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CARVALHO, Ana Catarina Corrêa de
CARVALHO, Ana Catarina Corrêa de
CARUARU – 2017
1
CARUARU - 2017
2
Catalogação na fonte:
Bibliotecária – Simone Xavier CRB/4 – 1242
APROVADO (A)
------------------------------------------------------------------------
Prof. Nara Oliveira de Lima Rocha
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Prof. Andrea Barbosa Camargo
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Prof. Eduardo Romero Lopes
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DEDICATÓRIA
Dedico essa monografia aos meus pais, Mauro Oscar Melo de Carvalho e Ana Maria
Corrêa de Carvalho, e ao meu irmão, Oscar Nelson Corrêa de Carvalho, que estão
sempre ao meu lado acreditando e me dando forças para seguir sempre em buscas
dos meus sonhos.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por todos os dias eu conseguir abrir os meus olhos e trilhar essa
jornada e aos meus professores que fundamentaram a minha base acadêmica na
minha graduação de Bacharelado em Design. Agradeço a minha professora e
orientadora Nara Rocha pelo apoio e por acreditar que tudo daria certo no final ao
me passar conhecimento e confiança. Agradeço ao meu namorado pelos puxões de
orelha, a minha mãe que sempre que eu estava estudando me trazia lanches e por
fim, agradeço a mim, também, por ter conseguido terminar essa pesquisa.
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RESUMO
A presente pesquisa toma como base a tatuagem como modificação corporal
expressiva, tendo como objeto de estudo o grupo das Suicide Girls, focando o seu
papel no contexto de moda e imagem feminina. Busca identificar como a tatuagem, e
seus outros requisitos de moda alternativa, tem sido utilizada como expressão
estética através desse grupo social, para a construção de um diálogo entre corpo,
identidade e moda. Conta também, com uma breve contextualização da tatuagem ao
longo do tempo e como ela se encontra hoje diante da sociedade, fazendo a relação
do corpo como suporte de valores estéticos e comportamentais ligados a esse
grupo. Portanto, como procedimento metodológico, foi utilizado o desenvolvimento
da análise de conteúdo de Bardin sobre as Suicides Girls, suas fotos e os seus
elementos de estilos relacionados ao seu estilo de vida. Criando uma ponte para um
possível discurso sobre a imagem feminina, apresentada por esse grupo, diante do
feminismo.
Palavras Chaves: Moda, Tatuagem, Suicide Girl, Estilo Estético, Imagem Feminina.
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ABSTRACT
This research understands tattoos as expressive body modification and has taken the
Suicide Girls group as its object of study, addressing their role in fashion and female
image contexts. The aim is to assess how tattoos and their other alternative fashion
requisites have been used as aesthetic expression by that social group, in order to
build dialogue between body, identity and fashion. This paper also provides a brief
contextualization of tattoos throughout time and how they are perceived in society
today, considering the body as a support for aesthetic and behavioral values related
to that group. Therefore, we have performed Bardin’s content analysis method to
analyse the Suicide Girls, their photos and their elements of style according to their
lifestyle, building a bridge to a possible discourse about the female image displayed
by that group in face of feminism.
Keywords: fashion; tattoos; Suicide Girl; aesthetic style; female image.
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LISTA DE FIGURAS
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO 11
1.1 Contextualização 11
1.2 Objetivos 16
1.3 Metodologia Cientifica 17
2 – MODA E COMUNICAÇÃO 19
2.1 Moda e Corpo 20
2.2 Moda e Identidade 22
3 – UNIVERSO DA TATUAGEM 25
3.1 Breve histórico da Tatuagem (Modificações Corporais) 25
3.2 Tatuagem e Moda 32
3.3 Contraculturas 44
3.4 Mulher Tatuada 46
3.4.1 Suicide Girls 50
4 – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 54
4.1 Analise de Conteúdo 54
4.2 Discussão dos resultados 70
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 72
REFERÊNCIAS 74
APÊNDICE A - Construção do olhar feminino diante das suicide girls 79
11
1 – INTRODUÇÃO
1. 1 Contextualização
Tatuar o corpo é uma tradição milenar, e durante muito tempo era usada não apenas
para ornamentar o corpo, mas, principalmente, com fins ritualísticos. Além desse
uso, a tatuagem serviria também como identificação de grupos sociais, marcação de
prisioneiros, ornamentação e até como camuflagem. Enid Schildkrout (1999),
curador de uma exposição intitulada "BodyArt: Marksof Identity", diz que a tatuagem
é um meio de sinalizar as diferenças culturais, sendo utilizada tanto como uma
expressão de individualidade como uma expressão de identidade de um grupo.
Ainda em seu livro Tatuagem, piercing e outras mensagens do corpo, Araujo (2015)
afirma que nas sociedades tradicionais, a tatuagem, o piercing e os adornos do
corpo funcionam como uma carteira de identidade, onde só de olhar, reconhecemos
a origem de um povo, a posição que cada membro ocupa dentro da tribo e clã e, em
alguns casos, é possível ler nas tatuagens até mesmo as formas de organização
social. Segundo Berger (2009), contudo, é fundamental percebermos que estas
12
marcas, por si sós, nada dizem, ou seja, elas só podem ser entendidas dentro do
contexto sociocultural em que foram produzidas.
Ono (2006) mostra que, a função simbólica dos objetos se encontram diretamente
vinculadas à percepção da forma, cores, texturas, à aparência visual, às
associações simbólicas e afetivas, relacionadas a um determinado contexto. O que
nos faz pensar que essa definição pode ser trazida à uma dimensão ampla e
diversa, que compreende os pensamentos, os ritos, os gestos, as artes, as línguas,
entre outros fenômenos.
gera produtos. A partir deles também são atribuídas funções que levem os
consumidores a uma identificação particular e/ou compartilhada de tal produto.
A tatuagem está sendo cada vez mais admirada e adotada como um estilo estético
capaz de representar um estilo de vida, passando de descriminada para valor de
expressão estética. Contudo há barreiras que influenciam na sentença dessa arte,
Segundo Cox:
(Fonte: https://br.pinterest.com/pin/535576580658896315/)
(Fonte: https://natachabarbosa.wordpress.com/tag/rockstud-rouge/)
(Fonte: http://www.julianajabour.com.br/blog/?p=3822)
15
1
Mainstream é um conceito que expressa uma tendência ou moda principal e dominante.
2
Site erótico, com modelos tatuadas posando em nu artístico. < https://www.suicidegirls.com/ >
16
O tema tatuagem é pouco explorado no meio acadêmico, porém de uns tempos para
cá foram elaborados trabalhos que foram tomados como base para o entendimento
dessa manifestação de significados e comportamentos. Ferreira (2014) em seu
artigo, A beleza das pessoas tatuadas: “Uma análise da tatuagem desde a
percepção do belo ou não belo que esta pode gerar”, analisa a tatuagem de acordo
com o belo em contexto histórico, representando a beleza nessa arte comumente
estranha. Scheiner (2006) no artigo, “Marcado na pele: consumo, tatuagem e cultura
de massa”, analisa sobre as narrativas do consumo a partir das tatuagens de marcas
de produtos. Almeida (2017), em #girlswithtattoos: o corpo como território social, faz
um estudo sobre a hashtag #girlswithtattoos utilizada por mulheres tatuadas, em sua
maioria, no instagram, entre outros.
1. 2 Objetivos
Esse estudo tem como objetivo principal identificar como a tatuagem tem
sido utilizada como expressão de estilo estético pessoal através das Suicide Girls,
construindo um diálogo entre imagem feminina, identidade e moda.
1. 3 Metodologia Científica
Trata-se de uma pesquisa explicativa que, segundo Gil (2008, pag. 42) serve para
identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos
fenômenos.
Serão coletados 20 perfis do instagram oficial do site Suicide Girls, junto com 3
postagens de cada menina selecionada, de forma aleatória, sendo 10 Suicide Girls e
10 Hopeful Suicide. A partir daí iremos apontar os elementos de estilo apresentados
por elas, como também analisar seu discurso utilizado nessa rede social. Levando
em consideração a imagem do estilo suicide girl na construção da identidade
feminina na moda.
A análise de discurso, como afirma Bardin (2011), é uma das técnicas dentro da
análise de conteúdo. Inscreve-se numa sociologia do discurso e procura estabelecer
ligações entre a situação na qual o sujeito se encontra e as manifestações
semântico-sintáticas da superfície discursiva. O que vamos avaliar nas descrições
dos perfis e nas postagens em relação a sua imagem.
19
2 – MODA E COMUNICAÇÃO
2. 1 Conceituação
Christo (2008) nos aponta que a relação entre design e moda vem se
estreitando cada vez mais, e, não só pelo fato de que o profissional na área de moda
passou a ser nomeado designer de moda, mas também por ser um conceito
participativo do universo da moda. “Onde não só a moda assimilou o design em seu
universo, como também o design incorporou a moda em seu campo. ”
Tomando essa ideia, percebemos que o corpo está muito presente, nessa relação
moda e design, desde o planejamento da ideia até produto final e, é, onde o design
se constrói e se expressa. Com isso, buscamos colocar o corpo, aqui, como
receptáculo e propagador de um estilo estético. Pires (2005) afirma que, a relação
de mão dupla entre corpo e cultura sempre existiu e que se espelham conforme os
interesses de cada sociedade.
2. 2 Moda e Corpo
Para Pires (2005), moda é prazer. É por meio dela que o indivíduo visivelmente se
faz belo, se modifica conforme seu desejo se torna único e se sente parte de uma
cultura.
A moda, mais do que nunca, exige não apenas o uso de roupas, adereços
ou maquilagens que modelam e modificam externamente o corpo. Ela exige
uma atitude, um comportamento que adapte ou conserve a estrutura física
do indivíduo e do estilo predominante. (PIRES, 2005, pag.73)
Moura (2008) ainda afirma que a moda como expressão também diz respeito à
maneira como as pessoas elegem e utilizam produtos gerados pela indústria e pelo
mercado de moda. Essa utilização vai além do vestir, envolvendo a casa, os objetos
e produtos utilizados, os lugares que frequenta, assim como opções culturais que
compõe o seu estilo de vida e seus referenciais. É o fator simbólico exercido como
significados de status ou não.
Se observarmos, desde de tempos mais remotos o ser humano faz de seu corpo um
objeto cultural, onde homens e mulheres não estão inteiramente nus, há sempre um
adereço, uma pintura ou um penteado que demonstra sua diferenciação da
natureza, (KURY et. Al., 2000).
2. 3 Moda e Identidade
Ao ser exposto um sujeito, quer por um texto verbal, oral ou escrito, quer por
uma gestualidade, quer por uma combinatória vestimentar, pode-se
apreender, pelos modos de sua manifestação, a quais movimentos
discursivos ele se filia. Em sua maneira de ser e estar no mundo,
concretizam-se fragmentos das instituições que regem o seu fazer. E esses
mesmos fragmentos possibilitam entrever os limites da aparente liberdade
sob a qual ele se constrói. (MARTINS, 2004 apud CASTILLO, 2009, pág.
17)
Dessa forma, para Kury et. al. (2000), o nosso corpo exprime diversas significações
que permite com que o outro nos reconheça e nos identifique.
Comprar é uma experiência íntima e pessoal, é provar, tocar, testar, considerar e pôr
para fora a personalidade através de diversas possibilidades enquanto é decidido o
que é preciso e o que é desejo, (CAMPBELL, 2006).
Martins (2004 apud CASTILLO, 2009, pág. 19) ainda fala que a indumentária,
independente da função de proteção e de magia, sempre foi um meio do sujeito se
expressar e ser expressado, concretizando, assim, os anseios de adornar-se e
embelezar-se.
Para Gardin (2008), moda é linguagem, um sistema composto por signos que
indicam uma forma de expressão e comunicação. É quando um indivíduo expressa
uma atitude e um comportamento através da sua roupa, das cores e dos adereços
que compõem a sua estética.
Pires (2005) nos traz a ideia de que a busca pelo corpo perfeito é baseada no
consenso de um grupo social que frequenta ou que se quer participar. E com isso, a
moda, a mídia e a sociedade do consumo propagam um ideal de corpo apresentado
na imagem midiática como o corpo desejado.
24
A ideia de ser aceito em determinado meio faz com que o indivíduo crie uma imagem
pessoal, para saciar a sua necessidade de aceitação como também a sua afirmação
diante do status a ser buscado.
3 – UNIVERSO DA TATUAGEM
Contudo é muito difícil identificar onde e como surgiu essa prática. Um dos registros
mais antigos é Otzi, o “homem do gelo” (figura 06), que viveu há 5.200 anos.
Encontrado na região dos Alpes, trazia cinquenta marcas de tatuagem na pele
(figura 07), todas nas costas e atrás dos joelhos. (ARAUJO, 2005).
26
(Fonte:https://ceticismo.net/2016/02/22/descobertas-tatuagens-escondidas-no-homem-do-gelo/)
Outro achado foi a múmia da princesa Amunet, de Tebas, que exibe desenhos feitos
de pontos e linhas que certamente chamaram a atenção dos egípcios há mais de 4
000 anos. Não se sabe o que aquela tatuagem significava para os nossos
ancestrais, mas é muito provável que ela não tenha sido desprovida de sentido.
(SUPERINTERESSANTE, 2000).
Figura 08 - Homem tatuado das ilhas Marquesas, na Polinésia, aonde os espanhóis chegaram em
1595.
O Capitão inglês James Cook, em meados de 1769 a 1779, revelou para a Europa a
tatuagem moko dos Maoris, povo da Nova Zelândia. Tratava-se de desenhos em
espirais profundos na pele que pareciam entalhes de madeira (figura 09), (ARAUJO,
2005).
A partir do período Edo, imagens de homens com corpo tatuado passaram a ser
representados em xilogravuras ukiyoye (gravuras em madeira) e mencionados em
literaturas, contribuindo para o desenvolvimento do movimento atual da arte da
tatuagem. Um dos pintores de xilogravuras mais populares fora Utagawa Kuniyoshi,
(KAWANAMI, 2014).
Figura 11 - Esta ilustração de 1868 retrata Shishim, um dos heróis do Suikoden, com nove tatuagens
de dragões nas costas.
Durante o período Meiji, a tatuagem chegou a ser proibida pelo imperador e quem
por ventura fosse pego, era punido com rigor. Isso não inibiu a prática da tatuagem
no Japão. Diante da proibição, os tatuadores continuaram a trabalhar
clandestinamente, mantendo a maior discrição possível. (KAWANAMI, 2014). Até
hoje, no ocidente, a arte japonesa é vista entre os tatuadores como a mais refinada
e a mais rica – por se manter artesanal, (ARAUJO, 2005).
(Fonte: http://www.japaoemfoco.com/tatuagem-japonesa-tradicional/)
Araujo (2005) ainda afirma que os ingleses que se recusaram a servir na Primeira
Guerra Mundial (1914-18) foram punidos com a marca D, de desertores, no braço.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45), o mesmo recurso foi utilizado pelos
nazistas que tatuavam os judeus nos campos de concentração, assim como os
próprios soldados, que recebiam marcas como o tipo sanguíneo para facilitar um
eventual salvamento. Com a derrota de Hitler, esse sinal na pele teve efeito
contrário, foi uma das maneiras de identificar e punir os soldados nazistas.
31
Figura 13 - Soldado da Marinha Britânica tem o número de seu regimento tatuado no ano de 1942.
esquimós, bezerros de cinco pernas, leopardos, gigantes, tudo o que era fora do
normal para a época, (ARAUJO, 2005).
Figura 15 -Estrela de circo dos anos 1930. (Esquerda) e Betty Broadbent a Lady Tattoo (1909 – 83)
(Direita)
Porém, hoje em dia é bastante comum homens e mulheres terem diferentes tipos de
tatuagens em diferentes locais no corpo. Onde elas podem ser refeitas, repintadas e
até removidas.
3. 2 Tatuagem e Moda
Pires (2005) aponta que muitos jovens, seguidores da moda, vêem as alterações
corporais como um requisito estético necessário para se inserirem no contexto
urbano atual.
A tatuagem Maori pode ser considerada da família das tatuagens tribais, por ser um
estilo antigo que liga diversas tribos. As Tatuagens Tribais, podem ser chamadas de
tribais contemporâneas ou modernas, já que novos significados foram agregados à
estética. Nas tribos os desenhos podiam representar status, classe social, papel
desempenhado, setor pertencente ou ligação familiar. A partir de 1990 foi possível
notar uma flexibilização do significado das tatuagens tribais, (HELENA, 2013).
(Fonte: http://georgesteinmetz.com/archived-collections/maori/)
As tatuagens tribais celtas (figura 17) são das mais populares entre os tribais. Seu
desenho consiste em vários nós ou fitas sem um ponto de começo ou fim
determinado. Associam-se justamente por isso ao ciclo de nascimento e morte, de
não existir nem um princípio e nem um final. Estes tribais podem sugerir formas
animais, mas sempre com linhas características entrelaçadas, (HELENA, 2013).
(Fonte:https://i.pinimg.com/736x/20/47/60/204760c440c89fe9529f76abaf9a4266--design-tatuaje-tattos.jpg)
(Fonte:http://www.artenocorpo.com/232/tipos-de-tatuagens-tribais-um-arte-renovado)
(Fonte:https://br.pinterest.com/pin/480688960211122928/)
Outro estilo com um efeito bastante tradicional é o Old School. Surgiu na década de
1890, mas só se popularizou em 1920. É um estilo ocidental, com contornos pretos
fortes e cores primárias, já que antigamente não haviam tantos tons disponíveis. Nos
primeiros anos dessa onda, as tatuagens eram mal vistas pela sociedade.
Marinheiros, fuzileiros navais, errantes e rebeldes foram os primeiros a registrar na
pele suas viagens e aventuras (figura 20), (LANDIM, 2015).
36
Fonte: https://fortissima.com.br/2015/07/03/onda-vintage-como-fazer-uma-tatuagem-old-school-14702168/)
O estilo New School é uma releitura livre das amarras do Old School. Esse tipo de
desenho tem como característica principal a inspiração em quadrinhos, desenhos da
televisão e filmes. Muitas cores vibrantes e altos contrastes com desenhos
superexagerados e linhas muito bem trabalhadas e grossas. Liberdade,
autenticidade e originalidade são as peças chaves para ter uma boa tatuagem nesse
estilo que foi inicializado em meados dos anos 60 (figura 21), (LOPES, 2014).
(Fonte: http://www.portaltattooplace.com.br/new-school-conhecendo-o-estilo-da-nova-escola/)
(Fonte: http://galeriadorock.com.br/materias/tattoo/53-nova-moda-transforma-tattoo-em-marca-de-sacrificio)
Tatuagem Tridimensional
Elas criam a ilusão de pele arrancada e estilos mais palatáveis. Um dos desenhos
mais escolhidas são animais naturais ou objetos que parecem estar em movimento
(figura 23), (LANDIM, 2015).
Figura 23
(Fonte: http://twistedsifter.com/2015/04/trippy-3d-arm-tattoo-by-tony-booth/)
38
Tatuagem Minimalista
Caracterizada por linhas finas e discretas, ela deixa o desenho um pouco mais
delicado e modesto. Na maioria das vezes as cores utilizadas são, apenas, preta e
cinza. As figuras geométricas, animais, frases e palavras soltas, todas elas com
minúsculos detalhes (figura 24), (LANDIM, 2015).
Figura 24
(Fonte: https://br.pinterest.com/pin/801781539879972108/)
Tatuagem Realista
A tatuagem realista é aquela que parece uma foto, só que fincada na pele. Em geral,
as tatuagens realistas homenageiam um parente, um artista ou uma pintura, que são
feitas da forma mais realista e fiel possível (figura 25), (CAVALCANTI, 2015).
Figura 25
(Fonte: http://mais20min.com.br/2014/06/30/tatuagem-realista-roman-abrego/)
39
Tatuagem Geométrica
Esse tipo de tattoo tem de círculos a formas geométricas complexas, passando por
desenhos formados por formas geométricas (figura 26), (FREITAS, 2014).
Figura 26
(Fonte: https://br.pinterest.com/pin/318629742368705095/)
Tatuagem em Pontilhismo
São imagens construídas com pontos, geralmente em preto e branco (figura 27),
(FREITAS, 2014).
Figura 27
(Fonte: https://www.altoastral.com.br/tatuagens-de-pontilhismo-inspirar/)
Tatuagem Biomecânica
São desenhos que simulam partes do corpo feitas de peças de metal integradas à
anatomia humana (figura 28), (FREITAS, 2014).
40
Figura 28
(Fonte: http://homemfeito.com/tatuagem-biomecanica/)
Tatuagem Oriental
Figura 29
(Fonte: http://testosterona.me/tatuagens-masculinas/tatuagem-oriental-2/)
É tatuar o corpo com tinta branca como cor exclusiva do desenho todo ou só para
realçar. Os desenhos mais comuns são aqueles que imitam cicatrizes, para dar um
efeito de volume e não ficar “apagada” (figura 30), (CAVALCANTI, 2015).
41
Figura 30
(Fonte: http://galeriadorock.com.br/materias/tattoo/33-a-moda-e-tatuar-com-tinta-branca)
Tatuagem Graywash
São tatuagens feitas inteiras em tons de cinza. Muito populares nos anos 90 (figura
31), (FREITAS, 2014).
Figuras 31
(Fonte: https://br.pinterest.com/pin/162340761546113576/?lp=true)
Tatuagem em Aquarela
As tatuagens em aquarela são as que emulam pinturas feitas com tinta diluída em
água (figura 32), (FREITAS, 2014).
42
Figura 32
(Fonte: http://sossolteiros.bol.uol.com.br/ta-na-moda-65-tatuagens-aquarela-para-se-inspirar/)
Partindo desse pensamento de que a tatuagem, por ser algo que até pouco tempo
atrás irreversível, e a moda por ser algo que está em constante mudança, a
publicidade lança essa união como base na relação comportamental de seu público,
para assim criar produtos e influenciar na compra dos mesmos.
A revista ELLE edição de novembro de 2013, no artigo feito por Isadora Blonde,
aborda a pele tatuada como sendo um novo tecido, onde essa arte estampada no
corpo se torna mais valorizada. Em uma citação afirma que a moda no momento
prefere associar a tatuagem a conceitos como liberdade, individualidade e
perenidade.
Usar as tattoos, ao lado das roupas ou coladas a ela como estampas, seria
uma forma de desenvolver às peças uma qualidade e permanência que elas
perderam. É a pele se transformando em segunda pele e voltando para o
tecido para valorizá-lo. (ELLE, 2013, pag.226)
43
Acredito que, diante desse novo cenário, podemos perceber que a aceitação da
tatuagem vem sendo bem empregada pelos difusores de tendências do sistema de
moda, como modelos, estilistas e blogueiras. Que tanto buscam inspiração nas
discussões atuais em defesa de micropolíticas, ou seja, pequenos grupos que lutam
contra preconceitos e por direitos igualitários, que também saem em defesa de seus
discursos e acabam sendo refletidos nas passarelas.
dos valores de quem a cria, da própria identidade e personalização do estilo. Ela não
estaria ligada somente a roupa, mas principalmente a características e
personalidade de quem usa tal estilo.
3. 3 Contraculturas (Antimodas)
Biachin (2012) afirma que, os punks foram uma oposição ao movimento hippie, onde
pregavam a independência e a individualidade. A estilista Vivienne Westwood, foi
quem criou o visual da banda Sex Pistols, levando de Nova York para a Inglaterra,
as peças rasgadas, os rebites, os alfinetes e os toques eróticos.
Pires (2005) aponta que, esses elementos fetichistas ganharam mais espaços nos
desfiles e nas campanhas publicitárias, e muitos dos que eram vistos como bizarros
passaram a ser visto como sensuais. Esses estilos que começaram de forma
marginal têm suas roupas, penteados e acessório, adotados pela alta moda.
46
Por fim, Lipovestky (2009) aponta que, a moda começou a valorizar o desvio, a
personalidade criativa, a imagem surpreendente, e não mais a perfeição de um
modelo. E complementa que, isso ocorre devido aos desejos de maior
independência e de expressão de si.
3. 4 Mulher Tatuada
Não é de hoje que a mulher adere a essa arte, apesar de recentemente essa prática
vir sendo menos discriminada. Entre o século XIX e XX as mulheres acabavam
como “animais” apresentados para exibição exótica, com as tatuagens para
exposição, em feiras, circos, espetáculos ambulantes ou museus baratos,
(APIMENTADAMENTE, 2016).
Mulheres tatuadas (havia homens também) iam ao palco falar sobre sua
vida, ou o que tinham encenado e decorado e fantasiado sobre a vida para
deleite do público, enquanto exibiam os seus corpos. Normalmente as
histórias que contavam estavam relacionadas com índios e a captura por
parte dos mesmos que forçaram às tatuagens, e que haviam sido tatuadas
contra a sua própria vontade. Esta era uma forma de aceitação social e de
captar e encantar a audiência, a justificação para os seus corpos repletos e
cobertos de tatuagens. As suas roupas eram diminutas, o que conferia
um caráter sexual ao show e exótico, motivo de fascínio, mas também de
condenação. (APIMENTADAMENTE, 2016)
47
Olive Oatman (figura 33), em 1858. Depois que seus pais foram assassinados, foi
criada por índios Mohave, que lhe fizeram uma tatuagem tribal no queixo. Quando
voltou para a cidade, aos 19 anos, tornou-se uma celebridade, (TANOUE, 2013).
Figura 33
Figura 34
Maud Wagner (figura 35), a primeira tatuadora americana de que se tem notícia,
1911. Em 1907, ela trocou um encontro com aquele que viria a ser seu marido por
aulas de tatuagem. Sua filha também foi tatuadora, (TANOUE, 2013).
Figura 35
Mildred Hull (figura 36), uma das primeiras tatuadoras que não aprenderam o ofício
com o namorado ou marido, (TANOUE, 2013).
49
Figura 36
Uma das mais conhecidas artistas de circo americana, Betty Broadbent (figura 37)
fez história ao aparecer no primeiro concurso de beleza televisionado totalmente
tatuada. Foi na World’s Fair, em 1937, (TANOUE, 2013).
Figura 37
A relação entre mulher e tatuagem vem evoluindo no que diz respeito a livre escolha
dessa prática, deixando de ser algo forçado e exposto de forma bizarra, para ser
vista como forma de representação de sua identidade e personalidade. Até mesmo,
exercendo essa pratica profissionalmente em estúdios e festivais de tatuagens,
como tatuadoras.
50
O site surgiu em 2001 através de Missy Suicide (Selena Mooney) e Spooky (Sean
Sunl), atuais donos da plataforma, propondo a ideia de fotografar jovens mulheres
de subculturas diferentes, tendo o estilo e a sensualidade das pin ups do século XX
como referência, (ALMEIDA, 2017).
O acesso a ensaios fotográficos é pago e, dentro do site existe uma rede social onde
formam grupos, comentam e curtem as fotos, vendem produtos, criam blogs, vídeos
e diários pessoais. Dentro do site, além dos assinantes, estão a equipe profissional,
os idealizadores, fotógrafos, staffs, e as modelos, que são divididas em aspirantes
(hopeful) e licenciadas (suicidegirls), (ALMEIDA, 2017).
51
Figura 38
O site apresenta tal frase em sua descrição “O que algumas pessoas acham que nos
tornam estranhas, ou esquisitas, ou fodidas, nós achamos que é o que nos torna
lindas. Essa é a nossa ideia de beleza redefinida”. (“What some people think makes
us stranger, or weird, or fucked up, we think is, whats makes us beautiful. THIS IS
OUR IDEA OF BEAUTY REDEFINED”),(SUICIDE GIRLS, 2017). Mostrando que o
ideal de beleza feminina é livre.
No começo do Suicide Girls, o site foi visto como problema. Isso porque a
proposta do site é hospedar imagens e propagar o corpo feminino tatuado
erotizado, em ensaios sensuais e provocativos. A erotização incomodava,
enquanto as meninas que estavam ali, só queriam fugir da normalidade e
das definições plásticas impostadas cultural e socialmente. (ALMEIDA,
2017)
Suas fotos devem dar uma impressão precisa do que você parece. Inclua
fotos de suas tatuagens também. Você não precisa estar nua nas fotos, mas
elas devem mostrar o seu rosto com clareza. Tente deixar sua
personalidade brilhar. (SUICIDEGIRL, 2017)3
Figura 39
Muitas garotas dos anos 2000 sentiram-se representadas dentro desse website, pois
nele compartilhavam de experiências e conteúdo. Ter o título “Suicide Girl” era (e é
ainda hoje, acredito) muito importante para essas meninas que buscavam ser
aceitas pelo seu estilo de vida, que fugia totalmente dos padrões.
Até hoje existem garotas que ainda sonham em se tornar uma Suicide Girl. Como é
o caso de Viih Gruwald (2014), em seu canal no youtube, diz que o orgulho de ser
suicide é muito maior do que 500 dólares, pois há muitos sites pornôs que pagariam
3
Your pictures should give an accurate impression of what you look like. Please include photos of your tattoos
as well. You do not need to be nude in the photos, but they must show your face clearly. Try to let your
personality shine through
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muito mais para ter suas fotos disponíveis nele, mas não trariam o mesmo status.
Mesmo não tendo conseguido o título continua sendo uma hopeful.
4 – Procedimento Metodológicos
4. 1 Analise de Conteúdo
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Feed do instagram é onde são organizadas as imagens postadas
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Podemos perceber que em vários países existem Suicide Girls e Hopefuls Suicide,
mostrando que há meninas de diferentes culturas compartilhando os mesmo gostos
e comportamentos. Os países que apareceram na análise foram:
1. Tipos de cabelos
Cores Texturas
Coloridos: Rosa | Roxo | Azul | Vermelho Cabelos Cacheados | Ondulados |
Amarelo | Verde Tranças
Naturais: Preto | Castanho | Ruivo | Loiro Cabelos Lisos
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Naturais está colocado aqui como as cores de cabelos mais frequentes na sociedade, como preto, castanho, loiro
e ruivo. E não que seja o cabelo natural da garota.
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CABELOS COLORIDOS
AMARELO 05
VERMELHO 09 09
ROXO 02 |05 02 |05| 09
VERDE 06 10
CABELOS NATURAIS
LOIRO 06 06
RUIVO 01
2. Quantidade de tatuagens
O que podemos perceber é que, pelo site ter esse propósito de abraçar as meninas
que fogem do padrão de corpo e comportamento esperados de uma mulher na
sociedade e, as tatuagens serem um meio de expressão externa do eu, faz sentido a
maioria das garotas apresentarem esse elemento.
Porém, o que me chamou mais a atenção, foram algumas que quase não
apresentavam tatuagens. A número 05 das Suicide Girls (@fays._), por exemplo,
não tem nenhuma, e é uma licenciada, o que torna curioso, mesmo ela tendo
cabelos coloridos, pelo fato de que, acredito eu, há uma associação dessas garotas
com a tatuagem. Ela mostrou que essa identificação independe de ter ou não
tatuagem e sim de expressar tal comportamento nesse estilo de vida.
Não excluído as outras posições, visto que todas apresentam fotos nos 4 requisitos
analisados. As posições em que a maioria das garotas analisadas utilizam são, as
de frente e as em pé (ou de joelho). A valorização dos seios e dos bumbuns nas
fotos também são notórias, onde geralmente há tatuagens por perto, que além de
adorno corporal, atrair ainda mais a atenção do observador.
Muitas das meninas fazem ensaios com outras modelos em fotos sensuais e com
um apelo íntimo, o que também é muito comum nos sets dentro do site. Poses como
mostrando a língua, boca aberta e a mão perto da boca ou em alguma região do
corpo, tocando-o, também foram recorrentes entre as analisadas. Como forma de
seduzir o observador, através da despadronização de seu corpo em relação ao
comum.
Outra observação com relação às imagens apresentadas, é que, além das poses
abordadas nessa pesquisa, o recurso de posição de câmera, a selfie, é muito
utilizado por todas em suas respectivas contas no instagram.
4. Roupas
incidência de lingeries e biquínis é muito alta, assim como fotos seminuas e nuas.
Mostrando o corpo em poses atrativas (ou não) para o olhar.
As cores variam um pouco, mas o preto e vermelho estão muito presentes, por
serem cores fortes e atraírem o olhar com mais rapidez. Dependendo do tom de pele
as cores podem favorecer nessa percepção.
A maioria das meninas analisadas são brancas de olhos claros, o que facilita na
percepção do seu corpo com relação as tatuagens e tons de roupas mais escuros,
criando um contraste que prende o olhar. Já as meninas negras e morenas, umas
com olhos claros e outra com olhos escuros, utilizam bastante de tons claros para
criar esse mesmo contraste, porém, não o percebemos tanto nas suas tatuagens.
Lurie (1997) aponta que, o vocabulário das roupas não se diz respeito
apenas a vestimenta, mas também a estilos de cabelos, acessórios, joias,
maquiagens e decorações do corpo. Tudo aquilo que for possível de criar um
discurso onde, emprega variações pessoais de tons e significados.
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O que nos traz ao ponto de que as Suicide Girls e as Hopeful Suicides buscam, além
de mostrar seus corpos e seus adornos, passar a mensagem de que mesmo sendo
“estranhas”, como elas mesmas se intitulam, se acham bonitas e sexys com seus
corpos modificados.
Já para Svendesn (2010) a moda não é uma linguagem, pois não apresenta uma
gramatica ou vocabulário. Porém, não há dúvida de que comunique algo, mas, as
roupas são semanticamente instáveis e o seu significado está intimamente ligado ao
contexto em que está inserido.
O que de fato podemos observar, é que, a roupa, nesse contexto, pode apresentar
um significado diferente de um outro. Como por exemplo, as lingeries utilizadas
pelas garotas analisadas, apresentam uma conotação diferente das lingeries que
aparecem em uma campanha publicitária. Outro exemplo são os óculos de grau,
onde, colocados em suas fotos, criam um ar mais sensual ao acessório.
5 – Considerações Finais
O estilo estético aqui analisado, não foge desse contexto. A compreensão sobre a
estética das Suicide Girls renderia uma longa discussão pois, envolve não apenas os
seus elementos de estilo, como também, a sua posição dentro da construção da
identidade feminina.
Nessa pesquisa foi apenas analisado os seus elementos de estilos, fazendo com
que pudéssemos identificar como se dá a estética de cada garota relacionada ao
título que tem ou que almeja, através de roupas, acessórios, cabelos, tatuagens e
posturas nas fotos que as representam.
Acredito que a tatuagem na mulher ainda é vista com olhos vulgares. Olhos esses
que, muitas vezes caem não apenas no uso das modificações, como também na sua
forma de comportamento. Um dos pontos iniciais dessa pesquisa, seria pontuar
esses olhares sobre a construção da identidade feminina, no contexto das Suicide
Girls, com relação ao feminismo atual, para saber se essa percepção permanece. O
que deixo em aberto, devido ao fato de que, inicialmente se fez necessária uma
pesquisa sobre o estilo desse grupo para que em uma outra oportunidade de
pesquisa pudesse dar continuação a esse ponto.
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REFERÊNCIAS
CASTILHO, Kathia. Moda e linguagem. 2ª ed. SP: Ed. Anhembi Morumbi. Coleção
moda e comunicação. 2009.
(Orgs.). Design de moda: olhares diversos. SP: Estação de letras e cores Editora,
2008. Parte II, cap.5, p.219 – 230
GARDIN, Carlos. O corpo mídia: modos e moda. In OLIVEIRA, Ana Claudia de;
CASTILHO, Kathia, (Orgs). Corpo e moda: por uma compreensão do
contemporâneo. Barueri, SP: Estação das Letras e Cores Editora, 2008. P. 75 – 83
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. – 6. Ed. – SP: Atlas,
2008.
KLOTER, Philip. Marketing 3.0: As forças que estão definindo o novo marketing
centrado no ser humano. Trad. Ana Beatriz Rodrigues – RJ: Ed. Elsevier, 2012
LURIE, Alison. Linguagem das roupas. Trad. Ana Luiza Dantas Borge – RJ: Rocco,
1997.
MELLO, Marina. Arte a flor da pele. In: Revista Superinteressante, edição 159,
Dezembro, 2000.
MARTINS, Marcelo. Prefácio in: CASTILHO, Kathia. Moda e linguagem. 2ª ed. SP:
Ed. Anhembi Morumbi. Coleção moda e comunicação. 2009.
MIRANDA, Ana Paula Celso de; MOREIRA, Germana Uchoa. O que é uma marca
de moda alternativa? IV Colóquio de moda, 2008.
MOURA, Mônica. A moda entre a arte e odesign. In: PIRES, Dorotéia Baduy
(Orgs.). Design de moda: olhares diversos. SP: Estação de letras e cores Editora,
2008. Parte I, cap.2, p.37 – 73
SALTZAMN, Andrea. O design vivo. In: PIRES, Dorotéia Baduy (Orgs.). Design de
moda: olhares diversos. SP: Estação de letras e cores Editora, 2008. Parte III,
cap.1, p.305 – 318
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SVENDSEN, Lars. Moda: uma filosofia. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges – RJ:
Ed. Zahar, 2010.
Sites
Almeida (2017), em sua tese, aborda que a proposta do site é ter um canal de
disseminação do corpo feminino tatuado monetizado e desenvolvido para fins
lucrativos, onde há uma seleção das modelos que entrarão ou não para a
plataforma. O que me faz pensar que não será qualquer uma que terá seu ensaio
aceito e disponibilizado no mesmo.
Porém, não posso deixar de pontuar que, as garotas entram no site por vontade de
fazer parte de um grupo no qual elas se identificam. Hoje em dia, a plataforma das
Suicide Girls, pode não ser um meio bem visto entre as feministas, contudo, teve o
seu momento de luta, empoderando muitas garotas que não se sentiam
representadas na época do surgimento.
A força dessa onda suicide atingiu garotas do mundo inteiro, o que me faz pensar
que, mesmo sendo um negócio monetizado, há ainda um apelo feminista, pequeno
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talvez, mesmo a mulher estando seminua ou, muitas vezes, nua. Pois, a nudez
feminina foi idealizada por homens, onde eles decidiam o que era sexy e o que era
vulgar em uma mulher.
O poder feminino está nas suas escolhas, na forma como decide usar uma roupa ou
posar para uma foto. As redes sociais têm se tornado um meio de disseminação
muito poderoso para esse discurso, pois, como uma mulher decide usar o seu corpo,
só cabe a ela a definição do que aquilo é.