicionar’.
routers espalhados pela casa e cada
Foram, mesmo, menos de 10
um destes aparelhos funciona como se
minutos, incluindo download da app
fosse uma antena de um único router
para smartphone, ligação de um dos
central. Resultado, podemos andar pela
aparelhos ao router e distribuição
casa que a comutação entre ‘antenas’
dos dois aparelhos extra pela casa
é automática de modo a manter o
(estes só precisam de ser ligados
máximo de desempenho e alcance.
à tomada), de modo a otimizar a
Esta arquitetura tem várias vantagens
cobertura e desempenho da rede.
relativamente a redes Wi-Fi onde o
sinal do router é amplificado através de
„ Este sistema Mesh está longe de atingir o desempenho que repetidores simples.
medimos em outros kits. Mas, na verdade, muitos desses kits
são sobredimensionados para a realidade de uma casa. Na
prática, o Halo H70X demonstrou ser robusto e rápido q.b..
Fizemos o teste numa habitação com um acesso à Internet de
500 Mbps e foi, precisamente, 500 Mbps que medimos usado
FÁCIL DE INSTALAR E COM UMA EXCELENTE
este kit. Mas o melhor é que medimos esta velocidade em toda RELAÇÃO QUALIDADE/PREÇO, ESTE É UM
a casa, quando, antes, usando apenas o router do operador,
o Wi-Fi nem chegava a algumas divisões. Aliás, a Mercusys SISTEMA QUE RECOMENDAMOS PARA
anuncia uma cobertura superior a 500 metros quadrados e CRIAR UMA REDE WI-FI RÁPIDA E FIÁVEL
capacidade para controlar 150 dispositivos na rede. O Wi-Fi 6,
com canais de 2,4 e 5 GHz, representa uma clara mais-valia. NUMA CASA COM DOIS OU TRÊS ANDARES.
PARA UM APARTAMENTO, BASTA O KIT
COM DOIS MÓDULOS
„ A app é simples, mas tem funcionalidades
importantes. É fácil, por exemplo, criar
perfis de utilizadores no Controlo Parental

4,3
NOTA FINAL DESEMPENHO
para limitar o acesso de crianças; criar uma
lista de sites bloqueados; ou dar prioridade
de acesso a um PC de gaming ou a um CARACTERÍSTICAS

televisor com streaming. Só fica mesmo a

faltar uma aplicação de cibersegurança, QUALIDADE/PREÇO
mas, considerando o preço, este é um pedido
mercusys.com/pt
irrealista. É, também, através da app que são
feitas as atualizações dos módulos. O que, CARACTERÍSTICAS
aliás, fizemos durante o teste – processo Wi-Fi 6, 5 GHz (1201 Mbps) e 2,4 GHz (574 Mbps) ○ 2x LAN
que demorou cerca de dois minutos, 1 Gbps ○ Rede convidado (2,4 e 5 GHz) ○ Controlo parental ○
128x81x84 mm (cada módulo)
durante o qual a rede fica indisponível. Já
agora, uma dica: para melhor desempenho,
recomendamos que, se possível, desative INSTALAÇÃO CONSUMO CONECTIVIDADE ALCANCE
o Wi-Fi do router do operador, mantendo Excelente Bom Bom Excelente

apenas o Wi-Fi criado pelos módulos Halo.

37
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 O ecrã OLED é um dos melhores As molduras finas permitem que
que já vimos num portátil. Além o ecrã seja de 14”, apesar de o
do contraste elevado, as cores portátil ter uma ‘pegada’ mais
são saturadas próxima de um modelo de 13”

O teclado tem um curso

relativamente longo, o que ajuda
na ergonomia ao escrever, mas
não é o melhor para jogos

Os altifalantes integrados
surpreendem pela qualidade
de som, sobretudo no que diz
respeito aos médios e agudos

O
sonho de um ultraportátil fino e
leve, mas com o desempenho de um
desktop de gaming, está cada vez
mais próximo de tornar-se realidade. O novo
ROG Zephyrus é um bom exemplo de como
a tecnologia está a evoluir para responder a
esse desejo partilhado por tantos gamers.
Esta versão de 2024 do G14 é mais fina e
leve do que a antecessora. É, portanto, ‘mais
portátil’. E não se pense que a leveza foi con-
seguida com batota na construção. O chassis
é feito a partir de uma única peça de alumí-
nio, ao estilo Apple, o que tem vantagens em
termos de resistência e de aspeto. As uniões
imaculadas entre os diferentes painéis e as

PEQUENO
margens chanfradas, maquinadas com grande
precisão, demonstram a atenção dada durante
o fabrico desta máquina.
Como tem sido habitual nos Zephyrus, a
tampa tem um elemento diferenciador, neste
caso, uma faixa LED de luzes brancas. Não é

POR FORA,
tão ‘espampanante’ quanto o painel perfurado
com centenas de LED disponível na versão do
ano anterior, mas acreditamos que esta solu-
ção seja significativamente mais económica e
acaba por ser mais sóbria. Como é habitual,
a personalização das luzes pode ser feita na

PODEROSO
aplicação Armoury Crate. Há várias opções,
desde o totalmente desligado – talvez a mais
adequada para uma reunião de trabalho – até
diferentes padrões animados. Até é possível
fazer os LED ‘dançarem’ ao som ambiente,
embora as coreografias não acompanhem

POR DENTRO
bem as músicas.
No Armoury Crate também é possível perso-
nalizar um grande número de outros aspetos.
Ainda na parte visual, podemos alterar a ilu-
minação RGB do teclado e afinar a cor do ecrã
ao nosso gosto. As opções de calibração de cor
avançadas reforçam a componente profissional
desta máquina. Sim, porque o desempenho
elevado também interessa a profissionais da
ASUS ROG ZEPHYRUS G14 GA403UI €2399,99 área da criatividade digital. Sérgio Magno

38
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA

O touchpad, muito generoso, quase
não tem margens nas partes superior
e inferior. E é muito confortável
Na imagem, a barra diagonal está
desligada, mas pode apresentar
vários padrões em luz branca
PALPITAÇÕES
Construção e portabilidade
Qualidade de imagem do ecrã OLED
Sistema de som integrado
IRRITAÇÕES
GeForce RTX 4070 limitada
Autonomia apenas satisfatória
4
NOTA FINAL DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
asus.com/pt
CARACTERÍSTICAS
Ecrã OLED 14” (2880x1800), 120 Hz ○ CPU Ryzen 9
8945HS (8 cores, 16 threads), até 5,2 GHz ○ 16 GB DDR5
○ GeForce RTX 4070, 8 GB ○ SSD de 1 TB * Wi-Fi 6E,
Bluetooth 5.3 ○ 2x USB 3.2, 2x USB C 3.2, 1x USB-C,
HDMI 2.1, microSD ○ 324x222x20 mm ○ 1,7 kg
JOGOS PRODUTIVIDADE CRIATIVIDADE
Muito bom Bom Muito bom
BENCHMARKS
PCMark 10: 9867 z Essenciais 10795 z Produtividade
10173 z Criatividade 12730 z Jogos 18319 z 3DMark:
Fire Strike 21980 z Port Royal 6391 z Time Spy
Extreme 5045 z Cinebench R23 16380/1815 z PCMark
10 Autonomia (Produtividade) 5h24m
OLHA O OLED!
A Asus foi pioneira na utilização de painéis OLED
nos ecrãs de portáteis. O que acontece nesta
máquina, com ecrã de 14 polegadas e resolução
3K. O resultado é um contraste que tende para
o infinito, com negros que são, verdadeiramente,
negros, e cores saturadas. Como já referido, as
opções de controlo de cor e brilho são muitas,
pelo que tanto podemos optar por saturar cores
nos jogos, como optar por tonalidades mais
realistas na edição de fotografia. Quanto à
definição, é elevada e adequa-se bem à dimensão
do ecrã, suficientemente grande para uma
utilização confortável e suficientemente pequeno
para não afetar a portabilidade.
Como a tecnologia OLED é conhecida por poder
originar ‘fantasmas’, ou seja, imagens estáticas
que ficam muito tempo na mesma posição podem
ficar marcadas para sempre, o Armoury Crate
tem opções para evitar este problema.
No geral, o ecrã é um dos maiores trunfos deste
portátil, embora também seja um dos responsáveis
pela etiqueta de preço pouco atrativa.
PODIA SER (AINDA) MAIS RÁPIDO
Os componentes usados nesta máquina não
são os mais poderosos disponíveis atualmente,
mas andam lá perto. O processador AMD Ryzen
9 8945HS, com os seus 8 núcleos reais e 16
núcleos lógicos, é um chip poderoso. Tanto em
jogos como, mais ainda, em aplicações que
tirem partido do multiprocessamento, como é,
normalmente, o caso do software profissional na
área da criação digital. Mas, mesmo numa análise
do desempenho por núcleo, ficou um pouco
atrás dos Core i9 da Intel e não demonstrou ser
muito mais rápido que os Ryzen 7 com o mesmo
número de unidades de processamento. Uma
das vantagens do chip da AMD é a integração
de um NPU (Unidade de Processamento Neural),
criada para acelerar ferramentas de Inteligência
Artificial. Tecnologia que deverá ter vantagens
à medida que vão sendo integradas aplicações
de IA. Ou seja, por enquanto, a nossa bateria de
testes não revela grandes vantagens neste extra,
mas é bom saber que lá está – por exemplo, há
cada vez mais informações que apontam para a
integração de IA no próprio núcleo do Windows.
Quanto ao processamento gráfico, a GeForce RTX
4070 permite jogar ‘com tudo quase no máximo’.
Alguns exemplos a 1080p com máxima qualidade
nas opções dos jogos: 31 fps no Cyberpunk 2077
AUTONOMIA
Satisfatório Há várias portas
de comunicação,
incluindo HDMI e
USB de tamanho
‘standard’
39
39
MAIO
MAI
MA
M AI
A IOO 22024
024
002
24
2 4 EXAME
EXX A M
EEXA MEE INFORMÁTICA
I NF
IN
INF
N F ORM
NFORM
O RMÁTI
ÁTICA
ÁTI CAA
e 53 fps no F1 22. Valores que permitem uma
fluidez satisfatória, o que não acontece quando
subimos a resolução para 1440p, a não ser que
se baixe as opções qualitativas.
Ora, tratando-se de uma RTX 4070, seria
de esperar um pouco mais desempenho. A
explicação é simples: a potência energética
está limitada a 90 watts, em vez dos 140 watts
habituais da gráfica mencionada. Apesar do
sistema de dissipação térmica extremamente
sofisticado, o calor emitido por uma RTX 4070 a
‘bombar’ a 140 watts não seria compatível com
as dimensões desta máquina.
Curiosamente, mesmo o processador gráfico
integrado no processador da AMD, o iGPU
780M, tem um desempenho bastante
satisfatório. Aliás, em jogos mais simples,
incluindo títulos de e-sports, podemos desativar
a placa gráfica dedicada e, ainda assim,
conseguir um bom nível de fluidez. A outra
vantagem desta opção é que a autonomia sobe
umas duas ou mesmo três horas.
“O SOM SAI DAÍ?”
Confessamos que ficámos surpreendidos quando
desligámos os headphones com os quais fizemos
as primeiras horas dos testes – há que respeitar
os colegas da redação. Os altifalantes integrados
soam mesmo bem. Claro que os baixos não
chegam ao ponto de se sentirem no corpo, mas as
restantes frequências têm uma nitidez assinalável.
E toca alto. Ao ponto de termos ouvido a pergunta
“Esse som todo está a sair desse portátil?”.
O som é apenas mais uma característica que
faz com que esta máquina esteja longe de ser,
apenas, um conjunto de bons componentes.
O mesmo se pode dizer do teclado, bem mais
confortável de usar do que é hábito em portáteis
de gaming. E do touchpad generoso, quase sem
margens, com uma superfície livre de atrito.
Ou das várias portas de comunicação bem
colocadas, que facilitam a gestão de cabos
e periféricos – nem falta uma porta HDMI de
tamanho standard. Este é um daqueles portáteis
que geram uma experiência de utilização
envolvente. Uma daquelas máquinas com que
acabamos por criar ‘uma relação’. O preço é,
naturalmente, um obstáculo importante. Mas
se procura um ultraportátil bem construído,
ergonómico, para usar profissionalmente ou para
jogar títulos exigentes, então o investimento será
compensador.
O chassis
metálico do
tipo unibody
tem um nível
de acabamento
premium
29 GRAMAS FAZEM
A DIFERENÇA?
CORSAIR M75 WIRELESS €129,99
N
o final do ano passado, a Corsair lançou o M75 Air, um
rato de gaming ultraleve. A linha de ratos competitivos
foi reforçada com duas novas opções: uma com cabo e
outra sem fios. O M75 Wireless tem pequenas diferenças (e me-
lhorias) em relação ao ‘irmão’ Air. Agilidade, rapidez e precisão
continuam a dar o mote na nova geração, desta vez numa nova
categoria de peso.
„ Além da ligação sem fios (via
Slipstream), o rato tem suporte a
ligação via Bluetooth e por cabo.
Neste caso, também permite dar mais
energia à bateria enquanto se diverte
a jogar. Tal como no modo de ligação
com fios, no modo wireless não
registramos quaisquer problemas de
conectividade nem atrasos durante
os testes. O mesmo não podemos
dizer da nossa experiência no modo
Bluetooth. A bateria do M75 Wireless
promete uma autonomia longa, numa
melhoria em relação à versão Air. No
que toca ao modo wireless, a Corsair
afirma que pode ficar a jogar por até
105 horas. Se preferir jogar com o
rato ligado via Bluetooth, a autonomia
sobe até 210 horas. Por comparação,
a bateria do ‘irmão’ mais leve ronda as
34 horas em ligação via Slipstream e
as 100 horas em modo Bluetooth.
„ O rato tem um design simétrico e é ambidestro, ou seja, é adequado
tanto para utilizadores destros como canhotos. Os botões principais
estão equipados com tecnologia Quickstrike da Corsair e isso
nota-se na sua rapidez de resposta. O M75 Wireless traz ainda dois
botões laterais magnéticos de cada lado. O formato dos botões é
personalizável e é possível escolher entre opções lisas ou com um
pouco mais de relevo. A roda central permite movimentos controlados
e tem alguma sensibilidade. Por exemplo, um toque com um pouco mais
de força é o suficiente para entrar no modo em que permite puxar uma
página rapidamente para cima ou para baixo.
Francisca Andrade
„ Rapidez e precisão
costumam ser requisitos
essenciais em vários
géneros de videojogos. Mas
é nos títulos de tipo FPS que
fazem mesmo toda a diferença. É
por esse motivo que o M75 Wireless
integra um sensor ótico que pode chegar
até 26.000 DPI, permitindo acompanhar
os movimentos com um alto nível de precisão.
A velocidade pode ser ajustada através de um
botão na parte inferior. No entanto só é possível
configurar o rato para atingir velocidades
máximas através do software iCUE.
O M75 WIRELESS DA CORSAIR
„ Por fora, o M75 Wireless tem um aspecto discreto, mas É UM RATO DE GAMING RÁPIDO E PRECISO.
não é tão sóbrio quanto o M75 Air. A retroiluminação RGB
dá-lhe um toque arrojado, embora não tenha um impacto RETROILUMINAÇÃO, MAIS AUTONOMIA
visual muito forte. O design, marcado por contornos suaves
(mas não demasiado escorregadios), é confortável e adapta-
E DESIGN AMBIDESTRO ESTÃO
se às diferentes maneiras de pegar no rato, seja com a ENTRE AS NOVIDADES
palma da mão, numa posição em ‘garra’ ou com as pontas
dos dedos. É verdade que, com um peso de 89 gramas, já
não pode ser considerado um modelo ultraleve. Por outro
4
lado, o M75 Wireless não deixa de ser ágil, com as bases em NOTA FINAL DESEMPENHO
politetrafluoretileno (PTFE) a contribuírem para que deslize
sem fricção praticamente em qualquer superfície. CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
„ O software iCUE oferece uma miríade de
opções de personalização e vale a pena dedicar corsair.com/pt
algum tempo a explorá-las. Está indeciso entre
o M75 Wireless e o M75 Air? Se é um jogador CARACTERÍSTICAS
Sensor ótico Marksman de 26.000 DPI, 650 IPS, 50G ○ Taxa
ávido (destro ou canhoto) com uma predileção de amostragem: 1000 Hz / 2000 Hz ○ 7 botões programáveis
por FPS, mas que não importa de perder de ○ Slipstream 2,4 GHz, Bluetooth 4.2 + LE, cabo USB de 1,8
vez em quando, a versão Wireless é uma opção m ○ Autonomia anunciada: 105 h com Slipstream; 210 h com
Bluetooth ○ 128x65x42 mm ○ 89 g
a considerar, sobretudo se o orçamento o
permitir. Por outro lado, se não é um jogador
casual e se leva a competição mesmo a sério, PRECISÃO ERGONOMIA CONECTIVIDADE AUTONOMIA
o M75 Air é a escolha mais adequada, pois o Bom Bom Bom Muito bom
peso ‘pluma’ é mesmo um factor decisivo.
40
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA

Na configuração
de câmaras
traseiras há
espaço para um
sensor principal
de 50 MP
SIMPLES,
MAS COMPETENTE
SAMSUNG GALAXY A25 (6/128 GB) €319,90
O
Galaxy A25 chegou a Portugal em
fevereiro e inclui melhorias em re-
lação à geração anterior, a começar
pelo suporte para redes 5G.
A estrutura é constituída maioritariamente
por plástico e até seria de esperar que fosse
um smartphone demasiado leve. Mas logo no
primeiro contacto sentimos uma construção
com mais solidez do que o esperado. O peso é
distribuído de forma equilibrada e as extre-
midades arredondadas asseguram um maior
conforto nas mãos. Contudo, o painel traseiro
traz uma camada mais fina de plástico, que
lhe dá uma sensação um pouco oca e mais
frágil, além de ficar rapidamente coberto por
marcas de dedos.
Com um ecrã Super AMOLED, o Galaxy
A25 prima pela nitidez das imagens. Aqui, a
Samsung disponibiliza dois modos de visua-
lização. A primeira opção, chamada ‘viva’,
apresenta cores intensas, se bem que com
demasiada saturação. Se prefere uma sensa-
ção de cor que se aproxima mais da realidade
recomendamos que use o segundo modo,
chamado ‘natural’.
O ecrã é legível mesmo sob luz intensa,
porém o contraste das cores acaba por ser
demasiado elevado. O resultado? Fotografias,
O ecrã Super
AMOLED
apresenta
imagens
nítidas e é
legível mesmo
sob luz intensa
vídeos e conteúdos visuais com um aspecto
pouco natural. Por predefinição a taxa de
atualização está definida para 120 Hz, o que
confere uma maior fluidez no deslocamento
e nas animações. A segunda opção disponível
baixa a taxa para os 60 Hz, o que se refle-
te numa menor suavidade do movimento,
embora seja útil para as alturas em que quer
prolongar a vida da bateria.
FOTOGRAFIA SEM SURPRESAS
A configuração de câmaras do Galaxy A25 não
é a mais ‘apetrechada’, sobretudo quando a
comparamos com a de outros modelos até 300
euros. No entanto, os resultados obtidos en-
quadram-se no que seria expectável para um
smartphone desta gama. Cenários diurnos e
ambientes bem iluminados, tanto no exterior
como no interior, são onde as câmaras melhor
demonstram as suas capacidades de captação
de imagem. A tecnologia de estabilização
O GALAXY A25 É UMA APOSTA ACERTADA PARA
QUEM PROCURA UM SMARTPHONE SIMPLES
E PRÁTICO POR POUCO MAIS DE 300 EUROS
41
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
3,8
NOTA FINAL DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
samsung.com/pt
CARACTERÍSTICAS
Ecrã Super AMOLED FHD+ de 6,5”, 1080 x 2340, 120 Hz,
84.2% ○ Proc. Samsung Exynos 1280 (5 nm), GPU Mali-G68 ○
6 GB RAM, 128 GB armaz. ○ Câmaras: 50 MP (f/1.8), 8 MP (ultra
grande angular; f/2.2), 2 MP (macro; f/2.4), 16 MP (selfie) ○ 5G,
Wi-Fi 5, BT 5.3, USB-C (25 W) ○ Android 14 (One UI 6) ○ Bateria:
5000 mAh ○ 162,9x74,5x7,4 mm ○ 197 g
CONSTRUÇÃO CÂMARAS AUTONOMIA ECRÃ
Satisfatório Satisfatório Bom Bom
BENCHMARKS
AnTuTu 478129 z CPU 151011 z GPU 106887 z UX 131888
z Memória 88343 z 3DMark: SlingShot Extreme 3803 z
WildLife 2321- 13,90 fps z WildLife Extreme 640 - 3,84 fps z
PCMark: Work 3.0 13300 z Autonomia 18h09 z Geekbench 6:
CPU Single/Multi 971/2067 z GPU 2274
ótica de imagem (OIS) é uma funcionalidade
que apreciamos e ajuda a trazer mais estabi-
lidade às fotografias e vídeos captados pela
câmara principal.
Durante os nossos testes verificámos que as
câmaras têm alguma dificuldade em captar
detalhes adequadamente. O Zoom digital é
até 10x, contudo, a partir de 3x os pormenores
das imagens perdem-se. Outro dos pontos
negativos é o surgimento ocasional de efeitos
visuais indesejados, como ‘lens flare’.
DESEMPENHO SEM SOLAVANCOS
Das capacidades fotográficas passamos ao de-
sempenho, com foco no processador Exynos
1280 da Samsung. Considerando um cená-
rio típico, com navegação em redes sociais,
apps de comunicação, streaming e vídeos,
a experiência de utilização é rápida e sem
solavancos. Ter várias aplicações abertas e
trabalhar em modo multi-tarefa também não
chega a pôr em causa o nível de performance
do Galaxy A25, ainda que tenhamos notado
algum aquecimento durante atividades mais
intensas.
Na bateria, a Samsung promete uma auto-
nomia de até dois dias numa só carga. Note
que certas opções acabam por consumir ba-
teria sem que se aperceba. Por exemplo, ter o
Always-On Display ativado ou até configurar
o smartphone para usar uma taxa de atua-
lização mais elevada no ecrã. Apesar disso,
sem desativar este tipo de funcionalidades
e com um nível de utilização típico (e não
muito regrado), a bateria conseguiu durar
pouco mais de um dia.
Por fim, a nível de software realçamos a ‘lon-
gevidade’ do suporte a atualizações. No caso do
sistema operativo, a Samsung assegura quatro
anos de atualizações. Já no caso das atualizações
de segurança, pode contar com suporte a cinco
anos de updates. Francisca Andrade

DESCANSO
PARA OS OLHOS
AOC 27B3CA2 €179,90
S
e está à procura de um monitor sim-
ples, eficaz e não muito caro, esta
opção da AOC vai interessar-lhe.
Depois de alguns dias de utilização, ficamos
convencidos que este é um monitor mais do
que suficiente para a maioria das pessoas e
das utilizações – apesar de estar mais pensado
para um ambiente de trabalho, aquilo que o
torna mais apelativo também funciona bem
em casa. Eis os prós e contras.
A AOC aposta num design simples para
este modelo. A base redonda, em plástico,
não ocupa muito espaço na mesa. Isso con-
jugado com o suporte (além de ser demasiado
pequeno, não é ajustável em altura, o que nos
obrigou a usar uma caixa para elevar o ecrã
para um nível confortável aos olhos) forma a
estrutura de apoio. As margens em torno do
painel são finas, o que ajuda a criar a sensação
de uma maior área de visualização.
Em termos reais, temos 27 polegadas de
tamanho, o que nos parece indicado para a
esmagadora maioria das tarefas de produtivi-
dade que são feitas em frente a um computa-
dor. A resolução é boa, considerando a relação
entre a aposta num painel Full HD (1920x1080
p) e o tamanho. A nitidez não é tão apurada
como noutros monitores que testámos recen-
temente (algo que se nota sobretudo no con-
torno das letras em textos e dos elementos nos
vídeos). O nível de brilho é satisfatório para a
A taxa de
atualização de
100 Hz dá uma
boa fluidez para
a utilização no
dia-a-dia
produção de documentos e a visualização de
páginas web, mas consideramos que para ou-
tros conteúdos, como visualização de vídeos,
edição de fotografia ou reprodução de jogos,
era desejável ter uma luminosidade superior
para extrair maior detalhe das imagens.
Dito isto, há um elemento que joga a favor
deste monitor e que na realidade é o nosso
elemento preferido – o acabamento fosco do
ecrã, extremamente eficaz a eliminar reflexos
de luzes naturais e artificiais. Se passa muitas
horas em frente ao computador e o cansaço
visual é algo que o preocupa, podemos atestar
que este modelo pode não ser visualmente tão
detalhado, mas também é menos exigente
para os olhos. E há um segundo elemento que
apreciamos bastante – a taxa de atualização de
100 Hz permite uma reprodução mais fluida
da imagem e que já é um salto significativo
sobre os 60 Hz que são típicos em monitores
mais baratos.
Ainda na imagem, palavra também para o
capítulo das cores. Sentimos que falta viva-
cidade aos tons, sobretudo devido ao baixo
brilho que o ecrã atinge, mas se não tiver que
trabalhar com imagem ou vídeo de forma
mais regular, este não deverá ser um ponto
crítico para si. Já o nível de contraste acaba por
surpreender pela positiva, com os elementos
3,7
NOTA FINAL DESEMPENHO
iluminados a destacarem-se bem das zonas
CARACTERÍSTICAS mais escuras.
QUALIDADE/PREÇO EXTRAS A CONSIDERAR
aoc.com/pt Outra área na qual este AOC se destaca é nas
opções de personalização de imagem. Temos
CARACTERÍSTICAS
Ecrã LCD 27", 1920x1080 p, 16:9, 100 Hz ○ Espaço de cor: muitas definições que podemos ajustar ma-
DCI-P3 80% ○ Brilho: 250 cd/m ○ Contraste: 1300:1 ○ 1 ms nualmente para que a imagem fique tão pró-
tempo resposta ○ Adaptive Sync ○ Inclinação: -5° a 23° ○ Som:
2x 2W ○ 1x USB-C (DP), 1x HDMI (1.4), 2x USB-A (3.2), áudio xima do nosso gosto quanto possível (dentro
3,5 mm ○ 616,6x452,9x229,5 mm ○ 6,93 kg
daquilo que o monitor é capaz de entregar,
claro). A característica mais diferenciadora
CORES BRILHO MENUS ERGONOMIA
Bom Satisfatório Muito bom Fraco chama-se Picture Boost, que permite au-
mentar um pouco o nível de brilho máximo
em zonas específicas do ecrã. Na área da co-
O suporte do monitor é curto
nectividade, temos um número razoável de
e provavelmente terá de usá-lo
em cima de uma base ligações, com destaque para a ligação USB-C.
Isto porque além de fazer a transmissão de
sinal de vídeo, também é capaz de transmitir
energia. A capacidade energética é de 65 wat-
ts, o que já deverá ser suficiente para carregar
vários modelos de computadores portáteis
(mas não todos), como foi o nosso caso. Ou
seja, conseguimos com um único cabo ter
o portátil ligado ao monitor e à ‘tomada’ –
UM MONITOR DE LINHAS SIMPLES, menos cabos, menos confusão.
ESPECIFICAÇÕES MODESTAS, MAS QUE Mas a realidade é que mesmo não dando
tudo o que seria ideal num monitor, a AOC
NOS PERMITE TRABALHAR COM CONFORTO também não cobra muito por este modelo e
PARA OS OLHOS… E A CARTEIRA o preço é justo. Rui da Rocha Ferreira
42
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
ENERGIA 5 EM 1
BASEUS POWERCOMBO 5 IN 1 €79,99
J
á ouviu falar em ‘kablesalat’ (ou ‘salada de cabos’ em
português)? A língua alemã tem palavras para descrever
quase tudo, incluindo todos aqueles cabos desarrumados
que costumam ficar escondidos no escritório. A PowerCombo 5
in 1 da Baseus é uma solução prática, em casa ou no trabalho, e
traz vantagens tanto no carregamento como na segurança dos
equipamentos.
„ É importante prestar atenção aos modos
de carregamento disponíveis para fazer
um melhor aproveitamento da estação. Por
exemplo, o primeiro suporta apenas uma
ligação. Aqui poderá usufruir de carregamento
rápido direto na entrada e cabo USB. Os
modos seguintes, com suporte a duas ou três
ligações diferentes dividem a capacidade de
carregamento para um maior equilíbrio.
„ A segurança é uma prioridade e há 4
mecanismos de proteção contra excesso
de corrente, voltagem excessiva, voltagem
insuficiente, curto-circuito e sobretensão. Além
de poder usar em casa, pode levar a estação
PowerCombo 5 in 1 para o trabalho. Apesar da
sua solidez, a ‘caixa’ principal é relativamente
portátil. Por outro lado, o cabo perde pontos
devido à falta de flexibilidade. Deixamos ainda
uma nota sobre o preço: é certo que conseguirá
arranjar tomadas múltiplas por valores mais
baratos. Mas pelas opções de conectividade,
carregamento e segurança disponibilizadas,
consideramos que vale a pena.
„ A luz no topo indica a ‘carga’ energética que
a estação está a processar. Se permanecer
acesa, está em modo ‘leve’ (com um output
entre 0 W e 1600 W). Quando pisca
lentamente significa que entrou em modo
‘pesado’, (com um output entre 1600 W e 4000
W). Contudo, se piscar rapidamente é sinal
de que entrou em modo ‘proteção’ (o output é
superior a 4000 W). Neste caso, a estação de
carregamento desliga automaticamente para
evitar possíveis desastres.
„ Para começar a usar a estação de carregamento não precisa de
fazer qualquer tipo de configuração com software. Note-se que a
Baseus disponibiliza uma aplicação gratuita (compatível com Android
e iOS). Mas a verdade é que a estação consegue ser usada sem
qualquer problema mesmo sem ligação à app. Uma vez conectada a
uma tomada de alimentação está pronta a usar, bastando pressionar
o botão no topo. Temos de admitir que, inicialmente, sentimos algum
receio em usá-la com 5 equipamentos em simultâneo. Apesar de algum
Francisca Andrade aquecimento, não registamos incidentes de percurso.
„ Este modelo da Baseus parece
uma mistura entre uma tomada com
múltiplas entradas e um carregador,
tudo numa caixa com uma construção
sólida, acompanhada por um cabo
de alimentação robusto. A par de
duas tomadas de Tipo C, a base de
carregamento tem espaço para um
cabo USB-C retrátil, com dimensão
total de 80 cm. Em destaque estão
também duas entradas: uma USB-C
e outra USB-A. Além de ser capaz
de dar mais energia a equipamentos
como auriculares wireless,
smartphones e tablet, a PowerCombo
5 in 1 também permite carregar
equipamentos um pouco maiores,
como computadores portáteis.
NÃO PRECISA DE SER
UM ESPECIALISTA EM
ORGANIZAÇÃO DE CABOS
PARA TRAZER MAIS PAZ AO
ESCRITÓRIO. A ESTAÇÃO DE
CARREGAMENTO POWERCOMBO
5 IN 1 AJUDA A POUPAR ESPAÇO
E A REFORÇAR A SEGURANÇA
4,2
NOTA FINAL DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
eu.baseus.com
CARACTERÍSTICAS
Voltagem de Entrada: 200-250 V ○
Frequência:50/60 Hz ○ Potência de saída: 65 W ○
Compatibilidade/carregador Universal ○ Fonte de alimentação
AC ○ Tomadas 2 (Tipo C) ○ Portas USB-A 1 ○ Portas USB-C 1 ○
Dimensões 127x66x66 mm ○ 628 g
CONSTRUÇÃO CONECTIVIDADE SEGURANÇA PORTABILIDADE
Muito Bom Bom Muito Bom Bom
43
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
NFORMÁTICA
 AR PREMIUM
O tamanho e peso da caixa já eram indicadores
claros: este não é um projetor ‘maneirinho’. O PL1SE
pesa mais de 8 kg e tem uma pegada considerável.
Por outro lado, tem uma qualidade de construção
premium, com destaque para o metal no chassis que
é tão agradável à vista como ao toque. As linhas são
minimalistas, o que é uma garantia de que, à partida,
se enquadrará bem em salas com diferentes tipos de
decoração. Não há botões (apenas um muito discreto
para ligar/desligar), pelo que a interação com este
Hisense fica a cargo do comando fornecido. Ambas
as laterais e a traseira possuem saídas de ar, sendo
que demos conta que o lado esquerdo atinge uma

UM CINEMA
temperatura elevada.
Na lateral direita, além do já mencionado mui
discreto botão de energia, está uma porta USB 2.0.
De resto, toda a conetividade fica localizada na
traseira. Há muito para explorar neste campo, até
porque além das portas físicas – onde sobressaem
as (apenas) duas HDMI e a Ethernet –, há Wi-Fi,
Bluetooth e suporte para Apple AirPlay 2 e Home Kit.

NA SALA
Refira-se ainda que não é fornecido qualquer cabo.
Tendo em conta o preço pedido, achamos que um
cabo HDMI seria simpático.

COMEÇAR COM O PÉ… ERRADO

HISENSE LASER CINEMA PL1SE €1799,99
Uma TV é a escolha mais habitual, mas quem
procura montar um ‘home theater’ em casa tem
num projetor uma alternativa muito válida. É o caso
do PL1SE, que é de curta distância e recorre a
um laser azul para projetar imagens em 4K a uma
dimensão que pode atingir as 120 polegadas
Textos Paulo Belchior de Matos
É inegável: o PL1SE causa um forte impacto assim
que o ligamos. Até os gatos que estavam a dormir
ficaram estupefactos a olhar para a imagem de 120
polegadas que começou a ser projetada na parede.
A primeira impressão sai reforçada por termos sido
imediatamente brindados com um vídeo de elevada
resolução dedicado ao Mundial de seleções que se
avizinha (a Hisense tem apostado no patrocínio das
principais competições futebolísticas do planeta).
Finalizado o vídeo, começámos a configurar a rede
Wi-Fi, mas, no final, ficámos sem imagem e todos os
botões do comando deixaram de funcionar (exceto
o de desligar). Reiniciámos o PSL1SE e o problema
de não conseguirmos aceder a qualquer opção
persistiu. Demos várias voltas até confirmar que
estava ativado o Modo Loja, que fazia percorrer
o vídeo de futebol em ‘loop’ e só permitia aceder
às definições numa curta janela de tempo para

44
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
proceder a alterações. Qual agente de uma equipa
de Missão Impossível a lidar com uma tarefa
cronometrada, lá acabámos por conseguir sair do
Modo Loja e trazer o projetor para a normalidade,
avançando para a configuração ‘normal’ – o processo
é exatamente igual ao de uma Smart TV.
Além do software, a configuração de um projetor
também implica ajustes a nível de posicionamento.
Algo que é especialmente notório no PL1 com a
sua tecnologia Ultra Short Throw, pois a distância
a que é colocado da parede tem um impacto direto
na dimensão do ecrã que terá à disposição. Vamos a
exemplos práticos: se desejar uma área de exibição
de 80 polegadas, este Home Cinema precisa de
ficar colocado a 22 centímetros da superfície que
receberá a projeção; se preferir 100 polegadas,
então opte por uma distância de 38 centímetros; e
para as 120 polegadas, deverá ter 43 centímetros
de espaço.
A parte final da configuração prende-se com o
acerto da imagem projetada para os casos em que
está torta, inclinada ou descentrada. Pode começar
por proceder a ajustes físicos através da rotação
do projetor para garantir que o fundo da imagem
fica paralelo ao ecrã. Pode também recorrer a uma
chave inglesa (embora até seja possível fazê-lo
apenas com as mãos) para rodar os pés niveladores
do projetor e ganhar altura. Quando tudo estiver no
ponto, pode encaixar os dois blocos em C fornecidos
para garantir que o projetor não sai da posição.
É igualmente possível ir às definições do Home
Cinema e fazer calibrações manuais (mexer com o
cursor do comando nas zonas afetadas). Por fim,
pode preferir a correção geométrica automática.
Para tal, precisará de ter o projetor e um dispositivo
móvel ligados à mesma rede wireless, ler o código
QR que é apresentado nas definições e fotografar o
padrão de grelha que surge. Depois basta seguir os
passos indicados. Mais simples do que pode parecer
nesta explicação.
RESOLUÇÃO REFINADA
E SOM EM ALTA
O PL1SE recorre à tecnologia laser X-Fusion
como fonte de luz e ficámos particularmente
impressionados com os conteúdos em 4K. Nesta
resolução (a base é 1920x1080, mas o processo
ótico que faz ‘crescer’ o número de píxeis é muito
eficaz), e perante um ecrã com uma dimensão tão
generosa, conseguimos destrinçar um grau de
detalhe pouco habitual neste tipo de equipamentos.
Também há muito brilho à disposição (2100
ANSI lúmenes), sendo que é fulcral ter a divisão
escurecida para usufruir da melhor qualidade de
imagem. Por exemplo, durante o dia, numa sala com
A interface Vidaa tem um design
intuitivo. Mas a app HBO Max
não está disponível
Os pés podem ser rodados para ajudar
na nivelação da imagem projetada
muita luz natural, os resultados não impressionam.
E também sentimos que falta contraste, já que os
pretos não conseguem ser muito profundos. Mas
a presença de Dolby Vision HDR ajuda a minimizar
a questão, já que contribui para a otimização
dinâmica das cores.
De resto, tal como em qualquer Smart TV da
Hisense, é possível alternar entre diferentes
modos de imagem – Dinâmico ou Desporto, por
exemplo. Entre as várias opções, destacamos
particularmente o FilmMaker, que proporciona uma
experiência mais cinematográfica ao apresentar
uma calibração próxima da idealizada pelo
realizador. O trabalho feito pela Hisense a nível de
Os dois sensores de proteção ocular
áudio merece ser elogiado. Há um total de 30 W à
fazem com que a fonte de luz se desligue
disposição e a presença de Dolby Atmos contribui
temporariamente quando alguém se
decisivamente para uma experiência mais imersiva. aproxima demasiado
O intervalo dinâmico é, claramente, acima da média
para um projetor. Contudo, o PL1SE também faz
algum ruído quando está em funcionamento.
O BOM
MANUTENÇÃO ASSEGURADA 4K em 120 polegadas… Como não gostar?!
Se está preocupado com a longevidade do PL1SE,
Imersão no entretenimento não é só imagem.
a Hisense pretende descansá-lo ao anunciar que a A Hisense fez um bom trabalho no áudio
fonte de luz aguenta uma reprodução de qualidade
de 25 mil horas. Segundo as contas da fabricante,
O MAU
isto será suficiente para ver mais de 10 mil filmes
ou mais de 18 anos se assistir a conteúdos todos os
dias durante 4 horas. Para assegurar que a qualidade Gosta de ter uma sala recheada de luz?
se mantém ao longo dos anos, a marca chinesa Então esqueça o conceito de projetor
oferece um kit de manutenção, que é composto
por dois pares de luvas (que nem um mordomo do Acertar na calibração perfeita
século passado...), um pincel e uma ferramenta de ar requer paciência
comprimido. Um detalhe que valorizamos.
E O VILÃO
TAL COMO NUMA SMART TV
Ui, um corpo imponente…
Como já aludimos, o software do PL1SE é idêntico Este menino não passa despercebido
ao de uma Smart TV da Hisense. Isto significa que
conta com Vidaa U6 como sistema operativo. Temos Por este preço consegue comprar um
vindo a gabar a evolução do Vidaa e atualmente televisor OLED de 55”. Perde em tamanho,
a interface é parecida com a de uma Google TV mas ganha em qualidade de imagem
(não é uma crítica, porque achamos que estamos
a caminhar para uma homogeneização global das
diferentes interfaces). Temos, portanto, definições
4
em cima e atalhos mais abaixo, seguidos de NOTA FINAL DESEMPENHO
recomendações. Precisará de registar uma conta
para usufruir de todas as funcionalidades e importa CARACTERÍSTICAS
salientar que a app HBO Max continua ausente da
loja de aplicações. QUALIDADE/PREÇO
Tendo em conta a ausência de botões físicos no
hisense.pt
PL1SE, o comando é fulcral. E é um equipamento
bojudo, principalmente na zona das pilhas (leva CARACTERÍSTICAS
duas AA). Mas mais do que o formato, foi a falta Tamanho do ecrã: 80 – 120 polegadas ○ Resolução:
3840x2160 ○ HDR10, HLG, Dolby Vision ○ Contraste:
de adaptação ao mercado nacional dos botões
3000:1 ○ Cores: 1,07 mil milhões ○ Brilho: 2100 ANSI
de atalho no topo que nos incomodou. Botões lúmenes ○ Vida útil anunciada da fonte de luz: 25.000
dedicados para as apps de NBA, Deezer ou horas ○ Áudio: 2x 15 W, Dolby Atmos ○ HDMI 2.1, HDMI
2.0 eARC, USB 3.0, USB 2.0, saídas de áudio digital e
Plex, para citar alguns exemplos, parecem-nos analógico ○ LAN, Wi-Fi, Bluetooth 5.0 ○ Sistema operativo:
desnecessários e acabam por retirar elegância ao Vidaa U6 ○ 531x120x335 mm ○ 8,5 kg
comando. Mas esta também já é uma queixa antiga,
pois deparamo-nos com a mesma questão nos
IMAGEM SOM CONECTIVIDADE SOFTWARE
televisores da Hisense que temos testado. Muito Bom Muito Bom Bom Bom
45
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA

GAMING SEM
GASTAR MUITO
TRUST GXT 794 €39,99
É
mesmo preciso ter uma carteira bem
‘recheada’ para montar um setup de
gaming? Felizmente existem várias
opções com preços acessíveis no mercado,
incluindo nos periféricos. O kit 3 em 1 Trust
GXT 794 é uma delas. Não é a melhor esco-
lha para jogadores competitivos, mas, para
quem joga mais casualmente, é uma proposta
competente, fácil de configurar e com um
aspecto apelativo.
SIMPLES E COMPACTO
O teclado Thado TKL é compacto e o design
Tenkeyless ajuda a poupar espaço. Com 80%
da dimensão de um teclado integral, as teclas
têm dimensões mais reduzidas e o espaço en-
tre elas é limitado, o que requer uma maior
atenção, sobretudo em jogos onde não há
muita margem de manobra para erros. Com
tanta ‘poupança’ no design, a ergonomia é
um aspecto que passa para segundo plano e
isso reflete-se negativamente no conforto,
em particular, durante as sessões de jogo mais
intensas.
A base é metálica, o que lhe confere uma
maior solidez. A uma base sólida juntam-se
pequenos pés em borracha que, apesar da sua
dimensão, ajudam a manter o teclado numa
posição estável durante os momentos mais
cruciais dos jogos. Embora seja um teclado de
membrana, este modelo soa quase como um
teclado mecânico, com cliques bem sonoros.
Ao incluir tecnologia anti-ghosting, o te-
clado tem capacidade de registar até 10 teclas
em simultâneo. Há também espaço para teclas
multimédia e para um modo de gaming que
desativa a tecla Windows, de modo a evitar
interrupções acidentais enquanto joga. Não há
forma de personalizar as funções das teclas ou
até o aspecto da retroiluminação, se bem que
a intensidade possa ser ajustada.
O teclado tem
tecnologia
anti-ghosting
e um modo que
desativa a tecla
Windows durante
os jogos
THADO TRUST GXT 794
3,7
NOTA FINAL DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
trust.com/pt
CARACTERÍSTICAS
A única opção de conectividade disponível Tamanho Tenkeyless (80% de integral) ○ Teclado de membrana ○
é através de um cabo USB, o que obriga a uma Ligação via cabo USB (2.0) ○ Compatibilidade: Windows 10 e 11
○ 135x70x42 mm ○ 709 g
estratégia de arrumação adequada. Uma vez
que não é necessário instalar qualquer tipo
ERGONOMIA FUNCIONALIDADE RAPIDEZ CONECTIVIDADE
de software, o processo de configuração é Fraco Bom Bom Satisfatório
muito simples. Basta conectar o teclado ao
computador, neste caso com sistema ope-
rativo Windows 10 ou 11, e numa questão de eficientemente como outros equipamentos
segundos já se pode divertir a jogar. mais avançados. À semelhança do teclado,
não tem um design ergonómico, embora
SÓ PARA DESTROS as laterais tenham espaço para repousar
O rato Felox, feito apenas para utilizadores os dedos, além de uma textura com relevo
destros, não é pesado, mas não desliza tão para melhorar a aderência. Sentimos que
a forma como está desenhado se adapta
melhor a quem costuma apoiar a palma
da mão no rato.
A sensibilidade pode ser ajustada entre 800
e 4.800 DPI, permitindo uma maior adapta-
ção a diferentes géneros de jogos. A propósito
de botões adicionais, existem dois laterais
que requerem atenção redobrada devido à
sua sensibilidade. A roda central é um pouco
lenta e que não permite fazer movimentos
mais controlados.
A sensibilidade do rato é facilmente O rato Felox é wireless e traz um pouco mais
ajustada com um botão
de variedade no que respeita à conectividade.
É possível ligar por cabo ao computador e
FELOX TRUST GXT 794 jogar enquanto recarrega a bateria. A autono-
mia anunciada é de 80 horas, o que podemos
considerar satisfatório para um rato desta
3,7
NOTA FINAL DESEMPENHO
gama. Ao todo, a bateria demora cerca de
CARACTERÍSTICAS três horas para ir dos 0% aos 100%.
O processo de configuração é tão fácil quan-
QUALIDADE/PREÇO to o do teclado, e, uma vez que o recpetor
trust.com/pt esteja ligado, pode começar logo a usar o rato.
CARACTERÍSTICAS
No entanto, as opções de personalização, in-
Sensor ótico ○ Autonomia: 80 horas ○ Wireless RF 2.4GHz cluindo das funções dos botões, são limitadas,
(alcance até 10 m) ○ Windows 10/11 ○ 131x70x42 mm ○ 92g
o que consideramos um ponto negativo. Por
outro lado, ainda é possível dar um toque
PRECISÃO ERGONOMIA CONECTIVIDADE CONSTRUÇÃO
Bom Fraco Bom Satisfatório diferente à retroiluminação através de uma
combinação de botões. Francisca Andrade
46
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA

O teclado de membrana
tem teclas flutuantes, com
switches de baixo perfil
PRODUTIVIDADE
SILENCIOSA
KIT TRUST ODY II €27,99
H
á quem aprecie o ‘clique-claque’ de simples. O design não é ergonómico, embora
um teclado mecânico e de um rato de a Trust aposte em pequenos pormenores que
computador. Por outro lado, há quem fazem a diferença. Por exemplo, o ângulo
não suporte estes sons. Independentemente do teclado é ajustável, numa tentativa de
da preferência, não o julgamos. Se faz parte proporcionar um maior conforto durante
da segunda categoria e está à procura de um a escrita.
teclado e rato que consigam trazer mais ‘paz’ O rato é leve, tem contornos suaves e es-
ao escritório, o conjunto Ody II da Trust será paços nas laterais onde é possível repousar os
uma boa opção? dedos. Pode ser usado por destros e canhotos,
contudo, se tiver mãos grandes poderá sentir
UMA JOGADA SEGURA algum desconforto durante o uso prolongado
A Trust joga pelo seguro no aspecto. O devido às dimensões mais compactas.
teclado e o rato seguem uma linha de design O rato Ody II é maioritariamente silencioso
e desliza suavemente sem grandes impedi-
mentos. A velocidade do cursor é ajustável
graças a um botão próprio que permite al-
ternar entre 800 e 1600 DPI.
A roda central é mais lenta do que o espe-
rado, o que torna a navegação menos prática
quando quer avançar rapidamente por uma
página longa. Há a possibilidade de pressionar
a roda central e avançar diretamente para o
topo ou fim da página. No entanto, a opção
RATO TRUST ODY II nem sempre é prática.
DISCRETO E PREPARADO
3,8
NOTA FINAL DESEMPENHO
PARA ‘DESASTRES’
CARACTERÍSTICAS O teclado Ody II é de membrana e, de acordo
com a Trust, tem teclas flutuantes, com swi-
QUALIDADE/PREÇO tches de baixo perfil. Apesar de ser descrito
trust.com/pt como silencioso, não é assim tão discreto
CARACTERÍSTICAS
quanto esperávamos. Mesmo que tenha ‘mãos
Sensor ótico ○ Resolução: 800 - 1600 DPI ○ Wireless ○ Windows de fada’ e que pressione as teclas com delica-
10 e 11; macOS 11, 12 e 13; ChromeOS ○ 1 pilha AA ○ 73g
deza ainda o vai ouvir. Felizmente, o volume
não é demasiado incomodativo e é capaz de
PRECISÃO ERGONOMIA CONECTIVIDADE CONSTRUÇÃO
Bom Satisfatório Bom Bom passar despercebido, sobretudo se trabalhar
num escritório mais movimentado.
47
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
TECLADO TRUST ODY II
3,8
NOTA FINAL DESEMPENHO
CARACTERÍSTICAS
QUALIDADE/PREÇO
trust.com/pt
CARACTERÍSTICAS
Tamanho integral ○ Teclado de membrana ○ Teclas flutuantes
com switches de baixo perfil ○ Wireless ○ 2x pilhas AAA ○
Compatibilidade: Windows 10 e 11; macOS 11, 12 e 13;
ChromeOS ○ 422x136x37 mm ○ 473 g
ERGONOMIA FUNCIONALIDADE AUTONOMIA CONECTIVIDADE
Satisfatório Bom Satisfatório Bom
Se está habituado a trabalhar em tecla-
dos de dimensão integral, a adaptação a este
modelo é rápida e descomplicada. Para uma
maior produtividade, há teclas dedicadas a
funcionalidades importantes e aos controlos
de media.
Não é possível programar o que as teclas
fazem. Outra característica que faz falta na
experiência é a retroiluminação. Para com-
pensar, o teclado chega com o ‘poder’ de
resistir a derrames acidentais: uma caracte-
rística que certamente apelará aos utilizadores
mais desastrados.
CONFIGURAÇÃO SIMPLES,
CONECTIVIDADE LIMITADA
O conjunto Ody II marca pontos pela facili-
dade de configuração. Não precisa de instalar
aplicações adicionais: basta ligar o receptor
e começar a trabalhar. O receptor permite a
ligação simultânea do teclado e do rato. No
fim do dia de trabalho pode armazená-lo num
útil compartimento por baixo do teclado, para
uma maior conveniência.
A desvantagem é que este é o único meio
de conexão ao computador, uma vez que o
conjunto não tem suporte a Bluetooth ou a
ligação via USB. A questão torna-se mais
complicada quando consideramos que tanto
o teclado como o rato funcionam a pilhas.
Neste caso, a autonomia vai depender mui-
to da intensidade de uso e, claro, da qualidade
das baterias. Apesar disso, o teclado e o rato
incluem botões de on/off que ajudam a pou-
par energia, o que é uma melhoria em relação
à geração anterior.
Em suma, o conjunto Ody II é uma op-
ção a considerar para quem procura algo
simples e fácil de utilizar. Nem todas as
atividades requerem periféricos topo de
gama com funcionalidades avançadas e nem
todos temos o orçamento para tal. Apesar
das suas especificações mais modestas, esta
combinação entre teclado e rato consegue
facilmente dar resposta às necessidades
básicas do trabalho. Francisca Andrade
 VIVER
INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

PARA LÁ
DOS 100
48
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 Por que razão
envelhecemos?
Conseguiremos abrandar,
parar ou até mesmo
reverter este processo?
Há uma idade limite para o
corpo humano viver? Fique
a conhecer os avanços,
os investigadores e as
empresas portuguesas
que nos querem fazer viver
mais e melhor. E perceba
por que razão o tema da
longevidade tem atraído
cada vez mais atenção (e
dinheiro), incluindo de
grandes titãs da tecnologia
como Jeff Bezos (Amazon)
e Sam Altman (OpenAI).
Fica uma pista: a primeira
pessoa que deverá viver
até aos 150 anos,
provavelmente, já nasceu
Texto: Rui da Rocha Ferreira Fotos: D.R.

T
alvez ainda não tenha ouvido falar
de Nuno Prego Ramos e Paula Vi-
deira. Mas devia. Juntos criaram a
CellmAbs, uma empresa de biotecnologia
que desenvolveu uma terapia inovadora para
o combate ao cancro, baseada nos chamados
anticorpos monoclonais, capazes de identi-
ficar e atuar sobre marcadores que só exis-
tem em células cancerígenas, aumentando
a precisão do tratamento. Tão inovadora foi
esta tecnologia que as patentes associadas
foram vendidas no início deste ano à alemã
BioNTech (a empresa responsável pela pri-
meira vacina da Covid-19), num negócio
avaliado em centenas de milhões de euros.
Um caso de estudo em Portugal, sobretudo
na área das ciências da vida. Agora, Nuno e
Paula estão prontos para uma nova etapa.
Os investigadores-empreendedores estão a
lançar a Valvian, uma nova startup de bio-
tecnologia que vai procurar respostas para
uma das questões mais críticas da sociedade
moderna – o envelhecimento e as doenças
que lhe estão associadas.

49
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 / TENDÊNCIAS
Os dados são inequívocos. Segundo a
Organização Mundial da Saúde, em 2050,
cerca de 22% da população mundial (o que
deverá corresponder a 2,1 mil milhões de
pessoas) terão mais de 60 anos, pratica-
mente o dobro do cenário atual. E o número
de pessoas com mais de 80 anos deverá
triplicar, atingindo os 426 milhões em 2050.
Portugal é, já hoje, o quarto país do mun-
do com um maior rácio de população com
mais de 65 anos em relação à população
geral, segundo o Gabinete de Estatísticas
da União Europeia. E isso traz desafios. De
produtividade. De exclusão social. Mas aci-
ma de tudo pela pressão gigante que uma
população mais envelhecida pode colocar
nos serviços nacionais de saúde. Daí que
muitas pessoas estejam à procura da res-
posta para as perguntas: afinal, o que é isto
de envelhecer?; e podemos intervir, de
alguma maneira, neste processo?
Para a Valvian, uma das respostas está
numa nova imunoterapia que a empresa
está a desenvolver. Os dois investigadores
encontraram uma forma de ensinar o sistema
imunitário, o que defende o nosso corpo, a
identificar as chamadas células senescen-
tes, nome dado às células que deixam de se
dividir e começam a funcionar como ‘lixo’
acumulado no corpo, deixando de contribuir
Nuno Prego Ramos (na imagem) e Paula Videira
estão a criar a Valvian, uma nova empresa de
biotecnologia que está a criar uma terapia para
'ensinar' o corpo a remover sozinho células
associadas ao processo de envelhecimento
para o crescimento, restauro e para a própria
função dos tecidos. “Estas imunoterapias
fazem com que o próprio corpo do paciente,
com que o sistema biológico e imunitário
das pessoas, reconheça as células que são
responsáveis pelo envelhecimento e faça
essa remoção seletiva das células”, explica
Nuno Prego Ramos. De outra forma, o que
a Valvian quer fazer é ensinar o corpo a re-
mover, sozinho, esta acumulação de células
que estão associadas ao envelhecimento e ao
aparecimento de doenças. “É uma terapêu-
tica celular e que será uma terapêutica de
precisão e personalizada. Não é tanto numa
lógica de reforçar o sistema imunitário, mas
no sentido de induzir alterações no sistema
imunitário, fazendo com que fique mais apto
a tratar as células do envelhecimento e ou-
tras células não saudáveis. (...) O próprio
sistema imunitário vai ficar mais sensível a
reconhecer aqueles alvos que existem nas
células tumorais e nas responsáveis pelo en-
velhecimento. Vai fagocitá-las, vai matá-las
especificamente”, revela.
50
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
Enquanto trabalhava na CellmAbs para
desenvolver moléculas que se ligassem espe-
cificamente a células tumorais, a equipa tinha
deixado de parte uma ideia de imunoterapia,
por não ser tão eficaz no combate contra o
cancro quanto o método dos anticorpos. No
entanto, repararam que as moléculas usadas
em imunoterapia ligavam-se não a células
saudáveis, mas especificamente às células
responsáveis pelo envelhecimento. “A partir
do momento em que conseguimos eliminar
as células senescentes, estamos a conseguir
promover a qualidade de vida, garantindo que
há uma menor taxa de envelhecimento. As
células senescentes têm um papel muito ativo
no envelhecimento”, detalha Nuno Prego
Ramos. O investigador, um apaixonado pelo
tema da longevidade, sabia que tinha aqui o
seu próximo grande desafio. “Percebemos que
da mesma maneira que fizemos uma terapêu-
tica direcionada para o cancro podemos fazer
o mesmo para o envelhecimento”.
Como o projeto está ainda em fase ini-
cial, Nuno não se quer comprometer com as
doenças associadas ao envelhecimento que a
empresa vai tentar endereçar. Mas há muitas e
que afetam diferentes órgãos, da pele aos pul-
mões, passando pelo coração, pelos intestinos
e pela próstata. O avançar da idade convida ao
aparecimento destes problemas. E problemas
é algo que o corpo humano, sobretudo numa
lógica de longevidade, dispensa.
QUE IDADE TEMOS?
Aprendemos a dar o envelhecimento como
adquirido. Os anos passam e vamos ficando
mais velhos. Parte da lógica está associada à
nossa idade cronológica, aquela com que nos
apresentamos aos outros e nos é lembrada
pelo cartão de cidadão. Mas e se lhe dissermos
que, na realidade, temos duas idades? A outra
chama-se idade biológica. É a idade do nosso
corpo, do nosso sistema biológico. E tanto
pode ser superior à nossa idade cronológica
(sinal de que estamos a envelhecer a um ritmo
mais acelerado), como inferior (estamos a
envelhecer a um ritmo mais lento).
Como é que se envelhece mais depressa
ou mais devagar? E o que é que influencia
estes ritmos de envelhecimento? Apesar de
ainda não existir uma fórmula completa para
explicar todo o processo, existem cada vez
mais indicadores do que contribui para o en-
velhecimento biológico. “O envelhecimento
é um dos grandes mistérios que temos para
 O NOVO
HOMEM
DE VITRÚVIO
Chama-se Bryan Johnson, tem 46
anos cronológicos, mas 18 anos de
idade biológica. Gasta 1,9 milhões de
euros por ano para manter-se jovem. O
americano está a aplicar um conjunto de
experiências (de alimentação, exercício,
sono, tratamento da pele, entre outras)
para medir o impacto que têm no
seu corpo. Sempre que acredita ter
encontrado algo com impacto positivo
no seu ‘rejuvenescimento’, partilha essa
informação (agregada no site protocol.
bryanjohnson.com). "Do ponto de vista
científico a utilidade é limitada. Mesmo
que algo funcione, é difícil perceber o
quê”, analisa João Pedro de Magalhães,
da Rejuvenomics, sobre este exemplo.

resolver. O envelhecimento começa ainda
durante o desenvolvimento embrionário. E
isso deixou-me completamente apaixonado.
É algo multifatorial e foi isso que me atraiu”,
começa por dizer José Pedro Castro, atual-
mente a trabalhar no Instituto de Investigação
e Inovação em Saúde (i3S) e que há mais de
15 anos estuda o envelhecimento. Doutorado
em biomedicina pela Universidade do Porto,
já passou pelo Grune Lab, na Alemanha, por
Harvard, nos EUA, e tem vários artigos cien-
tíficos publicados sobre o tema.
Recuemos um pouco no tempo (mas ainda
não na idade, isso só lá mais para a frente).
Porque é importante a diferença entre as
duas idades? “Queremos perceber a idade
biológica, como podemos medi-la e que
intervenções podemos ter para reduzir e
manipular esta idade biológica. Indivíduos
com idade biológica mais avançada à ida-
de cronológica têm mais risco de doenças
crónicas”, defende o investigador. E esta
diferença deve-se aos chamados grandes
marcos (hallmarks em inglês) do envelhe-
cimento, fatores que influenciam mudanças
bioquímicas no nosso organismo. Em 2013,
quando foi apresentado o primeiro grande
estudo com esta teoria, existiam sete grandes
marcos. Atualmente, já são reconhecidos
pelo menos 12. Desde células geneticamente
José Pedro Castro também estudou animais com
elevados índices de longevidade e identificou um
composto (KU0063794) que permitiu aumentar
o tempo médio de vida de ratinhos em 30%. “Se
há baleias a viver 200 anos, não vejo porque não
conseguimos estender o nosso tempo de vida
para além daquilo que vivemos agora"
instáveis, a alterações epigenéticas (mudan-
ças no DNA que afetam os genes), encurta-
mento dos telómeros (levando à morte das
células), perda de proteostase (degradação
de proteína nas células), entre outros. “Os
hallmarks foram importantes para mostrar
que o envelhecimento não é um conceito
abstrato, é algo que podemos manipular”,
explica José Pedro Castro.
Um elemento que não estava no modelo
original e agora já faz parte dos ingredientes
do coquetel do envelhecimento é a inflama-
ção, ou seja, estímulos nocivos (como uma
má alimentação) que fazem ativar o sistema
de defesa do corpo. “A maior parte das doen-
ças crónicas tem uma base comum que é a
inflamação. Neste momento já identificamos
uma assinatura de inflamação que, ainda é
prematuro, mas parece estar envolvida em
doenças cardiovasculares, renais e pulmo-
nares”, diz o investigador do i3S. “As células
mais inflamatórias, como estão no sangue,
afetam órgãos como rins, pulmões e coração.

51
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 / TENDÊNCIAS
Andam por lá e começam a infiltrar os tecidos,
a expandir e irradiar a inflamação”, justifica
sobre o porquê de ter influência no processo
de envelhecimento. Sabia, por exemplo, que
as pessoas que não têm o sono em dia têm
mais indicadores de inflamação?
A inflamação é justamente uma das áreas
que José está a investigar ativamente. “Temos
um artigo a submeter na [revista] The Lancet
no qual encontramos uma das razões pelas
quais os centenários são centenários. Posso
adiantar que parece que estão menos desre-
gulados em termos de sistema imunitário, em
termos de inflamação. A inflamação, do meu
ponto de vista, parece ser algo importante
para estratificar um envelhecimento saudável
de um envelhecimento vilão”.
Mas se queremos viver mais, também te-
mos de ser mais eficazes contra aquilo que
nos faz viver menos.
NO REINO DAS DOENÇAS FATAIS
Também nesta área há portugueses a dar
cartas e com trunfos de peso. Cristiana Pires
(diretora executiva), Filipe Pereira (líder de
inovação) e Fábio Rosa (líder de investigação)
mudaram-se, em 2017, para a Suécia. Na
época, o país fez um forte investimento na
criação de novos centros de investigação e
no recrutamento de investigadores estran-
Da esquerda para a direita: Fábio Rosa, Cristiana
Pires e Filipe Pereira. Os cofundadores da Asgard
Therapeutics combinam a imunologia com a
reprogramação celular para criar tratamentos
mais eficazes contra o cancro.
geiros, o que levou à mudança dos três para
o norte da Europa. No ano seguinte, o grupo
publica um estudo no qual tinha estado a
trabalhar e que deu origem à startup Asgard
Therapeutics. Estes investigadores decidiram
juntar duas áreas, nem sempre combinadas,
para criar novas terapias para o tratamento
de doenças oncológicas: a reprogramação
celular, na qual é feita a modificação da iden-
tidade de uma célula, e a imunologia. “Des-
crevemos pela primeira vez a combinação de
três proteínas, que quando eram entregues a
células da pele, eram capazes de converter a
célula da pele em células ‘soldado’ do sistema
imunitário, que andam no corpo à procura de
células exógenas”, começa por explicar Fábio
Rosa a propósito do sistema que a Asgard
está a desenvolver. O grupo decidiu então
usar esta combinação para virar as células
tumorais contra si próprias. “Agora estamos
a usar essa combinação de três proteínas,
estamos a entregá-las às células do cancro
e a converter células do cancro em células
dendríticas. As células do cancro induzem
52
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
resposta imunitária contra elas próprias”,
detalha o investigador.
Em testes de laboratório, a startup conse-
guiu “completamente curar animais [rati-
nhos] com reprogramação celular”, segundo
Filipe Pereira. Segue-se agora um caminho
“longo” e dispendioso para que esta tecno-
logia possa ser aplicada ao tratamento de
tumores em humanos. “Em dois anos e meio
iremos iniciar o nosso primeiro ensaio clínico
em humanos, para testar o nosso programa
de terapia genética”, revela Fábio Rosa. Até
entrar em comercialização, este método pode
demorar entre oito a dez anos, segundo as es-
timativas dos fundadores. E já está protegido,
com a startup a ter 29 patentes registadas.
A Asgard Therapeutics recebeu recente-
mente um investimento de 30 milhões de
dólares (cerca de 28 milhões de euros), valor
que vai ser usado para a produção dos vírus
para a terapia, para o reforço da equipa (são
nove elementos atualmente) e para investigar
outros métodos de entrega dos fatores de
reprogramação que possam ser mais esca-
láveis. “A par com este objetivo [combater o
cancro], há outras empresas que estão a usar
a reprogramação para o rejuvenescimento.
Há uma ligação em mudar a identidade das
células, seja para resposta imunitária ao can-
cro, como para induzir rejuvenescimento das
células. Acho que vai convergir numa vida
mais saudável, mas a minha conclusão é que
existe bastante promessa na reprogramação
celular”, acredita Filipe Pereira.

COMO VIVER PARA LÁ DOS 100

O envelhecimento é uma doença? “Acho que
é uma questão mais semântica do que bioló-
gica, a forma como se define envelhecimento
e doença. O envelhecimento é o processo que
desencadeia a maioria das doenças que afetam
os seres humanos”. Quem o diz é João Pedro
de Magalhães, um investigador português que
anda há muitos anos à procura de respostas
no complexo mundo do envelhecimento.
Atualmente lidera o Rejuvenomics, um labo-
ratório da universidade de Birmingham, no
Reino Unido, dedicado ao estudo do enve-
lhecimento. Ali coordena uma equipa de dez
pessoas que estão a trabalhar em diferentes
frentes para encontrar respostas sobre como
viver melhor e mais tempo.
Mas por ter dedicado a vida a estudar o
envelhecimento, deixa pistas a ter em conta.
Por exemplo, “75% da nossa longevidade
tem a ver com fatores de ambiente como
estilo de vida, a dieta e o exercício”, de-
talha. Os outros 25% são relativos à nossa
genética. “Sobretudo em idades avançadas,
em pessoas centenárias, o componente ge-
nético torna-se mais importante do que
o ambiental. Uma pessoa que quer viver
mais de 100 anos, a melhor coisa a fazer é
escolher bem os pais e os avós”, atira em
jeito de brincadeira.
Genética por um lado, estilo de vida sau-
dável por outro e, quem sabe, um pouco de
rilmenidina à mistura. Este é um dos fármacos
que o laboratório de João Pedro de Magalhães
tem estado a investigar com potencial para
aumentar o tempo de vida saudável. Num es-
tudo publicado no ano passado, o grupo con-
seguiu usar este medicamento, já usado em
humanos no tratamento da hipertensão, para
aumentar o tempo de vida do caenorhabditis
elegans, um animal de apenas um milímetro
e que é muito usado nos estudos de biologia.
Este fármaco produziu o mesmo efeito da
restrição calórica e permitiu um aumento de
19% no tempo de vida, quando comparado
com os animais do grupo de controlo. “Gos-
távamos de ter financiamento para fazer um
ensaio clínico”, revela.
O Rejuvenomics está também a fazer
estudos sobre o impacto das alterações de
João Pedro de Magalhães lidera o Rejuvenomics,
um laboratório que está a estudar diferentes
áreas relacionadas com o envelhecimento.
O grupo vê na rilmenidina um fármaco com
potencial para aumentar a longevidade
epigenética no processo de envelhecimento
e está ainda a investigar uma outra grande
área na categoria do envelhecimento – que
é, antagonicamente, o rejuvenescimento.
“Estamos a tentar perceber quais os me-
lhores mecanismos para induzir o rejuve-
nescimento celular”, revela o investigador
natural do Porto.
O trabalho segue um momento liminar
nas ciências da vida que valeu, inclusive, um
prémio Nobel ao seu criador. Em 2006, um
cientista japonês chamado Shinya Yamanaka
publicou um estudo no qual descrevia quatro
fatores de transcrição, proteínas que têm
capacidade de transcrever genes, quando
induzidas ao mesmo tempo. Basicamen-
te, reprogramar uma célula. Isto permite
transformar células específicas em células
embrionárias. É este trabalho que está, por
exemplo, na base do tratamento desenvolvi-
do pela Asgard Therapeutics. E a comunidade
de investigadores da longevidade também
está a olhar de perto para este tema. Se é
possível reverter por completo uma célula,
será possível reverter parcialmente a célula,
não ao ponto de a tornar embrionária, mas
apenas ao ponto de a tornar... mais jovem?
Dito de outra forma, será possível fazer o
relógio biológico de uma célula andar para
trás através da estimulação certa? Este é o
‘santo graal’ da longevidade que muitos la-
boratórios de investigação e empresas (como
a Altos Labs) estão a tentar encontrar. “O
risco é que uma célula embrionária tem uma
probabilidade mais alta de originar cancro. O
objetivo é tentar conseguir pegar em células
adultas, torná-las em células jovens e tentar
não desenvolver cancro”, explica João Pedro
de Magalhães. “Mas não há dúvida que o
campo tem potencial”. Afinal de contas,
há séculos que um ‘elixir da juventude’ faz
parte da imaginação coletiva. Quanto valeria
um ‘frasco’ destes?
Até agora, o recorde de longevidade hu-
mana pertence à francesa Jeanne Louise
Calment, que viveu 122 anos e 164 dias, tendo
morrido em 1997. Com todos os avanços,
cérebros e milhares de milhões de euros
que estão a ser alocados nesta área, estamos
mais perto de fazer aumentar este recorde?
“Acho que vamos conseguir abrandar o en-
velhecimento o suficiente para alguém viver
150 anos”. Quem sabe, caro leitor, se não é
essa pessoa. „

53
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 / TENDÊNCIAS
MILHÕES PARA A LONGEVIDADE
RETRO
BIOSCIENCES
Só o facto de ter recebido 180
milhões de dólares de investimento
de Sam Altman, o diretor executivo
da OpenAI (empresa responsável
pelo ChatGPT), seria suficiente para
colocar esta empresa nas bocas do
mundo. Mas a Retro Biosciences
está a investigar uma forma de
rejuvenescer as células T, que fazem
parte do sistema imunitário e são
essenciais no combate a infeções e
doenças como o cancro. O método
da Retro Biosciences consiste em
retirar estas células dos pacientes,
reprogramá-las e voltar a colocá-las no
corpo, por forma a reforçar as defesas
naturais do sistema biológico. Na fase
inicial, a empresa quer começar com
células dos ouvidos e dos joelhos.
ALTOS
LABS
É a startup de referência na
área da longevidade. Tem
entre os investidores Jeff
Bezos, fundador e ex-CEO
da Amazon, e Yuri Milner,
criador do ‘Gmail da Rússia’.
A startup está focada
no desenvolvimento de
tecnologias de reprogramação
celular, com o objetivo de
rejuvenescer células, o
que poderá ter um enorme
impacto na cura de doenças,
assim como no processo de
envelhecimento. A empresa
tem cerca de três mil milhões
de dólares em capital para
fazer investigação.
54
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
CALICO LIFE
SCIENCES
Muito antes de Bezos e Altman,
já Sergey Brin e Larry Page, da
Google, colocavam as fichas num
projeto dedicado à longevidade,
com o objetivo de “permitir que
as pessoas tenham vidas maiores
e mais saudáveis”. A empresa
tem estado muito focada nos
mecanismos que levam ao
envelhecimento dos organismos,
tendo anunciado recentemente a
criação do mais completo modelo
de representação da proteína
conhecida como PAPP-A,
associada ao abrandamento do
envelhecimento. Ao conhecer
melhor a estrutura desta
proteína, é possível perceber
melhor como funciona e como se
relaciona com outros elementos
do organismo, influenciado (ou
não) o envelhecimento.
 / STARTUP DO ANO
INTERNET ACESSÍVEL
PARA TODOS
A tecnológica especializada em redes mesh, liderada
por Carlos Lei, conseguiu um financiamento de 9,3 milhões
de euros com o objetivo de democratizar o acesso à Internet
Texto: Tiago Jorge Pereira Edição: Rui da Rocha Ferreira Fotos: D.R.
T
udo começou na cidade do Porto ainda
nos tempos da universidade, quando
Carlos Lei e o amigo André Francisco
decidiram fundar uma startup especializada
em redes mesh (compostas por vários pontos
de acesso, mas que funcionam como um só),
colocando em curso um conceito que pro-
metia mudar os sistemas de comunicações
locais. Quando começou em 2016, na altura
com o nome HypeLabs, estava especialmente
focada em criar redes mesh com dispositivos
que estavam próximos entre si. E a confiança
no trabalho que foi desenvolvido continua
em alta: “Acredito que tínhamos o melhor
software de redes mesh do mundo”, afirma
Carlos Lei.
Entretanto passaram oito anos e a startup,
que mudou de nome para Uplink, alterou
o sistema de funcionamento, por forma a
criar redes de acesso não locais, mas globais,
de acesso generalizado. Para isso, o objetivo
passa por oferecer um incentivo financeiro às
pessoas de modo a que partilhem um pouco
da sua rede de Internet. E com cada uma
destas partilhas, criar uma rede que outras
pessoas podem usar. A ideia é desenvolver
Através de incentivos financeiros, a Uplink
pretende que os utilizadores partilhem parte da
sua internet para criar uma rede de acesso global
STARTUP DO ANO
Estamos à procura das melhores startups
em Portugal. Envie-nos sugestões para
exameinformatica@exameinformatica.pt
55
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
Carlos Lei fundou a HypeLabs em 2016.
A startup mudou entretanto de nome
para Uplink e o modelo de negócio
um verdadeiro ecossistema da Uplink, au-
tossustentável, no qual todos, desde indiví-
duos a grandes empresas, contribuam para
uma rede alargada. Este sistema, apoiado na
base de utilizadores e num modelo de in-
centivos, facilitará também o aparecimento
espontâneo da Uplink em novas localizações
geográficas. Através de um número alargado
de participantes, a empresa espera que seja
possível descentralizar as responsabilidades
operacionais e os incentivos financeiros. “A
diferença da rede mesh da UpLink para as
outras é que a nossa é híbrida, enquanto que
as outras ou são reativas [só gerem tráfego
quando necessário] ou proativas [indicadas
para maior tráfego]”, explica o diretor exe-
cutivo (CEO) da startup.
O CAMINHO A SEGUIR
A visão da empresa passa pela aposta num
modelo B2B (de empresa para empresa), o
que levou a que fosse preciso delinear uma
estratégia de modo a rentabilizar o programa.
“O que um dia pensei foi – e se começarmos
a dar recompensas às pessoas por partilha-
rem a Internet?”. O objetivo foi então criar
um modelo de negócio diferente, assente
na tecnologia, mas com a finalidade de se
tornarem num ‘marketplace’. “Nós pagamos
às pessoas para partilharem a internet que já
têm”, finaliza.
A startup conseguiu agora um investi-
mento no valor de 10 milhões de dólares
(9,3 milhões de euros), através de conversas
com investidores, da apresentação do plano
de negócios da empresa, assim como da
demonstração da tecnologia que está a ser
desenvolvida. “A maior empresa de teleco-
municações do mundo vai fazer isto [ligar os
utilizadores através de redes interoperáveis] e
espero que sejamos nós. Agora este dinheiro
vai ser investido sobretudo na contratação de
novos funcionários, de modo a aumentar a
equipa de trabalho, assim como em material
necessário”, explica Carlos Lei. Em 2016,
quando a HypeLabs tinha sido fundada, a
startup já tinha conseguido outros três mi-
lhões de euros de investimento.
O maior “cliente” atual da Uplink é ame-
ricano, mas Carlos Lei afirmou que a maior
área de implantação tem sido em países da
América Latina. Contudo não revelou que
empresas estão na calha para serem clientes
da startup, mas disse que esse anúncio está
para breve e que “são coisas gigantecas”. E
ao contrário do que se possa pensar, o obje-
tivo da startup não é de todo acabar com as
operadoras de telecomunicações. “Queremos
ajudá-las a terem mais cobertura”, afirma. „
 / TENDÊNCIAS

UM INFERNO
EM MARTE
Nos planos de colonização do Planeta Vermelho o ser humano
é o elo mais fraco, como bem demonstra um estudo da
Universidade do Porto no qual se avaliou, pela primeira vez,
a exposição à radiação na sua superfície. Seria preciso uma
parede de onze metros de espessura para garantir proteção
Texto: Sara Sá Fotos: D.R.

E
ra o elemento que faltava para elevar
as viagens a Marte de matéria para
a ficção científica a desafio científi-
co. Em 2008, a missão Phoenix, da NASA,
avançou, sem margem para dúvidas, que
no Planeta Vermelho existia água, na forma
de gelo, e assim a possibilidade de uma via-
gem extraplanetária deu passos de gigante.
Lançado três anos depois, o rover Curiosity
acrescentou mais alguns ingredientes favo-
ráveis, ao confirmar a presença de compostos
essenciais à vida, como enxofre, nitrogénio,
oxigénio e carbono.
Nesta altura, o plano mais viável é aquele
que prevê uma viagem a dois tempos, com
escala na Lua. A NASA aponta para a próxima
década, com várias missões planeadas, cul-
minando com uma missão tripulada, lá para
2040. Mas se os desafios técnicos relacionados
com a propulsão e otimização da rota têm
vindo a ser paulatinamente ultrapassados,
há uma questão essencial que ainda está por
resolver: os efeitos da viagem no corpo hu-
mano, em particular da radiação incidente,
uma vez que Marte é desprovido de atmosfera
e de campo magnético.
Já foram feitos diversos estudos sobre o
tema, mas todos focados no impacto sobre
os objetos. Até o estudante da Faculdade de
Ciências da Universidade do Porto (FCUP),
Miguel Ralha, ter aceitado a sugestão do pro-
fessor especializado em Física Médica, Pedro
Teles, não havia nenhum trabalho direcio-
nado, especificamente, para o ser huma-
no. Durante o mestrado, Miguel analisou a
possibilidade de vida em Marte, sob o ponto
de vista da radiação. E o resultado obriga a
moderar no entusiasmo. Um ser humano em
Marte, em condições normais, receberia 20
vezes mais radiação anual do que na Terra,
demonstrou-se. “Havia necessidade de se
fazer um estudo específico para o corpo hu-
mano”, sublinha Miguel Ralha.
DE CATARATAS A CANCRO
Para chegar a esta conclusão, os investiga-
dores partiram de uma simulação compu-
tacional de tecidos e órgãos do corpo hu-
mano, conhecida como fantoma de voxel e
construída a partir de imagens de TAC. “A
radiação anual em Marte é de 125 mili-sieverts
(mSv), ao passo que, na Terra, a média, por
pessoa, ronda os 6 mSv”, detalha Miguel
Ralha. Dependendo do tempo de exposição,
os impactos na saúde podem ir das cataratas,
às doenças ao nível do sistema nervoso e ainda
ao cancro, de todos os tipos.
Embora para o trabalho se tenha conside-
rado a média dos corpos masculino e femi-
nino, há especificidades relacionadas com
“HAVIA NECESSIDADE DE SE
FAZER UM ESTUDO ESPECÍFICO
PARA O CORPO HUMANO”
MIGUEL RALHA
INVESTIGADOR DA FCUP
o género, sublinham os investigadores.“No
sexo feminino há tecidos mais suscetíveis,
como o mamário, em que o risco de cancro
se torna mais elevado”, concretiza Miguel
Ralha, que apresentou o trabalho, com o tí-
tulo “Effective dose equivalent estimation
for humans on Mars”, em dezembro do ano
passado, contando com a colaboração do
Centro Aeroespacial Alemão (DLR), onde
trabalha a também antiga estudante da FCUP,
Marta Cortesão.
Como é natural, nos últimos anos a área da
astrobiologia ganhou relevo e há três anos,
numa reunião de departamento, Pedro Teles
e o também professor da FCUP, o astrofísico,
Nuno Cardoso Santos, decidiram que deve-
riam apostar nesta área, “de grande interdis-
ciplinaridade”, nota o especialista na deteção
de planetas extrassolares.
“Atualmente assistimos a um renascimen-
to da ideia de colonização de Marte, basta
ver a forte participação da indústria, com
os projetos da Space X e da Blue Origin”,
nota Pedro Teles. “A ideia de colonizar outros
planetas é uma evolução lógica, mas tem de
se ponderar tudo. Se não estiver garantida a
reprodução saudável, o projeto fica compro-
metido”, continua.
Portanto, o elo mais fraco é mesmo o hu-
mano. “Chegar a Marte está cada vez mais
ao nosso alcance. Em termos de tecnologia
é cada vez mais possível, com os lançado-
res reutilizáveis. Agora, do ponto de vista

56
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA

“ATUALMENTE ASSISTIMOS A
UM RENASCIMENTO DA IDEIA DE
COLONIZAÇÃO DE MARTE, BASTA
VER A FORTE PARTICIPAÇÃO DA
INDÚSTRIA, COM OS PROJETOS DA
SPACE X E DA BLUE ORIGIN”
PEDRO TELES
PROFESSOR DA FCUP
humano não é um dado adquirido, como
aprendemos com este trabalho”, nota Nuno
Cardoso Santos.
Dado que a Física Médica procura estudar
e promover o uso pacífico da radiação para
tratamento e diagnóstico, através do controlo
das doses, os investigadores estão também à
procura de soluções para uma ida a Marte o
mais segura possível para os astronautas. “As
implicações são muito difíceis de contornar,
mas uma delas seria a de exposição em curtos
espaços de tempo”, refere-se numa apresen-
tação do trabalho. Como proteção, para ser
possível, em Marte, um espaço com radiação
similar à da Terra, o trabalho de Miguel Ralha
sugere, por exemplo, construções à base de
paredes de regolito marciano com sete metros
de espessura, ou então paredes de água com
11 metros de espessura.
Mas ainda falta garantir a segurança du-
rante a viagem, que terá a duração de meses,
e ainda o impacto de uma tempestade solar
que provoca um aumento muito significativo
na radiação emitida.
Com menos de metade da gravidade da
Terra, sem atmosfera ou campo magnético
para nos proteger e temperaturas negativas,
Marte está longe da ideia de paraíso. Mesmo
assim, no panorama do Sistema Solar, este
vizinho planetário ainda é a nossa melhor
hipótese de colonização. Além da proximi-
dade, a existência de água e a natureza dos
processos geológicos, semelhantes aos da
Terra, alimentam o sonho e a aposta. Que
antes de mais nada assenta no interesse cien-
tífico. “Marte detém muitas pistas sobre a
história inicial do sistema solar e sobre a forma
como os planetas terrestres mantêm habi-
tats e vida”, defendeu ao site Space.com a
professora de Ciências Planetárias, Bethany
Ehlmann, do Instituto de Tecnologia da Ca-
lifórnia. E é também este valor científico que
sustenta a necessidade de enviar humanos
nesta longa, e arriscada, viagem. “Para muitos
tipos de ciências geológicas, especialmente
57
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
PORQUE
QUEREMOS
IR A MARTE
Para ver se há vida
e se permite vida humana
Estudar a evolução climática
do planeta e o ciclo da água
Compreender a evolução geológica
e geofísica de Marte, ao nível
da superfície, crosta e interior
E porque está lá…
“CHEGAR A MARTE ESTÁ CADA VEZ
MAIS AO NOSSO ALCANCE. EM
TERMOS DE TECNOLOGIA É CADA
VEZ MAIS POSSÍVEL. AGORA, DO
PONTO DE VISTA HUMANO NÃO É
UM DADO ADQUIRIDO”
NUNO CARDOSO SANTOS
CPROFESSOR DA FCUP
aquelas que envolvem muita interação com o
terreno, como a recolha de amostras ou per-
furação profunda, as capacidades humanas
são únicas, devido à interação em tempo real
e adaptabilidade”, detalhou. Além disso, para
conseguir abarcar toda a diversidade geoló-
gica do planeta, um local de poiso está longe
de ser suficiente. Se há missão que carece de
cooperação e investimento partilhado entre
empresas, academia, indústria e agências é
esta. Mas nos dias que correm o cenário na
Terra não é lá muito auspicioso. „
 / TENDÊNCIAS
ECLIPSE ARTIFICIAL
Na missão Proba-3, da ESA, um par de satélites irá voar
em formação, fazendo na sombra no Sol e assim permitir
estudar a sua coroa. Empresa portuguesa, Deimos
Engenharia, é responsável por uma das fases mais críticas
Texto: Sara Sá Foto: D.R.
A
luz curva-se quando passa por objetos
com uma massa muito grande. Foi
Einstein quem o alegou, pela primeira
vez, justificando-se com cálculos matemáti-
cos, resumidos na mais famosa das equações,
E=mc2. Mas não bastam contas certas para
validar uma teoria. É preciso que a prática, ou
a experimentação, o comprovem também. E a
primeira vez que isso aconteceu para a Teoria
da Relatividade Geral foi durante um eclipse
solar total, em 2019. A comparação das fotos
do céu durante o eclipse e à noite mostrou
que sim, as estrelas próximas do Sol pareciam
estar deslocadas das suas posições normais.
Os eclipses continuam a ser uma boa opor-
tunidade para a ciência. Desde logo para es-
tudar a camada externa da sua atmosfera
solar, a coroa. Para garantir maior tempo
de observação desta estrutura solar, muito
energética, mas pouco brilhante, a Agência
Espacial Europeia (ESA) planeou uma mis-
são na qual se pretende fabricar, em órbita,
um eclipse artificial. Tardaram duas décadas
desde que começou a ser pensada a ambiciosa
missão Proba-3 que deverá ser lançada em
setembro deste ano, na Índia.
“Na Terra, a coroa só é visível por alguns
momentos, durante os eclipses solares. A
disponibilidade de observações sustentadas
deverá ajudar a resolver alguns dos mistérios
da coroa solar – incluindo a razão por que é
um milhão de graus mais quente do que a
superfície solar de onde irradia”, descreve-se
na página da ESA.
A par da inovação a nível científico, está
uma série de desafios tecnológicos. Será a
primeira vez em que um par de satélites irá
voar em formação, como se fossem uma única
estrutura, apesar de estarem a 150 metros
um do outro. Um dos satélites, o Occulter,
estará lá para tapar o Sol e fazer sombra, o
outro, o Coronagraph, leva a bordo o instru-
mento que irá estudar e registar os dados da
coroa solar. Num vídeo divulgado pela ESA,
o engenheiro de sistemas da Agência, Andrea
Santovicenzo, explica que “o principal de-
safio da missão será manter os dois satélites
nas suas posições relativas, com um erro de
um milímetro”. Tratando-se de uma missão
de demonstração de tecnologia, tal como as
suas antecessoras, Proba-1 e Proba-2, neste
caso estão previstos três grandes testes: uma
manobra de rendez-vous (ou aproximação)
numa órbita não-circular; um rendez-vous
autónomo com um alvo não-cooperante;
navegação com base apenas em informação
visual.
A VIRTUDE DA ÓRBITA ELÍPTICA
Uma parte crucial da missão está a cargo da
empresa portuguesa Deimos Engenharia que
integra, desde a primeira hora, o consórcio
liderado pela empresa espanhola SENER. Foi
em Portugal que se desenvolveu o sistema
58
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
de navegação e o piloto automático que irá
controlar as duas naves usando simplesmen-
te as câmaras a bordo. “Desenvolvemos o
algoritmo que usa as imagens para calcular
a posição e as velocidades relativas dos saté-
lites”, explica o gestor de projeto da Deimos
Engenharia, Baltazar Parreira. Tendo como
base nada mais do que a imagem que uma
das naves tem da outra.
E como se isso não fosse suficientemente
complicado, irá ser simulada uma espécie de
avaria numa das naves. “Apesar de estarem
ambas funcionais, vamos simular que uma
delas não está operacional”, diz o respon-
sável pela unidade de aviónica da empresa,
Paulo Rosa. Numa órbita elíptica, em que
as dinâmicas são mais complicadas do que
numa circular, devido às grandes variações
na velocidade. Para quê criar este nível de
dificuldade? Até podia ser pelo mero prazer de
inovar. Mas não é só. Com esta missão, a ESA
está também a preparar-se para iniciativas
de remoção de lixo espacial, de recolha de
amostras noutros astros, missões de retorno
interplanetário. “Sempre que tentamos li-
nearizar uma órbita [tornando-a circular],
gastamos combustível. Uma órbita elíptica,
numa viagem a Marte, por exemplo, é natural
e isso permite-nos poupar combustível”,
sublinha o diretor da Deimos Engenharia,
Nuno Ávila. Não é de admirar, portanto, que
tenha havido tantos atrasos na preparação
desta missão.
O entusiasmo de todos os envolvidos na
missão foi muito notório no evento de apre-
sentação à comunidade científica, espacial e
de imprensa, que aconteceu no início de abril,
na Bélgica. “Estar ali, a dez centímetros das
naves que vão mesmo para o espaço é mui-
to surpreendente”, admite Nuno Ávila, que
esteve presente em representação da Deimos
Engenharia.
Jorg Versluys, engenheiro de sistemas de
carga, acrescenta: “As observações terrestres
e espaciais incorporam, com frequência, co-
ronógrafos de bloqueio solar - a nave espacial
ESA-NASA SOHO é um exemplo conhecido
- mas a sua eficácia é limitada pela luz que
se espalha em torno dos limites do disco, um
fenómeno chamado difração. Ao hospedar o
nosso coronógrafo numa nave espacial sepa-
rada, reduzimos a difração e aumentamos a
visibilidade à volta do Sol.”
Se a partir de agora não houver surpresas, lá
para o fim do verão haverá um par de satélites
a voar numa órbita altamente alongada, ou
elíptica, de 19 horas e meia e que durante
seis horas – na fase mais distante de cada
órbita, para minimizar o ruído gravitacio-
nal e luminoso da Terra – irá observar o Sol,
numa manobra de perfeita coordenação de
movimentos. Como um par de bailarinos. „
 DOSSIER PROMOCIONAL

CIBER
SEGURANÇA 59
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
DOSSIER PROMOCIONAL
CIBERSEGURANÇA
DEVE SER UMA COMMODITIE
NAS EMPRESAS
Proteger os sistemas digitais é uma necessidade e um investimento que terá
retorno imediato. Prevenir, antecipar, mitigar e recuperar são requisitos essenciais
para uma abordagem completa da segurança nas organizações. Regulação mais
exigente contribui para aceleração na adoção destas ferramentas
O
s últimos anos reforçaram a importância da cibersegu-
rança nas empresas, mas também no setor público. Uma
constante ‘corrida de gato e rato’ entre cibercriminosos
e profissionais da segurança tem dinamizado uma área
a que muitos não davam a devida atenção, e ajudou a
desfazer o mito de que apenas as grandes empresas são alvo
de quem procura obter ganhos financeiros ou satisfazer outros
propósitos como, por exemplo, a desinformação ou a guerra
cibernética entre Estados.
Neste contexto, os ciberataques relacionados com os conflitos
internacionais e a ciberguerra são uma tendência crescente desde
o início da guerra na Ucrânia, reforçado mais recentemente pelo
conflito entre Israel e Gaza. Neste tipo de ameaças, o objetivo
passa por atacar serviços e infraestruturas públicas, mas também
empresas privadas, com vista a provocar instabilidade e impacto
económico. Muitos dos grupos que atuam com este propósito
são mesmo financiados por governos, como é o caso da China,
da Rússia, do Irão ou da Coreia do Norte.
Mas, neste tipo de cibercrime, outro objetivo é também a
desinformação que ajuda a criar instabilidade social e política.
Com muitos países do mundo – nomeadamente os Estados
Unidos – a ter, em 2024, eleições cujo impacto se reflete a nível
global, os riscos crescem ainda mais. Para os especialistas do
Fórum Económico Mundial (FEM), as organizações devem estar
alerta não só às ameaças mais comuns, mas também a possíveis
campanhas de desinformação através das redes sociais. Áudios e
vídeos ou outro tipo de imagens falsos gerados com Inteligência
Artificial (IA), os chamados ‘deepfake’, serão mais frequentes e
tão realistas que podem enganar até os mais atentos.
É precisamente a massificação de tecnologias emergentes como
a IA que está igualmente a provocar uma ainda maior aceleração
no desenvolvimento de soluções de cibersegurança, exigindo
um maior cuidado na sua gestão por parte das organizações.
No entanto, como alerta FEM, é preciso estar atento às ameaças
que a IA pode colocar às empresas e à sociedade. Segundo o
relatório global sobre cibersegurança para 2024, o FEM aponta
o risco crescente inerente à rápida massificação da IA generativa
e de outras tecnologias que podem ser facilmente utilizadas em
ciberataques. A instituição, que tem por objetivo contribuir para
60
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
a construção de um mundo melhor, política e economicamente,
recomenda que as organizações consigam manter um equilíbrio
entre a necessidade de utilizar estas tecnologias ao serviço dos
seus negócios e os riscos que podem causar.
IA AJUDA A DEFENDER, MAS ENSINA A ATACAR
Com o recurso à IA generativa e a ferramentas de machine lear-
ning, os especialistas em cibersegurança conseguem desenvolver
soluções mais “inteligentes” e sofisticadas, mais rapidamente,
e colocá-las no mercado, ao serviço das empresas. Contudo, a
facilidade com que estes especialistas criam ferramentas com
maior capacidade de defesa, tem um paralelo do lado do ‘ini-
migo’. Ou seja, também os cibercriminosos estão a tirar parti-
do do mesmo tipo de ferramentas que, graças à velocidade de
aprendizagem, lhes permite atacar com maior frequência, mais
rapidamente, e com maior sucesso. Exemplo disso é o aumento
significativo nos ataques de engenharia social, mais difíceis de
detetar, quer pelos sistemas, quer pelos utilizadores. Exemplo
disso são mensagens de phishing por WhatsApp ou através de
outras redes sociais, cada vez mais frequentes e personalizadas,
ou o código malicioso que permite criar deep fakes (imagens e
áudio que não correspondem à realidade).
No entanto, à margem da velocidade a que surgem novas
soluções de defesa, e artimanhas de ataque, a verdade é que o
investimento em cibersegurança não pode ser descurado pelas
organizações que têm que estar preparadas para esta luta perma-
nente. Não estar atento significa que, mais tarde ou mais cedo,
terá um prejuízo avultado para recuperar de um ataque sendo
que este é tanto mais elevado quanto maior for a demora em
detetá-lo. Em média, um ciberataque pode demorar entre 250
e 750 dias a ser detetado, de acordo com estudos desenvolvidos
por diferentes entidades. Isto significa que quando o ataque é
detetado, a empresa já perdeu milhares de euros entre os pre-
juízos da quebra de segurança, o roubo de dados, ou os danos
que o cibercrime deixa nos seus sistemas.
Em Portugal, e apesar do longo caminho a percorrer, investir
em cibersegurança é atualmente uma prioridade para grande
parte das organizações. A conclusão é do estudo “O estado da
cibersegurança em Portugal”, desenvolvido pela Microsoft, que
 revela que 45% das empresas preveem investir na segurança
digital este ano. Adicionalmente, o estudo revela que 84% dos
inquiridos acredita que este investimento deve começar pela
consciencialização dos colaboradores sobre o tema.
Chegada a hora de investir, revela a mesma pesquisa, a
maioria dos inquiridos (41%) assume que o investimento
ficará abaixo dos 10.000€, 20% baliza o investimento entre
10.000€ e 50.000€, enquanto uma percentagem considerável
(35%) desconhece os investimentos previstos. Um cenário
que reforça alguma indefinição estratégica do lado das or-
ganizações, e que permite concluir que, em geral, o grau de
maturidade e de práticas de cibersegurança nas empresas
ainda não é muito elevado.

EM QUE INVESTIRAM AS
Questionadas sobre o retorno do investimento, as em-
presas que responderam a este estudo e que já investiram

EMPRESAS EM PORTUGAL
na implementação de medidas de segurança cibernética,
asseguram que o esforço financeiro compensou e que é fa-
cilmente mensurável. Em geral, estes inquiridos revelam

81% 71%
que a sua organização teve menor exposição a incidentes
e menos casos associados a perda de dados e a danos financeiros.

REGULAÇÃO EUROPEIA APONTA O CAMINHO

O contexto de guerra física que se vive na Europa e no Médio
Oriente acelerou a necessidade de reforçar a proteção das empre-
sas e das sociedades, mas também da regulação. A nível mundial,
ANTIVÍRUS MEDIDAS DE AUTENTICAÇÃO foram publicadas várias diretivas de cibersegurança, quer nos
E MALWARE FORTES PARA O ACESSO A Estados Unidos - com o regulamento definido pela Comissão
SISTEMAS CRÍTICOS de Segurança e Proteção, SEC -, quer na Europa, com a diretiva
NIS2, que será obrigatória a partir de 2024.

37% 36%
O objetivo destas ‘regras’ passa por responsabilizar as empresas
que terão obrigatoriamente que adotar medidas de prevenção
de ciberameaças, garantindo que estão protegidas e capacitadas
para minimizar o impacto de eventuais incidentes cibernéticos,
e que notificam as autoridades competentes caso ocorram. Os
destinatários da nova regulação são PME e grandes empresas,
especialmente de setores críticos, como administração pública,
infraestruturas digitais, saúde, banca, finanças, transportes ou
FIREWALLS CRIPTOGRAFIA DE DADOS,
energia. Recorde-se que, em 2023, uma em cada oito empresas
E AUTENTICAÇÃO PARA PROTEGER
foi alvo de um ataque que resultou em prejuízos muito avultados
MULTI-FACTOR OS ATIVOS DA EMPRESA
e que, em média, cada organização sofre 89 tentativas diárias de
FONTE: ESTUDO DA CIBERSEGURANÇA EM PORTUGAL, MICROSOFT intrusão nos seus sistemas.

61
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
 CENÁRIO DE AMEAÇÃS DE RISCO CIBERNÉTICO
FONTE: COVEWARE
Mas, apesar de serem cada vez mais as empresas que, em
Portugal, olham para a cibersegurança como um investimento
obrigatório, o cenário é bastante distinto quando se procura
quantificar a conformidade do setor empresarial com a Diretiva
NIS – que procura uniformizar a resiliência do espaço europeu
de cibersegurança -, incluída na estratégia europeia para a se-
gurança digital. Esta diretiva foi adotada em 2016, e transposta
para a legislação portuguesa em 2018, será, a partir de 2024,
substituída por uma nova diretiva – a NIS2.
O Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) é, desde então, a
entidade responsável pela supervisão da adequada implementação
da Diretiva NIS, enquanto sobre as entidades recai a obrigação
de cumprir – com requisitos de segurança da informação e
Instruções do CNCS – e de notificar – incidentes de segurança
relevantes. Cabe igualmente a esta instituição divulgar as regras
associadas a esta diretiva, procurando levar junto das empresas
toda a informação de que necessitem para agir em conformidade.
Em 2022, o CNCS realizou um roadshow de norte a sul do
país, mas reconheceu recentemente que esta iniciativa não deu
os frutos esperados. Mais recentemente, adotou uma postura
mais efetiva, tendo notificado cerca de 400 entidades, apesar
de não serem conhecidas sanções que tenham sido aplicadas
no contexto da Diretiva NIS em Portugal. Segundo o estudo “O
estado da cibersegurança em Portugal”, o setor empresarial
nacional ainda demonstra muitas indefinições estratégicas e
possíveis lacunas do ponto de vista de comunicação no que se
refere à conformidade com a nova diretiva NIS2.
O DESAFIO DO TALENTO
O desenvolvimento do mercado da cibersegurança implica tam-
bém um crescimento dos recursos especializados. Contudo, as
universidades e o mercado não estão a conseguir dar resposta às
necessidades, pelo que a guerra pelo talento é um dos grandes
desafios atuais para os gestores e para as organizações. No setor
público, o problema agrava-se, uma vez que os salários praticados
não são atrativos. E este não é um problema apenas de Portugal,
mas transversal a outros países da Europa e do mundo.
62
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
Sem possibilidade de formar novos especialistas à velocidade
necessária, muitas organizações de maior dimensão estão a
apostar na reconversão dos seus colaboradores, dando-lhes
as competências necessárias aos desafios que enfrentam.
Por outro lado, esta requalificação começa a ter eco do lado
público, com o governo a disponibilizar um conjunto de
programas e de ferramentas que contribuam para a adequa-
ção das competências. Mesmo profissionais de outras áreas
estão a ser requalificados, como acontece, por exemplo,
através do programa UpSkill. Neste caso, um conjunto de
empresas candidata-se a receber novos recursos e partilha
com os politécnicos e universidades parceiras do programa
quais as suas necessidades em termos de competências. Estas
instituições ficam responsáveis por toda a formação teórica
dos candidatos, que depois recebem formação ‘on the job’.
As empresas que os recebem comprometem-se a pagar salá-
rios compatíveis com a função e a integrar os recursos num
determinado período.
Atrair mais mulheres para as áreas tecnológicas é outro
esforço que tem sido feito para conseguir mais profissionais
especializados. Este número é hoje muito superior ao de há
cinco ou dez anos, mas ainda há muito para fazer. Recorde-se
que as mulheres representam cerca de 50% da população mun-
dial, e que ocupam 40% das profissões altamente qualificadas.
No entanto, no setor das TIC (Tecnologias de Informação e
Comunicação) são apenas aproximadamente 24% da força
de trabalho. De acordo com um relatório do Eurostat Portugal
está, a este nível, acima da média da União Europeia, tendo
crescido 6,5% nos últimos dois anos.
Recentemente, no dia 25 de abril, comemorou-se o Dia
Mundial das Raparigas e Mulheres nas TIC, uma data que
anualmente procura sensibilizar o mundo para este tema, e
aproximar as jovens desta área profissional. Mas, é preciso fazer
mais e, apontam diferentes estudos, a solução passa por criar
programas que, desde o ensino básico, permitam informar e
despertar o interesse por estas áreas, mas também bolsas de
estudo para dinamizar a procura. „
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DOSSIER PROMOCIONAL
PORTUGAL
É UM HUB
CENTRAL NO
NEGÓCIO GLOBAL
DA SIEMENS
A partir de terras lusas, a tecnológica que, no
próximo ano, celebra 120 anos de presença
em território nacional investiga e desenvolve
um conjunto de ferramentas que suportam as
tecnologias com que apoia as organizações na
transformação digital. Subjacente a todas está
a cibersegurança, área que a multinacional
alemã endereça de forma holística e baseada
em dados, que inclui a segurança dos
produtos, dos sistemas e das operações
E
m entrevista à Exame Informática, Luís Costa, especialista
em Cibersegurança na Siemens Portugal, explica a forma
como a empresa olha e endereça a cibersegurança, um dos
seus pilares estratégicos. O responsável fala ainda sobre o
caminho seguido pela multinacional com o objetivo de
tornar o mundo digital mais seguro, e a sua participação na aliança
Charter of Trust, bem como sobre a importância da equipa do
Lisbon Tech Hub na estratégia global da Siemens.
A Siemens é hoje uma referência na cibersegurança, nomea-
damente, nas soluções que disponibiliza para a indústria. Que
ligação tem a empresa a esta área e porque é importante?
A Siemens liga os mundos real e digital como nenhuma outra
empresa, e cria tecnologias que capacitam os seus clientes a
transformar as indústrias em que operam, e que são cruciais
para qualquer economia, como as infraestruturas, a ener-
gia, a indústria, a mobilidade ou a saúde. A empresa quer
contribuir ativamente para os planos de descarbonização
e transformação digital dos seus clientes e do país, criando
impacto na sociedade através da sua tecnologia. O foco na
cibersegurança permitirá gerar a confiança necessária para
que estas transições, que tanto ambicionamos, sejam uma
realidade. Há já muitos anos que a Siemens tem uma posição
de liderança na área dos sistemas industriais digitais, por
isso, desde cedo percebeu que a cibersegurança era uma parte
integral e crucial da revolução digital. Diariamente, vemos o
64
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
quanto isto é importante para os nossos clientes nos projetos
que desenvolvemos em conjunto. Muitos já ambicionam ter
sistemas e serviços digitais avançados nas suas operações, mas,
sem a confiança que a cibersegurança proporciona, dificilmente
estarão disponíveis para fazer as alterações e os investimentos
necessários. O mesmo se aplica às infraestruturas críticas, às
telecomunicações, à mobilidade ou à energia. A cibersegurança
é essencial para todos estes setores.
Que estratégia segue a Siemens para a área da cibersegurança?
Enquanto empresa tecnológica, queremos ser um parceiro de
confiança dos nossos clientes na área da cibersegurança, clientes
que operam em setores tão críticos para o dia a dia das nossas
sociedades e economias como os da indústria, da energia, da mo-
bilidade ou das infraestruturas. Por isso, fazemos uma abordagem
única à segurança cibernética, holística e baseada em dados, que
inclui a segurança dos produtos, dos sistemas e das operações.
Adaptamos as nossas metodologias de prevenção às necessidades
de cada setor de atividade, e às potenciais ameaças a que estão
sujeitos. E esta nossa abordagem abrange desde medidas mais
genéricas até projetos de investigação avançada levados a cabo
pelo Technology, o departamento central de Investigação &
Desenvolvimento da Siemens AG, ou pelas várias unidades de
negócio, países ou regiões onde a empresa está presente.
Este é hoje um dos pilares estratégicos da empresa? Porquê?
Sem dúvida, porque a cibersegurança é crucial para a trans-
formação digital bem-sucedida dos negócios e dos diferentes
setores de atividade. Para garantir a segurança dos dados e dos
sistemas em rede, a cibersegurança deve ser integrada direta-
mente ao longo de toda a cadeia de valor. A Siemens foi uma
das primeiras empresas a nível mundial a abordar esta temática
de forma holística, protegendo a sua própria infraestrutura de
tecnologias de informação e de operação, produtos, soluções e
serviços, enquanto desenvolve e comercializa soluções inovadoras
de cibersegurança. E, aproveito para mencionar, tem também
uma grande tradição, competências e um vasto portefólio na área
da proteção física das instalações (sistemas de deteção, alarme,
evacuação e extinção de incêndio; e sistemas de segurança, como
videovigilância, controlo de acessos, entre outros).
Luís Costa, especialista em
Cibersegurança na Siemens Portugal
Conforme já mencionei, a empresa em-
prega atualmente 1.300 especialistas em
cibersegurança em todo o mundo, incluin-
do hackers éticos que testam as vulnerabi-
lidades dos sistemas e dos produtos. Tem
também a operar, a nível global, cinco
centros de cibersegurança, sendo um deles
em Portugal, que monitorizam e protegem
as suas próprias infraestruturas e as in-
fraestruturas industriais de clientes espe-
cíficos. A Siemens tem ainda responsáveis
de cibersegurança nomeados em todas as
unidades de negócio e países, aposta na
formação contínua e sensibilização regular
das suas pessoas para esta temática, e definiu a “Cibersegurança e
Confiança” como uma das suas tecnologias core, o que faz com que
esta seja uma das suas áreas foco em matérias de Investigação &
Desenvolvimento. Estas tecnologias core são consideradas críticas
para o sucesso dos clientes da empresa, com os quais trabalha em
estreita colaboração e em ecossistemas abertos de inovação, com
o intuito de alcançar os melhores resultados possíveis.
Que importância tem a participação da Siemens na aliança
Charter of Trust, quer no que se refere ao negócio, quer no
impacto do trabalho que estas organizações desenvolvem em
conjunto com o objetivo de tornar o mundo digital mais seguro?
Uma base holística que gere confiança no mundo digital não pode
ser alcançada por uma única empresa, Governo ou stakeholder.
Tem de ser o resultado de uma colaboração próxima que envolva
todas as partes interessadas. Com isso em mente, durante a Con-
ferência de Segurança de Munique de 2018, a Siemens, juntamente
com oito parceiros do setor industrial, apresentou a iniciativa
global Charter of Trust (CoT) – um esforço coletivo proposto para
empresas, sociedade, governos e todos os stakeholders interes-
sados em construírem uma nova base para a confiança e a justiça
num mundo cada vez mais digital. Em suma, esta iniciativa visa
impulsionar avanços na cibersegurança em todas as indústrias
e a nível mundial. Atualmente, a Charter of Trust conta com 18
membros e, desde a sua criação, lançou uma série de medidas
para reforçar a cibersegurança, incluindo o princípio “Security by
Default”, que contempla as necessidades de cibersegurança logo
desde a fase de conceção e disponibiliza produtos que integram
medidas de segurança pré-configuradas. Além disso, os parcei-
ros da CoT definiram requisitos base para os seus fornecedores,
de modo a melhorar ainda mais a cibersegurança em todas as
cadeias de fornecimento. A prioridade da CoT está agora na im-
plementação de uma abordagem que inclua todas as indústrias,
com o objetivo de avaliar a segurança das respetivas cadeias de
fornecimento. Neste contexto, a comunidade crescente da Charter
of Trust pretende disponibilizar informação, formação e outros
recursos às empresas, principalmente às de pequena e média
dimensão, e garantir a fiabilidade e a confiança da utilização da
inteligência artificial nas soluções e ofertas digitais.
A iniciativa CoT colabora também regularmente com várias au-
toridades mundiais e instituições científicas para impulsionar os
avanços na cibersegurança a nível internacional, e para harmoni-
zar os esforços desenvolvidos nesta área para além das fronteiras
nacionais e organizacionais. Neste âmbito, teve um importante
papel na revisão das leis de segurança de TI na Alemanha e da
Lei Europeia de Cibersegurança (European Cybersecurity Act),
65
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
bem como em consultas governamentais
levadas a cabo no Japão e na Austrália.
Quando foi criada esta equipa de ci-
bersegurança e de que forma cresceu
e evoluiu ao longo dos anos?
A equipa foi criada em 2014 como parte
do hub de Tecnologias de Informação.
Devido à qualidade do trabalho e à vontade
constante de expansão do centro em Por-
tugal, a equipa foi crescendo ao longo dos
anos, tanto em número, como nos serviços
prestados. Atualmente, com mais de 100
profissionais dedicados à cibersegurança,
a Siemens em Portugal terá uma das maiores, senão a maior,
equipa de cibersegurança do país. Para sustentar este crescimento
numa área tão relevante e específica, a Siemens dedicou especial
atenção à procura e formação de talento. Desde 2015 que temos,
em permanência, vagas abertas para profissionais experientes
e recém-graduados. Neste âmbito, desenvolvemos também
programas de integração, requalificação e desenvolvimento de
profissionais de outras áreas, programas de cibersegurança na-
cionais e colaboramos com diversas universidades, criando assim
as condições para ter um cada vez maior número de profissionais
formados nas múltiplas áreas tecnológicas da cibersegurança que
operamos globalmente, a partir de Portugal e em colaboração
com os outros hubs de cibersegurança no mundo Siemens.
Uma década depois da criação do Lisbon Tech Hub, que
balanço faz?
É um balanço muito positivo. Quando este centro foi criado, em
2014, com 40 pessoas, previa-se que pudesse vir a ter 250 colabo-
radores. Hoje, 10 anos depois, já conta com mais de 1.400 espe-
cialistas que desenvolvem projetos para todo o mundo Siemens,
em diversas áreas tecnológicas como a inteligência artificial, big
data, desenvolvimento e teste de software, serviços na nuvem,
cibersegurança e serviços de infraestrutura de tecnologias de
informação. Trabalha também em estreita colaboração com
as várias áreas de negócio da Siemens, como a indústria, as
infraestruturas ou a mobilidade, para que estas possam propor
as soluções mais inovadoras aos seus clientes.
E as perspetivas para o futuro são muito positivas, uma vez que o
Lisbon Tech Hub poderá integrar até mais 200 pessoas altamente
qualificadas até ao final do ano comercial (setembro de 2024),
dando assim um importante contributo ao objetivo global da
empresa de ter 4.000 colaboradores no Grupo até 2025, ano em
que celebrará 120 anos de presença em Portugal.
A título de exemplo, e além da equipa de cibersegurança que
integro, faz parte deste hub o Technology (T), o departamento
central de Investigação & Desenvolvimento da Siemens AG que
agora tem uma equipa em Portugal, e está em franco crescimento.
Importa realçar que esta unidade, o T, só tem seis localizações a
nível mundial, o que demonstra a relevância de Portugal no pa-
norama de Investigação & Desenvolvimento mundial da Siemens
AG. A equipa nacional conta com perto de 100 profissionais e
trabalha em seis das 11 tecnologias core definidas pela Siemens
AG (Circuitos Integrados & Eletrónica; Análise de Dados & Inteli-
gência Artificial; Conectividade & Edge; Energia & Infraestruturas
Sustentáveis; Produção Avançada & Circularidade; e Experiência
do Utilizador). „
 OPINIAO
DOSSIER PROMOCIONAL
PEDRO VIANA
DIRETOR DE PRÉ-VENDA,
PORTUGAL E ESPANHA
DA KASPERSKY
A INTELIGÊNCIA AO
SERVIÇO DO COMBATE
AO CIBERCRIME
M
onitorizar, analisar, interpretar e mitigar as ameaças
à segurança informática, que estão em constante evo-
lução, representa um desafio significativo. Empresas
de diversos setores enfrentam o desafio da falta de
dados atualizados e pertinentes, essenciais para gerir
os riscos associados à segurança das tecnologias da informação.
Os serviços de Inteligência de Ameaças da Kaspersky ca-
pacitam as organizações a anteciparem ameaças cibernéticas,
fornecendo informações cruciais, deteção rápida e respostas
eficientes a incidentes de segurança. A vasta experiência, o
conhecimento profundo e a capacidade analítica da Kaspersky
em cibersegurança reforçam a sua posição como parceiro con-
fiável de proeminentes agências governamentais e entidades de
aplicação da lei, incluindo a INTERPOL e os principais Centros
de Resposta a Incidentes de Computador (CERTs).
FEEDS DE DADOS DE AMEAÇAS
Os ciberataques ocorrem diariamente, apresentando uma crescente
frequência, complexidade e sofisticação, visando comprometer
as defesas de empresas e entidades governamentais. Atualmente,
os cibercriminosos empregam estratégias complexas e sofisti-
cadas, incluindo sequências detalhadas de ataques, campanhas
coordenadas e Táticas, Técnicas e Procedimentos (TTPs) per-
sonalizados, com o objetivo de desestabilizar os negócios ou de
prejudicar os seus clientes. A Kaspersky Lab oferece Feeds de
Dados de Ameaças, atualizados continuamente, para informar
a sua empresa ou os seus clientes sobre os riscos e consequências
associados às ciberameaças. Esses feeds são essenciais para ajudar
a mitigar estas ameaças de maneira eficaz e para preparar a sua
defesa contra ataques antes mesmo de serem lançados.
RECOLHA E TRATAMENTO
Os Feeds de Dados são compilados de fontes diversificadas e
extremamente confiáveis, incluindo a Rede de Segurança Kas-
66
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
persky, os nossos rastreadores web, o serviço de Monitorização
de Botnet (ativo 24/7/365), armadilhas para spam, nossas equipas
de investigação e parceiros estratégicos.
Depois, em tempo real, todos os dados agregados são cuida-
dosamente inspecionados e refinados usando múltiplas técnicas
de pré-processamento, tais como critérios estatísticos, Sistemas
Peritos Kaspersky Lab (sandboxes, motores heurísticos, scanners
múltiplos, ferramentas de similaridade, perfis de comportamen-
to, etc.), validação de analistas e verificação de listas brancas.
DADOS CONTEXTUAIS
Cada registo em cada Feed de Dados é enriquecido com contexto
acionável (nomes de ameaças, carimbos de data/hora, geolo-
calização, endereços IPs resolvidos de recursos Web infetados,
hashes, popularidade, etc.). Os dados contextuais ajudam a
revelar o “quadro geral”, validando e apoiando ainda mais a
utilização alargada dos dados.
No contexto, os dados podem ser mais facilmente utiliza-
dos para responder às perguntas “quem”, “o quê”, “onde” e
“quando”, que conduzem à identificação dos seus adversários,
ajudando-o a tomar decisões e acções atempadas específicas
para a sua organização.
RASTREIO DE PHISHING
O phishing, e particularmente o spear-phishing direcionado, é
uma das metodologias de fraude online mais perigosas e eficazes
da atualidade. Os websites falsos capturam logins e palavras-passe
para se apoderarem das identidades dos utilizadores e depois
roubam dinheiro ou espalham spam e malware através de contas
de email e plataformas de redes sociais comprometidas. Trata-se
de uma arma poderosa no arsenal do cibercrime, e a frequência
e diversidade dos ataques continua a aumentar.
E não são apenas as instituições financeiras que estão a ser atin-
gidas. Todos, dos retalhistas online até aos ISP, passando pelas insti-
tuições governamentais, correm o risco de serem alvo de um ataque
ativo de spear-phishing. Cópias perfeitas de um website, completas
com toda a marca da empresa, ou mensagens que parecem vir
diretamente dos seus executivos, podem facilmente convencer os
utilizadores a entregar dados confidenciais, prejudicando-se a si
próprios e causando enormes danos potenciais à empresa.
Um único ataque de phishing bem-sucedido pode ter um enorme
impacto na empresa vítima. Além das perdas diretas, há todos os
custos indiretos, como a limpeza de sites e contas comprometidos.
E depois, claro, há os danos para a reputação, que podem ser os
piores de todos - uma erosão da confiança dos utilizadores nos
seus serviços online que pode fazer com que percam clientes e
enfrentem desafios de credibilidade nos próximos anos.
Atualmente, o cibercrime não conhece fronteiras e as capaci-
dades técnicas estão a melhorar rapidamente: estamos a assistir a
ataques cada vez mais sofisticados, à medida que os cibercrimi-
nosos utilizam recursos da dark web para ameaçar os seus alvos.
EM CONCLUSÃO...
A inteligência de ameaças desempenha um papel crítico na
capacidade das organizações de proteger os seus ativos digitais
contra ameaças cibernéticas. Ao fornecer informações sobre
ameaças emergentes, vulnerabilidades e táticas de ataque,
capacita as organizações a tomar medidas proativas para for-
talecer as suas defesas e responder de forma eficaz a incidentes
de segurança cibernética. „
DOSSIER PROMOCIONAL
ENQUADRAMENTO
LEGISLATIVO
CONTRIBUIRÁ PARA
MAIOR CONSCIÊNCIA
DOS RISCOS
CIBERNÉTICOS
Aumento dos ciberataques e da sua
sofisticação exige aceleração de esforços
de gestão proactiva do risco. Diretiva
europeia, que entrará em vigor até ao fim
do ano, pretende uniformizar normas e
garantir adoção de postura mais proativa
das empresas face à segurança digital
“E
xiste uma criminalidade organizada e um modelo de ne-
gócio altamente lucrativo que motiva a persistência deste
fenómeno do cibercrime um pouco por todo o mundo”,
afirma Mariana Gomes. A Senior Associate of FINEX na
WTW Portugal recorda o elevado número de ciberata-
ques – cerca de 800 mil em 2023 -, a nível global que, apesar de
tudo, representam uma estimativa, uma vez que muitas destas
situações continuam a passar despercebidas ou não são identi-
ficadas como tal. A guerra na Ucrânia foi, na sua perspetiva, um
catalisador, apesar de reconhecer que a maior parte dos ataques
informáticos não decorrem de motivações políticas, mas sim de
motivações financeiras.
Ainda assim, mesmo em países que não estão diretamente
envolvidos neste conflito, têm-se verificado ataques a estruturas
críticas e importantes da sociedade, como telecomunicações,
energia, transportes entre outros.
Isto significa, acrescenta Mariana Gomes, que nenhuma or-
ganização, independentemente do setor que endereça ou da sua
dimensão, está livre de perigo. Contudo, alerta para alguma desva-
lorização destas questões, a que acresce algum desconhecimento,
em muitas empresas nacionais. É frequente, explica, as empresas
“menorizarem a probabilidade de ocorrência de problemas (só
ocorrem aos outros) e o impacto que podem ter (se acontecer
algo basta ir comprar alguns computadores novos), e nada pode
estar mais longe da verdade”. Por um lado, reforça, todo o tipo de
organizações está exposta a este tipo de situações quer diretamente
(os seus próprios sistemas), quer indiretamente através da sua ca-
deia de fornecimento (os sistemas dos seus fornecedores), “o que
tem sido abundantemente demonstrado por ataques mediáticos
que afetam os mais diversos setores de atividade no nosso país”.
Por outro lado, a responsável da WTW aponta igualmente a
subvalorização da gravidade dos eventos, lembrando que os ata-
67
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
Mariana Gomes,
Senior Associate
of FINEX na
WTW Portugal
ques informáticos podem ter consequências financeiras diretas,
com perda de receitas (muitos modelos de negócio dependem
da disponibilidade de sistemas e integridade de informação),
custos avultados em consultoria (num evento catastrófico pode
perder-se parte significativa da informação sob gestão e a re-
posição de capacidade operativa é difícil e demorada), gastos
reputacionais (quebra de confiança dos clientes), ou respon-
sabilidade de natureza contraordenacional para a organização.
“É um tema que importa priorizar e que beneficiará do reforço
legislativo que pretende acelerar os esforços de gestão proativa
do risco”, sublinha.
ANTECIPAR E MITIGAR OS RISCOS
Conhecer profundamente os efeitos que um ciberataque pode
ter numa organização é o primeiro passo para a preparação. “Só
percebendo os cenários e impactos poderemos desenhar medi-
das de mitigação e priorizar os investimentos”, explica Mariana
Gomes. Um caminho que a WTW ajuda as empresas a percorrer
através de diferentes abordagens.
Em primeiro lugar, explica aquela responsável, “contribuímos
para ajudar a quantificar o risco efetivo que determinada organi-
zação tem pois conseguimos estimar os impactos de incidentes”.
Esta informação é o ponto de partida para tomar decisões mais
conscientes, priorizar planos de mitigação de risco, e definir
planos de resposta a incidentes. Paralelamente, salienta, “po-
deremos ajudar o cliente a transferir parte do risco cibernético
inerente para o mercado segurador, garantindo assim uma forma
de alisar o impacto financeiro que estes eventos podem trazer
para a organização”.
Apesar do longo caminho a percorrer, a responsável da WTW
acredita que a consciencialização das empresas começa a aumen-
tar, nomeadamente, pelas exigências legislativas. Seis anos depois
da entrada em vigor da diretiva europeia NIS – que tem como
objetivo reforçar a resiliência do espaço europeu face à ciberse-
gurança -, esta será substituída pela NIS2, que estará em vigor
até ao final de 2024, e que reforçará o controle da segurança no
ciberespaço dos estados-membros. “Acredito que a sensibilização
do tecido empresarial português vai aumentar significativamente
no próximo ano, ano e meio, mas quiçá não muito por mérito
da pedagogia, mas por receio dos impactos contraordenacionais
que a NIS2 vai implicar”, conclui Mariana Gomes. „
DOSSIER PROMOCIONAL

“É CRUCIAL QUE AS EMPRESAS

ENTENDAM A NECESSIDADE
URGENTE DE ANTECIPAREM
E ESTAREM PREPARADAS”
A complexidade crescente das tecnologias da informação exige maiores níveis
de automação, sem os quais não existe capacidade de resposta adequada aos desafios
da cibersegurança. José Eduardo Fonseca, diretor na Kyndryl em Portugal, explica,
em entrevista à Exame Informática, que precauções e que estratégias devem
as organizações adotar para evitar ameaças que podem custar-lhes milhões de euros

Os ciberataques continuam a aumentar, especialmente desde
o início da guerra da Ucrânia. Neste contexto, qual a estratégia
da Kyndryl na área de Cibersecurity & Resilence?
Ao longo dos últimos anos, a percentagem de ataques cibernéticos
aumentou substancialmente mesmo antes da guerra da Ucrânia.
No período COVID, cerca de 60% das empresas em todo o mundo,
implementaram em pouco tempo um crescente número de tec-
nologias para fazer face à remotização do trabalho, e fizeram-no
com muitas, e naturais, preocupações operacionais, mas, em
grande parte com um sistema de segurança muito limitado e
pouco adequado. Adicionalmente, por via do trabalho remoto,
cresceram exponencialmente os acessos às redes das organizações
a partir de redes de casa, onde as preocupações com segurança
são, na maioria das vezes, básicas. Isto originou um aumento
de vulnerabilidades e um maior número das ameaças e ataques
cibernéticos. Por outro lado, assistimos a uma proliferação de
tecnologias de segurança que resolvem problemas muito restri-
tos. Para enfrentar o desafio da segurança, as empresas tendem
a investir em múltiplas ferramentas e, de seguida, enfrentam
dificuldades para integrá-las e geri-las. Essa complexidade reduz
a sua eficácia e mantém alguns dos riscos.
E a sofisticação das ameaças também é maior...
Com o nível de sofisticação, disrupção e destruição que os ata-
ques hoje apresentam (como ransomware), efetuados por atores
que percebem que o retorno financeiro pode ser significativo,
é crucial que as empresas entendam a necessidade urgente de
anteciparem e estarem preparadas para o caso de sofrerem um
ataque e, com especial importância, conseguirem recuperar
os seus serviços críticos. A Kyndryl é uma empresa focada em
serviços de TI e infraestrutura, possui uma enorme experiência
nestas áreas, bem como uma estratégia robusta de cibersegu-
rança e resiliência para proteger as suas operações e as dos seus
clientes, responder a ataques e recuperar dos mesmos. Para
fazê-lo mantém um programa de gestão de segurança que inclui
políticas, práticas, e controlos, além da formação contínua dos
seus profissionais nesta área. O objetivo é minimizar o risco de
perda de informações e de indisponibilidades por questões de
segurança, criar ‘awareness’ e ter profissionais que tenham a
conduta adequada nestas matérias, uma vez que têm acessos
privilegiados aos sistemas no âmbito das suas funções.
A aposta na Kyndryl Bridge é uma das prioridades para este
ano fiscal. Que impacto terá esta solução na gestão do ne-
gócio dos clientes, no que se refere à automação e utilização
de plataformas inteligentes na gestão diária de incidentes e
na sua prevenção?
As empresas enfrentam hoje uma necessidade urgente e sem
precedentes para modernizar e transformar os seus processos de
TI que são cada vez mais complexos. Os processos de negócios
digitais e o poder de computação estão a tornar-se descentraliza-
dos, enquanto os volumes de dados crescem exponencialmente.
A necessidade de “always on” a que esta nova era obriga, aliada
ao negócio muitas vezes totalmente assente no digital, obriga a
ter capacidade de resposta imediata, mas sobretudo capacidades
de prevenção e antecipação das ocorrências. Esta complexidade
crescente, decorrente das multitecnologias, multiclouds, aliada
à exigência do ‘always on’, só se consegue com plataformas de
integração que, com base em data analysis/insights e automação,
permitem uma gestão feita pela tecnologia, acompanhada pelas
capacidades técnicas e experiência dos nossos profissionais.
Acreditamos que a gestão das TI tende para um patamar de
complexidade que, sem recurso a estes níveis de automação,
serão incomportáveis, quer em termos de profissionais neces-
sários, quer em valores financeiros. A Kyndryl Bridge é uma
plataforma diferenciada, que tira partido de modelos IA (Inte-
ligência Artificial) que utilizam como base os nossos data-lakes,
complementados com a experiência em gerir ambientes de TI
complexos e “mission critical” que ajuda a gerir melhor, de
forma mais eficiente e eficaz, e que permite evoluir a gestão de

68
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA

TI para os patamares que uma organização moderna necessita,
com agilidade e capacidade de atuação para manter os sistemas
funcionais para o negócio que suportam.
Que benefícios, e que poupanças traz esta solução para as
organizações?
A Kyndryl Bridge permite que os clientes usufruam de operações
de tecnologia mais estáveis e fiáveis com recurso a Intelligent
Ops e automação para criar, e sobretudo gerir, ambientes mais
fluidos e dinâmicos, que permitam às organizações capacitar-
-se de diversas tecnologias para se adaptarem às necessidades
do mercado em mudança. As grandes vantagens são a rapidez
de atuação preventiva (automatizada), o aumento da produti-
vidade, melhores experiências dos profissionais e dos clientes,
melhor controlo dos custos de gestão de TI, e, muito relevante,
aumento da receita. Uma melhor capacidade de impulsionar
objetivos importantes para o negócio, uma vez que ambientes
que apresentam maiores níveis de disponibilidade, bem como
uma organização que consegue um Go-to-market digital mais
rápido, consegue melhorar os seus resultados de negócio. Uma
plataforma que integra todas as ferramentas de gestão, permite
saber a cada momento como estão a ser endereçados todos os
eventos resultantes de incidentes, alarmes e outras atividades,
utilizando automação para endereçar a grande maioria deles.
A título de exemplo, a nossa operação em Portugal, trata mais
de um milhão de eventos por mês de uma forma automatizada,
e os que não são ainda tratados desta forma são analisados e
evoluídos para que possam vir a ser automatizados no futuro. A
própria Kyndryl Bridge indica-nos que casos de uso podemos
69
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
José Eduardo Fonseca,
diretor da Kyndryl em Portugal
e/ou devemos automatizar para aumentar estes níveis de auto-
mação. Tudo isto tem um enorme valor na rapidez de execução
e no controlo dos custos das organizações.
A transformação dos sistemas de segurança comporta novos
desafios para as empresas. Como garantir o equilíbrio entre
os sistemas legacy e os novos?
A Transformação Digital tornou-se um imperativo para todas
as organizações, tendo-se intensificado durante o período da
pandemia com a utilização de sistemas de colaboração e com um
enorme desenvolvimento do negócio através de canais digitais.
Contudo, quando analisamos os surveys que interrogam os CIOs
ou os CEOs, constatamos que em muitos casos, não se encontram
totalmente satisfeitos com os investimentos realizados na sua
transformação digital. Segundo a McKinsey, cerca de 70% dos
líderes referem que a transformação está inacabada, em particular
no que se refere à adoção de sistemas em cloud e, de acordo com
dados da KPMG, 67% defende que a utilização de cloud ainda é
limitada. Como consequência, a maioria das grandes empresas
e instituições, deparam-se com arquiteturas de sistemas muito
complexas onde os seus sistemas legacy baseados em arquiteturas
tradicionais, muitas delas on site, têm de coexistir com novas
aplicações modernas suportadas por clouds públicas, privadas
ou híbridas. Paralelamente, os dados com volumes crescentes
estão mais dispersos e, portanto, difíceis de utilizar e de gerir,
aumentando a complexidade devido às normas de segurança.
A velocidade de execução faz a diferença para conseguir ser dos
melhores no mercado. E para consegui-lo é necessária uma
infraestrutura de TI consistente, resiliente e inteligente. O novo
modelo operacional e de gestão tem de conseguir tratar o legacy
e o novo como apenas uma plataforma. Não nos enganemos, o
legacy existe e existirá, pois as organizações não têm capacidade
financeira, de recursos e/ou tempo para uma renovação total
e, por isso, é tão importante a gestão eficiente e modernizada.
Que riscos enfrentam as organizações que não se munirem
das ferramentas de segurança adequadas aos desafios do
seu negócio e do mercado?
O risco é um fator crescente em todos os negócios e é cada vez
mais uma questão acompanhada pela gestão de topo. A segurança
torna-se um fator ainda mais relevante à medida que as empresas
desenvolvem as suas estratégias de transformação de negócio
para atender às exigências do digital e de um cenário económico
remodelado num mundo pós-pandemia. É impensável que as
organizações, em particular as que têm negócio suportado em
tecnologia, não tenham uma estratégia de cibersegurança. Sem
isso, é uma questão de tempo até terem o seu negócio destruído
e irrecuperável, e desta forma desaparecerem.
Como podem as empresas prevenir-se e antecipar as ameaças?
Os líderes com visão de futuro sabem que a diferenciação é impul-
sionada pela transformação contínua. Incluir a segurança como
parte base do desenho da transformação é vital, não pode ser visto
como um adicional. É fundamental uma estratégia de ciberse-
gurança em que se conjuguem ferramentas de proteção, deteção
e verificação constante da adequação, bem como capacidade de
recuperação. Tudo isto, além de ferramentas, inclui processos
de recuperação e gestão de incidentes de segurança, políticas de
segurança e formação. A cibersegurança é um problema de todos
e a falha de uma parte pode comprometer o todo. „
 OPINIAO
DOSSIER PROMOCIONAL
PEDRO FARINHA
PED
MANA
MANAGING DIRECTOR
SHIFT
SHIFTLEFT
SOFTWARE SUPPLY
CHAIN SECURITY,
A PONTE ENTRE
TECNOLOGIA
E GESTÃO DE RISCOS
N
os últimos anos, a União Europeia tem respondido às
crescentes preocupações com a Cibersegurança em todos
os setores económicos através da produção de legislação
e da promoção de iniciativas. Legislação como NIS, CRA
e DORA representam marcos significativos nesse esfor-
ço, visando proteger infraestruturas críticas, dados sensíveis
e setores económicos em geral contra-ataques cibernéticos,
impondo requisitos mais rigorosos em termos de segurança dos
sistemas de informação e gestão do risco operacional.
As imposições legais trazem o grande benefício, ainda que
por imposição, de aumentar o conhecimento na organização e
de adequar o grau de alerta dos seus órgãos de governo, sobre a
importância do software que usam, desenvolvem e compram,
fornecendo detalhes sobre como se protegerem, e protegerem
os seus clientes e utilizadores.
A importância deste tema é reconhecida pela comunidade
científica como ficou recentemente evidenciado no Interna-
tional Workshop on Engineering and security of Critical Systems
(EnCyCriS), inserido na ICSE 24, a 46ª Conferência Internacional
sobre Engenharia de Software, realizada em Lisboa na semana de
14 a 20 de abril, onde foi apresentada investigação sobre novas
formas de certificação do Software Bill of Materials (SBOM) e
tratamento de vulnerabilidades, ambos aspetos essenciais no
Software Supply Chain Security (SSCS).
Do ponto de vista do desenvolvimento de software, o con-
ceito de SSCS não se restringe apenas ao software desenvolvido
e à sua segurança intrínseca, mas à gestão de todos os riscos
70
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
associados ao processo de desenvolvimento, incluindo os do
produto final.
Frameworks como SLSA da Open Source Security Fundation, e
CIS do Center For Internet Security, focam a proteção do Supply
Chain no desenvolvimento de software que abrange quatro
aspetos essenciais:
1. Código-Fonte
A garantia da integridade do código-fonte e da plataforma de
gestão desse código é um dos pilares da segurança do softwa-
re. Incluem-se aqui os aspetos da gestão dos utilizadores que
acedem e podem alterar o código fonte; a imposição das regras
de alteração desse código; proteção de dados confidenciais;
proteção contra vulnerabilidades e prevenção de introdução
de malware de forma intencional ou por desconhecimento;
2. Componentes de Terceiros
A composição de software é prevalente nesta indústria, mas
é necessário conhecer quais e porque são necessárias essas
dependências, bem como saber que riscos existem associados
às mesmas. Como podemos atestar sobre a segurança desses
componentes? Qual a fiabilidade do próprio SBOM desse com-
ponentes e do seu processo de desenvolvimento? Que exposição
sobre licenciamento impõem?
3. Processo de Construção (“Build”)
Pipelines e workflow são jargão comum associado aos temas
DevOps e CI/CD, métodos comuns e prevalentes. Mas este
processo de construção tem de ser ele próprio protegido e a
sua integridade mantida. Como assegurar que o pipeline usado
é o pretendido e que não foi adulterado propositadamente ou
inadvertidamente?
4. Produto Final
O produto final pode ser um software final ou um componente
de um produto final. É necessário assegurar a proteção desse
produto único, e prevenir a sua alteração ou manipulação
posterior. Também na distribuição, como assegurar que quem
obtém o produto acede ao produto pretendido e não a uma cópia
alterada? Em suma, o SCSS permite provar que o software que
se disponibiliza foi aquele que foi criado, certificado e atestado.
Supply Chain Security, é um tema vasto, mas de elevada
criticidade no contexto económico, social e tecnológico atual
e que afeta todas as organizações, independentemente do setor
em que atuam.
Quer seja uma empresa que “apenas” usa software, produzido
por terceiros, e que licencia, ou uma empresa que desenvolve e
mantém – diretamente ou por terceiros – software, é essencial
saber a proveniência do software e conseguir atestar “do que
é feito” e “como é feito”. Não apenas porque está obrigada
por legislação mais ou menos sectorial, mas porque é forma
eficaz para conseguir proteger o negócio, clientes e parceiros
e a sociedade. „
DOSSIER PROMOCIONAL
MESTRADO
EM SEGURANÇA
INFORMÁTICA GARANTE
EMPREGABILIDADE
DENTRO E FORA
DE PORTUGAL
O curso, ministrado na Universidade de
Coimbra, reforça competências técnicas em
diferentes vertentes relacionadas com esta
temática, tais como criptografia, privacidade,
comunicações e infraestruturas seguras,
segurança de software e aspetos legais de
privacidade e cibersegurança
E
specialização temática ajustada às necessidades atuais do
mercado, de que é exemplo o alinhamento com as com-
petências definidas pela ENISA ECSF (European Cyber-
Security Skills Framework) para cargos relacionados
com cibersegurança, e fortes parcerias com academias
internacionais, empresas nacionais e multinacionais e com
o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) são alguns dos
fatores diferenciadores do Mestrado em Segurança Informática
(MSI - www.dei.uc.pt/msi/), da Universidade de Coimbra.
O curso, lançado no ano letivo de 2017/2018 “com o objetivo
de dar resposta à procura de profissionais na área de Ciber-
segurança e às necessidades criadas pelas diretivas europeias
e pelos desafios societais relacionados com a segurança e
privacidade de empresas e cidadãos como, por exemplo, do
Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD)”, como
71
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
explica Paulo Rupino Cunha, coordenador do MSI, conta
anualmente com 20 vagas, e destina-se quer a alunos que
ainda estão a completar o seu ciclo de estudos, quer àqueles
que já estão inseridos no mercado de trabalho.
É por esta razão que a flexibilidade é outra das grandes mais-
-valias do Mestrado em Segurança Informática, que funciona em
regime pós-laboral. “Grande parte das aulas têm início a partir
das 18h, as aulas teóricas são difundidas por streaming (para
permitir a participação remota) e gravadas, e parte substancial
dos trabalhos práticos pode ser feita de forma assíncrona, com
apoio remoto dos docentes”, destaca Bruno Miguel Sousa, vi-
ce-coordenador do MSI.
Adicionalmente, e devido à crescente procura por estudantes
internacionais, nomeadamente de países como o Brasil, a Re-
pública Checa ou a Ucrânia, todos os conteúdos são lecionados
em inglês. Uma opção que, na opinião de Paulo Rupino Cunha, é
essencial, “uma vez que as principais saídas profissionais do MSI
são multinacionais e empresas de média e grande dimensão no
espaço nacional e europeu, nos setores de TIC, telecomunicações,
consultoria, banca e serviços”.
COMPETÊNCIAS COM FORTE VERTENTE PRÁTICA
Criptografia, privacidade, comunicações e infraestruturas se-
guras, segurança de software e aspetos legais de privacidade
e cibersegurança são algumas das competências técnicas es-
pecializadas a que os alunos do MSI têm acesso. Muitas destas
competências teóricas são reforçadas com uma forte compo-
nente prática, nomeadamente, através de aulas ministradas
por professores com extensa experiência e por representantes
de empresas convidadas - Deloitte, IBM, Banco CTT, Ethiack,
Critical Software, são apenas alguns exemplos -, o que permite
“um contacto privilegiado entre as empresas e os alunos no de-
partamento de engenharia informática, onde o curso decorre”,
salienta Bruno Sousa.
Da interação com o mercado empresarial nascem igualmente
ideias e temas para teses de mestrado, que beneficiam também do
contacto e da colaboração com academias internacionais, como
a Automotive CyberSecurity Academy (ACSA), ou com o CNCS.
“A colaboração com o CNCS centra-se sobretudo no programa
C-Academy, no qual docentes do curso MSI participam com a
elaboração de materiais formativos e em módulos de formação”,
explica Paulo Rupino Cunha.
Já a colaboração com a ACSA, sublinha Bruno Sousa, “teve o seu
ponto alto, em 2023, com a organização de uma escola de Verão
na Universidade de Coimbra, que contou com a participação de
cerca de 30 alunos internacionais, na temática de cibersegurança
para automóveis”. A edição de 2024 decorrerá na Universidade
de Salerno, em Itália. „
 OPINIAO
DOSSIER PROMOCIONAL
JOHN MADDISON
CHIEF MARKETING OFFICER
AT FORTINET
BEM-VINDOS À ERA
DAS PLATAFORMAS
O
debate sobre plataformas está na moda. Contudo, este não
é um tema novo. Sempre existiu uma discussão transver-
sal a todos os setores sobre os melhores produtos versus
plataformas integradas. Ao implementar uma plataforma
de cibersegurança na sua organização, é crucial pensar
em “plataforma” como uma jornada.
A INDÚSTRIA DA CIBERSEGURANÇA ESTÁ PRONTA
PARA ENTRAR NA ERA DAS PLATAFORMAS?
O grande debate sobre plataformas deveria começar com outra
pergunta: Porque é que ainda existem produtos pontuais? A
resposta reside na natureza dinâmica da cibersegurança e da
infraestrutura. Devido à constante mudança dos vários tipos de
ameaças, a indústria vai necessitar sempre de criar defesas, o que
significa o desenvolvimento de novos produtos pontuais. E como
a infraestrutura continua a evoluir para responder às necessidades
de operações dinâmicas, vão ser criados, necessariamente, novos
produtos pontuais para fazer face a novos riscos e oportunidades.
Contudo, à medida que certos produtos pontuais se tornam
estáveis ou comoditizados ao longo do tempo, podem tornar-se
componentes de uma plataforma funcional. Faz todo o sentido
combinar numa única plataforma múltiplos componentes usados
comumente para simplificar operações e integrar funções crí-
ticas. Mas, para o fazer corretamente, é necessário existir uma
72
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
interoperabilidade profunda entre esses elementos. Isto resulta
noutro cenário muito pior e que os clientes começam a aperce-
ber-se: Na corrida para lançar uma plataforma no mercado, as
grandes empresas adquirem produtos pontuais de outros forne-
cedores. Em vez de dedicarem tempo para integrar totalmente
as funções e operações numa solução unificada, limitam-se a
colocar a sua marca e a acrescentar um rótulo de “plataforma”
ao pacote resultante.
Algumas empresas de maior dimensão, especialmente as
que têm requisitos regulamentares, estão agora a adotar uma
abordagem adicional ao conjunto de plataformas: plataformas
funcionais de fonte dupla e até produtos pontuais. Esta situação
é motivada pela necessidade de reduzir as despesas gerais e de
gestão através da conversão de plataformas, atenuando simul-
taneamente os riscos através da adoção de uma abordagem de
plataforma por camadas.
EMBARQUE NA SUA JORNADA
Todas as empresas gostariam de reduzir custos operacionais en-
quanto aumentam a eficácia da sua postura de segurança. Uma
abordagem de plataforma de cibersegurança pode alcançar esse
objetivo ao integrar produtos pontuais, reduzindo as despesas
gerais e permitindo a automatização nativa em vários produtos.
Algumas empresas optarão por implementar exclusivamente
plataformas funcionais, enquanto outras vão avançar para os
conjuntos de plataformas ou irão escolher a fonte dupla. O obje-
tivo é embarcar na jornada mais adequada às suas necessidades
e deixar de utilizar exclusivamente produtos pontuais.
No entanto, nem todas as plataformas são criadas da mesma
forma e nem todos os fornecedores que reivindicam a “plata-
forma” podem apoiá-lo. Muitas soluções de fornecedores, que
agora estão a ser rotuladas como plataformas, são na realidade
compostas por produtos muito distintos com diferentes sistemas
operativos, linguagens de programação, estruturas de dados,
APIs e consolas de gestão. Em vez de fornecerem um sistema
verdadeiramente integrado, são simplesmente soluções díspares
agrupadas numa plataforma superficial.
A Fortinet foi fundada há mais de duas décadas com base no
princípio da convergência de redes e de segurança. Atualmente, a
plataforma Security Fabric é composta pelo portfólio de produtos
mais integrado e mais aberto do setor, apoiado por um sistema
operativo (FortiOS), um agente unificado (FortiClient), uma
consola de gestão (FortiManager), um data lake (FortiAnalyzer),
APIs abertas e integração com mais de 500 produtos de terceiros,
incluindo os dos nossos concorrentes.
A melhor parte é que pode fazer tudo na plataforma Security
Fabric da Fortinet ou usar os seus elementos como uma base sólida
para começar a incorporar plataformas funcionais ou conjuntos
de plataformas na sua infraestrutura existente.
Quando falar com fornecedores sobre uma solução de plata-
forma, é vital olhar para a estrutura da mesma. Existe realmente
um sistema operativo único, uma consola de gestão, um motor
de análise único, um data lake e APIs uniformes que sustentam
a plataforma que está a considerar? Ou estará simplesmente a
transferir a complexidade da sua abordagem do produto pontual
existente para um formato diferente? Esta escolha poderá ter um
impacto significativo na segurança e operações gerais. „
 DEMOCRATIZAR
A TECNOLOGIA
RENAULT SCENIC E-TECH ICONIC DESDE €52 650
H
á vários detalhes para apreciar no Sce-
nic E-Tech, como o favo com relevo
que ocupa o lugar onde, tradicio-
nalmente, estaria a grelha frontal. As óticas
verticais (luzes diurnas) ajudam a ‘alargar’
o carro; as proteções plásticas inferiores re-
forçam o look SUV; a traseira está bem con-
seguida; os puxadores das portas embutidos
ajudam na aerodinâmica; e de perfil, o Scenic
parece maior do que é, chegando até a ter
alguma imponência. O design quando bem
executado, tem destas coisas: consegue criar
ilusões. Isto porque, na verdade, o Scenic é
relativamente baixo (1,57 m) e curto (4,47 m).
Mas por usar uma plataforma criada de raiz
para elétricos, o espaço no interior é amplo.
É verdade que temos dito isto várias vezes
relativamente a elétricos ‘de raiz’, mas pa-
rece-nos que a Renault tem razão quando diz
que o Scenic E-Tech tem a melhor relação
do segmento entre habitabilidade e espaço
exterior. Mesmo com o banco numa posição
adequada para um condutor com mais de 1,8
metros, há espaço nos bancos traseiros para
sentar passageiros com altura semelhante,
sem que sintam os joelhos a roçar nos bancos
da frente ou a cabeça a roçar no tejadilho.
A mala, com 545 litros, é maior que, por
exemplo, a mala de um Austral. Mas este
volume é conseguido, em larga medida, em
altura (e ainda há um alçapão inferior de 38
litros). Ou seja, como a mala é muito funda,
acesso não é o melhor quando queremos ar-
rumar ou retirar objetos pesados.
‘OVO DE COLOMBO’
O apoio para os braços do Scenic E-Tech tem
dois suportes com ranhuras para prender
smartphones e tablets. Como este suportes
são articulados, é possível ter um smartpho-
ne ou tablet virado para cada passageiro ou
um smartphone ou tablet no centro, visível
pelos dois passageiros. E até há duas portas
USB escondidas no apoio, bem como zonas
de arrumação para os gagets. É muito fácil
e prático, por exemplo, usar um tablet para
fazer uma sessão de Netflix.
Ainda mais inovador é o tejadilho em vidro
Solarbay. É um opcional caro (€1500), mas
adiciona uma funcionalidade que só vimos
74
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
As linhas do novo Scenic ajudam a
transmitir a ideia de sofisticação
em carros de luxo: vidro com opacidade re-
gulável. Não só podemos alterar a opacidade,
como há diferentes zonas de controlo. Isto
significa que é possível ter o tejadilho opaco
para os bancos de trás e transparente, ou
semitransparente, para os bancos da frente.
OK GOOGLE
O ecrã central de dimensões generosas dá
acesso ao sistema operativo Android Auto-
motive OS. Que é, como o nome indica, um
género de Android para automóveis. Conside-
ramos que este é melhor sistema de infoentre-
timento disponível. Além de ser fácil de usar,
dá acesso a uma grande loja de apps, funciona
de forma independente do smartphone e está
bem integrado com o carro. Que se traduz na
capacidade de controlar, com comandos de
voz através do Assistente Google, algumas
funcionalidades (a climatização e a opacida-
de do tejadilho, por exemplo) e na inclusão
dos postos de carregamento e das previsões
de consumos na navegação. Na prática, isto
significa que, em viagens longas, a navegação
recomenda, se necessário, onde devemos

O sistema operativo Google permite-nos usar um
grande número de apps, incluindo o Assistente
Google, de forma independente do smartphone
carregar de modo a otimizar o tempo total
de viagem. E, muito importante, esta fun-
cionalidade também permite fazer automa-
ticamente o pré-condicionamento da bateria
para otimizar a velocidade de carregamento.
Outra vantagem do SO utilizado é a sincro-
nização da ‘vida digital’ do utilizador. Basta
introduzirmos os dados da nossa conta Google
– o que não é obrigatório – para termos dados
sincronizados. Referimo-nos a informação
como a agenda e os contactos.
Mas se a Renault fez bem em mudar para o
sistema Google, parece-nos que faz mal em
manter alguns comandos típicos da marca,
com destaque para as quatro alavancas satélite
na coluna de direção. E mais de uma dezena
de botões no volante. Somos adeptos de co-
mandos físicos diretos para as funcionalidades
mais utilizadas, mas não é preciso exagerar!
AUTONOMIA E EFICIÊNCIA
A plataforma 100% elétrica, o baixo peso
– o Scenic é mais leve que os concorrentes
mais próximos – resultam numa eficiência
energética substancial. Na versão que condu-
4,2
EXPECTATIVA
renault.pt
CARACTERÍSTICAS
Potência e binário 160 kW, 300 Nm ○ Acel. 0-100
km/h: 7,9 s ○ Vel. máx. 170 km/h ○ Bateria: 92 kWh (87
kWh usáveis) ○ Autonomia WLTP 625 km ○ Potência de
carregamento: 7 kW em AC (22 kW opcional) e 150 kW
em DC ○ 1,864x1,571x4,447 m (LxAxC)
O rebatimento dos bancos em 40/20/40
permite manter dois lugares para passageiros
nos bancos traseiros e transportar objetos
zimos, equipada com o motor mais potente e
a bateria de maior capacidade, a autonomia
anunciada ultrapassa os 600 km. Conside-
rando a nossa experiência, apontamos para
um valor médio em redor dos 550 km para
circuito misto, 450 km em autoestrada e mais
de 700 km em cidade. Mais que concorrentes
com preços base superiores.
Aliás, a eficiência foi, claramente, uma op-
ção primordial para a Renault. Como se nota
na programação da resposta do motor. Não
é que 6,9 segundos dos 0 aos 100 km/h seja
pouco para um familiar, mas não impressiona
75
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
O Solarbay é um tejadilho em vidro com
opacidade variável em diferentes segmentos
O suporte para os braços é engenhoso e
permite fixar facilmente smartphones e tablets
considerando o mundo dos elétricos. Aliás,
este E-Tech não é particularmente entusias-
mante. A direção é direta, mas, por ser leve
(mesmo em Sport), acaba por exigir algum
hábito para ganharmos confiança. Por outro
lado, lida bem com lombas e revelou-se um
bom carro para fazer muitos quilómetros
seguidos. O que nos parece mais importante
para um familiar.
Naturalmente, num primeiro contacto
não foi possível testar a velocidade de car-
regamento, mas a Renault apresentou uma
curva de carregamento capaz de manter uma
potência média elevada. Os 40 minutos anun-
ciados para carregar de 10 a 80% (versão com
bateria de maior capacidade) resultam, pelas
nossas contas, numa velocidade média em
carregamento rápido acima dos 500 km/h.
Ou seja, apesar de a potência média e má-
xima (150 kW) não serem extraordinárias, a
eficiência já referida acaba por compensar.
PRIMEIRA OPINIÃO
O Scenic E-Tech é o mais recente exemplo da
revolução que está a acontecer na Renault.
Representa um salto, não uma evolução, re-
lativamente aos antecessores. No segmento
onde vai competir, acreditamos que se vai
tornar uma referência na tecnologia e na efi-
ciência energética. Não é indicado para quem
procura um nível de performance estilo Tesla,
mas a funcionalidade, o conforto, a funciona-
lidade e, repetimos, a tecnologia são trunfos
importantes. Conduzimos a versão Iconic,
com ‘tudo no máximo’, mas parece-nos que a
opção mais equilibrada será o E-Tech Techno
(€43.490), que já tem o sistema Google, muita
tecnologia e funcionalidade (incluindo o tal
apoio para braços engenhoso), com motor
de 170 cavalos e bateria com 60 kWh usáveis
(autonomia WLTP de 470 km). Sérgio Magno

CONSULTÓRIO
DE: JOÃO FRANCISCO
ANDROID AUTO
SEM FIOS
Sou um utilizador intensivo do Android
Auto ao ponto de se raríssimo conduzir sem
ligar o smartphone ao carro. Mas ao fim
de quase quatro anos de utilização, a porta
USB do meu Kia acabou por avariar. Ao
início, a ligação do cabo USB-C (telemóvel)
para USB-A (carro) só falhava algumas
vezes, mas foi ficando cada vez pior até
deixar de funcionar por completo. Notou-
se que foi desgaste dos pinos da ficha por
estar constantemente a ligar e desligar
o cabo. Felizmente, a marca considerou
que se tratava de uma avaria coberta pela
garantia e trocaram o módulo com a porta
USB sem custos. Tive sorte, mas aprendi
e gostaria de evitar avarias futuras, até
porque a garantia vai terminar e planeio
ter o carro ainda durante vários anos. Já
vi que existem adaptadores para usar o
Android Auto em modo wireless. Como o
meu carro até tem carregamento sem fios
para o smartphone, deixaria de ter de usar
cabos, o que seria prático. Estou inclinado
para o adaptador EKIY, que encontrei na
Amazon por cerca de €36. Sabem se estes
adaptadores funcionam bem?
Não testámos o adaptador que refere,
pelo que não podemos garantir se é
fiável e compatível com o seu carro e
smartphone. Mas já experimentámos
um outro adaptador com características
técnicas semelhantes, o Android Auto
Wireless Dongle, vendido pela Anytrox,
que funcionou muito bem. De qualquer
modo, tratando-se de um produto que
vai adquirir pela Amazon, é de esperar
que possa devolver o adaptador caso não
funcione corretamente.
Mas se a sua principal preocupação
prende-se com o desgaste da porta USB
do carro, deve considerar uma solução
muito mais simples e económica:
mantenha um cabo USB sempre ligado
ao carro. Deste modo não vai precisar
de estar constantemente a ligar/desligar
o cabo, evitando, assim, o desgaste da
porta USB do automóvel – de facto,
as portas USB-A tendem a ser menos
fiáveis a longo prazo do que as novas
ligações USB-C. Mesmo um bom cabo,
que recomendamos, custa menos de
€5. Outra alternativa será comprar um
pequeno adaptador USB-A para USB-C,
criando, efetivamente, uma nova porta
USB-C. Se avariar, basta trocar.
Percebemos perfeitamente a ideia de
simplificação associada a um sistema
totalmente wireless, tanto para o
carregamento, como para a comunicação
para o Android Auto. Uma vantagem
real, sem dúvida. Mas devemos chamar a
atenção para o facto de o carregamento sem
fios nunca ser tão eficiente na transmissão
de energia quanto o carregamento usando
cabo. Isto é ainda mais evidente num
carro onde, devido aos movimentos,
dificilmente o smartphone mantém-se
na posição ideal. A eficiência será ainda
menor se o smartphone usar uma capa
protetora – algumas capas até impedem por
completo o carregamento wireless. Outra
desvantagem deste tipo de carregamento é
o maior aquecimento do smartphone, que
pode acelerar a degradação da capacidade
útil da bateria. Felizmente, alguns
carros já incluem ventilação na base do
carregamento sem fios, mas esta é, ainda,
uma exceção à regra.
Em resumo, é provável que o adaptador
que menciona permita usar o Android Auto
em modo sem fios, o que é mais prático do
que usar o cabo. Mas ainda há vantagens
em usar a ligação mais tradicional.
DE: ANABELA M. C.
22 KW: VALE A PENA?
Graças à vossa ajuda, decidi-me pela
compra de um Renault Megane E-Tech.
Optei pela versão Techno porque é a
mais acessível da gama entre as versões
com sistema Google e bateria de grande
capacidade. Estava inclinada para a
versão CA7, mas recomendaram-me dar
mais €1000 para ganhar o carregador
interno de 22 kW. Já fiz todas as contas
e mais algumas e sei que só preciso de
carregar a 2 ou 3 kW em casa porque
raramente farei mais de 100 km por dia.
E como já explicaram a outros leitores,
para aquelas situações especiais, posso
76
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
POR: SÉRGIO MAGNO
ENVIE AS SUAS
DÚVIDAS PARA
consultorio@exameinformatica.pt
Envie o e-mail com «Consultório»
no Assunto. Descreva
pormenorizadamente a dúvida
e a configuração do hardware
sempre recorrer a postos rápidos e tenho
vários na minha zona. Acham que a
opção 22 kW vale os €1000?
Começamos por explicar, para quem não
está ‘por dentro’ destas coisas, que está a
referir-se ao carregador interno, que lida
com corrente alternada (AC). Isto porque
muitas vezes confunde-se os dois tipos de
carregamento: corrente contínua (DC), em
que o carregador comunica diretamente
com a bateria do carro, o sistema usado
pelos carregadores rápidos e ultrarrápidos;
e corrente alternada (AC), em que é o
carregador interno do carro que faz a
transformação da energia para DC para
enviar para a bateria. Este último sistema
é usado pelos carregamentos lentos, como
acontece quando se usa uma tomada
standard, uma wallbox ou postos públicos
AC, normalmente limitados a 22 kW.
Para o seu perfil, a opção 22 kW não traz
qualquer vantagem para carregar em
casa. Na verdade, serão poucas as casas
com uma instalação elétrica capaz de
alimentar um carregador de 22 kW – exige
uma instalação trifásica com 32 amperes
por fase. Regra geral, em casa é bem
mais realista contar com uma instalação
monofásica, com um máximo de 16
amperes ( até 3,7 kW) ou, já com instalação
dedicada, 32 amperes (até 7,4 kW). Por
outro lado, a rede pública disponibiliza um
grande número de Postos de Carregamento
Normal (PCN) de 11 e 22 kW. Postos que
podem ser úteis quando quiser aproveitar
momentos como compras, intervalos para
refeições ou visitas a vilas e cidades para
carregar durante uma ou duas horas. Há,
ainda, que considerar o valor comercial do
veículo – o suporte para 22 kW pode ser
uma mais-valia importante quando decidir
vender o carro no mercado de usados.
Em suma, não é uma decisão fácil. Se os
€1000 extras não lhe causarem grande
‘estrago’, será preferível ir para a versão
com carregador de 22 kW. Por outro lado,
considerando que vai carregar em casa
diariamente, a autonomia do carro e o
crescimento da rede de postos rápidos
e ultrarrápidos, arriscamos a dizer que
pode viver muito bem com o carregador
interno de 7 kW.
 COM O APOIO

FANTASIAS
FINAL FANTASY VII REBIRTH €79,99

EM GRUPO
O RPG de grupo regressa com um sistema de combate rico
em opções e traz consigo um mundo aberto vasto e um
enredo com algumas novidades em relação ao título original

77
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
L
ançado originalmente para PlayStation em 1997,
Final Fantasy VII foi agora reimaginado pelos seus
criadores originais para ser alvo de um projeto
de remake que consta de três jogos independentes. O
que significa que, além das óbvias melhorias gráficas,
há aspetos narrativos que irão surpreender mesmo os
veteranos, já que a história não reflete diretamente o
enredo original. E não se assuste se nunca teve contacto
com o universo Final Fantasy, pois cada título desta saga
tem uma história independente, pelo que pode entrar
neste Rebirth como novato sem problemas, não precisa
sequer de ter jogado o recente FF VII Remake. Aliás, não
é possível fazer transferência de níveis e habilidades das
personagens de Remake para Rebirth, embora os jogadores
com dados guardados recebam alguns bónus especiais,
como materiais de invocação exclusivos.
Foi, de certa forma, o que fizemos ao entregar esta
análise a um jogador que anteriormente apenas tinha tido
experiências fortuitas com dois títulos de Final Fantasy. Ou
seja, quisemos propositadamente verificar a capacidade de
Rebirth atrair alguém que não fosse já um fã da franquia.
Em termos narrativos, temos a possibilidade de ver
um vídeo de resumo da ação decorrida em Remake para
nos sentirmos mais contextualizados. Assim, percebe-
mos como o protagonista Cloud se juntou à resistência
clandestina Avalanche para derrubar a opressiva Shinra
Electric Power Company, que recolhe e processa a energia
do planeta através dos reatores Mako. Rebirth arranca
então com o grupo de heróis – Barret, Tifa, Aerith e Red
XIII juntam-se a Cloud – a abandonar a cidade de Midgar
e a explorar o planeta à procura do vilão Sephiroth.
Os gráficos estão bem conseguidos, embora já tenhamos
visto melhor na PS5, especialmente a nível de texturas
do meio ambiente ou, por exemplo, do fogo. E também
gostávamos de ver mais trabalho na localização, pois só
há português do Brasil no texto e legendas. Nas vozes nem
isso. De resto, este é um RPG que exala uma aura nipónica
por todos os poros. Da estética – o difícil é encontrar um
homem com um cabelo normal – ao enredo, passando
pelas reviravoltas e reações das personagens, tudo tem
aquele ar tipicamente japonês que nos habituámos a
encontrar em séries como Dragon Ball ou Oliver & Benji,
por exemplo. O que pode ser cativante para umas pessoas
e desanimador para outras.
O nosso ponto preferido acabou por ser, claramente, o
ALTOS E BAIXOS
combate. Pela diversidade de opções, acima de tudo. Se
no início começamos apenas com Cloud, depois passamos +
para as tradicionais lutas de Final Fantasy em equipa, onde Com tantas opções
podemos ir alternando de jogadores e até dar ordens aos diferentes à disposição,
outros membros. A isto junta-se a vertente mágica, em não há como não gostar
que, além de golpes de espada e similares, é possível lançar destas lutas
feitiços. E também executar golpes em equipa, fruto das
habilidades de sinergia. E neste Rebirth tanto podemos op- A introdução dos
Whispers, os
tar pelo estilo de combate ativo, em que controlamos todas denominados árbitros
as ações das lutas, como pelo estilo clássico, em que as do destino, são uma
ações de ataque e defesa são executadas automaticamente novidade interessante
e cabe-nos gerir os ataques especiais. Experimentámos os
dois e gostámos de ambos. Até porque os combates com
os bosses podem ser extensos – há cutscenes pelo meio Os japoneses e os
–, pelo que esta granularidade no controlo é bem-vinda. cabelos dos homens…
Alguém chame a Lúcia
E também é possível ajustar o nível de dificuldade, algo
Piloto!
que nem sempre aconteceu nos títulos de Final Fantasy.
Há muito para explorar neste vasto mundo e é aqui
Estas cutscenes são
que entram os Chocobos, os icónicos animais de penas tão longas que parecem
da franquia (desbloqueáveis em missões secundárias), um episódio de anime
que facilitam a escalada ou o planar pelos céus. A ban-
da sonora tem um tom de epopeia que apreciámos e
nota-se a rentabilização dos gatilhos adaptativos do
comando DualSense, o que ajuda a aumentar a sensação
de imersão no jogo (numa cena em que Cloud está ferido
a rastejar, por exemplo). Demos conta ainda de uns
pequenos bugs por corrigir, como os veados que saltam NOTA FINAL
4,4
de forma rígida como se fossem bonecos de plástico
ou as personagens que aparecem magicamente num
sítio sem terem de saltar, mas são pequenos detalhes
num jogo globalmente divertido e com uma miríade de
PS5
opções que vale a pena explorar. Tanto para veteranos
como para ‘noobs’. Paulo Belchior de Matos
78
MAIO 2024 EXAME INFORMÁTICA
PRINCESS PEACH: SHOWTIME! €59,99

UMA PEACH enfrentarem Grape na derradeira batalha e livrarem o

teatro da maldição. Cada ato do jogo é uma celebração

INFANTIL E TEATRAL
visual, com cenários e figurinos temáticos que variam de
vaqueira a ninja, proporcionando uma experiência estética ALTOS E BAIXOS
singular. Todavia, apesar da riqueza visual e das batalhas
+
criativas, Princess Peach: Showtime! não vai satisfazer quem

N
a mais recente incursão da famosa Peach pelo uni- procura um verdadeiro desafio. O jogo peca por uma certa Gráficos coloridos

verso dos videojogos, Princess Peach: Showtime!
apresenta-se como uma lufada de ar fresco para
os entusiastas de experiências visuais ricas e gameplay
acessível. Para quem gosta de mudanças de roupa, teatro
e ‘fabulosidade’ no geral, Princess Peach:Showtime! é um
jogo promissor.
A protagonista, Peach, emerge finalmente das sombras
de Mario para assumir o centro do palco, numa aventura
que combina moda, teatro e uma pitada de 'fabulosidade'.
Ao lado de Stella, a estrela voadora, Peach embarca numa
missão para resgatar o Teatro Sparkle das garras da vilã
Grape, numa narrativa que se desenrola com o mesmo
encanto de uma peça bem encenada.
Para salvar o Teatro Sparkle, Peach e Stella entram em
todas as peças de teatro como protagonistas – depois,
repetitividade e falhas ocasionais de performance, e a
Grande variedade
jogabilidade atinge o seu ápice num minijogo de decora-
entre níveis
ção de bolos que, embora charmoso, é pouco desafiador.
TEATRO INFANTIL
Pouco desafiante
Resumidamente, não há muito que o jogador possa fazer
sem ser assistir. O que não é, necessariamente, negativo:
Longevidade
ao ser simples de jogar e divertido de ver, Princess Pea- reduzida
ch:Showtime! atrai um público mais jovem. É cativante,
colorido e, sem dúvida, inovador em relação ao usual
Super Mario. Agora, ao que interessa: Vale a pena comprar
Princess Peach:Showtime!? Bem, é certo que pode ser
uma ótima maneira de entreter os mais pequenos. Dito
isto, não nos parece que os maiores ficarão encantados. E
mesmo se, por magia, este jogo ‘cair no goto’ de alguém NOTA FINAL

claro, de uma mudança de roupa muito necessária – e, ao
atuar de acordo com o enredo original, restauram-nas e
derrotam os invasores do teatro e compinchas de Grape,
grupo nomeado de Sour Bunch (Grupeta Amarga). À
medida que concluem as atuações, Peach e Stella vão
obtendo acesso aos vários andares do teatro Sparkle até
3,6
cuja idade mental é superior aos 7-8 anos, não será por
muito tempo, visto que há apenas cerca de 6 horas de
jogo. Os visuais apelativos, a mecânica de combate e,
sobretudo, a atenção à moda fazem de Princess Peach:
Nintendo Switch
Showtime! um jogo sólido. No entanto, achamos que
Peach merecia mais. Sérgio Magno

Jogue como um profissional

Jogue como um profissional e dê vida aos seus sentidos.

As televisões ULED Mini-LED da gama U7 incluem tecnologias que melhoram

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UMA ESPÉCIE DE GUERRA DOS TRONOS
Temos uma sucessão polémica ao trono, temos dragões,
temos magia, criaturas maléficas… e muito para andar
E
stamos nós descansadinhos da vida a acartar ca-
lhaus, quando um dragão gigante decide parar
ali perto da nossa mina para ‘almoçar’, se é que
nos fazemos entender. Segue-se uma batalha desespe-
rada pela sobrevivência. Caímos em combate e o dragão
decide roubar e comer o nosso coração. O que parecia
uma esperança média de vida muito curta para a nossa
personagem é, na realidade, o começo de uma jornada
de exploração. É que apesar de termos ficado sem co-
ração, misteriosamente, sobrevivemos. E isso faz com
que passemos de um simples trabalhador para sermos
o ‘escolhido’. As pessoas chamam-nos de “Arisen”, o
ressurgido em tradução livre.
A trama do jogo passa por reclamarmos o nosso lugar
como dono legítimo do trono do reino (e do nosso coração,
já agora), mas não é isso que torna Dragon’s Dogma II
num jogo de ação e exploração (RPG) distinto, é a forma
como vamos cumprindo cada etapa nesta nossa jornada.
UM AJUDANTE VEM MESMO A CALHAR
Nesta aventura de fantasia medieval não caminhamos
sozinhos. Temos mais três personagens que nos acompa-
nham ao longo do percurso. Um deles é um Pawn, ou um
pajem. É uma tipologia de personagem que está ali para
nos defender e servir. A parte desafiante é que podemos
ir trocando de pajem ao longo do jogo, escolhendo entre
muitas opções que têm diferentes habilidades e perso-
nalidades(através de um mundo paralelo chamado Rift).
Ou seja, podemos ajustar a nossa equipa em função das
necessidades específicas de cada missão. E o mesmo é
válido para os outros dois companheiros de aventura. Há
pessoas que se oferecem, literalmente, para vir connosco.
Outras, por serem mais valiosas, já temos que pagar. O
ALTOS E BAIXOS
nosso conselho é que monte uma equipa equilibrada,
capaz de executar ataques à distância, desferir golpes +
corpo a corpo e também domine algumas artes mágicas. Tantas personagens
Gostamos muito da vastidão do mapa, que nos faz sentir e tantas habilidades.
Aborrecido este jogo
que estamos numa verdadeira jornada de descoberta e não é
que rapidamente altera-se. Por exemplo, às vezes somos
abordados por estranhos que nos pedem favores, que se Flechas, chamas,
tornam em missões secundárias. Noutras vezes somos espadas… Estes
atacados de surpresa por ogres gigantes ou pequenos combates são duros
grupos de esqueletos. Em Dragon’s Dogma II temos de de roer
estar sempre preparados para o imprevisto.
O sistema de luta é dinâmico e impiedoso. Sobretudo
quando encontramos inimigos de grande porte, basta Alguém que arranje
maneira de controlar
sofrermos dois ou três golpes para ficarmos ‘k.o.’. Temos
a câmara de jogo
de saber gerir o ataque e a defesa para não ficarmos em
sarilhos. E se há pequenos inimigos que conseguimos
Tantas missões
dominar com facilidade, há monstros gigantes que temos secundárias… Para
de suar, literalmente, para conseguirmos derrotar. Um onde é que devo ir
dos elementos que mais gostamos é dos pequenos por- mesmo?
menores que dão mais realismo à ação, como penas a cair
quando atacamos uma harpia em pleno ar, darmos um
‘mais cinco’ ao nosso pajem quando somos bem sucedidos
num combate ou ver um troll cheio de lacerações depois
vários minutos de combate.
Se é verdade que o jogo está muito estruturado em
termos de missão principal, sempre que exploramos mais
NOTA FINAL
do que aquilo que nos é pedido, é quando percebemos
4
que este é um mundo de jogo vivo e muito mais rico do
que à primeira vista aparenta.
Apesar de não ser um jogo altamente original, so-
bretudo na história, tem os elementos certos e diferen- GeForce Now, PC, PS5,
Xbox Series X|S (testado)
ciadores para que os fãs de RPG se sintam tentados a
assumir o papel do Arisen. Rui da Rocha Ferreira
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QUALQUER SEMELHANÇA COM A REALIDADE É PURA COINCIDÊNCIA
ERRO DE SISTEMA

IL CONTRA OS ECLIPSES SOLARES

João Pilim, cabeça de lista da Iniciativa Liberal às europeias, considera "nefastos"
os efeitos de um dos mais belos fenómenos naturais que existem. "Sem luz solar,
a produção de energia dos painéis solares cai a pico. É inadmissível. Não percebo
qual a meritocracia dos eclipses para terem tanta gente parada sem trabalhar a olhar
para o céu". O partido quer ainda limitar o acesso dos contribuintes a Bragança,
em 2026, o local onde será visível o próximo eclipse solar total em Portugal.

DISQUETES INDISPENSÁVEIS
SPOTIFY APLAUDE NOVAS TABELAS DE IRS São Francisco é o berço de Silicon Valley,
O novo Governo recebeu um importante e inesperado apoio à afinal-não-tão- o grande símbolo da inovação americana.
-fixe descida do IRS que tinha prometido. "Para nós, é um verdadeiro choque Mas o metro de superfície ainda depende de
disquetes de 5¼ polegadas para funcionar.
fiscal. Aqueles quatro euritos que as pessoas vão ganhar a mais no final do mês é E assim será até 2030. "O sistema funciona
quanto precisam para subscrever o Spotify nas mil campanhas promocionais que perfeitamente", disse um porta-voz.
fazemos todos os anos", defendeu Magnus Dickus, diretor fiscal da gigante sueca bit.ly/49RfM7o
do streaming.

HISTÓRIA DE ELON E O CARRO AUTÓNOMO

A editora de e-books Tablet Consentido anunciou o lançamento de um novo livro
digital infantil. Elon e o Carro Autónomo relata a história de um empreendedor
que prometeu, desde 2015, carros autónomos para toda a gente. O que, numa
primeira fase, o tornou muito popular entre os investidores. Segundo represen-
tante da editora “esta é uma história educativa, que ensina as crianças, futuras
empreendedoras, como anúncios falsos poderão ajudá-los a atingir o estatuto de
bilionários, mas que devem vender as ações enquanto ainda têm credibilidade”.

UM F1 FEITO NO EXCEL
TIRO AO LADO James Vowles ficou chocado quando
percebeu como a Williams geria o inventário
das peças do carro de Fórmula 1 da equipa
– as mais de 20 mil peças eram geridas a
partir de folhas do Excel. "Impossível de
navegar e atualizar", confessou.
bit.ly/3UuJZVn

IBM 'EAGLE' DERROTADO

IMPRESSORAS PROCURAM-SE Um investigador conseguiu, num teste
específico, resultados de computação
superiores aos do computador quântico
A HP reuniu a imprensa especializada portuguesa para apresentar novos computadores com IBM Eagle (com 128 qubits) usando um...
funcionalidades de IA e uma nova tecnologia de impressão chamada TerraJet. Os portáteis estavam lá Commodore 64. Além de mais rápido, foi
também mais eficiente do ponto de vista
para ver, as impressoras não. Por engano, tinham sido enviadas pela transportadora para Barcelona. energético.
Quando assim for, é seguir o mantra: se Maomet não vai à montanha... Fica a dica. bit.ly/3U7WFjD

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