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UNIVERSIDA DE DO VA LE DO PA RAÍBA

FACULDADE DE COMU NICA ÇÃO E ARTES


Jornalism o

A HISTÓR IA DO R IO JUQUERIQUERÊ

Vera Lúcia Rodrigues Teixeira

São José dos Cam pos – SP

2005
A HISTÓR IA DO R IO JUQUERIQUERÊ

Vera Lúcia Rodrigues Teixeira

Relatório final apresentado como


parte das exigências da disciplina
Trabalho de Conclusão de Curso
à Banca Avaliadora da Faculdade
de Comunicação e Artes da Univer-
sidade do Vale do Paraíba.

Orientador(a) Vânia Braz de Oliveira

Universidade do Vale do Paraíba


Ano 2005
FACULDADE DE COMU NICA ÇÃO E ARTES

Curso de Jornalismo

TRABA LHO DE GRADU AÇÃO

2005

Título: ... .........................................................................................................


Aluno(s):..........................................................................................................
...................................................................................................
...................................................................................................

Orientador: ................................................................ .................................


Banca Exam inadora: .................................................................................
.................................................................................................
.................................................................................................

Nota do Trabalho:.......................(...............................................................)

São José dos Campos – SP


2005
SUMÁRIO
Introdução.........................................................................................02
Resumo.............................................................................................03
Capítulo I – A Cultura Caiçara..........................................................03
1.1 O que é ser Caiçara.................................................03
1.2 Os produtos da cultura caiçara................................04
1.3 Como a Cultura Caiçara sobrevive..........................05
Capítulo II - O Rio Juqueriquerê......................................................06
2.1 – A história do Juqueriquerê...................................06
2.2 – Projetos e Apoios............................................. ....06
Capítulo III – O Rio como meio de sobrevivência .............................08
3.1 – A opinião de quem depende do rio......................08
3.2 – A visão dos ambientalistas...................................08
Capítulo IV – A nova geração...........................................................10
Capítulo V – Livro reportagem..........................................................11
5.1 – O que é livro reportagem........................ ..............12
5.2 – O que é livro reportagem história.........................14
5.2 – Metodologia...........................................................15
Capítulo VI – Produção Gráfica.........................................................17
Considerações finais.........................................................................18
Bibliografia.........................................................................................19
Anexos...............................................................................................21
Vocabulário.........................................................................22
Tema ................................................... ................................24
Modalidade.........................................................................25
Objeto.................................................................................26
Ju stificativa.........................................................................27
Objetivos gerais.................................................................29
Objetivos específicos................................ .........................30
Hipóte se.............................................................................31
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Introdução

Este trabalho sobre Rio Juqueriquerê é na verdade uma relato de várias pessoas
sobre o que pensam do loca l. Muitas pessoas que moram na cidade de Caraguatatuba,
Litoral Norte de São Paulo, não sabem da importância que o rio tem para a cidade. Com
este livro as pessoas que realmente se interessam pela cultura do município, onde moram
vão ter a oportunidade de conhecer um pouco sobre ele.

Não foi fácil escrever sobre o Juqueriquerê, mas foi um prazer falar sobre esse
patrimônio que a cidade tem e à s veze s fica esquecido pelas autoridades compe tentes,
consequentemente essa informação não é trasmitida para as pes soas, principalmente as
crianças do município que são o fu turo do nosso país.

O principal objetivo desse trabalho foi buscar in formações que os migrantes não
têm quando chegam na cidade. O intuito foi colher um material que sirva de orientação
para que muitos pessoas possam consultar e tirar dúvidas, que poderá surgir e até
mesmo despertar o interesse de crainças, adolescentes e adultos sobre o rio.

A Ong ACAJU é uma instituição de suma importância para a comunidade local. O


trabalho desenvolvido por ela visa preservar o Juqueriquerê e levar às pessoas,
principalmente à crianças das escolas do bairro Porto Novo, a importância do rio e da
cultura caiçara, que mesmo enfrentando dificuldades já atravessa várias gerações e
permanece lutando para não ser esquecida.

A cultura em geral também ganhou um espaço interessante neste com a realização


e vários projetos. Aqui as pessoas irão encotrar os principais eventos culturais que o
município oferece para que a população local e também os turistas e veranistas,
encontrem na cidade um lugar ideal para passar suas férias, com atividades que tragam
conhecimento e informação sobre uma diversidade cultural, e que as mesmas vão para os
seus municípios ou estados com desejo de re torno em suas próximas férias.
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Resum o

Capítulo I – A Cultura Caiçara


1.1 – O que é se r caiçara
Para muitas pessoas que vieram dos quatro canto s do país para viverem em
Caraguatatuba, Litoral Norte de São Paulo, não sabem o que quer dizer a palavra
Caiçara, mas procurando no dicionário virtual Michaelis esta palavra quer dizer pe ssoa
natural ou habitante de uma cidade litorânea, praiano; habitante do litoral; que vive de
modo rústico; da pesca ou de atividade próxima, mas para os legítimos caiçaras que
vivem em no município, co mo é o caso de seu Pedro Pa es Sobrinho, um dos moradores
mais antigo do bairro Porto Novo, região sul da cidade, esta palavra quer dizer homem
nativo que nasceu e viveu no litoral e go sta de tudo que a cidade oferece, como é o caso
de uma variedade de peixes que existe no Litoral No rte.
Em Caraguá, como ficou carinhosamente conhecida, ainda existem muito s caiçaras
que procuram preservar a sua cultura e passar para seus filhos e netos, muitos desses
residentes às margens do rio Juqueriquerê .
Órgãos ainda lutam para não deixar essa cu ltura morrer, como é o caso da
FUNDACC (Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba) que trabalha em prol da
preservação da cultura e história da cidade, para que no fu turo outras pessoas possam
dar continuidade a esse trabalho de memória cultural.
A instituição colheu depoimentos de vários pescadores e pessoas antigas no
município e guardou em forma de livro e CDs para que estudantes e a população em
geral possam buscar, a través desse trabalho, a identidade cultural da cidade.
Os pescadores relembraram dos tempos vividos e quando o peixe era de fartura e
a pesca o único meio de sobrevivência. Outros depoimentos contam também como era a
vida na cidade.
Não foi só a vida de pescador que foi contada nesses depoimentos. As mulheres
também relataram como eram suas vidas e de seus filhos quando seus marinhos partiam
para o mar, as festas tradicionais, os bairros mais povoados e o artesanato, habilidade
que até hoje é fonte de renda para muitas pessoas no município.
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1.2 – Os produtos da cultura Ca içara


Muitos produtos são usados pelos caiçaras em suas diversas atividades.
Alguns desses produtos são fabricados por eles próprios, outras eles encomendam de
terceiros.
A pesca e a canoa: a pesca artesanal, aquela que é praticada diretamente
pelo pescador profissional, de forma autônoma, em regime de economia familiar, ou com
regime de parceria com outros pescadores, com a finalidade comercial, tem enfrentado
várias dificuldade não só em Caraguá, mas em todo o Litoral Norte, devido a escassez do
peixe e a invasão de embarcações de grande porte que leva todo o peixe, principalmente
o pequeno, os pescadores se viram obrigados a exercer outras atividades para
complementar a sua renda, e garantir o sustento de suas famílias.
Embarcação fabricada pelo carpinteiro naval, a Canoa é um instrumento que
era muito usado pelos pescadores, com a invasão das grandes embarcações o pescador
se viu obrigado a adotar o barco para fazer o seu trabalho. A canoa ainda é uma
embarcação muito procurada nas carpintarias.
Barcos: As embarcações tanto de pequeno como de grande porte têm sido
fonte de renda para várias famílias. Apesar do alto preço, os barcos tem sido procurado
tanto pelos pescadores da cidade como por pessoas de outros municípios.
No bairro Porto Novo, existem duas carpintarias navais que fabricam todos os
tipos de embarcação e gera emprego para várias pessoas.
Rede e Tarrafa: A rede é a principal ferramenta do pescador artesanal, pois é
ela que eles levam para o seu trabalho. O produto é fabricado no próprio município. Já a
tarrafa quase não é usada pelo pescador profissional e pode ser comprada em qualquer
loja especialidade, em Caraguá existem pessoas que fabricam o produto.
Linha e Anzol: Esse é o produto mais usado por pessoas que fazem da pesca
um hobby. A linhada não é muito u sada pelo pescador atualmente.
O produto é de fácil acesso a todas as pessoas e podem ser adquirido em
qualquer loja especializada.
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1.3 – Com o a Cultura Ca içara sobrevive


A cultura caiçara está sobrevivendo graças ao esforço de muitos que se
dedicam em manter a memória cultural viva. Exemplo disso estão a FUNDACC, órgão
público que trabalha em prol da cultura do município, e a ACAJU, órgão de utilidade
pública que luta para que a comunidade que vive às margens do rio Juqueriquerê se
conscietizem em relação à preservação ambiental, principalmente do rio e também da
cultura local.
Vários trabalhos são feitos pelas entidades, a fundação por exemplo trabalha
com o eventos resgate das manife stações culturais como : Carnaval de Antigam ente,
Festival de Dança, Festival Estudantil de Teatro, Inverno Quente, Natal pela Paz e a inda
administra o Polo Cultural Adaly Coelho Passos que abriga a biblioteca de artes e o
arquivo histórico, onde está arquivado todos os documento s que conta a história da
cidade. O Centro Educacional e Cultura Mário Covas abriga o Teatro Municipal e está
transformando o cotidiano dos moradores com peças teatrais e apresentações dos
próprios artistas da cidade.
Os pescadores também têm uma participação especial no trabalho da
fundação. Eventos foram organizados para que eles tenham a oportunidade de
apresentar seus trabalhos para os munícipes.
A ONG ACAJU visa a preservação do rio Juqueriquerê e a conscietização de
crianças e adultos quanto a preservação ambiental, principalmente a do rio Juqueriquere.
Também é organizadora de vários eventos que valoriza o pescador e a
preservação da cultura regional.
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Capítulo II – O rio Juqueriquerê

2.1 – A história do rio J uquerique rê

Localizado na cidade de Caraguatatuba, Litoral Norte de São Pa ulo, o rio


Juqueriquerê é marco importante no município. Desde os primórdios da cidade o rio vem
tendo a sua participação nos a contecimentos históricos e no desenvolvimento da região.
Localizado no bairro Porto Novo, região sul do município e com 13km e 6 00
metros de extensão, ele nasce na Serra do Mar e atualmente tem como principais
afluentes os rios Claro, Camburú e o Bela Cachoeira. Dele sai vários córregos, mas sem
grande proporção.
O rio começou a registrar sua história no município em 1.534, quando serviu de
divisor para as capitanias hereditárias de São Vicente e Santo Amaro. E anos mais tarde
(ano de 1.916), quando o engenheiro J. Charvolin, visando a exploração de madeira na
região, pediu à Câmara Municipal concessão para realizar seus trabalhos, em troca
construiria no rio uma linha ferroviária que ligaria o porto da Prainha, na região norte, em
suas margens.
Os trabalhos para a exploração do Juqueriquerê teve início por volta de 1.906,
quando uma Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo veio para o
Litoral Norte, para realizar trabalho de exploração, principalmente no rio Juqueriquerê.
Além do rio seus afluentes também tiveram participação nos trabalhos dos expedidores.
Com o resultado desses estudos, foi concluído que rio Ju queriquerê é um
dos mais importantes rio e o único navegável do Litoral Norte.
Um patrimônio de todos, o rio foi o principal responsável pela exportação de
frutas para a Inglaterra. Pois era lá que ficava o porto, onde a mercadoria era levada
para o cais de São Sebastião e de lá seguia para a Inglaterra.
Com a tromba d’água em 1967, que abalou o município, houve uma diminuição
nas exportações e os donos da fazenda produtora venderam a propriedade. O novo
proprietário passou a dedicar-se à criação gado e a produção de leite, queijos e seus
derivados e o porto do Juqueriquerê foi desativado.
Muitas pessoas já viveram da pesca e do consumo de suas águas para as
diversas atividade do lar. Porém com a poluição que hoje existe não é mais possível.
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A ACAJU desenvolve vários projetos em benefício de sua preservação na


esperança de que um dias suas águas possam outra vez ser fonte de alimento para os
moradores, principalmente aqueles que criaram as suas famílias no local.

2.2 – Projetos e A poios


Vários projetos já foram e continuam sendo desenvolvidos em benefício do
Juqueriquerê e visam a conscientização da pessoas como: limpeza do mangue e suas
águas, projetos com escolas na região, entre outros.
A iniciativa privada tem sido parceira com os projetos desenvolvidos pela ong e
as escolas são as principais parceiras dos trabalhos realizados.
A ong possui um calendários anual de trabalhos e os novos projetos são
incluídos conforme são executados.
A instituição ainda busca parceiros e continuam desenvolvendo trabalhos e
envolvendo cada vez mais pessoas, inclusive as crianças das escolas locais.
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Capítulo III – O Rio Com o Meio de Sobrevivência


Muitos dos pescadores da região sul do município, principalmente do bairro
Porto Novo, dependem do rio para trabalhar. Embora o local não tenha mais peixe em
abundância é lá que ficam atracados todo os barcos dos pescadores.
As embarcações dependem de suas águas para se moverem até o mar, e os
donos dos barcos não se conformam com o descaso em que o rio se encontra .
A falta de saneamento básico, apoio dos órgãos municipais, estaduais e até
mesmo federais faz com que muita s pessoas reclamem da sujeira das águas. A falta de
projetos de conscientização populacional é outro fator que faz do rio um local poluíd o e
cada vez mais doente.
3.1 – A opinião de quem depende do rio
Para as pessoas que circulam em toda a extensão do rio, onde não existe
povoação suas águas podem ser consumidas, não existe poluição, entulhos jogados e o
mangue conservado.
A ACAJU é o único órgão que e stá lu tando sempre para que o rio não morra de ve z
realizando trabalhos e tentando conscientizar as pessoas da importância do local para o
município e para o ser humano.
Os pescadores também insistem que os órgãos públicos têm a obrigação de salvar
a vida do rio, que serve não só para o pescador artesanal, mas é usado como uma
segunda opção de renda para os pescadores que aderiram a “Pesca Turística” como
função complementar para sua sobrevivência .

3.2 – A v isão dos am bientalistas


Órgãos de proteção ambiental têm consciência da situação em que se encontra
o rio Juqueriquerê, porém alegam que são os órgão públicos que devem criar projetos
que beneficie o rio.
Algumas das instituições trabalham como representante do governos estadual e
federal como mediadora, outras alegam trabalhar na fiscaliza ção da pesca de arrasto e
na liberação de documentos e trabalhos desenvolvidos e disse não ser de sua
competência viabilizar os projetos.
12

Ambientalistas acreditam que a solução sempre existe , que o rio Juqueriquerê com
todos os problemas que enfrenta ainda está em um estado de boa qualidade. Muitos
locais de suas margens estão sem ocupação e com a mata ciliar preservada, pela
qualidade da água ainda é possível uma recuperação natural, onde a maior contribuição
da poluição são os esgotos domé sticos, o que pode ser resolvido com o saneamento
básico do município e com a conscientização da população a usar o saneamento e não
lançar o esgoto in natura no rio.
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Capítulo IV – A Nova Geração (O olhar das crianças, com o será o


Juqueriquerê s obre o olhar daque les que são o futuro)
Neste capítulos crianças do CIEFI, a mesma que trabalha em parceria com a ong
ACAJU , desenvolveram trabalhos sobre o rio. Nesses trabalhos eles relataram atravé s de
desenhos como gostariam de ver o rio. Como seria o Juquriquerê dos seus sonhos.
14

Capítulo V

Livro Reportag em

5.1 – O que é Livro Reportagem

O livro-reportagem é definido como uma figura paralela do universo jornalístico. De


acordo com o relato do jornalista Edivaldo Pereira Lima, no livro Páginas Ampliadas a
modalidade cresce visivelmente no Brasil para assegurar um merecimento no cenário da
produção cultural.

O livro reportagem pode ser encarado como um subsistema do sistema jornalismo


com base na contextualização impulsionado nos princípios básicos que envolvem o
fenômeno maior onde coloca o livro -reportagem que é o jornalismo.

o conceito de livro-reportagem tem de ser constru ído, tomando como base as


conseqüências trazidas pa ra seu espaço específico , desde as abordagens siste máticas
do fenômeno jornalístico, quanto a entrevista conduzida por seu autor com uma pesquisa
de prestígio como forma de complementar e apoiar esclarecimentos fundamentais da
questão e também pode ser visto como um sistema de variedades diferentes que liga
tanto o sistema jornalístico como o sistema de editoração.

O que leva a aceitar a idéia que o livro -reportagem é um subsistema do jornalismo


é a função que ele exerce e o profissional que é, quase sempr e, um jornalista. Isto é um
comunicador social formado sobre a concepção de uma atividade específica de
comunicação.

Desde 1993 o livro-reportagem teve avanço no mercado literário. Praticamente


todas as boas livrarias do país existe uma diversidade de títulos. Porém, na opinião do
autor há muito que evoluir, para que seja compreendido e praticado no mercado editorial
brasileiro com o mesmo foco que existe em países onde a tradição é sólida.

“Aqui há um certo desconhecimento dessa dimensão ampla, e tanto na área


acadêmica quanto no circuito das redações persiste uma vaga noção de que o livro é um
15

elemento secundário do jornalismo, um mero desdobramento das reportagens de veículos


tradicionais ou apenas um canal autônomo para a prática do jornalismo investiga tivo.”
Afirmou Lima.

Ele afirma que o livro reportagem mais comum no país é o que cumpre um papel
passivo de continuidade levemente ampliado da imprensa cotidiana.

Apesar de ser parte do mundo jornalístico o livro reportagem tem sua própria
autonomia que lhe possibilita experimentações impraticáveis nas redações de veículos
periódicos, ele penetra em um território novo, pelo menos na sua concepção mais
conservadora e gera um novo campo que os países norte -americanos já dominaram. Ele
tem um grande potencial como veículo de comunicação capaz de integrar elementos do
jornalismo, da literatura, da antropologia, da sociologia, da história e da psicologia e é um
meio excelente de narrar histórias e registrar história desafiadora do nosso tempo explica.

E segue:

“O livro-reportagem é um veículo de comunicação jornalística bastan te conhecido


nos meios editoriais do mundo ocidental. Desempenha um papel específico, de prestar
informação ampliada sobre fatos, situações e idéias de relevância social, abarcando uma
variedade temática expressiva. Isto é tanto mais verdadeiro quanto se focaliza,
especialmente, a América do Norte e os países da Europa Ocidental como Inglaterra,
França, Alemanha, Itália e até me smo a Espanha,”disse .

Nos países la tino-americanos, onde o mercado editorial não apresenta o mesmo


nível de maturidade que o mercado ocidental, é possível encontrar bons exemplo s de
grande-reportagem trabalhada em forma de livro.

No Brasil, apesar de todas as dificuldades do mercado editorial, é possível


encontrar títulos que tiveram grande repercussão no mercado e serviu como meio para
divulgar a literatura através do teatro, televisão e cinema. O livro Olga, de Fernando
Moraes é um exemplo de sucesso popular, principalmente depois de ter sido
transformado em filme para o cinema .
16

Edivaldo Pereira Lima afirma que foi da virada do século pra cá, que vários títulos
confirmaram a vitalidade da produção brasileira. Exemplo disso é o livro Vida de Repórter,
de José Maria Mayrink, A Ditadura Escancarada, de Elio Gapari e Estação Carandiru, de
Drázuio Varella, este último também foi transformado em filme e chegou aos
telespectadores por meio da televisão.

Os livros-reportagem estão ocupando um espaço próprio de importância no


mercado editorial, variando de país para país. No mundo ocidental está ocupando um
relevante papel, preenchendo vazios deixados pelo jornal, pela revista, pelas emissoras
de rádio, pelos noticiários da televisão, a té mesmo pela internet, quando utilizada
jornalisticamente.

Lima afirma, no Páginas Amplia das, que apesar do livro-reportagem ser um objeto
de estudo ele ainda não desperta significativamente a atenção da comunidade acadêmica
que se volta para a pesquisa, para a análise dos fenômenos específicos do jornalismo ou
particulares á comunidade social como u m todo.

O livro reportagem também pode ser considerado como a ampliação da no tícia, isto
é a notícia em todos os detalhes, sem cortes, sem improviso, na íntegra, que apresenta
reportagens em grau de amplitude superior ao tratamento costumeiro nos m eios de
comunicação jornalística periódicos. “Esse grau de amplitude superior” pode ser
entendido no sentido de maior ênfase de tratamento ao tema focalizado quando
comparado ao jornal, á revista ou aos meios de eletrônicos.

“Publicação não periódica que consiste materialmente na reunião de folhas de


papel impresso ou manuscritas, organizadas em cadernos, solta s ou presas por processo
de encadernação e técnicas similares. Distingue -se do folheto por possuir maior número
de páginas: segundo as normas da Une sco, considera-se livro a publicação com mais de
48 páginas.” Explica Carlos Alberto Rabaça e Gustavo Barbosa em o Dicionário de
Comunicação: (pag. 28b).
17

Lima ainda distingue o livro reportagem das demais publicações por três condições
que ele considera essenciais:

Conteúdo : o objetivo da abordagem do autor, se o tema corresponde a realidade,


ao factual

Tratam ento: compreendendo a linguagem, a montagem e edição do texto, o livro


reportagem apresenta –se a excelência do jornalístico, e se os elementos de
comunicação lingüistica inclui fatores, os projetos gráficos, ilustrações, fotografias,
abrangendo as manchetes, os títulos, os textos e as legendas.

Função: pode servir a distin tas finalidades típicas do jornalismo, que se desdobram
desde o objetivo fundamental de informar, orientar, explicar co mo pode trabalhar sua
narrativa de uma maneira mais extensiva.

O livro reportagem também complementa o papel da imprensa cotidiana, no que


se refere a universalidade. Isso se dá tanto porque o livro amplia o co nhecimento sobre o
tema já divulgado pela imprensa cotidiana, como também porque penetra, por vezes, em
temas pouco explorados pelos periódicos.

5.2- Liv ro Reportagem História

Focaliza um tema do passado recen te ou algo mais distante no tempo. O tema,


porém, tem em geral algum elemento que conecta com o presente, dessa forma
possibilitando um elo comum com o leitor atual. Esse elemento pode seguir de uma
atualização artificial de um fato passado ou por mo tivos mais variados. O livro Olg a, de
Fernando Moraes, é um bom exemplo. Não só de livro reportagem, como de livro -
reportagem história. Ele conta a presença no Brasil novamente de Luís Carlos Prestes, a
partir dos anos de redemocratização recente, isso facilitou a “atualização” do tema , dada
a projeção pública de prestes.

Uma outra modalidade que é difere dessa modalidade é o livro -reportagem que
trata da história empresarial, focalizando o mundo dos negócios, u m grande grupo ou uma
atividade produtiva. Isto é, tenta entender as conexões políticas, so ciais, cultu rais.
18

Exemplo é Marlyn Bender e Selig Altschul, ao escrever a história de uma empresa aérea
pioneira tecnologicamente, que influencia o desenvolvimento do transporte aéreo em todo
o mundo, Mas também implicou questões de geopolítica norte -americana entre os anos
1920 e 1940. Conforme relata Edivaldo pereira Lima, no Páginas Ampliadas.

Outra modalidade que também difere é livro -reportagem-epopéia ele abarca


episódios históricos de grande relevância social, o livro -reportagem Os dez dias que
abalaram o mundo é um exemplo, ele relata, com furiosa tensão contida, a revolução
soviética de 1917.
19

5.3 - Metodologia:

Durante um ano de pesquisa usei a “Pesquisa Oral”. De acordo com site


www.pedagogiaemfoco.pro.br/met01.h tm é toda pesquisa que estuda o passado
buscando saber suas origens. Por isso, recorri a órgãos como a FUNDACC (Fundação
Educacional e Cultural de Caraguatatuba) e Ong ACAJU (Associação caiçara
Juqueriquerê) para colher docume ntos e relatos que me ajudaram no desenvolvimento do
trabalho.

Também usei a Pesquisa de Campo”, que é o contato com a pessoa ou entidades


que possuía ou possui alguma in fluência junto ao local ou pessoa que está sendo
pesquisado Meus instrumentos de pesq uisa foram os pescadores e moradores que
residem ao longo do leito do rio. Pessoas que apesar de sua simplicidade, guardam de si,
bons sentimentos e que só querem ter o direito de continuar desenvolvendo o trabalho
que aprenderam com seus pais e avós e que agora está vendo que isso não vai ter uma
continuidade pela falta de interesse de órgão responsáveis. E para finalizar usei a
“Entrevista”. Segundo o site www .pedagogiaemfoco.pro.br/met01.htm , é um meio de
colher informações de uma determinada pessoa ou grupo, e pode ser de caráter
exploratória, que é uma entrevista relativamente estruturada e a de coleta de informações
que é altamente estruturada. Usei a de coleta de informações. Mais uma ve z os
pescadores tiveram grande importância para as entrevistas, foram eles que abriram seus
corações para falar de suas vidas na pesca e dos problemas do rio, além dos moradores
que foram de grande importância para eu ter a noção de como a sociedade está
preocupada com as coisas que as odeiam.

Para concluir este projeto entrevistei 15 pescadores e 20 pessoas na rua para


chegar nas conclusões finais do trabalho.
20

Capítulo VI – Produção Gráfica


A impressão final deste trabalho será todo em preto e branco, in clusive foto s,
tamanho A4, em papel sulfite. Na capa usei uma ilustração que retrata bem o rio
Juqueriquerê e será imprensa em papel cartão, na contracapa usarei minhas
considerações finais. A s fo tos serão todas sangradas ca sadas com o texto.
No miolo do livro usei letra arial, tamanho 12 e espaçamento 1,5. O número dos
capítulos serão todos em folhas pares, no canto inferior esquerdo e nas páginas ímpares
no canto inferior direito, facilitando assim a visualização.
Não usarei ilustração na contracapa.
21

Consideraçõ es finais:
Durante um ano de pesquisa e entrevistas na busca de informações que muitas
pessoas nem imaginam que existe, conclui a importância do Rio Juqueriquerê para o
município de Caraguatatuba.
Em todo esse tempo conheci pessoas, ouvi história e principalmente, conheci
pessoas que tem uma bonita trajetória de vida, senti que esse rio e essas pessoas
precisam de ajuda. Não uma ajuda financeira e sim uma ajuda de conscientização da
população, que aos poucos está matando aos poucos um patrimônio de todos.
Preservar a cultura e passar de geração para geração é um dever de todos.
Isso faz com que as pessoas viva, melhor e saibam que no futuro tudo vai continuar
como preservamos.
Aprendi muito sobre uma lugar, que apesar de viver a onze anos, não conhecia
profundamente. Conhecer mudou a minha vida em termos culturais e ambientais.
Finalizo mais consciente que preciso fazer minha parte para preservar o meio ambiente
e a cultura da região que vivo e me recebeu de braços abertos.
22

Bibliografia:

BOAVENTURA, Edivaldo, Como Ordenar as Idéias, Ed. Ática, 2001, 64p


FUNDACC , Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba, Pescadores de
Caraguatatuba, História e Estórias, 2001, 82p

CASTRO, Rosana, Por Trás da Modernidade o Passado Esquecido. Trabalho de


conclusão de curso, Taubaté, 1998

CAMPOS, Jurandyr Ferraz de, Santo Antônio de Caraguatatuba, Memórias e


Costumes de um Povo, FUN DACC, 2000, 468p.

COHN, Gabriel (org). Comunicação e Industria Cultural. São Paulo, Nacional ,1977

ECO, Umberto. Como se faz uma tese. 2 . ed São Paulo: Perspectiva, 1985. 184p

Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo, Exploração do Rio


Juqueriquerê, 2ª edição, 1919

Comissão Geográfica e Geológica do Estado de São Paulo, A Exploraçã o do Litoral


Norte, 1915

LIMA, Edivaldo Pereira. Páginas Ampliadas: O livro -reportagem como extensão do


jornalismo e da literatura. 2. ed. Barueri: Manole, 2004. 371p

MARTOS, Cloder Rivas, MESQUITA, Roberto Melo. Técnicas de Redação e


Criatividade. 7. ed São Paulo: Saraiva, 1989. 95P

ORGANIZAÇÃO, Fundacc (Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba.


Pescadores de Caraguatatuba, Histórias e Hestórias, 2001

SIRKIS, Alfredo, et al. Meio ambiente no século 21: 21 especialistas falam da


questão ambiental nas suas áreas de conhecimento. Rio de Janeiro: Sextante, 2 003.
367p
23

SODRÉ, Muniz, FERRAR I, Maria Helena. Técnica de Redação: o texto nos meios
de comunicação. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1977

SODRÉ, Nelson Werneck. A história da Imprensa no Brasil. Ri o de Janeiro, Graal,


1977.

Revista:

Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Governo do Estado de São Paulo.


Zoneamento Ecológico e Econômico. Litoral Norte de São Paulo

Site

www.cetesb.gov.br – 28/10/05

wwww.ho tescaragua.com.br/lo calidade.asp?id=29 – 03/02/2005

ww.povosdomar.co m.br/acaju.htm - 03/02/2005


24

Anexos:
25

Vocabulário:
Afrontar – encarar de frente, suportar
Arrojado - audaz, destemido, valente, com características inovadoras; ousado
Arbusto – vegetal lenhoso ramificado desde a base de modo que não pode distinguir seu
tronco principal
Basalto – rocha ígnea, densa ou finamente granulada
Batel – barcos pequenos
Bússola – in strumento de orientação usado em navegação no mar, na terra ou aérea
Caboclo – indígena brasileiro, de cor acobreada, mestiço branco com o índio. caipira,
sertanejo, roceiro. Tratamento carinhoso para homem
Confluê ncia – ponto de junção dos rios
Cessar – acabar, parar, interromper, suspender, deixar de, desistir
Cum e – ponto mais elevado de um monte , auge
Declive – inclinado formando ladeiras, inclinação de terrenos, considerando este de c ima
para baixo.
Esboço – delineamento de desenho ou pintura, obra literária delineada em largos traços.
Resumo sinopse.
Expedição – ato ou efeito de e xpedir, Envio de remessa , seção encarregada de
despachar mercadorias.
Filão - massa de minério, de tamanh o e peso variáveis.
Fronde – a copa das árvores, folhagem ou rama de palmeira e fetos, ramagem ou ra mo
de árvore.
Frondoso – que tem fronde, tudo que te m muita s ramifica ções
Gram ínea - família de plantas que compreende, em geral, ervas monocotiledôneas d e
pequeno porte, flores nuas, em espigas.
Herbário - coleção científica de plantas seca s
Inclem ente – áspero, desagradável, rigoroso, severo
Incum bir – dar incumbência, encarregar, estar a cargo, ser da obrigação, ou do dever,
caber, competir
Junção – ato ou efeito de juntar, união, ligação
Leito – depressão de terreno em que correm águas de rio ou regata
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Luxuriante – exuberante, viçoso


Magm ática – que refere ao magma
Magm a - mistura de matéria mineral ou orgânica em estado de pasta fina, ma téria
pastosa, espessa, ígnea, de origem profunda, cuja consolidação dá origem às rochas
ígneas ou magmáticas.
Pitoresco – picante , imaginoso, original
Prim órdio – o que organiza primeiro, origem, princípio
Prism ático – de vidro ou de cristal, que serve para decompor os raios luminosos
Quartzo - sílica natural em que consistem, quase inteiramente, as areias e arenitos, e que
entra com 10 a 15% na formação de muitas rochas, como, por exemplo, o granito e vá rios
gnaisses.
Rebocador – aquele que reboca
Reinantes – que reina, que domina ou predomina

Sangradouro – rego ou lugar por onde se desvia parte da água de um rio lago ou fonte.
Soberba – altura de coisa que está superior a outra, orgulho excessivo , altive z
Subm erso – coberto de água
Transversal – não reto , que passa de travessa ou oblíqua
Várzea – campina cultivado, terrenos baixos e planos, que margeiam rios e ribeirões.
Vastidão - qualidade do que é vasto, extensão muito grande
Vogas – movimento de remos.
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Tem a:

O resgate histórico do Rio Juqueriquerê


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Modalidade :

Livro Reportagem História


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Objeto:

Rio Juqueriquerê
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Justificativa:

A população de Caraguatatuba desconhece que no município existe um bem


histórico que deve ser preservado. De acordo com a ACAJU (Associação Caiçara
Juqueriquerê), entidade que trabalha em prol da preservação histórica e ambiental do
local, muitas pessoas nem imaginam que para a cidade o Rio Juqueriquerê é um
patrimônio ambiental muito importante. Projetos de exploração turís tica estão sendo
desenvolvidos por meio do município, devido a sua importância para a cidade.

Essa falta de conhecimento não é só com as pessoas que vem de outras cidades
ou estado para viver na cidade, mas também moradores do próprio bairro e adjacentes,
devido o excesso de migrantes que chegam todo o ano na cidade. Muitas ações
ambientais são promovidas no local como forma de conscientização da população local e
veranistas com o objetivo principal que a de preservá -lo mantendo-o saudável.

Na cidade de Caraguatatuba, não existe nenhum registro que conte toda a


história do rio e a sua importância para a cidade. O que existe atualmente são relatos de
expedições feita em 1909 e o livro “Santo Antônio de Caraguatatuba” organizado pelo
historiador Jurandyr Ferraz de Campos em 2000 que foi publicado graças a iniciativa da
FUNDACC (Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba), que estava se
estruturando na época, conseguiu publicar o trabalho. O trabalho conta as partes mais
importantes do rio.

Campos teve que fazer pesquisas em documentos como: Mapas Históricos


Brasileiros, Atas da Câmara da Cidade de São Paulo, documentos históricos do Rio de
Janeiro e arquivos históricos como o do Estado de São Paulo e da Cúria Diocesana de
Caraguatatuba, como consta na sua bibliografia, devido a falta de in formações locais.

Nesse livro, o Juqueriquerê aparece como um marco histórico nos principais


acontecimentos para o desenvolvimento das capitanias hereditárias, e mais tarde, da
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transformação do local para Vila de San to Antônio, e, atualmente Estância Balneária de


Caraguatatuba.

A cultura piraquara também é algo que não pode ser pesquisado por meio de
documentos, o único relato são dos moradores antigos, como é o caso do seu P edro
Paes Sobrinho, morador mais antigo do bairro Porto Novo, local onde está localizado o
rio. Seu Pedro já serviu como personagem para vários trabalhos de faculdades
localizadas fora do município, que no final da conclusão dos mesmos não foram
entregues nenhuma cópia para que a ACAJU tivesse com o arquivo de pesquisa para
outros estudantes e até me smo para curiosos que buscam saber a origem do rio.

Como moradora por mais de dez anos em um bairro próximo do rio me despertou o
desejo de reunir vários documento em um só , para contar a história desse rio. Um livro
reportagem será de grande importância para a cidade e servirá para que os professores
das escolas interessadas no assunto possam passar para seus alunos, a história do rio e
o resgate da cultura lo cal, principalmente os imigrantes, para que ela seja preserva da e
para que essas crianças sejam multiplicadoras dos conhecimentos adquiridos em sala de
aula e incentivem outras pessoas a conhecerem melhor o local onde moram e a preservar
o meio ambiente, principalmente o lugar onde os cercam.
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Objetivos Gerais:

1 - Mostrar a sociedade a importância que o rio tem para o Litoral Norte de São
Paulo

2 - Levar para as escolas cultura em relação à preservação do que temos de muito


importante na cidade.

3 - Sensibilizar organizações não governam entais, sociedade civil organizada,


iniciativa privada, Ongs de proteção ambiental e governantes para que se unam em prol
da preservação de algo que possa servir como meio de sobrevivência de gerações
futuras.

.
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Objetivos Específicos:

1 – Mostrar a sociedade Caraguatatubense a importância que o Juqueriquerê tem


para o Litoral Norte de São Paulo, principalmente o município.

2 - Levar às escolas, principalmente as do bairro, um único documento que relate


a história de algo que existe no convívio d iário das crianças, para que elas sejam
multiplicadores dos conhecimentos adquiridos e no futuro possam desenvolver projetos
que valorizem cada vez mais seu habitat cultural, so cial e ambiental
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Hipótese:

A população de Caraguatatuba desconhe ce a história e importância do rio, por isso


não preserva, ocupando suas margens, causando degradação de suas margens, além
disso há o descaso do poder público, que não desenvolve políticas de desenvolvimento e
saneamento básico, tornando -o receptor de deselos humanos. Não há preservação da
mata ciliar no local causando desrespeito -as suas margens ocupando suas proximida des.

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