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N.

o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3297

MINISTÉRIO DO AMBIENTE E DO ORDENAMENTO Assim, no uso da autorização legislativa concedida


DO TERRITÓRIO pelo artigo 1.o da Lei n.o 30-A/2000, de 20 de Dezembro,
e nos termos da alínea b) do n.o 1 do artigo 198.o da
Constituição, o Governo decreta o seguinte:
Decreto-Lei n.o 177/2001
de 4 de Junho Artigo 1.o
O Decreto-Lei n.o 555/99, de 16 de Dezembro, intro- Os artigos 2.o, 3.o, 4.o, 6.o, 7.o, 9.o, 10.o, 11.o, 12.o,
duziu uma alteração substancial no regime jurídico do 13.o, 16.o, 17.o, 19.o, 20.o, 21.o, 22.o, 23.o, 24.o, 27.o, 29.o,
licenciamento municipal das operações de loteamento, 30.o, 31.o, 33.o, 38.o, 39.o, 41.o, 42.o, 44.o, 45.o, 48.o, 51.o,
das obras de urbanização e das obras particulares, reu- 57.o, 58.o, 62.o, 64.o, 65.o, 68.o, 76.o, 77.o, 78.o, 81.o, 84.o,
nindo num só diploma o regime jurídico destas ope- 85.o, 86.o, 90.o, 91.o, 97.o, 98.o, 99.o, 100.o, 102.o, 106.o,
rações urbanísticas. 109.o, 110.o, 119.o, 120.o, 123.o, 126.o, 128.o e 129.o do
Atentas as circunstâncias que motivaram a suspensão Decreto-Lei n.o 555/99, de 16 de Dezembro, passam
da eficácia daquele diploma, por força da Lei a ter a seguinte redacção:
n.o 13/2000, de 20 de Julho, e beneficiando da reflexão
que o novo regime entretanto suscitou, considera-se «Artigo 2.o
aconselhável proceder a algumas alterações pontuais no
[. . .]
Decreto-Lei n.o 555/99, de 16 de Dezembro, sem con-
tudo afectar a estrutura e as opções de fundo que carac- ..............................................
terizam aquele diploma, cujas virtualidades se rea-
firmam. a) . ........................................
Para além da reprodução de algumas disposições b) . ........................................
agora ao abrigo de nova autorização legislativa, e da c) . ........................................
introdução de alguns ajustamentos de redacção, d) . ........................................
incluindo a correcção de certas imprecisões formais, e) . ........................................
designadamente em matéria de remissões, consagram-se f) . ........................................
algumas alterações que merecem especial referência. g) . ........................................
Em primeiro lugar, sem pôr em causa o regime pro- h) . ........................................
cedimental simplificado de autorização administrativa, i) . ........................................
considera-se necessário garantir que o mesmo tenha lugar j) Operações urbanísticas: as operações materiais
ao abrigo de instrumentos de gestão territorial cujo con- de urbanização, de edificação ou de utilização
teúdo apresente suficiente grau de concretização e nos do solo e das edificações nele implantadas para
casos em que é efectivamente possível dispensar a inter- fins não exclusivamente agrícolas, pecuários, flo-
venção de entidades exteriores ao município. Por outro restais, mineiros ou de abastecimento público
lado, a propósito das causas de indeferimento do pedido de água;
de autorização, estabelece-se que o projecto de arqui- l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
tectura, não sendo objecto de decisão autónoma, é apre-
ciado em simultâneo com os projectos das especialidades Artigo 3.o
em sede de decisão final.
[. . .]
Em segundo lugar, clarificam-se as condições em que
é possível a dispensa de prévia discussão pública das 1 — No exercício do seu poder regulamentar próprio,
operações de loteamento e permite-se a fixação de prazo os municípios aprovam regulamentos municipais de
para a mesma inferior ao que vigora no procedimento urbanização e ou de edificação, bem como regulamentos
relativo aos instrumentos de gestão territorial. relativos ao lançamento e liquidação das taxas que, nos
Em terceiro lugar, introduzem-se aperfeiçoamentos termos da lei, sejam devidas pela realização de ope-
diversos no regime respeitante ao indeferimento do rações urbanísticas.
pedido de licenciamento e de autorização, bem como 2—..........................................
no atinente ao desvalor dos actos administrativos con- 3—..........................................
trários à lei. 4—..........................................
Em quarto lugar, estabelece-se, também, a obrigação
de o alvará de licença ou autorização de operação de
Artigo 4.o
loteamento especificar os fogos destinados a habitação
a custos controlados, quando previstos, designadamente [. . .]
em execução de instrumento de gestão territorial.
1—..........................................
Finalmente, destaca-se o facto de se classificar como
2 — Estão sujeitas a licença administrativa:
crime, de falsificação de documentos as falsas decla-
rações ou informações prestadas no termo de respon- a) As operações de loteamento em área não abran-
sabilidade pelos técnicos que substituam os directores gida por plano de pormenor ou abrangida por
técnicos da obra, os quais já se encontram sujeitos a plano de pormenor que não contenha as men-
idêntica responsabilidade criminal. ções constantes das alíneas a), c), d), e) e f)
Republica-se em anexo o Decreto-Lei n.o 555/99, de do n.o 1 do artigo 91.o do Decreto-Lei n.o 380/99,
16 de Dezembro, com as correcções e alterações agora de 22 de Setembro;
introduzidas. b) As obras de urbanização e os trabalhos de remo-
Foi ouvida a Associação Nacional de Municípios Por- delação de terrenos em área não abrangida por
tugueses e os órgãos de Governo próprio das Regiões operação de loteamento, bem como a criação
Autónomas. ou remodelação de infra-estruturas que, não
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obstante se inserirem em área abrangida por 3 — As operações de loteamento e as obras de urba-


operação de loteamento, estejam sujeitas a legis- nização promovidas pelas autarquias locais e suas associa-
lação específica que exija a intervenção de enti- ções em área não abrangida por plano director municipal
dades exteriores ao município no procedimento devem ser previamente autorizadas pela assembleia
de aprovação dos respectivos projectos de municipal, depois de submetidas a parecer prévio vin-
especialidades; culativo da direcção regional do ambiente e do orde-
c) As obras de construção, de ampliação ou de namento do território, que deve pronunciar-se no prazo
alteração em área não abrangida por operação de 20 dias a contar da recepção do respectivo pedido.
de loteamento nem por plano de pormenor que 4 — As operações de loteamento e as obras de urba-
contenha as menções referidas na alínea a), sem nização promovidas pelo Estado devem ser previamente
prejuízo do disposto na alínea b) do n.o 1 do autorizadas pelo ministro da tutela e pelo Ministro do
artigo 6.o; Ambiente e do Ordenamento do Território, depois de
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ouvida a câmara municipal e a direcção regional do
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ambiente e do ordenamento do território, que devem
pronunciar-se no prazo de 20 dias após a recepção do
3 — Estão sujeitas a autorização administrativa: respectivo pedido.
a) As operações de loteamento em área abrangida 5 — As operações de loteamento e as obras de urba-
por plano de pormenor que contenha as men- nização promovidas pelas autarquias locais e suas asso-
ções referidas na parte final da alínea a) do ciações ou pelo Estado, em área não abrangida por plano
número anterior; de urbanização ou plano de pormenor, são submetidas
b) As obras de urbanização e os trabalhos de remo- a discussão pública, nos termos estabelecidos no
delação de terrenos em área abrangida por ope- artigo 77.o do Decreto-Lei n.o 380/99, de 22 de Setembro,
ração de loteamento e que não respeitem à cria- com as necessárias adaptações, excepto no que se refere
ção ou remodelação de infra-estruturas sujeitas aos períodos de anúncio e duração da discussão pública
à legislação específica referida na parte final que são, respectivamente, de 8 e de 15 dias.
da alínea b) do número anterior; 6—..........................................
c) As obras de construção, de ampliação ou de 7—..........................................
alteração em área abrangida por operação de
loteamento ou por plano de pormenor que con- Artigo 9.o
tenha as menções referidas na parte final da [. . .]
alínea a) do número anterior, sem prejuízo do
disposto na alínea b) do n.o 1 do artigo 6.o; 1—..........................................
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2—..........................................
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3—..........................................
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 — O pedido é acompanhado dos elementos instru-
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . tórios previstos em portaria aprovada pelos Ministros
do Equipamento Social e do Ambiente e do Ordena-
Artigo 6.o mento do Território, para além dos documentos espe-
cialmente referidos no presente diploma.
[. . .] 5—..........................................
1—.......................................... 6—..........................................
7—..........................................
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8—..........................................
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9—..........................................
c) Os destaques referidos nos n.os 4 e 5.
Artigo 10.o
2—..........................................
3—.......................................... [. . .]
4 — Os actos que tenham por efeito o destaque de 1—..........................................
uma única parcela de prédio com descrição predial que 2—..........................................
se situe em perímetro urbano estão isentos de licença
3—..........................................
ou autorização, desde que cumpram, cumulativamente,
4—..........................................
as seguintes condições:
5 — Nas situações previstas no artigo 60.o os técnicos
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . autores dos projectos devem declarar quais as normas
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . técnicas ou regulamentares em vigor que não foram
observadas na elaboração dos mesmos, fundamentando
5— .......................................... as razões da sua não observância.
6— ..........................................
7— .......................................... Artigo 11.o
8— ..........................................
9— .......................................... [. . .]

1— ..........................................
Artigo 7.o 2— ..........................................
[. . .]
3— ..........................................
4— ..........................................
1—.......................................... 5— ..........................................
2—.......................................... 6— ..........................................
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7 — Salvo no que respeita às consultas a que se refere 3 — Quando a informação prévia favorável respeite
o artigo 19.o, se a decisão final depender da decisão a pedido formulado nos termos do n.o 2 do artigo 14.o
de uma questão que seja da competência de outro órgão e tenha carácter vinculativo nos termos do n.o 1 do pre-
administrativo ou dos tribunais, deve o presidente da sente artigo, é reduzido para metade o prazo para deci-
câmara municipal suspender o procedimento até que são sobre o pedido de licenciamento ou autorização.
o órgão ou o tribunal competente se pronunciem, noti- 4—..........................................
ficando o requerente desse acto, sem prejuízo do dis-
posto no n.o 2 do artigo 31.o do Código do Procedimento
Administrativo. Artigo 19.o
8—.......................................... [. . .]
9—..........................................
1—..........................................
2—..........................................
Artigo 12.o 3—..........................................
[. . .] 4—..........................................
5—..........................................
O pedido de licenciamento ou autorização de ope- 6—..........................................
ração urbanística deve ser publicitado pelo requerente 7—..........................................
sob forma de aviso, segundo modelo aprovado por por- 8—..........................................
taria do Ministro do Ambiente e do Ordenamento do 9 — Considera-se haver concordância daquelas enti-
Território, a colocar no local de execução daquela de dades com a pretensão formulada se os respectivos pare-
forma visível da via pública, no prazo de 15 dias a contar ceres, autorizações ou aprovações não forem recebidos
da apresentação do requerimento inicial. dentro do prazo fixado no número anterior, sem prejuízo
do disposto em legislação específica.
Artigo 13.o 10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[. . .] 11 — Os pareceres das entidades exteriores ao muni-
cípio só têm carácter vinculativo quando tal resulte da
Nas áreas a abranger por novas regras urbanísticas lei, desde que se fundamentem em condicionalismos
constantes de plano municipal ou especial de ordena- legais ou regulamentares e sejam recebidos dentro do
mento do território ou sua revisão, os procedimentos prazo fixado no n.o 8, sem prejuízo do disposto em legis-
de informação prévia, de licenciamento ou de autori- lação específica.
zação ficam suspensos a partir da data fixada para o 12 — O presidente da câmara municipal pode delegar
início do período de discussão pública e até à data da nos vereadores ou nos dirigentes dos serviços municipais
entrada em vigor daquele instrumento, aplicando-se o as competências previstas nos n.os 1 e 4.
disposto no artigo 117.o do regime jurídico dos instru-
mentos de gestão territorial.
Artigo 20.o
Artigo 16.o [. . .]

[. . .] 1—..........................................
2—..........................................
1 — A câmara municipal delibera sobre o pedido de 3—..........................................
informação prévia no prazo de 20 dias ou, no caso pre- 4—..........................................
visto no n.o 2 do artigo 14.o, no prazo de 30 dias contados 5—..........................................
a partir: 6 — A falta de apresentação dos projectos das espe-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . cialidades no prazo estabelecido no n.o 4, ou naquele
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . que resultar da prorrogação concedida nos termos do
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . n.o 5, implica a caducidade do acto que aprovou o pro-
jecto de arquitectura e o arquivamento oficioso do pro-
2 — Os pareceres, autorizações ou aprovações emi- cesso de licenciamento.
tidos pelas entidades exteriores ao município são obri- 7—..........................................
gatoriamente notificados ao requerente juntamente com 8—..........................................
a informação prévia aprovada pela câmara municipal,
dela fazendo parte integrante. Artigo 21.o
3—..........................................
4—.......................................... Apreciação dos projectos de loteamento, obras
de urbanização e trabalhos de remodelação de terrenos

Artigo 17.o A apreciação dos projectos de loteamento, de obras


de urbanização e dos trabalhos de remodelação de ter-
[. . .]
renos pela câmara municipal incide sobre a sua con-
1—.......................................... formidade com planos municipais de ordenamento do
2 — Nos casos abrangidos pelo número anterior, é território, planos especiais de ordenamento do territó-
dispensada no procedimento de licenciamento a con- rio, medidas preventivas, área de desenvolvimento
sulta às entidades exteriores ao município em matéria urbano prioritário, área de construção prioritária, ser-
sobre a qual se tenham pronunciado no âmbito do vidões administrativas, restrições de utilidade pública
pedido de informação prévia, desde que esta tenha sido e quaisquer outras normas legais ou regulamentares apli-
favorável e o pedido de licenciamento com ela se cáveis, bem como sobre o uso e a integração urbana
conforme. e paisagística.
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Artigo 22.o 4 — (Anterior n.o 3.)


[. . .] 5 — O pedido de licenciamento das obras referidas
nas alíneas c) e d) do n.o 2 do artigo 4.o deve ser inde-
1 — A aprovação pela câmara municipal do pedido ferido na ausência de arruamentos ou de infra-estruturas
de licenciamento de operação de loteamento é prece- de abastecimento de água e saneamento.
dida de um período de discussão pública a efectuar nos 6 — (Anterior n.o 5.)
termos do disposto no artigo 77.o do Decreto-Lei
n.o 380/99, de 22 de Setembro, sem prejuízo do disposto
nos números seguintes. Artigo 27.o
2 — Mediante regulamento municipal podem ser dis- [. . .]
pensadas de discussão pública as operações de lotea-
mento que não excedam nenhum dos seguintes limites: 1—..........................................
2 — A alteração da licença da operação de lotea-
a) 4 ha;
b) 100 fogos; mento é precedida de discussão pública, a efectuar nos
c) 10 % da população do aglomerado urbano em termos estabelecidos no n.o 3 do artigo 22.o, com as
que se insere a pretensão. necessárias adaptações, salvo se houver consentimento
escrito dos proprietários de todos os lotes constantes
3 — A discussão pública é anunciada com uma ante- do alvará, sem prejuízo do disposto no artigo 48.o
cedência mínima de 8 dias a contar da data da recepção 3 — A alteração da licença de operação de lotea-
do último dos pareceres, autorizações ou aprovações mento não pode ser aprovada se ocorrer oposição escrita
emitidos pelas entidades exteriores ao município ou do dos proprietários da maioria dos lotes constantes do
termo do prazo para a sua emissão não podendo a sua alvará, desde que nela se inclua a maioria dos proprie-
duração ser inferior a 15 dias. tários abrangidos pela alteração.
4 — A discussão pública tem por objecto o projecto 4—..........................................
de loteamento, que deve ser acompanhado da infor- 5—..........................................
mação técnica elaborada pelos serviços municipais, bem 6—..........................................
como dos pareceres, autorizações ou aprovações emi- 7—..........................................
tidos pelas entidades exteriores ao município. 8 — As alterações à licença de loteamento que se
5 — Os planos municipais de ordenamento do ter- traduzam na variação das áreas de implantação e de
ritório podem sujeitar a prévia discussão pública o licen- construção até 3 %, desde que não impliquem aumento
ciamento de operações urbanísticas de significativa rele- do número de fogos ou alteração de parâmetros urba-
vância urbanística. nísticos constantes de plano municipal de ordenamento
Artigo 23.o do território, são aprovadas por simples deliberação da
[. . .]
câmara municipal, com dispensa de quaisquer outras
formalidades, sem prejuízo das demais disposições legais
1—.......................................... e regulamentares aplicáveis.
2 — O prazo previsto na alínea a) do número anterior 9 — Exceptuam-se do disposto nos n.os 2 a 6 as alte-
conta-se, consoante os casos, a partir do termo do rações às condições da licença que se refiram ao prazo
período de discussão pública ou, quando não haja lugar de conclusão das operações urbanísticas licenciadas ou
à sua realização, nos termos previstos no n.o 3. ao montante da caução para garantia das obras de urba-
3—.......................................... nização, que se regem pelos artigos 53.o, 54.o e 58.o
4—..........................................
5 — Quando o pedido de licenciamento de obras de
urbanização seja apresentado em simultâneo com o Artigo 29.o
pedido de licenciamento de operação de loteamento, Apreciação liminar
o prazo previsto na alínea b) do n.o 1 conta-se a partir
da deliberação que aprove o pedido de loteamento. 1 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 2 e 3 do
6 — (Anterior n.o 5.) artigo 11.o, o pedido de autorização é liminarmente
7 — (Anterior n.o 6.) rejeitado quando se verifique que a operação urbanística
a que respeita não se integra na previsão do n.o 3 do
Artigo 24.o artigo 4.o, nem se encontra sujeita ao regime de auto-
[. . .]
rização nos termos do regulamento municipal a que se
refere o n.o 2 do artigo 6.o
1—.......................................... 2 — (Anterior n.o 2 do artigo 30.o)
2 — Quando o pedido de licenciamento tiver por
objecto a realização das operações urbanísticas referidas Artigo 30.o
nas alíneas a), b), c) e d) do n.o 2 do artigo 4.o, o inde-
Decisão final
ferimento pode ainda ter lugar com fundamento em:
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 — (Anterior n.o 1 do artigo 29.o)
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 — Sem prejuízo do disposto no n.o 3 do artigo 37.o,
os prazos previstos no número anterior contam-se a par-
3 — Quando o pedido de licenciamento tiver por tir da recepção do pedido ou dos elementos solicitados
objecto a realização das operações urbanísticas referidas nos termos do n.o 4 do artigo 11.o, com excepção do
na alínea b) do n.o 2 do artigo 4.o, o indeferimento disposto nos números seguintes.
pode ainda ter lugar com fundamento na desconfor- 3 — (Anterior n.o 3 do artigo 29.o)
midade com as condições impostas no licenciamento 4 — Quando o pedido de autorização de obras de
ou autorização da operação de loteamento nos casos urbanização seja apresentado em simultâneo com o
em que esta tenha precedido ou acompanhado o pedido. pedido de autorização de operação de loteamento, o
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prazo previsto na alínea b) do n.o 1 conta-se a partir desde que nela se inclua a maioria dos proprietários
da deliberação que aprove o pedido de loteamento. abrangidos pela alteração.
4—..........................................
Artigo 31.o
[. . .]
Artigo 38.o
[. . .]
1 — O pedido de autorização é indeferido nos casos
previstos nas alíneas a) e b) do n.o 1 do artigo 24.o, 1 — Os empreendimentos turísticos estão sujeitos ao
bem como quando se verifique a recusa das aprovações regime jurídico das operações de loteamento nos casos
previstas no artigo 37.o em que se pretenda efectuar a divisão jurídica do terreno
2 — Quando o pedido de autorização tiver por em lotes.
objecto a realização das operações urbanísticas referidas 2 — Nas situações referidas no número anterior não
nas alíneas a), b), c) ou d) do n.o 3 do artigo 4.o, o é aplicável o disposto no artigo 41.o, podendo a operação
indeferimento pode ainda ter lugar com fundamento de loteamento realizar-se em áreas em que o uso turís-
no disposto na alínea b) do n.o 2 do artigo 24.o tico seja compatível com o disposto nos instrumentos
3 — Quando o pedido de autorização tiver por de gestão territorial válidos e eficazes.
objecto a realização das obras referidas nas alíneas c)
e d) do n.o 3 do artigo 4.o, pode ainda ser indeferido
nos seguintes casos: Artigo 39.o
[. . .]
a) A obra seja manifestamente susceptível de afec-
tar a estética das povoações, a sua adequada Sempre que as obras se situem em área que nos ter-
inserção no ambiente urbano ou a beleza das mos de plano de urbanização, plano de pormenor ou
paisagens; licença ou autorização de loteamento em vigor, esteja
b) Quando se verifique a ausência de arruamentos expressamente afecta ao uso proposto, é dispensada a
ou de infra-estruturas de abastecimento de água autorização prévia de localização que, nos termos da
e saneamento. lei, devesse ser emitida por parte de órgãos da admi-
nistração central, sem prejuízo das demais autorizações
4 — O disposto nos números anteriores é aplicável ou aprovações exigidas por lei relativas a servidões admi-
às operações previstas na alínea g) do n.o 3 do artigo 4.o, nistrativas ou restrições de utilidade pública.
com as necessárias adaptações.
5 — Quando o pedido de autorização se referir às
operações urbanísticas referidas na alínea b) do n.o 3 Artigo 41.o
do artigo 4.o, o indeferimento pode ainda ter lugar com [. . .]
fundamento na desconformidade com as condições
impostas no licenciamento ou autorização da operação As operações de loteamento só podem realizar-se nas
de loteamento nos casos em que esta tenha precedido áreas situadas dentro do perímetro urbano e em terrenos
ou acompanhado o pedido de autorização das obras já urbanizados ou cuja urbanização se encontre pro-
de urbanização. gramada em plano municipal de ordenamento do
6 — O pedido de autorização das operações referidas território.
na alínea f) do n.o 3 do artigo 4.o pode ainda ser objecto
de indeferimento quando: Artigo 42.o
Parecer da direcção regional do ambiente e do ordenamento
a) Não respeite as condições constantes dos n.os 2 do território
e 3 do artigo 62.o, consoante o caso;
b) Constitua, comprovadamente, uma sobrecarga 1 — O licenciamento de operação de loteamento que
incomportável para as infra-estruturas existen- se realize em área não abrangida por qualquer plano
tes. municipal de ordenamento do território está sujeito a
parecer prévio favorável da direcção regional do
7 — Quando exista projecto de indeferimento com ambiente e do ordenamento do território.
os fundamentos constantes do n.o 2 e da alínea b) do 2 — O parecer da direcção regional do ambiente e
n.o 6 do presente artigo, é aplicável o disposto no do ordenamento do território destina-se a avaliar a ope-
artigo 25.o, com as necessárias adaptações. ração de loteamento do ponto de vista do ordenamento
do território e a verificar a sua articulação com os ins-
trumentos de desenvolvimento territorial previstos na
Artigo 33.o lei.
[. . .] 3 — O parecer da direcção regional do ambiente e
do ordenamento do território caduca no prazo de
1—.......................................... dois anos, salvo se, dentro desse prazo, for licenciada
2 — A alteração da autorização da operação de lotea- a operação de loteamento.
mento é precedida de discussão pública, a efectuar nos 4—..........................................
termos estabelecidos no n.o 3 do artigo 22.o, com as
necessárias adaptações, salvo se houver consentimento
escrito dos proprietários de todos os lotes constantes Artigo 44.o
do alvará, sem prejuízo do disposto no artigo 48.o [. . .]
3 — A alteração da autorização de loteamento não
pode ser licenciada se ocorrer oposição escrita dos pro- 1—..........................................
prietários da maioria dos lotes constantes do alvará, 2—..........................................
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3 — As parcelas de terrenos cedidas ao município Artigo 58.o


integram-se automaticamente no domínio público muni- [. . .]
cipal com a emissão de alvará.
4—.......................................... 1—..........................................
2—..........................................
Artigo 45.o 3—..........................................
4—..........................................
[. . .] 5 — Quando a obra se encontre em fase de acaba-
1—.......................................... mentos, pode o presidente da câmara municipal, a
2—.......................................... requerimento fundamentado do interessado, conceder
3 — Em alternativa ao exercício do direito referido nova prorrogação, mediante o pagamento de um adi-
no n.o 1 ou no caso do n.o 9, o cedente pode exigir cional à taxa referida no n.o 1 do artigo 116.o, de mon-
ao município uma indemnização, a determinar nos ter- tante a fixar em regulamento municipal.
mos estabelecidos no Código das Expropriações com 6—..........................................
referência ao fim a que se encontre afecta a parcela, 7—..........................................
calculada à data em que pudesse haver lugar à reversão. 8—..........................................
4—..........................................
5—.......................................... Artigo 62.o
6—.......................................... [. . .]
7—..........................................
8—.......................................... 1 — A licença de alteração da utilização prevista na
9 — O direito de reversão previsto no n.o 1 não pode alínea e) do n.o 2 do artigo 4.o destina-se a verificar
ser exercido quando os fins das parcelas cedidas sejam a conformidade do uso previsto com as normas legais
alterados ao abrigo do disposto no n.o 1 do artigo 48.o e regulamentares que lhe são aplicáveis e a idoneidade
do edifício ou sua fracção autónoma para o fim a que
Artigo 48.o se destina.
2—..........................................
[. . .] 3 — Quando não haja lugar à realização de obras ou
nos casos previstos no artigo 6.o, a autorização de uti-
1—.......................................... lização referida no número anterior destina-se a verificar
2—.......................................... a conformidade do uso previsto com as normas legais
3—.......................................... e regulamentares aplicáveis e a idoneidade do edifício
4 — A pessoa colectiva que aprovar os instrumentos ou sua fracção autónoma para o fim pretendido.
referidos no n.o 1 que determinem directa ou indirec-
tamente os danos causados ao titular do alvará e demais
interessados, em virtude do exercício da faculdade pre- Artigo 64.o
vista no n.o 1, é responsável pelos mesmos nos termos [. . .]
estabelecidos no Decreto-Lei n.o 48 051, de 21 de
Novembro de 1967, em matéria de responsabilidade por 1 — A concessão da licença ou autorização de uti-
actos lícitos. lização não depende de prévia vistoria municipal, salvo
o disposto no número seguinte.
Artigo 51.o 2 — (Anterior n.o 4.)
[. . .]

1 — O conservador do registo predial remete men- Artigo 65.o


salmente à direcção regional do ambiente e do orde- [. . .]
namento do território, até ao 15.o dia de cada mês,
cópia, entregue pelo respectivo titular, dos alvarás de 1—..........................................
loteamento e respectivos anexos cujos registos tenham 2—..........................................
sido requeridos no mês anterior. 3 — A data da realização da vistoria é notificada pela
2—.......................................... câmara municipal às entidades que a ela devem com-
parecer nos termos de legislação específica, bem como
ao requerente da licença de utilização que pode fazer-se
Artigo 57.o acompanhar dos autores dos projectos e pelo técnico
[. . .] responsável pela direcção técnica da obra, que parti-
cipam, sem direito a voto, na vistoria.
1—.......................................... 4—..........................................
2—.......................................... 5—..........................................
3—..........................................
4—..........................................
5 — O disposto no artigo 43.o é aplicável aos pedidos Artigo 68.o
de licenciamento ou autorização das obras referidas nas [. . .]
alíneas c) e d) do n.o 2 e d) do n.o 3 do artigo 4.o,
bem como as referidas na alínea c) do n.o 3 do artigo 4.o .............................................
em área não abrangida por operação de loteamento, a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
quando respeitem a edifícios contíguos e funcionalmente b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ligados entre si que determinem, em termos urbanísticos, c) Não tenham sido precedidas de consulta das
impactes semelhantes a uma operação de loteamento, entidades cujos pareceres, autorizações ou apro-
nos termos a definir por regulamento municipal. vações sejam legalmente exigíveis, bem como
6—.......................................... quando não estejam em conformidade com
7—.......................................... esses pareceres, autorizações ou aprovações.
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3303

Artigo 76.o permitir a execução de trabalhos de demolição ou de


[. . .]
escavação e contenção periférica até à profundidade do
piso de menor cota, logo após o saneamento referido
1 — O interessado deve, no prazo de um ano a contar no artigo 11.o, desde que seja prestada caução para repo-
da data da notificação do acto de licenciamento ou auto- sição do terreno nas condições em que se encontrava
rização, requerer a emissão do respectivo alvará, apre- antes do início dos trabalhos.
sentando para o efeito os elementos previstos em por- 2 — Nas obras sujeitas a licença nos termos do pre-
taria aprovada pelo Ministro do Ambiente e do Orde- sente diploma, a decisão referida no número anterior
namento do Território. pode ser proferida em qualquer momento após a apro-
2—.......................................... vação do projecto de arquitectura.
3—.......................................... 3—..........................................
4—.......................................... 4—..........................................
5—.......................................... 5—..........................................
6 — O alvará obedece a um modelo tipo a estabelecer
por portaria aprovada pelo Ministro do Ambiente e do Artigo 84.o
Ordenamento do Território.
[. . .]
o
Artigo 77. 1—..........................................
[. . .]
2—..........................................
3—..........................................
1—.......................................... 4 — Logo que se mostre reembolsada das despesas
efectuadas nos termos do presente artigo, a câmara
a) .........................................
municipal procede ao levantamento do embargo que
b) .........................................
possa ter sido decretado ou, quando se trate de obras
c) .........................................
de urbanização, emite oficiosamente novo alvará, com-
d) Enquadramento da operação urbanística em
petindo ao presidente da câmara dar conhecimento das
plano municipal do ordenamento do território
respectivas deliberações, quando seja caso disso, à direc-
em vigor, bem como na respectiva unidade de
ção regional do ambiente e do ordenamento do território
execução, se a houver;
e ao conservador do registo predial.
e) Número de lotes e indicação da área, locali-
zação, finalidade, área de implantação, área de
construção, número de pisos e número de fogos Artigo 85.o
de cada um dos lotes, com especificação dos [. . .]
fogos destinados a habitações a custos contro-
lados, quando previstos; 1—..........................................
f) ......................................... 2—..........................................
g) ......................................... 3—..........................................
h) ......................................... 4—..........................................
5—..........................................
2— .......................................... 6—..........................................
3— .......................................... 7—..........................................
4— .......................................... 8—..........................................
5— .......................................... 9 — A câmara municipal emite oficiosamente novo
6— .......................................... alvará, competindo ao seu presidente dar conhecimento
7— .......................................... das respectivas deliberações à direcção regional do
ambiente e do ordenamento do território e ao conser-
vador do registo predial, quando:
Artigo 78.o
[. . .]
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1—..........................................
2—.......................................... Artigo 86.o
3 — Compete ao Ministro do Ambiente e do Orde-
namento do Território aprovar, por portaria, os modelos [. . .]
dos avisos referidos nos números anteriores. 1 — Concluída a obra, o dono da mesma é obrigado
4 — Os editais e os avisos previstos nos números ante- a proceder ao levantamento do estaleiro e à limpeza
riores devem mencionar, consoante os casos, as espe- da área, removendo os materiais, entulhos e demais
cificações previstas nas alíneas a) a g) do n.o 1 e a) detritos que se hajam acumulado no decorrer da exe-
a c) e f) a i) do n.o 4 do artigo 77.o cução dos trabalhos, bem como à reparação de quaisquer
estragos ou deteriorações que tenha causado em infra-
Artigo 81.o -estruturas públicas.
[. . .]
2 — O cumprimento do disposto no número anterior
é condição da emissão do alvará de licença ou auto-
1 — Quando o procedimento de licenciamento ou rização de utilização ou da recepção provisória das obras
autorização haja sido precedido de informação prévia de urbanização, salvo quando tenha sido prestada, em
favorável que vincule a câmara municipal, emitida nos prazo a fixar pela câmara municipal, caução para garan-
termos do disposto no n.o 2 do artigo 14.o, pode o pre- tia da execução das operações referidas no mesmo
sidente da câmara municipal, a pedido do interessado, número.
3304 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

Artigo 90.o p) [Anterior alínea o).]


[. . .]
q) [Anterior alínea p).]
r) [Anterior alínea q).]
1 — As deliberações referidas nos n.os 2 e 3 do artigo s) A não conclusão das operações urbanísticas
anterior são precedidas de vistoria a realizar por três referidas nos n.os 2 e 3 do artigo 89.o nos prazos
técnicos a nomear pela câmara municipal. fixados para o efeito.
2—..........................................
3 — Até à véspera da vistoria, o proprietário pode 2—..........................................
indicar um perito para intervir na realização da vistoria 3—..........................................
e formular quesitos a que deverão responder os técnicos 4 — A contra-ordenação prevista nas alíneas c), d)
nomeados. e s) do n.o 1 é punível com coima graduada de 100 000$
4—.......................................... até ao máximo de 20 000 000$, no caso de pessoa sin-
5 — O auto referido no número anterior é assinado gular, ou até 50 000 000$, no caso de pessoa colectiva.
por todos os técnicos e pelo perito que hajam participado 5 — As contra-ordenações previstas nas alíneas e) a
na vistoria e, se algum deles não quiser ou não puder h) do n.o 1 são puníveis com coima graduada de 100 000$
assiná-lo, faz-se menção desse facto. até ao máximo de 40 000 000$.
6—.......................................... 6 — As contra-ordenações previstas nas alíneas i) a
7—.......................................... n) e p) do n.o 1 são puníveis com coima graduada de
50 000$ até ao máximo de 10 000 000$, ou até
Artigo 91.o 20 000 000$, no caso de pessoa colectiva.
7 — A contra-ordenação prevista nas alíneas o), q)
[. . .] e r) do n.o 1 é punível com coima graduada de 20 000$
1 — Quando o proprietário não iniciar as obras que até ao máximo de 500 000$, no caso de pessoa singular,
lhe sejam determinadas nos termos do artigo 89.o ou ou até 2 000 000$, no caso de pessoa colectiva.
não as concluir dentro dos prazos que para o efeito 8—..........................................
lhe forem fixados, pode a câmara municipal tomar posse 9—..........................................
administrativa do imóvel para lhes dar execução ime- 10 — A competência para determinar a instauração
diata. dos processos de contra-ordenação, para designar o ins-
2—.......................................... trutor e para aplicar as coimas pertence ao presidente
da câmara municipal, podendo ser delegada em qual-
quer dos seus membros.
Artigo 97.o 11 — O produto da aplicação das coimas referidas
[. . .] no presente artigo reverte para o município, inclusive
quando as mesmas sejam cobradas em juízo.
1—..........................................
2—..........................................
3 — O modelo, e demais registos a inscrever no livro Artigo 99.o
de obra, é o definido por portaria conjunta dos Ministros [. . .]
do Equipamento Social e do Ambiente e do Ordena-
mento do Território. 1—..........................................
2—..........................................
Artigo 98.o 3 — As sanções aplicadas ao abrigo do disposto nas
alíneas e), f), e g) do n.o 1 do artigo anterior aos autores
[. . .] dos projectos, responsáveis pela direcção técnica da obra
1—.......................................... ou a quem subscreva o termo de responsabilidade pre-
visto no artigo 63.o, são comunicadas à respectiva ordem
a) ......................................... ou associação profissional, quando exista.
b) .........................................
c) .........................................
d) ......................................... Artigo 100.o
e) ......................................... [. . .]
f) Falsas declarações do director técnico da obra
ou de quem esteja mandatado para esse efeito 1—..........................................
pelo dono da obra no termo de responsabili- 2 — As falsas declarações ou informações prestadas
dade, relativamente à conformidade da obra pelos responsáveis referidos nas alíneas e) e f) do n.o 1
com o projecto aprovado e com as condições do artigo 98.o, nos termos de responsabilidade ou no
da licença e ou autorização, bem como relativas livro de obra integram o crime de falsificação de docu-
à conformidade das alterações efectuadas ao mentos, nos termos do artigo 256.o do Código Penal.
projecto com as normas legais e regulamentares
aplicáveis; Artigo 102.o
g) [Anterior alínea f).] [. . .]
h) [Anterior alínea g).]
i) [Anterior alínea h).] 1—..........................................
j) [Anterior alínea i).] 2 — A notificação é feita ao responsável pela direcção
l) [Anterior alínea j).] técnica da obra, bem como ao titular do alvará de licença
m) [Anterior alínea l).] ou autorização, sendo suficiente qualquer dessas noti-
n) [Anterior alínea m).] ficações para obrigar à suspensão dos trabalhos, devendo
o) [Anterior alínea n).] ainda, quando possível, ser notificado o proprietário do
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3305

imóvel no qual estejam a ser executadas as obras, ou 2 — As câmaras municipais mantêm igualmente
seu representante. actualizada a relação dos regulamentos municipais refe-
3—.......................................... ridos no artigo 3.o, dos programas de acção territorial
4—.......................................... em execução, bem como das unidades de execução
5—.......................................... delimitadas.
6—.......................................... Artigo 120.o
7—..........................................
[. . .]
8—..........................................
1 — As câmaras municipais e as direcções regionais
Artigo 106.o do ambiente e do ordenamento do território têm o dever
[. . .] de informação mútua sobre processos relativos a ope-
rações urbanísticas, o qual deve ser cumprido mediante
1—.......................................... comunicação a enviar no prazo de 20 dias a contar da
2 — A demolição pode ser evitada se a obra for sus- data de recepção do respectivo pedido.
ceptível de ser licenciada ou autorizada ou se for possível 2—..........................................
assegurar a sua conformidade com as disposições legais
e regulamentares que lhe são aplicáveis mediante a rea-
lização de trabalhos de correcção ou de alteração. Artigo 123.o
3—.......................................... [. . .]
4—..........................................
Até à codificação das normas técnicas de construção,
compete aos Ministros do Equipamento Social e do
Artigo 109.o Ambiente e do Ordenamento do Território promover
[. . .] a publicação da relação das disposições legais e regu-
lamentares a observar pelos técnicos responsáveis dos
1 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 1 e 2 do projectos de obras e sua execução.
artigo 2.o do Decreto-Lei n.o 281/99, de 26 de Julho,
o presidente da câmara municipal é competente para Artigo 126.o
ordenar e fixar prazo para a cessação da utilização de
edifícios ou de suas fracções autónomas quando sejam [. . .]
ocupados sem a necessária licença ou autorização de 1 — A câmara municipal envia mensalmente para o
utilização ou quando estejam a ser afectos a fim diverso Instituto Nacional de Estatística os elementos estatís-
do previsto no respectivo alvará. ticos identificados em portaria conjunta dos Ministros
2—.......................................... do Planeamento e do Ambiente e do Ordenamento do
3—.......................................... Território.
4—.......................................... 2—..........................................

Artigo 110.o Artigo 128.o


[. . .] [. . .]

1—.......................................... 1—..........................................
2 — As informações previstas no número anterior 2—..........................................
devem ser prestadas independentemente de despacho 3 — Até ao estabelecimento, nos termos do n.o 2 do
e no prazo de 15 dias. artigo 43.o, dos parâmetros para o dimensionamento
3—.......................................... das áreas referidas no n.o 1 do mesmo artigo, continuam
4—.......................................... os mesmos a ser fixados por portaria do Ministro do
5—.......................................... Ambiente e do Ordenamento do Território.
6—.......................................... 4—..........................................
5—..........................................
Artigo 119.o
Artigo 129.o
Relação dos instrumentos de gestão territorial e das servidões
e restrições de utilidade pública e outros instrumentos relevantes [. . .]

1 — As câmaras municipais devem manter actuali- .............................................


zada a relação dos instrumentos de gestão territorial
a) .........................................
e as servidões administrativas e restrições de utilidade b) .........................................
pública especialmente aplicáveis na área do município, c) .........................................
nomeadamente: d) .........................................
a) ......................................... e) Os artigos 9.o, 10.o e 165.o a 168.o do Regu-
b) ......................................... lamento Geral das Edificações Urbanas, apro-
c) ......................................... vado pelo Decreto-Lei n.o 38 382, de 7 de Agosto
d) ......................................... de 1951.»
e) ......................................... Artigo 2.o
f) .........................................
Regulamentos municipais anteriores
g) .........................................
i) ......................................... Os regulamentos municipais em vigor, respeitantes
j) ......................................... às matérias referidas no n.o 1 do artigo 3.o e que não
3306 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

contrariem o disposto no presente diploma, mantêm-se Artigo 2.o


em vigor até que sejam submetidos, no prazo máximo
Definições
de seis meses a contar da entrada em vigor do presente
diploma, sob pena de ineficácia, a confirmação pelos Para efeitos do presente diploma, entende-se por:
órgãos municipais competentes, após apreciação pública
por prazo não inferior a 30 dias. a) Edificação: a actividade ou o resultado da cons-
trução, reconstrução, ampliação, alteração ou
Artigo 3.o conservação de um imóvel destinado a utilização
humana, bem como de qualquer outra constru-
Disposições revogadas ção que se incorpore no solo com carácter de
permanência;
É revogado o n.o 6 do artigo 128.o do Decreto-Lei
b) Obras de construção: as obras de criação de
n.o 555/99, de 16 de Dezembro.
novas edificações;
c) Obras de reconstrução: as obras de construção
Artigo 4.o subsequentes à demolição total ou parcial de
Regime transitório
uma edificação existente, das quais resulte a
manutenção ou a reconstituição da estrutura das
As disposições constantes do presente diploma só se fachadas, da cércea e do número de pisos;
aplicam aos procedimentos iniciados após a sua entrada d) Obras de ampliação: as obras de que resulte
em vigor. o aumento da área de pavimento ou de implan-
tação, da cércea ou do volume de uma edificação
Artigo 5.o
existente;
Entrada em vigor e) Obras de alteração: as obras de que resulte a
modificação das características físicas de uma
O presente diploma entra em vigor 120 dias após edificação existente ou sua fracção, designada-
a data da sua publicação.
mente a respectiva estrutura resistente, o
número de fogos ou divisões interiores, ou a
Artigo 6.o natureza e cor dos materiais de revestimento
exterior, sem aumento da área de pavimento
Disposições finais
ou de implantação ou da cércea;
O Decreto-Lei n.o 555/99, de 16 de Dezembro, com f) Obras de conservação: as obras destinadas a
as alterações introduzidas pelo presente diploma, é repu- manter uma edificação nas condições existentes
blicado em anexo, com as necessárias correcções mate- à data da sua construção, reconstrução, amplia-
riais. ção ou alteração, designadamente as obras de
restauro, reparação ou limpeza;
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 30 de g) Obras de demolição: as obras de destruição,
Março de 2001. — António Manuel de Oliveira Guter-
total ou parcial, de uma edificação existente;
res — Henrique Nuno Pires Severiano Teixeira — Joaquim
Augusto Nunes Pina Moura — Eduardo Luís Barreto h) Obras de urbanização: as obras de criação e
Ferro Rodrigues — António Luís Santos Costa — Mário remodelação de infra-estruturas destinadas a
Cristina de Sousa — António Ricardo Rocha de Maga- servir directamente os espaços urbanos ou as
lhães — Luís Manuel Capoulas Santos — José Sócrates edificações, designadamente arruamentos viá-
Carvalho Pinto de Sousa — José Estêvão Cangarato rios e pedonais, redes de esgotos e de abas-
Sasportes. tecimento de água, electricidade, gás e teleco-
municações, e ainda espaços verdes e outros
Promulgado em 23 de Maio de 2001. espaços de utilização colectiva;
i) Operações de loteamento: as acções que tenham
Publique-se. por objecto ou por efeito a constituição de um
O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. ou mais lotes destinados imediata ou subsequen-
temente à edificação urbana, e que resulte da
Referendado em 25 de Maio de 2001. divisão de um ou vários prédios, ou do seu
emparcelamento ou reparcelamento;
O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira j) Operações urbanísticas: as operações materiais
Guterres. de urbanização, de edificação ou de utilização
do solo e das edificações nele implantadas para
Regime jurídico da urbanização e da edificação fins não exclusivamente agrícolas, pecuários, flo-
restais, mineiros ou de abastecimento público
CAPÍTULO I de água;
l) Trabalhos de remodelação dos terrenos: as ope-
Disposições preliminares rações urbanísticas não compreendidas nas alí-
neas anteriores que impliquem a destruição do
Artigo 1.o revestimento vegetal, a alteração do relevo natu-
Objecto
ral e das camadas de solo arável ou o derrube
de árvores de alto porte ou em maciço para
O presente diploma estabelece o regime jurídico da fins não exclusivamente agrícolas, pecuários, flo-
urbanização e da edificação. restais ou mineiros.
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3307

Artigo 3.o e) A alteração da utilização de edifícios ou suas


Regulamentos municipais
fracções em área não abrangida por operação
de loteamento ou plano municipal de ordena-
1 — No exercício do seu poder regulamentar próprio, mento do território, quando a mesma não tenha
os municípios aprovam regulamentos municipais de sido precedida da realização de obras sujeitas
urbanização e ou de edificação, bem como regulamentos a licença ou autorização administrativas.
relativos ao lançamento e liquidação das taxas que, nos
termos da lei, sejam devidas pela realização de ope- 3 — Estão sujeitas a autorização administrativa:
rações urbanísticas.
a) As operações de loteamento em área abrangida
2 — Os regulamentos previstos no número anterior
por plano de pormenor que contenha as men-
devem especificar os montantes das taxas a cobrar no
ções referidas na parte final da alínea a) do
caso de deferimento tácito, não podendo estes valores
número anterior;
exceder os previstos para o acto expresso.
b) As obras de urbanização e os trabalhos de remo-
3 — Os projectos dos regulamentos referidos no n.o 1
delação de terrenos em área abrangida por ope-
são submetidos a apreciação pública, por prazo não infe-
ração de loteamento e que não respeitem à cria-
rior a 30 dias, antes da sua aprovação pelos órgãos
ção ou remodelação de infra-estruturas sujeitas
municipais.
à legislação específica referida na parte final
4 — Os regulamentos referidos no n.o 1 são objecto
da alínea b) do número anterior;
de publicação na 2.a série do Diário da República, sem
c) As obras de construção, de ampliação ou de
prejuízo das demais formas de publicidade previstas na
alteração em área abrangida por operação de
lei.
loteamento ou por plano de pormenor que con-
CAPÍTULO II tenha as menções referidas na parte final da
alínea a) do número anterior, sem prejuízo do
Controlo prévio disposto na alínea b) do n.o 1 do artigo 6.o;
d) As obras de reconstrução salvo as previstas na
SECÇÃO I alínea d) do número anterior;
Âmbito e competência e) As obras de demolição de edificações existentes
que não se encontrem previstas em licença ou
Artigo 4.o autorização de obras de reconstrução, salvo as
previstas na alínea d) do número anterior;
Licenças e autorizações administrativas f) A utilização de edifícios ou suas fracções, bem
1 — A realização de operações urbanísticas depende como as alterações à mesma que não se encon-
de prévia licença ou autorização administrativas, nos trem previstas na alínea e) do número anterior;
termos e com as excepções constantes da presente g) As demais operações urbanísticas que não este-
secção. jam isentas ou dispensadas de licença ou auto-
2 — Estão sujeitas a licença administrativa: rização, nos termos do presente diploma.
a) As operações de loteamento em área não abran-
gida por plano de pormenor ou abrangida por Artigo 5.o
plano de pormenor que não contenha as men- Competência
ções constantes das alíneas a), c), d), e) e f)
do n.o 1 do artigo 91.o do Decreto-Lei n.o 380/99, 1 — A concessão da licença prevista no n.o 2 do artigo
de 22 de Setembro; anterior é da competência da câmara municipal, com
b) As obras de urbanização e os trabalhos de remo- faculdade de delegação no presidente e de subdelegação
delação de terrenos em área não abrangida por deste nos vereadores.
operação de loteamento, bem como a criação 2 — A concessão da autorização prevista no n.o 3 do
ou remodelação de infra-estruturas que, não artigo anterior é da competência do presidente da
obstante se inserirem em área abrangida por câmara, podendo ser delegada nos vereadores, com
operação de loteamento, estejam sujeitas a legis- faculdade de subdelegação, ou nos dirigentes dos ser-
lação específica que exija a intervenção de enti- viços municipais.
dades exteriores ao município no procedimento 3 — A aprovação da informação prévia regulada no
de aprovação dos respectivos projectos das presente diploma é da competência da câmara muni-
especialidades; cipal, podendo ser delegada no seu presidente, com
c) As obras de construção, de ampliação ou de faculdade de subdelegação nos vereadores.
alteração em área não abrangida por operação 4 — Quando a informação prévia respeite as opera-
de loteamento ou plano de pormenor que con- ções urbanísticas sujeitas a autorização, a competência
tenha as menções referidas na alínea a), sem prevista no número anterior pode ainda ser subdelegada
prejuízo do disposto na alínea b) do n.o 1 do nos dirigentes dos serviços municipais.
artigo 6.o;
d) As obras de reconstrução, ampliação, alteração
Artigo 6.o
ou demolição de edifícios classificados ou em
vias de classificação e as obras de construção, Isenção e dispensa de licença ou autorização
reconstrução, ampliação, alteração ou demoli-
1 — Estão isentas de licença ou autorização:
ção de edifícios situados em zona de protecção
de imóvel classificado ou em vias de classificação a) As obras de conservação;
ou em áreas sujeitas a servidão administrativa b) As obras de alteração no interior de edifícios
ou restrição de utilidade pública; não classificados ou suas fracções que não impli-
3308 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

quem modificações da estrutura resistente dos abrangida por plano municipal de ordenamento
edifícios, das cérceas, das fachadas e da forma do território;
dos telhados; b) As operações urbanísticas promovidas pelo Estado
c) Os destaques referidos nos n.os 4 e 5. relativas a equipamentos ou infra-estruturas
destinados à instalação de serviços públicos ou
2 — Podem ser dispensadas de licença ou autorização, afectos ao uso directo e imediato do público,
mediante previsão em regulamento municipal, as obras sem prejuízo do disposto no n.o 4;
de edificação ou demolição que, pela sua natureza, c) As obras de edificação ou demolição promo-
dimensão ou localização, tenham escassa relevância vidas pelos institutos públicos que tenham por
urbanística. atribuições específicas a promoção e gestão do
3 — As obras referidas na alínea b) do n.o 1, bem parque habitacional do Estado e que estejam
como aquelas que sejam dispensadas de licença ou auto- directamente relacionadas com a prossecução
rização nos termos do número anterior, ficam sujeitas
destas atribuições;
ao regime de comunicação prévia previsto nos arti-
gos 34.o a 36.o d) As obras de edificação ou demolição promo-
4 — Os actos que tenham por efeito o destaque de vidas por entidades públicas que tenham por
uma única parcela de prédio com descrição predial que atribuições específicas a administração das áreas
se situe em perímetro urbano estão isentos de licença portuárias ou do domínio público ferroviário ou
ou autorização, desde que cumpram, cumulativamente, aeroportuário, quando realizadas na respectiva
as seguintes condições: área de jurisdição e directamente relacionadas
com a prossecução daquelas atribuições;
a) As parcelas resultantes do destaque confrontem e) As obras de edificação ou de demolição e os
com arruamentos públicos; trabalhos promovidos por entidades concessio-
b) A construção erigida ou a erigir na parcela a nárias de obras ou serviços públicos, quando
destacar disponha de projecto aprovado quando
se reconduzam à prossecução do objecto da
exigível no momento da construção.
concessão.
5 — Nas áreas situadas fora dos perímetros urbanos,
os actos a que se refere o número anterior estão isentos 2 — A execução das operações urbanísticas previstas
de licença ou autorização quando, cumulativamente, se no número anterior, com excepção das promovidas pelos
mostrem cumpridas as seguintes condições: municípios, fica sujeita a parecer prévio não vinculativo
da câmara municipal, que deve ser emitido no prazo
a) Na parcela destacada só seja construído edifício de 20 dias a contar da data da recepção do respectivo
que se destine exclusivamente a fins habitacio- pedido.
nais e que não tenha mais de dois fogos;
3 — As operações de loteamento e as obras de urba-
b) Na parcela restante se respeite a área mínima
fixada no projecto de intervenção em espaço nização promovidas pelas autarquias locais e suas asso-
rural em vigor ou, quando aquele não exista, ciações em área não abrangida por plano director muni-
a área de unidade de cultura fixada nos termos cipal devem ser previamente autorizadas pela assem-
da lei geral para a região respectiva. bleia municipal, depois de submetidas a parecer prévio
vinculativo da direcção regional do ambiente e do orde-
6 — Nos casos referidos nos n.os 4 e 5, não é permitido namento do território, que deve pronunciar-se no prazo
efectuar, na área correspondente ao prédio originário, de 20 dias após a recepção do respectivo pedido.
novo destaque nos termos aí referidos por um prazo 4 — As operações de loteamento e as obras de urba-
de 10 anos contados da data do destaque anterior. nização promovidas pelo Estado devem ser previamente
7 — O condicionamento da construção bem como o autorizadas pelo ministro da tutela e pelo Ministro do
ónus do não fraccionamento, previstos nos n.os 5 e 6 Ambiente e do Ordenamento do Território, depois de
devem ser inscritos no registo predial sobre as parcelas ouvida a câmara municipal e a direcção regional do
resultantes do destaque, sem o que não pode ser licen- ambiente e do ordenamento do território, que devem
ciada ou autorizada qualquer obra de construção nessas pronunciar-se no prazo de 20 dias a contar da data da
parcelas. recepção do respectivo pedido.
8 — O disposto neste artigo não isenta a realização 5 — As operações de loteamento e as obras de urba-
das operações urbanísticas nele previstas da observância nização promovidas pelas autarquias locais e suas asso-
das normas legais e regulamentares aplicáveis, desig- ciações ou pelo Estado, em área não abrangida por plano
nadamente as constantes de plano municipal e plano de urbanização ou plano de pormenor, são submetidas
especial de ordenamento do território e as normas téc- a discussão pública, nos termos estabelecidos no
nicas de construção. artigo 77.o do Decreto-Lei n.o 380/99, de 22 de Setembro,
9 — A certidão emitida pela câmara municipal cons- com as necessárias adaptações, excepto no que se refere
titui documento bastante para efeitos de registo predial aos períodos de anúncio e duração da discussão pública
da parcela destacada.
que são, respectivamente, de 8 e de 15 dias.
6 — A realização das operações urbanísticas previstas
Artigo 7.o neste artigo deve observar as normas legais e regula-
Operações urbanísticas promovidas pela Administração Pública mentares que lhes forem aplicáveis, designadamente as
constantes de instrumento de gestão territorial e as nor-
1 — Estão igualmente isentas de licença ou auto- mas técnicas de construção.
rização: 7 — À realização das operações urbanísticas previstas
a) As operações urbanísticas promovidas pelas neste artigo aplica-se ainda, com as devidas adaptações,
autarquias locais e suas associações em área o disposto nos artigos 10.o, 12.o e 78.o
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3309

SECÇÃO II do director técnico da obra, o substituto deve disso fazer


prova junto do presidente da câmara municipal para
Formas de procedimento
que este proceda ao respectivo averbamento no prazo
SUBSECÇÃO I de 15 dias a contar da data da substituição.
Disposições gerais
Artigo 10.o
Artigo 8.o
Termo de responsabilidade
Procedimento
1 — O requerimento inicial é sempre instruído com
1 — O controlo prévio das operações urbanísticas declaração dos autores dos projectos da qual conste que
obedece às formas de procedimento previstas na pre- foram observadas na elaboração dos mesmos as normas
sente secção, devendo ainda ser observadas as condições legais e regulamentares aplicáveis, designadamente as
especiais de licenciamento ou autorização previstas na normas técnicas de construção em vigor.
secção III do presente capítulo. 2 — Da declaração mencionada no número anterior
2 — A direcção da instrução do procedimento com- deve ainda constar referência à conformidade do pro-
pete ao presidente da câmara municipal, podendo ser jecto com os planos municipais de ordenamento do ter-
delegada nos vereadores, com faculdade de subdelega- ritório aplicáveis à pretensão, bem como com a licença
ção, ou nos dirigentes dos serviços municipais. ou autorização de loteamento, quando exista.
3 — Só podem subscrever os projectos os técnicos que
Artigo 9.o se encontrem inscritos em associação pública de natu-
Requerimento e instrução reza profissional e que façam prova da validade da sua
inscrição aquando da apresentação do requerimento ini-
1 — Salvo disposição em contrário, os procedimentos cial, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
previstos no presente diploma iniciam-se através de 4 — Os técnicos cuja actividade não esteja abrangida
requerimento escrito, dirigido ao presidente da câmara por associação pública podem subscrever os projectos
municipal, do qual deve constar sempre a identificação para os quais possuam habilitação adequada, nos termos
do requerente, incluindo o domicílio ou sede, bem como do disposto no regime da qualificação profissional exi-
a indicação da qualidade de titular de qualquer direito gível aos autores de projectos de obras ou em legislação
que lhe confira a faculdade de realizar a operação urba- especial relativa a organismo público oficialmente
nística a que se refere a pretensão. reconhecido.
2 — Do requerimento inicial consta igualmente a 5 — Nas situações previstas no artigo 60.o os técnicos
indicação do pedido em termos claros e precisos, iden- autores dos projectos devem declarar quais as normas
tificando o tipo de operação urbanística a realizar por técnicas ou regulamentares em vigor que não foram
referência ao disposto no artigo 2.o, bem como a res- observadas na elaboração dos mesmos, fundamentando
pectiva localização. as razões da sua não observância.
3 — Quando o pedido respeite a mais de um dos tipos
de operações urbanísticas referidos no artigo 2.o direc- Artigo 11.o
tamente relacionadas, o requerimento deve identificar
todas as operações nele abrangidas, aplicando-se neste Saneamento e apreciação liminar
caso a forma de procedimento correspondente ao tipo
de operação mais complexa. 1 — Compete ao presidente da câmara municipal
4 — O pedido é acompanhado dos elementos instru- decidir as questões de ordem formal e processual que
tórios previstos em portaria aprovada pelos Ministros possam obstar ao conhecimento de qualquer pedido
do Equipamento Social e do Ambiente e do Ordena- apresentado no âmbito do presente diploma.
mento do Território, para além dos documentos espe- 2 — O presidente da câmara municipal profere des-
cialmente referidos no presente diploma. pacho de rejeição liminar do pedido, no prazo de oito
5 — O município fixa em regulamento o número dias a contar da respectiva apresentação, sempre que
mínimo de cópias dos elementos que devem instruir o requerimento não contenha a identificação do reque-
cada processo. rente, do pedido ou da localização da operação urba-
6 — O requerimento inicial deve ser apresentado em nística a realizar, bem como no caso de faltar documento
duplicado, sendo a cópia devolvida ao requerente depois instrutório exigível que seja indispensável ao conheci-
de nela se ter aposto nota, datada, da recepção do mento da pretensão.
original. 3 — No prazo de 15 dias a contar da apresentação
7 — No requerimento inicial pode o interessado soli- do requerimento inicial, o presidente da câmara muni-
citar a indicação das entidades que, nos termos da lei, cipal pode igualmente proferir despacho de rejeição
devam emitir parecer, autorização ou aprovação rela- liminar quando da análise dos elementos instrutórios
tivamente ao pedido apresentado, o qual lhe é notificado resultar que o pedido é manifestamente contrário às
no prazo de 15 dias, salvo rejeição liminar do pedido normas legais e regulamentares aplicáveis.
nos termos do disposto no artigo 11.o 4 — Caso sejam supríveis ou sanáveis as deficiências
8 — O responsável pela instrução do procedimento ou omissões verificadas, e estas não possam ser oficio-
regista no processo a junção subsequente de quaisquer samente supridas pelo responsável pela instrução do
novos documentos e a data das consultas a entidades procedimento, o requerente será notificado, no prazo
exteriores ao município e da recepção das respectivas referido no número anterior, para corrigir ou completar
respostas, quando for caso disso, bem como a data e o pedido, ficando suspensos os termos ulteriores do
o teor das decisões dos órgãos municipais. procedimento.
9 — No caso de substituição do requerente, do res- 5 — Não ocorrendo rejeição liminar, ou convite para
ponsável por qualquer dos projectos apresentados ou corrigir ou completar o pedido, no prazo previsto nos
3310 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

n.os 2 e 4, presume-se que o processo se encontra cor- 2 — Quando o pedido respeite a operação de lotea-
rectamente instruído. mento, em área não abrangida por plano de pormenor,
6 — Sem prejuízo do disposto nos números anterio- ou a obra de construção, ampliação ou alteração em
res, o presidente da câmara municipal deve conhecer área não abrangida por plano de pormenor ou operação
a qualquer momento, até à decisão final, de qualquer de loteamento, o interessado pode requerer que a infor-
questão que prejudique o desenvolvimento normal do mação prévia contemple especificamente os seguintes
procedimento ou impeça a tomada de decisão sobre aspectos, em função dos elementos por si apresentados:
o objecto do pedido, nomeadamente a ilegitimidade do
a) A volumetria da edificação e a implantação da
requerente e a caducidade do direito que se pretende
exercer. mesma e dos muros de vedação;
7 — Salvo no que respeita às consultas a que se refere b) Condicionantes para um adequado relaciona-
o artigo 19.o, se a decisão final depender da decisão mento formal e funcional com a envolvente;
de uma questão que seja da competência de outro órgão c) Programa de utilização das edificações, incluindo
administrativo ou dos tribunais, deve o presidente da a área bruta de construção a afectar aos diversos
câmara municipal suspender o procedimento até que usos e o número de fogos e outras unidades
o órgão ou o tribunal competente se pronunciem, noti- de utilização;
ficando o requerente desse acto, sem prejuízo do dis- d) Infra-estruturas locais e ligação às infra-estru-
posto no n.o 2 do artigo 31.o do Código do Procedimento turas gerais;
Administrativo. e) Estimativa de encargos urbanísticos devidos.
8 — Havendo rejeição do pedido, nos termos do pre-
sente artigo, o interessado que apresente novo pedido 3 — Quando o interessado não seja o proprietário
para o mesmo fim está dispensado de juntar os docu- do prédio, o pedido de informação prévia inclui a iden-
mentos utilizados no pedido anterior que se mantenham tificação daquele bem como dos titulares de qualquer
válidos e adequados. outro direito real sobre o prédio, através de certidão
9 — O presidente da câmara municipal pode delegar emitida pela conservatória do registo predial.
nos vereadores com faculdade de subdelegação ou nos 4 — No caso previsto no número anterior, a câmara
dirigentes dos serviços municipais as competências refe- municipal deve notificar o proprietário e os demais titu-
ridas nos n.os 1 a 4 e 7. lares de qualquer outro direito real sobre o prédio da
abertura do procedimento.
Artigo 12.o
Publicidade do pedido
Artigo 15.o
O pedido de licenciamento ou autorização de ope- Consultas no âmbito do procedimento de informação prévia
ração urbanística deve ser publicitado pelo requerente
sob a forma de aviso, segundo modelo aprovado por No âmbito do procedimento de informação prévia
portaria do Ministro do Ambiente e do Ordenamento há lugar a consulta, nos termos do disposto no
do Território, a colocar no local de execução daquela artigo 19.o, às entidades cujos pareceres, autorizações
de forma visível da via pública, no prazo de 15 dias ou aprovações condicionem, nos termos da lei, a infor-
a contar da apresentação do requerimento inicial. mação a prestar, sempre que tal consulta deva ser pro-
movida num eventual pedido de licenciamento da pre-
Artigo 13.o tensão em causa.
Suspensão do procedimento Artigo 16.o
Nas áreas a abranger por novas regras urbanísticas Deliberação
constantes de plano municipal ou especial de ordena- 1 — A câmara municipal delibera sobre o pedido de
mento do território ou sua revisão, os procedimentos informação prévia no prazo de 20 dias ou, no caso pre-
de informação prévia, de licenciamento ou de autori- visto no n.o 2 do artigo 14.o, no prazo de 30 dias, contados
zação ficam suspensos a partir da data fixada para o a partir:
início do período de discussão pública e até à data da
entrada em vigor daquele instrumento, aplicando-se o a) Da data da recepção do pedido ou dos elemen-
disposto no artigo 117.o do regime jurídico dos instru- tos solicitados nos termos do n.o 4 do artigo 11.o;
mentos de gestão territorial. ou
b) Da data da recepção do último dos pareceres,
autorizações ou aprovações emitidos pelas enti-
SUBSECÇÃO II dades exteriores ao município, quando tenha
Informação prévia havido lugar a consultas; ou ainda
c) Do termo do prazo para a recepção dos pare-
Artigo 14.o ceres, autorizações ou aprovações, sempre que
Pedido de informação prévia
alguma das entidades consultadas não se pro-
nuncie até essa data.
1 — Qualquer interessado pode pedir à câmara muni-
cipal, a título prévio, informação sobre a viabilidade 2 — Os pareceres, autorizações ou aprovações emi-
de realizar determinada operação urbanística e respec- tidos pelas entidades exteriores ao município são obri-
tivos condicionamentos legais ou regulamentares, gatoriamente notificados ao requerente juntamente com
nomeadamente relativos a infra-estruturas, servidões a informação prévia aprovada pela câmara municipal,
administrativas e restrições de utilidade pública, índices dela fazendo parte integrante.
urbanísticos, cérceas, afastamentos e demais condicio- 3 — A câmara municipal indica sempre, na informa-
nantes aplicáveis à pretensão. ção aprovada, o procedimento de controlo prévio a que
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3311

se encontra sujeita a realização da operação urbanística cipal, não haja decorrido mais de um ano desde a emis-
projectada, de acordo com o disposto na secção I do são dos pareceres, autorizações ou aprovações emitidos
capítulo II do presente diploma. e não se tenha verificado alteração dos pressupostos
4 — No caso de a informação ser desfavorável, dela de facto ou de direito em que os mesmos se basearam.
deve constar a indicação dos termos em que a mesma, 3 — Para os efeitos do número anterior, caso qual-
sempre que possível, pode ser revista por forma a serem quer das entidades consultadas não se haja pronunciado
cumpridas as prescrições urbanísticas aplicáveis, desig- dentro do prazo referido no n.o 8, o requerimento inicial
nadamente as constantes de plano municipal de orde- pode ser instruído com prova da solicitação das consultas
namento do território ou de operação de loteamento. e declaração do requerente de que os mesmos não foram
emitidos dentro daquele prazo.
4 — O presidente da câmara municipal promove as
Artigo 17.o
consultas a que haja lugar em simultâneo, no prazo de
Efeitos 10 dias a contar da data do requerimento inicial ou
da data da entrega dos elementos solicitados nos termos
1 — O conteúdo da informação prévia aprovada vin-
do n.o 4 do artigo 11.o
cula as entidades competentes na decisão sobre um even-
5 — No prazo máximo de 10 dias a contar da data
tual pedido de licenciamento ou autorização da ope-
de recepção do processo, as entidades consultadas
ração urbanística a que respeita, desde que tal pedido
podem solicitar, por uma única vez, a apresentação de
seja apresentado no prazo de um ano a contar da data
outros elementos que considerem indispensáveis à apre-
da notificação da mesma ao requerente.
ciação do pedido, dando desse facto conhecimento à
2 — Nos casos abrangidos pelo número anterior, é
câmara municipal.
dispensada no procedimento de licenciamento a con-
6 — No termo do prazo fixado no n.o 4, o interessado
sulta às entidades exteriores ao município em matéria
pode solicitar a passagem de certidão da promoção das
sobre a qual se tenham pronunciado no âmbito do
consultas devidas, a qual será emitida pela câmara muni-
pedido de informação prévia, desde que esta tenha sido
cipal no prazo de oito dias.
favorável e o pedido de licenciamento com ela se
7 — Se a certidão for negativa, o interessado pode
conforme.
promover directamente as consultas que não hajam sido
3 — Quando a informação prévia favorável respeite
realizadas ou pedir ao tribunal administrativo que intime
a pedido formulado nos termos do n.o 2 do artigo 14.o
a câmara municipal a fazê-lo, nos termos do artigo 112.o
e tenha carácter vinculativo nos termos do n.o 1 do pre-
do presente diploma.
sente artigo, é reduzido para metade o prazo para a
8 — O parecer, autorização ou aprovação das enti-
decisão sobre o pedido de licenciamento ou autorização.
dades consultadas deve ser recebido pelo presidente da
4 — Não se suspende o procedimento de licencia-
câmara municipal ou pelo requerente, consoante quem
mento ou autorização nos termos do artigo 13.o sempre
houver promovido a consulta, no prazo de 20 dias ou
que o pedido tenha sido instruído com informação prévia
do estabelecido na legislação aplicável a contar da data
favorável de carácter vinculativo, nos termos do n.o 1
da recepção do processo ou dos elementos a que se
do presente artigo.
refere o n.o 5.
9 — Considera-se haver concordância daquelas enti-
SUBSECÇÃO III dades com a pretensão formulada se os respectivos pare-
ceres, autorizações ou aprovações não forem recebidos
Licença dentro do prazo fixado no número anterior, sem prejuízo
do disposto em legislação específica.
Artigo 18.o 10 — As entidades exteriores ao município devem
Âmbito pronunciar-se exclusivamente no âmbito das suas atri-
buições e competências.
1 — Obedece ao procedimento regulado na presente 11 — Os pareceres das entidades exteriores ao muni-
subsecção a apreciação dos pedidos relativos às ope- cípio só têm carácter vinculativo quando tal resulte da
rações urbanísticas previstas no n.o 2 do artigo 4.o lei, desde que se fundamentem em condicionamentos
2 — No âmbito do procedimento de licenciamento legais ou regulamentares e sejam recebidos dentro do
há lugar a consulta às entidades que, nos termos da prazo fixado no n.o 8, sem prejuízo do disposto em legis-
lei, devam emitir parecer, autorização ou aprovação lação específica.
sobre o pedido, excepto nos casos previstos no n.o 2 12 — O presidente da câmara municipal pode delegar
do artigo 17.o nos vereadores ou nos dirigentes dos serviços municipais
Artigo 19.o as competências referidas nos n.os 1 e 4.
Consultas a entidades exteriores ao município
Artigo 20.o
1 — Compete ao presidente da câmara municipal pro- Apreciação dos projectos de obras de edificação
mover a consulta às entidades que, nos termos da lei,
devam emitir parecer, autorização ou aprovação rela- 1 — A apreciação do projecto de arquitectura, no caso
tivamente às operações urbanísticas sujeitas a licen- de pedido de licenciamento relativo a obras previstas
ciamento. nas alíneas c) e d) do n.o 2 do artigo 4.o, incide sobre
2 — O interessado pode solicitar previamente os pare- a sua conformidade com planos municipais de orde-
ceres, autorizações ou aprovações legalmente exigidos namento no território, planos especiais de ordenamento
junto das entidades competentes, entregando-os com do território, medidas preventivas, área de desenvol-
o requerimento inicial do pedido de licenciamento, caso vimento urbano prioritário, área de construção priori-
em que não há lugar a nova consulta desde que, até tária, servidões administrativas, restrições de utilidade
à data da apresentação de tal pedido na câmara muni- pública e quaisquer outras normas legais e regulamen-
3312 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

tares relativas ao aspecto exterior e a inserção urbana cáveis, bem como sobre o uso e a integração urbana
e paisagística das edificações, bem como sobre o uso e paisagística.
proposto.
2 — Para os efeitos do número anterior, a apreciação Artigo 22.o
da inserção urbana das edificações é efectuada na pers- Discussão pública
pectiva formal e funcional, tendo em atenção o edificado
existente, bem como o espaço público envolvente e as 1 — A aprovação pela câmara municipal do pedido
infra-estruturas existentes e previstas. de licenciamento de operação de loteamento é prece-
3 — A câmara municipal delibera sobre o projecto dida de um período de discussão pública a efectuar nos
de arquitectura no prazo de 30 dias contado a partir: termos do disposto no artigo 77.o do Decreto-Lei
a) Da data da recepção do pedido ou dos elemen- n.o 380/99, de 22 de Setembro, sem prejuízo do disposto
tos solicitados nos termos do n.o 4 do artigo 11.o; nos números seguintes.
ou 2 — Mediante regulamento municipal podem ser dis-
b) Da data da recepção do último dos pareceres, pensadas de discussão pública as operações de lotea-
autorizações ou aprovações emitidos pelas enti- mento que não excedam nenhum dos seguintes limites:
dades exteriores ao município, quando tenha a) 4 ha;
havido lugar a consultas; ou ainda
b) 100 fogos;
c) Do termo do prazo para a recepção dos pare-
ceres, autorizações ou aprovações, sempre que c) 10 % da população do aglomerado urbano em
alguma das entidades consultadas não se pro- que se insere a pretensão.
nuncie até essa data.
3 — A discussão pública é anunciada com uma ante-
4 — O interessado deve requerer a aprovação dos cedência mínima de 8 dias a contar da data da recepção
projectos das especialidades necessários à execução da do último dos pareceres, autorizações ou aprovações
obra no prazo de seis meses a contar da notificação emitidos pelas entidades exteriores ao município ou do
do acto que aprovou o projecto de arquitectura, caso termo do prazo para a sua emissão não podendo a sua
não tenha apresentado tais projectos com o requeri- duração ser inferior a 15 dias.
mento inicial. 4 — A discussão pública tem por objecto o projecto
5 — O presidente da câmara poderá prorrogar o de loteamento, que deve ser acompanhado da infor-
prazo referido no número anterior, por uma só vez e mação técnica elaborada pelos serviços municipais, bem
por período não superior a três meses, mediante reque- como dos pareceres, autorizações ou aprovações emi-
rimento fundamentado apresentado antes do respectivo tidos pelas entidades exteriores ao município.
termo. 5 — Os planos municipais de ordenamento do ter-
6 — A falta de apresentação dos projectos das espe- ritório podem sujeitar a prévia discussão pública o licen-
cialidades no prazo estabelecido no n.o 4, ou naquele ciamento de operações urbanísticas de significativa rele-
que resultar da prorrogação concedida nos termos do vância urbanística.
n.o 5, implica a caducidade do acto que aprovou o pro- Artigo 23.o
jecto de arquitectura e o arquivamento oficioso do pro-
cesso de licenciamento. Deliberação final
7 — Há lugar a consulta às entidades que, nos termos 1 — A câmara municipal delibera sobre o pedido de
da lei, devam emitir parecer, autorização ou aprovação licenciamento:
sobre os projectos das especialidades, a qual deve ser
promovida no prazo de 10 dias a contar da apresentação a) No prazo de 45 dias, no caso de operação de
dos mesmos, ou da data da aprovação do projecto de loteamento;
arquitectura, se o interessado os tiver entregue junta- b) No prazo de 30 dias, no caso de obras de
mente com o requerimento inicial. urbanização;
8 — As declarações de responsabilidade dos autores c) No prazo de 45 dias, no caso de obras previstas
dos projectos das especialidades que estejam inscritos nas alíneas c) e d) do n.o 2 do artigo 4.o;
em associação pública constituem garantia bastante do d) No prazo de 30 dias, no caso de alteração da
cumprimento das normas legais e regulamentares apli- utilização de edifício ou de sua fracção.
cáveis aos projectos, excluindo a sua apreciação prévia
pelos serviços municipais, salvo quando as declarações 2 — O prazo previsto na alínea a) do número anterior
sejam formuladas nos termos do n.o 5 do artigo 10.o conta-se, a partir do termo do período de discussão
pública ou, quando não haja lugar à sua realização, nos
termos previstos no n.o 3.
Artigo 21.o 3 — Os prazos previstos nas alíneas b) e d) do n.o 1
Apreciação dos projectos de loteamento, de obras de urbanização contam-se a partir:
e trabalhos de remodelação de terrenos
a) Da data da recepção do pedido ou dos elemen-
A apreciação dos projectos de loteamento, de obras tos solicitados nos termos do n.o 4 do artigo 11.o;
de urbanização e dos trabalhos de remodelação de ter- b) Da data da recepção do último dos pareceres,
renos pela câmara municipal incide sobre a sua con- autorizações ou aprovações emitidos pelas enti-
formidade com planos municipais de ordenamento do dades exteriores ao município, quando tenha
território, planos especiais de ordenamento do territó- havido lugar a consultas; ou ainda
rio, medidas preventivas, área de desenvolvimento c) Do termo do prazo para a recepção dos pare-
urbano prioritário, área de construção prioritária, ser- ceres, autorizações ou aprovações, sempre que
vidões administrativas, restrições de utilidade pública alguma das entidades consultadas não se pro-
e quaisquer outras normas legais e regulamentares apli- nuncie até essa data.
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3313

4 — O prazo previsto na alínea c) do n.o 1 conta-se: implicar, para o município, a construção ou


manutenção de equipamentos, a realização de
a) Da data da apresentação dos projectos das espe- trabalhos ou a prestação de serviços por este
cialidades ou da data da aprovação do projecto não previstos, designadamente quanto a arrua-
de arquitectura, se o interessado os tiver apre- mentos e redes de abastecimento de água, de
sentado juntamente com o requerimento inicial; energia eléctrica ou de saneamento.
ou
b) Da data da recepção do último dos pareceres,
3 — Quando o pedido de licenciamento tiver por
autorizações ou aprovações emitidos pelas enti-
objecto a realização das obras referidas nas alíneas c)
dades consultadas sobre os projectos das espe-
e d) do n.o 2 do artigo 4.o, pode ainda ser indeferido
cialidades; ou ainda
quando a obra seja susceptível de manifestamente afec-
c) Do termo do prazo para a recepção dos pare-
tar a estética das povoações, a sua adequada inserção
ceres, autorizações ou aprovações, sempre que
no ambiente urbano ou a beleza das paisagens, desig-
alguma das entidades consultadas não se pro-
nadamente em resultado da desconformidade com as
nuncie até essa data.
cérceas dominantes, a volumetria das edificações e
outras prescrições expressamente previstas em regu-
5 — Quando o pedido de licenciamento de obras de lamento.
urbanização seja apresentado em simultâneo com o 4 — O pedido de licenciamento das obras referidas
pedido de licenciamento de operação de loteamento, na alínea c) do n.o 2 do artigo 4.o deve ser indeferido
o prazo previsto na alínea b) do n.o 1 conta-se a partir na ausência de arruamentos ou de infra-estruturas de
da deliberação que aprove o pedido de loteamento. abastecimento de água e saneamento ou se a obra pro-
6 — No caso das obras previstas nas alíneas c) e d) jectada constituir, comprovadamente, uma sobrecarga
do n.o 2 do artigo 4.o, a câmara municipal pode, a reque- incomportável para as infra-estruturas existentes.
rimento do interessado, aprovar uma licença parcial para 5 — O pedido de licenciamento das operações refe-
construção da estrutura, imediatamente após a entrega ridas na alínea e) do n.o 2 do artigo 4.o pode ainda
de todos os projectos das especialidades e desde que ser indeferido quando se conclua pela não verificação
se mostrem aprovado o projecto de arquitectura e pres- das condições referidas no n.o 1 do artigo 62.o, ou que
tada caução para demolição da estrutura até ao piso suscitam sobrecarga incomportável para as infra-estru-
de menor cota em caso de indeferimento. turas existentes.
7 — Nos casos referidos no número anterior, o defe-
rimento do pedido de licença parcial dá lugar à emissão Artigo 25.o
de alvará.
Reapreciação do pedido
Artigo 24.o
1 — Quando exista projecto de decisão de indeferi-
Indeferimento do pedido de licenciamento mento com os fundamentos referidos na alínea b) do
n.o 2 e no n.o 4 do artigo anterior, pode haver defe-
1 — O pedido de licenciamento é indeferido quando: rimento do pedido desde que o requerente, na audiência
a) Violar plano municipal de ordenamento do ter- prévia, se comprometa a realizar os trabalhos neces-
ritório, plano especial de ordenamento do ter- sários ou a assumir os encargos inerentes à sua execução,
ritório, medidas preventivas, área de desenvol- bem como os encargos de funcionamento das infra-es-
vimento urbano prioritário, área de construção truturas por um período mínimo de 10 anos.
prioritária, servidão administrativa, restrição de 2 — O disposto no número anterior é igualmente apli-
utilidade pública ou quaisquer outras normas cável quando exista projecto de indeferimento de pedido
legais e regulamentares aplicáveis; de licenciamento das operações referidas na alínea e)
b) Existir declaração de utilidade pública para efei- do n.o 2 do artigo 4.o com fundamento no facto de
tos de expropriação que abranja o prédio suscitarem sobrecarga incomportável para as infra-es-
objecto do pedido de licenciamento, salvo se truturas existentes.
tal declaração tiver por fim a realização da pró- 3 — Em caso de deferimento nos termos dos números
pria operação urbanística; anteriores, o requerente deve, antes da emissão do
c) Tiver sido objecto de parecer negativo, ou alvará, celebrar com a câmara municipal contrato rela-
recusa de aprovação ou autorização de qualquer tivo ao cumprimento das obrigações assumidas e prestar
entidade consultada nos termos do presente caução adequada, beneficiando de redução proporcional
diploma cuja decisão seja vinculativa para os das taxas por realização de infra-estruturas urbanísticas,
órgãos municipais. nos termos a fixar em regulamento municipal.
4 — A prestação da caução referida no número ante-
2 — Quando o pedido de licenciamento tiver por rior, bem como a execução ou manutenção das obras
objecto a realização das operações urbanísticas referidas de urbanização que o interessado se compromete a rea-
nas alíneas a) e b) do n.o 2 do artigo 4.o, o indeferimento lizar ou a câmara municipal entenda indispensáveis,
pode ainda ter lugar com fundamento em: devem ser mencionadas expressamente como condição
do deferimento do pedido.
a) A operação urbanística afectar negativamente 5 — À prestação da caução referida no n.o 3 aplica-se,
o património arqueológico, histórico, cultural ou com as necessárias adaptações, o disposto no artigo 54.o
paisagístico, natural ou edificado; 6 — Os encargos a suportar pelo requerente ao abrigo
b) A operação urbanística constituir, comprovada- do contrato referido no n.o 3 devem ser proporcionais
mente, uma sobrecarga incomportável para as à sobrecarga para as infra-estruturas existentes resul-
infra-estruturas ou serviços gerais existentes ou tante da operação urbanística.
3314 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

Artigo 26.o 2 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 37.o e


Licença
seguintes, no âmbito do procedimento de autorização
não há lugar a consultas a entidades exteriores ao
A deliberação final de deferimento do pedido de município.
licenciamento consubstancia a licença para a realização Artigo 29.o
da operação urbanística.
Apreciação liminar

Artigo 27.o 1 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 2 e 3 do


artigo 11.o, o pedido de autorização é liminarmente
Alterações à licença rejeitado quando se verifique que a operação urbanística
1 — A requerimento do interessado, podem ser alte- a que respeita não se integra na previsão do n.o 3 do
rados os termos e condições da licença antes do início artigo 4.o, nem se encontra sujeita ao regime de auto-
das obras ou trabalhos a que a mesma se refere. rização nos termos do regulamento municipal a que se
2 — A alteração da licença da operação de lotea- refere o n.o 2 do artigo 6.o
mento é precedida de discussão pública, a efectuar nos 2 — Aplica-se igualmente o disposto no número ante-
termos estabelecidos no n.o 3 do artigo 22.o, com as rior quando seja manifesto que:
necessárias adaptações, salvo se houver consentimento a) O pedido de autorização das operações urba-
escrito dos proprietários de todos os lotes constantes nísticas referidas na alínea a) do n.o 3 do
do alvará, sem prejuízo do disposto no artigo 48.o artigo 4.o viola plano de pormenor;
3 — A alteração da licença de operação de lotea- b) Os pedidos de autorização das operações urba-
mento não pode ser aprovada se ocorrer oposição escrita nísticas referidas nas alíneas b) e c) do n.o 3
dos proprietários da maioria dos lotes constantes do do artigo 4.o violam licença de loteamento ou
alvará, desde que nela se inclua a maioria dos proprie- plano de pormenor.
tários abrangidos pela alteração.
4 — A alteração à licença obedece ao procedimento Artigo 30.o
estabelecido na presente subsecção, com as especiali-
dades constantes dos números seguintes. Decisão final
5 — É dispensada a consulta às entidades exteriores 1 — O presidente da câmara municipal decide sobre
ao município desde que o pedido de alteração se con- o pedido de autorização:
forme com os pressupostos de facto e de direito dos
pareceres, autorizações ou aprovações que hajam sido a) No prazo de 30 dias, no caso de operação de
emitidos no procedimento. loteamento;
6 — Podem ser utilizados, no procedimento de alte- b) No prazo de 20 dias, no caso das demais ope-
ração, os documentos constantes do processo que se rações urbanísticas previstas no n.o 3 do
mantenham válidos e adequados. artigo 4.o
7 — A alteração da licença dá lugar a aditamento
ao alvará, que, no caso de operação de loteamento, deve 2 — Sem prejuízo do disposto no n.o 3 do artigo 37.o,
ser comunicado oficiosamente à conservatória do registo os prazos previstos no número anterior contam-se a par-
predial competente, para efeitos de averbamento. tir da recepção do pedido ou dos elementos solicitados
8 — As alterações à licença de loteamento que se nos termos do n.o 4 do artigo 11.o, com excepção do
traduzam na variação das áreas de implantação e de disposto nos números seguintes.
construção até 3%, desde que não impliquem aumento 3 — No caso de pedido de autorização para utilização
do número de fogos ou alteração de parâmetros urba- de edifício ou de sua fracção, bem como para a alteração
nísticos constantes de plano municipal de ordenamento à utilização nos termos previstos na alínea f) do n.o 3
do território, são aprovadas por simples deliberação da do artigo 4.o, o prazo para a decisão do presidente da
câmara municipal, com dispensa de quaisquer outras câmara municipal conta-se a partir:
formalidades, sem prejuízo das demais disposições legais a) Da data da recepção do pedido ou da recepção
e regulamentares aplicáveis. dos elementos solicitados, nos termos do n.o 4
9 — Exceptuam-se do disposto nos n.os 2 a 6 as alte- do artigo 11.o; ou
rações às condições da licença que se refiram ao prazo b) Da data da realização da vistoria, quando a ela
de conclusão das operações urbanísticas licenciadas ou houver lugar, nos termos do disposto no
ao montante da caução para garantia das obras de urba- artigo 64.o
nização, que se regem pelos artigos 53.o, 54.o e 58.o
4 — Quando o pedido de autorização de obras de
urbanização seja apresentado em simultâneo com o
SUBSECÇÃO IV
pedido de autorização de operação de loteamento o
Autorização prazo previsto na alínea b) do n.o 1 conta-se a partir
da deliberação que aprove o pedido de loteamento.
Artigo 28.o
Âmbito Artigo 31.o
Indeferimento do pedido de autorização
1 — Obedece ao procedimento regulado na presente
subsecção a apreciação dos pedidos relativos às ope- 1 — O pedido de autorização é indeferido nos casos
rações urbanísticas previstas no n.o 3 do artigo 4.o, bem previstos nas alíneas a) e b) do n.o 1 do artigo 24.o,
como àquelas que o regulamento referido no n.o 2 do bem como quando se verifique a recusa das aprovações
artigo 6.o determine. previstas no artigo 37.o
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3315

2 — Quando o pedido de autorização tiver por 4 — A alteração à autorização obedece ao procedi-


objecto a realização das operações urbanísticas referidas mento estabelecido na presente subsecção, aplicando-se,
nas alíneas a), b), c) ou d) do n.o 3 do artigo 4.o, o com as necessárias adaptações, o que se dispõe no
indeferimento pode ainda ter lugar com fundamento artigo 27.o
no disposto na alínea b) do n.o 2 do artigo 24.o
3 — Quando o pedido de autorização tiver por
SUBSECÇÃO V
objecto a realização das obras referidas nas alíneas c)
e d) do n.o 3 do artigo 4.o pode ainda ser indeferido Comunicação prévia
nos seguintes casos:
Artigo 34.o
a) A obra seja manifestamente susceptível de afec-
tar a estética das povoações, a sua adequada Âmbito
inserção no ambiente urbano ou a beleza das Obedece ao procedimento regulado na presente sub-
paisagens; secção a realização das operações urbanísticas referidas
b) Quando se verifique a ausência de arruamentos no n.o 3 do artigo 6.o
ou de infra-estruturas de abastecimento de água
e saneamento. Artigo 35.o
Comunicação à câmara municipal
4 — O disposto nos números anteriores é aplicável
às operações previstas na alínea g) do n.o 3 do artigo 4.o, 1 — As obras referidas no artigo anterior podem rea-
com as necessárias adaptações. lizar-se decorrido o prazo de 30 dias sobre a apresen-
5 — Quando o pedido de autorização se referir às tação de comunicação prévia dirigida ao presidente da
operações urbanísticas referidas na alínea b) do n.o 3 câmara municipal.
do artigo 4.o, o indeferimento pode ainda ter lugar com 2 — A comunicação prévia deve conter a identificação
fundamento na desconformidade com as condições do interessado e é acompanhada das peças escritas e
impostas no licenciamento ou autorização da operação desenhadas indispensáveis à identificação das obras ou
de loteamento nos casos em que esta tenha precedido trabalhos a realizar e da respectiva localização, assinadas
ou acompanhado o pedido de autorização de obras de por técnico legalmente habilitado e acompanhadas do
urbanização. termo de responsabilidade a que se refere o artigo 10.o
6 — O pedido de autorização das operações referidas
na alínea f) do n.o 3 do artigo 4.o pode ainda ser objecto Artigo 36.o
de indeferimento quando: Apreciação liminar
a) Não respeite as condições constantes dos n.os 2
1 — No prazo de 20 dias a contar da entrega da comu-
e 3 do artigo 62.o, consoante o caso;
nicação e demais elementos a que se refere o artigo
b) Constitua, comprovadamente, uma sobrecarga
anterior, o presidente da câmara municipal deve deter-
incomportável para as infra-estruturas existen-
minar a sujeição da obra a licenciamento ou autorização
tes.
quando verifique que a mesma não se integra no âmbito
a que se refere o artigo 34.o
7 — Quando exista projecto de indeferimento com
2 — Aplica-se ainda o disposto no número anterior
os fundamentos constantes do n.o 2 e da alínea b) do
quando se verifique haver fortes indícios de que a obra
n.o 6 do presente artigo é aplicável o disposto no
viola as normas legais e regulamentares aplicáveis, desig-
artigo 25.o com as necessárias adaptações.
nadamente as constantes de plano municipal de orde-
namento do território ou as normas técnicas de cons-
Artigo 32.o trução em vigor.
Autorização SUBSECÇÃO VI

O acto de deferimento do pedido consubstancia a Procedimentos especiais


autorização para a realização da operação urbanística.
Artigo 37.o
Operações urbanísticas cujo projecto carece de aprovação
Artigo 33.o da administração central
Alterações à autorização
1 — As operações urbanísticas referidas no artigo 4.o
1 — A requerimento do interessado, podem ser alte- cujo projecto, nos termos da legislação especial apli-
rados os termos e condições da autorização antes do cável, careça de aprovação da administração central,
início das obras ou trabalhos a que a mesma se refere. nomeadamente as relativas a empreendimentos indus-
2 — A alteração da autorização da operação de lotea- triais, recintos de espectáculos e divertimentos públicos
mento é precedida de discussão pública, a efectuar nos e as que tenham lugar em imóveis classificados ou em
termos estabelecidos no n.o 3 do artigo 22.o, com as vias de classificação estão também sujeitas a licença ou
necessárias adaptações, salvo se houver consentimento autorização administrativa municipal, nos termos do dis-
escrito dos proprietários de todos os lotes constantes posto no presente diploma.
do alvará, sem prejuízo do disposto no artigo 48.o 2 — Salvo o disposto em lei especial, os órgãos muni-
3 — A alteração da autorização de loteamento não cipais não podem aprovar informação prévia favorável,
pode ser licenciada se ocorrer oposição escrita dos pro- nem deferir pedidos de licença ou de autorização rela-
prietários da maioria dos lotes constantes do alvará, tivos a operações urbanísticas previstas no n.o 1, sem
desde que nela se inclua a maioria dos proprietários que o requerente apresente documento comprovativo
abrangidos pela alteração. da aprovação da administração central.
3316 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

3 — Os prazos para a câmara municipal decidir sobre Artigo 42.o


os pedidos de informação prévia, de licença ou de auto- Parecer da comissão de coordenação regional
rização relativos a operações urbanísticas previstas no
n.o 1 contam-se a partir da data da entrega pelo reque- 1 — O licenciamento de operação de loteamento que
rente do documento referido no número anterior. se realize em área não abrangida por qualquer plano
municipal de ordenamento do território está sujeito a
parecer prévio favorável da direcção regional do
Artigo 38.o
ambiente e do ordenamento do território.
Empreendimentos turísticos 2 — O parecer da direcção regional do ambiente e
do ordenamento do território destina-se a avaliar a ope-
1 — Os empreendimentos turísticos estão sujeitos ao ração de loteamento do ponto de vista do ordenamento
regime jurídico das operações de loteamento nos casos do território e a verificar a sua articulação com os ins-
em que se pretenda efectuar a divisão jurídica do terreno trumentos de desenvolvimento territorial previstos na
em lotes. lei.
2 — Nas situações referidas no número anterior não 3 — O parecer da direcção regional do ambiente e
é aplicável o disposto no artigo 41.o, podendo a operação do ordenamento do território caduca no prazo de dois
de loteamento realizar-se em áreas em que o uso turís- anos, salvo se, dentro desse prazo, for licenciada a ope-
tico seja compatível com o disposto nos instrumentos ração de loteamento.
de gestão territorial válidos e eficazes. 4 — A apresentação de requerimento nos termos
referidos no artigo 112.o suspende a contagem do prazo
Artigo 39.o referido no número anterior.

Autorização prévia de localização


Artigo 43.o
Sempre que as obras se situem em área que nos ter- Áreas para espaços verdes e de utilização colectiva,
mos de plano de urbanização, plano de pormenor ou infra-estruturas e equipamentos
licença ou autorização de loteamento em vigor esteja
expressamente afecta ao uso proposto, é dispensada a 1 — Os projectos de loteamento devem prever áreas
autorização prévia de localização que, nos termos da destinadas à implantação de espaços verdes e de uti-
lei, devesse ser emitida por parte de órgãos da admi- lização colectiva, infra-estruturas viárias e equipamen-
nistração central, sem prejuízo das demais autorizações tos.
ou aprovações exigidas por lei relativas a servidões admi- 2 — Os parâmetros para o dimensionamento das
nistrativas ou restrições de utilidade pública. áreas referidas no número anterior são os que estiverem
definidos em plano municipal de ordenamento do ter-
ritório, de acordo com as directrizes estabelecidas pelo
Artigo 40.o Programa Nacional da Política de Ordenamento do Ter-
Licença ou autorização de funcionamento ritório e pelo plano regional de ordenamento do
território.
1 — A vistoria necessária à concessão da licença de 3 — Para aferir se o projecto de loteamento respeita
funcionamento deve ser sempre efectuada em conjunto os parâmetros a que alude o número anterior consi-
com a vistoria referida no artigo 64.o, quando a ela haja deram-se quer as parcelas de natureza privada a afectar
lugar. àqueles fins quer as parcelas a ceder à câmara municipal
2 — A câmara municipal dá conhecimento da data nos termos do artigo seguinte.
da vistoria às entidades da administração central que 4 — Os espaços verdes e de utilização colectiva, infra-
tenham competência para licenciar o funcionamento do -estruturas viárias e equipamentos de natureza privada
estabelecimento. constituem partes comuns dos lotes resultantes da ope-
3 — Salvo o disposto em lei especial, a licença de ração de loteamento e dos edifícios que neles venham
funcionamento de qualquer estabelecimento só pode ser a ser construídos e regem-se pelo disposto nos arti-
concedida mediante a exibição do alvará de licença ou gos 1420.o a 1438.o-A do Código Civil.
de autorização de utilização.
Artigo 44.o
SECÇÃO III Cedências

Condições especiais de licenciamento ou autorização 1 — O proprietário e os demais titulares de direitos


reais sobre o prédio a lotear cedem gratuitamente ao
SUBSECÇÃO I município as parcelas para implantação de espaços ver-
des públicos e equipamentos de utilização colectiva e
Operações de loteamento
as infra-estruturas que, de acordo com a lei e a licença
ou autorização de loteamento, devam integrar o domínio
Artigo 41.o municipal.
Localização 2 — Para os efeitos do número anterior, o requerente
deve assinalar as áreas de cedência ao município em
As operações de loteamento só podem realizar-se nas planta a entregar com o pedido de licenciamento ou
áreas situadas dentro do perímetro urbano e em terrenos autorização.
já urbanizados ou cuja urbanização se encontre pro- 3 — As parcelas de terreno cedidas ao município inte-
gramada em plano municipal de ordenamento do gram-se automaticamente no domínio público municipal
território. com a emissão do alvará.
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3317

4 — Se o prédio a lotear já estiver servido pelas infra- c) Manutenção dos equipamentos de recreio e
-estruturas a que se refere a alínea h) do artigo 2.o lazer;
ou não se justificar a localização de qualquer equipa- d) Vigilância da área, por forma a evitar a sua
mento ou espaço verde públicos no referido prédio, ou degradação.
ainda nos casos referidos no n.o 4 do artigo anterior,
não há lugar a qualquer cedência para esses fins, ficando, 3 — Os contratos de concessão devem ser celebrados
no entanto, o proprietário obrigado ao pagamento de sempre que se pretenda realizar investimentos em equi-
uma compensação ao município, em numerário ou em pamentos de utilização colectiva ou em instalações fixas
espécie, nos termos definidos em regulamento muni- e não desmontáveis em espaços verdes, ou a manutenção
cipal. de infra-estruturas.
Artigo 45.o Artigo 47.o
Reversão
Contrato de concessão
1 — O cedente tem o direito de reversão sobre as
1 — Os princípios a que devem subordinar-se os con-
parcelas cedidas nos termos do artigo anterior sempre
tratos administrativos de concessão do domínio muni-
que estas sejam afectas a fins diversos daqueles para
que hajam sido cedidas. cipal a que se refere o artigo anterior são estabelecidos
2 — Ao exercício do direito de reversão previsto no em decreto-lei, no qual se fixam as regras a observarem
número anterior aplica-se, com as necessárias adapta- matéria de prazo de vigência, conteúdo do direito de
ções, o disposto no Código das Expropriações. uso privativo, obrigações do concessionário e do muni-
3 — Em alternativa ao exercício do direito referido cípio em matéria de realização de obras, prestação de
no n.o 1 ou no caso do n.o 9, o cedente pode exigir serviços e manutenção de infra-estruturas, garantias a
ao município uma indemnização, a determinar nos ter- prestar e modos e termos do sequestro e rescisão.
mos estabelecidos no Código das Expropriações com 2 — A utilização das áreas concedidas nos termos do
referência ao fim a que se encontre afecta a parcela, número anterior e a execução dos contratos respectivos
calculada à data em que pudesse haver lugar à reversão. estão sujeitas a fiscalização da câmara municipal, nos
4 — As parcelas que, nos termos do n.o 1, tenham termos a estabelecer no decreto-lei aí referido.
revertido para o cedente ficam sujeitas às mesmas fina- 3 — Os contratos referidos no número anterior não
lidades a que deveriam estar afectas aquando da cedên- podem, sob pena de nulidade das cláusulas respectivas,
cia, salvo quando se trate de parcela a afectar a equi- proibir o acesso e utilização do espaço concessionado
pamento de utilização colectiva, devendo nesse caso ser por parte do público, sem prejuízo das limitações a tais
afecta a espaço verde, procedendo-se ainda ao aver- acesso e utilização que sejam admitidas no decreto-lei
bamento desse facto no respectivo alvará. referido no n.o 1.
5 — Os direitos referidos nos n.os 1 a 3 podem ser
Artigo 48.o
exercidos pelos proprietários de, pelo menos, um terço
dos lotes constituídos em consequência da operação de Execução de instrumentos de planeamento territorial
loteamento. e outros instrumentos urbanísticos
6 — Havendo imóveis construídos na parcela rever- 1 — As condições da licença ou autorização de ope-
tida, o tribunal pode ordenar a sua demolição, a reque- ração de loteamento podem ser alteradas por iniciativa
rimento do cedente, nos termos estabelecidos nos arti- da câmara municipal, desde que tal alteração se mostre
gos 86.o e seguintes do Decreto-Lei n.o 267/85, de 16
necessária à execução de plano municipal de ordena-
de Julho.
7 — O município é responsável pelos prejuízos cau- mento do território, plano especial de ordenamento do
sados aos proprietários dos imóveis referidos no número território, área de desenvolvimento urbano prioritário,
anterior, nos termos estabelecidos no Decreto-Lei área de construção prioritária ou área crítica de recu-
n.o 48 051, de 21 de Novembro de 1967, em matéria peração e reconversão urbanística.
de actos ilícitos. 2 — A deliberação da câmara municipal que deter-
8 — À demolição prevista no n.o 6 é aplicável o dis- mine as alterações referidas no número anterior é devi-
posto nos artigos 52.o e seguintes do Decreto-Lei damente fundamentada e implica a emissão de novo
n.o 794/76, de 5 de Novembro. alvará, e a publicação e submissão a registo deste, a
9 — O direito de reversão previsto no n.o 1 não pode expensas do município.
ser exercido quando os fins das parcelas cedidas sejam 3 — A deliberação referida no número anterior é pre-
alterados ao abrigo do disposto no n.o 1 do artigo 48.o cedida da audiência prévia do titular do alvará e demais
interessados, que dispõem do prazo de 30 dias para
se pronunciarem sobre o projecto de decisão.
Artigo 46.o
4 — A pessoa colectiva que aprovar os instrumentos
Gestão das infra-estruturas e dos espaços verdes referidos no n.o 1 que determinem directa ou indirec-
e de utilização colectiva tamente os danos causados ao titular do alvará e demais
1 — A gestão das infra-estruturas e dos espaços ver- interessados, em virtude do exercício da faculdade pre-
des e de utilização colectiva pode ser confiada a mora- vista no n.o 1, é responsável pelos mesmos nos termos
dores ou a grupos de moradores das zonas loteadas estabelecidos no Decreto-Lei n.o 48 051, de 21 de
e urbanizadas, mediante a celebração com o município Novembro de 1967, em matéria de responsabilidade por
de acordos de cooperação ou de contratos de concessão actos lícitos.
do domínio municipal. Artigo 49.o
2 — Os acordos de cooperação podem incidir, nomea-
damente, sobre os seguintes aspectos: Negócios jurídicos

a) Limpeza e higiene; 1 — Nos títulos de arrematação ou outros documen-


b) Conservação de espaços verdes existentes; tos judiciais, bem como nos instrumentos notariais rela-
3318 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

tivos a actos ou negócios jurídicos de que resulte, directa SUBSECÇÃO II


ou indirectamente, a constituição de lotes nos termos Obras de urbanização
da alínea i) do artigo 2.o, sem prejuízo do disposto nos
artigos 6.o e 7.o, ou a transmissão de lotes legalmente Artigo 53.o
constituídos, deve constar o número do alvará, a data
da sua emissão pela câmara municipal e a certidão do Condições e prazo de execução
registo predial. 1 — Com a deliberação prevista no artigo 26.o ou a
2 — Não podem ser celebradas escrituras públicas de decisão referida no artigo 32.o consoante os casos, o
primeira transmissão de imóveis construídos nos lotes órgão competente para o licenciamento ou a autorização
ou de fracções autónomas desses imóveis sem que seja das obras de urbanização estabelece:
exibida, perante o notário, certidão emitida pela câmara
municipal, comprovativa da recepção provisória das a) As condições a observar na execução das mes-
obras de urbanização ou certidão, emitida pela câmara mas e o prazo para a sua conclusão;
b) O montante da caução destinada a assegurar
municipal, comprovativa de que a caução a que se refere
a boa e regular execução das obras;
o artigo 54.o é suficiente para garantir a boa execução c) As condições gerais do contrato de urbanização
das obras de urbanização. a que se refere o artigo 55.o, se for caso disso.
3 — Caso as obras de urbanização sejam realizadas
nos termos dos artigos 84.o e 85.o, as escrituras referidas 2 — O prazo estabelecido nos termos da alínea a)
no número anterior podem ser celebradas mediante a do n.o 1 pode ser prorrogado a requerimento funda-
exibição de certidão, emitida pela câmara municipal, mentado do interessado, por uma única vez e por
comprovativa da conclusão de tais obras, devidamente período não superior a metade do prazo inicial, quando
executadas em conformidade com os projectos apro- não seja possível concluir as obras dentro do prazo para
vados. o efeito estabelecido.
4 — A exibição das certidões referidas nos n.os 2 e 3 — Quando a obra se encontre em fase de acaba-
3 é dispensada sempre que o alvará de loteamento tenha mentos, pode ainda o presidente da câmara municipal,
sido emitido ao abrigo dos Decretos-Leis n.os 289/73, a requerimento fundamentado do interessado, conceder
de 6 de Junho, e 400/84, de 31 de Dezembro. nova prorrogação, mediante o pagamento de um adi-
cional à taxa referida no n.o 2 do artigo 116.o, de mon-
tante a fixar em regulamento municipal.
Artigo 50.o 4 — O prazo referido no n.o 2 pode ainda ser pror-
Fraccionamento de prédios rústicos rogado em consequência de alteração da licença ou da
autorização.
1 — Ao fraccionamento de prédios rústicos aplica-se 5 — A prorrogação do prazo nos termos referidos nos
o disposto nos Decretos-Leis n.os 384/88, de 25 de Outu- números anteriores não dá lugar à emissão de novo
bro, e 103/90, de 22 de Março. alvará, devendo ser averbada no alvará em vigor.
2 — Os negócios jurídicos de que resulte o fraccio- 6 — As condições da licença ou autorização de obras
namento ou divisão de prédios rústicos são comunicados de urbanização podem ser alteradas por iniciativa da
pelas partes intervenientes à câmara municipal do local câmara municipal, nos ternos e com os fundamentos
da situação dos prédios e ao Instituto Português de Car- estabelecidos no artigo 48.o
tografia e Cadastro.
3 — A comunicação a que se refere o número anterior Artigo 54.o
é efectuada no prazo de 20 dias a contar da celebração Caução
do negócio.
1 — O requerente presta caução destinada a garantir
Artigo 51.o a boa e regular execução das obras de urbanização.
Estatísticas dos alvarás 2 — A caução referida no número anterior é prestada
a favor da câmara municipal, mediante garantia bancária
1 — O conservador do registo predial remete men- autónoma à primeira solicitação, sobre bens imóveis pro-
salmente à direcção regional do ambiente e do orde- priedade do requerente, depósito em dinheiro ou segu-
namento do território, até ao dia 15 de cada mês, cópia, ro-caução, devendo constar do próprio título que a
entregue pelo respectivo titular, dos alvarás de lotea- mesma está sujeita a actualização nos termos do n.o 3
mento e respectivos anexos cujos registos tenham sido e se mantém válida até à recepção definitiva das obras
requeridos no mês anterior. de urbanização.
2 — A falta de entrega dos documentos referidos no 3 — O montante da caução é igual ao valor constante
número anterior determina a realização do registo como dos orçamentos para execução dos projectos das obras
provisório. a executar, eventualmente corrigido pela câmara muni-
cipal com a emissão da licença ou da autorização, a
Artigo 52.o que pode ser acrescido um montante, não superior a
5 % daquele valor, destinado a remunerar encargos de
Publicidade à alienação
administração caso se mostre necessário aplicar o dis-
Na publicidade à alienação de lotes de terreno, de posto nos artigos 84.o e 85.o
edifícios ou fracções autónomas neles construídos, em 4 — O montante da caução deve ser:
construção ou a construir, é obrigatório mencionar o a) Reforçado, precedendo deliberação fundamen-
número do alvará e a data da sua emissão pela câmara tada da câmara municipal, tendo em atenção
municipal, bem como o respectivo prazo de validade. a correcção do valor dos trabalhos por aplicação
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3319

das regras legais e regulamentares relativas a SUBSECÇÃO III


revisões de preços dos contratos de empreitada Obras de edificação
de obras públicas, quando se mostre insuficiente
para garantir a conclusão dos trabalhos, em caso
de prorrogação do prazo de conclusão ou em Artigo 57.o
consequência de acentuada subida no custo dos Condições de execução
materiais ou de salários;
b) Reduzido, nos mesmos termos, em conformi- 1 — A câmara municipal fixa, com o deferimento do
dade com o andamento dos trabalhos a reque- pedido de licenciamento ou autorização das obras refe-
rimento do interessado, que deve ser decidido ridas nas alíneas c) e d) do n.o 2 e c) a e) do n.o 3
no prazo de 45 dias. do artigo 4.o, as condições a observar na execução da
obra.
5 — O conjunto das reduções efectuadas ao abrigo 2 — As condições relativas à ocupação da via pública
do disposto na alínea b) do número anterior não pode ou à colocação de tapumes e vedações são estabelecidas
ultrapassar 90 % do montante inicial da caução, sendo mediante proposta do requerente, não podendo a
o remanescente libertado com a recepção definitiva das câmara municipal alterá-las senão com fundamento na
obras de urbanização. violação de normas legais ou regulamentares aplicáveis,
6 — O reforço ou a redução da caução, nos termos ou na necessidade de articulação com outras ocupações
do n.o 4, não dá lugar à emissão de novo alvará. previstas ou existentes.
3 — No caso previsto no artigo 113.o, as condições
Artigo 55.o a observar na execução das obras são aquelas que forem
propostas pelo requerente.
Contrato de urbanização 4 — O alvará de autorização de obras de construção
1 — Quando a execução de obras de urbanização situadas em área abrangida por operação de loteamento
envolva, em virtude de disposição legal ou regulamentar não pode ser emitido antes da recepção provisória das
ou por força de convenção, mais de um responsável, respectivas obras de urbanização ou da prestação de
a realização das mesmas pode ser objecto de contrato caução a que se refere o artigo 49.o, n.o 2.
de urbanização. 5 — O disposto no artigo 43.o é aplicável aos pedidos
2 — São partes no contrato de urbanização, obriga- de licenciamento ou autorização das obras referidas nas
toriamente, o município e o proprietário e outros titu- alíneas c) e d) do n.o 2 e d) do n.o 3 do artigo 4.o,
lares de direitos reais sobre o prédio e, facultativamente, bem como das referidas na alínea c) do n.o 3 do artigo 4.o
as empresas que prestem serviços públicos, bem como em área não abrangida por operação de loteamento,
outras entidades envolvidas na operação de loteamento quando respeitem a edifícios contíguos e funcionalmente
ou na urbanização dela resultante, designadamente inte- ligados entre si que determinem, em termos urbanísticos,
ressadas na aquisição dos lotes. impactes semelhantes a uma operação de loteamento,
3 — O contrato de urbanização estabelece as obri- nos termos a definir por regulamento municipal.
gações das partes contratantes relativamente à execução 6 — O disposto no n.o 4 do artigo 44.o é aplicável
das obras de urbanização e as responsabilidades a que aos pedidos de licenciamento ou autorização das obras
ficam sujeitas, bem como o prazo para cumprimento referidas nas alíneas c) e d) do n.o 2 e d) do n.o 3
daquelas. do artigo 4.o quando a operação contemple a criação
4 — Quando haja lugar à celebração de contrato de de áreas de circulação viária e pedonal, espaços verdes
urbanização, a ele se fará menção no alvará. e equipamentos de uso privativo.
5 — Juntamente com o requerimento inicial ou a 7 — O disposto no número anterior é igualmente apli-
qualquer momento do procedimento até à aprovação cável aos pedidos de licenciamento de autorização das
das obras de urbanização, o interessado pode apresentar obras referidas na alínea c) do n.o 3 do artigo 4.o desde
proposta de contrato de urbanização. que esteja prevista a sua realização em área não abran-
gida por operação de loteamento.
Artigo 56.o
Execução por fases Artigo 58.o
1 — O interessado pode requerer a execução por fases Prazo de execução
das obras de urbanização, identificando as obras incluí-
das em cada fase e indicando o orçamento correspon- 1 — A câmara municipal fixa, com o deferimento do
dente e os prazos dentro dos quais se propõe requerer pedido de licenciamento ou de autorização das obras
a respectiva licença ou autorização. referidas nas alíneas c) e d) do n.o 2 e c) a e) do n.o 3
2 — O requerimento referido no número anterior do artigo 4.o, o prazo para a conclusão das obras.
deve ser apresentado com o pedido de licenciamento 2 — O prazo referido no número anterior começa a
ou de autorização de loteamento, ou, quando as obras contar da data de emissão do respectivo alvará, ou, nas
de urbanização não se integrem em operação de lotea- situações previstas no artigo 113.o, a contar da data do
mento, com o pedido de licenciamento das mesmas. pagamento ou do depósito das taxas ou da caução.
3 — Cada fase deve ter coerência interna e corres- 3 — O prazo para a conclusão da obra é estabelecido
ponder a uma zona da área a lotear ou a urbanizar em conformidade com a programação proposta pelo
que possa funcionar autonomamente. requerente, podendo ser fixado diferente prazo por
4 — O requerimento é decidido no prazo de 30 dias motivo de interesse público devidamente fundamentado.
a contar da data da sua apresentação. 4 — Quando não seja possível concluir as obras no
5 — Admitida a execução por fases, o alvará abrange prazo previsto na licença ou autorização, o prazo esta-
apenas a primeira fase das obras de urbanização, impli- belecido nos termos dos números anteriores pode ser
cando cada fase subsequente um aditamento ao alvará. prorrogado, a requerimento fundamentado do interes-
3320 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

sado, por uma única vez e por período não superior 3 — Sem prejuízo do disposto nos números anterio-
a metade do prazo inicial, salvo o disposto nos números res, a lei pode impor condições específicas para o exer-
seguintes. cício de certas actividades em edificações já afectas a
5 — Quando a obra se encontre em fase de acaba- tais actividades ao abrigo do direito anterior, bem como
mentos, pode ainda o presidente da câmara municipal, condicionar a concessão da licença ou autorização para
a requerimento fundamentado do interessado, conceder a execução das obras referidas no n.o 2 à realização
nova prorrogação, mediante o pagamento de um adi- dos trabalhos acessórios que se mostrem necessários
cional à taxa referida no n.o 1 do artigo 116.o, de mon- para a melhoria das condições de segurança e salubri-
tante a fixar em regulamento municipal. dade da edificação.
6 — O prazo estabelecido nos termos dos números Artigo 61.o
anteriores pode ainda ser prorrogado em consequência
da alteração da licença ou autorização. Identificação dos técnicos responsáveis
7 — A prorrogação do prazo nos termos referidos nos O titular da licença ou autorização de construção fica
números anteriores não dá lugar à emissão de novo obrigado a afixar uma placa em material imperecível
alvará, devendo ser averbada no alvará em vigor. no exterior da edificação, ou a gravar num dos seus
8 — No caso previsto no artigo 113.o, o prazo para elementos exteriores, com a identificação dos técnicos
a conclusão da obra é aquele que for proposto pelo autores do respectivo projecto de arquitectura e do
requerente. director técnico da obra.
Artigo 59.o
Execução por fases SUBSECÇÃO IV

1 — O requerente pode optar pela execução faseada Utilização de edifícios ou suas fracções
da obra, devendo para o efeito, em caso de operação
urbanística sujeita a licenciamento, identificar no pro- Artigo 62.o
jecto de arquitectura os trabalhos incluídos em cada Âmbito
uma das fases e indicar os prazos, a contar da data
de aprovação daquele projecto, em que se propõe reque- 1 — A licença de alteração da utilização prevista na
rer a aprovação dos projectos de especialidades relativos alínea e) do n.o 2 do artigo 4.o destina-se a verificar
a cada uma dessas fases, podendo a câmara municipal a conformidade do uso previsto com as normas legais
fixar diferentes prazos por motivo de interesse público e regulamentares que lhe são aplicáveis e a idoneidade
devidamente fundamentado. do edifício ou sua fracção autónoma para o fim a que
2 — Cada fase deve corresponder a uma parte da edi- se destina.
ficação passível de utilização autónoma. 2 — A autorização de utilização prevista na alínea f)
3 — Nos casos referidos no n.o 1, o requerimento refe- do n.o 3 do artigo 4.o destina-se a verificar a confor-
rido no n.o 4 do artigo 20.o deverá identificar a fase midade da obra concluída com o projecto aprovado e
da obra a que se reporta. com as condições do licenciamento ou autorização.
4 — A falta de apresentação do requerimento refe- 3 — Quando não haja lugar à realização de obras ou
rido no número anterior dentro dos prazos previstos nos casos previstos no artigo 6.o, a autorização de uti-
no n.o 1 implica a caducidade do acto de aprovação lização referida no número anterior destina-se a verificar
do projecto de arquitectura e o arquivamento oficioso a conformidade do uso previsto com as normas legais
do processo. e regulamentares aplicáveis e a idoneidade do edifício
5 — Quando se trate de operação urbanística sujeita ou sua fracção autónoma para o fim pretendido.
a autorização, o requerente identificará, no projecto de
arquitectura, as fases em que pretende proceder à exe- Artigo 63.o
cução da obra e o prazo para início de cada uma delas,
Instrução do pedido
podendo optar por juntar apenas os projectos de espe-
cialidades referentes à fase que se propõe executar ini- 1 — O requerimento de licença ou autorização de uti-
cialmente, juntando nesse caso os projectos relativos lização deve ser instruído com termo de responsabi-
às fases subsequentes com o requerimento de emissão lidade subscrito pelo responsável pela direcção técnica
do alvará da fase respectiva. da obra, na qual aquele deve declarar que a obra foi
6 — Admitida a execução por fases, o alvará abrange executada de acordo com o projecto aprovado e com
apenas a primeira fase das obras, implicando cada fase as condições da licença e ou autorização e, se for caso
subsequente um aditamento ao alvará. disso, se as alterações efectuadas ao projecto estão em
conformidade com as normas legais e regulamentares
Artigo 60.o que lhe são aplicáveis.
2 — Se o responsável pela direcção técnica da obra
Edificações existentes não estiver legalmente habilitado para subscrever pro-
1 — As edificações construídas ao abrigo do direito jectos de arquitectura, o termo de responsabilidade deve
anterior e as utilizações respectivas não são afectadas ser igualmente apresentado pelo técnico autor do pro-
por normas legais e regulamentares supervenientes. jecto ou por quem, estando mandatado para o efeito
2 — A concessão de licença ou autorização para a pelo dono da obra, tenha a habilitação legalmente exi-
realização de obras de reconstrução ou de alteração gida para o efeito.
das edificações não pode ser recusada com fundamento Artigo 64.o
em normas legais ou regulamentares supervenientes à Vistoria
construção originária, desde que tais obras não originem
ou agravem desconformidade com as normas em vigor, 1 — A concessão da licença ou autorização de uti-
ou tenham como resultado a melhoria das condições lização não depende de prévia vistoria municipal, salvo
de segurança e de salubridade da edificação. o disposto no número seguinte.
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3321

2 — O presidente da câmara municipal pode deter- mas legais e regulamentares aplicáveis em vigor à data
minar a realização de vistoria, no prazo de 15 dias a da sua prática, sem prejuízo do disposto no artigo 60.o
contar da entrega do requerimento referido no artigo
anterior, se a obra não tiver sido inspeccionada ou vis-
toriada no decurso da sua execução ou se dos elementos Artigo 68.o
constantes do processo ou do livro de obra resultarem Nulidades
indícios de que a mesma foi executada em desconfor-
midade com o respectivo projecto e condições da licença, São nulas as licenças ou autorizações previstas no
ou com as normas legais e regulamentares que lhe são presente diploma que:
aplicáveis. a) Violem o disposto em plano municipal de orde-
Artigo 65.o namento do território, plano especial de orde-
namento do território, medidas preventivas ou
Realização da vistoria licença ou autorização de loteamento em vigor;
1 — A vistoria realiza-se no prazo de 30 dias a contar b) Violem o disposto no n.o 2 do artigo 37.o;
da data de entrega do requerimento a que se refere c) Não tenham sido precedidas de consulta das
o n.o 1 do artigo 63.o, sempre que possível em data entidades cujos pareceres, autorizações ou apro-
a acordar com o requerente. vações sejam legalmente exigíveis, bem como
2 — A vistoria é efectuada por uma comissão com- quando não estejam em conformidade com
posta, no mínimo, por três técnicos, a designar pela esses pareceres, autorizações ou aprovações.
câmara municipal, dos quais pelo menos dois devem
ter formação e habilitação legal para assinar projectos Artigo 69.o
correspondentes à obra objecto de vistoria.
3 — A data da realização da vistoria é notificada pela Participação e recurso contencioso
câmara municipal às entidades que a ela devem com- 1 — Os factos geradores das nulidades previstas no
parecer nos termos da legislação específica, bem como artigo anterior e quaisquer outros factos de que possa
ao requerente da licença de utilização que pode fazer-se resultar a invalidade dos actos administrativos previstos
acompanhar dos autores dos projectos e pelo técnico no presente diploma devem ser participados, por quem
responsável pela direcção técnica da obra, que parti- deles tenha conhecimento, ao Ministério Público, para
cipam, sem direito a voto, na vistoria. efeitos de interposição do competente recurso conten-
4 — As conclusões da vistoria são obrigatoriamente cioso e respectivos meios processuais acessórios.
seguidas na decisão sobre o pedido de licenciamento 2 — Quando tenha por objecto actos de licencia-
ou autorização de utilização. mento ou autorização com fundamento em qualquer
5 — No caso de obras de alteração decorrentes da das nulidades previstas no artigo anterior, a citação ao
vistoria, a emissão do alvará depende da verificação da titular da licença ou da autorização para contestar o
sua adequada realização, através de nova vistoria. recurso referido no n.o 1 tem os efeitos previstos no
artigo 103.o para o embargo, sem prejuízo do disposto
Artigo 66.o no número seguinte.
3 — O tribunal pode, oficiosamente ou a requeri-
Propriedade horizontal
mento dos interessados, autorizar o prosseguimento dos
1 — No caso de edifícios constituídos em regime de trabalhos caso do recurso resultem indícios de ilega-
propriedade horizontal, a licença ou autorização de uti- lidade da sua interposição ou da sua improcedência,
lização pode ter por objecto o edifício na sua totalidade devendo o juiz decidir esta questão, quando a ela houver
ou cada uma das suas fracções autónomas. lugar, no prazo de 10 dias.
2 — A licença ou autorização de utilização só pode
ser concedida autonomamente para uma ou mais frac-
Artigo 70.o
ções autónomas quando as partes comuns dos edifícios
em que se integram estejam também em condições de Responsabilidade civil da Administração
serem utilizadas.
1 — O município responde civilmente pelos prejuízos
3 — Caso o interessado não tenha ainda requerido
causados em caso de revogação, anulação ou declaração
a certificação pela câmara municipal de que o edifício de nulidade de licenças ou autorizações sempre que a
satisfaz os requisitos legais para a sua constituição em causa da revogação, anulação ou declaração de nulidade
regime de propriedade horizontal, tal pedido pode inte- resulte de uma conduta ilícita dos titulares dos seus
grar o requerimento de licença ou autorização de órgãos ou dos seus funcionários e agentes.
utilização. 2 — Os titulares dos órgãos do município e os seus
SECÇÃO IV funcionários e agentes respondem solidariamente com
aquele quando tenham dolosamente dado causa à ile-
Validade e eficácia dos actos de licenciamento ou autorização galidade que fundamenta a revogação, anulação ou
declaração de nulidade.
SUBSECÇÃO I
3 — Quando a ilegalidade que fundamenta a revo-
Validade gação, anulação ou declaração de nulidade resulte de
parecer vinculativo, autorização ou aprovação legal-
Artigo 67.o mente exigível, a entidade que o emitiu responde soli-
Requisitos
dariamente com o município, que tem sobre aquela
direito de regresso.
A validade das licenças ou autorizações das operações 4 — O disposto no presente artigo em matéria de
urbanísticas depende da sua conformidade com as nor- responsabilidade solidária não prejudica o direito de
3322 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

regresso que ao caso couber, nos termos gerais de 6 — Os prazos a que se referem os números anteriores
direito. contam-se de acordo com o disposto no artigo 279.o
do Código Civil.
SUBSECÇÃO II
7 — Tratando-se de licença para a realização de ope-
Caducidade e revogação da licença ou autorização ração de loteamento ou de obras de urbanização, a cadu-
cidade pelos motivos previstos nos n.os 3 e 4 não produz
Artigo 71.o efeitos relativamente aos lotes para os quais já haja sido
Caducidade aprovado pedido de licenciamento ou de autorização
das obras de edificação neles previstas.
1 — A licença ou autorização para a realização de
operação de loteamento caduca se: Artigo 72.o
a) Não for requerida a autorização para a reali- Renovação
zação das respectivas obras de urbanização no
prazo de um ano a contar da notificação do 1 — O titular da licença ou autorização que haja cadu-
acto de licenciamento ou de autorização; ou se cado pode requerer nova licença ou autorização.
b) Não for requerido o alvará único a que se refere 2 — No caso referido no número anterior, poderão
o n.o 3 do artigo 76.o no prazo de um ano a ser utilizados no novo processo os pareceres, autori-
contar da notificação do acto de autorização zações e aprovações que instruíram o processo anterior,
das respectivas obras de urbanização. desde que o novo requerimento seja apresentado no
prazo de 18 meses a contar da data da caducidade da
2 — A licença ou autorização para a realização de licença ou autorização anterior e os mesmos sejam con-
operação de loteamento que não exija a realização de firmados pelas entidades que os emitiram.
obras de urbanização, bem como a licença para a rea- 3 — Os pedidos das confirmações previstas no
lização das operações urbanísticas previstas nas alíneas número anterior devem ser decididos no prazo de 15 dias
b) a d) do n.o 2 e nas alíneas b) a e) e g) do n.o 3 a contar da data em que sejam solicitados, consideran-
do artigo 4.o caduca se, no prazo de um ano a contar do-se confirmados tais pareceres, autorizações ou apro-
da notificação do acto de licenciamento ou autorização, vações se a entidade competente não se pronunciar den-
não for requerida a emissão do respectivo alvará. tro deste prazo.
3 — Para além das situações previstas no número Artigo 73.o
anterior, a licença ou autorização para a realização das
operações urbanísticas referidas no número anterior, Revogação
bem como a licença ou a autorização para a realização 1 — Sem prejuízo do que se dispõe no número
de operação de loteamento que exija a realização de seguinte, a licença ou autorização só pode ser revogada
obras de urbanização, caduca ainda: nos termos estabelecidos na lei para os actos consti-
a) Se as obras não forem iniciadas no prazo de tutivos de direitos.
nove meses a contar da data de emissão do 2 — Nos casos a que se refere o n.o 2 do artigo 105.o
alvará ou, nos casos previstos no artigo 113.o, a licença ou autorização pode ser revogada pela câmara
da data do pagamento das taxas, do seu depósito municipal decorrido o prazo de seis meses a contar do
ou da garantia do seu pagamento; termo do prazo estabelecido de acordo com o n.o 1
b) Se as obras estiverem suspensas por período do mesmo artigo.
superior a seis meses, salvo se a suspensão SUBSECÇÃO III
decorrer de facto não imputável ao titular da
licença ou autorização; Alvará de licença ou autorização
c) Se as obras estiverem abandonadas por período
superior a seis meses; Artigo 74.o
d) Se as obras não forem concluídas no prazo Título
fixado na licença ou na autorização ou suas pror-
rogações, contado a partir da data de emissão 1 — O licenciamento ou autorização das operações
do alvará; urbanísticas é titulado por alvará.
e) Se o titular da licença ou autorização for decla- 2 — A emissão do alvará é condição de eficácia da
rado falido ou insolvente. licença ou autorização e depende do pagamento das
taxas devidas pelo requerente.
4 — Para os efeitos do disposto na alínea c) do
número anterior, presumem-se abandonadas as obras Artigo 75.o
ou trabalhos sempre que:
Competência
a) Se encontrem suspensos sem motivo justificativo
registado no respectivo livro de obra; Compete ao presidente da câmara municipal emitir
b) Decorram na ausência do técnico responsável o alvará de licença ou autorização para a realização
pela respectiva execução; das operações urbanísticas, podendo delegar esta com-
c) Se desconheça o paradeiro do titular da res- petência nos vereadores com faculdade de subdelegação,
pectiva licença, sem que este haja indicado à ou nos dirigentes dos serviços municipais.
câmara municipal procurador bastante que o
represente. Artigo 76.o
Requerimento
5 — A caducidade prevista na alínea d) do n.o 3 é
declarada pela câmara municipal, com audiência prévia 1 — O interessado deve, no prazo de um ano a contar
do interessado. da data da notificação do acto de licenciamento ou auto-
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3323

rização, requerer a emissão do respectivo alvará, apre- alíneas b) a g) e l) do artigo 2.o deve conter, nos termos
sentando para o efeito os elementos previstos em por- da licença ou autorização, os seguintes elementos, con-
taria aprovada pelo Ministro do Ambiente e do Orde- soante sejam aplicáveis:
namento do Território.
2 — Pode ainda o presidente da câmara municipal, a) Identificação do titular da licença ou auto-
a requerimento fundamentado do interessado, conceder rização;
prorrogação, por uma única vez, do prazo previsto no b) Identificação do lote ou do prédio onde se rea-
número anterior. lizam as obras ou trabalhos;
3 — No caso de operação de loteamento que exija c) Identificação dos actos dos órgãos municipais
a realização de obras de urbanização é emitido um único relativos ao licenciamento ou autorização das
alvará, que deve ser requerido no prazo de um ano obras ou trabalhos;
a contar da notificação do acto de autorização das obras d) Enquadramento das obras em operação de
de urbanização. loteamento ou plano municipal de ordenamento
4 — O alvará é emitido no prazo de 30 dias a contar do território em vigor, no caso das obras pre-
da apresentação do requerimento previsto nos números vistas nas alíneas b), c) e e) do artigo 2.o;
anteriores, ou da recepção dos elementos a que se refere e) Os condicionamentos a que fica sujeita a licença
o n.o 4 do artigo 11.o, desde que se mostrem pagas ou autorização;
as taxas devidas. f) As cérceas e o número de pisos acima e abaixo
5 — O requerimento de emissão de alvará só pode da cota de soleira;
ser indeferido com fundamento na caducidade, suspen- g) A área de construção e a volumetria dos
são, revogação, anulação ou declaração de nulidade da edifícios;
licença ou autorização ou na falta de pagamento das h) O uso a que se destinam as edificações;
taxas referidas no número anterior. i) O prazo de validade da licença ou autorização,
6 — O alvará obedece a um modelo tipo a estabelecer o qual corresponde ao prazo para a conclusão
por portaria aprovada pelo Ministro do Ambiente e do das obras ou trabalhos.
Ordenamento do Território.
5 — O alvará de licença ou autorização relativo à uti-
o lização de edifício ou de sua fracção deve conter, nos
Artigo 77. termos da licença ou autorização, a especificação dos
Especificações seguintes elementos:
1 — O alvará de licença ou autorização de operação a) Identificação do titular da licença ou auto-
de loteamento ou de obras de urbanização deve conter, rização;
nos termos da licença ou autorização, a especificação b) Identificação do edifício ou fracção autónoma;
dos seguintes elementos, consoante forem aplicáveis: c) O uso a que se destina o edifício ou fracção
autónoma.
a) Identificação do titular do alvará;
b) Identificação do prédio objecto da operação de
loteamento ou das obras de urbanização; 6 — O alvará de licença ou autorização a que se refere
c) Identificação dos actos dos órgãos municipais o número anterior deve ainda mencionar, quando for
relativos ao licenciamento ou autorização da caso disso, que o edifício a que respeita preenche os
operação de loteamento e das obras de urba- requisitos legais para a constituição da propriedade
nização; horizontal.
d) Enquadramento da operação urbanística em 7 — No caso de substituição do titular de alvará de
plano municipal de ordenamento do território licença ou autorização, o substituto deve disso fazer
em vigor bem como na respectiva unidade de prova junto do presidente da câmara para que este pro-
execução, se a houver; ceda ao respectivo averbamento no prazo de 15 dias
e) Número de lotes e indicação da área, locali- a contar da data da substituição.
zação, finalidade, área de implantação, área de
construção, número de pisos e número de fogos Artigo 78.o
de cada um dos lotes, com especificação dos
fogos destinados a habitações a custos contro- Publicidade
lados, quando previstos; 1 — O titular do alvará deve promover, no prazo de
f) Cedências obrigatórias, sua finalidade e espe- 10 dias após a emissão do alvará, a afixação no prédio
cificação das parcelas a integrar no domínio objecto de qualquer operação urbanística de um aviso,
municipal; bem visível do exterior, que deve aí permanecer até
g) Prazo para a conclusão das obras de urba- à conclusão das obras.
nização; 2 — A emissão do alvará de licença ou autorização
h) Montante da caução prestada e identificação do de loteamento deve ainda ser publicitada pela câmara
respectivo título. municipal, no prazo estabelecido no n.o 1, através de:
2 — O alvará a que se refere o número anterior deve a) Publicação de aviso em boletim municipal ou,
conter, em anexo, as plantas representativas dos ele- quando este não exista, através de edital a afixar
mentos referidos nas alíneas e) e f). nos paços do concelho e nas sedes das juntas
3 — As especificações do alvará a que se refere o de freguesia abrangidas;
n.o 1 vinculam a câmara municipal, o proprietário do b) Publicação de aviso num jornal de âmbito local,
prédio, bem como os adquirentes dos lotes. quando o número de lotes seja inferior a 20,
4 — O alvará de licença ou autorização para a rea- ou num jornal de âmbito nacional, nos restantes
lização das operações urbanísticas a que se referem as casos.
3324 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

3 — Compete ao Ministro do Ambiente e do Orde- termos do disposto no n.o 2 do artigo 14.o, pode o pre-
namento do Território aprovar, por portaria, os modelos sidente da câmara municipal, a pedido do interessado,
dos avisos referidos nos números anteriores. permitir a execução de trabalhos de demolição ou de
4 — Os editais e os avisos previstos nos números ante- escavação e contenção periférica até à profundidade do
riores devem mencionar, consoante os casos, as espe- piso de menor cota, logo após o saneamento referido
cificações previstas nas alíneas a) a g) do n.o 1 e a) no artigo 11.o, desde que seja prestada caução para repo-
a c) e f) a i) do n.o 4 do artigo 77.o sição do terreno nas condições em que se encontrava
antes do início dos trabalhos.
Artigo 79.o 2 — Nas obras sujeitas a licença nos termos do pre-
sente diploma, a decisão referida no número anterior
Cassação pode ser proferida em qualquer momento após a apro-
1 — O alvará é cassado pelo presidente da câmara vação do projecto de arquitectura.
municipal quando caduque a licença ou autorização por 3 — Para os efeitos dos números anteriores, o reque-
ele titulada ou quando esta seja revogada, anulada ou rente deve apresentar, consoante os casos, o plano de
declarada nula. demolições, o projecto de estabilidade ou o projecto
2 — A cassação do alvará de loteamento é comuni- de escavação e contenção periférica até à data da apre-
cada pelo presidente da câmara municipal à conserva- sentação do pedido referido no mesmo número.
tória do registo predial competente, para efeitos de ano- 4 — O presidente da câmara decide sobre o pedido
tação à descrição e de cancelamento do registo do alvará. previsto no n.o 1 no prazo de 15 dias a contar da data
3 — Com a comunicação referida no número anterior, da sua apresentação.
o presidente da câmara municipal dá igualmente conhe- 5 — É título bastante para a execução dos trabalhos
cimento à conservatória dos lotes que se encontrem na de demolição, escavação ou contenção periférica a noti-
situação referida no n.o 7 do artigo 71.o, requerendo ficação do deferimento do respectivo pedido, que o
a esta o cancelamento parcial do alvará nos termos da requerente, a partir do início da execução dos trabalhos
alínea f) do n.o 2 do artigo 101.o do Código do Registo por ela abrangidos, deverá guardar no local da obra.
Predial e indicando as descrições a manter.
4 — O alvará cassado é apreendido pela câmara muni- Artigo 82.o
cipal, na sequência de notificação ao respectivo titular. Ligação às redes públicas

1 — Os alvarás a que se referem os n.os 1 e 4 do


CAPÍTULO III artigo 77.o, bem como a notificação referida no n.o 5
do artigo anterior, constituem título bastante para ins-
Execução e fiscalização
truir os pedidos de ligação das redes de água, de sanea-
SECÇÃO I mento, de gás, de electricidade e de telecomunicações,
podendo os requerentes optar, mediante autorização das
Início dos trabalhos entidades fornecedoras, pela realização das obras indis-
pensáveis à sua concretização nas condições regulamen-
Artigo 80.o tares e técnicas definidas por aquelas entidades.
Início dos trabalhos 2 — Até à apresentação do alvará de licença ou auto-
rização de utilização, as ligações referidas no número
1 — A execução das obras e trabalhos sujeitos a anterior são efectuadas pelo prazo fixado no alvará res-
licença ou autorização nos termos do presente diploma pectivo e apenas podem ser prorrogadas pelo período
só pode iniciar-se depois de emitido o respectivo alvará, correspondente à prorrogação daquele prazo, salvo nos
com excepção das situações referidas no artigo 81.o e casos em que aquele alvará não haja sido emitido por
salvo o disposto no artigo 113.o razões exclusivamente imputáveis à câmara municipal.
2 — As obras e trabalhos sujeitos ao regime de comu- 3 — Na situação prevista no artigo 113.o, os pedidos
nicação prévia podem iniciar-se logo que decorrido o de ligação referidos no n.o 1 podem ser instruídos com
prazo referido no n.o 1 do artigo 35.o o recibo do pagamento ou do depósito das taxas ou
3 — As obras e trabalhos referidos no artigo 7.o só da caução.
podem iniciar-se depois de emitidos os pareceres ou 4 — Nos casos referidos no n.o 3 do artigo 6.o, os
autorizações aí referidos, ou após o decurso dos prazos pedidos de ligação podem ser instruídos com cópia da
fixados para a respectiva emissão. comunicação prévia.
4 — No prazo de 60 dias a contar do início dos tra-
SECÇÃO II
balhos relativos às operações urbanísticas referidas nas
alíneas c) e d) do n.o 2 e c) e d) do n.o 3 do artigo 4.o Execução dos trabalhos
deve o promotor da obra apresentar na câmara muni-
cipal cópia do projecto de execução de arquitectura e Artigo 83.o
das várias especialidades salvo nos casos de escassa rele- Alterações durante a execução da obra
vância urbanística em que tal seja dispensado por regu-
lamento municipal. 1 — Podem ser realizadas em obra alterações ao pro-
jecto, mediante comunicação prévia nos termos previstos
Artigo 81.o nos artigos 34.o a 36.o, desde que essa comunicação seja
Demolição, escavação e contenção periférica
efectuada com a antecedência necessária para que as
obras estejam concluídas antes da apresentação do
1 — Quando o procedimento de licenciamento ou requerimento a que se refere o n.o 1 do artigo 63.o
autorização haja sido precedido de informação prévia 2 — Podem ser efectuadas sem dependência de comu-
favorável que vincule a câmara municipal, emitida nos nicação prévia à câmara municipal as alterações em obra
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3325

que não correspondam a obras que estivessem sujeitas c) Quaisquer outros elementos que o requerente
a prévio licenciamento ou autorização administrativa. entenda necessários para o conhecimento do
3 — As alterações em obra ao projecto inicialmente pedido.
aprovado que envolvam a realização de obras de amplia-
ção ou de alterações à implantação das edificações estão 3 — Antes de decidir, o tribunal notifica a câmara
sujeitas ao procedimento previsto nos artigos 27.o ou municipal e o titular do alvará para responderem no
33.o, consoante os casos. prazo de 30 dias e ordena a realização das diligências
que entenda úteis para o conhecimento do pedido,
nomeadamente a inspecção judicial do local.
Artigo 84.o 4 — Se deferir o pedido, o tribunal fixa especifica-
Execução das obras pela câmara municipal damente as obras a realizar e o respectivo orçamento
e determina que a caução a que se refere o artigo 54.o
1 — Sem prejuízo do disposto no presente diploma fique à sua ordem, a fim de responder pelas despesas
em matéria de suspensão e caducidade das licenças ou com as obras até ao limite do orçamento.
autorizações ou de cassação dos respectivos alvarás, a 5 — Na falta ou insuficiência da caução, o tribunal
câmara municipal, para salvaguarda da qualidade do determina que os custos sejam suportados pelo muni-
meio urbano e do meio ambiente, da segurança das cípio, sem prejuízo do direito de regresso deste sobre
edificações e do público em geral ou, no caso de obras o titular do alvará.
de urbanização, também para protecção de interesses 6 — O processo a que se referem os números ante-
de terceiros adquirentes de lotes, pode promover a rea- riores é urgente e isento de custas.
lização das obras por conta do titular do alvará quando, 7 — Da sentença cabe recurso nos termos gerais.
por causa que seja imputável a este último: 8 — Compete ao tribunal judicial da comarca onde
a) Não tiverem sido iniciadas no prazo de um ano se localiza o prédio no qual se devem realizar as obras
a contar da data da emissão do alvará; de urbanização conhecer dos pedidos previstos no pre-
b) Permanecerem interrompidas por mais de um sente artigo.
ano; 9 — A câmara municipal emite oficiosamente novo
c) Não tiverem sido concluídas no prazo fixado alvará, competindo ao seu presidente dar conhecimento
ou suas prorrogações, nos casos em que a das respectivas deliberações à direcção regional do
câmara municipal tenha declarado a caduci- ambiente e do ordenamento do território e ao conser-
dade; vador do registo predial, quando:
d) Não hajam sido efectuadas as correcções ou a) Tenha havido recepção provisória das obras; ou
alterações que hajam sido intimadas nos termos b) Seja integralmente reembolsada das despesas
do artigo 105.o efectuadas, caso se verifique a situação prevista
no n.o 5.
2 — A execução das obras referidas no número ante-
SECÇÃO III
rior e o pagamento das despesas suportadas com as
mesmas efectuam-se nos termos dos artigos 107.o e 108.o Conclusão e recepção dos trabalhos
3 — A câmara municipal pode ainda accionar as cau-
ções referidas nos artigos 25.o e 54.o Artigo 86.o
4 — Logo que se mostre reembolsada das despesas Limpeza da área e reparação de estragos
efectuadas nos termos do presente artigo, a câmara
municipal procede ao levantamento do embargo que 1 — Concluída a obra, o dono da mesma é obrigado
possa ter sido decretado ou, quando se trate de obras a proceder ao levantamento do estaleiro e à limpeza
de urbanização, emite oficiosamente novo alvará, com- da área, removendo os materiais, entulhos e demais
petindo ao presidente da câmara dar conhecimento das detritos que se hajam acumulado no decorrer da exe-
respectivas deliberações, quando seja caso disso, à direc- cução dos trabalhos, bem como à reparação de quaisquer
ção regional do ambiente e do ordenamento do território estragos ou deteriorações que tenha causado em infra-
e ao conservador do registo predial. -estruturas públicas.
2 — O cumprimento do disposto no número anterior
é condição de emissão do alvará de licença ou auto-
Artigo 85.o rização de utilização ou da recepção provisória das obras
Execução das obras de urbanização por terceiro de urbanização, salvo quando seja prestada, em prazo
a fixar pela câmara municipal, caução para garantia da
1 — Qualquer adquirente dos lotes, de edifícios cons- execução das reparações referidas no mesmo número.
truídos nos lotes ou de fracções autónomas dos mesmos
tem legitimidade para requerer a autorização judicial
para promover directamente a execução das obras de Artigo 87.o
urbanização quando, verificando-se as situações previs- Recepção provisória e definitiva das obras de urbanização
tas no n.o 1 do artigo anterior, a câmara municipal não
tenha promovido a sua execução. 1 — É da competência da câmara municipal deliberar
2 — O requerimento é instruído com os seguintes sobre a recepção provisória e definitiva das obras de
elementos: urbanização após a sua conclusão e o decurso do prazo
de garantia, respectivamente, mediante requerimento
a) Cópia do alvará; do interessado.
b) Orçamento, a preços correntes do mercado, 2 — A recepção é precedida de vistoria, a realizar
relativo à execução das obras de urbanização por uma comissão da qual fazem parte o interessado
em conformidade com os projectos aprovados ou um seu representante e, pelo menos, dois represen-
e condições fixadas no licenciamento; tantes da câmara municipal.
3326 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

3 — À recepção provisória e definitiva, bem como 2 — Do acto que determinar a realização da vistoria
às respectivas vistorias, é aplicável, com as necessárias e respectivos fundamentos é notificado o proprietário
adaptações, o regime aplicável à recepção provisória do imóvel, mediante carta registada expedida com, pelo
e definitiva das empreitadas de obras públicas. menos, sete dias de antecedência.
4 — Em caso de deficiência das obras de urbanização, 3 — Até à véspera da vistoria, o proprietário pode
como tal assinaladas no auto de vistoria, se o titular indicar um perito para intervir na realização da vistoria
das obras de urbanização não reclamar ou vir indeferida e formular quesitos a que deverão responder os técnicos
a sua reclamação e não proceder à sua correcção no nomeados.
prazo para o efeito fixado, a câmara municipal procede 4 — Da vistoria é imediatamente lavrado auto, do
em conformidade com o disposto no artigo 84.o qual consta obrigatoriamente a identificação do imóvel,
5 — O prazo de garantia das obras de urbanização a descrição do estado do mesmo e as obras preconizadas
é de cinco anos. e, bem assim, as respostas aos quesitos que sejam for-
Artigo 88.o muladas pelo proprietário.
5 — O auto referido no número anterior é assinado
Obras inacabadas por todos os técnicos e pelo perito que hajam participado
na vistoria e, se algum deles não quiser ou não puder
1 — Quando as obras já tenham atingido um estado assiná-lo, faz-se menção desse facto.
avançado de execução mas a licença ou autorização haja 6 — Quando o proprietário não indique perito até
caducado por motivo de falência ou insolvência do seu à data referida no número anterior, a vistoria é realizada
titular, pode qualquer terceiro, que tenha adquirido, em sem a presença deste, sem prejuízo de, em eventual
relação ao prédio em questão, a legitimidade prevista
impugnação administrativa ou contenciosa da delibe-
no n.o 1 do artigo 9.o, requerer a concessão de uma
ração em causa, o proprietário poder alegar factos não
licença especial para a sua conclusão.
constantes do auto de vistoria, quando prove que não
2 — A concessão da licença especial referida no
foi regularmente notificado nos termos do n.o 2.
número anterior segue o procedimento previsto nos arti-
gos 27.o ou 33.o, consoante se trate de obras sujeitas 7 — As formalidades previstas no presente artigo
a licença ou autorização, aplicando-se o disposto no podem ser preteridas quando exista risco iminente de
artigo 60.o desmoronamento ou grave perigo para a saúde pública,
3 — Independentemente dos motivos que tenham nos termos previstos na lei para o estado de necessidade.
determinado a caducidade da licença ou da autorização,
a licença referida no n.o 1 pode também ser concedida Artigo 91.o
quando a câmara municipal reconheça o interesse na
conclusão da obra e não se mostre aconselhável a demo- Obras coercivas
lição da mesma, por razões ambientais, urbanísticas, téc-
nicas ou económicas. 1 — Quando o proprietário não iniciar as obras que
lhe sejam determinadas nos termos do artigo 89.o ou
não as concluir dentro dos prazos que para o efeito
SECÇÃO IV lhe forem fixados, pode a câmara municipal tomar posse
administrativa do imóvel para lhes dar execução ime-
Utilização e conservação do edificado diata.
2 — À execução coerciva das obras referidas no
Artigo 89.o número anterior aplica-se, com as devidas adaptações,
o disposto nos artigos 107.o e 108.o
Dever de conservação

1 — As edificações devem ser objecto de obras de Artigo 92.o


conservação pelo menos uma vez em cada período de
oito anos. Despejo administrativo
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
a câmara municipal pode a todo o tempo, oficiosamente 1 — A câmara municipal pode ordenar o despejo
ou a requerimento de qualquer interessado, determinar sumário dos prédios ou parte de prédios nos quais haja
a execução de obras de conservação necessárias à cor- de realizar-se as obras referidas nos n.os 2 e 3 do
recção de más condições de segurança ou de salubridade. artigo 89.o, sempre que tal se mostre necessário à exe-
3 — A câmara municipal pode, oficiosamente ou a cução das mesmas.
requerimento de qualquer interessado, ordenar a demo- 2 — O despejo referido no número anterior pode ser
lição total ou parcial das construções que ameacem ruína determinado oficiosamente ou, quando o proprietário
ou ofereçam perigo para a saúde pública e para a segu- pretenda proceder às mesmas, a requerimento deste.
rança das pessoas. 3 — A deliberação que ordene o despejo é eficaz a
4 — Os actos referidos nos números anteriores são partir da sua notificação aos ocupantes.
eficazes a partir da sua notificação ao proprietário. 4 — O despejo deve executar-se no prazo de 45 dias
a contar da sua notificação aos ocupantes, salvo quando
houver risco iminente de desmoronamento ou grave
Artigo 90.o perigo para a saúde pública, em que poderá executar-se
Vistoria prévia imediatamente.
5 — Fica garantido aos inquilinos o direito à reocu-
1 — As deliberações referidas nos n.os 2 e 3 do artigo pação dos prédios, uma vez concluídas as obras rea-
anterior são precedidas de vistoria a realizar por três lizadas, havendo lugar a aumento de renda nos termos
técnicos a nomear pela câmara municipal. gerais.
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3327

SECÇÃO V sidente da câmara municipal e segue os termos do pro-


cedimento cautelar comum.
Fiscalização

SUBSECÇÃO I Artigo 96.o


Disposições gerais Vistorias

1 — Para além dos casos especialmente previstos no


Artigo 93.o
presente diploma, o presidente da câmara municipal
Âmbito pode ordenar a realização de vistorias aos imóveis em
que estejam a ser executadas operações urbanísticas
1 — A realização de quaisquer operações urbanísticas
quando o exercício dos poderes de fiscalização dependa
está sujeita a fiscalização administrativa, independen-
da prova de factos que, pela sua natureza ou especial
temente da sua sujeição a prévio licenciamento ou
complexidade, impliquem uma apreciação valorativa de
autorização.
carácter pericial.
2 — A fiscalização administrativa destina-se a asse-
2 — As vistorias ordenadas nos termos do número
gurar a conformidade daquelas operações com as dis-
anterior regem-se pelo disposto no artigo 90.o e as suas
posições legais e regulamentares aplicáveis e a prevenir
conclusões são obrigatoriamente seguidas na decisão a
os perigos que da sua realização possam resultar para
que respeita.
a saúde e segurança das pessoas.
Artigo 97.o
Artigo 94.o Livro de obra
Competência 1 — Todos os factos relevantes relativos à execução
de obras licenciadas ou autorizadas devem ser registados
1 — Sem prejuízo das competências atribuídas por
pelo respectivo director técnico no livro de obra, a con-
lei a outras entidades, a fiscalização prevista no artigo
servar no local da sua realização para consulta pelos
anterior compete ao presidente da câmara municipal,
funcionários municipais responsáveis pela fiscalização
com a faculdade de delegação em qualquer dos verea-
de obras.
dores.
2 — São obrigatoriamente registados no livro de obra,
2 — Os actos praticados pelo presidente da câmara
para além das respectivas datas de início e conclusão,
municipal no exercício dos poderes de fiscalização pre-
todos os factos que impliquem a sua paragem ou sus-
vistos no presente diploma e que envolvam um juízo
pensão, bem como todas as alterações feitas ao projecto
de legalidade de actos praticados pela câmara municipal
licenciado ou autorizado.
respectiva, ou que suspendam ou ponham termo à sua
3 — O modelo e demais registos a inscrever no livro
eficácia, podem ser por esta revogados ou suspensos.
de obra é o definido por portaria conjunta dos Ministros
3 — No exercício da actividade de fiscalização, o pre-
do Equipamento Social e do Ambiente e do Ordena-
sidente da câmara municipal é auxiliado por funcioná-
mento do Território.
rios municipais com formação adequada, a quem
incumbe preparar e executar as suas decisões.
4 — O presidente da câmara municipal pode ainda SUBSECÇÃO II
solicitar colaboração de quaisquer autoridades adminis-
trativas ou policiais. Sanções
5 — A câmara municipal pode contratar com empre-
sas privadas habilitadas a efectuar fiscalização de obras Artigo 98.o
a realização das inspecções a que se refere o artigo Contra-ordenações
seguinte, bem como as vistorias referidas no artigo 64.o
6 — A celebração dos contratos referidos no número 1 — Sem prejuízo da responsabilidade civil, criminal
anterior depende da observância das regras constantes ou disciplinar, são puníveis como contra-ordenação:
de decreto regulamentar, de onde consta o âmbito das
obrigações a assumir pelas empresas, o respectivo a) A realização de quaisquer operações urbanís-
regime da responsabilidade e as garantias a prestar. ticas sujeitas a prévio licenciamento ou auto-
rização sem o respectivo alvará, excepto nos
casos previstos nos artigos 81.o e 113.o;
Artigo 95.o b) A realização de quaisquer operações urbanís-
Inspecções
ticas em desconformidade com o respectivo pro-
jecto ou com as condições do licenciamento ou
1 — Os funcionários municipais responsáveis pela fis- autorização;
calização de obras ou as empresas privadas a que se c) A não conclusão de quaisquer operações urba-
refere o n.o 5 do artigo anterior podem realizar ins- nísticas nos prazos fixados para o efeito;
pecções aos locais onde se desenvolvam actividades d) A ocupação de edifícios ou suas fracções autó-
sujeitas a fiscalização nos termos do presente diploma, nomas sem licença ou autorização de utilização
sem dependência de prévia notificação. ou em desacordo com o uso fixado no respectivo
2 — O disposto no número anterior não dispensa a alvará, salvo se este não tiver sido emitido no
obtenção de prévio mandado judicial para a entrada prazo legal por razões exclusivamente imputá-
no domicílio de qualquer pessoa sem o seu consen- veis à câmara municipal;
timento. e) As falsas declarações dos autores dos projectos
3 — O mandado previsto no número anterior é con- no termo de responsabilidade, relativamente à
cedido pelo juiz da comarca respectiva a pedido do pre- observância das normas técnicas gerais e espe-
3328 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

cíficas de construção, bem como das disposições 6 — As contra-ordenações previstas nas alíneas i) a
legais e regulamentares aplicáveis ao projecto; n) e p) do n.o 1 são puníveis com coima graduada de
f) Falsas declarações do director técnico da obra 50 000$ até ao máximo de 10 000 000$, ou até
ou de quem esteja mandatado para esse efeito 20 000 000$, no caso de pessoa colectiva.
pelo dono da obra no termo de responsabili- 7 — A contra-ordenação prevista nas alíneas o), q)
dade, relativamente à conformidade da obra e r) do n.o 1 é punível com coima graduada de 20 000$
com o projecto aprovado e com as condições até ao máximo de 500 000$, no caso de pessoa singular,
da licença e ou autorização, bem como relativas ou até 2 000 000$, no caso de pessoa colectiva.
à conformidade das alterações efectuadas ao 8 — Quando as contra-ordenações referidas no n.o 1
projecto com as normas legais e regulamentares sejam praticadas em relação a operações urbanísticas
aplicáveis; que hajam sido objecto de autorização administrativa
g) A subscrição de projecto da autoria de quem, nos termos do presente diploma, os montantes máximos
por razões de ordem técnica, legal ou disciplinar, das coimas referidos nos n.os 3 a 5 anteriores são agra-
se encontre inibido de o elaborar; vados em 10 000 000$ e os das coimas referidas nos n.os 6
h) O prosseguimento de obras cujo embargo tenha e 7 em 5 000 000$.
sido legitimamente ordenado; 9 — A tentativa e a negligência são puníveis.
i) A não afixação ou a afixação de forma não visí- 10 — A competência para determinar a instauração
vel do exterior do prédio, durante o decurso dos processos de contra-ordenação, para designar o ins-
do procedimento de licenciamento ou autori- trutor e para aplicar as coimas pertence ao presidente
zação, do aviso que publicita o pedido de licen- da câmara municipal, podendo ser delegada em qual-
ciamento ou autorização; quer dos seus membros.
j) A não afixação ou a afixação de forma não visí- 11 — O produto da aplicação das coimas referidas
vel do exterior do prédio, até à conclusão da no presente artigo reverte para o município, inclusive
obra, do aviso que publicita o alvará; quando as mesmas sejam cobradas em juízo.
l) A falta do livro de obra no local onde se realizam
as obras;
m) A falta dos registos do estado de execução das Artigo 99.o
obras no livro de obra; Sanções acessórias
n) A não remoção dos entulhos e demais detritos
resultantes da obra nos termos do artigo 86.o; 1 — As contra-ordenações previstas no n.o 1 do artigo
o) A ausência de requerimento a solicitar à câmara anterior podem ainda determinar, quando a gravidade
municipal o averbamento de substituição do da infracção o justifique, a aplicação das seguintes san-
requerente, do autor do projecto ou director ções acessórias:
técnico da obra, bem como do titular de alvará
a) A apreensão dos objectos pertencentes ao agente
de licença ou autorização;
p) A ausência do número de alvará de loteamento que tenham sido utilizados como instrumento
nos anúncios ou em quaisquer outras formas na prática da infracção;
de publicidade à alienação dos lotes de terreno, b) A interdição do exercício no município, até ao
de edifícios ou fracções autónomas nele cons- máximo de dois anos, da profissão ou actividade
truídos; conexas com a infracção praticada;
q) A não comunicação à câmara municipal e ao c) A privação do direito a subsídios outorgados
Instituto Português de Cartografia e Cadastro por entidades ou serviços públicos.
dos negócios jurídicos de que resulte o frac-
cionamento ou a divisão de prédios rústicos no 2 — As sanções previstas no n.o 1, bem como as pre-
prazo de 20 dias a contar da data de celebração; vistas no artigo anterior, quando aplicadas a industriais
r) A realização de operações urbanísticas sujeitas de construção civil, são comunicadas ao Instituto de
a comunicação prévia sem que esta haja sido Mercados de Obras Públicas e Particulares e do Imo-
efectuada; biliário.
s) A não conclusão das operações urbanísticas 3 — As sanções aplicadas ao abrigo do disposto nas
referidas nos n.os 2 e 3 do artigo 89.o nos prazos alíneas e), f) e g) do n.o 1 do artigo anterior aos autores,
fixados para o efeito. responsáveis pela direcção técnica da obra ou a quem
subscreva o termo de responsabilidade previsto no
2 — A contra-ordenação prevista na alínea a) do artigo 63.o, são comunicadas à respectiva ordem ou asso-
número anterior é punível com coima graduada de ciação profissional, quando exista.
100 000$ até ao máximo de 40 000 000$, no caso de pes-
soa singular, ou até 90 000 000$, no caso de pessoa Artigo 100.o
colectiva. Responsabilidade criminal
3 — A contra-ordenação prevista na alínea b) do n.o 1
é punível com coima graduada de 50 000$ até ao máximo 1 — O desrespeito dos actos administrativos que
de 40 000 000$, no caso de pessoa singular, ou até determinem qualquer das medidas de tutela da lega-
90 000 000$, no caso de pessoa colectiva. lidade urbanística previstas no presente diploma cons-
4 — A contra-ordenação prevista nas alíneas c) d) titui crime de desobediência, nos termos do artigo 348.o
e s) do n.o 1 é punível com coima graduada de 100 000$ do Código Penal.
até ao máximo de 20 000 000$, no caso de pessoa sin- 2 — As falsas declarações ou informações prestadas
gular, ou até 50 000 000$, no caso de pessoa colectiva. pelos responsáveis referidos nas alíneas e) e f) do n.o 1
5 — As contra-ordenações previstas nas alíneas e) a do artigo 98.o nos termos de responsabilidade ou no
h) do n.o 1 são puníveis com coima graduada de 100 000$ livro de obra integram o crime de falsificação de docu-
até ao máximo de 40 000 000$. mentos, nos termos do artigo 256.o do Código Penal.
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3329

Artigo 101.o que o determinou, procedendo-se aos necessários aver-


Responsabilidade dos funcionários e agentes
bamentos.
da Administração Pública Artigo 103.o
Os funcionários e agentes da Administração Pública Efeitos do embargo
que deixem de participar infracções às entidades fis-
1 — O embargo obriga à suspensão imediata, no todo
calizadoras ou prestem informações falsas ou erradas
ou em parte, dos trabalhos de execução da obra.
sobre as infracções à lei e aos regulamentos de que
2 — Tratando-se de obras licenciadas ou autorizadas,
tenham conhecimento no exercício das suas funções
o embargo determina também a suspensão da eficácia
incorrem em responsabilidade disciplinar, punível com
da respectiva licença ou autorização, bem como, no caso
pena de suspensão a demissão.
de obras de urbanização, da licença ou autorização de
loteamento urbano a que as mesmas respeitam.
SUBSECÇÃO III 3 — É interdito o fornecimento de energia eléctrica,
gás e água às obras embargadas, devendo para o efeito
Medidas de tutela da legalidade urbanística
ser notificado o acto que o ordenou às entidades res-
Artigo 102.o ponsáveis pelos referidos fornecimentos.
4 — O embargo, ainda que parcial, suspende o prazo
Embargo que estiver fixado para a execução das obras no res-
1 — Sem prejuízo das competências atribuídas por pectivo alvará de licença ou autorização.
lei a outras entidades, o presidente da câmara municipal
é competente para embargar obras de urbanização, de Artigo 104.o
edificação ou de demolição, bem como quaisquer tra- Caducidade do embargo
balhos de remodelação de terrenos, quando estejam a
ser executadas: 1 — A ordem de embargo caduca logo que for pro-
ferida uma decisão que defina a situação jurídica da
a) Sem a necessária licença ou autorização; ou obra com carácter definitivo ou no termo do prazo que
b) Em desconformidade com o respectivo projecto tiver sido fixado para o efeito.
ou com as condições do licenciamento ou auto- 2 — Na falta de fixação de prazo para o efeito, a
rização, salvo o disposto no artigo 83.o; ou ordem de embargo caduca se não for proferida uma
c) Em violação das normas legais e regulamentares decisão definitiva no prazo de seis meses, prorrogável
aplicáveis. uma única vez por igual período.
2 — A notificação é feita ao responsável pela direcção
técnica da obra, bem como ao titular do alvará de licença Artigo 105.o
ou autorização, sendo suficiente qualquer dessas noti- Trabalhos de correcção ou alteração
ficações para obrigar à suspensão dos trabalhos, devendo
ainda, quando possível, ser notificado o proprietário do 1 — Nas situações previstas nas alíneas b) e c) do
imóvel no qual estejam a ser executadas as obras, ou n.o 1 do artigo 102.o, o presidente da câmara municipal
seu representante. pode ainda, quando for caso disso, ordenar a realização
3 — Após o embargo, é de imediato lavrado o res- de trabalhos de correcção ou alteração da obra, fixando
pectivo auto, que contém, obrigatória e expressamente, um prazo para o efeito, tendo em conta a natureza e
a identificação do funcionário municipal responsável o grau de complexidade dos mesmos.
pela fiscalização de obras, das testemunhas e do noti- 2 — Decorrido o prazo referido no número anterior
ficado, a data, hora e local da diligência e as razões sem que aqueles trabalhos se encontrem integralmente
de facto e de direito que a justificam, o estado da obra realizados, a obra permanece embargada até ser pro-
e a indicação da ordem de suspensão e proibição de ferida uma decisão que defina a sua situação jurídica
prosseguir a obra e do respectivo prazo, bem como as com carácter definitivo.
cominações legais do seu incumprimento. 3 — Tratando-se de obras de urbanização ou de
4 — O auto é redigido em duplicado e assinado pelo outras obras indispensáveis para assegurar a protecção
funcionário e pelo notificado, ficando o duplicado na de interesses de terceiros ou o correcto ordenamento
posse deste. urbano, a câmara municipal pode promover a realização
5 — No caso de a ordem de embargo incidir apenas dos trabalhos de correcção ou alteração por conta do
sobre parte da obra, o respectivo auto fará expressa titular da licença ou autorização, nos termos dos arti-
menção de que o embargo é parcial e identificará cla- gos 107.o e 108.o
ramente qual é a parte da obra que se encontra 4 — A ordem de realização de trabalhos de correcção
embargada. ou alteração suspende o prazo que estiver fixado no
6 — O embargo e respectivo auto são notificados ao respectivo alvará de licença ou autorização pelo período
requerente ou titular da licença ou autorização ou, estabelecido nos termos do n.o 1.
quando estas não tenham sido requeridas, ao proprie- 5 — O prazo referido no n.o 1 interrompe-se com
tário do imóvel no qual estejam a ser executadas as a apresentação de um pedido de alteração à licença
obras. ou autorização, nos termos, respectivamente, dos arti-
7 — No caso de as obras estarem a ser executadas gos 27.o e 33.o
por pessoa colectiva, o embargo e o respectivo auto Artigo 106.o
são ainda comunicados para a respectiva sede social Demolição da obra e reposição do terreno
ou representação em território nacional.
8 — O embargo é objecto de registo na conservatória 1 — O presidente da câmara municipal pode igual-
do registo predial, mediante comunicação do despacho mente, quando for caso disso, ordenar a demolição total
3330 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

ou parcial da obra ou a reposição do terreno nas con- públicas de classe e categoria adequadas à natureza e
dições em que se encontrava antes da data de início valor das obras.
das obras ou trabalhos, fixando um prazo para o efeito. Artigo 108.o
2 — A demolição pode ser evitada se a obra for sus-
ceptível de ser licenciada ou autorizada ou se for possível Despesas realizadas com a execução coerciva
assegurar a sua conformidade com as disposições legais 1 — As quantias relativas às despesas realizadas nos
e regulamentares que lhe são aplicáveis mediante a rea- termos do artigo anterior, incluindo quaisquer indem-
lização de trabalhos de correcção ou de alteração. nizações ou sanções pecuniárias que a Administração
3 — A ordem de demolição ou de reposição a que tenha de suportar para o efeito, são de conta do
se refere o n.o 1 é antecedida de audição do interessado, infractor.
que dispõe de 15 dias a contar da data da sua notificação 2 — Quando aquelas quantias não forem pagas volun-
para se pronunciar sobre o conteúdo da mesma. tariamente no prazo de 20 dias a contar da notificação
4 — Decorrido o prazo referido no n.o 1 sem que para o efeito, são cobradas judicialmente em processo
a ordem de demolição da obra ou de reposição do ter- de execução fiscal, servindo de título executivo certidão,
reno se mostre cumprida, o presidente da câmara muni- passada pelos serviços competentes, comprovativa das
cipal determina a demolição da obra ou a reposição despesas efectuadas, podendo ainda a câmara aceitar,
do terreno por conta do infractor. para extinção da dívida, dação em cumprimento ou em
função do cumprimento nos termos da lei.
Artigo 107.o 3 — O crédito referido no n.o 1 goza de privilégio
imobiliário sobre o lote ou terrenos onde se situa a
Posse administrativa e execução coerciva edificação, graduado a seguir aos créditos referidos na
alínea b) do artigo 748.o do Código Civil.
1 — Sem prejuízo da responsabilidade criminal, em
caso de incumprimento de qualquer das medidas de
tutela da legalidade urbanística previstas nos artigos Artigo 109.o
anteriores o presidente da câmara pode determinar a Cessação da utilização
posse administrativa do imóvel onde está a ser realizada
1 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 1 e 2 do
a obra, por forma a permitir a execução coerciva de
artigo 2.o do Decreto-Lei n.o 281/99, de 26 de Julho,
tais medidas.
o presidente da câmara municipal é competente para
2 — O acto administrativo que tiver determinado a
ordenar e fixar prazo para a cessação da utilização de
posse administrativa é notificado ao dono da obra e
edifícios ou de suas fracções autónomas quando sejam
aos demais titulares de direitos reais sobre o imóvel
ocupados sem a necessária licença ou autorização de
por carta registada com aviso de recepção.
utilização ou quando estejam a ser afectos a fim diverso
3 — A posse administrativa é realizada pelos funcio-
do previsto no respectivo alvará.
nários municipais responsáveis pela fiscalização de
2 — Quando os ocupantes dos edifícios ou suas frac-
obras, mediante a elaboração de um auto onde, para
ções não cessem a utilização indevida no prazo fixado,
além de se identificar o acto referido no número ante-
pode a câmara municipal determinar o despejo admi-
rior, é especificado o estado em que se encontra o ter-
nistrativo, aplicando-se, com as devidas adaptações, o
reno, a obra e as demais construções existentes no local,
disposto no artigo 92.o
bem como os equipamentos que ali se encontrarem.
3 — O despejo determinado nos termos do número
4 — Tratando-se da execução coerciva de uma ordem anterior deve ser sobrestado quando, tratando-se de edi-
de embargo, os funcionários municipais responsáveis fício ou sua fracção que estejam a ser utilizados para
pela fiscalização de obras procedem à selagem do esta- habitação, o ocupante mostre, por atestado médico, que
leiro da obra e dos respectivos equipamentos. a execução do mesmo põe em risco de vida, por razão
5 — Em casos devidamente justificados, o presidente de doença aguda, a pessoa que se encontre no local.
da câmara pode autorizar a transferência ou a retirada 4 — Na situação referida no número anterior, o des-
dos equipamentos do local de realização da obra, por pejo não pode prosseguir enquanto a câmara municipal
sua iniciativa ou a requerimento do dono da obra ou não providencie pelo realojamento da pessoa em ques-
do seu empreiteiro. tão, a expensas do responsável pela utilização indevida,
6 — O dono da obra ou o seu empreiteiro devem nos termos do artigo 108.o
ser notificados sempre que os equipamentos sejam depo-
sitados noutro local.
7 — A posse administrativa do terreno e dos equi- CAPÍTULO IV
pamentos mantém-se pelo período necessário à execu-
ção coerciva da respectiva medida de tutela da lega- Garantias dos particulares
lidade urbanística, caducando no termo do prazo fixado
para a mesma. Artigo 110.o
8 — Tratando-se de execução coerciva de uma ordem Direito à informação
de demolição ou de trabalhos de correcção ou alteração
de obras, estas devem ser executadas no mesmo prazo 1 — Qualquer interessado tem o direito de ser infor-
mado pela respectiva câmara municipal:
que havia sido concedido para o efeito ao seu desti-
natário, contando-se aquele prazo a partir da data de a) Sobre os instrumentos de desenvolvimento e
início da posse administrativa. planeamento territorial em vigor para determi-
9 — A execução a que se refere o número anterior nada área do município, bem como das demais
pode ser feita por administração directa ou em regime condições gerais a que devem obedecer as ope-
de empreitada por ajuste directo, mediante consulta a rações urbanísticas a que se refere o presente
três empresas titulares de alvará de empreiteiro de obras diploma;
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3331

b) Sobre o estado e andamento dos processos que 4 — Junta a resposta ou decorrido o respectivo prazo,
lhes digam directamente respeito, com especi- o processo vai com vista ao Ministério Público, por dois
ficação dos actos já praticados e do respectivo dias, e seguidamente é concluso ao juiz, para decidir
conteúdo, e daqueles que ainda devam sê-lo, no prazo de cinco dias.
bem como dos prazos aplicáveis a estes últimos. 5 — Se não houver fundamento de rejeição, o reque-
rimento só será indeferido quando a autoridade reque-
2 — As informações previstas no número anterior rida faça prova da prática do acto devido até ao termo
devem ser prestadas independentemente de despacho do prazo fixado para a resposta.
e no prazo de 15 dias. 6 — Na decisão, o juiz fixa prazo, não superior a
3 — Os interessados têm o direito de consultar os 31 dias, para que a autoridade requerida pratique o
processos que lhes digam directamente respeito, e de acto devido.
obter as certidões ou reproduções autenticadas dos 7 — Ao pedido de intimação é aplicável, com as
documentos que os integram, mediante o pagamento necessárias adaptações, o disposto no artigo 6.o, nos
das importâncias que forem devidas. n.os 3 e 4 do artigo 88.o e nos artigos 115.o e 120.o
4 — O acesso aos processos e a passagem de certidões do Decreto-Lei n.o 267/85, de 16 de Julho.
deve ser requerido por escrito e é facultado indepen- 8 — O recurso da decisão tem efeito meramente
dentemente de despacho e no prazo de 10 dias a contar devolutivo.
da data da apresentação do respectivo requerimento. 9 — Decorrido o prazo fixado pelo tribunal sem que
5 — A câmara municipal fixa, no mínimo, um dia por se mostre praticado o acto devido, o interessado pode
semana para que os serviços municipais competentes prevalecer-se do disposto no artigo 113.o, com excepção
estejam especificadamente à disposição dos cidadãos do disposto no número seguinte.
para a apresentação de eventuais pedidos de esclare- 10 — Na situação prevista no número anterior, tra-
cimento ou de informação ou reclamações. tando-se de aprovação do projecto de arquitectura, o
6 — Os direitos referidos nos n.os 1 e 3 são extensivos interessado pode juntar os projectos de especialidade
a quaisquer pessoas que provem ter interesse legítimo ou, caso já o tenha feito no requerimento inicial, inicia-se
no conhecimento dos elementos que pretendem e ainda, a contagem do prazo previsto na alínea c) do n.o 1 do
para defesa de interesses difusos definidos na lei, quais- artigo 23.o
quer cidadãos no gozo dos seus direitos civis e políticos Artigo 113.o
e as associações e fundações defensoras de tais inte-
Deferimento tácito
resses.
Artigo 111.o 1 — Nas situações referidas na alínea b) do
artigo 111.o e no n.o 9 do artigo anterior, o interessado
Silêncio da Administração pode iniciar e prosseguir a execução dos trabalhos de
acordo com o requerimento apresentado nos termos do
Decorridos os prazos fixados para a prática de qual- n.o 4 do artigo 9.o, ou dar de imediato utilização à obra.
quer acto especialmente regulado no presente diploma 2 — O início dos trabalhos ou da utilização depende
sem que o mesmo se mostre praticado, observa-se o do prévio pagamento das taxas que se mostrem devidas
seguinte: nos termos do presente diploma.
a) Tratando-se de acto que devesse ser praticado 3 — Quando a câmara municipal se recuse a liquidar
por qualquer órgão municipal no âmbito do pro- ou a receber as taxas devidas, o interessado pode pro-
cedimento de licenciamento, o interessado pode ceder ao depósito do respectivo montante em instituição
recorrer ao processo regulado no artigo 112.o; de crédito à ordem da câmara municipal, ou, quando
b) Tratando-se de acto que devesse ser praticado não esteja efectuada a liquidação, provar que se encon-
no âmbito do procedimento de autorização, con- tra garantido o seu pagamento mediante caução, por
sidera-se tacitamente deferida a pretensão for- qualquer meio em direito admitido, por montante cal-
mulada, com as consequências referidas no culado nos termos do regulamento referido no artigo 3.o
artigo 113.o; 4 — Para os efeitos previstos no número anterior,
c) Tratando-se de qualquer outro acto, conside- deve ser afixado nos serviços de tesouraria da câmara
ra-se tacitamente deferida a pretensão, com as municipal o número e a instituição bancária em que
consequências gerais. a mesma tenha conta e onde seja possível efectuar o
depósito, bem como a indicação do regulamento muni-
cipal no qual se encontram previstas as taxas a que se
Artigo 112.o refere o n.o 2.
Intimação judicial para a prática de acto legalmente devido 5 — Caso a câmara municipal não efectue a liqui-
dação da taxa devida nem dê cumprimento ao disposto
1 — No caso previsto na alínea a) do artigo 111.o, no número anterior, o interessado pode iniciar os tra-
pode o interessado pedir ao tribunal administrativo de balhos ou dar de imediato utilização à obra, dando desse
círculo da área da sede da autoridade requerida a inti- facto conhecimento à câmara municipal e requerendo
mação da autoridade competente para proceder à prá- ao tribunal administrativo de círculo da área da sede
tica do acto que se mostre devido. da autarquia que intime esta a emitir o alvará de licença
2 — O requerimento de intimação deve ser apresen- ou autorização de utilização.
tado em duplicado e instruído com cópia do requeri- 6 — Ao pedido de intimação referido no número
mento para a prática do acto devido. anterior aplica-se o disposto no n.o 7 do artigo anterior.
3 — A secretaria, logo que registe a entrada do reque- 7 — A certidão da sentença transitada em julgado
rimento, expede por via postal notificação à autoridade que haja intimado à emissão do alvará de licença ou
requerida, acompanhada do duplicado, para responder autorização de utilização substitui, para todos os efeitos
no prazo de 14 dias. legais, o alvará não emitido.
3332 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

8 — Nas situações referidas no presente artigo, a obra mentação do cálculo das taxas previstas, tendo em conta,
não pode ser embargada por qualquer autoridade admi- designadamente, os seguintes elementos:
nistrativa com fundamento na falta de licença ou
a) Programa plurianual de investimentos munici-
autorização.
pais na execução, manutenção e reforço das
Artigo 114.o infra-estruturas gerais, que pode ser definido
por áreas geográficas diferenciadas;
Impugnação administrativa b) Diferenciação das taxas aplicáveis em função
dos usos e tipologias das edificações e, even-
1 — Os pareceres expressos que sejam emitidos por
tualmente, da respectiva localização e corres-
órgãos da administração central no âmbito dos proce-
pondentes infra-estruturas locais.
dimentos regulados no presente diploma podem ser
objecto de impugnação administrativa autónoma.
2 — A impugnação administrativa de quaisquer actos Artigo 117.o
praticados ou pareceres emitidos nos termos do presente Liquidação das taxas
diploma deve ser decidida no prazo de 30 dias, findo
o qual se considera deferida. 1 — O presidente da câmara municipal, com o defe-
rimento do pedido de licenciamento ou de autorização,
procede à liquidação das taxas, em conformidade com
Artigo 115.o o regulamento aprovado pela assembleia municipal.
Recurso contencioso 2 — O pagamento das taxas referidas nos n.os 2 a 4
do artigo anterior pode, por deliberação da câmara
1 — O recurso contencioso dos actos previstos no municipal, com faculdade de delegação no presidente
artigo 106.o tem efeito suspensivo. e de subdelegação deste nos vereadores ou nos diri-
2 — Com a citação da petição de recurso, a auto- gentes dos serviços municipais, ser fraccionado até ao
ridade administrativa tem o dever de impedir, com termo do prazo de execução fixado no alvará, desde
urgência, o início ou a prossecução da execução do acto que seja prestada caução nos termos do artigo 54.o
recorrido. 3 — Da liquidação das taxas cabe reclamação graciosa
3 — A todo o tempo e até à decisão em 1.a instância, ou impugnação judicial, nos termos e com os efeitos
o juiz pode conceder o efeito meramente devolutivo previstos no Código de Processo Tributário.
ao recurso, oficiosamente ou a requerimento do recor- 4 — A exigência, pela câmara municipal ou por qual-
rido ou do Ministério Público, caso do mesmo resultem quer dos seus membros, de mais-valias não previstas
indícios da ilegalidade da sua interposição ou da sua na lei ou de quaisquer contrapartidas, compensações
improcedência. ou donativos confere ao titular da licença ou autorização
4 — Da decisão referida no número anterior cabe para a realização de operação urbanística, quando dê
recurso com efeito meramente devolutivo, que sobe ime- cumprimento àquelas exigências, o direito a reaver as
diatamente, em separado. quantias indevidamente pagas ou, nos casos em que as
contrapartidas, compensações ou donativos sejam rea-
lizados em espécie, o direito à respectiva devolução e
CAPÍTULO V à indemnização a que houver lugar.
5 — Nos casos de autoliquidação previstos no pre-
Taxas inerentes às operações urbanísticas sente diploma, as câmaras municipais devem obrigato-
riamente disponibilizar os regulamentos e demais ele-
Artigo 116.o mentos necessários à sua efectivação, podendo os reque-
rentes usar do expediente previsto no n.o 3 do
Taxa pela realização, manutenção e reforço artigo 113.o
de infra-estruturas urbanísticas
CAPÍTULO VI
1 — A emissão dos alvarás de licença e autorização
previstos no presente diploma está sujeita ao pagamento Disposições finais e transitórias
das taxas a que se refere a alínea b) do artigo 19.o da
Lei n.o 42/98, de 6 de Agosto. Artigo 118.o
2 — A emissão do alvará de licença ou autorização Conflitos decorrentes da aplicação dos regulamentos municipais
de loteamento e de obras de urbanização está sujeita
ao pagamento da taxa referida na alínea a) do artigo 19.o 1 — Para a resolução de conflitos na aplicação dos
da Lei n.o 42/98, de 6 de Agosto. regulamentos municipais previstos no artigo 3.o podem
3 — A emissão do alvará de licença ou autorização os interessados requerer a intervenção de uma comissão
de obras de construção ou ampliação em área não abran- arbitral.
gida por operação de loteamento ou alvará de obras 2 — Sem prejuízo do disposto no n.o 5, a comissão
de urbanização está igualmente sujeita ao pagamento arbitral é constituída por um representante da câmara
da taxa referida no número anterior. municipal, um representante do interessado e um téc-
4 — A emissão do alvará de licença parcial a que nico designado por cooptação, especialista na matéria
se refere o n.o 5 do artigo 23.o está também sujeita sobre que incide o litígio, o qual preside.
ao pagamento da taxa referida no n.o 1, não havendo 3 — Na falta de acordo, o técnico é designado pelo
lugar à liquidação da mesma aquando da emissão do presidente do tribunal administrativo de círculo com-
alvará definitivo. petente na circunscrição administrativa do município.
5 — Os projectos de regulamento municipal da taxa 4 — À constituição e funcionamento das comissões
pela realização, manutenção e reforço de infra-estru- arbitrais aplica-se o disposto na lei sobre a arbitragem
turas urbanísticas devem ser acompanhados da funda- voluntária.
N.o 129 — 4 de Junho de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A 3333

5 — As associações públicas de natureza profissional de informação mútua sobre processos relativos a ope-
e as associações empresariais do sector da construção rações urbanísticas, o qual deve ser cumprido mediante
civil podem promover a criação de centros de arbitragem comunicação a enviar no prazo de 20 dias a contar da
institucionalizada para a realização de arbitragens no data de recepção do respectivo pedido.
âmbito das matérias previstas neste artigo, nos termos 2 — Não sendo prestada a informação prevista no
da lei. número anterior, as entidades que a tiverem solicitado
Artigo 119.o podem recorrer ao processo de intimação regulado nos
artigos 82.o e seguintes do Decreto-Lei n.o 267/85, de
Relação dos instrumentos de gestão territorial e das servidões
administrativas e restrições de utilidade pública 16 de Julho.

1 — As câmaras municipais devem manter actuali- Artigo 121.o


zada a relação de instrumentos de gestão territorial e Regime das notificações e comunicações
as servidões administrativas e restrições de utilidade
pública especialmente aplicáveis na área do município, Todas as notificações e comunicações referidas neste
nomeadamente: diploma e dirigidas aos requerentes devem ser feitas
a) Os referentes a plano regional de ordenamento por carta registada, caso não seja viável a notificação
do território, planos especiais de ordenamento pessoal.
do território, planos municipais e intermunici- Artigo 122.o
pais de ordenamento do território, medidas pre-
ventivas, áreas de desenvolvimento urbano prio- Legislação subsidiária
ritário, áreas de construção prioritária, áreas crí-
ticas de recuperação e reconversão urbanística A tudo o que não esteja especialmente previsto no
e alvarás de loteamento em vigor; presente diploma aplica-se subsidiariamente o Código
b) Zonas de protecção de imóveis classificados a do Procedimento Administrativo.
que se referem os Decretos n.os 20 785, de 7
de Março de 1932, e 46 349, de 2 de Maio de Artigo 123.o
1965, e a Lei n.o 13/85, de 6 de Julho;
c) Zonas de protecção a edifícios públicos de reco- Relação das disposições legais referentes à construção
nhecido valor arquitectónico e edifícios públicos
não classificados como monumentos nacionais, Até à codificação das normas técnicas de construção,
a que se referem os Decretos-Leis n.os 21 875, compete aos Ministros do Equipamento Social e do
de 18 de Novembro de 1932, e 34 993, de 11 Ambiente e do Ordenamento do Território promover
de Novembro de 1945, respectivamente; a publicação da relação das disposições legais e regu-
d) Zonas de protecção a edifícios e outras cons- lamentares a observar pelos técnicos responsáveis dos
truções de interesse público, a que se refere projectos de obras e sua execução.
o Decreto-Lei n.o 40 388, de 21 de Novembro
de 1955;
e) Imóveis ou elementos naturais classificados Artigo 124.o
como valores concelhios, a que se refere a Lei Depósito legal dos projectos
n.o 2032, de 11 de Junho de 1949;
f) Zonas de protecção de albufeiras de águas O Governo regulamentará, no prazo de seis meses
públicas, a que se refere o Decreto-Lei a contar da data de entrada em vigor do presente
n.o 502/71, de 18 de Novembro; diploma, o regime do depósito legal dos projectos de
g) Áreas integradas no domínio hídrico público ou urbanização e edificação.
privado, a que se refere o Decreto-Lei
n.o 468/71, de 5 de Novembro;
h) Parques nacionais, parques naturais, reservas Artigo 125.o
naturais, reservas de recreio, áreas de paisagem Alvarás anteriores
protegida e lugares, sítios, conjuntos e objectos
classificados, a que se refere o Decreto-Lei As alterações aos alvarás emitidos ao abrigo da legis-
n.o 19/93, de 23 de Janeiro; lação agora revogada e dos Decretos-Leis n.os 166/70,
i) Áreas integradas na Reserva Agrícola Nacional, de 15 de Abril, 46 673, de 29 de Novembro de 1965,
a que se refere o Decreto-Lei n.o 196/89, de 289/73, de 6 de Junho, e 400/84, de 31 de Dezembro,
14 de Junho; regem-se pelo disposto no presente diploma.
j) Áreas integradas na Reserva Ecológica Nacio-
nal, a que se refere o Decreto-Lei n.o 93/90,
de 19 de Março. Artigo 126.o
Elementos estatísticos
2 — As câmaras municipais mantêm igualmente
actualizada a relação dos regulamentos municipais refe- 1 — A câmara municipal envia mensalmente para o
ridos no artigo 3.o, dos programas de acção territorial Instituto Nacional de Estatística os elementos estatís-
em execução, bem como das unidades de execução ticos identificados em portaria conjunta dos Ministros
delimitadas. do Planeamento e do Ambiente e do Ordenamento do
Artigo 120.o Território.
Dever de informação
2 — Os suportes a utilizar na prestação da informação
referida no número anterior serão fixados pelo Instituto
1 — As câmaras municipais e as direcções regionais Nacional de Estatística, após auscultação das entidades
do ambiente e do ordenamento do território têm o dever envolvidas.
3334 DIÁRIO DA REPÚBLICA — I SÉRIE-A N.o 129 — 4 de Junho de 2001

Artigo 127.o e obras de edificação, o requerimento de licença ou


Regiões Autónomas
autorização de utilização, previsto no n.o 1 do artigo 63.o,
deve também ser instruído com as seguintes peças
O regime previsto neste diploma é aplicável às desenhadas:
Regiões Autónomas, sem prejuízo das adaptações
decorrentes da estrutura própria da administração regio- a) Telas finais do projecto de arquitectura;
nal autónoma, a introduzir por diploma regional ade- b) Telas finais dos projectos de especialidades
quado. quando exigidos por regulamento municipal.
Artigo 128.o 5 — Para os efeitos do número anterior, conside-
Regime transitório ram-se telas finais as peças escritas e desenhadas que
correspondam, exactamente, à obra executada.
1 — Às obras de edificação e às operações de lotea-
mento, obras de urbanização e trabalhos de remodelação
de terrenos cujo processo de licenciamento decorra na Artigo 129.o
respectiva câmara municipal à data da entrada em vigor
Revogações
do presente diploma é aplicável o regime dos Decre-
tos-Leis n.os 445/91, de 20 de Novembro, e 448/91, de São revogados:
29 de Novembro, respectivamente, sem prejuízo do dis-
posto no número seguinte. a) O Decreto-Lei n.o 445/91, de 20 de Novembro;
2 — A requerimento do interessado, o presidente da b) O Decreto-Lei n.o 448/91, de 29 de Novembro;
câmara municipal pode autorizar que aos procedimentos c) O Decreto-Lei n.o 83/94, de 14 de Março;
em curso se aplique o regime constante do presente d) O Decreto-Lei n.o 92/95, de 9 de Maio;
diploma, determinando qual o procedimento de con- e) Os artigos 9.o, 10.o e 165.o a 168.o do Regu-
trolo prévio a que o procedimento fica sujeito, tendo lamento Geral das Edificações Urbanas, apro-
em conta o disposto no artigo 4.o vado pelo Decreto-Lei n.o 38 382, de 7 de Agosto
3 — Até ao estabelecimento, nos termos do n.o 2 do de 1951.
artigo 43.o, dos parâmetros para o dimensionamento
das áreas referidas no n.o 1 do mesmo artigo, continuam Artigo 130.o
os mesmos a ser fixados por portaria do Ministro do Entrada em vigor
Ambiente e do Ordenamento do Território.
4 — Até à entrada em vigor do regime de verificação O presente diploma entra em vigor 120 dias após
da qualidade e de responsabilidade civil nos projectos a data da sua publicação.

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