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CEFET-CE Curso/semestre: Telemática ?

S4 Disciplina: Antenas de
Propagação Prof. Portela Bruna da Rocha Forte Luiz Henrique da Silva Rocha
Foraleza, 09/12/08 1 Índice Introdução.3 Desenvolvimento.4 Características
gerais.4 Perfis de Bluetooth.4 Hierarquia de Protocolos.5 Aspectos da
transmissão de rádio.6 Aspectos do enlace de dados.6 Aspectos da rede.7
Estados de um dispositivo na rede.7 Estabelecendo uma conexão.8 Estrutura
do quadro Bluetooth.8 Conclusão.9 Bibliografia.10 2 Introdução Em 1994, a
Ericsson se interessou em conectar seu telefones móveis a outros dispositivos
(por exemplo, PDAs) sem cabos. Junto com a IBM, a Intel, a Nokia e a Toshiba
ela formou um consórcio (ou SIG, Special Interest Group) com o objetivo de
desenvolver um padrão sem fio. Daí surgiu o Bluetooth. Bluetooth é uma
tecnologia para comunicação sem fio de curto alcance que visa substituir
cabos, conectando dispositivos fixos e portáteis enquanto mantém níveis de
segurança altos. O nome Bluetooth foi dado em homenagem a Harald Blaatand
(em inglês: Bluetooth) II, um rei viking que unificou (isto é, conquistou) a
Dinamarca e a Noruega. Em julho de 1999 o consórcio do Bluetooth emitiu a
especificação da versão 1.0, que foi adaptada pelo IEEE para um padrão
aberto em 2002. Embora as duas versões não sejam idênticas (enquanto a do
SIG descreve toda a pilha de protocolos, do rádio à camada de aplicação, a do
IEEE considera apenas as camadas física e de enlace de dados), acredita-se
que elas venham a se convergir. Neste trabalho serão considerados os
aspectos técnicos do funcionamento de equipamentos que seguem o padrão
original Bluetooth, idealizado pelo consórcio. Primeiramente serão abordadas
as características gerais em seguida, a pilha de protocolos depois os aspectos
de rádio e de rede e, em fim, a conclusão. 3 Desenvolvimento Características
gerais A tecnologia Bluetooth interliga aparelhos numa rede sem fio de baixa
potência, curto alcance e baixo consumo de energia. Ela usa a banda de
freüência conhecida como ISM, uma faixa estabelecida por acordo
internacional para uso irrestrito em aplicações industriais, científicas e médicas
(daí a sigla). Essa faixa gira em torno de 2,45GHz. Para evitar interferências
nas transmissões, essa tecnologia usa a técnica do salto de freqüência de
espalhamento espectral, através da qual salta 1600 vezes por segundo entre
79 canais de 1MHz dentro da faixa ISM. Uma rede formada por dispositivos
com Bluetooth se chama Piconet, e pode e pode conter até oito equipamentos
conectados simultaneamente. Duas ou mais piconets podem se conectar por
dispositivos em comum, formando uma Scatternet. Existem mecanismos de
segurança a nível de arquitetura e a nível de aplicação. Perfis de Bluetooth
Enquanto a maioria dos protocolos de rede fornece apenas canais entre
entidades que se comunicam, deixando para os projetistas de aplicações a
tarefa de descobrir a utilidade desses canais, a especificação Bluetooth
identifica 13 aplicações específicas e fornece pilhas de protocolos para cada
uma. Essas aplicações, chamadas Perfis de Bluetooth, estão listadas a seguir:
Hierarquia de Protocolos Os protocolos Bluetooth servem para dar suporte às
suas 13 aplicações padrão e para aplicativos de terceiros que venham a usar a
arquitetura. A hierarquia não segue o modelo OSI, o modelo TCP/IP, o modelo
802 ou qualquer outro modelo conhecido. Porém, o IEEE está trabalhando na
modificação do Bluetooth para adaptá-lo melhor ao modelo 802. A arquitetura
básica de protocolos do Bluetooth, modificada pelo comitê 802, está
representada a seguir: 4 A camada física de rádio corresponde à camada física
nos modelos OSI e 802. Ela lida com a transmissão e a modulação do sinal.
Muitas das preocupações aqui estão relacionadas com objetivo de tornar o
sistema mais econômico, para que possa vir a ser um item do mercado de
massa. A camada de banda base é análoga à subcamada MAC, mas também
inclui elementos da camada física. Ela lida com a maneira como o mestre
controla os slots de tempo e como esses slots são agrupados em quadros. A
camada de enlace de dados (data link layer) conta com um grupo de protocolos
até certo ponto inter-relacionados. O gerenciador de enlaces (link manager)
cuida do estabelecimento de canais lógicos entre dispositivos, incluindo o de
renciamento de energia, autenticação e QoS. O protocolo de adaptação de
controle de enlace lógico (Logical link control adaptation protocol, ou L2CAP)
isola as camadas superiores dos detalhes de transmissão. Os protocolos de
áudio e controle lidam respectivamente com o áudio e o controle. Eles podem
ser acessados diretamente pelas aplicações, sem que elas precisem passar
pelo protocolo L2CAP. A camada de Middleware contém um grupo de
diferentes protocolos. Diferentemente dos outros protocolos desta camada, o
LLC do 802 foi inserido aqui pelo IEEE para manter a compatibilidade com as
outras redes 802. Sobre o LLC podem ficar protocolos como o TCP e o IP. O
protocolo Rfcomm (comunicação por freqüência de rádio) é o protocolo que
emula a porta serial padrão encontrada nos computadores pessoais para
conectar o teclado, o mouse e o modem, entre outros dispositivos. Ele foi
projetado para permitir que dispositivos de tecnologia antiga o utilizem com
facilidade. O protocolo de telefonia é um protocolo de tempo real utilizado pelos
três perfis orientados para voz. Ele também gerencia a configuração e o
encerramento de chamadas. O protocolo de descoberta de serviços, por fim, é
usado para localizar serviços na rede. As aplicações e os perfis se localizam na
camada superior. Eles utilizam os protocolos das camadas inferiores para
cumprir suas funções. Cada aplicação tem seu próprio subconjunto dedicado
dos protocolos. Dispositivos específicos, como um fone de ouvido, em geral só
contêm os protocolos exigidos por essa aplicação e nenhum outro. Aspectos da
transmissão de rádio Como foi dito nas características gerais, a tecnologia
Bluetooth usa a banda ISM, de 2,45GHz. Mais precisamente, essa banda inclui
a faixa de 400MHz a 2483,5MHz. Essa faixa de 83,5MHz é dividida em 79
canais de 1MHz, numerados de 0 a 78. Nas freqüências extremas são usadas
bandas de guarda nas mais baixas, a banda é de 2MHz nas mais altas, é de
3,5MHz. 5 A comunicação entre dois dispositivos por Bluetooth é em modo full-
duplex, assim a transmissão é alternada entre slots de envio de dados e slots
de recepção, um esquema denominado FH/TDD (Frequency Hopping/Time-
Division Duplex), onde está incluído o salto de freqüência de espalhamento
espectral. Esses slots são canais divididos em períodos de 0,625ms (625
microsegundos). Cada salto de freqüência deve ser ocupado por um slot logo,
em 1 segundo, tem-se 1600 saltos. O alcançe das transmissões varia segundo
a potência usada. As potências são bem-definidas e classificam os dispositivos
em 3 classes, segundo a tabela abaixo: Aspectos do enlace de dados A
tecnologia Bluetooth usa dois padrões para ligar o emissor ao receptor: SCO
(Synchronous Connection-Oriented) e ACL (Asynchronous Connection-Less).
O SCO estabelece um link sincronizado entre dois aparelhos a se comunicar,
onde é feito uma reserva de slots para cada um. Essa técnica é mais
apropriada para aplicações de envio contínuo de dados, como voz. O SCO não
permite a retransmissão de pacotes de dados perdidos. Quando ocorre perda
em uma transmissão de áudio, por exemplo, o dispositivo receptor acaba
reproduzindo som com ruído. A taxa de transmissão desse padrão é de 432
Kbps para dados e 64 Kbps para voz. No SCO o enfoque é a performance da
transmissão. O ACL, por sua vez, estabelece um link assíncrono entre os
dispositivos que se comunicam, e utiliza os slots previamente livres. Diferente
do SCO, o ACL permite o reenvio de pacotes de dados perdidos, garantindo a
integridade das informações trocadas entre os dispositivos. Assim, acaba
sendo útil para aplicações que envolvam transferência de arquivos, por
exemplo. A taxa de transmissão do modo ACL é de até 721 Kbps. Percebe-se,
por tanto, que enfoque do ACL é a segurança da transmissão. Aspectos da
rede A tecnologia Bluetooth permite a formação de redes de até 8 aparelhos
ligados simultaneamente. Essa rede recebe o nome de Piconet ou PAN
(Personal Area Network, termo introduzido pelo IEEE). Uma piconet é
constituída de um mestre e até sete escravos. O mestre é aquele que inicia a
formação da rede, cabe a ele gerenciar o sincronismo e a troca de informações
entre os dispositivos. O escravo é aquele que atende ao chamado de um
mestre para entrar na rede. É possível que duas ou mais piconets se
interliguem através de um dispositivo em comum. Através disso, dispositivos de
redes diferentes podem acessar serviços e trocar dados uns com os outros. A
essa rede de redes dá-se o nome de Scatternet. A figura a seguir ilustra o que
foi descrito acima. 6 Estados de um dispositivo na rede Os dispositivos com
Bluetooth podem estar em dois estados principais: em Espera (ou standby) e
Conexão. Quando em espera, o dispositivo está com o Bluetooth ligado mas
não requisita a formação de nenhuma rede. Nesse estado, ele ouve
mensagens a cada 1,28ms por 32 freqüências. Quando rebebe uma
mensagem de um mestre procurando formar uma rede, ele passa por estados
intermediários até chegar ao estado Conexão. O estado Conexão é aquele no
qual um dispositivo está quando participa de uma piconet. Ele é dividido em
quatro sub-estados: Active, Sniff, Hold e Park. À exceção do Active, esses
estados existem para economizar a energia dos dispositivos ociosos da rede.
No estado Active, a unidade está participando ativamente do canal. No Sniff, o
escravo escuta o canal em taxa reduzida. De todos os estados de economia,
este é o menos econômico. O Hold é um modo intermediário de economia de
energia. No Park, por fim, o dispositivo apenas mantém sincronismo com o
mestre. Este é o modo mais econômico. Estabelecendo uma conexão Novas
conexões são estabelecidas através da realização dos procedimentos de
pesquisa e de paginação. O procedimento de pesquisa permite que sejam
descobertas quais as unidades que se encontram ao alcance do dispositivo
fonte (isto é, que inicia o procedimento). Resumidamente, o processo se dá
quando a fonte, sob ?ordem? do usuário, entra no sub-estado Pesquisa e
passa a enviar pacotes de pesquisa em determinadas freqüências, em busca
de dispositivos que estejam no estado de escuta de pesquisa. Quando um
dispositivo nesse estado responde, eles passam para o processo de
paginação, no qual o então escravo fica no (sub-)estado de escuta de chamada
e o agora mestre vai para o estado de chamada assim que recebe a referida
resposta. Nesse estado, os dois dispositivos trocam mensagens de
confirmação e sincronismo, passando por sub-estados de resposta do escravo
e resposta do mestre antes de chegar ao estado de conexão. Os primeiros
pacotes trocados no estado de conexão contém mensagens de 7 controle
utilizadas no estabelecimento de links SCO ou ACL. Uma vez estabelecidos, a
troca de informações entre os dispositivos pode ser realizada. Estrutura do
quadro Bluetooth Existe mais de um formato de quadro Bluetooth. O mais
importante é o descrito a seguir: O Código de Acesso identifica o mestre de
uma piconet, para o caso de um escravo estar em mais de uma rede. O
Cabeçalho contém bits de controle e sincronismo. A parte dos dados contém a
informação transmitida. Contém até 240 bits para um quadro de 1 slot e até
2744 bits para um quadro de 5 slots. O cabeçalho está descrito no fundo da
figura acima. O campo de endereço ientifica um dos oito dispositivos da
piconet. O bit de fluxo: informa que o buffer do dispotitivo está cheio e ele não
pode receber mais dados. O bit ACK é usado para transportar uma mensagem
de confirmação (acknowledged). O bit Seq usado para enumerar os quadros
(protocolo stop-and-wait). E o Checksum usado para detecção de erros. Existe
muito mais informações sobre os aspectos técnicos da tecnologia Bluetooth,
informações essas que incluem detalhes adicionais sobre desde os diferentes
tipos de quadros até as diversas versões do Bluetooth. Essas informações
podem ser encontradas em fontes oficiais, como as listadas na bibliografia. 8
Conclusão Foi abordado neste trabalho os aspectos técnicos da tecnologia
Bluetooth. Foi visto que a tecnologia existe em duas principais vertentes: a do
IEEE e a original, do Bluetooth SIG. A arquitetura original, por oferecer uma
arquitetura de protocolos completa, facilita o desenvolvimento de aplicativos,
uma vez que as principais aplicações já são implementadas. O enfoque no
baixo custo (com a adoção da faixa ISM e o uso de padrões e algoritmos
simples de comunicação) provocou certa fragilidade na transmissão, o que
exigiu a implementação de mecanismos de segurança ? contando inclusive
com a redundância (no caso da repetição do cabeçalho nos quadros). A
economia de energia foi apropriada para a aplicação em dispositivos
embarcados como celulares e PDAs, mas a flexibilidade da arquitetura permite
a utilização em sistemas mais robustos. Desse modo, com a popularização e
barateamento da tecnologia, o Bluetooth deve fazer parte do nosso cotidiano
cada vez mais, como um USB sem fio, permitindo aos seus usuários acessar
serviços até mesmo enquanto andam pelas ruas. A integração total de
tecnologias é uma realidade cada vez mais próxima, e a tecnologia Bluetooth é
merecedora de reconhecimento como um passo importante nesse sentido. 9
Bibliografia ? Site oficial do Bluetooth: www.bluetooth.com ? Site oficial do
Bluetooth SIG: www.bluetooth.org ? No infowester:
http://www.infowester.com/bluetooth.php ? Na Wikipédia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bluetooth ? TANENBAUM, Andrew S. ?Redes de
Computadores?, 4ã Edição. ? Página de Paulo Stein:
http://www.gta.ufrj.br/seminarios/semin2003_1/stein/ 10
(Ver Menos)

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